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Brazilian Journal of Development 92201

ISSN: 2525-8761

Análise histórica e urbana de contrastes em áreas residenciais


brasileiras: o caso da península da ponta d’areia e ilhinha em são luís
(ma) e a região do pina e Brasília teimosa em Recife (PE)

Historical and urban analysis of contrasts in brazilian residential


areas: the case of the peninsula of ponta d'areia and ilhinha in são luís
(ma) and the region of pina and Brasília Teimosa in Recife (PE)
DOI:10.34117/bjdv7n9-404

Recebimento dos originais: 23/08/2021


Aceitação para publicação: 23/09/2021

Walber da Silva Pereira Filho


Doutor em Arquitetura e Urbanismo (Universidade de Lisboa)
Instituição: Mestrando do Curso de Geografia (UEMA – Univ. Estadual do Maranhão)
Endereço: Rua dos Lírios, lote 01, Q.10, Ed. Monte Carlo, ap.701, Bairro Ponta Dareia,
São Luís – MA. 65077-420
E-mail: walberfilhoarq@gmail.com

Marluce Wall de Carvalho Venancio


Doutorado em Urbanismo no Programa de Pós-graduação em Urbanismo da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro PROURB-
FAU/UFRJ.
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.
Endereço: Universidade Estadual do Maranhão, Curso de Arquitetura e Urbanismo. Rua
da Estrela 472, Centro - 65010200 - São Luís, MA - Brasil
E-mail: marlucewall@gmail.com

Hugo José Abranches Teixeira Lopes Farias


Doutorado em Arquitectura pela - Escola Técnica de Arquitetura de Madri –
Universidade Politécnica de Madri (ETSAM-UPM) – Espanha.
Instituição: Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (Portugal)
Endereço: Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Rua Sá Nogueira,
Pólo Universitário do Alto da Ajuda, 1345-055, Lisboa, Lisboa, Portugal
E-mail: hugolfarias@gmail.com

Saulo Ribeiro dos Santos


Doutor em Gestão Urbana (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Doutor em
Geografia (Universidade Federal do Paraná).
Instituição: Universidade Federal do Maranhão – UFMA e Universidade Estadual do
Maranhão – UEMA.
Endereço: Universidade Federal do Maranhão. Av. dos Portugueses, s/n, Campus do
Bacanga, Departamento de Turismo e Hotelaria.
Sá Viana - 65000000 - São Luís, MA - Brasil
E-mail: saulosantosma@uol.com.br

RESUMO
Com seu crescimento urbano, a cidade de São Luís - MA apresenta duas áreas de
contrastes: a Península da Ponta D´areia e a Ilhinha. Já no Recife - PE, uma ocupação

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irregular se iniciou ficando conhecida como Brasília Teimosa, chamando atenção pela
sua disparidade com seu entorno: o Pina. A escolha dos locais se deu pela importância no
contexto urbano das cidades e por serem pontos de antigo contraste urbano e conflito
social. O estudo aborda a análise de fatores históricos em ambos os casos, de seus dados
socioeconômicos e do uso e ocupação do solo. Utilizou-se de pesquisa bibliográfica e
documental, visitas técnicas, levantamento físico e fotográfico. Com a realização deste
estudo, percebemos muitas semelhanças nas áreas de contraste urbano em ambos os
casos. A pesquisa levanta questões de como os contrastes urbanos brasileiros estão sendo
tratados ansiando por um País mais igualitário.

Palavras-Chave: Contrastes Urbanos, Espaço Urbano, São Luís, Península, Ilhinha.

ABSTRACT
With its urban growth, the city of São Luís - MA presents two contrasting areas: the Ponta
D'areia Peninsula and Ilhinha. In Recife - PE, an irregular occupation started being known
as Brasília Teimosa, drawing attention for its disparity with its surroundings: Pina. The
sites were chosen for their importance in the urban context of the cities and for being
points of old urban contrast and social conflict. The study approaches the analysis of
historical factors in both cases, of their socioeconomic data and of land use and
occupation. It used bibliographic and documental research, technical visits, and physical
and photographic surveys. By conducting this study, we noticed many similarities in the
areas of urban contrast in both cases. The research raises questions about how the
Brazilian urban contrasts are being dealt with in the hope of a more egalitarian country.

