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Sumário
Consciência respiratória......................................................................................... 32
REFERENCIAS ......................................................................................................... 57
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O canto orfeônico na escola II – Técnicas
As evidências indicam que seu controle central está em local diverso no cérebro
e os músculos do trato vocal movimentam-se de maneira distinta. [...] Todos podemos
cantar e o canto tem de ser trabalhado, exercitado e aprimorado. O dom para cantar
existe mas, em grande parte dos casos, as condições anatômicas e fisiológicas podem
ser auxiliares importantes (COSTA; ANDRADA E SILVA, 1998, p. 141).
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otorrinolaringologia, da pneumologia, da fonoaudiologia e do canto deveriam ser
complementares em uma atividade sistemática e coerente no cotidiano da música
vocal em grupo.
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que os cantores necessitavam de orientação fonoaudiológica e possuíam atitudes de
desrespeito às práticas de higiene e saúde vocal (BEHLAU et al., 1991).
Consciência respiratória
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Essa ferramenta contribui, dessa forma, para a incorporação de um padrão
misto de respiração, facilitador da produção falada e cantada.
Consciência auditiva
Prática de interpretação
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Outra etapa do trabalho educativo-musical constitui o desenvolvimento de
recursos técnico-interpretativos, durante o qual devem ser corrigidos os problemas
musicais e vocais (passagens difíceis da partitura trabalhada) e entendidos os estilos
(características quanto ao gênero: sacro/ profano; técnica de composição: homofonia/
polifonia; conceito geográfico ou local: estilo francês, inglês, italiano, alemão etc.) e
períodos musicais (medieval, renascentista, barroco, romântico, contemporâneo).
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A produção vocal em grupos de diversas formações (quartetos, sextetos,
octetos etc.), ao lado da atuação de todo o coro, pode fornecer maiores chances para
o aperfeiçoamento da atuação individual e para o trabalho de repertórios específicos.
Recursos audiovisuais
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A partir da utilização dessa ferramenta, os regentes podem propor pesquisas
extra ensaio sobre diversos temas relacionados à música, à voz e ao canto coral,
promovendo um aperfeiçoamento da formação musical dos coralistas.
O autor alude ainda ao fato de que o docente/ regente que promove este tipo
de método de ensino deve possuir espontaneidade, criatividade e tolerância pelo
desconhecido, além de excelente capacidade de comunicação e habilidades
interpessoais. Com essa ferramenta de ensino, a educação musical do indivíduo
passa a contemplar não apenas a aprendizagem técnica musical exigida na
performance do coral, mas também sua formação artística geral.
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O desenvolvimento dessas iniciativas de educação não-formal por outros
centros comunitários e instituições também tem se relevado no cenário atual. Para
Kater (2004), apesar da música se fazer presente nesses projetos de ação social como
elemento de integração social, na maioria dos casos os resultados musicais obtidos a
partir dessas práticas são apenas satisfatórios, o que revela um baixo nível de
aproveitamento de todas as habilidades que podem ser geradas a partir das práticas
de musicalização em conjunto.
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A música, como disciplina complexa, onde conhecimentos de natureza diversa
se inter-relacionam e se interdeterminam, se não ensinada por educadores
competentes não pode ser compreendida nessa sua totalidade de percepções e
expressões (SCHAFER, 1991).
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por meio de treinamentos que possibilitem a aquisição de conhecimentos
interdisciplinares (educacionais, musicais, fonoaudiológicos, históricos etc.) e do
acompanhamento contínuo das atividades desenvolvidas por esses agentes nas suas
práticas musicais, possibilitando o aprimoramento das iniciativas que já vem sendo
exercidas e a concretização de novos projetos.
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Assim, debruçamo-nos sobre as leis e demais dispositivos oficiais de alcance
nacional que tratam do ensino de arte, aí incluída a música. A legislação educacional
estabelece, há mais de 30 anos, um espaço para a arte, em suas diversas linguagens,
nas escolas regulares de educação básica. No entanto, essa presença da arte no
currículo escolar tem sido marcada pela indefinição, ambigüidade e multiplicidade.
Privilegiamos essas duas leis porque, em nossa área, elas são, muitas vezes,
colocadas em oposição: a primeira sendo vista como responsável pelo
desaparecimento da música nas escolas, e a atual LDB como tendo resgatado o
ensino de música.
Essa LDB é a primeira lei de alcance nacional que pretende abordar todas as
modalidades e níveis de ensino, além de sua organização escolar. Uma década
depois, essa LDB de 1961 é alterada pela Lei 5.692/71, gerada sob o regime militar,
que se dirige apenas ao ensino de 1o e 2o graus, articulando-se.
