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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Ficha Técnica
Título do Livro:
RITMO: LEITURA, PERCEPÇÃO E EXECUÇÃO

Autores:
Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Capa:
Estella Saraiva Longa e Álvaro Fusco

Realização:
Opus 3 | Ensino Musical

opus3ensinomusical.com.br

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

Sumário
Apresentação............................................................................................................................... 4
Como Usar Este Livro ................................................................................................................ 5
Clichês Rítmicos .................................................................................................................. 5
Figuras de Som e Pausas ........................................................................................................... 6
Acidentes e Sinais de Alteração ............................................................................................... 9
Compasso .................................................................................................................................. 11
Contratempo ............................................................................................................................. 16
Ritmos Iniciais........................................................................................................................... 17
Símbolos da Notação Musical ................................................................................................ 18
Andamento (Agógica) ............................................................................................................. 22
Compasso Simples ................................................................................................................... 25
Parte #1: Semibreve, Mínima e Semínima .................................................................... 26
Parte #2: Colcheias ........................................................................................................... 31
Parte #3: Semicolcheias .................................................................................................... 38
Compasso Composto ............................................................................................................... 53
Parte #4: Semibreve, Mínima e Semínima .................................................................... 55
Parte #5: Colcheias ........................................................................................................... 58
Parte #6: Semicolcheias .................................................................................................... 64
Quiálteras .................................................................................................................................. 85
Parte #7: Tercinas.............................................................................................................. 90
Compassos Alternados ............................................................................................................ 93
Parte #8: Compassos 5/4 e 7/4....................................................................................... 95
Para Não Concluir... ................................................................................................................. 99

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Apresentação
Ritmo é movimento.

É o ritmo que nos faz balançar junto com a música.

Se você tem o sangue pulsando nas suas veias, você tem algum ritmo dentro de você.

Mas como tudo nessa vida, precisamos praticar e desenvolver.

Alguns tem muita facilidade.

Outros tem extrema dificuldade.

Mas ao estudar da maneira correta, de preferência com a orientação profissional de um


professor, qualquer pessoa pode desenvolver sua consciência rítmica.

Basta ter paciência, dedicação e perseverança.

Ao seguir precisamente as orientações deste livro, você estará cada vez mais imerso no
maravilhoso universo do ritmo, plenamente consciente de todo o contraste entre as notas
e pausas; tempos e contratempos.

Afinal, do que seria o som sem o silêncio...

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Como Usar Este Livro


Antes de qualquer coisa, é importante deixar claro que este livro foi criado para ser
utilizado pelo estudante com a orientação e acompanhamento de um professor.

Algumas orientações muito importantes para a realização dos solfejos rítmicos:

• Inicialmente, realize os exercícios sem utilizar um instrumento musical. Cante as


sílabas (“tá” ou “cá”, de acordo com a orientação indicada) com a duração exata de
cada nota;

• Não tenha pressa. Escolha uma velocidade lenta e confortável para começar cada
exercício. Só acelere quando o exercício estiver sendo realizado com bastante
tranquilidade;

• A utilização do metrônomo é altamente recomendada, com algumas ressalvas: se


você não tem o hábito ou tem dificuldades com o metrônomo, comece fazendo os
exercícios sem a sua utilização. Neste caso, passe a utilizar o metrônomo quando
estiver realizando os exercícios com bastante tranquilidade;

• Para potencializar o seu aproveitamento, o aluno pode tocar os exercícios no seu


instrumento (somente após solfejar o exercício com tranquilidade);

Clichês Rítmicos
Ao ler um texto, nós não lemos letra por letra, certo?

Quando visualizamos a palavra “música” por exemplo, não lemos uma letra de cada
vez:
M–Ú–S–I–C–A

Nós simplesmente olhamos todas aquelas letras agrupadas e nosso cérebro


instantaneamente as transforma em uma palavra: “música”.

E assim também deve ser a leitura musical.

Ao visualizar uma partitura, não devemos ler uma nota de cada vez.

Devemos nos atentar ao som do clichê, ou seja, o som formado a partir de um


determinado grupo ou combinação de notas.

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Figuras de Som e Pausas


Vamos descobrir agora, como definir a duração das figuras de som e suas pausas.

