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RESUMO
Entende-se por Patrimônio Cultural, o conjunto de bens materiais e imateriais que fazem parte da
cultura de determinado povo. A cultura por sua vez é construída através das gerações num processo
de transmissão de significados, conhecimentos, crenças e modo de viver. Ao tratarmos de patrimônio
cultural, destaca-se sua função e referências à identidade, a ação e a memória de diferentes grupos
sociais. Este, materializado na forma de construções, mantém vivo todo caráter intelectual e cultural
de civilizações anteriores pois, se torna testemunho vivo e tangível de períodos passados. Numa
sociedade extremamente dinâmica, em que determinados bens se tornam obsoletos num rápido
intervalo de tempo e, onde o conhecimento é globalizado, a preservação do patrimônio é a garantia
de que a história de determinada sociedade se preserve, valorize e seja divulgada para as gerações
futuras, através da atuação dos poderes governamentais e dos cidadãos. Segundo Argan (1995), os
monumentos desempenham um papel informativo em sistema de comunicação, com uma função
cultural e educativa, ou seja, didática pois, compartilham a história das cidades, porém em uma
perspectiva ideológica. Na contemporaneidade, o patrimônio cultural desempenha, além de sua
função didática, memorial e identitária, uma importante estratégia urbanística, onde o patrimônio
passa a inserir-se num contexto turístico e consequentemente, econômico. Um trabalho
multidisciplinar entre distintos profissionais, de diversos campos de conhecimento, pode garantir uma
melhor interpretação do comportamento das pessoas, entendendo melhor a formação da memória e
identidade, a configuração espacial da paisagem, a importância de sua manutenção, dentre outros
aspectos envolvidos com a cidade. Dessa forma, objetiva-se abordar a importância do patrimônio
dentro do meio no qual está inserido, especificamente na cidade de Juiz de Fora, MG. Pois, ao
tratarmos de patrimônio cultural, nos referimos ao conjunto de bens dos diferentes grupos sociais
dentro desse contexto comunitário, a cidade. Além disso, busca-se relacionar as atividades de
preservação ao planejamento estratégico do município. O método de pesquisa se aplica na revisão
bibliográfica, apoiada na leitura sobre memória e identidade social, no estudo das políticas de
preservação do patrimônio e, no estudo de caso da cidade de Juiz de Fora. Esta, que possui um
conjunto arquitetônico eclético e art déco importante no cenário local e regional, que apesar de
protegidos, ainda não possuem uma valorização cultural que atinja todos os aspectos da paisagem,
enquanto cidade e social, enquanto cidadania. Considera-se que na contemporaneidade, as políticas
e premissas patrimoniais encontram-se estabelecidas. Porém, há trabalho a executar, no que diz
respeito a conscientização e valorização social, esta, associada a educação patrimonial e as políticas
públicas. Assim, o trabalho deve ser na relação indivíduo e sociedade.
Palavras-chave: Memória; Preservação; Planos Urbanos.
A preservação é dever do Estado e direito da comunidade, que deve ver registrada de forma
a manter viva a memória, como documento de fatos e valores culturais de seu povo. Em
Juiz de Fora, recorte desse estudo, mantém viva a memória de sua existência, através do
conjunto arquitetônico que, faz reluzir sua trajetória e história marcante. Musse (2007)
afirma: "[...] uma cidade que era próxima à antiga “Côrte”, no início do século XX, se
mostrava moderna, febril e “máscula.”
Documentando, guardando e relatando fatos que ajudaram formar a história de uma cidade,
cumpri-se com ato de cidadania. Segundo Maia (2003) através da educação patrimonial o
homem passa a integrar-se nesse entendimento, através de um processo em ele entende o
contexto em que está inserido, elevando sua auto-estima e à conseqüência valorização de
sua cultura.
Considerando a afirmativa de Huyssen (2000), " [...] quanto mais rápido somos empurrados
para o futuro global que não nos inspira confiança, mais forte é o nosso desejo de ir mais
devagar e mais voltamos para as memórias em busca de conforto". Esse encontro pode ser
assimilado com o pertencimento, em que proporciona a relação entre o indivíduo e o
espaço, criando uma essência na vida das pessoas e no espaço onde elas vivem,
consolidando a história deste grupo social através da memória social.
Dessa forma, objetiva-se abordar a importância do patrimônio dentro do meio no qual está
inserido, especificamente na cidade de Juiz de Fora, MG. Ao tratarmos de patrimônio
cultural, nos referimos ao conjunto de bens dos diferentes grupos sociais dentro desse
contexto comunitário, a cidade. Além disso, busca-se relacionar as atividades de
preservação ao planejamento estratégico do município. Este, que possui um conjunto
Dessa forma, essa pesquisa não pretende, ainda, expor proposições e possíveis resultados
para serem alcançados, no que se refere a legislação e aplicabilidade de ações de
interferência no patrimônio e no espaço urbano de Juiz de Fora.