Para uma análise dos Parâmetros para Arte no ensino fundamental, inclusive
das propostas para cada modalidade específica, ver Penna (2001a). Quanto ao ensino
médio, ver Penna (2003).
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fidelidade ao texto que efetivamente serviu de base ao fórum de debates Políticas
Públicas em Educação Musical, e que, como base e preparação para as discussões,
foi antecipadamente divulgado no site do XII Encontro Anual da ABEM (Florianópolis,
outubro de 2003).
Dessa forma, a “inspiração liberalista que caracterizava a Lei 4.024 cede lugar
a uma tendência tecnicista” na Lei 5.692 (Saviani, 1978, p. 187), tendência essa
atenuada pelo caráter humanístico da Educação Artística, cuja inclusão é estabelecida
como obrigatória “nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1o e 2o Graus” – ao
lado da Educação Moral e Cívica, Educação Física e Programas de Saúde –, de
acordo com seu artigo 7o .
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Em 1973, são aprovados o Parecer CFE no 1.284/73 e a Resolução CFE no
23/73, termos normativos acerca do curso de licenciatura em Educação Artística, que
estabelecem:
Dessa forma, fica claro que, do ponto de vista dos preceitos normativos, o
campo da Educação Artística engloba a música. Vale ressaltar, nesse mesmo sentido,
que entre 1977 e 1984, em plena vigência da Lei 5.692/ 71, trabalhamos com música
– área para a qual prestamos concurso – no espaço da Educação Artística, na
Fundação Educacional do Distrito Federal (a rede pública de Brasília e suas cidades-
satélites).
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No entanto, a “habilitação geral em Educação Artística” – à qual se reduz a
licenciatura curta e que integra a licenciatura plena, constituindo o currículo mínimo
da parte comum do curso indicado pela Resolução CFE no 23/73 – dirige-se a uma
abordagem integrada das diversas linguagens artísticas (ou seja, um tratamento
polivalente).
Prevista nos termos normativos tanto para a formação do professor quanto para
o 1o e 2o graus, a polivalência marca a implantação da Educação Artística,
contribuindo para a diluição dos conteúdos específicos de cada linguagem. No entanto,
como mostra Fucks (1991, p. 124- 126, 130-142), essa abordagem integrada das
linguagens artísticas antecede à Lei 5.692/71, tendo sido proposta pelo “movimento
chamado criatividade”, que surgiu no pós-guerra, articulado às mudanças estético-
musicais desse período e às propostas da arte-educação.
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Com o enfraquecimento do projeto do canto orfeônico, que perde o contexto
político que o sustentava com o fim do Estado Novo, a presença da música na escola
regular de formação geral diminuía progressivamente, pois a maioria dos educadores
musicais “abraçou a criatividade”, inclusive em função de sua frágil formação.
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O Estado brasileiro, que se torna o mediador do processo de
internacionalização do mercado interno, passa a investir em educação assumindo
parte dos gastos da qualificação do trabalhador em benefício das empresas privadas
nacionais e multinacionais. (Freitag, 1980, p. 107, grifo da autora).
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Década de 1990: nova legislação
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elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos – 1993/2003 (Fonsêca, 2001,
p. 15-19).
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Nacionais (PCN) para os ensinos fundamental e médio (Brasil, 1997a, 1998a, 1999),
documentos elaborados pelo Ministério da Educação (MEC), que, embora não tenham
formalmente um caráter obrigatório, configuram uma orientação oficial para a prática
pedagógica, e têm sido utilizados pelo MEC como referência para a avaliação das
escolas e alocação de recursos.
Nos dois documentos para a área de Arte, são propostas quatro modalidades
artísticas – artes visuais (mais abrangentes que as artes plásticas), música, teatro e
dança (demarcada em sua especificidade) –, mas não há indicações claras sobre
como encaminhar essa abordagem na escola, que tem a seu cargo as decisões a
respeito de quais linguagens artísticas, quando e como trabalhá-las na sala de aula
(cf. Penna, 2001b).
Na educação média, o currículo abarca uma base nacional comum e uma parte
diversificada, sendo Arte uma disciplina potencial da área “Pelas razões expostas,
consideramos inadequado e injusto denominar a atual LDB (Lei 9.293/96) de Lei Darcy
Ribeiro, ou apontálo como seu “idealizador” (cf., p. ex., Lima, 2000, p. 42), pois
equivale a desconsiderar todo o processo anterior de construção do projeto da
Câmara, muito mais democrático, assim como a atuação do Fórum Nacional em
Defesa da Escola Pública.