Keywords: Urban Contrasts, Urban Space, São Luís, Peninsula, Ilhinha.

1 INTRODUÇÃO
Os contrastes urbanos estão cada vez mais presentes nas cidades brasileiras.
Observa-se quase sempre que ao lado de zonas com condições insalubres encontramos
condomínios de alto nível social e econômico. Coexistem bairros nobres sendo
margeados por favelas, palafitas ou moradias sem condições mínimas de infraestrutura.
Este impacto é muito presente em todo o Brasil.
A cidade de São Luís (MA) consolidou o seu crescimento no final do Séc. XX
surgindo assim, duas áreas de contraste urbano: a Península da Ponta D´areia e a Ilhinha.
Já no Recife (PE), no final dos anos cinquenta, uma ocupação irregular se inicia numa
área aterrada para receber uma expansão do Porto (fato que não se concretizou) ficando
conhecida como Brasília Teimosa e chamando atenção pela disparidade com seu entorno,
a região do Pina.
Em São Luís, a Península da Ponta D’areia possui uma relação direta com a praia
e se caracteriza por ser a área mais cara e privilegiada da cidade, tendo presença marcante

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residencial. Já no Recife, a região do Pina segue as mesmas características, porém com


uma maior presença comercial que na Península (MA).
Na Ilhinha (MA) e Brasília Teimosa (PE) as condições habitacionais e de
convivência oferecem baixa qualidade de vida. Percebemos diferenças em relação aos
indicadores socioeconômicos, à infraestrutura e equipamentos urbanos quando
confrontados com seus “vizinhos ricos”. Há também uma importante relação de trabalho
entre as áreas, pois a população economicamente ativa da Ilhinha e Brasília Teimosa é
absorvida pelos moradores da Península (MA) e do Pina (PE) que não exigem uma mão-
de-obra qualificada.
Estes contrastes urbanos nos propiciam um espaço vasto de pesquisa em campos
diversos, seja ele urbanístico, arquitetônico, social, antropológico, entre outros.
O presente artigo faz parte de uma pesquisa de campo mais alargada em curso de
Doutoramento e analisou a evolução histórica e urbana em contrastes urbanos específicos
presentes em duas cidades brasileiras: São Luís (MA) e Recife (PE), sobretudo, por
estarem em pontos estratégicos das cidades.

2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
O estudo aborda a análise de fatores históricos em ambos os contrastes urbanos
(Península e Ilhinha em São Luís - MA e a região do Pina e Brasília Teimosa em Recife
- PE), de seus dados socioeconômicos, sua densidade demográfica e de seu uso e
ocupação do solo.

2.2 ESPECÍFICOS
i.Contextualizar historicamente, socialmente, economicamente e demograficamente
estas áreas de contrastes urbano em São Luís – MA (Península e Ilhinha) e Recife – PE
(Pina e Brasília Teimosa);
ii.Compreender o processo de urbanização nas zonas mencionadas;
iii.Perceber o uso e ocupação do solo nestas áreas.

3 JUSTIFICATIVA
A escolha dos locais decorreu, sobretudo da importância das áreas no contexto
urbano das cidades e por serem pontos de interessante contraste urbano e antigo conflito
social. Assim, podemos compreender os agentes causadores e modificadores do espaço.

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4 METODOLOGIA
Utilizou-se de pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa, como artigos
científicos, livros e periódicos. Também se empregou de pesquisa documental para
levantamento de dados sobre registros, fotos, mapas, histórico das áreas, análise de
indicadores sociais e elaboração de mapas para determinar o uso e ocupação do solo em
ambos os contrastes urbanos. Juntamente realizaram-se visitas técnicas, levantamento
físico e fotográfico de parte do parque habitacional em São Luís (MA) e Recife (PE).

