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ax2 + bx + c = 0

Linguagem Musical - I

Instituto Tecnológico do Estado de Goiás


Governador do Estado de Goiás Equipe de Elaboração
Marconi Ferreira Perillo Júnior
Organização
Secretário de Desenvolvimento José Teodoro Coelho
Econômico, Científico e Tecnológico
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação Supervisão Pedagógica e EaD
Thiago Mello Peixoto da Silveira Denise Cristina de Oliveira
Maria Dorcila Alencastro Santana
Superintendente Executivo
de Ciência E Tecnologia Professor Conteudista
Thiago Camargo Lopes Srilis Leonel Mourão

Chefe De Gabinete de Gestão de Projeto Gráfico


Capacitação e Formação Tecnológica André Belém Parreira
Soraia Paranhos Netto
Designer
Coordenação Pedagógica do Programa Maykell Mendes Guimarães
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
José Teodoro Coelho Revisão da Língua Portuguesa
Cícero Manzan Corsi
Kelly Ferreira dos Santos

Banco de Imagens
http://freepik.com
http://pt.freeimages.com
https://pixabay.com
Lista de Ícones

DICAS VAMOS REFLETIR VOCABULÁRIO


Este baú é a indicação de onde Este quebra-cabeças indica o O dicionário sempre nos ajuda a
você pode achar informações momento em que você pode e compreender melhor o significado
importantes durante a construção deve exercitar todo seu potencial. das palavras, mas aqui resolvemos
e aprofundamento do seu Nesse espaço, você encontrará dar uma forcinha para você e
conhecimento. Aproveite, destaque, reflexões e desafios que tornarão trouxemos, para dentro da apostila,
memorize e utilize essas dicas para ainda mais estimulante o seu as definições mais importantes na
facilitar os seus estudos e a sua vida. processo de aprendizagem. construção do seu conhecimento.

SAIBA MAIS VAMOS RELEMBRAR FIQUE ATENTO


Aqui você Esta folha do bloquinho A exclamação marca
encontrará informações autoadesivo marca aquilo tudo aquilo a que você
interessantes que devemos lembrar deve estar atento. São
e curiosidades. e faz uma recapitulação assuntos que causam
Conhecimento nunca é dos assuntos mais dúvida, por isso exigem
demais, não é mesmo? importantes. atenção redobrada.

Texto Hiperlinks

MÍDIAS INTEGRADAS ATIVIDADES DE HIPERLINKS CONTEÚDO


Aqui você encontra dicas APRENDIZAGEM As palavras grifadas INTERATIVO
para enriquecer os seus Este é o momento em amarelo levam Esse ícone indica
conhecimentos na área, de praticar seus você a referências funções interativas como
por meio de vídeos, conhecimentos. externas, hiperlinks e páginas com
filmes, sites, podcasts Responda as como forma de hipertexto.
e outras referências atividades e finalize aprofundar um
externas. seus estudos. tópico.
6

Sumário
Lista de Ícones 5

Sumário 6

Apresentação 7

Introdução - Instrumentos Musicais / Violão 8


Competências 9
Habilidades 9

Elementos da Música  10
Música 10
Parâmetros do som 10
O pentagrama 10
Figuras de som 11
Compasso 12
Fórmula de compasso 13

Claves 16
As notas musicais 17
Escala 18
Exercícios de Fixação 19
Escalas Diatônicas, Modo Maior 20
Armadura de Clave 21

Intervalos melódicos da escala diatônica Maior 25


Campo Harmônico 28
Intervalos Harmônicos 29
Revisão do módulo I 33

Referências 35

Conteúdo de áudio
Esta apostila foi construída com Pré-requisitos:
recursos que possibilitam a
interatividade, tais como hiperlinks e
páginas com hipertexto.
7

Apresentação
E mpreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para
trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o
profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o
profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas
e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse
contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento
de Goiás (SED), em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), visam a garantir o
desenvolvimento dessas competências.
Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação
profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de
Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos,
nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional
e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção
Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos
Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e
promoção do empreendedorismo.
Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de
servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando
e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos,
ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!


SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e
Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
8

MÚSICA

Introdução - Instrumentos
Musicais / Violão

C
aro(a) estudante! Esta apostila foi elaborada com base nos trabalhos: Teoria da Música de Buhomil
Med (1996), Treinamento Elementar para Músicos, de Paul Hindemith (1988), Compêndio de Teoria
Elementar da Música, de Oswaldo Lacerda (1967) e Princípios básicos da Música para a juventude
Maria Luiza de Matos Priolli (2006). Com o objetivo de facilitar sua compreensão no que tange à linguagem
musical, sintetizou-se o conteúdo, direcionando-o como material específico ao estudo do violão.
Aos estudantes que quiserem buscar um aprofundamento em teoria musical, as referências apresentadas
ao final da apostila apresentam indicações ao material utilizado para confecção da mesma.
Lembro-lhe que o estudo de música exige disciplina e constância, mais vale o estudo de 15 minutos todos
os dias, do que estudar durante 5 horas, 1 vez por semana.
Portanto, organize um horário, pela manhã ou à noite, para que se possa dedicar à música, adquira um
caderno de música (pautado) para fazer os exercícios de fixação e mãos à obra.
Bons estudos e sucesso na carreira musical!
Profº Srilis Leonel Mourão
9

Perfil profissional
Executa e interpreta músicas do repertório mundial, erudito e
popular, improvisa em músicas do repertório mundial, erudito e
popular. Analisa, arranja e compõe músicas, a partir de técnicas
de harmonia e contraponto, organiza apresentações musicais.
Discorre a respeito de períodos históricos.
Identifica as características dos diversos gêneros musicais,
aplicando os conhecimentos de forma criativa.

