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Fonte: SECOM

PlanoDiretor
Participativo
de Anápolis
Anápolis - 2005/2006
Secretaria Municipal de Habitação
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANÁPOLIS
Prefeito Municipal
Pedro Fernando Sahium
Vice-prefeito
Atair Pio de Oliveira

SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO


Haroldo Duarte
(Janeiro 2005-Março 2006)

SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO


Fábio Maurício Corrêa
(Abril 2006)

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANÁPOLIS


Avenida Brasil, nº200 - Centro - CEP: 75075-210
Anápolis - GO
www.anapolis.go.gov.br
Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo de Anápolis

Equipe de Elaboração:
Luiz Fernando Cruvinel Teixeira - Arquiteto e Urbanista - Consultor

Núcleo Gestor:
Antônio Gobbo - Engenheiro
Carlos Roberto dos Santos - Arquiteto e Urbanista
Eli Rosa - Vereador
Elisana Macedo Coelho - Advogada
Isabella Maria Diniz Duarte - Coordenadora Geral
Juliana Bazan - Arquiteta e Urbanista
Luiz Henrique Fonseca Ribeiro - Biólogo
Mauro Rocha Carneiro - Técnico em Transportes
Myriam Marques - Letras e Literatura
Ronnie Barbosa Vieira - Educador Popular
Sônia Maria Barreto - Advogada e Pedagoga
Talita Caetano de Morais - Estagiária em Arquitetura e Urbanismo
Tiago José Duarte Rézio - Designer Gráfico e Desenhista Técnico

Capa: Mapa de Evolução Histórica do Município


Fonte: Mapoteca - Prefeitura Municipal de Anápolis - Plano Diretor Físico de 1969

Prefeitura Municipal de Anápolis. Núcleo Gestor do Plano Diretor


Participativo de Anápolis.Plano Diretor Participativo de Anápolis:
2005/2006. Anápolis.
Leitura do território. Leitura da cidade. Leitura da comunidade.
Diretrizes e propostas. Anexos. Bibliografia. Núcleo gestor e
colaboradores.
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável
5

Foto Aérea de Anápolis - ano 2001


Fonte: Transportes Coletivo de Anápolis - TCA
7

Foto Aérea de Anápolis - ano 2005


Sumário
Apresentação 15

Introdução 19

Leitura do território 23
1. O MUNICÍPIO 25
1.1. Histórico da formação 27
1.2. Caracterização 27
1.3. Histórico da ocupação 28
1.4. Parcelamento do solo 28
1.5. Inserção Regional 29
1.6. Inter-relacionamento Funcional 29

2. SÓCIO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO - DIMENSÃO ECONÔMICA 35


2.1. A Economia municipal 37
2.2. Produto interno bruto- PIB 38
2.3. Atividades econômicas urbanas 39
2.4. Infra-estrutura econômica: 40
Distrito Agro Industrial de Anápolis-DAIA 40
Porto Seco 41
Plataforma Logística Multimodal de Goiás 41
Base Aérea 42
Logística estruturante 42
- Rodoviário 42
- Ferroviário 43
Universidades 43
Comunicação Social 44
Telecomunicações 44
Segmento Atacadista 45
2.5. Atividades econômicas no meio rural 45
2.6. Emprego e desemprego 48
2.7. Aspectos de competividades 49

3. DIMENSÃO GEOAMBIENTAL 59
3.1. Clima 61
3.2. Recursos hídricos 61
Microbacia Rio das Antas 62
Microbacia do Ribeirão Piancó 63
Microbacia do Rio Caldas 63
Microbacia do Rio Padre Souza 63
Microbacia Rio João Leite 63
Águas Subterrâneas 64
3.3. Relevo 64
3.4. Geologia e recursos minerais 65
3.5. Solo 75
3.6. Uso e ocupação do solo 81

4. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL 85
População e Demografia 87

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Leitura da cidade 91
5. PRODUÇÃO DA CIDADE 93
5.1.Estrutura Urbana 98
Elementos de Estruturação 98
- Redes Hídricas 98
- Rede Viária 99
- Ferrovia 99
- Vias Urbanas 99
Elementos de Integração 101
Uso e ocupação do solo 101
6. MEIO AMBIENTE 127
6.1. Vegetação natural e áreas verdes 129
Proteção às áreas naturais parques municipais de uso recreativo 130
- Parque da Criança 130
- Central Parque da Juventude Onofre Quinan 131
- Parque JK 131
6.2.Proteção às áreas naturais APA do João Leite 132
6.3.Resíduos sólidos 133
Disposição e processamento dos resíduos 134
Serviço de limpeza urbana 135
Destino e quantidade do lixo coletado 136
Coleta e destino final do entulho 136
Coleta e destino final do lixo dos serviços de saúde 137
6.4.Prevenção e controle da poluição 137
6.5.Área de risco 138
Rio das Antas 139
Córrego dos Cezários 139
Córrego Góis 139
Córrego Água Fria 139
Córrego Catingueiro 140

7. HABITAÇÃO 149
7.1.Déficit habitacional no município de Anápolis 151
7.2.Caracterização da subnormalidade habitacional de Anápolis 151
7.3.População 153
7.4.Áreas de assentamentos subnormais 153
Vivian Park 153
Anápolis City 158
Morro do Cachimbo 160
7.5.Instrumentos de Política Habitacional 162
Produção Habitacional com Apoio do Setor Público 162
Características das unidades construídas ou financiadas pelo município 163
7.6.Dados atualizados do mercado imobiliário 163

8. MOBILIDADE URBANA 169


8.1.Trânsito 171
A morfologia do traçado viário do município como interferente estrutural do trânsito 171
Despadronização de gabaritos geométricos e desarticulação de concordâncias dos eixos viários 173
estruturais
O problema estrutural do polígono central de Anápolis 173
Sinalização horizontal 174
Sinalização vertical 174
Sinalização de regulamentação e advertência 174
Sinalização indicativa 174
Sinalização semafórica 174
Dispositivos auxiliares de controle - redutores físicos de velocidade 175

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Dispositivos eletrônicos de controle medidores de velocidade discretos e ostensivos 175
Considerações sobre a realidade da distribuição modal do transporte em Anápolis como fator 175
interferente na mobilidade urbana
Identificação de problemas estruturais 176
8.2.Transporte Coletivo 177
8.3.Pedestre 182
Problemas estruturais crônicos 182
O conflito Veículo x Pedestre no meio urbano de Anápolis 182
Fatores de influência nos atropelamentos 183
- Fator pedestre 183
- Fator tráfego 183
- Fator via 183
8.4.Segurança no Trânsito 184
A econometria dos acidentes de trânsito 186
Segmentos críticos de acidentes 186
Considerações Finais 187

9. INFRA-ESTRUTURA 189
9.1Saneamento básico - Abastecimento de água - Esgotamento sanitário 191
9.2 Drenagem e pavimentação 192
9.3 Energia elétrica 192

10. SÓCIO-CULTURAL 203


10.1. Índice de Desenvolvimento Humano IDH 205
10.2. Saúde 206
Prestação de Serviço de Saúde de Anápolis 206
Infra-estrutura dos Serviços de Saúde de Anápolis 207
- Unidades de Atendimento à Atenção Básica de Saúde 207
- Unidades de Atendimento Secundário 207
- Unidades de Atendimento Terciário 208
- Serviço Apoio Diagnóstico e Terapêutico da Rede Pública 208
10.3. Educação 213
Educação Básica 213
- Educação Infantil 219
- Ensino Fundamental 222
- Ensino Médio 227
- Educação de Jovens e Adultos 228
A espacialização da escolaridade da população de Anápolis por Áreas de Expansão de Domicílios 231
10.4. Segurança 239
Segurança 239
10.5. Esporte, Lazer e Turismo 245
Esporte, Lazer e Turismo 245
10.6. Cultura 257
Cultura 257
10.7. Integração Social 261
Órgão gestor - Rede de assistência - Principais problemas 261
10.8. Análise Segregação sócio-espacial 265
A espacialização da população absoluta por AED’s em Anápolis 265
Análise da renda domiciliar em Anápolis 266

11. LEITURA DA COMUNIDADE 291


Introdução 291
Diagnóstico comunitário - Principais reinvidicações 292
- Diagnóstico comunitário dos distritos 298
- Síntese do diagnóstico comunitário 299
Relatório da I conferência municipal de Anápolis 302

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Resumo das discussões públicas 303
- Território 303
- Demandas sociais 303
- Mobilidade e acessibilidade 304
- Modelo espacial 305

12.PLANEJAMENTO E GESTÃO 307


Sistema de planejamento e gestão 309
Histórico 309
Avaliação 310

13.SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DOS EIXOS ESTRATÉGICOS 313

14. DIRETRIZES E PROPOSTAS 317


Apresentação 319
1. Produção da cidade 320
Uso e ocupação do solo 321
Macrozoneamento 321
Instrumentos de controle e regularização do solo 323
Normas de uso e ocupação do solo 323
Monitoramento da densificação 324
1. Zona de adensamento básico 324
2. Zona adensável 325
Instrumentos de indução do desenvolvimento urbano 326
2. Mobilidade e acessibilidade 356
Programa de estruturação viária 356
Programa de intervenção viária 360
Programa de acessibilidade universal 371
Programa de trânsito 371
3. Produção econômica com sustentabilidade 371
Programa de geração de emprego (trabalho) e melhoria na renda do cidadão anapolino com 372
reflexo na área social
Descentralização das atividades econômicas através dos pólos e eixos de centralidade 373
Fortalecer e integrar a macro estrutura econômica, tornando as potencialidades comparativas e 373
competitivas
4. Qualificação Ambiental do território municipal e da cidade 377
Diretriz 1 377
Programa de valorização dos recursos hídricos 377
Programa de recuperação e proteção da vegetação natural 380
Diretriz 2 381
Programa de agropecuária sustentável 382
Diretriz 3 382
Programa de saneamento básico 383
Programa de resíduos sólidos 383
Programa de drenagem urbana 384
Diretriz 4 401
5. Qualidade de vida e desenvolvimento humano 401
Educação 401
Cultura e patrimônio cultural 402
Saúde e assistência social 404
Esporte, lazer e turismo 405
6. Gestão Urbana 412
1. Processo de Planejamento 412
2. Integração da administração local 413
3. Mecanismos para gestão democrática 413
4. Otimização da oferta dos serviços públicos 413

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15. ANEXOS 415

16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ENTIDADES PARCEIRAS 513

17. NÚCLEO GESTOR E COLABORADORES 521

18. ÍNDICE 525

Secretaria Municipal de Habitação


APRESENTAÇÃO
Secretaria Municipal de Habitação
17

Este documento é uma síntese das leituras técnicas e comunitárias realizadas para formulação
do Diagnóstico sobre os problemas e potencialidades de Anápolis.

O Plano Diretor Participativo, por iniciativa do governo da cidade de Anápolis, é um projeto que
atende ao Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257, de julho de 2001, regulamenta os artigos 182 e 183
da Constituição Federal, e estabelece parâmetros e diretrizes da política urbana do Brasil. Enfatiza a
necessidade da elaboração e aprovação de um plano diretor segundo processos democráticos e
participativos, cujas propostas sejam acordadas pelos diversos setores da sociedade que devem
acompanhar sua implementação. Trata-se de uma reivindicação popular que sente e vivencia a
realidade priorizando suas necessidades mais urgentes.

Em Anápolis foram constituídos planos diretores em 1968, 1985 e 1992. Estes planos não
conseguiram atingir o objetivo, em função da falta de uma estrutura do município para operacionalizá-
los.

O presente diagnóstico do Plano Diretor é elaborado com o propósito de servir de roteiro básico
para as políticas públicas dirigidas ao desenvolvimento equilibrado e sustentado do município de
Anápolis, partindo da premissa de que existem eixos produtivos e competências para dar-lhes
aceleração e sustentabilidade.

A fim de que seja regulada a função social da cidade e da propriedade urbana, o Plano Diretor
Participativo busca construir outro modo de organizar a produção e o território, integrando as políticas
públicas de Anápolis com as urbanas e ambientais de modo compatível para que se possa garantir o
desenvolvimento sustentável de Anápolis.

Secretaria Municipal de Habitação


INTRODUÇÃO
Secretaria Municipal de Habitação
21

Através da Secretaria de Habitação em integração com as demais secretarias da Prefeitura


Municipal de Anápolis, a sociedade civil organizada, o Plano Diretor Participativo tem a finalidade de
resgatar, através de propostas possíveis e viáveis, o sentido do desenvolvimento desta cidade a fim de
criar oportunidades de se construir a cidadania na sua forma mais abrangente e dinâmica.

As propostas partiram da leitura diagnóstica da cidade, para compreender os diversos aspectos


que englobam o estabelecimento da propriedade em sua função essencialmente social, de modo a
garantir o acesso a terra urbanizada, regularizada e reconhecer a todos os cidadãos o direito à moradia
e aos serviços urbanos.

Neste contexto, a revisão do Plano Diretor de forma participativa parte da análise técnica que
ajudará a entender a cidade pela comparação entre dados e informações socioeconômicas, culturais,
ambientais e de infra-estrutura disponíveis. Facilita a identificação e a discussão dos principais
problemas, conflitos e potencialidades sob o ponto de vista dos diversos segmentos sociais, procurando
enfocar todo o território do município. Há de se ressaltar que as leituras técnicas devem ser enriquecidas
com as leituras feitas pela população, sob a ótica dos diferentes segmentos socioeconômicos.

O documento que permeia o Plano Diretor contém a análise da tendência de caráter estrutural e
as demandas internas da cidade, em termos de suporte físico, atividades produtivas, transportes,
qualidade de vida, apoio público e recursos humanos, para enfim, formularmos uma nova visão
estratégica para a construção da cidade que queremos!

Secretaria Municipal de Habitação


LEITURA DO TERRITÓRIO
1. O MUNICÍPIO
Secretaria Municipal de Habitação
27

1.1 Histórico da Formação


Anápolis surgiu em razão da movimentação de tropeiros, que demandavam de diferentes
províncias às lavras de ouro goianas, nos idos do século XIX. Cessada a busca do ouro esses viajantes
fixaram residência na cabeceira do Riacho das Antas, onde realizavam novenas e orações.

A tradição religiosa conta que no ano de 1860, a fazendeira Ana das Dores trafegava pela região
e um de seus animais - o que transportava a imagem de Nossa Senhora de Santana - desviou-se da
tropa. Encontrado o animal, os esforços para pô-lo a caminhar não tiveram efeito, o que foi interpretado
por Dona Ana como "desejo da Santa em permanecer no local". Ela se propôs a construir ali uma capela,
o que foi feito por seu filho Gomes de Sousa Ramos.

Fazendeiros da região doaram terras ao patrimônio religioso e, construída a capela em 1871,


dois anos depois, criou-se a freguesia de Santana das Antas. Em 1887, foi elevada à categoria de vila, a
qual viria a ser instalada em 1892. A vila foi elevada a cidade (Lei n º 320), com a denominação de
Anápolis, em 31 de julho de 1907, coroando de êxito o trabalho dos pioneiros Gomes de Souza Ramos
e José da Silva Batista (Zeca Batista).

Até o final da década de 1940, o município era composto por uma área de terras de 2.622 km².
Com a emancipação de vários distritos que pertenciam a Anápolis - Nerópolis (emancipado em 1948),
Ouro Verde de Goiás (1948), Brazabrantes (1958), Damolândia (1958), Nova Veneza (1958),
Goianápolis (1958) e Campo Limpo de Goiás (1998 e instalado em 2001), na atualidade esta área
reduziu-se para 917,011 km². Hoje o município de Anápolis é integrado pelos distritos de Souzânia,
Interlândia (Pau Terra), Goialândia e Joanápolis (Capelinha). Os povoados existentes são três: São
Vicente (Igrejinha), Miranápolis e Bramápolis.

1.2 Caracterização

O município de Anápolis está localizado entre os paralelos 16°19'48"S e 48º58'23"W de


Greenwich, com altitudes entre 800 e 1.160 m na zona fisiográfica do Mato Grosso Goiano, onde se
inicia o Planalto Central, no sul do Estado de Goiás, macro região do Centro-Oeste. Está no eixo
Goiânia-Brasília (o terceiro maior aglomerado urbano do País), representando 0,32% da área do Estado
de Goiás. A área urbana ocupa 13.094,94 ha, 15% da área total do município (mapa 01).

Anápolis limita-se ao norte/nordeste com os municípios de Pirenópolis e Abadiânia; ao sul com


Goianápolis, Terezópolis de Goiás e Leopoldo de Bulhões; a leste com Silvânia, Gameleira de Goiás e
Abadiânia; a oeste com Nerópolis, Petrolina de Goiás, Ouro Verde e Campo Limpo de Goiás.

A cidade dista 57 km* de Goiânia (em rodovia duplicada) e 160 km* da capital federal (rodovia em
fase final de duplicação), pelas BR-153/060. Constitui-se num dos principais entroncamentos
rodoviários do país. Também as rodovias BR-414, G0-222 e G0-330, todas pavimentadas cortam o
município. Anápolis é ligada aos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo pela Ferrovia
Centro Atlântica.

* Fonte: dnit.gov.br (a distância entre duas cidades é medida de centro a centro)

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28
1.3 Histórico da Ocupação
O período de 1879 a 1935 é marcado pelo crescimento espontâneo ao longo dos eixos de
penetração norte-sul. Com a chegada da ferrovia, em 1935, Anápolis passou a ser entreposto comercial
e sua configuração urbana tornou-se radiocêntrica. A partir daí registrou-se um crescimento
acompanhando os acessos às rodovias.

De 1950 a 1970, houve um processo rápido de urbanização com o surgimento de Brasília,


crescimento de Goiânia e implantação da Belém-Brasília, com aumento da população em prejuízo do
avanço espacial. Outra fase a ser considerada vai de 1970 a 1997, com a implantação da Base Aérea,
ao norte; o DAIA, ao sul; a pavimentação da BR-153, a leste da cidade. Adveio crescimento urbano
disperso e desordenado.

Hoje, já quase centenária, a cidade exerce de forma plena a sua vocação empresarial. Agregou
valor à sua economia, em 1935, com a chegada da estrada de ferro. Através da abnegação da
população e especialmente da classe empresarial, liderada pela Associação Comercial e Industrial
(ACIA), iniciou-se processo de industrialização. Em 1976, o desejo dos anapolinos foi materializado com
a implantação do Distrito Agroindustrial, onde estão instaladas quase uma centena de empresas e o
maior pólo industrial de medicamentos.

A localização privilegiada coloca a cidade em vantagem competitiva para a logística de


mercadorias, com ambicioso projeto dos governos municipal, estadual ,federal e da iniciativa privada: a
Plataforma Logística Multimodal. O comércio exterior tem suporte do Porto Seco Centro-Oeste. (remeta
a capítulo "Sócio Território do Município")

1.4 Parcelamento do Solo


O parcelamento do solo é o processo de urbanização de uma gleba, mediante sua subdivisão em
lotes destinados à edificação, devendo ser obedecidas às diretrizes traçadas por normas urbanísticas
específicas. Em âmbito federal, a questão urbanística foi inicialmente tratada pelo Decreto-Lei nº 58, de
10 de dezembro de 1937. Todavia, tal dispositivo legal objetivava, a priori, garantir a regularidade das
alienações e amparo aos adquirentes de lotes urbanos, mediante celebração de compromisso de
compra e venda de lotes a prazo, através da formalização dos projetos de parcelamento na época
denominados "planos de loteamentos". Logo, não houve a preocupação inicial com a forma de
urbanização das cidades.

Atualmente, a legislação federal pertinente é a Lei nº 6.766/79, que prevê duas formas para o
parcelamento do solo: loteamento e desmembramento. O loteamento constitui a subdivisão de gleba
em lotes destinados à edificação e implica na abertura de novas vias de circulação e logradouros
públicos ou modificação e ampliação das já existentes, enquanto no desmembramento ocorre a
subdivisão de gleba em lotes com aproveitamento do sistema viário existente (Lei Nº 6.766/79, art. 2º,
§§ 1º e 2º). (ressalta-se que gleba é a área de terra que não foi objeto de loteamento ou
desmembramento).

A Lei Federal nº 6.766/79 constitui-se norma urbanística que traça diretrizes gerais, cabendo aos
Estados, Distrito Federal e Municípios editarem normas complementares, adequando tais diretrizes à
realidade local.

Dentre as diretrizes gerais ressalta-se a vedação quanto à aprovação de loteamentos em


terrenos alagadiços, aterrados com material nocivo à saúde pública, com declividade igual ou superior a
30%, em terrenos cujas condições geológicas não sejam favoráveis e em áreas de preservação
ecológica ou com condições sanitárias prejudicadas pela poluição (Lei nº 6.766/79, art. 3º).

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29

A lei de parcelamento do solo definiu requisitos mínimos, tais como: área mínima dos lotes
urbanos, destinação de áreas não edificantes ao longo de cursos d'água correntes e dormentes, faixas
de domínio das rodovias, ferrovias e dutos, articulação das vias do novo loteamento com o sistema viário
existente ou mesmo com vias públicas projetadas e destinação de áreas no loteamento para
implantação de equipamentos públicos.

E, ainda, a principal inovação trazida pela Lei Federal nº 6.766/79, qual seja a determinação de
que parcelamentos do solo para fins urbanos somente serão admitidos em zonas urbanas, de expansão
urbana ou de urbanização específica, assim, definida pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal.
(art. 3º, caput)

Restando, ainda, que todos os projetos apresentados pelo loteador só serão registrados em
Cartório de Registro de Imóveis após passar pelo crivo dos órgãos competentes da Prefeitura Municipal,
sendo que tal aprovação ocorre após verificação de execução de obras mínimas exigidas, execução das
vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de
escoamento das águas pluviais ou da aprovação de cronograma, com a duração máxima de quatro
anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução.

1.5 Inserção Regional


Anápolis localiza-se no eixo que liga as regiões metropolitanas de Goiânia e do Distrito Federal
(Ride - Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno). Essas regiões perfazem hoje uma
população de cinco milhões de habitantes, configurando dois dos 28 pólos de atração populacional no
território nacional.

A cidade localiza-se a 57 km* de Goiânia (GO), a 160 km* de Brasília (DF), a 982* km de Campo
Grande (MS), a 981 km* de Cuiabá (MT) e a 790 km* de Palmas (TO).(mapa 02)

Em seu território interligam-se três rodovias federais (BR-060, 153 e 414, importante trevo
rodoviário do Brasil) e duas rodovias estaduais (GO-222 e 330). O km zero da Ferrovia Norte Sul em
Goiás (em implantação) está localizado em Anápolis e vai se conectar à Ferrovia Centro-Atlântica, ramal
da RFFSA, que integra o corredor de exportação Goiás-Minas Gerais-Espírito Santo, acoplado à
Estação Aduaneira do Interior (Eadi) ou Porto Seco Centro-Oeste.

Anápolis ao longo de sua história caracterizou-se como "entreposto comercial" ou distribuidor de


mercadorias no atacado para as regiões Centro-Oeste e Norte do País, particularidade acentuada com
o advento da ferrovia, na década de 30. A estratégica proximidade de Anápolis com as capitais federal e
goiana, favorece a industrialização no município.

1.6 Inter-relacionamento Funcional


Os distritos administrativos de Anápolis - Interlândia, Souzânia, Goialândia e Joanápolis distam
da cidade-sede, respectivamente 20, 25, 20 e 17 km*. O município tem três povoados - Bramápolis,
Miranápolis e São Vicente.

Esses distritos e povoados apresentam alto grau de dependência da sede do município, em


relação aos serviços urbanos e à economia. São administrativamente dependentes da Prefeitura
Municipal, mas representados por subprefeitos, que atuam como mandatários dessas comunidades.
Contudo, não há organização administrativa das subprefeituras, que não contam com espaço físico nem
corpo de funcionários.
* Fonte: dnit.gov.br (a distância entre duas cidades é medida de centro a centro)

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2.SÓCIO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO - DIMENSÃO ECONÔMICA
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37

O Plano Diretor Participativo analisa os aspectos sócio-econômicos do Município de Anápolis


visando compreender seu papel no contexto regional e estadual, a organização da sua produção,
enfatizando as principais atividades desenvolvidas, sua espacialização e importância na promoção do
desenvolvimento social.

2.1 A Economia Municipal


Apesar da economia goiana se destacar no campo do agronegócio a renda no setor
agropecuário de Anápolis é inexpressiva, 1,27% contra 17,19% do Estado. Em contraposição as
elevadas rendas geradas pelo setor de serviços e indústrias lideram com ampla margem o ranking
estadual e apontam no sentido da especialização de Anápolis em serviços (54%) - notadamente no
comércio e produção de bens industrializados (44,6%). O município exibe perfil industrial superior à
média de Goiás e até em relação a Goiânia.

A economia de Anápolis mostra baixa vocação agrícola e forte competência em atividades

TABELA 01
ESTRUTURA PRODUTIVA DA ECONOMIA
SEGUNDO O PIB 2000
Setores Estado de Goiás Anápolis

Agropecuária 17,19 1,27


Indústria 32,49 44,66
Serviços 50,32 54,07
Fonte:SEPLAN/SEPIN

Segundo fontes da Seplan/GO - Anuário Estatístico de Goiás - a arrecadação do Imposto sobre


Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de Anápolis, ratifica os resultados confirmados pelo PIB
municipal - a baixíssima arrecadação gerada pelo setor agropecuário e o destaque das receitas
oriundas das atividades do comércio e da indústria. O resultado confirma a especialização industrial da
economia anapolina, lembrando que o setor foi responsável pela geração de 2/3 do ICMS do município,
enquanto as atividades de comércio recolheram 30% desse tributo em 2002. (tabela 02)

TABELA 02
ARRECADAÇÃO DO ICMS POR SETOR DE ATIVIDADE, 2002 EM R$

Setores Estado de Goiás % Anápolis %

Agropecuária 88.256.182,02 2,92 102.272,75 0,07


Extração Mineral 1.830.415,14 0,06 0 0
Indústria 1.095.517.136,49 36,27 93.052.153,21 65,59
Comércio 1.287.930.354,39 42,64 43.021.903,42 30,32
Serviços 431.392.169,22 14,28 4.543.197,67 3,2
Outras 115.520.555,45 3,82 1.157.172,91 0,82
Total 3.020.446.812,71 100 141.876.699,96 100
Fonte: SEFAZ,apud SEPLAN/SEPIN
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

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38

Todavia, Anápolis perdeu para o município de Senador Canedo, em função da implantação do


pólo de distribuição de combustível, a posição de segunda maior arrecadação de ICMS que ostentava
até 1998. Naquele ano, o setor produtivo anapolino participava com 6,3% do ICMS global arrecadado
em Goiás, caindo a participação para 4,7% em 2002.

A tabela 03 elaborada pela Seplan demonstra a dinâmica da economia no Estado e a posição


relativa de Anápolis em 1998 e 2002.
TABELA 03
RANKING DOS 10 MUNICÍPIOS GOIANOS LÍDERES
EM ARRECADAÇÃO DE ICMS - 1998/2002

Ranking
Municípios 2002 Ranking 1998
em R$
Estado de Goiás 3.020.446.812,71 1.558.745.787,32
Goiânia 1.315.481.420,36 1 767.011.901,74 1
Senador Canedo 455.490.385,32 2 88.655.689,80 3
Anápolis 141.876.699,96 3 97.581.188,04 2
Catalão 72.020.641,18 4 15.763.760,02 9
Rio Verde 58.215.938,43 5 33.079.711,11 5
Itumbiara 55.266.259,31 6 35.230.605,46 4
Aparecida de Goiânia 44.543.042,41 7 20.259.389,64 7
Niquelândia 30.891.317,32 8 3.160.220,32 36
Jataí 30.303.788,43 9 14.821.893,29 10
Luziânia 20.913.481,65 10 20.558.767,13 6
Fonte:SEPLAN,apud SEPLAN/SEPIN

2.2 Produto Interno Bruto - PIB


O PIB municipal, outro método de avaliar a consistência da economia, consta da apuração do
valor de todos os bens e serviços finais produzidos no município. Este método permite dimensionar a
riqueza local e traz indicativos da força econômica e da vocação produtiva no município.(tabela 04)

Metodologicamente, o valor adicionado bruto do Estado é calculado a partir de informações


estatísticas sobre as receitas e despesas, evolução do volume e do preço dos produtos e insumos de
cada uma das 15 classes de atividades econômicas: agropecuária; indústria (extrativa mineral, de
transformação, construção civil, serviços industriais de utilidade pública); serviços (comércio,
transporte, alojamento e alimentação, comunicações, serviços prestados às empresas, educação,
saúde, trabalhos domésticos e outros).

TABELA 04
RANKING DO PRODUTO INTERNO BRUTO A PREÇO DO MERCADO CORRENTE
DOS DEZ MUNICÍPIOS MAIS RICOS DE GOIÁS - 2000

Ranking Municípios PIB(R$ mil) Participação (%)


1º Goiânia 6.271.140 28,95
2º Anápolis 308.656 6,04
3º Rio Verde 773.467 3,57
4º Aparecida de Goiânia 723.083 3,34
5º Catalão 601.423 2,78
6º Itumbiara 562.386 2,5
7º Jataí 546.042 2,52
8º Luziânia 488.968 2,26
9º Senador Canedo 341.547 1,58
10º Minaçu 296.509 1,37
Fonte: SEPLAN/SEPIN

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39

A capital Goiana retém 28,95% de toda a riqueza de Goiás, seu PIB é 4,8 vezes maior que o
segundo município mais rico do Estado, Anápolis, cuja economia corresponde a 6% do PIB estadual.
Dados de 2000 mostram que a renda per capita de Anápolis (R$ 4.543) ficou em 73º lugar no ranking dos
municípios goianos embora tenha sido 5,3% maior que a média do Estado de Goiás (R$ 4,316). Em nível
nacional esse indicador foi de apenas 70% do PIB per capita do Brasil (R$ 6,954). Importa observar que
o nível de desenvolvimento de Anápolis está acima da média estadual. (tabela 05)

TABELA 05
PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA
A PREÇO DE MERCADO CORRENTE
Localidade PIB per capita(R$)
Brasil 6.473
Estado de Goiás 4.315
Anápolis 4.543
Fonte:IBGE e SEPLAN/SEPIN

2.3 Atividades Econômicas Urbanas


O setor industrial de Anápolis mostra que em 2002, havia 760 estabelecimentos cadastrados na
Secretaria da Fazenda Estadual, correspondente a 6,5% do setor no Estado. É grande a predominância
de empresas de micro e pequeno porte, as quais participam com 87,5% das empresas do município.
Destacam-se produtos alimentícios (24,5%), vestuário, calçados e artefatos de tecidos (17,4%),
produtos minerais não metálicos (8,8%), metalúrgica (7,5%), mobiliário (6,7%), editora e gráfica (4,1%),
produtos farmacêuticos e veterinários (3,9%) química (3,9%), produtos de matéria plástica (3,2%),
material de transporte (3,0%).(mapa 03)

Na análise de cadastro de contribuinte elaborada pela SEFAZ-CEI e DPSE-PMA, tabela 06, o


setor mais representativo é o comércio, que exerce papel importante na economia municipal,
contribuindo nos setores de emprego e renda. A indústria favorece o desenvolvimento do município,
perdendo no crescimento de contribuinte no ano de 2003 para as atividades de produção rural. Outro
setor que vale ressaltar é o das transportadoras (logística), que apresenta um notório crescimento a
partir de 2000.(tabela 6)

TABELA 06
MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS - CONTRIBUINTES POR SETORES DE ATIVIDADE
1998, 2000-03

ATIVIDADES ECONÔMICAS

Ano Comércio Indústria Produtor Rural Transportador Outros Total

1998 2.808 688 675 73 325 4.569


2000 2.636 709 716 86 223 4.370
2001 2.701 725 744 86 232 4.488
2002 2.746 738 777 103 243 4.607
2003 2.003 742 831 113 201 4.702
Fonte:SEFAZ -CEI -Cadastro de Contribuintes e DPSE –PMA

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A tabela 07 demonstra o comércio, com grande participação no ICMS 2000-03, a indústria em


terceiro lugar, e os produtores rurais em segundo lugar em participação no ICMS. Apesar da indústria
dinâmica na economia de Anápolis, os incentivos fiscais mascaram a arrecadação de ICMS deste setor,
ficando abaixo das atividades rurais.

O município tende a um crescimento das atividades, principalmente no comércio, segmento que


cresce a cada ano, aumentando sua contribuição no ICMS.

TABELA 07
CONTRIBUINTES POR SETOR DE ATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO
ICMS 2000-03
MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS

Atividade Econômica Ano 2000 Ano 2001 Ano 2002 Ano 2003

%
Qtd. % ICMS Qtd. % ICMS Qtd. % ICMS Qtd.
ICMS
COMÉRCIO 2.636 60,32 2.701 60,18 2.746 56,9 2.815 59,87
INDÚSTRIA 709 16,22 725 16,15 738 16,02 742 15,78
PRODUTOR RURAL 716 16,39 744 16,58 777 16,87 831 17,67
TRANSPORTADORA 86 1,97 86 1,92 103 2,24 113 2,41
OUTROS 223 5,1 232 5,17 243 5,27 201 4,27
TOTAL 4.370 100 4.488 100 4.607 100 4.702 100
Fonte: SEFAZ- CEI -Cadastro de Contribuintes e DPSE-PMA

2.4 Infra Estrutura Econômica

A infra-estrutura de que dispõe o município incentiva a economia urbana.(mapa 04)

Distrito Agro Industrial de Anápolis - DAIA


Inaugurado em 9 de novembro de 1976, o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) foi o primeiro
pólo industrial planejado do interior do Brasil. Anápolis foi escolhida para sediar o projeto da denominada
Região Geoeconômica de Brasília. Levou-se em conta a tradição, força econômica e localização
privilegiada da cidade, tendo em relevo que num raio de 1.200 km, encontra-se um mercado consumidor
composto por Goiânia, Brasília e outras capitais como Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Campo
Grande, Cuiabá. As vantagens logísticas, os incentivos governamentais, a qualidade de vida do
município e a crescente qualificação de sua mão-de-obra consolidaram em definitivo o DAIA como o
maior pólo industrial de Goiás.

O DAIA ganhou considerável impulso na metade da década de 80 quando o governo goiano


instituiu o Programa Fomentar de incentivos fiscais às empresas, concedidos hoje através do Programa
Produzir (que substituiu o Fomentar). Esses incentivos consolidaram a política de desenvolvimento com
o crescimento no setor industrial, tendo em Anápolis referência para os investidores nacionais e
internacionais. De sua feita o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) oferece
linha de crédito para o desenvolvimento industrial e de outros setores, nos aspectos de construção civil,
aquisição de máquinas e equipamentos, capital de giro etc. Instalado em área de 879,47 hectares, o

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41

DAIA dispõe de infra-estrutura completa, estação de tratamento de água e efluentes, rede de energia
elétrica com subestação própria, rede de telefonia, sede administrativa, condomínio tecnológico,
relatório de impacto ambiental aprovado etc. O distrito conta 86 indústrias de médio e grande porte em
funcionamento, e várias em fase de implantação. O DAIA gera 7.208* empregos diretos.

A política de medicamentos genéricos implantada no país (Lei nº 9.787 de 10/02/99), teve um


desdobramento na economia anapolina. Naquele mesmo ano foi implantado o Pólo Farmoquímico de
Goiás fortalecendo as empresas já instaladas como a Iquego. No total de empregos diretos gerados no
DAIA o Pólo Farmoquímico contribui com 55%.

Em março de 2001 foi instalado o Instituto de Gestão Tecnológica Farmacêutica (IGTF), tendo
como objetivos:
Coordenar a prestação de serviços técnicos e tecnológicos às empresas do Pólo Farmacêutico;
Promover a gestão de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica pelas
empresas do Pólo Farmacêutico;
Estimular e promover processos de transferência de tecnologia de empresa do setor;
Estimular a formação, apoiar e coordenar projetos de normatização, metrologia e certificação.
Porto Seco
Anápolis é a única cidade do Centro-Oeste licenciada pela Receita Federal para realizar
operações de exportação e importação de mercadorias por intermédio da Estação Aduaneira do Interior
(EADI) ou Porto Seco. Ativado em setembro de 1999, esse complexo aduaneiro facilita os
procedimentos de compra e venda de mercadorias e torna mais rápido, barato e eficiente essas
negociações. Situado no DAIA, conta com infra-estrutura de 109.707,97m² e ampla opção de
transporte. Está a 54 km de Goiânia, capital do Estado, e a 140 km de Brasília, capital do DF. Três
rodovias federais se interligam a Anápolis - as BR 060, 153 e 414 - formando juntamente com as
ferrovias (a Centro-Atlântica, em operação, e a Norte-Sul, em implantação), o que se denomina de
"Trevo do Brasil".

O Porto Seco promove a integração de Anápolis com importantes portos do litoral brasileiro. O
complexo se revela fundamental no aumento de competitividade das empresas. O escoamento pelo
Porto Seco de parte da produção goiana de grãos, como soja e milho, propicia ao Estado de Goiás
novos clientes externos e consolida sua posição nacional no setor agrícola. Os custos de movimentação
de carga de Anápolis até o porto de Santos são, em média, 60% mais baratos através do Porto Seco.
Assim, Anápolis, por sua posição geográfica, se consolida como a capital goiana da logística e uma das
melhores cidades do Brasil em distribuição de cargas e mercadorias.**

Plataforma Logística Multimodal de Goiás


Em função de sua posição geográfica que se constitui em rótula logística no centro do Brasil,
Anápolis está entre as oito cidades brasileiras escolhidas para sediar uma plataforma logística.
Associada ao DAIA, Porto Seco e Pólo Farmoquímico a Plataforma Logística Multimodal de Goiás se
destina a modernizar, dinamizar e organizar a distribuição de mercadorias. Esse complexo logístico está
em implantação em área de 6.967.790 m², anexa ao DAIA. A Plataforma Multimodal de Goiás
introduzirá no Brasil, o conceito de central de inteligência logística com eficiente acesso aos eixos de
transporte rodoviário, ferroviário e aéreo.

Além do tratamento das mercadorias, da armazenagem e do acolhimento do pessoal em trânsito,


a Plataforma Logística abrangerá todos os subconjuntos necessários para reduzir os custos de
*Fonte:Administração DAIA-Abril/2005
** Fonte: Porto Seco Centro-Oeste

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movimentação de carga. No mesmo espaço, em que serão integrados os modais aeroviário, ferroviário
e rodoviário estarão em operação o Centro de Transportes Terrestres, o Terminal Aéreo de Carga, o
Terminal Ferroviário de Carga e o Pólo de Serviços e Administração. Todos esses setores terão infra-
estrutura de apoio (energia, telecomunicações e saneamento) e possibilitarão:

Armazenagem e distribuição multi-temperatura;


Despachos aduaneiros e contratação de cargas;
Beneficiamento, processamento e embalagem;
Serviços financeiros e de telecomunicações;
Montagem industrial de produtos.

A Plataforma Logística Multimodal funcionará anexa ao Porto Seco, ao DAIA e ao Aeroporto


Municipal, e será um dos instrumentos que permitirão a Goiás e Anápolis prosseguirem no seu avanço
desenvolvimentista.

Base Aérea
A cidade de Anápolis foi escolhida para sediar a Base Aérea que deu origem à era bissônica na
aviação militar brasileira, na década de 70. A Base Aérea de Anápolis tem missão em todo o território
nacional, mas com área específica e imediata de ação na Capital da República.

A unidade militar implantada em Anápolis atende aos requisitos do Centro Integrado de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), com rede de meios eletrônicos e detecção capaz de
rastrear e identificar as aeronaves que sobrevoam o território brasileiro. A Base Aérea de Anápolis abriga
o complexo operacional do Sistema de Vigilância da Amazônia e Sistema de Proteção da Amazônia
(Sivam/Sipam), embora o Centro de Coordenação Geral se localize em Brasília.

A unidade da Força Aérea Brasileira em Anápolis é um importante fator de promoção da


economia local, injetando recursos importantes para o comércio devido ao número de empregos diretos
e indiretos gerados.

Logística Estruturante

Rodoviário (BR-153,BR-060 e BR- 414)

Desde a construção da BR-153, nos anos 60, a "Belém-Brasília" representou para Goiás um fator
decisivo de abertura de frentes pioneiras e de expansão da economia. Esta rodovia federal é a principal
artéria do desenvolvimento de Goiás.

Anápolis localiza-se estrategicamente no entroncamento de eixos rodoviários de importância


nacional como as BR-153, BR-060 e BR-414. Em termos regionais, a GO-330 vai a Campo Limpo de
Goiás, Ouro Verde, Petrolina de Goiás, Leopoldo de Bulhões, Silvânia e Catalão daí permitindo ligação
com as regiões Sul e Sudeste do País. A GO-222 liga Anápolis a Neropólis, Nova Veneza e Inhumas. A
BR-414 é outra rodovia federal que tem conexão com Anápolis e liga esta cidade a Corumbá de Goiás,
Cocalzinho, Niquelândia.

Anápolis constitui uma rótula da logística do Brasil no entroncamento de importantes corredores

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43

falta da malha rodoviária brasileira - a BR-153 no sentido Norte/Sul e a BR-060, no sentido Leste/Oeste.

Ferroviário

A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) compreende o trecho da estrada de ferro em operação em


Goiás. O ramal que alcança Anápolis tem origem em Senador Canedo e liga toda a região de Goiás a
Minas Gerais e São Paulo pela Fepasa. A Centro-Atlântica vai se interligar à Ferrovia Norte-Sul (FNS).

A Norte-Sul vai contemplar a construção de cerca de 2.100 km de via férrea para as regiões
Centro-Oeste e Norte do País. Conecta-se ao norte com a Estrada de Ferro Carajás e ao sul com a
Ferrovia Centro-Atlântica. Vai permitir a redução do custo do frete para longas distâncias na região,
assim como incentivar o desenvolvimento do cerrado brasileiro. O trecho goiano da Ferrovia Norte-Sul
tem extensão de 570 km, desde o Distrito Agroindustrial de Anápolis até a divisa com o Estado do
Tocantins, estando em construção 40,74 km do percurso Anápolis-Petrolina de Goiás.

Com a sua implantação a expectativa é de que Goiás obtenha os mesmos benefícios


socioeconômicos encaminhados ao Maranhão, como a geração de empregos, o desenvolvimento
sustentável e a melhoria de qualidade de vida da população.

Universidades
As diversas instituições de ensino de terceiro grau estabelecidas em Anápolis fazem da cidade
um centro de referência na área da educação superior, sobretudo diante das conquistas de natureza
tecnológica. Esse conjunto de instituições universitárias oferece mais de 50 cursos de graduação e pós-
graduação.

A história do ensino superior em Anápolis teve início com a Associação Educativa Evangélica
(AEE), hoje UniEvangélica, que instalou, respectivamente, em 1960 e em 1968, as faculdades de
Filosofia e de Direito, vindo a seguir a de Odontologia, em 1970.

Esse complexo compreende a Evangélica Colégios e Faculdades (UniEvangélica), a


Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Faculdade do Instituto Brasil (Fibra), a Fundação Universitária
do Cerrado (Funcer), a Universidade do Vale do Acaraú (UVA), a Faculdade Raízes, a Faculdade Latino-
Americana (FLA), a Faculdade Tecnológica Professor Roberto Mange (do Senai), o Seminário Teológico
Cristão Evangélico do Brasil (Seteceb), as católicas - Instituto Católico de Teologia Santo Tomás de
Aquino, Faculdade de Filosofia São Miguel Arcanjo e Institutum Sapientiae. A Diocese mantém, para
formação sacerdotal, o Mosteiro de Santa Cruz. O Seteceb leciona Teologia e mais três cursos, sendo
um na área de pós-graduação para obreiros.(tabela 08)

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Tabela 08
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Instituições de Ensino Superior de Anápolis


Faculdade de Filosofia São Miguel Arcanjo
FIBRA - Faculdade do Instituto Brasil
FLA - Faculdade Latino Americana
Faculdade Raízes
FUNCER - Fundação do Cerrado
FUNCER - Fundação Universitária do Cerrado
SENAI - Faculdade Tecnológica Professor Roberto Mange
Instituto Católico de Teologia São Tomás de Aquino
Institutum Sapientiae
SETECEB - Seminário Teológico Cristão Evangélico do Brasil
UniEVANGÉLICA
UVA – Universidade do Vale do Acaraú
UEG - Universidade Estadual de Goiás

Comunicação Social
Os veículos de comunicação escrita com circulação em Anápolis são: "O Anápolis" (fundado em
31/07/1935); "Contexto"; "Tribuna de Anápolis"; "Consenso"; "O Bairrista"; "Nossa Terra"; "Planeta
Água", "Sol Nascente". De publicação dirigida e/ou independente, enumeram-se: "Jornal da ULA"
(União Literária Anapolina), "O Universitário", "O Lojista" (Câmara de Dirigentes Lojistas), "Revista da
Acia" e "Funcer em Ação" (Fundação Universitária do Cerrado), entre outros. As revistas de mais ampla
difusão são: "Fatto", "Number One" e "Gente & Negócios".

A radiofonia é um composto de dez emissoras, sendo quatro AMs, uma OM e cinco FMs. As
emissoras AM de Anápolis são: Rádio Voz do Coração Imaculado (antiga Carajá e pertencente ao
Sistema Católico de Radiodifusão); a Manchester, captada em 590 Khz; a São Francisco, em 670 Khz e
a Rádio Imprensa, em 1.030 Khz. Em FM operam a Manchester, 93,3 Mhz; a São Francisco 96,3 Mhz; a
100-FM, em 100,3 Mhz; a Provisão, 87,9 Mhz e Rádio Fonte da Vida (antiga Tabajaras), em 103,7 (com
estúdios em Goiânia e transmissores em Anápolis). A Rádio Voz do Coração Imaculado transmite em
Ondas Curtas de 60 metros, e em 770/4.485 Khz. As rádios 100 FM, Fonte da Vida e Provisão FM são de
linha gospel.

Com alcance regional em mais de 50 cidades goianas, a TV Tocantins (inaugurada em 1980),


retransmite, via satélite, a emissão da Rede Globo. A programação local da TV Tocantins se resume a
noticiário. O sistema de televisão a cabo em Anápolis é operado pela NET. De sua feita é cada vez mais
utilizada a Internet.
Telecomunicações
A telefonia no município de Anápolis é explorada pelas empresas Brasil Telecom e GVT nas áreas
residenciais, comerciais, rurais e industriais.

A telefonia móvel atende todo o município com as operadoras Brasil Telecom, Tim, Claro e Vivo.

Os telefones públicos estão instalados de acordo com o Plano Geral de Metas de


Universalização definido pela Anatel.

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A cidade é atendida com o serviço de internet banda larga e uma gama de produtos de
comunicação de dados, imprescindíveis na atualidade para sustentar o desenvolvimento econômico e

Segmento Atacadista
Com tradição de entreposto comercial, Anápolis conta com forte seguimento atacadista e
distribuidor, principalmente na área de secos e molhados. São mais de 80 empresas que geram cerca de
3,5 mil empregos diretos e 7,5 mil empregos indiretos, incluindo os representantes comerciais
autônomos. Entre as empresas atacadistas com sede em Anápolis se destacam: Armazém Goiás, Rio
Vermelho, Megaforte, Eldorado, Real, entre outros.

2.5 Atividades Econômicas no Meio Rural


O perfil da produção agropecuária de Anápolis confirma que ela não é a especialização produtiva
do município. A produção de frutas tem alguns destaques em relação à produção do Estado de Goiás,
como a produção de pupunha (93,5%), tangerina (9,4%), banana (5,0%), limão (4,3%) e laranja (3,3%).
Estas produções são exploradas em pequenas áreas, sendo mais rentáveis que lavouras de grande
escala.

A economia rural do município vem se especializando no desenvolvimento de pequenas culturas,


especialmente de hortifrutigranjeiros, para atender ao grande mercado consumidor de municípios
circunvizinhos, através da Cearana (Central de Abastecimento Regional de Anápolis) e Ceasa (Central
de Abastecimento de Goiânia).

TABELA 9
ESTRUTURA FUNDIÁRIA DA ÁREA RURAL DE ANÁPOLIS - 2003

Quantidade
Tamanho do imóvel Área (HA) Participação
Imóveis

Pequena propriedade de 0 a 64 1.160 78,5


Média propriedade Mais de 64 a 240 263 17,8
Grande propriedade mais 240 54 3,7
Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Elaboração: SEPLAN – GO/SEPIN, 2003

TABELA 10
SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS
2003
Discriminação Número %
Proprietário 1.107 94,21
Arrendatário 41 3,49
Parceiros 7 0,59
Posseiro/ocupante 20 1,71
Total 1.175 100
Fonte: Agência Rural de Anápolis

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Como indica a tabela 11, em Anápolis a estrutura das propriedades imobiliárias rurais indica
65,13% de estabelecimentos produtores com estratos de até 50 hectares, sendo a maior parte de
pequenos agricultores.

TABELA 11
ESTABELECIMENTOS RURAIS - 2000

Número
Estratos (HA) Área(HA) %
Estabelecimentos

Menos de 1 17 14 1,44
de 1 a menos de 2 18 24 1,53
de 2 a menos de 5 85 319 7,23
De 5 a menos de 10 128 1.046 10,89
De 10 a menos de 20 186 2.969 15,83
De 20 a menos de 50 331 10.882 28,21
De 50 a menos de 100 191 13.487 16,25
De 100 a menos de 200 130 18.740 11,06
De 200 a menos de 500 72 19.914 6,12
De 500 a menos de 1000 10 6.083 0,85
De 1000 a menos de 2000 7 9.052 0,59
Total 1.175 82.530 100
Fonte: IBGE- AGÊNCIA RURAL(incluindo Município de Campo Limpo de Goiás)

As propriedades rurais de Campo Limpo de Goiás, segundo informação da Prefeitura Municipal


daquele município, é de 310. Portanto o número de propriedades no município de Anápolis é de
865,ficando a estrutura fundiária de Anápolis prejudicada.

A produção de hortifrutigranjeiros em Anápolis, encontra-se pulverizada por toda a área do


município. Pode-se, porém, destacar regiões onde há maior concentração de algumas explorações.
(tabela 12 e mapa 05)

Com referência à sua participação em relação aos demais municípios goianos, Anápolis mostra-
se competitiva. Em 2002, participou com 9,9% do volume dos produtos ofertados em relação aos 60%
do abastecimento feito pelos produtores goianos no Ceasa, seguido de Goiânia (9,5%), Goianápolis
(6,8%), Cristalina (5,9%) e Nerópolis (5,4%).(tabela 13) O auto-abastecimento de hortifrutigranjeiros em
Anápolis, em 2003, correspondeu a 59%.(tabela 14)

Principal centro de comercialização e maior mercado consumidor do Estado, Goiânia abre


excelentes perspectivas para os produtores anapolinos de hortifrutigranjeiros, principalmente de
pupunha, banana, tangerina e limão. Destaque-se a competitividade do município por localizar-se num
raio de cerca de 50 km de um mercado de mais de 1,6 milhão consumidores.

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TABELA 12
PRODUÇÃO DE HORTIGRANJEIROS EM ANÁPOLIS

Cultura/
Localidade Observações
Exploração
Em Souzânia a área é
contigua aos municípios de
Pirenópolis e Petrolina, na
região denominada Serra
Interlandia, do Mizael.
Exploração típica de
Banana
pequenos agricultores e
Souzânia, agricultura familiar, que
necessitam de apoio
oficial.
Pindobal Anápolis é um produtor de
destaque a nível estadual.
A maioria dos horticultores
Piancó / Sobradinho, são arrendatários e mudam
com freqüência o local de
Alguns cultivam mais de
uma variedade em locais
São João das Antas, distintos.

Hortaliças
Exploração típica de
Pedreira, Lagoinha pequenos agricultores e
agricultura familiar.
(Chuchu), Recanto do Sol Uso indiscriminado de
(Hidroponia) agrotóxicos.
Anápolis é um produtor de
destaque a nível estadual.
Verifica-se forte incremento
desta cultura, cuja
Joanápolis, Piancó característica é de
emprego de alta
tecnologia.
Baixa ocupação de mão
Soja
Cebrasa, São João de obra.
Uso intensivo de
Das Antas agrotóxicos.
Grandes extensões de
áreas e degradação
ambiental (desmatamento)
Laticínios e granjas (Aves/
suínos) Vários pontos do município.
O município produza mais
Produção pulverizada de 70.000 litros/dia.
Atividade empregadora de
Leite
mão de obra e explorada
em todo o município
por pequenos agricultores
e agricultura familiar.
Fonte: AGÊNCIARURAL

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TABELA 13

PARTICIPAÇÃO DOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS GOIANOS NA OFERTA DE


HORTIFRUTIGRANJEIROS PARA COMERCIALIZAÇÃO NA CEASA – GOIÂNIA - 2002

Municípios Volume(t) Participação


Anápolis 46.155,54 9,98
Goiânia 44.011,74 9,52
Goianápolis 31.571,66 6,83
Cristalina 27.280,10 5,9
Nerópolis 25.252,47 5,46
Leopoldo de Bulhões 24.254,83 5,25
Ouro Verde de Goiás 24.071,53 5,21
Inhumas 19.529,66 4,22
Bela Vista de Goiás 13.614,32 2,94
Jaraguá 12.223,77 2,64
Fonte: CEASA - GO apud SEPLAN-GO/SEPIN

TABELA 14

PARTICIPAÇÃO NO VOLUME DE HORTIFRUTIGRANJEIROS


OFERTADO NA CENTRAL DE ABASTECIMENTO DE ANÁPOLIS-2003
Municípios Participação
Anápolis 59%
Goianos 23%
Outros Estados 18%
Fonte:Secretaria da Agricultura
e Abastecimento de Anápolis
2.6 Emprego e Desemprego
Os dados estatísticos concernentes ao número de empregados admitidos e demitidos no
município de Anápolis, de 2000 a 2004, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), abrangem tão somente o mercado formal ou seja, os empregados dos setores público e
privado que têm vínculo devidamente legalizado e informado ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Esses dados correspondem a janeiro/dezembro dos referidos anos e apontam movimentação de
admissões com participação da cidade em relação ao Estado, de 7,35%. Houve decréscimo a partir dos
anos seguintes, chegando a 2004 com uma participação de 5,65%, comprovando queda na oferta de
empregos em Anápolis.

