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ABSTRACT: The article aims to present the results of the project Cultural Cartography of the Lagoinha
Region, carried out under the supervision of the sector of Cultural Heritage and Public Archive of the
Municipality of Belo Horizonte in 2019. With the presence of local agents and participatory workshops
for the elaboration of perception maps, several cultural references were identified and associated with
nine thematic areas, such as religiosity, music, places, traditional craftsmanship and artistic expressions,
mainly in the regions of Lagoinha, Pedreira Prado Lopes, Vila Senhor dos Passos and sections of Bonfim,
Concórdia, Aparecida and Santo André neighborhoods. One discusses the history of Lagoinha region, the
research process, and the potentials of perception maps as a methodology for the identification of cultural
references. Furthermore, one analyzes the diversity of results, which demanded broader notions of
territory and cultural references. Finally, one presents safeguarding measures, aimed at supporting local
demands presented by research interlocutors.
Doutor em História (UFMG). Professor do Departamento de História do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). E-
mail: ralanari@gmail.com
Mestre em História (UFMG). Gerente de Patrimônio Cultural Imaterial no IEPHA/MG. Coordenou a produção da Cartografia
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Mestre em História (UFMG). Sócio-Diretor da Peixe Vivo Histórias – Memória e Patrimônio. E-mail: hugogrocha@hotmail.com
Mestre em Educação (UEMG). Professora do Ensino Fundamental. E-mail: ursula.vianam@gmail.com
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Introdução
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A equipe técnica foi composta por dois antropólogos, três historiadores e uma geógrafa com experiência em mapeamentos e
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inventários culturais que atuam principalmente na área de Patrimônio Cultural. Também compõe a equipe uma pedagoga com
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experiência na área de educação, sobretudo em temáticas como violência na escola, adolescência, juventude e segurança pública.
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Belo Horizonte foi construída no final do século XIX, inspirada pelas doutrinas
científicas que defendiam o planejamento das cidades como forma de saneamento das
relações entre as pessoas. No projeto de Aarão Reis, a cidade foi dividida em três zonas:
urbana (delimitada pela Avenida do Contorno), suburbana e de sítios. Com a
consolidação da nova capital, o custo de vida nas áreas dentro da Av. do Contorno não
permitia o estabelecimento das populações trabalhadoras, que tiveram de buscar abrigo
nas “franjas” da cidade. Núcleos de ocupação não planejada surgiram em regiões que
permitiam o deslocamento para o trabalho nos limites da cidade. A região da Lagoinha é
um exemplo desse processo observado nos primeiros anos de Belo Horizonte.
A ocupação da região deu-se em conjunto à execução do projeto da nova capital,
nos entornos das fazendas do Pastinho e dos Menezes. Sabe-se ainda que havia uma
área pantanosa na região marcada por grandes vales entre morros, nos quais ocorria o
acúmulo de água dos diversos córregos que a atravessavam, entre eles o Córrego
Lagoinha. Segundo Abílio Barreto (1997, p. 94), a denominação do bairro surgiu de
suas características topográficas e hidrográficas, visto que a área era caracterizada por
pequenos alagados, “lagoinhas” drenadas para a construção da nova cidade. Os
relatórios de administração municipal identificaram em suas análises a condição de
estabelecimento das populações na região da Lagoinha: “Grande parte da 6 secção
suburbana (Lagoinha) está ocupada por habitações provisórias, construídas sem licença
da prefeitura” (BELLO HORIZONTE, 1922, p. 51 apud FREIRE, 2011, p. 115).
