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Apostila do curso de Canto e Técnica Vocal – Professora Cássia Cotrim, Fev/Mar de
2017

Sumário
1.0 Introdução .......................................... 03
1.1 Princípios Básicos para um Cantor/a .............03
1.2 Um breve resumo da história do Canto ...........04
1.3 Princípios introdutórios de fisiologia vocal .....05

2.0 MECANISMOS DA VOZ ...........................06


2.1 Mecanismo da Fonação .............................06
2.2 Mecanismo de Articulação .........................08
2.3 Mecanismo de Apoio e Respiração ................10
2.3.1 Tipos de Respiração .........................12

3.0 ASPECTOS RELEVANTES NO CANTO ........15


3.1 Aquecimento .............................................15
3.2 Alcance e classificação vocal ........................16
3.2.1 Extensão e Tessitura .......................18
3.3 Projeção e ressonância ...............................18
3.4 Impostação e colocação vocal ........................19
3.5 Interpretação ..........................................20

4.0 HIGIENE VOCAL ...................................21


4.1 Como preservar a voz..................................22
4.2 Mitos e verdades .....................................23
4.3 Algumas dicas .........................................25
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5.0 REFERÊNCIAS .....................................26

1.0 INTRODUÇÃO
1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UM CANTOR/A

 A primeira coisa que um cantor deve ter consciência é do


cuidado que ele deve ter com seu instrumento. Noções de
higiene vocal são imprescindíveis a quem gosta de cantar.

 A segunda coisa é o estudo técnico do canto. Buscar


aperfeiçoar a habilidade de cantar é fundamental para quem
quer se desenvolver e alcançar o máximo da própria
potencialidade vocal.

 Não desistir no meio do caminho também é importante!


Nada é fácil quando se trata de estudo e no canto, o trabalho
é longo, são em média 6 a 8 anos de estudos para que um
cantor profissional se forme, sendo que é preciso muito mais
tempo para se aprimorar. É um trabalho de paciência, mas,
que vale muito a pena.

 Conhecer o aparelho fonador, os mecanismos de produção


da voz, e técnicas ligadas ao bom funcionamento do corpo
(âmbito postural, de respiração, de alongamento, por
exemplo.) são atitudes imprescindíveis, pois, este
conhecimento fundamenta toda a atitude de cantar.

 O estudo do canto ultrapassa a técnica, perpassando pela


história da música, estudo de outras línguas, teoria musical,
e ainda saúde vocal. Todos são obrigatórios a um bom
cantor.
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1.2 UM BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DO CANTO

 Os primeiros registros de ensino em canto que mais se aproxima com


o canto que conhecemos hoje foram recolhidos do período medieval,
era o Canto Gregoriano, também chamado de Canto-chão.

 A grande responsável pela educação na música ocidental era a Igreja


Católica Apostólica Romana. O canto polifônico (muitas vozes)
ganha destaque e a música coral se desenvolve.

 Acontece então o surgimento da Ópera, gênero artístico que consiste


num drama encenado com música, normalmente em árias solos,
duos, trios com ou sem coro, acompanhados por orquestra.

 A primeira obra considerada uma ópera, no sentido geralmente


entendido, data aproximadamente do ano 1597. Foi chamada Dafne
(atualmente desaparecida), escrita por Jacopo Peri.

 O foco do canto passa da religiosidade (voltado para a exaltação e


louvor a Deus) para o canto artístico onde se buscava cada vez mais
o aperfeiçoamento de uma técnica que resultasse numa melhor
performance do cantor.

 O ápice desta busca se deu a partir do surgimento da ópera, onde os


compositores exploravam muito a qualidade vocal dos cantores,
ressaltando principalmente a extensão, os ornamentos vocais, e no
alcance da voz uma vez que à medida que os anos foram passando as
famílias de instrumentos foram crescendo e a voz teria que se
desenvolver para não ser encoberta pelas orquestras.
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 A Alemanha e a França tiveram grandes escolas de canto lírico, mas


foi na Itália que se originou a mais representativa delas, O “Bel
Canto”. Se originou no final do século XVII e teve seu apogeu no
início do século XIX. Alguns representantes foram Giiacchino
Rossini, Mathilde Marchesi, Gaetano Donizetti, Vicenzo Bellini e
Maria Callas (retomada nos anos 50). Além do foco no virtuosismo
vocal, foram algumas temáticas de destaque nesta escola: o valor
dramático, a expressividade, fraseados, o controle de respiração e
ainda as coloraturas.