Competências

Executar, no violão, músicas do repertório l Identificar funções harmônicas e modulações


mundial, erudito e popular em compassos ter- em composições eruditas e populares.
nário, binário e quaternário simples e composto,
aplicando acordes aumentados e diminutos, com Discernir e registrar alturas sonoras com figuras
sétima e nona. sincopadas e intervalos dissonantes de músicas eru-
ditas e populares.
Improvisar músicas eruditas e populares, utilizan-
do dedilhados e progressões harmônicas. Conhecer as características dos diversos gê-
neros musicais, no que tange à forma e es-
Reconhecer intervalos de escalas exóti- trutura musical.
cas, bem como identificar as cadências e
modulações em músicas tonais e exóticas. Selecionar e manipular esteticamente
diferentes fontes e materiais utilizados nas
Elaborar e organizar acordes a partir composições musicais, bem como seus
dos conceitos de contraponto e fun- diferentes resultados artísticos de for-
ção harmônica. ma a criar relações harmônicas.

Habilidades

Improvisar, utilizando técnicas de dedilhado. Criar, usando progressões harmônicas.


Executar batidas em ritmos compostos. Identificar modulações, partindo de funções
Identificar progressões harmônicas através de harmônicas.
cadências e modulações. Identificar, elaborar músicas a partir de uma
Coordenação motora ao representar ritmos. determinada forma musical.
Perceber as dissonâncias, partindo do raciocínio Criar arranjos para músicas, harmonizando as diversas
lógico. vozes instrumentais, utilizando técnicas de harmonia e
Compor músicas, fazendo uso de técnicas de contraponto.
harmonização popular e erudita.
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UNIDADE I

Elementos da Música
Música

É a arte de se combinar sons simultânea e sucessivamente, com equilíbrio e proporção dentro de um


determinado tempo. Ordenado sob as leis da estética.
As principais partes constituintes da música são:
Melodia: referente aos sons ocorrentes em ordem sucessiva, compreendem o aspecto horizontal da música.
Harmonia: concernente aos sons simultâneos, compreendem o aspecto vertical da música.
Ritmo: relativo à duração do som.

Parâmetros do som

Os parâmetros definem as propriedades do som, podemos classificá-los com as seguintes qualidades.


Altura: referente às propriedades graves ou agudas.
Duração: ligada às propriedades longa ou curta.
Intensidade: referente às propriedades forte ou fraca.
Timbre: alude à identidade ou cor de um som.

O pentagrama

As linhas nas quais representamos a música são chamadas de pentagrama, do grego: penta (cinco), e
grama (linha), ou seja, cinco linhas. Elas são conhecidas também por pauta pelo fato de que, antes do período
conhecido como Renascença. A música era registrada, utilizando-se menos linhas.

Temos cinco linhas e quatro espaços no pentagrama, nos quais podemos escrever as notas musicais.
5ª Linha
4ª Espaço
4ª Linha
3ª Linha 3ª Espaço
2ª Linha 2ª Espaço
1ª Espaço
1ª Linha

Se a música superar as cinco linhas do pentagrama, adicionamos linhas e espaços suplementares, tanto para
baixo, quanto para cima.
11

Para definir os limites do pentagrama, utilizamos as barras de compasso para início e meio, Dupla ou
Travessão final para o final da música.

Barra de compasso Barra Dupla Ou Travessão final

Figuras de som

No pentagrama, escrevemos as notas musicais representadas por signos ou figuras que representam a
duração ou valor de cada uma, e que são:
 =
Semibreve:------------  1 1 Observe
que:
Mínima:---------------  2 1
Para cada  =
2
figura
Semínima:------------  4 1
4 de som  =
temos uma
Colcheia:--------------  8 1
8 figura de  =
silêncio, que
Semicolcheia:--------  16 1
16
corresponde  =
ao mesmo
Fusa:------------------  32 1
32
valor de sua
 =
figura de
Semifusa:-------------  1 som.
64 64  =
12

As figuras de som delimitam a duração do som, conforme o exemplo acima, subdividem-se em partes iguais.
Ou seja, cabem 64 semifusas dentro de uma semibreve.
Ou, 32 fusas, dentro de uma semibreve, ou, tendo em vista que a mínima é a metade do valor de uma
semibreve, cabem 16 fusas dentro de uma mínima, e assim por diante, quatro colcheias dentro de uma mínima
e etc.
É apenas uma forma de se registrar a música com mais precisão.

Colchete ou
Bandeirola

As figuras musicais
Haste
podem ser divididas em
até 3 partes: cabeça, haste,
colchete ou bandeirola.
Conforme figura ao lado.

Cabeça

Compasso

O compasso, como o próprio nome diz “com-passo”, é um espaço delimitado pelas barras onde será indicado
um valor de duração sonora e uma quantia destes valores, para uma melhor organização musical. Para tanto,
determinou-se quantias preestabelecidas que se inter-relacionam.
Os compassos podem ser:

SIMPLES E COMPOSTOS
Binário = 2 Binário composto = 6
Ternário = 3 Ternário composto = 9
Quaternário = 4 Quaternário composto = 12

O compasso BINÁRIO apresenta o seu 1º tempo forte e o 2º fraco.


O compasso TERNÁRIO apresentará seu 1º tempo forte, o 2º e 3º fraco.
O compasso QUATERNÁRIO mostrará o 1º tempo forte, o 2º fraco, o 3º Meio forte e o 4º fraco.
O compasso binário composto segue a mesma regra, terá o 1º tempo forte, 2º fraco, o 3º fraco., o 4º Meio
forte, o 5º fraco e o 6º fraco.
Abaixo, temos o exemplo só com os tempos. E mais os compassos, ternário e quaternário, compostos.
13

2 = Forte+fraco = F, f.
3 = Forte+fraco+fraco = F,f, f.
4 = Forte+fraco+Meio Forte+fraco =F, f, MF, f.
6 = Forte+fraco+fraco+Meio Forte+fraco+fraco = F,f, f, MF, f, f.

