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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

DICÇÃO
DESINIBIÇÃO E
ORATÓRIA
COMUNICAÇÃO

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial


Administração Regional no Rio Grande do Sul

Presidente do Conselho Regional do Senac-RS


Flávio Roberto Sabbadini

Diretor Regional do Senac-RS


José Paulo da Rosa

Gerente de Educação Profissional de Nível Básico


Lúcio José da Silva

Gerente de Educação Profissional de Nível Técnico e Superior


Fabiane Franciscone

Gerente Administrativo
André Luiz Moraes Machado

APOSTILA
Apostila de Dicção, Desinibição e Oratória
Área de Comunicação
Documento produzido para uso interno do Senac - Rio Grande do Sul

Coordenação Técnica
Ariel Fernando Berti

Revisora Técnica
Ariel Fernando Berti

SENAC-RS - Departamento Regional no Rio Grande do Sul Revisora Gramatical


Anna Maria Pinheiro

Elaboração de Conteúdo
Fabíola Leonardi Damin
Dicção, Desinibição e Oratória
2ª Edição Diagramação
Porto Alegre: SENAC-RS, Dezembro/2004 Melissa Soares Feix
Edilene da Silva de Castilhos
39p.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

SUMÁRIO 3
COMUNICAÇÃO AO ALCANCE DE TODOS .............................................................................................. 5
O QUE É COMUNICAÇÃO??? ....................................................................................................................... 7
TIPOS DE COMUNICAÇÃO: ................................................................................................................... 8
VENCENDO O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO .................................................................................... 10
A IMPORTÂNCIA DA CORRETA RESPIRAÇÃO ............................................................................................ 13
O QUE É A RESPIRAÇÃO? ........................................................................................................................ 13
TIPOS DE RESPIRAÇÃO ............................................................................................................ 13
DICÇÃO ARTICULAÇÃO ............................................................................................................................... 15
VOGAIS E CONSOANTES ............................................................................................................................. 17
COMUNICAÇÃO NA DIMENSÃO VOCAL ................................................................................................... 21
PRODUÇÃO DA VOZ ............................................................................................................................... 21
A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO ................................................................................................................... 27
PLANEJAMENTO DE UMA APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 27
TIPOS DE APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 27
ANÁLISE DO PÚBLICO-ALVO .................................................................................................................. 28
ANÁLISE DO AMBIENTE .......................................................................................................................... 28
TEMPO DE APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 28
PREPARAÇÃO DE UMA APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 29
PRINCIPAIS RECURSOS DIDÁTICOS ELABORAÇÃO, UTILIZAÇÃO E APLICAÇÃO ................................. 31
APRESENTAÇÕES LIDAS: .............................................................................................................................. 35
JUNTANDO TUDO E COLOCANDO EM PRÁTICA... ................................................................................. 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................. 39
COMUNICAÇÃO

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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

COMUNICAÇÃO AO ALCANCE DE TODOS 5

Saber se comunicar é um fator fundamental numa sociedade que está na era da informação, pois não é
somente em público que somos exigidos, mas sobretudo nas relações interpessoais.

É interessante observar o poder das pessoas que desenvolveram a habilidade da comunicação. Essas
pessoas encantam, persuadem, emocionam, vendem, brilham nos mais diversos cenários e contextos
sociais e profissionais, dando aula, proferindo palestras, sendo entrevistadas, apresentando um noticiário
ou simplesmente, relacionando-se.

Do mesmo modo, chama atenção uma pessoa culta e com grande bagagem profissional que não sabe
se expressar, ou, quando o faz, demonstra falta de preparo técnico e psicológico, comprometendo,
assim, o resultado de uma oportunidade.

A realidade é que vivemos num mundo ávido por conhecimento e informações. O domínio de um
determinado ofício não é mais o único requisito para a obtenção de uma vaga ou cargo no mercado de
trabalho. As características pessoais, como versatilidade, criatividade, capacidade de resolução de confli-
tos e de inserção grupal, além de habilidades de se expor, mostram-se decisivas nos exames de seleção e
fundamentais na manutenção de um trabalho.

Espero que, além de detectar eventuais dificuldades, você possa encontrar novos caminhos, a fim de
mostrar seu potencial verdadeiro e transformar seus medos e ansiedades em calma e coragem.

Que os nossos encontros e esta apostila possam ajudá-lo a sentir o prazer de falar em público e que
você possa compartilhar essa emoção com outras pessoas.

SUCESSO !!!
COMUNICAÇÃO

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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

O QUE É COMUNICAÇÃO??? 7

A palavra comunicação significa “tornar comum”, trocar informações, partilhar idéias, sentimentos,
experiências, crenças e valores, por meio de gestos, atos palavras, figuras, etc.
Comunicar tem o sentido de participar e estabelecer contato com alguém num intercâmbio dinâmico
e interativo.

Aristóteles definiu comunicação como: “a busca de todos os meios de persuasão”. O ato de comuni-
car-se inclui, portanto, a utilização de recursos que possibilitam o diálogo, a sintonia e a compreensão
mútua, favorecendo a integração social.

Para que exista comunicação precisamos de:

Emissor: é a pessoa que irá transmitir a mensagem.

Canal/Meio: é um filtro no qual irei captar aquilo que acho importante da mensagem transmitida.

Receptor: é a pessoa que recebe a mensagem.

“A COMUNICAÇÃO É UMA
SÉRIE DE INTERPRETAÇÕES”!
COMUNICAÇÃO

TIPOS DE COMUNICAÇÃO:
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“Beleza de estilo, harmonia, graça e bom ritmo dependem da simplicidade” (Platão).

Podemos utilizar dois tipos de comunicação:

A) COMUNICAÇÃO VERBAL

Na comunicação verbal é utilizada a palavra falada (oral) ou escrita (gráfica). As habilidades verbais
estão relacionadas com a fala (articulação/dicção), voz e a respiração correta.

O estabelecimento de uma sincronia com o público, ou com a pessoa com a qual você irá se comuni-
car facilita a obtenção de uma comunicação eficaz.

A voz é o principal elemento da comunicação. Por meio dela observamos as emoções, sensações e
intenções. A voz é uma das habilidades mais importantes, pois reflete e determina a personalidade e o
estado de espírito de quem fala.

Os defeitos mais comuns são: voz fraca, monótona, voz anasalada, voz estridente etc.
Dessa forma, uma pessoa que apresenta uma voz desagradável pode interferir no processo de comu-
nicação.

