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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO- CCT PIBIC/ UEMA 2021 - 2022

TÍTULO DO PROJETO DO ORIENTADOR: Estudo dos Bairros de São Luís/MA:


passado e presente, realidades que se cruzam.

ORIENTADOR: Prof.ª Dra. Célia Regina Mesquita Marques

TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO DO BOLSISTA: O imaginário no Bairro da Praia


Grande

Bolsista: Kevin Roberto Sousa Sena


Acadêmico do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Estadual do
Maranhão - UEMA Orientadora: Profª.
Dra. Célia Regina Mesquita Marques
Doutora em Urbanismo - UFRJ (2016)
Professora do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Estadual do
Maranhão - CAU/UEMA

São Luís
2022
TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO DO BOLSISTA: O imaginário no Bairro da
Praia Grande

Bolsista: Kevin Roberto Sousa Sena


Acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA

_______________________________________________

Orientadora: Profª. Dra. Célia Regina Mesquita


Marques
Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Estadual do Maranhão -
CAU/UEMA

São Luís
2022
RESUMO
A cidade de São Luís tem na origem de sua história uma tentativa de colonização por
parte dos franceses, que tentaram implementar a França Equinocial durante a época
mercantil que o ocidente vivia, mas foi falha. A cidade de São Luís apesar de ter nome
em homenagem a um rei francês, foi colonizada e ocupada por portugueses,
afrodescendentes e indígenas que já habitavam as terras.
São Luís, e especificamente o bairro da Praia Grande sofre por diversas mudanças ao
longo do tempo, diversas políticas públicas que mostram o empenho na preservação
patrimonial influenciam diretamente nas maneiras de se relacionar com o bairro,
intervenções essas, que permitiram o seu desenvolvimento econômico, arquitetônico,
urbanístico e cultural. E com isso à percepção e conceitos que se relacionavam com o
bairro também se modificariam, de maneira constante, positivamente ou negativamente.
Essa pesquisa busca analisar a história do bairro fazendo um comparativo entre passado
e presente, e também busca entender a evolução do bairro e o imaginário relacionado a
ele, por meio de pesquisas bibliográficas, pesquisa de campo, documentação
fotográfica, questionários e entrevistas com aqueles que se relacionam com o bairro, o
que permitirá a análise e tentará entender como o imaginário se relaciona com à
população que mora, vive e estuda dentro do território de estudo.
Palavras chaves: Imaginário, Praia Grande, Intervenções, políticas públicas.

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ABSTRACT
The city of São Luís has at the origin of its history an attempt at colonization by the
French, who tried to implement equinoctial France during the mercantile period in
which the Western lived, but it failed. The city of São Luís despite having a name in
honor of a French king, it was colonized and occupied by Portuguese, Afro-descendants
and indigenous people who already inhabited the lands.
São Luís and specifically the neighborhood of Praia undergoes several changes, policies
over time that show the effort in the construction of its heritage, mainly, the
development of the neighborhood, directly in the ways of promoting its heritage,
economic interventions, which will allow the construction of its Active, urban and
cultural heritage. And with that, the perception and prices that are related to the
neighborhood also change, constantly, positively or with a relationship option.
This research analyzes the history of the research neighborhood, a comparative between
past and present related to it, through research, field research research, neighborhood
research and authorship research, research and interviews with the authors, through
research Relate with the neighborhood, which will allow an analysis and will try to
understand how the imaginary relates to the population that lives, lives and studies
within the study territory.
Keywords: Imaginary, Praia Grande, Interventions, public policies.

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Lista de figuras
Figura 1 - São Luís em 1641, em registro do cartógrafo holandês Johanes Vihgboons -
7

Figura 2 - Mapa da Ilha de São Luís 12

Figura 3 – Construção da Barrem do Bacanga 13

Figura 4 – Planta da parte central da cidade de São Luís 14

Figura 5 – Vista Aérea da Area central e dos novos bairros de São luís 14

Figura 6 – Tabela 12 15

Figura 7 – Cartão Postal edifício João Goulart anos 60 16

Figura 8 - Rua Portugal durante execução do projeto Reviver 19

Figura 9 – Mapa da área de estudo 20

Figura 10 - Polos Vocacionais do Programa Nosso Centro 24

Figura 11 – Rua Portugal em 1972 28

Figura 12 – Rua Portugal em 2022 28

Figura 13 – Prédio da antiga Alfândega em 1950 29

Figura 14 – Praça Nauro Machado em 2022 30

Figura 15 – Escadaria da Praça Nauro Machado em 2022 30

Figura 16 – Fachada do Mercado das Tulhas em 1970 31

Figura 17 – Fachada do Mercado das Tulhas em 2022 31

Figura 18 – Rua da Estrela em 1950 32

Figura 19 – Rua da Estrela em 2022 32

Figura 20 – Cais da Sagração em 1957 33

Figura 21 – Cais da Sagração em 2022 33

Figura 22 – Abrigo do Carmo 34

Figura 23 – Largo do Carmo em 2022 35

Figura 24 – Exemplo da primeira página do questionário aplicado 37

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Lista de gráficos
Gráfico 1 - Gênero das pessoas que tem relação com o Bairro da Praia Grande 38

Gráfico 2 - Relação das pessoas com o Bairro da Praia Grande 38

Gráfico 3 – Nível de escolaridade das pessoas que tem relação com o Bairro da Praia
Grande 39

Gráfico 4 – Cor que define o Bairro da Praia Grande 40

Gráfico 5 – Lugar que melhor representa a imagem do bairro 40

Gráfico 6 – Conheciment acerca das manifestações culturais que acontecem no bairro


41

Gráfico 7 – Tipos de manifestações culturais existentes no bairro 41

Gráfico 8 – Conhecimento acerca dos eventos dentro do bairro 42

Gráfico 9 – Eventos dentro do bairro 42

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Sumário
1.      INTRODUÇÃO 8
2.      OBJETIVOS 11
2.1.   Objetivo Geral 11
2.2.   Objetivos específicos 11
3.      METODOLOGIA12
4.      HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO DA PRAIA GRANDE 13
4.1.   Projeto Reviver 19
4.2.   Programa Nosso Centro 22
5.      ANALISES FOTOGRÁFICAS 27
5.1.   Projeto Reviver 27
5.2.   Programa Nosso Centro 29
5.3.   Projeto Reviver 31
5.4.   Programa Nosso Centro 33
5.5.   Projeto Reviver 34
6.      RESULTADOS E DISCUSSÕES FINAIS 36
7.      CONSIDERAÇÕES FINAIS 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45