5 HISTÓRICO DAS ÁREAS


5.1 PENÍNSULA E ILHINHA (MA)
O bairro da Ponta D’Areia caracteriza-se pela sua posição estratégica para a defesa
e proteção da cidade de São Luís, desde o séc. XVII com o Forte de Santo Antônio.
Com o Plano Diretor de 1971, a área começa a ter maior destaque no cenário da
cidade com a proposição de um "Projeto de Urbanização da Ponta D'areia". Um obstáculo
para a implementação desse novo plano era a ocupação irregular existente, que até então
era formada por bares e casas de veraneio. Assim, a Prefeitura requereu junto ao
Patrimônio Imobiliário da União a transferência do domínio da área, para o Estado. Isso
gerou a viabilização do plano com a desapropriação da área e a criação e venda de lotes
(Burnett, 2002).
A via de ligação entre o Centro Histórico e as praias em São Luís foi construída
sobre o Igarapé da Jansen (1970), para permitir o rápido acesso à Ponta D'areia. A ligação
cidade-praia e o saneamento da bacia do Rio Anil foram de extrema importância para as
obras de urbanização, pois estas áreas represadas e alagadas seriam, com o tempo,
aterradas para formarem novas ruas, habitações e condomínios de classe econômica
média e alta.
A malha urbana do bairro ficou praticamente inalterada até à década de 80 quando
houve apenas a construção de algumas casas e edifícios residenciais; e até o ano de 2013
a área não contava com nenhum espaço público digno e comparável às unidades
habitacionais. Apenas em 2014, com a construção do Espigão Costeiro, verificou-se uma
preocupação no que se refere a espaços públicos e equipamentos urbanos. Além disso,
essa melhora urbanística também teve a função de controlar a erosão da orla protegendo
suas edificações e melhorando o tráfego das embarcações. Como consequência houve o
aumento da faixa de areia da praia presente na enorme passarela que invade o mar.

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A expressão "Península da Ponta D’Areia" foi e está sendo muito utilizada pelo
mercado imobiliário de modo a alavancar ainda mais o preço do metro quadrado de
construção da área, pois a expressão "morar na península" gera uma posição social de
destaque na cidade, elevando assim, o famoso status social.
Ocupando território contíguo, a Ilhinha tem na sua origem os mesmos fatores da
Península (aterro da Ponta D’areia e o represamento do Igarapé da Jansen). A área de
maré/mangue foi ocupada por pessoas humildes, que fizeram suas palafitas e passaram a
morar na localidade, originando assim uma ilha pequena, a Ilhinha.
Um fator de crescimento para a Ilhinha foi a Avenida Castelo Branco, que no
decorrer do crescimento dos seus bairros adjacentes (São Francisco e Renascença), no
final dos anos 80, foi alargada se transformando numa das mais movimentadas e
importantes de São Luís.
A Ilhinha foi-se expandindo internamente, consolidando-se como uma ocupação
permanente, caracterizando-se, porém, pela falta de um planejamento urbanístico
adequado.
Na década de 90, foi construída a ampliação da Avenida Litorânea e a Ilhinha
passou a ter melhores acessos, facilitando assim o fluxo viário de seus moradores com a
praia. Ocorreu na mesma época, a remoção das palafitas encontradas na Lagoa da Jansen
para serem relocadas num conjunto habitacional com uma infraestrutura básica já
implantada (Residencial Ana Jansen). Este residencial presencia o crescimento de
inúmeras palafitas ao seu redor, muitas delas, construídas por famílias que ali pretendem
se estabelecer.
Com o passar do tempo a Ilhinha foi crescendo e se consolidando na vertente
socioeconômica de São Luís. As casas que antes eram de palha, madeira, papelão, deram
lugar às casas de taipa, e, mais tarde, às de alvenaria. Com muita persistência da
comunidade, foi implantado saneamento básico (precário), água canalizada, eletricidade,
pavimentação de ruas e escolas. Abaixo, na figura 1 temos uma vista aérea do contraste
urbano em São Luís – MA.

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Figura 1– Vista aérea do contraste urbano em São Luís: Península e Ilhinha.

Fonte: Autor, 2016.