 O invento do microfone em meados de 1870 possibilitou uma


ascensão do cantor de câmara (lugares menores). E houve então o
desenvolvimento da técnica voltada para o canto popular que exigem
menos extensão vocal e menos alcance de voz.

1.3 PRINCÍPIOS INTRODUTÓRIOS DE FISIOLOGIA


VOCAL

 O cantor deve ter consciência de cada movimento dos órgãos


vocais, e através do ouvido deve conseguir articulá-los para a
melhor emissão vocal quanto for possivel.

 A ginástica vocal ajuda a fortalecer os músculos faciais e


abdominais, bem como os intercostais. O que possibilita um
controle maior de ar a facilita a emissão correta da voz.

 Conhecer cada aparelho em si e seu funcionamento permite


um entendimento da produção vocal e proporciona melhor
utilização dos mesmos, respeitando seus limites e explorando
suas possibilidades.

 Produção do som: Passagem de ar pelas pregas vocais as


fazendo vibrar.
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 Entender o funcionamento e controle do diafragma para ter um


bom apoio na hora de cantar.

 Conhecer bem os mecanismos de articulação para usufruir de


seus benefícios na boa dicção e na fala.

2.0 MECANISMOS DA VOZ


2.1 MECANISMO DE FONAÇÃO
Este mecanismo cria o som e gera a amplificação básica, na cavidade
orofaríngea (é um pequeno espaço da cavidade bucal compreendida entre a
raíz da língua, o palato duro e a epiglote). Todos os órgãos da imagem
abaixo são parte do processo de criação e amplificação da voz falada e
cantada.

Figura 01- Mecanismo de fonação


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Para qualquer instrumento produzir som é necessário uma fonte de


energia, no caso da voz, esta é fornecida pelo ar vindo dos pulmões. O
elemento vibratório é constituído pelas pregas ou cordas vocais. Elas se
situam na laringe e são revestidas de uma camada mucosa muito fina, a
qual se estende pela cavidade laríngea. As pregas se localizam entre as
cartilagens tiroide e aritenóide. As pregas de um recém- nascido têm cerca
de 3 mm de comprimento e cresce para 9 a 13mm e 15 a 20
respectivamente para mulheres e homens em fase adulta.
As pregas vocais estão em posição horizontal no interior da laringe,
isto é, paralelas ao solo. Elas se afastam ao inspirar e o ar entra nos
pulmões. Ao falar, as pregas se aproximam, o ar sai dos pulmões, passa
pela laringe, produz as vibrações, que resultam na voz. Portanto a voz é
resultado do equilíbrio entre duas forças: a força do ar que sai dos pulmões
(aerodinâmica) e a força muscular da laringe (mioelástica). Se houver
desequilíbrio nesse mecanismo, poderá ocorrer uma alteração na voz.
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Figura 02- Representação esquemática dos principais componentes


do órgão da voz e sessão coronal atravessando a laringe em que se
pode ver a posição relativa das cordas vocais.

Figura 03- a)Cordas vocais abertas na respiração normal


b)Posição das cordas durante a fonação.
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Figura 04- Pregas vocais em movimento (adução), à esquerda e


em repouso (abdução) à direita.

2.2 MECANISMO DE ARTICULAÇÃO

Os articuladores encontram-se na região baixa do rosto. Servem para


moldar os sons e a fala não existiria sem eles, pois, as interrupções no som
vocal que formam os diferentes fonemas que precisamos para compor as
palavras.
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Figura 05-

A mandíbula inferior deve estar sempre em posição de relaxamento


no ato de cantar, assim como a língua, que preferencialmente deve estar
apoiada nos dentes inferiores. O levantamento da língua em vogais como
“e” e “i” deve ser leve. O palato mole, mais conhecido como céu da boca
(na região ao fundo), deve se manter levantado durante o canto para
diminuir a aspereza na sonoridade. A sensação deve ser em direção ao
início/meio do bocejo. Os lábios e os dentes servem para formar as
palavras, são fundamentais para a pronúncia dos diferentes fonemas.
Uma articulação adequada gera clareza na emissão da fala e do
canto, deve ser feita de forma simples e natural. A pronúncia das sílabas e
palavras deve ser precisa, do início ao final das palavras. Uma fala ou canto
mal articulados causa desinteresse no interlocutor e compromete a
compreensão da informação ou mensagem transmitida.
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2.3 MECANISMO DE APOIO E RESPIRAÇÃO