As figuras de som podem ter até três partes:

Quando a figura está localizada na parte inferior da pauta (até a terceira linha), sua haste
é posicionada para cima. Já quando a figura está localizada na parte superior da pauta (a
partir da terceira linha), sua haste é posicionada para baixo.

Quando a figura está localizada na terceira linha, a haste pode ser posicionada para cima
ou para baixo.

De acordo com Bohumil Med (1996):

“Em música existem sons longos e sons breves. Há também momentos quando se interrompe a
emissão do som: os silêncios. (...) A duração é a maior ou menor quantidade de um som. A relação
entre durações dos sons define o ritmo.”

Há figuras que representam a duração dos sons, assim como existem figuras que
representam a duração dos silêncios (pausas). As figuras que indicam a duração dos
sons também são chamadas de Valores Positivos, enquanto as que indicam a duração
das pausas são chamadas de Valores Negativos. Os valores indicam uma relação
proporcional entre cada figura.

Temos sete figuras de som e de pausas. Para cada figura de som existe uma Pausa
correspondente.

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As colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas podem ser unidas pela Barra de Ligação.
Isto acontece quando há uma sucessão destas figuras de som no pentagrama. Veja a
seguir alguns exemplos:

É importante ter em mente qual é a relação proporcional entre cada uma das figuras de
som e de pausa.

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Podemos observar que a Semibreve é a figura que possui o maior valor de tempo em
relação às outras figuras. Ela corresponde à duas Mínimas.

A Mínima corresponde à metade de uma Semibreve e ao dobro de uma Semínima. O


mesmo ocorre com a Semínima, que corresponde à metade de uma Mínima e ao dobro
de uma Colcheia. O raciocínio se estende para o restante das figuras. Veja na figura a
seguir.

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Acidentes e Sinais de Alteração


No pentagrama, os acidentes e sinais de alteração são indicados antes da nota. Veja a
seguir alguns exemplos.

Quando há mais de um acidente dentro de um mesmo compasso, o último acidente


sempre vai anular o anterior.

Fermata

Tem a função de indicar um prolongamento indefinido da nota. Neste caso, sua duração
ficará a critério do músico.

Pode ser inserida acima ou a seguir da nota.

Veja a seguir um exemplo da Fermata no Pentagrama:

Ponto de Aumento

É um ponto colocado ao lado direito da nota, que faz com que a duração dela aumente
pela sua metade. Podemos tomar como exemplo uma semínima pontuada. Neste caso,
ela terá o valor de 1 tempo e meio, que é o resultado da soma do seu valor (1 tempo) com
a sua metade (½ tempo).

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Ponto de Diminuição

Também conhecido como Staccato (traduzido como destacado), é um ponto colocado


acima ou abaixo da nota. Tem a função de indicar que a nota deve ser “destacada” das
demais, tendo assim, uma curta duração.

Legato

Traduzido para a língua portuguesa como ligado, indica que as notas devem ser tocadas
sucessivamente, sem interrupções entre elas, transmitindo a sensação de um som
contínuo.

Ligadura

É uma linha curva posicionada acima ou a seguir das notas que tem a função de indicar
o Legato.

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Compasso
Ao ouvir uma música, muitas vezes, mesmo que inconscientemente, marcamos o ritmo
dela ao bater os pés. Nesta marcação, as batidas ocorrem em intervalos regulares de
tempo. Ao agruparmos essas batidas em blocos iguais, temos o Compasso.

Sendo assim, por definição, compasso é a divisão da música em trechos menores, que se
repetem de forma padronizada.

Segundo Bohumil Med (1996), “compasso é a divisão de um trecho musical em séries


regulares de tempos; é o agente métrico do ritmo.”

A divisão dos compassos é feita através de uma linha vertical. Esta linha é chamada de
Barra de Compasso ou Travessão.

Para sinalizarmos o final de um trecho da música, ou o fim da música, colocamos o


símbolo Travessão Duplo:

Tipos de Compasso

Os tipos de compasso são representados pela Fórmula de Compasso, que é escrita em


forma de fração no início de cada música.

Para compreender como cada compasso se comporta na prática, precisamos estar atentos
ao significado de cada um dos seguintes elementos:

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• Unidade de Tempos (U.T’s) - é representada pelo numerador da fração.


Corresponde ao número de tempos (batidas) no compasso;

• Unidade de Tempo (U.T) - é representada pelo denominador da fração.


