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PlanoDiretor
Participativo
de Anápolis
Anápolis - 2005/2006
Secretaria Municipal de Habitação
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANÁPOLIS
Prefeito Municipal
Pedro Fernando Sahium
Vice-prefeito
Atair Pio de Oliveira
Equipe de Elaboração:
Luiz Fernando Cruvinel Teixeira - Arquiteto e Urbanista - Consultor
Núcleo Gestor:
Antônio Gobbo - Engenheiro
Carlos Roberto dos Santos - Arquiteto e Urbanista
Eli Rosa - Vereador
Elisana Macedo Coelho - Advogada
Isabella Maria Diniz Duarte - Coordenadora Geral
Juliana Bazan - Arquiteta e Urbanista
Luiz Henrique Fonseca Ribeiro - Biólogo
Mauro Rocha Carneiro - Técnico em Transportes
Myriam Marques - Letras e Literatura
Ronnie Barbosa Vieira - Educador Popular
Sônia Maria Barreto - Advogada e Pedagoga
Talita Caetano de Morais - Estagiária em Arquitetura e Urbanismo
Tiago José Duarte Rézio - Designer Gráfico e Desenhista Técnico
Introdução 19
Leitura do território 23
1. O MUNICÍPIO 25
1.1. Histórico da formação 27
1.2. Caracterização 27
1.3. Histórico da ocupação 28
1.4. Parcelamento do solo 28
1.5. Inserção Regional 29
1.6. Inter-relacionamento Funcional 29
3. DIMENSÃO GEOAMBIENTAL 59
3.1. Clima 61
3.2. Recursos hídricos 61
Microbacia Rio das Antas 62
Microbacia do Ribeirão Piancó 63
Microbacia do Rio Caldas 63
Microbacia do Rio Padre Souza 63
Microbacia Rio João Leite 63
Águas Subterrâneas 64
3.3. Relevo 64
3.4. Geologia e recursos minerais 65
3.5. Solo 75
3.6. Uso e ocupação do solo 81
4. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL 85
População e Demografia 87
7. HABITAÇÃO 149
7.1.Déficit habitacional no município de Anápolis 151
7.2.Caracterização da subnormalidade habitacional de Anápolis 151
7.3.População 153
7.4.Áreas de assentamentos subnormais 153
Vivian Park 153
Anápolis City 158
Morro do Cachimbo 160
7.5.Instrumentos de Política Habitacional 162
Produção Habitacional com Apoio do Setor Público 162
Características das unidades construídas ou financiadas pelo município 163
7.6.Dados atualizados do mercado imobiliário 163
9. INFRA-ESTRUTURA 189
9.1Saneamento básico - Abastecimento de água - Esgotamento sanitário 191
9.2 Drenagem e pavimentação 192
9.3 Energia elétrica 192
Este documento é uma síntese das leituras técnicas e comunitárias realizadas para formulação
do Diagnóstico sobre os problemas e potencialidades de Anápolis.
O Plano Diretor Participativo, por iniciativa do governo da cidade de Anápolis, é um projeto que
atende ao Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257, de julho de 2001, regulamenta os artigos 182 e 183
da Constituição Federal, e estabelece parâmetros e diretrizes da política urbana do Brasil. Enfatiza a
necessidade da elaboração e aprovação de um plano diretor segundo processos democráticos e
participativos, cujas propostas sejam acordadas pelos diversos setores da sociedade que devem
acompanhar sua implementação. Trata-se de uma reivindicação popular que sente e vivencia a
realidade priorizando suas necessidades mais urgentes.
Em Anápolis foram constituídos planos diretores em 1968, 1985 e 1992. Estes planos não
conseguiram atingir o objetivo, em função da falta de uma estrutura do município para operacionalizá-
los.
O presente diagnóstico do Plano Diretor é elaborado com o propósito de servir de roteiro básico
para as políticas públicas dirigidas ao desenvolvimento equilibrado e sustentado do município de
Anápolis, partindo da premissa de que existem eixos produtivos e competências para dar-lhes
aceleração e sustentabilidade.
A fim de que seja regulada a função social da cidade e da propriedade urbana, o Plano Diretor
Participativo busca construir outro modo de organizar a produção e o território, integrando as políticas
públicas de Anápolis com as urbanas e ambientais de modo compatível para que se possa garantir o
desenvolvimento sustentável de Anápolis.
Neste contexto, a revisão do Plano Diretor de forma participativa parte da análise técnica que
ajudará a entender a cidade pela comparação entre dados e informações socioeconômicas, culturais,
ambientais e de infra-estrutura disponíveis. Facilita a identificação e a discussão dos principais
problemas, conflitos e potencialidades sob o ponto de vista dos diversos segmentos sociais, procurando
enfocar todo o território do município. Há de se ressaltar que as leituras técnicas devem ser enriquecidas
com as leituras feitas pela população, sob a ótica dos diferentes segmentos socioeconômicos.
O documento que permeia o Plano Diretor contém a análise da tendência de caráter estrutural e
as demandas internas da cidade, em termos de suporte físico, atividades produtivas, transportes,
qualidade de vida, apoio público e recursos humanos, para enfim, formularmos uma nova visão
estratégica para a construção da cidade que queremos!
A tradição religiosa conta que no ano de 1860, a fazendeira Ana das Dores trafegava pela região
e um de seus animais - o que transportava a imagem de Nossa Senhora de Santana - desviou-se da
tropa. Encontrado o animal, os esforços para pô-lo a caminhar não tiveram efeito, o que foi interpretado
por Dona Ana como "desejo da Santa em permanecer no local". Ela se propôs a construir ali uma capela,
o que foi feito por seu filho Gomes de Sousa Ramos.
Até o final da década de 1940, o município era composto por uma área de terras de 2.622 km².
Com a emancipação de vários distritos que pertenciam a Anápolis - Nerópolis (emancipado em 1948),
Ouro Verde de Goiás (1948), Brazabrantes (1958), Damolândia (1958), Nova Veneza (1958),
Goianápolis (1958) e Campo Limpo de Goiás (1998 e instalado em 2001), na atualidade esta área
reduziu-se para 917,011 km². Hoje o município de Anápolis é integrado pelos distritos de Souzânia,
Interlândia (Pau Terra), Goialândia e Joanápolis (Capelinha). Os povoados existentes são três: São
Vicente (Igrejinha), Miranápolis e Bramápolis.
1.2 Caracterização
A cidade dista 57 km* de Goiânia (em rodovia duplicada) e 160 km* da capital federal (rodovia em
fase final de duplicação), pelas BR-153/060. Constitui-se num dos principais entroncamentos
rodoviários do país. Também as rodovias BR-414, G0-222 e G0-330, todas pavimentadas cortam o
município. Anápolis é ligada aos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo pela Ferrovia
Centro Atlântica.
Hoje, já quase centenária, a cidade exerce de forma plena a sua vocação empresarial. Agregou
valor à sua economia, em 1935, com a chegada da estrada de ferro. Através da abnegação da
população e especialmente da classe empresarial, liderada pela Associação Comercial e Industrial
(ACIA), iniciou-se processo de industrialização. Em 1976, o desejo dos anapolinos foi materializado com
a implantação do Distrito Agroindustrial, onde estão instaladas quase uma centena de empresas e o
maior pólo industrial de medicamentos.
Atualmente, a legislação federal pertinente é a Lei nº 6.766/79, que prevê duas formas para o
parcelamento do solo: loteamento e desmembramento. O loteamento constitui a subdivisão de gleba
em lotes destinados à edificação e implica na abertura de novas vias de circulação e logradouros
públicos ou modificação e ampliação das já existentes, enquanto no desmembramento ocorre a
subdivisão de gleba em lotes com aproveitamento do sistema viário existente (Lei Nº 6.766/79, art. 2º,
§§ 1º e 2º). (ressalta-se que gleba é a área de terra que não foi objeto de loteamento ou
desmembramento).
A Lei Federal nº 6.766/79 constitui-se norma urbanística que traça diretrizes gerais, cabendo aos
Estados, Distrito Federal e Municípios editarem normas complementares, adequando tais diretrizes à
realidade local.
A lei de parcelamento do solo definiu requisitos mínimos, tais como: área mínima dos lotes
urbanos, destinação de áreas não edificantes ao longo de cursos d'água correntes e dormentes, faixas
de domínio das rodovias, ferrovias e dutos, articulação das vias do novo loteamento com o sistema viário
existente ou mesmo com vias públicas projetadas e destinação de áreas no loteamento para
implantação de equipamentos públicos.
E, ainda, a principal inovação trazida pela Lei Federal nº 6.766/79, qual seja a determinação de
que parcelamentos do solo para fins urbanos somente serão admitidos em zonas urbanas, de expansão
urbana ou de urbanização específica, assim, definida pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal.
(art. 3º, caput)
Restando, ainda, que todos os projetos apresentados pelo loteador só serão registrados em
Cartório de Registro de Imóveis após passar pelo crivo dos órgãos competentes da Prefeitura Municipal,
sendo que tal aprovação ocorre após verificação de execução de obras mínimas exigidas, execução das
vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de
escoamento das águas pluviais ou da aprovação de cronograma, com a duração máxima de quatro
anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução.
A cidade localiza-se a 57 km* de Goiânia (GO), a 160 km* de Brasília (DF), a 982* km de Campo
Grande (MS), a 981 km* de Cuiabá (MT) e a 790 km* de Palmas (TO).(mapa 02)
Em seu território interligam-se três rodovias federais (BR-060, 153 e 414, importante trevo
rodoviário do Brasil) e duas rodovias estaduais (GO-222 e 330). O km zero da Ferrovia Norte Sul em
Goiás (em implantação) está localizado em Anápolis e vai se conectar à Ferrovia Centro-Atlântica, ramal
da RFFSA, que integra o corredor de exportação Goiás-Minas Gerais-Espírito Santo, acoplado à
Estação Aduaneira do Interior (Eadi) ou Porto Seco Centro-Oeste.
TABELA 01
ESTRUTURA PRODUTIVA DA ECONOMIA
SEGUNDO O PIB 2000
Setores Estado de Goiás Anápolis
TABELA 02
ARRECADAÇÃO DO ICMS POR SETOR DE ATIVIDADE, 2002 EM R$
Ranking
Municípios 2002 Ranking 1998
em R$
Estado de Goiás 3.020.446.812,71 1.558.745.787,32
Goiânia 1.315.481.420,36 1 767.011.901,74 1
Senador Canedo 455.490.385,32 2 88.655.689,80 3
Anápolis 141.876.699,96 3 97.581.188,04 2
Catalão 72.020.641,18 4 15.763.760,02 9
Rio Verde 58.215.938,43 5 33.079.711,11 5
Itumbiara 55.266.259,31 6 35.230.605,46 4
Aparecida de Goiânia 44.543.042,41 7 20.259.389,64 7
Niquelândia 30.891.317,32 8 3.160.220,32 36
Jataí 30.303.788,43 9 14.821.893,29 10
Luziânia 20.913.481,65 10 20.558.767,13 6
Fonte:SEPLAN,apud SEPLAN/SEPIN
TABELA 04
RANKING DO PRODUTO INTERNO BRUTO A PREÇO DO MERCADO CORRENTE
DOS DEZ MUNICÍPIOS MAIS RICOS DE GOIÁS - 2000
A capital Goiana retém 28,95% de toda a riqueza de Goiás, seu PIB é 4,8 vezes maior que o
segundo município mais rico do Estado, Anápolis, cuja economia corresponde a 6% do PIB estadual.
Dados de 2000 mostram que a renda per capita de Anápolis (R$ 4.543) ficou em 73º lugar no ranking dos
municípios goianos embora tenha sido 5,3% maior que a média do Estado de Goiás (R$ 4,316). Em nível
nacional esse indicador foi de apenas 70% do PIB per capita do Brasil (R$ 6,954). Importa observar que
o nível de desenvolvimento de Anápolis está acima da média estadual. (tabela 05)
TABELA 05
PRODUTO INTERNO BRUTO PER CAPITA
A PREÇO DE MERCADO CORRENTE
Localidade PIB per capita(R$)
Brasil 6.473
Estado de Goiás 4.315
Anápolis 4.543
Fonte:IBGE e SEPLAN/SEPIN
TABELA 06
MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS - CONTRIBUINTES POR SETORES DE ATIVIDADE
1998, 2000-03
ATIVIDADES ECONÔMICAS
TABELA 07
CONTRIBUINTES POR SETOR DE ATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO
ICMS 2000-03
MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS
Atividade Econômica Ano 2000 Ano 2001 Ano 2002 Ano 2003
%
Qtd. % ICMS Qtd. % ICMS Qtd. % ICMS Qtd.
ICMS
COMÉRCIO 2.636 60,32 2.701 60,18 2.746 56,9 2.815 59,87
INDÚSTRIA 709 16,22 725 16,15 738 16,02 742 15,78
PRODUTOR RURAL 716 16,39 744 16,58 777 16,87 831 17,67
TRANSPORTADORA 86 1,97 86 1,92 103 2,24 113 2,41
OUTROS 223 5,1 232 5,17 243 5,27 201 4,27
TOTAL 4.370 100 4.488 100 4.607 100 4.702 100
Fonte: SEFAZ- CEI -Cadastro de Contribuintes e DPSE-PMA
DAIA dispõe de infra-estrutura completa, estação de tratamento de água e efluentes, rede de energia
elétrica com subestação própria, rede de telefonia, sede administrativa, condomínio tecnológico,
relatório de impacto ambiental aprovado etc. O distrito conta 86 indústrias de médio e grande porte em
funcionamento, e várias em fase de implantação. O DAIA gera 7.208* empregos diretos.
Em março de 2001 foi instalado o Instituto de Gestão Tecnológica Farmacêutica (IGTF), tendo
como objetivos:
Coordenar a prestação de serviços técnicos e tecnológicos às empresas do Pólo Farmacêutico;
Promover a gestão de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica pelas
empresas do Pólo Farmacêutico;
Estimular e promover processos de transferência de tecnologia de empresa do setor;
Estimular a formação, apoiar e coordenar projetos de normatização, metrologia e certificação.
Porto Seco
Anápolis é a única cidade do Centro-Oeste licenciada pela Receita Federal para realizar
operações de exportação e importação de mercadorias por intermédio da Estação Aduaneira do Interior
(EADI) ou Porto Seco. Ativado em setembro de 1999, esse complexo aduaneiro facilita os
procedimentos de compra e venda de mercadorias e torna mais rápido, barato e eficiente essas
negociações. Situado no DAIA, conta com infra-estrutura de 109.707,97m² e ampla opção de
transporte. Está a 54 km de Goiânia, capital do Estado, e a 140 km de Brasília, capital do DF. Três
rodovias federais se interligam a Anápolis - as BR 060, 153 e 414 - formando juntamente com as
ferrovias (a Centro-Atlântica, em operação, e a Norte-Sul, em implantação), o que se denomina de
"Trevo do Brasil".
O Porto Seco promove a integração de Anápolis com importantes portos do litoral brasileiro. O
complexo se revela fundamental no aumento de competitividade das empresas. O escoamento pelo
Porto Seco de parte da produção goiana de grãos, como soja e milho, propicia ao Estado de Goiás
novos clientes externos e consolida sua posição nacional no setor agrícola. Os custos de movimentação
de carga de Anápolis até o porto de Santos são, em média, 60% mais baratos através do Porto Seco.
Assim, Anápolis, por sua posição geográfica, se consolida como a capital goiana da logística e uma das
melhores cidades do Brasil em distribuição de cargas e mercadorias.**
movimentação de carga. No mesmo espaço, em que serão integrados os modais aeroviário, ferroviário
e rodoviário estarão em operação o Centro de Transportes Terrestres, o Terminal Aéreo de Carga, o
Terminal Ferroviário de Carga e o Pólo de Serviços e Administração. Todos esses setores terão infra-
estrutura de apoio (energia, telecomunicações e saneamento) e possibilitarão:
Base Aérea
A cidade de Anápolis foi escolhida para sediar a Base Aérea que deu origem à era bissônica na
aviação militar brasileira, na década de 70. A Base Aérea de Anápolis tem missão em todo o território
nacional, mas com área específica e imediata de ação na Capital da República.
A unidade militar implantada em Anápolis atende aos requisitos do Centro Integrado de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), com rede de meios eletrônicos e detecção capaz de
rastrear e identificar as aeronaves que sobrevoam o território brasileiro. A Base Aérea de Anápolis abriga
o complexo operacional do Sistema de Vigilância da Amazônia e Sistema de Proteção da Amazônia
(Sivam/Sipam), embora o Centro de Coordenação Geral se localize em Brasília.
Logística Estruturante
Desde a construção da BR-153, nos anos 60, a "Belém-Brasília" representou para Goiás um fator
decisivo de abertura de frentes pioneiras e de expansão da economia. Esta rodovia federal é a principal
artéria do desenvolvimento de Goiás.
falta da malha rodoviária brasileira - a BR-153 no sentido Norte/Sul e a BR-060, no sentido Leste/Oeste.
Ferroviário
A Norte-Sul vai contemplar a construção de cerca de 2.100 km de via férrea para as regiões
Centro-Oeste e Norte do País. Conecta-se ao norte com a Estrada de Ferro Carajás e ao sul com a
Ferrovia Centro-Atlântica. Vai permitir a redução do custo do frete para longas distâncias na região,
assim como incentivar o desenvolvimento do cerrado brasileiro. O trecho goiano da Ferrovia Norte-Sul
tem extensão de 570 km, desde o Distrito Agroindustrial de Anápolis até a divisa com o Estado do
Tocantins, estando em construção 40,74 km do percurso Anápolis-Petrolina de Goiás.
Universidades
As diversas instituições de ensino de terceiro grau estabelecidas em Anápolis fazem da cidade
um centro de referência na área da educação superior, sobretudo diante das conquistas de natureza
tecnológica. Esse conjunto de instituições universitárias oferece mais de 50 cursos de graduação e pós-
graduação.
A história do ensino superior em Anápolis teve início com a Associação Educativa Evangélica
(AEE), hoje UniEvangélica, que instalou, respectivamente, em 1960 e em 1968, as faculdades de
Filosofia e de Direito, vindo a seguir a de Odontologia, em 1970.
Comunicação Social
Os veículos de comunicação escrita com circulação em Anápolis são: "O Anápolis" (fundado em
31/07/1935); "Contexto"; "Tribuna de Anápolis"; "Consenso"; "O Bairrista"; "Nossa Terra"; "Planeta
Água", "Sol Nascente". De publicação dirigida e/ou independente, enumeram-se: "Jornal da ULA"
(União Literária Anapolina), "O Universitário", "O Lojista" (Câmara de Dirigentes Lojistas), "Revista da
Acia" e "Funcer em Ação" (Fundação Universitária do Cerrado), entre outros. As revistas de mais ampla
difusão são: "Fatto", "Number One" e "Gente & Negócios".
A radiofonia é um composto de dez emissoras, sendo quatro AMs, uma OM e cinco FMs. As
emissoras AM de Anápolis são: Rádio Voz do Coração Imaculado (antiga Carajá e pertencente ao
Sistema Católico de Radiodifusão); a Manchester, captada em 590 Khz; a São Francisco, em 670 Khz e
a Rádio Imprensa, em 1.030 Khz. Em FM operam a Manchester, 93,3 Mhz; a São Francisco 96,3 Mhz; a
100-FM, em 100,3 Mhz; a Provisão, 87,9 Mhz e Rádio Fonte da Vida (antiga Tabajaras), em 103,7 (com
estúdios em Goiânia e transmissores em Anápolis). A Rádio Voz do Coração Imaculado transmite em
Ondas Curtas de 60 metros, e em 770/4.485 Khz. As rádios 100 FM, Fonte da Vida e Provisão FM são de
linha gospel.
A telefonia móvel atende todo o município com as operadoras Brasil Telecom, Tim, Claro e Vivo.
A cidade é atendida com o serviço de internet banda larga e uma gama de produtos de
comunicação de dados, imprescindíveis na atualidade para sustentar o desenvolvimento econômico e
Segmento Atacadista
Com tradição de entreposto comercial, Anápolis conta com forte seguimento atacadista e
distribuidor, principalmente na área de secos e molhados. São mais de 80 empresas que geram cerca de
3,5 mil empregos diretos e 7,5 mil empregos indiretos, incluindo os representantes comerciais
autônomos. Entre as empresas atacadistas com sede em Anápolis se destacam: Armazém Goiás, Rio
Vermelho, Megaforte, Eldorado, Real, entre outros.
TABELA 9
ESTRUTURA FUNDIÁRIA DA ÁREA RURAL DE ANÁPOLIS - 2003
Quantidade
Tamanho do imóvel Área (HA) Participação
Imóveis
TABELA 10
SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS
2003
Discriminação Número %
Proprietário 1.107 94,21
Arrendatário 41 3,49
Parceiros 7 0,59
Posseiro/ocupante 20 1,71
Total 1.175 100
Fonte: Agência Rural de Anápolis
Como indica a tabela 11, em Anápolis a estrutura das propriedades imobiliárias rurais indica
65,13% de estabelecimentos produtores com estratos de até 50 hectares, sendo a maior parte de
pequenos agricultores.
TABELA 11
ESTABELECIMENTOS RURAIS - 2000
Número
Estratos (HA) Área(HA) %
Estabelecimentos
Menos de 1 17 14 1,44
de 1 a menos de 2 18 24 1,53
de 2 a menos de 5 85 319 7,23
De 5 a menos de 10 128 1.046 10,89
De 10 a menos de 20 186 2.969 15,83
De 20 a menos de 50 331 10.882 28,21
De 50 a menos de 100 191 13.487 16,25
De 100 a menos de 200 130 18.740 11,06
De 200 a menos de 500 72 19.914 6,12
De 500 a menos de 1000 10 6.083 0,85
De 1000 a menos de 2000 7 9.052 0,59
Total 1.175 82.530 100
Fonte: IBGE- AGÊNCIA RURAL(incluindo Município de Campo Limpo de Goiás)
Com referência à sua participação em relação aos demais municípios goianos, Anápolis mostra-
se competitiva. Em 2002, participou com 9,9% do volume dos produtos ofertados em relação aos 60%
do abastecimento feito pelos produtores goianos no Ceasa, seguido de Goiânia (9,5%), Goianápolis
(6,8%), Cristalina (5,9%) e Nerópolis (5,4%).(tabela 13) O auto-abastecimento de hortifrutigranjeiros em
Anápolis, em 2003, correspondeu a 59%.(tabela 14)
Cultura/
Localidade Observações
Exploração
Em Souzânia a área é
contigua aos municípios de
Pirenópolis e Petrolina, na
região denominada Serra
Interlandia, do Mizael.
Exploração típica de
Banana
pequenos agricultores e
Souzânia, agricultura familiar, que
necessitam de apoio
oficial.
Pindobal Anápolis é um produtor de
destaque a nível estadual.
A maioria dos horticultores
Piancó / Sobradinho, são arrendatários e mudam
com freqüência o local de
Alguns cultivam mais de
uma variedade em locais
São João das Antas, distintos.
Hortaliças
Exploração típica de
Pedreira, Lagoinha pequenos agricultores e
agricultura familiar.
(Chuchu), Recanto do Sol Uso indiscriminado de
(Hidroponia) agrotóxicos.
Anápolis é um produtor de
destaque a nível estadual.
Verifica-se forte incremento
desta cultura, cuja
Joanápolis, Piancó característica é de
emprego de alta
tecnologia.
Baixa ocupação de mão
Soja
Cebrasa, São João de obra.
Uso intensivo de
Das Antas agrotóxicos.
Grandes extensões de
áreas e degradação
ambiental (desmatamento)
Laticínios e granjas (Aves/
suínos) Vários pontos do município.
O município produza mais
Produção pulverizada de 70.000 litros/dia.
Atividade empregadora de
Leite
mão de obra e explorada
em todo o município
por pequenos agricultores
e agricultura familiar.
Fonte: AGÊNCIARURAL
TABELA 13
TABELA 14
A mesma análise pode ser observada no desligamento (demissões) nesses anos: em 2000, o
índice foi de 6,44% e em 2004, o índice foi de 5,55%. Em 2001 notou-se equiparação entre o número de
admitidos em relação aos desligados. Em 2003 o decréscimo foi maior.(tabela 15)
Apesar das informações sobre o emprego em Anápolis darem conta de que a população
economicamente ativa do município era, em 1992, de 91.655 pessoas, (tabela 16), houve acréscimo de
16,93% no ano de 2002, com 110.326 pessoas.