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1. INTRODUÇÃO
Quando se pensa em São Luís, especificamente no bairro da Praia Grande, as primeiras
ideias formadas estão majoritariamente ligadas ao patrimônio, seja ele material ou
imaterial, com os títulos que a cidade possui, e com o famoso acervo de edificações
coloniais e dos azulejos. Esse imaginário desenvolvido pela população local e pela
população estrangeira, apesar de interessante é superficial, porque quando se aborda
algum bairro, é preciso ir atrás de sua história para entender a importância e a
complexidade de todas as relações que o envolvem, por isso essa pesquisa deseja
desenvolver e ampliar o conhecimento sobre as mudanças sofridas pelo bairro.
Os imaginários, assim entendidos, não são o mesmo que a arte, porém
ambos participam da natureza estética. Enquanto a arte obedece uma atividade
criativa, às vezes especializada, porém sempre necessária em todos os seres
humanos como expressão, os imaginários apontam preferencialmente, para
uma categoria cognitiva, melhor dizendo, para uma experiência humana de
construir percepções a partir de onde somos sociais, não somente por
conveniência, mas por desejos, anseios e frustrações. (IMAGINÁRIOS
URBANOS, 2001, p. 11)

A história do bairro Praia Grande, inicia-se como a maioria das histórias de cidades
coloniais, com a invasão de algum país europeu, diferente dessas cidades os primeiros
povos estrangeiros que tentam ocupar a ilha, são os franceses, que no início do século
XVII vem pela segunda vez ao país para tentar formar uma colônia, estabelecendo a
França Equinocial, na conjuntura mercantil da época. Daniel de La Touche e Fraçois de
Rasilly juntos fundam em 8 de setembro de 1612 O forte foi denominado de "Fort Saint
Louis" em homenagem ao rei Luís XIII de França, que logo depois viraria a cidade de
São Luís.
Apesar de ter sido fundada por franceses, a cidade de São Luís não tem influências
arquitetônicas e nem culturais, já que essa ocupação não durou muito tempo, pois em
1615 os portugueses expulsaram o povo francês durante a batalha de Guaxenduba. O
mesmo aconteceu cerca de 30 anos depois quando os Holandeses tentaram ocupar a
cidade, só a partir desse momento os portugueses iniciaram definitivamente a colonizar
e ocuparem São Luís.
São Luís ainda passa por outros períodos de desenvolvimento econômico, o segundo foi
caracterizado pela expansão da indústria têxtil, objetivando resgatar o algodão no

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mercado, porém logo após 1940 as fábricas entram em falência. E só a partir da chegada
dos anos 60, que pode ser observado uma mudança de crescimento, agora já fugindo do
núcleo central da cidade, a construção da barragem do Bacanga e da Ponte José Sarney
(popularmente conhecida como ponte do São Francisco) fez com que a cidade se
expandisse para além do centro e das margens dos rios, surgindo novos conjuntos de
casas, bairros como o Renascença, São Francisco e as diversas Cooperativas
habitacionais, permitindo que a área onde é a Praia Grande sofresse intensa evasão em
que muitas de suas edificações absorvem significativo processo de abandono, visto que
muitas pessoas deixaram o Centro para descobrir as recentes e promissoras maneiras de
morar.

Figura 1 - São Luís em 1641, em registro do cartógrafo holandês Johanes Vihgboons

Fonte: São Luís, uma leitura da cidade, pág 63.

Em 1987 o Governo do Maranhão começa a implementação do projeto “Reviver”, na


área do sítio histórico do bairro da praia grande, buscando revitalizar conjuntos
arquitetônicos remanescentes do período colonial. O projeto Reviver permitiu um
grande mecanismo de preservação dessa área, na qual foram executadas atividades de
revitalização urbana, como a drenagem, saneamento básico com as redes de tratamento
de água e esgoto, redes de telefonia e energia sendo substituídas e renovadas por uma
instalação subterrânea; restauração cuidadosa das edificações, buscando preservar a sua

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originalidade e também o surgimento de praças que hoje agregam importante valor na
transformação dessa região.

Então fazendo assim que o centro histórico da cidade apesar de “revitalizado” se


tornasse polarizado, já que a intervenção ocorrida na área da Praia Grande não teve o
foco em habitações, se tornando um espaço quase 100% destinado a turistas. Anos
depois dessas reformas, no ano de 1997 a Unesco reconhece o centro de São Luís como
patrimônio cultural mundial, por trazer marcas de diversas tradições culturais, além de
possuir um excelente exemplar de cidade colonial portuguesa, com traçado preservado e
conjunto arquitetônico representativo. Já aproximadamente 22 anos depois do
reconhecimento pela Unesco, o governo do Maranhão começa a dar indícios que um
novo projeto de requalificação ocorreria no centro. O programa nosso centro, foi e ainda
é responsável pela requalificação de casarões em conjunto com a iniciativa privada, pela
construção de praças, e de eventos lúdicos com foco popular e familiar, entre diversas
outras atividades. Diante disso este trabalho almeja explorar e entender os usos e
ocupação presentes no bairro da Praia Grande com o passar dos anos.
Dessa forma, este trabalho se propõe a investigar as individualidades do bairro
denominado Praia Grande, importante na formação da malha urbana da capital
maranhense. Partindo buscar suas identidades socioculturais e consequente simbologia
através das manifestações desenvolvidas nesse espaço/lugar. Assim, o estudo praticado
nesta pesquisa tem como tema principal analisar o imaginário que transpassa o bairro da
Praia Grande São Luís, evidenciando as mudanças sofridas no espaço ao longo da
década de 1960 até os dias atuais, tendo em vista percepções teóricas e práticas acerca
dessas mudanças durante sua trajetória urbana em diferentes épocas que mudaram o
“viver/morar” em São Luís, abrangendo tudo que permite a ele ser o que é,
identificando seus feitos sociais, religiosidade intrínseca à arte e as manifestações
culturais, bem como o legado que deixou como marco para a história ludovicense.

A partir das pesquisas bibliográficas e de pesquisas de campo, analisaremos como as


pessoas que vivem neste espaço se sentem e acervos fotográficos públicos que darão
possibilidade de identificar como as mudanças urbanísticas ocorrem, podendo-se traçar
os modos de adaptação e característica entre os diferentes momentos vivenciados no
bairro.

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12
2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral


Estudar as transformações urbanas ocorridas no bairro da Praia Grande,
enfatizando a importância da dimensão simbólica que permeia o diálogo entre a
permanência da cidade tradicional e a idealização da cidade moderna.
2.2. Objetivos específicos
 Realização de um banco de imagens do bairro Praia Grande;

 Pesquisa nos acervos de São Luís, Biblioteca Pública Benedito Leite, Arquivo
Público do Estado, Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Museu Histórico e
Artístico do Maranhão;

 Análise do desenvolvimento da área em estudo e de suas transformações


socioespaciais nas décadas de 60/70, quando essas transformações se acentuam com
implicações em sua simbologia;

 Avaliação do impacto tradição versus modernidade ocorridos no bairro;

 Estudo das imagens de alguns trechos do bairro em estudo, ressaltando as


transformações urbanas ocorridas no local.