A fala e o canto não existem sem o processo de respiração, pois,
como já foi dito, a passagem do ar pelas pregas vocais é o que faz com que
o som vocal aconteça. A troca de gases se processa por meio da inspiração
(inalação) e expiração (exalação). Há dois grupos de músculos que
trabalham no processo, o primeiro deles são os músculos intercostais
inspiratórios e expiatórios, e o segundo pela parede abdominal e pelo
diafragma. Na figura a seguir, o diafragma é o músculo logo abaixo dos
pulmões, de ação involuntária no dia-a-dia, mas que pode ser estimulado
conscientemente através de exercícios respiratórios e vocais.
O diafragma é o músculo de função principal no apoio para o canto.
Através do seu uso consciente, é possível dosar a saída de ar, aproveitando
ao máximo a capacidade de ar armazenado na inspiração.

Esta é a base fundamental para quem deseja ter controle da


emissão vocal- seja na fala, seja no canto. Uma boa respiração,
com a utilização correta do apoio diafragmático, é a primeira
condição para uma boa performance. No canto, é importante que
o indivíduo tenha pleno controle de sua respiração (GOULART,
COOPER, 2000, p. 9).
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Figura 06: Aparelho respiratório

O apoio no canto nada mais é que o controle do diafragma e dos


músculos do abdômen por meio do retesamento, ou pequena compressão
para dentro, na região baixa do abdômen. Para Goulart e Cooper (2000,
p.15) apoio “é a sustentação da coluna de ar que faz parte da produção do
som”. Para elas, “a precisão e suavidade do ataque do som, bem como
todas as nuances e a maioria dos recursos interpretativos, dependem do
perfeito controle do apoio” (Ibid). A afinação precisa também depende da
eficácia do apoio.
Além do apoio, escolher o tipo certo de respiração e mais eficiente
para a interpretação vocal, é imprescindível. Na atitude de cantar, escolher
a respiração adequada ao cantor, faz toda a diferença.

A respiração transforma-se em voz por um ato da vontade e pela


intermediação dos órgãos vocais. Nossa principal tarefa deve ser
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regular a respiração, ou seja, preparar a passagem adequada


através da qual a corrente de ar possa fluir, circular,
desenvolver-se e atingir as necessárias câmaras de ressonância
(LEHMANN, 1984, p. 15).

2.3.1 Tipos de Respiração

Para falar sobre o assunto, recorri a meu trabalho monográfico


(COTRIM, 2009), no qual apresento os conceitos de Maria Helena Bezzi
com relação às escolas de respiração. Segundo ela, há três tipos básicos:
Clavicular (do stress), Intercostal (relaxante)e Costo-abdominal ou costo-
diafragmática (completa). Ela justifica a nomenclatura de acordo com a
“predominância de região ou de músculos que deles participam em maior
extensão”, e ainda ressalta que “esta classificação é feita de acordo com o
local onde é executado o movimento, ou pelo nome dos músculos que são
principalmente utilizados em cada tipo respiratório” (BEZZI, 1984, p. 6).
Segundo a autora, o tipo clavicular “utiliza principalmente o lóbulo
superior do pulmão e uma pequena parte dos outros dois. É feita com o
abdômen encolhido e o diafragma o mais alto possível”, reduzindo desta
maneira “o espaço no tórax para a expansão do pulmão” (BEZZI, 1984,
p.7). A autora diz que fisiologicamente não é recomendada por “comprimir
os órgãos do aparelho circulatório e a própria traquéia”.
Artisticamente, oferece menor rendimento armazenando menor quantidade
de ar, além de esteticamente causar “sensação de angústia na platéia” e
impressão de cansaço. É considerada a respiração incorreta para o canto.
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Figura 07: Formas de respirar


Na intercostal utiliza-se todo o pulmão, entretanto, não permite a
completa expansão da sua base. Há o abaixamento do diafragma e o
aumento do diâmetro do tórax, as costelas flutuantes expandem, e a pressão
sobre as paredes laterais do tórax favorece o enrijecimento do diafragma,
impedindo assim sua elasticidade, o que não favorece na dosagem do ar
(BEZZI, 1984, p.8). Apesar de ser considerada um tipo de respiração
correta para o canto, a capacidade respiratória na respiração intercostal
também não é totalmente aproveitada, o controle de saída de ar se torna
mais difícil por causa da contração muscular além de facilitar a passagem
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para a respiração clavicular, segundo a autora supracitada. No entanto, por


ser uma respiração mais curta, é muito utilizada especialmente no canto
popular ou em fraseados ligeiros na música erudita.