5.2 PINA E BRASÍLIA TEIMOSA (PE)


Na época do Brasil colonial, Olinda era a capital de Pernambuco e Recife
mostrava-se como um pequeno povoado que abrigava pescadores. Nesse cenário, o bairro
do Pina envolvia ilhas e terras alagáveis. A nomenclatura do bairro se origina de uma
ilhota que havia em um sítio de posse do português André Gomes Pina (Santos, 2011).
O bairro do Pina era muito pretendido em função de sua praia, frequentada
sobretudo por famílias de alto poder aquisitivo. Tinha seu acesso apenas por barco e em
1915 começou a perder importância e status quando foi lançado o primeiro sistema de
esgoto sanitário da cidade cuja instalação acabava nesta praia. Seu acesso ao restante da
cidade ocorreu em 1920 quando foi construída a primeira ponte no bairro (Santos 2011).
Em 1980, surgiu no entorno restaurantes e bares no bairro: “o Polo Pina”, uma
área que ficou característica pela presença de movimentos artísticos e culturais gerando
um local de badalação e visitação que permanece até os dias atuais (Pereira, 2017).
Entre os bairros do Pina e Boa Viagem, situa-se Brasília Teimosa, que teve sua
origem em função da ocupação irregular de uma área denominada “Areal Novo” próxima
ao Porto do Recife, em função de uma ampliação de parte do complexo portuário que não
aconteceu, ficando o terreno em litígio e consequentemente sendo ocupado (Pereira,
2017).
Um fato histórico marcante ocorreu em 1956 quando cinco pescadores moradores
da área até então ocupada, foram ao Rio de janeiro em uma pequena jangada para
comparecer a posse do então presidente Juscelino Kubitschek e ter a atenção para a
comunidade, que se encontrava sob constante ameaça de expulsão do local. Daí origina-
se o nome da comunidade, uma homenagem a Capital do País e a insistência de seus
moradores em nunca deixar o local (Nunes, 2004).

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Em 1980, a cidade do Recife mostrou um cenário marcado pelas lutas


comunitárias das Associações de Moradores em prol da população pobre; e frente às
pressões exercidas pelos movimentos sociais, apresentou-se uma proposta de modificação
da Lei de Uso e Ocupação do Solo, onde se estabeleceu o Plano de Regularização das
Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), que viabilizou a urbanização e regularização
fundiária das áreas (Pereira, 2017). Fato este, presenciado também na Ilhinha, em São
Luís – MA.
Uma das primeiras ocupações irregulares do País, Brasília Teimosa também
passou a ser um dos primeiros locais a ser urbanizados através do programa Promoradia.
Este processo de urbanização teve a participação e foi desenvolvido pelos próprios
moradores gerando um projeto que ficou conhecido como Teimosinho (1982). Este
projeto previa principalmente a retirada das palafitas do local, bem como a urbanização
da orla e incremento de equipamentos comunitários, entretanto foram ações que não se
concretizaram, deixando a área favorável à nova ocupação (Melo, 1986).
Em 1986 houve uma segunda relocação na área, transferindo seus moradores para
a Vila Moacir Gomes, porém a área novamente não foi urbanizada, gerando nova
ocupação. No ano de 1989, os ocupantes das novas palafitas que surgiram foram
relocados para a Vila Teimosinha, gerando um novo ciclo de ocupações (Nunes, 2004).
Um novo projeto urbanístico com participação da Prefeitura do Recife e Governo
Federal surge em janeiro de 2004. O plano englobava além de ações urbanísticas,
intervenções ambientais, sociais, econômicas e culturais. Em consequência houve a
remoção das palafitas e seus ocupantes foram relocados para um conjunto habitacional
no bairro próximo do Cordeiro (Nunes, 2004).
Com a demolição das palafitas, a cidade do Recife passou a contar com mais uma
rota para o turismo local, com mais de 1,3 km de praia, incluindo-se piscinas naturais
compostas por arrecifes que constitui, na atualidade, a avenida principal, passando a se
chamar “Brasília Formosa”, abrangendo pista de caminhada, parques e restaurantes. Tem-
se, assim, o bairro de Brasília Teimosa dos últimos anos, que mostra uma realidade
totalmente inversa da comunidade do passado. Abaixo, na figura 2 temos uma vista aérea
do contraste urbano presente na cidade de Recife.

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Figura 2 – Vista aérea do contraste urbano em Recife: Pina e Brasília Teimosa.

Fonte: Autor, 2017.