Algumas características que são percebidas pela voz:

Intensidade Vocal: está relacionada com a tensão das Pregas Vocais. Assim, durante a comunicação
é necessário observar o tipo de público a quem se destina a mensagem para não gritar diante de três
pessoas e nem sussurar numa multidão. Sempre deve-se verificar o espaço físico e o número de partici-
pantes.

Velocidade de Fala: está ligada à produção de palavras num certo espaço de tempo. De acordo
com Belhau (1995), do ponto de vista psicodinâmico, uma velocidade lenta desliga o ouvinte e passa a
impressão de falta de organização de idéias, ao passo que uma velocidade rápida pode demonstrar ansi-
edade e tensão.

No entanto, não existe um padrão específico, pois depende da emoção, da dicção (articulação) e da
capacidade respiratória da pessoa.

Dicção: é a pronúncia dos sons das palavras. Uma articulação mal definida pode indicar
dificuldade na organização mental, a preocupação em ser compreendido, ou mesmo a falta de
vontade de se comunicar.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

B) COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL
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O corpo fala: Esse é o nome de um livro de Pierre Weill que revela grande verdade a respeito de
nossa idade, sexo, aparência, reflexos de como dele cuidamos ou descuidamos, estado de espírito, tama-
nho e origem, como também muito de nossa comunicabilidade. Essa comunicação flui por meio de ges-
tos, do olhar, de nossa expressão facial e suas inúmeras sutilezas, desde uma piscadela, um sorriso, até
uma atitude cabisbaixa, evidenciando emoções, idéias e pensamentos.

De fato, quando olhamos para alguém, captamos o que nos é transmitido, ou melhor, registramos o
que somos capazes de perceber e fazermos nossa interpretação. Com nosso julgamento, concluímos
que a pessoa está calma ou não, e a classificamos, por exemplo, como simpática, agradável, interessante,
notamos se está bem vestida...

Além disso, captamos seus gestos, seu olhar, sua movimentação corporal, que denota se aquela é uma
pessoa agitada ou tranqüila, se há congruência entre a sua expressão corporal e aquilo que diz.

Aparência: “Nunca teremos uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão” - esse
ditado popular justifica como é importante cuidar de nossa aparência.

Um aspecto relevante, portanto, que deve ser sempre cuidado diz respeito aos detalhes que precisa-
mos observar em nós mesmos, entre eles, unhas aparadas, cabelos cortados, sapatos em bom estado e
o cuidado com as roupas que iremos vestir.

Lembre-se de que sua aparência é seu primeiro cartão de visitas, podendo abrir-lhe facilmente muitas
portas ou fechá-las; portanto, a decisão de mudar e de se aperfeiçoar constantemente é só sua.

Gestos: Parte do que é percebido pelas pessoas no processo de comunicação é transmitida pelos
gestos. São movimentos que devem complementar uma mensagem. A grande naturalidade é a meta
principal. Lembre-se de que um gesto bem feito é aquele que não é percebido pelas pessoas, mas está
presente, tornando a exposição forte, intensa e envolvente.

Olhar: Grande parte do que comunicamos flui através do olhar. Analise sua condição:

Ao falar, você olha nos olhos das pessoas?


O que você sente quando olha nos olhos de alguém?
O que você sente quando a pessoa com que você fala não olha em seus olhos?

É claro que este é um processo individual, pois cada pessoa tem medos, bloqueios, fantasias que se
manifestam distintamente, uns com maior e outros com menor dificuldade.

Uma maneira simples de resolver isso é, primeiramente, perceber os benefícios de olhar o outro nos
olhos. Em seguida, é necessário ousar experimentar. Comece a olhar nos olhos da pessoa com quem
você fala. E assim sucessivamente, até poder olhar nos olhos de todos com quem você se
comunica.

Expressão Facial: Uma das principais características humanas é a capacidade de sentir


emoções, entre elas, alegria, tristeza, raiva, ansiedade, medo, melancolia, entusiasmo. Outra é
COMUNICAÇÃO

a capacidade de manifestá-las, o que fazemos de inúmeras formas: pela voz, com palavras e com o corpo.
10 Há, entretanto, uma maneira especial de externar emoções, nem sempre conscientemente. Trata-se da
expressão facial. Esta deve ser usada nas apresentações, pois é um canal excelente de aproximação entre
os participantes, sendo mais fácil de desenvolver uma comunicação eficaz.

Não podemos trabalhar com posturas rígidas, e, sim, auxiliar e mostrar as formas mais convenientes
que o palestrante deve fazer. Lembremos que não existem regras para a postura, pois cada palestrante
tem seu estilo.

O NOSSO CORPO FALA! E COMO FALA! Ele capta tudo e todas as maneiras. Aponta o poder
da palavra, desnuda as falsas convicções, arranca máscaras e expõe as verdades inconscientes através da
linguagem expressiva. A postura, as expressões faciais, os movimentos dos olhos, do rosto, das pernas,
das mãos enfim, qualquer gesto, por mínimo que seja, traduz o que as palavras muitas vezes não conse-
guem expressar.

Algumas características que o palestrante deve ter para se apresentar em público:


- Equilíbrio Emocional;
- Criatividade;
- Organização;
- Responsabilidade;
- Objetividade;
- Autenticidade;
- Empatia;
- Clareza;
- Postura;
- Expressão Facial e Corporal.

O palestrante deve preocupar-se constantemente em manter e desenvolver essas características e


qualidades, porém não possuímos todas elas desenvolvidas, cabendo, então, a busca constante. Essa é
uma capacidade que podemos desenvolver através do treinamento e da experiência prática.

VENCENDO O MEDO DE FALAR EM


PÚBLICO

Na área da comunicação, falar em público costuma despertar


muitas inibições, causadas, principalmente, por sentimentos de
inadequação e vergonha. Acrescentem-se, ainda, complexos de infe-
rioridade ou de superioridade, o perfeccionismo exagerado, as inse-
guranças quanto à auto-imagem, o medo da rejeição, a baixa auto-
estima, a preocupação excessiva com críticas alheias, e pron-
to: está completo o caldeirão destruidor!

Ativado por todas essas causas, o medo simplesmente


entra em ação. E como se manifesta?
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

Quem já não ouviu, em reuniões informais pessoas relatando as oportunidades desperdiçadas pelo
pavor de falar em público, sendo comum os seguintes comentários: 11
“Fico sem jeito com tantos olhares em cima de mim”.

“Quero sempre que termine bem depressa”.

“Minha garganta fica seca e a respiração, ofegante”.

“O coração parece que vai saltar e quero sair correndo”.