TABELA 15
TABELA 16
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA
POPULAÇÃO RESIDENTE DE 10 ANOS OU MAIS,
SEGUNDO A CONDIÇÃO E O SETOR DE ATIVIDADE
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA
Setor
Anos Terciário Total
Primário Secundário
Comércio Serviços
1992 7.533 26.058 13.651 44.413 91.655
1993 7.730 26.738 14.007 45.573 94.048
1994 7.931 27.435 14.373 46.763 96.502
1995 7.942 27.470 14.391 46.823 96.626
1996 8.127 28.113 14.729 47.920 98.889
1997 8.323 28.791 15.083 49.074 101.271
1998 8.490 29.369 15.385 50.058 103.302
1999 8.655 29.937 15.684 51.025 105.301
2000* 8.825 30.524 15.991 52.025 107.365
2001 8.993 31.107 16.296 53.020 109.416
2002 9.138 31.609 16.559 53.020 110.326
2003 9.284 32.113 16.823 54.734 112.954
2004 - - - - -
FONTE: IBGE e Setor de Pesquisas/SEMPGAF – PMA (estimativas)
Anos em que ocorreram censos, partindo daí as estimativas
A metodologia aplicada foi desenvolvida pela Seplan de modo que o ranking representasse com
Nos estudos ilustrados na tabela 17, Anápolis se apresenta em 1º lugar no ranking dos
municípios goianos, excluindo Goiânia, com os maiores indicadores de Produto Interno Bruto (PIB),
receita municipal e massa salarial do emprego formal.
TABELA 17
OS DEZ MUNICÍPIOS MAIS DINÂMICOS EM GOIÁS
jun/03
financeiros/tributár
estratégica/logístic
Qualidade de vida
Média ponderada
Infra-Estrutura
Infra-estrutura
Tecnológica
Econômica
Mão-de-obra
Localização
Dinamismo
Econômica
Municípios
Incentivos
Riqueza
Ordem
ios
a
1 Anápolis 19,56 97,04 86,47 72,07 22,9 65,36 47,85 22,87 56,82
2 Rio Verde 40,69 54,09 82 69,88 22,65 52,44 32,78 20,64 51,98
3 Catalão 48,64 33,97 59,68 69,28 21,84 22,5 46,84 5,78 44,65
4 Aparecida de Goiânia 44,59 71,35 72,65 55,32 14,46 3,24 37,95 2,75 43,36
5 Itumbiara 26,21 39,34 64,75 73,24 22,96 12,82 30,75 9,1 38,17
6 Senador Canedo 56,45 21,39 56,23 54,03 11,28 0,1 44,05 1,38 37,67
7 Luziânia 31,06 36,91 62,52 52,21 13,3 13,09 43,56 1,29 35,63
8 Jataí 17,56 32,78 58,72 70,45 21,97 16,73 31,03 2,16 33,62
9 Caldas Novas 26,27 16,96 48,94 65,27 15,17 3,16 30,71 1,1 29,23
10 Morrinhos 15,13 11,1 47,33 64,02 14,83 10,31 30,63 2,52 26,37
Fonte:SEPLAN
A localização estratégica e a logística são outros referenciais. A cidade está localizada entre
Brasília e Goiânia, no centro de um eixo de desenvolvimento econômico que é o terceiro do País em
potencial de consumo e com grandes oportunidades para investimentos. A Estação Aduaneira do
Interior (Eadi ou Porto Seco Centro-Oeste) que funciona no DAIA é dotada de estrutura para operações
de importação/exportação de produtos e mercadorias.
Anápolis se apresenta no estudo da Seplan como o município mais rico do Estado. Entretanto,a
cidade tem perdido em dinamismo (12º), na mão-de-obra (3º) e na qualidade de vida (2º).
TABELA 18
RENDIMENTO DA POPULAÇÃO POR NÚMERO DE PESSOAS
EM SALÁRIO MÍNIMO 1996-2003
Médio Mensal 1996* 1997* 1998* 1999* 2000 2001 2002 2003
Até ¼ 765 788 804 819 459 468 476 484
de 1/4 até ½ 16.492 16.879 17.218 17.550 9.862 10.051 10.213 10.376
de 1/2 até ¾ 36.831 37.720 38.474 39.221 22.051 22.473 22.836 23.200
de 3/4 até 1 18.938 19.402 19.790 20.174 11.344 11.561 11.748 11.935
de 1 até 1 ¼ 23.503 24.070 24.551 25.028 13.860 14.125 14.353 14.582
de 1 ¼ até 1 1/2 20.801 21.269 21.694 22.115 12.241 12.475 12.676 12.878
de 1 ½ até 2 27.001 27.652 28.205 28.752 15.923 16.227 16.489 16.752
de 2 até 3 36.302 37.177 37.921 38.656 18.489 18.843 19.147 19.452
de 3 até 5 27.133 27.787 28.342 28.893 17.930 18.273 18.568 18.864
de 5 até 10 26.606 26.838 27.375 27.906 14.125 14.395 14.627 14.860
de 10 até 15 8.002 8.222 8.386 8.549 4.420 4.505 4.578 4.651
de 15 até 20 2.968 3.012 3.072 3.132 1.619 1.649 1.676 1.703
acima de 20 5.644 5.780 5.896 6.010 3.267 3.329 3.382 3.436
Sem rendimento 14.150 14.491 14.781 15.068 88.898 90.598 92.060 93.528
Fonte: IBGE e DPSE -PMA
* Dados estimados a partir do censo de 1991 e resultado preliminar do censo de 1996.
2000 - Dados censitários – população economicamente ativa de 10 anos ou mais de idade, com distrito administrativos e Campo Limpo de Goiás.
2002 - Dados estimados a partir do censo de 2000.
O diagnóstico visa a análise e caracterização dos componentes físicos e bióticos, abordando sua
conservação e relação integrada com a infra-estrutura, a sócio-economia e os aspectos urbanísticos do
município.
3.1 Clima
O clima da região é o tropical úmido, caracterizado por duas estações bem definidas: a seca
(maio a setembro), e a úmida (outubro a abril). Durante a estação seca a precipitação média fica abaixo
de 10 mm mensais e, durante a úmida, acima de 250 mm. A média anual é de 1.300 mm, concentrando-
se de dezembro a março.
A temperatura média anual é de 23ºC, variando entre as médias de 18ºC no inverno e 30ºC no
verão.
Em Goiás, segundo dados registrados entre 1998/2001, quando comparados aos de 1961/1990,
houve diminuição das chuvas, com menos dias totais no decorrer do ano, ocorrendo precipitações mais
fortes e concentradas.
O município situa-se no divisor das bacias do Amazonas e do Paraná. É drenado pelos afluentes
das sub-bacias dos rios Tocantins, ao norte, e Paranaíba, ao sul. Devido sua localização, os cursos
d'água de Anápolis são, na maioria, de pequeno porte, com extensões variando entre 1.240 m a 27.680
m . Daí a necessidade de captação de água a distâncias consideráveis para abastecer a cidade.
Sede das nascentes de cinco microbacias hidrográficas, a sub-bacia do Rio Padre Souza é a
única que é drenada para o Rio Tocantins, desaguando primeiramente no Rio das Almas. As demais
sub-bacias formam a Bacia do Rio Corumbá, todos afluentes do Rio Paranaíba, exceto a do Rio João
Leite que deságua antes no Rio Meia Ponte (mapa 06).
Com extensão de 27.680 metros tem a maior representatividade areal do município. (foto 01)
Desenvolve-se de sudoeste a nordeste e percorre grandes extensões urbanas, sendo receptor dos
esgotos tratados da cidade e do DAIA.
Seus principais afluentes pela margem direita são os córregos Góis, Água Fria, São Silvestre, da
Formiga, Bebedouro e o Rio da Extrema e seus tributários; pela margem esquerda os córregos dos
Cezários, Reboleiras, Barreiro, da Grama, Pires e Palmital.
Com 5.300 metros de extensão, este corpo hídrico está no extremo norte/noroeste de Anápolis,
sendo o manancial que abastece a cidade (foto 02).
A expansão urbana e rural, e a crescente atividade agrícola utilizando a irrigação fazem com que
esta microbacia sofra degradação acelerada, interferindo negativamente na quantidade e na qualidade
de suas águas, gerando conflitos de usos dos recursos hídricos.
Localizado no noroeste da cidade são seus principais afluentes os córregos Brejo Grande e
Traíras.
Águas Subterrâneas
Segundo dados do estudo ambiental realizado para o DAIA, nesta região de "terras altas", o
volume das águas subterrâneas depende diretamente da infiltração das águas meteóricas que
alimentam o lençol freático e as cabeceiras das pequenas drenagens. O município registra nos últimos
anos um constante rebaixamento deste lençol freático e maior taxa de evaporação em relação à
precipitação pluviométrica, modificando o clima e quebrando o ciclo hidrológico.
3.3 Relevo
O relevo de Anápolis caracteriza-se em sua maioria por apresentar uma superfície suavemente
ondulada, com cotas que variam de 800 m a 1.160 m, onde se destacam alguns morros com cotas
superiores a 1.100 m. Nos divisores das bacias hidrográficas, aparecem chapadões de topos planos
com altitude média de 1.080 m, em cujas encostas se originam várias nascentes (mapa 07).
Na bacia drenada pelo Rio João Leite, são encontradas as terras mais baixas, com cotas
variando de 800 m no Distrito de Goialândia a 1.000 m na borda oeste da cidade, onde se localizam as
nascentes formadoras do Ribeirão Jurubatuba, afluente da margem esquerda do Rio João Leite.
plano a suavemente ondulado: suaves, até 10%, englobando 79% das terras do município;
ondulado: superfícies com declives entre 10 e 20%, perfazendo 18% da área municipal;
fortemente ondulado: de topografia movimentada, com declives superiores a 20%, somando
cerca de 3% das terras
As rochas cristalinas mais antigas se distribuem na área segundo uma faixa alongada de direção
preferencial NW-SE, com maior representatividade areal na porção sul/sudeste, sendo recobertas
indistintamente por uma cobertura quase plana, formada por solos semiconsolidados, mal classificados
e espessura superior a 10 m. Superficialmente possuem composição areno-argilosa, coloração
amarelada a avermelhada, intercalados por materiais ferruginosos (lateritas) e argilosos, mais
espessos, de cor avermelhada, e, por último, rochas alteradas de cores mais claras.
Os latossolos são profundos, bem drenados, bastante porosos, com avançado estágio de
intemperismo e processo intensivo de lixiviação, o que resulta numa baixa reserva de elementos
nutritivos às plantas. São solos pouco susceptíveis aos processos erosivos, geralmente encontrados
em relevo plano a suavemente ondulado. Na área do município predominam o latossolo vermelho
distrófico e o latossolo vermelho-amarelo distrófico, ocupando 89% das terras. Sua utilização agrícola
racional exigirá a aplicação de práticas de adubação e calagem.
Os diversos locais com processos erosivos em sulcos (voçorocas), desenvolvidos em solos desta
natureza, geralmente nos locais mais ondulados, onde, além das condições topográficas, o uso
inadequado do solo permitiu o aparecimento dos processos erosivos, provocados, principalmente, por
fluxo concentrado de águas pluviais (entorno da área urbana) e por manejo inadequado de áreas com
pastagem (mapa 11). As áreas caracterizadas como de alta susceptibilidade erosiva exibem
naturalmente este potencial à erosão, devido ao tipo de solo e relevo ondulado. Analisando-se o tipo de
ocupação, estes fatores podem acentuar os processos erosivos, principalmente quando a cobertura
vegetal é removida ou quando a destinação é para fins urbanos (foto 05), neste caso exigindo altos
investimentos em infra-estrutura.
No município a grande maioria das áreas de preservação permanente não está sendo respeitada
(foto 06). Segundo a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, do Código Florestal Brasileiro, alterada
pela lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, em seu artigo 2º e, a Lei Estadual nº 12.596, de 14 de março de
1995, que institui a Política Florestal do Estado de Goiás, em seus artigos 5º e 6º, são consideradas
áreas de preservação permanente: "As florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao
longo dos rios ou de qualquer curso d'água, desde o seu nível mais alto em faixa marginal, sendo a
largura mínima de 30 m para os cursos d'água que tenham menos de 10 m de largura; de 50 m para os
cursos d'água que tenham de 10 a 50 m de largura ; nas nascentes, ainda que intermitentes e nos
chamados "olhos d'água", qualquer que seja sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m de
largura ; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais, em faixa marginal, com
largura mínima de 30 m para os que estejam situados em áreas urbanas e, 100 m para os que estejam
em área rural, exceto os corpos d'água com até 20 ha de superfície, cuja faixa marginal seja de 50
metros.”
Ainda de acordo com a Lei Florestal do Estado de Goiás, todas as propriedades rurais devem
preservar 20% das terras com cobertura florestal (reserva legal), cuja recomposição foi tornada
obrigatória pelo Art. 99 da Lei 8.171/91.
Na Zona Rural a maior ocupação do solo se dá com as pastagens destinadas à pecuária de leite,
desenvolvidas em pequenas propriedades (foto 07). Também é significativa a produção de hortaliças
(foto 08), sendo que grande parte visa suprir os mercados de Brasília, Goiânia e Anápolis. Além das
hortaliças existe também uma boa produção de bananas, frutas cítricas, mandioca, soja, milho, feijão e
arroz. Sendo que os três últimos se caracterizam apenas como cultivos de subsistência.
Na área da bacia do Rio das Antas a maioria das terras é de uso agrícola. Na bacia do Ribeirão
Piancó, além da agricultura, a pecuária está bastante desenvolvida. Nas bacias dos rio Padre Souza e
João Leite, destacam-se pastagens e maior preservação das formas vegetais nativas por se tratar de
superfícies acidentadas, dificultando em parte o avanço do desmatamento. Porém, esta prática pode
ser observada em todas as regiões, onde as faixas de preservação permanente foram flagrantemente
desrespeitadas pela remoção da cobertura vegetal ao longo dos cursos d'água e também em suas
nascentes (foto 09), deixando estas terras propícias a processos erosivos (foto 10) e deteriorando o
caráter de perenidade das drenagens.
O aumento do número de moradores na cidade significa crescente demanda por emprego (com
elevação do índice de trabalho informal), assim como por serviços e equipamentos urbanos (segurança,
saneamento, eletrificação, hospitais, habitação, educação). A evasão campo-cidade é um fenômeno
que tem interface com causas associadas à modernização das economias brasileira e goiana. Sua
origem remonta aos anos 60, quando o Brasil e especialmente Goiás, passaram por um processo de
urbanização que levou inchaço populacional às médias e grandes cidades. Isso explica a crescente
demanda por serviços coletivos, inversamente proporcional à capacidade do poder público em atendê-
la, motivando desigualdades sociais e regionais.
O fato de Anápolis ter a segunda maior economia dos municípios de Goiás, destacar-se como
pólo de indústria, comércio, mercado de trabalho e de centro de ensino universitário concorre para o
fenômeno da urbanização.
O fluxo migratório que se destinou à região teve origem, principalmente, em municípios do Estado
de Goiás; os migrantes de outros Estados da Federação originaram-se, em sua maioria, de Minas
Gerais e São Paulo.
A pirâmide etária de Anápolis do ano de 2000 constata que a percentagem da população jovem
de 0 a 4 anos e de 5 a 9, que não se enquadra na População Economicamente Ativa (PEA),
juntas, somam percentual aproximado ao das demais faixas etárias, o que não altera a demanda por
serviços públicos. Mas, a elevação demográfica ocorrida na década de 80, sugere aumento da demanda
por tais serviços.(tabela 20)
Dados mais atualizados indicam percentuais similares aos de 1991, com a seguinte renda média
mensal dos chefes de família: 40,60% ganham de 1 a 3 salários mínimos (salário mínimo de R$ 151,00
em 2000). Esse valor, somado ao percentual dos chefes de domicílio que não têm nenhum rendimento e
os que ganham até um salário mínimo, chega a 73,47%. Em oposição a esse percentual, 6,25% ganham
mais que 10 salários mínimos, o que indica uma distribuição de renda desigual como a apresentada pelo
quadro nacional.
Comparada as tabelas 21 e 22, o total dos chefes de domicílio aumentou de 68.516 para 77.759,
entretanto não houve alteração significativa no percentual de sua renda.
TABELA 19
POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO O MUNICÍPIO E OS DISTRITOS
1990-03
(1 )
Popula çã o re side nte
Município
Ano Sede
Distritos
Tota l
Tota l
Tota l Goia lâ ndia Inte rlâ ndia Joa ná polis Souzâ nia
Tabela 20
Tabela 20 - População Residente - 2000
Obs. - Dados populacionais oficiais disponibilizados pelo IBGE. Essa tabela não foi atualizada
com os novos dados, após a emancipação de Rodrigues Nascimento(Campo Limpo de Goiás).
FONTE: Censo IBGE
GRÁFICO 01
Faixa Etária (em anos)
Percentual da População
TABELA 21
RENDIMENTO MENSAL DO CHEFE DO DOMICÍLIO
EM SALÁRIOS MÍNIMOS ( CENSO DE 1991)
Renda mensal do
Total %
chefe de família
TABELA 22
RENDIMENTO MENSAL DO CHEFE DO DOMICÍLIO
EM SALÁRIOS MÍNIMOS ( 1996)
Re nda m e nsa l do
Tota l %
che fe de fa m ília
Como produção da cidade quer se afirmar que cotidianamente novos edifícios são construídos,
ruas são abertas, infra-estruturas são implantadas e loteamentos são aprovados e abertos para
consumo da população, ou seja, é a forma de urbanização para construção de espaços de usufruto da
coletividade.
Esta última foi consolidada a partir da implantação do DAIA em 1974. Como em outras cidades, a
expansão física está sempre atrelada ao desenvolvimento econômico e social. Em Anápolis não foi
diferente. A partir dos anos 60, a forte atração da população regional e o interesse dos empreendedores
locais foram os motivos para se expandir as cidades ou de abrir ruas e avenidas e construir novos
prédios.
No início da década de 50, a sede do município de Anápolis tinha 18.350 habitantes. Eles
ocupavam uma superfície de 317,6ha com uma densidade bruta de 57,8 hab/ ha. Densidade que refletia
o padrão de ocupação urbana no formato de casas unifamiliares em lotes urbanos de dimensões
médias de 480m².
Até a década de 50, aquela tipologia de ocupação urbana era típica de província daquele tempo
com boa qualidade de vida. Era uma cidade compacta, sem descontinuidade da mancha urbana,
embora com baixa densidade. O tecido urbano era adequado para implantação de equipamentos
públicos e infra - estrutura urbana.
A ruptura da contigüidade da mancha urbana iniciou no meado da década de 50, quando foi
adicionada à superfície loteada 1807ha à existente. Enquanto o crescimento demográfico naquela
época foi de apenas de 32.103 hab ou seja a população multiplicou-se por 1,7, a superfície loteada
cresceu 5,7 vezes. A densidade bruta caiu vertiginosamente de 57,8 hab/ha para 23,74 hab/ha. Este
fato caracteriza o início do espraiamento da cidade e conseqüentemente impossibilitando ao governo
municipal acompanhar, com a produção das infra - estruturas urbanas e dos equipamentos públicos, o
crescimento da superfície loteada (mapa 12).
No final da década de 60, o governo municipal, preocupado com a desorganização do seu tecido
urbano, elaborou seu primeiro Plano Diretor. Naquela época foi aprovada a Lei Municipal nº160/69, que
estabelecia requisitos para divisão e expansão da área urbana, parcelamento e ocupação do solo,
mediante o zoneamento da cidade, levando-se em consideração a ocupação urbana existente.
Esse procedimento institucional não reverteu o processo negativo da relação entre crescimento
populacional e a expansão da superfície loteada em termos de densidade de ocupação. Entre os anos
1960 e 1980, a densidade urbana pouco aumentou de 23,74 hab/ha para 36,2hab/ha, ainda muito baixa
para os padrões relativos aos custos de urbanização. Essa densidade de ocupação habitacional reflete
o processo da fragmentação do tecido urbano de Anápolis com a criação sistemática de vazios urbanos
situados entre os diversos loteamentos aprovados longe da malha urbana consolidada (mapas 13 e 14).
Pela avaliação do Plano Diretor de 1985 deduz-se que a pressão de crescimento populacional e
a incapacidade do poder público em gerenciar a sua implantação foram as principais causas que
impediram o crescimento funcional da cidade.
Esses fatos ocasionaram o crescimento rápido e desordenado da cidade, com alto déficit de
infra-estrutura urbana, de água, asfalto, esgotamento sanitário, educação, saúde e lazer, impedindo
que a cidade de Anápolis desempenhasse suas funções econômica e social de maneira sustentável.
Evidenciou-se o comprometimento da qualidade de vida dos anapolinos pela incapacidade do governo
municipal em financiar a urbanização da cidade nos padrões médios de qualidade e pelo aumento das
distâncias percorridas pelo transportes públicos onerando a tarifa. Naquela época o plano diretor de
Anápolis/85 recomendava uma política mais agressiva quanto a gestão do seu espaço. Apesar das
recomendações explicitadas pelo plano diretor a produção da cidade continuou sem se referenciar às
leis reguladoras da intervenção no solo urbano (mapa 15).
Em 1992, foram feitos novos estudos e diagnósticos das condições físico-territoriais da cidade
para revisão e atualização do Plano Diretor aprovado em 1985. Naquela época foi aprovada pela
câmara municipal a revisão do Plano Diretor, expresso através das seguintes leis municipais:
Lei Municipal nº 2.077 / 92, que tratava do Plano Diretor;
Lei Municipal 2.078 / 92, que tratava do Parcelamento do Solo;
Lei Municipal 2.079 / 92, que tratava do Zoneamento;
Lei Municipal 2.080 / 92, que tratava Lei dos Conjuntos Habitacionais de Natureza Social.
Tais leis inovaram na forma e conteúdo da produção da cidade, todavia trouxeram dispositivos
que até hoje, passados 13 anos, não foram regulamentados. Como exemplo, o artigo 6º da Lei nº 2.077 /
92, que estabelece o perímetro urbano, condiciona a sua aplicação a uma regulamentação da
descrição analítica do perímetro urbano, expresso em lei que não foi regulamentada, fato que fragiliza o
controle da expansão física da cidade.
Lei nº 2.078 / 92, que regulamenta o parcelamento do solo e prescreve a exigência de infra-
estrutura mínima para aprovação de loteamentos. Entretanto, poucos loteamentos foram
aprovados entre 1992 e 1998. Essa lei teve 03 (três) alterações no final da década de 90, através
das Leis Municipais nº 2.572 / 98 (revogada), 2.591 / 98 que, por sua vez foi alterada, em alguns
dispositivos pela Lei nº 2.634 / 99.
Lei nº 2.591 / 92, de 22 de junho de 1998, que altera a expansão urbana passando a ser definida
da seguinte forma: "Art. 2º. A Prefeitura Municipal poderá aprovar loteamentos para fins urbanos
em áreas lindeiras às rodovias federais e estaduais, integrantes de expansão urbana,
circunvizinhas e limítrofes às áreas já loteadas". Entre 1998 e 2000, foram aprovados 40
loteamentos. Isto se deve a interpretação do artigo segundo que considerou o perímetro urbano
como linha aberta e indefinida, inviabilizando o controle da expansão urbana.
O modelo espacial resultante em Anápolis não resolveu uma série de questões urbanísticas
centrais propostas pelos diversos planos diretores, resultando na:
Distribuição desigual dos serviços urbanos na periferia e concentrados no centro e nos bairros
onde a população possui maior renda;
Degradação da região central;
Construção da cidade desigual na periferia urbana;
Precárias condições de urbanização e saneamento,
Legislação urbanística desatualizada em função da fragilidade do sistema de planejamento, em
acompanhar a dinâmica urbana;
Vulnerabilidade dos recursos naturais à expansão urbana e atividades econômicas e sociais;
Tecido urbano espraiado, pouco denso e desarticulado;
Déficits quantitativos e qualitativos de habilitação social;
O sistema de mobilidade pessoal que não proporciona acesso amplo e democrático a todas as
partes da cidade.