9 = Forte+fraco+fraco+Meio Forte+fraco+fraco+Meio Forte+fraco+fraco = F, f, f, MF, f, f, MF, f, f.


12 = Forte+fraco+fraco+Meio Forte+fraco+fraco+Meio Forte+fraco+fraco+Meio Forte+fraco+fraco = F, f, f, MF, f, f, MF, f, f, MF, f, f.

E, assim por diante, o primeiro tempo dos compassos será sempre forte.
Os compassos compostos são aqueles nos quais a unidade de tempo é um valor composto, ou seja,
pontuado, podem ser formados por conjuntos de compassos simples. Portanto, podem ter esta relação de
tempos fortes, fracos, Meio fortes, fracos alterados conforme a fórmula de compasso.
Por exemplo, a combinação de compassos compostos irregulares, ou seja, uma combinação de compassos
simples de diferentes valores, como um compasso quinário. Trata-se da combinação de um compasso binário
simples, com um compasso ternário simples. Então, teremos conforme exemplo acima:

2 = F, f + 3 = F, f, f = 5 = F, f, MF, f, f.
Perceba que o tempo forte do compasso ternário perdeu um pouco de força, isto é para que facilite para
nossa percepção e haja um destaque no tempo forte da música.
É a partir das relações de duração do som e do silêncio que se formam os ritmos, a organização do tempo
musical em um espaço determinado, alternando-se a intensidade, o som e o silêncio.

Fórmula de compasso

Agora, veremos o que é fórmula de compasso e como as relacionamos musicalmente.


Quando relacionamos as quantidades com os valores das figuras de som, temos a fórmula de compasso.
Por exemplo:
Um compasso simples, onde a figura de duração será a semínima e vamos utilizar 4 tempos, escrevemos
a fórmula de compasso assim: 4/4, então temos 4 tempos + uma semínima, figura que representa 1/4,ou 4.
Quando colocamos no pentagrama, o número de cima corresponderá ao número de tempos e o de baixo o
valor da figura de tempo.
Quando colocamos no pentagrama, o número de cima corresponderá ao número de tempos e o de baixo
o valor da figura de tempo.

F f MF f F f MF f
PENTAGRAMA 01

Observe que a figura de silêncio é correspondente a figura de som que preenche um compasso inteiro, ou
seja, a semibreve ( ).
14

Abaixo, temos um outro exemplo em um compasso ternário.

F f MF f F f MF f
PENTAGRAMA 02

No exemplo acima, utilizamos uma figura de silêncio pontuada. O ponto aumenta a metade do valor da nota
a qual ele pontua. Então, na figura acima, temos uma figura de silêncio ou pausa de Mínima ( ), que equivale
a 2 semínimas, necessitando de mais uma semínima para completar o compasso que pede 3 semínimas, assim
utilizamos o ponto de aumento na pausa de mínima para completar o compasso.
Para os compassos compostos, a figura de som será representada acompanhada do ponto, desta forma:

PENTAGRAMA 03

O número 8 representa a figura de colcheia, sendo assim, cada compasso do sistema acima pede 6 colcheias,
ou duas semínimas pontuadas por ser um compasso binário composto.
As fórmulas de compasso podem ser representadas da seguinte maneira:

FIQUE ATENTO
4 ou 3 ou 6 Unidade de compasso (quantia de figuras por compasso).
4 4 8 Unidade de tempo (valor da figura).
Exercícios de Fixação
Copie em seu caderno o exercício a seguir, e dê a fórmula de compasso para os seguintes sistemas:

PENTAGRAMA 04

PENTAGRAMA 05

PENTAGRAMA 06
15

PENTAGRAMA 07

PENTAGRAMA 08

Complete com pausas conforme a fórmula de compasso dada:

PENTAGRAMA 09

PENTAGRAMA 10

PENTAGRAMA 11

PENTAGRAMA 12

PENTAGRAMA 13

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - NÃO AVALIATIVO


Agora, faça em seu caderno cinco compassos binário simples, com figuras de semínimas.
Cinco compassos ternário simples com figuras de colcheias, com no mínimo 3 pausas.
Cinco compassos quaternário simples com figuras de mínimas, com no mínimo 3 pausas.
Cinco compassos binário composto com figuras de colcheias com no mínimo 3 pausas.
Leve seu caderno para o professor regente avaliar nas aulas presenciais.
16

UNIDADE II

Claves
Para facilitar a escrita musical no pentagrama e evitar de se adicionar muitas linhas suplementares, criou-se
claves que delimitam a partir de uma nota as alturas sonoras.
Os sinais que representam as claves foram introduzidos pelo papa Gregório Grande, + ou – por volta de 540 D.C,
chamado de sistema alfabético, e representavam as notas musicais, A = Lá, B= Si, C = Dó, D = Ré, E = Mi, F = Fá, G = Sol.
No período medieval, a música ainda não era representada da forma convencionada atual, o pentagrama,
por exemplo, iniciou com apenas uma linha na qual se grafava somente os sons agudos, médios
e graves, consecutivamente, acima da linha, na linha e abaixo da linha. Com o tempo, surgiram
outras linhas e as claves do grego Chave (MED, 1996, p.13-16). Para tanto, temos três claves:

PENTAGRAMA 14

Clave de sol Clave de Fá Clave de Dó

Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol

Na figura acima, podemos ver as claves reunidas em seus


pentagramas. Quando usamos uma clave, objetivamos uma certa SAIBA MAIS!
tessitura ou extensão sonora do grave para o agudo. Tessitura ou extensão é a região
que um instrumento tem
A clave de Sol trabalha na região mais aguda, portanto, é usada condições de alcançar do grave
para escrever músicas para instrumentos de tessitura aguda. Por até o agudo.
exemplo, o violino, flauta, oboé, canto.
A clave de Dó é uma clave usada para uma região média, portanto, usada para escrever músicas para
instrumentos de tessitura média. Por exemplo, a viola de arco ou erudita.
A clave de Fá é usada para escrever músicas para instrumentos que alcançam tessituras mais graves. Como
podemos ver na figura acima. Por exemplo: violoncelo, contrabaixo, fagote, trombone etc.
Cada clave é nomeada conforme a nota que é adotada como referência para se estabelecer as outras.
17
Clave de Sol
Conforme a figura, a ponta da
clave se inicia na segunda linha, a
qual será a linha da nota Sol.

Nota Sol
A clave de Dó utiliza-se nas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª linhas.

1ª linha 2ª linha 3ª linha 4ª linha

Clave de Dó Clave de Fá
Como o próprio nome A clave de Fá,
diz, marca a linha da Referência com
nota Dó. A clave de dois pontinhos a
Dó, atualmente, é mais 4ª linha, na qual
usada na terceira linha, será escrita a
conforme figura abaixo. nota Fá.

Nota Dó Nota Fá

As notas musicais

Agora que já conhecemos as claves e suas funções, vamos às notas musicais. Temos
sete notas musicais que foram introduzidas na música como a conhecemos somente
HINO A
a partir do século XI, por Guido D’Arezzo, utilizando-se as primeiras sílabas de um hino
SÃO JOÃO
cantochão dedicado a São João, composto por Paulo Diácono, historiador Lombardo UT queant laxis
do século VIII. REsonare fibris
Conforme o quadro ao lado, depois o UT foi substituído por Dó pela facilidade de MIra gestorum
entonação com a terminação em vogal. Mais informações em:
Famuli tuorum
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ut_queant_laxis Acesso em 15/08/2016.
SOLve polluti
Como vimos acima, as sete notas musicais passaram por algumas transformações
Labii reatum
no que diz respeito a sua representação, porém o seu som e suas relações entre notas
Sancte Iohanes
permanecem inalteradas. Na página seguinte, temos a representação de uma escada
na qual temos no primeiro degrau a nota Dó, que vem ser a nossa nota mais grave,
em seguida, nossa escada sobe em direção a outra nota dó uma oitava acima, para a região mais aguda, em
seguida ela desce, retornando à região mais grave. Observe que, ao descer a escada ou escala musical, as notas
se mantém no mesmo lugar, sendo lidas apenas de trás para frente.
18

REGIÃO AGUDA
DO
SI SI
LÁ LÁ
SOL SOL
FÁ FÁ
MI MI
RÉ RÉ
DO DO
ESCALA MUSICAL
Conforme a figura acima, as notas podem ser contadas da região grave para aguda (ordem crescente) e da
região aguda para a região grave (ordem decrescente), como mostra a figura abaixo.

SI SI
ORDEM CRESCENTE LÁ NOTAS LÁ ORDEM DECRESCENTE
SOL AGUDAS SOL
FÁ FÁ
MI NOTAS MI
RÉ GRAVES RÉ
DÓ DÓ

Escala
A escala é uma sequência de notas equidistantes com intervalos de tons e semitons .
A escala diatônica Maior é composta por 5 tons e 2 semitons naturais, ficando dividida assim:

PENTAGRAMA 15

Tom Tom Semitom Tom Tom Tom Semitom


8
Iº IIº IIIº IVº Vº VIº VIIº Iº
Acima, temos a escala de Dó Maior escrita no pentagrama, utilizando a clave de Sol.
Vemos que entre Dó e Ré temos o intervalo de 1 tom.
Entre Ré e Mi temos também 1 tom de intervalo.
Observe que entre Mi e Fá temos apenas ½ tom ou, um semitom natural.

O que é um semitom?
Do Fá para o Sol temos mais um tom. SAIBA MAIS!
Do Sol para o Lá mais um tom.
Um semitom corresponde à
E do Si para o Dó uma oitava a acima, ½ tom ou um semitom metade do valor de uma nota
natural. ou tom. Ou seja, todas as notas
Assim, está composta a estrutura de todas as escalas diatônicas podem ser divididas, exceto, o Mi
e o Si, que são semitons naturais.
maiores, com esta sequência de 2 tons, 1 semitom, 3 tons, 1 semitom.
19

Chamamos oitavas as diversas alturas as quais as notas podem atingir, ou seja, a cada sete notas, atingimos
na oitava nota a repetição da primeira, uma oitava. Para tanto, enumerou-se a nota Dó, para que se possa ser
utilizado como referencial de altura. Então temos Dó 1, depois uma oitava acima Dó 2, mais uma oitava acima
Dó 3 e assim por diante.
Abaixo, vemos a representação do Dó 2 a nota mais grave, depois o Dó 3, também chamado de Dó central
e o Dó 4 na região mais aguda do pentagrama. Temos como referência para as notas mais graves a clave de Fá
e para as notas mais agudas a clave de Sol.

PENTAGRAMA 16

Dó central

PENTAGRAMA 17
Si Lá Sol Fá Mi Ré Dó

Na clave de Fá, as notas estão no sentido descendente, ou seja, do agudo para o grave e, na clave de Sol,
estão no sentido ascendente, ou seja, do grave para o agudo.