“E se eu não agradar?”

“E se eu não souber responder?”

“E se me der um branco?”

“E se não aceitarem as minhas idéias?”

Não há motivo para recuar, se você precisa transmitir a mensagem. ENFRENTE A SITUAÇÃO!

Não existe nenhum perigo para permitir que esse tipo de reação continue a existir dentro de você. Só
você cria e só você pode eliminar essa sensação. PENSE NISSO E, MUDE!

Nosso sucesso profissional depende em grande parte da nossa liberdade de expressão. Infelizmente,
desde criança fomos ensinados a ter padrões de comportamento que, se fossem desobedecidos, sería-
mos punidos. Além de debilitar a nossa autoconfiança e a nossa auto-estima, ficou registrada a imagem de
que somos seres incapazes, que devemos ficar em silêncio para não falar besteira, sempre são os outros
que são melhores, que são capazes...Isso, com o tempo, vai se solidificando até se tornar realidade e cada
vez mais ficamos inibidos e fechados.

Libertar-se do medo é criar pontes em direção ao crescimento, pois o medo e a auto-imagem nega-
tiva limitam a criatividade e o prazer da ousadia.

ACREDITE:

Cada pessoa é única, valiosa e tem um potencial imenso de qualidades que apenas precisa ser desen-
volvido.

Não esqueça: você não é o único ser humano com receio de falar em público. Pessoas
famosas, mesmo após anos de televisão, teatro, etc, também são acometidas pelo medo, mas
ENFRENTAM!
COMUNICAÇÃO

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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

A IMPORTÂNCIA DA CORRETA RESPIRAÇÃO 13


A respiração é um processo automático e natural. No entanto, devido às tensões do dia-a dia que
dificultam a livre movimentação da musculatura respiratória, esse processo acaba sendo alterado.

As pessoas começam a ter a sensação de não ter ar suficiente, por exemplo, fato que se acentua em
situações, como o falar em público, nas quais a ansiedade aumenta.

Ao falar, geralmente as pessoas pegam mais ar do que o necessário, não permitindo que os mecanis-
mos da respiração funcionem naturalmente.

A respiração correta não beneficia apenas os aspectos da fala, mas também influencia outras funções
do nosso corpo. Quando respiramos bem, o corpo trabalha melhor. Pela respiração correta consegui-
mos tranqüilidade e equilíbrio emocional, o que diminui as tensões do dia-a-dia.

Ao respirar corretamente, todo o nosso organismo se beneficia, refletindo positivamente no modo de


falar e no controle de todas aquelas sensações desagradáveis que surgem quando temos que falar em
público: sensação de falta de ar, tensões, palpitações, etc.

Para que essas sensações desapareçam, devemos exercitar a respiração diafragmática, na qual aconte-
ce a expansão da caixa toráxica e principalmente a abertura lateral e posterior de costelas, com conse-
qüente expansão do abdômen, evitando excesso de ar na região do peito.

E, quando temos o controle da respiração, descobrimos que o recurso “pausa” favorece o tempo
necessário para recarregarmos as energias, permitindo, assim, falarmos confortavelmente e sem ansieda-
de.

O QUE É A RESPIRAÇÃO?

Inspiração: Entrada de ar.


Expiração: Saída de ar.

TIPOS DE RESPIRAÇÃO

Respiração Clavicular: Acontece uma expansão superior da caixa toráxica. Elevação dos ombros.
Pode ou não acompanhar a anteriorização do pescoço.

Respiração Média, Mista ou Torácica: É a respiração mais usual observada nas pessoas.
Porém é uma respiração trancada, em que o pulmão não se expande.

Respiração Diafragmática: É a respiração mais completa e a mais correta, pois se carac-


teriza pela expansão harmônica de toda a caixa torácica.
COMUNICAÇÃO

Para diminuir a ansiedade existe uma técnica, porém só é eficiente se realizada com a respiração
14 diafragmática.

Esta técnica diminui a sensação de pânico e tranqüiliza corpo e a voz.

Técnica:

Faça uma inspiração bem profunda.

Segure o ar contando mentalmente 1 /2 /3.

Solte o ar.

Repita o processo por mais 2 vezes.

Não Esqueça:

Tanto esta técnica da hiperventilação quanto os exercícios respiratórios devem ser realizados
freqüentemente, para que o padrão correto da respiração possa ser automatizado o quanto antes.

EXERCÍCIOS PARA RESPIRAÇÃO

- Coloque as mãos sobre as costelas e inspire e solte. Sinta o movimento de expansão da mesma.

- Inspire em 5 tempos.
Expire soltando em 5 tempos.
Com o passar, vão aumentando os tempos de inspiração e expiração.

- Inspire e solte no som do SSSSSSS...

- Inspire e solte no som do ZZZZZZZZ...

- Faça o som do S..Z..S..Z..S..Z

- Inspire e na expiração diga a seqüência P B T D G.

- Inspire pelo nariz, alargando as costelas. Expire pela boca num suspiro.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

DICÇÃO ARTICULAÇÃO 15
É a articulação clara e correta de todos os sons, de todas as sílabas, de todas as palavras. Existe uma
série de dificuldades que impedem uma boa dicção, como velocidade acelerada ao falar, língua presa,
lábios semicerrados, pouca desenvoltura muscular ou descontrole da quantidade de ar que flui das fossas
nasais.

Descartando os problemas físicos, os quais podem ser solucionados com tratamento médico ou
fonoaudiológico, podemos melhorar a qualidade da emissão vocal com exercícios específicos.

A articulação e a pronúncia complementam uma boa dicção. A articulação pressupõe o uso do apare-
lho articulador para formar os sons: lábios, língua, dentes, mandíbula, palato mole e duro. Como todos os
músculos que não são utilizados acabam se atrofiando, é necessário realizar constantemente exercícios
para manter os articuladores sempre flexíveis para a fala.

A pronúncia é a maneira como emitimos as palavras. Um excelente exercício é ler em voz alta e ainda
gravar e ouvir a gravação. Além de se preocupar em emitir todos os sons, especialmente os “ s “ e os “
r “ finais, também é fundamental zelar por uma entonação apropriada, dando vida à fala, adequando ao
contexto e à emoção sugerida. A respiração e o bom uso das pausas são essenciais para a clareza dos
sons.

Escolha textos, poesias, histórias e interprete personagens, ora suavemente, ora exageradamente,
procurando incorporar os personagens e viver a essência por meio da fala.