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3. METODOLOGIA
Durante essa fase do trabalho a metodologia apresentada e executada, consistiu no
levantamento bibliográfico, iconográfico e oral, sobre os processos acerca da formação
urbana de São Luís, focando no bairro da praia grande, com base autores que descrevem
conceitos básicos sobre cidade, as referências cardeais que fizeram parte da
fundamentação teórica foram retiradas em fontes primárias e secundárias, destacando
artigos acadêmicos e dissertações que tinham seu foco principal na história de
desenvolvimento da cidade, nos quais foram possíveis o acesso através de pesquisa na
internet. Além disso, utilizou-se livros encontrados on-line, sendo alguns destes: São
Luís: ilha do Maranhão e Alcântara: guia de arquitetura e paisagem (2008), Álbum do
Maranhão de Miécio, e até mesmo a icônica obra de Aluízio de Azevedo “O mulato”.

Durante a segunda etapa de nossa pesquisa fizemos levantamento bibliográfico


documental em acervos públicos e privados, buscando por fotografias antigas,
documentações relevantes sobre o bairro da praia grande, e outras literaturas que
abordam o bairro. Além disso, também fizemos uso de novas bases teóricas, pesquisa de
campo, aplicação de formulários, e entrevistas com usuários e moradores do bairro,
visto que é através da pesquisa de campo e desses levantamentos de dados, que tivemos
interações diretas com o bairro estudado e poderemos averiguar as formas que o
imaginário se desenvolve e se perpetua na sociedade, os sistemas construtivas,
linguagens arquitetônicas, usos atuais e estado de conservação dos edifícios e da cultura.
Aliados a pesquisa de campo, também realizaremos um levantamento fotográfico. A
partir desses levantamentos fizemos uma análise crítica dos dados objetivando
apresentar o relatório final para darmos fim da pesquisa.

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4. HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO DA PRAIA GRANDE 
Acredita-se que o nome do bairro Praia Grande, seja um topônimo, ou seja um nome
baseado na geografia do local, assim como outros bairros da cidade, geograficamente o
bairro se situa nas fozes dos rios Bacanga e Anil, que desaguam no oceano atlântico.
No final do século XVII até o início do XIX, Portugal institui a Companhia de
Comércio do Maranhão, que logo depois viraria Companhia Geral de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão com a chegado do marquês de pombal na segunda metade do século
XVIII, transformando o maranhão em uma potência agrícola exportadora de algodão, e
incentivando o desenvolvimento econômico do estado e da Cidade de São Luís . Até o
século XVIII, a malha urbana da capital maranhense resumia-se ao Largo do Carmo,
descendo para a Praia Grande e Desterro (GOMES, 1988).

“(...)A Praia Grande e a Rua da Estrela contrastavam, todavia, com o resto da


cidade, porque era aquela hora justamente a de maior movimento comercial.
Em todas as direções cruzavam-se homens esbofados e rubros cruzavam-se os
negros no carreto e os caixeiros que estavam em serviço na rua; avultavam os
paletós-sacos, de brim pardo, mosqueados nas espáduas e nos sovacos por
grandes manchas de suor. (AZEVEDO, 1881. P.11 - 12)

O centro de São Luís é formado de diversas áreas, e por grande parte do tempo a área da
Praia Grande foi o polo econômico da cidade, responsável por abrigar, bancos,
comércios, hotéis, e ficar próximo as habitações, “a ocupação da cidade [...] seguiu a
característica das ocupações lusitanas: cidade alta, concentrando atividades
administrativas, religiosas e militares; e a cidade baixa, voltada à atividade comercial”
(LOPES [org.], 2008, p.16). Podemos notar que até determinado período da história
ludovicense, os bairros se desenvolvem em torno de fábricas, como exemplo a Madre
Deus e o Anil, que possuíam fábricas e após instaladas, os bairros começaram a serem
ocupados pelos trabalhadores delas.

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Figura 2 - Mapa da Ilha de São Luís

Fonte: Álbum do Maranhão 1950, Pág. 39

A Praia Grande surge de um processo totalmente diferente, já que apresenta um


verdadeiro contexto colonial, visto que foi o primeiro lugar em que povos estrangeiros
firmaram-se, e isso justifica o porquê de o bairro ter sido por grande parte do tempo, o
único eixo da cidade. Apesar das fábricas incentivarem a criação de empregos e acelerar
as políticas públicas relacionadas a infraestrutura, ainda assim não foi suficiente para
acompanhar o crescimento demográfico que estava acontecendo. E então que no final
dos anos 60, o Governo Maranhão decidiu elaborar a criação da barragem no rio
Bacanga, com o objetivo de diminuir a distância entre o centro e o Porto do Itaqui,
implementando uma malha rodoviária a que reduziu a distância de 35 KM para apenas
9km, que possibilitaria o desenvolvimento urbanístico da cidade.
A construção da barragem, marca o início de uma nova era de desenvolvimento em São
Luís, já que na mesma época a ponte governador José Sarney também havia sido
construída, com objetivos similares a da barragem, implementação de uma malha
rodoviária, pois no período, o movimento modernista impulsiona os automóveis como
elemento chave em questões urbanísticas; e também para a expansão da cidade.

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Figura 3 – Construção da Barragem do Bacanga

Fonte: MAVAM

A construção da barragem, marca o início de uma nova era de desenvolvimento em São


Luís, já que na mesma época a ponte governador José Sarney também havia sido
construída, com objetivos similares a da barragem, implementação de uma malha
rodoviária, já que naquele período, o movimento modernista impulsiona os automóveis
como elemento chave em questões urbanísticas; e também para a expansão da cidade.
E como tudo que é novo chama mais atenção, em São Luís não seria diferente, São Luís
sofria influência direta de outras cidades que se expandiam economicamente e
urbanisticamente, cidades contaminadas pela onda do urbanismo moderno, criando e
disseminando novos conceitos de morar, o que de certa forma foi muito bom para a
cidade se desenvolver em outros eixos, já que só existia cidade no eixo central.

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Figura 4 – Planta da parte central da cidade de São Luís

Fonte: Álbum do Maranhão 1950, Pág. 40.

Figura 5 – Vista Aérea da Area central e dos novos bairros de São luís

Fonte: Minha Velha São Luís

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Precisamos também ressaltar a importância da igreja durante a elaboração da cidade, já
que ela era responsável por quase todas as manifestações culturais, sejam elas pagãs ou
religiosas, participando em todos os aspectos da sociedade da época, nas decisões
políticas, em momentos históricos, nas escolas, e na sagrada vida litúrgica, a igreja
assume o papel de disseminar cultura e religião nas diversas camadas da sociedade, foi
a única instituição que conseguiu articular e manter relações entre quase todos os povos,
além de sua importância arquitetônica, na qual conseguimos perceber a mudança de
estilos e do tempo em que elas foram construídas, enfatizando diferentes padrões
construtivos tanto nas igrejas como nas catedrais. A presença de praças logo em frente
as igrejas, onde tinham os festejos, fachadas para o poente, altar para o leste, e algumas
possuíam conventos com pátios internos.
As pontes foram peças centrais para a evasão e desvalorização do bairro da Praia
Grande, já que naquela época era mais atraente morar e trabalhar em bairros diferentes,
é possível notar que é nessa mesma época que os bairros do São Francisco, Renascença
e todas as Cooperativas habitacionais ganham força.