6 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA E DEMOGRÁFICA


6.1 PENÍNSULA E ILHINHA (MA)
Segundo dados censitários mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) de 2010, a área da Península possuía um total de 404 domicílios
particulares permanentes em uma área de 577.374,66m². Havia abastecimento de água
tratada e acesso à rede geral de esgoto em 95,80% dos domicílios. O lixo era coletado
quase que em sua totalidade (99.49%).
A maioria dos habitantes da Península recebia mais de 05 salários mínimos. Essa
condição denota a boa condição das habitações na área. Um dado interessante que serve
para confirmar esta referência é que 15.35% dos habitantes recebiam mais de 20 salários
mínimos. A área analisada também possui alto nível de escolaridade, uma vez que 98.76%
da população residente são alfabetizadas.
A faixa etária predominante na Península é adulta de 30 a 59 anos. As pessoas
com mais de 60 anos alcançam índice de 23,76% da população residente total. A
proporção de jovens de 18 a 29 anos representou apenas 11.88%.
No bairro adjacente, a Ilhinha, encontrava-se um total de 1.119 domicílios
particulares permanentes em uma área de 518.617,20 m². Havia abastecimento de água
tratada em 95,35% dos domicílios. Possuía acesso à rede geral de esgoto 71,58% das
habitações. O que nos chama a atenção é o fato de quase 20% dos domicílios não
possuírem instalação sanitária e não havia banheiro em 17% deles.
A maioria dos habitantes na Ilhinha recebia até dois salários mínimos. Essa
condição denota a falta de infraestrutura nas casas. A área analisada possui ainda 10% de
pessoas não alfabetizadas.

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A faixa etária predominante na Ilhinha é de 20 a 24 anos. As pessoas com até 44


anos alcançam índice de 85,5% da população residente total. A proporção de jovens e
adultos apresentou-se superior à de idosos.
Analisando o valor máximo e mínimo da densidade demográfica nas áreas tem-se
um dado interessante, pois enquanto na Península temos quase 228 habitantes/km² na
Ilhinha encontramos mais de 13.000 habitantes/km². O número de habitantes
extremamente alto na Ilhinha gera carência de habitações, degradação do meio ambiente,
ocupações irregulares, entre outros.

6.2 PINA E BRASÍLIA TEIMOSA (PE)


O bairro do Pina possuía um total de 9.457 domicílios particulares permanentes
em uma área de 686.800 m². Havia abastecimento de água tratada em 82,94% deles.
Possuía acesso à rede geral de esgoto apenas 58,77% das habitações segundo dados ainda
do IBGE de 2010.
A maior parcela de seus moradores (34,61%) recebia mais de ½ até 1 salário
mínimo. Em seguida, temos 20,16% que recebiam entre 1 e 2 salários mínimos. Apenas
6,71% apresentam uma renda entre 3 a 5 salários mínimos. Uma parcela de 12,05% de
seus habitantes não apresentava rendimento. Ainda encontrava-se um percentual de
pessoas não alfabetizadas (9,34%).
A faixa etária predominante no Pina era de adultos de 30 a 59 anos que
correspondia a 40,66%. Em seguida, temos a parcela de crianças e adolescentes com
26,11% dos moradores. Os jovens de 18 a 29 anos correspondiam a 21,19%. Os idosos
representavam 12,04% de seus habitantes.
Já, a área de Brasília Teimosa possuía um total de 5.464 domicílios particulares
permanentes em uma área de 727.000 m². Havia abastecimento de água tratada em
82,65% deles. Encontrávamos apenas 63,63% dos domicílios com acesso à rede geral de
esgoto. Este dado é preocupante, pois demonstra a falta de investimento do Governo
Federal com saneamento básico.
Ao analisarmos a renda dos habitantes de Brasília Teimosa tínhamos a maior
parcela (41,98%) recebendo entre ½ até 1 salário mínimo. Em seguida, temos 24,89%
que recebiam entre 1 e 2 salários mínimos. Apenas 4,66% apresentavam uma renda entre
3 a 5 salários mínimos. E o que nos chama a atenção é que uma parcela de 11,47% não
apresentava rendimento. Estes dados contribuem para o baixo índice de desenvolvimento
econômico e social da área. Na área encontrava-se ainda um percentual de quase 10% de

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pessoas não alfabetizadas. Outro retrato da falta de investimentos em educação pelo