Corresponde a figura de som que ocupa cada tempo do compasso;

• Unidade de Compasso (U.C) - corresponde a figura de som que ocupa o compasso


inteiro. Diferentemente da U.T’s e da U.T, a U.C não vem indicada no pentagrama.

Para facilitar o entendimento da Unidade de Tempo, podemos substituir o denominador


pela figura que simboliza cada tempo do compasso, como veremos a seguir em alguns
exemplos:

Existem diversos tipos de compasso, que são definidos a partir do número de tempos
(batidas ou pulsações) que eles possuem.

Sendo assim, temos o compasso Binário, Ternário e Quaternário.

Para identificarmos o tipo do compasso, devemos encontrar seu tempo forte e os tempos
fracos que se sucedem:

• Quando temos 1 tempo forte seguido de outro tempo fraco (totalizando dois
tempos) dizemos que o compasso é Binário;

• Quando temos 1 tempo forte seguido de 2 tempos fracos (totalizando três tempos)
dizemos que o compasso é Ternário;

• Quando temos 1 tempo forte seguido de 3 tempos fracos (totalizando quatro


tempos) dizemos que o compasso é Quaternário;

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Obs.: o primeiro tempo de qualquer compasso sempre será forte.

Agora, vamos falar um pouco mais sobre cada tipo de compasso.

Compasso Binário

Possui 2 tempos, sendo o primeiro o tempo forte e o segundo, o tempo fraco. Ele pode
ser representado pelas frações:

O compasso binário 2/2 também pode ser representado pelo seguinte símbolo:

O compasso binário é relativamente comum na música popular sendo marcante em


diversos estilos como o samba, por exemplo. Sugerimos a música Flor de Liz, de
composição de Djavan, como exercício para identificar o compasso binário.

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Compasso Ternário

Possui 3 tempos, sendo o primeiro o tempo forte e o segundo e terceiro tempos fracos.
Ele pode ser representado pelas frações:

Para compreender o compasso ternário podemos tomar a valsa como um bom exemplo,
pois nela este tipo de compasso é bem característico. Também encontramos compassos
ternários na música popular. Sugerimos a música Kiss From a Rose, interpretada pelo
Seal, como exercício para identificar o compasso ternário.

Compasso Quaternário

Possui 4 tempos, sendo o primeiro o tempo forte, o segundo tempo fraco, o terceiro
tempo meio forte e o quarto tempo fraco. Ele pode ser representado pelas frações:

O compasso quaternário 4/4 também pode ser representado pelo seguinte símbolo:

O compasso quaternário é o mais comum nas músicas populares. Assim como os outros
ele pode ser encontrado em diversos estilos. Mas para treinarmos este tipo de compasso
o rock é um bom começo, pois trata-se de um ritmo de fácil identificação. Sugerimos a

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música Back in Black da banda AC/DC como exercício para identificar o compasso
quaternário.

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Contratempo
Cada tempo musical pode ser dividido em partes de tempo que se alternam entre partes
fortes e fracas. O contratempo acontece quando as notas são executadas nos tempos
fracos ou nas partes fracas dos tempos do compasso. Desta maneira, os tempos fortes ou
as partes fortes dos tempos serão preenchidas por pausas.

Veja nos exemplos a seguir alguns exemplos de como ocorrem os contratempos:

Obs.: Para facilitar na contagem dos tempos, podemos “chamar” os contratempos de “e”. Desta
maneira, em um compasso binário, por exemplo, contaremos os tempos e contratempos da
seguinte maneira: 1, e, 2, e, 1, e, 2, e, 1, e…
O mesmo raciocínio se estende para todos os outros tipos de compasso.

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Ritmos Iniciais
Nem sempre, o início de uma música (ou trecho musical) acontecerá no primeiro tempo
do compasso. Em muitos casos, a música poderá começar em um tempo fraco ou em
uma parte fraca do tempo. Sendo assim, existem 3 tipos de início para o ritmo musical:

Tético
Ocorre quando a música inicia no primeiro tempo do compasso (tempo forte):

Anacruse
Acontece quando o primeiro compasso não é totalmente preenchido. As pausas não são
utilizadas antes da anacruse:

Acéfalo
Existe quando o início se dá em um tempo fraco ou em uma parte fraca de tempo. Neste
caso, o primeiro compasso se inicia com uma pausa. Para um ritmo ser considerado
acéfalo, suas primeiras notas devem ocupar mais da metade de um compasso binário ou
quaternário, ou mais de dois terços de um compasso ternário:

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Símbolos da Notação Musical


Na notação musical, existem diversos símbolos que nos orientam como devemos
executar cada peça musical. Vamos conhecê-los!