Figura 6 – Tabela 12

Fonte: JÚNIOR, 1999, p.95

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As pontes que contribuíram e aceleração o processo de deterioração do acervo
arquitetônico colonial da cidade, mas também ajudou a preservar o que não tinha sido
reformado ou derrubado, já que o mercado imobiliário foca nos novos bairros, e impede
a descaracterização que aconteceu nas grandes metrópoles brasileira, São Paulo e Rio de
Janeiro, mas ainda assim o mercado imobiliário chegou a fazer intervenções
modernistas dentro do centro, expressando com a verticalidade, que também era
novidade da época, e como exemplo temos o edifício João Goulart que fica na parte alta
do bairro da Praia Grande, que foi um dos pioneiros na tipologia modernista dentro do
Maranhão. E assim, o movimento modernista transforma o espaço da cidade, que vai
recebendo diferentes funções com o tempo, se tornando mais complexo e dinâmico. 
Logo, um mesmo lugar da cidade pode passar a ser multifuncional ou ganhar uma
função diferente da atribuída originalmente em seu projeto. Indo a um exemplo mais
específico, podemos observar os diversos conjuntos habitacionais criados em São Luís
(Cohama, Cohab, Cohatrac, Cohafuma, Cohaserma, Ipase, Ipem, etc.), os quais hoje tem
a função além de residencial, também comercial e institucional, oferecendo diferentes
serviços dos planejados inicialmente. Assim como os centros urbanos em diferentes
cidades que deixaram de ser lugares apenas de defesa e poder, como também
floresceram comercialmente.

Figura 7 – Cartão Postal edifício João Goulart anos 60

Fonte: Casa do Colecionador

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4.1. Projeto Reviver

Já era de conhecimento do governo e da própria população que o centro da cidade havia


se transformado em uma área praticamente inabitada, mesmo que a área do entorno
ainda houvesse pessoas residindo e sendo resistência contra a evasão, o governo precisa
incentivar políticas públicas, que revertesse, ou ao menos melhorasse a situação dos
bairros enquanto a questão da vitalidade, tentando atrair de volta moradores ou até
mesmo turistas. Uma das alternativas foi transformar o centro em uma zona comercial e
administrativa, almejando ter um fluxo de pessoas que estariam comprando e
resolvendo questões legais, ou estariam trabalhando em suas respectivas funções, em
um ou dois turnos do dia. Mas ainda sim existia uma necessidade de realizar
intervenções na área do sitio histórico de tombamento federal, porém sofrendo com
obstáculos financeiros o governo não conseguiria arcar uma intervenção completa na
área, dada a sua dimensão. Sem a alternativa de fazer uma intervenção que abrangesse
todo o conjunto arquitetônico, foi decidido que essa intervenção aconteceria na área
onde fica a Praia Grande.

A Praia Grande representa um dos mais expressivos conjuntos existentes da


arquitetura colonial brasileira. Enquanto outras cidades - Salvador, Olinda e as
cidades históricas mineiras – possuem conjuntos importantes, somente São
Luís, entre as grandes cidades brasileiras, contém um área tão extensa, e ainda
intacta. Não se pode presumir, porém, que esta falta de contaminação,
resultado da morosidade do desenvolvimento econômico do Estado, continuará
indefinitivamente. A preservação deste patrimônio excepcional, deverá ser
tratado com a urgência já proposta no Plano Diretor de São Luís, como também
pela UNESCO, no relatório elaborado pelo arquiteto Vianna de Lima
(GISISGER, 1978, p. 5).

A fala do engenheiro norte americano John Gisiger, deixa explicito o motivo da Praia
Grande ser o lugar ideal para começar as intervenções. E então em 1979 o Governo do
Estado do Maranhão através da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento do
Maranhão (SEPLAN-MA), fomenta em São Luís o I Encontro Nacional da Praia
Grande, conforme o posicionamento de Aluísio de Magalhães, na época presidente do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O evento contou com o
apoio do IPHAN e do Ministério da Cultura (MINC), tendo como papel guia, discutir e

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avaliar a proposta de revitalização do Centro Histórico, que havia sido elaborada por
John Gisiger, entre 1977-1979.
As conclusões que foram pensadas durante o Encontro foram duas recomendações que
ajudariam o Governo do Estado na criação de políticas públicas direcionas para a
preservação do patrimonial. A primeira recomendação era a criação de um grupo de
trabalho e uma comissão para desenvolver e implantar o Programa de Preservação e
Revitalização do Centro Histórico – PPRCH. A orientação concretizou-se com a criação
oficial pelo “Decreto Estadual nº 7.435 de 16 de novembro de 1979, no âmbito da
SEPLAN-MA” (SILVA, 1997, p. 28).
As origens do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico – PPRCH
aludem ao decreto estadual, mas o lançamento oficial do Projeto ocorreu quase dois
anos depois, em agosto de 1981, quando a equipe técnica relacionada ao governo
estadual apresenta um amplo projeto que vem se materializar com o PPCRH, na
intenção de conseguir a revitalização e preservação da área tombada. A referida equipe
técnica tinha como objetivo:
Sistematizar e elaborar pesquisas, estudos, projetos, promover a divulgação dos
trabalhos e a articulação junto à comunidade, aos diversos níveis do governo e
segmentos organizados, preparar e acompanhar propostas de financiamento e
captação de recursos financeiros e supervisionar a execução de obras para a
revitalização e preservação do Centro Histórico de São Luís (ANDRÈS, 1998,
p. 56).

Mas só no ano de 1987, quando a presidência da república foi assumida pelo


maranhense José Sarney, com a retomada dos incentivos financeiros que voltaram com
a ideia de restaurar totalmente a Praia Grande. Durante esse período de retomada das
obras urbanísticas, o governador do estado Epitácio Cafeteira Afonso Pereira, atrelou a
marca de seu governo a esse novo momento de investimentos, apenas modificando o
nome do Projeto de Revitalização e Preservação do Centro Histórico. As intervenções
urbanísticas realizadas na área da praia grande passaram a ter como apelido o nome de
Projeto Reviver.

