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Curso Técnico em
Instrumento Musical
Teoria e percepção
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ -‐ FUNECE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
MEDIOTEC
Prof. Hidelbrando dos Santos Soares
Coordenador Geral Pronatec/Funece
Prof. José Nelson Arruda Filho
Coordenador Adjunto do Pronatec/Funece
Profa. Germana Costa Paixão
Coordenadora Pedagógica Adjunta do Pronatec/Funece
Maria Marlene Amâncio Vieira
Assessora de Projeto Pedagógico
Ana Léa Bastos de Lima
Assessora de Projeto Pedagógico
Ana Ignez Belém
Coordenadora da Equipe Psicopedagógica
Eleonora Figueiredo Correia Lucas de Morais
Assessora de Material Didático
Narcélio de Sousa Lopes
Diagramador
Francisco Oliveira
Diagramador
Afonso Odério Nogueira Lima Teócrito Silva Ramos
Coordenador de Área Técnica – Apicultura Coordenador de Área Técnica – Segurança do
Trabalho
Aldemir Freire Moreira
Coordenador de Área Técnica – Contabilidade Magda Regina Correa Rodrigues
Coordenadora de Área Técnica – Agronegócio
Fábio Perdigão Vasconcelos
Coordenador de Área Técnica – Pesca Francisca Gomes Montesuma
Coordenadora de Área Técnica – Gerência em
Marcus Aurélio Maia Saúde
Coordenador de Área Técnica – Comércio
Edna Maria Dantas Guerra
Pablo Garcia da Costa Coordenadora de Área Técnica -‐ Enfermagem
Coordenador de Área Técnica – Instrumento
Musical / Regência
Sumário
Introdução................................................................................................. 5
Parte 1 ...................................................................................................... 7
Apresentação............................................................................................. 9
Capítulo 1 – Ritmo................................................................................... 10
Capítulo 2 – Melodia............................................................................... 16
Capítulo 3 – Percepção harmônica.......................................................... 30
Capítulo 4 – Açoes combinadas............................................................... 34
Capítulo 5 – Improviso e criação musical................................................ 36
Parte 2 ................................................................................................... 39
Apresentação........................................................................................... 41
Capítulo 1 – Aspectos da leitura e escrita rítmica.................................. 43
Capítulo 2 – Percepção melódica............................................................ 47
Capítulo 3 – Percepção harmônica.......................................................... 53
Capítulo 4 – Ações Combinadas.............................................................. 57
Capítulo 5 – Improvisação rítmica e melódica........................................ 58
Parte 3 ................................................................................................... 59
Apresentação........................................................................................... 61
Capítulo 1 – Leituras rítmicas com pausas e ligaduras........................... 62
Capítulo 2 – Leituras melódicas ............................................................. 64
Capítulo 3 – A expressão na música........................................................ 68
Capítulo 4 – Percepção Harmônica......................................................... 70
Capítulo 5 – Criação e improvisos........................................................... 72
Referências.............................................................................................. 73
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Teoria e Percepção
Introdução
Apresentação
Nesta unidade abordamos a teoria musical em cinco partes ou capítulos
separados. No primeiro capítulo, abordaremos o ritmo e suas particularidades.
Primeiro elencamos os conceitos de ritmo, as diferenças entre pulso, metro,
andamento. Em seguida mostramos como se escreve e se lê os ritmos. O
próximo passo é a prática da leitura rítmica que é um dos objetivos principais
deste trabalho.
O capítulo 2 é dedicado à percepção melódica. Abordaremos as alturas
dos sons e sua escrita na partitura. Estudaremos os intervalos que é a relação
de uma nota com outra. Veremos como são formados as escalas maiores
e os empregos dos bemóis e sustenidos. Uma parte é dedicada a testes de
compreensão e a parte final será a prática do solfejo, da leitura de melodias
envolvendo somente segundas e terças, maiores e menores
No capítulo 3, nos debruçaremos sobre a harmonia, a combinação dos
sons formando os acordes. O foco é o acorde de tônica e o conceito de nota
“pedal”.
O quarto capítulo é composto de exercícios com ações combinadas,
com o intuito de desenvolver a coordenação motora e a leitura simultânea a
duas vozes.
O capítulo 5 estimula a capacidade criativa através da improvisação
musical. O aluno é convidado a completar de forma criativa e interativa as
partes que faltam nas sequências rítmicas e melódicas.
Capítulo 1
Ritmo
Ao lado da melodia, da harmonia e do timbre, o ritmo é um dos quatro
elementos básicos da música. O ritmo é a parte mais “orgânica” da música.
Isso porque o ritmo se relaciona com nosso corpo, com nossos batimentos
cardíacos, nossa respiração, nossa marcha. Tudo na vida tem um ritmo. Rit-
mo é a subdivisão do tempo em seções, o agrupamento de sons pela duração
e pela acentuação.
Com ritmo, se organiza o tempo para o estabelecimento de uma pulsação
regular. “No seu sentido mais amplo, ritmo divide o todo em partes”(Schafer).
Na nossa música, o tempo é organizado para estabelecer uma pulsação regu-
lar, e essa pulsação é subdividida em grupos regulares. Em geral são grupos
de duas e três unidades e suas multiplicações em quatro ou seis unidades.
Métrica é essa divisão de uma pulsação em grupos.
Andamento é a velocidade das pulsações.