A mesma análise pode ser observada no desligamento (demissões) nesses anos: em 2000, o
índice foi de 6,44% e em 2004, o índice foi de 5,55%. Em 2001 notou-se equiparação entre o número de
admitidos em relação aos desligados. Em 2003 o decréscimo foi maior.(tabela 15)

Apesar das informações sobre o emprego em Anápolis darem conta de que a população
economicamente ativa do município era, em 1992, de 91.655 pessoas, (tabela 16), houve acréscimo de
16,93% no ano de 2002, com 110.326 pessoas.

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49

TABELA 15

MOVIMENTAÇÃO DOS EMPREGADOS E DESEMPREGADOS


MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS – 2000/2004

Movimentação 2000 2001 2002 2003 2004

Qtd % UF Qtd % UF Qtd % UF Qtd % UF Qtd % UF


Admissões 19.257 7,35 265.797 19.970 6,8 292.087 18.281 6,12 298.605 17.946 5,96 301.347 19.586 5,65 346.598
Desligamentos 15.709 6,44 243.807 19.436 7,2 270.706 16.997 6,08 279.342 17.321 6,17 280.568 17.166 5,55 309.345
Var. Absoluta 3.818 21.990 534 21,38 1.284 19,23 625 20.779 2.42 37.253
Var. Relativa 11,53 4,83 1,44 4,27 3,41 3,8 1,61 3,73 5,98 6.3
Fonte: CAGED-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Ministério do Trabalho e Emprego - Delegacia Regional
do Trabalho em Goiás – Subdelegacia do Trabalho de Anápolis

TABELA 16
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA
POPULAÇÃO RESIDENTE DE 10 ANOS OU MAIS,
SEGUNDO A CONDIÇÃO E O SETOR DE ATIVIDADE
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA
Setor
Anos Terciário Total
Primário Secundário
Comércio Serviços
1992 7.533 26.058 13.651 44.413 91.655
1993 7.730 26.738 14.007 45.573 94.048
1994 7.931 27.435 14.373 46.763 96.502
1995 7.942 27.470 14.391 46.823 96.626
1996 8.127 28.113 14.729 47.920 98.889
1997 8.323 28.791 15.083 49.074 101.271
1998 8.490 29.369 15.385 50.058 103.302
1999 8.655 29.937 15.684 51.025 105.301
2000* 8.825 30.524 15.991 52.025 107.365
2001 8.993 31.107 16.296 53.020 109.416
2002 9.138 31.609 16.559 53.020 110.326
2003 9.284 32.113 16.823 54.734 112.954
2004 - - - - -
FONTE: IBGE e Setor de Pesquisas/SEMPGAF – PMA (estimativas)
Anos em que ocorreram censos, partindo daí as estimativas

2.7 Aspectos de Competitividades


Estudo elaborado pela Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (Sepin) da
Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento (Seplan), publicado pela revista Economia e
Desenvolvimento (ano IV nº 11 - abril, junho - 2003), selecionou os municípios goianos com população
superior a 15 mil habitantes, excluindo Goiânia em virtude de sua importância e atipicidade.
.

A metodologia aplicada foi desenvolvida pela Seplan de modo que o ranking representasse com

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50

novos investimentos, identificar pólos dinâmicos capazes de nortear políticas públicas de


desenvolvimento e apontar as principais características dessas localidades.

Nos estudos ilustrados na tabela 17, Anápolis se apresenta em 1º lugar no ranking dos
municípios goianos, excluindo Goiânia, com os maiores indicadores de Produto Interno Bruto (PIB),
receita municipal e massa salarial do emprego formal.

Sua infra-estrutura econômica é considerável, mencionando-se entre outros equipamentos, o


aeroporto. O seu distrito industrial, o DAIA, o mais consolidado em funcionamento em Goiás, abriga
dezenas de fabricantes de componentes para o setor automotivo, roupas, embalagens, alimentos,
material de construção e outros produtos. O DAIA abriga o Pólo Farmoquímico, composto por cerca de
20 laboratórios e mais 14 indústrias em fase de instalação - outra força econômica do município.
Destaque para a infra-estrutura tecnológica pelo número de instituições de ensino superior, incluindo a
sede da Universidade Estadual de Goiás (UEG), de pesquisadores do Estado e de trabalhadores em

TABELA 17
OS DEZ MUNICÍPIOS MAIS DINÂMICOS EM GOIÁS
jun/03

financeiros/tributár
estratégica/logístic
Qualidade de vida

Média ponderada
Infra-Estrutura

Infra-estrutura
Tecnológica
Econômica

Mão-de-obra

Localização
Dinamismo

Econômica
Municípios

Incentivos
Riqueza
Ordem

ios
a
1 Anápolis 19,56 97,04 86,47 72,07 22,9 65,36 47,85 22,87 56,82
2 Rio Verde 40,69 54,09 82 69,88 22,65 52,44 32,78 20,64 51,98
3 Catalão 48,64 33,97 59,68 69,28 21,84 22,5 46,84 5,78 44,65
4 Aparecida de Goiânia 44,59 71,35 72,65 55,32 14,46 3,24 37,95 2,75 43,36
5 Itumbiara 26,21 39,34 64,75 73,24 22,96 12,82 30,75 9,1 38,17
6 Senador Canedo 56,45 21,39 56,23 54,03 11,28 0,1 44,05 1,38 37,67
7 Luziânia 31,06 36,91 62,52 52,21 13,3 13,09 43,56 1,29 35,63
8 Jataí 17,56 32,78 58,72 70,45 21,97 16,73 31,03 2,16 33,62
9 Caldas Novas 26,27 16,96 48,94 65,27 15,17 3,16 30,71 1,1 29,23
10 Morrinhos 15,13 11,1 47,33 64,02 14,83 10,31 30,63 2,52 26,37
Fonte:SEPLAN

A localização estratégica e a logística são outros referenciais. A cidade está localizada entre
Brasília e Goiânia, no centro de um eixo de desenvolvimento econômico que é o terceiro do País em
potencial de consumo e com grandes oportunidades para investimentos. A Estação Aduaneira do
Interior (Eadi ou Porto Seco Centro-Oeste) que funciona no DAIA é dotada de estrutura para operações
de importação/exportação de produtos e mercadorias.

O município é o maior beneficiado com incentivos fiscais dos programas Fomentar/Produzir do


Governo de Goiás, que servem como atrativos para a instalação de empresas e expansão dos
empreendimentos instalados no DAIA. No período 2000/2002 foram investidos em Anápolis, por meio
dos dois programas acima referido, recursos de R$ 1,6 bilhão.

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51

Anápolis se apresenta no estudo da Seplan como o município mais rico do Estado. Entretanto,a
cidade tem perdido em dinamismo (12º), na mão-de-obra (3º) e na qualidade de vida (2º).

Mesmo no entroncamento de eixos rodoviários de importância regional e nacional, devido à


globalização e à elevação do custo do petróleo, a menor distância de Anápolis em relação ao ponto de
exportação mais próximo (cerca de 1.200 km), torna-se fator não competitivo para o modal rodoviário. A
necessidade de uma opção modal mais econômica e competitiva como a ferrovia é decisiva, assim
como o aeroporto de cargas a ser inserido na Plataforma Logística Multimodal. Com a implantação da
Ferrovia Norte-Sul e com a Plataforma Logística esse posicionamento estratégico pode ser otimizado. A
logística é condicionante para uma empresa decidir onde fazer novos investimentos.

A indústria vem perdendo competitividade devido à reestruturação da economia global, baixa


capacidade operacional do governo municipal e das empresas em se articularem para tornar as
vantagens comparativas de Anápolis em pontos competitivos. Outro vetor importante é o comércio, que
reclama de melhor organização urbana.

Mesmo com a dinamicidade da economia não há repercussão no desenvolvimento social. Isso se


deve ao baixo rendimento da maioria da população. A análise da tabela 18 demonstra que 58,32% da
população ganha até três salários mínimos.

Como conseqüências desse modelo econômico há impactos negativos resultando na

TABELA 18
RENDIMENTO DA POPULAÇÃO POR NÚMERO DE PESSOAS
EM SALÁRIO MÍNIMO 1996-2003

Rendimento (SM) Total de pessoas

Médio Mensal 1996* 1997* 1998* 1999* 2000 2001 2002 2003
Até ¼ 765 788 804 819 459 468 476 484
de 1/4 até ½ 16.492 16.879 17.218 17.550 9.862 10.051 10.213 10.376
de 1/2 até ¾ 36.831 37.720 38.474 39.221 22.051 22.473 22.836 23.200
de 3/4 até 1 18.938 19.402 19.790 20.174 11.344 11.561 11.748 11.935
de 1 até 1 ¼ 23.503 24.070 24.551 25.028 13.860 14.125 14.353 14.582
de 1 ¼ até 1 1/2 20.801 21.269 21.694 22.115 12.241 12.475 12.676 12.878
de 1 ½ até 2 27.001 27.652 28.205 28.752 15.923 16.227 16.489 16.752
de 2 até 3 36.302 37.177 37.921 38.656 18.489 18.843 19.147 19.452
de 3 até 5 27.133 27.787 28.342 28.893 17.930 18.273 18.568 18.864
de 5 até 10 26.606 26.838 27.375 27.906 14.125 14.395 14.627 14.860
de 10 até 15 8.002 8.222 8.386 8.549 4.420 4.505 4.578 4.651
de 15 até 20 2.968 3.012 3.072 3.132 1.619 1.649 1.676 1.703
acima de 20 5.644 5.780 5.896 6.010 3.267 3.329 3.382 3.436
Sem rendimento 14.150 14.491 14.781 15.068 88.898 90.598 92.060 93.528
Fonte: IBGE e DPSE -PMA
* Dados estimados a partir do censo de 1991 e resultado preliminar do censo de 1996.
2000 - Dados censitários – população economicamente ativa de 10 anos ou mais de idade, com distrito administrativos e Campo Limpo de Goiás.
2002 - Dados estimados a partir do censo de 2000.

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3. DIMENSÃO GEOAMBIENTAL
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61

A Dimensão GeoAmbiental destaca os aspectos que afetam ou influenciam diretamente a


dinâmica dos ecossistemas e a conservação dos recursos naturais para as gerações futuras.

O diagnóstico visa a análise e caracterização dos componentes físicos e bióticos, abordando sua
conservação e relação integrada com a infra-estrutura, a sócio-economia e os aspectos urbanísticos do
município.

3.1 Clima
O clima da região é o tropical úmido, caracterizado por duas estações bem definidas: a seca
(maio a setembro), e a úmida (outubro a abril). Durante a estação seca a precipitação média fica abaixo
de 10 mm mensais e, durante a úmida, acima de 250 mm. A média anual é de 1.300 mm, concentrando-
se de dezembro a março.

A temperatura média anual é de 23ºC, variando entre as médias de 18ºC no inverno e 30ºC no
verão.

Em Goiás, segundo dados registrados entre 1998/2001, quando comparados aos de 1961/1990,
houve diminuição das chuvas, com menos dias totais no decorrer do ano, ocorrendo precipitações mais
fortes e concentradas.

3.2 Recursos Hídricos


A bacia hidrográfica é o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e
subafluentes. Segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97), bacia hidrográfica é a
unidade territorial de gestão ambiental e dos recursos hídricos, porque como espaço geográfico, integra
a maior parte das relações de causa e efeito consideradas na gestão deste recurso, entre elas as que
dizem respeito à contaminação devido a atividades antrópicas. A água flui através das redes de
drenagem da bacia, carreando nutrientes da chuva e do solo pelos cursos d'água à jusante do rio.
Eventuais atividades degradantes com origem à montante do rio, afetam a qualidade e a quantidade de
água, independente do fato dos usuários à jusante tomarem cuidados necessários contra a degradação.
(figura 01)

Figura 01 - Esquema da conformação topográfica de uma


bacia hidrográfica hipotética
Fonte: Agência Nacional de Águas - ANA

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62

O município situa-se no divisor das bacias do Amazonas e do Paraná. É drenado pelos afluentes
das sub-bacias dos rios Tocantins, ao norte, e Paranaíba, ao sul. Devido sua localização, os cursos
d'água de Anápolis são, na maioria, de pequeno porte, com extensões variando entre 1.240 m a 27.680
m . Daí a necessidade de captação de água a distâncias consideráveis para abastecer a cidade.

Sede das nascentes de cinco microbacias hidrográficas, a sub-bacia do Rio Padre Souza é a
única que é drenada para o Rio Tocantins, desaguando primeiramente no Rio das Almas. As demais
sub-bacias formam a Bacia do Rio Corumbá, todos afluentes do Rio Paranaíba, exceto a do Rio João
Leite que deságua antes no Rio Meia Ponte (mapa 06).

Microbacia do Rio das Antas

Com extensão de 27.680 metros tem a maior representatividade areal do município. (foto 01)
Desenvolve-se de sudoeste a nordeste e percorre grandes extensões urbanas, sendo receptor dos
esgotos tratados da cidade e do DAIA.

Seus principais afluentes pela margem direita são os córregos Góis, Água Fria, São Silvestre, da
Formiga, Bebedouro e o Rio da Extrema e seus tributários; pela margem esquerda os córregos dos
Cezários, Reboleiras, Barreiro, da Grama, Pires e Palmital.

Foto 01 - Rio das Antas na junção com o Córrego Água Fria


Fonte: SEMMARH - Anápolis

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Microbacia do Ribeirão Piancó

Com 5.300 metros de extensão, este corpo hídrico está no extremo norte/noroeste de Anápolis,
sendo o manancial que abastece a cidade (foto 02).

A expansão urbana e rural, e a crescente atividade agrícola utilizando a irrigação fazem com que
esta microbacia sofra degradação acelerada, interferindo negativamente na quantidade e na qualidade
de suas águas, gerando conflitos de usos dos recursos hídricos.

Seus principais afluentes são os córregos Estiva, Bom Jardim e Sobradinho.

Foto 02- Ribeirão Piancó com ausência da mata ciliar nativa.


Fonte: SEMMARH - Anápolis

Microbacia do Rio Caldas

Localizado no extremo sul de Anápolis é o manancial de abastecimento do DAIA e de parte da


cidade de Anápolis, tendo como principais afluentes, no município, os Córregos Retiro e Barreiro.

Microbacia do Rio Padre Souza

Localizado no noroeste da cidade são seus principais afluentes os córregos Brejo Grande e
Traíras.

Microbacia do Rio João Leite


Com uma extensão em torno de 3.750 metros no município, este corpo hídrico localiza-se no
leste de Anápolis, sendo o manancial que abastece a cidade de Goiânia (foto 03).

Seus principais afluentes são os córregos Jenipapo, Lagoinha, Catingueiro , Intendência,


Palmito, Sapato Arcado, Poções, das Pedras, Posse, e o Ribeirão Jurubatuba e seus tributários.

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Foto 03 - Rio João Leite na região leste do município de Anápolis.


Fonte: SEMMARH - Anápolis

Águas Subterrâneas

Segundo dados do estudo ambiental realizado para o DAIA, nesta região de "terras altas", o
volume das águas subterrâneas depende diretamente da infiltração das águas meteóricas que
alimentam o lençol freático e as cabeceiras das pequenas drenagens. O município registra nos últimos
anos um constante rebaixamento deste lençol freático e maior taxa de evaporação em relação à
precipitação pluviométrica, modificando o clima e quebrando o ciclo hidrológico.

3.3 Relevo

O relevo de Anápolis caracteriza-se em sua maioria por apresentar uma superfície suavemente
ondulada, com cotas que variam de 800 m a 1.160 m, onde se destacam alguns morros com cotas
superiores a 1.100 m. Nos divisores das bacias hidrográficas, aparecem chapadões de topos planos
com altitude média de 1.080 m, em cujas encostas se originam várias nascentes (mapa 07).

Na bacia drenada pelo Rio João Leite, são encontradas as terras mais baixas, com cotas
variando de 800 m no Distrito de Goialândia a 1.000 m na borda oeste da cidade, onde se localizam as
nascentes formadoras do Ribeirão Jurubatuba, afluente da margem esquerda do Rio João Leite.

O mapa de declividade (mapa 08) classifica as fases do relevo em:

plano a suavemente ondulado: suaves, até 10%, englobando 79% das terras do município;
ondulado: superfícies com declives entre 10 e 20%, perfazendo 18% da área municipal;
fortemente ondulado: de topografia movimentada, com declives superiores a 20%, somando
cerca de 3% das terras

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65

3.4 Geologia e Recursos Minerais


A geologia da região de Anápolis é representada, principalmente, pelas rochas cristalinas
(gnaisses, xistos, e micaxistos) do complexo granulítico Anápolis-Itauçu, seqüência metavulcano-
sedimentar de Silvânia, grupo Araxá e por materiais de origem sedimentar mais superficiais, como
coberturas detrítico-lateríticas e depósitos aluvionares, restritos às calhas das drenagens de maior porte
(mapa 09).

As rochas cristalinas mais antigas se distribuem na área segundo uma faixa alongada de direção
preferencial NW-SE, com maior representatividade areal na porção sul/sudeste, sendo recobertas
indistintamente por uma cobertura quase plana, formada por solos semiconsolidados, mal classificados
e espessura superior a 10 m. Superficialmente possuem composição areno-argilosa, coloração
amarelada a avermelhada, intercalados por materiais ferruginosos (lateritas) e argilosos, mais
espessos, de cor avermelhada, e, por último, rochas alteradas de cores mais claras.

Os sedimentos da cobertura detrito-laterítica apresentam ampla distribuição, ao longo da rodovia


GO-330, formando extensa superfície, quase plana, com altitude próxima de 1.000 m, atualmente em
processo de dissecação marginal pela erosão. A esta cobertura sedimentar se correlacionam
importantes fontes de água potável de origem meteórica, como as exploradas comercialmente pelas
empresas Água Cristalina, Indaiá, Acqua Lia e Dona Nina. Nestes chapadões, nas proximidades de Vila
São Vicente, são explorados os depósitos de cascalho em níveis mais detrítico-lateríticos da cobertura.

Os depósitos aluvionares são representados em geral por sedimentos arenosos, síltico-


argilosos, às vezes níveis de cascalho, restritos principalmente às calhas das drenagens de porte
médio, como o Ribeirão das Antas, mais próximo ao perímetro urbano, onde se retira basicamente areia
para a construção civil.

A exploração de argila para a fabricação de tijolos, a oeste da cidade, sentido Anápolis-Campo


Limpo (foto 04), está associada às rochas metabásicas, fontes desta matéria-prima.

Os granulitos, amplamente distribuídos no município, caracterizam potencial econômico como


materiais de construção, incluindo brita, pedra natural, caulim e argila.

Foto 04 - Cerâmica para fabricação de tijolos no sentido


Anápolis - Campo Limpo.
Fonte: SEMMARH - Anápolis

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75
3.5 Solos
As principais unidades de solo que ocorrem no município de Anápolis podem ser classificadas em
cambissolos e latossolos (mapa 10).

Os cambissolos são pouco profundos ou rasos, geralmente encontrados em relevo ondulado a


forte ondulado. São sujeitos a grande susceptibilidade a processos erosivos, independente do tipo de
cobertura vegetal ou uso do solo, acentuando-se, porém, quando o uso da terra é inadequado. Em
Anápolis se destacam nas bacias dos rios João Leite e Padre Souza, em regiões com relevo fortemente
ondulado, sendo de alta susceptibilidade erosiva, recobrindo cerca de 11% da área municipal. A aptidão
agrícola destes solos é de regular a restrita para pastagens plantadas, sendo recomendado ao
extrativismo vegetal ou para preservação ambiental.

Os latossolos são profundos, bem drenados, bastante porosos, com avançado estágio de
intemperismo e processo intensivo de lixiviação, o que resulta numa baixa reserva de elementos
nutritivos às plantas. São solos pouco susceptíveis aos processos erosivos, geralmente encontrados
em relevo plano a suavemente ondulado. Na área do município predominam o latossolo vermelho
distrófico e o latossolo vermelho-amarelo distrófico, ocupando 89% das terras. Sua utilização agrícola
racional exigirá a aplicação de práticas de adubação e calagem.

Os diversos locais com processos erosivos em sulcos (voçorocas), desenvolvidos em solos desta
natureza, geralmente nos locais mais ondulados, onde, além das condições topográficas, o uso
inadequado do solo permitiu o aparecimento dos processos erosivos, provocados, principalmente, por
fluxo concentrado de águas pluviais (entorno da área urbana) e por manejo inadequado de áreas com
pastagem (mapa 11). As áreas caracterizadas como de alta susceptibilidade erosiva exibem
naturalmente este potencial à erosão, devido ao tipo de solo e relevo ondulado. Analisando-se o tipo de
ocupação, estes fatores podem acentuar os processos erosivos, principalmente quando a cobertura
vegetal é removida ou quando a destinação é para fins urbanos (foto 05), neste caso exigindo altos
investimentos em infra-estrutura.

Foto 05 - Erosão localizada no Bairro Pólo Centro.


Fonte: SEMMARH - Anápolis

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81

3.6 Uso e Ocupação do Solo


A ocupação do solo urbano de Anápolis a partir de sua formação se deu por adensamento
espontâneo, em torno de uma área central, onde se estabeleceram residências, serviços e comércio, e
os grandes atacadistas. Os loteamentos circunvizinhos, que surgiram posteriormente, formam junto
com este centro, uma área de ocupação consolidada, predominantemente residencial, com mais de
70% dos lotes ocupados. As densidades nestes setores variam de 50 a 100 habitantes por hectare.

No município a grande maioria das áreas de preservação permanente não está sendo respeitada
(foto 06). Segundo a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, do Código Florestal Brasileiro, alterada
pela lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, em seu artigo 2º e, a Lei Estadual nº 12.596, de 14 de março de
1995, que institui a Política Florestal do Estado de Goiás, em seus artigos 5º e 6º, são consideradas
áreas de preservação permanente: "As florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao
longo dos rios ou de qualquer curso d'água, desde o seu nível mais alto em faixa marginal, sendo a
largura mínima de 30 m para os cursos d'água que tenham menos de 10 m de largura; de 50 m para os
cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura ; nas nascentes, ainda que intermitentes e nos
chamados "olhos d'água", qualquer que seja sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m de
largura ; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais, em faixa marginal, com
largura mínima de 30 m para os que estejam situados em áreas urbanas e, 100 m para os que estejam
em área rural, exceto os corpos d'água com até 20 ha de superfície, cuja faixa marginal seja de 50
metros.”

Ainda de acordo com a Lei Florestal do Estado de Goiás, todas as propriedades rurais devem
preservar 20% das terras com cobertura florestal (reserva legal), cuja recomposição foi tornada
obrigatória pelo Art. 99 da Lei 8.171/91.

Foto 06 - Desrespeito às áreas de preservação permanente no


Córrego Catingueiro.
Fonte: SEMMARH - Anápolis

Na Zona Rural a maior ocupação do solo se dá com as pastagens destinadas à pecuária de leite,
desenvolvidas em pequenas propriedades (foto 07). Também é significativa a produção de hortaliças
(foto 08), sendo que grande parte visa suprir os mercados de Brasília, Goiânia e Anápolis. Além das
hortaliças existe também uma boa produção de bananas, frutas cítricas, mandioca, soja, milho, feijão e
arroz. Sendo que os três últimos se caracterizam apenas como cultivos de subsistência.

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Foto 07 - Pastagem para criação de gado às margens do


Córrego Jurubatuba.
Fonte: SEMMARH - Anápolis

Foto 08 - Produção de hortaliças às margens do Ribeirão Piancó.


Fonte: SEMMARH - Anápolis

Na área da bacia do Rio das Antas a maioria das terras é de uso agrícola. Na bacia do Ribeirão
Piancó, além da agricultura, a pecuária está bastante desenvolvida. Nas bacias dos rio Padre Souza e
João Leite, destacam-se pastagens e maior preservação das formas vegetais nativas por se tratar de
superfícies acidentadas, dificultando em parte o avanço do desmatamento. Porém, esta prática pode
ser observada em todas as regiões, onde as faixas de preservação permanente foram flagrantemente
desrespeitadas pela remoção da cobertura vegetal ao longo dos cursos d'água e também em suas
nascentes (foto 09), deixando estas terras propícias a processos erosivos (foto 10) e deteriorando o
caráter de perenidade das drenagens.

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83

Foto 09 - Nascente do Córrego Água Fria com ausência da


cobertura vegetal nativa.
Fonte: SEMMARH - Anápolis

Foto 10 - Erosão provocada pela retirada da cobertura vegetal


atingindo o lençol freático.
Fonte: SEMMARH - Anápolis

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4. SÓCIO - CULTURAL
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População e Demografia
A forte predominância da população residente na sede do município de Anápolis resulta na
elevadíssima taxa de urbanização: 98,7%, com somente 1,3% morando na zona rural. A área urbana é
constituída por 292.841 habitantes no núcleo-sede e mais 5.314 habitantes nos distritos de Goialândia,
Interlândia, Joanápolis e Souzânia. Entretanto, registra-se acentuada queda no número de moradores
destes distritos. (tabela 19)

A taxa de crescimento populacional de Anápolis evidencia processo de urbanização reforçado


por perdas no contingente da população rural. Em 1990, a população rural do município, que era de
11.751 habitantes, reduziu-se para 5.314, em 2003, com perda líquida de 6.437 moradores do campo, o
equivalente a um decréscimo de 54,78% da população campesina em apenas 12 anos.

O quadro demográfico atual do município reflete os fenômenos ocorridos a partir da década de 70


em quase todo o País. O intenso esvaziamento da área rural, à época, deu lugar a um crescimento
urbano que se estendeu pelas décadas de 80 e 90. Em Anápolis esse processo culminou em 1999,
conforme estimativas do IBGE. Alia-se à evasão rural, as elevadas taxas de crescimento da população,
superiores às verificadas no Estado.

O aumento do número de moradores na cidade significa crescente demanda por emprego (com
elevação do índice de trabalho informal), assim como por serviços e equipamentos urbanos (segurança,
saneamento, eletrificação, hospitais, habitação, educação). A evasão campo-cidade é um fenômeno
que tem interface com causas associadas à modernização das economias brasileira e goiana. Sua
origem remonta aos anos 60, quando o Brasil e especialmente Goiás, passaram por um processo de
urbanização que levou inchaço populacional às médias e grandes cidades. Isso explica a crescente
demanda por serviços coletivos, inversamente proporcional à capacidade do poder público em atendê-
la, motivando desigualdades sociais e regionais.

O fato de Anápolis ter a segunda maior economia dos municípios de Goiás, destacar-se como
pólo de indústria, comércio, mercado de trabalho e de centro de ensino universitário concorre para o
fenômeno da urbanização.

A população estimada em 2005, segundo dado do IBGE (01/07/2005), é de 313.412 habitantes.

A posição geográfica estratégica do Município e seu desenvolvimento econômico em décadas


passadas, foram atrativos à migração. Em 1970, a população migrante em Anápolis representava mais
de um terço. A mesma proporção se verificou em 1980.

O fluxo migratório que se destinou à região teve origem, principalmente, em municípios do Estado
de Goiás; os migrantes de outros Estados da Federação originaram-se, em sua maioria, de Minas
Gerais e São Paulo.

No período 1990/1996 houve decréscimo da taxa de crescimento da população, resultando


valores inferiores ao do Estado. Essa é uma tendência verificada para o País como um todo, muito em
função da queda da fecundidade e da desaceleração da mobilidade social. Coincide também com o
desaquecimento econômico em Anápolis, devido em parte, à crise generalizada pela qual o País vem
passando e em parte pela total ausência de investimento no município pelos governos passados. Assim,
Anápolis passou da posição de segundo maior município em população do Estado para terceiro lugar.

A pirâmide etária de Anápolis do ano de 2000 constata que a percentagem da população jovem
de 0 a 4 anos e de 5 a 9, que não se enquadra na População Economicamente Ativa (PEA),

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juntas, somam percentual aproximado ao das demais faixas etárias, o que não altera a demanda por
serviços públicos. Mas, a elevação demográfica ocorrida na década de 80, sugere aumento da demanda
por tais serviços.(tabela 20)

Quanto à faixa etária, constata-se em Anápolis a predominância de jovens: metade da população


tem menos de 30 anos. Isso implica na necessidade de maior demanda por inserção no mercado de
trabalho, educação, lazer, transporte e outros benefícios sociais.(tabela 20 e o gráfico 01)

A renda familiar da população de Anápolis registrada no censo de 1991, apresentou percentual


de 68,16% para os chefes de família que ganham de 0 a 3 salários mínimos e de 5,33% para os sem
rendimento, o que revela que a maioria da população se encontra no quadro de pobreza.

Dados mais atualizados indicam percentuais similares aos de 1991, com a seguinte renda média
mensal dos chefes de família: 40,60% ganham de 1 a 3 salários mínimos (salário mínimo de R$ 151,00
em 2000). Esse valor, somado ao percentual dos chefes de domicílio que não têm nenhum rendimento e
os que ganham até um salário mínimo, chega a 73,47%. Em oposição a esse percentual, 6,25% ganham
mais que 10 salários mínimos, o que indica uma distribuição de renda desigual como a apresentada pelo
quadro nacional.

Comparada as tabelas 21 e 22, o total dos chefes de domicílio aumentou de 68.516 para 77.759,
entretanto não houve alteração significativa no percentual de sua renda.

TABELA 19
POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO O MUNICÍPIO E OS DISTRITOS
1990-03
(1 )
Popula çã o re side nte
Município
Ano Sede
Distritos
Tota l
Tota l
Tota l Goia lâ ndia Inte rlâ ndia Joa ná polis Souzâ nia

1990 258.654 246.903 11.751 1.512 2.119 1.061 2.984


1991(2) 239.378 228.605 10.773 1.386 1.943 971 2.736
1992 245.625 234.571 11.054 1.422 1.962 1.029 2.807
1993 249.459 240.695 11.328 1.457 2.043 1.022 2.877
1994 254.044 242.507 11.537 1.484 2.081 1.040 2.930
1995 258.947 247.188 11.759 1.513 2.121 1.061 2.986
1996 * 264.975 255.636 9.339 1.222 1.689 882 1.608
1997 271.358 261.794 9.564 1.251 1.730 903 1.647
1998 276.802 267.114 9.688 1.384 1.661 830 1.661
1999 282.197 272.320 9.877 1.411 1.693 847 1.693
2000 * 283.395 278.344 5.051 987 1.598 843 1.623
2001 288.814 283.666 5.148 1.006 1.629 859 1.654
2002 293.475 288.244 5.231 1.022 1.655 873 1.681
2003 298.155 292.841 5.314 1.038 1.681 887 1.708
FONTE: Ce nso De m ográ fico - 1991, 1996 e 2000 – IBGE

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Tabela 20
Tabela 20 - População Residente - 2000

População residente – 2000


A
N Total Grupos de idade - anos
Á 0a4 5a9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 ou +
P
O 26.355 26.327 56.311 53.052 40.051 33.583 20.404 21.312
L 283.395
I
S 9,3 9,29 19,87 18,72 16,25 11,85 7,2 7,52

Obs. - Dados populacionais oficiais disponibilizados pelo IBGE. Essa tabela não foi atualizada
com os novos dados, após a emancipação de Rodrigues Nascimento(Campo Limpo de Goiás).
FONTE: Censo IBGE

GRÁFICO 01
Faixa Etária (em anos)

Percentual da População

FONTE: Censo Demográfico, Estimativa da População e Município de Anápolis -


IBGE e Setor de Pesquisas/SEMPGAF - PMA

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TABELA 21
RENDIMENTO MENSAL DO CHEFE DO DOMICÍLIO
EM SALÁRIOS MÍNIMOS ( CENSO DE 1991)

Renda mensal do
Total %
chefe de família

Até um salário mínimo 18.88 27,55


1 a 3 SM 27.831 40,61
3 a 5 SM 7.01 10,23
5 a 10 SM 6.77 9,88
Acima de 10 SM 4.28 6,25
Sem rendimento 3.65 5,33
Sem informação 63 0,09
Total 68.516 100
Fonte: IBGE

TABELA 22
RENDIMENTO MENSAL DO CHEFE DO DOMICÍLIO
EM SALÁRIOS MÍNIMOS ( 1996)

Re nda m e nsa l do
Tota l %
che fe de fa m ília

Até um salário mínimo 21.430 27,55


1 a 3 SM 31.577 40,6
3 a 5 SM 7.962 10,23
5 a 10 SM 7.690 9,88
Acima de 10 SM 4.867 6,25
Sem rendimento 4.144 5,32
Sem informação 89 0,11
Tota l 77.759 100
Fonte: IBGE

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LEITURA DA CIDADE
5. PRODUÇÃO DA CIDADE
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95

Como produção da cidade quer se afirmar que cotidianamente novos edifícios são construídos,
ruas são abertas, infra-estruturas são implantadas e loteamentos são aprovados e abertos para
consumo da população, ou seja, é a forma de urbanização para construção de espaços de usufruto da
coletividade.

Na análise do processo do desenvolvimento econômico e da urbanização de Anápolis


considerou-se a importância dos antecedentes históricos da região, especialmente referenciada pelas
características do desenvolvimento industrial do Estado de Goiás. Anápolis foi o pólo motor da
industrialização do Estado. Este processo exigia um segmento urbano com serviços de apoio público e
privado diferenciados, dando origem a uma cidade vocacionada para transformação de distribuição de
produtos primários, alterando, paulatinamente, os limites e as diferenças entre o que é atividade
agrícola e o que é atividade urbana.

Esta última foi consolidada a partir da implantação do DAIA em 1974. Como em outras cidades, a
expansão física está sempre atrelada ao desenvolvimento econômico e social. Em Anápolis não foi
diferente. A partir dos anos 60, a forte atração da população regional e o interesse dos empreendedores
locais foram os motivos para se expandir as cidades ou de abrir ruas e avenidas e construir novos
prédios.

No início da década de 50, a sede do município de Anápolis tinha 18.350 habitantes. Eles
ocupavam uma superfície de 317,6ha com uma densidade bruta de 57,8 hab/ ha. Densidade que refletia
o padrão de ocupação urbana no formato de casas unifamiliares em lotes urbanos de dimensões
médias de 480m².

Até a década de 50, aquela tipologia de ocupação urbana era típica de província daquele tempo
com boa qualidade de vida. Era uma cidade compacta, sem descontinuidade da mancha urbana,
embora com baixa densidade. O tecido urbano era adequado para implantação de equipamentos
públicos e infra - estrutura urbana.

A ruptura da contigüidade da mancha urbana iniciou no meado da década de 50, quando foi
adicionada à superfície loteada 1807ha à existente. Enquanto o crescimento demográfico naquela
época foi de apenas de 32.103 hab ou seja a população multiplicou-se por 1,7, a superfície loteada
cresceu 5,7 vezes. A densidade bruta caiu vertiginosamente de 57,8 hab/ha para 23,74 hab/ha. Este
fato caracteriza o início do espraiamento da cidade e conseqüentemente impossibilitando ao governo
municipal acompanhar, com a produção das infra - estruturas urbanas e dos equipamentos públicos, o
crescimento da superfície loteada (mapa 12).

No final da década de 60, o governo municipal, preocupado com a desorganização do seu tecido
urbano, elaborou seu primeiro Plano Diretor. Naquela época foi aprovada a Lei Municipal nº160/69, que
estabelecia requisitos para divisão e expansão da área urbana, parcelamento e ocupação do solo,
mediante o zoneamento da cidade, levando-se em consideração a ocupação urbana existente.

Esse procedimento institucional não reverteu o processo negativo da relação entre crescimento
populacional e a expansão da superfície loteada em termos de densidade de ocupação. Entre os anos
1960 e 1980, a densidade urbana pouco aumentou de 23,74 hab/ha para 36,2hab/ha, ainda muito baixa
para os padrões relativos aos custos de urbanização. Essa densidade de ocupação habitacional reflete
o processo da fragmentação do tecido urbano de Anápolis com a criação sistemática de vazios urbanos
situados entre os diversos loteamentos aprovados longe da malha urbana consolidada (mapas 13 e 14).

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96

A implantação do Plano Diretor Integrado de Anápolis/69 - P.D.I.A./69 foi dificultado pela


ausência de um órgão específico para sua gestão e pela complacência dos governos municipais com os
empreendedores imobiliários, iniciando assim a formação da periferia urbana, com características de
urbanização desigual, cujos impactos negativos do crescimento espraiado não foram avaliados pelos
governos municipais. O mérito daquele plano está na consolidação do semi/anel viário de contorno
leste ao tecido urbano.

Na década de 80, a Prefeitura Municipal de Anápolis realizou levantamentos sobre a estrutura e


expansão urbana, diagnosticando problemas e dificuldades enfrentadas pela cidade naquele tempo,
bem como propondo medidas saneadoras de tais problemas, recomendando estratégias para melhoria
das condições de vida da cidade. Todos estes levantamentos deram origem ao Plano Diretor de
Anápolis de 1985, com a aprovação das seguintes leis:
Lei Municipal nº1.316/85, que tratava do plano diretor;
Lei Municipal nº1.325/85, que tratava de expansão urbana;
Lei Municipal nº1.326/85, que tratava do parcelamento do solo;
Lei Municipal nº1.330/85, que tratava da divisão da área urbana e de expansão bem como o
zoneamento.

Pela avaliação do Plano Diretor de 1985 deduz-se que a pressão de crescimento populacional e
a incapacidade do poder público em gerenciar a sua implantação foram as principais causas que
impediram o crescimento funcional da cidade.

Esses fatos ocasionaram o crescimento rápido e desordenado da cidade, com alto déficit de
infra-estrutura urbana, de água, asfalto, esgotamento sanitário, educação, saúde e lazer, impedindo
que a cidade de Anápolis desempenhasse suas funções econômica e social de maneira sustentável.
Evidenciou-se o comprometimento da qualidade de vida dos anapolinos pela incapacidade do governo
municipal em financiar a urbanização da cidade nos padrões médios de qualidade e pelo aumento das
distâncias percorridas pelo transportes públicos onerando a tarifa. Naquela época o plano diretor de
Anápolis/85 recomendava uma política mais agressiva quanto a gestão do seu espaço. Apesar das
recomendações explicitadas pelo plano diretor a produção da cidade continuou sem se referenciar às
leis reguladoras da intervenção no solo urbano (mapa 15).

Em 1992, foram feitos novos estudos e diagnósticos das condições físico-territoriais da cidade
para revisão e atualização do Plano Diretor aprovado em 1985. Naquela época foi aprovada pela
câmara municipal a revisão do Plano Diretor, expresso através das seguintes leis municipais:
Lei Municipal nº 2.077 / 92, que tratava do Plano Diretor;
Lei Municipal 2.078 / 92, que tratava do Parcelamento do Solo;
Lei Municipal 2.079 / 92, que tratava do Zoneamento;
Lei Municipal 2.080 / 92, que tratava Lei dos Conjuntos Habitacionais de Natureza Social.

Tais leis inovaram na forma e conteúdo da produção da cidade, todavia trouxeram dispositivos
que até hoje, passados 13 anos, não foram regulamentados. Como exemplo, o artigo 6º da Lei nº 2.077 /
92, que estabelece o perímetro urbano, condiciona a sua aplicação a uma regulamentação da
descrição analítica do perímetro urbano, expresso em lei que não foi regulamentada, fato que fragiliza o
controle da expansão física da cidade.

A Lei do Plano no seu percurso temporal de implantação sofreu importantes e negativas


alterações que modificaram os principais objetivos do Plano Diretor quanto ao ordenamento territorial
da cidade. São elas:

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97

Lei nº 2.078 / 92, que regulamenta o parcelamento do solo e prescreve a exigência de infra-
estrutura mínima para aprovação de loteamentos. Entretanto, poucos loteamentos foram
aprovados entre 1992 e 1998. Essa lei teve 03 (três) alterações no final da década de 90, através
das Leis Municipais nº 2.572 / 98 (revogada), 2.591 / 98 que, por sua vez foi alterada, em alguns
dispositivos pela Lei nº 2.634 / 99.

Lei nº 2.591 / 92, de 22 de junho de 1998, que altera a expansão urbana passando a ser definida
da seguinte forma: "Art. 2º. A Prefeitura Municipal poderá aprovar loteamentos para fins urbanos
em áreas lindeiras às rodovias federais e estaduais, integrantes de expansão urbana,
circunvizinhas e limítrofes às áreas já loteadas". Entre 1998 e 2000, foram aprovados 40
loteamentos. Isto se deve a interpretação do artigo segundo que considerou o perímetro urbano
como linha aberta e indefinida, inviabilizando o controle da expansão urbana.

Embora os planos diretores de 1985 e 1992 recomendassem como princípio o crescimento da


mancha urbana, através da estratégia de ocupação das áreas vazias e dos lotes desocupados situados
entre as bordas de chapadas do limite oeste e o semi- anel viário de contorno da cidade nos quadrantes
sul, leste e norte, estas recomendações não foram observadas e o processo de expansão da superfície
urbana, com a aprovação dos novos loteamentos, aprofundou a crise urbana , criando vazios e lotes
vagos deletérios à sustentabilidade da cidade. No ano de 2000 a área parcelada atingiu 8.454,54ha
para uma população residente de 280.164 hab atingindo uma baixa densidade de 33,3hab/ha. Estes
dados explicam a quantidade de lotes vazios na cidade, quantificados por volta de 45.000 lotes, o que
torna a cidade ineficiente em termos econômicos e sociais (mapa 16).

Os planos diretores realizados em 1985 e 1992 idealizaram um projeto de cidade mais


organizada para proporcionar qualidade de vida para seus habitantes onde os espaços públicos fossem
lugares agradáveis para ser vivenciados. Eles apostavam na condução, por parte do governo
municipal, do processo de gerenciamento do crescimento e desenvolvimento urbano, mediante
investimentos no sistema viário, infra-estrutura, equipamentos públicos e no controle sobre a ação dos
agentes privados através de planos reguladores de uso e ocupação do solo concebidos como
instrumentos básicos de política urbana. Na prática, muito pouco das ações previstas não sairam do
papel e grande parte do tecido urbano nada tem a ver com as normas e padrões vigentes da legislação
de uso e ocupação do solo.Questiona-se portanto, a eficácia do planejamento e seus instrumentos de
gestão urbana. Nestes 20 anos de planejamento urbano, a cidade se estruturou diferentemente do
desejado e organizou seus espaços sem estratégia eficaz de ordenamento territorial.

O modelo espacial resultante em Anápolis não resolveu uma série de questões urbanísticas
centrais propostas pelos diversos planos diretores, resultando na:

Distribuição desigual dos serviços urbanos na periferia e concentrados no centro e nos bairros
onde a população possui maior renda;
Degradação da região central;
Construção da cidade desigual na periferia urbana;
Precárias condições de urbanização e saneamento,
Legislação urbanística desatualizada em função da fragilidade do sistema de planejamento, em
acompanhar a dinâmica urbana;
Vulnerabilidade dos recursos naturais à expansão urbana e atividades econômicas e sociais;
Tecido urbano espraiado, pouco denso e desarticulado;
Déficits quantitativos e qualitativos de habilitação social;
O sistema de mobilidade pessoal que não proporciona acesso amplo e democrático a todas as
partes da cidade.

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O resultado da produção da cidade de Anápolis nestes últimos cinqüenta anos tem como causa,
como já foi identificado, a gestão territorial colocada em prática a partir dos anos 60. Os governos
municipais foram coniventes com a iniciativa privada no papel da produção da expansão física da
cidade, não exercendo o controle planejado quando da aprovação de novos loteamentos ou mesmo ao
ampliar, através de leis municipais, as zonas de expansão urbana.

A política de gestão territorial associada à política de desenvolvimento econômico, a qual foram


submetidas as cidades brasileiras criaram a cidade desigual. Em Anápolis o processo é similar e a
produção da cidade é excludente social, econômica e fisicamente para a maioria da população
anapolina.

Como conclusão, pode-se afirmar que o maior entrave ao crescimento ordenado e sustentável
da cidade é a incapacidade da administração pública em gerenciar a produção da cidade referenciada
pelos planos diretores aprovados anteriormente.
·

5.1 Estrutura Urbana


O processo de produção da cidade, constituído pela sua expansão física, é acompanhado pela
construção de edifícios, ruas, praças etc, que consolidam os espaços públicos e privados. Neste
contexto, torna-se complexa a localização das moradias junto a outras atividades não residenciais
incômodas. Para se definir na cidade onde as pessoas trabalham, moram, se divertem e como elas se
deslocam é preciso compreender a articulação entre seus espaços lineares e polares. A função dos
espaços lineares é proporcionar a articulação entre as pessoas e atividades urbanas, enquanto que nos
espaços polares a função é de integração, como suporte às atividades econômicas e sociais. Os
bairros, as edificações referenciais, os espaços públicos e as centralidades urbanas são os elementos
de integração social. A qualidade de vida na cidade está diretamente relacionada ao seu modelo
espacial, que é produzido pela forma de dispor com qualidade os elementos de estruturação e de
integração na cidade.

Elementos de Estruturação
Redes Hídricas

As redes hídricas que atravessam o tecido urbano, enquanto espaços lineares, não participam,
no tecido urbano, como elementos estruturadores. Os governos municipais de Anápolis ainda não
conseguiram solucionar as questões relativas às áreas de preservação permanente e de recursos
hídricos. Por exemplo, a Lei Municipal nº 2591, artigo 3º inciso lll está em desacordo com o Código
Florestal Estadual e com as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, quanto ao
dimensionamento das Áreas de Preservação Permanente - APP, por uma linha de 15.00m (quinze
metros) paralela a cada margem do curso d'agua, quando deveria ser no mínimo 30.00m (trinta metros).

As redes hídricas urbanas formadas pelos córregos das Antas, Água Fria, Góis, e João Cezário
poderiam formar uma rede de parques lineares, desde que fossem observadas as restrições quanto a
ocupação das suas Áreas de Preservação Permanente.

Está se perdendo a oportunidade de criar parques lineares urbanos estruturadores do tecido

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99

urbano com resultados extraordinários para qualidade física e ambiental para a cidade, com ocupações
inapropriadas e desconformes com as leis ambientais, federal e municipal. O problema se amplia para
o território municipal onde a preservação de redes hídricas não são observadas (mapas 17 e 18).
Redes Viárias

A rede viária de Anápolis associada à ferrovia foram os elementos de circulação que


historicamente estruturaram a cidade.

A rede viária estrutural de Anápolis é formada pelas antigas estradas que conectavam o núcleo
urbano em formação com o restante do Estado e conseqüentemente do País. Como tinham a função de
integração sócio - espacial, foram indutoras do crescimento urbano caracterizando uma forma estrelar
radiôcentrica, que se articulava com a malha viária do núcleo de origem da cidade.
Ferrovia

A ferrovia se inseriu de forma orgânica no relevo da cidade ao se serpentear paralelamente aos


fundos de vale dos Ribeirões Góis e Cezário, indo além da estação ferroviária situada no centro de
Anápolis. No seu entorno foram se configurando atividades econômicas apropriadas para utilização
do modal férreo para transporte de cargas. Com o declínio da ferrovia, seu leito foi se ocupando com
invasões sem que as autoridades tomassem qualquer providência para preservar aquele importante
espaço linear estruturador. O resgate deste eixo como função de promover a circulação de pessoas era
objetivo dos Planos Diretores de 1985 e 1992.

Vias Urbanas

Os elementos estruturadores, formados pelas vias urbanas são :

Avenida Brasil

A Avenida Brasil é o principal eixo estruturador da cidade. Nos seus primórdios era a rodovia
federal BR 014 de ligação entre o norte e o sul do país. Pela sua característica rodoviária, o uso do solo
nas suas extremidades norte e sul, adquiriu a tipologia de comércio e serviços regionais de grande
porte. Quando a via se aproxima do centro os usos se transformam naqueles típicos de centro de
cidade. A Avenida Brasil tem 12 Km de extensão e apresenta alto nível de fluidez de tráfego, com baixa
acessibilidade e pouca integração com as atividades econômicas lindeiras. A injustificável pobreza da
paisagem urbana em quase toda sua extensão é devido à incapacidade dos gestores anapolinos em
compreender a importância da Avenida Brasil para promover tanto a estruturação do tecido da cidade
quanto sua integração com o território regional.

Avenida Goiás, Santos Dumont, Barão do Rio Branco e Avenida Mato Grosso

Estas avenidas formam importante eixo de promoção da circulação entre as regiões leste e oeste
da cidade. Ligam o conjunto Filostro à Vila Fabril, passando pelo centro, configurando o único eixo
estruturante leste - oeste. Como possuem a função de circulação, a fluidez do tráfego é muito
importante. O controle de estacionamentos e de atividades econômicas com impacto no trânsito
deverão ser observados pelo Plano Diretor. O uso do solo lindeiro às avenidas possui características
diferenciadas pela miscigenação de usos.

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100

Avenida Pedro Ludovico

A Avenida Pedro Ludovico é o eixo que estrutura a região sudoeste, embora seu desenho e sua
ocupação lindeira restrinjam seu desenvolvimento. A Avenida Pedro Ludovico conecta a rodovia BR
153 no extremo sudeste da cidade ao centro. No seu percurso ela tangencia os bairros mais pobres de
Anápolis. É uma via importante para garantir fluidez de tráfego. As atividade econômicas lindeiras
instaladas são de comércio e serviços com pouca atividade regional.

Avenida JK

A Avenida JK é uma via que estrutura a região sudeste. Esta, liga o centro da cidade ao trevo na
interseção da BR-060 com a BR-153. Desde a implantação do semi-anel viário de contorno leste vem
perdendo importância como função econômica com o declínio das atividades industriais lindeiras a ela.
Muitos galpões, hoje fechados, funcionam como indutores da deterioração da paisagem urbana. Deve-
se pensar numa forma de incentivar outras atividades econômicas ou sociais nos galpões fechados.

Avenida Tiradentes

A Avenida Tiradentes é o eixo que estrutura a região noroeste, principalmente a Vila Jaiara. Ela
vem perdendo importância como centralidade linear embora mantenha a sua função de circular
pessoas. Com a construção do trevo na interseção da Avenida Brasil, Universitária e BR-414 com a BR-
153, a Avenida Tiradentes se tornará uma via de ligação urbana sem função estrutural, porém
continuará ser importante para circulação de pessoas por ligar diversos bairros ao centro da cidade.

Avenida Universitária

A Avenida Universitária está assumindo paulatinamente o papel de elemento estruturador. Com


características especiais, principalmente pelo seu uso do solo lindeiro, ela vem adquirindo importância
para estruturar a região noroeste. O trevo acima mencionado tem favorecido a dinamização como
centralidade linear.

Semi-Anel Viário

O semi-anel viário é um eixo rodoviário regional de passagem, que contorna as regiões sul, leste
e norte da cidade, onde estão se instalando serviços de estradas, hotéis, universidades, faculdades e a
Plataforma Logística Multimodal, numa caracterização de atividades miscigenadas, porém com
qualidade.

As vias urbanas por onde circulam os ônibus de transporte urbano são eixos estruturadores pela
formação de centralidades lineares dinamizados pelo uso do solo lindeiro. Em muitos casos, estão
inadequados para a função estruturadora a que estão destinados. A relação uso do solo/ transporte
urbano é fundamental para a formação da rede estrutural de eixos e pólo de centralidade e não foi
observada pelo planejamento da cidade (mapas 19 e 20).

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101
Elementos de Integração

São poucos os espaços polares que integram os lugares da cidade. O centro urbano é um deles.
Associado ao terminal de transbordo do transporte público forma o principal elemento integrador da
cidade. As universidades, em menor escala, são também elementos integradores do tecido urbano. Faz
parte deste conteúdo de estruturação urbana os parques: da Criança, da Juventude e JK. Já o espaço
formado pelo conjunto de edifícios institucionais, local da sede da Prefeitura, do Legislativo, do Ginásio
Municipal e do terminal rodoviário, se encontra desarticulado e maltratado enquanto lugar para ser
usufruído pela população, embora possua potencial para se tornar um lugar referencial mais importante
para comunidade de Anápolis.

Nota-se a perda da memória construída na história da cidade. Os pouquíssimos edifícios


referenciais precisam ser resgatados para recompor os traços de sua trajetória urbana. Os bairros, pela
qualidade de sua urbanização, não são elementos de integração social. Os edifícios públicos e as áreas
de recreação e lazer são espaços soltos na malha urbana sem conteúdo de integração. Os bairros de
Anápolis são locais de moradia sem referências públicas e privadas que proporcionam as relações
sociais de integração.

A coesão social e urbana depende de sua estruturação espacial, sem ela a cidade e
conseqüentemente o bairro perdem a sua principal função que é de integrar e articular pessoas para
construção da cidadania.

Das análises realizadas percebe-se que a cidade necessita de maior atenção quanto a
estruturação do seu tecido (mapa 21).

Uso e Ocupação do Solo


As leis do planos diretores aprovadas em 1985 e substituídas em 1992 tinham a finalidade
precípua de regular a produção da cidade exercida pelos agentes públicos e privados.

A Lei Municipal do Plano Diretor de 1992 (mapa 22) avançou nos conceitos e em definições
sobre uso e ocupação do solo estabeleceu novo zoneamento urbano, dividindo a cidade em:

I- Zona de Comércio e Serviço Vicinal (ZCSV)

II - Zona de Comércio e Serviços Urbanos (ZCSU)

III - Zona de Comércio e Serviço Central (ZCSC)

IV - Zona de Comércio e Serviço Regional (ZCSR) compreendendo áreas ao longo da BR-153/BR-


060 e Avenida Brasil

V- Zona Habitacional - ZH compreende as áreas da cidade de Anápolis não abrangidas por


qualquer outra zona de uso

VI - Zonas Verdes de Preservação - ZVP estão localizadas principalmente ao longo dos cursos
d'água.

VII - Zona Verde de Transição - ZVT

VIII - Zona Verde Específica - ZVE

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102

IX - Zona Industrial - ZI que compreende a área específica do Distrito Agro-Industrial de Anápolis -


DAIA.

Para cada zona de uso correspondem índices de ocupação e taxas de aproveitamento, bem
como afastamentos e recuos específicos e distintos, conforme a finalidade da construção e sua
localização.