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É nesta perspectiva que devem ser apresentados às Secretarias Estaduais,
Municipais e às Escolas” (grifo meu). Os volumes posteriores dos PCN não foram mais
submetidos à apreciação do CNE. Atenção à fragilidade da concepção de “disciplina
potencial”: “O fato de estes Parâmetros Curriculares terem sido organizados em cada
uma das áreas por disciplinas potenciais não significa que estas são obrigatórias ou
mesmo recomendadas.
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Diante das condições de nosso sistema de ensino, seria irrealista pretender
vincular cada linguagem artística a séries determinadas, num programa curricular
fechado. No entanto, essa flexibilidade permite que as escolhas das escolas não
contemplem todas as linguagens, o que é bastante provável, diante da carga horária
de Arte, em geral muito reduzida, e ainda pela questão da disponibilidade de
professores qualificados e os critérios financeiros de contratação – situação similar à
que a prática da Educação Artística enfrentava, em muitos espaços, quando da
vigência da Lei 5.692/71.
Na educação infantil – que, de acordo com a atual LDB, constitui a etapa inicial
da educação básica –, o problema até mesmo se agrava, já que neste nível muitas
vezes não há uma perspectiva propriamente educativa adequada para cada faixa
etária, o que resulta num descuido com a formação profissional do educador,
principalmente nas creches.
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O próprio Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil considera
que ainda são dominantes tanto a “tradição assistencialista das creches” quanto a
“marca da antecipação da escolaridade das pré-escolas” (Brasil, 1998c, Carta do
Ministro).
Pelo exposto, quanto à flexibilidade e multiplicidade interna dos PCN para Arte
no ensino fundamental e médio, é possível uma leitura polivalente da proposta das
quatro diferentes modalidades artísticas como integrantes da área. Com isso, seria
exigida do professor uma polivalência ainda mais ampla e inconsistente que aquela
promovida pela Educação Artística, e já tão criticada.
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anteriormente para Educação Artística – serem elaboradas nesse formato, abordando
as diversas linguagens.
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geral (polivalente) a outra específica, mantém alguma proximidade com o currículo
mínimo da licenciatura em Educação Artística (Resolução CFE no 23/73).
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sua oficialização – na forma de resolução do Conselho Nacional de Educação – ainda
se encontra, no presente momento, inconcluso.
Nesse quadro, Propostas de atividades com certos materiais […], por exemplo,
são encaradas como uma oportunidade para a atividade criativa e expressiva, não
tendo por objetivo o domínio técnico de um fazer artístico em si, nem tampouco o
manuseio consciente de princípios de organização das linguagens artísticas. (Penna,
1999, p. 60).
Por sua vez, é bastante distinta a concepção de ensino das artes expressa nos
diversos Parâmetros Curriculares Nacionais – mais claramente nos documentos para
o ensino fundamental e especialmente para 5a à 8a séries –, enfocando os
conhecimentos próprios da arte e a sua abordagem através do fazer, apreciar e refletir,
como eixos norteadores do processo de ensino e aprendizagem (cf. Penna, 2001b).
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mesmo direcionamento. Como já mencionado, todos esses documentos curriculares
englobam, em Arte, diversas linguagens artísticas, dentre elas a música. Quanto a
esta, os vários Parâmetros revelam uma concepção de música bastante aberta, que
abarca a diversidade de manifestações musicais, em todos os campos de produção
(erudito, popular, da mídia), apontando para a integração da vivência musical do aluno
no processo pedagógico, que tem como objetivo último ampliá-la – em alcance e
qualidade.
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apontam que esses documentos devem ser utilizados progressivamente para
subsidiar:
Há, ainda, um espaço de decisão que cabe à própria escola, pois, seguindo
princípios de flexibilidade e autonomia, a LDB delega aos estabelecimentos de ensino
a incumbência de “elaborar e executar sua proposta pedagógica” (Lei 9.394/96, art.
12), o que é reafirmado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino
fundamental e para o ensino médio.
Cada escola pode e 17 Para uma análise das propostas dos PCN para música
no ensino fundamental e sua viabilidade, ver Penna (2001c). As Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental foram estabelecidas pela
Resolução CNE/CEB nº 02/98, e portanto no ano posterior à publicação dos
Parâmetros para os 1º e 2º ciclos do ensino fundamental (Brasil, 1997a). Já os
Parâmetros para o ensino médio estão intimamente ligados às Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio.
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REFERENCIAS
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4. BRASIL. Decreto n° 19.890, de 18 de abril de 1931. Dispõe sobre a
organização do Ensino Secundário. Coleção das leis da República dos Estados
Unidos do Brasil, v. 1, p. 470-480, 1931. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/19301949/D19890.htm>.
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11. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais – v. 6: Arte. Brasília: MEC/SEF,
1997.
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