Exercícios de Fixação
Copie no seu caderno a clave de Sol, em seguida construa a escala de Dó Maior, do Dó 3 ao Dó
4, de forma ascendente (do grave para o agudo).

PENTAGRAMA 18

Agora, faça a escala de Dó maior na clave de Fá, do Dó 2 ao Dó 3, em figuras de colcheia de forma ascendente.

PENTAGRAMA 19

Dó2
20

Escreva a escala de Dó Maior de forma descendente com figuras de semínima

PENTAGRAMA 20

Dó4

Escalas Diatônicas, Modo Maior

Para cada nota, temos uma escala ou sequência de tons e semitons. A partir da nota dada, manteremos a
mesma estrutura de tons e semitons da escala de Dó Maior.
Por exemplo, se usarmos a nota Sol como referência teremos:
Tom
Tom
Tom
Tom
Tom
Tom

PENTAGRAMA 21
Si-Dó, semitom Fá-Sol, é um
natural semitom natural?

Não! Então, na escala de Sol Maior, temos que manter a mesma estrutura das escalas diatônicas Maiores,
ou seja, Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom e Semitom.
Veja que de Sol para Lá temos 1 Tom.
De Lá para Si 1 Tom.
Entre Si e Dó temos um Semitom, até agora estamos acompanhando a estrutura das escalas Maiores.
De Dó para Ré temos 1 Tom.
De Ré para Mi também 1 Tom.
Agora, de Mi para Fá é um semitom natural, então temos um problema, como faremos? Já que a regra da
estrutura das escalas maiores pede que tenhamos mais um tom.
Chegou a hora de usarmos o Sustenido e alterar a nota elevando-a meio tom, ou seja, agora o nosso Fá será
Sustenido ou melhor Fá #.
Agora, temos de Mi para Fá# um tom.
E de Fá # para Sol um Semitom diatônico.

Agora sim, nossa escala ficou dentro da estrutura das escalas diatônicas maiores, dessa mesma forma,
faremos para todas as escalas diatônicas maiores.
21


Armadura de Clave
Ao invés de colocar o acidente ou sinal de alteração (# sustenido ou bemol) na nota, vamos colocá-lo na
armadura de clave. Vai ficar assim:
Fá#

PENTAGRAMA 22


O sinal de alteração é colocado ao lado da clave, por esse motivo, é chamado de armadura de clave, ou
seja, local onde serão colocados os acidentes ou alterações (# sustenidos ou bemóis) fixos durante a música.
Então, dizemos que a escala de Sol Maior, tem um sustenido na sua armadura de clave, ou, que tem o Fá #.
Ok! Agora ficou fácil.
Vamos ver as outras escalas maiores.
Escala de Ré Maior, com 2 sustenidos em sua armadura de clave (Fá# e Dó#), em figuras de som de Semibreve.

PENTAGRAMA 23

Escala de Lá Maior, com 3 sustenidos em sua armadura de clave (Fá#, Dó#, Sol#), em figuras de som de
Colcheias. Observe que as figuras ao ultrapassar a linha do meio do pentagrama, ficam com suas hastes
direcionadas para baixo.

PENTAGRAMA 24

Escala de Mi Maior, com 4 sustenidos em sua armadura de clave (Fa#, Dó#, Sol#, Ré#), em
figuras de semínimas.

PENTAGRAMA 25
22

Escala de Si Maior, com 5 sustenidos em sua armadura de clave (Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#), em figuras de
Semicolcheias.

PENTAGRAMA 26

Escala de Fá # Maior, com 6 sustenidos em sua armadura de clave (Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#, Mi#), em
grupos de colcheias.

PENTAGRAMA 27

Escala de Dó# Maior, com 7 sustenidos em sua armadura de clave (Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#, Mi#, Si#). Em
figuras de semínimas.

PENTAGRAMA 28

E as escalas diatônicas maiores com bemóis. Escala de Fá Maior, com 1 bemol em sua armadura
de clave (Si ). Em figuras de mínimas.

PENTAGRAMA 29

Escala de Si Maior, com 2 bemóis em sua armadura de clave (Si e Mi ). Em figuras de colcheias.

PENTAGRAMA 30
23

Escala de Mi Maior, com 3 bemóis em sua armadura de clave (si , Mi e Lá ). Em figuras de semicolcheias.

PENTAGRAMA 31

Escala de Lá Maior, com 4 bemóis em sua armadura de clave (Si , Mi , Lá e Ré ). Em figuras de


semínimas.

PENTAGRAMA 32

Escala de Ré Maior, com 5 bemóis em sua armadura de clave (Si , Mi , Lá , Ré e Sol ). Em figuras
de mínimas.

PENTAGRAMA 33

Escala de Sol Maior, com 6 bemóis em sua armadura de clave (Si , Mi , Lá , Ré , Sol e Dó ).
Em figuras de colcheia.

PENTAGRAMA 34
24

Escala de Dó Maior, com 7 bemóis em sua armadura de clave (Si , Mi , Lá , Ré , Sol , Dó e


Fá ) Em figuras de semínimas.