As análises da lei de zoneamento e de uso e ocupação do solo identificaram varias questões


negativas, de ordem administrativa, normativa e urbanística para a implantação. São elas:

Caráter rígido e inflexível, com visão controladora, que não permitiu revisões periódicas que
acompanham a dinâmica da cidade;

Pouca conscientização da população quanto à necessidade de controle das atividade urbanas


que geram impacto na vizinhança;

Falta de regulamentação do art. 18 da municipal nº 2079/92, o que proporcionou inúmeras


lacunas e casos omissos;

A comissão de zoneamento ficou sem condições de propor revisões periódicas da lei;

O executivo municipal propõe constantemente revisões das leis, sem ouvir a comissão de
zoneamento e sem a visão de planejamento do ordenamento territorial;

Vários conceitos são dúbios quanto à aplicabilidade perante a lei;

Constante desobediência em relação às leis urbanísticas de profissionais inscritos no CREA;

Faltou delimitar fisicamente as zonas de uso;

A relação da capacidade de suporte da via com a densificação de seus lotes lindeiros gera muita
incompreensão por parte dos empreendedores;

Definição da fração mínima para habitações geminadas e ou edículas;

Conveniência de previsão para duas habitações isoladas no mesmo lote;

Conflitos entre à APP (Área de Preservação Permanente) e os usos e ocupação do solo nos lotes
dos loteamentos aprovados antes das leis ambientais;

Várias incompatibilidades na aplicação dos usos definidos por lei, Ex: Vila Industrial, Setor Sul,
Jamil Miguel, Pólo Centro, Parque São João, Calixtolândia;

Desconformidade de uso dos atacadistas situados no centro de cidade;

Normas para remembramento de chácaras situadas na zona rural e a caracterização de seu uso;

Incomodidades provocadas por atividades incompatíveis com o meio social;

Usos requeridos que não constam da listagem das zonas de uso;

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103

Uso do solo para novos loteamentos;

Falta local para indústria de pequeno porte;

Resistência da população em geral quanto às exigências do Plano Diretor e Código de


Edificações: recuos, taxa de ocupação e índice de aproveitamento;

Grande resistência da população com respeito à exigência de recuo frontal para construções
comerciais em meio de quadra; para recuo de fundos para edículas acima de 36,00m² e para
galpões; para recuos de 5,00m. a partir do 2º pavimento nas zonas de comércio e serviço;

Grande número de invasões de áreas públicas: calçadas, praças etc;

Falta de uma política de moradia econômica para abrigar famílias carentes, cuja alternativa não é
outra senão construir seus barracos em zonas de risco, áreas de proteção ambiental e faixas não
edificantes junto a córregos da cidade;

O parcelamento do solo, pelo Plano Diretor de 1992, exige dimensões e áreas mínimas para
lotes residenciais unifamiliares, isto é, para receber uma única edificação.Todavia, promove
posteriormente, a regularização de duas ou mais edificações nos mesmos; bem como seu
desdobro em dois ou mais terrenos com dimensões e áreas inferiores inicialmente exigidas;

Dificuldade de convivência entre residências e algumas indústrias, antigamente instaladas em


vilas industriais, atualmente transformadas em habitacionais;

Falta de definição no Plano Diretor atual para:

a) instalação de templos religiosos;


b) instalação de postos de combustíveis;
c) construção quitinetes (próximas às faculdades e universidades);
d) construção de depósitos de materiais de construção;
e) instalação de indústrias de pequeno porte;
f) fração mínima para habitação geminada e seriada;
g) usos permitidos para a zona rural;
h) zoneamento para as proximidades do aeroporto;
i) afastamentos a partir do 2ª pav. para edificações na av. Brasil, zcsr(zona de comércio e serviço
regional).

Grande interesse da população por habitação coletiva ao longo das ZCSR, nas quais não é
permitido nem ao menos o uso misto;

Problemas relativos a alguns loteamentos considerados como ZH quando têm grande parte
confrontando com ZCSR (ex.: Jardim Europa, Novo Jundiaí, Arco Verde etc.), com vocação para
indústrias de pequeno porte e comércio de grande porte (ex.: Setor Sul Jamil Miguel, Pólo
Centro, Parque São João, Calixtolândia);

Grande procura para a construção de habitações seriadas em loteamentos aprovados como


chácaras, bem como para o desmembramento em lotes menores;

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104

Necessidade de definição como Zona de Comércio e Serviço de várias vias por onde circula o
transporte coletivo, cuja vocação natural já está bem definida, como por exemplo a Av. do
Estado, no Recanto do Sol.

De uma forma geral, a cidade de Anápolis apresenta uma miscigenação de usos em todo o seu
tecido urbano, e em muitos casos incompatibilidade de uso entre atividades e habitações tem gerado
impactos negativos, principalmente para a vizinhança do entorno imediato.

O tecido urbano com característica de uso misto entremeado pelos corredores de centralidade
possui na sua maioria usos específicos destinados às atividades econômicas. Os planos diretores de
1985 e 1992 procuraram reforçar aquelas tipologias de usos, porém são freqüentemente questionadas.

O centro da cidade apresenta-se na forma tradicional de função comercial e de serviços. Seu


aproveitamento se restringe apenas ao horário comercial. Esta característica está tornando-o cada vez
mais decadente. É preciso encontrar novas fórmulas de povoá-lo para continuar vivo ainda no período
noturno; os armazéns cerealistas também têm contribuído para sua decadência. Armazéns cerealistas
agrupados no entorno do terminal de transporte urbano hoje fazem parte da área central. É fundamental
para requalificar o centro criar uma política de incentivos que transfira para a Plataforma Logística de
Goiás.

O local do terminal de transporte urbano, necessita de análise técnica mais apurada. Se por um
lado o sistema funciona adequadamente quando operado pela forma de transbordo através de um
único terminal central, seu impacto no centro da cidade é muito grande em relação ao sistema viário, a
qualidade da paisagem, pela incorporação do edifício histórico da Estação Ferroviária, e principalmente
pela necessidade de contínua expansão.

O sistema radial das vias estruturadoras de certo modo induz a necessidade desta forma de
operação. É preciso repensar o sistema através de um Plano Diretor de Transporte para evitar soluções
inadequadas.

Outro aspecto relevante do zoneamento é o impacto gerado pela mudança do uso e ocupação do
Bairro Jundiaí Industrial, que modificou uso comercial de grande porte para residencial, produzindo
impactos e conflitos das instalações industriais já consolidadas com as novas ocupações de uso
habitacional.

De forma geral, as leis urbanísticas que regulam a expansão física da cidade e o uso e ocupação
do solo são inacessíveis à maioria da população, criando desta forma a clandestinidade e o
licenciamento irregular. A forma de segregar usos torna-se um mal pela sua inflexibilidade, levando a
cidade à informalidade. O zoneamento e uso do solo na forma estabelecida por lei não foram suficientes
para comandar o mercado. As leis urbanísticas de Anápolis foram elaboradas para uma cidade de
modelo formal, idealizada sem a percepção da cidade real, aquela que se transforma através das forças
econômicas e sociais.

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6. MEIO AMBIENTE
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129

A abordagem ambiental concernente ao Plano Diretor de Anápolis priorizou o estudo das


características de ocupação espacial do solo, bem como os fatores que podem determinar a
sustentabilidade dos recursos naturais do município, sendo assim de suma importância o conhecimento
das formas ocupacionais que darão base para o planejamento espacial da cidade.

6.1 Vegetação Natural e Áreas Verdes

Anápolis está inserida no bioma cerrado que é caracterizado como uma vegetação de fisionomia
e floras próprias, apresentando formações florestais, savânicas e campestres. Na área municipal a
vegetação natural ainda existente é composta por fitofisionomias pertencentes a estes três tipos de
formações.

Dentre as formações florestais, podem ser encontradas as matas ripárias (matas ciliares e de
galeria), estando estas, na maioria das vezes, descaracterizadas pelo desmatamento, pela retirada
seletiva de determinadas espécies ou pelo crescimento urbano desordenado.Também são encontradas
as matas semicaducifólias de interflúvio,localizadas isoladamente em determinados locais do município
(foto11), na área urbana duas delas encontram-se dentro de Parques Municipais de uso recreativo, não
sendo estes instituídos como unidades de conservação de acordo com a lei nº 9.985 de 18/07/2000, que
institui o sistema nacional de unidades de conservação (SNUC).

Dentre as formações savânicas e campestres, são encontrados apenas alguns remanescentes


de cerrado sentido restrito e campos nos meios urbano e rural. Na área urbana, estes
remanescentes,assim como os de mata semicaducifólia de interflúvio estão ilhados e fragmentados
pelo sistema viário, loteamentos e edificações.Na zona rural estes tipos de vegetação nativa encontram-
se circundados, seccionados ou intercalados por pastagens e culturas rotativas anuais.

Nas propriedades rurais do município foi constatado que a grande maioria das áreas de
preservação permanente e de reserva legal não vem sendo respeitadas, tão pouco associadas, o que
viria potencializar os esforços de conservação da biodiversidade (mapa 23).

Foto 11 – Áreas de vegetação nativa ilhadas pelo processo de


antropização
Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

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130
Proteção às Áreas Naturais - Parques Municipais de Uso Recreativo

Parque da Criança

Situado no Bairro Maracanã, o Parque Municipal Antônio Marmo Canedo,também conhecido


como parque da Matinha ou Parque da Criança é o mais antigo do município (foto 12). Tem área total de
121.412 m2 com sítio de preservação de mata nativa, trilhas ecológicas, pista para patinação, sede para
escoteiros, quadras poliesportivas, centro de diversão infantil com brinquedos elétricos, praça de
alimentação e estacionamento. No seu interior passa o Córrego dos Cezários, afluente do Rio das
Antas.

Foto 12 - Parque da Criança


Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

Central Parque da Juventude Onofre Quinan


Situado no Jardim Nações Unidas, o Central Parque representa o resgate de uma superfície de
96.000 m², sendo um terço de mata nativa, que estava sendo destruída pela ação do homem.(foto13)
Consta de pista para caminhadas, parque infantil, trilhas ecológicas, locais para piquenique, sede para
escoteiros e um lago formado pelo represamento do Rio das Antas.

Foto 13 - Central Parque da Juventude Onofre Quinan


Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

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Parque JK

Com 90.000 m², o Parque JK está situado no bairro do mesmo nome e foi construído em área de
recuperação ambiental de antiga erosão; voçoroca com mais de 20 anos de existência (foto 14).
Compreende um lago com 44.000 m², formado pelo represamento do Córrego Água Fria (afluente do
Rio das Antas), quadras de areia, pista para caminhada, praça de alimentação e estacionamento (mapa
24).

Foto 14 - Vista lateral do Parque JK


Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

6.2 Proteção às Áreas Naturais - APA do João Leite

O Rio João Leite é um dos principais afluentes pela margem esquerda do Rio Meia Ponte,
contribuindo com 55% do abastecimento público da população de Goiânia. Os consumos domésticos,
comerciais e industriais desta população estão garantidos hoje em sua quase totalidade pela captação
de água neste rio e também no Rio Meia Ponte, cuja capacidade está se aproximando de seu limite.
Diante desta situação, o Governo de Goiás está construindo uma barragem que possa regularizar a
vazão do Rio João Leite, cujo volume de água diminui drasticamente durante a estação seca anual.
Conforme as previsões da Saneago, com a construção desta barragem, seria solucionada a demanda
de água para a região metropolitana de Goiânia.

Com a preocupação de proteger e assegurar os recursos ambientais da região da Bacia do Rio


João Leite, foi criada através do Decreto no 5.704, de 27 de dezembro de 2002, a Área de Proteção
Ambiental (APA) João Leite. Área de Proteção Ambiental (APA) é um tipo de unidade de conservação de
uso direto criada com o objetivo de conciliar a conservação da natureza com uso sustentável de parcela
de seus recursos naturais.

É em geral área extensa, com certo grau de ocupação pelo homem, dotada de atributos abióticos,
bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (Lei 9.985/00).

As APAs não exigem desapropriação de terras. Elas apenas orientam as atividades produtivas de

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132

forma a compatibilizá-las com os recursos naturais disponíveis. As terras permanecem sob domínio
particular de seus proprietários, porém, sujeitas às orientações de uso do solo e dos recursos naturais,
segundo os objetivos de proteção da área.

Em uma APA podem ser desenvolvidas atividades voltadas à educação ambiental, visitação,
pesquisa científica e às diversas atividades econômicas compatíveis com a utilização sustentável dos
recursos naturais. Localizada nos municípios de Anápolis, Campo Limpo de Goiás, Goianápolis,
Goiânia, Nerópolis, Ouro Verde de Goiás e Terezópolis de Goiás, a APA João Leite ocupa área total de
721,28 km² e abrange extensão de aproximadamente 143 km.

Em Anápolis, a abrangência da APA João Leite corresponde a 20% da superfície do município,


sendo a quinta cidade com maior porcentagem em abrangência de área municipal dentre as sete
cidades englobadas pela APA (gráfico 02).

Ouro Verde
100% 8% 13% 20% Goiânia
35%
Anápolis
Nerópolis
Goianápolis
77%
100% Campo Limpo
Terezópolis

Gráfico 02 - Área municipal abrangida pela APA João Leite (%)

6.3 Resíduos Sólidos

Considerado um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos é muito
discutida no âmbito governamental, merecendo atenção necessária por parte do poder público. Isso
reforça as preocupações com os problemas ambientais urbanos, dentre eles o gerenciamento dos
resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à esfera da administração municipal, segundo a Política
Estadual de Resíduos Sólidos (Lei nº 14.248/02).

Em junho de 2004, foi entregue ao município de Anápolis, em audiência pública, o Plano de


Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos.Este plano foi elaborado pelo Instituto
Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) em parceria com os governos de Goiás e Federal através
do trabalho que faz parte da integração de todos os municípios pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio
Meia Ponte, que estão situados a montante da capital. Tal medida representa esforço integrado para
recuperação e preservação deste importante manancial hídrico, que banha 36 municípios e concentra
50% da população goiana, sendo ainda importante fonte de abastecimento público.

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133

Disposição e processamento dos resíduos


O tratamento mais eficaz é o prestado pela população quando empenhada em reduzir a
quantidade de lixo, evitando o desperdício, reaproveitando os materiais, separando os recicláveis em
casa ou na fonte e se desfazendo desses detritos de maneira correta.

Com o crescimento das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em remover o
lixo de logradouros e edificações, mas, principalmente, em dar um destino final adequado aos resíduos
coletados.

Por essa razão, é comum observar nos municípios de menor porte a presença de "lixões". São
locais onde os resíduos sólidos coletados são descartados a céu aberto, sem qualquer controle e sem
quaisquer cuidados ambientais, poluindo tanto o solo quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais
da vizinhança. Os lixões, além dos problemas sanitários como a proliferação de vetores de doenças,
constituem sério problema social, porque acabam atraindo os "catadores", indivíduos que fazem da cata
do lixo um meio de sobrevivência e, por conseqüência, acabam permanecendo na área onde o aterro é
implantado, vivendo em abrigos e casebres, criando famílias e até mesmo formando comunidades (foto
15).

Foto 15 - Catadores dentro do aterro sanitário de Anápolis


Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

Neste contexto, Anápolis, ao longo de sua história, dispunha lixo inadequadamente a céu aberto
até o final de 1999. Durante esse período e de acordo com registros levantados, nos últimos 15 anos os
"lixões" no município migraram de local seis vezes. Ao final, cumprindo Termo de Ajustamento de
Conduta, proposto pelo Ministério Público e homologado pelo Poder Judiciário em atendimento a uma
ação civil pública proposta pelo Ministério Público, o município implantou "em definitivo, o aterro
sanitário para a disposição do lixo urbano".

Em atendimento a esse Termo de Ajustamento de Conduta iniciou-se a implantação do Aterro


Sanitário, em 1999, após a devida "licença de instalação". Mesmo antes da execução da infra-estrutura
básica proposta no projeto e recomendada no licenciamento, o Aterro Sanitário começou a ser
aproveitado (foto 16).

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Foto 16 - Vista geral do aterro sanitário de Anápolis


Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

Serviço de Limpeza Urbana (Coleta de Lixo)

Pelos padrões das cidades interioranas do Brasil e em especial de Goiás, Anápolis é considerada
de grande porte. No município verifica-se a geração dos seguintes tipos de resíduos: domiciliar, público,
comercial, de serviços de saúde, agrícola, industrial, de aeroporto, de terminal rodoviário e entulho. A
quantidade e tipo de lixo coletado em Anápolis podem ser observados na tabela 23.

Do total de domicílios permanentes no município, 93,4% são servidos com a coleta.

Tabela 23
Quantidade e tipo de lixo coletado no Município de Anápolis
Material T/dia
Domiciliar
Público 205
Comercial
Aeroportos
Portos
Serviços hospitalares e de saúde 2.000 Kg/dia
Agrícola
Industrial
Terminais ferroviários
Terminais rodoviários
Entulho 50
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2005)

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A varrição, coleta, transporte e destinação ao aterro sanitário são terceirizados e realizados por
empresa contratada para esse fim (foto 17). Os Resíduos Sólidos do Serviço de Saúde (RSSS) são
coletados e transportados pela Prefeitura, sendo sua destinação final o aterro sanitário, que é de
responsabilidade de empresa terceirizada. Serviços de limpeza de logradouros públicos, bueiros,
roçagem, capina, poda de árvores, entre outros, são realizados por contratados da Prefeitura, sob a
coordenação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Foto 17 - Caminhão de coleta de lixo da empresa terceirizada


contratada pela Prefeitura Municipal de Anápolis
Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

Destino e Quantidade do Lixo Coletado

Para a destinação do lixo urbano, recomenda-se a adoção de soluções compatíveis com a


realidade do município, considerando as características do lixo e os condicionantes técnicos,
econômicos e ambientais locais.

O Aterro Sanitário de Anápolis dista 9 km da malha urbana, situado ao lado da BR-153, oposto à
concentração urbana. O acesso é por via asfaltada, em boas condições de tráfego. A área total
disponível é de cerca de 34 hectares, cercada, com guarita e balança eletrônica (foto 18).

A tabela 24 apresenta o método utilizado pelo município para a destinação final do lixo urbano e a
quantidade mensal. Entre julho/2004 a abril/2005, obteve-se média de coleta de resíduos domiciliares
e/ou comerciais de 5.300 toneladas/mês.

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Foto 18 - Guarita e balança do aterro sanitário de Anápolis


Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

Tabela 24
Destinação final do lixo urbano - Anápolis

Local Quantidade

Vazadouro a céu aberto ( )


Vazadouro em áreas alagadas ( )
Aterro Sanitário ( X) 5.300 t/mês
Estação de compostagem ( )
Estação de triagem para reciclagem ( )
Incineração ( )
Despejo em local não-convencional ( )
Despejo em local não-convencional ( )
Outros ( )
Total 5.300 t/mês
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2005)

Coleta e Destino Final do Entulho


Entulho são resíduos de construções, demolições e reformas na construção civil. Em sua maioria
são classificados como Resíduos Classe III - Inertes. Exemplos: rochas, tijolos, entulhos da construção
civil, vidros, certos plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente. A Resolução 307/02
do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão desses resíduos.

Em Anápolis esse tipo de lixo é coletado por empresas privadas que, em acordo firmado com a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos devem dispô-lo no Aterro Sanitário.
Também é utilizado na recuperação de áreas erodidas e aterramento de lotes dentro da zona urbana,

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pela maioria dos municípios brasileiros, que por falta de estrutura organizacional, econômica e até
mesmo de conhecimento, não aplicam a estes materiais, o princípio da reciclagem, que atualmente vem
se tornando matéria-prima escassa na construção civil.

Coleta e Destino Final do Lixo dos Serviços de Saúde

Os Resíduos Sólidos do Serviço de Saúde (RSSS) requerem condições especiais quanto ao


acondicionamento, coleta, transporte e disposição final, por apresentarem periculosidade real ou
potencial à saúde humana, gerados em hospitais, clínicas e policlínicas médicas e/ou odontológicas,
postos de saúde, clínicas veterinárias, farmácias etc.

Existem regras a seguir em relação à segregação (separação) de resíduos infectantes do lixo


comum, nas unidades de serviços de saúde, quais sejam:

todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em recipiente próximo
ao local de sua geração;

os resíduos infectantes devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos leitosos, em


conformidade com as normas técnicas da ABNT, devidamente fechados;

os resíduos perfurocortantes (agulhas, vidros etc) devem ser acondicionados em recipientes


especiais para este fim;

os resíduos procedentes de análises clínicas, hemoterapia e pesquisa microbiológica têm que


ser submetidos à esterilização no próprio local de geração;

os resíduos infectantes compostos por membros, órgãos e tecidos de origem humana têm que
ser dispostos, em separado, em sacos plásticos brancos leitosos, devidamente fechados.

Este serviço de coleta especial é realizado pela Prefeitura, utilizando veículo compactador
destinado a coletar exclusivamente o lixo das unidades de saúde e hospitalar.

O serviço atende aos estabelecimentos públicos e privados do município sem a cobrança de


tributo específico. A maioria dos estabelecimentos dispõe de uma caixa ou de um container que fica
trancado até a chegada do caminhão coletor. Os resíduos são dispostos no Aterro Sanitário, em uma
vala especial, mas não passam por nenhum processo prévio de tratamento. A Resolução 283/01 do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos
para a gestão, tratamento e disposição final de resíduos de serviços de saúde.

6.4 Prevenção e Controle da Poluição


O município de Anápolis apresenta grande concentração de atividades geradoras de impactos
sobre o meio ambiente. Neste contexto destaca-se o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), onde
estão instaladas grandes indústrias com alto potencial poluidor. Além das atividades desenvolvidas no
Daia, o município conta com outras fontes poluidoras modificadoras dos recursos naturais, onde
destacam-se a exploração de argila na Bacia do Ribeirão João Leite e a agricultura com utilização de
agrotóxicos no Ribeirão Piancó.

Como forma de minimizar o impacto causado por essas atividades potencialmente poluidoras, o

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138

Brasil regulamenta sua instalação e desenvolvimento através de leis, decretos, portarias e resoluções.
No âmbito estadual, a Agência Goiana de Meio Ambiente (Agência Ambiental) e a Secretaria Estadual
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) recorrem à Lei 8.544/78 para disciplinar e controlar a
poluição do meio ambiente no Estado.

Em Anápolis, em 2001, a Superintendência de Meio Ambiente tornou-se Secretaria Municipal de


Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semmarh), sendo naquele mesmo ano firmado o primeiro
convênio com a Agência Ambiental. Somente em 2003, através do terceiro termo aditivo firmado entre a
Semmarh e a Agência Ambiental, o município tornou-se a licenciar apenas as atividades com baixo
potencial poluidor, conforme as portarias 005/01-N e 006/01-N, listadas de acordo com a atividade e
quantidade na tabela 04.

A Semmarh busca junto à Agência Ambiental a descentralização do licenciamento, onde esta


passará a licenciar todas as atividades no município.

A Semmarh visa controlar a poluição no município identificando fontes pontuais e difusas,


regulamentando a disposição de resíduos de construção civil (entulho), instituindo critérios para a
instalação de outdoors, identificando pontos críticos de disposição de resíduos sólidos e tomando
medidas para coibir essa ação. A adequação do aterro sanitário é outra medida para controlar a poluição
na cidade, onde esta ação favorece a disposição adequada dos resíduos sólidos e evita os impactos
sobre o meio ambiente.

A regulamentação do Código Municipal de Meio Ambiente (Lei N° 2.666/99) é outro aliado na


prevenção e controle da poluição, uma vez que estarão previstos nele os valores das multas a serem
aplicadas às pessoas físicas e jurídicas que cometam danos ao meio ambiente, bem como as diretrizes
para o licenciamento ambiental.
6.5 Áreas de Risco
As áreas demarcadas com susceptibilidade de risco em Anápolis recebem essa caracterização
por sua exposição a risco geológico, intensificado devido à urbanização não planejada e por estarem,
em sua maioria, em fundos de vale e planícies de inundação. Estas áreas encontram-se principalmente
ao longo do Rio das Antas e seus afluentes (foto 19) e, no Córrego Catingueiro, que pertence à Bacia
Hidrográfica do Rio João Leite, todas no perímetro urbano, com grande número de edificações e alto
grau de ocupação humana (mapa 25).

Foto 19 - Casas edificadas em área de risco às margens do


Córrego Água Fria
Fonte: SEMMARH - Anápolis/2005

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139

Rio das Antas


Este corpo hídrico percorre largo trecho da cidade, apresentando alto grau de urbanização.Entre
sua nascente principal - próximo à BR-153, na área do Centro Agrícola Sócrates Diniz - até o Bairro
Nações Unidas, apresenta poucas edificações, porém, o processo de desmatamento provoca erosões e
intenso processo de sedimentação, como pode ser visto no lago do Central Parque da Juventude
Onofre Quinan.

No encontro com o Córrego Góis (Avenida Brasil Sul e Rua Miguel João), onde se inicia a sua
canalização, ocorrem freqüentes inundações. Desde as proximidades do Terminal Rodoviário
Intermunicipal à Vila Sta. Maria de Nazaré, há inundações periódicas, em período de alta pluviosidade,
atingindo as casas às suas margens. O trecho é um dos mais críticos.

Córrego dos Cezários

A área localizada ao longo deste curso d'água encontra-se totalmente urbanizada e com alto grau
de impermeabilização, condicionando o recebimento das águas das chuvas, fato que pode ser notado
ao longo dos bairros Alexandrina e Maracanã.

As áreas de preservação permanente são quase inexistentes, tendo como conseqüência grande
número de erosões e elevado grau de assoreamento.

Em quase toda extensão deste córrego há um índice acentuado de declividade, por se tratar de
fundo de vale, como se observa no Bairro Alexandrina. Entre a Avenida Universitária e o seu ponto de
encontro com o Rio das Antas, nas proximidades do Ginásio Internacional de Anápolis, ocorrem, em
períodos de alta pluviosidade, inundações. Trata-se de área caracterizada como planície de inundação,
intensificada pelo processo de urbanização mal planejado.

Estas condicionantes naturais no entorno deste corpo hídrico, fazem com que a forma de
ocupação da área seja considerada de risco geológico e também de risco para edificações humanas.

Córrego Góis
Ao longo deste córrego o grau de urbanização é bastante elevado, porém, há pouca
impermeabilização, onde a retirada quase total da vegetação natural condicionou a processos de
erosão do solo e sedimentação. Isto pode ser observado desde sua principal nascente, no Bairro São
João, até as proximidades da Vila Goiás. Entre a Vila Goiás e o encontro com o Rio das Antas, nas
proximidades da Av. Brasil, nota-se maior grau de impermeabilização, ocorrendo intensas inundações
durante o período chuvoso, por se tratar de planície de inundação, atingindo assim as edificações do
entorno.

Córrego Água Fria


No entorno deste córrego o grau de urbanização é alto. Está a causa provável do aceleramento
do processo erosivo na cabeceira da nascente localizada acima do lago do Parque JK, no Bairro JK
Nova Capital, intensificando a concentração de água do escoamento superficial. As conseqüências nas
habitações são maiores nas proximidades do Bairro Anápolis City. Ali os condicionantes naturais de
planície de inundação, somados às edificações desde o Bairro JK Nova Capital, que apresenta maior
declividade, faz com que ocorram inundações, erosões e assoreamento. Processo também acentuado

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140

no encontro do Córrego Água Fria com o Rio das Antas, nas imediações dos bairros Anápolis City e São
Carlos, com a Vila Santa Maria de Nazaré.

Córrego Catingueiro

Os trechos ao longo deste córrego apresentam alto grau de urbanização, ocorrendo de forma
irregular e com declividade considerável. Somado isto à impermeabilização e à perda da proteção
natural de suas margens, os processos erosivos se potencializaram, intensificando o risco geológico e
para edificações humanas.
7. HABITAÇÃO
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151

7.1 Déficit habitacional no município de Anápolis


O déficit habitacional em Anápolis apresenta números divergentes. Tendo estreita ligação com a
subnormalidade das ocupações e está associado à precariedade física das moradias, à existência de
mais de uma família por domicílio, à inadequação da infra-estrutura de saneamento, ao adensamento
excessivo e a sujeição da renda familiar com aluguel. Segundo dados da Prefeitura de Anápolis em
2001, há cerca de 3.151 domicílios no município que se enquadram em alguns destes parâmetros.
Estas unidades estão distribuídas por 17 loteamentos localizados em áreas públicas escrituradas, não
escrituradas e particulares. De acordo com os dados do Diagnóstico da Situação Habitacional do Estado
de Goiás-2000, realizado pela Agência Goiana de Habitação (Agehab), Anápolis apresentava demanda
de 3.490 moradias.

A metodologia empregada consistiu na chamada, cadastro e seleção de famílias interessadas na


aquisição ou melhoria da casa própria. Pelo diagnóstico, as ocorrências levantadas foram 43% por co-
habitação; 20% por aluguel; 14% por moradia instável; 11% por co-habitação e aluguel; 6% co-
habitação e moradia instável; 5% por aluguel e moradia instável; e 2% por aluguel, moradia instável e co-
habitação. Tais dados são parciais na medida em que não foi utilizado o universo da população no
cadastramento.

O déficit habitacional de cerca de 3.500 moradias encontra paralelo nos dados de


subnormalidade, citados abaixo deste documento, onde foi levantada a existência de 17 favelas
abrigando cerca de 12.000 pessoas em 3.000 domicílios. A densidade domiciliar nesses assentamentos
é pouco maior que a média de 3,57 habitantes por domicílio observada no município, chegando a quatro
habitantes por domicílio.

Já o Ministério das Cidades através da Fundação João Pinheiro (2002) considerou o déficit
habitacional da cidade de Anápolis de 7.500 moradias, proporcionalmente uma das menores do Centro-
Oeste.

Pode-se também destacar como importante indicador de subnormalidade no município as


condições de infra-estrutura ofertada: 52,61% dos domicílios não são servidos por sistema de coleta de
esgotos.

7.2 Caracterização da subnormalidade habitacional de Anápolis


Em Anápolis não há registro de cortiços ou loteamentos irregulares. De forma a quantificar e
qualificar o quadro urbano e habitacional do município, pode-se afirmar que a subnormalidade é
representada por habitações subnormais, em número de 17, abrigando cerca de 12.000 pessoas em
3.000 domicílios, com quatro moradores por residência. Entende-se por favelas, no contexto de
Anápolis, a área habitacional com características de invasão, edificações precárias e sem provisão total
ou parcial de infra-estrutura básica e equipamentos públicos comunitários. Estão listadas a seguir as 17
áreas de subnormalidade habitacional (tabela 25).

As habitações nas favelas de Anápolis, de modo geral são de alvenaria, com baixo padrão
construtivo de acabamento e conservação. São construídas em áreas que oferecem risco aos
ocupantes e degradação do meio ambiente, a maioria sem infra-estrutura e saneamento básico.

Em relação às moradias em sítios considerados de risco e de proteção ambiental, há três


loteamentos em Áreas de Preservação Permanente, onde vivem cerca de 1.020 pessoas em 255
domicílios, o que corresponde a 0,32% do total no município. Há um loteamento situado em área sujeita
a desabe, onde vivem cerca de 20 pessoas. São 1.040 habitantes nas áreas citadas. Para que se possa
atender com prioridade a essa população, pode-se destacar 83 casos em 1997 e 68 em 1998 de

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152

unidades habitacionais que desabaram ou foram danificadas por deslizamentos, enchentes e outras
ocorrências.

*Fonte: Texto Habitação Plano Estratégico para assentamento subnormais PEMAS Programa Habitar BID, maio 2002.

Tabela 25 - Áreas de Subnormalidade Habitacional


Assentamento Número de moradias Ano de Ocupação Aspectos Ambientais
1) Anápolis City (área de risco) 200 1995 área com alta declividade
em processo erosivo.

2) Vivian Park 1ª Etapa 200 1986 área de risco, de


preservação permanente
e de proteção de
mananciais.
3) Novo Paraíso (Morro do 550 40 anos área de risco, de
Cachimbo) preservação permanente,
e de proteção de
mananciais e com alta
declividade em processo
erosivo.

4) Jardim Santa Cecília 200 1987 área com alta


declividade em processo
de erosão.
5) Vila Brasil (área de risco) 40 1990 área de preservação
permanente e com alta
declividade em processo
erosivo.

6) Parque das Nações 142 1984 área de preservação


permanente e com alta
declividade em processo
erosivo.
7) Jardim Esperança (anexo ao 600 1998 não incidente
Setor Industrial Daia)
8) Santo André 19 1986 não incidente
9) Adriana Parque 28 1994 não incidente
10) Polocentro 43 1996 não incidente
11) Santos Dumont 52 1992 não incidente
12) Leito da Antiga Ferroviária 650 1988 não incidente
(Bairros: Arco Verde,Setor
Sul,São João)
13) Vila Corumbá 16 1950 não incidente
14) Jardim das Américas 3ª 83 1988 não incidente
Etapa
15) Jardim Progresso 120 1990 não incidente
16) Victor Braga 26 1995 área com alta declividade
em processo erosivo
17) Parque das Primaveras 31 1987 área de preservação
permanente
Fonte: Programa Habitar BID – PEMAS Plano Estratégico para assentamentos
Subnormais – maio 2002.

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153

7.3 População
A maioria da população situada em áreas de subnormalidade habitacional é oriunda do próprio
Estado de Goiás, que migra em busca de emprego e educação, com o objetivo maior de fixar moradia
em Anápolis.

Há presença de famílias originárias de outras regiões do país como Norte e Nordeste, que logram
no município melhores condições de sobrevivência. Em geral, são pessoas extremamente carentes,
sem escolaridade, preparo profissional e constantes problemas de saúde.

Estima-se que 80% da população das invasões não apresenta qualificação profissional, o que
torna difícil sua inserção no mercado de trabalho. Cerca de 50% sobrevivem à base de subempregos,
com renda média mensal inferior ou igual a um salário mínimo, sem qualquer vínculo ou direito
trabalhista. Um número significativo sobrevive graças à participação em programas assistenciais de
órgãos governamentais, sua única fonte de sustento familiar.

7.4 Áreas de Assentamentos Subnormais


Estas áreas no município são, em sua maioria, bem situadas dentro da malha urbana, já que a
escolha da moradia é diretamente relacionada com o local de emprego. As habitações são executadas
com predomínio de alvenaria, baixo padrão construtivo, em áreas de risco, degradação ambiental e sem
infra-estrutura básica (mapa 26).

Os bairros Vivian Park, parte do Anápolis City e Morro do Cachimbo merecem maior atenção.
Foram classificados pela precariedade das ocupações e situação de risco a que são submetidos os
moradores, conforme descrição a seguir:

Vivian Park
Localiza-se na porção sudoeste do município, a cerca de quatro quilômetros do centro, na bacia
do Córrego Catingueiro. É parte do Vivian Park II. Apresenta declividade de 12% a 15%, solo em
processo de erosão tipo laminar e ravinas, provocada pela falta de manejo adequado e conservação,
agravada pela ausência de infra-estrutura básica, como rede de água potável, esgoto sanitário,
pavimentação e drenagem pluvial. As habitações situam-se em nível inferior ao greide da rua para
onde vertem as águas pluviais a céu aberto.

Habitado desde 1990, está localizado parte em propriedade particular e outra em área pública
municipal sem regularização urbanística e fundiária. É servido apenas de energia elétrica. São mínimas
as condições de moradia. Há carência total de serviços públicos inclusive coleta de lixo (foto 20).

A população abastece-se de água por meio de poços rasos ou cisternas. A ausência de esgoto
sanitário compromete os mananciais subterrâneos, colocando em risco a saúde dos habitantes.

A área apresenta alto grau de deterioração do solo, necessitando, com urgência, de


terraplenagem, pavimentação, drenagem de águas pluviais, abastecimento de água potável e rede de
esgotos (fotos 21 e 22).

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157

Foto 20 - Vivian Park ausência de saneamento e coleta de lixo


Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

Foto 21 - Voçorocas no Bairro Vivian Park decorrentes da


ausência de pavimentação e drenagem
Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

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Foto 22 - Vivian Park - diante da ausência de qualidade de vida,


a densidade habitacional é baixa
Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS

Anápolis City
É parte de um loteamento particular, aprovado em 1969 e alterado entre os anos de 1985 e 1986,
com 2.466 lotes. As 90 habitações em situação de risco são, em sua maioria, invasões de área pública
institucional, designada na ocasião da ocupação, como parte de trecho de preservação do Córrego
Água Fria.

Localiza-se na porção nordeste da cidade, a aproximadamente 1,2 km de distância do centro,


com acesso principal pela Av. Mato Grosso e interligações viárias com diversas ruas. A área que
demanda erradicação, apresenta declividade em torno de 15%, solo em processo erosivo pela remoção
da vegetação nativa e ocorrência de matas ripárias. Na ocasião da vistoria observou-se movimentação
de terra para fins de plantio e edificação. (foto 23)

A ocupação da faixa de preservação do Córrego Água Fria, da forma como se apresenta,


constitui ação ilegal e danosa, por ser área de proteção permanente sujeita em lei. A retirada das matas
ciliares e aterros provocou a destruição das nascentes, o assoreamento e a obstrução dos fluxos
naturais dos córregos. Isso impede a drenagem da bacia, que mantém a carga natural das águas de
chuva e evita inundações. A alteração das características naturais das margens contribui para a
modificação da estrutura geomorfológica. O resultado são áreas instáveis, com risco de desabamentos
e acomodações do solo. (foto 24)

Segundo o Laudo Técnico Ambiental contratado pela Prefeitura em fevereiro de 2002, das 174
edificações existentes ao longo da margem do Córrego Água Fria, pelo menos metade encontra-se em
área de instabilidade do solo, com possibilidade de inundações e desmoronamento. Constatou-se
também a ocorrência de lixo e esgoto a céu aberto, e criadouros de vetores mecânicos que se tornam
focos de doenças de meio hídrico, caracterizando a área como extremamente insalubre, sujeitando a
população a contaminação por doenças patogênicas e transmissíveis por mosquitos.

A área tem elevada importância para o escoamento da bacia hidrográfica e das chuvas, e
apresenta potencial cênico natural para uma grande parte da população dos bairros vizinhos e

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159

valorizada por toda a comunidade. Sua desocupação e recuperação são necessárias, com a alternativa
de remoção e reassentamento dos moradores em outro local. A maioria das famílias entrevistadas se
dispõe a desocupar a área, desde que seja removida para local próximo ao centro e “que o imóvel seja
do mesmo valor”. Considerando que as péssimas condições de habitabilidade desvalorizam o terreno,
subentende-se que a valorização se refere às benfeitorias de alvenaria ou outras de relevância nas
áreas de melhores condições.

Foto 23 - Anápolis City degradação das margens do Córrego


Água Fria
Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

Foto 24 - Anápolis City - erosão e desabamento nas margens


do Córrego Água Fria
Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

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160

Morro do Cachimbo
A terceira área, denominada Morro do Cachimbo, é a mais antiga em ocupação. Surgiu na
década de 60, ante a necessidade de alojar os hansenianos no Lar São Francisco (foto 25). A ocupação
alastrou-se ao redor do abrigo, consolidando a posse desde então, no Novo Paraíso, no encontro dos
bairros Paraíso SS e Vila São Joaquim. O assentamento situa-se a sudoeste, a 1.500 metros do setor
central, na bacia do Córrego Catingueiro, e é objeto de disputa judicial de difícil e demorada solução por
se tratar de área particular (foto 26).

A ocupação deu-se de forma espontânea, em terreno com declividade de 15% a 20%, que
abrange topo e encosta de morro. O sistema viário é desorganizado, sem pavimentação nem rede de
drenagem. A densidade urbana é elevada, com ausência de áreas verdes, solo em processo de
deterioração e escalvado com rochas aflorando.

Os aspectos geológicos e geográficos são os fatores mais agravantes na área. A elevada


densidade e o desordenamento da ocupação somados à declividade do terreno, favorecem a crescente
degradação do solo com processos avançados de erosão e instabilidade em grande parte da gleba.
Dispõe de redes de energia elétrica, água potável, iluminação pública e coleta regular de lixo. Não há
esgoto sanitário.

Dentre as três áreas citadas, o Morro do Cachimbo apresenta maior consolidação, mas necessita
reordenamento do uso do espaço e da continuidade da implantação da infra-estrutura. A estimativa do
número de moradias gira em torno de 650, na sua maioria em alvenaria ou mistas com outro tipo de
material (foto 27).

Foto 25 - Morro do Cachimbo - Rua do Leprosário


Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

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Foto 26 - Morro do Cachimbo - vista a partir da parte alta


Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

Foto 27 - Morro do Cachimbo - a densa massa vegetal


caracteriza a ocupação de mais de 40 anos
Fonte: Plano Estratégico para assentamentos subnormais -
PEMAS - Programa Habitar Brasil - BID, maio 2002

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162

7.5 Instrumentos de Política Habitacional


Não há uma política habitacional municipal implantada,apesar de oficialmente instituído pelo
Plano Diretor de Anápolis, em 1992. Também não há registros de participação do município em
consórcios intermunicipais de habitação ou convênios de parceria com o setor privado. Uma das
iniciativas em implantar a política habitacional foi a aprovação da Lei de criação do Conselho Municipal
da Cidade de Anápolis (Comcidade Lei 2.855 29 abril de 2002/Lei 3.078 29 de junho de 2004), o qual
funciona com reuniões mensais no ano de 2005 . Esse conselho tem como atribuição a análise,
discussão e implantação do planejamento urbano, da política habitacional e das questões ambientais,
de modo a integrar a gestão do espaço urbano. No ano de 2005 foi criado o Fundo de Habitação,
estando ainda em fase de implantação.

Com relação aos recursos orçamentários do município destinados à política, programas e


projetos habitacionais, os valores aplicados não são expressivos, resumindo-se a 0,004% do orçamento
municipal de 1998. Tal cenário demonstra a baixa capacidade do município de Anápolis, até o momento,
para implementar políticas e programas públicos de moradias e a inexpressiva participação do povo em
formular/implementar soluções para os problemas habitacionais. O município detém razoável estrutura
operacional na Secretaria Municipal de Habitação para iniciar a implementação de tais programas.
Entretanto, face à inexistência de instrumentos urbanísticos e de política habitacional efetiva, a
Prefeitura não logrou êxito nessa área de atuação.

Produção Habitacional com Apoio do Setor Público


Segundo dados fornecidos pela Prefeitura de Anápolis, houve iniciativas isoladas relativas a
programas habitacionais. Em 1984, construiu-se a Vila Esperança (349 casas) em área doada pelo
município. Em 1994, iniciou-se a construção da primeira etapa do Conjunto Habitacional Filostro
Machado, com 1.034 habitações. Em 1998, na segunda etapa, foram construídas mais 237 unidades
em regime de mutirão.

Conforme reuniões “leitura da comunidade - 2005” foi identificado para o município determinadas
zonas especiais de interesses sociais - ZEIS, conseqüentemente passa a ser importante instrumento
para a política habitacional (mapa 27).

Destaca-se que essas novas moradias foram edificadas, em sistema de mutirão, com aplicação
de 0,0017% (R$ 700,00/unidade em um montante de R$ 165.900,00) do orçamento municipal na
urbanização da área utilizada, com a energia elétrica e abertura de ruas, fornecimento de material
básico (pedra marruada, areia e cimento) e doação de parte de área pública do município. O governo do
Estado de Goiás forneceu uma cesta básica de materiais de construção. Não houve novas iniciativas
nos anos de 1999 e 2000. Não há dados sobre a avaliação do município acerca dos programas
estaduais e federais, com relação às dificuldades para execução das obras e recebimento dos recursos
(2001).

No ano de 2004, o Governo do Estado de Goiás, implantou o Programa Morada Nova (341 casas)
em área doada pelo município.

Na atualidade a política habitacional do Governo de Goiás oferece as seguintes modalidades de


programas para financiamento e melhoria das condições de moradia da população:

Programa Morada Nova


Promove a redução do déficit habitacional e melhoria da qualidade de vida.

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163

Diagnóstico do Setor Habitacional do Estado de Goiás:


Levantamento realizado em 2000 sobre os problemas habitacionais no Estado.

Cheque Moradia:
Consiste na distribuição de cheques com valores previamente definidos que podem ser trocados
no comércio por materiais de construção. São liberados ao beneficiário à medida que se cumpre o
cronograma da obra.

PAI-H/FGTS:

Por meio de convênio com a Caixa, o Governo de Goiás, através da Agehab, realiza a quitação
das dívidas geradas pela inadimplência dos contratos das casas dos conjuntos do Programa de Ação
Imediata para Habitação (Pai-H).

Programa Ordem na Casa:


Para possibilitar a regularização dos contratos das casas dos conjuntos habitacionais
construídos pela antiga Cohab/Go.

Programa Morar Melhor:


Objetiva viabilizar a construção de 710 casas populares, com cerca de 40 metros quadrados
cada uma, com recursos oriundos do Orçamento Geral da União e repassados pela Caixa Econômica
Federal. Serão beneficiadas 12 cidades, com utilização dos recursos sob fiscalização da Agehab.

Atualmente nenhum desses programas está sendo implantado no município de Anápolis.

Características das Unidades Construídas ou Financiadas pelo Município


Foram construídas apenas 237 habitações unifamiliares em Anápolis entre os anos de 1996 e
1998. Nesta iniciativa, o município forneceu a área com infra-estrutura implantada e o Governo de Goiás
o material para construção em alvenaria de tijolos e cobertura de telhas cerâmicos. A habitação-padrão
foi de 25,00 m² (custo de R$ 200,00/ m²), feita em regime de mutirão.

Não houve outros empreendimentos no município para a oferta de lotes urbanizados ou


aquisição de materiais de construção para a população de baixa renda, nem programas de melhorias
habitacionais.

7.6 Dados Atualizados do Mercado Imobiliário


Segundo dados da Associação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), há um déficit habitacional para
população com rendimento familiar de até três salários mínimos, universo que compreende cerca de
13.000 famílias, cuja capacidade de endividamento gira em torno de R$ 150,00 mensais. A busca é por
lotes mais próximos da região central, citando como exemplo as áreas vizinhas ao Distrito Agroindustrial
de Anápolis na parte sul do município ou em áreas a leste. Informa a AIA que a taxa de inadimplência gira
em torno de 15%. Em relação a conjunto habitacional de natureza social, a iniciativa privada não tem
investido, pois os custos desse empreendimento são altos e inviabilizam a aquisição por parte desta
população.

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164

A procura de mercado para pessoas com faixa de rendimento de até três salários mínimos se
concentra em áreas localizadas a leste e a norte da BR-153, e nas periféricas na parte oeste da
cidade.Em loteamentos mais distantes, como o Setor Residencial Dom Felipe, a negociação é feita em
72 prestações de R$122,00 (60% do salário mínimo)*. Nos mais próximos, áreas providas de infra-
estrutura e equipamentos urbanos, como o Residencial Las Palmas, distante do Residencial Dom
Felipe cerca de 2 km, o valor sobe para 72 prestações de R$180,00 (um salário mínimo)*. Estima-se
10% de inadimplência neste tipo de comercialização de lotes.

O custo médio para a construção de unidade habitacional de 25 m² era de R$ 200,00 (Duzentos


Reais), em 2001. A área média de um lote em zona periférica é de 250 m² e o seu valor, para pagamento
a vista e em loteamento regularizado, é de R$8,00/m². Há uma redução de 50% nesse valor para lotes
em parcelamento clandestino. Por isso as moradias em áreas denominadas áreas subnormais torna-se
a opção mais acessível à população de baixa renda.

O valor médio unitário de moradia típica em loteamento regularizado é de R$4.500,00. Tomando


como referência este padrão, há redução de 33,34% (R$2.500,00) desse valor em áreas clandestinas e
de 66,67% (R$1.500,00) em favelas.

Em relação aos aluguéis, o valor médio mensal cobrado em moradia típica localizada em
loteamento regularizado é de R$ 150,00. Há redução de 33,34% desse valor-padrão em loteamento
clandestino, e de 73,34% quando em favelas. O maior comprometimento com os valores cobrados nos
aluguéis residenciais pode ser observado nas famílias com renda de até três salários mínimos: 25% do
orçamento mensal.

Tomando por base o preço do alqueire praticado no município de Anápolis (R$ 50.000,00) e a
quantidade-padrão de 90 lotes que esta superfície comporta, depreende-se que entre o preço médio de
um lote residencial área em regularizada na periferia urbana provida de infra-estrutura básica (R$
2.000,00) e o preço médio da gleba bruta, a valorização é de 450%. Estes dados acima se referem ao
ano de 2001.(Programa Habitar BID PEMAS)

Observa-se um paralelo nos percentuais de desvalorização entre os preços médios de unidades


habitacionais e nas reduções dos aluguéis mensais, de acordo com sua localização**. As más
condições habitacionais nas localidades desprovidas de infra-estrutura têm efeito redutor nos preços,
tornando-se a opção mais viável para a população de baixa renda, mas contribuindo para a diminuição
da qualidade de vida dessas pessoas.

Com os dados fornecidos pela AIA - Associação das Imobiliárias de Anápolis, foi possível mapear
a atual situação do mercado imobiliário de Anápolis no ano de 2005 (mapa 28).

Fonte: Texto produzido pelo plano estratégico para assentamentos subnormais - PEMAS, que contribui um instrumento
definidor e condutor das ações do Município na implementação do Programa Habitar Brasil - BID - maio,2002 e dados
revisados pelo plano diretor participativo de Anápolis - 2005.

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8. MOBILIDADE URBANA
Secretaria Municipal de Habitação
171

Esta é a síntese dos estudos desenvolvidos no documento Sistema Viário de Anápolis:


diagnóstico e considerações, apresentado em junho de 2005. As análises foram condensadas em
quatro tópicos essenciais relacionados à mobilidade urbana, a saber: trânsito, transportes, pedestres e
segurança.

Essa subdivisão, convencionada para melhor cognição lógica-espacial dos problemas


identificados, sejam intrínsecos, de infra-estrutura ou da aplicação de políticas públicas, revela a todo
instante suas interfaces e articulações, a partir de uma quantidade de elementos e desdobra seus
mosaicos e nuances, infinitos encaixes e combinações, dependendo do observador.

Qualquer política pública de mobilidade urbana deve ter como diretriz e meta, conciliar e
harmonizar os deslocamentos de bens e pessoas em diferentes modais de transporte e adequar as
necessidades de acomodação da frota crescente no meio urbano, sem prejuízo dos componentes
sociais e ambientais. A garantia de sustentabilidade e eficiência das condições de circulação e
acessibilidade de bens e cidadãos depende do provimento de recursos técnicos, humanos e materiais
em bases permanentes e suficientes, simultâneas com a dinâmica de reprodução econômica do
município de Anápolis.

8.1 Trânsito
Quando o anapolino queixa-se das “condições de trânsito”, seu foco restringe-se ao extremo
visível de um problema sistêmico, contextual e conjuntural, que reflete no somatório das opções de
planejamento urbano, uso e ocupação do solo, infra-estrutura viária, projeto geométrico e de drenagem,
gerência de pavimento, iluminação pública, políticas de transporte público e do modelo operacional de
sinalização e fiscalização adotados por sucessivas administrações públicas municipais, que compõem
hoje, o desenho do ambiente urbano edificado. Reflete, também, o próprio contexto sócio-econômico da
população, a indisponibilidade de recursos para investimentos em requalificação proporcionais às
demandas e a própria cultura e atitude comportamental média de condução de veículos e administração
de conflitos de deslocamento pelos atores urbanos anapolinos motoristas, ciclistas, semoventes e
pedestres.

Nenhum diagnóstico será justo e preciso, portanto, se desconsiderar a relevância desses


interferentes e condicionantes, a seguir relacionados:

A Morfologia do Traçado Viário do Município como Interferente Estrutural do Trânsito


Anápolis apresenta em seu desenho urbano, características de um modelo radioconcêntrico não
convencional, porquanto difuso, convergente à região central (figura 2), combinado com núcleos de
ocupação axial pontuais, fragmentados, desenvolvidos ao longo de eixos rodoviários primitivos
provenientes das contribuições volumétricas de tráfego oriundas da Capital do Estado, principalmente
sobre a antiga BR-14, incorporada à jurisdição do município como a atual Avenida Brasil, na década de
70.

A acelerada multiplicação desses núcleos e expansão dos existentes, data de meados da década
de 50, através das conexões a nordeste que originaram o traçado da BR-060, quando da construção de
Brasília sem que isso configurasse, todavia, uma evolução para um modelo polinucleado clássico. Ao
contrário, o relativo isolamento desses núcleos vocacionados para o atendimento ao tráfego de
passagem privilegiou, a linearidade nas viagens não comprometidas com o município, como a
convergência pendular dos deslocamentos de ingresso e egresso ao núcleo central, como ainda
acentuou a descontinuidade da ocupação do tecido urbano periférico.

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172

O incremento desses fluxos de tráfego rodoviário, alimentado pela posição estratégica de


Anápolis como entreposto logístico avançado de bens e serviços para a nova Capital Federal foi
determinante para a concepção do traçado atual da BR-153, que constituiu o primeiro anel rodoviário
perimetral de contenção no município. Foi determinante, também para a definição da composição de
tráfego com alto percentual de veículos de carga que permeia o aglomerado urbano em direção aos
destinos rodoviários do Norte de Goiás, Tocantins, Distrito Federal, Pará e à Região Sudeste.

A ocupação urbana a partir dessa sobreposição de motivos, acrescida da falta de definição de


critérios para o uso adequado do solo urbano (fortemente motivada por influências políticas e
econômicas ao longo de seu desenvolvimento e até os dias de hoje) acentuou a desorganização da
dinâmica de expansão imobiliária e do processo de adensamento demográfico.

Figura 02- Conformação Morfológica do Traçado Viário Estrutural


de Anápolis
Fonte: Diagnóstico do sistema viário de Anápolis - CMTT, 2005

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173
Despadronização de gabaritos geométricos e desarticulação de concordâncias dos eixos
viários estruturais
Um dos reflexos da falta de diretrizes de planejamento foi a edificação, nos loteamentos
aprovados, de segmentos coletores com seções transversais inadequadas à expansão da frota,
indicando ausência de critérios de previsão de estudos de geração de viagens para acomodação de
correntes de tráfego uma vez consolidados os adensamentos dos sítios de ocupação e suas
interconexões. Raios de giro de veículos foram também extensamente projetados sem qualquer
obediência aos gabaritos mínimos de veículos de projeto definidos pelos manuais consagrados de
desenho geométrico viário. O resultado desse modelo urbano complexo sob o ponto de vista da
mobilidade é atualmente, a insuficiência de permeabilidade e conexão do sistema viário estrutural de
suporte, nos sentidos leste-oeste-leste e sobrecarregando os dois corredores contínuos ortogonais
concordantes principais de transposição da Avenida Brasil (corredor Goiás e sistema Rio Branco-Mato
Grosso), e o sistema de retroalimentação dos demais eixos de transposições. (como o corredor Xavier
de Almeida, truncado na Praça Americano do Brasil e o sistema Amazílio Lino-JK, truncado na Av.
Miguel João)

A volumetria da Avenida Brasil, devido a essa falta de permeabilidade transversal, apresenta


ônus, induzido em alto grau, comprometendo a fluidez do tráfego.