O resultado da produção da cidade de Anápolis nestes últimos cinqüenta anos tem como causa,
como já foi identificado, a gestão territorial colocada em prática a partir dos anos 60. Os governos
municipais foram coniventes com a iniciativa privada no papel da produção da expansão física da
cidade, não exercendo o controle planejado quando da aprovação de novos loteamentos ou mesmo ao
ampliar, através de leis municipais, as zonas de expansão urbana.
Como conclusão, pode-se afirmar que o maior entrave ao crescimento ordenado e sustentável
da cidade é a incapacidade da administração pública em gerenciar a produção da cidade referenciada
pelos planos diretores aprovados anteriormente.
·
Elementos de Estruturação
Redes Hídricas
As redes hídricas que atravessam o tecido urbano, enquanto espaços lineares, não participam,
no tecido urbano, como elementos estruturadores. Os governos municipais de Anápolis ainda não
conseguiram solucionar as questões relativas às áreas de preservação permanente e de recursos
hídricos. Por exemplo, a Lei Municipal nº 2591, artigo 3º inciso lll está em desacordo com o Código
Florestal Estadual e com as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, quanto ao
dimensionamento das Áreas de Preservação Permanente - APP, por uma linha de 15.00m (quinze
metros) paralela a cada margem do curso d'agua, quando deveria ser no mínimo 30.00m (trinta metros).
As redes hídricas urbanas formadas pelos córregos das Antas, Água Fria, Góis, e João Cezário
poderiam formar uma rede de parques lineares, desde que fossem observadas as restrições quanto a
ocupação das suas Áreas de Preservação Permanente.
urbano com resultados extraordinários para qualidade física e ambiental para a cidade, com ocupações
inapropriadas e desconformes com as leis ambientais, federal e municipal. O problema se amplia para
o território municipal onde a preservação de redes hídricas não são observadas (mapas 17 e 18).
Redes Viárias
A rede viária estrutural de Anápolis é formada pelas antigas estradas que conectavam o núcleo
urbano em formação com o restante do Estado e conseqüentemente do País. Como tinham a função de
integração sócio - espacial, foram indutoras do crescimento urbano caracterizando uma forma estrelar
radiôcentrica, que se articulava com a malha viária do núcleo de origem da cidade.
Ferrovia
Vias Urbanas
Avenida Brasil
A Avenida Brasil é o principal eixo estruturador da cidade. Nos seus primórdios era a rodovia
federal BR 014 de ligação entre o norte e o sul do país. Pela sua característica rodoviária, o uso do solo
nas suas extremidades norte e sul, adquiriu a tipologia de comércio e serviços regionais de grande
porte. Quando a via se aproxima do centro os usos se transformam naqueles típicos de centro de
cidade. A Avenida Brasil tem 12 Km de extensão e apresenta alto nível de fluidez de tráfego, com baixa
acessibilidade e pouca integração com as atividades econômicas lindeiras. A injustificável pobreza da
paisagem urbana em quase toda sua extensão é devido à incapacidade dos gestores anapolinos em
compreender a importância da Avenida Brasil para promover tanto a estruturação do tecido da cidade
quanto sua integração com o território regional.
Avenida Goiás, Santos Dumont, Barão do Rio Branco e Avenida Mato Grosso
Estas avenidas formam importante eixo de promoção da circulação entre as regiões leste e oeste
da cidade. Ligam o conjunto Filostro à Vila Fabril, passando pelo centro, configurando o único eixo
estruturante leste - oeste. Como possuem a função de circulação, a fluidez do tráfego é muito
importante. O controle de estacionamentos e de atividades econômicas com impacto no trânsito
deverão ser observados pelo Plano Diretor. O uso do solo lindeiro às avenidas possui características
diferenciadas pela miscigenação de usos.
A Avenida Pedro Ludovico é o eixo que estrutura a região sudoeste, embora seu desenho e sua
ocupação lindeira restrinjam seu desenvolvimento. A Avenida Pedro Ludovico conecta a rodovia BR
153 no extremo sudeste da cidade ao centro. No seu percurso ela tangencia os bairros mais pobres de
Anápolis. É uma via importante para garantir fluidez de tráfego. As atividade econômicas lindeiras
instaladas são de comércio e serviços com pouca atividade regional.
Avenida JK
A Avenida JK é uma via que estrutura a região sudeste. Esta, liga o centro da cidade ao trevo na
interseção da BR-060 com a BR-153. Desde a implantação do semi-anel viário de contorno leste vem
perdendo importância como função econômica com o declínio das atividades industriais lindeiras a ela.
Muitos galpões, hoje fechados, funcionam como indutores da deterioração da paisagem urbana. Deve-
se pensar numa forma de incentivar outras atividades econômicas ou sociais nos galpões fechados.
Avenida Tiradentes
A Avenida Tiradentes é o eixo que estrutura a região noroeste, principalmente a Vila Jaiara. Ela
vem perdendo importância como centralidade linear embora mantenha a sua função de circular
pessoas. Com a construção do trevo na interseção da Avenida Brasil, Universitária e BR-414 com a BR-
153, a Avenida Tiradentes se tornará uma via de ligação urbana sem função estrutural, porém
continuará ser importante para circulação de pessoas por ligar diversos bairros ao centro da cidade.
Avenida Universitária
Semi-Anel Viário
O semi-anel viário é um eixo rodoviário regional de passagem, que contorna as regiões sul, leste
e norte da cidade, onde estão se instalando serviços de estradas, hotéis, universidades, faculdades e a
Plataforma Logística Multimodal, numa caracterização de atividades miscigenadas, porém com
qualidade.
As vias urbanas por onde circulam os ônibus de transporte urbano são eixos estruturadores pela
formação de centralidades lineares dinamizados pelo uso do solo lindeiro. Em muitos casos, estão
inadequados para a função estruturadora a que estão destinados. A relação uso do solo/ transporte
urbano é fundamental para a formação da rede estrutural de eixos e pólo de centralidade e não foi
observada pelo planejamento da cidade (mapas 19 e 20).
São poucos os espaços polares que integram os lugares da cidade. O centro urbano é um deles.
Associado ao terminal de transbordo do transporte público forma o principal elemento integrador da
cidade. As universidades, em menor escala, são também elementos integradores do tecido urbano. Faz
parte deste conteúdo de estruturação urbana os parques: da Criança, da Juventude e JK. Já o espaço
formado pelo conjunto de edifícios institucionais, local da sede da Prefeitura, do Legislativo, do Ginásio
Municipal e do terminal rodoviário, se encontra desarticulado e maltratado enquanto lugar para ser
usufruído pela população, embora possua potencial para se tornar um lugar referencial mais importante
para comunidade de Anápolis.
A coesão social e urbana depende de sua estruturação espacial, sem ela a cidade e
conseqüentemente o bairro perdem a sua principal função que é de integrar e articular pessoas para
construção da cidadania.
Das análises realizadas percebe-se que a cidade necessita de maior atenção quanto a
estruturação do seu tecido (mapa 21).
A Lei Municipal do Plano Diretor de 1992 (mapa 22) avançou nos conceitos e em definições
sobre uso e ocupação do solo estabeleceu novo zoneamento urbano, dividindo a cidade em:
VI - Zonas Verdes de Preservação - ZVP estão localizadas principalmente ao longo dos cursos
d'água.
Para cada zona de uso correspondem índices de ocupação e taxas de aproveitamento, bem
como afastamentos e recuos específicos e distintos, conforme a finalidade da construção e sua
localização.
Caráter rígido e inflexível, com visão controladora, que não permitiu revisões periódicas que
acompanham a dinâmica da cidade;
O executivo municipal propõe constantemente revisões das leis, sem ouvir a comissão de
zoneamento e sem a visão de planejamento do ordenamento territorial;
A relação da capacidade de suporte da via com a densificação de seus lotes lindeiros gera muita
incompreensão por parte dos empreendedores;
Conflitos entre à APP (Área de Preservação Permanente) e os usos e ocupação do solo nos lotes
dos loteamentos aprovados antes das leis ambientais;
Várias incompatibilidades na aplicação dos usos definidos por lei, Ex: Vila Industrial, Setor Sul,
Jamil Miguel, Pólo Centro, Parque São João, Calixtolândia;
Normas para remembramento de chácaras situadas na zona rural e a caracterização de seu uso;
Grande resistência da população com respeito à exigência de recuo frontal para construções
comerciais em meio de quadra; para recuo de fundos para edículas acima de 36,00m² e para
galpões; para recuos de 5,00m. a partir do 2º pavimento nas zonas de comércio e serviço;
Falta de uma política de moradia econômica para abrigar famílias carentes, cuja alternativa não é
outra senão construir seus barracos em zonas de risco, áreas de proteção ambiental e faixas não
edificantes junto a córregos da cidade;
O parcelamento do solo, pelo Plano Diretor de 1992, exige dimensões e áreas mínimas para
lotes residenciais unifamiliares, isto é, para receber uma única edificação.Todavia, promove
posteriormente, a regularização de duas ou mais edificações nos mesmos; bem como seu
desdobro em dois ou mais terrenos com dimensões e áreas inferiores inicialmente exigidas;
Grande interesse da população por habitação coletiva ao longo das ZCSR, nas quais não é
permitido nem ao menos o uso misto;
Problemas relativos a alguns loteamentos considerados como ZH quando têm grande parte
confrontando com ZCSR (ex.: Jardim Europa, Novo Jundiaí, Arco Verde etc.), com vocação para
indústrias de pequeno porte e comércio de grande porte (ex.: Setor Sul Jamil Miguel, Pólo
Centro, Parque São João, Calixtolândia);
Necessidade de definição como Zona de Comércio e Serviço de várias vias por onde circula o
transporte coletivo, cuja vocação natural já está bem definida, como por exemplo a Av. do
Estado, no Recanto do Sol.
De uma forma geral, a cidade de Anápolis apresenta uma miscigenação de usos em todo o seu
tecido urbano, e em muitos casos incompatibilidade de uso entre atividades e habitações tem gerado
impactos negativos, principalmente para a vizinhança do entorno imediato.
O tecido urbano com característica de uso misto entremeado pelos corredores de centralidade
possui na sua maioria usos específicos destinados às atividades econômicas. Os planos diretores de
1985 e 1992 procuraram reforçar aquelas tipologias de usos, porém são freqüentemente questionadas.
O local do terminal de transporte urbano, necessita de análise técnica mais apurada. Se por um
lado o sistema funciona adequadamente quando operado pela forma de transbordo através de um
único terminal central, seu impacto no centro da cidade é muito grande em relação ao sistema viário, a
qualidade da paisagem, pela incorporação do edifício histórico da Estação Ferroviária, e principalmente
pela necessidade de contínua expansão.
O sistema radial das vias estruturadoras de certo modo induz a necessidade desta forma de
operação. É preciso repensar o sistema através de um Plano Diretor de Transporte para evitar soluções
inadequadas.
Outro aspecto relevante do zoneamento é o impacto gerado pela mudança do uso e ocupação do
Bairro Jundiaí Industrial, que modificou uso comercial de grande porte para residencial, produzindo
impactos e conflitos das instalações industriais já consolidadas com as novas ocupações de uso
habitacional.
De forma geral, as leis urbanísticas que regulam a expansão física da cidade e o uso e ocupação
do solo são inacessíveis à maioria da população, criando desta forma a clandestinidade e o
licenciamento irregular. A forma de segregar usos torna-se um mal pela sua inflexibilidade, levando a
cidade à informalidade. O zoneamento e uso do solo na forma estabelecida por lei não foram suficientes
para comandar o mercado. As leis urbanísticas de Anápolis foram elaboradas para uma cidade de
modelo formal, idealizada sem a percepção da cidade real, aquela que se transforma através das forças
econômicas e sociais.
Anápolis está inserida no bioma cerrado que é caracterizado como uma vegetação de fisionomia
e floras próprias, apresentando formações florestais, savânicas e campestres. Na área municipal a
vegetação natural ainda existente é composta por fitofisionomias pertencentes a estes três tipos de
formações.
Dentre as formações florestais, podem ser encontradas as matas ripárias (matas ciliares e de
galeria), estando estas, na maioria das vezes, descaracterizadas pelo desmatamento, pela retirada
seletiva de determinadas espécies ou pelo crescimento urbano desordenado.Também são encontradas
as matas semicaducifólias de interflúvio,localizadas isoladamente em determinados locais do município
(foto11), na área urbana duas delas encontram-se dentro de Parques Municipais de uso recreativo, não
sendo estes instituídos como unidades de conservação de acordo com a lei nº 9.985 de 18/07/2000, que
institui o sistema nacional de unidades de conservação (SNUC).
Nas propriedades rurais do município foi constatado que a grande maioria das áreas de
preservação permanente e de reserva legal não vem sendo respeitadas, tão pouco associadas, o que
viria potencializar os esforços de conservação da biodiversidade (mapa 23).
Parque da Criança
Com 90.000 m², o Parque JK está situado no bairro do mesmo nome e foi construído em área de
recuperação ambiental de antiga erosão; voçoroca com mais de 20 anos de existência (foto 14).
Compreende um lago com 44.000 m², formado pelo represamento do Córrego Água Fria (afluente do
Rio das Antas), quadras de areia, pista para caminhada, praça de alimentação e estacionamento (mapa
24).
O Rio João Leite é um dos principais afluentes pela margem esquerda do Rio Meia Ponte,
contribuindo com 55% do abastecimento público da população de Goiânia. Os consumos domésticos,
comerciais e industriais desta população estão garantidos hoje em sua quase totalidade pela captação
de água neste rio e também no Rio Meia Ponte, cuja capacidade está se aproximando de seu limite.
Diante desta situação, o Governo de Goiás está construindo uma barragem que possa regularizar a
vazão do Rio João Leite, cujo volume de água diminui drasticamente durante a estação seca anual.
Conforme as previsões da Saneago, com a construção desta barragem, seria solucionada a demanda
de água para a região metropolitana de Goiânia.
É em geral área extensa, com certo grau de ocupação pelo homem, dotada de atributos abióticos,
bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (Lei 9.985/00).
As APAs não exigem desapropriação de terras. Elas apenas orientam as atividades produtivas de
forma a compatibilizá-las com os recursos naturais disponíveis. As terras permanecem sob domínio
particular de seus proprietários, porém, sujeitas às orientações de uso do solo e dos recursos naturais,
segundo os objetivos de proteção da área.
Em uma APA podem ser desenvolvidas atividades voltadas à educação ambiental, visitação,
pesquisa científica e às diversas atividades econômicas compatíveis com a utilização sustentável dos
recursos naturais. Localizada nos municípios de Anápolis, Campo Limpo de Goiás, Goianápolis,
Goiânia, Nerópolis, Ouro Verde de Goiás e Terezópolis de Goiás, a APA João Leite ocupa área total de
721,28 km² e abrange extensão de aproximadamente 143 km.
Ouro Verde
100% 8% 13% 20% Goiânia
35%
Anápolis
Nerópolis
Goianápolis
77%
100% Campo Limpo
Terezópolis
Considerado um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos é muito
discutida no âmbito governamental, merecendo atenção necessária por parte do poder público. Isso
reforça as preocupações com os problemas ambientais urbanos, dentre eles o gerenciamento dos
resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à esfera da administração municipal, segundo a Política
Estadual de Resíduos Sólidos (Lei nº 14.248/02).
Com o crescimento das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em remover o
lixo de logradouros e edificações, mas, principalmente, em dar um destino final adequado aos resíduos
coletados.
Por essa razão, é comum observar nos municípios de menor porte a presença de "lixões". São
locais onde os resíduos sólidos coletados são descartados a céu aberto, sem qualquer controle e sem
quaisquer cuidados ambientais, poluindo tanto o solo quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais
da vizinhança. Os lixões, além dos problemas sanitários como a proliferação de vetores de doenças,
constituem sério problema social, porque acabam atraindo os "catadores", indivíduos que fazem da cata
do lixo um meio de sobrevivência e, por conseqüência, acabam permanecendo na área onde o aterro é
implantado, vivendo em abrigos e casebres, criando famílias e até mesmo formando comunidades (foto
15).
Neste contexto, Anápolis, ao longo de sua história, dispunha lixo inadequadamente a céu aberto
até o final de 1999. Durante esse período e de acordo com registros levantados, nos últimos 15 anos os
"lixões" no município migraram de local seis vezes. Ao final, cumprindo Termo de Ajustamento de
Conduta, proposto pelo Ministério Público e homologado pelo Poder Judiciário em atendimento a uma
ação civil pública proposta pelo Ministério Público, o município implantou "em definitivo, o aterro
sanitário para a disposição do lixo urbano".
Pelos padrões das cidades interioranas do Brasil e em especial de Goiás, Anápolis é considerada
de grande porte. No município verifica-se a geração dos seguintes tipos de resíduos: domiciliar, público,
comercial, de serviços de saúde, agrícola, industrial, de aeroporto, de terminal rodoviário e entulho. A
quantidade e tipo de lixo coletado em Anápolis podem ser observados na tabela 23.
Tabela 23
Quantidade e tipo de lixo coletado no Município de Anápolis
Material T/dia
Domiciliar
Público 205
Comercial
Aeroportos
Portos
Serviços hospitalares e de saúde 2.000 Kg/dia
Agrícola
Industrial
Terminais ferroviários
Terminais rodoviários
Entulho 50
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2005)
A varrição, coleta, transporte e destinação ao aterro sanitário são terceirizados e realizados por
empresa contratada para esse fim (foto 17). Os Resíduos Sólidos do Serviço de Saúde (RSSS) são
coletados e transportados pela Prefeitura, sendo sua destinação final o aterro sanitário, que é de
responsabilidade de empresa terceirizada. Serviços de limpeza de logradouros públicos, bueiros,
roçagem, capina, poda de árvores, entre outros, são realizados por contratados da Prefeitura, sob a
coordenação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O Aterro Sanitário de Anápolis dista 9 km da malha urbana, situado ao lado da BR-153, oposto à
concentração urbana. O acesso é por via asfaltada, em boas condições de tráfego. A área total
disponível é de cerca de 34 hectares, cercada, com guarita e balança eletrônica (foto 18).
A tabela 24 apresenta o método utilizado pelo município para a destinação final do lixo urbano e a
quantidade mensal. Entre julho/2004 a abril/2005, obteve-se média de coleta de resíduos domiciliares
e/ou comerciais de 5.300 toneladas/mês.
Tabela 24
Destinação final do lixo urbano - Anápolis
Local Quantidade
Em Anápolis esse tipo de lixo é coletado por empresas privadas que, em acordo firmado com a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos devem dispô-lo no Aterro Sanitário.
Também é utilizado na recuperação de áreas erodidas e aterramento de lotes dentro da zona urbana,
pela maioria dos municípios brasileiros, que por falta de estrutura organizacional, econômica e até
mesmo de conhecimento, não aplicam a estes materiais, o princípio da reciclagem, que atualmente vem
se tornando matéria-prima escassa na construção civil.
todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em recipiente próximo
ao local de sua geração;
os resíduos infectantes compostos por membros, órgãos e tecidos de origem humana têm que
ser dispostos, em separado, em sacos plásticos brancos leitosos, devidamente fechados.
Este serviço de coleta especial é realizado pela Prefeitura, utilizando veículo compactador
destinado a coletar exclusivamente o lixo das unidades de saúde e hospitalar.
Como forma de minimizar o impacto causado por essas atividades potencialmente poluidoras, o
Brasil regulamenta sua instalação e desenvolvimento através de leis, decretos, portarias e resoluções.
No âmbito estadual, a Agência Goiana de Meio Ambiente (Agência Ambiental) e a Secretaria Estadual
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) recorrem à Lei 8.544/78 para disciplinar e controlar a
poluição do meio ambiente no Estado.
No encontro com o Córrego Góis (Avenida Brasil Sul e Rua Miguel João), onde se inicia a sua
canalização, ocorrem freqüentes inundações. Desde as proximidades do Terminal Rodoviário
Intermunicipal à Vila Sta. Maria de Nazaré, há inundações periódicas, em período de alta pluviosidade,
atingindo as casas às suas margens. O trecho é um dos mais críticos.
A área localizada ao longo deste curso d'água encontra-se totalmente urbanizada e com alto grau
de impermeabilização, condicionando o recebimento das águas das chuvas, fato que pode ser notado
ao longo dos bairros Alexandrina e Maracanã.
As áreas de preservação permanente são quase inexistentes, tendo como conseqüência grande
número de erosões e elevado grau de assoreamento.
Em quase toda extensão deste córrego há um índice acentuado de declividade, por se tratar de
fundo de vale, como se observa no Bairro Alexandrina. Entre a Avenida Universitária e o seu ponto de
encontro com o Rio das Antas, nas proximidades do Ginásio Internacional de Anápolis, ocorrem, em
períodos de alta pluviosidade, inundações. Trata-se de área caracterizada como planície de inundação,
intensificada pelo processo de urbanização mal planejado.
Estas condicionantes naturais no entorno deste corpo hídrico, fazem com que a forma de
ocupação da área seja considerada de risco geológico e também de risco para edificações humanas.
Córrego Góis
Ao longo deste córrego o grau de urbanização é bastante elevado, porém, há pouca
impermeabilização, onde a retirada quase total da vegetação natural condicionou a processos de
erosão do solo e sedimentação. Isto pode ser observado desde sua principal nascente, no Bairro São
João, até as proximidades da Vila Goiás. Entre a Vila Goiás e o encontro com o Rio das Antas, nas
proximidades da Av. Brasil, nota-se maior grau de impermeabilização, ocorrendo intensas inundações
durante o período chuvoso, por se tratar de planície de inundação, atingindo assim as edificações do
entorno.
no encontro do Córrego Água Fria com o Rio das Antas, nas imediações dos bairros Anápolis City e São
Carlos, com a Vila Santa Maria de Nazaré.
Córrego Catingueiro
Os trechos ao longo deste córrego apresentam alto grau de urbanização, ocorrendo de forma
irregular e com declividade considerável. Somado isto à impermeabilização e à perda da proteção
natural de suas margens, os processos erosivos se potencializaram, intensificando o risco geológico e
para edificações humanas.
7. HABITAÇÃO
Secretaria Municipal de Habitação
151
Já o Ministério das Cidades através da Fundação João Pinheiro (2002) considerou o déficit
habitacional da cidade de Anápolis de 7.500 moradias, proporcionalmente uma das menores do Centro-
Oeste.
As habitações nas favelas de Anápolis, de modo geral são de alvenaria, com baixo padrão
construtivo de acabamento e conservação. São construídas em áreas que oferecem risco aos
ocupantes e degradação do meio ambiente, a maioria sem infra-estrutura e saneamento básico.
unidades habitacionais que desabaram ou foram danificadas por deslizamentos, enchentes e outras
ocorrências.
*Fonte: Texto Habitação Plano Estratégico para assentamento subnormais PEMAS Programa Habitar BID, maio 2002.
7.3 População
A maioria da população situada em áreas de subnormalidade habitacional é oriunda do próprio
Estado de Goiás, que migra em busca de emprego e educação, com o objetivo maior de fixar moradia
em Anápolis.
Há presença de famílias originárias de outras regiões do país como Norte e Nordeste, que logram
no município melhores condições de sobrevivência. Em geral, são pessoas extremamente carentes,
sem escolaridade, preparo profissional e constantes problemas de saúde.
Estima-se que 80% da população das invasões não apresenta qualificação profissional, o que
torna difícil sua inserção no mercado de trabalho. Cerca de 50% sobrevivem à base de subempregos,
com renda média mensal inferior ou igual a um salário mínimo, sem qualquer vínculo ou direito
trabalhista. Um número significativo sobrevive graças à participação em programas assistenciais de
órgãos governamentais, sua única fonte de sustento familiar.
Os bairros Vivian Park, parte do Anápolis City e Morro do Cachimbo merecem maior atenção.
Foram classificados pela precariedade das ocupações e situação de risco a que são submetidos os
moradores, conforme descrição a seguir:
Vivian Park
Localiza-se na porção sudoeste do município, a cerca de quatro quilômetros do centro, na bacia
do Córrego Catingueiro. É parte do Vivian Park II. Apresenta declividade de 12% a 15%, solo em
processo de erosão tipo laminar e ravinas, provocada pela falta de manejo adequado e conservação,
agravada pela ausência de infra-estrutura básica, como rede de água potável, esgoto sanitário,
pavimentação e drenagem pluvial. As habitações situam-se em nível inferior ao greide da rua para
onde vertem as águas pluviais a céu aberto.