Sinais de repetição
Os sinais de repetição têm a função de indicar trechos da música que se repetem para
evitar a repetição da grafia de notas e compassos. Dentro os sinais de repetição, temos:

Símile

Pode vir de duas maneiras diferentes:

• Utilizada para indicar que o mesmo compasso se repete por uma ou mais vezes.

Veja o exemplo:

• Utilizada para indicar a repetição de dois compassos com notações diferentes.

Veja o exemplo:

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Ritornello

Utilizado para indicar a repetição de um trecho musical, composto de três compassos ou


mais. O Ritornello irá aparecer duas vezes para indicar o trecho a ser repetido:

• Primeiro, ele irá aparecer apontado para o lado direito, indicando o início do trecho
que deve ser repetido.

• Depois, ele irá aparecer apontado para o lado esquerdo, indicando o final do trecho
que deve ser repetido.

Veja a seguir um exemplo de utilização do Ritornello:

Chaves de 1ª e 2ª vez

Em alguns casos nós temos um trecho musical que se repete, porém, a parte final do
trecho não termina da mesma maneira. Nesses casos utilizamos os sinais 1ª vez e 2ª vez
para indicar que a repetição do trecho musical irá ocorrer até o compasso anterior à
marcação da 1ª vez, pulando para o sinal onde está marcado 2ª vez.

Veja a seguir um exemplo de utilização das chaves de 1ª e 2ª vez:

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Da capo (D.C)

É utilizado para indicar a repetição de um trecho musical desde o início da música.

Quando o Da Capo (D.C) aparecer, significa que você deve voltar a tocar desde o início
da partitura.

Obs.: O sinal Fine determina o fim da música. Quando ele aparecer junto com o D.C, iremos
executar a repetição do trecho, e terminaremos a música no Fine.

Segno / Dal Segno (D.S)

Utiliza-se o Segno para indicar repetição de um trecho musical que não seja a partir do
início da música. No início da repetição, deverá aparecer o símbolo do Segno. O final do
trecho a ser repetido, deve ser indicado com o nome Dal Segno, ou sua abreviação, D.S.

Veja o exemplo a seguir:

Coda / Al Coda

Estes sinais são utilizados de forma combinada ao Dal Segno ou Da Capo. Eles aparecem
quando a música se repete a partir de um trecho, porém, ela não repete o trecho inteiro e
pula para uma outra parte com notações diferentes.

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Neste caso, o Segno vem indicado como D.S. al Coda e o Da Capo vem indicado como
D.C. al Coda.

Sendo assim, você deve iniciar a repetição a partir do sinal do Segno, continuar a tocar
até a primeira indicação da Coda, pular para a segunda Coda e seguir em diante.

Veja o exemplo a seguir:

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Andamento (Agógica)
A palavra agógica foi utilizada pela primeira vez em um contexto musical em alemão
(agogik) e tem origem no grego, com significado de ‘guia’, ou ‘condutor’.

Na música esse termo se refere ao andamento, ou seja, a velocidade em que uma peça
musical deve ser executada e às suas variações ao longo da peça. Essa velocidade é
medida em BPMs (Batidas por minuto). Geralmente esse andamento é indicado na
partitura acima da pauta, perto da armadura de clave e da fórmula de compasso.

Veja o exemplo a seguir:

O Andamento da música também pode vir indicado por uma figura rítmica seguida de
um sinal de igual e um número. Neste caso, a figura rítmica indica a U.T. do compasso e
o número indica a quantidade de Batidas por Minuto (BPM) da música.