O problema estrutural do polígono central de Anápolis


Como ocorre em qualquer conformação morfológica radioconcêntrica, existe uma característica
particular de atração de tráfego à região central do município, onde se processa a maior parte das
distribuições de macrodeslocamentos intraurbanos. Situação agravada enormemente pela existência
de um terminal central de integração de transporte coletivo na Praça Americano do Brasil, sobre a antiga
Estação Ferroviária de Anápolis.

O sistema viário do polígono central de Anápolis, especialmente aqueles localizados na área de


influência direta do Terminal Rodoviário Urbano, oferece severas restrições de caixa em relação à
operacionalidade do tráfego.

A falta de corredores estruturais no sentido leste-oeste provoca a saturação de vias inadequadas


para a coexistência de transporte coletivo e individual, fato agravado pois: (a) topografia desses
corredores, convergentes a um fundo de vale; (b) falta de uma política de priorização do transporte
coletivo; (c) grande circulação de veículos de carga na região central; (d) excesso de concessões de
áreas exclusivas de “carga e descarga” , muitas vezes em posições opostas e alternadas no mesmo
viário estreito, configurando verdadeiros estrangulamentos; (e) vícios de condução observados,
especialmente a parada e o estacionamento irregular, realizados à revelia do sistema de sinalização
implantado, revelando necessidade de revisão da fiscalização.

As principais interferências operacionais verificadas são:

1. longitudinais - causadas por veículos e pedestres que se movimentam ou estão estacionados no


mesmo sentido do tráfego, ao longo da via, manobras de ultrapassagem, sub-dimensionamento de
seções transversais de faixas de rolamento, atrito lateral e obstruções devidas a manobras de inserção
para macrocirculaçao e ou acesso a destinos situados na lateral da via.
2. transversais - provocadas pelo fluxo de veículos e pedestres conflitantes circulando em
passagens oblíquas ao sentido do deslocamento dos veículos de transporte coletivo.

Essas interferências provocam a lentidão das viagens na área central, pela restrição de
manobras e do alto grau de equivalentes a ônibus e caminhões.

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174

Outro problema crônico é o adensamento populacional verificado na região central, por conta da
aglutinação de centenas de pólos geradores de tráfego, especialmente de serviços bancários e
compras comparadas. Nas vias que compõem o acesso à Avenida Universitária, na Avenida São
Francisco e em cerca de outras oito locações, observa-se fenômeno semelhante de sobrecarga, devido
à atração de viagens por estabelecimentos de ensino. Embora o Código de Trânsito Brasileiro, no Artigo
93, ofereça instrumentos para solucionar essas situações, na prática não se observa historicamente a
adoção de qualquer ação restritiva ou mitigadora de impacto para a aprovação de instalação de pólos
geradores, de pequeno, médio ou grande porte. Falta previsão legal no plano diretor, para a exigência de
relatórios de impacto de vizinhança, e são insuficientes instrumentos de fiscalização.
Sinalização Horizontal
Os elementos mínimos de sinalização horizontal exigidos pela legislação estão aplicados em
todo o sistema viário pavimentado estrutural do município, bem como em todas as interseções do viário
local, sendo obedecidos rigorosamente os manuais de projeto do departamento nacional de trânsito -
DENATRAN e atualizações das resoluções do conselho nacional de trânsito - CONTRAN pelo
departamento de engenharia da companhia municipal de trânsito e transporte - CMTT, com cobertura
aproximada de 12.500 m² de demarcação viária. As faixas de retenção nas aproximações variam entre 1
e 3 metros de distância das faixas de pedestres, de acordo com os critérios de velocidade das vias
sinalizadas.

As más condições gerais dos pavimentos asfálticos e a insuficiente drenagem superficial do


sistema viário do município contribuem para uma redução sensível da durabilidade das tintas
empregadas.

A insuficiência de recursos municipais para um adequado gerenciamento de manutenção dos


pavimentos, demanda a utilização de soluções alternativas de baixo custo.

Não há um plano integrado de gerência de pavimentos, que inclua, gestão de manutenção e


conservação dos pavimentos, adoção de diretrizes técnicas e de materiais modernos, revisão
conceitual, limpeza periódica e requalificação técnica do sistema de captação e escoamento de águas
pluviais de Anápolis.

Sinalização Vertical
Sinalização de Regulamentação e Advertência
Embora haja profusão de sinalização vertical de regulamentação e advertência no município, o
padrão das placas existentes reflete a carência de recursos materiais da administração pública
municipal.

Sinalização Indicativa
Pode-se dizer que não existe sinalização indicativa adequada implantada no sistema viário de
Anápolis.

Sinalização Semafórica
Implantada em 50 interseções no município, sendo 18 delas na região do polígono central. Em
sua maioria eletromecânicos, para operação uniplanificada e os 20 equipamentos eletrônicos. Embora
tenham capacidade de operar entre quatro e dezesseis planos diários, operam com planos únicos,

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175

devido á necessidade de integração dos ciclos aos equipamentos mais antigos.O mobiliário urbano de
semáforos é despadronizado.
Dispositivos auxiliares de controle - Redutores físicos de velocidade
Há cerca de três dezenas de dispositivos redutores físicos de velocidade (lombadas). Muitas
dessas ondulações verticais do pavimento foram executadas sem o devido critério técnico.

Dispositivos eletrônicos de controle medidores de velocidade discretos e ostensivos


Anápolis possui um parque de equipamentos para automação de fiscalização de excesso de
velocidade, caracterizado, na sua quase totalidade, por medidores ostensivos nas vias principais do
município, em número de cento e dezoito faixas supervisionadas, além de trinta e seis monitoradas por
equipamentos medidores discretos e dezoito dotadas de controle de avanço de sinal e parada sobre
faixa de pedestres.

Desde sua implantação, observou-se redução significativa dos indicadores de acidentes no


município, o que comprova a eficácia do método, embora o escopo dos serviços prestados, pela
natureza dos equipamentos ostensivos instalados e da tecnologia disponível à época da contratação
primitiva, não permitisse, até o mês de maio de 2005, a verificação de velocidade de motocicletas,
ciclomotores e veículos assemelhados em pontos de redução compulsória de velocidade para proteção
de travessias sinalizadas de pedestres, que constituem hoje o principal foco de combate às
transgressões no trânsito.

No ano de 2005 foram implantadas as primeiras oito faixas monitoradas segundo a nova diretriz
prevendo-se a readequação gradual de todos os equipamentos ampliando a fiscalização da velocidade
e avanço de semáforos com sistemas estatísticos, de controle e administração de trânsito, com a
implantação de uma central de atendimento ao usuário que permita interação sinérgica e democrática
com a população anapolina e com a instauração de um processo abrangente de educação para o
trânsito, de amplo alcance e de forma continuada e transversal.

Composição da frota de veículos registrados em Anápolis


Em janeiro de 2005, os dados totalizados do departamento de trânsito - DETRAN-GO indicavam
uma frota registrada em Anápolis, de 105.715 veículos, segundo a distribuição constante da tabela 26.

Considerações sobre a realidade da distribuição modal do transporte em Anápolis como


fator interferente na mobilidade urbana
Em números absolutos, a frota registrada em janeiro de 2004 era de exatos 99.851veículos, não
considerando cerca de 16.000 veículos que compõem a frota flutuante, verifica-se uma taxa de
crescimento de 5,87% no período de 12 meses.

Em abril de 2005, a frota registrada foi de 107.655 veículos, o que indica um aumento da projeção
da taxa de crescimento anual para 7,36% aa.

Tomando-se a estimativa populacional para o mesmo mês de abril de 2005, obtém-se uma taxa
de motorização de 1:2,77 veículos/habitante, indicador definitivo da opção modal da população
anapolina pelo transporte individual motorizado. Observe-se ainda que o modal motocicleta
corresponde, em Anápolis, a 18,9% do total da frota registrada, quase o dobro, portanto, da média
nacional. (RENAVAM, 2003 op. cit.IPEA, 2003)

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176

Identificação de problemas estruturais


Este modelo de distribuição embute reflexos diretos nos altos índices de acidentes verificados no
sistema viário de Anápolis, tanto do ponto de vista da volumetria da frota, como de conflitos observados
por componentes de geometria viária e infra-estrutura, apontando deficiências na administração de
transporte (quanto à organização modal), de tráfego (no que concerne à circulação dos usuários) e
trânsito. (no que se refere à fiscalização e à ordenação normativa e educativa da circulação)

Tabela 26
Veículos registrados no município de Anápolis - janeiro de 2005

Tipos de Veículos Nacionais Veículos Importados


veículos Tipos de combustíveis Tipos de combustíveis
Álcool Gasolina Diesel Outros Total Álcool Gasolina Diesel Outros Total
Automóvel 11296 43395 57 573 55321 3 1877 5 2 1887
Caminhão 20 30 7025 0 7075 0 1 61 0 62
Caminhão trator 0 0 1005 0 1005 0 0 8 0 8
Camioneta 203 1478 326 1 2008 0 13 45 0 58
Ciclomotor 0 85 0 0 85 0 4 0 0 4
Limousine 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Microônibus 0 4 74 0 78 0 0 87 0 87
Motocicleta 8 19991 0 0 19999 0 139 0 0 139
Motoneta 0 5130 0 0 5130 0 54 0 0 54
Ônibus 0 0 1086 0 1086 0 0 50 0 50
Quadriciclo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Reboque 0 0 0 1504 1504 0 0 0 3 3
Semi-reboque 0 0 0 1668 1668 0 0 0 0 0
Trator de rodas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Triciclo 0 6 0 0 6 0 0 0 0 0
Camionete 1006 3847 3130 91 8074 1 85 201 1 288
Outros veículos 0 7 24 1 32 0 1 3 0 4
Total 12533 73973 12727 3838 103071 4 2174 460 6 2644
Total (NAC + IMP) 12537 76147 13187 3844 105715 12537 76147 13187 3844 105715
Fonte: Detran-GO

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8.2 Transporte Coletivo
Anápolis possui um sistema de transporte coletivo operado por uma única concessionária, a TCA
- Transportes Coletivos de Anápolis, com base em um modelo de integração estrutural radial de todas as
linhas operadas, a partir de um terminal central, atendendo cerca de sessenta mil viagens diárias de
usuários.

O Terminal Rodoviário Urbano (TRU) é o principal equipamento público municipal de transportes


coletivos urbanos e localiza-se na região do centro histórico de Anápolis, edificado no entorno da antiga
Estação Ferroviária Central, hoje preservada em seu interior, divisado a Sudoeste pela Avenida Federal,
a Sul pelo viário da Praça Americano do Brasil, a leste pela Avenida Leopoldo de Bulhões e a Oeste pela
Rua João Buta, com área de 2.200 m², onde situam - se o pátio de manobras, as baias de embarque /
desembarque em configuração transversal (rodoviária), um centro comercial popular e instalações
operacionais da empresa concessionária.

A administração do TRU é realizada pela empresa TCA, conforme Contrato de Concessão de


Uso Especial, firmado com a Administração Pública Municipal , em 19 de setembro de 1986.

A frota é composta por 165 veículos, com idade média de cinco anos, sendo quatro deles dotados
de elevadores hidráulicos para atendimento de passageiros com necessidades especiais e oito veículos
equipados com ar-condicionado e suspensão hidropneumática, para rebaixamento dos degraus de
acesso.

Essa frota responde pelo atendimento de 99 linhas regulares e 17 linhas especiais (tabela 27),
totalizando 1.850 km sobre viário arterial e coletor. Cerca de 37% dos pontos de parada oferecidos são
cobertos por abrigos, de vários padrões construtivos, em diferentes estágios de conservação.
Tabela 27 - Atendimento do transporte coletivo em Anápolis - 2005

Fonte: Diagnóstico do sistema viário de Anápolis - CMTT, Junho,2005

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Tabela 27 - Atendimento do transporte coletivo em Anápolis - 2005

Fonte: Diagnóstico do sistema viário de Anápolis - CMTT, Junho,2005

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Tabela 27 - Atendimento do transporte coletivo em Anápolis - 2005

Fonte: Diagnóstico do sistema viário de Anápolis - CMTT, Junho,2005

Os headways são bastante variáveis, nos entrepicos (embora sigam um rigoroso planejamento
de horários nos pontos de controle), obedecendo à lógica de otimização de resposta à demanda,
segundo um modelo operacional bastante peculiar de gerenciar e informatizar o material rodante.

Esse sistema, desenvolvido pela própria concessionária, promove a interface entre as


necessidades de serviço imediatas da integração e a frota disponível, pela via do planejamento
eletrônico da planilha de horários no Terminal Rodoviário Urbano. Todos motoristas conhecem o
itinerário das linhas e os veículos estão aptos a cumprir quaisquer dos itinerários. Ao entrar no TRU, o
tag do veículo é reconhecido por um sistema de transponder R/F e, por comando eletrônico de voz, seu
motorista é informado sobre a próxima linha programada e o novo horário de saída.

O painel de mensagens variáveis do veículo automático passa a ostentar o novo indicativo de


itinerário. Havendo atraso na saída do veículo, para a viagem seguinte, o sistema diagnostica a falha,
permitindo que se verifique possível avaria ou outra causa interferente, para que se proceda à
normalização da demanda ou a substituição do equipamento rodante.

Esse modelo de gerenciamento permite uma sensível redução de ociosidade, visto que a
regulação de demanda é feita direta em função da oferta programada de veículos. Veículos excedentes
no entrepicos são redirecionados a uma garagem de regulação, na Avenida Universitária e relocados
em serviço, para atendimento dos headways de pico.

Embora registrando alta resposta de satisfação dos usuários, em pesquisas periódicas


realizadas pela própria concessionária, quanto à pontualidade, conservação e qualidade do
equipamento rodante, o modelo de integração completa radial a partir do TRU, vem sendo alvo de
muitos questionamentos, quanto à compulsoriedade do deslocamento angular até o polígono central,
de destinos que poderiam ser atendidos por linhas circulares ou perimetrais, em sistema de integração
aberta ou pela criação de novos terminais nos subcentros urbanos.

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180

Os grandes intervalos de atendimento em entrepicos, em localizações periféricas do município e


os grandes tempos de viagem desse desenho da rede, respondem hoje pelos maiores indicadores de
insatisfação entre a população usuária.

Há que se considerar, porém, que o redesenho efetivo de um novo carregamento de rede


depende, como premissa fundamental, da realização de uma pesquisa de origem-destino completa do
sistema de transportes (entre usuários motorizados, condutores e passageiros, bem como entre
pedestres e semoventes e de base domiciliar), em bases metodologicamente fundamentadas, sob
pena da criação de linhas com dois e até três transbordos, onerando as planilhas do sistema, os tempos
de viagem e, por conseguinte, o desconforto e os custos tarifários repassados aos usuários.

A falta de um estudo preciso sobre a geração de viagens em Anápolis e a inexistência de um


plano diretor de transporte urbano, que discipline as regras gerais de circulação compartilhada entre os
modos de viagem pode ser considerada hoje, como o principal problema estrutural do transporte
coletivo no município.

Some-se a essa deficiência estrutural, o alto custo do transporte público na composição do


orçamento das famílias de baixa renda e a cultura do transporte individual como indicador de mobilidade
social - duas vertentes polares, que diminuem a atratividade do sistema de transporte coletivo para uma
grande massa usuária que hoje migra para outras opções modais.

Pode-se deduzir inferências desse fenômeno migratório, (a) pela redução proporcional (e
estagnação quantitativa) do número de passageiros atendidos pelo transporte coletivo em Anápolis, em
relação ao crescimento demográfico verificado, ano a ano, (b) aumento proporcional do número de
motocicletas e ciclomotores na composição da frota registrada no município - 18,9% do total registrado
em dezembro de 2004, quase o dobro, portanto, da média nacional (RENAVAM, 2003 op. cit.IPEA,
2003). Isso revela forte propensão de potenciais usuários deste transporte pela opção da motorização
privada de baixo custo aquisitivo.

Nesse caso, à facilidade de acesso ao modo motocicleta soma-se o desejo desse usuário
migrante, de ampliar quantitativa e qualitativamente suas opções de mobilidade, inserindo-se em um
extrato social "diferenciado", ainda que através de um tipo de veículo limitado em capacidade, conforto e
em segurança.

No outro extremo, verifica-se - embora sem dados que balizem fundamentadamente (c) a opção
modal por deslocar a pé e por bicicleta, daí a necessidade da pesquisa O/D - uma parcela de usuários
potenciais (muitos deles migrantes) do transporte coletivo que, vulnerabilizada por interferentes sócio-
econômicos nas suas condições de acesso a emprego, serviços públicos essenciais, lazer e integração
social - à própria condição de subsistência, portanto - tem suas opções de mobilidade reduzidas, pela
insuficiência de recursos para usufruir do transporte público coletivo.

Como agravantes dos problemas citados de atratividade do transporte coletivo, que contribuem
tanto para o incremento da motorização privada, quanto para a exclusão social da mobilidade, encontra-
se o histórico clientelismo verificado tanto na concepção de extensões da rede como na concessão de
"gratuidades".

Verifica-se, na primeira situação citada, a ocorrência de implantações ou extensões de linhas, ou


mesmo de elevação do número de pontos de parada de transporte coletivo atendendo pressões do
executivo, do legislativo e da sociedade civil organizada, à revelia de critérios técnicos de demanda de

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181

passageiros, performance de veículos, geometria viária, infra-estrutura viária e espaços de viagens


máximas de pedestres, ocasionando, em diversas situações, efeitos como: (a) desvio funcional da
hierarquia viária, com reflexos no uso e ocupação do solo de vias com características locais, que
passam a receber transporte coletivo; (b) avanço significativo dos tempos de viagens, seja por extensão
de percursos e itinerários, pela dificuldade de inserção de veículos em determinadas geometrias, ou
ainda pela redução das velocidades médias do sistema, para operacionalização de maior número de
paradas ou por limitações de desempenho, devido a graus acentuados e pavimentos inadequados; (c)
acréscimo da indisponibilidade de equipamento rodante, por aumento dos requisitos de manutenção e
(d) ampliação das distâncias anuais percorridas pelos equipamentos e do número de viagens diárias,
com reflexos no consumo de combustível, de lubrificantes, de serviços de manutenção e conservação,
bem como no emprego de pessoal técnico e de operação.

Na segunda situação - e é importante citar que Anápolis possui cerca de 15 tipos diferentes de
"gratuidades" no transporte coletivo, atende os mesmos elementos de pressão já citados - observa-se
que, junto com as "gratuidades" consagradas, ou de previsão legal federal, como estudantes em
viagens residência-escola-residência, vales-transporte e isenções para idosos, desdobra-se outra
dezena de subsídios, para usuários cadastrados, que não apresenta contrapartida orçamentária pública
para sua dotação. Ou seja, são instrumentos públicos sem receita própria, cujo orçamento se faz
através de diluição nas tarifas repassadas aos usuários. Vale lembrar que "gratuidade" encontra-se
grafada entre aspas, pelo simples fato de não existir, na prática. Alguém sempre paga essa socialização
do sistema, muitas vezes necessária e solidária. No caso de Anápolis, todo o conjunto de demais
usuários pagantes do transporte coletivo.

O resultado dos dois exemplos citados é evidente: a oneração das planilhas de custos do
sistema, cujo incremento é repassado aos usuários

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182

8.3 Pedestre
A circulação e a acessibilidade de pedestres pressupõem um desenho urbano que privilegie: (a) a
autonomia e independência dos usuários da infra-estrutura viária; (b) a igualdade entre os pedestres
com plena movimentação motora e sensorial e os portadores de necessidades especiais; (c) o desenho
universal e o conceito de rotas acessíveis e (d) a mitigação de conflitos entre veículos, pedestres e
semoventes.

Partindo dessa premissa, pode-se afirmar que o ambiente público edificado de Anápolis,
caracterizado pela aleatoriedade do desenho geométrico urbano, não contempla, historicamente,
qualquer política de amparo à circulação de pedestres ou pessoas com mobilidade funcional reduzida
(PMFR). Tal condição está em amplo desacordo com as diretrizes legais dispostas no Artigo 182 da
Constituição Federal, na Lei 7.853, de 24/10/89, Decreto 3.298, de 20/12/99, Leis 10.048, de
14/11/2000, 10.098, de 19/12/2000 e na Norma Técnica Brasileira NBR 9050 da ABNT.

Como pessoas com mobilidade funcional reduzida - PMFR entenda-se qualquer limitação
motora ou sensorial que implique em restrições à acessibilidade de pessoas aos dispositivos físicos
implantados no sistema viário e no ambiente construído. Idosos, grávidas, crianças, os
temporariamente incapacitados por membros fraturados, cadeirantes, pessoas carregando grandes
volumes ou pesos, operando equipamentos eletrônicos, usando calçados de saltos altos ou
caminhando sobre trechos alagados. Essa nova abordagem procura descaracterizar o conceito de
"espaços para deficientes", que, via de regra, segrega os espaços públicos ao desenho universal. Não
se trata mais "deles", mas de "nós", pedestres.
Problemas Estruturais Crônicos
Os principais problemas de acessibilidade dos pedestres, assim entendidos, referem-se a duas
situações típicas: (a) os deslocamentos longitudinais nas vias, sobre os passeios e (b) os
deslocamentos transversais, ou travessias de leitos viários.

Em ambas as situações, devemos ter como premissa inicial as características da movimentação


dos pedestres. Para cada pessoa a imprevisibilidade é quase uma regra, aliada à liberdade de
movimentar-se em todas as direções e sentidos. A escolha, pelo pedestre, do caminho a seguir, está
intimamente associada à percepção que ele tem da área em que circula e da facilidade ou dificuldade
que encontra para se orientar.

Entretanto, lembramos que, pedestres agrupados, apresentam comportamentos e reações


semelhantes, respondendo a estímulos com variações em sua velocidade, mudanças de caminhos e
maior ou menor atenção.

Os deslocamentos no meio urbano levam o pedestre a submeter-se à ação de uma série de


estímulos simultâneos, os quais exercem enorme influência sobre seu comportamento e segurança.
Sendo inúmeros os estímulos recebidos no meio urbano, ao iniciarmos um itinerário, podemos afirmar
que a percepção do conjunto precede a percepção do elemento isolado. Dessa forma, dispositivos
específicos como faixa de travessia ou foco de pedestre, podem se perder entre os outros estímulos,
como: (a) os visuais, vegetação, relevo, praças, outdoors, cartazes, vitrines etc; (b) sonoros - buzinas,
alto-falantes, frenagens e (c) cinéticos - a velocidade dos diversos veículos, além, é claro, dos apelos
internos específicos de cada pessoa, ou derivados de distúrbios psiconeurológicos ou químicos.
O Conflito Veículo x Pedestre no Meio Urbano de Anápolis
Este conflito independe da ocorrência de acidente. Os perigos potenciais são evidenciados em
qualquer local onde os fluxos de pedestres e veículos não têm seu território claramente definido (por

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183

exemplo, em vias sem calçadas), ou onde há necessidade desses fluxos se cruzarem (travessias em
nível). Esse conflito é determinado pelo número e tipo de pedestres (idade, aptidão física, atenção),
volume de veículos e suas características (tráfego pesado, velocidade etc.), características da via no
local (largura, sentido único ou duplo de circulação, canteiro central, curvas, aclive/declive e outras) e
pela associação com o tipo e densidade de ocupação do solo.

Exemplos típicos são as travessias consolidadas na Avenida Brasil, onde a baixa densidade de
ocupação do solo, aliada ao desenho contínuo e fluído daquela via, demandaram a implantação de
redutores de velocidade eletrônicos, para proteção dos pedestres. Em outro extremo, verifica-se no
polígono central alta densidade demográfica, com a ocorrência de travessias ao longo de todas as
principais ruas, onde pedestres passam por entre os veículos (parados e em movimento), acentuando
as características de conflito, independentemente da adoção de tempos semafóricos específicos ou
sinalização específica.

Fatores de Influência nos Atropelamentos


Fator pedestre
Indecisões na travessia, movimentação brusca, ignorância em relação às leis de trânsito e aos
dispositivos de segurança, integrantes sociais e de percepção do meio urbano, influem no proceder e na
segurança do pedestre. De maneira geral, os pedestres que não sabem dirigir são proporcionalmente
mais acidentados, pois não conseguem avaliar a capacidade de reação do motorista e as limitações de
manobra do veículo.

Fator Tráfego
Juntamente com as características da via e o tipo de ocupação do solo, as condições de tráfego
contribuem para a maior ou menor segurança do pedestre. A velocidade real desenvolvida pelos
veículos e a capacidade da via, o volume de tráfego e seus picos horários, são fatores que influem. Por
exemplo: a conversão de veículos está entre os que mais incidem e constitui um dos grandes problemas
enfrentados pelo pedestre, pois a falta de oportunidade para fazer a travessia leva-o à impaciência e a
assumir riscos que podem conduzi-lo a uma situação de acidente.

Fator Via
Tanto as condições de traçado geométrico, conservação, sinalização e iluminação da via, como
as condições das calçadas contribuem sensivelmente para a segurança do pedestre.

Vias com curvas muito fechadas, como ocorre na região do polígono central, obstáculos, buracos
e pouca iluminação nas regiões periféricas e outras situações recorrentes, provocam perda de controle
do veículo, que, somada à inexistência de calçadas (ou mau estado de conservação, pouca largura),
evidenciam altos índices de atropelamentos. Em muitos casos, esse tipo de problema deriva de vias
projetadas em função exclusiva dos veículos, sem prever as necessidades de circulação dos pedestres.

Ainda quanto aos passeios, verifica-se, em toda a cidade, falta de padronização de gabaritos,
materiais construtivos, concordâncias verticais e cobertura vegetal.

A despadronização torna quase impraticável a circulação de pedestres, agravada pela


obstaculização causada postes, colunas de placas, lixeiras, canteiros, degraus, rebaixamentos de
guias, estacionamentos irregulares, estruturas de marquises e coberturas, gradis, raízes e troncos de
árvores, calçamento solto e, não raro, ocupação do passeio por bares informais. Essa situação é
endêmica na cidade.

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184

8.4 Segurança no Trânsito


Verifica-se em Anápolis, grande ocorrência de acidentes de trânsito, devidos principalmente à
prática de direção em excesso de velocidade, imprudência e direção perigosa ou inábil, que resultam em
uma quantidade elevada de óbitos, invalidez e ferimentos, com reflexo direto no bem-estar social dos
envolvidos, na qualidade de vida da população e no meio-ambiente urbano e, indiretamente, no ônus
coletivo provocado pelo impacto dos efeitos dos acidentes na geração de necessidades sociais
comunitárias e investimentos públicos em atendimento médico e de emergência, edificação e
equipamento de unidades e leitos hospitalares e absorção das deseconomias de produtividade da
população diretamente afetada.

Principal justificativa para o alto investimento projetado para o aperfeiçoamento de sistemas,


métodos e equipamentos de fiscalização, os acidentes de trânsito guardam relação direta com o ônus
devido a grande parte dos atendimentos médicos ocorridos em Anápolis, fato associado à prestação de
serviços públicos de emergência e resgate, geração de necessidades adicionais de leitos hospitalares,
pessoal especializado, equipamentos, o custo de uma invalidez, o impacto social e econômico dos
óbitos e afastamentos devidos a acidentes e seus reflexos na cadeia produtiva do município e na
oneração dos repasses previdenciários municipais e federais.

Os dados de acidentes amostrados de 2000 a 2003, referem-se especificamente à implantação


de sistemas de fiscalização eletrônica em Anápolis, como justificativa técnica à adoção dos sistemas e
que ora reproduzimos. No ano de 2000, início da implantação da fiscalização eletrônica em Anápolis,
para uma população de 334.661 habitantes (IBGE, 2000) e 75.733 veículos - índice de motorização de
1:4,42 (DETRAN-GO, 2001), ocorreram, em números absolutos, 1080 acidentes com danos materiais e
1682 acidentes com vítimas em vias públicas de Anápolis, sendo 1643 com vítimas não fatais, e 39
vítimas fatais.

Observa-se, ainda, que óbitos ocorridos após 72 horas, até 30 dias, são acompanhados pela
Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito - DEAT e associados aos acidentes em si, o que
corrobora e calibra a estatística geral e atesta uma gravidade ainda maior do problema.

Esses dados representaram, no ano de 2000, índices de 491,05 vítimas não fatais/100.000
habitantes e de 5,15 mortes / 10.000 veículos, respectivamente.

No ano de 2001, de um total de 2128 acidentes, esses índices foram reduzidos para 422,48
vítimas não fatais / 100.000 habitantes e de 3,25 mortes / 10.000 veículos. (Base: pop.: 342.264 hab /
frota: 83.117 )

Em 2002, nova redução, desta vez para 1780 acidentes, sendo os índices apurados, de 361,94
vítimas não fatais / 100.000 habitantes e de 2,88 mortes / 10.000 veículos. (Base: pop.: 347.844 hab /
frota: 90.238 )

Os indicadores apontaram, portanto, à época, para a eficácia do sistema de fiscalização


eletrônica, para a preservação da vida, mesmo em um projeto de alcance limitado e de equipamentos
monotípicos, uma vez que, ao longo dos primeiros três anos da adoção de sistemas de monitoramento e
fiscalização de trânsito, observou-se uma redução de 35,67 % no índice de acidentes com vítimas não
fatais ocasionados por excesso de velocidade no município de Anápolis, e de até 78,82 % do número de
acidentes com vítimas fatais em colisões e abalroamentos em conflitos de convergência longitudinal e
ortogonal.

Nos anos de 2003 e 2004 houve um hiato no levantamento e consolidação de dados de acidentes

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185

de trânsito em Anápolis. As estatísticas foram retomadas a partir de janeiro de 2005, sob um novo
formato metodológico, mais abrangente e em estrita conformidade com o modelo estatístico adotado
pelo CONTRAN.

Os dados disponíveis de janeiro a abril de 2005 (quadro 01), transpostos para a mesma base de
cálculo dos dados apresentados anteriormente, indicam um total, para o quadrimestre, de 1271
acidentes, apresentando-se, ainda, índices de 304 vítimas não fatais / 100.000 habitantes e exatas 1,3
mortes/10.000 veículos (Base pop. 298.155 hab / frota: 107.655).

Quadro 01 – Síntese de indicadores de acidentes de trânsito em Anápolis – 1o quadrimestre


de 2005
Fonte: Diagnóstico do sistema viário de Anápolis - CMTT, Junho,2005

Como inferências mais significativas, pode-se concluir que, de 2002 a 2005, houve um aumento
abrupto do número de ocorrências de acidentes, da ordem de 214% (considerando a relativa
estabilidade mensal, para efeito de projeção) , enquanto o crescimento líquido da frota foi de 19,3 % no
período. Em contrapartida, a severidade dos acidentes caiu drasticamente, tendo-se reduzido em 19,06
% a ocorrência de vítimas não fatais e em 54,87% os registros de índices proporcionais de mortes. A
título de comparação, a média de mortes/10 mil veículos no Brasil situa-se na faixa de 6,5. (DENATRAN,
2005)

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186
A Econometria dos Acidentes de Trânsito

Um amplo estudo econométrico coordenado pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica


Aplicada, publicado em 2003, foi realizado a partir de dados levantados em 49 aglomerados urbanos
representativos no território nacional, em parceria com a ANTP -Associação Nacional de Transportes
Públicos e a participação da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (CODEPLAN-DF), do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S.Paulo e da Companhia de
Engenharia de Tráfego de S.Paulo (CET/SP). Contou com recursos da Rede Ipea de Pesquisas, do
Ministério dos Transportes, do Ministério da Saúde, da Secretaria Especial de Desenvolvimento
Urbano/PR e do Ministério da Justiça, por meio do DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito e
da Secretaria de Estado de Direitos Humanos.

Conforme as inferências da pesquisa, um acidente de trânsito tinha, em 2003, um custo médio de


R$8.782 (US$ 2,879), aí considerados todos os tipos de acidentes. Caso considerem-se apenas os
acidentes com vítimas, o valor médio de um acidente eleva-se para R$35.136.(US$11,520)
Desagregando os custos por grau de severidade dos acidentes, verificou-se que um acidente de trânsito
sem vítimas possuía um custo médio de R$3.262 (US$ 1,069.50), um acidente com ferido apresenta um
custo médio de R$17.460 (US$ 5,724.60) e um acidente com morte, R$144.143. (US$ 47,260) Estes
dados evidenciam que o impacto econômico causado pelos acidentes de trânsito cresce
significativamente à medida que aumenta a severidade dos acidentes. (IPEA, 2003)

Mesmo com a redução verificada nas séries históricas apresentadas, transportando para a
realidade municipal o cálculo do IPEA, verifica-se que o custo total dos acidentes no município de
Anápolis, somente no primeiro quadrimestre de 2005, foi de R$ 11.974.560 (quadro 02). Valor que
poderia ser destinado às obras emergenciais como saneamento básico, habitações e, até mesmo, em
melhorias na saúde de Anápolis.

Segmentos Críticos de Acidentes


Foram avaliados, segundo a metodologia de análise de severidade recomendada pelo
DENATRAN, que considera a unidade padrão de severidade - UPS. Embora a UPS seja comumente
relativizada como índice, em função do VDM da via (veículos/dia/média), a divisão de estatística do
CMTT adotou a ponderação do Número de UPS como padrão, até que sejam concluídos estudos de
volumetria classificada nas seções viárias mais críticas, que possam balizar com maior precisão os
níveis de saturação.

Assim, considere-se : UPS = ADM + 5 AVNF + 13 AVF

Onde: ADM é o número de acidentes com danos materiais

AVNF é o número de acidentes com vítimas não fatais

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187

AVF é o número de acidentes com vítimas fatais

Foram considerados para composição do rol de segmentos críticos no mês de abril de 2005, ou
seja, demandando verificação de conformidade técnica e avaliação de demanda de intervenções, os
segmentos constantes no quadro 03, a partir de um número de UPS mínimo de 13.

Quadro 03 – Sistema viário de Anápolis – abril de 2005


Fonte: Diagnóstico do sistema viário de Anápolis - CMTT, Junho,2005

Considerações finais

Com base no exposto, é lícito afirmar que ampliação e estabelecimento de padrões de gabarito
viário no município deve mensurar as repercussões sociais e ambientais no meio urbano.

É consenso afirmar entre os especialistas, que deve ser urgentemente repensada a construção
de obras em função do automóvel, ou seja, o crescimento exponencial da frota não deve ser encarado
como fato inevitável e fortuito, mas como vetor passível de controle, restrição e otimização.

O caráter segregacionista das administrações, reflete nesse espaço de raciocínio, as anomalias


sistêmicas de cidades-pólo, como Anápolis, caracterizadas pela consolidação de uma estrutura de
circulação urbana seletiva: com privilégio das vias para automóveis, em detrimento de políticas de
inclusão de pedestres e ciclistas (por necessidade, não por hobby) a sistemas integrados de transporte
público eficiente, aumentando sua mobilidade e expandindo assim seus horizontes de trabalho,
residência e lazer.

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9. INFRA-ESTRUTURA
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191

9.1 Saneamento Básico


Abastecimento de água *
Até 1973, o sistema de água de Anápolis era administrado por uma autarquia municipal , a
Superintendência Municipal de Saneamento (SUMSAN), criada em 1963. A SANEAGO assumiu a
administração do sistema em 1973, por meio de contrato de concessão. O sistema de Abastecimento de
Água de Anápolis foi inaugurado em 1952, com a captação no Ribeirão das Antas e a estação de
tratamento de água (ETA) localizada atualmente no escritório central da SANEAGO.

Em 1976 a captação foi transferida para o Ribeirão Piancó e a ETA para o Setor Jardim das
Américas. Este sistema proporciona atendimento a 95% da população da sede municipal - 2000 (mapa
29).

Para abastecimento de água da Cidade de Anápolis, utiliza o manancial superficial, representado


pelo Ribeirão Piancó, afluente da margem direita do Rio Capivari e responsável pelo abastecimento da
maior parte da Cidade; e o manancial subterrâneo, pelos poços do sistema independente Arco Verde,
atendendo os Bairros Setor Sul e Jardim Arco Verde.

O abastecimento do DAIA é realizado a partir de manancial superficial, representado pelo Rio


Caldas. O sistema DAIA é operado pela Goiás Industrial e tem capacidade nominal de 234 l/s (litros por
segundo), dos quais 100 l/s são destinados presentemente ao abastecimento da cidade.

Existem atualmente 25 reservatórios situados em 15 centros de reservação interligados a 13


setores de distribuição.

De acordo com relatório da Saneago - 2001, o consumo total foi de 17.478.895 m³, o que aponta
demanda média diária de 48.456 m³. Esses números indicam que o sistema é deficitário. Diante deste
fato a concessionária perfurou 32 poços artesianos, cuja vazão permite reserva de 780 m³.

A estação de tratamento de água de Anápolis utiliza processo convencional e foi implantada em


duas etapas, com capacidade nominal de 350l/s cada.

Esgotamento Sanitário *
Os primeiros trechos de rede coletora de Anápolis foram implantados em 1956. Em 1969 foi
construída uma estação de tratamento de esgotos na área central da cidade, para tratar 50% do esgoto
coletado na época, hoje desativada.

O atual sistema de esgotamento está dividido em seis sub-bacias. As sub-bacias Góis, Água Fria,
Cezários, Reboleiras e Antas, estão localizadas na bacia do Rio das Antas; e a sub-bacia Catingueiros,
localizada na bacia do Córrego Catingueiro. A rede coletora das extensões das sub-bacias e diâmetros
conta com 476.766,00 metros.

A estação de tratamento está localizada na margem direita do Rio das Antas, tratando uma vazão
máxima afluente, medida em maio de 1998, de 470 l/s. O corpo receptor dos esgotos tratados é o Rio das
Antas, bacia do Rio Corumbá.O Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) possui sistema de
esgotamento sanitário próprio, com lançamento dos esgotos tratados no Córrego Extrema, bacia do Rio
das Antas.

* Fonte: Planos diretores de água e esgoto sanitários da cidade de Anápolis - 2001 - SANEAGO.

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192

Apesar da grande extensão de área urbanizada atendida por rede coletora de esgoto,a cidade de
Anápolis por se constituir num aglomerado urbano disperso, apresenta um índice de atendimento
relativamente baixo, estimado em aproximadamente 52,61%.

A maior parte do sistema de esgotamento sanitário de Anápolis foi implantado conforme projeto
elaborado na década de 80. A ampliação do sistema de coleta de esgoto implica na reestruturação da
ETE ou na construção de novas estações (mapa 30).

É grande o número de ligações clandestinas, contribuindo para a poluição dos córregos,ao lançar
esgoto doméstico diretamente nos leitos d’água.

9.2 Drenagem e Pavimentação


Não há dados precisos relativos ao sistema de drenagem pluvial de Anápolis. Pouco se sabe
sobre o mapeamento desta rede e os locais a que ela serve. É um sistema deficiente, com ligações
clandestinas de esgoto doméstico e subdimensionado, comprovado por constantes alagamentos e
inundações, principalmente no centro. Diante do relevo da cidade, dos terrenos acidentados e fundos
de vale há grande tendência à formação de enxurradas, impondo extrema necessidade de estudos para
sanar tais deficiências.Em virtude desta falta de infra-estrutura adequada a malha viária tem sido
danificada constantemente, devido ao escoamento ser superficial. De acordo com dados estimativos
fornecidos pela Secretaria de Infra-estrutura, (maio de 2003) é necessário executar 794.762,81 metros
de rede pluvial (mapa 31).

Segundo dados da Companhia Pavimentadora de Anápolis S/A - Paviana (dez. 2005), as vias não
pavimentadas somam 2.040.917 m² (21,57%) e 14,39% das pavimentadas precisam ser recapiadas, o
asfalto existente encontra-se em estado precário de conservação. (mapa 32) A execução das obras de
pavimentação asfáltica sem a devida drenagem compromete a manutenção e conservação do asfalto,
ocasionando prejuízo aos cofres públicos.

9.3 Energia Elétrica


O fornecimento de energia elétrica é de responsabilidade da CELG, Companhia Energética de
Goiás S/A. O aumento do consumo de energia elétrica nos últimos anos foi de 3% em 1999,
comparando-se a 1998, e 6% de 1999 a 2000.A taxa de crescimento de 2001 e 2002 se estabilizou,
diante das metas impostas para redução do consumo.

O atendimento se faz em 100% da zona urbana e conforme dados fornecidos pela CELG há
necessidade de expansão na zona rural, mesmo considerando o aumento de 28,4% Kwh medido (tabela
28).

De 2002 a 2004 a categoria industrial apresentou aumento no consumo de 24% Kwh medido,
porém reduziu o número de consumidores.O consumo total da zona urbana registra acréscimo de 14,4%
Kwh medido.

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193

Tabela 28
Consumo de Energia Elétrica Zona Urbana Anápolis - 2002/2004
2002 2003 2004
Categoria
Consumidores Kwh medido Consumidores Kwh medido Consumidores Kwh medido
Residencial 91.043 11.166.838 93.969 11.165.717 96.515 12.270.928
Industrial 1.066 10.623.559 1.026 10.742.331 1.031 13.206.063
Comercial 9.274 4.566.873 9.514 4.513.945 9.575 4.952.931
Rural 2.161 793.011 2.239 938.273 2.323 1.018.519
Poder Público 340 793.103 339 859.254 378 1.729.445
Iluminação Pública 1 2.342.743 1 2.034.875 1 2.009.607
Serviço Público 47 1.876.956 59 1.755.339 48 1.661.920
Consumo Próprio 6 7.792 6 7.655 6 8.470
Total 103.938 32.170.875 107.153 32.017.389 109.877 36.857.883

Fonte: CELG
* Os dados apresentados referem-se ao mês de dezembro do respectivo ano.

Discriminação População Atendida

Pavimentação das vias 78,43%


Esgoto Sanitário 52,61%*
Tratamento do esgoto coletado 75%*
Água Potável 95%
Energia elétrica 100%
Quadro 04 - Quadro geral de infra-estrutura de Anápolis
Fonte: Prefeitura Municipal de Anápolis, Saneago, Celg e Paviana.
*Estimativa

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10. SÓCIO-CULTURAL
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205

10.1 Índice de Desenvolvimento Humano - IDH


Na cidade de Anápolis, o nível de desenvolvimento humano é considerado médio. Entre 1991 a
2000, o quesito longevidade teve melhor desempenho, acusando crescimento de 12,5%. Seguido da
melhora na educação (9,8%) o quesito renda (5,4%) cresceu bem abaixo da média do IDH municipal
(9,3%). (tabela 29)

Tabela 29
Indicadores de desenvolvimento humano de Anápolis - 1991/2000

Fonte:PNUD,IBGE,IPEA

A taxa de crescimento do desenvolvimento humano do município de Anápolis (9,3%) foi maior


que a média registrada no Estado de Goiás. Em 1991, Anápolis ostentava o 7º lugar no ranking do IDH-M
dos municípios goianos, mas caiu em 2000 para a 16ª posição. Em relação ao Brasil, ocupava o 767º
lugar, e caiu em 2000 para 839º. Isto demonstra que Anápolis não conseguiu acompanhar o ritmo de
crescimento dos municípios em nível nacional e estadual do IDH-M (tabela 30).

Tabela 30
Classificação nacional e estadual dos índices de desenvolvimento humano
de Anápolis - 1991/2000

Fonte:PNUD,IBGE,IPEA

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206

10.2 Saúde
A saúde não pode ser entendida somente como ausência de doenças, nem tampouco como ação
curativa e de distribuição de medicamento, mas promoção da qualidade de vida.

O Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição de 1988, buscou reverter o
excesso de intervenção do governo no setor, marcado pela centralização, fragmentação organizativa,
ausência de mecanismos de controle público e social, concentração de atendimento hospitalar ou
ambulatorial de nível secundário. Portanto, as políticas públicas objetivam aumentar a responsabilidade
nos municípios e melhorar a eficácia dos gastos realizados, com a introdução de substanciais
modificações de gestão: macro-financiamento, aspectos micro-organizacionais, melhoria da
informação, ampliação da autonomia dos gestores e adoção de incentivos à eficiência, entre outros
aspectos.A saúde passa então a inserir-se em um contexto social mais amplo, que contemple atender à
pessoa doente e as condições de saneamento básico, do meio ambiente, vigilância e fiscalização
sanitária, escolaridade, emprego e renda, situação do trânsito, processos educativos e culturais
formadores de novos padrões de comportamento, participação popular na gestão das políticas e ações
do setor.

Anápolis é hoje referência em termos de assistência médica de qualidade, ocupando a segunda


colocação entre as cidades goianas com mais de 50.000 habitantes.

Prestação de Serviço de Saúde de Anápolis


Anápolis assumiu a Gestão Plena da Atenção Básica (GPAB) nos termos da Norma Operacional
Básica (NOB/96), em março de 1998, e a Gestão Plena do Sistema de Saúde (GPSM), nos termos da
Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS/2002), em abril de 2003.

Neste contexto é fundamental o papel dos conselhos de saúde. No entanto, em Anápolis sua
atuação é ainda tímida.

O Município e o Ministério da Saúde, através do instrumento de monitoramento e de gestão


democrática do setor, denominado “Pacto da Atenção Básica”, apresentam um conjunto de variáveis.

Os problemas da saúde em Anápolis são:

alta rotatividade dos recursos humanos;


estrutura física deficitária (equipamentos, instalações);
adequação das estruturas físicas do Hospital Municipal Jamel Cecílio às novas realidades
advindas da inauguração do Hospital de Urgências de Anápolis;
necessidade de mais pessoal de apoio;
disponibilidade de veículos para visitas.

A população reclama da demora no atendimento, falta de especialistas, levando a crer na


necessidade de construção de novos postos de saúde, embora estejam bem distribuídos. No entanto o
que se observa é a insuficiência de mão de obra e postos mal equipados (mapa 34).

O Programa de Saúde da Família em um diagnóstico qualitativo registra interferentes que


contribuem com ações resultando uma má qualidade da saúde no município de Anápolis, como: falta de
infra-estrutura (esgoto, água, asfalto, transporte insatisfatório, arborização, lotes baldios), e questões
sociais (desemprego, falta de creches, falta de segurança, falta de lazer).

A saúde é influenciada pelas condições socioeconômicas das pessoas. Fatores como

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207

saneamento, pavimentação, escolaridade, renda e condições de habitação, dentre outros, são


considerados fundamentais.

Os indicadores de morbimortalidade aparecem com diferenças evidentes, conforme a classe


social, o grau de informação da mãe e as condições de saneamento.

A população exposta a condições de risco é também afetada por doenças controláveis pela
imunização e pelo saneamento. Entre as classes mais altas, as principais causas são aquelas
associadas ao estilo de vida, como os distúrbios cardiovasculares, as neoplasias e as doenças crônico-
degenerativas.

A despeito das campanhas e ações estratégicas ocorrem em Anápolis doenças evitáveis e que
constituem sério problema de saúde pública, como a hanseníase, a tuberculose, a dengue, as
sexualmente transmissíveis, em geral, a aids.

Em relação à dengue os casos confirmados (2002/2003) apresentam redução expressiva de


260%.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, entretanto, as ações públicas e o modelo de


atenção implantado apresentam resultados positivos, refletidos no controle e na reversão dos índices de
morbimortalidade.

Os dados relativos ao coeficiente de mortalidade infantil em 2001 e 2003 (15,02% e 12,90%


respectivamente), indicam redução da mortalidade infantil no município de Anápolis.

Infra-Estrutura dos Serviços de Saúde de Anápolis (tabela 31)


1. Unidades de Atendimento à Atenção Básica de Saúde

A atenção básica, porta de entrada aos serviços, está estruturada com nove postos de saúde e
há 39 unidades de atenção à família. Além das unidades públicas, Anápolis mantém seis convênios com
a rede privada filantrópica e sindicatos.

O Programa de Saúde da Família (PSF) substitui o antigo costume de atender o paciente que
chega ao Posto de Saúde. Há profissionais que atendem os doentes e promovem a saúde da
comunidade através de ações preventivas: mudança de hábitos alimentares, incentivo à atividade
física, higiene pessoal e saneamento ambiental (mapa 33).

2. Unidades de Atendimento Secundário

A Prefeitura Municipal de Anápolis, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde, tem-se


guiado pelas diretrizes preconizadas pelo SUS: a universalidade, a hierarquização e a descentralização
do atendimento.

A regionalização dos serviços de saúde foi dividida em três distritos sanitários com mais ou
menos 100.000 habitantes cada um, com base no critério da população mais carente. Na Secretaria
Municipal de Saúde essas regionais são conhecidas como Distrito Sanitário Norte (Centro de
Atendimento Integral da Saúde Jardim Progresso), Distrito Sanitário Leste (Centro de Atendimento
Integral da Saúde Abadia Lopes da Fonseca) e Distrito Sanitário Oeste (Unidade de Saúde do Bairro
Jundiaí).

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208

Em cada Distrito Sanitário existe uma unidade de atendimento de urgência e emergência da


atenção básica, constituída de várias especialidades médicas, com funcionamento 24 horas/dia.

As Unidades Secundárias de Assistência à Saúde são responsáveis pelo atendimento


especializado. Funcionam como policlínicas (Pediatria, Ginecologia, Clínica Médica, Cirurgia Geral,
Dermatologia, Neurologia, Gastroenterologia, Ortopedia, Cardiologia, Cirurgia Vascular), e são
responsáveis pelas capacitações inerentes aos Programas Básicos de Saúde.

3. Unidades de Atendimento Terciário

O atendimento de urgência e emergência na rede pública é feito pelo Hospital Municipal, que
mantém plantão de 24 horas, nas áreas básicas: Pediatria, Clínica Médica, Ginecologia/Obstetrícia,
Cirurgia Geral e Traumatologia e médico anestesista.

O Hospital Municipal conta com 54 leitos para internação, um ambulatório de atendimento


especializado nas áreas de Gastroenterologia, Clínica Geral, Cardiologia, Ortopedia, Pneumologia,
Otorrinolaringologia, Reumatologia, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Oftalmologia. Na área
odontológica presta atendimento especializado a excepcionais.

A unidade de assistência à saúde de Anápolis mais importante é o Hospital Municipal Jamel


Cecílio com 567.957 procedimentos em 2003, conforme relatório da Secretaria Municipal de Saúde.

O Hospital de Urgências de Anápolis é referência ao atendimento de grande urgência de âmbito


regional e com gestão municipal.

4. Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico da Rede Pública

Está estruturado nas Unidades Secundárias e no Hospital Municipal com laboratórios de


Patologia Clínica, Eletrocardiograma e Radiologia (Hospital Municipal e Unidade Jardim Progresso),
Ultrassonografia (Unidade da Mulher).
Tabela 31
Estrutura das unidades assistenciais - Rede Pública - Anápolis

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis - 2005

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213

10.3 Educação
Educação Básica
Anápolis atende a 88.853 matrículas no âmbito da educação básica, distribuídas nas redes
públicas municipais, estaduais e privadas, segundo o censo escolar 2004 (mapas 35 e 36).

O atendimento à educação infantil corresponde a 13,6% da estimativa populacional de 2003.


Percentual pequeno diante da magnitude do seguimento populacional nesta faixa etária, constituído de
27.709 crianças.

As matrículas do ensino fundamental obrigatório e gratuito apontam 56.665 alunos, número


superior à faixa etária de 7 a 14 anos. Isto indica que há muitas crianças matriculadas no ensino
fundamental com idade acima de 14 anos.

O ensino médio atende, majoritariamente, jovens e adultos com idade acima da prevista para
este nível. No município de Anápolis os dados registram 15.872 matrículas e na educação profissional,
nível técnico, 244 alunos, o que corresponde a 53,5% da faixa etária de 15 a 19 anos.

No que diz respeito à educação de jovens e adultos os dados do censo escolar 2001 registram
4.294 matrículas e em 2004, apontam 12.043, portanto um aumento de 280,46% de jovens e adultos
que tiveram acesso ao ensino fundamental e ensino médio.

A rede pública municipal compreende 57 unidades escolares (1ª a 9ª séries do Ensino


Fundamental), nove centros de Educação Infantil (Creches e Pré-Escola) e uma unidade de apoio aos
alunos com necessidades educacionais especiais.

Em dezembro de 2001, Anápolis optou pelo sistema próprio de ensino, o Conselho Municipal de
Educação tornou-se órgâo normativo e o Sistema Municipal de Ensino foi aprovado pela Lei nº 2.822, de
28 de dezembro de 2001.

A Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, estabelece o Plano Nacional de Educação arquitetado


sobre três eixos: a educação como direito, a educação como instrumento de desenvolvimento
econômico e social e a educação como fator de inclusão social. Ela é vista como a estratégia mais eficaz
de combate à exclusão, pelo poder que o conhecimento e as habilidades desenvolvidas fornecem à
pessoa.

Os dados do ensino básico no município de Anápolis 2002/2004, indicam o aumento de 228,7%


na educação especial, isto se deve a implantação de uma política educacional inclusiva, que gerou
mudança na realidade escolar com inclusão destas pessoas no sistema regular de ensino (tabelas 32 e
33).

Na rede pública estadual e municipal observam-se os efeitos da municipalização no atendimento


à educação infantil e ensino fundamental de 1ª a 4ª séries. Os dados estatísticos de 2004 registram por
parte do Município, redução no atendimento do ensino fundamental (5ª a 8ª séries) e por parte da rede
pública estadual (1ª a 4ª séries). Na rede privada observa-se um aumento de atendimento na ordem de
255,8%, no ensino fundamental de 5ª a 8ª série, enquanto a rede pública estadual e municipal diminuem
seus atendimentos (tabela 33).

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219

Tabela 32
Educação Básica - Atendimento em Anápolis - 2002

Legenda: (*) 1ª a 4ª séries + turmas de alfabetização.


Fonte: Censo Escolar/2002

Tabela 33
Educação Básica - Atendimento em Anápolis - 2004

Legenda: (*) 1ª a 4ª séries + anos iniciais.


Fonte: Censo Escolar/2004

Educação Infantil

Após a promulgação da Constituição de 1988 e da Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB), está em curso uma nova concepção, que considera a educação infantil como
a primeira etapa do ensino básico, um direito da criança e de responsabilidade do Estado, dos pais e
responsáveis. Essa norma ocasionou a transferência da rede de creches públicas e conveniadas da
esfera da Secretaria de Assistência Social para a Secretaria Municipal de Educação.

A educação infantil é uma das mais sábias estratégias de desenvolvimento humano, de formação
de inteligência e da personalidade, com reflexos positivos sobre todo o processo de aprendizagem
posterior.