Habitado desde 1990, está localizado parte em propriedade particular e outra em área pública
municipal sem regularização urbanística e fundiária. É servido apenas de energia elétrica. São mínimas
as condições de moradia. Há carência total de serviços públicos inclusive coleta de lixo (foto 20).
A população abastece-se de água por meio de poços rasos ou cisternas. A ausência de esgoto
sanitário compromete os mananciais subterrâneos, colocando em risco a saúde dos habitantes.
Anápolis City
É parte de um loteamento particular, aprovado em 1969 e alterado entre os anos de 1985 e 1986,
com 2.466 lotes. As 90 habitações em situação de risco são, em sua maioria, invasões de área pública
institucional, designada na ocasião da ocupação, como parte de trecho de preservação do Córrego
Água Fria.
Segundo o Laudo Técnico Ambiental contratado pela Prefeitura em fevereiro de 2002, das 174
edificações existentes ao longo da margem do Córrego Água Fria, pelo menos metade encontra-se em
área de instabilidade do solo, com possibilidade de inundações e desmoronamento. Constatou-se
também a ocorrência de lixo e esgoto a céu aberto, e criadouros de vetores mecânicos que se tornam
focos de doenças de meio hídrico, caracterizando a área como extremamente insalubre, sujeitando a
população a contaminação por doenças patogênicas e transmissíveis por mosquitos.
A área tem elevada importância para o escoamento da bacia hidrográfica e das chuvas, e
apresenta potencial cênico natural para uma grande parte da população dos bairros vizinhos e
valorizada por toda a comunidade. Sua desocupação e recuperação são necessárias, com a alternativa
de remoção e reassentamento dos moradores em outro local. A maioria das famílias entrevistadas se
dispõe a desocupar a área, desde que seja removida para local próximo ao centro e “que o imóvel seja
do mesmo valor”. Considerando que as péssimas condições de habitabilidade desvalorizam o terreno,
subentende-se que a valorização se refere às benfeitorias de alvenaria ou outras de relevância nas
áreas de melhores condições.
Morro do Cachimbo
A terceira área, denominada Morro do Cachimbo, é a mais antiga em ocupação. Surgiu na
década de 60, ante a necessidade de alojar os hansenianos no Lar São Francisco (foto 25). A ocupação
alastrou-se ao redor do abrigo, consolidando a posse desde então, no Novo Paraíso, no encontro dos
bairros Paraíso SS e Vila São Joaquim. O assentamento situa-se a sudoeste, a 1.500 metros do setor
central, na bacia do Córrego Catingueiro, e é objeto de disputa judicial de difícil e demorada solução por
se tratar de área particular (foto 26).
A ocupação deu-se de forma espontânea, em terreno com declividade de 15% a 20%, que
abrange topo e encosta de morro. O sistema viário é desorganizado, sem pavimentação nem rede de
drenagem. A densidade urbana é elevada, com ausência de áreas verdes, solo em processo de
deterioração e escalvado com rochas aflorando.
Dentre as três áreas citadas, o Morro do Cachimbo apresenta maior consolidação, mas necessita
reordenamento do uso do espaço e da continuidade da implantação da infra-estrutura. A estimativa do
número de moradias gira em torno de 650, na sua maioria em alvenaria ou mistas com outro tipo de
material (foto 27).
Conforme reuniões “leitura da comunidade - 2005” foi identificado para o município determinadas
zonas especiais de interesses sociais - ZEIS, conseqüentemente passa a ser importante instrumento
para a política habitacional (mapa 27).
Destaca-se que essas novas moradias foram edificadas, em sistema de mutirão, com aplicação
de 0,0017% (R$ 700,00/unidade em um montante de R$ 165.900,00) do orçamento municipal na
urbanização da área utilizada, com a energia elétrica e abertura de ruas, fornecimento de material
básico (pedra marruada, areia e cimento) e doação de parte de área pública do município. O governo do
Estado de Goiás forneceu uma cesta básica de materiais de construção. Não houve novas iniciativas
nos anos de 1999 e 2000. Não há dados sobre a avaliação do município acerca dos programas
estaduais e federais, com relação às dificuldades para execução das obras e recebimento dos recursos
(2001).
No ano de 2004, o Governo do Estado de Goiás, implantou o Programa Morada Nova (341 casas)
em área doada pelo município.
Cheque Moradia:
Consiste na distribuição de cheques com valores previamente definidos que podem ser trocados
no comércio por materiais de construção. São liberados ao beneficiário à medida que se cumpre o
cronograma da obra.
PAI-H/FGTS:
Por meio de convênio com a Caixa, o Governo de Goiás, através da Agehab, realiza a quitação
das dívidas geradas pela inadimplência dos contratos das casas dos conjuntos do Programa de Ação
Imediata para Habitação (Pai-H).
A procura de mercado para pessoas com faixa de rendimento de até três salários mínimos se
concentra em áreas localizadas a leste e a norte da BR-153, e nas periféricas na parte oeste da
cidade.Em loteamentos mais distantes, como o Setor Residencial Dom Felipe, a negociação é feita em
72 prestações de R$122,00 (60% do salário mínimo)*. Nos mais próximos, áreas providas de infra-
estrutura e equipamentos urbanos, como o Residencial Las Palmas, distante do Residencial Dom
Felipe cerca de 2 km, o valor sobe para 72 prestações de R$180,00 (um salário mínimo)*. Estima-se
10% de inadimplência neste tipo de comercialização de lotes.
Em relação aos aluguéis, o valor médio mensal cobrado em moradia típica localizada em
loteamento regularizado é de R$ 150,00. Há redução de 33,34% desse valor-padrão em loteamento
clandestino, e de 73,34% quando em favelas. O maior comprometimento com os valores cobrados nos
aluguéis residenciais pode ser observado nas famílias com renda de até três salários mínimos: 25% do
orçamento mensal.
Tomando por base o preço do alqueire praticado no município de Anápolis (R$ 50.000,00) e a
quantidade-padrão de 90 lotes que esta superfície comporta, depreende-se que entre o preço médio de
um lote residencial área em regularizada na periferia urbana provida de infra-estrutura básica (R$
2.000,00) e o preço médio da gleba bruta, a valorização é de 450%. Estes dados acima se referem ao
ano de 2001.(Programa Habitar BID PEMAS)
Com os dados fornecidos pela AIA - Associação das Imobiliárias de Anápolis, foi possível mapear
a atual situação do mercado imobiliário de Anápolis no ano de 2005 (mapa 28).
Fonte: Texto produzido pelo plano estratégico para assentamentos subnormais - PEMAS, que contribui um instrumento
definidor e condutor das ações do Município na implementação do Programa Habitar Brasil - BID - maio,2002 e dados
revisados pelo plano diretor participativo de Anápolis - 2005.
Qualquer política pública de mobilidade urbana deve ter como diretriz e meta, conciliar e
harmonizar os deslocamentos de bens e pessoas em diferentes modais de transporte e adequar as
necessidades de acomodação da frota crescente no meio urbano, sem prejuízo dos componentes
sociais e ambientais. A garantia de sustentabilidade e eficiência das condições de circulação e
acessibilidade de bens e cidadãos depende do provimento de recursos técnicos, humanos e materiais
em bases permanentes e suficientes, simultâneas com a dinâmica de reprodução econômica do
município de Anápolis.
8.1 Trânsito
Quando o anapolino queixa-se das “condições de trânsito”, seu foco restringe-se ao extremo
visível de um problema sistêmico, contextual e conjuntural, que reflete no somatório das opções de
planejamento urbano, uso e ocupação do solo, infra-estrutura viária, projeto geométrico e de drenagem,
gerência de pavimento, iluminação pública, políticas de transporte público e do modelo operacional de
sinalização e fiscalização adotados por sucessivas administrações públicas municipais, que compõem
hoje, o desenho do ambiente urbano edificado. Reflete, também, o próprio contexto sócio-econômico da
população, a indisponibilidade de recursos para investimentos em requalificação proporcionais às
demandas e a própria cultura e atitude comportamental média de condução de veículos e administração
de conflitos de deslocamento pelos atores urbanos anapolinos motoristas, ciclistas, semoventes e
pedestres.
A acelerada multiplicação desses núcleos e expansão dos existentes, data de meados da década
de 50, através das conexões a nordeste que originaram o traçado da BR-060, quando da construção de
Brasília sem que isso configurasse, todavia, uma evolução para um modelo polinucleado clássico. Ao
contrário, o relativo isolamento desses núcleos vocacionados para o atendimento ao tráfego de
passagem privilegiou, a linearidade nas viagens não comprometidas com o município, como a
convergência pendular dos deslocamentos de ingresso e egresso ao núcleo central, como ainda
acentuou a descontinuidade da ocupação do tecido urbano periférico.
Essas interferências provocam a lentidão das viagens na área central, pela restrição de
manobras e do alto grau de equivalentes a ônibus e caminhões.
Outro problema crônico é o adensamento populacional verificado na região central, por conta da
aglutinação de centenas de pólos geradores de tráfego, especialmente de serviços bancários e
compras comparadas. Nas vias que compõem o acesso à Avenida Universitária, na Avenida São
Francisco e em cerca de outras oito locações, observa-se fenômeno semelhante de sobrecarga, devido
à atração de viagens por estabelecimentos de ensino. Embora o Código de Trânsito Brasileiro, no Artigo
93, ofereça instrumentos para solucionar essas situações, na prática não se observa historicamente a
adoção de qualquer ação restritiva ou mitigadora de impacto para a aprovação de instalação de pólos
geradores, de pequeno, médio ou grande porte. Falta previsão legal no plano diretor, para a exigência de
relatórios de impacto de vizinhança, e são insuficientes instrumentos de fiscalização.
Sinalização Horizontal
Os elementos mínimos de sinalização horizontal exigidos pela legislação estão aplicados em
todo o sistema viário pavimentado estrutural do município, bem como em todas as interseções do viário
local, sendo obedecidos rigorosamente os manuais de projeto do departamento nacional de trânsito -
DENATRAN e atualizações das resoluções do conselho nacional de trânsito - CONTRAN pelo
departamento de engenharia da companhia municipal de trânsito e transporte - CMTT, com cobertura
aproximada de 12.500 m² de demarcação viária. As faixas de retenção nas aproximações variam entre 1
e 3 metros de distância das faixas de pedestres, de acordo com os critérios de velocidade das vias
sinalizadas.
Sinalização Vertical
Sinalização de Regulamentação e Advertência
Embora haja profusão de sinalização vertical de regulamentação e advertência no município, o
padrão das placas existentes reflete a carência de recursos materiais da administração pública
municipal.
Sinalização Indicativa
Pode-se dizer que não existe sinalização indicativa adequada implantada no sistema viário de
Anápolis.
Sinalização Semafórica
Implantada em 50 interseções no município, sendo 18 delas na região do polígono central. Em
sua maioria eletromecânicos, para operação uniplanificada e os 20 equipamentos eletrônicos. Embora
tenham capacidade de operar entre quatro e dezesseis planos diários, operam com planos únicos,
devido á necessidade de integração dos ciclos aos equipamentos mais antigos.O mobiliário urbano de
semáforos é despadronizado.
Dispositivos auxiliares de controle - Redutores físicos de velocidade
Há cerca de três dezenas de dispositivos redutores físicos de velocidade (lombadas). Muitas
dessas ondulações verticais do pavimento foram executadas sem o devido critério técnico.
No ano de 2005 foram implantadas as primeiras oito faixas monitoradas segundo a nova diretriz
prevendo-se a readequação gradual de todos os equipamentos ampliando a fiscalização da velocidade
e avanço de semáforos com sistemas estatísticos, de controle e administração de trânsito, com a
implantação de uma central de atendimento ao usuário que permita interação sinérgica e democrática
com a população anapolina e com a instauração de um processo abrangente de educação para o
trânsito, de amplo alcance e de forma continuada e transversal.
Em abril de 2005, a frota registrada foi de 107.655 veículos, o que indica um aumento da projeção
da taxa de crescimento anual para 7,36% aa.
Tomando-se a estimativa populacional para o mesmo mês de abril de 2005, obtém-se uma taxa
de motorização de 1:2,77 veículos/habitante, indicador definitivo da opção modal da população
anapolina pelo transporte individual motorizado. Observe-se ainda que o modal motocicleta
corresponde, em Anápolis, a 18,9% do total da frota registrada, quase o dobro, portanto, da média
nacional. (RENAVAM, 2003 op. cit.IPEA, 2003)
Tabela 26
Veículos registrados no município de Anápolis - janeiro de 2005
A frota é composta por 165 veículos, com idade média de cinco anos, sendo quatro deles dotados
de elevadores hidráulicos para atendimento de passageiros com necessidades especiais e oito veículos
equipados com ar-condicionado e suspensão hidropneumática, para rebaixamento dos degraus de
acesso.
Essa frota responde pelo atendimento de 99 linhas regulares e 17 linhas especiais (tabela 27),
totalizando 1.850 km sobre viário arterial e coletor. Cerca de 37% dos pontos de parada oferecidos são
cobertos por abrigos, de vários padrões construtivos, em diferentes estágios de conservação.
Tabela 27 - Atendimento do transporte coletivo em Anápolis - 2005
Os headways são bastante variáveis, nos entrepicos (embora sigam um rigoroso planejamento
de horários nos pontos de controle), obedecendo à lógica de otimização de resposta à demanda,
segundo um modelo operacional bastante peculiar de gerenciar e informatizar o material rodante.
Esse modelo de gerenciamento permite uma sensível redução de ociosidade, visto que a
regulação de demanda é feita direta em função da oferta programada de veículos. Veículos excedentes
no entrepicos são redirecionados a uma garagem de regulação, na Avenida Universitária e relocados
em serviço, para atendimento dos headways de pico.
Pode-se deduzir inferências desse fenômeno migratório, (a) pela redução proporcional (e
estagnação quantitativa) do número de passageiros atendidos pelo transporte coletivo em Anápolis, em
relação ao crescimento demográfico verificado, ano a ano, (b) aumento proporcional do número de
motocicletas e ciclomotores na composição da frota registrada no município - 18,9% do total registrado
em dezembro de 2004, quase o dobro, portanto, da média nacional (RENAVAM, 2003 op. cit.IPEA,
2003). Isso revela forte propensão de potenciais usuários deste transporte pela opção da motorização
privada de baixo custo aquisitivo.
Nesse caso, à facilidade de acesso ao modo motocicleta soma-se o desejo desse usuário
migrante, de ampliar quantitativa e qualitativamente suas opções de mobilidade, inserindo-se em um
extrato social "diferenciado", ainda que através de um tipo de veículo limitado em capacidade, conforto e
em segurança.
No outro extremo, verifica-se - embora sem dados que balizem fundamentadamente (c) a opção
modal por deslocar a pé e por bicicleta, daí a necessidade da pesquisa O/D - uma parcela de usuários
potenciais (muitos deles migrantes) do transporte coletivo que, vulnerabilizada por interferentes sócio-
econômicos nas suas condições de acesso a emprego, serviços públicos essenciais, lazer e integração
social - à própria condição de subsistência, portanto - tem suas opções de mobilidade reduzidas, pela
insuficiência de recursos para usufruir do transporte público coletivo.
Como agravantes dos problemas citados de atratividade do transporte coletivo, que contribuem
tanto para o incremento da motorização privada, quanto para a exclusão social da mobilidade, encontra-
se o histórico clientelismo verificado tanto na concepção de extensões da rede como na concessão de
"gratuidades".
Na segunda situação - e é importante citar que Anápolis possui cerca de 15 tipos diferentes de
"gratuidades" no transporte coletivo, atende os mesmos elementos de pressão já citados - observa-se
que, junto com as "gratuidades" consagradas, ou de previsão legal federal, como estudantes em
viagens residência-escola-residência, vales-transporte e isenções para idosos, desdobra-se outra
dezena de subsídios, para usuários cadastrados, que não apresenta contrapartida orçamentária pública
para sua dotação. Ou seja, são instrumentos públicos sem receita própria, cujo orçamento se faz
através de diluição nas tarifas repassadas aos usuários. Vale lembrar que "gratuidade" encontra-se
grafada entre aspas, pelo simples fato de não existir, na prática. Alguém sempre paga essa socialização
do sistema, muitas vezes necessária e solidária. No caso de Anápolis, todo o conjunto de demais
usuários pagantes do transporte coletivo.
O resultado dos dois exemplos citados é evidente: a oneração das planilhas de custos do
sistema, cujo incremento é repassado aos usuários
8.3 Pedestre
A circulação e a acessibilidade de pedestres pressupõem um desenho urbano que privilegie: (a) a
autonomia e independência dos usuários da infra-estrutura viária; (b) a igualdade entre os pedestres
com plena movimentação motora e sensorial e os portadores de necessidades especiais; (c) o desenho
universal e o conceito de rotas acessíveis e (d) a mitigação de conflitos entre veículos, pedestres e
semoventes.
Partindo dessa premissa, pode-se afirmar que o ambiente público edificado de Anápolis,
caracterizado pela aleatoriedade do desenho geométrico urbano, não contempla, historicamente,
qualquer política de amparo à circulação de pedestres ou pessoas com mobilidade funcional reduzida
(PMFR). Tal condição está em amplo desacordo com as diretrizes legais dispostas no Artigo 182 da
Constituição Federal, na Lei 7.853, de 24/10/89, Decreto 3.298, de 20/12/99, Leis 10.048, de
14/11/2000, 10.098, de 19/12/2000 e na Norma Técnica Brasileira NBR 9050 da ABNT.
Como pessoas com mobilidade funcional reduzida - PMFR entenda-se qualquer limitação
motora ou sensorial que implique em restrições à acessibilidade de pessoas aos dispositivos físicos
implantados no sistema viário e no ambiente construído. Idosos, grávidas, crianças, os
temporariamente incapacitados por membros fraturados, cadeirantes, pessoas carregando grandes
volumes ou pesos, operando equipamentos eletrônicos, usando calçados de saltos altos ou
caminhando sobre trechos alagados. Essa nova abordagem procura descaracterizar o conceito de
"espaços para deficientes", que, via de regra, segrega os espaços públicos ao desenho universal. Não
se trata mais "deles", mas de "nós", pedestres.
Problemas Estruturais Crônicos
Os principais problemas de acessibilidade dos pedestres, assim entendidos, referem-se a duas
situações típicas: (a) os deslocamentos longitudinais nas vias, sobre os passeios e (b) os
deslocamentos transversais, ou travessias de leitos viários.
exemplo, em vias sem calçadas), ou onde há necessidade desses fluxos se cruzarem (travessias em
nível). Esse conflito é determinado pelo número e tipo de pedestres (idade, aptidão física, atenção),
volume de veículos e suas características (tráfego pesado, velocidade etc.), características da via no
local (largura, sentido único ou duplo de circulação, canteiro central, curvas, aclive/declive e outras) e
pela associação com o tipo e densidade de ocupação do solo.
Exemplos típicos são as travessias consolidadas na Avenida Brasil, onde a baixa densidade de
ocupação do solo, aliada ao desenho contínuo e fluído daquela via, demandaram a implantação de
redutores de velocidade eletrônicos, para proteção dos pedestres. Em outro extremo, verifica-se no
polígono central alta densidade demográfica, com a ocorrência de travessias ao longo de todas as
principais ruas, onde pedestres passam por entre os veículos (parados e em movimento), acentuando
as características de conflito, independentemente da adoção de tempos semafóricos específicos ou
sinalização específica.
Fator Tráfego
Juntamente com as características da via e o tipo de ocupação do solo, as condições de tráfego
contribuem para a maior ou menor segurança do pedestre. A velocidade real desenvolvida pelos
veículos e a capacidade da via, o volume de tráfego e seus picos horários, são fatores que influem. Por
exemplo: a conversão de veículos está entre os que mais incidem e constitui um dos grandes problemas
enfrentados pelo pedestre, pois a falta de oportunidade para fazer a travessia leva-o à impaciência e a
assumir riscos que podem conduzi-lo a uma situação de acidente.
Fator Via
Tanto as condições de traçado geométrico, conservação, sinalização e iluminação da via, como
as condições das calçadas contribuem sensivelmente para a segurança do pedestre.
Vias com curvas muito fechadas, como ocorre na região do polígono central, obstáculos, buracos
e pouca iluminação nas regiões periféricas e outras situações recorrentes, provocam perda de controle
do veículo, que, somada à inexistência de calçadas (ou mau estado de conservação, pouca largura),
evidenciam altos índices de atropelamentos. Em muitos casos, esse tipo de problema deriva de vias
projetadas em função exclusiva dos veículos, sem prever as necessidades de circulação dos pedestres.
Ainda quanto aos passeios, verifica-se, em toda a cidade, falta de padronização de gabaritos,
materiais construtivos, concordâncias verticais e cobertura vegetal.
Observa-se, ainda, que óbitos ocorridos após 72 horas, até 30 dias, são acompanhados pela
Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito - DEAT e associados aos acidentes em si, o que
corrobora e calibra a estatística geral e atesta uma gravidade ainda maior do problema.
Esses dados representaram, no ano de 2000, índices de 491,05 vítimas não fatais/100.000
habitantes e de 5,15 mortes / 10.000 veículos, respectivamente.
No ano de 2001, de um total de 2128 acidentes, esses índices foram reduzidos para 422,48
vítimas não fatais / 100.000 habitantes e de 3,25 mortes / 10.000 veículos. (Base: pop.: 342.264 hab /
frota: 83.117 )
Em 2002, nova redução, desta vez para 1780 acidentes, sendo os índices apurados, de 361,94
vítimas não fatais / 100.000 habitantes e de 2,88 mortes / 10.000 veículos. (Base: pop.: 347.844 hab /
frota: 90.238 )
Nos anos de 2003 e 2004 houve um hiato no levantamento e consolidação de dados de acidentes
de trânsito em Anápolis. As estatísticas foram retomadas a partir de janeiro de 2005, sob um novo
formato metodológico, mais abrangente e em estrita conformidade com o modelo estatístico adotado
pelo CONTRAN.
Os dados disponíveis de janeiro a abril de 2005 (quadro 01), transpostos para a mesma base de
cálculo dos dados apresentados anteriormente, indicam um total, para o quadrimestre, de 1271
acidentes, apresentando-se, ainda, índices de 304 vítimas não fatais / 100.000 habitantes e exatas 1,3
mortes/10.000 veículos (Base pop. 298.155 hab / frota: 107.655).
Como inferências mais significativas, pode-se concluir que, de 2002 a 2005, houve um aumento
abrupto do número de ocorrências de acidentes, da ordem de 214% (considerando a relativa
estabilidade mensal, para efeito de projeção) , enquanto o crescimento líquido da frota foi de 19,3 % no
período. Em contrapartida, a severidade dos acidentes caiu drasticamente, tendo-se reduzido em 19,06
% a ocorrência de vítimas não fatais e em 54,87% os registros de índices proporcionais de mortes. A
título de comparação, a média de mortes/10 mil veículos no Brasil situa-se na faixa de 6,5. (DENATRAN,
2005)
Mesmo com a redução verificada nas séries históricas apresentadas, transportando para a
realidade municipal o cálculo do IPEA, verifica-se que o custo total dos acidentes no município de
Anápolis, somente no primeiro quadrimestre de 2005, foi de R$ 11.974.560 (quadro 02). Valor que
poderia ser destinado às obras emergenciais como saneamento básico, habitações e, até mesmo, em
melhorias na saúde de Anápolis.
Foram considerados para composição do rol de segmentos críticos no mês de abril de 2005, ou
seja, demandando verificação de conformidade técnica e avaliação de demanda de intervenções, os
segmentos constantes no quadro 03, a partir de um número de UPS mínimo de 13.
Considerações finais
Com base no exposto, é lícito afirmar que ampliação e estabelecimento de padrões de gabarito
viário no município deve mensurar as repercussões sociais e ambientais no meio urbano.
É consenso afirmar entre os especialistas, que deve ser urgentemente repensada a construção
de obras em função do automóvel, ou seja, o crescimento exponencial da frota não deve ser encarado
como fato inevitável e fortuito, mas como vetor passível de controle, restrição e otimização.
Em 1976 a captação foi transferida para o Ribeirão Piancó e a ETA para o Setor Jardim das
Américas. Este sistema proporciona atendimento a 95% da população da sede municipal - 2000 (mapa
29).