Veja o exemplo a seguir:

A seguir veremos os tipos de andamento musical e suas respectivas velocidades de


acordo com o metrônomo:

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Tipo Andamento BPM (Metrônomo)


Lento Grave 40
Largo 44 - 48
Lento 50 - 54
Adagio 54 - 58
Larghetto 60 - 63
Médio Andante 63 - 72
Andantino 69–80
Sostenuto 76–84
Moderato 88–92
Allegretto 104–108
Animato 120
Rápido Allegro 132
Vivace 160
Presto 184

Temos também na notação musical, alguns termos que indicam uma alteração no
andamento durante a execução da música:

• accelerando, affretando, stringendo, stretto - utilizados para apressar o


andamento;

• ritardando, ritenuto, allargando, rallentando - utilizados para retardar o


andamento;

• a tempo, tempo primo, lo stesso tempo - utilizados para retornar ao andamento;

• ad libitum, senza tempo, a piacere, coroa (sinal de prolongamento) - utilizados


para suspender o andamento, implicando uma interpretação livre;

• tempo rubato ou, simplesmente, rubato - utilizados para flexibilizar a divisão de


tempo dentro do compasso;

Obs.: Algumas destas indicações podem aparecer na pauta da forma abreviada como por exemplo,
accel. no lugar de accelerando.

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Compasso
Simples

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Compasso Simples
Os Compassos Simples são aqueles em que cada tempo do compasso corresponde a uma
figura de som divisível por 2:

Consequentemente, cada tempo pode continuar sendo subdividido em 4 partes, 8 partes,


16 partes...

Repare que na tabela a seguir que a U.T. (Unidade de Tempo) de cada compasso musical
simples é formada a partir da soma de duas figuras com valores iguais.

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Parte #1
Compasso Simples
Semibreve, Mínima e Semínima

Clichês trabalhados na Parte #1

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Parte #2
Compasso Simples
Colcheias
Clichês trabalhados na Parte #2

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Parte #3
Compasso Simples
Semicolcheias
Clichês trabalhados na Parte #3

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

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Compasso
Composto

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Compasso Composto
Nos Compassos Compostos, cada tempo do compasso corresponde a uma figura de som
divisível por 3:

Consequentemente, neste tipo de compasso as subdivisões do tempo podem continuar


acontecendo, conforme você pode ver na imagem a seguir:

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Sendo assim, nos Compassos Compostos a Unidade de Tempo é uma figura pontuada
divisível por 3:

Compassos Correspondentes
Cada compasso simples tem um compasso composto correspondente e vice-versa.

Vale lembrar que o compasso composto terá sua Unidade de Tempo (U.T) pontuada.

Para converter um compasso simples em composto, devemos multiplicar o numerador


(U.T‟s) por 3 e o denominador (U.T) por 2.

Podemos também converter um compasso composto em simples, fazendo o


procedimento inverso.

Neste caso, devemos dividir o numerador (U.T‟s) por 3 e o denominador (U.T) por 2.

Veja na figura a seguir um exemplo de conversão entre compassos correspondentes:

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Parte #4
Compasso Composto
Semibreve, Mínima e Semínima
Clichês trabalhados na Parte #4

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Parte #5
Compasso Composto
Colcheias
Clichês trabalhados na Parte #5

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Parte #6
Compasso Composto
Semicolcheias
Clichês trabalhados na Parte #6

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Quiálteras

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

Quiálteras
Uma quiáltera ocorre quando temos uma divisão irregular dentro de um ou mais tempos
do compasso.

Mas o que isso significa na prática?

Nos compassos simples, por exemplo, cada tempo pode ser subdividido em duas partes
iguais:

Consequentemente, cada uma dessas partes do tempo pode ser subdividida novamente
e assim por diante:

Desta forma, como você pôde conferir na imagem anterior, cada tempo do compasso
pode ser subdivido em 2, 4, 8, 16, 32 partes…

Ao alterarmos essa subdivisão natural do tempo, temos uma quiáltera.

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Para facilitar seu entendimento, vamos aprender a seguir o tipo de quiáltera mais
recorrente na música: a Tercina.

Tercinas
Muita gente acha que tercina é a divisão de um tempo em 3 partes iguais.

Não podemos dizer que esta afirmação está equivocada, mas o universo das tercinas e
das quiálteras é bem maior do que isso.

Ao colocar 3 notas com a mesma duração, dentro de um tempo que naturalmente


caberiam 2 notas, temos uma quiáltera.

E como essa quiáltera possui 3 notas, damos à ela o nome de Tercina.

Para representar a tercina, devemos colocar o número “3”, indicando que houve uma
quiáltera, ou seja, houve uma alteração na subdivisão natural do tempo.

Outros tipos de Tercina

É importante ter atenção sempre, pois existem algumas formas diferentes de fazer a
tercina.