Alguns cuidados e sugestões:

- Articule com clareza cada som, cada sílaba, cada palavra;

- Procure variar o volume e a tonalidade da voz, adequando-a ao significado das palavras e ao contexto
e enfatizando as mais importantes;

- Cuide para ter ar suficiente para completar as frases;

- Faça exercícios de aquecimento de voz antes de começar a falar;

- Varie a velocidade de fala, ora acelerando-a, ora reduzindo-a, e não fale só depressa ou só devagar
demais.

Para demonstrar o quanto é importante os exercícios para o desenvolvimento dos órgãos


fonoarticulatórios, serão apresentados abaixo os pontos e modos de articulação das vogais e
consoantes
COMUNICAÇÃO

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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

VOGAIS E CONSOANTES 17
No português temos 7 vogais, 2 semivogais e 19 consoantes.

A vogal é um som propagado pelo ar que sai dos pulmões num fluxo sem interrupção.

As vogais são:

A E E I OO U

Elas se caracterizam pelo colorido diferente que a voz adquire quando estamos conversando.

Para a boa e correta produção das vogais, o importante é o contato da ponta da língua com os dentes
inferiores; a posição dos lábios e da língua em direção ao sopro.

A consoante é um som propagado pelo ar que sai dos pulmões, passa pela laringe e vai até a boca.
Abaixo estará descrito o ponto de articulação das consoantes, isso quer dizer onde fica a língua e como
ficam os lábios na fala.

As consoantes são:

BILABIAIS = P B M Ex: Pato / Bala / Mala

LABIODENTAIS = F V Ex: Fala / Vaca

LINGUODENTAIS = T D N Ex: Tudo / Dado / Nada

ALVEOLARES = CH X J LH NH SS Ex: Chimarrão / Xadrez / Jóia / Carinho / Gesso

VELARES = K G R Ex: Cobra / Guerra / Amor

É importante ressaltar que a respiração correta é fundamental para a articulação e para a emissão da
voz. A linguagem deve ser compreensível, correta, cativante, clara, convincente e espontânea.

A voz falada deve apresentar ritmo, variar de altura, intensidade e velocidade. E a articulação deve ser
nítida e precisa.

Enfim, a qualidade de uma correta dicção e, sobretudo, a autenticidade é que podem tornar
a fala convincente e cativante.
COMUNICAÇÃO

Para combater os defeitos da pronúncia das palavras, são recomendados exercícios práticos de Ex-
18 pressão, Articulação e Pronúncia, que são importantes para a melhora dos sons.

EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO / DICÇÃO

Importante:
Deve-se fazer um alongamento de todo o corpo
Não esquecer de cuidar a respiração.
Cuidar movimentos de abertura de boca
- Bico / Sorriso;
- Estalo de Língua;
- Gargalhada Exagerada;
- Movimentar língua de um lado para o outro, primeiro dentro da boca, depois fora da boca;
- Girar a língua em volta dos lábios, primeiro dentro da boca, depois fora;
- Levantar língua até céu da boca;
- Mastigação Exagerada.

Expressão Facial:

Admiração / Alívio / Dor / Espanto / Tristeza / Interrogação / Cansaço / Sensualidade / Alegria


/ Normal.

1º - Ler em voz alta, exagerando bem os sons/ 2º Ler o mais rápido possível:

A E I O U
BA BE BI BO BU
CA QUE QUI CO CU
DA DE DI DO DU
FA FE FI FO FU
GA GUE GUI GO GU
JÁ JE JI JO JU
LA LE LI LO LU
MA ME MI MO UM
NA NE NI NO NU
PA PE PI PO PU
RA RE RI RO RU
SA SE SI SO SU
TA TE TI TO TU
VA VE VI VO VU
XA XE XI XO XU
ZA ZE ZI ZO ZU
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

AEIOU 19
BLA BRA BLE BRE BLI BRI BLO BRO BLU BRU
CLA CRA CLE CRE CLI CRI CLO CRO CLU CRU
DLA DRA DLE DRE DLI DRI DLO DRO DLU DRU
FLA FRA FLE FRE FLI FRI FLO FRO FLU FRU
GLA GRA GLE GRE GLI GRI GLO GRO GLU GRU
JLA JRA JLE JRE JLI JRI JLO JRO JLU JRU
LRA LA LRE LE LRI LI LRO LO LRU LU
MLA MRA MLE MRE MLI MRI MLO MRO MLU MRU
NLA NRA NLE NRE NLI NRI NLO NRO NLU NRU
PLA PRA PLE PRE PLI PRI PLO PRO PLU PRU
RLA RA RLE RE RLI RI RLO RO RLU RU
SLA SRA SLE SRE SLI SRI SLO SRO SLU SRU
TLA TRA TLE TRE TLI TRI TLO TRO TLU TRU
VLA VRA VLE VRE VLI VRI VLO VRO VLU VRU
XLA XRA XLE XRE XLI XRI XLO XRO XLU XRU
ZLA ZRA ZLE ZRE ZLI ZRI ZLO ZRO ZLU ZRU
NHA LHA NHE LHE NHI LHI NHO LHO NHU LHU
PFT SCHV NSM LRG JKB ZFP DSN RZX MDS LGZ

EXERCÍCIO PARA DICÇÃO

Abrir, Abraçado, Abrandar, Arroio, Aranha, Arredar, Acróstico, Albergue, Abluir, Abranger, Bronze,
Brochura, Breviários, Beberrão, Bruma, Braguilha, Brincadeira, Britadeira, Cratera, Creme, Crua,
Credibilidade, Crendice, Criminalista, Cleptomania, Classificação, Drástico, Derramar, Dramaturgia, Dragão,
Demagogia,
Enceradeira, Enceleirar, Embrulhar, Empedrar, Entrada, Esmorecer, Esgrima, Egresso, Framboesa,
Farpa, Fechadura, Fragmento, Fragrância, Franciscano, Frieira, Graxa, Garanhão, Grama, Guirlanda, Har-
pas, Irrealizável, Irredutível, Itororó, Inconstitucional, Juriti, Jurisprudência, Jargão, Laringe, Largueza,
Ladrão, Lágrima, Marcear, Marajoara, Musicista, Muro, Marchar, Nacionalizar, Oscilar, Orquestra, Orna-
mento, Rural, Roupa, Rico, Sarrafo, Seara, Surrar, Sensualidade, Taquaral, Terra, Zurrapa.

EXERCÍCIO DE DESRAVALÍNGUA

- Se as bluglatides olvassem trúnfides, apocolinas, então groncemente predimaríamos os xilofanes


truncandrilhos de frelhões.