Governo Federal.
A faixa etária predominante da área analisada era de adultos de 30 a 59 anos que
correspondia a 40,41%. Em seguida, temos a parcela de crianças e adolescentes com
27,52% dos moradores. Os jovens de 18 a 29 anos correspondiam a 20,90%. Os idosos
representam 11,17% de seus habitantes.
Ao analisarmos a área das duas localidades, percebemos um valor aproximado,
pois existe uma variação entre a maior área e a menor de apenas 40.200 m². Já, quando
deparamos com os valores da densidade demográfica, notamos que no bairro do Pina
(4.446,87 habitantes/km²) encontra-se quase que o dobro de contingente populacional na
área de Brasília Teimosa (2.521,87 habitantes/km²). Isto é consequência do número de
pavimentos das edificações existentes no Pina, pois enquanto em Brasília Teimosa a
grande maioria das edificações são térreas (assim como na Ilhinha - MA), no Pina
encontramos edificações com um maior gabarito contribuindo assim, para o aumento de
sua ocupação.

7 O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


7.1 PENÍNSULA E ILHINHA (MA)
Na área da Península observa-se uma vasta predominância residencial. Os
serviços encontrados são pontuais, embora estejam crescendo a cada ano, não estando
muito próximo uns aos outros e resumem-se dois hotéis, escritórios, salão de beleza,
imobiliária, clube de recreação, bares e o grupamento de bombeiros marítimos. Um ponto
de grande deficiência foi a inexistência de espaços chamados de "comércio de
vizinhança" (padarias, farmácias, conveniências, dentre outros). Apenas no final do ano
de 2016 e no ano de 2017 que se instalaram duas conveniências que atendem por hora
como padaria e alguns estabelecimentos comerciais de refeição instalados em uma galeria
de edifício residencial. Outro ponto deficitário é a existência relativamente grande de
espaços ainda vazios. Estes representam lotes com cobertura vegetal, como podemos
observar na figura 3 abaixo.

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Figura 3 – Mapa do uso e ocupação do solo da Península.

Fonte: Autor, 2017

Ao analisar o gabarito das edificações, pode-se verificar que há uma clara


diferença entre os dois lados da Avenida que separa a Península (Av. dos Holandeses):
na parte Sul uma maior quantidade de quarteirões e a predominância de casas, com
gabarito variando entre um e dois pavimentos. Na parte Norte a predominância é de
edifícios multifamiliares, e os lotes que não estão em obra, possuem edifícios com 15
pavimentos.
Com relação ao padrão de ocupação do solo, percebe-se que a área é caracterizada
por uma ocupação regular, habitadas por população de renda média e alta e com bom
nível de escolaridade. Esta é a realidade da Península da Ponta D’areia que ainda conta
com um potencial paisagístico e que a especulação imobiliária vem sendo utilizada
prioritariamente para atrair investimentos de alto padrão.
Na Ilhinha a ocupação é quase toda residencial, havendo alguns pontos de
comércio, como minimercados ou mercearias. Chama a atenção na zona, a grande faixa
territorial ao longo da Avenida Ferreira Goulart, com uma presença significativa de
terrenos vazios, abandonados, desocupados e sem uso. Quanto aos equipamentos, estão
presentes: duas Igrejas, duas escolas públicas sendo uma primária e outra secundária; uma
creche, que se encontra degradada, além de não suprir a demanda local de crianças, e uma
Associação Comunitária, que funciona praticamente como uma creche infantil, na qual
existe um campo de futebol para atividades desportivas.
Em seu próprio histórico de ocupação, a Ilhinha concretizou um irreparável dano
ambiental, aterrando e construindo sobre manguezais, consolidando o terreno com areia
e entulho. Processo este que ocorreu até a década de 90 do século passado.
Após a construção da Avenida Litorânea, a criação do Residencial Ana Jansen
também foi motivo de polêmica, pois avançou mais sobre áreas de manguezais, aterrando
uma área onde a natureza não é renovável. Atualmente, o Residencial Ana Jansen serve