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

Tercina de Colcheia

A tercina que você acabou de aprender é a tercina de colcheia, pois ela possui 3 colcheias
onde naturalmente caberiam duas.

Tercina de Semínima

Mas também podemos ter uma tercina de semínima, onde temos 3 semínimas onde
naturalmente caberiam 2.

Tercina de Semicolcheia

Podemos também colocar 3 notas na metade do tempo.

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Desta forma, teremos uma tercina de semicolcheia, pois novamente, vamos colocar 3
notas com a mesma duração onde naturalmente caberiam 2.

Ao tocar duas tercinas de semicolcheia, uma logo após a outra, teremos isso:

Esta situação geralmente causa certa confusão na cabeça das pessoas, pois este caso é
muito parecido com a Sextina.

Sextina

Quando tocamos 6 notas dentro de um tempo em que naturalmente caberiam 8, temos


uma sextina.

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

A diferença entre a sextina e duas tercinas de semicolcheia está na acentuação.

Na sextina, a primeira das 6 notas é levemente acentuada.

Quando tocamos duas tercinas de semicolcheia seguidas, devemos acentuar a primeira


nota de cada tercina.

A diferença é realmente muito sutil, mas é importante prestar bastante atenção para a
sua execução estar de acordo com o que está escrito na partitura.

Outras Quiálteras

Neste livro vamos estudar as tercinas, porém é importante que você saiba que o universo
das quiálteras vai além das tercinas e sextinas.

Além delas, podemos ter quiálteras de 5 ou 7 notas de mesma duração em um único


tempo, por exemplo.

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Parte #7
Quiálteras
Tercinas
Clichês trabalhados na Parte #7

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Compassos
Alternados

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Opus 3 | Ensino Musical – Ritmo: Leitura, Percepção e Execução

Parte #8
Compassos Alternados
5/4 e 7/4

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

Compassos Alternados

Os Compassos Alternados, que também podem ser chamados de Compassos Irregulares


são formados pela combinação de pelo menos dois tipos de compassos diferentes.

Os compassos alternados mais conhecidos são os compassos 7/4 (7 tempos) e 5/4 (5


tempos).

Como falamos anteriormente, cada um desses compassos é formado pela união de dois
tipos de compassos diferentes, certo?

Pois é…

É justamente neste ponto que a grande maioria dos músicos se perde na contagem.

Sendo assim, no compasso 7/4, não vamos contar os 7 tempos de uma vez só.

Neste caso, vamos contar 3 + 4 ou 4 + 3.

A grande “sacada” é perceber que não devemos marcar o pulso em cada um dos sete
tempos deste tipo de compasso.

O mesmo princípio vale para o compasso 5/4.

Não vamos contar 5 tempos de uma vez.

Neste caso, contaremos 2 + 3 ou 3 + 2.

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Álvaro Fusco e Gabriel Miguez

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Para Não Concluir...


Para você, o que é tocar bem?

É comum relacionar o “tocar bem” com a quantidade de notas executadas dentro de um


segundo (quanto mais, melhor) e um virtuosismo acima da média.

O “tocar bem” normalmente está associado a solos rápidos, improvisos incríveis (com
muitas notas, de preferência) e acordes bastante incrementados.

É claro que tudo isso é importante e faz parte do universo musical. Porém estes fatores
isolados não fazem uma pessoa tocar bem.

Tocar bem é muito mais do que tocar rápido.

É tirar um som limpo do seu instrumento; saber quando tocar; saber quando não tocar
(isso é até mais importante).

Tocar bem é saber “preencher os espaços” na música sem ocupar o espaço do outro.

E muito mais.

E para tudo isso acontecer, precisamos de um bom ritmo. Sem ele, nada disso é possível.

Ele é o responsável por fazer com que instrumentistas e vocalistas caminhem juntos na
música, em sincronia, sem desavenças.

Ritmo é movimento.

É ele que movimenta a música. É ele que nos movimenta...

Portanto, mantenha sempre os estudos rítmicos em dia: entenda os clichês, escute,


solfeje; tenha sempre a certeza das figuras rítmicas que você está tocando ou cantando;
use e abuse do metrônomo (ele é o seu melhor amigo na música).

Seja persistente.

E para (não) finalizar este assunto, deixamos aqui uma reflexão para você:

De nada adianta tocar a nota certa no momento errado.

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