A Estrada de Ferro D. Pedro II, chegada em Juiz de Fora em 1870, seguiu como parâmetro
físico, a Estrada União Industria, pois foi implantada paralela a ela e, também, ao Rio
Paraibuna, determinando, o traçado da atual Avenida Francisco Bernardino (SAMPAIO,
2012). Nessa conformação, a Estrada do Paraibuna, atual Avenida Rio Branco, interliga-se
com o córrego Independência, atual Avenida Itamar Franco, e com a citada Avenida
Francisco Bernardino, formando um triângulo na morfologia da cidade. Inserida nesse
triângulo maior, a atual Avenida Getúlio Vargas (parte da Estrada União Indústria) conforma,
juntamente com a Avenida Rio Branco e Avenida Itamar Franco, um triângulo menor e
centralizado. Vide Figura 1, abaixo.
Nessa fase de êxito de Juiz de Fora, no final do século XIX, com destaque nacional na
industrialização, importantes edifícios foram consolidados no perímetro do triângulo, como é
o caso da sede do Banco de Crédito Real (1889), ilustrado na Figura 2 a seguir.
Portanto, Juiz de Fora, no final do século XIX e início do século XX, tinha em seus ideais de
paisagem e espaços públicos reflexos da estética e ideologia europeia, usando-se, de
acordo com Oliveira (1975), estratégias como “ajardinamento inglês” e “boulevard” em sua
morfologia, ou mesmo formalização de projetos elaborados por técnicos estrangeiros.
Segundo Oliveira (1966), considerando as devidas proporções, Juiz de Fora primava pelos
mesmos ideais e parâmetros de modernidade dos grandes centros, principalmente, os que
IX Mestres e Conselheiros Agentes Multiplicadores do Patrimônio
Belo Horizonte/MG de 21 a 23/06/2017.
buscavam uma paisagem de inspiração internacional. Para tanto, a aplicação desse ideário
do embelezamento, deu início em sua principal avenida (Figura 3 e 4), atual avenida Rio
Branco, principalmente por abrigar os edifícios importantes na época, como o prédio das
Repartições Municipais, a Igreja Matriz e os casarões da elite juiz-forana.
Partindo nessa análise, pode-se afirmar que a cidade de Juiz de Fora, possui um importante
conjunto arquitetônico de interesse histórico e cultural, que somam edifícios de estilo
eclético e art déco, remanescentes do século XIX e início do século XX, período de
crescimento e expansão da cidade. Dessa composição arquitetônica, de acordo com
Dessa forma, a cidade consegue, materializado na forma de construções, manter vivo todo
caráter intelectual e cultural de civilizações anteriores pois, se torna testemunho tangível de
períodos passados, além de simbolizar características dos costumes, pensamentos e o
próprio cotidiano dessas gerações.
A grande questão que se coloca, quando se preserva estes bens, é a viabilidade em tempos
atuais, de se manter um prédio em suas características originais, que remete à outra época,
outra realidade, dentro de um contexto urbano contemporâneo e tecnologicamente cada vez
mais avançado. Para tanto, o importante papel das autoridades políticas, no que se refere
ao planejamento e execução de projetos de Lei em benefício desses espaços.
O relato da memória, narrado por um individuo que viveu o episódio, vem carregado de
paixões individuais, emoções e entusiasmos que dão veracidade ao conteúdo,
diferentemente do relato histórico pois, este se apoia somente em documentos oficiais,
podendo deixar escapar muitos fatos importantes, desprezados pela racionalização das
ideias. Porém, não pode-se considerar que os relatos individuais substituam a teoria da
história, apenas os complementam, podendo classificá-los assim como “Histórias das
Mentalidades” e “História das Sensibilidades” (BOSI, 2004, p. 15).
Segundo Pacano (2005), a memória pode ser “voluntária” e “involuntária”, a primeira traz as
lembranças do passado para o presente, construindo a história do espaço, já a segunda,
memória involuntária, inconsciente, aquela que traz os costumes, sotaques, que variam de
lugar para lugar, na vivência das pessoas, estruturando-se da memória que passa de
geração para geração.