Esse período representou uma retomada dos investimentos no bairro da Praia


Grande, que foi inteiramente recuperado. Foram beneficiados 10,7 Km² de área
urbana (tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional), abrangendo 15 quadras
e 200 edificações com as seguintes intervenções:

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Recuperação integral da infra-estrutura urbana com a renovação das redes de
água, esgoto e drenagem. Estas obras ensejaram o descobrimento das galerias
subterrâneas com mais de 200 anos de existência.
Construção das novas redes subterrâneas de energia elétrica e telefonia, que
permitiram a retirada definitiva dos pesados postes de concreto,
transformadores e do emaranhado de cabos que agrediam a harmonia do
conjunto. Instalação de nova iluminação pública utilizando postes de ferro
fundido, arandelas e lampiões.
Construção de praças, jardins e alargamento das calçadas de cantaria, voltando
às dimensões originais conforme a documentação fotográfica do final do século
XIX.
Restauração de becos e escadarias e pavimentação das ruas com
paralelepípedos, que permitiram a reconstituição de detalhes construtivos do
pavimento original [...] (ANDRÈS, 1998, p. 88).

Figura 8 - Rua Portugal durante execução do projeto Reviver

Fonte: Minha Velha São Luís

Ressaltando que durante a fase de obras, atuaram para a recuperação da infraestrutura


urbana da área com obras de saneamento básico, reforma de praças e jardins,
alargamento de calçadas, no intuito de se resgatar o aspecto urbano através de
documentação fotográfica do século XIX, também isolaram as ruas principais do bairro,

23
proibindo a entrada de automóveis dentro do bairro, medida essa que inicialmente
sofreu resistência, mas com o passar do tempo, foi aceita e dura até os dias atuais.

Figura 9 – Mapa da área de estudo

Fonte: Autoria própria

Mas essas intervenções não terminaram junto do governo vigente da época, nos anos 90
outras áreas foram incluídas, e sofreram a requalificação, o que ajudou a cidade de São
Luís a ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (UNESCO) como patrimônio cultural Mundial.
4.2. Programa Nosso Centro

Era inevitável que o Bairro da Praia Grande não passasse por outros processos de
intervenções com o passar dos anos, principalmente por se tratar de um bairro com
grande importância histórica e por atrair diversos públicos, de diferentes localidades,
dentro e fora do estado, a preocupação em criar novas políticas públicas que mostrasse o
comprometimento com a preservação ambiental, foi um dos carros chefes do último
mandato do ex-governador Flávio Dino.

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Em 2019, o governo do estado, através da Secretaria de Estado das Cidades do
Maranhão (SECID) lançou o “Programa Nosso Centro” com o objetivo de “tornar o
centro histórico de São Luís referência em renovação e desenvolvimento sustentável,
preservando seu valor histórico e cultural ao mesmo tempo em que promove o centro da
cidade de São Luís como espaço democrático” (Maranhão, 2019, s/p).
A área de intervenção proposta pelo programa nosso centro possui cerca de 2.500
imóveis tombados pelo Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico
do Maranhão (DPHAPMA), e 1.400 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN). Em decorrência deste conjunto arquitetônico e paisagístico, o centro
histórico tornou-se um dos principais produtos turísticos da capital, e, também um dos
locais mais visitados (Santos, 2015).

E, para preservação, é importante entender o papel das normativas, como o caso das
políticas públicas de preservação no centro histórico de São Luís, que ganharam força
com o então intitulado “Projeto Reviver”, que teve como marco, o bairro da Praia
Grande, por ser local de relevantes monumentos históricos (Silva, 2016).

Neste bairro, é possível encontrar imponentes sobrados, além de casas com fachadas em
azulejos. De acordo com Andrés (2012. p. 203) as primeiras obras do Projeto Reviver
concentraram-se neste bairro por ser considerado:

[...] um local de grande riqueza histórica, digna de atenção e aprofundamento, e para o qual se
estabeleceu o subprograma de obras da Praça do Comércio, cuja primeira etapa foi implantada
no período de 1981 e 1982, com a realização das obras da feira da Praia Grande, Albergue, Beco
da Prensa, Praça da Praia Grande e obras de urbanização em geral.

O bairro da Praia Grande foi um importante centro comercial e econômico da cidade de


São Luís, o que faz deste, o “coração” do centro histórico. Atualmente, concentra locais
de lazer e cultura como museus, teatros, bares, restaurantes, lojas de artesanato, entre
outros, frequentados por residentes e turistas (Carvalho, 2012).

Como forma de conservar, preservar e dar “vida” ao centro histórico de São Luís foi
criado o Programa Nosso Centro com o objetivo de potencializar os atrativos do centro
histórico através de um conjunto de ações e obras que valorizassem o centro de São
Luís, tornando a cidade referência nacional em desenvolvimento sustentável e
preservação histórica cultural (Secidma, 2019).

25
Esse tipo de política se encaixa, culturalmente, nas imagens das cidades, e, tem por
objetivo atribuir novos sentidos ao passado, caracterizado por ser segregador e
higienizador, no sentido de (re)ativar esse espaço para a sociedade (Jayme, 2010). A
ressignificação da área urbana está associada à valorização socioeconômica dos lugares,
e, por meio dela, busca-se o resgate de valores simbólicos para os residentes e nãos
residentes, associado inclusive ao movimento do turismo (Cardoso, 2017; Costa, 2015).

Para melhor entendimento sobre o Programa Nosso Centro, este está dividido em polos
vocacionais, a saber: Habitacional; Tecnológico; Cultural, Turístico e de Lazer e
Comercial e Gastronômico (figura 1). Estes polos foram criados com fins a uma
concepção integral urbana para aumentar a atratividade socioeconômica do centro
histórico em diversos setores e públicos (Secid, 2019).

Figura 10 – Polos Vocacionais do Programa Nosso Centro

Fonte: Secidma (2019)

Cada polo possui objetivos diferenciados de acordo com a finalidade da ação a ser
trabalhada/desenvolvida. Neste estudo, faremos um resumo dos Polos Vocacionais
dando um enfoque ao polo Cultural, Turístico e de Lazer.