Por determinação da LDB, as creches deverão adotar objetivos educacionais, transformando-se


em instituições de educação e atenderão crianças de 0 a 3 anos, ficando a faixa de 4 a 6 anos para a pré-
escola. Tal determinação segue a melhor pedagogia, porque é nessa idade que os estímulos educativos
têm maior poder de influência sobre a formação da personalidade e desenvolvimento da criança.

O município assume a educação infantil com vários desafios como: construção de currículos e
propostas pedagógicas, que promovam o desenvolvimento integral do educando, a qualificação de
docentes e outros profissionais, adequação dos prédios (ventilação, iluminação, segurança, sanitários,
cozinha, lactário etc), de pátios, de equipamentos, mobiliários, brinquedos e qualidade da alimentação e

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220

das relações entre crianças e adultos.

Observando os dados (tabela 34), verifica-se que a rede particular é a maior provedora no
atendimento da educação infantil, pré-escola, crianças com faixa etária de 4 a 6 anos. Para não incorrer
em erro de análise, ressalte-se que a rede municipal ampliou o ensino obrigatório para nove séries, com
início aos seis anos de idade, isto é, ampliou o atendimento a esta faixa etária com 8.480 crianças
matriculadas nos anos iniciais, em 50 escolas do ensino fundamental (Censo Escolar/2004).A maior
precariedade em termos de clientela está na faixa de 0 a 3 anos, pois somando as instituições públicas e
privadas, não chega a 4% o atendimento a esse universo populacional.

Um dos maiores entraves à expansão da educação infantil é a forma pela qual se dá o processo
de municipalização, pois a responsabilidade de administrá-la e mantê-la tem sido apenas do município.
No entanto, na distribuição de competências, tanto a Constituição Federal quanto a LDB são explícitas
na co-responsabilidade das três esferas de governo - Município, Estado e União - e da família.

Mesmo levando em consideração o Plano Nacional de Educação que propõe prioridade de oferta
pública às crianças das famílias de menor renda, devido à limitação de meios financeiros e técnicos, há
problemas de vagas (tabela 35).

A educação infantil não é obrigatória, mas um direito da criança. Em Anápolis, como em todos os
municípios brasileiros, constata-se demanda reprimida. Há um longo percurso a ser vencido para que a
educação infantil possa ser atendida satisfatoriamente.

O diagnóstico comunitário registra na totalidade dos segmentos da população a reivindicação de


creches na área urbana e rural.

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221

Tabela 35
Centros de Educação Infantil - Rede Pública Municipal - Creche e Pré-
Escola - Anápolis - 2005

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia de


Anápolis

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222

Ensino Fundamental

A existência de crianças fora da escola na idade própria, seja por incúria do Poder Público ou por
omissão da família e da sociedade, é a forma mais perversa e irremediável de exclusão socia,pois nega
o direito elementar de cidadania, reproduz o círculo de pobreza e marginalidade e aliena brasileiros de
qualquer perspectiva de futuro.

A consciência desse fato e a mobilização social que dele decorre, resulta em esforços
coordenados das diferentes instâncias do Poder Público numa evolução positiva do sistema de ensino
fundamental em termos de cobertura e de eficiência. Os dados evolutivos (tabelas 32, 33, 36 e 37)
indicam claramente essa questão.

A rede pública municipal atende 25.934 alunos em 57 unidades escolares. A distribuição física
desses estabelecimentos não é equilibrada e em função da continuidade do processo de
municipalização, faltam escolas em alguns setores. Mas a conclusão no processo de municipalização
do ensino fundamental entre Governo Estadual e Prefeitura Municipal, propiciará atendimento completo
ao ensino fundamental, tanto na capacidade de matrículas como na qualidade (quadro 05).

Desafios a serem enfrentados na área educacional são: reformas, ampliações e construções nas
unidades escolares existentes:

Banheiros, pátio coberto, quadras de esporte, bibliotecas, calçadas, cantina, depósito,


almoxarifado, salas de aula, secretarias, redes elétrica/hidráulica, telhado, alambrado.
Faz-se indispensável dotação dos prédios com infra-estrutura adequada, tais como: ventilação,
espaço, temperatura ambiente, iluminação, conjunto para higiene (escovódromos) e instalações
adequadas para alunos portadores de necessidades especiais (quadro 09 - diretrizes e propostas).

É imperioso avançar na implantação de recursos tecnológicos, notadamente no uso de


computadores, para que de fato venha a contribuir na formação de indivíduos competentes, críticos,
conscientes e preparados para a realidade em que vivem. Necessariamente o uso de tecnologias na
escola está vinculado a uma concepção de ser humano e mundo, de educação e seu papel na
sociedade moderna.

Até o final da década de 80, a principal preocupação dos administradores educacionais recaiu
sobre a expansão das oportunidades de escolarização, ou seja, o aumento do número de escolas e
vagas para universalizar o acesso ao ensino fundamental. A Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 e a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), asseguram como
direito não só o acesso e permanência na escola, mas o padrão de qualidade.

Entende-se por escola de qualidade, entre outros itens, aquela que dispõe de instalações em
quantidade e condições adequadas de funcionamento e efetividade do processo de ensino-
aprendizagem, tendo como alguns indicadores o índice de aprovação, reprovação e abandono escolar.

Em Anápolis, comparando o índice indicador de qualidade de ensino-aprovação no ano de 2000


e 2004, registra aumento de 9,1%, apresentando portanto bom resultado dos fatores determinantes da
eficácia escolar (tabela 38). O mesmo se dá com o índice indicador de qualidade de ensino-evasão, com
diferença percentual de -5,0% (tabela 39). Em razão disso, Anápolis já atingiu uma parte da meta do
Plano Nacional de Educação: “Em cinco anos reduzir em 50% as taxas de evasão, garantindo efetiva
aprendizagem”. O índice indicador de qualidade reprovação é o grande desafio. Os dados estatísticos

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223

confirmam a permanência de altos índices (tabela 40).

A leitura da comunidade registra como prioridades educacionais:

Reformas nas escolas


Criação de escola de informática e conexão à Internet na rede municipal
Ampliação da oferta da 2ª fase do ensino fundamental
Tabela 36
Número de estabelecimentos conforme séries de atendimento - Ensino
Fundamental - Anápolis - 2001/2004

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia de Anápolis e


Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis

Tabela 37
Matrículas por série no Ensino Fundamental por dependência
administrativa - Anápolis - 2001/2005

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia de Anápolis e Subsecretaria


Regional de Educação de Anápolis

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224

Tabela 38
Ensino Fundamental - Rede Municipal - Taxa de Aprovação - Anápolis - 2000/2004

Fonte: Conselho Municipal de Educação de Anápolis

Tabela 39
Ensino Fundamental - Rede Municipal -
Taxa de Evasão - Anápolis - 2000/2004

Fonte: Conselho Municipal de Educação de Anápolis

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225
Tabela 40
Ensino Fundamental - Rede Municipal -
Taxa de Reprovação - Anápolis - 2000/2004

Fonte: Conselho Municipal de Educação de Anápolis

Quadro 05 - Unidades Públicas Escolares por Loteamentos - Anápolis - 2005


FONTE: Secretaria Municipal da Habitação, Secretaria Municipal de Educação,
Ciência e Tecnologia e Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis/Núcleo
Gestor do Plano Diretor Participativo

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226

Quadro 05 - Unidades Públicas Escolares por Loteamentos - Anápolis - 2005


FONTE: Secretaria Municipal da Habitação, Secretaria Municipal de Educação,
Ciência e Tecnologia e Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis/Núcleo
Gestor do Plano Diretor Participativo

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227

Quadro 05 - Unidades Públicas Escolares por Loteamentos - Anápolis - 2005


FONTE: Secretaria Municipal da Habitação, Secretaria Municipal de Educação,
Ciência e Tecnologia e Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis/Núcleo
Gestor do Plano Diretor Participativo

Ensino Médio

A contagem da população anapolina realizada pelo IBGE em 2000, registra 28.667 jovens entre
15 a 19 anos, que corresponde a 10 % do total.

A situação agrava-se quando se considera que, no caso do ensino médio, os cálculos das taxas
de atendimento a essa faixa etária são pouco confiáveis, por diversas razões. Em primeiro lugar porque,
em virtude das elevadas taxas de repetência no ensino fundamental, os jovens chegam ao ensino médio
mais velhos. Em segundo lugar, porque há um grande número de adultos que volta à escola vários anos
depois de concluir o ensino fundamental.

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228

Em virtude dessas duas condições, o ensino médio atende, majoritariamente, jovens e adultos
com idade acima da prevista para este nível escolar.

O município de Anápolis atende 15.872 alunos no ensino médio assim distribuídos: Rede Pública
Estadual, 13.553 matrículas em 49 unidades estaduais e 2.319 matrículas em 11 unidades privadas.

Em 2001/2004, o ensino médio apresentou um pequeno aumento de 1,07%, apesar da


ampliação da autorização de funcionamento dos estabelecimentos públicos estaduais em várias
regiões da cidade (tabela 41).

Estatísticas recentes do Censo Escolar / 2004, registram elevada procura da modalidade de


ensino Educação Jovens e Adultos Ensino Médio (Supletivo - ensino presencial).

A leitura comunitária assinala a necessidade de ampliação da oferta dos cursos


profissionalizantes.
Tabela 41
Matrículas Ensino Médio por Dependência
Administrativa - Anápolis - 2001/2004

Fonte: Censo Escolar 2001 a 2004

Educação Jovens e Adultos

Anápolis, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE, é uma cidade jovem, pois metade da
população tem menos de 30 anos. Segundo estes mesmos dados a população que nunca estudou
(acima de 7 anos), era estimada em 17%. O município encontra-se acima da taxa média de
analfabetismo no Brasil, que é de 14,7% de pessoas com 15 anos ou mais (Plano Nacional Educação).
O maior desafio consiste em localizar essas pessoas, convencê-las a voltar à escola e articular políticas
públicas específicas.

A Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia desenvolve o projeto “Anápolis 100%


Alfabetizada”. A iniciativa é parte do Plano Emergencial “Anápolis Viva”.

Ao analisar os dados do censo escolar 2001/2004, a modalidade de ensino Educação de Jovens e


Adultos (Supletivo Presencial - Ensino Fundamental e Médio) registra 4.294 e 12.043 matrículas
respectivamente, apresentando expressivo aumento de 280,46% (tabela 42 e mapa 37).

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231

Tabela 42
Matrículas Educação Jovens e Adultos por dependência
administrativa - Anápolis - 2001/2004

Fonte: Censo Escolar 2001 a 2004

A Espacialização da Escolaridade da População de Anápolis por AED’s - Áreas de


Expansão de Domicílios

A variável escolaridade é um indicador do processo de segregação socioespacial em qualquer


cidade média ou grande do Brasil. É consenso entre os cientistas sociais que a melhor forma de inclusão
comunitária passa necessariamente, pela escolarização. Mas não adianta apenas incluir o direito do
cidadão de ir à escola; é necessário que essa escola seja de qualidade e cumpra seu papel de
alfabetizar a criança e o adulto. Os governos recentes lançam mão desse discurso como premissa
básica de inclusão social. Em alguns momentos são observados resultados positivos, ainda que
distantes da qualidade de ensino verificado nas escolas públicas do passado. Todavia, ao olhar para as
cidades e buscar a espacialização da escolaridade da população, constatamos que os mais pobres são,
efetivamente, os que possuem menor tempo de escolarização. Kaztmann, 2000 argumenta o papel vital
da educação como forma de mobilidade social:

“O papel crescentemente vital do conhecimento como meio


do progresso das nações confirma a importância
tradicionalmente atribuída à educação como maior meio de
mobilidade social e como área chave da integração social
das novas gerações. (...) A igualdade nos primeiros anos de
vida tem que fazer parte do decoro central de valores,
orientando os modelos de desenvolvimento na América
Latina. A concentração de recursos do sistema educacional
para crianças de famílias de baixo nível social e cultural é
um dos caminhos mais eficientes para quebrar os
mecanismos responsáveis pela reprodução de pobreza e
segmentação social.”

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232

Porém, o sistema educacional é segmentado. Há colégios separados para cada classe social.
Assim, o sistema educacional pouco pode fazer para promover a integração social e prevenir
marginalidade.

O município foi dividido em treze (13) áreas, conforme base cartogr´fica por AED’s - Áreas de
expansão de domicílio (mapa 38). A AED nº 13, localizada na região sudoeste, é a que concentra a
maior parte da população anapolina em área recém-urbanizada, sendo também a que apresenta o
menor índice de escolaridade, conforme registrado no mapa 39. A taxa de analfabetismo nessa região
está em torno de 14,02% a 21,08% da população absoluta em idade escolar. Em segundo lugar, aparece
a AED nº 11, localizada na região nordeste (Recanto do Sol, Conjunto Filostro Machado, Jardim
Europa), segunda em número absoluto de população, tratando-se também de urbanização recente. A
taxa de analfabetismo nessa AED está entre 9,9% e 14,2% da população em idade escolar. Em
terceiro lugar, aparece a AED nº 12 (Bairro de Lourdes e adjacências); a AED nº 10 (Vila Santa Izabel e
Cidade Universitária); a AED nº 7 (Vila Jaiara) e a AED nº 06 (Capuava e adjacências), todos com taxa
entre 5,7% e 9,9% de população analfabeta. Essa área corresponde a uma ocupação mais antiga,
portanto com famílias já estruturadas. Em quarto lugar, foram registradas as áreas do entorno do núcleo
tradicional da cidade, que aparecem com uma taxa de analfabetismo em torno de 3,0% a 5,7% da
população em idade escolar. Essas áreas formam as AEDs nº 2, 3, 4, 5, 8 e 9. E, por último, está o centro
da cidade, AED nº 1, com a taxa de analfabetismo mais baixa: em torno de 3% da população em idade
escolar. Para Anápolis, essa espacialização representa uma realidade, visto que não ocorreu
mobilização significativa das elites para a faixa intermediária.

O tempo de escolaridade da população é maior do centro para a periferia (mapa 40). A região
central (AED’s nº 1), e o Bairro Jundiaí (AED’s nº 2), apresentam as maiores taxas de escolarização.
Cerca de 10,2% a 28,3% alcançam mais de 17 anos de escolaridade. A segunda área em anos de
estudo compreende do centro ao Bairro Jundiaí e, principalmente, a região que se projeta para centro
nordeste. Esse fato se deve às ocupações recentes de autoconstrução por pessoas jovens, recém-
casadas, que, não podendo adquirir moradia nas proximidades do centro, buscam áreas que
apresentam valor imobiliário baixo e ao mesmo tempo infra-estrutura satisfatória.

A região que aparece com a maior taxa de analfabetismo é também a terceira colocada em
termos de população com maior escolarização. Esse fato parece contraditório, porém, sendo bairros de
expansão recente, também são receptores de famílias de outras classes sociais, constituídas
recentemente. Essa afirmação carece de constatação. A região sul, das AEDs acima mencionadas,
ficou em quarto lugar, seguida pela região noroeste. Essa situação pode ser explicada pelo grande
número de habitações subnormais nessas áreas, tendo colaborado para isso o fato de serem regiões
mais acidentadas.

É importante registrar que a cidade conta hoje com 41 unidades de ensino médio e seis unidades
de ensino superior.
Fonte: Análise sobre a renda domiciliar em Anápolis. Profº Juvair Fernandes de Freitas - Geógrafo.

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239
10.4 Segurança

Em Anápolis a Polícia Civil foi estruturada em sete áreas distintas que correspondem ao mesmo
número de Centros Integrados de Operações Policiais (CIOPS), responsáveis por mapear e direcionar
os recursos em um ponto específico, registrar e acompanhar as ocorrências em suas respectivas áreas
(mapa 41 e tabela 43).
Tabela 43
Centros integrados de operações policiais - CIOPS - Anápolis

Fonte: Polícia Civil - Anápolis - 2005

Conforme estatística apresentada, o 2º CIOPS é o que apresenta maior número de ocorrências,


seguido dos 1º, 6º , 4º e 5º CIOPS.

As especializadas Genarc (Grupo de Combate a Narcóticos), Deam (Atendimento à Mulher) e


Depai (Atendimento à Infância e Juventude), abrangem toda a cidade e prestam serviços à 3ª Delegacia
Regional de Polícia Civil com apoio e diligências específicas.

A Delegacia Regional de Polícia (3ª DRP) tem como principal atribuição a logística administrativa
das delegacias de Anápolis e de 13 cidades circunvizinhas.

O furto em residência é a incidência mais alta apresentada no relatório da 3ª Delegacia Regional


de Anápolis seguido de furto diverso, furto em veículo, furto em comércio, roubo diverso, estelionato e
lesão culposa.

O 3º Comando Regional de Polícia Militar atende Anápolis e seus distritos através do 4º Batalhão
de Polícia Militar e da 24ª Companhia Independente da Polícia Militar. Tem sede no 4º Batalhão da
Polícia Militar com um efetivo de 380 policiais, 16 viaturas diárias e 10 motos. O Grupo de Operações
Especiais (Goe) executa serviço ostensivo com duas viaturas diárias e três motocicletas.

A 24ª CIPM cobre a região norte da cidade, os distritos de Joanápolis, Interlândia, Souzânia e
Goialândia, mais as cidades de Goianápolis, Terezópolis, Campo Limpo e Ouro Verde, com efetivo de
190 policiais. É responsável pela Cadeia Municipal.

As estatísticas indicam direta relação entre a pobreza e a violência. As comunidades mais


críticas, segundo o 4º Batalhão Polícia Militar, são: Bairro Alexandrina,Bairro Arco Verde,Bairro Calixto
Abrão,Bairro de Lourdes,Conjunto Filostro Machado,Bairro Frei Eustáquio,Bairro Industrial Munir
Calixto,Bairro Jardim das Américas,Bairro Jardim das Oliveiras,Bairro São Lourenço,Bairro Novo
Paraíso, Bairro Paraíso,Bairro Recanto do Sol,Vila Santa Maria de Nazaré, Bairro Santo Antônio,Bairro
São Joaquim,Vila Góis,Vila União,Bairro Jardim Primavera,Bairro Jardim dos Ipês,Conjunto IAPC,Setor
Sul.

As estatísticas da 24ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) apresentam como

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240

núcleos habitacionais críticos Vila Jaiara, Jandaia, Adriana Park e Jardim Guanabara.

Entre as ocorrências de maior incidência está o furto em residência seguido de furto em veículo,
roubo em estabelecimento comercial, lesão corporal, tentativa de homicídio e homicídio.

A Polícia Militar tem quatro postos policiais estratégicos desativados: Fabril, Anápolis City, São
Joaquim e Munir Calixto. Reativar esses postos facilitaria as necessidades da população.

A população reivindica a melhoria da segurança com a seguinte leitura:


intensificar policiamento na periferia;
implantar postos policiais nos bairros;
aumentar as viaturas diárias.

Em Anápolis o ordenamento territorial trará como resultado imediato, melhoria na segurança


pública. A cidade é espraiada, com alto custo de urbanização criando deformidades na estrutura física e
social, e no atendimento às necessidades da população (mapa 42).

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245
10.5 Esporte, Lazer e Turismo

Em Anápolis os equipamentos de esporte e lazer apresentam grande deficiência tanto em


número quanto na sua manutenção e conservação.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Esportes a prática de atividades desportivas e de


lazer no município aumentou em índice considerável a partir de 2001. Há uma crescente demanda da
população que solicita ao poder público novos investimentos, ao lado da manutenção dos
equipamentos já existentes para realização de campeonatos nos bairros e distritos. Todos os campos de
futebol carecem de reforma (mapa 43).

A falta de novos investimentos e o quadro insuficiente de funcionários são causas da pouca


atividade esportiva oferecida pela Administração Municipal à população. Entretanto, a Prefeitura
direciona ações de inclusão social com o Projeto "Escola Viva". O objetivo é integrar a comunidade à
escola. A execução desse projeto envolve várias secretarias da Administração Municipal com atividades
de lazer, esporte, educação, cultura, saúde, meio ambiente, palestras educativas e instrutivas sobre o
exercício da cidadania.

O Projeto "Escola Viva" é um avanço significativo para diminuir as exclusões sociais, ampliar as
oportunidades de cidadania e integrar a gestão das secretarias municipais no atendimento às inúmeras
necessidades do cidadão anapolino.

O lazer não atende a demanda, sendo um elemento de exclusão social principalmente nos bairros
periféricos da cidade. As praças públicas existentes necessitam de reformas e ou manutenção. Há
demanda da construção de novas áreas de lazer (mapas 44 e 45).

Os eventos que fazem parte do calendário esportivo oficial do município são: Jogos Abertos de
Anápolis, Minimaratona 31 de Julho e Jogos da Primavera de Anápolis.

Quadro 06- Equipamentos desportivos


Fonte: Secretaria Municipal de Esportes - Anápolis - 2005

Secretaria Municipal de Habitação


246

Os equipamentos desportivos particulares são :

Quadro 07 - Equipamentos desportivos particulares


Fonte: Secretaria Municipal de Esportes - Anápolis - 2005

Secretaria Municipal de Habitação


247

Quadro 07 - Equipamentos desportivos particulares


Fonte: Secretaria Municipal de Esportes - Anápolis - 2005

Anápolis foi classificada pela Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) como uma das cidades
do Estado de Goiás que apresenta potencial turístico. A Agência Goiana de Turismo (Agetur) classificou
o município no roteiro "Caminhos dos Negócios". Um dos fatores que possibilita o desenvolvimento do
turismo é a infra-estrutura econômica. Contudo, poucas ações ocorrem no sentindo de dar
sustentabilidade a este segmento. Alguns equipamentos turísticos existentes necessitam de melhoria
para atingir este alvo e por outro lado, há carência de infra-estrutura turística, como hotéis, restaurantes,
bares, lojas,sinalização turística e um centro de convenções. As vantagens econômicas e sociais
trazidas por este segmento são de grande importância, por se tratar de um nicho gerador de divisas e
que apresenta enorme rentabilidade.

É necessária uma política pública voltada para o turismo de negócio. Para tanto, em 2004, foi
criado o Conselho Municipal de Turismo e, em 2005, a Secretaria Municipal de Turismo com o intuito de
viabilizar ações.

Equipamentos Turísticos: (mapa 46)

Lago JK
Central Parque da Juventude Onofre Quinan
Kartódromo Internacional
Base Aérea de Anápolis
Casa do Artesanato
Memorial JK

Secretaria Municipal de Habitação


257
10.6 Cultura
As atividades culturais de Anápolis são programadas e divulgadas mensalmente pelo orgão
responsável de Cultura. Isso é feito numa publicação denominada "Agenda Cultural", que contém
informações sobre os eventos realizados e/ou apoiados pela Administração do Município. Há também a
divulgação em veículos de comunicação de massa como rádio, televisão, jornais. A "Agenda Cultural"
integra ações de várias instituições: universidades, Secretaria Municipal da Saúde, Sebrae, Serviço
Social da Indústria, Serviço Nacional do Comércio, Associação Comercial e Industrial de Anápolis,
Secretaria de Turismo, Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, entre outras (mapa
47).

Inúmeros eventos anuais são promovidos em Anápolis, dentre eles a Feira Agroindustrial,
Exposição Agropecuária, Encontro de Corais, Festival de Folclore, Catirana, Festival de Inverno.

A realização dessas atividades, a maioria tendo como palco o centro da cidade, se mostra
ineficiente para chegar ao número ideal de espectadores. Conseqüentemente a população reclama da
falta de acesso à vida cultural.

Tanto por parte do setor público como pela iniciativa privada, identifica-se a carência de espaços
culturais como teatros, cinemas, museus, bibliotecas etc.

As unidades administradas pelo orgão municipal de cultura são:

Corpo de Baile
Companhia Anapolina de Teatro
Banda Lira de Prata
Centro Livre de Artes Integradas
Museu de Artes Plásticas Loures
Galeria de Artes Antônio Sibasolly
Escola de Música
Escola de Teatro
Escola de Dança
Escola de Artes
Casa do Artesanato
Teatro Municipal
Museu Histórico

O diagnóstico da comunidade enfatiza a necessidade de preservação do patrimônio cultural com


ações efetivas do governo municipal e aplicação adequada de políticas públicas voltadas à percepção
do traçado urbanístico em que se articule o seu centro histórico. Recomenda-se a elaboração de leis de
preservação e tombamento, e instituição do Conselho Municipal de Preservação Histórica, Cultural e
Ambiental. Prédios como a Estação Ferroviária e o Colégio Antensina Santana são listados entre os que
devem ser preservados e conservados.

Secretaria Municipal de Habitação


261

10.7 Integração Social


Orgão Gestor
A política pública de Assistência Social no município é gerida pelo orgão responsável, cujo
objetivo geral é promover a Assistência Social, como efetiva política pública de combate à exclusão da
população marginalizada e em situação de risco social, através de ações integradas e intersetoriais,
articuladas entre a sociedade civil e as três esferas de governo, assegurando direitos plenos aos seus
cidadãos e proporcionando melhoria de sua qualidade de vida (mapa 48).

O órgão gestor atua prioritariamente em duas linhas de ação:

Atendimentos Emergenciais: É direcionado a suprir as demandas imediatas da parcela mais


carente da população. É desenvolvido pela equipe de assistentes sociais que realiza triagem domiciliar
a partir da solicitação da família ou informações de populares. No momento da triagem, considerando
as especificidades e necessidades, a equipe oferece orientações para encaminhamento da família aos
serviços, programas e projetos do orgão responsável e recursos da comunidade, em articulação com as
demais políticas setoriais.

O atendimento emergencial consiste na doação de cestas básicas de alimentos , peças de


vestuário, calçados, brinquedos, óculos, auxílio funerário, apoio à população em situação de risco
imediato, realização de campanhas de arrecadação, entre outros.

Programas e Projetos: Implementa em conjunto com os governos Federal e Estadual; elabora e


implementa programas e projetos próprios, cunhados a partir das demandas locais identificadas pelo
contato com a comunidade e colaboradores.

Rede de Assistência
Além do órgão gestor, a rede de serviços sócio-assistenciais de Anápolis conta com o trabalho de
equipes de solidariedade, vinculadas em especial a Instituições religiosas e filantrópicas inscritas no
Conselho Municipal de Assistência Social, atuando no apoio a crianças, adolescentes, adultos, idosos e
portadores de necessidades especiais., sendo elas:

apoio a crianças (abrigos, meio aberto e aberto);


atendimento à pessoa idosa;
atendimento social a portadores de necessidades especiais, deficiência e doenças graves;
mulheres e famílias;
migrantes;
assistência social;
entidades representativa (CONAMA - COPROMAMA);
clubes de serviços.

Principais Problemas

Anápolis tem uma elevada taxa de urbanização. Grande parte dos seus habitantes reside na
zona urbana, fato que contribui para o aumento das demandas por serviços sociais e emprego,
justificando em consonância com a migração campo/cidade e inter-estadual, bem com a proximidade
das capitais, federal e estadual, a complexidade dos problemas enfrentados, pois as demandas por

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262

serviços coletivos e sociais acabam por crescer progressivamente superior à capacidade de respostas e
acabam por crescer progressivamente superior à capacidade de respostas e ações do poder público em
atender a essas necessidades, o que gera insatisfação e exclusão sócio-econômica como reflexo de
desigualdades locais, regionais e nacionais.

Aliado aos fatores supracitados, tem-se ainda como fator de atração populacional, o fato de
Anápolis ser a segunda maior economia do Estado, tendo seu Distrito Agro-Industrial consolidado. No
entanto, em função da ausência ou inadequação de qualificação profissional para preenchimento das
vagas de trabalho ofertadas, muitos migrantes acabam por ingressar na economia informal ou na triste
realidade do desemprego. Conseqüentemente, contribuem para a ocupação urbana desordenada, um
dos geradores da perda de qualidade de vida, ao passo que não acompanha a capacidade financeira do
poder público em levar os serviços e equipamentos urbanos básicos e indispensáveis, como segurança,
saneamento, eletrificação, habitação, educação (creches e escolas) etc.

Essa inadequada ocupação urbana aliada à escassez de recursos públicos, comum aos
municípios brasileiros, e em Anápolis agravada pela recente crise político administrativa, é responsável
pela formação de áreas povoadas convivendo com extrema pobreza, os chamados bolsões de miséria,
que infelizmente já são visíveis em nosso município, destacando-se: Invasão do Residencial das Flores;
Invasão do Vale das Laranjeiras ( Vivian Parque); Invasão do Jardim Esperança; Invasão do Setor Sul;
Invasão do Adriana Parque, Jandaia; Invasão do Bairro de Lourdes. E ainda Setor Industrial Munir
Calixto; Bairro Calixtolândia; Jardim dos Ipês; Residencial das Américas; Parque Residencial das
Flores; Vila União; Novo Paraíso; Jardim das Primaveras e Gran Ville

Nos quatro Distritos situados na zona rural notamos distância das políticas públicas, por força
das contingências, e registramos que em sua estrutura não existem bolsões de miséria.

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265
10.8 Análise da Segregação Sócio-Espacial por Área de Expansão de Domicílios
(AED´S)
A espacialização da população absoluta por AEDs em Anápolis
A utilização da base cartográfica por Áreas de Expansão de Domicílios (AEDs) elaborada pelo
IBGE em 2000, representa importante via de análise da expansão urbana e da segregação
socioespacial nela contida. Além das informações disponíveis, feitas por meio de pesquisa primária,
possibilita compatibilização metodológica entre os microdados e o próprio gráfico, o que permite a
geração de mapas temáticos sobre o objeto de análise deste trabalho.

Conforme exposição metodológica anterior, o IBGE, a partir de 2000, orientou seus trabalhos
para o trato de informações por área de expansão urbana, que comporta um agrupamento de cerca de
15.000 indivíduos em cada uma delas. Assim, Anápolis foi dividida em 14 áreas (13 urbanas e uma
rural), incluindo os distritos. Esta análise centrar-se-á sobre as 13 áreas urbanas, agrupando vários
bairros, seguindo o sentido do horário, conforme pode ser observado na Unidade de Análise Geográfica
(UGA) (mapa 38 - remeta ao texto educação).

Os mapas 38 e 49 mostram toda a região urbana de Anápolis, dividida em 13 setores,


denominadas de Unidades Geográficas de Análise (UGA) sendo agrupadas em cinco domínios
geográficos intracidade, e apontam o quantitativo de população absoluta em cada uma, independente
da sua dimensão cartográfica ou topográfica. Pode-se verificar que dentre aquelas com maior
quantitativo populacional se destaca o domínio do sudoeste. Esse fato relaciona-se com dois
fenômenos: primeiro, a área representa o maior espaço geográfico absoluto considerado, incorporando
vários setores censitários e AEDs; segundo, concentra populações das classes C e D. Pode-se inferir,
por meio dos dados da Prefeitura, que esta representa zona de expansão urbana recente, estando,
portanto, em processo de ocupação contínua.

A segunda área em número populacional absoluto é a geograficamente oposta ou seja, a


noroeste, que engloba expansões antigas, onde mora sobremodo, a classe operária, e que deu
seqüência à sua ocupação com a estruturação da Rodovia BR-153. São caracterizadas por habitação
densa e recente, segundo a imagem Landsat 1997 e 2000, que caracteriza a expansão demográfica
significativa nesses dois períodos, tendo em vista que sua topografia contribuiu para o fato e também
porque é uma área de fácil acesso ao centro da cidade, e dotada de infra-estrutura satisfatória (mapa
49).

A terceira área mais adensada está a sul, centro-norte e noroeste. A zona sul é grande, mas
aparecem espaços vazios que serviram de reserva de valores no passado e que só agora estão sendo
ocupados, também por condomínios horizontais. O centro-norte e o noroeste são reduzidos, porém com
densidade demográfica alta, pois se trata de antigas áreas urbanas próximas ao centro.

A quarta área em termos de população absoluta é vizinha ao centro e geograficamente pequena.


É ocupada pela elite e constitui-se de bairros nobres.

Por último, em termos populacionais, destacam-se o núcleo e alguns bairros adjacentes,


representados pela ocupação mais antiga. Embora seja a área que apresenta o menor quantitativo
populacional, sua densidade demográfica é a mais elevada, com poucos lotes vagos.

Dadas as características e formação da cidade seu núcleo foi adensado pela elite, e a periferia,
num primeiro momento, ocupada por crescimento vegetativo e pessoas que migraram para a cidade,
num processo de autoconstrução. Na atualidade, observa-se fuga da população para as áreas distantes
do centro, seguindo exemplo de metrópoles como Goiânia e Belo Horizonte.

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266

A seguir analisa-se a renda domiciliar. Foram gerados mapas sociais com variáveis de renda e
por área de expansão de domicílios sobre base digital do setor censitário. As informações numéricas
estãoapoiadas num quantitativo de cerca de 15.000 indivíduos por AEDs e apresentam variações de
dimensão geográfica, obedecendo quantitativo populacional em primeiro plano.

Análise da renda domiciliar em Anápolis


O espaço ocupado pela sociedade é produto de conquistas ao longo de suas vidas. Tal estrutura
é polarizada pelos atores sociais com a conivência do gestor público, mostrando uma dualidade centro-
periferia, que pode ser observada nos mapas sobre renda domiciliar. Elaboraram-se dois tipos de
mapas temáticos sobre renda em Anápolis. O primeiro busca mostrar o percentual de pessoas que, em
setembro/2000, tinham renda relativa ao salário mínimo. O segundo exibe o percentual da renda por
domicílio no mesmo período, contribuindo para a percepção da segregação estudada.

A renda das pessoas por domicílio apresenta características que atestam o processo de
segregação socioespacial. A espacialização da renda domiciliar, originada a partir dos microdados por
domicílio nas Unidades Geográficas de Anápolis (UGA), correspondente ao Polocentro/Bairro
Paraíso/Vila Formosa, que compreende Área de Expansão de Domicílios (AED’s), apresenta o maior
índice de pessoas sem rendimentos por domicílio e perfaz um montante acima de 4% da população
economicamente ativa nessa localidade (mapa 50).

Trata-se da área mais precária de Anápolis e que compreende zona remanescente de ocupações
irregulares (subnormais) na década de 80, hoje urbanizada, conforme visto no mapa (mapa 51).

A população com rendimento por domicílio de até meio salário mínimo localiza-se, na sua
maioria, no pólo oposto, isto é, na área norte e nordeste da cidade (bairros Recanto do Sol, Conjunto
Filostro Machado e Jardim Europa), formando a AED’s nº 11, do IBGE (mapa 52). A área circunscrita, no
caso, o Recanto do Sol, constituiu-se subnormal na década de 1980, hoje urbanizada. Mesmo assim,
nessa Área de Expansão de Domicílios (AED’s) localiza-se a maior região subnormal da cidade, às
margens da BR-414, saída para Corumbá, evidenciando uma relação segura entre os rendimentos por
pessoas nos domicílios e a história do processo de uso da terra. Observa-se que mais de 1,3% da
população em domicílios tem renda que atinge meio salário mínimo, evidenciando nível de precariedade
elevado para essa área.

A população com rendimento familiar de meio até um salário mínimo (mapa 53) predomina nas
regiões sul e sudeste da cidade, sobretudo nos bairros de Lourdes, Jardim Tesouro e Munir Calixto,
correspondente à AED’s nº 12. Alguns bairros são bastante antigos como o de Lourdes, constituído na
década de 1960. Nesta Unidade Geográfica de Análise encontra-se o Daia e o Aeroporto Municipal .
Ambos formam uma barreira à expansão urbana. O Bairro Munir Calixto, componente desta AED, é o
mais distante do centro. Localiza-se além do Daia e não tem infra-estrutura básica satisfatória.

O predomínio de pessoas em domicílio com renda de um a dois salários mínimos encontra-se


nas AEDs nº 11 e 12 (mapa 54), localizadas à margem direita da BR-153, desde a saída para Goiânia,
passando pelo trevo de Brasília, e na saída para Corumbá, seguindo a BR-414 até a saída para a região
norte do Estado, pela BR-153. Mais de 19% da população vive com esse rendimento familiar. É área
recém-urbanizada, pois recebeu indução para esse adensamento com a construção da BR-153, no final
da década de 1960, bem como a influência direta de Goiânia, ao sul, de Brasília, a leste, e saída para o
norte do Estado.

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267

Outro indutor do adensamento é o fato de estar compreendida na área denominada de Zona de


Comércio e Serviço Regional, segundo mapa do Plano Diretor de 1992. São áreas que apresentam
grande potencial para o adensamento, em consórcio com empresas atacadistas e serviços de
transporte, em que pese a localização de barreiras para a expansão urbana, como o Daia, o Aeroporto
Municipal e a Base Aérea.

Pessoas com renda em domicílio entre dois e cinco salários mínimos constituem o mapa social
mais interessante. Formam um verdadeiro cinturão ao redor do centro da cidade e representam mais de
40% das pessoas em domicílios que percebem esse vencimento, caracterizando este mapa os efeitos
da segregação apoiados no conceito de renda decrescente, tese da Escola Clássica (mapa 55). Na
medida que se aproxima das áreas centrais, o percentual da população nesse nível cai, sendo as AEDs
do Setor Central e do Bairro Jundiaí as que apresentam o menor quantitativo populacional com esse
rendimento por domicílio. A visão denotada no mapa é que a população dos estratos superiores está
praticamente sitiada por aqueles com rendimentos baixos por domicílio. A partir desse tipo de ocupação
do uso da terra, infere-se que o espaço intra-urbano em Anápolis perde valor do centro para a periferia, e
cria uma hierarquia no espaço com estimativas decrescentes.

Se agrupados os dados das pessoas que percebem renda acima de cinco salários mínimos por
domicílio, o número corresponderá a 27% de todas as unidades domiciliares da área central e do Bairro
Jundiaí. Há portanto, nítida concentração de renda nessa localidade.

Observa-se nos mapas sociais que a renda domiciliar está diretamente ligada ao local de
domicílio das pessoas. Assim, quanto mais elevada for a renda, mais próximo do centro vai estar o
domicilio. Esse fato está relacionado diretamente com as primeiras áreas de ocupação da cidade, hoje
representada pelos condomínios horizontais. Estes não aparecem nas estatísticas, tendo em vista que
estão próximos aos bairros ocupados por populações cujos rendimentos são muito baixos. Exemplo é a
AEDs formada pela Vila Formosa, Polocentro e Bairro Munir Calixto, entre outros, onde se consolida a
implantação de um novo condomínio horizontal denominado Residencial Rose’s Garden para atender à
elite.

Pessoas que vivem com renda de cinco a 10 salários mínimos (mapa 56), ocupam a AEDs nº 4
(bairros Batista, Jardim Ana Paula e Santo André) com porcentagem acima de 30% dos domicílios. O
Setor Central, AED nº 1 e a sua porção setentrional, correspondente às AEDs de nº 3, 7, 8 e 10 também
compreendem um quantitativo de 25% a 30% dos domicílios com esse rendimento. Portanto, fica
evidenciado que a renda domiciliar e, conseqüentemente, a qualidade de vida da população aumenta
nas áreas centrais. Identificou-se que as pessoas em domicílios com renda que varia de 10 a 20 salários
mínimos (mapa 57) se concentram basicamente nas AEDs nº1 e 2 (respectivamente, setor central e
Bairro Jundiaí). Mais de 20% da população percebe esse rendimento, caracterizando padrão de vida
mais elevado, usufruindo de todos os equipamentos sociais que a cidade oferece.

As pessoas que vivem com renda acima de 20 salários mínimos (mapa 58) ocupam as AEDs nº 1
e 2, totalizando mais de 20% das residências, seguindo o mesmo padrão do mapa anterior, apenas
diminuindo o percentual dos domicílios que percebem essa renda. Se agrupadas as AEDs nº 1 e 2,
percebe-se concentração de mais de 40% de domicílios que ultrapassa os 10 salários mínimos de
renda, identificando o domínio das elites. Esse fato mostra que Anápolis apresenta característica
tradicional do ponto de vista de valorização do lugar de moradia.

Entretanto, nos últimos anos, ocorrem mudanças nesse padrão de ocupação das áreas
residenciais. Constata-se ocupação em áreas intermediárias, reservadas no passado como estoques

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268

de lotes. Sua ocupação se dá pela implantação de condomínios horizontais fechados. É interessante


observar que todas as AEDs que fazem limites com o setor central têm percentual expressivo com esse
rendimento, totalizando de 6% a 20% dos domicílios.

Fonte: Análise sobre a renda domiciliar em Anápolis - Profº Juvair Fernandes de Freitas - Geográfo

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11. LEITURA DA COMUNIDADE
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291

"Ler a cidade" é a primeira etapa de elaboração do Plano Diretor, permitindo identificar e entender
a área urbana e rural - seus problemas, conflitos e potencialidades. A leitura começou por interpretações
técnicas e comunitárias diversificadas sobre a mesma realidade.

A leitura técnica possibilitou entender a cidade pela comparação entre dados e informações
socioeconômicas, culturais, ambientais e de infra-estrutura. O trabalho feito pela equipe técnica da
Prefeitura (engenheiros, ambientalistas, arquitetos, urbanistas, educadores e outros) complementou-se
com estudos que envolveram universidades locais, desenvolvendo expressiva pesquisa no período de
2001 a 2004, intitulada: "A expansão urbana e a segregação socioespacial em Anápolis."

A interação e análise dos dados do município revelam diversidades e desigualdades. Ficaram


pontuados o crescimento desordenado, ocasionando problemas à população e conseqüentemente
onerando sobremaneira os serviços públicos, tornando inviável sua aplicação no atendimento às
demandas sociais emergentes, fruto da má divisão do território urbano.

Seguindo as etapas propostas nos termos do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor Participativo de
Anápolis realizou, entre os meses de abril, maio e junho de 2005, leituras comunitárias que nos
permitiram construir releituras coletivas dos conflitos, problemas e potencialidades, sob o ponto de vista
dos diversos segmentos sociais. Realizaram-se 16 reuniões envolvendo representantes dos
segmentos sociais de Anápolis, além das reuniões desenvolvidas no interior do núcleo gestor, com o
objetivo de formular estratégias para definir a cidade que queremos.

Dentre os aspectos enfatizados ressalta-se a má distribuição dos equipamentos públicos e de


infra-estrutura existentes (asfalto, água, esgoto, postos de saúde, escolas, creches, lazer, segurança,
transporte, moradia, preservação de áreas ambientais e descuidos com o meio ambiente)
especialmente nos bairros periféricos. Nestas reuniões, moradores e representantes dos bairros
enfatizaram a deficiência da rede de infra-estrutura (asfalto, esgoto, drenagem, água, luz, telefone etc),
bem como equipamentos (lazer, esporte, educação, saúde, cultura).

Ressalte-se que dos questionários distribuídos aos presidentes de associação de bairros,


obteve-se a participação direta de 56 associados, os quais fizeram solicitações de acordo com suas
necessidades emergenciais, sem deixar de considerar que a cidade deve crescer e desenvolver-se
como um todo. Da reunião com os movimentos comunitários definiu-se o setor de maior urgência. O
Plano Diretor é o instrumento capaz de traçar o futuro da cidade e o segmento que melhor indicará o
percurso dessa caminhada é a população, principal interessada na efetivação de políticas públicas
direcionadas ao bem-estar coletivo. Os pontos mais emblemáticos da busca desse objetivo são a infra-
estrutura e as ações pontuais, que envolvem desde a regularização fundiária, emprego, assistência ao
microprodutor, desenvolvimento econômico, habitação e, sobremaneira, o problema sistêmico.

Foram desenvolvidas discussões públicas visando aprofundar os debates sobre os temas


delineados no diagnóstico participativo e discutidos na 1ª Conferência Municipal de Anápolis. Nessa
etapa, houve a dimensão e qualificação de pontos fundamentais dos quais destacam-se:

1- O território - sítio físico, inserção regional, dimensão social e econômica, gestão;


2- As demandas sociais: equipamentos públicos, serviços, habitação, segurança e gestão da ação
urbana;
3- Mobilidade e acessibilidade: trânsito e segurança, pedestre, gestão do sistema de circulação e
transporte;
4- Modelo espacial: produção, zoneamento e uso do solo, meio ambiente, paisagem urbana e
gestão.

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292

O momento de estabelecer as propostas e construir o pacto para elaboração do Projeto de Lei


consolidando o diagnóstico e os eixos estratégicos definidos a partir da Primeira Audiência Pública, no
dia 16 de setembro de 2005, será decisivo, pois se trabalhados e negociados em espaços transparentes
de decisão, produzirão um novo olhar e, portanto, terão maiores chances de serem concretizados.

As leituras diagnosticadas e seus resultados sistematizados, juntamente com estratégias,


instrumentos e sistemas de gestão se converterão no projeto de Lei do Plano Diretor Municipal. É neste
estágio que as diretrizes transformam-se em instrumentos sólidos de caráter jurídico e urbanístico.

I - Diagnóstico Comunitário
Principais reivindicações

30/04 - Movimentos Comunitários


Infra-estrutura

Asfalto.
Saneamento básico água e esgoto.
Coleta de lixo.
Limpeza de vias públicas.
Telefonia.
Rede de drenagem.
Iluminação pública.
Patrulha agrícola.
Falta de projeto de drenagem nas estradas rurais.
Estradas vicinais e secundárias deterioradas.

Lazer

Quadras de Esporte.
Manutenção dos campos e construção de outros.
Praças.
Feirão coberto.
Acesso à vida cultural.
Festas populares e shows.

Educação

Falta de creches e escolas.


Escolas de 2º grau - 2ª fase do ensino fundamental.
Cursos de capacitação / profissionalizantes.
Reforma de escolas.
Escola de informática e conexão à internet na rede municipal.
Escolas adequadas na zona rural.

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Saúde
Abertura de postos de saúde nos bairros.
Melhoria do atendimento nos postos existentes.
Ausência de médicos especialistas nos postos de saúde.
Falta de postos de atendimento na zona rural.

Transporte

Alteração na localização de pontos de ônibus sem comunicaçãoprévia.


Horários descontínuos.
Aumento dos horários nos períodos de pico.
Linhas de ônibus sem identificação de horários e destinos.
Acessibilidade ineficiente para portadores de necessidades especiais.
Falha na lei do passe livre ao portador de deficiências múltiplas.

Segurança

Policiamento na periferia.
Implantação de postos policiais nos bairros.
Postos longe dos bairros.
Política de combate às drogas.
Mais viaturas nos bairros.

Ações Pontuais

Regularização fundiária.
Regularização da água.
Assistência ao microprodutor.
Integralização das ações da administração municipal.
Construção de pontes em locais estratégicos.
Conter doação indiscriminada de áreas públicas.
Retirada de barreira eletrônica em pontos de tráfego intenso.
Reforma na legislação tributária. (urgente)

Desenvolvimento Econômico

Reestruturação do sistema de comercialização.


Emprego.
Conselho de Desenvolvimento Rural.
Desarticulação da rede de comercialização dos produtos agrícolas.
Criação de micropólos de desenvolvimento econômico.
Abertura de comércio: panificadora, açougues etc.

Habitação

Conter a implantação de loteamentos distantes do centro e as edificações em áreas de risco,


lixões, sítios de preservação ambiental, encostas, Base Aérea e aeroporto.
Desrespeito ao gabarito.

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294

Trânsito

Falta de uma política para o trânsito.


Ineficiência na sinalização para deficientes.
Estacionamento saturado.

03/05 - Comerciantes
Participação mínima, inexpressiva. Falta de quorum dos representantes da classe.

04/05 - ONGs e profissionais liberais


Preocupação com problemas ecológicos e ambientais.
Questões das nascentes e das bacias -cuidado especial.
Possibilidade da criação de "eco pontos" na cidade.
Anel Viário - parte oeste da cidade.
Duplicação da Av. Pedro Ludovico - Vila São Joaquim até a Vila Fabril.
Respeito às faixas de domínio.
Canalização dos cursos d'água.
Problemas com moradia - metragem dos lotes e desdobramento, modificação da lei.
Formação educacional e profissionalizante para os jovens.
Educação voltada para a cidadania - aulas de cidadania (preservação do bem público e do meio
ambiente, cultivo de hortas nas escolas).
Política de geração de empregos.
Trabalho efetivo nas escolas/educação para a vida.
Preocupação com a construção da Ferrovia Norte-Sul às margens do Antas.
Necessidade de setorizar a cidade.
Poluição na Bacia do Piancó.

09/05 - Sindicato de trabalhadores


A dificuldade que os habitantes da zona rural têm quanto à comercialização de seus produtos:
áreas pequenas.
Viabilização do Conselho de Desenvolvimento Rural /reestruturação/uso da verba.
Necessidade de apoio logístico.
Problemas no setor primário.
Maior atenção para os latifundiários.
Trabalho socioterritorial.
Falta de escola e postos de saúde no setor rural.
Poluição do Piancó.
Investimento no homem do campo e evitar o êxodo rural.

10/05 - Universidades
Problemas quanto à localização de bares (venda de bebidas alcoólicas nas proximidades da
FLA-Faculdade Latino Americana).
Criação de lei estipulando o mínimo de 200 m² de raio de distância das instituições educacionais.
Contemplar o impacto de vizinhança e do perímetro urbano.

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295

Necessidade de estudo do impacto no trânsito e do uso do solo.


Diminuir loteamentos distantes do centro.
Criação de comitê para fiscalização das leis que regularizam o surgimento descontrolado de
loteamentos na periferia.
Maior participação das universidades na elaboração e execução de projetos, estudos dos
problemas e ou políticas públicas.
Cuidado especial com a questão de construções e ou aprovação de loteamentos nas áreas das
nascentes.
Escolas - ampliação do número de salas e construção de quadras.
Construção de prédios públicos.
Fato: 30% da população constitui-se de pessoas com mobilidade física deficitária.

16/05 - Produtores rurais


Comercialização dos produtos e escoamento da produção.
Reativação do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural Sustentável.
Providências quanto à administração da Subprefeitura de Souzânia como problemas de infra-
estrutura e eleição para subprefeito.
Criação de conselhos e cooperativas rurais.
Aumento da produtividade.
Manter o homem no campo, oferecer sustentabilidade, acabar com o êxodo rural.
Criação de creches na zona rural · Unificação do trabalho rural.
Melhoria da infra-estrutura para sustento do trabalho no campo e seus produtos,
comercialização, transporte, investimentos.
Defesa da agricultura orgânica.
Patrulha agrícola com sede nos distritos.
Maquinaria para o trabalho.
Lei para que toda propriedade aceite uma "barreira de contenção" para minimizar problemas das
chuvas que estragam plantações e estradas.
Solicitação de transporte para as crianças/acesso à escola.
Solicitação de: saúde, segurança, telefonia rural, reparação de estradas vicinais.
Fundo municipal de participação em forma de benefícios para a população.
Policiamento para conter roubos e furtos na zona rural.

17/05 - Movimento de mulheres


Dificuldades de locais: creches.
Violência doméstica, preconceito e discriminação.
Gravidez precoce.
Falta de uma educação voltada para a cultura, a cidadania, o respeito e os limites que se deve
preservar nas relações humanas.
Ensino para crianças do setor rural com adaptação à realidade.
Maior atenção quanto aos bairros que fazem limites com rodovias e/ou avenidas de grande
tráfego.
Mais lazer, esporte e cultura para os jovens. Aumentar auto-estima.
Maior segurança para a população, atenção para os jovens desocupados pelas ruas e praças da
cidade.
Educação voltada para a família. Conscientização da importância e papel do núcleo familiar na
comunidade.

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17/05 - Empresários DAIA/Base Aérea


Crescimento desordenado da cidade.
Cumprimento dos gabaritos de altura das construções. (problema sério na cidade)
Trânsito/Estacionamento.
Presença de empresas atacadistas no centro.
Setorizar a cidade.
Cumprimento das leis da parte de todos e não apenas de um grupo.
Frear o jogo de interesses de grupos menores.
Problema habitacional: construção de casas para classe de baixa renda.
Mudança da Lei do Desdobro/ dificuldade quanto à divisão de lotes.
Edificações em áreas de risco.
Abertura de loteamento (bairros) sem infra-estrutura acarretando problemas para a Prefeitura.

25/05 - Movimento de portadores de deficiências físicas


Falta acessibilidade.
Transtorno na mobilidade.
Sinalização (identificação) para as diferentes deficiências.
Adaptação dos prédios públicos e privados.
Transporte coletivo inadequado.
Pontos sonoros nas esquinas e rampas para acesso a prédios públicos.
Calçadas entulhadas de carros, lixo, mercadorias etc.
As novas construções não respeitam o direito dos deficientes.
Desrespeito às faixas de pedestres.

25/05 - Movimentos de juventude


Representatividade Comepe -Congresso de Mocidades Evangélicas Pentecostais.
Maior participação da juventude nas decisões da cidade.
Diminuição da marginalidade, uso de drogas.
Gravidez precoce.
Prostituição infantil.
Menino de rua.
Participação dos alunos EJA (Ensino Médio) - Colégio Estadual Rotary Donana.
Diminuição da violência/delinqüência juvenil.
Lazer e festas para a juventude.
Acesso aos cursos universitários, bolsa de estudos.
Aumento de cursos profissionalizantes.
Questão do salário/o jovem trabalhador ganha mal em relação a outras cidades.
Melhorar escoamento do Antas nas proximidades da Vila Santa Maria de Nazaré.
Mais incentivo ao esporte.
Valorização da mão-de-obra.
Dificuldades no trânsito, segurança e telefonia.
Falta de escola para Educação Infantil.
Consolidação do Projeto Meu Primeiro Emprego.

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30/05 - Movimentos de Afrodescendentes - Turismo e Esporte


Afrodescendente

· Preconceito racial.
· Reserva de vagas (10% a 15%) nas áreas públicas.

Esporte

Mais incentivo ao esporte.


Invasão da área do Ginásio Internacional de Esporte por parte de empresa particular.
Aumento de equipamentos públicos voltados para o esporte, construções e reformas de quadras,
campos de futebol e outros.

Turismo

Credibilidade e amor à cidade.


Maior divulgação dos pontos turísticos.
Maior investimento em infra-estrutura.
Resgatar a cultura, a identidade e a história anapolinas.
Promoção e divulgação de produtos e eventos.
Revitalização das praças.
Conservação do bem público.
Resgate da cultura sírio-libanesa.
Necessidade de sinalização turística.
Criação do Centro de Atendimento ao Turista. (CAT)
Dificuldades para estudantes de turismo/Motivação com relação a empregos.
Questões com a hotelaria, despreparo e descompromisso com a cidade/falta de integração.