De acordo com relatório da Saneago - 2001, o consumo total foi de 17.478.895 m³, o que aponta
demanda média diária de 48.456 m³. Esses números indicam que o sistema é deficitário. Diante deste
fato a concessionária perfurou 32 poços artesianos, cuja vazão permite reserva de 780 m³.
Esgotamento Sanitário *
Os primeiros trechos de rede coletora de Anápolis foram implantados em 1956. Em 1969 foi
construída uma estação de tratamento de esgotos na área central da cidade, para tratar 50% do esgoto
coletado na época, hoje desativada.
O atual sistema de esgotamento está dividido em seis sub-bacias. As sub-bacias Góis, Água Fria,
Cezários, Reboleiras e Antas, estão localizadas na bacia do Rio das Antas; e a sub-bacia Catingueiros,
localizada na bacia do Córrego Catingueiro. A rede coletora das extensões das sub-bacias e diâmetros
conta com 476.766,00 metros.
A estação de tratamento está localizada na margem direita do Rio das Antas, tratando uma vazão
máxima afluente, medida em maio de 1998, de 470 l/s. O corpo receptor dos esgotos tratados é o Rio das
Antas, bacia do Rio Corumbá.O Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) possui sistema de
esgotamento sanitário próprio, com lançamento dos esgotos tratados no Córrego Extrema, bacia do Rio
das Antas.
* Fonte: Planos diretores de água e esgoto sanitários da cidade de Anápolis - 2001 - SANEAGO.
Apesar da grande extensão de área urbanizada atendida por rede coletora de esgoto,a cidade de
Anápolis por se constituir num aglomerado urbano disperso, apresenta um índice de atendimento
relativamente baixo, estimado em aproximadamente 52,61%.
A maior parte do sistema de esgotamento sanitário de Anápolis foi implantado conforme projeto
elaborado na década de 80. A ampliação do sistema de coleta de esgoto implica na reestruturação da
ETE ou na construção de novas estações (mapa 30).
É grande o número de ligações clandestinas, contribuindo para a poluição dos córregos,ao lançar
esgoto doméstico diretamente nos leitos d’água.
Segundo dados da Companhia Pavimentadora de Anápolis S/A - Paviana (dez. 2005), as vias não
pavimentadas somam 2.040.917 m² (21,57%) e 14,39% das pavimentadas precisam ser recapiadas, o
asfalto existente encontra-se em estado precário de conservação. (mapa 32) A execução das obras de
pavimentação asfáltica sem a devida drenagem compromete a manutenção e conservação do asfalto,
ocasionando prejuízo aos cofres públicos.
O atendimento se faz em 100% da zona urbana e conforme dados fornecidos pela CELG há
necessidade de expansão na zona rural, mesmo considerando o aumento de 28,4% Kwh medido (tabela
28).
De 2002 a 2004 a categoria industrial apresentou aumento no consumo de 24% Kwh medido,
porém reduziu o número de consumidores.O consumo total da zona urbana registra acréscimo de 14,4%
Kwh medido.
Tabela 28
Consumo de Energia Elétrica Zona Urbana Anápolis - 2002/2004
2002 2003 2004
Categoria
Consumidores Kwh medido Consumidores Kwh medido Consumidores Kwh medido
Residencial 91.043 11.166.838 93.969 11.165.717 96.515 12.270.928
Industrial 1.066 10.623.559 1.026 10.742.331 1.031 13.206.063
Comercial 9.274 4.566.873 9.514 4.513.945 9.575 4.952.931
Rural 2.161 793.011 2.239 938.273 2.323 1.018.519
Poder Público 340 793.103 339 859.254 378 1.729.445
Iluminação Pública 1 2.342.743 1 2.034.875 1 2.009.607
Serviço Público 47 1.876.956 59 1.755.339 48 1.661.920
Consumo Próprio 6 7.792 6 7.655 6 8.470
Total 103.938 32.170.875 107.153 32.017.389 109.877 36.857.883
Fonte: CELG
* Os dados apresentados referem-se ao mês de dezembro do respectivo ano.
Tabela 29
Indicadores de desenvolvimento humano de Anápolis - 1991/2000
Fonte:PNUD,IBGE,IPEA
Tabela 30
Classificação nacional e estadual dos índices de desenvolvimento humano
de Anápolis - 1991/2000
Fonte:PNUD,IBGE,IPEA
10.2 Saúde
A saúde não pode ser entendida somente como ausência de doenças, nem tampouco como ação
curativa e de distribuição de medicamento, mas promoção da qualidade de vida.
O Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição de 1988, buscou reverter o
excesso de intervenção do governo no setor, marcado pela centralização, fragmentação organizativa,
ausência de mecanismos de controle público e social, concentração de atendimento hospitalar ou
ambulatorial de nível secundário. Portanto, as políticas públicas objetivam aumentar a responsabilidade
nos municípios e melhorar a eficácia dos gastos realizados, com a introdução de substanciais
modificações de gestão: macro-financiamento, aspectos micro-organizacionais, melhoria da
informação, ampliação da autonomia dos gestores e adoção de incentivos à eficiência, entre outros
aspectos.A saúde passa então a inserir-se em um contexto social mais amplo, que contemple atender à
pessoa doente e as condições de saneamento básico, do meio ambiente, vigilância e fiscalização
sanitária, escolaridade, emprego e renda, situação do trânsito, processos educativos e culturais
formadores de novos padrões de comportamento, participação popular na gestão das políticas e ações
do setor.
Neste contexto é fundamental o papel dos conselhos de saúde. No entanto, em Anápolis sua
atuação é ainda tímida.
A população exposta a condições de risco é também afetada por doenças controláveis pela
imunização e pelo saneamento. Entre as classes mais altas, as principais causas são aquelas
associadas ao estilo de vida, como os distúrbios cardiovasculares, as neoplasias e as doenças crônico-
degenerativas.
A despeito das campanhas e ações estratégicas ocorrem em Anápolis doenças evitáveis e que
constituem sério problema de saúde pública, como a hanseníase, a tuberculose, a dengue, as
sexualmente transmissíveis, em geral, a aids.
A atenção básica, porta de entrada aos serviços, está estruturada com nove postos de saúde e
há 39 unidades de atenção à família. Além das unidades públicas, Anápolis mantém seis convênios com
a rede privada filantrópica e sindicatos.
O Programa de Saúde da Família (PSF) substitui o antigo costume de atender o paciente que
chega ao Posto de Saúde. Há profissionais que atendem os doentes e promovem a saúde da
comunidade através de ações preventivas: mudança de hábitos alimentares, incentivo à atividade
física, higiene pessoal e saneamento ambiental (mapa 33).
A regionalização dos serviços de saúde foi dividida em três distritos sanitários com mais ou
menos 100.000 habitantes cada um, com base no critério da população mais carente. Na Secretaria
Municipal de Saúde essas regionais são conhecidas como Distrito Sanitário Norte (Centro de
Atendimento Integral da Saúde Jardim Progresso), Distrito Sanitário Leste (Centro de Atendimento
Integral da Saúde Abadia Lopes da Fonseca) e Distrito Sanitário Oeste (Unidade de Saúde do Bairro
Jundiaí).
O atendimento de urgência e emergência na rede pública é feito pelo Hospital Municipal, que
mantém plantão de 24 horas, nas áreas básicas: Pediatria, Clínica Médica, Ginecologia/Obstetrícia,
Cirurgia Geral e Traumatologia e médico anestesista.
10.3 Educação
Educação Básica
Anápolis atende a 88.853 matrículas no âmbito da educação básica, distribuídas nas redes
públicas municipais, estaduais e privadas, segundo o censo escolar 2004 (mapas 35 e 36).
O ensino médio atende, majoritariamente, jovens e adultos com idade acima da prevista para
este nível. No município de Anápolis os dados registram 15.872 matrículas e na educação profissional,
nível técnico, 244 alunos, o que corresponde a 53,5% da faixa etária de 15 a 19 anos.
No que diz respeito à educação de jovens e adultos os dados do censo escolar 2001 registram
4.294 matrículas e em 2004, apontam 12.043, portanto um aumento de 280,46% de jovens e adultos
que tiveram acesso ao ensino fundamental e ensino médio.
Em dezembro de 2001, Anápolis optou pelo sistema próprio de ensino, o Conselho Municipal de
Educação tornou-se órgâo normativo e o Sistema Municipal de Ensino foi aprovado pela Lei nº 2.822, de
28 de dezembro de 2001.
Tabela 32
Educação Básica - Atendimento em Anápolis - 2002
Tabela 33
Educação Básica - Atendimento em Anápolis - 2004
Educação Infantil
A educação infantil é uma das mais sábias estratégias de desenvolvimento humano, de formação
de inteligência e da personalidade, com reflexos positivos sobre todo o processo de aprendizagem
posterior.
O município assume a educação infantil com vários desafios como: construção de currículos e
propostas pedagógicas, que promovam o desenvolvimento integral do educando, a qualificação de
docentes e outros profissionais, adequação dos prédios (ventilação, iluminação, segurança, sanitários,
cozinha, lactário etc), de pátios, de equipamentos, mobiliários, brinquedos e qualidade da alimentação e
Observando os dados (tabela 34), verifica-se que a rede particular é a maior provedora no
atendimento da educação infantil, pré-escola, crianças com faixa etária de 4 a 6 anos. Para não incorrer
em erro de análise, ressalte-se que a rede municipal ampliou o ensino obrigatório para nove séries, com
início aos seis anos de idade, isto é, ampliou o atendimento a esta faixa etária com 8.480 crianças
matriculadas nos anos iniciais, em 50 escolas do ensino fundamental (Censo Escolar/2004).A maior
precariedade em termos de clientela está na faixa de 0 a 3 anos, pois somando as instituições públicas e
privadas, não chega a 4% o atendimento a esse universo populacional.
Um dos maiores entraves à expansão da educação infantil é a forma pela qual se dá o processo
de municipalização, pois a responsabilidade de administrá-la e mantê-la tem sido apenas do município.
No entanto, na distribuição de competências, tanto a Constituição Federal quanto a LDB são explícitas
na co-responsabilidade das três esferas de governo - Município, Estado e União - e da família.
Mesmo levando em consideração o Plano Nacional de Educação que propõe prioridade de oferta
pública às crianças das famílias de menor renda, devido à limitação de meios financeiros e técnicos, há
problemas de vagas (tabela 35).
A educação infantil não é obrigatória, mas um direito da criança. Em Anápolis, como em todos os
municípios brasileiros, constata-se demanda reprimida. Há um longo percurso a ser vencido para que a
educação infantil possa ser atendida satisfatoriamente.
Tabela 35
Centros de Educação Infantil - Rede Pública Municipal - Creche e Pré-
Escola - Anápolis - 2005
Ensino Fundamental
A existência de crianças fora da escola na idade própria, seja por incúria do Poder Público ou por
omissão da família e da sociedade, é a forma mais perversa e irremediável de exclusão socia,pois nega
o direito elementar de cidadania, reproduz o círculo de pobreza e marginalidade e aliena brasileiros de
qualquer perspectiva de futuro.
A consciência desse fato e a mobilização social que dele decorre, resulta em esforços
coordenados das diferentes instâncias do Poder Público numa evolução positiva do sistema de ensino
fundamental em termos de cobertura e de eficiência. Os dados evolutivos (tabelas 32, 33, 36 e 37)
indicam claramente essa questão.
A rede pública municipal atende 25.934 alunos em 57 unidades escolares. A distribuição física
desses estabelecimentos não é equilibrada e em função da continuidade do processo de
municipalização, faltam escolas em alguns setores. Mas a conclusão no processo de municipalização
do ensino fundamental entre Governo Estadual e Prefeitura Municipal, propiciará atendimento completo
ao ensino fundamental, tanto na capacidade de matrículas como na qualidade (quadro 05).
Desafios a serem enfrentados na área educacional são: reformas, ampliações e construções nas
unidades escolares existentes:
Até o final da década de 80, a principal preocupação dos administradores educacionais recaiu
sobre a expansão das oportunidades de escolarização, ou seja, o aumento do número de escolas e
vagas para universalizar o acesso ao ensino fundamental. A Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 e a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), asseguram como
direito não só o acesso e permanência na escola, mas o padrão de qualidade.
Entende-se por escola de qualidade, entre outros itens, aquela que dispõe de instalações em
quantidade e condições adequadas de funcionamento e efetividade do processo de ensino-
aprendizagem, tendo como alguns indicadores o índice de aprovação, reprovação e abandono escolar.
Tabela 37
Matrículas por série no Ensino Fundamental por dependência
administrativa - Anápolis - 2001/2005
Tabela 38
Ensino Fundamental - Rede Municipal - Taxa de Aprovação - Anápolis - 2000/2004
Tabela 39
Ensino Fundamental - Rede Municipal -
Taxa de Evasão - Anápolis - 2000/2004
Ensino Médio
A contagem da população anapolina realizada pelo IBGE em 2000, registra 28.667 jovens entre
15 a 19 anos, que corresponde a 10 % do total.
A situação agrava-se quando se considera que, no caso do ensino médio, os cálculos das taxas
de atendimento a essa faixa etária são pouco confiáveis, por diversas razões. Em primeiro lugar porque,
em virtude das elevadas taxas de repetência no ensino fundamental, os jovens chegam ao ensino médio
mais velhos. Em segundo lugar, porque há um grande número de adultos que volta à escola vários anos
depois de concluir o ensino fundamental.
Em virtude dessas duas condições, o ensino médio atende, majoritariamente, jovens e adultos
com idade acima da prevista para este nível escolar.
O município de Anápolis atende 15.872 alunos no ensino médio assim distribuídos: Rede Pública
Estadual, 13.553 matrículas em 49 unidades estaduais e 2.319 matrículas em 11 unidades privadas.
Anápolis, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE, é uma cidade jovem, pois metade da
população tem menos de 30 anos. Segundo estes mesmos dados a população que nunca estudou
(acima de 7 anos), era estimada em 17%. O município encontra-se acima da taxa média de
analfabetismo no Brasil, que é de 14,7% de pessoas com 15 anos ou mais (Plano Nacional Educação).
O maior desafio consiste em localizar essas pessoas, convencê-las a voltar à escola e articular políticas
públicas específicas.
Tabela 42
Matrículas Educação Jovens e Adultos por dependência
administrativa - Anápolis - 2001/2004
Porém, o sistema educacional é segmentado. Há colégios separados para cada classe social.
Assim, o sistema educacional pouco pode fazer para promover a integração social e prevenir
marginalidade.
O município foi dividido em treze (13) áreas, conforme base cartogr´fica por AED’s - Áreas de
expansão de domicílio (mapa 38). A AED nº 13, localizada na região sudoeste, é a que concentra a
maior parte da população anapolina em área recém-urbanizada, sendo também a que apresenta o
menor índice de escolaridade, conforme registrado no mapa 39. A taxa de analfabetismo nessa região
está em torno de 14,02% a 21,08% da população absoluta em idade escolar. Em segundo lugar, aparece
a AED nº 11, localizada na região nordeste (Recanto do Sol, Conjunto Filostro Machado, Jardim
Europa), segunda em número absoluto de população, tratando-se também de urbanização recente. A
taxa de analfabetismo nessa AED está entre 9,9% e 14,2% da população em idade escolar. Em
terceiro lugar, aparece a AED nº 12 (Bairro de Lourdes e adjacências); a AED nº 10 (Vila Santa Izabel e
Cidade Universitária); a AED nº 7 (Vila Jaiara) e a AED nº 06 (Capuava e adjacências), todos com taxa
entre 5,7% e 9,9% de população analfabeta. Essa área corresponde a uma ocupação mais antiga,
portanto com famílias já estruturadas. Em quarto lugar, foram registradas as áreas do entorno do núcleo
tradicional da cidade, que aparecem com uma taxa de analfabetismo em torno de 3,0% a 5,7% da
população em idade escolar. Essas áreas formam as AEDs nº 2, 3, 4, 5, 8 e 9. E, por último, está o centro
da cidade, AED nº 1, com a taxa de analfabetismo mais baixa: em torno de 3% da população em idade
escolar. Para Anápolis, essa espacialização representa uma realidade, visto que não ocorreu
mobilização significativa das elites para a faixa intermediária.
O tempo de escolaridade da população é maior do centro para a periferia (mapa 40). A região
central (AED’s nº 1), e o Bairro Jundiaí (AED’s nº 2), apresentam as maiores taxas de escolarização.
Cerca de 10,2% a 28,3% alcançam mais de 17 anos de escolaridade. A segunda área em anos de
estudo compreende do centro ao Bairro Jundiaí e, principalmente, a região que se projeta para centro
nordeste. Esse fato se deve às ocupações recentes de autoconstrução por pessoas jovens, recém-
casadas, que, não podendo adquirir moradia nas proximidades do centro, buscam áreas que
apresentam valor imobiliário baixo e ao mesmo tempo infra-estrutura satisfatória.
A região que aparece com a maior taxa de analfabetismo é também a terceira colocada em
termos de população com maior escolarização. Esse fato parece contraditório, porém, sendo bairros de
expansão recente, também são receptores de famílias de outras classes sociais, constituídas
recentemente. Essa afirmação carece de constatação. A região sul, das AEDs acima mencionadas,
ficou em quarto lugar, seguida pela região noroeste. Essa situação pode ser explicada pelo grande
número de habitações subnormais nessas áreas, tendo colaborado para isso o fato de serem regiões
mais acidentadas.
É importante registrar que a cidade conta hoje com 41 unidades de ensino médio e seis unidades
de ensino superior.
Fonte: Análise sobre a renda domiciliar em Anápolis. Profº Juvair Fernandes de Freitas - Geógrafo.
Em Anápolis a Polícia Civil foi estruturada em sete áreas distintas que correspondem ao mesmo
número de Centros Integrados de Operações Policiais (CIOPS), responsáveis por mapear e direcionar
os recursos em um ponto específico, registrar e acompanhar as ocorrências em suas respectivas áreas
(mapa 41 e tabela 43).
Tabela 43
Centros integrados de operações policiais - CIOPS - Anápolis
A Delegacia Regional de Polícia (3ª DRP) tem como principal atribuição a logística administrativa
das delegacias de Anápolis e de 13 cidades circunvizinhas.
O 3º Comando Regional de Polícia Militar atende Anápolis e seus distritos através do 4º Batalhão
de Polícia Militar e da 24ª Companhia Independente da Polícia Militar. Tem sede no 4º Batalhão da
Polícia Militar com um efetivo de 380 policiais, 16 viaturas diárias e 10 motos. O Grupo de Operações
Especiais (Goe) executa serviço ostensivo com duas viaturas diárias e três motocicletas.
A 24ª CIPM cobre a região norte da cidade, os distritos de Joanápolis, Interlândia, Souzânia e
Goialândia, mais as cidades de Goianápolis, Terezópolis, Campo Limpo e Ouro Verde, com efetivo de
190 policiais. É responsável pela Cadeia Municipal.
núcleos habitacionais críticos Vila Jaiara, Jandaia, Adriana Park e Jardim Guanabara.
Entre as ocorrências de maior incidência está o furto em residência seguido de furto em veículo,
roubo em estabelecimento comercial, lesão corporal, tentativa de homicídio e homicídio.
A Polícia Militar tem quatro postos policiais estratégicos desativados: Fabril, Anápolis City, São
Joaquim e Munir Calixto. Reativar esses postos facilitaria as necessidades da população.
O Projeto "Escola Viva" é um avanço significativo para diminuir as exclusões sociais, ampliar as
oportunidades de cidadania e integrar a gestão das secretarias municipais no atendimento às inúmeras
necessidades do cidadão anapolino.
O lazer não atende a demanda, sendo um elemento de exclusão social principalmente nos bairros
periféricos da cidade. As praças públicas existentes necessitam de reformas e ou manutenção. Há
demanda da construção de novas áreas de lazer (mapas 44 e 45).
Os eventos que fazem parte do calendário esportivo oficial do município são: Jogos Abertos de
Anápolis, Minimaratona 31 de Julho e Jogos da Primavera de Anápolis.
Anápolis foi classificada pela Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) como uma das cidades
do Estado de Goiás que apresenta potencial turístico. A Agência Goiana de Turismo (Agetur) classificou
o município no roteiro "Caminhos dos Negócios". Um dos fatores que possibilita o desenvolvimento do
turismo é a infra-estrutura econômica. Contudo, poucas ações ocorrem no sentindo de dar
sustentabilidade a este segmento. Alguns equipamentos turísticos existentes necessitam de melhoria
para atingir este alvo e por outro lado, há carência de infra-estrutura turística, como hotéis, restaurantes,
bares, lojas,sinalização turística e um centro de convenções. As vantagens econômicas e sociais
trazidas por este segmento são de grande importância, por se tratar de um nicho gerador de divisas e
que apresenta enorme rentabilidade.
É necessária uma política pública voltada para o turismo de negócio. Para tanto, em 2004, foi
criado o Conselho Municipal de Turismo e, em 2005, a Secretaria Municipal de Turismo com o intuito de
viabilizar ações.
Lago JK
Central Parque da Juventude Onofre Quinan
Kartódromo Internacional
Base Aérea de Anápolis
Casa do Artesanato
Memorial JK
Inúmeros eventos anuais são promovidos em Anápolis, dentre eles a Feira Agroindustrial,
Exposição Agropecuária, Encontro de Corais, Festival de Folclore, Catirana, Festival de Inverno.
A realização dessas atividades, a maioria tendo como palco o centro da cidade, se mostra
ineficiente para chegar ao número ideal de espectadores. Conseqüentemente a população reclama da
falta de acesso à vida cultural.
Tanto por parte do setor público como pela iniciativa privada, identifica-se a carência de espaços
culturais como teatros, cinemas, museus, bibliotecas etc.
Corpo de Baile
Companhia Anapolina de Teatro
Banda Lira de Prata
Centro Livre de Artes Integradas
Museu de Artes Plásticas Loures
Galeria de Artes Antônio Sibasolly
Escola de Música
Escola de Teatro
Escola de Dança
Escola de Artes
Casa do Artesanato
Teatro Municipal
Museu Histórico
Rede de Assistência
Além do órgão gestor, a rede de serviços sócio-assistenciais de Anápolis conta com o trabalho de
equipes de solidariedade, vinculadas em especial a Instituições religiosas e filantrópicas inscritas no
Conselho Municipal de Assistência Social, atuando no apoio a crianças, adolescentes, adultos, idosos e
portadores de necessidades especiais., sendo elas:
Principais Problemas
Anápolis tem uma elevada taxa de urbanização. Grande parte dos seus habitantes reside na
zona urbana, fato que contribui para o aumento das demandas por serviços sociais e emprego,
justificando em consonância com a migração campo/cidade e inter-estadual, bem com a proximidade
das capitais, federal e estadual, a complexidade dos problemas enfrentados, pois as demandas por
serviços coletivos e sociais acabam por crescer progressivamente superior à capacidade de respostas e
acabam por crescer progressivamente superior à capacidade de respostas e ações do poder público em
atender a essas necessidades, o que gera insatisfação e exclusão sócio-econômica como reflexo de
desigualdades locais, regionais e nacionais.
Aliado aos fatores supracitados, tem-se ainda como fator de atração populacional, o fato de
Anápolis ser a segunda maior economia do Estado, tendo seu Distrito Agro-Industrial consolidado. No
entanto, em função da ausência ou inadequação de qualificação profissional para preenchimento das
vagas de trabalho ofertadas, muitos migrantes acabam por ingressar na economia informal ou na triste
realidade do desemprego. Conseqüentemente, contribuem para a ocupação urbana desordenada, um
dos geradores da perda de qualidade de vida, ao passo que não acompanha a capacidade financeira do
poder público em levar os serviços e equipamentos urbanos básicos e indispensáveis, como segurança,
saneamento, eletrificação, habitação, educação (creches e escolas) etc.
Essa inadequada ocupação urbana aliada à escassez de recursos públicos, comum aos
municípios brasileiros, e em Anápolis agravada pela recente crise político administrativa, é responsável
pela formação de áreas povoadas convivendo com extrema pobreza, os chamados bolsões de miséria,
que infelizmente já são visíveis em nosso município, destacando-se: Invasão do Residencial das Flores;
Invasão do Vale das Laranjeiras ( Vivian Parque); Invasão do Jardim Esperança; Invasão do Setor Sul;
Invasão do Adriana Parque, Jandaia; Invasão do Bairro de Lourdes. E ainda Setor Industrial Munir
Calixto; Bairro Calixtolândia; Jardim dos Ipês; Residencial das Américas; Parque Residencial das
Flores; Vila União; Novo Paraíso; Jardim das Primaveras e Gran Ville
Nos quatro Distritos situados na zona rural notamos distância das políticas públicas, por força
das contingências, e registramos que em sua estrutura não existem bolsões de miséria.