Devido à sua localização, entre o centro e a colônia agrícola Carlos Prates, a
região da Lagoinha inicialmente participou do fornecimento de alimentos para a
população da nova cidade. Entre 1899 e 1900, foi construído o primeiro Mercado
Municipal da capital, situado próximo à Estação Ferroviária. Na primeira década do
século XX, foram fornecidos aos moradores iluminação e, especialmente, transporte,
com a criação da linha de bondes que passava pela Rua Itapecerica, uma das principais
vias locais. Na década de 1920, foi inaugurada a Igreja de Nossa Senhora da Conceição,
na Rua Além Paraíba, e instalado um serviço de ônibus que atendia a região. O serviço
de abastecimento de água, contudo, foi criado somente em 1930, em substituição aos
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Definição da Associação Cartográfica Internacional (ACI) em 1966, ratificada pela UNESCO no mesmo ano.
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porque aqueles que antes não apareciam passaram a ser considerados nas relações
geopolíticas no mundo.
Assim, no projeto, foi estabelecida como proposta metodológica a identificação
dos atores sociais que estariam envolvidos e a realização dos primeiros contatos; a
aplicação de oficinas de mapas de percepção com moradores/as da região; o trabalho de
campo com elaboração de entrevistas com referências de diferentes temas e áreas; o
acompanhamento de atividades; “andanças” mediadas e não mediadas pela região; a
catalogação, análise e consolidação dos dados em planilhas e gráficos; e a validação e
identificação de localizações e trajetos com mediadores locais.
Na perspectiva de que a própria comunidade é detentora dos conhecimentos e,
portanto, agente legitimado para falar de seu lugar, ao mesmo tempo que o
conhecimento de um povo sobre seu território é partilhado e diverso, buscou-se ouvir
moradores/as de distintos lugares sociais e culturais da localidade. Tendo como
premissa legitimar os resultados obtidos, buscou-se a plena participação das lideranças
tradicionais reconhecidas dentro do contexto comunitário, mas também da juventude e
dos agentes culturais locais.3
Além disso, à equipe técnica que executou o estudo, foram incorporados dois
mediadores locais, que contribuíram tanto na articulação com a população como na
identificação da localização das referências culturais da região. Na seleção dos
articuladores, buscou-se garantir que ambos fossem pessoas com envolvimento local,
reconhecidas e legitimadas pela comunidade.4
Algumas instituições atuantes no território foram fundamentais para a
mobilização e articulação na comunidade. Entre as entidades, destaca-se o Centro
Cultural Liberalino Alves de Oliveira (CCLAO), que possui um importante trânsito com
moradores/as da região, além de articular-se de forma muito próxima com os coletivos e
lideranças locais. Alguns equipamentos da rede de atendimento público também foram
importantes no mapeamento das atuais políticas públicas em execução no território,
bem como na construção das proposições que compõem o relatório final do projeto.5
3
Os mestres que colaboraram no processo de mapeamento estavam, em sua maioria, ligados à religiosidade, a associações
comunitárias ou a movimentos sociais e culturais.
4
Uma das mediadoras é moradora da Vila Senhor dos Passos e atuante na área cultural na região, principalmente através da dança e
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Regional de Assistência Social da Regional Noroeste. No campo das políticas de saúde, o Consultório de Rua. Já no campo das
políticas de educação, a Escola Municipal Belo Horizonte e a Escola Estadual Silviano Brandão.
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As entrevistas foram todas gravadas em áudio e transcritas integralmente e compõem o acervo do projeto, disponível na DPCA.
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Os itens não espacializados relacionam-se a referências do passado que já não existem mais (67), pessoas importantes, mas que
não moram mais na região (4), itens cuja localização não foi possível (2) e atividades consideradas ilegais pelo poder público (4).
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Todo o mapeamento foi produzido em sistema de coordenadas UTM, fuso 23S, datum SIRGAS-2000, em atendimento à resolução
IBGE n.º 1/2005. Nos casos em que a única referência informada era o nome do bairro ou da rua, foi inserido um ponto aleatório no
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samba; canções; e eventos musicais. A geógrafa responsável pela produção dos mapas e do georreferenciamento foi Clarice Murta
Dias.
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Entre os equipamentos públicos, foram feitos diálogos com o CRAS Vila Senhor dos Passos, o CRAS Pedreira Prado Lopes, a
Diretoria Regional de Assistência Social Noroeste, a Escola Municipal Belo Horizonte e a Comissão de Gestão Territorial.