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como escudo e máscara para as novas ocupações em palafitas que continuamente, em


ritmo acelerado, atravessam o mangue, e está cada vez mais próxima de sua área contígua
- A Península.
Outro fator que é de grande relevância para o entendimento sobre a gravidade da
degradação e descaso público ambiental na Ilhinha é a insalubridade do espaço urbano,
ocasionada pela falta de escoamento de águas pluviais, que causa alagamentos em
inúmeras ruas da comunidade durante o período de chuvas. Junto ao escoamento precário
das águas pluviais, os restos de comida, os dejetos de animais e de pessoas, e a falta de
uma coleta eficiente de lixo, observa-se ainda uma grande falha na estrutura viária da
Ilhinha, a qual deveria permitir alcançar as áreas mais internas da comunidade,
amenizando os danos causados ao meio ambiente e também à saúde.
A ocupação da Ilhinha apresenta um sério problema fundiário, em que todos os
“lotes” foram definidos por meios de ocupação espontânea, hoje em dia já consolidados.
Em sua maioria, a área possui terrenos que variam de 10m a 20m de profundidade, pois
a ocupação se deu gradativa e informalmente. Este processo ocasionou uma certa
formalidade espacial no tamanho dos lotes ocupados pelas novas famílias. Atualmente,
muitos dos terrenos grandes já foram divididos e vendidos, ou ocupados novamente
irregularmente, gerando assim becos e pequenas vilas entre os quarteirões que eram, sem
afastamentos, delimitados pelos próprios moradores, sem nenhuma regularização legal,
perpetuando assim um ambiente urbano desconfigurado e desqualificado, dificultando
seus acessos. Abaixo, na figura 4 temos uma distribuição espacial do uso, ocupação e
verticalização da Ilhinha.

Figura 4 – Mapa de uso e ocupação do solo na Ilhinha.

Fonte: Autor, 2017

Atualmente, as casas já são de alvenaria, muitas com gabaritos de dois


pavimentos. A sua ocupação cresce em favor da geminação das casas, tanto vertical como

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horizontalmente. Esta densificação urbana já delimita e consolida a área, que devido a


uma falta de planejamento dos lotes e casas, aumentam a densidade populacional sem
haver a estrutura urbana necessária para acompanhar o crescimento.

7.2 PINA E BRASÍLIA TEIMOSA (PE)


A região do Pina é caracterizada por ser um bairro predominantemente residencial.
Poucos moradores fazem de sua habitação também seu comércio (uso misto). O setor
comercial do bairro se faz presente nas áreas costeiras e limítrofes. No local encontram-
se ainda alguns vazios urbanos. A natureza é fator marcante no bairro: aproximadamente
a metade de toda a área é marcada por uma vegetação de mangue, cortada por rios e ainda
conta com uma orla marítima.
A verticalização é uma característica muito comum em todo o País, e no Recife
também, sobretudo em áreas tidas como nobre e de alto padrão, caracterizados pela
disposição de uma boa infraestrutura em geral, como acontece na orla do Pina e em seu
bairro adjacente (Boa Viagem), onde suas construções foram edificadas ao longo de toda
a faixa litorânea, fato este, tendo sua origem devido a especulação imobiliária. De acordo
com estas características, as edificações de 15 ou mais pavimentos se encontram
realmente quase que em sua totalidade na orla, salvo algumas exceções. Já, na parte
central do bairro encontramos predominantemente edificações térreas, ou no máximo de
02 pavimentos, como podemos perceber na figura 5 abaixo.

Figura 5 – Mapa de uso e ocupação do Pina.