Figura 08- Respiração Costo-Abdominal


A costo-abdominal ou costo-diafragmática é a mais natural das
respirações, podendo ser percebida facilmente ao ver uma criança ou
animal dormindo. Nos adultos, podemos percebê-la quando tossimos,
espirramos ou rimos espontaneamente. Fisiologicamente acontece da
seguinte maneira: “o diafragma desce e se expande; o abdômen dilata-se
para baixo e para frente; o osso da bacia, nas costas, próximo à cintura,
move-se para trás; as costelas flutuantes alargam (...)” Bezzi atribui o
aumento do diâmetro do corpo neste tipo de respiração porque “o pulmão
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se enche de ar, de baixo para cima, da base para o ápice” (BEZZI, 1984,
p.10).
A autora ressalta as vantagens deste tipo de respiração por reunir o que
chama de “utilidade da intercostal ao aproveitamento total da capacidade
pulmonar” devido ao relaxamento dos músculos na inspiração.

3.0 ASPECTOS RELEVANTES NO


CANTO
3.1 Aquecimento
Do mesmo modo que um atleta se prepara para uma maratona com
uma série de exercícios, entre eles o aquecimento do treino, o cantor
também deve fazê-lo. São exercícios fáceis, mas que preparam o corpo
para responder às exigências do canto sem sofrer danos. É preciso preparar
o aparelho vocal e demais partes do corpo para a atitude de cantar.
Alongamentos corporais básicos especialmente na região do
pescoço e ombros são fundamentais. Girar e esticar partes do corpo
lentamente promovem uma sensação de relaxamento. Os exercícios devem
perpassar desde os pés e tornozelos até a cabeça, sempre respeitando os
limites de cada um, mas na busca de ampliação dos movimentos.
Repetições entre três a cinco vezes são suficientes.
Atenção especial deve ser dada a parte da cabeça e ombros. O rosto
deve ser estimulado para facilitar uma interpretação flúida. Exercícios de
língua e lábios devem ser realizados também em repetições de três vezes no
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mínimo e por volta de 10 a 15 segundos para não haver estafa dos


músculos da face.
Além do alongamento corporal, deve-se ter preocupação com
exercícios que vão expandir a capacidade de armazenamento e controle do
ar. Inspirar e soltar o ar lentamente falando “X”, “F”, “S”, soltar o ar
falando essas mesmas consoantes pausadamente, também estimulam o
diafragma. São exercícios que chamamos respectivamente de legatto e
stacatto, termos em italiano utilizados no estudo do canto. O ideal é a busca
da ampliação da capacidade, tanto do tempo em permanecer soltando
lentamente o ar, quanto na quantidade de repetições nos exercícios curtos,
sem que haja cansaço respiratório. O básico em relação aos exercícios
legattos são três ou quatro séries de 10 ou 15 segundos e ir ampliando. Nos
exercícios stacattos no mínimo três ou quatro séries para cada consoante
com repetições de oito a 10 vezes e ir aumentando aos poucos.
O aquecimento da voz propriamente dita deve acompanhar o cantor
e estudante de canto antes das execuções, especialmente as mais longas,
que exigem mais da voz. Cada professor estipula uma ordem para o
aquecimento vocal. Muitos iniciam com exercícios de vibração lingo-
dentais e bilabiais (Trrrrrr e Brrrrr). O boca chiusa (boca fechada) também
serve para aquecer a voz e trazê-la para a região cantada, que é mais aguda
do que a região falada, geralmente.
Os vocalizes são exercícios que utilizam vogais ou sílabas, que
servem para explorar dificuldades das canções, mas especialmente para o
treino vocal. Aspectos do canto como projeção, articulação, entonação,
colocação, afinação, entre outros, são alcançados no ato de cantar quando
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são repetidos em exercícios de técnica vocal. Além do desenvolvimento


técnico, os vocalizes servem para aquecer a voz e ampliar da extensão.
Corpo e voz aquecidos e preparados, já pode começar a cantar!