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Optou-se pela utilização das palavras em maiúscula quando se referem às áreas temáticas da pesquisa.
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moradores/as como do poder público, em diferentes esferas que, por vezes, não
dialogam.
Como define Milton Santos (1996), território é um espaço socialmente
construído, possuidor de recursos naturais e detentor de uma história construída por
aqueles que nele habitam, através de convenções de valores e regras, arranjos
institucionais que lhes conferem expressão e formas sociais de organização da
produção. Como espaço social, o território é espaço de conflito e tensões, sendo ao
mesmo tempo lugar de produção cultural e econômica, configuração de sociabilidades e
formas de ação.
Em consideração a essa compreensão, do mesmo modo que se precisou ampliar
o conceito de cultura para se apreender quais eram as referências culturais da Lagoinha,
foi preciso congregar as diferentes delimitações oficiais das políticas urbanas de Belo
Horizonte com as noções de moradores/as. Dessa forma, a delimitação geográfica12
aplicada no mapeamento da Cartografia Cultural da Região da Lagoinha abrangeu
integralmente o bairro Lagoinha, a Pedreira Prado Lopes e a Vila Senhor dos Passos e
seções dos bairros São Cristóvão, Bonfim, Santo André, Concórdia e Aparecida,
conforme se verifica no Mapa 01.13
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É importante ressaltar que a delimitação proposta na Cartografia Cultural possui semelhanças com as projeções oficiais e que, no
âmbito do georreferenciamento e do geoprocessamento dos dados, utilizou-se tanto das percepções comunitárias sobre o espaço que
ocupam, circulam e rememoram como das definições oficiais de arruamento e confrontações de limites. Ressalta-se, ainda, que não
era pretensão do projeto modificar definições governamentais, mas propor que as políticas públicas para aquela região considerem a
percepção da localidade de quem ali reside.
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As referências identificadas extrapolam esses limites, indicando que a territorialidade se alarga e seus fluxos se estendem para
trechos nos bairros Colégio Batista, Concórdia e Nova Esperança. Percebeu-se que, especialmente na área de Religiosidade, as
fronteiras físicas são rompidas, pois grande parte dos que estão na área delimitada nessa cartografia e dos que estão nas
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proximidades definem-se como moradores/as da Lagoinha. Assim, considerando as referências indicadas e a noção socialmente
construída desse pertencimento, optou-se por apontar no mapa as citações mencionadas pela comunidade local a fim de apresentar
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as relações existentes entre as localidades. Justifica-se que os bairros onde apareceram apenas alguns pontos não foram delimitados
como região da Lagoinha porque não houve aprofundamento das referências nessas localidades.
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maior presença de itens associados ao futebol. Foi possível identificar também a maior
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Legenda: PPL - Pedreira Prado Lopes. Conjunto Habitacional IAPI - Instituto de Aposentadoria e
Pensões dos Industriários
Fonte: Projeto Cartografia Cultural da Região da Lagoinha – relatório final (2019).
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diversas regiões da cidade. Ao longo das décadas, tais festas testemunharam momentos
de maior efervescência, participação da população e apoio da paróquia, mas,
atualmente, em entrevistas realizadas com moradores/as, notou-se que as mudanças
sucessivas dos párocos responsáveis e o falecimento de pessoas que eram importantes
para a continuidade das práticas culturais provocaram a diminuição do engajamento
local.
A área da Música foi aquela que reuniu o segundo maior número de referências
(16,07%). Desse universo, mais da metade estava associada ao samba (62,0%), o que
permite indicar sua relevância nas experiências culturais da região da Lagoinha. O
samba está relacionado a diversas dimensões da vida coletiva, como nos ambientes
familiares, religiosidades e momentos de sociabilidade, o que se traduziu no
levantamento expressivo de sambistas, escolas de samba, blocos de carnaval, samba-
canções, afoxés, casas de samba, bares e botequins. Essas pessoas, lugares e práticas
estão concentradas principalmente na Pedreira Prado Lopes e, em seguida, no bairro
Lagoinha.