PENTAGRAMA 35

Como vimos, os Sustenidos e os bemóis tem uma sequência que se repete em todas as escalas. As escalas
de Dó# Maior, contém a sequência de Sustenidos e a escala de e Dó Maior contém a sequência de bemóis.
A sequência de sustenidos é: Fá, Dó, Sol, Ré, La, Mi, Si.
A Sequência de bemóis é a mesma de sustenidos anterior para frente: Si, Mi, Lá, Ré, Sol, Dó, Fá.
Para se identificar a escala pela armadura de clave, quando temos sustenidos, fica assim: Uma nota à frente
da última alteração da sequência de sustenidos, por exemplo:

PENTAGRAMA 36

A nota é o Fá#, logo a escala será de Sol Maior, ou sua relativa menor que veremos mais à frente, pois para
cada escala Maior temos uma relativa menor.
Para as escalas com bemóis, a regra muda, ficando a alteração anterior ao último bemol da sequência, por
exemplo:

PENTAGRAMA 37

No pentagrama, acima temos a sequência de alterações: Si, Mi, Lá e Ré bemól. A nota Ré é a última
alteração, então nossa escala será de Lá Maior, ou sua relativa menor, que veremos mais à frente.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - NÃO AVALIATIVO


Construa em seu caderno as escalas de Réb Maior, Si Maior e Mib Maior, nas claves de
Fá e Sol, respectivamente em compassos 4/4, 6/8, 2/2. Lembre-se de colocar, ao final, as
barras duplas ou travessão final.

Leve seu caderno para o professor regente avaliar nas aulas presenciais.
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UNIDADE III

Intervalos melódicos da
escala diatônica Maior
Temos as distâncias entre uma nota e outra, as quais chamamos de intervalos, como já vimos anteriormente,
os intervalos podem ser:

Justos, Maiores, Menores. E também:


SAIBA MAIS!
Melódico, formado por notas sucessivas.
Harmônico, formado por notas simultâneas. Os intervalos melódicos
podem ser classificados como: Grau conjunto,
Ascendente, quando a primeira nota é mais grave que a formado por notas consecutivas ou intervalos
segunda . de 2ª Maior ou menor.
Descendente, quando a primeira nota é mais aguda E Grau disjunto, formado por intervalos de
que a segunda. 3ª acima, Maiores e menores.
Simples, quando as notas ficam dentro de uma oitava . Abaixo, temos um intervalo de 2ª Maior,
ou seja, a distância de um Tom. Podemos
Composto, quando as notas excedem uma oitava. classificá-lo por: Grau conjunto, simples,
ascendente, melódico.

PENTAGRAMA 38

2ª Maior
No próximo sistema, teremos um intervalo de 3ª Maior, ou seja, uma distância de 2 Tons.
Grau disjunto, simples, ascendente, melódico.

* PENTAGRAMA 39

*A nota preta é apenas referencial

3ª Maior
No sistema abaixo, temos um intervalo de 4ª justa, ou seja, uma distância de 2 tons e 1
semitom, justo, simples, em grau disjunto, ascendente, melódico. Daqui por diante, os intervalos
serão classificados da mesma forma do anterior.

Mi Fá Semitom natural

PENTAGRAMA 40

4ª Justa
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Neste próximo sistema, temos um intervalo de 5ª justa, com uma sequência de: 2 tons, 1
semitom e mais 1 tom, ou, 3 tons e 1 semitom .

Mi Fá Semitom natural

PENTAGRAMA 41

5ª justa
Todos estes intervalos são importantes para melhor compreender o campo harmônico, e, a
formação de tríades ou acordes.
Abaixo, temos um intervalo de sexta Maior, com 4 tons e 1 semitom.

Semitom

PENTAGRAMA 42

6ª Maior

O intervalo de sétima Maior, com 5 tons e 1 semitom .

Semitom natural

PENTAGRAMA 42

7ª maior
E o intervalo de 8ª justa, com 5 tons e 2 semitons .

Semitom natural

PENTAGRAMA 43

8ª Justa
SAIBA MAIS!
Lembrando
que as notas em negro são apenas
5 tons e 2 semitons de distância referenciais pois, classifica-se o
intervalo entre uma nota e outra,
mesmo que não estejam grafadas as
intermediárias da escala. Conforme
figura ao lado.
PENTAGRAMA 44

8ª Justa
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Os intervalos compostos são aqueles que excedem uma oitava ou mais. Para se formar um intervalo
composto adiciona-se uma oitava ou mais ao intervalo simples, por exemplo:

Ré4

Ré3

PENTAGRAMA 45

2ª Maior

Na figura acima, temos o Dó3 como fundamental, e depois de Ré3 a Ré4 uma oitava, se contarmos a partir
do Dó3 teremos um intervalo de 9ª, para classificá-lo se é Maior, menor ou Justo, retiramos sete notas de
cima para baixo e somamos a partir da fundamental ou seja a nota mais grave, no exemplo acima, temos
de Dó3 a Ré3 uma segunda Maior então teremos de Dó3 até o Ré4 um Intervalo de 9ª Maior. Conforme o
exemplo abaixo em figuras de colcheias:

PENTAGRAMA 46

A mesma regra vai servir para todos os outros intervalos.


Intervalo de 10ªMaior, ou retirando sete notas de cima para baixo, 3ª Maior, em figuras de semicolcheias.

PENTAGRAMA 47

Intervalo de 11ª Justa, ou retirando sete notas de cima para baixo, 4ª Justa, em figuras de fusas.

PENTAGRAMA 48
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Intervalo de 12ª Justa, ou retirando sete notas de cima para baixo, 5ª justa, em figuras de fusas.

PENTAGRAMA 49

Intervalo de 13ª Maior, ou retirando sete notas de cima para baixo, 6ª maior, em figuras de fusas.

PENTAGRAMA 50

Intervalo de 14ª diminuta, ou retirando sete notas de cima para baixo, 7ª diminuta, em figuras de semi fusas.

PENTAGRAMA 51

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - NÃO AVALIATIVO


Escreva uma pequena melodia de no mínimo 3 pautas (pentagramas), em Láb Maior,
com a fórmula de compasso; ternário composto. Você deve utilizar os intervalos de 3ª,
5ª e 8ª ascendente nos cinco primeiros compassos, alternado no meio e descendente
nos cinco últimos compassos, terminando com a fundamental da escala, sendo que a
penúltima nota deverá ser a 5ª nota da escala.