A memória vem da percepção, esta que pode ser entendida muito além de sua simples
interação do sistema nervoso com o ambiente pois, a percepção, vem carregada de
informações que estão nas lembranças dos indivíduos. É como se a memória fosse o lado
subjetivo do conhecimento do indivíduo sobre as coisas. Portanto,
A tarefa principal a ser contemplada pelas políticas que tratam da preservação e produção
dos patrimônios coletivos é de possibilitar a recriação e re-significação da memória coletiva
no presente, reforçando o significado da participação da sociedade em ações que
fortaleçam a cidadania. Para tanto, reforça-se, que a educação patrimonial torna-se
primordial para o alcance desse objetivo.
A importância de um bem, não tem ligação direta com sua idade e sim, com a memória
coletiva do lugar. A partir do momento em que ele passa a existir, começa a configuração da
história daquela comunidade.
Choay (2006) destaca, que as primeiras noções de patrimônio histórico surgiram durante a
Revolução Francesa pois, ameaçados na época, surge a preocupação pela conservação
dos monumentos históricos nacionais, passando-se a pensar na conservação real desse
patrimônio, objeto e edifícios, que anteriormente dava lugar apenas a sua conservação em
meios iconográficos.
O período entre 1820 e 1964, o monumento histórico passa por sua fase de
consagração. A partir de então, o conceito de monumento histórico entra
numa escala mundial, acelerando o estabelecimento de leis que visassem à
proteção e a realização da restauração como uma disciplina integral. Assim,
constata-se que os procedimentos elaborados nos séculos XIX e XX,
Carvalho (2013) destaca, entre que "as edificações, o traçado da cidade, o desenho dos
passeios, as praças, o paisagismo, as manifestações culturais, os costumes, os saberes,
celebrações e práticas culturais [...]" formam-se referências simbólicas e afetivas para o
indivíduo em relação ao espaço vivido, construindo sua memória e identidade, tornando
coletiva ou pessoal. A autora, ainda afirma: "desse modo, a preservação das heranças
patrimoniais deixadas por nossos antepassados constitui a essência da memória de um
povo, é justamente esse legado que nos torna participantes da formação de nossa
identidade".
Preservar é uma atualização constante da memória e dos valores que definiram aquele
objeto ou expressão cultural como representativos e patrimônio da coletividade.
A Lei n.º 10.777, de 15 de julho de 2004, com alterações pela Lei 11.000, de 06 de outubro
de 2005, dispõe sobre a proteção do Patrimônio Cultural do Município de Juiz de Fora e dá
outras providências.
Ainda de acordo com Lei n.º 10.777 (2004), no município de Juiz de Fora, a política de
preservação do Patrimônio Cultural é estabelecida pelo COMPPAC (Conselho Municipal de
Preservação do Patrimônio Cultural), órgão vinculado à FUNALFA (Fundação Cultural
Alfredo Ferreira Lage), subordinada à Diretoria de Política Social.
O Plano Estratégico de 2000, para cidade de Juiz de Fora, segundo Sampaio (2012), alterou
os paradigmas dos Planos Diretores, inspirado nas experiências de outras cidades,
principalmente do Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, Juiz de Fora foi precursora, onde o foco
do plano está nas situações pontuais e específicas, de maneira a fortalecer o desempenho
da cidade como pólo regional da Zona da Mata. O autor destaca, as melhorias na
mobilidade urbana, revisão das legislações vigentes e a execução de projetos âncora, como
fundamentais para o alcance do objetivo do plano. Ainda relata, "entretanto, em linhas
gerais, estes projetos repetem as propostas dos planos diretores, porém descolados da
visão de estruturação global do espaço urbano da cidade".
No Artigo 4º, para cumprir o objetivo do PDDU 2000, são estabelecidas estratégias e
táticas. No que se refere ao patrimônio, a Lei propõe: "a promoção e o incentivo ao turismo
como fator de desenvolvimento econômico e social, valorizando os patrimônios cultural e
natural do município, de forma a reforçar o sentimento de cidadania".
O que se nota, na proposta preliminar para revisão do Plano Diretor Participativo de Juiz de
Fora (2015), é uma especificidade detalhada e embasada, quando se trata o patrimônio
pois, o documento já faz alusão à memória, pertencimento, polifuncionalidade, entre outros
temas relacionados a preservação do patrimônio cultural.