Conforme exposição metodológica anterior, o IBGE, a partir de 2000, orientou seus trabalhos
para o trato de informações por área de expansão urbana, que comporta um agrupamento de cerca de
15.000 indivíduos em cada uma delas. Assim, Anápolis foi dividida em 14 áreas (13 urbanas e uma
rural), incluindo os distritos. Esta análise centrar-se-á sobre as 13 áreas urbanas, agrupando vários
bairros, seguindo o sentido do horário, conforme pode ser observado na Unidade de Análise Geográfica
(UGA) (mapa 38 - remeta ao texto educação).
A terceira área mais adensada está a sul, centro-norte e noroeste. A zona sul é grande, mas
aparecem espaços vazios que serviram de reserva de valores no passado e que só agora estão sendo
ocupados, também por condomínios horizontais. O centro-norte e o noroeste são reduzidos, porém com
densidade demográfica alta, pois se trata de antigas áreas urbanas próximas ao centro.
Dadas as características e formação da cidade seu núcleo foi adensado pela elite, e a periferia,
num primeiro momento, ocupada por crescimento vegetativo e pessoas que migraram para a cidade,
num processo de autoconstrução. Na atualidade, observa-se fuga da população para as áreas distantes
do centro, seguindo exemplo de metrópoles como Goiânia e Belo Horizonte.
A seguir analisa-se a renda domiciliar. Foram gerados mapas sociais com variáveis de renda e
por área de expansão de domicílios sobre base digital do setor censitário. As informações numéricas
estãoapoiadas num quantitativo de cerca de 15.000 indivíduos por AEDs e apresentam variações de
dimensão geográfica, obedecendo quantitativo populacional em primeiro plano.
A renda das pessoas por domicílio apresenta características que atestam o processo de
segregação socioespacial. A espacialização da renda domiciliar, originada a partir dos microdados por
domicílio nas Unidades Geográficas de Anápolis (UGA), correspondente ao Polocentro/Bairro
Paraíso/Vila Formosa, que compreende Área de Expansão de Domicílios (AED’s), apresenta o maior
índice de pessoas sem rendimentos por domicílio e perfaz um montante acima de 4% da população
economicamente ativa nessa localidade (mapa 50).
Trata-se da área mais precária de Anápolis e que compreende zona remanescente de ocupações
irregulares (subnormais) na década de 80, hoje urbanizada, conforme visto no mapa (mapa 51).
A população com rendimento por domicílio de até meio salário mínimo localiza-se, na sua
maioria, no pólo oposto, isto é, na área norte e nordeste da cidade (bairros Recanto do Sol, Conjunto
Filostro Machado e Jardim Europa), formando a AED’s nº 11, do IBGE (mapa 52). A área circunscrita, no
caso, o Recanto do Sol, constituiu-se subnormal na década de 1980, hoje urbanizada. Mesmo assim,
nessa Área de Expansão de Domicílios (AED’s) localiza-se a maior região subnormal da cidade, às
margens da BR-414, saída para Corumbá, evidenciando uma relação segura entre os rendimentos por
pessoas nos domicílios e a história do processo de uso da terra. Observa-se que mais de 1,3% da
população em domicílios tem renda que atinge meio salário mínimo, evidenciando nível de precariedade
elevado para essa área.
A população com rendimento familiar de meio até um salário mínimo (mapa 53) predomina nas
regiões sul e sudeste da cidade, sobretudo nos bairros de Lourdes, Jardim Tesouro e Munir Calixto,
correspondente à AED’s nº 12. Alguns bairros são bastante antigos como o de Lourdes, constituído na
década de 1960. Nesta Unidade Geográfica de Análise encontra-se o Daia e o Aeroporto Municipal .
Ambos formam uma barreira à expansão urbana. O Bairro Munir Calixto, componente desta AED, é o
mais distante do centro. Localiza-se além do Daia e não tem infra-estrutura básica satisfatória.
Pessoas com renda em domicílio entre dois e cinco salários mínimos constituem o mapa social
mais interessante. Formam um verdadeiro cinturão ao redor do centro da cidade e representam mais de
40% das pessoas em domicílios que percebem esse vencimento, caracterizando este mapa os efeitos
da segregação apoiados no conceito de renda decrescente, tese da Escola Clássica (mapa 55). Na
medida que se aproxima das áreas centrais, o percentual da população nesse nível cai, sendo as AEDs
do Setor Central e do Bairro Jundiaí as que apresentam o menor quantitativo populacional com esse
rendimento por domicílio. A visão denotada no mapa é que a população dos estratos superiores está
praticamente sitiada por aqueles com rendimentos baixos por domicílio. A partir desse tipo de ocupação
do uso da terra, infere-se que o espaço intra-urbano em Anápolis perde valor do centro para a periferia, e
cria uma hierarquia no espaço com estimativas decrescentes.
Se agrupados os dados das pessoas que percebem renda acima de cinco salários mínimos por
domicílio, o número corresponderá a 27% de todas as unidades domiciliares da área central e do Bairro
Jundiaí. Há portanto, nítida concentração de renda nessa localidade.
Observa-se nos mapas sociais que a renda domiciliar está diretamente ligada ao local de
domicílio das pessoas. Assim, quanto mais elevada for a renda, mais próximo do centro vai estar o
domicilio. Esse fato está relacionado diretamente com as primeiras áreas de ocupação da cidade, hoje
representada pelos condomínios horizontais. Estes não aparecem nas estatísticas, tendo em vista que
estão próximos aos bairros ocupados por populações cujos rendimentos são muito baixos. Exemplo é a
AEDs formada pela Vila Formosa, Polocentro e Bairro Munir Calixto, entre outros, onde se consolida a
implantação de um novo condomínio horizontal denominado Residencial Rose’s Garden para atender à
elite.
Pessoas que vivem com renda de cinco a 10 salários mínimos (mapa 56), ocupam a AEDs nº 4
(bairros Batista, Jardim Ana Paula e Santo André) com porcentagem acima de 30% dos domicílios. O
Setor Central, AED nº 1 e a sua porção setentrional, correspondente às AEDs de nº 3, 7, 8 e 10 também
compreendem um quantitativo de 25% a 30% dos domicílios com esse rendimento. Portanto, fica
evidenciado que a renda domiciliar e, conseqüentemente, a qualidade de vida da população aumenta
nas áreas centrais. Identificou-se que as pessoas em domicílios com renda que varia de 10 a 20 salários
mínimos (mapa 57) se concentram basicamente nas AEDs nº1 e 2 (respectivamente, setor central e
Bairro Jundiaí). Mais de 20% da população percebe esse rendimento, caracterizando padrão de vida
mais elevado, usufruindo de todos os equipamentos sociais que a cidade oferece.
As pessoas que vivem com renda acima de 20 salários mínimos (mapa 58) ocupam as AEDs nº 1
e 2, totalizando mais de 20% das residências, seguindo o mesmo padrão do mapa anterior, apenas
diminuindo o percentual dos domicílios que percebem essa renda. Se agrupadas as AEDs nº 1 e 2,
percebe-se concentração de mais de 40% de domicílios que ultrapassa os 10 salários mínimos de
renda, identificando o domínio das elites. Esse fato mostra que Anápolis apresenta característica
tradicional do ponto de vista de valorização do lugar de moradia.
Entretanto, nos últimos anos, ocorrem mudanças nesse padrão de ocupação das áreas
residenciais. Constata-se ocupação em áreas intermediárias, reservadas no passado como estoques
Fonte: Análise sobre a renda domiciliar em Anápolis - Profº Juvair Fernandes de Freitas - Geográfo
"Ler a cidade" é a primeira etapa de elaboração do Plano Diretor, permitindo identificar e entender
a área urbana e rural - seus problemas, conflitos e potencialidades. A leitura começou por interpretações
técnicas e comunitárias diversificadas sobre a mesma realidade.
A leitura técnica possibilitou entender a cidade pela comparação entre dados e informações
socioeconômicas, culturais, ambientais e de infra-estrutura. O trabalho feito pela equipe técnica da
Prefeitura (engenheiros, ambientalistas, arquitetos, urbanistas, educadores e outros) complementou-se
com estudos que envolveram universidades locais, desenvolvendo expressiva pesquisa no período de
2001 a 2004, intitulada: "A expansão urbana e a segregação socioespacial em Anápolis."
Seguindo as etapas propostas nos termos do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor Participativo de
Anápolis realizou, entre os meses de abril, maio e junho de 2005, leituras comunitárias que nos
permitiram construir releituras coletivas dos conflitos, problemas e potencialidades, sob o ponto de vista
dos diversos segmentos sociais. Realizaram-se 16 reuniões envolvendo representantes dos
segmentos sociais de Anápolis, além das reuniões desenvolvidas no interior do núcleo gestor, com o
objetivo de formular estratégias para definir a cidade que queremos.
I - Diagnóstico Comunitário
Principais reivindicações
Asfalto.
Saneamento básico água e esgoto.
Coleta de lixo.
Limpeza de vias públicas.
Telefonia.
Rede de drenagem.
Iluminação pública.
Patrulha agrícola.
Falta de projeto de drenagem nas estradas rurais.
Estradas vicinais e secundárias deterioradas.
Lazer
Quadras de Esporte.
Manutenção dos campos e construção de outros.
Praças.
Feirão coberto.
Acesso à vida cultural.
Festas populares e shows.
Educação
Saúde
Abertura de postos de saúde nos bairros.
Melhoria do atendimento nos postos existentes.
Ausência de médicos especialistas nos postos de saúde.
Falta de postos de atendimento na zona rural.
Transporte
Segurança
Policiamento na periferia.
Implantação de postos policiais nos bairros.
Postos longe dos bairros.
Política de combate às drogas.
Mais viaturas nos bairros.
Ações Pontuais
Regularização fundiária.
Regularização da água.
Assistência ao microprodutor.
Integralização das ações da administração municipal.
Construção de pontes em locais estratégicos.
Conter doação indiscriminada de áreas públicas.
Retirada de barreira eletrônica em pontos de tráfego intenso.
Reforma na legislação tributária. (urgente)
Desenvolvimento Econômico
Habitação
Trânsito
03/05 - Comerciantes
Participação mínima, inexpressiva. Falta de quorum dos representantes da classe.
10/05 - Universidades
Problemas quanto à localização de bares (venda de bebidas alcoólicas nas proximidades da
FLA-Faculdade Latino Americana).
Criação de lei estipulando o mínimo de 200 m² de raio de distância das instituições educacionais.
Contemplar o impacto de vizinhança e do perímetro urbano.
· Preconceito racial.
· Reserva de vagas (10% a 15%) nas áreas públicas.
Esporte
Turismo
Tabela 45
Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros - Anápolis
Tabela 45
Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros - Anápolis
Tabela 45
Síntese do diagnóstico dos movimentos comunitários dos bairros - Anápolis
O Plano Diretor Participativo de Anápolis visa regular a função social e a propriedade urbana e
rural. Para isto propõe políticas públicas compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, de
modo a assegurar a distribuição de equipamentos, erradicando a segregação e desigualdade de
classes. Essas preocupações foram reiteradas por representantes de várias universidades (UEG-FLA-
UniEvangélica) e por ONGs. Houve clara manifestação por parte de estudiosos das áreas de economia,
geografia e ciências sociais quanto à aprovação de loteamentos nas nascentes, bem como em relação à
necessidade de um estudo do impacto no trânsito e do uso do solo. A idéia é que seja criada uma
comissão para fiscalização das leis que regulam a criação de loteamentos.
Integrar o espaço rural e urbano, identificar o que e onde produzir, e melhorar a comercialização
dos produtos são as preocupações mais urgentes demonstradas pelos representantes dos sindicatos
dos trabalhadores e dos produtores rurais, que reivindicam a criação do Conselho de Desenvolvimento
Rural e o apoio logístico. Essa iniciativa engloba diferentes agentes sociais envolvidos no processo de
construção do Plano Diretor, das ações políticas e na elaboração de novos vetores de desenvolvimento
econômico e social.
Nesse contexto surgem espaços para que movimentos como o de mulheres, afro-descendentes,
doutrinas religiosas, jovens e estudantes possam juntar esforços no sentido de assegurar sua real
cidadania.
Entendidos os modos como devem ser construídos os processos de participação e tendo partido
para a "leitura da cidade" - uma compreensão da situação existente, em especial nos aspectos
socioeconômicos - foi possível visualizar Anápolis que temos a partir de questões presentes na visão da
comunidade. Desta forma, foram dimensionados e qualificados os pontos fundamentais para o
processo de planejamento urbano voltado para uma cidade mais justa.
Desenvolvimento urbano
1. Invasão de áreas públicas
Problemas:
Falta de transparência no processo de permissão de uso de área pública.
Aumento das invasões de áreas públicas.
Aumento da ocupação das áreas de risco.
2. Loteamentos
Problemas:
Loteamentos liberados sem infra-estrutura e distantes dos equipamentos públicos.
3. Meio ambiente
Problemas:
Região Sul/ Arco Verde - cisternas contaminadas - Região da nascente do Córrego Góis.
Creche da Vila Formosa - Existe lixo depositado na nascente que fica dentro da área da creche.
4. Trânsito e transportes
Problemas:
Deficiência no atendimento do transporte coletivo em vários bairros da periferia.
Deficiência de estacionamento no centro da cidade.
Alto custo da tarifa do transporte coletivo.
Exclusividade de empresa que presta serviços.
Pontos de ônibus sem conforto e sem sinalização.
Sistema de informações e acesso aos portadores de deficiências físicas inadequado.
5. Desenvolvimento rural
Problemas:
Inexistência de políticas públicas para o setor
Deficiência das estradas rurais
Problemas:
Inexistência do orçamento participativo
Burocratização da participação popular
Falta de divisão da cidade em regiões administrativas
Trânsito deficiente.
A cidade não necessita de loteamentos.
Falta de infra-estrutura.
Segurança - falta de equipamentos.
Programas da Secretaria de Integração Social, que não foram citados: Centro da Juventude,
atendimento aos idosos, deficientes,delinqüentes juvenis, programa da mulher.
Não foram tratados os itens dimensão social e econômica.
Não expandir a malha urbana.
Não cumprimento da Lei de Rampas.
Falta de integração entre a Prefeitura e a Saneago.
Discussão:
A discussão base deve conter o macrozoneamento.
Observar porque a população vive mal.
A concessão da água pela Saneago.
A Lei das Rampas existe desde 1996.
Criação do Centro de Atendimento ao Turista (CAT).
Projeto de sinalização turística.
Sugestões:
Imobiliárias pedem a verticalização da cidade passando pelo Bairro Jundiaí.
Zoneamento e uso do solo para prédios.
100% infra-estrutura para loteamentos.
Parceria da Prefeitura na consolidação da infra-estrutura.
Conter a exploração da água e da energia.
Pensar a cidade sustentável - "Cidade para Todos".
Promover política de adensamento dos lotes.
· Maior participação do Município para expansão da rede de água
. Direcionar a cidade para maior racionalidade
· Criação de minidistritos
· Regularização Fundiária
· Estudo para zoneamento de prédios
Em 1973 foi criada a Assessoria de Planejamento e Coordenação, que tinha como estrutura
organizacional a divisão de infra - estrutura, divisão institucional e de economia, divisão sócio-cultural,
divisão de análise e processamento de dados e divisão de cadastro imobiliário. A Assessoria de
Planejamento foi o embrião para a criação da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação em
1982, com a finalidade de formular, conduzir e fazer executar a política municipal para o
desenvolvimento econômico; exercer a coordenação sobre a execução das atividades do Governo
Municipal no campo econômico, especialmente quanto à infra-estrutura; realizar estudos físicos,
análises de sistemas, pesquisas operacionais, processamento de dados, e a programação financeira;
planejar a nível global, setorial e espacial a ação da administração do Município e, simultaneamente,
para fins de coordenação, acompanhar, controlar e analisar a execução físico financeira desse
planejamento, bem como avaliar os seus resultados; exercer a fiscalização de obras; planejar;
programar e projetar as obras a serem realizadas pelo Município.
Lei do Plano: 2077/1992; o Plano Diretor tem como objetivo ordenar o crescimento urbano e
organizar o espaço intra-urbano, observando, no que couber, as diretrizes da Lei Orgânica do Município
de Anápolis, com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e social e a proteção do
patrimônio ambiental e cultural.
Lei de Uso e Ocupação do Solo: 2079/1992; para efeito de organização e controle do uso do
solo urbano, o Município de Anápolis é delimitado em zonas de uso que se especificam de acordo com a
sua destinação predominante.
Lei de Parcelamento do Solo: 2078/1992; o parcelamento do solo para fins urbanos poderá ser
feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta lei e as da legislação
federal e estadual pertinentes.
Lei do Perímetro Urbano: 099/2005; fica alterada a área de expansão urbana da cidade de
Anápolis, passando a fazer parte integrante da mesma um quinhão de terras situado na Fazenda
Extrema, deste município, com área de 684.441,9147m², destinado à implantação de Plano Urbanístico
Integrado - Condomínio Fechado Horizontal, na conformidade do disposto na Lei nº 2.681, de 08 de
maio de 2000, dentro dos limites e confrontações a seguir descritos:
I. ao noroeste divide com o Bairro Santo Antônio na extensão de 72,05m + 216,54m + 254,67m +
68,57m;
II. ao nordeste divide com área da EMGOPA na extensão de 535,84m e com o Jardim Luzitano na
extensão de 129,05m;
III. ao leste divide com as terras de Antônio Macedo na extensão de 551,25m;
IV. ao sudoeste divide com o Córrego do Ouriço segundo uma linha sinuosa variável, com terras de
Antônio Gomes Filho na extensão de 144,00m, com terras de José Rodrigues na extensão de
642,51m.
Avaliação
A cidade foi, portanto, crescendo apoiada apenas nas leis urbanísticas, cuja visão estática as
tornaram no tempo inapropriadas para atender as demandas sociais e econômicas de uma sociedade
em eterna transição. Quando as leis urbanísticas se tornam estáticas, o sistema de planejamento e
controle perde a percepção de futuro da cidade em termos de sua dinâmica, a sociedade organizada e o
próprio poder público assumem o papel de produtores do espaço urbano sem o controle do
planejamento, e na maioria das vezes em detrimento da coletividade. A dinâmica urbana exige critérios
especiais de análise para as intervenções que incorporam uma multiplicidade de agentes públicos e
privados na construção da cidade. Em outras palavras, em Anápolis o planejamento da cidade não
acompanhou o processo dinâmico e contínuo da produção do território e da cidade, sendo, portanto
forçado a aceitar as mudanças, pouco democráticas, das leis urbanísticas aprovadas pelos planos
diretores. Faltou também ao planejamento: capacidade de se articular com o restante da estrutura
administrativa do governo municipal; criar canais de participação da sociedade; avançar na revisão dos
instrumentos urbanísticos de intervenção no solo para o cumprimento da função social da propriedade;
criar um sistema de informação integrado com diversos órgãos governamentais e não governamentais
para atender as demandas da comunidade e das atividades de planejamento e finalmente não se criou
um sistema de monitoramento do desenvolvimento urbano, instrumento capaz de acompanhar o
crescimento da cidade, através da revisão e adequação dos parâmetros urbanísticos para
empreendimentos de impacto urbano.
A legislação urbanística é inadequada, pelo seu caráter estático, para atender a dinâmica da
cidade;
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13. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DOS EIXOS ESTRATÉGICOS
Secretaria Municipal de Habitação
315
O Plano Diretor é um instrumento exigido pela Lei Federal nº 10.257/01, onde define que a
população define que a população deverá ser parceira nas decisões e ações que assegurem a
implantação de projetos de interesses comuns para a cidade.
Conforme pauta abaixo, nas datas , foram discutidos os seguintes temas: território, demandas
sociais, mobilidade e acessibilidade, modelo espacial. (ver apresentações em anexo)
A audiência pública ocorrida no dia 16 (dezesseis) de setembro do ano de dois mil e cinco, na
Câmara Municipal de Anápolis, foram pactuados eixos estratégicos que irão definir as propostas e
diretrizes. (ver apresentação em anexo)
17 / 08 / 05 31 / 08 / 05
Território Modelo Espacial
Sítio Físico Produção da Cidade
Inserção Regional Zoneamento e Uso do Solo
Dimensão Social e Econômica Meio Ambiente
Gestão do Território Paisagem Urbana
Gestão da Cidade
23 / 08 / 05
16 / 09 / 05
Demandas Sociais
Equipamentos Públicos Primeira Audiência Pública
Serviços Consolidar o Diagnóstico e os
Habitação Eixos Estratégicos
Segurança
Gestão da Ação Urbana
24 / 08 / 05
Mobilidade e Acessibilidade
Trânsito e Segurança
Transporte
Pedestre
Gestão do Sistema de Circulação
e Transporte
Núcleo Gestor/Set.2005.
Cumprindo as etapas da elaboração do Plano Diretor Participativo de Anápolis foi realizada aos
sete dias do mês de abril de dois mil e seis, no plenário da Câmara Municipal de Anápolis a audiência
pública que define diretrizes, estratégias e projetos para a aprovação do referido plano, conforme
Portaria nº 004/2006 de 24 de março de 2006 da Secretaria Municipal de Habitação.
Neste momento, as diretrizes foram votadas e seguem seu percurso, formulando instrumentos
concretos de caráter jurídico e urbanístico.
1. Produção da Cidade
2. Mobilidade e Acessibilidade
3. Promoção Econômica
4. Qualificação Ambiental
5. Qualidade de Vida e Desenvolvimento Humano
6. Sistema de Gestão e Planejamento
1. Produção da Cidade
A concepção do ordenamento territorial no Município de Anápolis, proposta pelos diversos planos
diretores foi sempre através de regime zonal, quando se estabeleceu as Zonas: Urbana, de Expansão
Urbana e Rural. No detalhamento do uso e da ocupação do solo para estas zonas, apenas a Zona
Urbana mereceu maior atenção do planejamento quanto à produção de seu território. Esse fato se deve
à interpretação estreita do inciso VIII do Artigo 30 da Constituição Federal, quando especifica que cabe
ao Município apenas o planejamento e controle do uso e do parcelamento e da ocupação do solo
urbano, ou seja, a cidade aparentemente, excluindo a competência para exercer esta função na Zona
Rural. Portanto, o Município na história de seu planejamento e controle se eximiu das diversas e
complexas incumbências citadas a seguir:
Na Zona Urbana, o controle do uso do solo privado apresenta problemas e desafios pela sua
caducidade, em função do processo dinâmico de produção da cidade. A concepção de planejamento e
controle do uso do solo posta em prática pelo Plano Diretor de 1992 e vigente até esta data, não mais
atende as forças reais de produção da cidade de Anápolis, pois não foram considerados no tempo, os
desvios de rotas naturais provocadas por novas demandas econômicas e sociais.
Percebe-se, portanto, que os atuais pressupostos do regime de controle urbanístico não são
mais adequados em função de novas tipologias de grandes empreendimentos, condomínios
autônomos, cidade ilegal de urbanização indesejável, etc, porque a inflexibilidade das leis urbanísticas
e seus padrões técnicos acabam por torná-las incompreendidas, desrespeitadas e sem fiscalização.
O Plano Diretor de Anápolis, em função das leituras técnicas e comunitárias, pretende reverter os
problemas mencionados assumindo uma postura de controle mais flexível do seu Plano Regulador,
(instrumento de controle para intervenção no solo), porém sem favorecimentos. Essa postura visa:
evitar a segregação de usos; oferecer oportunidades econômicas diversificadas no espaço do território
municipal e na cidade com enfoque de trabalho perto de casa; incorporar os assentamentos ilegais
através de instrumentos reais que permitam acesso à moradia, conseqüentemente, à cidade, para que a
propriedade possa cumprir sua função social.