O polo Habitacional tem como objetivo promover a ocupação sustentável do Centro


Histórico, incentivando a instalação de novas moradias na região, e, a permanência e
26
melhoria das condições de habitabilidade do centro (Secidma, 2019), no eixo do polo
Habitacional existe o “Cheque Minha Casa” que estimula a moradia no centro e áreas
próximas, possibilitando compra de matérias de construção que seriam usados em
futuras reformas, esta ação favorece dando um novo uso as edificações antigas, além de
atrair novos investimentos e colaborar para que a cidade se desenvolva.
Quanto ao Polo Tecnológico o objetivo é tornar o Centro Histórico de São Luís
referência em tecnologia da informação e comunicação, biotecnologia, tecnologias
emergentes, tecnologias para cidades inteligentes e desenvolvimento de start-ups.
Possui como estratégias estimular atividade de inovação nas universidades e empresas,
fomentar a instalação de incubadoras públicas e privadas de negócios, ampliar a atuação
do casarão Tech Renato Archer nas atividades de incubação e aceleração de novas
empresas de base tecnológicas (Secidma, 2019).
O Polo Institucional tem como objetivo aproximar órgãos institucionais estratégicos, de
modo a modernizar os serviços públicos e intensificar o fluxo de pessoas em horário
comercial à região central. Vai contemplar reformas e restauração de edifícios, além da
criação do shopping da Criança na Praia Grande, reforma do edifício Bequimão na Rua
do Egito; restauração do edifício da Secretaria de Estado da Cultura (Secidma, 2019).
Quanto ao Polo da Infraestrutura o objetivo é recuperar e expandir a infraestrutura do
centro histórico para atender demandas do público, tornando-o mais atrativo à
ocupação. Suas principais diretrizes comuns: criação de pontos de conexão de rede sem
fio público; revitalização do Cais da Praia Grande; recuperação das calçadas e passeios
públicos, implantação do Parque Metropolitano do Bacanga (Secidma, 2019).
O Polo Segurança tem o intuito de diminuir os índices de violência na região central,
trazendo segurança aos moradores do entorno e aos frequentadores. Suas principais
diretrizes são a elaboração de Plano de Segurança do Centro Histórico, ampliação do
sistema de patrulha por bicicletas e motocicletas; expansão do videomonitoramento já
existente da Polícia Civil, Militar e Prefeitura; ampliação do número de câmeras de
segurança; implementação e realocação dos postos de segurança; melhoria da
iluminação pública no Centro Histórico, e, por último, aumentar as rotas das viaturas
(Secidma, 2019).
Quanto ao Polo Comercial e Gastronômico, este tem como objetivo fomentar o
comércio local de São Luís, fornecendo as melhores condições estruturais, de segurança
e de mobilidade para empreendedores e consumidores na área central de São Luís,
incentivando o surgimento e fortalecimento de pequenos negócios na área central com

27
foco na gastronomia, comércio em geral e turismo, que para Silva (2016) este tipo de
ação é uma estratégia de reprodução do capital, o que fortalece a economia local.
Já o Polo Cultural, Turístico e de Lazer têm como objetivo fomentar a ocupação, a
realização de atividades e atrações culturais no Centro Histórico, tornando-o referência
de lazer à população local e turista, e, ainda preservar e difundir o patrimônio cultural
material e imaterial do Estado (Secidma, 2019). De acordo com a Secidma (2019), as
ações estratégias do polo para o setor é aumentar a qualidade da oferta turística, como
por exemplo:
1. Natal do Maranhão;
2. Implantação de roteiros históricos autoguiados;
3. Apoio a empreendimentos culturais, comerciais e gastronômicos;
4. Formalização e apoio a grupos culturais tradicionais;
5. Carnaval do Maranhão;
6. São João do Maranhão;
7. Festival Guarnicê;
8. Festival BR – 135

A Secidma (2019) acredita que a partir destas ações, a comunidade virá a se tornar mais
participativa nos eventos que acontecem na área do Centro Histórico, tanto usufruindo
dos benefícios gerados pelo Programa, quanto também no fomento ao
empreendedorismo, a partir da instalação de barracas para venda de bebida, comida e
artesanato, gerando uma fonte de renda familiar em novos períodos, além do que são
considerados sazonais.

28
5. ANALISES FOTOGRÁFICAS
Consciência e apreciação da percepção ambiental, e em particular a experiência e a
percepção do lugar é uma dimensão fundamental no âmbito urbanístico e no
imaginário urbano. A interdisciplinaridade entre o urbanismo e o imaginário urbano
se desenvolveu no campo da percepção ambiental, a preocupação inicial com a
construção dessa percepção dos imaginários vem sido complementadas por
trabalhos sobre simbolismo, significados e imagens.
Somos afetados pelo ambiente e interagimos com ele. Cada interação que acontece,
recebe estímulos dos sentidos, sendo esses: visão, audição, olfato e/ou tato, e cada
um deles nos oferecem pistas acerca dos ambientes que estão em volta. Cada um
desses sentidos tem a sua importância na construção do imaginário urbano, alguns
carregam mais informações, uns menos significativos que outros, mas todos com
sua importância. Porem Segundo Porteous (1996, p. 3) o sentido dominante é a
visão, já que ele fornece mais informação do que todos os outros sentidos
combinados, a orientação espacial é conquistada através da visão, e Porteous
continua afirmando que a visão é um mecanismo ativo e buscador, sentido esse que
de certa forma controlamos; já os cheiros e os sons chegam até nós. A percepção
visual é altamente complexa, dependendo da distância, cor, forma, textura,
contraste, etc.
E com base nisso, demos seguimento a análises fotográficas, onde apontaremos nas
principais localidades do Bairro da Praia Grande as mudanças ocorridas no bairro
desde a década de 70 até os dias atuais, colocando em prática o que foi estudado, e
também fomentando o banco de imagens acerca do objeto de estudo.

5.1. Rua Portugal


A Rua Portugal é talvez uma das ruas mais famosas dentro do Bairro da Praia
Grande, e de São Luís, talvez seja por conta das ruas em pedra e calçadas de
cantarias, e seus grandes solares revestidos com azulejos de origem portuguesa em
sua maioria. A Rua Portugal talvez leve esse nome pela semelhança com algumas
ruas do país que um dia o Brasil foi colônia,

29
Figura 11 – Rua Portugal em 1972

Fonte: Larry Calhoun

Figura 12 – Rua Portugal em 2022

Fonte: Autoria própria


Podemos perceber que as vias deixaram de abrigar os carros e os trilhos da linha de
bondes, a fiação elétrica que antes era exposta se tornou subterrânea e
consequentemente as pedras que compõe a rua foram substituídas, além da implantação
de placas de sinalização, e implantação de museus, bares, comércios e instituições ao
longo da rua.

30
5.2. Praça Nauro Machado
A Praça Nauro Machado apesar fazer parte do imaginário relacionado aos tempos
coloniais, é uma praça que foi criada durante a fase do projeto Reviver, o antigo
prédio à Travessa do Comércio, era Alfândega e antes foi prédio que abrigo a
Antiga Companhia & Comércio dos tempos pombalinos, tempos depois se
transformou em ruínas até que foi demolida, e no espaço vazio que foi deixado,
tornou-se um estacionamento, até ser preenchido com a construção da Praça.