- Negrão valentão não tem autorização de dar bofetão no rabulão, fanfarrão pela omissão do
patrão no feijão.

- As burundangas do briquebraque do Brandão abrangem broquéis de bronze brunidos,


brocados, bruxuleantes, brochuras, abraxás, brasonados, abricós e brinquedos.
COMUNICAÇÃO

- O cabeleireiro maneiroso curou a cefaléia do barbeiro, leiteiros, padeiros, quitandeiros e peixeiros


20 levaram a bandeira do eleitoreiro.

- Zulu, Zico, Zeca zabumbaram a zabunba e soou um zunido sagrado.

- Em horas idas louras lindas, coloridas e berlindas brandas brincam no tempo das berlindas, as vindas
vendo as varandas, de onde ouvem vir e rir, fitam a fio as frias bandas.

- Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando, dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá
direito, vai vem, volta vem, vai não volta.

- O grito de guerra me aterra, só a paz cria clima de amor. Rosa dá rosas aos robustos rapazes. O rato
ronda o bolo. O ruído do ferro fere. Dentro do jarro tem uma aranha, nem a aranha arranha o jarro e nem
o jarro arranha a aranha. A Roda ronda, rola e rompe a barreira. O rato roeu a roupa do rei da Rússia e de
raiva a ratinha roeu o resto. Dá-me o remo, vou remar.

- Um ninho de mafagafas tinha seis mafagafinhos. Tinha também magafaças, maçagafas, maçafinhos,
mafafagos, maçagafas, magafafos. Isso, além dos magafafos e dos magafagafinhos.

- Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos têm um
paralelepípedo. Mil paralelepípedos tem uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia tem mil
paralelogramos. Então uma paralelepipedovia é uma paralelogramolândia?

- Se uma aranha aranha a rã, se a rã arranha a aranha, como a aranha arranha a rã? Como a rã arranha a
aranha?

- Um grego é gago, outro grogue é gaga e um grogue gago tem também um grego grogue e um gago
gagá.

- Larga a tia, lagartixa! Lagartixa larga a tia! Só no dia em que a sua tia chamar de largatixa de lagartixa!

- Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos
se somo sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.

- Mefistófeles felestofisme fez com que tomefelesfisse os lesfemefistos e os fisfemetoles com os


femetofisles que nasceu um metofisfeles felestofifismezinho.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

COMUNICAÇÃO NA DIMENSÃO VOCAL 21


Fala para que eu te veja
( Sócrates)

Além de manifestar muito de nossa personalidade, a voz, esse maravilhoso e complexo recurso por
meio do qual nos comunicamos, tem sua beleza e precisa, além de cuidados, ser desenvolvida para que
possamos utilizá-la apropriadamente na fala.

O trabalho de colocação correta da voz baseia-se principalmente no desenvolvimento da respiração e


na vibração dos sons da fala, sustentados nas caixas de ressonância que são: a boca, a faringe (região do
pescoço) e o nariz.

A voz natural e bem colocada nos dá a sensação de estar focalizada na superfície da língua dentro da
boca. A colocação correta da voz, ou seja, a sua projeção, juntamente com o apoio respiratório adequado
dentro do ambiente, evita o desgaste da voz.

PRODUÇÃO DA VOZ

A voz existe desde o nascimento e manifesta-se através do choro, riso e grito. Apesar de nos comu-
nicarmos por gestos, olhar, expressão facial e corporal, a voz é responsável pela maior parte da nossa
comunicação.

Como a voz é produzida?


A voz se produz na laringe, que contém as Pregas Vocais ( PPVVs), que estão em posição horizontal na
laringe e paralelas ao solo.
No momento em que o indivíduo Inspira, as PPVVs se afastam ( Figura A).
E no momento que o indivíduo Expira, as PPVVs se aproximam (Figura B).
Durante a fonação, as PPVVs ficam se batendo constantemente. Na Expiração, o ar sai dos pulmões
produzindo vibração nas PPVVs, resultando no som da voz, sendo os sons amplificados pelas caixas de
ressonância, que são: boca, faringe e nariz.
Fotos da pregas vocais na respiração e produção da voz.

Pregas vocais afastadas, durante a respiração. Pregas vocais na linha média evibrando, urante a produção
de voz.
Quando inspiramos, as PPVVs se afastam. Quando expiramos, as PPVVs se aproximam.
COMUNICAÇÃO

A voz mostra muitas coisas como sexo, idade, saúde, emoção e personalidade... Você já percebeu
22 como fica sua voz quando você está triste? E quando você está alegre? Devido a esses atributos, ela é o
espelho da nossa alma.
Para uma boa voz e fala, é imprescindível termos boa saúde e harmonia de todo o corpo. E essa
harmonia vem de: uma voz clara, ou seja, uma emissão (conversa) sem esforço.

Quando o indivíduo consegue variar seu diálogo com qualidade, quantidade, freqüência e intensidade
de acordo com o que está sendo transmitido = Saúde Vocal.
E, para isso, precisamos saber quais são os inimigos que contribuem para o indivíduo ter uma altera-
ção vocal, para poder fazer a Higiene Vocal.

Alguns cuidados para quem utiliza a voz como o principal instrumento de trabalho:

- Postura Corporal: Ao falar deixe o corpo livre, pois um corpo harmônico favorece a movimentação
livre da laringe e a adequada produção vocal.

- Vestuário: Devemos cuidar para que o vestuário não interfira na produção vocal. Roupas apertadas na
região da cintura e do pescoço dificultam a movimentação da laringe e do diafragma.

- Pigarro: Causa um atrito na mucosa das Pregas Vocais, gerando irritação e descamação do tecido.
Ingira muita água para evitar ficar pigarreando.

- Alimentação: A produção da voz é um processo de alto gasto energético. Recomenda-se o consumo


de muita proteína e ingestão constantemente de água, para que as Pregas Vocais mantenham-se lubrificadas.

- Evite: Não utilize balas, pastilhas mentoladas ou sprays, que inicialmente causam a “falsa sensação” de
voz limpa, mas que na realidade geram um grande esforço vocal.

- Articulação: Movimente bem a boca e utilize muita expressão facial para evitar o esforço vocal.

- Ar Condicionado: Tanto o ar quente quanto o ar frio causa um ressecamento no trato vocal. Aconse-
lha-se ingerir muita água em temperatura ambiente.

Portanto, para uma boa voz e fala, é imprescindível termos boa saúde e harmonia de todo o nosso
corpo.