3.2 Alcance e Classificação vocal


Conseguir atingir aspectos técnicos tanto na voz quanto na
respiração é um processo, como já foi mencionado. Como já foi dito,
exercícios de técnica vocal (vocalizes), persistência e esforço são essenciais
para a melhoria na performance vocal.
Cada voz possui suas características específicas. Na classificação
vocal mais básica, existem três tipos de vozes femininas e três masculinas.
Do grave para o agudo, respectivamente temos: contralto, mezzo, soprano e
baixo, barítono e tenor.
Nome Tipo de Voz Extensão
Soprano Aguda Feminina Dó 3 a dó 5
Mezzo- soprano Mediana Feminina Dó 3 a lá 4
Contralto Grave Feminina Lá 2 a fá 4
Tenor Aguda Masculina Dó 3 a Sol 4
Barítono Mediana Masculina Si 1 ao Mi 3
Baixo Grave Masculina Fa 1 ao Ré 3
Tabela 01- Fonte: Tabela elaborada pela autora e revista por Débora Mares, conforme
informações disponíveis no livro de Panofka, E. (s/d), Vade Mecum del Cantante: teoria e
pratica per tutte le voci. Edição: Eugenio de Guarinone. G. Ricorde, Itália .

Na música coral, geralmente utilizamos apenas quatro vozes,


soprano, contralto, tenor e baixo.
Mais importante do que saber exatamente seu naipe de voz, é
respeitar seus limites. Cantar confortavelmente implica em considerar sua
extensão e as características de sua voz. Saber explorar suas possibilidades
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é também usufruir das características que já apresenta certa segurança e ir


aos poucos ampliando em outros aspectos, além de trabalhar para melhorar
o que o professor ou professora já apontou que precisa ser aprimorado.
No trabalho de ampliação da qualidade e alcance vocal é preciso
fazer exercícios da região central, descendo para o grave e subindo ao
agudo. Sempre respeitando os limites recomendados para cada tipo de voz.

3.2.1 Extensão e Tessitura


A extensão é um aspecto que pode ser melhorado com o estudo do
canto. Marsola e Baê (1999) explicam que a extensão é o limite de sons
emitidos por alguma voz, do mais grave ao mais agudo. Muitas pessoas
possuem pouco alcance vocal, o que pode ser ampliado com a utilização de
técnica adequada. As passagens das regiões graves para agudas, ou da voz
de peito para a de cabeça (que tem relação com o foco da ressonância)
também são trabalhadas em exercícios para ampliar a extensão. O objetivo
é que o estudante de canto possa transitar naturalmente entre as diferentes
regiões (grave, médio e agudo) sem esforços acima do normal. Geralmente
os adultos possuem duas oitavas de extensão.
Já a Tessitura é um conjunto de notas que o cantor emite com total
homogeneidade. Segundos as autoras mencionadas, geralmente é uma
oitava mais uma quinta. Cada voz tem uma nota de passagem, que é aquela
em que o som sofre modificações claras e perde a inteireza da região da
tessitura.

3.3 Projeção e ressonância


A projeção tem relação com a direção do som. Nosso corpo todo
vibra ao cantarmos, mas em especial a região alta do tórax e a cabeça
funcionam como caixas de ressonância. Para Goulart e Cooper (2000, p.
34) a projeção se relaciona “à intenção de conduzir a voz até um ponto
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imaginário” e para alcançar isso, as autoras explicam que o apoio


diafragmático é imprescindível.
A ressonância varia de acordo com o enfoque que o cantor dá às
cavidades de ressonância. As mais fáceis de perceber são: oral e nasal. O
domínio das diferentes ressonâncias permite amortecer certas frequências e
ampliar outras. Isso gera efeitos que dão brilho e leveza ao som ou peso e
sensação de fatiga.

Figura 09: Pontos de Ressonância

3.4 Impostação e colocação vocal


A impostação vocal, comum no canto lírico, tem relação direta com
a prática de vocalizes. Nada mais é do que uma emissão que busca
melhorar a sonoridade, utilizar o espaço interno da boca, expandindo a
região atrás e acima da língua, o que chamamos de palato mole. A
impostação permite uma sonoridade diferente da voz natural falada e é
alcançada utilizando uma boa articulação e uma colocação vocal adequada.
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A colocação vocal é o foco na emissão e projeção onde está


localizada a “máscara”, que é a região que se tem quando se coloca ambas
mãos no rosto de modo a formar duas conchas na região das maçãs do
rosto, logo abaixo dos olhos. Ao contrário do que imaginam, a impostação
vocal não traz sensação de escurecimento na voz e sim de peso, onde os
harmônicos graves, soam em sua plenitude e os sons agudos soam
brilhantes e nítidos.
Uma voz bem colocada é uma voz que transmite sensação de
conforto ao ouvinte e especialmente para quem canta. É uma projeção mais
alta, na região central do rosto, acima da boca. As palavras são faladas de
modo claro, a pronúncia é compreensível.
É possível “colocar” a voz em diferentes lugares. A figura 10
mostra isso. Ou seja, podemos projetar (intencionalmente) o som de modo
que ele fique mais nasal, mais gutural (na garganta) mais preso (entre os
dentes) mais leve (de cabeça) a depender da intenção que temos ao
interpretar uma música. É preciso buscar projeções que tragam conforto e
homogeneidade sonora.