A Pedreira é conhecida como o berço do samba em Belo Horizonte – não por
acaso, a maior parte de referências reunidas na localidade está relacionada à música
(25,29%). Essa notoriedade deve-se, sobretudo, à fundação da Escola de Samba
Pedreira Unida na década de 1930, nesse espaço que é marcadamente pobre e negro e
contribuiu para a configuração do imaginário belo-horizontino sobre uma Lagoinha
boêmia, malandra e festeira. O que informou sócio-historicamente um olhar externo
pejorativo sobre a região é motivo de reconhecimento e valorização para seus
moradores e moradoras, que mantêm ativas as experiências do samba no território e
contribuem para sua continuidade e transmissão às novas gerações.
A Pedreira Unida encerrou suas atividades, mas hoje seus antigos membros
estão reunidos na Escola de Samba Unidos Guaranis, que desfilou no carnaval de 2019
tendo como samba-enredo sua própria casa: “Pedreira: a favela encantada”. Além disso,
a Velha Guarda da Unidos Guaranis costuma promover encontros mensais nas
dependências da Escola Municipal Belo Horizonte para revisitar os antigos sambas e
compor novas canções. Na localidade, vivem compositores e sambistas de referência,
como Iolanda Alves Guerra, por muito tempo porta-bandeira da antiga Unidos da
Pedreira e atualmente integrante do grupo ConverSamba.
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Percebe-se que o samba está diretamente associado aos blocos de carnaval, cujos
trajetos ocupam importantes ruas do bairro Lagoinha. Esse é o caso de “O Leão da
Lagoinha”, que desfila pela rua Itapecerica e é o bloco mais antigo da cidade, fundado
em 1947 e retomado na última década. Ademais, o Mercado da Lagoinha e o CCLAO
tornaram-se uma centralidade na realização de atividades, como os ensaios e
apresentações do ConverSamba. O grupo surgiu em 2015 com a proposta de valorizar o
gênero musical e sua história na região da Lagoinha. Reúne pessoas da velha guarda,
como dona Iolanda, Mestre Conga, Mestre Lagoinha e Ronaldo Coisa Nossa, além de
sambistas mais jovens, contribuindo para a atualidade do samba no território.
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De acordo com Garcia (2017, p.16), “Na perspectiva da saúde mental, o uso abusivo de drogas é um sintoma e não a causa do
sofrimento do usuário, por isso a importância do protagonismo do sujeito no seu tratamento, a fim de dar o suporte para ele
ressignificar o seu desejo. A lógica da Redução de Danos é voltada para aqueles que não podem ou não conseguem parar de usar
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drogas. Por isso, é diametralmente oposta à lógica da abstinência, que trabalha na expectativa em que o sujeito queira e possa parar
de usar radicalmente as drogas. Isso se dá, muitas vezes, mediante práticas biologicistas que defendem o protagonismo da
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nas escolas e nos CRAS, ou em eventos oferecidos nas ruas e centros culturais. Além
disso, cabe pontuar que, para além de serem compreendidas como referências culturais,
esses locais têm a potencialidade de agregar pessoas e de valorizar expressões artísticas
e seus mestres, como é o caso dos CRAS, onde há mestres artesãs como oficineiras, ou
do CCLAO, que regularmente faz ações de valorização dos mestres sambistas. Nesse
sentido, as medidas voltadas para a Assistência Social são indissociáveis das Políticas
de Patrimônio Cultural, uma vez que estabelecem vias para a transmissão de saberes
locais, para a valorização das pessoas e locais de referência para a comunidade e para o
exercício pleno da cidadania.
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15A lista completa de proposições pode ser acessada no documento Cartografia Cultural da região da Lagoinha – Relatório final
(2019), disponível na DPCA.
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