Persuadir vem do latim Persuadere, que significa convencer. A persuasão não está preocupada com a
inteligência do outro, e, sim, com a vontade do outro. A naturalidade, simplicidade e singeleza no falar são
alguns requisitos do persuador. O persuador não pode ser artificial, e a simplicidade sugere beleza no
falar, e a beleza no falar está ligada à Impostação de Voz.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

Não podemos trabalhar Impostação de Voz sem antes ter trabalhado:


23
- Comunicação Corporal (gestos);
- Relaxamento Corporal;
- Respiração;
- Articulação.

O trabalho de colocação correta da voz baseia-se principalmente no desenvolvimento da respiração e


na vibração dos sons da fala, sustentados nas caixas de ressonância. A ressonância da voz é a vibração do
ar dentro das cavidades de ressonância, que são: a boca, o pescoço, o nariz e todos os espaços que
contenham ar e que fazem vibrar o som produzido pelas Pregas Vocais.
Com a colocação adequada, a voz ganha corpo e brilho, proporcionando uma voz mais agradável.
A voz natural bem colocada, juntamente com a projeção e o apoio respiratório adequado, evita o
desgaste da voz.

Falar melhor depende de algumas qualidades básicas que são:

Projeção da Voz: É a condução da voz dentro do ambiente onde falamos. O apoio respiratório
eficiente e a abertura da boca, associados à utilização correta das cavidades de ressonância, levam a um
maior alcance da voz. A descontração da musculatura usada para falar e a eliminação das tensões são
fundamentais para a projeção vocal.
O olhar facilita muito o trabalho de projeção. Olhe para onde você quer que o som chegue, imaginan-
do as ondas sonoras da sua voz.

Entonação da Voz: São inflexões da voz que fazemos ao falar. Associada ao recurso da pausa, é
fundamental para o brilho da fala nas apresentações, constituindo elemento muito importante da comuni-
cação verbal.
Utilizar a entonação é saber modificar a melodia da fala, utilizando tons que vão do mais grave até os
mais agudos, dando vivacidade ao que se fala.
As entonações estão relacionadas às emoções que surgem no decorrer da fala.

Ênfase: É o realce por meio da voz, devendo ser dada à palavra que consideramos mais
expressiva dentro de uma frase e que transmita a essência da mensagem. É quando ressaltamos uma
palavra para valorizar o seu significado. Para escolhermos a palavra que queremos enfatizar, temos que
ter claro o que queremos transmitir, ter um propósito bem definido.

A pausa e o aumento de intensidade da voz aparecem como ênfase, quando queremos ressaltar algo.
COMUNICAÇÃO

EXERCÍCIOS DE COLOCAÇÃO VOCAL E EXPRESSÃO CORPORAL


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- Vibração de Lábio;
- Vibração de Língua;
- Bocejo- Suspiro;
- Prolongue os sons:

Bum...m...m...m...m
Dum...m...m...m...m
Gum...m...m...m...m

Mam...m...m...m...m
Tam...m...m...m...m
Pam...m...m...m...m
Ram...m...m...m...m
Sam...m...m...m...m

- Fale em voz alta estas frases acompanhando com gestos. Coloque Ênfase nas palavras
em negrito.

Ponha-se na rua!

Que mulher / homem lindo!

Ele não vai nem para frente, nem para trás.

Você está pensando que eu sou bobo?

Se você seguir esta rua, encontrará a prefeitura logo adiante.

Sinto muito meu amigo, mas nosso assunto está liquidado. Não lhe pago mais nem um tostão!

Isto é mentira.

Fique certo de que não havia outra situação


DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

Exercício de Expressão Facial e Ênfase:


25
Eu gostei? ( expressando dúvida )

Eu gostei. ( normal )

Eu gostei! ( afirmando )

Adivinhem quem vem para o jantar? ( pessoa agradável )

Adivinhem quem vem para o jantar? ( pessoa desagradável )

- O sentido muda de acordo com a Transferência da Ênfase e da Projeção Vocal:

Você viu aquele sujeito sair daqui?

Você viu aquele sujeito sair daqui?

Você viu aquele sujeito sair daqui

Você viu aquele sujeito sair daqui.

Você viu aquele sujeito sair daqui.

Você viu aquele sujeito sair daqui.

- Exercício de Projeção Vocal:

Fábio! Fábio! Ei, Fábiooo! Está me escutando?

Atenção! Atenção! Contagem regressiva: 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1... Fogo!

Alô? Alô? Alô? Telefonista... Alô... Alô.

Ei, Você aí! Espere... o delegado quer falar com você... Venha cá!
COMUNICAÇÃO

- Exercício de Modulação de Voz:


26
MI MÊ MÉ MA MÓ MÔ MU
BI BÊ BÉ BA BÓ BÔ BU
PI PÊ PÉ PA PÓ PÔ PU
NI NÊ NÉ NA NÓ NÔ NU
DI DÊ DÉ DA DÓ DÔ DU
TI TÊ TÉ TA TÓ TÔ TU
KI KÊ KÉ KA KÓ KÔ KU
GUI GUÊ GUÉ GA GÓ GÔ GU
FI FÊ FÉ FA FÓ FÔ FU
VI VÊ VÉ VA VÓ VÔ VU
CHI CHÊ CHÉ CHA CHÓ CHÔ CHU
JI JÊ JÉ JÁ JÓ JÔ JU
SI SÊ SÉ SA SÓ SÔ SU
ZI ZÊ ZÉ ZA ZÓ ZÔ ZU
LI LÊ LÉ LA LÓ LÔ LU
LHI LHÊ LHÉ LHA LHÓ LHÔ LHU
NHI NHÊ NHÉ NHA NHÓ NHÔ NHU
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO 27


Os princípios fundamentais que o palestrante precisa ter são: Conhecimentos / Habilidades / Atitudes
para a montagem de uma palestra, seminário, reunião...

Em geral, uma boa apresentação é sempre precedida de um bom planejamento, uma eficiente prepa-
ração, ajustes, ensaios, para, enfim, ser realizada.

PLANEJAMENTO DE UMA APRESENTAÇÃO

É o planejamento que formará a base sobre a qual todo o trabalho se apoiará.


Uma boa apresentação necessita de um bom planejamento.

TIPOS DE APRESENTAÇÃO

Todo o projeto se delineará através do tipo de apresentação. Para isso, o comunicador precisa ter
respostas claras sobre:

1 A finalidade da apresentação: PARA QUÊ?


Informar?
Vender?
Persuadir?
Instruir?
Ensinar?