Figura 10: Colocações vocais


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3.5 Interpretação
Cantamos não apenas com a voz e sim com o corpo todo e
precisamos considerar este fato ao interpretarmos qualquer estilo musical.
O gesto, a expressão facial e a postura corporal são determinantes numa
boa interpretação e complementam de forma decisiva uma apresentação
vocal.
É importante pensar numa postura confortável e nisso interfere
inclusive a vestimenta que escolhemos para cantar em público. Se voltar
para o público respeitosamente, com postura imponente e ao mesmo tempo
generosa e simpática determinam o sucesso de uma boa apresentação, tanto
quanto ter uma voz bonita e trabalhada tecnicamente. Ser solícito com os
músicos que acompanham é parte da simpatia que se deve demonstrar em
um palco ou espaço público.
A expressão do rosto deve ser condizente com o que se fala na letra
da canção, independente do idioma em questão. Se fazer compreendido é
fundamental para o êxito da interpretação. Uma boa dicção e articulação
são parte disso também.

4.0 HIGIENE VOCAL


Hábitos de higiene vocal são necessários para a preservação da voz e
para a saúde vocal como um todo. Não basta ter voz, ela precisa estar em
condições plenas de uso. Nas sessões seguintes algumas informações
relevantes serão apresentadas.
É imprescindível três conhecimentos básicos. Ao menor sinal de
problema vocal, profissionais formados da música e da saúde é que
poderão ajudar o estudante de canto. Muito cuidado com palpites de quem
não estudou a voz, isso pode agravar a situação já existente.
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No campo do ensino do canto, procure sempre estudar, compartilhar


informações e pegar dicas com quem estudou de fato. Não confie em
pessoas que cantam bem e se acham habilitadas para dar aulas de canto. É
claro que com pesquisas e muito interesse, qualquer pessoa pode adquirir
conhecimentos básicos, mas isso não dá o direito de sair por aí
recomendando aos outros o que fazer. Existem cursos de graduação
específicos na docência e na prática do canto lírico e popular. Procure
certificar-se da formação de seu professor ou de quem pretende tomar
aulas.
O especialista da saúde vocal e distúrbios da voz é o fonoaudiólogo e
o médico especializado em doenças no aparelho fonador é o
otorrinolaringologista. É preciso entender bem o papel desses profissionais.
O professor de canto não trata doenças, ele encaminha o estudante aos
profissionais da saúde de podem orientar precisamente sobre a cura e
tratamento de problemas vocais. Não confie em qualquer pessoa que dá
orientações, especialmente caseiras sobre cansaço, ardência e rouquidões.
Procure um profissional.
O repouso é tão importante quanto o bom exercício vocal.
Especialmente aquelas pessoas que precisam usar a voz por longos
períodos, como professores e atendentes ao público. Saber usar a voz
também é compreender a importância do descanso para a qualidade vocal.
A hidratação é um aspecto imprescindível para a saúde das pregas
vocais. Beba água especialmente no exercício do canto e no uso da voz.
Especialmente em dias quentes. A água deve ser sempre em temperatura
ambiente, pois é preciso evitar choques térmicos. Se está aquecendo sua
voz ou cantando por um certo tempo, tomar gelado será prejudicial para a
saúde do aparelho fonador.

4.1 Como preservar a voz


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Nesta sessão, a caixa abaixo, que foi retirada do Livro de Luis


Henrique (1999, p. 671, aborda algumas atitudes recomendadas para quem
quer preservar a voz.