Fonte: Autor, 2017

Mesmo com mecanismos de conservação ambiental, muitas das construções na


zona costeira, não seguiram a legislação que estabelece um limite mínimo para a

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ocupação nestas áreas que são denominadas de “terrenos da Marinha”. Dessa forma, fica
perceptível que a orla do Pina apresenta sérias implicações de caráter ambiental,
especialmente no que concerne ao uso e ocupação do solo (Silva, 2016).
Um dos projetos de maior impacto na área foi o projeto “Cura Beira-Mar”. O
objetivo era a reestruturação da orla, no sentido de oferecer um “melhor ambiente” para
a população e turistas, entre as modificações propostas estariam o ordenamento do
comércio ambulante, a incorporação de equipamentos de iluminação e de lazer, além da
expansão do calçamento; entretanto, as intervenções promovidas pela Prefeitura
provocaram um desgaste ao ambiente praial, uma vez que resquício de vegetação nativa
foi devastado. Houve uma expansão do estacionamento e alargamento do calçadão,
ocupando, desta forma os terrenos da praia, promovendo um grande rebaixamento da
topografia da faixa litorânea, potencializando o processo erosivo natural (Nunes, 2004).
A medida adotada pela Prefeitura foi à implantação de blocos rochosos em toda extensão
da área erodida, fato este que inviabilizou o uso natural da praia nestes trechos. Esse
processo erosivo e a instalação de blocos rochosos foi muito semelhante ao que aconteceu
com a Península em São Luís.
Naturalmente, com o surgimento de prédios com numerosos pavimentos, fez-se
com que aumentasse o esgoto e o lixo doméstico, o fluxo de veículos, o impedimento da
circulação do vento e sombreamento na praia. Como resultado aumentou-se a demanda
sobre recursos hídricos, desencadeando o aumento da perfuração de poços, além de
sufocar e desvalorizar outros prédios baixos e casas, acentuando a “exclusão social”
(Silva, 2016).
Já em território contíguo, apontada sempre como uma conquista social
permanente, a ZEIS de Brasília Teimosa, demonstra um amplo potencial de habitação
popular e uma posição urbana estratégica. Juntamente com suas qualidades, o local
também apresenta problemas que dificultam o seu desenvolvimento integrado junto à
cidade como a falta de parâmetros específicos de controle e uso do solo urbano e a
inexistência de espaço para o crescimento de moradias.
A falta de áreas verdes e/ou livres para novas habitações promoveram a remoção
de pessoas que ocupavam a beira-mar, para outra região da cidade – no Cordeiro – que
embora tenha propiciado moradia, não foi considerada uma alternativa adequada em
razão da retirada da principal atividade econômica da qual sobreviviam (pesqueira), uma
vez que o deslocamento para o antigo local de pesca e transporte dos pescados ficou quase
inviável para muitos.

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Analisando o gabarito, percebemos uma Brasília Teimosa predominantemente


térrea. Existem em menor número edificações que atingem de 03 a 05 pavimentos, acima
desse gabarito é praticamente inexistente como podemos observar na figura 6 abaixo.
Essas características de uso e ocupação do solo são muito marcantes também no caso da
Ilhinha em São Luís (MA).

Figura 6 – Mapa do uso e ocupação do solo de Brasília Teimosa.

Fonte: Autor, 2017

8 CONCLUSÃO
Com a realização deste estudo, percebemos muitas semelhanças nas áreas de
contraste urbano: o início do povoamento na Ilhinha (MA) e Brasília Teimosa (PE) como
colônia de pescadores, o fato de expulsão e persistência de ambos moradores, a relocação
dos ocupantes das palafitas para conjuntos habitacionais, localização geográfica
semelhante (forte apelo ao mar), seus baixos indicadores socioeconômicos, seu uso e
ocupação do solo marcado pelo adensamento populacional e moradias populares de baixa
qualidade construtiva.
As várias “relocações” dos ocupantes de palafitas tanto em São Luís como no
Recife nos faz pensar como a arquitetura pode fazer para que a área ocupada
irregularmente não volte a ser povoada. Vimos no Recife uma urbanização onde a
comunidade se fez presente transformando a principal avenida do bairro (Av. Brasília
Formosa) em um ponto turístico gerando emprego e renda a seus moradores. Fato este,
que precisa ser copiado em outras situações semelhantes: fazer a comunidade “abraçar”
o projeto e se tornar parte dele.
Surge um novo modelo de urbanização onde ricos e pobres convivem na mesma
região separados muitas vezes por um muro ou por um elemento natural. Este estudo

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levanta questões de como os contrastes urbanos brasileiros estão sendo tratados. Espera-
se algum dia, a construção de um País mais igualitário, onde haja espaço digno para todos
os seus habitantes.

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associada aos recifes. 68f. Monografia (Especialização em Ambientes Aquáticos) -
Universidade Católica de Pernambuco, Recife.

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http://praiadopina.blogspot.com.br/2010/07/historias-do-pina.html (Acesso10 agosto
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Cidade - Plano Diretor. PMSL.

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manifestação simbólica de luta, resistência e teimosia dos pescadores artesanais de
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Silva, O. P. (2008) Pina: povo, cultura, memória. Recife: Funcultura.

Villaça, F. (1998) Espaço intra-urbano no Brasil. 2ed. São Paulo: Editora Nobel.

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