2 O tema: O QUÊ?
3 A motivação: POR QUÊ?
4 Os participantes: TAMANHO DA PLATÉIA
5 O público: A QUEM?
6 A realidade: CONTEXTO (interesses e expectativas)
7 A forma: COMO FAZER?
8 A duração: POR QUANTO TEMPO?
9 O local: ONDE?
1 0 A data: QUANDO?
1 1 Os objetivos: ONDE EU QUERO CHEGAR?
1 2 As técnicas: COMO OBTER MELHORES RESULTADOS?
COMUNICAÇÃO

ANÁLISE DO PÚBLICO-ALVO
28
Uma apresentação pode ser persuasiva, motivacional ou informativa, bem como pode servir para
prestar homenagens ou agradecimentos. De acordo com o tipo de apresentação, é que todo o projeto se
delineará.

Quanto mais conhecimento você tem do seu público-alvo, maiores as chances de ajustar seu trabalho
a ele e ser bem sucedido.

As informações mais importantes do seu público-alvo são basicamente:

Número de participantes;
Faixa etária;
Profissão;
Nível Cultural;
Sexo...

Em situações mais específicas, outros dados poderão ser pesquisados, tais como formação universitá-
ria, experiência profissional...

É fundamental conhecer o público-alvo, para que o comunicador possa se colocar no lugar do ouvinte
e se ajustar ao seu perfil utilizando a linguagem e o vocabulário necessário e escolhendo as estratégias que
gerarão maior impacto.

ANÁLISE DO AMBIENTE

Com base na quantidade de participantes, no ambiente e no tipo de apresentação, deve-se levar em


conta a arrumação da sala. Não esqueça de verificar a iluminação, temperatura, mesas de apoio e cadei-
ras.

TEMPO DE APRESENTAÇÃO

A maioria das apresentações é limitada a um tempo determinado. Tudo vai depender do contexto e da
importância do evento. É muito comum as apresentações durarem trinta minutos, mas em reuniões,
seminários, congressos em que há vários expositores, as apresentações têm no máximo vinte ou até dez
minutos.

Não raro, quando nos empolgamos com nossa apresentação, tentamos florear para enrique-
cer o conteúdo e demonstrar conhecimento do assunto e segurança, porém é importante lem-
brar que o tempo é um recurso precioso, não apenas para quem expõe uma idéia, mas para
quem ouve.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

PREPARAÇÃO DE UMA APRESENTAÇÃO


29
Definição do Objetivo:

O objetivo é o que você deseja que as pessoas façam depois de assistir à sua apresentação.

O objetivo precisa estar claro, pois toda a preparação se processará com o intuito de atingi-lo.

Brainstorming:

Definidos os objetivos, essa fase consiste no levantamento do repertório que comporá a apresenta-
ção. Esta técnica é conhecida como “tempestade de idéias”. Nada mais é do que o levantamento de todo
o assunto relacionado com o tema da apresentação. Consiste em anotar idéias, sem julgamentos, mesmo
que pareçam absurdas ou até fora de contexto.

Surgem informações dos mais diversos tipos, tais como dados históricos, vantagens, desvantagens,
prazos, exemplos, depoimentos, experiências...

Listam-se todas essas informações e, assim, teremos condições de passar para a fase seguinte em que
as idéias serão agrupadas, desenvolvidas e organizadas.

Organização:

Essa é a fase da organização das etapas da apresentação. Estabeleça uma seqüência lógica e coerente
entre as partes.

A preparação é a chave para o sucesso.

Domine a si mesmo (é fundamental acreditar em si para poder desempenhar um bom trabalho).

Pense em coisas positivas.

Lembre-se: O roteiro de uma apresentação não é para ser organizado como uma redação, como
uma monografia. Deve-se elaborar o roteiro numa folha de papel, em cartões... enfim, onde você sinta
mais segurança e clareza no momento que precisar utilizar este apoio.
COMUNICAÇÃO

30
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

PRINCIPAIS RECURSOS DIDÁTICOS 31


ELABORAÇÃO, UTILIZAÇÃO E APLICAÇÃO

Quadro verde ou Magnético:


É um dos recursos mais antigos. Combina a utilização de escrita,
de símbolos visuais (desenhos, esquemas...).
Deve estar em um local visível a todos.
Escreva por pouco tempo ou já deixe escrito antes da apresenta-
ção.
Evite colocar-se totalmente de costas para o público e evite falar
quando estiver escrevendo.
Mantenha-se ao lado do quadro, evitando cobri-lo com o corpo.
Nunca apague com a mão.
Cuide o tamanho da letra, de preferência, de forma.

Flip Chart:
É um quadro de madeira, que consiste numa coleção de folhas avulsas
como se fosse um bloco gigante fixado por dois pinos num cavalete.
O Flip Chart caracteriza-se mais pela utilização imediata, geralmente
durante a apresentação, para ilustração e complementaridade.
Use canetas de cores diferentes para enfatizar as idéias.
Não esqueça de verificar se a platéia consegue enxergar e utilize letras
grandes, de forma.
A grande vantagem deste recurso é a possibilidade de conservar o que
está escrito, podendo ser consultado a qualquer momento.

Retroprojetor:
É um dos recursos mais usados por sua versatilidade.
Teste antes as transparências no retroprojetor para verificar se não há
distorção de imagem, confira a luminosidade da tela, ajuste o foco antes de
iniciar a apresentação.
Posicione a tela na diagonal para você não ficar na frente da projeção.
Evite ficar de costas tanto para o público, quanto para o recurso.
Use uma transparência para cada idéia.
Escolha uma fonte clara e de bom tamanho, como fonte Arial e tamanho
28/30.
Coordene a sua comunicação com a platéia e a troca de trans-
parência.
Dê tempo à platéia ler o que é projetado.
COMUNICAÇÃO

Slides:
32
Os Slides não são mais utilizados como antigamente. Hoje, com os recur-
sos multimídia, eles são inseridos diretamente nas apresentações.
Prefira usar gráficos, imagens, fotos e figuras em vez de palavras.
Cheque a ordem e o lado certo dos Slides.
Mantenha a interação visual com os ouvintes e evite olhar muito para a
tela.
Prepare para você operar o equipamento, porque só assim poderá con-
trolar o ritmo e a velocidade entre a projeção e a fala.