4.2 Mitos e verdades


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O que prejudica a voz:


 Fumar;

 Fumaça de cigarro;

 Pigarrear;

 Bebidas alcoólicas em geral;

 Drogas, pois, relaxam as pregas vocais, reduzem a sonoridade;

 Gelados (devem ser mantidos alguns segundos na boca antes de


engolir);

 Balas, spray, pastilhas “camuflam” a dor do esforço vocal;

 Competição sonora;

 Ar condicionado;

 Ventilador;

 Roupas apertadas;

 Cochichar;

 Imitar;

 Cantar doente;

 Salto alto em uso constante;

 Choque térmico;

 Vida sedentária;

 A idade modifica a voz, pois, as pregas envelhecem;

 Certos tipos de esportes prejudicam a voz (tênis, basquete, boxe,


musculação e levantamento de peso, eles causam tensão na região do
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pescoço, costa, ombros e tórax. Exercícios indicados (Natação,


dança, ioga e outros...)

 Cantar de estômago cheio;

 Cantar com azias, refluxo e problemas alérgicos.

O que melhora seu desempenho vocal:

 Atividade física;

 Beber muita água, mas em pequenas doses ao dia para não


sobrecarregar os rins.

 Alimentação leve e variada;

 Maçã: propriedade adstringente auxiliando a limpeza da boca e da


faringe;

 Cenoura: Diminui a temperatura interna do corpo;

 Sucos de laranja e limão: auxiliam a absorção do excesso de secreção


(cuidado no caso de problemas gástricos como refluxo e azia);

 Verduras e frutas bem mastigadas relaxam a musculatura da


mandíbula, melhorando a dicção;

 Antes de cantar não devemos comer chocolate, leite e derivados, pois


eles aumentam a formação de secreção (muco), prejudicando a
ressonância e produzindo pigarro.

4.3 Algumas dicas


 Pratique vocalizes e exercícios de respiração diariamente, por pelo
menos 30 minutos.

 Descanse sua voz sempre que possível.


27
Apostila do curso de Canto e Técnica Vocal – Professora Cássia Cotrim, Fev/Mar de
2017

 Escute canções, estude sobre diferentes estilos musicais e seu


contexto histórico, intérpretes e compositores, para que sua
interpretação seja cada vez mais adequada às canções de seu
repertório.

 Respeite seus limites, não exija além do que você sabe que é capaz
de realizar. Amplie seus horizontes, mas entenda que sua voz tem
características que não permitem certas regiões ou repertórios.

 Procure atualizar seus conhecimentos a partir de fontes seguras,


sempre que houver oportunidade.

 Ao menor sinal de persistência de rouquidão, cansaço vocal ou


ardência, procure um otorrinolaringologista.

 Não utilize gengibre, romã, cravo ou pastilhas para fazer uso da voz.
Esse tipo de recurso é recomendado para o descanso, pois, possuem
propriedades anestésicas, anti-inflamatórias ou analgésicas. O uso
para a atividade vocal pode mascarar um problema real e piorar a
situação.

 Não confie em dicas de gargarejos milagrosos. Profissionais da voz


recomendam apenas água morna com um pouco de sal para
gargarejos. O sal tem propriedades anti-inflamatórias que não
agridem o aparelho vocal e ajudam na prevenção de dores e
irritações.

5.0 REFERÊNCIAS
ALVES, Andréa. Instrumento Vocal: Conhecendo sua voz. Módulo I,
Não publicado. S/D.

BEZZI, Maria Helena. A Técnica Vocal. Dissertação apresentada ao


Conservatório
28
Apostila do curso de Canto e Técnica Vocal – Professora Cássia Cotrim, Fev/Mar de
2017

Brasileiro de Música, como requisito parcial para obtenção do título de


Mestre. Rio de
Janeiro, 1984.

COTRIM, Cássia Vanessa O. Pedagogia Vocal na Unimontes: um estudo


do processo ensino-aprendizagem em canto através de aspectos
técnicos e históricos. Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em
Artes Habilitação- Música da Universidade Estadual de Montes Claros como
exigência para obtenção do grau de Licenciado em Artes-habilitação - Música.
Montes Claros/MG. 2009. 68 p.

GOULART, Diana; COOPER, Malu. Por todo canto: método de técnica


vocal: música popular. V.1. São Paulo: G4, 2002.

LEHMANN, Lilli. 1984. Aprenda a Cantar. Editora Ediouro.

HENRIQUE, Luis. 1999. Instrumentos Musicais. Serviço de Educação


Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

____________. Acústica Musical. Fundação Calouste Gulbenkian,


Capítulo 16- AEROFONES V: VOZ. Lisboa. 2002. P. 665- 712

MARSOLA, Mônica; BAÊ, Tutti. Canto, uma expressão: Princípios


básicos de Técnica Vocal. Carthago Editorial, São Paulo, 1999.