Leve seu caderno para o professor regente avaliar nas aulas presenciais.

Campo Harmônico

Para entendermos o campo harmônico, precisamos conhecer a série harmônica. A série harmônica é o
efeito produzido por um corpo vibrante, ou seja, ao se tocar uma nota, temos o som fundamental, e, os sons
harmônicos que acompanham o som fundamental. O som fundamental, é o mais perceptível aos ouvidos,
embora não seja o único a ressoar.
A série harmônica consiste no conjunto de sons que ocorrem simultaneamente ao som fundamental, cada
nota tem o seu próprio campo harmônico. Abaixo, a série harmônica da nota Dó.
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Sol
Mi PENTAGRAMA 52

Dó central

PENTAGRAMA 53

ARPEJO

Então, temos de Dó 1 à Dó 2 uma 8ª


SAIBA MAIS!
justa.
De Dó 2 à Sol 2 uma 5ª justa. ARPEJO
De Sol 2 à Dó 3 uma 4ª Justa. A sequência de graus, Dó = 1º grau, Mi = 3º grau e Sol
De Dó 3 à Mi 3 uma 3ª Maior. =5º grau, forma o que chamamos de Arpejo, esta sequência
De Mi 3 à Sol 3 uma 3ª menor. pode seguir, descendo ou subindo as oitavas da escala.
De Sol 3 à Si b 3 uma 3ª menor. Denomina-se, Grau a nota, pois o arpejo pode ser
De Si b 3 à Dó 4 uma 2ª Maior. realizado em qualquer escala, também são os intervalos,
De Dó 4 à Ré 4 uma 2ª Maior. de 1ª justa, 3ª Maior ou menor e 5ª justa. Por exemplo, a
De Ré 4 à Mi 4 uma 2ª Maior, e escala de Mi Maior, o Arpejo será: Mi = 1º grau, Sol# = 3º
assim por diante. grau e Si = 5º grau.

Intervalos Harmônicos

Agora, vamos trabalhar com essas relações de terças, maiores e menores para formar as tríades ou acordes,
a música em seu aspecto vertical (harmonia), que chamamos de intervalos harmônicos.
Conforme a terça mais grave, teremos um acorde maior ou menor, sendo que a nota mais grave, a fundamental,
é quem dá o nome ao acorde. Por exemplo, a tríade abaixo, temos no 1º grau da escala, a nota Dó, a tônica (por ser
a nota que dá o nome a escala) e, neste caso, a fundamental do acorde (por ser também a que dá nome ao acorde),
em seguida temos, o 3ºgrau da escala, a nota Mi, e em seguida, o 5º grau da escala, a nota Sol. Observe que estas
notas são as mesmas que compõem o arpejo de Dó Maior, o qual falamos acima no estudo do campo harmônico.

PENTAGRAMA 54
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De Dó a Mi temos 2 tons, ou seja, uma terça maior, e a segunda terça, de Mi a Sol, 1 tom e ½ uma terça
menor, lembrando que Mi é um semitom natural. Este acorde é de Dó Maior, classificado como um acorde
Perfeito Maior, por ter duas terças, uma Maior e uma menor.
Agora, vamos para o 2º grau da escala a nota Ré, a fundamental do acorde (que dá nome ao acorde).
Vamos ver como é que fica este acorde?

PENTAGRAMA 55

Então, temos a tríade, Ré, Fá, Lá.


Observe que de Ré para Fá, temos 1 tom e ½ , isso quer dizer, uma terça menor, e de Fá para Lá temos 2
tons, ou seja, uma terça Maior.
Então, temos um acorde de Ré menor, classificado como um acorde Perfeito menor.
O 3º grau da escala a nota MI (fundamental do acorde) e sua tríade.

PENTAGRAMA 56

Nessa tríade, temos de Mi para Sol, 1 tom e ½, uma terça menor, e de Sol para Si, 2 tons, uma terça Maior,
formando um acorde de Mi menor, classificado como um acorde Perfeito menor.

Abaixo, a tríade a partir da nota Fá, 4º grau da escala, a nossa fundamental para este acorde.

PENTAGRAMA 57

Temos de Fá a Lá, 2 tons, uma terça Maior, de Lá a Dó, 1 tom e ½, uma terça menor, logo um
acorde de Fá Maior, classificado como um acorde Perfeito Maior.

Opa! Chegamos ao acorde de 5º grau, conhecido também como acorde de dominante, mais a frente
estudaremos mais este acorde. Nesse caso, a fundamental é a nota Sol. Vamos à nota Sol.

PENTAGRAMA 58

Nesta tríade, temos 2 tons de Sol a Si, uma terça Maior, e 1 tom e ½, de Si a Ré, pois de Sí,
para Dó é um semitom natural, então temos uma terça menor. Logo, temos um acorde de Sol
Maior, classificado como um acorde Perfeito Maior.
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Chegamos ao 6º grau da escala de Dó Maior, a nota Lá. A nossa nota fundamental do acorde.

PENTAGRAMA 59

Esta tríade fica assim, de Lá a Dó temos 1tom e ½, portanto, uma terça menor, e de Dó a Mi temos 2 tons,
uma terça Maior, formando um acorde de Lá menor, ou seja, um acorde Perfeito menor.

Vamos para a sensível, o 7º grau de nossa escala, a nota Si.

PENTAGRAMA 60

Este acorde tem uma característica muito particular, pois é composto por duas terças menores. Vejamos de
Si a Ré, temos um tom e ½, e de Ré a Fá, mais um tom e ½, o chamado trítono. Então, temos um acorde de Si
Diminuto ou de 5ª diminuta.