08/06 - Programa Saúde de Família - PSF


Saneamento básico. (água, esgoto, iluminação)
Asfalto. (poeira responsável por diversos problemas de saúde)
Transporte para atender a contento a população dos bairros.
Dotação de creches e escolas.
Lazer, praças e arborização.
Combate a erosões.
Grande número de lotes vagos.
Segurança e elevado índice de criminalidade
Desemprego.
Uso de drogas, prostituição, alcoolismo, violência doméstica, abusos sexuais contra crianças e
adolescentes.
Postos de saúde mal equipados.
Número insuficiente de equipamentos de saúde.

13/06 - Movimentos religiosos

Revisão da Lei de Impacto Ambiental e de Vizinhança.

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Dificuldades por parte das igrejas evangélicas em relação a construção de templos.


Maior liberdade de culto.
Maior facilidade dos espaços para as igrejas.

15/06 - Sindicato das indústrias da construção e do mobiliário


Estabelecer políticas e instrumentos que possibilitem a correção dos problemas existentes:
degraus, rampas, pisos derrapantes, padrões de materiais, acessibilidade.
Promover a recuperação dos espaços públicos, principalmente das praças.
Estabelecer políticas e instrumentos que visem a melhoria do visual das edificações
comerciais/Restituir fachadas.
Definir programas para a elaboração do Plano Diretor de Trânsito e Transportes.
Flexibilizar o zoneamento em algumas áreas da cidade, como Bairro Jundiaí e imediações.
Proibir novos loteamentos pelo período de cinco anos, ou restringir sua expansão com a
exigência de 100% de infra-estrutura e em áreas que sejam complementos das zonas
urbanizadas.
Estabelecer políticas e instrumentos para maior controle da ocupação nas faixas às margens
dos córregos.
Instituir mecanismos para aumentar a permeabilidade das áreas urbanizadas e edificadas.
Instrumentalizar e implementar o poder de fiscalização do município, visando a melhoria de
padrão nas obras públicas e serviços: pavimentação, sinalização etc.

21/06 - Sindicato dos contabilistas


Tombamento do Patrimônio Cultural de Anápolis.
Transporte urbano em prédio público.
Participação e opiniões na revisão: uso do solo, código tributário.

Diagnóstico Comunitário dos Distritos


Tabela 44
Síntese do diagnóstico - movimentos comunitários dos distritos de Anápolis

Fonte: Reuniões comunitárias - 2005

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Tabela 45
Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros - Anápolis

Fonte: Reuniões comunitárias - 2005

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Tabela 45
Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros - Anápolis

Fonte: Reuniões comunitárias - 2005

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Tabela 45
Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros - Anápolis

Fonte: Reuniões comunitárias - 2005

Síntese do Diagnóstico Comunitário

O Plano Diretor Participativo de Anápolis visa regular a função social e a propriedade urbana e
rural. Para isto propõe políticas públicas compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, de
modo a assegurar a distribuição de equipamentos, erradicando a segregação e desigualdade de
classes. Essas preocupações foram reiteradas por representantes de várias universidades (UEG-FLA-
UniEvangélica) e por ONGs. Houve clara manifestação por parte de estudiosos das áreas de economia,
geografia e ciências sociais quanto à aprovação de loteamentos nas nascentes, bem como em relação à
necessidade de um estudo do impacto no trânsito e do uso do solo. A idéia é que seja criada uma
comissão para fiscalização das leis que regulam a criação de loteamentos.

Integrar o espaço rural e urbano, identificar o que e onde produzir, e melhorar a comercialização
dos produtos são as preocupações mais urgentes demonstradas pelos representantes dos sindicatos
dos trabalhadores e dos produtores rurais, que reivindicam a criação do Conselho de Desenvolvimento
Rural e o apoio logístico. Essa iniciativa engloba diferentes agentes sociais envolvidos no processo de
construção do Plano Diretor, das ações políticas e na elaboração de novos vetores de desenvolvimento
econômico e social.

Dentre os aspectos que integram o desenvolvimento econômico, descentralizar atividades e criar


minidistritos nas diversas regiões da cidade, visando a redistribuição dos setores produtivos, foram
solicitações dos comerciantes, empresários do DAIA, ONGs e sindicatos.

Nesse contexto surgem espaços para que movimentos como o de mulheres, afro-descendentes,
doutrinas religiosas, jovens e estudantes possam juntar esforços no sentido de assegurar sua real
cidadania.

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Sendo prioridade do Plano Diretor a participação de todos no processo, fez-se necessário


solidificar as parcerias com as secretarias municipais do Meio Ambiente, Integração Social, Saúde,
Cultura, Habitação, Turismo, e a de Educação, Ciência e Tecnologia, no sentido de coletar dados, ouvir
sugestões e adicionar novos fatos aos já constatados.

Portanto, Anápolis, depois de focada em suas diversas estruturas organizacionais e de classe, e


levantados os seus problemas mais recorrentes, busca desenvolver-se segundo as propostas
estabelecidas coletivamente, a fim de alcançar a cidade que queremos e responder às verdadeiras
necessidades.

Relatório da Primeira Conferência Municipal de Anápolis - 02 de julho de 2005


INTRODUÇÃO

Entendidos os modos como devem ser construídos os processos de participação e tendo partido
para a "leitura da cidade" - uma compreensão da situação existente, em especial nos aspectos
socioeconômicos - foi possível visualizar Anápolis que temos a partir de questões presentes na visão da
comunidade. Desta forma, foram dimensionados e qualificados os pontos fundamentais para o
processo de planejamento urbano voltado para uma cidade mais justa.

A 1ª Conferência Municipal da Cidade de Anápolis foi precedida de diagnóstico dos principais


problemas apontados no transcorrer das 16 consultas programadas pela agenda do Plano Diretor
Participativo, cujos temas servirão para propor diretrizes voltadas à política de desenvolvimento urbano
e apontar eixos estratégicos para o Plano Diretor de Anápolis Participativo.

Os temas trabalhados nessa conferência foram:

Desenvolvimento urbano
1. Invasão de áreas públicas

Problemas:
Falta de transparência no processo de permissão de uso de área pública.
Aumento das invasões de áreas públicas.
Aumento da ocupação das áreas de risco.

2. Loteamentos

Problemas:
Loteamentos liberados sem infra-estrutura e distantes dos equipamentos públicos.

3. Meio ambiente

Problemas:
Região Sul/ Arco Verde - cisternas contaminadas - Região da nascente do Córrego Góis.
Creche da Vila Formosa - Existe lixo depositado na nascente que fica dentro da área da creche.

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303

4. Trânsito e transportes

Problemas:
Deficiência no atendimento do transporte coletivo em vários bairros da periferia.
Deficiência de estacionamento no centro da cidade.
Alto custo da tarifa do transporte coletivo.
Exclusividade de empresa que presta serviços.
Pontos de ônibus sem conforto e sem sinalização.
Sistema de informações e acesso aos portadores de deficiências físicas inadequado.

5. Desenvolvimento rural

Problemas:
Inexistência de políticas públicas para o setor
Deficiência das estradas rurais

6. Políticas públicas e participação popular

Problemas:
Inexistência do orçamento participativo
Burocratização da participação popular
Falta de divisão da cidade em regiões administrativas

Resumo das Discussões Públicas


17/08- Território
Críticas:
Não existe espaço para transporte alternativo.
Monopólio da TCA.
Cidade desigual.
Desenvolvimento sem sustentabilidade.
Má conservação dos lençóis freáticos.
Sugestões:
Proposta para preservação da bacia do Piancó.
Limitar loteamentos.
Melhoria da infra-estrutura urbana.
Criação de minidistritos nas diferentes regiões da cidade.
Verticalização da cidade.
Liberação do transporte alternativo.
Acréscimos:
Apoio às micro-pequenas empresas.
Atenção especial às questões pertinentes às decisões econômicas e administrativas.

23/08 - Demandas Sociais


Críticas:

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304

Trânsito deficiente.
A cidade não necessita de loteamentos.
Falta de infra-estrutura.
Segurança - falta de equipamentos.
Programas da Secretaria de Integração Social, que não foram citados: Centro da Juventude,
atendimento aos idosos, deficientes,delinqüentes juvenis, programa da mulher.
Não foram tratados os itens dimensão social e econômica.
Não expandir a malha urbana.
Não cumprimento da Lei de Rampas.
Falta de integração entre a Prefeitura e a Saneago.
Discussão:
A discussão base deve conter o macrozoneamento.
Observar porque a população vive mal.
A concessão da água pela Saneago.
A Lei das Rampas existe desde 1996.
Criação do Centro de Atendimento ao Turista (CAT).
Projeto de sinalização turística.
Sugestões:
Imobiliárias pedem a verticalização da cidade passando pelo Bairro Jundiaí.
Zoneamento e uso do solo para prédios.
100% infra-estrutura para loteamentos.
Parceria da Prefeitura na consolidação da infra-estrutura.
Conter a exploração da água e da energia.
Pensar a cidade sustentável - "Cidade para Todos".
Promover política de adensamento dos lotes.
· Maior participação do Município para expansão da rede de água
. Direcionar a cidade para maior racionalidade
· Criação de minidistritos
· Regularização Fundiária
· Estudo para zoneamento de prédios

24/08 Mobilidade e Acessibilidade


Críticas:
Necessidade de Plano Diretor de Transporte e Trânsito.
Questão problemática: gestão da política urbana.
Não foi demonstrada preocupação com o transporte de massa.
Críticas quanto à localização do terminal urbano de Anápolis.
Falta de corredores de ônibus na cidade.
Viabilizar recursos para melhor gestão da política urbana.
Congestionamento na FLA - Faculdade Latino Americana.
Acréscimo:
Estudo de pólo gerador de tráfico.
Acrescentar projeto de criação de vias de acesso que facilitem o transporte para os campos das
universidades Fibra e UEG.
Aplicação setorial dos recursos nos sistemas viários.
Estudo do impacto de solo do trânsito para liberação e/ou implementação de qualquer
empreendimento.
Elaboração de Plano Diretor do trânsito e transporte/reconhecimento de origem e destino.

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305

Política de cálculo do valor das tarifas de transporte coletivo.


Ouvir os usuários quanto ao transporte coletivo - horário, linhas, pontos de parada dos ônibus.
Construção de ciclovias.
Discutir com as empresas de transporte serviços prestados para intensificação e obtenção de
avanços.

31/08 - Modelo Espacial


Criticas:
Falta de transparência nos critérios de análise de uso do solo.
Falta de gestão urbana.
Vetar aprovação de loteamentos sem infra-estrutura.
Grandes áreas desocupadas. (vazios urbanos)
Limpeza da cidade.
Construções desordenadas em áreas de habitação de interesse social.
Críticas ao parcelamento do solo sem infra-estrutura.
Questão de densidade x sustentabilidade. (a periferia vive mal)
Maior responsabilidade com os empreendimentos da cidade.
Zelo pela cidade. (qualificação ambiental)
Poderes exclusivistas e excludentes na cidade.
Sugestões:
Promover gestão de qualidade.
Capacitar os técnicos da Prefeitura no sentido de dar seqüência à operacionalização do Plano
Diretor.
Instituição da lei do uso do solo.
Revisão da gestão urbana.
Construção do anel viário Jaiara/Jandaia/Fabril.
Política de investimento para desenvolvimento da cidade.
Que a metragem das áreas de preservação permanente voltem a ser de cinqüenta metros em
vez de trinta metros.
Condicionar os novos loteamentos: 100% de infra-estrutura.
Manter indústrias já localizadas no Bairro Jundiaí Industrial. (Brejeiro e outras)
Maior responsabilidade da Prefeitura quanto à doação de lotes e invasões às margens de cursos
d'água.
Reunir técnicos das áreas afins, para discutir os pontos polêmicos vigentes.
Criar comissão imparcial para estudar os casos omissos nas questões de uso do solo.

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12. PLANEJAMENTO E GESTÃO
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309

Sistema de Planejamento e Gestão


Histórico
Até 1964 o processo de produção da cidade era controlado pela Divisão de Obras e Serviços
Públicos, através da aprovação do parcelamento do uso e a ocupação do solo.

Em 1973 foi criada a Assessoria de Planejamento e Coordenação, que tinha como estrutura
organizacional a divisão de infra - estrutura, divisão institucional e de economia, divisão sócio-cultural,
divisão de análise e processamento de dados e divisão de cadastro imobiliário. A Assessoria de
Planejamento foi o embrião para a criação da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação em
1982, com a finalidade de formular, conduzir e fazer executar a política municipal para o
desenvolvimento econômico; exercer a coordenação sobre a execução das atividades do Governo
Municipal no campo econômico, especialmente quanto à infra-estrutura; realizar estudos físicos,
análises de sistemas, pesquisas operacionais, processamento de dados, e a programação financeira;
planejar a nível global, setorial e espacial a ação da administração do Município e, simultaneamente,
para fins de coordenação, acompanhar, controlar e analisar a execução físico financeira desse
planejamento, bem como avaliar os seus resultados; exercer a fiscalização de obras; planejar;
programar e projetar as obras a serem realizadas pelo Município.

O processo de gestão do território ficou a cargo da Secretaria Municipal de Planejamento e


Coordenação até o ano de 2003, quando foi criada a Secretaria Municipal de Habitação e
Desenvolvimento Urbano com a finalidade de executar uma política de ações urbanas voltadas a um
desenvolvimento urbano sustentável da cidade e outros assuntos assemelhados. A partir daquela data a
Secretaria de Planejamento passa a executar a política administrativa e financeira. Em abril de 2006 é
criada a Secretaria de Desenvolvimento Urbano Sustentável.

O arcabouço legal que controla a produção da cidade é o seguinte:

Lei do Plano: 2077/1992; o Plano Diretor tem como objetivo ordenar o crescimento urbano e
organizar o espaço intra-urbano, observando, no que couber, as diretrizes da Lei Orgânica do Município
de Anápolis, com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e social e a proteção do
patrimônio ambiental e cultural.
Lei de Uso e Ocupação do Solo: 2079/1992; para efeito de organização e controle do uso do
solo urbano, o Município de Anápolis é delimitado em zonas de uso que se especificam de acordo com a
sua destinação predominante.
Lei de Parcelamento do Solo: 2078/1992; o parcelamento do solo para fins urbanos poderá ser
feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta lei e as da legislação
federal e estadual pertinentes.
Lei do Perímetro Urbano: 099/2005; fica alterada a área de expansão urbana da cidade de
Anápolis, passando a fazer parte integrante da mesma um quinhão de terras situado na Fazenda
Extrema, deste município, com área de 684.441,9147m², destinado à implantação de Plano Urbanístico
Integrado - Condomínio Fechado Horizontal, na conformidade do disposto na Lei nº 2.681, de 08 de
maio de 2000, dentro dos limites e confrontações a seguir descritos:
I. ao noroeste divide com o Bairro Santo Antônio na extensão de 72,05m + 216,54m + 254,67m +
68,57m;
II. ao nordeste divide com área da EMGOPA na extensão de 535,84m e com o Jardim Luzitano na
extensão de 129,05m;
III. ao leste divide com as terras de Antônio Macedo na extensão de 551,25m;
IV. ao sudoeste divide com o Córrego do Ouriço segundo uma linha sinuosa variável, com terras de
Antônio Gomes Filho na extensão de 144,00m, com terras de José Rodrigues na extensão de
642,51m.

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310

Código de Edificações: 112/1968; este código estabelece normas disciplinadoras das


atividades concernentes a obras e edificações no Município de Anápolis.

Avaliação

Embora o sistema de planejamento e gestão esteja institucionalizado, percebe-se que na história


da produção da cidade não se criou um processo sistemático de planejamento urbano para implantar e
atualizar os planos diretores, elaborar e coordenar a execução integrada dos programas e projetos do
governo no território do Município.

Os planos diretores como diretrizes de ordenamento territorial necessitava para a sua


implantação, no espaço e no tempo, de um corpo técnico capaz de reformular estratégias, gerenciar o
interfaciamento setorial dos diversos programas e projetos, e também monitorar e controlar a produção
do solo urbano em termos de ações públicas e privadas. Todavia, não houve capacitação dos
profissionais para assumir o papel da elaboração e controle do planejamento do desenvolvimento
urbano, nem adequação dos meios materiais para a execução dos serviços.

A cidade foi, portanto, crescendo apoiada apenas nas leis urbanísticas, cuja visão estática as
tornaram no tempo inapropriadas para atender as demandas sociais e econômicas de uma sociedade
em eterna transição. Quando as leis urbanísticas se tornam estáticas, o sistema de planejamento e
controle perde a percepção de futuro da cidade em termos de sua dinâmica, a sociedade organizada e o
próprio poder público assumem o papel de produtores do espaço urbano sem o controle do
planejamento, e na maioria das vezes em detrimento da coletividade. A dinâmica urbana exige critérios
especiais de análise para as intervenções que incorporam uma multiplicidade de agentes públicos e
privados na construção da cidade. Em outras palavras, em Anápolis o planejamento da cidade não
acompanhou o processo dinâmico e contínuo da produção do território e da cidade, sendo, portanto
forçado a aceitar as mudanças, pouco democráticas, das leis urbanísticas aprovadas pelos planos
diretores. Faltou também ao planejamento: capacidade de se articular com o restante da estrutura
administrativa do governo municipal; criar canais de participação da sociedade; avançar na revisão dos
instrumentos urbanísticos de intervenção no solo para o cumprimento da função social da propriedade;
criar um sistema de informação integrado com diversos órgãos governamentais e não governamentais
para atender as demandas da comunidade e das atividades de planejamento e finalmente não se criou
um sistema de monitoramento do desenvolvimento urbano, instrumento capaz de acompanhar o
crescimento da cidade, através da revisão e adequação dos parâmetros urbanísticos para
empreendimentos de impacto urbano.

Do modelo de planejamento e gestão da produção cidade na história pode-se afirmar:

Inexiste um processo de planejamento capaz de regular, propor, controlar e monitorar a produção


da cidade;

Administração Municipal é demasiadamente centralizada abrindo pouco espaço para a


participação da sociedade no conjunto das decisões que interferem na vida dela;

A legislação urbanística é inadequada, pelo seu caráter estático, para atender a dinâmica da
cidade;

Os diversos órgãos setoriais da administração municipal não se articulam de forma horizontal,


promovendo intervenções no espaço da cidade sem conhecimento do planejamento da cidade,

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311

interferindo negativamente na qualidade de vida urbana;

O sistema de informação para planejamento não é atualizado, tornando-se, portanto inconfiável;

Os recursos humanos estão despreparados e os recursos materiais são insuficientes para a


função de planejamento de uma cidade, cujas demandas sociais e econômicas são crescentes.

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13. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DOS EIXOS ESTRATÉGICOS
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315

O Plano Diretor é um instrumento exigido pela Lei Federal nº 10.257/01, onde define que a
população define que a população deverá ser parceira nas decisões e ações que assegurem a
implantação de projetos de interesses comuns para a cidade.

Vencida a primeira fase, quando buscamos construir o diagnóstico da realidade técnica e


comunitária de forma participativa com a sociedade civil e órgãos da administração pública, no âmbito
municipal, estadual e federal, encontramos grande colaboração.

Entraremos na segunda fase, visando aprofundar os debates sobre os temas delineados no


diagnóstico participativo e discutidos na Primeira Conferência Municipal de Anápolis.

Conforme pauta abaixo, nas datas , foram discutidos os seguintes temas: território, demandas
sociais, mobilidade e acessibilidade, modelo espacial. (ver apresentações em anexo)

A audiência pública ocorrida no dia 16 (dezesseis) de setembro do ano de dois mil e cinco, na
Câmara Municipal de Anápolis, foram pactuados eixos estratégicos que irão definir as propostas e
diretrizes. (ver apresentação em anexo)

17 / 08 / 05 31 / 08 / 05
Território Modelo Espacial
Sítio Físico Produção da Cidade
Inserção Regional Zoneamento e Uso do Solo
Dimensão Social e Econômica Meio Ambiente
Gestão do Território Paisagem Urbana
Gestão da Cidade
23 / 08 / 05
16 / 09 / 05
Demandas Sociais
Equipamentos Públicos Primeira Audiência Pública
Serviços Consolidar o Diagnóstico e os
Habitação Eixos Estratégicos
Segurança
Gestão da Ação Urbana

24 / 08 / 05
Mobilidade e Acessibilidade
Trânsito e Segurança
Transporte
Pedestre
Gestão do Sistema de Circulação
e Transporte

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316

Nota Técnica Sobre o Desenvolvimento dos Eixos Estratégicos


No entender do núcleo gestor, após a pactuação do diagnóstico e a formulação dos eixos
estratégicos, o passo seguinte será a formulação de diretrizes, programas e linhas de ações específicas
para o ordenamento do território. Este, integrado ao meio ambiente, à mobilidade e acessibilidade,
formarão as linhas principais que nortearão o Plano Diretor.

Compreende-se que o desafio de estimular as oportunidades para o desenvolvimento


econômico e urbano, sem comprometer o meio ambiente, requer uma visão estratégica de todos os
agentes envolvidos na produção da cidade. Ao contemplar as potencialidades do desenvolvimento
econômico do município, impõe-se a necessidade de buscar o atendimento das demandas sociais de
infra-estrutura, serviços e habitação social.

Outro aspecto relevante é objetivar a prática de um processo de planejamento, para


constantemente interpretar a dinâmica urbana, novas vocações e características do município, para
reorientar as prioridades de investimentos, eleger áreas propícias para ocupação e expansão ( se for o
caso), para o adensamento, proteção ambiental e cultural e para implementação de programas de
interesse social, na ótica da sustentabilidade urbana e ambiental.

A dimensão institucional deverá ser contemplada na próxima etapa através da formulação do


sistema de planejamento que indicará os caminhos que estabelecerão as bases para implantação e
monitoramento do Plano Diretor.

Núcleo Gestor/Set.2005.

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14. DIRETRIZES E PROPOSTAS
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319

Cumprindo as etapas da elaboração do Plano Diretor Participativo de Anápolis foi realizada aos
sete dias do mês de abril de dois mil e seis, no plenário da Câmara Municipal de Anápolis a audiência
pública que define diretrizes, estratégias e projetos para a aprovação do referido plano, conforme
Portaria nº 004/2006 de 24 de março de 2006 da Secretaria Municipal de Habitação.

Os debates realizados, as discussões públicas, os instrumentos e o sistema de gestão


transformaram-se nos seguintes eixos estratégicos: produção da cidade; mobilidade e acessibilidade;
promoção econômica; qualidade de vida e desenvolvimento humano; qualificação ambiental e sistemas
de gestão e planejamento, os quais foram definidos delimitando os novos passos a serem dados para
atingir o destino final.

Assim, a compreensão do destino desejado e humanizado abrirá o espaço político necessário


para um novo tipo de harmonia onde a cidade em transformação com estradas paralelas e conflitos
ínfimos, seguirá seu caminho rumo ao desenvolvimento de suas potencialidades.

Desenvolvimento não é um resultado automático do crescimento econômico, é produto das


relações humanas, do desejo e da vontade das pessoas de alcançar melhor qualidade de vida para
todos.

A qualidade do desenvolvimento depende da qualidade das pessoas, ou seja, do capital humano.


Adotar estratégias de planejamento e gestão compartilhada contribui para o crescimento do capital
humano e do capital social, condições necessárias para o desenvolvimento sustentável.

Desenvolver a consciência pública de amor à cidade. Conquistar e seduzir pessoas é o segredo


do desenvolvimento, pois tudo depende unicamente delas. Elas sabem que é preciso acreditar em si
mesmas, ter auto-estima e auto-estima quer dizer, gostar de si e confiar na sua própria força de vontade
nos seus próprios talentos. Mas, sabem também que é preciso acreditar no outro, confiar no outro,
reconhecê-lo como sujeito, como alguém dotado de potencialidades e portador de direitos às mesmas
oportunidades, porque nisso reside à base de cooperação e da reciprocidade. Estes princípios
filosóficos têm como base as diretrizes gerais da política urbana estabelecidas no Estatuto da Cidade e
nos princípios constitucionais do Plano Diretor: da função social da propriedade, do desenvolvimento
sustentável, das funções sociais da cidade, da igualdade e da justiça social e da participação popular.

Neste momento, as diretrizes foram votadas e seguem seu percurso, formulando instrumentos
concretos de caráter jurídico e urbanístico.

1. Produção da Cidade
2. Mobilidade e Acessibilidade
3. Promoção Econômica
4. Qualificação Ambiental
5. Qualidade de Vida e Desenvolvimento Humano
6. Sistema de Gestão e Planejamento

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320

1. Produção da Cidade
A concepção do ordenamento territorial no Município de Anápolis, proposta pelos diversos planos
diretores foi sempre através de regime zonal, quando se estabeleceu as Zonas: Urbana, de Expansão
Urbana e Rural. No detalhamento do uso e da ocupação do solo para estas zonas, apenas a Zona
Urbana mereceu maior atenção do planejamento quanto à produção de seu território. Esse fato se deve
à interpretação estreita do inciso VIII do Artigo 30 da Constituição Federal, quando especifica que cabe
ao Município apenas o planejamento e controle do uso e do parcelamento e da ocupação do solo
urbano, ou seja, a cidade aparentemente, excluindo a competência para exercer esta função na Zona
Rural. Portanto, o Município na história de seu planejamento e controle se eximiu das diversas e
complexas incumbências citadas a seguir:

de proteção do Meio Ambiente Natural;


do fomento e controle da produção agrícola;
do descontrole do parcelamento do solo na Zona Rural;
da restrição dos usos urbanos na Zona Rural;
do descontrole da exploração hídrica e mineral.

Na Zona Urbana, o controle do uso do solo privado apresenta problemas e desafios pela sua
caducidade, em função do processo dinâmico de produção da cidade. A concepção de planejamento e
controle do uso do solo posta em prática pelo Plano Diretor de 1992 e vigente até esta data, não mais
atende as forças reais de produção da cidade de Anápolis, pois não foram considerados no tempo, os
desvios de rotas naturais provocadas por novas demandas econômicas e sociais.

Percebe-se, portanto, que os atuais pressupostos do regime de controle urbanístico não são
mais adequados em função de novas tipologias de grandes empreendimentos, condomínios
autônomos, cidade ilegal de urbanização indesejável, etc, porque a inflexibilidade das leis urbanísticas
e seus padrões técnicos acabam por torná-las incompreendidas, desrespeitadas e sem fiscalização.

O Plano Diretor de Anápolis, em função das leituras técnicas e comunitárias, pretende reverter os
problemas mencionados assumindo uma postura de controle mais flexível do seu Plano Regulador,
(instrumento de controle para intervenção no solo), porém sem favorecimentos. Essa postura visa:
evitar a segregação de usos; oferecer oportunidades econômicas diversificadas no espaço do território
municipal e na cidade com enfoque de trabalho perto de casa; incorporar os assentamentos ilegais
através de instrumentos reais que permitam acesso à moradia, conseqüentemente, à cidade, para que a
propriedade possa cumprir sua função social.

Visando tornar o Município de Anápolis um centro gerador de oportunidades, com qualidade em


todo território, o Plano Diretor tem como objetivo geral disciplinar e ordenar o uso e ocupação do solo
municipal, através da distribuição espacial das atividades econômicas, da densificação e a configuração
da paisagem rural e urbana tanto em relação à edificação, quanto na expansão da superfície parcelada.
Para esse objetivo de organizar e qualificar o território do município de Anápolis o Plano Diretor propõe
um modelo espacial que expresse, em termos de representações espaciais, o conjunto das diretrizes
de desenvolvimento urbano definidas pelos eixos estratégicos. O modelo espacial parte do
pressuposto, conceituado pelo professor Nestor G. Reis, que está em curso mudanças estruturais que
ocorrem no processo de urbanização das cidades brasileiras conforme a seguir:

formação de áreas de urbanização dispersa;


novos modos de vida pela população;
novas modalidades de gestão dos espaços urbanos;
alterações nas relações entre espaços públicos e privados;

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321

novas formas de organização do mercado imobiliário;


transformações nos padrões de projeto.

Uso e Ocupação do Solo

Considerando essas mudanças o modelo espacial proposto define o território do Município de


Anápolis como cidade, com a finalidade de estimular, conforme as peculiaridades e diversidades de
todas as áreas do território, o uso e a ocupação do solo de forma coerente e, considerar as funções
complementares entre a cidade consolidada de forma mais intensiva e a cidade de ocupação rarefeita,
hoje zona rural conforme legislação urbanística. Nestes termos a Área de Ocupação Intensiva é
aquela que, conciliada com a proteção do patrimônio ambiental, se caracteriza como prioritária para fins
de urbanização e densificação. A Área de Ocupação Rarefeita é aquela com características de baixa
densificação onde a proteção da fauna, flora e demais elementos naturais é prioritária, admite-se nesta
área, todavia, usos científicos, habitacionais de baixa densidade, turísticos, de lazer e atividades
econômicas sustentáveis. A área de Ocupação Rarefeita e Intensiva estão espacializados no mapa 59.

Macrozoneamento

Para efeito de planejamento e gestão, o Plano Diretor de Anápolis propõe para o território um
macrozoneamento que considera as bacias hidrográficas do Rio das Antas, Ribeirão Piancó, Rio Padre
Souza, Rio João Leite e Rio Caldas e a cidade construída como unidades territoriais de planejamento e
gestão definidoras das macrozonas, cujo objetivo é incentivar, coibir o uso indevido ou qualificar o uso e
a ocupação do solo para evitar o descontrole institucional das ações privadas no Território Municipal.
Este objetivo pretende atingir positivamente os ecossistemas que fornecem uma série de serviços
ambientais essenciais para qualidade de vida humana, como água limpa, alimentos orgânicos,
regulação climática, controle da poluição, controle de enchentes, retenção e transporte de sedimentos,
controle de doenças, reciclagem de nutrientes, lazer e valores paisagísticos através das seguintes
ações:

1. eliminar a Zona de Expansão Urbana pela sua imprecisão conceitual;


2. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais para a biodiversidade;
3. definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, vetando
qualquer uso que comprometa a integridade dos atributos ambientais que justifiquem sua
proteção;
4. controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas agrícolas que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
5. controlar o parcelamento do solo na Zona Rural, na forma de módulo rural mínimo, prevista por
Lei Federal, controlada pelo INCRA. (Esse tipo de parcelamento não impede o desmembramento
em unidades autônomas condominiais, na forma de sítios de recreio, que formam lotes com
menor área).
6. garantir uma faixa mínima de domínio para permitir a implantação de duas faixas de tráfegos e
futuros alargamentos, garantindo acessibilidade às áreas rurais.
7. restringir ou fixar condições para a instalação de usos urbanos na Zona Rural.
8. fomentar a produção agropecuária, de forma sustentável e organizar o abastecimento alimentar.
9. registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais em seus territórios.

Portanto, o território do Município de Anápolis foi dividido em seis Macrozonas, caracterizadas a


seguir:

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322

Macrozona do Rio João Leite: Esta macrozona é caracterizada por uma área de preservação
ambiental que constitui o elemento fundamental de controle sustentável do processo de uso e
ocupação das atividades econômicas e imobiliárias. O Plano de manejo da APA João Leite
definirá os usos e ocupações coerentes com a sua função no equilíbrio ambiental daquela
parcela do território de Anápolis. A preservação e a regeneração das matas ciliares deve ser uma
exigência do Governo Municipal para garantir a implantação do código florestal.

Macrozona do Rio das Antas: Com a maior representatividade em área no município, esta
macrozona engloba praticamente todo o tecido urbano onde estão inseridas as Regiões de
Planejamento Alto, Médio e Baixo Antas, Extrema, Góis, Central, Cezário e Reboleiras. Por se
tratar da região onde ocorrem à maioria dos problemas e danos ambientais, esta macrozona
torna-se o alvo principal para recuperação de áreas degradadas, preservação de áreas verdes e
fiscalização e monitoramento de atividades lesivas ao meio ambiente.

Macrozona do Ribeirão Piancó: Situada na zona rural, esta macrozona destaca-se por se tratar
da região onde está localizado o manancial hídrico que abastece Anápolis e também por
concentrar a maior parte da produção econômica rural do município. Devido sua importância,
esta macrozona torna-se prioritária para preservação e recuperação de Áreas de Preservação
Permanente e para adoção de técnicas que estimulem a implantação da agricultura sustentável,
sendo estas medidas necessárias para manutenção da quantidade e qualidade da água que
abastece a cidade.

Macrozona do Rio Padre Souza: Localizada totalmente na zona rural, esta macrozona destaca-
se por apresentar a maior quantidade de formações vegetais nativas ainda preservadas no
município que, apesar de se tratar de uma região de relevo com superfícies mais acidentadas,
estas têm sido substituídas por pastagens para produção agropecuária. Com isso, esta
macrozona agrega os elementos fundamentais para a criação de alternativas de
desenvolvimento rural sustentável, bem como a exploração de formas de turismo ecológico.

Macrozona do Rio Caldas: Localizada no extremo sul de Anápolis esta macrozona destaca-se
por se tratar da região onde está localizado o manancial de abastecimento do DAIA. Devido à
importância econômica do DAIA para o município, esta macrozona merece atenção especial
quanto à conservação dos corpos hídricos que ali se encontram, visto que novas indústrias estão
se instalando no DAIA e dependem de abastecimento de água para seu funcionamento.

Macrozona Urbana: Engloba o território circundado pelo perímetro urbano, sendo a mais
estruturada do município onde se pretende urbanizar as glebas e lotes vazios para atender a
demanda de habitação social, qualificar os espaços públicos, densificar as regiões da cidade
com infra-estrutura e capacidade de suportar maior número de população e, miscigenar os usos
pelo tecido urbano. Nesta macrozona encontram-se as nascentes do Rio Extrema, Rio das Antas
e Córrego Reboleiras. O Plano Diretor de Anápolis elegeu as glebas situadas a leste do semi-
anel viário da Rodovia BR-153 como as mais apropriadas para fins de urbanização, em função
das suas características físicas, fácil acessibilidade do centro da cidade e proximidade do
emissário da rede de esgotamento sanitário. O parcelamento do solo para fins urbanos, das
glebas situadas dentro do perímetro urbano, estará sujeito à prescrição urbanística específica
estabelecida por lei de parcelamento do solo anexa a este documento. O perímetro urbano, o
macrozoneamento e a estruturação urbana estão espacializados conforme mapas 60,61 e 62.

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323

Instrumentos de Controle e Regulação do Solo

Conforme foi diagnosticado pelas leituras técnicas e da comunidade, o regime zonal - concepção
de controle de uso e ocupação do solo da cidade de Anápolis - torna pouco clara a classificação das
zonas e dos usos em termos de categorias e subcategorias, assim como a sua relação com o sistema
viário. Para tornar mais flexível a aplicação das funções urbanas, o Plano Diretor definiu objetivos
específicos quanto ao uso e ocupação do solo:

Misturar usos na cidade, seja lote ou edificação, para diminuir as necessidades de deslocamento.
Exceção é feita aos usos geradores de incomodidades ou aqueles que afetam a segurança da
vizinhança.
Garantir melhor fluidez do tráfego no sistema viário respeitando a hierarquia e as características
geométricas das vias e suas utilização prioritária pelo transporte coletivo.
Caracterizar situações de incomodidade tais como sobrecarga no volume de tráfego, poluição
por gases, partículas, odores etc ou ainda poluição por ruído ou vibração.
Simplificar as categorias e subcategorias de usos, atualmente freqüentes na legislação
pertinente, suprimindo as listagens de atividades, dada a dificuldade de sua atualização diante da
dinâmica da vida moderna.
Facilitar a mudança de uso do solo, de modo a permitir as transformações de atividades da
mesma edificação.
Dar tratamento especial a empreendimentos que, por seu porte ou natureza, venham ocasionar
impacto sobre a vizinhança.

Para o cumprimento da função social da propriedade, o Município utilizará os seguintes


instrumentos urbanísticos de intervenção no solo:
1. normas de uso e ocupação do solo;
2. monitoramento da densificação;
3. projetos especiais de empreendimentos de impacto;
4. áreas especiais;
5. instrumentos de gestão urbana.

Normas de Uso e Ocupação do Solo

Para melhor compreensão, das normas de uso e ocupação do solo que definirão de forma geral o
que pode ou não ser construído e o tamanho das construções nos terrenos da cidade, foram
considerados para análise os seguintes elementos:

restrições quanto a sua localização, em função de sua natureza e das exigências para seu
desempenho, qualificando-as enquanto geradoras de incomodidades em relação à vizinhança;
densidade de construção;
preservação ambiental (da vegetação, dos recursos naturais, mananciais etc.);
preservação de edificações (ou locais) históricos, paisagísticos etc.;
outras finalidades sociais, como habitações de interesse social etc.;
restrições quanto à via de acesso ao imóvel, considerando sua função na rede viária da cidade e
a sua largura;
o porte permitido (área construída ou área de terreno).

Para efeito de controle das atividades urbanas, estabelece-se, como forma geral, o Uso
Residencial e Não Residencial como categorias predominantes. O Uso Residencial é classificado como

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324

unifamiliar e multifamiliar. O uso unifamiliar é aquele que permite o assentamento de uma família por
unidade imobiliária. O uso multifamiliar é aquele que permite o assentamento de várias famílias por
unidade imobiliária, sendo aplicado nas zonas adensáveis 1 e 2.

O Uso Não Residencial é classificado em função das diferentes naturezas das atividades
econômicas e institucionais conforme a seguir: Uso Comercial é aquele que se destina à venda de
produtos; Uso de Serviços, aquele que se destina a prestar serviços à população quer seja por
atividades públicas ou privadas, e finalmente aquele destinado à produção de bens, que se
convencionou denominar Uso Industrial.

A instalação dos usos no tecido da cidade estará condicionada ao nível de transtorno que ele
causará à vizinhança, à sobrecarga nas vias em relação à função dela na rede viária urbana e, ao porte
da atividade comercial e ou serviços definidos pela área construída. Dessa forma a hierarquia das vias
de Anápolis assume papel importante como função de estruturação das atividades econômicas e
sociais da cidade e de circulação de pessoas e mercadorias. Eventualmente, servir de estacionamento
de veículos.

A miscigenação dos usos na cidade será garantida ao permitir que as atividades econômicas
possam se disseminar pelo tecido urbano, excetuando aquelas que segundo a natureza, porte e grau de
incomodidade estiverem incompatíveis com o uso residencial. O quadro 08 e a tabela 46 em anexo
caracterizam a relação entre o nível de incomodidade, o porte da edificação, e a capacidade do sistema
viário, estabelecendo critérios quanto à localização das atividades econômicas, institucionais e
residenciais no tecido da cidade. O mapa 63 espacializa a estratégia de uso e ocupação do solo.

Os empreendimentos de impactos que venham a sobrecarregar a infra-estrutura urbana ou,


ainda que tenham uma repercussão ambiental significativa provocando alterações nos padrões
funcionais e urbanísticos da vizinhança ou ao espaço circundante, estão sujeitos às condições
especiais de análise.

Monitoramento da Densificação

É necessário controlar a quantidade de pessoas que moram ou trabalham e o quanto se pode


construir em cada zona da cidade. Isto é o que se chama monitoramento da densificação.

Definir esta quantidade (parâmetro) é importante porque o preço da infra-estrutura está


relacionado com ela. Quando a densidade é muito baixa ou excessivamente alta, a cidade se torna
muito cara. No primeiro caso porque não se utiliza bem a infra-estrutura já existente. E no segundo,
porque se necessita de tecnologias de maior custo, como, por exemplo, fornecer energia elétrica por
cabos subterrâneos. As densidades propostas no Plano Diretor de Anápolis buscam dar melhor
aproveitamento à infra-estrutura com custos suportáveis pela cidade, e para tanto, a macrozona urbana
foi dividida em três zonas de densificação controlada:

1– Zona de Adensamento Básico


2– Zona Adensável
3– Zona de Adensamento Rarefeita

1 - Zona de Adensamento Básico

A Zona de Adensamento Básico é aquela aonde se aplicam dois critérios para ocupação dos
lotes urbanos:

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325

Em todo o terreno, igual ou superior a 360 metros quadrados, é possível construir quatro
economias (unidades habitacionais autônomas) com a tipologia de térreo mais dois pavimentos
tipo.
Em todos os terrenos com área inferior a 360 metros, será aplicado o índice de aproveitamento
básico, igual a uma vez a área do terreno.

Esta proposta tem o objetivo tornar a cidade mais compacta e ao mesmo tempo permitir que a
população de menor poder aquisitivo possa ter acesso à habitação com qualidade. As prescrições
urbanísticas para esta tipologia de ocupação urbana deverão atender aos requisitos de recuos mínimos:

Frontal = 5 metros;
Lateral e Fundo = 1,5 metros.

2 - Zona Adensável

A Zona Adensável se subdivide em: Zona Adensável 1 e Zona Adensável 2 .

A Zona Adensável 1 é aquela onde as condições do meio físico, a disponibilidade de infra-


estrutura e a necessidade de diversificação de uso possibilita um adensamento maior do que a Zona de
Adensamento Básico. Os parâmetros urbanísticos de densificação definidos pelo Plano Diretor são
estabelecidos pelo regime volumétrico da edificação, conforme a seguir:

A volumetria da edificação será definida pela relação matemática na qual: NP = 2R, aonde NP =
número de pavimentos tipo e R = recuos laterais e de fundo:

Em todos os casos, fica estabelecido que o recuo frontal mínimo é de 5 metros.


Quando os recuos laterais e de fundo atingirem 8 metros, será permitido que a edificação atinja o
número máximo de 20 pavimentos tipo, sem a necessidade de aplicação da fórmula.

Nos casos de edificações comerciais não haverá necessidade da aplicação dos recuos mínimos
laterais e de fundo até o limite de 6 metros de altura, desde que cumpra-se as exigências de ventilação e
iluminação, estabelecidas pelo Código de Obra. As edificações cujos pavimentos excedam 6 metros de
altura deverão cumprir a relação matemática: NP = 2R.

Os recuos frontais, para as edificações comerciais, deverão obedecer aos seguintes parâmetros:

vias arteriais, o recuo mínimo frontal deverá garantir a implantação de um passeio público de 4
metros, medido a partir do meio-fio;
vias coletoras, o recuo mínimo frontal deverá garantir a implantação de um passeio público de 3
metros, medido a partir do meio-fio;
vias locais, o recuo mínimo frontal deverá garantir a implantação de um passeio público de 2.5
metros, medido a partir do meio-fio.

Estes parâmetros urbanísticos garantirão a ocupação do solo adequada às características do


meio físico de Anápolis, bem com o equilíbrio climático e da paisagem da cidade.

A Zona Adensável 2 é aquela situada ao longo da Avenida Brasil, que para sua implantação será
necessária a solução da disponibilidade de infra-estrutura. O mapa 64 espacializa as zonas de
densificação previstas pelo Plano Diretor.

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326

Instrumentos de Indução do Desenvolvimento Urbano

Os instrumentos de indução do desenvolvimento urbanos têm a finalidade de minimizar as


distorções da estrutura urbana da cidade de Anápolis formada pelos lotes e glebas vazios, super
valorização do preço da terra em áreas com infra-estrutura instaladas e pela dispersão das habitações
mais pobres. Estudos revelam que “o espraiamento e a expulsão dos pobres rumo à periferia provocam
sobrecarga nas vias e nos transporte público e requer infindáveis aplicações da rede de infra-estrutura”.
O Plano Diretor com a finalidade de promover a função social da cidade e da propriedade incorpora um
conjunto de instrumentos para estruturar a política urbana de Anápolis. São eles:

Solo Criado

O Plano Diretor definiu áreas adensáveis na macrozona construída cujos índices construtivos
poderão ser aumentados em regime de outorga onerosa, permitindo assim, a construção de área
superior a aquela permitida pelo índice de aproveitamento básico igual a uma vez a área do lote. Para
obter a outorga em qualquer metragem, até atingir-se a densidade construtiva máxima, regulada pelo
regime volumétrico se paga um valor correspondente a 1% do valor do empreendimento.

Fundo de Urbanização

Para aplicação de recursos financeiros no programa de áreas especiais de interesse social,


urbanístico, ambiental e na gestão do plano será criado um fundo de urbanização gerido por um
conselho executivo representado pelo poder público e pela sociedade civil nomeados pelo Governo
Municipal. Os recursos para o fundo de urbanização terão como receita valores em dinheiros
correspondente à outorga onerosa e da autorização de construção de forma a criar solo sobre o lote.

Transferência de Potencial Construtivo

A Prefeitura economiza recursos nas desapropriações utilizando a transferência de potencial


construtivo. Assim, quando precisa abrir uma rua, comprar um terreno para uma escola ou uma praça
ou, até mesmo, preservar um prédio importante, pode desapropriar a área pagando o proprietário com
índices de aproveitamento, ao invés de dinheiro. Este índice é a quantidade em metros quadrados que
ele poderá utilizar para construir em outro lugar, ou mesmo vender. Se o dono do terreno receber como
pagamento 100.00 metros quadrados, poderá utilizá-los em outro prédio, onde vai poder construir mais,
ou mesmo vendê-los para outra pessoa, desde que fique na mesma região (macrozona). Este tipo de
instrumento é bom tanto para os proprietários com imóveis atingidos, que tem as questões de
desapropriações resolvidas mais rapidamente, como para a Prefeitura.

A transferência do Potencial Construtivo poderá ocorrer na área central da cidade, da seguinte


forma:

será adicionado 20% do total de pavimento tipo, da edificação definida pela relação matemática
de controle volumétrico;
as áreas cujo potencial construtivo é passível de transferência são: Áreas de Preservação
Permanente, parques , praças, equipamentos municipais e equipamentos urbanos.

Projetos Especiais

São chamados Projetos Especiais àqueles que envolvem grandes áreas (podendo atingir todo

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327

um bairro); os projetos de grande porte de uma única empresa ou mesmo aqueles em áreas menores
que tenham característica especial, seja em função da atividade que quer se instalar, de uma paisagem,
de uma árvore ou de um prédio que queira se preservar. Os Projetos Especiais são discutidos entre a
Prefeitura e todos os envolvidos, para que se encontrem soluções criativas no sentido de solucionar
problemas identificados. Os Projetos especiais serão analisados para saber quais os tipos de impactos
que causam na cidade, ou seja, se a obra prejudica ou não a infra-estrutura, a paisagem e o ambiente
como um todo, gera empregos, moradias e garante a preservação do patrimônio ambiental e cultural.

Áreas Especiais

São áreas que devem ser melhor integradas à estrutura da cidade, aproveitando as melhorias já
implantadas, ou mesmo eliminando a precariedade da infra-estrutura existente. Elas podem ser
classificadas em: áreas especiais de interesse econômico, áreas especiais de interesse urbanístico,
áreas especiais de interesse social e áreas especiais de interesse ambiental. Estas áreas deverão ter
normas próprias de uso e ocupação do solo e destinação específica.

São consideradas áreas especiais de interesse econômico: o DAIA, a Plataforma Logística


Multimodal de Goiás, as Universidades e Faculdades, a Avenida Brasil e as áreas de produção
hortigranjeira situadas na macrozona urbana e seu entorno.

São consideradas áreas especiais de interesse urbanístico: o Centro Histórico de Anápolis, a


Estação Ferroviária Central, os armazéns e edificações vazias e o complexo institucional formado pela
Rodoviária, Ginásio Esportivo, Prefeitura Municipal e Fórum e todos os espaços públicos da cidade,
compreendendo ruas, praças e parques e de interesse estratégico: Base Aérea, aterro sanitário,
estação de tratamento de esgoto – ETE e a bacia do Piancó.

São consideradas áreas especiais de interesse social - AEIS: aquelas destinadas


primordialmente à produção e à manutenção de habitação de interesse social.Visa atender à função
social, utilizando as áreas ocupadas pela comunidade de baixa renda para fins de habitação de
interesse social.Tais áreas encontram-se espacializadas no mapa 65 de AEIS do Plano Diretor
Participativo de Anápolis.

São consideradas áreas especiais de interesse ambiental: os ecossistemas aquáticos e


florestais, as reservas legais e aquelas de interesse paisagístico. O aspecto importante do Plano Diretor
foi considerar como elemento de estruturação do Modelo Espacial a preservação dos ecossistemas
florestais caracterizados pelas matas ciliares dos cursos d´água e matas e bosques, que são essenciais
para manutenção das qualidades dos recursos hídricos, além de evitar as erosões e o assoreamento
dos cursos d´água. Conforme estudos elaborados pela ONU “a cobertura vegetal absorve e segura a
água da chuva, como uma esponja, impedindo que ela corra diretamente para os rios – arrastando terra,
lixo e outros sedimentos pelo caminho.” O Plano Diretor propõe a utilização do instrumento de política
urbana da transferência do direito de construir das Áreas de Preservação Permanente localizadas no
interior da macrozona urbana como forma de implantar os parque lineares dos cursos d´água urbanos
de Anápolis.

O Governo Municipal poderá remunerar proprietários e produtores pela conservação dos


ecossistemas vitais para a qualidade de vida.

IPTU Progressivo

O Poder Municipal, através de Legislação Tributária Municipal, deverá assegurar a função social

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328

da propriedade, aplicando alíquotas de imposto sobre propriedade predial e territorial urbana de forma
progressiva. A aplicação do IPTU progressivo no tempo será de acordo com o art. 182 da Constituição
Federal, no qual lotes ou glebas não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas localizadas na cidade
estarão sujeitas a este instrumento.

Excetuam-se da aplicação do IPTU progressivo as unidades imobiliárias com áreas inferiores a


400 m² que sejam a única propriedade do titular.

Para aplicação legal do IPTU progressivo no tempo será necessário elaborar cadastro técnico
multi-finalitário das unidades imobiliárias da macrozona urbana.

Do Consórcio imobiliário

O consórcio imobiliário viabiliza um plano de urbanização no âmbito município de Anápolis. No


consórcio imobiliário, o proprietário entrega ao Poder Executivo seu imóvel localizado em AEIS para que
este realize obras no mesmo. Depois da realização das obras, o proprietário recebe o imóvel de volta,
devidamente urbanizado. O valor do imóvel será aquele correspondente ao valor original do imóvel
antes das obras realizadas com recursos públicos.

Foto 28: Vista do Morro da Capuava


Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo de Anápolis

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343
Tabela 46 - Índices de Incomodidade

Fonte: Grupo Quatro

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344
Tabela 46 - Índices de Incomodidade

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 345

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 346

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 347

Fonte: Grupo Quatro

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348
Tabela 46 - Índices de Incomodidade

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 349

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 350

Circulação
Atração Veículos

Fonte: Grupo Quatro

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351
Tabela 46 - Índices de Incomodidade

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 352

Circulação
Atração Veículos

Fonte: Grupo Quatro

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Tabela 46 - Índices de Incomodidade 353

Fonte: Grupo Quatro

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354
Tabela 46 - Índices de Incomodidade

Fonte: Grupo Quatro

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Quadro 08 - Usos permitidos


Fonte: Plano Diretor Participativo de Anápolis - 2005/2006

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356

2. Mobilidade e Acessibilidade
Vários aspectos determinaram as condições de mobilidade e acessibilidade de veículos e
pessoas na malha viária de Anápolis. Por exemplo:

a morfologia do traçado viário da cidade;


a despadronização dos gabaritos geométricos, desarticulação das concordâncias dos eixos
viários estruturais;
as dificuldades em acessar o centro da cidade;
a sinalização horizontal e vertical;
o alto custo das passagens e qualidade transporte público;
o terminal rodoviário urbano que impacta negativamente, tanto do ponto de vista da memória e da
paisagem do centro histórico quanto do trânsito;
prioridade do veículo particular em detrimento ao transporte coletivo, pedestres e bicicletas.

Estes aspectos negativos levaram ao aumento abrupto do número de ocorrências de acidentes


entre 2002 e 2005. Tendo em vista o diagnóstico sobre as condições da mobilidade e acessibilidade em
Anápolis, o P.D.P.A. propõe como objetivo geral, melhorar os deslocamentos na cidade para atender as
distintas necessidades da população. Para tanto terá que qualificar a circulação de pessoas e cargas,
priorizando o transporte coletivo em detrimento do particular.

Para atingir o objetivo proposto foram identificados os seguintes programas, projetos e diretrizes:

Priorizar o transporte coletivo de passageiros nos deslocamentos urbanos,


racionalizando a sua operação para proporcionar condições de segurança, conforto,
pontualidade e economia.

Os anapolinos enfrentam cotidianamente problemas de deslocamentos em função da qualidade


dos serviços prestados pela empresa que opera transporte público na cidade. Esta situação só poderá
se modificar quando o governo municipal enfrentar os problemas através de uma visão mais
abrangente. Para tanto, o P.D.P.A. propõe um programa de transporte coletivo, a médio prazo ancorado
em um “Plano Setorial de Transporte Urbano” que será elaborado a partir de estudos específicos de
origem e destino, do deslocamentos dos usuários, embarque desembarque e, dos retardamentos da
operação do sistema.O P.S.T.U. deverá abranger questões físicas, operacionais e tecnológicas para a
melhoria do sistema de transporte.

Capacitar e hierarquizar o sistema viário com a finalidade de permitir condições


adequadas e seguras de mobilidade e acesso à todas propriedades lindeiras à malha viária.

A comunidade anapolina tem se preocupado com as dificuldades dos deslocamentos na cidade


causadas por barreiras físicas naturais e sua transposição, também pela qualidade geométricas de suas
vias, suas sinalizações e principalmente, pelos transportes de cargas no interior do centro da cidade.
Essa preocupação é legitima principalmente pelo aumento progressivo dos acidentes urbanos. Em
função dessas preocupações o P.D.P.A. propõe os seguintes programas e projetos:

1- Programa de Estruturação Viária.

Esse programa tem a finalidade de conceber uma malha viária que se constituirá no principal
suporte físico da mobilidade e acessibilidade urbana. Para garantir a estruturação viária as vias serão,
classificadas de acordo com sua capacidade de trânsito, do solo e ocupação do solo, dos modais de

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357

classificadas de acordo com sua capacidade de trânsito, do solo e ocupação do solo, dos modais de
transporte e do tráfego veicular.

As vias, de acordo com os critérios estabelecidos de funcionalidade e hierarquia classificam-se


em: Rodovias, Via Arterial de 1ª Categoria (Via Estrutural), Vias Coletoras, Vias Arteriais de 2ª
Categoria, Vias Locais,Ciclovias, Vias para Pedestres.

Rodovias são caracterizadas pelo sistema rodoviário interurbano formado de nível: Federal,
Estadual, e Municipal.

Constituem o sistema as seguintes rodovias:

BR 153;
BR 414;
BR 060;
GO 222;
GO 330;
GO 560.