Figura 13 – Prédio da antiga Alfândega em 1950

Fonte: Minha Velha São Luís

31
Figura 14 – Praça Nauro Machado em 2022

Fonte: Autória Própria

Figura 15 – Escadaria da Praça Nauro Machado em 2022

Fonte: Autória Própria


Nesse caso a principal mudança física no local, foi a contrução da praça em 1982, mas
quando falamos na simbologia que a envolve, conseguimos entender a sua
complexidade, e ela sai apenas do patamar morfológico de ser apenas um ponto de

32
encontro, porque com o tempo a praça foi se resignificando, e sendo palco de diversas
manisfestações culturais, se tornando mais do que um ponto turistico: é um lugar de
liberdade para todos que são perversamente inclusos pela sociedade.
5.3. Rua da Estrela
A rua da Estrela é uma das maiores e mais importantes ruas do bairro da Praia
Grande, nela fica o Prédio da Defensoria Pública, o Mercado das Tulhas, Bares,
restaurantes, o Prédios do Curso de História e o Prédio do Curso de Arquitetura e
Urbanismo, ambos da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), além de fazer
a ligação entre o bairro da Praia Grande e o Desterro.
Figura 16 – Fachada do Mercado das Tulhas em 1970

Fonte: Minha Velha São Luís

Figura 17 – Fachada do Mercado das Tulhas em 2022

33
Fonte: Autoria Própria
Figura 18 – Rua da Estrela em 1950

Fonte: Minha Velha São Luís

Figura 19 – Rua da Estrela em 2022

34
Fonte: Autoria Própria
Nas figuras 16 e 17 podemos analisar que as mudanças sofridas foram mais
precisamente na fachada do mercado, com a mudança da pintura, e também podemos
apontar novamente a exclusão dos carros na rua, além da implantação da arborização na
parte central da via.
Já nas Figuras 18 e 19, podemos notar que houve a demolição de algumas edificações
para a construção do edifício João Goulart em 1957, na esquina esquerda, e na direita
para a construção do atual Anexo do Tribunal de Justiça.
5.4. Cais da Sagração
Outra localidade que possui grande importância dentro do bairro é o Cais Sagração, já
que foi o grande porto de São Luís até a construção do Porto do Itaqui em 1960, foi
construído em 1841 em homenagem a sagração de D. Pedro II, e tinha grande
importância mundialmente pelo volume do comércio que existia no Maranhão.

Figura 20 - Cais da Sagração em 1957

35
Fonte: Minha Velha São Luís

Figura 21 – Cais da Sagração em 2022

36
Fonte: Autoria Própria
O porto foi aterrado para a contrução da Avenida Vitorino Freire, os postes que existiam
na mureta foram removidos, além do coreto que tiveram os bancos removidos, e foi
adicionado um guarda corpo de ferro, consequencia do aterramento foi a construção do
Cais da Praia Grande, que serve como terminal hidroviário de São Luís.
5.5. Rua do Egito
A última parte da análise é a Rua do Egito, em especial o trecho do Largo do Carmo.
Figura 22 – abrigo do Carmo

Fonte: minha velha são Luís

37
Figura 23 – Largo do Carmo em 2022

Fonte: Autoria Própria


Nesse trecho é possível notar que uma edificação bastante importante na história do bairro foi
removida, o Abrigo do Carmo foi construído na segunda metade do século XX, e era um ponto
de encontro de políticos, intelectuais, jornalistas e de toda comunidade, que ao fazer compras na
Rua Grande, ou após assistir à missa na Igreja do Carmo, e em meio a polemicas e incertezas
veio a ser demolido em 2020 durante a restauração do Largo do Carmo e da Praça João Lisboa.
Houve troca do piso, projeto de arborização, projeto de iluminação e de mobiliário urbano,
inspirados nos que existiam lá.

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6. RESULTADOS E DICUSÔES FINAIS
É normal que com o passar do tempo os usos, habitantes, as edificações, entre outras
coisas que compõem um bairro e suas dinâmicas específicas mudem, e isso aconteceu
na Praia Grande, a parte da população que não evacuou o bairro, contribuiu para
preservação dos costumes e tradições que ainda se manifestam no bairro.
O Projeto Reviver e o Programa Nosso Centro foram responsáveis por grandes
transformações, as restaurações e requalificações foram de grande valia para todas as
comunidades relacionadas ao patrimônio arquitetônico e cultural. E mesmo com
diversas medidas que contribuem com a preservação do sitio histórico que abrange o
bairro da Praia Grande, só iremos entender como elas influenciam o imaginário que
tange ao bairro, se entendermos como ele se perpetua na sociedade ludovicense, em
especial, as pessoas que se relacionam de maneira direta com o bairro. A pesquisa tenta
entender como a população e os usuários influenciam na elaboração desse imaginário,
porque um simples andar na rua descontrói muitos conceitos negativos que se tem desse
espaço. Como fala o psicólogo social Serge Moscovici (2002) “As representações
sociais são conhecimentos práticos que se desenvolvem nas relações do senso comum,
são formadas pelo conjunto de ideias da vida cotidiana, construída nas relações
estabelecidas entre sujeitos ou através das interações grupais.”

O bairro da Praia Grande retratado capítulos acima por meio de estudos bibliográficos,
pesquisas de campo e análises fotográficas, carrega uma simbólica visão urbana e
histórica do centro ludovicense construída no perpassar dos anos. Essas mudanças
ocasionaram significativas e diferenciadas vivências ao longo de todo o processo da
pesquisa. Temos os princípios de estudos sobre relação que hoje é organizada entre o
bairro e seus usuários, o diálogo existente entre eles, a identidade característica do local
e as mudanças do modo de viver e se relacionar com o meio. Dessa maneira, a pesquisa
veio trazer importantes percepções acerca do bairro por meio do latente imaginário que
permeia esse cenário urbano.

O bairro é como uma vitrine, que depende da composição de cada espaço, de uma luz,
de um objeto, um produto, produzindo diferentes significados simbólicos dependendo
do ponto de vista no qual é observado, suscitando particulares experiências em cada
usuário, seja ele transeunte, morador ou comerciante, pois cada um deles é receptor dos
estímulos que o bairro transmite. Dessa forma, queremos ressaltar que o estudo implica

39
em duas realidades, cultivando o espaço dividido tanto para as comunicações das
consciências individuais, como para o coletivo, com aspectos emocionais e afetivos.

Dessa forma foram aplicados os questionários durante os meses de maio a julho, online
e presencialmente, e entrevistas com moradores e vendedores ambulantes durante o mês
de julho para obter informações sobre a sensação de pertencimento com o bairro em
meio às transformações sofridas ao longo dos anos.

Figura 24 - Exemplo da primeira página do questionário aplicado.

Fonte: Autoria Própria

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Com a aplicação de questionários e das entrevistas nas áreas do bairro constatou-se que
50% das pessoas entrevistadas eram mulheres cis, 28% homens cis, e 22% de pessoas
não-binárias, com idade sofrendo variação dos 18 anos aos 65 anos.