DICAS

É o trítono, um som pra lá de dissonante, obtido quando determinadas notas são


tocadas simultaneamente. Esse intervalo musical pode ser obtido a partir de variadas
combinações de notas, mas o resultado é sempre um som carregado de tensão.
O apelido "som do diabo" nasceu ainda na Idade Média, quando ele foi proibido
pela Igreja, que considerava maligna a sua sonoridade desarmônica. Compositores
e músicos que insistissem em tocá-lo corriam até o risco de ir parar na fogueira! "Naquela época, a
música tinha que ter um ideal de pureza. Como o trítono era muito dissonante, acabou sendo chamado
de diabolus in musica, pois iria contra a lei de Deus, que é a lei da harmonia", explica o músico paulista
David Diniz Loubeh. Passado o período das trevas medievais, o trítono foi "absolvido", podendo ser
ouvido hoje em várias canções, como na abertura da música Purple Haze, do roqueiro Jimi Hendrix. Ou,
claro, em qualquer encruzilhadazinha à meia-noite...
(Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-o-som-do-diabo- Acesso em:
05/08/2016)

Agora, vamos ver como fica nossa escala de Dó Maior com todos as suas tríades montadas. Vamos utilizar
a abreviatura PM, para acorde perfeito Maior. Pm, para acorde perfeito menor e 5ªdim, para 5ª diminuta
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PENTAGRAMA 61

PM Pm Pm PM PM Pm 5º Dim
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º grau

Da mesma forma que as escalas possuem uma sequência determinada, as tríades mantêm um padrão para
todas as escalas maiores conforme o grau. Na figura acima, podemos perceber essa sequência, temos o 1º
grau, o 4º grau e o 5º grau, formando acordes perfeitos Maiores. O 2º grau, o 3º grau e o 6º grau, formando
acordes perfeitos menores. O 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º graus são acordes consonantes. O 7º grau, é um acorde
diminuto e, portanto, dissonante.

RELEMBRAR
Podemos distinguir o acorde se é perfeito Maior, ou, perfeito menor, conforme a terça a
partir da nota fundamental, se for uma terça Maior, ele será Maior. Se for uma terça menor,
ele será menor. Se a tríade for composta por duas terças menores, será diminuto.
Acordes Cifrados
As tríades podem ser representadas através de cifras, uma forma muito utilizada para registro de
harmonias em piano e violão. Então, as tríades de nossa escala ficarão representadas da seguinte maneira:

C Dm Em F G Am B (-5) ou B (5 )

PENTAGRAMA 62

PM Pm Pm PM PM Pm 5º Dim
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º grau

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO - NÃO AVALIATIVO


Construa uma melodia com no mínimo 3 pautas, no tom de Ré Maior, em 4/4,
utilizando os intervalos até no máximo de 4ª, sendo que no 1º grau, no 4º grau e no 5º
grau monte as tríades (acordes), cifrando-os acima.

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Revisão do módulo I

Vimos que para a música ser escrita necessitamos do pentagrama, para que possamos registrar as alturas
das notas.

As claves, para definir uma extensão ou tessitura musical adequada à escrita de vozes:
GRAVE MÉDIA AGUDA

Semibreve

Mínima

Semínima

Colcheia

Semicolcheia

Também aprendemos que foram criadas figuras de som para que se pudessem ser registradas as músicas
de forma mais precisa. E que estas figuras se subdividem de forma igual.
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Os compassos servem para dividir e organizar o ritmo da música em tempos iguais, sendo que temos
compassos simples e compostos, também que utilizamos a fórmula de compasso para definir o tempo forte
da música.

PENTAGRAMA 63

As notas musicais são sete, contando mais sete a partir de cada nota, temos as escalas, e que as mesmas
precisam manter a forma de 2 tons, 1 semitom, 3 tons, 1 semitom, para isso, precisamos utilizar os acidentes
ou sinais de alteração: # sustenido ou bemol, sendo que os mesmos são colocados na armadura de clave para
servirem de alteração fixa na música conforme a escala.

PENTAGRAMA 64

Aprendemos que a série harmônica fornece as relações harmônicas entre as notas. Utilizamos como
exemplo o arpejo, quando sobreposto, forma o acorde, que também podemos chamar de tríades.
Também vimos que podemos classificar os intervalos musicais tanto melódicos (sentido horizontal da
música), quanto harmônicos (sentido vertical da música), os mesmos quando sobrepostos em terças formam
acordes maiores ou menores conforme a terça da nota fundamental.
E, por fim, aprendemos que assim como nas escalas maiores que temos uma sequência definida de tons
e semitons, os acordes também mantêm uma sequência definida de acordes Perfeitos Maiores, acordes
perfeitos menores e o acorde diminuto.
Bons estudos e até o próximo conteúdo!
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Referências
HINDEMITH, Paul. Treinamento elementar para músicos. Ricordi, 4ª edição; São Paulo, 1988.
LACERDA, Oswaldo. Compêndio de teoria elementar da música. Ricordi Brasileira. São Paulo, 1967.
MED, Buhomil. Ritmo- 3ª edição ampliada. Musimed; Brasília, 1984.
MED, Buhomil. Teoria da música- 4ª edição ampliada. Musimed; Brasília, 1996.
PRIOLLI, Maria Luiza de Matos. Princípios básicos da Música para a juventude. 1º volume, 48ª edição revisada
e atualizada, Casa Oliveira de Músicas; Rio de Janeiro, 2006.
VASCONSELOS, Yuri. O que é o“som do diabo?”. Mundo Estranho, <http://mundoestranho.abril.com.br/mate-
ria/o-que-e-o-som-do-diabo-> Acesso em: 05/08/2016)

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