Vias Arteriais de 1ª categoria (estrutural) por definição são aquelas que estabelecem a ligação
entre o sistema rodoviário interurbano e o sistema viário urbano, apresentando altos níveis de fluidez de
tráfego baixa acessibilidade, pouca integração com o uso e ocupação do solo e são próprias para a
operação de sistemas de transporte de alta capacidade e de cargas. Constitui via Arterial de 1ª
Categoria (estrutural):

Avenida Brasil e Avenida Principal ( DAIA).

Vias Arteriais de 2ª categoria são aquelas que permitem ligações intra-urbanas, com média ou
alta fluidez de tráfego, baixa acessibilidade, apresentando restrita integração com o uso e ocupação do
solo, e são próprias para a operação de sistemas de transporte de alta capacidade de coletivo,
segregado do tráfego geral e de cargas. São consideradas vias arteriais de 2ª categoria as seguintes
vias:

Avenida Pedro Ludovico (Parque Calixtópolis, Vivian Parque II etapa, Loteamento Conjunto
Habitacional Esperança II, Loteamento Vivian Parque, Residencial Morumbi, Loteamento Jibran El
Hadj, Conjunto Habitacional Vila União, Bairro Paraíso, Jardim Calixto, Parque das Primaveras, Setor
Residencial Pedro Ludovico, Vila São Joaquim, Vila São Joaquim II etapa, Loteamento Parque das
Nações, Jardim Nações Unidas, Conjunto Residencial Jamaica, Jardim Bela Vista, Centro);
Avenida Juscelino Kubistcheck, (Jardim Eldorado, Setor Alto da Bela Vista, Bairro JK Setor Nova
Capital, Vila Industrial Jundiaí, Bairro Jundiaí);
Avenida Jamel Cecílio (Bairro JK Setor Nova Capital, Bairro Jundiaí);
Avenida Goiás (Centro, Vila Brasil, Vila Calixto Abrão, Loteamento Jardim Silveira, Jardim das
Oliveiras);
Avenida Santos Dumont (Bairro Jundiaí, Vila Santana);
Avenida Fabril (Vila Fabril);
Rua 02 (Jardim Petrópolis);
Rua Erasmo Braga (Vila Brasil);
Avenida Barão do Rio Branco (Centro);
Avenida Mato Grosso (Bairro Jundiaí, Loteamento Anápolis City);
Avenida Independência (Bairro de Lourdes, Parque Brasília II etapa, Vila Sul, Residencial
Flamboyant);

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358

Avenida Sérvio Túlio Jaime (Conjunto Habitacional Filostro Machado, BR 060);


Avenida Ayrton Senna (Loteamento Jardim Primavera I e II etapa, Gran Ville, Conjunto
Habitacional Filostro Machado, Loteamento Residencial Morada Nova, Parque São Jerônimo,
Parque Brasília);
Avenida Universitária (Anexo Maracanãzinho, Vila Maracanãzinho, Vila Santa Izabel, Vila Santa
Izabel II etapa, Residencial Araújo Ville, Bairro Boa Vista, Vila dos Oficiais, Loteamento Cidade
Universitária, Jardim das Américas II etapa);
Avenida Presidente Kennedy (Centro, Bairro Maracanã, Jardim Nova Alexandrina, Loteamento
Itamaraty);
Avenida Fernando Costa (Vila Jayara Setor Sul, Vila Jayara, Vila Jayara Setor Norte, Setor Lago
dos Buritis, Loteamento Las Palmas).

Vias Coletoras recebem e distribuem o tráfego local entre as vias locais e arteriais apresentando
equilíbrio entre fluidez de tráfego e acessibilidade, possibilitando sua integração com o uso e ocupação
do solo, e são próprias para a operação de sistemas de transporte coletivo, compartilhado com o tráfego
geral e de transporte seletivo; são consideradas coletoras as seguintes vias:

Residencial Dom Felipe: Avenida Palmeiras;


Setor Residencial Jandaia: Avenida Central, Av. Souzânia;
Loteamento Adriana Parque: Rua Lessandra, Rua H, Rua Elizabeth, Av. Marielle, Rua Lílian,
Av. Patrícia,Rua G;
Vila Jaiara: Rua Ipameri, Rua Uruana, Rua Londrina, Av. Bernardo Sayão, Rua Silvânia;
Vila Jaiara Setor Norte: Av. Luiz Carpaneda, Rua Ipameri,Rua Inhumas;
Vila Jaiara Setor Sul: Av. Marechal Gouveia, Rua Goiânia;
Bairro das Bandeiras: Rua T, Rua Sebastião Pedro, Rua Dalcio Pedro, Rua Luiz Caiado de
Godoy;
Vila Harmonia: Rua Corumbá;
Jardim Progresso: Rua P-41, Rua P-34, Rua P-53, Rua P-45, Av. 10;
Village Jardim: Rua 13;
Jardim Mirrage: Av. 09;
Parque Iracema: Rua Santa Cruz;
Jardim das Américas I Etapa: Av. dos Palmares, Av. A, Rua Bolívia;
Cidade Universitária: Rua Dayse Fanstone, Rua Profº Alarico;
Setor Bouganville: Av. Graciano Antônio Silva, Rua Paraguai;
Bairro Boa Vista: Rua 19,Av. Senador Nereu Ramos;Rua 27, Rua 01,Rua Argentina, Rua 05,Av.
Senador Caiado;
Vila Santa Izabel: Av. Palestina, Rua Costa e Silva;
Bairro São Carlos: Av. Dona Carime, Rua João Gaia, Av. Nova Capital,Av. Pres. Jânio Quadros;
Jardim Bandeirante: Av. das Nações;
Bairro Cidade Jardim: Rua I, Rua J, Av. A, Rua 05, Rua 01;
Santa Maria de Nazaré: Av. Dona Elvira, Av. Ana Jacinto;
Jardim Primavera II Etapa: Av JP -34;
Filostro Machado: Av. Comendador José Abdala, Av. Elias Zak Zak, Av. jornalista Eurípedes
Gomes de Melo;
Anápolis City: Av. S-04, Av. S-05;
Jundiaí: Av. Minas Gerais, Av. Juscelino Kubistcheck, Av. Dom Prudêncio, Av. Visconde Taunay,
Av. Pinheiro Chagas, Rua Cônego Ramiro, Av. Pereira do Lago, Rua José Rodrigues, Av. José
Neto Paranhos, Av. Profª Zenaide Campos Roriz, Av. Maranhão, Av. São Francisco;
Parque Brasília: Av. PB -01;

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359

Jardim Europa: Av. Perimetral Norte e Sul, Rua L-01, Rua L-15, Av. L-02;
Chácaras Americanas: Rua Angélica, Av. Comercial, Av. Alvorada, Av. Bandeirante, Av. Brasil,
Av. Edna Oliveira de Faria;
Bairro Santo Antônio: Rua José Bonito, Av. Deguer Isaac, Av. Santo Antônio, Rua D, Rua B;
Vila Operária: Rua Bondade, Rua Aventura (Vila Rica, Jardim Tesouro);
JK Nova Capital: Avenida A, Av. Dahas N. Bittar, Av. Dr. Fuad Siade, Rua Industrial, Rua 25;
Industrial Jundiaí: Rua Radial Sul, Rua Braz Cordeiro de Morais, Rua 07, Rua Aleixo de
Queiroz, Av. Presidente Wilson, Rua Frutuoso Maia de Oliveira, Rua Ferroviário Braulio dos Reis,
Av. Aléxis B. Arantes, Rua 06, Rua 08, Rua 09, Rua 10, Av. Presidente Vargas (Jardim Alvorada,
Campos Elísios);
Jardim América: Av. Parapanema, Av. Paraguai, Av. Contorno América, Av. Anderson Clayton;
Vila São José: Av. 09 de Julho;
Alto da Bela Vista: Av. F;
Vila Formosa: Rua Frei João Batista Vogel, Rua 6-A, Av. Paraguai, Rua 113;
Jardim Eldorado: Rua Goiânia;
Jardim Ibirapuera: Av. Edna Oliveira de Faria;
Setor Tropical: Rua Jovina de Melo, Rua José Patrocínio;
Jardim Alvorada: Rua Cruzeiro Sul, Av. Ilha Formosa;
Setor Industrial Aeroporto: Av. São Paulo, Alameda Natal, Rua Francisco Valoz;
Campos Elísios: Av. Campos Sales, Av. Silva Jardim;
Jardim Arco Verde: Av. Arco Verde;
DAIA: VP- R 1;
Vivian Parque II Etapa: Av. X-1;
Bairro São João: Rua 13, Av. São Paulo;
Polocentro I Etapa: Av. Nacional, Rua 13, Rua Santana das Antas, Av. Mirage (Polocentro 2ª
Etapa);
Residencial Morumbi: Rua Juvenilda R. da Costa;
Residencial Arco-Iris: Av. Contorno;
Santa Clara: Rua SC 07;
Lot. Setor Sul: Av. Amanda Braga Tibúrcio, Av. Principal;
Calixtolândia: Rua Contorno, Av. Sócrates Mardocheu Diniz, Rua dos Goianos, Av. Dona Tereza
Alves Ferreira, Rua Ribeirão Preto, Rua da Pecuária;
Residencial Victor Braga: Av. Belo Horizonte;
Conjunto Habitacional Vila União: Av. Lídia Fernandes;
Vila Mariana: Avenida Ypiranga;
Bairro Paraíso: Av. Morumbi (Conj. Hab. Vila União), Av. Cachoeira Dourada;
Jardim Calixto: Rua do Governador, Rua Santa Izaira;
Parque das Primaveras: Av. Isidório Sabino Rodrigues;
Residencial Pedro Ludovico: Rua José Martins de Britto;
Setor Sul Jamil Miguel: Av. José Sarney, Av. Maria Miguel Abrão;
Vila São Joaquim II Etapa: Av. Cachoeira Dourada;
Santo André: Av. Jorge Guimarães de Almeida, Rua JM-10, Av. Boa Ventura de Puxim, Rua Bela
Vista;
Vila João Luz de Oliveira: Rua Seis
Jardim Ana Paula: Rua Pérola;
Vila Nossa Senhora da Abadia: Rua Engenheiro Portela;
Jardim Nações Unidas: Av. Contorno;
Vila Góis: Av. Paineira, Av. Miguel João, Av. Divino Pai Eterno;
Jardim das Oliveiras: Av. Profº Benvindo Machado (Jardim Suíço,Vila Jardim Santana 2ª e 4ª

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360

etapa, Jardim Goiano)


São José: Rua Dona Amélia de Morais e Almeida;
Bairro D. Pedro I: Rua Eduardo Pereira, Rua Alberico Borges de Carvalho (Pq. Michel, Jardim
Bela Vista, Vila Moreira, Vila Falluh);
Vila São Jorge: Av. Federal, Av. São Jorge, Rua Osvaldo Cruz, Rua Jorge Salomão;
Vila São João: Rua Mauá;
Bairro Maracanã: Av. Dom Emanuel, Rua 14, Av. Francisco Silvério de Faria, Av. Francisco
Fontes, Av. Senador Ramos Caiado;
Santa Izabel II Etapa: Rua 05;
Residencial Araújo Ville: Av. Dona Albertina de Pina;
Bairro Itamaraty II Etapa: Av. José de Deus;
Jardim Alexandrina: Av. 24 de Agosto, Av. Nair Xavier Corrêa, Av. Vera Cruz, Rua Dr. Alfredo
Fleury, Rua Dona Albertina de Pina, Av. Goiânia, Av. das Rosas;
Parque dos Pirineus: Av. dos Pirineus;
Jardim das Américas: Av. Costa e Silva, Rua Dona Andrelina, Rua Professora Idalina Mazzitelli;
Residencial dos Ipês: Rua Almiro de Amorim, Av. Raimundo Carlos L. Silva;
Recanto do Sol: Av. do Estado (Residencial dos Ipês, Loteamento Vila Norte), Rua 17, Rua 04,
Rua 52, Rua 13, Rua 25, Rua 56, Rua 41, Av. João Florentino, Av. Perimetral;
Loteamento Vila Norte: Rua 58;
Parque Residencial das Flores: Av. 25, Rua 24.

Vias Locais promovem a distribuição do tráfego local, apresentando baixa fluidez de tráfego, alta
acessibilidade, caracterizando-se pela intensa integração com o uso e ocupação do solo, podendo ter
seu término em 'cul de sac” a critério do Sistema Municipal de Gestão do Planejamento-SMGP. São os
demais logradouros conforme mapa 66.

Ciclovias, via com características geométricas e infra-estruturais próprias ao uso de bicicletas;


DAIA e Av. Brasil Sul.

2 - Programa de Intervenção Viária.

Esse programa tem a finalidade de melhorar as condições de trafegabilidade da malha viária,


priorizando a circulação dos pedestres em relação aos particulares, objetiva também a segurança,
intervindo nos fatores de influência de acidentes. O programa de intervenção viária é apoiado pelos
seguintes planos e projetos:

2.1 Projeto de Transporte de Carga.

Esse projeto consiste de estudos de tráfego que permitam identificar os riscos potenciais de
acidentes envolvendo o transporte de cargas perigosas nas vias estruturais do município e da cidade,
definindo procedimentos de controle, restrição e contenção, além da elaboração de planos de
emergência e defesa civil relacionados ao atendimento de ocorrência e mitigação de impactos desses
acidentes no aglomerado urbano, além de promover dispositivos de compatibilização entre as
necessidades do transporte de cargas e as restrições geométricas, de volumetria classificada e de
pavimento do município, incluindo a implantação de centros de transbordo e de transferência de cargas,
restrição seletiva de horários e rotas de transporte e política de estacionamento para carga e descarga.

2.2 Projeto Municipal de Sinalização.

Incorporando ao Plano Diretor os projetos de sinalização indicativa realizados pela CMTT no ano

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361

de 2005 para o sistema viário estrutural, consubstanciados em documento de mesmo nome, incluindo
as diretrizes técnicas de projeto de dispositivos de sinalização (placas, suportes, diagramação, alfabeto,
fontes e películas),para a realização de revisões, inclusões e expansão gradual do escopo projetado
para todos os subníveis hierárquicos do sistema viário.

2.3 Projeto de Contorno ao centro da cidade

A conformação morfológica radiocentrica da malha viária principal, associada ao distúrbio de


trânsito causado pelo terminal de integração do transporte coletivo à falta de corredores estruturais de
sentido Leste/Oeste e pela indisciplina de tráfego de veículos de cargas na cidade, dificulta a fluidez de
tráfego em direção ao centro. Portanto, o Plano Diretor Participativo de Anápolis propõe a implantação
do projeto de contorno ao centro da cidade pelo órgão municipal competente.

2.4 Projeto de Redução das Dificuldades de Deslocamentos Viários

Esse projeto pretende resgatar as integrações urbanas, permitindo condições mais adequadas
de acesso às vias estruturais e arteriais sem trafegar pelo centro.

As diretrizes espaciais básicas do eixo estratégico de mobilidade e acessibilidade estão


representadas no mapa 67.

São seguintes as intervenções prioritárias para melhorar a trafegabilidade das vias de Anápolis
(mapas 68 e 69).

1- Ligação leste/oeste pela av. Pinheiro Chagas, JK cruzando a av. Brasil em direção a av. Eugênio
Jardim (centro).

2- Interligação da Av. Dona Elvira (Vila Stª. Maria de Nazareth) e Senador Caiado (B. Boa Vista).

3- Via marginal ao Córrego João Cezário, entre a Av. Universitária e Av. Brasil.

4- Av. Nacional localizada entre a Av. Brasil e Av. Pedro Ludovico nos bairros Polo Centro e
Morumbí.

5- Av. Federal entre o Jardim Arco Verde e Av. JK.

6- Av. Jorge Guimarães interligando a Av. Federal na Vila Formosa e Bairro Santo André.

7- Via estruturadora em área não parcelada entre as Av. Sérvio Túlio Ramos Jaime e Av. Ayrton
Senna cruzando a BR. 153 até o Setor Bougainville.

8- Via estruturadora em área não parcelada entre Viaduto Ayrton Senna (Av. Mato Grosso),ligando
a Av. Sen. Caiado, entre bairros Boa Vista e São Carlos.

9- Anel Viário de Proteção ao Centro através das avenidas Xavier de Almeida, Sen. Lourenço Dias
(Av. Contorno), e ruas Coronel Batista, Floriano Peixoto, Benjamin Constant e Eugênio Jardim.

10- Ligação direta da Av. Dona Elvira com Av. Mato Grosso, Praça do Trabalhador e Praça Abadia
Daher.

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371

11- Correção geométrica na junção da Av. das Nações e Av. A, dos bairros Jardim Bandeirantes e
Cidade Jardim Dias.

12- Intervenção viária na Av. Brasil com Av. Goiás.

13- Intervenção viária na Av. Brasil com Rua Engenheiro Portela.

3 - Programa de Acessibilidade Universal

Esse programa tem como objetivo atender as técnicas brasileiras quanto à acessibilidade de
pessoas com mobilidade funcional reduzida, incluindo pessoas com necessidades especiais,
portadoras de deficiências, idosos crianças e indivíduos temporariamente incapacitados, na edificação
e requalificação de logradouros em vias públicas, praças, passeios públicos, loteamentos, espaços
urbanos em geral e implantação de mobiliários urbanos e barreiras físicas, tanto em projetos do Poder
Público como de iniciativa privada.

Para que o Programa seja implantado o P.D.P.A. propõe um plano de intervenção de


acessibilidade a ser desenvolvido pelo órgão competente.

4 - Programa de Trânsito

O programa de trânsito objetiva o tratamento da malha viária no que concerne ao uso das
potencialidades da engenharia de tráfego, com vistas a sua fluidez e segurança, utilizando as
tecnologias para conservação de energia, controle da qualidade ambiental e a prioridade ao transporte
coletivo.

Para atingir tal objetivo o órgão competente deverá detalhar os projetos específicos para o
trânsito de Anápolis.

3. Produção Econômica com Sustentabilidade

Em Anápolis o princípio do desenvolvimento sustentável é componente fundamental do


desenvolvimento urbano, pelo qual as pessoas humanas
são o centro das preocupações e têm direito a uma vida
saudável e produtiva em harmonia com a natureza.

É visível, a necessidade de criação de meios para


reproduzir na sociedade diretrizes capazes de motivar e
nortear a promoção econômica onde se estabeleça novos
arranjos organizacionais, institucionais e produtivos,
permitindo a sobrevivência dos setores excluídos
mediante a criação de empregos, a qualificação
profissional, conseqüentemente fomentando a poupança
de famílias de baixa renda.
Foto 29: Promoção Econômica - DAIA
Anápolis, apesar de sua forte infra-estrutura Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
econômica, sua posição geográfica privilegiada, Participativo de Anápolis

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372

notadamente vantagens comparativas, não conseguem se transformar em vantagens


competitivas,como exemplo o DAIA - Distrito Agroindustrial de Anápolis. A vantagem comparativa
própria do lugar só consegue transformar em competitiva na medida que é utilizada como elemento de
identidade, de distinção, de diferenciação que permite destacar estas vantagens e transforma a
economia local.

Anápolis nunca tratou das questões agrícolas, esquecendo da zona rural pela força da área
urbana do município.A sua estratégia de desenvolvimento econômico é fundamentada nas grandes
empresas e não nas pequenas que seria de grande relevância;as leis de uso de solo e zoneamento não
facilitaram a promoção econômica.

A cidade de Anápolis pelo segundo ano consecutivo (2005), segundo dados da Secretaria de
Planejamento do Estado de Goiás - SEPLAN assume novamente a primeira colocação no ranking dos
municípios mais competitivos de Goiás. O que se nota no sistema de produção econômica de Anápolis
é que o modelo econômico existente não reproduz na sociedade a sua função social; os espaços de
desigualdade são grandes, produzindo um reflexo negativo e perverso,os espaços referenciais (pólos
de centralidade) não recebem o devido cuidado, tornando a paisagem urbana da cidade degradada.

O Plano diretor participativo de Anápolis - PDPA tem como objetivo dinamizar a economia para
melhorar a qualidade de vida e qualificar o cidadão, ressaltando os seguintes temas: renda, pólos de
centralidade, infra-estrutura-econômica e tecnologia. A promoção econômica com sustentabilidade
fundamenta-se nas seguintes diretrizes e programas:

1- Programa de geração de emprego (trabalho) e melhoria na renda do cidadão anapolino


com reflexo na área social. As micros e pequenas empresas tem pouco acesso aos incentivos fiscais
em função da macro política em atender os grandes empreendimentos, é notável o pequeno apoio as
atividades associativas e cooperativas; o comércio não tem apoio e incentivo local. As ações
necessárias para efetivação do referido programa são as seguintes:

gerar instrumentos de incentivo e apoio aos micros e


pequenos empreendimentos;
apoiar e fortalecer das atividades autônomas,
associativas e em cooperativas;
formalizar as atividades e empreendimentos do setor
informal;
gerar mecanismos de incentivos e promoção de
atividades geradoras de mão-de-obra;
estimular as atividades econômicas intensivas em mão
de obra;
estimular as atividades agrícolas;
fomentar a criação de linhas especiais de
Foto 30: Antiga Vicunha financiamento para os agricultores familiares;
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor fortalecer o comércio local e prestadores de serviços;
Participativo de Anápolis executar obras necessárias de drenagem, abertura e
manutenção de estradas(viscinais) e transportes para
o desenvolvimento da agricultura no município;
criar mecanismos que propiciem condições para a comercialização direta ao consumidor pelos
produtores rurais;
reativar e fortalecer o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável;

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373

ampliar e divulgar a Lei 3.109 de 16/12/04 que cria


incentivos à industrialização no Município por 5
anos de incentivos fiscais e prestação de serviços;
fortalecer parcerias com instituições da sociedade
civil para qualificar e requalificar a mão-de-obra;
instalar programas que incentive a geração de
renda, como criação de indústrias e de serviços
nos bairros, descentralizando;
consolidar a cidade como pólo educacional;
ampliar e consolidar parcerias com o poder
público e a sociedade civil organizada para
realização de atividades que gerem renda;
estruturar e planejar o comércio varejista e
atacadista. Foto 31: Comércio Local
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
2- Descentralizar as atividades econômicas Participativo de Anápolis
através dos pólos e eixos de centralidade. Para
concretização desta diretriz são previstas as seguintes ações (mapa 70):

requalificar os espaços de centralidades, por meio de


instrumentos urbanos, visando sua dinamização
econômica e estímulo a densificação habitacional;
priorizar e reurbanizar os espaços públicos, tais como
praças, passeios públicos e parques, enfatizando o
paisagismo e o mobiliário urbano;

Foto 32: Praça Bom Jesus


Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

implantar espaços destinados à cultura e lazer


comunitários;
garantir a acessibilidade, por meio da
implantação de corredores viários e de
transporte público; Foto 33: Praça Americano do Brasil
criar pólos de centralidade nos bairros; Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
transformar eixos de transporte em eixos de Participativo de Anápolis
centralidade.

3- Fortalecer e integrar a macro estrutura econômica existente no município, tornando as


potencialidades comparativas em competitivas. A cidade possui potencialidades como o Daia, o
Porto Seco e a Plataforma Logística, que precisam ser fortalecidas para se tornarem competitivas no
mercado e fazer a diferença, e sua privilegiada posição geográfica. Incentivar o desenvolvimento
tecnológico em parceria com o pólo educacional existente. As ações para se atingir a diretriz são as

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374

seguintes:

consolidar a cidade como pólo educacional e do


conhecimento;
fortalecer a macro estrutura econômica da
cidade;
consolidar a implantação da Plataforma
Logística Multimodal de Goiás, como um
equipamento integrador ao DAIA e Porto Seco e
principalmente para a cidade;
fortalecer o pólo farmoquímico;
definir o papel logístico econômico integrador de
Anápolis no eixo Goiânia - Brasília, pólo
educacional, pólo de tecnologia de agregação Foto 34: Porto Seco
de valores; Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis
maior participação da população na instalação da
Ferrovia Norte-Sul;
fortalecer o processo produtivo, tornando a legislação do uso do solo menos impeditiva para a
instalação das atividades;
maior participação do Governo Municipal no DAIA;
apoiar o IGTF Instituto de Gestão Tecnológica Farmacêutica;
estimular e promover processos de transferência de tecnologia;
incentivar a produção agrícola;
incentivar a criação de uma estação de logística;
apoiar e desenvolver projetos da tecnologia da informática;
transferir o Pólo Atacadista para a Plataforma Logística .

Foto 35: Pólo de desenvolvimento educacional e


de desenvolvimento
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

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377

4. Qualificação Ambiental do Território Municipal e da Cidade


As leituras sobre o processo de produção do Território Municipal de Anápolis revelaram o
descaso dos governos e da sociedade em relação ao meio ambiente. A qualidade e quantidade
decrescente das águas, a contínua depredação do verde natural (matas, matas de galeria, etc...), perda
da biodiversidade, poluição ar, sonora e visual, inundações e outros problemas desqualificam Anápolis
enquanto cidade sustentável. A tendência predatória tem com causa maior a falta de educação
civilizatória em relação ao meio ambiente.

O processo de reversão dessa tendência predatória tem dois caminhos: a curto e médio prazo da
intervenção consistente em termos de gestão dos recursos naturais e a longo prazo, o da Educação
Ambiental sistemática para mudar o comportamento dos gestores públicos e privados.

As ações a curto e médio prazo serão orientadas no sentido de levar em conta tanto os aspectos
que afetam ou influenciam diretamente a dinâmica dos ecossistemas e a conservação dos recursos
naturais municipais, bem como as relações entre o meio ambiente, sócio-economia, a infra-estrutura e
os aspectos urbanísticos do município, tendo como objetivo, qualificar o território municipal com a
promoção de sustentabilidade do patrimônio ambiental e cultural.

Para atingir o objetivo proposto foram definidas Diretrizes, Programas e Projetos específicos
para cada problema relevante do Eixo Estratégico do Meio Ambiente.

DIRETRIZ 1: valorizar, recuperar e proteger os recursos naturais do território municipal de


Anápolis.

Para viabilizar a Diretriz 1, foram propostos os Programas de Valorização dos Recursos Hídricos
e Programa de Recuperação e Proteção da Vegetação Natural.

1. Programa de Valorização dos Recursos Hídricos

O Município de Anápolis é sede das nascentes de cinco microbacias hidrográficas. Destas,


quatro, Antas, Piancó, Caldas e João Leite, são drenadas para a bacia do rio Paranaíba e apenas uma,
Padre Souza, é drenada para bacia do rio Tocantins.

Apesar de estar situado em um divisor de águas, constituindo-se em uma área de nascentes de


rios, com uma boa rede de drenagem, a maioria dos corpos hídricos do município deixam a região ainda
sem volume expressivo. Daí a necessidade de captação de água a distâncias consideráveis para
abastecer a cidade.

Das cinco microbacias localizadas na área do município, três, Antas, Caldas e João Leite,
recortam o tecido urbano, região onde ocorrem a maioria dos problemas e danos ambientais ligados aos
recursos hídricos. Dentre estes destacam-se: o desrespeito às áreas de preservação permanente, onde
a retirada da cobertura vegetal nativa tem facilitado o assoreamento, o aumento dos processos erosivos
e o transporte de sólidos nos corpos hídricos pertencentes a estas microbacias; a canalização,
retificação e o lançamento de esgotos sem prévio tratamento que têm se tornado um sério problema
para a manutenção da quantidade e qualidade da água destes mananciais (mapa 71) e; devido ao
processo de urbanização mal planejada, deficiência no sistema de drenagem urbana e a
impermeabilização da região, a ocorrência de enchentes e inundações têm se agravado.

Na zona rural, onde está localizado o Ribeirão Piancó, corpo d'água que abastece o município,
outras atividades potencialmente degradantes são encontradas, sendo as principais: ausência das

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378

matas ciliares nativas às margens dos cursos d'água e em áreas de nascentes, onde os processos
erosivos e a lixiviação do solo vêm se acentuando; a contaminação e superexploração dos recursos
hídricos como o uso de agrotóxicos na agricultura e o desvio do leito de rios e córregos para o uso de
suas águas na irrigação que, em função da baixa capacidade de suporte, interferem de maneira
negativa na quantidade e qualidade das águas destes mananciais, provocando também conflitos de
usos dos recursos hídricos.

O Plano Diretor Participativo de Anápolis propõe, como meio de ajudar a melhoria ambiental do
território de Anápolis, o objetivo de tornar os rios e córregos ambientalmente saudáveis, com a
manutenção da qualidade e quantidade da água dos corpos hídricos pertencentes as micro-bacias
localizadas no município, sendo estas adotadas como regiões de planejamento e gestão.

Para atingir o objetivo proposto pelo Programa de Valorização dos Recursos Hídricos deverão
ser desenvolvidos pelo Município, os seguintes Planos Setoriais, Ações e Projetos:

Plano Diretor Setorial de Manejo dos Recursos Hídricos

Elaborar e implantar o Plano Diretor de Recursos Hídricos. Este Plano deverá realizar
diagnóstico georreferenciado das microbacias do território municipal para identificar a ocupação
indevida das áreas de preservação permanente, bem como os impactos e danos ambientais nelas
produzidos; com a finalidade de através do controle do uso e ocupação do solo proibir o
desenvolvimento de atividades lesivas ao meio ambiente e disciplinar o uso e ocupação do solo no
entorno das áreas de preservação permanente relacionadas com os recursos hídricos.

Enquanto for elaborado o Plano Diretor de Manejo de Recursos Hídricos o Plano Diretor
Participativo de Anápolis propõe as seguintes ações de curto e médio prazo:

Projeto de recomposição das Áreas de Preservação Permanente, relacionadas com os


Recursos Hídricos;
Programa de monitoramento da qualidade ambiental (físico-químico);
Redução dos limites das áreas de Proteção Permanente:
a) de 100 metros para 50 metros os raios mínimos de proteção das nascentes localizadas no
perímetro urbano, considerando suas respectivas cotas de inundação.
b) de 30 metros para 15 metros a faixa mínima para os cursos d'água que encontram-se
canalizados, mantendo para as demais áreas de preservação permanente as mesmas faixas
determinadas pelo Código Florestal Brasileiro;
Sub-Programa de Recuperação das áreas de Risco Geológico:

As áreas de risco em Anápolis recebem essa caracterização devido à potencialidade em sediar


eventos classificados como de risco geológico, sendo intensificadas devido à má gestão da ocupação
urbana, remoção da cobertura vegetal nativa das margens dos cursos d'água, de áreas com inclinação
igual ou superior a 45º, de topos de morro e por estarem, em sua maioria, em fundos de vale e planícies
de inundação.

O elevado grau de urbanização e edificações nestas áreas, aliado às formas de ocupações


irregulares em locais de alta declividade, somados à impermeabilização no entorno dos corpos hídricos
e a perda da proteção natural de suas margens, potencializaram os processos erosivos, intensificando o
risco geológico.

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379

Estas áreas encontram-se principalmente no perímetro urbano do município, ao longo do Rio das
Antas e seus principais afluentes na área urbana (Córregos dos Cezários, Góis e Água Fria) e, do
Córrego Catingueiro, que pertence a Microbacia Hidrográfica do Rio João Leite (mapa 72).

O Rio das Antas atravessa toda a área urbana do município, possuindo alto grau de urbanização,
principalmente na área central da cidade. O trecho localizado entre a sua nascente principal, próximo a
BR-153 (na área do Centro Agrícola Sócrates Diniz) até o Bairro Nações Unidas, apresenta poucas
edificações, porém, o processo de desmatamento tem provocado erosões e intenso processo de
sedimentação, como pode ser visto no lago do Central Parque da Juventude Onofre Quinan. Já no
encontro com o Córrego Góis, entre a Avenida Brasil Sul e a Rua Miguel João, ocorrem freqüentes
inundações, sendo este o trecho onde inicia sua canalização. Do trecho que se estende das
proximidades da Rodoviária ao Bairro Sta. Maria de Nazaré, ocorrem inundações em períodos com alta
pluviosidade, atingindo as casas que estão às margens do córrego, sendo este trecho um dos mais
críticos.

As áreas localizadas próximas ao Córrego dos Cezários encontram-se totalmente urbanizadas e


elevado grau de impermeabilização, condicionando o recebimento das águas das chuvas, fato que
pode ser notado ao longo dos bairros Alexandrina e Maracanã. As áreas de preservação permanente
são praticamente inexistentes, tendo como conseqüência grande número de erosões e elevado grau de
assoreamento. Em quase toda extensão deste córrego há um índice acentuado de declividade,
caracterizado por se tratar de fundo de vale, ocorrendo inundações em períodos de alta pluviosidade,
como observado nos trechos localizados entre a Avenida Universitária, próximo a Faculdade Latino
Americana, e o ponto de encontro com o Ribeirão das Antas, nas proximidades do Ginásio Internacional
de Anápolis.

Nas áreas ao longo Córrego Góis o grau de urbanização é bastante elevado, porém, há pouca
impermeabilização, onde a retirada quase total da vegetação natural condicionou a processos de
erosão do solo e sedimentação. Isto pode ser observado desde sua nascente principal no Bairro São
João até as proximidades da Vila Goiás. Entre esta e o encontro com o Ribeirão das Antas, nas
proximidades da Av. Brasil, nota-se um maior grau de impermeabilização, ocorrendo intensas
inundações durante o período chuvoso, por se tratar de uma planície de inundação, atingindo assim as
edificações do entorno.

As áreas no entorno do Córrego Água Fria possuem alto grau de urbanização, sendo estas as
causas prováveis do aceleramento do processo erosivo na cabeceira da nascente que está localizada
acima do lago do Parque JK, intensificando a concentração de água do escoamento superficial. As
conseqüências nas habitações são maiores nas proximidades do bairro Anápolis City onde, os
condicionantes naturais de planície de inundação, somadas as edificações desde o Bairro JK Nova
Capital, que possui maior declividade, faz com que ocorram inundações, erosões e assoreamento,
processo também acentuado no encontro do Córrego Água Fria com o Ribeirão das Antas nas
mediações dos bairros Anápolis City, Santa Maria de Nazaré e São Carlos.

No Córrego Catingueiro, as áreas próximas possuem alto grau de urbanização, ocorrendo de


forma irregular e possuindo declividade consideravelmente elevada. Somados estes eventos à
impermeabilização no torno do córrego e a perda da proteção natural de suas margens, os processos
erosivos se potencializaram, acentuando o risco geológico e de intervenções humanas.

Para minimizar os impactos causadores de riscos geológicos o Plano Diretor Participativo de


Anápolis propõe elaborar e implantar Plano Setorial de Recuperação das Áreas de Risco Geológico tem

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380

como objetivo específico prevenir e controlar os processos erosivos com a recuperação do sítio e de sua
cobertura vegetal.

Para atingir o objetivo proposto o Plano Setorial considera importantes a elaboração e


implantação dos seguintes Sub-programas e Projetos de Ação:

Sub-Programa de remoção de moradias

O Sub-programa objetiva a remoção de moradias em áreas de risco com a transferência dos


moradores para outras localidades do município e proibir construções, ocupações humanas e ações
antrópicas nas margens dos cursos d'água;

Sub-Programa de investimentos em novas tecnologias

O Sub-programa visa investir em novas tecnologias de recuperação de áreas erodidas, bem


como propor alternativas para minimização dos impactos gerados sobre estas áreas.

Projeto de recuperação das áreas degradadas e de risco ambiental

Este projeto visa o conhecimento geológico, o cadastramento georreferenciado de todas as


áreas degradadas e de risco do município e projetos de intervenção específica com a utilização de
técnicas de conservação do solo para cada área em processo de impacto ambiental.

2. Programa de Recuperação e Proteção da Vegetação Natural

Anápolis encontra-se inserida no Bioma Cerrado que é caracterizado como uma vegetação de
fisionomia e floras próprias, apresentando formações florestais, savânicas e campestres. Na área
municipal a vegetação natural ainda existente é composta por fitofisionomias pertencentes a estes três
tipos de formações.

Dentre as formações florestais, podem ser encontradas as matas ripárias (matas ciliares e de
galeria), estando estas, na maioria das vezes, descaracterizadas pelo desmatamento, pela retirada
seletiva de determinadas espécies ou pelo crescimento urbano desordenado. Também são
encontradas as matas semicaducifólias de interflúvio, localizadas isoladamente em determinados locais
do município, onde, na área urbana, duas delas encontram-se dentro de Parques Municipais de Uso
Recreativo (mapa 73), não sendo estes instituídos como Unidades de Conservação de acordo com Lei
9.985 de 18 de julho de 2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Dentre as formações savânicas e campestres, são encontrados apenas alguns remanescentes


de cerrado sentido restrito e campos nos meios urbano e rural. Na área urbana, estes remanescentes,
assim como os de mata semicaducifólia de interflúvio estão ilhados e fragmentados pelo sistema viário,
loteamentos e edificações. Na zona rural estes tipos de vegetações nativas encontram-se circundados,
seccionados ou intercalados por pastagens e culturas rotativas anuais.

Nas propriedades rurais do município foi constatado que a grande maioria das Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal não vêm sendo respeitadas, tão pouco associadas, o que
viria potencializar os esforços de conservação da biodiversidade.

Com a preocupação de proteger e assegurar os recursos ambientais da região da Bacia do Rio

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João Leite, foi criada através do Decreto no 5.704 de 27 de dezembro de 2002, a Área de Proteção
Ambiental APA João Leite. Área de Proteção Ambiental (APA) é um tipo de unidade de conservação de
uso direto, criada com o objetivo de conciliar a preservação da natureza com o uso sustentável de
parcela de seus recursos naturais (Lei no 9.985/00).

Em Anápolis, a área abrangida pela APA João Leite corresponde a 20% da área do município,
estando ainda presente nesta, remanescentes de vegetação natural nativa.

O Programa de recuperação e proteção da vegetação natural tem como objetivo integrar e


preservar as áreas de cobertura vegetal para manutenção da biodiversidade local, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais com vistas a um
meio ambiente equilibrado.

Para atingir o objetivo proposto pelo programa, deverão ser desenvolvidos os seguintes ações e
projetos:
Projeto áreas verdes: cadastramento georreferenciado das áreas verdes com vegetação natural,
com a finalidade de proteger a ação antrópica.
Projeto Unidades de Conservação: Criar Unidades de Conservação de acordo com o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Projeto Parques Lineares: realizar e implantar cadastramento georreferenciado das áreas de
reserva legal para integrá-las às áreas de preservação permanente, criando Parques Lineares
que sirvam de corredores ecológicos para conservação e disseminação do patrimônio genético
natural (mapa 73).

Ações de gestão:

Criar condições de fiscalização para coibir o desmatamento criminoso e clandestino.


Proibir parcelamentos do solo em áreas de risco ambiental e de preservação permanente.
Estimular a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural RPPN's, identificando
propriedades particulares que possuam áreas de reserva prioritárias para conservação no
município.

DIRETRIZ 2: incentivar o desenvolvimento das atividades primárias em propriedades rurais,


ambientalmente equilibradas, com melhor aproveitamento das áreas de produtividade,buscando uma
agricultura sustentável.

A agricultura em Anápolis é bastante significativa, principalmente quando se trata da produção de


hortaliças, onde parte desta visa suprir os mercados de Brasília, Goiânia e a própria cidade, sendo esta
atividade desenvolvida em pequenas propriedades rurais.

Além das hortaliças existe também uma boa produção de bananas, frutas cítricas, mandioca,
soja, milho, feijão e arroz, sendo que as três últimas se caracterizam apenas como culturas de
subsistência (mapa 74).

Porém, na maioria das propriedades rurais, para o plantio de hortaliças, monoculturas rotativas e
pastagens é observado a retirada da cobertura vegetal nativa, além da utilização de agrotóxicos que são
carreados para o leito dos cursos d'água.

Para viabilizar a Diretriz 2, foram propostos os seguintes programas e projetos:

Secretaria Municipal de Habitação


382

1. Programa da agropecuária sustentável

O programa para o desenvolvimento da produção da agropecuária tem como objetivo utilização


de novas áreas para plantio e formação de pastagens sem a necessidade de desmatamento e
queimadas de vegetação nativa.

Para o desenvolvimento do Programa agricultura sustentável, são necessárias as seguintes


ações de gestão:

realizar o cadastramento georreferenciado de todas as propriedades rurais do município,


identificando o tipo de produção agrícola realizada em cada uma delas;
produzir incentivos e formas de financiamento para produção orgânica, bem como viabilizar o
escoamento destes produtos;
fiscalizar e proibir o desmatamento e queimada em áreas de preservação permanente e reserva
legal para o plantio de pastagens e/ou produção agrícola;
realizar projeto de recuperação e recomposição das áreas de preservação permanente e reserva
legal em todas as propriedades rurais do município de acordo com a legislação ambiental
vigente;
realizar sub-programa de recolhimento de embalagens de agrotóxicos e armazenamento em
uma central de coleta e lavagem.

DIRETRIZ 3: implantar saneamento ambiental em todo o território municipal com rede de


abastecimento de água tratada, sistema de coleta e tratamento de esgoto, para alcançar a salubridade
ambiental; onde iniba, previna e impeça a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente, bem
como de favorecer o pleno gozo da saúde e o bem-estar do cidadão anapolino.

Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da cidade de Anápolis são


executados pela concessionária Saneago desde 1973. A situação atual é: o abastecimento de água
tratada atende em torno de 95% o município, sendo que alguns bairros (Las Palmas,Setor Escala, Jd
Palmeira, Dom Emmanuel, Santa Clara, Geovanna Braga, Residencial Itatiaia, Res. Bela Vista, Arco
Íris, Parque Brasília) mesmo com rede de água tratada, o percentual de residências que utilizam o
serviço é baixo (mapa 75); o que demonstra a incapacidade da instalação dos serviços devido a
exclusão social. Apesar da grande extensão de área urbanizada atendida por rede coletora de esgotos
(mapa 76), a cidade, por se constituir um aglomerado urbano extremamente disperso apresenta um
índice de atendimento, relativamente baixo, 52,61% conforme relatório da Saneago; a maior parte do
sistema de esgotamento sanitário existente foi implantado na década de 80; estes necessitam de
manutenção e ampliação. O destino restante do esgoto continua sendo problema, o número de
ligações clandestinas é grande, o lançamento de efluentes líquidos e resíduos sólidos, são lançados em
determinados córregos do município ocasionando a degradação dos mananciais (Antas, Catingueiro,
João Leite,Jurubatuba, Água Fria , Góis, João Cezário). A concessionária conta com um Plano Diretor
de água e esgoto datado de 2001 com projeções até 2025 , com poucas ações efetivadas (mapa 77).

O sistema de limpeza urbana da cidade não conta com um regulamento de limpeza urbana onde
indique os direitos e deveres dos cidadãos quanto à coleta de resíduos e sua destinação final. A
paisagem urbana da cidade é comprometida com o lixo espalhado em lotes baldios, fundo de vale e
áreas públicas.

Em nenhum momento da história e do desenvolvimento urbano da cidade de Anápolis, houve a


preocupação com o escoamento ou direcionamento adequado das águas pluviais; obras de

Secretaria Municipal de Habitação


383

pavimentação sem a devida drenagem foram realizadas em quase todo o tecido urbano. O que se
observa na cidade é um constante alagamento de ruas com as enchentes provocadas, provocando o
represamento das águas e danificando pavimentos e passagens em canais. A experiência mostrou que
canalizar cursos d'água não assegura o controle das inundações nem adequadas condições sanitárias,
o que temos hoje como exemplo, uma situação caótica nos canais da Avenida Brasil com Goiás e
Avenida Universitária. O problema de drenagem da cidade atinge o espaço privado também; como
shoppings, estacionamentos de universidades, etc, o piso drenante é fundamental para absorver a água
da chuva, conseqüentemente, auxiliar na sustentabilidade urbana.

E neste cenário devemos olhar para a visão de futuro que queremos para a cidade no
saneamento ambiental, sabendo que dados OMS Organização Mundial de Saúde relatam que a cada
1(um) real investido em saneamento se economiza 4 (quatro) reais em investimentos no setor de
saúde.O saneamento se torna instrumento para controlar impactos da urbanização sobre o meio
ambiente e para reduzir os riscos naturais e que possa fornecer subsídios e indicadores que orientem
decisões de planejamento urbano viabilizando a qualidade e a efetividade das ações no saneamento.

Para viabilizar a Diretriz 3, foram propostos os seguintes Programas: saneamento básico,


resíduos sólidos e drenagem urbana.

1. Programa de Saneamento Básico

Água tratada e esgotamento sanitário são importantíssimos para a sustentabilidade ambiental da


cidade em termos de saúde para a população. O Plano Diretor Participativo de Anápolis propõe que o
governo Municipal cobre ações efetivas da concessionária no sentido de implantar o Plano Diretor de
água e esgoto elaborado em 2001.

Ações emergenciais:

O Município deverá realizar gestão junto à empresa concessionária para implantar obras de
esgotamento sanitário, devido ao adensamento nos bairros: Bairro de Lourdes, Anápolis City,
São Carlos, Alvorada,Cidade Jardim,Jardim das Américas 1ª e 2ª etapa, Cidade Universitária,
Jardim Europa e Novo Jundiaí,Santa Cecília, São Joaquim, Paraíso, Bairro Primavera.Outros
bairros sem convênio assinado é que necessitam de obras de esgotamento: Recanto do Sol, Vila
União, Vila Mariana, Jandaia, Anexo Itamaraty, Setor Tropical, Parque Residencial Ander I e II
etapa, Arco Verde.
Exigir a conclusão dos convênios assinados, para a execução de abastecimento de água e em
fase de elaboração para os Bairros Morumbi, Jardim dos Ipês, Parque das Primaveiras,
Itamaraty.

2. Programa de Resíduos Sólidos

O Sistema de limpeza urbana municipal conta hoje com a coleta regular dos resíduos
residencias, comerciais e públicos. A coleta é feita em dias alternados nos bairros periféricos, no turno
diurno, sendo segunda, quarta e sexta para uns e Terça, quinta e sábado para outros (mapa 78). Na
região central a coleta é feita todos os dias de segunda a sábado no período noturno. A varrição de ruas
ocorre uma vez por semana para todos os bairros do município exceto para o centro da cidade que é
feito todos os dias à noite, por se tratar de uma local com um grande volume de transeuntes.

Os resíduos sólidos do serviço de saúde são coletados pela administração municipal e


destinados de forma adequada, em valas sépticas, no aterro sanitário de Anápolis. Os demais resíduos

Secretaria Municipal de Habitação


384

citados anteriormente são coletados por empresa terceirizada e destinados no aterro de forma
adequada. Quanto aos resíduos de inertes ou de construção civil, os mesmos têm destinação final no
aterro sanitário ou em local licenciado para aterro de áreas.

O aterro sanitário hoje é quase realidade no município, pois falta somente a construção do
sistema de tratamento com lagoas de estabilização para ser considerado sanitário, e não controlado. O
sistema vem sofrendo uma série de mudanças nos últimos dez anos, onde o município e a população
em geral conviveram e ainda convivem com alguns problemas que atrapalham o bom andamento da
limpeza da cidade. Dentre estes pode-se constatar que não há ainda um regulamento de limpeza
urbana que indique as regras onde fique claro os deveres e os direitos dos cidadãos anapolinos quanto a
coleta de resíduos e sua destinação final adequada. É comum caminhar pela cidade e constatar a
presença de lixo (entulhos, restos de poda de grama, galhadas, animais mortos, ossadas de animais,
etc) espalhado em lotes baldios, fundos de vale ou áreas públicas, o que evidencia também a falta de um
efetivo trabalho de educação ambiental para conscientização da população.

O Programa de Resíduo Sólido tem como objetivo a ampliação do sistema de varrição nas
regiões periféricas, com no mínimo de dois a três dias com a prestação do serviço. Estudos e
acompanhamento do sistema de coleta para analisar a necessidade de ampliação ou não, baseada no
aumento da população da cidade. Disciplinar a limpeza no aspecto da educação ambiental, na
conscientização do reciclar, do acondicionamento adequado, da disposição do resíduo para coleta nos
horários adequados, da manutenção de calçadas e lotes limpos, sem a presença de entulho ou
vegetação que prejudique a limpeza do município.

Para se atingir os objetivos específicos o Plano Diretor Participativo de Anápolis propõe a


elaboração e a execução do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, observando os
seguintes aspectos relevantes:

regulamentar a limpeza urbana, envolvendo as áreas de resíduos sólidos comuns, resíduos


sólidos do serviço de saúde e os resíduos inertes (entulhos);
implantar coleta seletiva com a separação dos resíduos em secos e molhados;
fiscalizar a disposição ilegal de resíduos sólidos em áreas públicas e particulares, para evitar o
acúmulo e a conseqüente proliferação de insetos e vetores de doenças;
criar eco pontos em locais próximos aos bairros com estruturas adequadas para recebimento de
resíduos inertes e materiais recicláveis;
realizar de programas de redução na geração dos resíduos a serem dispostos no aterro sanitário,
aumentado assim sua vida útil e reduzindo os custos de operação do mesmo;
monitorar das atividades de destinação final dos resíduos sólidos comuns e dos serviços de
saúde;
gestão de acondicionamento adequado, tratamento e disposição final de resíduos industriais,
serviços de saúde e os de construção civil no aterro sanitário;
reutilização, reciclagem, coleta seletiva a partir da triagem.

3. Programa de Drenagem Urbana

A contínua pavimentação das áreas públicas e privadas desacompanhada de um projeto de


drenagem urbana tem causado impactos nos cursos d'águas urbanos e nas áreas públicas, pelo
assoreamento e poluição com objetos, principalmente os plastificados.

O programa de drenagem urbana será viabilizado com a elaboração e execução de um plano


Diretor de Drenagem Urbana, sendo ele instrumento de planejamento setorial que visa regulamentar a

Secretaria Municipal de Habitação


401

ocupação do solo em uma área urbana, relacionada com a coleta e disposição das águas pluviais. O
Plano deverá indicar medidas estruturais e não-estruturais relacionadas ao sistema de engenharia de
drenagem, tendo como finalidade mitigar os problemas causados pelas inundações e poluição das
águas, buscando equilibrar o desenvolvimento urbano com as condições ambientais das cidades.
Deverá também se integrar com os planos setoriais de esgotamento sanitário e resíduos sólidos. O
Plano de Drenagem deverá indicar projetos de regularização de vazão através da retenção de águas
pluviais nos seguintes cursos d'água da cidade:

Projetos de retenção e regularização das seguintes bacias:

regiões do Rio das Antas e do Córrego Góis;


região entre a Vila João Luiz de Oliveira, Vila Formosa, Bairro Santo André, Jardim Bom Clima e
Setor Sul 3ª etapa acima do Parque Onofre Quinan;
região do Ribeirão João Cezário, no Jardim Alexandrina.

DIRETRIZ 4: desenvolver para toda a população anapolina ações de educação ambiental, formal
e não formal, objetivando o conhecimento das questões ambientais relativas aos recursos naturais,
biodiversidade, clima, produção e consumo.

A Diretriz 4 tem como base as seguintes ações:

Educação Ambiental junto às escolas rurais e produtores rurais através de atividades que
valorizem o solo, os recursos hídricos, a flora e a fauna nativa da região, com vistas ao
fortalecimento da Agenda 21 Local.
Educação Ambiental nas escolas urbanas e junto às associações de Bairros e sociedade civil
organizada relativas às questões de impactos negativos produzidos por intervenções no solo
urbano por entidades públicas e privadas.
Projeto de educação ambiental com base nos 3 R's (reduzir, reutilizar, reciclar), explicitando a
importância da redução da geração de resíduos e a separação dos materiais que podem ser
reutilizados ou reciclados através da coleta seletiva.

5. Qualidade de Vida e Desenvolvimento Humano


O plano diretor participativo de Anápolis ao propor como eixo temático a qualidade de vida e
desenvolvimento humano formulou propostas sobre a educação, saúde, assistência social, cultura,
patrimônio cultural, esporte, lazer, turismo e segurança.

A qualidade de vida e o desenvolvimento humano deverão proporcionar ao cidadão anapolino o


pleno exercício da cidadania, a integração das diferentes áreas de atuação das políticas públicas
sociais, a redução das desigualdades entre as diversas regiões da cidade, garantindo um padrão básico
de qualidade nos serviços prestados à população e universalizar os atendimentos nos bairros mais
carentes.

Educação

A leitura técnica e comunitária do Plano Diretor Participativo de Anápolis apresenta o seguinte


quadro:

centros municipais de educação infantil não atende a 10% deste universo populacional;

Secretaria Municipal de Habitação


402

precariedade na maior parte da infra-estrutura dos estabelecimentos públicos educacionais;


distribuição física dos equipamentos públicos do ensino fundamental não é equilibrada;
dificuldades de acesso e uso de tecnologias nos estabelecimentos públicos educacionais;
referências positivas para instalação do ITA
Instituto Tecnológico de Aeronáutica e Centros
de Estudos e Pesquisas Científicas.

Após reuniões, conferências e audiência


pública, o Plano Diretor Participativo de Anápolis
propõe como objetivo geral, garantir a universalização
do atendimento a todas as crianças e adolescentes na
educação, com o propósito de implementar novo
paradigma educacional, garantindo um projeto que
considere a interlocução entre todos os atores do
processo educacional com vistas ao atendimento
universal da educação (mapa 79). Foto 36: Qualidade educacional
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Apresenta-se como diretriz educacional, “fazer Participativo de Anápolis
implantar o Plano Municipal de Educação conforme
diretrizes do Plano Nacional de Educação, objeto de
ação dos órgãos competentes”.

Para tanto foram aprovadas as seguintes ações de gestão:

Implantar gradativamente escolas de tempo integral


para o ensino fundamental com mudanças
significativas quanto à expansão da rede física.
Promover a inclusão digital das crianças e jovens com
construção de laboratórios de informática nas escolas
públicas.
Promover condições de acesso e continuidade dos
estudos aos adolescentes, jovens e adultos.
Estimular a implantação de estudo e pesquisas
científicas definidas pelas políticas públicas de
educação, ciência e tecnologia do município.
Ampliar o atendimento da educação infantil, com o
Foto 37: Escola de tempo integral
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
objetivo de garantir a articulação, integração e
Participativo de Anápolis colaboração das três esferas União, Estado e
Município e entre setores da educação, saúde,
assistência social e cultura para assegurar o
desenvolvimento da educação infantil, enquanto prioridade.
Assegurar políticas públicas de manutenção e conservação dos equipamentos educacionais
(quadro 09).
Incentivar e implementar a criação de feiras científicas para educação básica (diretriz aditiva em
audiência pública).