Gráfico 1 - Gênero das pessoas que tem relação com o Bairro da Praia Grande

Genero
Homem Cis Mulher Cis Não-Binário

22%
28%

50%

Fonte: Autoria Própria


Quanto ao ponto focal destinado ao reconhecimento em relação ao bairro, tivemos a
resposta de 26% dos moradores sendo residentes, 14% visitam o Bairro a lazer, 41%
somente estudam no bairro, e 19% trabalham no local.
Gráfico 2 – Relação das pessoas com o Bairro da Praia Grande

Relação com o bairro


Estuda no bairro Trabalha no Bairro Mora no bairro Passeia no bairro

14%

41%

26%

19%

Fonte: Autoria Própria

41
Durante o processo da pesquisa, fizemos perguntas sobre o nível atual de escolaridade
presente no bairro: 47% responderam ensino médio completo, 33% respondeu que tinha
nível superior incompleto, 8% possuía ensino médio incompleto e 5% superior
completo.
Gráfico 3 – Nível de escolaridade das pessoas que tem relação com o Bairro da Praia Grande

Nível de escolaridade
Superior incompleto Superior completo
Ensino medio completo Ensino medio incompleto

8%

33%

54% 5%

Fonte: Autoria Própria


Depois das perguntas balizadoras, começamos a adentrar em perguntas que poderiam
ajudar no entendimento sobre o imaginário do bairro, a simbologia que ele carrega,
usamos a sinestesia como base inicialmente para trabalhar os sentidos e as memórias.
Perguntamos sobre uma cor que lembrava o bairro. Cerca de 36% respondeu amarelo,
23% laranja, 21% respondeu branco, 14% respondeu azul e 7% respondeu bege.

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Gráfico 4 – Cor que define o Bairro da Praia Grande

Cor que defi ne o Bairro


Amarelo Azul Laranja Branco Bege

7%

21% 36%

23%
14%

Fonte: Autoria própria

Perguntamos também sobre o lugar que mais representava a imagem do bairro, 29%
respondeu que é a Praça Nauro Machado, 22% acha que é o Palácio dos Leões, 14%
Rua Portugal, 14% Cais da Praia Grande, 7% Catedral da Sé, 7% Rua do Giz e 7% beco
Catarina Mina.

Gráfico 5 – Lugar que melhor representa a imagem do Bairro

Qual lugar representa melhor a imagem do bairro?


Beco Catarina Mina Catedral Da Sé Rua do Giz Cais Da Praia Grande
Palácio dos Leões Rua Portugal Praça Nauro Machado

7%
7%
29%
7%

14%

14%

22%

Fonte: Autoria Própria

43
Perguntamos se os entrevistados conheciam as manifestações culturais existentes no
bairro, 52% disse que sim, 37% responderam não e 11% respondeu talvez.

Gráfico 6 - Conhecimente acerca das manifestações culturais que acontecem no bairro

Conhece as manifestações culturais que ocorrem no


bairro?
Sim Não Talvez

11%

52%
37%

Fonte: Autoria Própria

Dos que disseram sim 54% apontaram o Tambor de Crioula como principal manifestação dentro
do bairro, logo em seguida o Reggae com 23%, depois a Capoeira com 15% e por último o
Movimento Estudantil com 8%.

Gráfico 7 – Tipos de manifestações culturais existentes no bairro

Manifestações culturais existentes no Bairro


Tambor de criola Capoeira Movimentos estudantis Reggae

23%

8% 54%

15%

Fonte: Autoria Própria

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Quando perguntados sobre sobre eventos que acontecem dentro do bairro, 63% disse que tem
conhecimento sobre, 23% disse que não tinham conhecimento e 14% responderam que talvez
conheçam.

Gráfico 8 - Conhecimento acerca dos eventos dentro do bairro

Conhece eventos dentro do bairro?


Sim Não Talvez

14%

23%

63%

Fonte: Autoria Própria

Os entrevistados que responderam sim 47% falou sobre frequentar a feirinha da Praça Benedito
Leite, 19% festas culturais como carnaval e São João, logo em seguida peças teatrais com 12%,
depois exposições com 11%, 8% falaram sobre frequentar shows e por ultimo, com 3% falaram
sobre frequentar protestos.

Gráfico 9 – Eventos dentro do bairro

Eventos dentro do Bairro


Peças teatrais Shows
Feirinha da Praça Benedito Leite Protestos
Exposições Festas Culturais

12%
19%
8%

11%

3%

47%

Fonte: Autoria Própria


Algumas perguntas, não foram construídas graficamente devido à subjetividade e
divergência entre conceitos, perguntamos sobre localidades que representavam
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sensações de segurança e/ou insegurança, e diversas pessoas apontaram situações, ou
dias, e não localidades especificas, como as ruas e becos escuros, ou até mesmo os dias
de sexta-feira pela noite.
A acessibilidade, iluminação e o passeio urbano foram apontados como os grandes
pontos que deixam a desejar dentro do bairro da Praia Grande.
E nessa mesma fase foi possível confirmar a importância do bairro para muitas pessoas,
que o descreveram como lugar aconchegante, coração da cidade e afirmando que todos
que tiverem oportunidade devem conhecê-lo e mergulhar em seus infindáveis processos
culturais e latente ancestralidade, marcos que o bairro carrega através do tempo.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de executar estudos sobre a formação da história de São Luís, desde de sua
ocupação inicial francesa, seguida da ocupação portuguesa, no desenvolvimento
econômico e urbanístico da cidade, e no declínio durante o século XX; até os projetos
de intervenções que moldaram gerações acerca do imaginário constituído do bairro,
levantamento e análises fotográficas, e também questionários e entrevistas, que nos
possibilitaram mostrar as transformações socioespaciais produzidas no período
estudado, bem como os elementos simbólicos presentes na relação entre cidade
tradicional e cidade moderna.
Enfatizamos que a visão da população que ali reside é fundamental no processo de
qualquer intervenção, pois são eles os principais afetados pela complexidade na
divergência entre o imaginário e a realidade, e que novas políticas públicas sejam
pensadas de forma que atendam as verdadeiras necessidades dessas pessoas.
A nossa pesquisa que se encerra com esse relatório, compreendeu-se inicialmente em
um levantamento bibliográfico acerca da formação histórica de São Luís e de como essa
história amadureceu para fomentar o imaginário, que muitas vezes é construído,
demolido e descontruído com o passar do tempo e com o decorrer dessas intervenções,
seja num simples implantar de postes que estimula a população a acreditar que são
originais, em construções e requalificações de praças, entendemos que pesquisas como
essa são de grande valia para toda a comunidade que tem alguma relação com o bairro,
e para a comunidade acadêmica.
É importante também citar que as praças são epicentros de cultura e vitalidade quando
falamos sobre o bairro da Praia Grande, pois agregam grande valor simbólico na
construção desse imaginário que envolve seu entorno.
Finalizamos ressaltando que o imaginário do bairro da Praia Grande é um conceito
amplo, complexo e subjetivo, que está em constante transformação, na medida que a
população que se relaciona com ele for evoluindo, porque segundo Bell (1990) “nos
afetamos e somos afetados pelo ambiente”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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