Projetor Multimídia (Data Show):


Este recurso vem ganhando espaço no mercado de
treinamentos, pelas suas possibilidades de gerar combi-
nação de imagens, gráficos, textos, vídeos e sons.
O projetor multimídia proporciona à platéia uma ex-
celente interação visual.
Mas, não esqueça: por mais que contenha todos os
recursos num só a mensagem deve ser sempre o foco
da apresentação.
Não fique de costas para o seu público; se quiser
pode acompanhar na tela do computador.
Seja conciso.
As cores devem estar em harmonia (Ex: Cor: azul-escuro e Fundo: Amarelo/
Cor: Preto e Fundo: Amarelo)
Cuide o tamanho da fonte: 28/30 e a letra (vai depender do tipo de apresentação, porém uma letra
que fique bem clara).

Folhetos e Folders:
Normalmente são utilizados para demonstrar algum tipo de propaganda do evento. Distribua-os no
final da apresentação.

Microfone:
É um recurso necessário, dependendo da acústica do ambiente.
É um aparelho que serve para amplificar o som da nossa voz.
Independente do tipo de microfone, devemos ter alguns cuidados, como:
Observar a distância da boca (mais ou menos 4 dedos de distância do quei-
xo);
Evitar pigarrear, tossir, espirrar, perto do microfone;
Levar o microfone consigo, dirigindo-o para a boca quando virar a
cabeça.
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

Manter uma distância para favorecer a emissão dos sons, principalmente os pês e os esses.
Tipos de microfones são: 33
- Móvel sem fio (bola) / Móvel com fio.
- Microfone fixo num pedestal.
- Red Set.
- De Lapela.
COMUNICAÇÃO

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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

APRESENTAÇÕES LIDAS: 35
- Ocasiões Formais ( pronunciamento de um diretor...);
- Formaturas ( paraninfo, orador...);
- Posses de Cargos;
- Reuniões Especiais ( órgãos públicos );
- Relatórios ;
- Homenagens Formais ou Informais.

Para esses tipos de apresentações, deve-se treinar Como Realizar uma Boa Leitura.

- O texto deve ser bem produzido e isento de erros gramaticais;

- Certifique-se de que as páginas estejam numeradas e grampeadas;

- Utilize um bom espaço entre as linhas para não confundir-se na hora da leitura;

- O leitor deve ter sincronismo da sua leitura e da sua comunicação visual. Jamais esqueça o seu
público;

- Quando não tiver onde colocar os papéis, segure-os na altura do abdomem;

- Utilize expressão facial e inflexões vocais com ênfase e entonação, de acordo com o que está sendo
transmitido;

- Utilize o polegar de uma das mãos para acompanhar a leitura;

- A respiração ajuda na correta pontuação da leitura. As pausas para respirar e controlar a velocidade
de fala podem ser marcadas da seguinte forma:

- Utiliza-se uma breve pausa na, (vírgula) onde a voz torna-se ascendente e pode-se marcar
com /;

- Utiliza-se uma pausa mais prolongada em .(ponto) e ;(ponto-e-vírgula) onde a voz é des-
cendente, podendo-se marcar com //;

- Nos pontos de ! e de ? deve-se dar mais ênfase e entonação;

- Utiliza-se esta marcação – para destacar algo colocando ênfase.


COMUNICAÇÃO

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DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

JUNTANDO TUDO E COLOCANDO EM 37


PRÁTICA...

- Reveja o mito de que a arte de falar em público é um dom divíno.


Não se engane pensando que só os seres privilegiados terão uma atuação inteligente com seus
interlocutores. É uma desculpa fácil para quem não quer enxergar que somos responsáveis pelas nossas
crenças e mitos. Cabe a nós decidir se queremos ou não realizar nossos sonhos.

- Não se poupe.
Esteja sempre presente com inteligência e sensibilidade. Seja criativo, humano e empático.

- Harmonize o conteúdo e a forma da mensagem.


A maneira como transmitimos a mensagem à platéia é tão importante quanto o próprio conteúdo da
mesma.Não basta preocupar-se só com as palavras. É preciso saber como (linguagem corporal e vocal)
transmitir as idéias para a comunicação equilibrada, fluente e segura.

- Não comece uma apresentação sem aquecimento.


É fundamental realizar exercícios de dicção, voz e respiração.
Importante também repassar mentalmente o roteiro, reforçando a introdução e o encerramento.
O aquecimento do apresentador deve ser tanto físico como mental.

- Crie um clima propício para a aprendizagem.


Deixe claro logo no início que você está aberto ao diálogo. Transmita a idéia de que você e o público
irão trabalhar juntos.
Não seja apenas simpático, crie uma empatia.

- Mantenha contato visual com os participantes.


Essa é uma maneira de prender o interesse da platéia, além de transmitir confiança e segurança. O
contato visual é um importante canal de identificação da personalidade profissional.

- Seja simples e natural. Seja você mesmo!


A naturalidade e a simplicidade estão presentes quando identificamos e afastamos obstáculos que
interferem na comunicação.
O mais importante é não imitar ninguém e ser você mesmo.
COMUNICAÇÃO

38 Não Esqueça...

Esta apostila contém algumas dicas que podem ser ferramentas importantes para se comunicar eficaz-
mente. Porém, não podemos cometer o erro de esquecê-la num canto qualquer. Devemos utilizá-la
constantemente para praticar nossa comunicação. Somente assim haverá um aperfeiçoamento no mo-
mento de estabelecer contato com outra pessoa ou proferir uma palestra.
A harmonia da comunicação está diretamente relacionada com o equilíbrio da expressão corporal,
facial e verbal. A comunicação é como um motor, se uma das peças falha, todas as outras estarão com-
prometidas.

“As palestras pobres são geralmente aquelas que foram escritas e decoradas, por isso soam artificiais. As
palestras boas são aquelas que saem do íntimo”.

- ( Dale Carnegie ) -

“Você vai descobrir coisas dentro de si que lhe darão resulta-


dos nunca experimentados.”

COMECE JÁ!
DICÇÃO, DESINIBIÇÃO E ORATÓRIA

REFERÊNCIAS 39
Belhau, Mara; Pontes, Paulo. Higiene Vocal – Cuidando a Voz. Editora: Revinter. 2000.

Carnegie, Dale. Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos negócios.
Editora: Record. 2000.

Gonçalves,N. A Importância do Falar Bem Editora: Lovise. 2001.

Machado; B. M. Andréia. Falando muito bem em Público.Editora: Makrom Books.

Mendes, Eunice. Falar em Público: Prazer ou Ameaça? Editora: Qualitymark. 1999.

Polito, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. Editora: Saraiva. 1996.

Polito, Reinaldo. Como perder o medo de falar em público.Editora: Saraiva. 1999.

Weil, P. ; Tompakow O Corpo Fala Editora: Vozes. 1986.

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