Cultura e patrimônio cultural

A maioria da população anapolina é privada da vida cultural, vez que os equipamentos culturais

Secretaria Municipal de Habitação


403

encontram-se localizados na região central da cidade,


não atingindo a totalidade populacional. A leitura
comunitária aponta ausência de ações efetivas do
governo municipal quanto à preservação do patrimônio
cultural, bem com o descaso com os equipamentos
históricos culturais existentes.

O Plano Diretor Participativo de Anápolis propõe


como objetivo geral, preservar e divulgar as substâncias
e ambiências culturas e de promoção histórica, com
vistas a recuperar os marcos representativos da
memória da cidade e dos aspectos culturais da
população, na perspectiva dos simbolismos históricos,
bem como do despertar de uma relação de identidade Foto 38: Antiga estação ferroviária
da sociedade Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis
anapolina
com seus
espaços urbanos (mapa 80).

Foto 39: Revitalização Galpões Pina


Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

Foto 40: Aeroporto - Implantação do Museu da


Aeronáutica
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

Foto 41: Requalificação do Mercado Municipal


Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

Secretaria Municipal de Habitação


404

Para atingir o objetivo proposto foram identificadas as


seguintes diretrizes:

Promover a descentralização dos espaços e


equipamentos culturais por todas as regiões do
município, com vistas a garantir o acesso às produções
e aos bens culturais.
Fazer cumprir em toda sua amplitude a lei nº 2.936, de
dezembro de
2002, que
c r i a o
Conselho
Municipal do
Foto 42: Criação de centro cultural Patrimônio
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor Histórico e
Participativo de Anápolis Cultural de
Anápolis.

Inventariar, classificar e cadastrar o patrimônio


cultural e paisagístico do município, assegurando
atualização permanente desse cadastro e sua Foto 43: Museu Histórico de Anápolis
integração ao banco de dados ambientais do Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
município. Participativo de Anápolis

Saúde e Assistência Social

O diagnóstico do Plano Diretor Participativo de Anápolis registra a insatisfação dos usuários


quanto ao atendimento à saúde com ênfase a falta de equipamentos e médicos especialistas. Devido à
configuração espraiada da cidade a assistência social não tem chegado a determinadas regiões,
conforme trabalho desenvolvido pelo Professor do Departamento de Geografia/Unb de Geografia da
Universidade Estadual de Anápolis, intitulado “A Expansão Urbana e a Segregação Socioespacial em
Anápolis”. (1)

Diante deste cenário o Plano Diretor


Participativo de Anápolis aprovou como objetivos
gerais, garantir o atendimento à saúde com base na
integralidade, universalidade, equidade e
resolutividade das ações visando melhorar a
qualidade de vida das pessoas e promover a política
de assistência social aos cidadãos do município, em
situação de vulnerabilidade social, dos padrões
básicos de vida, garantindo-lhes a satisfação das
necessidades sociais da segurança de existência,
sobrevivência cotidiana e dignidade humana, nos
termos dos artigos 203 e 204 da Constituição Federal. Foto 44: Consultório médico
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
(mapa 80). Participativo de Anápolis

Foi identificado como diretrizes:

(1) Juvair Fernandes de Freitas

Secretaria Municipal de Habitação


405

Promover ações, intervenções, propostas, processos,


movimentos integrados entre asdiferentes secretarias
(saúde, cultura, educação, assistência social, esporte e
lazer) que, atacando as causas mais básicas das
doenças e apontando para novas formas ou condições
de trabalho, de vida e de relacionamento do homem e
consigo mesmo, com seus semelhantes e com o meio
ambiente, objeto de ação dos órgãos competentes.
Promover a modernização administrativa,
humanização do modelo de organização e
municipalização dos serviços de saúde no município,
com o objetivo de melhoria da gestão, acesso e da
Foto 45: Posto de saúde qualidade das ações, serviços e informações de saúde,
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis
objeto de ação do órgão competente.
Universalizar o acesso às políticas públicas de
assistência social, para garantir que todo cidadão homem,
mulher, criança, adolescente, jovem, idoso, portadores de necessidades especiais, de qualquer etnia,
em situação de risco social e pessoal, tenha acesso às políticas compensatórias de inclusão social que
visam garantir os mínimos necessários ao padrão básico de vida (mapa 80).

Esporte, Lazer e Turismo

Conforme leitura da comunidade e leitura


técnica apresentadas no diagnóstico do Plano Diretor
Participativo de Anápolis os equipamentos públicos
esportivos e de lazer carecem de reformas e
manutenção, como também registra ausência de
planos que levem ao turismo sustentável.

Diante do cenário o Plano Diretor Participativo


de Anápolis direciona como objetivos gerais:

potencializar as ações na área de esporte e Foto 46: Ginásio Internacional Carlos de Pina
lazer no município como forma de promover a Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
inserção da população socialmente excluída; Participativo de Anápolis

garantir áreas públicas de inserção da população


carente ao programas sociais, ligados à prática
esportiva e lazer;
garantir praças e áreas de lazer humanizando a
paisagem urbana e criando ambientes saudáveis de
convivência comunitária;
executar políticas públicas de manutenção, reparo e
preservação dos equipamentos públicos esportivos e
de lazer (mapa 80).
Para atingir os objetivos acima citados foram
aprovadas as seguintes diretrizes, objeto de ação dos
órgãos competentes:
Foto 47: Lago dos Buritis - Construção de
parque Ampliar e reorientar os equipamentos públicos
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor direcionados à prática do esporte e lazer, com vistas à

Secretaria Municipal de Habitação


411
Quadro 09: Reformas, ampliações na infra-estrutura física das escolas municipais e conveniadas - 2005
ESCOLAS
ESCOLAS MUNICIPAIS
MUNICIPAIS E CONVENIADAS
E CONVENIADAS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
E..M. AFONSINA MENDES DO CARMO X X X X
E.M. ALFREDO JACOMOSSI X X
E.M. ANHANGUERA X
E.M. ANTÔNIO CONSTANTE X X X X
E.M. AYRTON SENNA DA SILVA*
E.M. BELISARIA CORRÊA DE FARIA X
E.M. CLÓVIS GUERRA X X
E.M. COMENDADOR MIGUEL PEDREIRO X X X X X
E.M. CORA CORALINA X X
E.M. DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS X X X X
E.M. DONA ALEXANDRINA X X X
E.M. DR. ADHAYL LOURENÇO DIAS X X X X X
E.M. ELZIRA BALDUÍNO X X X
E.M. EURÍPEDES ALMEIDA MARTINS X X X
E.M. GOMES SANTANA RAMOS X X X
E.M. INÁCIO SARDINHA LISBOA X X X
E.M. JAHIR RIBEIRO GUIMARÃES X X
E.M. JERÔNIMO VAZ X X X X X X
E.M. JOÃO AMÉLIO X X
E.M. JOÃO LUIZ DE OLIVEIRA X
E.M. JOSÉ CUPERTINO DE PAULA*
E.M. LINDOLDO PEREIRA DA SILVA X X X
E.M. LUIZ CARLOS BIZINOTTO X X
E.M. MANOEL GONÇALVES DA CRUZ X X
E.M. MARIA APARECIDA GEBRIM X
E.M. MARIA ELIZABETH CAMELO LISBOA*
E.M. MOACYR ROMEU COSTA X
E.M. PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA X X X X
E.M. PEDRO NUNES MOREIRA*
E.M. PROFª DINALVA LOPES TEIXEIRA X
E.M. PROFª EDINÊ RODRIGUES X X
E.M. PROFª ESTHER CAMPOS AMARAL X X X
E.M. PROFª FRANCISCA MIGUEL X
E.M. PROFª JOSEFINA SIMÕES X X
E.M. PROFª LENA LEÃO X X
E.M. PROFª MARONITA DIAS DOURADO X X
E.M. PROFº ERNEST HEEGER X X
E.M. PROFº JESUS DUARTE X X
E.M. PROFº TASSO BARROS VILELA X X
E.M. RAIMUNDA DE OLIVEIRA PASSOS X
E.M. RAIMUNDO PAULO HARGREAVES X X X
E.M. RAIO DE SOL X X X X X
E.M. REALINO JOSE DE OLIVEIRA X X X
E.M. RODOLF MIKEL GHANNAN X
E.M. ROSEVIR RIBEIRO DE PAIVA X X X X X X
E.M. ROTARY DONA SANDITA
E.M. SÃO JOSÉ *
E.M. SENADOR JOSÉ LOURENÇO DIAS
E.M. WADY CECÍLIO
E.M. WALMIR BASTOS X X X X
E.M. WALTER BEZE X
E. BETESDA PRIMAVERA (CONVENIADA)
E. LAR SÃO FRANCISCO DE ASSIS (CONV.) X X X
E.MONTEIRO LOBATO (CONVENIADA)
E. PAROQUIAL SANTO ANTÕNIO (CONV.)
E. PRESBITERIANA FILADÉLFIA (CONVENIADA)
TOTAL 3 6 4 15 16 3 5 5 4 10 1 3 3 3 11 2 2 3 1 1 1 1 1 2 5 4 1

CÓDIGO AÇÕES

1 AMPLIAR CANTINA/DEPÓSITO
2 AMPLIAR SECRETARIA
3 CONSTRUIR ALMOXARIFADO
4 CONSTRUIR PÁTIO/ RECREAÇÃO COBERTO
5 CONSTRUIR BANHEIROS
6 CONSTRUIR BIBLIOTECA
7 CONSTRUIR CALÇADA
8 CONSTRUIR CANTINA E DEPÓSITO
9 CONSTRUIR MURO
10 CONSTRUIR QUADRA ESPORTE
11 CONSTRUIR RAMPA
12 CONSTRUIR SALA COORDENAÇÃO
13 CONSTRUIR SALA DE VÍDEO
14 CONSTRUIR SALA PROFESSORES
15 CONSTRUIR SALAS DE AULA
16 PINTURA
17 REFORMA BANHEIROS
18 REFORMA CANTINA
19 REFORMA PARTE ELÉTRICA
20 REFORMA PARTE HIDRÁULICA
21 REFORMA SALA DE AULA
22 REFORMA TELHADO
23 ALAMBRADO
24 CORRIMÃO
25 DRENAGEM ÁGUAS PLUVIAIS
26 FOSSA SUMIDOURO
27 POÇO ARTESIANO

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia de Anápolis

Secretaria Municipal de Habitação


412

ampliação da oferta destes benefícios.

Ampliar, organizar e divulgar roteiros e eventos


culturais, históricos, esportivos, científicos e
educacionais.
Elaborar o Plano de Desenvolvimento Turístico
Sustentável Municipal.

Foto 48: Lago JK


Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

Foto 49: Central Parque


Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
Participativo de Anápolis

6. Gestão Urbana

O Eixo Estratégico Gestão Pública, no âmbito do desenvolvimento do Município de Anápolis,


pressupõe a integração de dois princípios fundamentais: o Planejamento e a Cidadania (Gestão
Planejada e Compartilhada).

O planejamento Municipal, entendido como um processo dinâmico, articulador e coordenador


das políticas da administração com os interesses da sociedade, além de se constituir na ferramenta que
possibilita a implantação dos planos, programas, projetos e ações indutoras e controladores do
desenvolvimento urbano, alicerçado na organização institucional e administrativa do poder local.

Quanto à cidadania, pressupõe a garantia do direito à maior participação possível dos cidadãos
no processo decisório, obtendo o consentimento, a adesão ou a colaboração concreta na implantação
das decisões e ações governamentais.

O plano diretor participativo de Anápolis apresenta como objetivo geral do eixo estratégico gestão
pública:

Construir uma Gestão Pública Democrática, apoiada em um processo de Planejamento que


contemple a promoção do Desenvolvimento sustentável do Município de Anápolis, associada à oferta
de serviços públicos com qualidade (quadro 10).

Para concretização deste objetivo são apresentadas as seguintes diretrizes:

1. Conceber um processo de Planejamento com o objetivo de implantar, monitorar e


avaliar o Plano Diretor Participativo do Município. Esta diretriz viabilizar-se através das seguintes
propostas programas e ações:

Secretaria Municipal de Habitação


413

reestruturar o órgão de Planejamento Municipal visando implantar, monitorar e avaliar o Plano


Diretor Participativo, considerando seu caráter de instrumento básico indutor do processo de
planejamento urbano e Municipal, e também de regulador do ordenamento territorial do
Município;
dotar o órgão de recursos humanos especializados nas áreas de planejamento, urbanismo,
gestão e fiscalização;
aparelhar com equipamentos e programas de informáticas específicos para gestão da cidade;
implantar um Sistema de Informações Municipais que disponibilize dados de qualidade e
confiabilidade para subsidiar a gestão do desenvolvimento urbano, articulando produtores e
usuários do setor público e privado;
conceber e implantar um Cadastro Técnico Multifinalitário, que além de incrementar as receitas
municipais, será fonte alimentadora do Sistema de Informações Municipais;
criar mecanismos de implantação e gestão dos Instrumentos de Política Urbana previstos no
Plano Diretor Participativo;
conceber e implantar Programa Municipal de Regularização Fundiária Sustentável
(urbanística/jurídica) visando concomitantemente a urbanização (quando se fizer necessária) e
a regularização de áreas e ou loteamentos irregulares;
atualizar a Legislação Urbanística Complementar.

2. Promover a integração dos órgãos da Administração Local

Esta diretriz viabilizar-se-á através dos seguintes programas e ações:

criar e implantar no órgão de planejamento programa de gerenciamento visando a coordenação


e articulação das políticas e ações da Administração Municipal entre seus diversos órgãos,
compatibilizando-as com o Plano Diretor Participativo;
articular com os órgãos setoriais a implantação no território de suas políticas, projetos e ações.

3. Instituir mecanismos para uma Gestão Democrática, com maior participação da sociedade nas
ações de governo

Esta diretriz viabilizar-se-á através das seguintes propostas, programas e ações:

institucionalizar o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano constituído por entidades


representativas da sociedade e comunidades de bairros para dar continuidade aos trabalhos do
Núcleo Gestor, principalmente à implantação do Plano Diretor Participativo, seu monitoramento e
avaliação, além de opinar sobre a ocupação do território Municipal;
promover a criação de mecanismos que ampliem os canais de comunicação entre o executivo
Municipal e a comunidade, através da participação dos Conselhos Municipais, Entidades
Profissionais, Sindicais e Empresariais, funcionalmente vinculadas ao desenvolvimento
urbano da cidade, e as Associações de Bairros, viabilizando a prática de um governo mais
democrático;
conceber e implantar parceria com o órgão de Assistência Social;
entidades públicas Estaduais, Federais e iniciativa privada, programa e ou ações de
fortalecimento e conscientização das Associações de Bairros visando à participação efetiva da
comunidade na gestão Municipal.

4. Otimizar a oferta dos serviços públicos

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414

Esta diretriz viabilizar-se á através das seguintes propostas programas e ações :

Criar programa de Qualificação Técnica do servidor público, nas diversas áreas da Prefeitura
Municipal de Anápolis, visando a maior eficiência e qualidade dos serviços prestados à
comunidade.
Instituir e implantar em parceria com a iniciativa privada,(comércio/empresas) programa de
prestação e conservação dos bens e logradouros públicos.

PLANO DIRETOR PLANO DIRETORES


PRINCÍPIOS E REGRAS PARTICIPATIVO DE SETORIAIS
ANÁPOLIS
DIRETRIZES GERAIS TRANSPORTE
PROGRAMAS DRENAGEM
PROJETOS MANEJO DAS BACIAS
DESENVOLVIMENTO URBANO HIDROGRÁFICAS
PLANO REGULADOR
PROMOÇÃO ECONÔMICA AGENDA 21

QUALIDADE DE VIDA ÁGUA


ESGOTAMENTO SANITÁRIO

MODELO ESPACIAL
MACROZONEAMENTO
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE
QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL

BASE INSTITUCIONAL DO PLANEJAMENTO


GERENCIAR COMCIDADES
FORMULAR PARTICIPAÇÃO
SISTEMA MUNICIPAL DE GESTÃO DO PLANO POPULAR
APROVAR
MONITORAR

Quadro 10: Estratégia de gestão


Fonte: Núleo Gestor do Plano Diretor Participativo de Anápolis

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15. ANEXOS
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417
Discussão Pública Sobre a Cidade que Queremos
A Segunda Etapa do Plano Diretor Participativo de Anápolis foi iniciada com quatro discussões
públicas nos dias 17, 23, 24 e 31 de agosto de 2005, às 9:00, no plenário da Câmara Municipal de
Anápolis com os seguintes temas:

17/08/05 - Território
23/08/05 - Demandas Sociais
24/08/05 - Mobilidade e Acessibilidade
28/08/05 - Modelo Espacial

Aos dezesseis dias do mês de setembro de dois mil e cinco foi realizada a Primeira Audiência
Pública como o objetivo de consolidar o diagnóstico e os eixos estratégicos.

1. Território

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2. Demandas Sociais

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3. Mobilidade Urbana

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3. Modelo Espacial

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4. Primeira Audiência Pública

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6. 2ª Audiência Pública

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16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ENTIDADES PARCEIRAS
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515

Referências Bibliográficas
ANA, Agência Nacional de Águas. 2003. [on line] Disponível na Internet via www. URL: www.ana.gov.br

ANÁPOLIS, Companhia Municipal de Trânsito e Transportes - Departamento de Engenharia de Tráfego


- Diagnóstico Sistema Viário de Anápolis - Jun/2005.

ANÁPOLIS, Diagnóstico Meio Físico - Biótico Plano Diretor de Anápolis, 2002.

ANÁPOLIS. Lei nº 2.666, de 16 de dezembro de 1999 (em fase de regulamentação), que institui o
Código Municipal do Meio Ambiente.

ANÁPOLIS, Secretaria Municipal de Planejamento e Administração de Anápolis .Anápolis em Dados


2001 -2004 Divisão de Pesquisa Sócio-Econômicas.

ANÁPOLIS, Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis Relatório de Gestão 2001- 2003. Apostila -
Plano Diretor da Área da Saúde

AASHTO. A Policy on Geometric Design of Highways and Streets: Green Book. Washington: American
Association of State Highway Officers, 2001.

ANTP. Associação Nacional de Transporte Público. Mobilidade e cidadania. São Paulo: 2003, 183 p.

ARCA.Plano Diretor de Anápolis, 2002. 22 p. Diagnóstico: Meio Físico-Biótico.

BERLINCK, C. N. Comitê de Bacia Hidrográfica: Educação Ambiental e Investigação - Ação.


Dissertação (Mestrado em Ecologia) Departamento de Ecologia,Universidade de Brasília, DF, 2003.114
p.

BRASIL. Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, altera dispositivos da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de
1965, que Institui o novo Código Florestal Brasileiro.

BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.

BRASIL. Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política agrícola.

BRASIL. Resoluções Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA 283/2001 e CONAMA 307/2001.

BRASIL. Plano Nacional de Educação. Ministério da Educação PNE / Ministério da Educação. Brasília:
Inep, 2001, 123 p.

BRASIL, Estatuto da Cidade Guia para implementação pelos municípios e cidadãos. Brasília: 3ª edição,
2005.

BRASIL. Plano Diretor Participativo. Ministério das Cidades. Plano diretor participativo: guia para
elaboração pelos Municípios e cidadãos. Brasília: 2ª edição, 2005, 160 p.

BRASIL. Ministério dos Transportes. Ferrovia Norte Sul. www.ferrovianortesul.com.br.

BRASIL. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisas http://www.ibge.gov.br

BRAZ, J. Raios de Giro em Projeto Geométrico. São Paulo: Brazhuman Corp, 1998.

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516

COSTA, Célio. Perfil do Desenvolvimento Humano e Econômico de Anápolis.2004.

DETRAN. Frota de veículos: Composição da frota de veículos no município de Anápolis. tabela.


Disponível em:(http://www.detran.go.gov.br/frota.htm (Acesso em 14 fev.2005)

DIAZ, A. “Programar” a educação ambiental. Das finalidades aos objetivos pedagógicos. Orientações de
caráter metodológico. In Educação ambiental como projeto. São Paulo: Artes Médicas / Dina livro, 2002,
p. 113-120.

GOBBO, A.; MUNDIM, R. Apostila Engenharia de Tráfego: Fundamentos. Goiânia, 2 rev., p. 22, 2004.

GOBBO, A.; MUNDIM, R. Apostila Engenharia de Tráfego: Fundamentos. Goiânia. p. 6, 2003.

GOIÂNIA, SEPLAN - Secretaria do Estado de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás.


http://www.seplan.go.gov.br

GOIÂNIA, SEPLAN - Secretaria do Estado de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás - Anuário


Estatístico do Estado de Goiás. 2003. http://www.seplan.go.gov.br

GOIÂNIA. SIEG - Sistema de Informação e Estatísticas Geográficas do Estado de Goiás.


http://www.seplan.go.gov.br

GOIÂNIA. SEPIN - Superintendência de Estatística Pesquisa e Informação. http://www.


portalsepin.seplan.go.gov.br

GOIÁS. Lei nº 12.596, de 14 de março de 1995, regulamenta o Decreto nº 4.593/95, que institui a Política
Florestal do Estado de Goiás.

GOIÁS. Lei nº 8.544, de 17 de outubro de 1978, regulamenta o Decreto nº 1.745/79, que dispõe sobre o
controle da poluição do meio ambiente.

GOIÁS. Portarias Agência Goiana de Meio Ambiente nº 005/2001-N e nº 006/2001-N.

GOIÁS. Lei nº 14.248, de 29 de julho de 2002, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos.

GOIÁS. Decreto nº 5.704 de 27 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a criação da Área de Proteção
Ambiental - APA - João Leite.

GOIÁS. Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento. Anápolis Século 21 - Programa de


Desenvolvimento de Anápolis, maio 2000.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Impactos sociais e econômicos dos acidentes de
trânsito nos aglomerados urbanos: Síntese da pesquisa. Brasília: 2003, 21 p.

MASCARÓ, Juan L. Custos de Infra-estrutura: Um ponto de partida para o desenho econômico


urbano,1979.

NUPENGE. Diagnóstico do Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Municípios do Estado de Goiás


Anápolis. Goiânia: Universidade Católica de Goiás, 2004. 82 p.

Secretaria Municipal de Habitação


517

PEMAS - Plano Estratégico para Assentamentos Subnormais município de Anápolis, maio 2002.
Apostila.

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Decreto nº
4.340 de 22 de agosto de 2002. 3ª edição. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de
Biodiversidade e Florestas, 2003. 52 p.

SZAZS, P. NT 209: Metodologia para substituir o índice de acidentes por índice de conflitos em critérios
para implantação de semáforos. São Paulo: CET, 1996.

Entidades Parceiras
Agência Rural/Anápolis

Associação Comercial e Industrial de Anápolis

Associação dos Deficientes de Anápolis – Ada

Associação dos Imobiliários de Anápolis

Associação dos Produtores Rurais do Piancó

Associação Esportiva Boa Vista

Associações de Moradores de Anápolis

Base Aérea de Anápolis

Câmara Municipal de Anápolis

Centrais Elétricas de Goiás - CELG

Centro Municipal de Apoio ao Deficiente Maria Onilza – CEMAD

Clube de Dirigentes Logistas – CDI/Anápolis

Colégio Estadual Rotary Donana

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte

Companhia Municipal de Trânsito e Transporte - CMTT /Anápolis

Conselho Consultivo da Apa do João Leite

Conselho da Cidade de Anápolis – COMCIDADE

Conselho das Associações dos Moradores de Anápolis - COMAMA

Conselho de Desenvolvimento de Joanápolis e Região – ONG

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Conselho Estadual de Educação / Goiás

Conselho Municipal de Educação de Anápolis

Conselho Pro-melhoramento das Associações dos Moradores de Anápolis - CONPROMAMA

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA/GO

Distrito Agro-Industrial de Anápolis - DAIA

Epa Barrus – ONG

Faculdade Latino Americana - FLA

Fundação Universitária do Cerrado - FUNCER

Germinar – ONG

Jornal O Contexto

Jornal O Popular

Jornal Tribuna de Anápolis

Ministério Público

Movimento Cidadania pelas Águas – ONG

Movimentos Comunitários/Anápolis

Organização dos Advogados do Brasil – OAB/Anápolis

Polícia Militar do Estado de Goiás

Porto Seco

Procuradoria Geral do Munícipio/Anápolis

Saneamento de Goiás - Saneago

Secretaria Estadual das Cidades/Goiânia

Secretaria Municipal da Agricultura/Anápolis

Secretaria Municipal de Comunicação/Anápolis

Secretaria Municipal de Cultura/Anápolis

Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia/Anápolis

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Secretaria Municipal de Esportes/Anápolis

Secretaria Municipal de Indústria e Comércio/Anápolis

Secretaria Municipal de Infra-estrutura e Superintendência de Obras/Anápolis

Secretaria Municipal de Integração e Desenvolvimento Social/Anápolis

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hidrícos/ Goiânia

Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia

Secretaria Municipal de Turismo/Anápolis

Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos/Anápolis

Secretaria Municipal do Meio Ambiente/Anápolis

Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa - SEBRAE

Serviço Nacional do Comércio - SENAC

Sindicato das Indústrias da Construção e Mobiliário de Anápolis

Sindicato dos Contabilistas de Anápolis

Subprefeitura de Goialândia

Subprefeitura de Joanápolis

Subprefeitura de Souzânia

Subsecretaria Regional de Educação de Anápolis

Transporte Coletivo de Anápolis – TCA

Unievangélica

Universidade Estadual de Goiás - UEG

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17. NÚCLEO GESTOR E COLABORADORES
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Arquiteto e Urbanista - Consultor


Luiz Fernando Cruvinel Teixeira

Núcleo Gestor
Antônio Gobbo - Engenheiro
Carlos Roberto dos Santos - Arquiteto e Urbanista
Elisana Macedo Coelho - Advogada
Eli Rosa - Representante da Câmara Municipal
Isabella Maria Diniz Duarte - Coordenadora
Janaína Abrão Chadud de Morais - Advogada
Juliana Bazan - Arquiteta e Urbanista
Luiz Henrique Fonseca Ribeiro - Biólogo
Mauro Rocha Carneiro - Técnico em Transportes
Myriam Marques - Professora Especialista
Ronnie Barbosa Vieira - Educador Popular
Sônia Maria Barreto - Pedagoga e Advogada
Talita Caetano de Morais - Estagiária em Arquitetura e Urbanismo
Tiago José Duarte Rézio - Designer Gráfico e Desenhista Técnico

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Colaboradores
Abélson de Rezende - Geólogo
Agnalda Avelina de Souza - Assessora Técnica do Programa de Qualidade Ambiental
Alessandro dos Reis - Técnico em Telefonia
Antônio da Penha Borges - Representante Comunitário
Cleone Raimundo da Silva - Suporte Técnico
Dido Gonzaga Jaime - Engenheiro Civil
Djalma de Oliveira Scandiuzzi - Desenhista Técnico
Elaine Barbosa da Silva - Geógrafa
Elias Honório de Souza - Desenhista Técnico
Fabrício Nunes Costa - Engenheiro Ambiental
Geraldo Júlio Vieira Guimarães - Gerente de Redes
Itamar Pires de Lima de Júnior - Agrônomos
Jean Carlos Ribeiro - Advogado
Júlio Alves - Jornalista
Juvair Fernandes de Freitas - Geógrafo
Luiz Alberto Almacinha - Agrônomo
Maria Cristina Pereira da Silva - Advogada
Maria Olinta - Socióloga
Marize Bazi - Assessora da Secretaria de Habitação
Maurício Ribeiro Oliveira - Diretor de Tecnologia e Comunicação
Maylon Rocha Guimarães - Analista de Suporte de Rede
Milton Eurípedes da Silva - Gerente de Expediente
Myriam A. de Freitas Vitorino - Assessora Geral da Diretoria de Meio AmbienteNívia Damasceno
Ferreira - Engenheira Ambiental
Paulo Domingues Guimarães - Topógrafo
Reginaldo Bento Rodrigues - Médico
Robson Alves Batista - Engenheiro Civil
Rubeni Pereira Queiroz - Inspetora Educacional
Sérgio Carrier - Gerente de Suporte
Sérgio de Sousa Lima - Engenheiro Civil
Sérgio Luís de Araújo Ramos - Engenheiro Agrônomo
Tânia Valeriano - Engenheira Civil
Telma Maria de Jesus Cândido - Expediente Geral
Vagnar Gonçalves da Silva - Inspetora Educacional

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Índice
Leitura do Território- figura, foto, gráfico, mapa e tabela
FIGURA 1- Esquema da conformação topográfica de uma bacia hidrográfica 61
hipotética

FOTO 1 - Ribeirão das Antas no junção com o Córrego Água Fria. 62


FOTO 2 - Ribeirão Piancó com ausência de mata ciliar nativa. 63
FOTO 3 - Ribeirão João Leite na região leste do município de Anápolis 64
FOTO 4 - Cerâmica para fabricação de tijolos no sentido Anápolis Campo Limpo 65
FOTO 5 - Erosão localizada no Bairro Pólo Centro 75
FOTO 6 - Desrespeito às áreas de preservação permanente no Córrego 81
Catingueiro
FOTO 7 - Pastagem para criação de gado às margens do Córrego Jurubatuba 82
FOTO 8 - Produção de hortaliças às margens do Ribeirão Piancó 82
FOTO 9 - Nascente do Córrego Água Fria com ausência da cobertura vegetal 83
nativa
FOTO10 - Erosão provocada pela retirada da cobertura vegetal atingindo o lençol 83
freático

GRÁFICO 1 - Percentual da população anapolina por faixa etária 89

MAPA 1 - Percentual da área urbana 31


MAPA 2 - Inserção regional 33
MAPA 3 - Atividades econômicas no espaço urbano 53
MAPA 4 - Infra- estrutura econômica 55
MAPA 5 - Atividades Rurais 57
MAPA 6 - Bacias Hidrográficas 67
MAPA 7 - Hipsométrico 69
MAPA 8 - Declividade 71
MAPA 9 - Geológico e de Recursos Minerais 73
MAPA 10 - Solos 77
MAPA 11 - Áreas suscetíveis à erosão 79

TABELA 1 - Estrutura produtiva da economia segundo o PIB 2000 37


TABELA 2 - Arrecadação do ICMS por setor de atividade, 2002 em R$ 37
TABELA 3 - Ranking dos dez municípios goianos líderes em arrecadação em 38
ICMS
TABELA 4 - Ranking do produto interno bruto a preço do mercado corrente dos dez 38
municípios mais ricos de Goiás- 2000
TABELA 5 - Produto Interno bruto per capitã a preço de mercado corrente 39
TABELA 6 - Contribuintes por setores de atividade 1998, 2000-03 39
TABELA 7 - Contribuintes por setor de atividade e participação ICMS 2000-03 40

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TABELA 8 - Instituições de ensino superior 44
TABELA 9 - Estrutura fundiária da área rural 2003 45
TABELA 10 - Situação fundiária do município de Anápolis 45
TABELA 11 - Estabelecimentos rurais 2000 46
TABELA 12 - Produção de hortigranjeiros em Anápolis 47
TABELA 13 - Participação dos principais municípios goianos na oferta de 48
hortigranjeiros para comercialização na CEASA-Goiânia
TABELA14 - Participação no volume de hortigranjeiros ofertado na Central de 48
Abastecimento de Anápolis- 2003
TABELA 15 - Movimentação dos empregados e desempregados 2000/2004 49
TABELA 16 - População economicamente ativa população residente de 10 anos ou 49
mais, segundo a condição e o setor de atividade
TABELA 17 - Os dez municípios mais dinâmicos de Goiás 50
TABELA 18 - Rendimento da população por número de pessoas em salário mínimo 51
1996-2003
TABELA 19 - População residente segundo o município e os distritos - 1990/2003 88
TABELA 20 - Tabela população residente 2000 89
TABELA 21 - Rendimento mensal do chefe do domicílio em salários mínimos - 90
1991
TABELA 22 - Rendimento mensal do chefe do domicílio em salários mínimos - 90
1996

Leitura da Cidade - figura, foto, gráfico, mapa, quadro e tabela


FIGURA 2 - Conformação morfológica do Traçado Viário Estrutural de Anápolis 172

FOTO 11 - Áreas de vegetação nativa ilhadas pelo processo de antropização 129


FOTO 12 - Parque da Criança 130
FOTO 13 - Central Parque 130
FOTO 14 - Parque JK 131
FOTO 15 - Catadores dentro do Aterro Sanitário de Anápolis 133
FOTO 16 - Vista geral do Aterro Sanitário de Anápolis 134
FOTO 17 - Caminhão de coleta de liso da empresa terceirizada contratada pela 135
Prefeitura Municipal de Anápolis
FOTO 18 - Guarita e balança do Aterro Sanitário de Anápolis 136
FOTO 19 - Casas edificadas em área de risco às margens do Córrego Água Fria 138
FOTO 20 - Vivian Parque ausência de saneamento e coleta de lixo 157
FOTO 21 - Voçorocas no bairro Vivian Park decorrentes da ausência de 157
pavimentação e drenagem
FOTO 22 - Vivian Park diante da ausência de qualidade de vida, a densidade 158
habitacional é baixa
FOTO 23 - Anápolis City degradação das margens do Córrego Água Fria 159

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FOTO 24 - Anápolis City erosão de desabamento nas margens do Córrego Água 159
Fria
FOTO 25 - Morro do Cachimbo Rua do Leprosário 160
FOTO 26 - Morro do Cachimbo vista a partir da parte alta 161
FOTO 27- Morro do Cachimbo a densa massa vegetal caracteriza a ocupação de 161
mais de 40 anos

GRÁFICO 2 - Área municipal abrangida pela APA João Leite (%) 132

MAPA 12 - Mancha Urbana 105


MAPA 13 - Expansão Urbana Década de 50, 60 E 70 107
MAPA 14 - Expansão Urbana Década de 80 109
MAPA 15 - Plano Diretor de 1985 111
MAPA 16 - Evolução da Ocupação com base nas datas de aprovação 113
MAPA 17 - Redes Hídricas do município 115
MAPA 18 - Redes Hídricas da cidade 117
MAPA 19 - Eixos Viários Estruturadores 119
MAPA 20 - Linhas de Transporte Coletivo 121
MAPA 21 - Espaços Referenciais 123
MAPA 22 - Mapa de Zoneamento de 1992 125
MAPA 23 - Áreas Verdes - Cidade (2005) 141
MAPA 23A - Áreas Verdes - Município (2003) 143
MAPA 24 - Parques 145
MAPA 25 - Área de risco 147
MAPA 26 - Assentamentos Subnormais 155
MAPA 27 - Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) 165
MAPA 28 - Dados Imobiliários - 2005 167
MAPA 29 - Rede de água - 2005 195
MAPA 30 - Rede de esgoto - 2005 197
MAPA 31 - Caracterização da pavimentação das vias urbanas - 2005 199
MAPA 32 - Curva de nível - 2005 201
MAPA 33 - Postos de Saúde Familiar - PSF 209
MAPA 34 - Distribuição das Unidades de Atendimento de Saúde 211
MAPA 35 - Unidades Escolares da Rede Estadual - 2005 215
MAPA 36 - Unidades Escolares da Rede Municipal - 2005 217
MAPA 37 - Educação de Jovens e Adultos das Redes Municipal e Estadual - 2005 229
MAPA 38 - Análise da segregação socioespacial por área de expansão de 233
domicílio (AEDS)
MAPA 39 - Pessoas analfabetas 2000 235
MAPA 40 - Pessoas com 17 anos ou mais de estudos 2000 237
MAPA 41 - Distribuição dos centros integrados de operações policiais (CIOPS) 241
Anápolis

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MAPA 42 - Distribuição de postos policiais militares 243
MAPA 43 - Distribuição de campos particulares e quadras desportivas 249
MAPA 44 - Equipamentos públicos desportivos 251
MAPA 45 - Distribuição de praças 253
MAPA 46 - Distribuição de equipamentos turísticos 255
MAPA 47 - Distribuição de equipamentos culturais 259
MAPA 48 - Distribuição de equipamentos de integração social 263
MAPA 49 - População de Anápolis por área de expansão de domicílios AED´s - 269
2000
MAPA 50 - Pessoas em domicílio sem renda 271
MAPA 51 - Áreas de condomínios horizontais e habitações sub-normais 273
MAPA 52 - Pessoas com renda domiciliar de até ½ salário mínimo. 275
MAPA 53 - Pessoas com renda domiciliar de ½ a 1 salário mínimo -2000 277
MAPA 54 - Pessoas com renda domiciliar de 1 a 2 salários mínimos -2000 279
MAPA 55 - Pessoas com renda domiciliar de 2 a 5 salários mínimos - 2000 281
MAPA 56 - Pessoas com renda domiciliar de 5 a 10 salários mínimos - 2000 283
MAPA 57 - Pessoas com renda domiciliar de 10 a 20 salários mínimos - 2000 285
MAPA 58 - Pessoas com renda domiciliar acima de 20 salários mínimos - 2000 287

QUADRO 1 - Síntese de indicadores de acidentes de trânsito em Anápolis - 1º 185


quadrimestre /2005
QUADRO 2 - Análise econométrica dos acidentes de trânsito em Anápolis - 1º 186
quadrimestre/2005
QUADRO 3 - Sistema viário de Anápolis - abril /2005 - Segmentos críticos 187
QUADRO 4 - Quadro geral de infra-estrutura de Anápolis 193
QUADRO 5 - Unidades públicas escolares por loteamento - 2005 - Anápolis 225
QUADRO 6 - Equipamentos desportivos - 2005 245
QUADRO 7 - Equipamentos desportivos particulares - 2005 246

TABELA 23 - Quantidade e tipo de lixo coletado no município de Anápolis 134


TABELA 24 - Destinação final do lixo urbano - Anápolis 136
TABELA 25 - Áreas de subnormalidade habitacional - Anápolis 152
TABELA 26 - Veículos registrados no município de Anápolis - jan/2005 176
TABELA 27 - Atendimento transporte coletivo em Anápolis - 2005 177
TABELA 28 - Consumo de energia elétrica zona urbana - Anápolis - 2002/2004 193
TABELA 29 - Indicadores de Desenvolvimento Humano de Anápolis - 1991/2000 205
TABELA 30- Classificação nacional e estadual dos Índices de Desenvolvimento 205
Humano de Anápolis - 1991/2000
TABELA 31 - Estrutura das Unidades Assistenciais Rede Pública de Anápolis - 208
2005
TABELA 32 - Educação Básica - Atendimento em Anápolis - 2002 219
TABELA 33 - Educação Básica - Atendimento em Anápolis - 2004 219

Secretaria Municipal de Habitação


TABELA 34 - Matrícula inicial e estabelecimentos que ministram Educação Infantil 220
por dependência administrativa - 2004 - Anápolis
TABELA 35 - Centros de Educação Infantil Rede Pública Municipal Creche e Pré- 221
Escola - 2005 - Anápolis
TABELA 36 - Número de estabelecimentos conforme séries de atendimento 223
Ensino Fundamenta l- 2001/2004 - Anápolis
TABELA 37- Matrículas por série no Ensino Fundamental por dependência 223
administrativa - 2001/2005 - Anápolis
TABELA 38 - Ensino Fundamental Rede Municipal Taxa de Aprovação - 224
2000/2004 - Anápolis
TABELA 39 - Ensino Fundamental Rede Municipal Tava de Evasão - 2000/2004 - 224
Anápolis
TABELA 40 - Ensino Fundamental Rede Municipal Taxa de Reprovação - 225
2000/2004 - Anápolis
TABELA 41- Matrículas Ensino Médio por dependência administrativa - 2001/2004 228
- Anápolis
TABELA 42 - Matrículas Educação Jovens e Adultos por dependência 231
admnistrativa-2001/2004
TABELA 43 - Centros Integrados de Operações Policiais (CIOPS) 239
TABELA 44 - Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos Distritos de 298
Anápolis
TABELA 45 - Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros 299

Diretrizes e Propostas - foto, mapa, quadro e tabela


FOTO 28 - Vista do Morro da Capuava 328
FOTO 29 - Promoção Econômica - DAIA 371
FOTO 30 - Antiga Vicunha 372
FOTO 31 - Comércio Local 373
FOTO 32 - Praça Bom Jesus 373
FOTO 33 - Praça Americano do Brasil 373
FOTO 34 - Porto Seco 374
FOTO 35 - Pólo de Desenvolvimento Educacional e Econômico 374
FOTO 36 - Qualidade Educacional 402
FOTO 37 - Escola de Tempo Integral 402
FOTO 38 - Antiga Estação Ferroviária 403
FOTO 39 - Revitalização Galpões Pina 403
FOTO 40 - Aeroporto - Implantação do Museu da Aeronáutica 403
FOTO 41 - Requalificação do Mercado Municipal 403
FOTO 42 - Criação de Centro Cultural 404
FOTO 43 - Museu Histórico de Anápolis 404
FOTO 44 - Consultório Médico 404
FOTO 45 - Posto de Saúde 405

Secretaria Municipal de Habitação


FOTO 46 - Ginásio Internacional Carlos de Pina 405
FOTO 47 - Lago dos Buritis - Construção de Parque 405
FOTO 48 - Lago JK 412
FOTO 49 - Central Parque 412

MAPA 59 - Ocupação Rarefeita e Intensiva 329


MAPA 60 - Perímetro Urbano 331
MAPA 61 - Macrozoneamento 333
MAPA 62 - Estruturação Urbana 335
MAPA 63 - Estratégia de Uso e Ocupação do Solo 337
MAPA 64 - Regiões de Adensamento 339
MAPA 65 - Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS) 341
MAPA 66 - Hierarquia do Sistema Viário 363
MAPA 67 - Hierarquia do Sistema Viário - Intervenções Gerais 365
MAPA 68 - Intervenções no Sistema Viário - Detalhes 367
MAPA 69 - Intervenções no Sistema Viário - Detalhes 369
MAPA 70 - Estratégia de Promoção Econômica Urbana com Sustentabilidade 375
MAPA 71 - Recursos Hídricos 385
MAPA 72 - Áreas de Risco Geológico 387
MAPA 73 - Vegetação Natural (Áreas Verdes) 389
MAPA 74 - Agricultura Sustentável e Promoção Econômica Rural 391
MAPA 75 - Rede de Água Atual 393
MAPA 76 - Rede de Esgoto Atual 395
MAPA 77 - Plano Diretor Saneago/2001 397
MAPA 78 - Resíduos Sólidos 399
MAPA 79 - Educação Pública Básica 407
MAPA 80 - Sócio-cultural 409

QUADRO 8 - Usos Permitidos 355


QUADRO 9 - Reformas e Ampliações - Educação 411
QUADRO 10 - Estratégia de Gestão 414

TABELA 46 - Índices de Incomodidade 343


Fotos aéreas
FOTO 01 - Foto aérea de Anápolis - 2001 5
FOTO 02 - Foto aérea de Anápolis - 2005 7

Secretaria Municipal de Habitação

Anexos
Anexos
DISCUSSÕES PÚBLICAS SOBRE A CIDADE QUE QUEREMOS
TERRITÓRIO
DIA 17 DE AGOSTO DE 2005 417

Compreendendo a cidade que queremos 417


1. Leitura da população do território municipal - Caracterização e distribuição 418
População do território e seu crescimento no tempo 418
Caracterização da população por grupo de idade 419
Relação entre a área urbana e rural 419
2. Inserção do município na região - Leitura do papel do município na região 420
Realidade sociespacial-econômica-ambiental-funcional da região 420
3. Economia do município 421
Caracterização da produção 421
Dinâmica de economia municipal 422
Atividades econômicas no meio rural 422
Estrutura fundiária do meio rural 423
Geração de emprego e renda 423
Economia municipal – desafios estratégicos 424
4. Leitura da realidade ambiental do território municipal 424
Bacias hidrográficas 425
Matas e vegetação 425
Solos 426
Macrozoneamento ambiental 426

DISCUSSÕES PÚBLICAS SOBRE A CIDADE QUE QUEREMOS


DEMANDAS SOCIAIS
DIA 23 DE AGOSTO DE 2005 427

Consultas comunitárias 427


Comerciantes 428
ONG'S e Profissionais Liberais 429
Sindicato dos Trabalhadores 430
Universidades 431
Produtores rurais 432
Movimento das mulheres 433
Empresários DAIA – Base Aérea 434
Portadores de deficiências físicas 435
Movimento de juventude 436
Movimento de afrodescendentes – Turismo e Esportes 437
Movimentos religiosos 438
Sindicato das indústrias da construção e do mobiliário 439

Secretaria Municipal de Habitação


1. Equipamentos sociais: 439
Infra-estrutura 440
Educação 441
Saúde 442
Segurança 443
Cultura 445
Integração social 446
Distribuição água e esgoto 447
Habitação 448
Ações pontuais 449
Qual a cidade que queremos? 450

DISCUSSÕES PÚBLICAS SOBRE A CIDADE QUE QUEREMOS


MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE
DIA 24 DE AGOSTO DE 2005 450

1. Leitura da mobilidade urbana no município 451


Dinâmica de circulação de bens e serviços 451
a) Mobilidade e sustentabilidade 451
b) Componentes da mobilidade 452
c) Interferentes na mobilidade 452
d) Reflexos das interferências 453
2. A mobilidade e o trânsito - Fatores interferentes 453
A mobilidade e o trânsito urbano 454
a) Morfologia do traçado viário estrutural 454
b) Tráfego de passagem no núcleo urbano 454
c) Despadronização de gabaritos e concordâncias 455
d) O polígono central – interferências operacionais 455
e) Conflitos operacionais 456
f) Má conservação de pavimentos e drenagem insuficiente 456
g) Conflitos geométricos e obstáculos 457
h) Sinalização 457
i) Distribuição modal da frota – cultura do transporte individual 458
j) Vícios de condução e cultura da impunidade no trânsito 458
3. A mobilidade e o transporte urbano - Problemas estruturais 459
a)Dados gerais do sistema 459
b)Diagrama radial de linhas / c) diagrama radial de integrações concentradas 460
d) Sistema informatizado de gestão de frota e rotas 461
e) Problemas estruturais 461
4. A mobilidade e os pedestres - Fatores interferentes 462
a) Problemas estruturais 463
b) Conflitos longitudinais 463
c) Conflitos transversais 464
5. A mobilidade e a segurança - Econometria dos acidentes de trânsito em 465
Anápolis

Secretaria Municipal de Habitação


Os 3 E's da segurança no trânsito 466
a) Estatísticas gerais de acidentes em Anápolis – 2000/2002 466
b) Estatísticas gerais de acidentes em Anápolis – jan/abr/2005 467
c) Estatísticas gerais comparativas de acidentes em Anápolis – 2002 – 2205 467
d) Econometria dos acidentes de trânsito em Anápolis (1º quadrimestre de 2005) e 468
segmentos críticos de acidentes de trânsito em Anápolis (abril de 2005)

DISCUSSÕES PÚBLICAS SOBRE A CIDADE QUE QUEREMOS


MODELO ESPACIAL
DIA 28 DE AGOSTO DE 2005 469

1. Construção da cidade 469


Construção das cidades brasileiras – aspectos conceituais 469
Cidade desigual – Periferia Urbana 470
Dualidade sócio-espacial 470
Exclusão social 471
A cidade espraiada – situação existente. 471
Densidade urbana 472
Custo de urbanização para cidade hipotética com 300.000 habitantes 472
2. Estrutura urbana 473
Elementos estruturadores e integradores 473
Elementos estruturadores – rede viária estrutural 474
Elementos estruturadores – rede estrutural de transporte urbano 474
Elementos estruturadores – rede hídrica estrutural 475
Elementos estruturadores – rede estrutural de eixos de atividades e pólos 475
de centralidade
Elementos integradores - bairros 476
Elementos integradores – espaços econômicos 476
Elementos integradores – espaços esportivos 477
3. Uso e ocupação do solo 477
Quadro situacional – Plano Diretor de Anápolis de 1992 478
Desafio a ser enfrentado 479
Área de riscos 479
Resíduos sólidos 480
4. Gestão urbana 481
Planejamento e a cidade 481
Desafios para formulação dos eixos estratégicos 482

PRIMEIRA AUDIÊNCIA PÚBLICA 483

Objetivos: 483
Pactuação da Leitura Técnica e da Leitura Comunitária 483
Formulação dos Eixos Estratégicos 483
Síntese das leituras técnica e comunitária 484

Secretaria Municipal de Habitação


Formulação dos eixos estratégicos 485
Eixo estratégico 1 – Estruturação Rural e Urbana 485
Eixo estratégico 2 – Ordenamento Territorial 486
Eixo estratégico 3 – Qualificação ambiental do território municipal e da cidade 486
Eixo estratégico 4 – Qualidade de vida e desenvolvimento humano 487
Eixo estratégico 5 – Mobilidade e acessibilidade urbana e rural 487
Eixo estratégico 6 – Promoção econômica com sustentabilidade 488
Eixo estratégico 7 – Sistema de planejamento 488

SEGUNDA AUDIÊNCIA PÚBLICA 489

1. Definição do plano diretor 490


2. Objetivo do plano diretor 490
3. Eixos estratégicos aprovados em audiência pública 490
SISTEMA MUNICIPAL DE GESTÃO DE PLANEJAMENTO: 491
Estratégia de gestão – processo de planejamento 491
ESTRUTURAÇÃO RURAL E URBANA 492
Macrozoneamento 492
Estratégia de estruturação do território - macrozoneamento 492
Estratégia de estruturação urbana – transformação, uso e ocupação do solo 493
Estratégia de estruturação do território – transformação, uso e ocupação do solo 494
Estratégia de ordenamento territorial – produção da cidade – estratégia de adensamento 494
Estratégia de ordenamento territorial – fórmula de controle 495
Mobilidade e acessibilidade 496
Objetivos - Ações estratégicas 497
Malha viária – mobilidade e acessibilidade 497
Produção da Cidade 498
Objetivo - Ações estratégicas 498
Estratégia de uso e ocupação do solo 498
Plano regulador de uso e ocupação do solo 499
Zona Especial de Interesses Sociais 499
Qualificação ambiental 500
Recursos hídricos 501
Vegetação ambiental 502
Agricultura sustentável 502
Vegetação natural (áreas verdes) 503
Áreas de risco geológico 503
Saneamento ambiental – Resíduos sólidos 504
Saneamento ambiental – Rede de água atual 505
Saneamento ambiental – Rede de esgoto atual 506
Saneamento ambiental – água, esgoto e drenagem 506
Produção econômica com sustentabilidade 507
Objetivos - Ações estratégicas 508
Promoção econômica rural 508
Promoção econômica urbana 509
Estratégia de promoção econômica urbana 509
Qualidade de vida e desenvolvimento humano 510

Secretaria Municipal de Habitação


Objetivos - Ações estratégicas 510
Estratégia sócio cultural 511
Estratégia para melhoria do sistema educacional 511
Estratégia para expansão da rede física escolar 512

Secretaria Municipal de Habitação


Prefeito de Anápolis
Pedro Fernando Sahium

Vice-Prefeito
Atair Pio de Oliveira

Presidente da Câmara Municipal


Achiles Mendes

Vereadores Pleito 2005/2008


Amilton Batista de Faria
Antônio Roberto Gomide
Assef Jorge Nabem
Dinamélia Ribeiro de O. Rabelo
Edson Araújo de Lima
Eli Rosa da Silva
Gerson Santana Falacci
Gilberto Longhi
José Victor Caixeta Ramos
Joseli Joaquim Ribeiro
Mauro José Severiano
Miriam Garcia Sampaio Pimenta
Sírio Miguel Rosa da Silva
Valmir Jacinto da Silva

Assessoria Especial
Afonso Celso Teixeira Rabelo

Chefe de Gabinete
Cláudio Paiva

Procuradoria Geral do Município


Luis Carlos Duarte Mendes

Assessoria Comunicação Social


Jarléo Valverde

Assessoria Cerimonial e Eventos


Keila Resende

Assessoria Parlamentar
Haroldo Duarte

Secretaria Municipal de Habitação


Secretário Municipal do Desenvolvimento Urbano Sustentável
Fábio Maurício Corrêa
Diretor da Habitação Lauro José Ferreira Coelho
Diretor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Luiz Henrique Fonseca Ribeiro
Diretora Administrativa e Financeira Fabrícia Karla C. Pinto de Oliveira
Diretor de Obras e Serviços / Infra-Estrutura Alírio Gomes Pereira Júnior

Secretário Municipal do Desenvolvimento Econômico


Joaquim Amarildo de Oliveira
Diretora de Turismo Isabella Maria Diniz Duarte
Diretor de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Rubens Kleinkauf
Diretor Administrativo e Financeiro Jorge A. A. Rodrigues
Diretor de Indústria e Comércio Nassin Farah

Secretária Municipal de Educação, Ciência, Tecnologia, Esporte e Cultura


Marisa Mota da Silva Espíndola
Diretora Administrativa Financeira Salma Parreira Rodrigues Monteiro
Diretor de Ciência e Tecnologia Rhogério Correia de Souza Araújo
Diretora de Cultura Beatriz Policena da Cunha Ferreira
Diretora de Educação Lucylene Ribeiro Neto Rezende
Diretor de Esportes Miguel Jorge Squeff

Secretária Municipal da Fazenda


Maria Candinha Mina de Medeiros
Diretor Administrativo Financeiro Sérgio Lima
Diretor do TesouroVander Coelho
Diretor de Recup. De Crédito Mário Marra
Diretora da Receita Adriana Bianco
Diretora Procon Municipal Carmem Lúcia Falluh de Alarcão

Secretária Municipal da Integração e Desenvolvimento Social


Rosana Guimarães Lobo Sahium

Secretário Municipal de Planejamento e Gestão Administrativa


Saulo Sartre Ubaldino
Diretor Administrativo Financeiro Adão Camilo Soares
Diretor de Gestão, Tecnologia e Comunicação Maurício Ribeiro de Oliveira
Diretor Gestão de Pessoal Fernando José Marques Hoenen
Diretor Gestão Estratégica e Logística Marco Aurélio Vilar do Carmo
Diretor de Orçamento e Planejamento Gilberto de Lima

Secretário Municipal de Saúde


Ernei de Oliveira Pina
Diretor Administrativo e Finanças Joseval Reis Brito
Diretor de Vigilância em Saúde José Luiz Ribeiro
Diretor de Planejamento, Regulação e Auditoria Reginaldo Bento Rodrigues
Diretor de Atenção em Saúde Audo César Ferreira Corrêa

Companhia Municipal de Trânsito e Transportes


Gladstone Monteiro

Secretaria Municipal de Habitação

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