Macrozoneamento
Para efeito de planejamento e gestão, o Plano Diretor de Anápolis propõe para o território um
macrozoneamento que considera as bacias hidrográficas do Rio das Antas, Ribeirão Piancó, Rio Padre
Souza, Rio João Leite e Rio Caldas e a cidade construída como unidades territoriais de planejamento e
gestão definidoras das macrozonas, cujo objetivo é incentivar, coibir o uso indevido ou qualificar o uso e
a ocupação do solo para evitar o descontrole institucional das ações privadas no Território Municipal.
Este objetivo pretende atingir positivamente os ecossistemas que fornecem uma série de serviços
ambientais essenciais para qualidade de vida humana, como água limpa, alimentos orgânicos,
regulação climática, controle da poluição, controle de enchentes, retenção e transporte de sedimentos,
controle de doenças, reciclagem de nutrientes, lazer e valores paisagísticos através das seguintes
ações:
Macrozona do Rio João Leite: Esta macrozona é caracterizada por uma área de preservação
ambiental que constitui o elemento fundamental de controle sustentável do processo de uso e
ocupação das atividades econômicas e imobiliárias. O Plano de manejo da APA João Leite
definirá os usos e ocupações coerentes com a sua função no equilíbrio ambiental daquela
parcela do território de Anápolis. A preservação e a regeneração das matas ciliares deve ser uma
exigência do Governo Municipal para garantir a implantação do código florestal.
Macrozona do Rio das Antas: Com a maior representatividade em área no município, esta
macrozona engloba praticamente todo o tecido urbano onde estão inseridas as Regiões de
Planejamento Alto, Médio e Baixo Antas, Extrema, Góis, Central, Cezário e Reboleiras. Por se
tratar da região onde ocorrem à maioria dos problemas e danos ambientais, esta macrozona
torna-se o alvo principal para recuperação de áreas degradadas, preservação de áreas verdes e
fiscalização e monitoramento de atividades lesivas ao meio ambiente.
Macrozona do Ribeirão Piancó: Situada na zona rural, esta macrozona destaca-se por se tratar
da região onde está localizado o manancial hídrico que abastece Anápolis e também por
concentrar a maior parte da produção econômica rural do município. Devido sua importância,
esta macrozona torna-se prioritária para preservação e recuperação de Áreas de Preservação
Permanente e para adoção de técnicas que estimulem a implantação da agricultura sustentável,
sendo estas medidas necessárias para manutenção da quantidade e qualidade da água que
abastece a cidade.
Macrozona do Rio Padre Souza: Localizada totalmente na zona rural, esta macrozona destaca-
se por apresentar a maior quantidade de formações vegetais nativas ainda preservadas no
município que, apesar de se tratar de uma região de relevo com superfícies mais acidentadas,
estas têm sido substituídas por pastagens para produção agropecuária. Com isso, esta
macrozona agrega os elementos fundamentais para a criação de alternativas de
desenvolvimento rural sustentável, bem como a exploração de formas de turismo ecológico.
Macrozona do Rio Caldas: Localizada no extremo sul de Anápolis esta macrozona destaca-se
por se tratar da região onde está localizado o manancial de abastecimento do DAIA. Devido à
importância econômica do DAIA para o município, esta macrozona merece atenção especial
quanto à conservação dos corpos hídricos que ali se encontram, visto que novas indústrias estão
se instalando no DAIA e dependem de abastecimento de água para seu funcionamento.
Macrozona Urbana: Engloba o território circundado pelo perímetro urbano, sendo a mais
estruturada do município onde se pretende urbanizar as glebas e lotes vazios para atender a
demanda de habitação social, qualificar os espaços públicos, densificar as regiões da cidade
com infra-estrutura e capacidade de suportar maior número de população e, miscigenar os usos
pelo tecido urbano. Nesta macrozona encontram-se as nascentes do Rio Extrema, Rio das Antas
e Córrego Reboleiras. O Plano Diretor de Anápolis elegeu as glebas situadas a leste do semi-
anel viário da Rodovia BR-153 como as mais apropriadas para fins de urbanização, em função
das suas características físicas, fácil acessibilidade do centro da cidade e proximidade do
emissário da rede de esgotamento sanitário. O parcelamento do solo para fins urbanos, das
glebas situadas dentro do perímetro urbano, estará sujeito à prescrição urbanística específica
estabelecida por lei de parcelamento do solo anexa a este documento. O perímetro urbano, o
macrozoneamento e a estruturação urbana estão espacializados conforme mapas 60,61 e 62.
Conforme foi diagnosticado pelas leituras técnicas e da comunidade, o regime zonal - concepção
de controle de uso e ocupação do solo da cidade de Anápolis - torna pouco clara a classificação das
zonas e dos usos em termos de categorias e subcategorias, assim como a sua relação com o sistema
viário. Para tornar mais flexível a aplicação das funções urbanas, o Plano Diretor definiu objetivos
específicos quanto ao uso e ocupação do solo:
Misturar usos na cidade, seja lote ou edificação, para diminuir as necessidades de deslocamento.
Exceção é feita aos usos geradores de incomodidades ou aqueles que afetam a segurança da
vizinhança.
Garantir melhor fluidez do tráfego no sistema viário respeitando a hierarquia e as características
geométricas das vias e suas utilização prioritária pelo transporte coletivo.
Caracterizar situações de incomodidade tais como sobrecarga no volume de tráfego, poluição
por gases, partículas, odores etc ou ainda poluição por ruído ou vibração.
Simplificar as categorias e subcategorias de usos, atualmente freqüentes na legislação
pertinente, suprimindo as listagens de atividades, dada a dificuldade de sua atualização diante da
dinâmica da vida moderna.
Facilitar a mudança de uso do solo, de modo a permitir as transformações de atividades da
mesma edificação.
Dar tratamento especial a empreendimentos que, por seu porte ou natureza, venham ocasionar
impacto sobre a vizinhança.
Para melhor compreensão, das normas de uso e ocupação do solo que definirão de forma geral o
que pode ou não ser construído e o tamanho das construções nos terrenos da cidade, foram
considerados para análise os seguintes elementos:
restrições quanto a sua localização, em função de sua natureza e das exigências para seu
desempenho, qualificando-as enquanto geradoras de incomodidades em relação à vizinhança;
densidade de construção;
preservação ambiental (da vegetação, dos recursos naturais, mananciais etc.);
preservação de edificações (ou locais) históricos, paisagísticos etc.;
outras finalidades sociais, como habitações de interesse social etc.;
restrições quanto à via de acesso ao imóvel, considerando sua função na rede viária da cidade e
a sua largura;
o porte permitido (área construída ou área de terreno).
Para efeito de controle das atividades urbanas, estabelece-se, como forma geral, o Uso
Residencial e Não Residencial como categorias predominantes. O Uso Residencial é classificado como
unifamiliar e multifamiliar. O uso unifamiliar é aquele que permite o assentamento de uma família por
unidade imobiliária. O uso multifamiliar é aquele que permite o assentamento de várias famílias por
unidade imobiliária, sendo aplicado nas zonas adensáveis 1 e 2.
O Uso Não Residencial é classificado em função das diferentes naturezas das atividades
econômicas e institucionais conforme a seguir: Uso Comercial é aquele que se destina à venda de
produtos; Uso de Serviços, aquele que se destina a prestar serviços à população quer seja por
atividades públicas ou privadas, e finalmente aquele destinado à produção de bens, que se
convencionou denominar Uso Industrial.
A instalação dos usos no tecido da cidade estará condicionada ao nível de transtorno que ele
causará à vizinhança, à sobrecarga nas vias em relação à função dela na rede viária urbana e, ao porte
da atividade comercial e ou serviços definidos pela área construída. Dessa forma a hierarquia das vias
de Anápolis assume papel importante como função de estruturação das atividades econômicas e
sociais da cidade e de circulação de pessoas e mercadorias. Eventualmente, servir de estacionamento
de veículos.
A miscigenação dos usos na cidade será garantida ao permitir que as atividades econômicas
possam se disseminar pelo tecido urbano, excetuando aquelas que segundo a natureza, porte e grau de
incomodidade estiverem incompatíveis com o uso residencial. O quadro 08 e a tabela 46 em anexo
caracterizam a relação entre o nível de incomodidade, o porte da edificação, e a capacidade do sistema
viário, estabelecendo critérios quanto à localização das atividades econômicas, institucionais e
residenciais no tecido da cidade. O mapa 63 espacializa a estratégia de uso e ocupação do solo.
Monitoramento da Densificação
A Zona de Adensamento Básico é aquela aonde se aplicam dois critérios para ocupação dos
lotes urbanos:
Em todo o terreno, igual ou superior a 360 metros quadrados, é possível construir quatro
economias (unidades habitacionais autônomas) com a tipologia de térreo mais dois pavimentos
tipo.
Em todos os terrenos com área inferior a 360 metros, será aplicado o índice de aproveitamento
básico, igual a uma vez a área do terreno.
Esta proposta tem o objetivo tornar a cidade mais compacta e ao mesmo tempo permitir que a
população de menor poder aquisitivo possa ter acesso à habitação com qualidade. As prescrições
urbanísticas para esta tipologia de ocupação urbana deverão atender aos requisitos de recuos mínimos:
Frontal = 5 metros;
Lateral e Fundo = 1,5 metros.
2 - Zona Adensável
A volumetria da edificação será definida pela relação matemática na qual: NP = 2R, aonde NP =
número de pavimentos tipo e R = recuos laterais e de fundo:
Nos casos de edificações comerciais não haverá necessidade da aplicação dos recuos mínimos
laterais e de fundo até o limite de 6 metros de altura, desde que cumpra-se as exigências de ventilação e
iluminação, estabelecidas pelo Código de Obra. As edificações cujos pavimentos excedam 6 metros de
altura deverão cumprir a relação matemática: NP = 2R.
Os recuos frontais, para as edificações comerciais, deverão obedecer aos seguintes parâmetros:
vias arteriais, o recuo mínimo frontal deverá garantir a implantação de um passeio público de 4
metros, medido a partir do meio-fio;
vias coletoras, o recuo mínimo frontal deverá garantir a implantação de um passeio público de 3
metros, medido a partir do meio-fio;
vias locais, o recuo mínimo frontal deverá garantir a implantação de um passeio público de 2.5
metros, medido a partir do meio-fio.
A Zona Adensável 2 é aquela situada ao longo da Avenida Brasil, que para sua implantação será
necessária a solução da disponibilidade de infra-estrutura. O mapa 64 espacializa as zonas de
densificação previstas pelo Plano Diretor.
Solo Criado
O Plano Diretor definiu áreas adensáveis na macrozona construída cujos índices construtivos
poderão ser aumentados em regime de outorga onerosa, permitindo assim, a construção de área
superior a aquela permitida pelo índice de aproveitamento básico igual a uma vez a área do lote. Para
obter a outorga em qualquer metragem, até atingir-se a densidade construtiva máxima, regulada pelo
regime volumétrico se paga um valor correspondente a 1% do valor do empreendimento.
Fundo de Urbanização
será adicionado 20% do total de pavimento tipo, da edificação definida pela relação matemática
de controle volumétrico;
as áreas cujo potencial construtivo é passível de transferência são: Áreas de Preservação
Permanente, parques , praças, equipamentos municipais e equipamentos urbanos.
Projetos Especiais
São chamados Projetos Especiais àqueles que envolvem grandes áreas (podendo atingir todo
um bairro); os projetos de grande porte de uma única empresa ou mesmo aqueles em áreas menores
que tenham característica especial, seja em função da atividade que quer se instalar, de uma paisagem,
de uma árvore ou de um prédio que queira se preservar. Os Projetos Especiais são discutidos entre a
Prefeitura e todos os envolvidos, para que se encontrem soluções criativas no sentido de solucionar
problemas identificados. Os Projetos especiais serão analisados para saber quais os tipos de impactos
que causam na cidade, ou seja, se a obra prejudica ou não a infra-estrutura, a paisagem e o ambiente
como um todo, gera empregos, moradias e garante a preservação do patrimônio ambiental e cultural.
Áreas Especiais
São áreas que devem ser melhor integradas à estrutura da cidade, aproveitando as melhorias já
implantadas, ou mesmo eliminando a precariedade da infra-estrutura existente. Elas podem ser
classificadas em: áreas especiais de interesse econômico, áreas especiais de interesse urbanístico,
áreas especiais de interesse social e áreas especiais de interesse ambiental. Estas áreas deverão ter
normas próprias de uso e ocupação do solo e destinação específica.
IPTU Progressivo
O Poder Municipal, através de Legislação Tributária Municipal, deverá assegurar a função social
da propriedade, aplicando alíquotas de imposto sobre propriedade predial e territorial urbana de forma
progressiva. A aplicação do IPTU progressivo no tempo será de acordo com o art. 182 da Constituição
Federal, no qual lotes ou glebas não edificadas, subutilizadas ou não utilizadas localizadas na cidade
estarão sujeitas a este instrumento.
Para aplicação legal do IPTU progressivo no tempo será necessário elaborar cadastro técnico
multi-finalitário das unidades imobiliárias da macrozona urbana.
Do Consórcio imobiliário
Circulação
Atração Veículos
Circulação
Atração Veículos
2. Mobilidade e Acessibilidade
Vários aspectos determinaram as condições de mobilidade e acessibilidade de veículos e
pessoas na malha viária de Anápolis. Por exemplo:
Para atingir o objetivo proposto foram identificados os seguintes programas, projetos e diretrizes:
Esse programa tem a finalidade de conceber uma malha viária que se constituirá no principal
suporte físico da mobilidade e acessibilidade urbana. Para garantir a estruturação viária as vias serão,
classificadas de acordo com sua capacidade de trânsito, do solo e ocupação do solo, dos modais de
classificadas de acordo com sua capacidade de trânsito, do solo e ocupação do solo, dos modais de
transporte e do tráfego veicular.
Rodovias são caracterizadas pelo sistema rodoviário interurbano formado de nível: Federal,
Estadual, e Municipal.
BR 153;
BR 414;
BR 060;
GO 222;
GO 330;
GO 560.
Vias Arteriais de 1ª categoria (estrutural) por definição são aquelas que estabelecem a ligação
entre o sistema rodoviário interurbano e o sistema viário urbano, apresentando altos níveis de fluidez de
tráfego baixa acessibilidade, pouca integração com o uso e ocupação do solo e são próprias para a
operação de sistemas de transporte de alta capacidade e de cargas. Constitui via Arterial de 1ª
Categoria (estrutural):
Vias Arteriais de 2ª categoria são aquelas que permitem ligações intra-urbanas, com média ou
alta fluidez de tráfego, baixa acessibilidade, apresentando restrita integração com o uso e ocupação do
solo, e são próprias para a operação de sistemas de transporte de alta capacidade de coletivo,
segregado do tráfego geral e de cargas. São consideradas vias arteriais de 2ª categoria as seguintes
vias:
Avenida Pedro Ludovico (Parque Calixtópolis, Vivian Parque II etapa, Loteamento Conjunto
Habitacional Esperança II, Loteamento Vivian Parque, Residencial Morumbi, Loteamento Jibran El
Hadj, Conjunto Habitacional Vila União, Bairro Paraíso, Jardim Calixto, Parque das Primaveras, Setor
Residencial Pedro Ludovico, Vila São Joaquim, Vila São Joaquim II etapa, Loteamento Parque das
Nações, Jardim Nações Unidas, Conjunto Residencial Jamaica, Jardim Bela Vista, Centro);
Avenida Juscelino Kubistcheck, (Jardim Eldorado, Setor Alto da Bela Vista, Bairro JK Setor Nova
Capital, Vila Industrial Jundiaí, Bairro Jundiaí);
Avenida Jamel Cecílio (Bairro JK Setor Nova Capital, Bairro Jundiaí);
Avenida Goiás (Centro, Vila Brasil, Vila Calixto Abrão, Loteamento Jardim Silveira, Jardim das
Oliveiras);
Avenida Santos Dumont (Bairro Jundiaí, Vila Santana);
Avenida Fabril (Vila Fabril);
Rua 02 (Jardim Petrópolis);
Rua Erasmo Braga (Vila Brasil);
Avenida Barão do Rio Branco (Centro);
Avenida Mato Grosso (Bairro Jundiaí, Loteamento Anápolis City);
Avenida Independência (Bairro de Lourdes, Parque Brasília II etapa, Vila Sul, Residencial
Flamboyant);
Vias Coletoras recebem e distribuem o tráfego local entre as vias locais e arteriais apresentando
equilíbrio entre fluidez de tráfego e acessibilidade, possibilitando sua integração com o uso e ocupação
do solo, e são próprias para a operação de sistemas de transporte coletivo, compartilhado com o tráfego
geral e de transporte seletivo; são consideradas coletoras as seguintes vias:
Jardim Europa: Av. Perimetral Norte e Sul, Rua L-01, Rua L-15, Av. L-02;
Chácaras Americanas: Rua Angélica, Av. Comercial, Av. Alvorada, Av. Bandeirante, Av. Brasil,
Av. Edna Oliveira de Faria;
Bairro Santo Antônio: Rua José Bonito, Av. Deguer Isaac, Av. Santo Antônio, Rua D, Rua B;
Vila Operária: Rua Bondade, Rua Aventura (Vila Rica, Jardim Tesouro);
JK Nova Capital: Avenida A, Av. Dahas N. Bittar, Av. Dr. Fuad Siade, Rua Industrial, Rua 25;
Industrial Jundiaí: Rua Radial Sul, Rua Braz Cordeiro de Morais, Rua 07, Rua Aleixo de
Queiroz, Av. Presidente Wilson, Rua Frutuoso Maia de Oliveira, Rua Ferroviário Braulio dos Reis,
Av. Aléxis B. Arantes, Rua 06, Rua 08, Rua 09, Rua 10, Av. Presidente Vargas (Jardim Alvorada,
Campos Elísios);
Jardim América: Av. Parapanema, Av. Paraguai, Av. Contorno América, Av. Anderson Clayton;
Vila São José: Av. 09 de Julho;
Alto da Bela Vista: Av. F;
Vila Formosa: Rua Frei João Batista Vogel, Rua 6-A, Av. Paraguai, Rua 113;
Jardim Eldorado: Rua Goiânia;
Jardim Ibirapuera: Av. Edna Oliveira de Faria;
Setor Tropical: Rua Jovina de Melo, Rua José Patrocínio;
Jardim Alvorada: Rua Cruzeiro Sul, Av. Ilha Formosa;
Setor Industrial Aeroporto: Av. São Paulo, Alameda Natal, Rua Francisco Valoz;
Campos Elísios: Av. Campos Sales, Av. Silva Jardim;
Jardim Arco Verde: Av. Arco Verde;
DAIA: VP- R 1;
Vivian Parque II Etapa: Av. X-1;
Bairro São João: Rua 13, Av. São Paulo;
Polocentro I Etapa: Av. Nacional, Rua 13, Rua Santana das Antas, Av. Mirage (Polocentro 2ª
Etapa);
Residencial Morumbi: Rua Juvenilda R. da Costa;
Residencial Arco-Iris: Av. Contorno;
Santa Clara: Rua SC 07;
Lot. Setor Sul: Av. Amanda Braga Tibúrcio, Av. Principal;
Calixtolândia: Rua Contorno, Av. Sócrates Mardocheu Diniz, Rua dos Goianos, Av. Dona Tereza
Alves Ferreira, Rua Ribeirão Preto, Rua da Pecuária;
Residencial Victor Braga: Av. Belo Horizonte;
Conjunto Habitacional Vila União: Av. Lídia Fernandes;
Vila Mariana: Avenida Ypiranga;
Bairro Paraíso: Av. Morumbi (Conj. Hab. Vila União), Av. Cachoeira Dourada;
Jardim Calixto: Rua do Governador, Rua Santa Izaira;
Parque das Primaveras: Av. Isidório Sabino Rodrigues;
Residencial Pedro Ludovico: Rua José Martins de Britto;
Setor Sul Jamil Miguel: Av. José Sarney, Av. Maria Miguel Abrão;
Vila São Joaquim II Etapa: Av. Cachoeira Dourada;
Santo André: Av. Jorge Guimarães de Almeida, Rua JM-10, Av. Boa Ventura de Puxim, Rua Bela
Vista;
Vila João Luz de Oliveira: Rua Seis
Jardim Ana Paula: Rua Pérola;
Vila Nossa Senhora da Abadia: Rua Engenheiro Portela;
Jardim Nações Unidas: Av. Contorno;
Vila Góis: Av. Paineira, Av. Miguel João, Av. Divino Pai Eterno;
Jardim das Oliveiras: Av. Profº Benvindo Machado (Jardim Suíço,Vila Jardim Santana 2ª e 4ª
Vias Locais promovem a distribuição do tráfego local, apresentando baixa fluidez de tráfego, alta
acessibilidade, caracterizando-se pela intensa integração com o uso e ocupação do solo, podendo ter
seu término em 'cul de sac” a critério do Sistema Municipal de Gestão do Planejamento-SMGP. São os
demais logradouros conforme mapa 66.
Esse projeto consiste de estudos de tráfego que permitam identificar os riscos potenciais de
acidentes envolvendo o transporte de cargas perigosas nas vias estruturais do município e da cidade,
definindo procedimentos de controle, restrição e contenção, além da elaboração de planos de
emergência e defesa civil relacionados ao atendimento de ocorrência e mitigação de impactos desses
acidentes no aglomerado urbano, além de promover dispositivos de compatibilização entre as
necessidades do transporte de cargas e as restrições geométricas, de volumetria classificada e de
pavimento do município, incluindo a implantação de centros de transbordo e de transferência de cargas,
restrição seletiva de horários e rotas de transporte e política de estacionamento para carga e descarga.
Incorporando ao Plano Diretor os projetos de sinalização indicativa realizados pela CMTT no ano
de 2005 para o sistema viário estrutural, consubstanciados em documento de mesmo nome, incluindo
as diretrizes técnicas de projeto de dispositivos de sinalização (placas, suportes, diagramação, alfabeto,
fontes e películas),para a realização de revisões, inclusões e expansão gradual do escopo projetado
para todos os subníveis hierárquicos do sistema viário.
Esse projeto pretende resgatar as integrações urbanas, permitindo condições mais adequadas
de acesso às vias estruturais e arteriais sem trafegar pelo centro.
São seguintes as intervenções prioritárias para melhorar a trafegabilidade das vias de Anápolis
(mapas 68 e 69).
1- Ligação leste/oeste pela av. Pinheiro Chagas, JK cruzando a av. Brasil em direção a av. Eugênio
Jardim (centro).
2- Interligação da Av. Dona Elvira (Vila Stª. Maria de Nazareth) e Senador Caiado (B. Boa Vista).
3- Via marginal ao Córrego João Cezário, entre a Av. Universitária e Av. Brasil.
4- Av. Nacional localizada entre a Av. Brasil e Av. Pedro Ludovico nos bairros Polo Centro e
Morumbí.
6- Av. Jorge Guimarães interligando a Av. Federal na Vila Formosa e Bairro Santo André.
7- Via estruturadora em área não parcelada entre as Av. Sérvio Túlio Ramos Jaime e Av. Ayrton
Senna cruzando a BR. 153 até o Setor Bougainville.
8- Via estruturadora em área não parcelada entre Viaduto Ayrton Senna (Av. Mato Grosso),ligando
a Av. Sen. Caiado, entre bairros Boa Vista e São Carlos.
9- Anel Viário de Proteção ao Centro através das avenidas Xavier de Almeida, Sen. Lourenço Dias
(Av. Contorno), e ruas Coronel Batista, Floriano Peixoto, Benjamin Constant e Eugênio Jardim.
10- Ligação direta da Av. Dona Elvira com Av. Mato Grosso, Praça do Trabalhador e Praça Abadia
Daher.
11- Correção geométrica na junção da Av. das Nações e Av. A, dos bairros Jardim Bandeirantes e
Cidade Jardim Dias.
Esse programa tem como objetivo atender as técnicas brasileiras quanto à acessibilidade de
pessoas com mobilidade funcional reduzida, incluindo pessoas com necessidades especiais,
portadoras de deficiências, idosos crianças e indivíduos temporariamente incapacitados, na edificação
e requalificação de logradouros em vias públicas, praças, passeios públicos, loteamentos, espaços
urbanos em geral e implantação de mobiliários urbanos e barreiras físicas, tanto em projetos do Poder
Público como de iniciativa privada.