Panofka, E. (s/d), Vade-Mecum del Cantante: teoria e pratica per tutte


le voci. Edição: Eugenio de Guarinone. G. Ricorde, Itália.

Imagens:

Figura 01- Mecanismo de fonação

https://www.google.com.br/search?q=mecanismos+d+efona%C3%A7%C3%A3o+imag
en&espv=2&biw=1236&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiB2
t6h-
LjSAhWFiJAKHeMkCIgQ_AUIBigB#tbm=isch&q=fona%C3%A7%C3%A3o+human
a+desenho&*&imgdii=mpOkEKVkuJYicM:&imgrc=cgQhCgfEsvfnPM:

Figura 02- Representação esquemática dos principais componentes do órgão da voz e


sessão coronal atravessando a laringe em que se pode ver a posição relativa das cordas
vocais. Disponível em: HENRIQUE (2002, p. 667)
29
Apostila do curso de Canto e Técnica Vocal – Professora Cássia Cotrim, Fev/Mar de
2017

Figura 03- a)Cordas vocais abertas na respiração normal e b)Posição das cordas
durante a fonação. Disponível em: HENRIQUE (2002, p. 669).

Figura 04- Pregas vocais em movimento (adução), à esquerda e


em repouso (abdução) à direita. Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=mecanismos+d+efona%C3%A7%C3%A3o+imag
en&espv=2&biw=1236&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiB2
t6h-
LjSAhWFiJAKHeMkCIgQ_AUIBigB#tbm=isch&q=pregas+vocais+adu%C3%A7%C3
%A3o+abdu%C3%A7%C3%A3o&*&imgrc=zdjynuc0-3siCM: Acesso em 16 de Fev
de 2017.

Figura 05: Conjunto da cavidade bucal. Disponível em:


https://www.google.com.br/search?q=mecanismos+d+efona%C3%A7%C3%A3o+imag
en&espv=2&biw=1236&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiB2
t6h-
LjSAhWFiJAKHeMkCIgQ_AUIBigB#tbm=isch&q=conjunto+da+cavidade+bucal&*&
imgrc=Zd-ukqoxV0M3PM: Acesso 16 de Fev de 2017.

Figura 06: Aparelho respiratório

Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=imagem+respira%C3%A7%C3%A3o+correta+er
rada&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjXp7PD9rjSAhXLf5AKHS3IAU
EQ_AUICCgB&biw=1236&bih=602#tbm=isch&q=aparelho+respirat%C3%B3rio&*&
imgrc=y377iVKbuaraxM: Acesso em: 07 de Fev de 2017.

Figura 07: Formas de respirar. Disponível em:


https://www.google.com.br/search?q=maneira+errada+de+respirar&espv=2&biw=1236
&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwid68mS_bjSAhXLDpAKH
empD9IQ_AUIBygC#tbm=isch&q=maneira+errada+de+respirar+desenho&*&imgrc=
A0wZavNRIp_K6M: Acesso em 07 de Fev de 2017.

Figura 08: Respiração Costo-Abdominal. Disponível em:


https://www.google.com.br/search?q=maneira+errada+de+respirar&espv=2&biw=1236
&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwid68mS_bjSAhXLDpAKH
empD9IQ_AUIBygC#tbm=isch&q=respira%C3%A7%C3%A3o+costo+abdominal&*
&imgrc=ssEaAiwBtDkx-M: Acesso em 07 de Fev de 2017.

Figura 09: Pontos de Ressonância: Disponível em:


https://www.google.com.br/search?q=m%C3%A1scara+do+canto&espv=2&biw=1236
&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjEvf_rqrvSAhXLnJAKHV
2dA_kQ_AUIBigB#tbm=isch&q=imposta%C3%A7%C3%A3o+vocal&*&imgrc=h-
rlW8DAVVX2JM: Acesso em 25 de Fev de 2017.
30
Apostila do curso de Canto e Técnica Vocal – Professora Cássia Cotrim, Fev/Mar de
2017

Figura 10: Colocações vocais. Disponível em:


https://www.google.com.br/search?q=m%C3%A1scara+do+canto&espv=2&biw=1236
&bih=602&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjEvf_rqrvSAhXLnJAKHV
2dA_kQ_AUIBigB#tbm=isch&q=coloca%C3%A7%C3%A3o+vocal&*&imgrc=OQ0L
07RlrH4rxM: Acesso em 02 de Mar de 2017.

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