Para tanto, na proposta preliminar para revisão do Plano Diretor Participativo de Juiz de
Fora (2015), no Art. 9º do Título I (dos princípios fundamentais, diretrizes e objetivos) são
objetivos da Política de Desenvolvimento Urbano e Territorial e do Plano Diretor: proteger
patrimônio histórico, cultural e religioso, valorizar a memória, o sentimento de pertencimento
dos cidadãos com relação à cidade e a diversidade; recuperar, reabilitar e requalificar a área
central da cidade de modo a preservar e potencializar sua função residencial e sua
As Diretrizes Setoriais
Já na proposta preliminar para revisão do Plano Diretor Participativo de Juiz de Fora (2015),
o documento faz menção à compatibilização das políticas de desenvolvimento urbano e
territorial com as políticas de preservação, portanto, prevê diversas interfaces importantes,
que seguem resumidamente explanadas: buscar as condições para a configuração da
identidade cultural do Município, pensando na tradição e continuidade criativa; articular os
sistemas de gestão cultural e ordenação territorial, objetivando a valorização patrimonial e
Legislação vigente
Sampaio (2012) explica, que isso se deve ao fato destes prédios terem sido construídos
com programas arquitetônicos da época, em que os hábitos, costumes e, até mesmo, as
formas de se projetar e construir eram diferentes dos padrões atuais, para a mesma
tipologia. O autor ainda destaca, "[...] as maiores dificuldades de se aplicar a legislação
vigente em obras de conservação se correlacionam com os parâmetros de iluminação,
ventilação, áreas mínimas de compartimentos, previsões de escada, garagens, itens de
segurança contra incêndio e pânico, entre outros".
A cidade de Juiz de Fora, conforme pode ser analisado na descrição de suas leis e planos
de desenvolvimento urbano, nos parágrafos acima, possui sua política patrimonial e os
planos urbanos de acordo com a contemporaneidade. A cidade, soube desenvolver as
premissas e leis, entretanto, na aplicabilidade, muito trabalho ainda deve ser executado.
Esse trabalho, pode ser no incentivo a participação social nos projetos e decisões, ao
incentivo fiscal e busca por investimentos, além da iniciativa na valorização das áreas de
interesse cultural, refletindo o que a Lei define, como o apoio nas atividades nos bens
patrimoniais, considerando o lazer e o turismo, por exemplo.
A discussão acerca das áreas urbanas, discorrida nas Recomendação de Nairóbi, afirma a
necessária harmonia entre passado e presente, através de projetos de intervenções, de
maneira a constituir-se de ações integradas entre poder público, iniciativa privada e a
população (CARVALHO, 2013).
Em Juiz de Fora, seu núcleo central possui um conjunto arquitetônico relativamente íntegro
e, segundo Sampaio (2012), "portador de valores artísticos, históricos e afetivos notáveis
que requerem instrumentos de proteção, estratégias de conservação e de desenvolvimento
urbano apropriadas [...]" Para o autor, digno de um projeto de Conservação de Áreas
Urbana, guardadas as devidas proporções, aos moldes do projeto aplicado na cidade do Rio
de Janeiro.
O conjunto arquitetônico da área central de Juiz de Fora, consolidado no final do século XIX,
possui diversidade de estilos arquitetônicos, compondo a paisagem urbana da área. As
edificações presentes nesse contexto, expressam e representam a identidade e memória da
cidade, passando pelos momentos ímpares da história de Juiz de Fora. Entretanto, o valor
de conjunto é dado, principalmente, pelas edificações modestas, conforme classificação da
Carta de Veneza (1964).
Contudo, o grande desafio para Juiz de Fora, seria vencer a falta de instrumentação e
planejamento, no que se refere a proteção de áreas urbanas, no campo do saber da
conservação e da literatura especializada no tema.
Referências
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins
Fontes,1995.
BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. 2. ed. São Paulo:
Ateliê Editorial, 2003.
JUIZ DE FORA. LEI Nº 11.000, de 06 de outubro de 2005. Altera o art. 50 da Lei nº 10.777,
de 15 de julho de 2004, que “Dispõe sobre a proteção do patrimônio cultural do Município de
Juiz de Fora e dá outras providências”. Juiz de Fora, MG: Prefeitura Municipal 2005.
JUIZ DE FORA. LEI N.º 9811, de 27 de junho de 2000. Institui o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG: Prefeitura Municipal 2000.
JUIZ DE FORA. Proposta Preliminar para o Plano Diretor Participativo. Dispõe sobre a
Política de Desenvolvimento Urbano e Territorial, o Sistema Municipal de Planejamento do
Território e a revisão do Plano Diretor Participativo de Juiz de Fora conforme o disposto na
Constituição Federal e no Estatuto da Cidade, e dá outras providências. Juiz de Fora, MG:
Prefeitura Municipal 2015.
LAGE, O. V. B. & ESTEVES, A. (orgs.). Álbum do município de Juiz de Fora. 3. ed. Juiz
de Fora: Funalfa Edições, 2008 [1915].
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PACANO, Fábio Augusto. History, Memory and Identify. Dialogus, Ribeirão Preto, v.1, n.1,
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SAMPAIO, Julio Cesar Ribeiro. Triângulo da Memória de Juiz De Fora. Rio de Janeiro:
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