4 - Programa de Trânsito
O programa de trânsito objetiva o tratamento da malha viária no que concerne ao uso das
potencialidades da engenharia de tráfego, com vistas a sua fluidez e segurança, utilizando as
tecnologias para conservação de energia, controle da qualidade ambiental e a prioridade ao transporte
coletivo.
Para atingir tal objetivo o órgão competente deverá detalhar os projetos específicos para o
trânsito de Anápolis.
Anápolis nunca tratou das questões agrícolas, esquecendo da zona rural pela força da área
urbana do município.A sua estratégia de desenvolvimento econômico é fundamentada nas grandes
empresas e não nas pequenas que seria de grande relevância;as leis de uso de solo e zoneamento não
facilitaram a promoção econômica.
A cidade de Anápolis pelo segundo ano consecutivo (2005), segundo dados da Secretaria de
Planejamento do Estado de Goiás - SEPLAN assume novamente a primeira colocação no ranking dos
municípios mais competitivos de Goiás. O que se nota no sistema de produção econômica de Anápolis
é que o modelo econômico existente não reproduz na sociedade a sua função social; os espaços de
desigualdade são grandes, produzindo um reflexo negativo e perverso,os espaços referenciais (pólos
de centralidade) não recebem o devido cuidado, tornando a paisagem urbana da cidade degradada.
O Plano diretor participativo de Anápolis - PDPA tem como objetivo dinamizar a economia para
melhorar a qualidade de vida e qualificar o cidadão, ressaltando os seguintes temas: renda, pólos de
centralidade, infra-estrutura-econômica e tecnologia. A promoção econômica com sustentabilidade
fundamenta-se nas seguintes diretrizes e programas:
seguintes:
O processo de reversão dessa tendência predatória tem dois caminhos: a curto e médio prazo da
intervenção consistente em termos de gestão dos recursos naturais e a longo prazo, o da Educação
Ambiental sistemática para mudar o comportamento dos gestores públicos e privados.
As ações a curto e médio prazo serão orientadas no sentido de levar em conta tanto os aspectos
que afetam ou influenciam diretamente a dinâmica dos ecossistemas e a conservação dos recursos
naturais municipais, bem como as relações entre o meio ambiente, sócio-economia, a infra-estrutura e
os aspectos urbanísticos do município, tendo como objetivo, qualificar o território municipal com a
promoção de sustentabilidade do patrimônio ambiental e cultural.
Para atingir o objetivo proposto foram definidas Diretrizes, Programas e Projetos específicos
para cada problema relevante do Eixo Estratégico do Meio Ambiente.
Para viabilizar a Diretriz 1, foram propostos os Programas de Valorização dos Recursos Hídricos
e Programa de Recuperação e Proteção da Vegetação Natural.
Das cinco microbacias localizadas na área do município, três, Antas, Caldas e João Leite,
recortam o tecido urbano, região onde ocorrem a maioria dos problemas e danos ambientais ligados aos
recursos hídricos. Dentre estes destacam-se: o desrespeito às áreas de preservação permanente, onde
a retirada da cobertura vegetal nativa tem facilitado o assoreamento, o aumento dos processos erosivos
e o transporte de sólidos nos corpos hídricos pertencentes a estas microbacias; a canalização,
retificação e o lançamento de esgotos sem prévio tratamento que têm se tornado um sério problema
para a manutenção da quantidade e qualidade da água destes mananciais (mapa 71) e; devido ao
processo de urbanização mal planejada, deficiência no sistema de drenagem urbana e a
impermeabilização da região, a ocorrência de enchentes e inundações têm se agravado.
Na zona rural, onde está localizado o Ribeirão Piancó, corpo d'água que abastece o município,
outras atividades potencialmente degradantes são encontradas, sendo as principais: ausência das
matas ciliares nativas às margens dos cursos d'água e em áreas de nascentes, onde os processos
erosivos e a lixiviação do solo vêm se acentuando; a contaminação e superexploração dos recursos
hídricos como o uso de agrotóxicos na agricultura e o desvio do leito de rios e córregos para o uso de
suas águas na irrigação que, em função da baixa capacidade de suporte, interferem de maneira
negativa na quantidade e qualidade das águas destes mananciais, provocando também conflitos de
usos dos recursos hídricos.
O Plano Diretor Participativo de Anápolis propõe, como meio de ajudar a melhoria ambiental do
território de Anápolis, o objetivo de tornar os rios e córregos ambientalmente saudáveis, com a
manutenção da qualidade e quantidade da água dos corpos hídricos pertencentes as micro-bacias
localizadas no município, sendo estas adotadas como regiões de planejamento e gestão.
Para atingir o objetivo proposto pelo Programa de Valorização dos Recursos Hídricos deverão
ser desenvolvidos pelo Município, os seguintes Planos Setoriais, Ações e Projetos:
Elaborar e implantar o Plano Diretor de Recursos Hídricos. Este Plano deverá realizar
diagnóstico georreferenciado das microbacias do território municipal para identificar a ocupação
indevida das áreas de preservação permanente, bem como os impactos e danos ambientais nelas
produzidos; com a finalidade de através do controle do uso e ocupação do solo proibir o
desenvolvimento de atividades lesivas ao meio ambiente e disciplinar o uso e ocupação do solo no
entorno das áreas de preservação permanente relacionadas com os recursos hídricos.
Enquanto for elaborado o Plano Diretor de Manejo de Recursos Hídricos o Plano Diretor
Participativo de Anápolis propõe as seguintes ações de curto e médio prazo:
Estas áreas encontram-se principalmente no perímetro urbano do município, ao longo do Rio das
Antas e seus principais afluentes na área urbana (Córregos dos Cezários, Góis e Água Fria) e, do
Córrego Catingueiro, que pertence a Microbacia Hidrográfica do Rio João Leite (mapa 72).
O Rio das Antas atravessa toda a área urbana do município, possuindo alto grau de urbanização,
principalmente na área central da cidade. O trecho localizado entre a sua nascente principal, próximo a
BR-153 (na área do Centro Agrícola Sócrates Diniz) até o Bairro Nações Unidas, apresenta poucas
edificações, porém, o processo de desmatamento tem provocado erosões e intenso processo de
sedimentação, como pode ser visto no lago do Central Parque da Juventude Onofre Quinan. Já no
encontro com o Córrego Góis, entre a Avenida Brasil Sul e a Rua Miguel João, ocorrem freqüentes
inundações, sendo este o trecho onde inicia sua canalização. Do trecho que se estende das
proximidades da Rodoviária ao Bairro Sta. Maria de Nazaré, ocorrem inundações em períodos com alta
pluviosidade, atingindo as casas que estão às margens do córrego, sendo este trecho um dos mais
críticos.
Nas áreas ao longo Córrego Góis o grau de urbanização é bastante elevado, porém, há pouca
impermeabilização, onde a retirada quase total da vegetação natural condicionou a processos de
erosão do solo e sedimentação. Isto pode ser observado desde sua nascente principal no Bairro São
João até as proximidades da Vila Goiás. Entre esta e o encontro com o Ribeirão das Antas, nas
proximidades da Av. Brasil, nota-se um maior grau de impermeabilização, ocorrendo intensas
inundações durante o período chuvoso, por se tratar de uma planície de inundação, atingindo assim as
edificações do entorno.
As áreas no entorno do Córrego Água Fria possuem alto grau de urbanização, sendo estas as
causas prováveis do aceleramento do processo erosivo na cabeceira da nascente que está localizada
acima do lago do Parque JK, intensificando a concentração de água do escoamento superficial. As
conseqüências nas habitações são maiores nas proximidades do bairro Anápolis City onde, os
condicionantes naturais de planície de inundação, somadas as edificações desde o Bairro JK Nova
Capital, que possui maior declividade, faz com que ocorram inundações, erosões e assoreamento,
processo também acentuado no encontro do Córrego Água Fria com o Ribeirão das Antas nas
mediações dos bairros Anápolis City, Santa Maria de Nazaré e São Carlos.
como objetivo específico prevenir e controlar os processos erosivos com a recuperação do sítio e de sua
cobertura vegetal.
Anápolis encontra-se inserida no Bioma Cerrado que é caracterizado como uma vegetação de
fisionomia e floras próprias, apresentando formações florestais, savânicas e campestres. Na área
municipal a vegetação natural ainda existente é composta por fitofisionomias pertencentes a estes três
tipos de formações.
Dentre as formações florestais, podem ser encontradas as matas ripárias (matas ciliares e de
galeria), estando estas, na maioria das vezes, descaracterizadas pelo desmatamento, pela retirada
seletiva de determinadas espécies ou pelo crescimento urbano desordenado. Também são
encontradas as matas semicaducifólias de interflúvio, localizadas isoladamente em determinados locais
do município, onde, na área urbana, duas delas encontram-se dentro de Parques Municipais de Uso
Recreativo (mapa 73), não sendo estes instituídos como Unidades de Conservação de acordo com Lei
9.985 de 18 de julho de 2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Nas propriedades rurais do município foi constatado que a grande maioria das Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal não vêm sendo respeitadas, tão pouco associadas, o que
viria potencializar os esforços de conservação da biodiversidade.
João Leite, foi criada através do Decreto no 5.704 de 27 de dezembro de 2002, a Área de Proteção
Ambiental APA João Leite. Área de Proteção Ambiental (APA) é um tipo de unidade de conservação de
uso direto, criada com o objetivo de conciliar a preservação da natureza com o uso sustentável de
parcela de seus recursos naturais (Lei no 9.985/00).
Em Anápolis, a área abrangida pela APA João Leite corresponde a 20% da área do município,
estando ainda presente nesta, remanescentes de vegetação natural nativa.
Para atingir o objetivo proposto pelo programa, deverão ser desenvolvidos os seguintes ações e
projetos:
Projeto áreas verdes: cadastramento georreferenciado das áreas verdes com vegetação natural,
com a finalidade de proteger a ação antrópica.
Projeto Unidades de Conservação: Criar Unidades de Conservação de acordo com o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Projeto Parques Lineares: realizar e implantar cadastramento georreferenciado das áreas de
reserva legal para integrá-las às áreas de preservação permanente, criando Parques Lineares
que sirvam de corredores ecológicos para conservação e disseminação do patrimônio genético
natural (mapa 73).
Ações de gestão:
Além das hortaliças existe também uma boa produção de bananas, frutas cítricas, mandioca,
soja, milho, feijão e arroz, sendo que as três últimas se caracterizam apenas como culturas de
subsistência (mapa 74).
Porém, na maioria das propriedades rurais, para o plantio de hortaliças, monoculturas rotativas e
pastagens é observado a retirada da cobertura vegetal nativa, além da utilização de agrotóxicos que são
carreados para o leito dos cursos d'água.
O sistema de limpeza urbana da cidade não conta com um regulamento de limpeza urbana onde
indique os direitos e deveres dos cidadãos quanto à coleta de resíduos e sua destinação final. A
paisagem urbana da cidade é comprometida com o lixo espalhado em lotes baldios, fundo de vale e
áreas públicas.
pavimentação sem a devida drenagem foram realizadas em quase todo o tecido urbano. O que se
observa na cidade é um constante alagamento de ruas com as enchentes provocadas, provocando o
represamento das águas e danificando pavimentos e passagens em canais. A experiência mostrou que
canalizar cursos d'água não assegura o controle das inundações nem adequadas condições sanitárias,
o que temos hoje como exemplo, uma situação caótica nos canais da Avenida Brasil com Goiás e
Avenida Universitária. O problema de drenagem da cidade atinge o espaço privado também; como
shoppings, estacionamentos de universidades, etc, o piso drenante é fundamental para absorver a água
da chuva, conseqüentemente, auxiliar na sustentabilidade urbana.
E neste cenário devemos olhar para a visão de futuro que queremos para a cidade no
saneamento ambiental, sabendo que dados OMS Organização Mundial de Saúde relatam que a cada
1(um) real investido em saneamento se economiza 4 (quatro) reais em investimentos no setor de
saúde.O saneamento se torna instrumento para controlar impactos da urbanização sobre o meio
ambiente e para reduzir os riscos naturais e que possa fornecer subsídios e indicadores que orientem
decisões de planejamento urbano viabilizando a qualidade e a efetividade das ações no saneamento.
Ações emergenciais:
O Município deverá realizar gestão junto à empresa concessionária para implantar obras de
esgotamento sanitário, devido ao adensamento nos bairros: Bairro de Lourdes, Anápolis City,
São Carlos, Alvorada,Cidade Jardim,Jardim das Américas 1ª e 2ª etapa, Cidade Universitária,
Jardim Europa e Novo Jundiaí,Santa Cecília, São Joaquim, Paraíso, Bairro Primavera.Outros
bairros sem convênio assinado é que necessitam de obras de esgotamento: Recanto do Sol, Vila
União, Vila Mariana, Jandaia, Anexo Itamaraty, Setor Tropical, Parque Residencial Ander I e II
etapa, Arco Verde.
Exigir a conclusão dos convênios assinados, para a execução de abastecimento de água e em
fase de elaboração para os Bairros Morumbi, Jardim dos Ipês, Parque das Primaveiras,
Itamaraty.
O Sistema de limpeza urbana municipal conta hoje com a coleta regular dos resíduos
residencias, comerciais e públicos. A coleta é feita em dias alternados nos bairros periféricos, no turno
diurno, sendo segunda, quarta e sexta para uns e Terça, quinta e sábado para outros (mapa 78). Na
região central a coleta é feita todos os dias de segunda a sábado no período noturno. A varrição de ruas
ocorre uma vez por semana para todos os bairros do município exceto para o centro da cidade que é
feito todos os dias à noite, por se tratar de uma local com um grande volume de transeuntes.
citados anteriormente são coletados por empresa terceirizada e destinados no aterro de forma
adequada. Quanto aos resíduos de inertes ou de construção civil, os mesmos têm destinação final no
aterro sanitário ou em local licenciado para aterro de áreas.
O aterro sanitário hoje é quase realidade no município, pois falta somente a construção do
sistema de tratamento com lagoas de estabilização para ser considerado sanitário, e não controlado. O
sistema vem sofrendo uma série de mudanças nos últimos dez anos, onde o município e a população
em geral conviveram e ainda convivem com alguns problemas que atrapalham o bom andamento da
limpeza da cidade. Dentre estes pode-se constatar que não há ainda um regulamento de limpeza
urbana que indique as regras onde fique claro os deveres e os direitos dos cidadãos anapolinos quanto a
coleta de resíduos e sua destinação final adequada. É comum caminhar pela cidade e constatar a
presença de lixo (entulhos, restos de poda de grama, galhadas, animais mortos, ossadas de animais,
etc) espalhado em lotes baldios, fundos de vale ou áreas públicas, o que evidencia também a falta de um
efetivo trabalho de educação ambiental para conscientização da população.
O Programa de Resíduo Sólido tem como objetivo a ampliação do sistema de varrição nas
regiões periféricas, com no mínimo de dois a três dias com a prestação do serviço. Estudos e
acompanhamento do sistema de coleta para analisar a necessidade de ampliação ou não, baseada no
aumento da população da cidade. Disciplinar a limpeza no aspecto da educação ambiental, na
conscientização do reciclar, do acondicionamento adequado, da disposição do resíduo para coleta nos
horários adequados, da manutenção de calçadas e lotes limpos, sem a presença de entulho ou
vegetação que prejudique a limpeza do município.
ocupação do solo em uma área urbana, relacionada com a coleta e disposição das águas pluviais. O
Plano deverá indicar medidas estruturais e não-estruturais relacionadas ao sistema de engenharia de
drenagem, tendo como finalidade mitigar os problemas causados pelas inundações e poluição das
águas, buscando equilibrar o desenvolvimento urbano com as condições ambientais das cidades.
Deverá também se integrar com os planos setoriais de esgotamento sanitário e resíduos sólidos. O
Plano de Drenagem deverá indicar projetos de regularização de vazão através da retenção de águas
pluviais nos seguintes cursos d'água da cidade:
DIRETRIZ 4: desenvolver para toda a população anapolina ações de educação ambiental, formal
e não formal, objetivando o conhecimento das questões ambientais relativas aos recursos naturais,
biodiversidade, clima, produção e consumo.
Educação Ambiental junto às escolas rurais e produtores rurais através de atividades que
valorizem o solo, os recursos hídricos, a flora e a fauna nativa da região, com vistas ao
fortalecimento da Agenda 21 Local.
Educação Ambiental nas escolas urbanas e junto às associações de Bairros e sociedade civil
organizada relativas às questões de impactos negativos produzidos por intervenções no solo
urbano por entidades públicas e privadas.
Projeto de educação ambiental com base nos 3 R's (reduzir, reutilizar, reciclar), explicitando a
importância da redução da geração de resíduos e a separação dos materiais que podem ser
reutilizados ou reciclados através da coleta seletiva.
Educação
centros municipais de educação infantil não atende a 10% deste universo populacional;
A maioria da população anapolina é privada da vida cultural, vez que os equipamentos culturais
potencializar as ações na área de esporte e Foto 46: Ginásio Internacional Carlos de Pina
lazer no município como forma de promover a Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor
inserção da população socialmente excluída; Participativo de Anápolis
CÓDIGO AÇÕES
1 AMPLIAR CANTINA/DEPÓSITO
2 AMPLIAR SECRETARIA
3 CONSTRUIR ALMOXARIFADO
4 CONSTRUIR PÁTIO/ RECREAÇÃO COBERTO
5 CONSTRUIR BANHEIROS
6 CONSTRUIR BIBLIOTECA
7 CONSTRUIR CALÇADA
8 CONSTRUIR CANTINA E DEPÓSITO
9 CONSTRUIR MURO
10 CONSTRUIR QUADRA ESPORTE
11 CONSTRUIR RAMPA
12 CONSTRUIR SALA COORDENAÇÃO
13 CONSTRUIR SALA DE VÍDEO
14 CONSTRUIR SALA PROFESSORES
15 CONSTRUIR SALAS DE AULA
16 PINTURA
17 REFORMA BANHEIROS
18 REFORMA CANTINA
19 REFORMA PARTE ELÉTRICA
20 REFORMA PARTE HIDRÁULICA
21 REFORMA SALA DE AULA
22 REFORMA TELHADO
23 ALAMBRADO
24 CORRIMÃO
25 DRENAGEM ÁGUAS PLUVIAIS
26 FOSSA SUMIDOURO
27 POÇO ARTESIANO
6. Gestão Urbana
Quanto à cidadania, pressupõe a garantia do direito à maior participação possível dos cidadãos
no processo decisório, obtendo o consentimento, a adesão ou a colaboração concreta na implantação
das decisões e ações governamentais.
O plano diretor participativo de Anápolis apresenta como objetivo geral do eixo estratégico gestão
pública:
3. Instituir mecanismos para uma Gestão Democrática, com maior participação da sociedade nas
ações de governo
Criar programa de Qualificação Técnica do servidor público, nas diversas áreas da Prefeitura
Municipal de Anápolis, visando a maior eficiência e qualidade dos serviços prestados à
comunidade.
Instituir e implantar em parceria com a iniciativa privada,(comércio/empresas) programa de
prestação e conservação dos bens e logradouros públicos.
MODELO ESPACIAL
MACROZONEAMENTO
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE
QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL
17/08/05 - Território
23/08/05 - Demandas Sociais
24/08/05 - Mobilidade e Acessibilidade
28/08/05 - Modelo Espacial
Aos dezesseis dias do mês de setembro de dois mil e cinco foi realizada a Primeira Audiência
Pública como o objetivo de consolidar o diagnóstico e os eixos estratégicos.
1. Território
2. Demandas Sociais
3. Mobilidade Urbana
3. Modelo Espacial
6. 2ª Audiência Pública
Referências Bibliográficas
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ANÁPOLIS, Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis Relatório de Gestão 2001- 2003. Apostila -
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1965, que Institui o novo Código Florestal Brasileiro.
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Florestal do Estado de Goiás.
GOIÁS. Lei nº 8.544, de 17 de outubro de 1978, regulamenta o Decreto nº 1.745/79, que dispõe sobre o
controle da poluição do meio ambiente.
GOIÁS. Lei nº 14.248, de 29 de julho de 2002, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos.
GOIÁS. Decreto nº 5.704 de 27 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a criação da Área de Proteção
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PEMAS - Plano Estratégico para Assentamentos Subnormais município de Anápolis, maio 2002.
Apostila.
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Decreto nº
4.340 de 22 de agosto de 2002. 3ª edição. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de
Biodiversidade e Florestas, 2003. 52 p.
SZAZS, P. NT 209: Metodologia para substituir o índice de acidentes por índice de conflitos em critérios
para implantação de semáforos. São Paulo: CET, 1996.
Entidades Parceiras
Agência Rural/Anápolis
Germinar – ONG
Jornal O Contexto
Jornal O Popular
Ministério Público
Movimentos Comunitários/Anápolis
Porto Seco
Subprefeitura de Goialândia
Subprefeitura de Joanápolis
Subprefeitura de Souzânia
Unievangélica
Núcleo Gestor
Antônio Gobbo - Engenheiro
Carlos Roberto dos Santos - Arquiteto e Urbanista
Elisana Macedo Coelho - Advogada
Eli Rosa - Representante da Câmara Municipal
Isabella Maria Diniz Duarte - Coordenadora
Janaína Abrão Chadud de Morais - Advogada
Juliana Bazan - Arquiteta e Urbanista
Luiz Henrique Fonseca Ribeiro - Biólogo
Mauro Rocha Carneiro - Técnico em Transportes
Myriam Marques - Professora Especialista
Ronnie Barbosa Vieira - Educador Popular
Sônia Maria Barreto - Pedagoga e Advogada
Talita Caetano de Morais - Estagiária em Arquitetura e Urbanismo
Tiago José Duarte Rézio - Designer Gráfico e Desenhista Técnico
Colaboradores
Abélson de Rezende - Geólogo
Agnalda Avelina de Souza - Assessora Técnica do Programa de Qualidade Ambiental
Alessandro dos Reis - Técnico em Telefonia
Antônio da Penha Borges - Representante Comunitário
Cleone Raimundo da Silva - Suporte Técnico
Dido Gonzaga Jaime - Engenheiro Civil
Djalma de Oliveira Scandiuzzi - Desenhista Técnico
Elaine Barbosa da Silva - Geógrafa
Elias Honório de Souza - Desenhista Técnico
Fabrício Nunes Costa - Engenheiro Ambiental
Geraldo Júlio Vieira Guimarães - Gerente de Redes
Itamar Pires de Lima de Júnior - Agrônomos
Jean Carlos Ribeiro - Advogado
Júlio Alves - Jornalista
Juvair Fernandes de Freitas - Geógrafo
Luiz Alberto Almacinha - Agrônomo
Maria Cristina Pereira da Silva - Advogada
Maria Olinta - Socióloga
Marize Bazi - Assessora da Secretaria de Habitação
Maurício Ribeiro Oliveira - Diretor de Tecnologia e Comunicação
Maylon Rocha Guimarães - Analista de Suporte de Rede
Milton Eurípedes da Silva - Gerente de Expediente
Myriam A. de Freitas Vitorino - Assessora Geral da Diretoria de Meio AmbienteNívia Damasceno
Ferreira - Engenheira Ambiental
Paulo Domingues Guimarães - Topógrafo
Reginaldo Bento Rodrigues - Médico
Robson Alves Batista - Engenheiro Civil
Rubeni Pereira Queiroz - Inspetora Educacional
Sérgio Carrier - Gerente de Suporte
Sérgio de Sousa Lima - Engenheiro Civil
Sérgio Luís de Araújo Ramos - Engenheiro Agrônomo
Tânia Valeriano - Engenheira Civil
Telma Maria de Jesus Cândido - Expediente Geral
Vagnar Gonçalves da Silva - Inspetora Educacional
GRÁFICO 2 - Área municipal abrangida pela APA João Leite (%) 132
Anexos
Anexos
DISCUSSÕES PÚBLICAS SOBRE A CIDADE QUE QUEREMOS
TERRITÓRIO
DIA 17 DE AGOSTO DE 2005 417
Objetivos: 483
Pactuação da Leitura Técnica e da Leitura Comunitária 483
Formulação dos Eixos Estratégicos 483
Síntese das leituras técnica e comunitária 484
Vice-Prefeito
Atair Pio de Oliveira
Assessoria Especial
Afonso Celso Teixeira Rabelo
Chefe de Gabinete
Cláudio Paiva
Assessoria Parlamentar
Haroldo Duarte