O ritmo está muito ligado à dança. Desde as épocas mais antigas, a
dança ditou os ritmos regulares relacionados aos movimentos naturais do cor-
po, da marcha, dos saltos. A música clássica e a música popular estão cheias
de ritmos que se originaram nas danças: rondós, minuetos, polcas, valsas,
sambas, xotes e baiões são alguns exemplos destas danças.
No ocidente, os ritmos são bastante regulares: um-dois, um-dois ou
um-dois-três, um-dois-três. Na África e na Europa Central, é comum ritmos
com um-dois, um-dois-três-quatro-cinco, um-dois três. No Brasil, as pulsa-
ções são sempre regulares, mas, dentro delas, ocorrem infinitas variações.
Por exemplo, o um-dois do samba é preenchido com infinitas variações sin-
copadas e acentos.
Quando temos as batidas acentuadas de uma música, em padrões re-
gulares chamamos esse conceito rítmico de metro. As variações do ritmo
do metro, suas subdivisões em sons mais irregulares, como a fala de uma
pessoa, vamos chamar este conceito de fraseado. É o tamborim fazendo as
variações no samba.
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Teoria e Percepção
Os valores
Nesta unidade, vamos estudar os valores rítmicos que correspondem a
•• uma batida ou pulsação;
•• duas batidas;
•• quatro batidas;
•• e a divisão da pulsação ou batida.
A nota que dura quatro batidas é chamada de semibreve. Os nomes
das durações têm uma origem muito antiga, herança da Idade Média quando
se tentou, pela primeira vez, escrever as durações. Naquela época existiam
as notas máxima, longa, brevis e semibrevis1. A notação daquele tempo era
feita em quadrados e losangos. No século XV, adotaram-se as formas das
“bolinhas”, usadas até hoje.
A nota tomada como base é hoje a semibreve. A semibreve se divide
em duas mínimas; a mínima, em duas semínimas; e a semínima, em duas col- 1
Nomes em latim, língua
cheias ou em quatro semicolcheias ou em oito fusas até dezesseis semifusas. erudita da época.
Na França, adotaram-se nomes mais simples, como Redonda (ronde) para a
semibreve, branca (blanche) para a mínima, negra (noire) para a semínima.
Já em inglês é ainda mais simples e autoexplicativo: a nota mais longa é cha-
mada de Cheia (whole-note), a sua metade de Metade (half-note) e a que vale
¼ do tempo cheio de Quarto (quarter-note).
O compasso
A métrica de uma composição musical é indicada pela fórmula de com-
passo. Ela é escrita no início da composição, logo a seguir da clave e da
armadura. É indicada por dois números, um sobre o outro como numa fração:
o número de baixo indica a unidade de medida em relação à semibreve (ou
corresponde à fração da semibreve); o de cima indica o número dessas uni-
dades em cada compasso. Por exemplo: 4/4 indica que existem 4 semínimas
em cada compasso (4 x ¼ da semibreve). Esse compasso é chamado qua-
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Esse sinal foi difundido ternário e pode ser representado simplesmente pela letra C2. O 6/8 indica por
para indicar o compasso
exemplo seis colcheias em cada compasso.
quaternário e é um
remanescente do círculo O agrupamento dos pulsos é dividido, na partitura, por uma barra cha-
interrompido do antigo mada de barra de compasso. Por exemplo, no 4/4, a cada 4 batidas, se
sistema. Quando o C é
escreve uma barra separando os compassos. O primeiro tempo é sempre
cortado, ele significa o
compasso 2/2. o mais forte do compasso. Dependendo da fórmula de compasso de uma
música, o número de batidas por nota varia. Na fórmula de compasso mais
comum que é o 4/4, uma semibreve é segurada, mantida por 4 batidas: uma
mínima, que é a metade da semibreve, dura duas batidas, e uma semínima,
que é metade da mínima dura uma batida. Uma colcheia dura metade de uma
batida (ou seja, numa batida ela é tocada duas vezes).
Outro compasso muito comum é o 2/4 com duas semínimas ou dois
tempos. Chamado também de compasso binário, o primeiro tempo é o mais
forte, e o segundo, mais leve: UM-dois, UM dois. É o compasso das marchas,
polcas, choros e sambas.
Para o compasso de três tempos, usamos o ¾, onde encontramos três semí-
nimas ou uma mínima mais uma semínima. É o compasso do minueto e das valsas.
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Teoria e Percepção
Escrevendo as notas
As notas são feitas de três componentes específicos: a cabeça da nota,
a haste e a bandeira. Todas as notas têm uma cabeça. É a parte redonda de
uma nota. Não é exatamente um círculo, mas uma elipse. Uma haste da nota
é a linha vertical agarrada à sua cabeça. A haste diferencia a mínima da semi-
breve. Ambas são brancas, mas a só a mínima tem uma haste. A haste pode
ser para cima, nas notas mais graves, e para baixo no caso das notas agudas.
A bandeira da nota é a pequena linha curvada que se agarra ao topo da
haste. As colcheias e semicolcheias têm uma bandeira. Mínimas e semínimas
têm haste, mas não têm bandeira.
Teste
Quantas colcheias cabem em uma mínima?
Quantas semínimas cabem em uma semibreve?
Quantas semicolcheias cabem em uma mínima
Quantas semicolcheias cabem em uma semibreve?
Leituras rítmicas
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Teoria e Percepção
Capítulo 2
Melodia
Vamos iniciar a parte que envolve a melodia, que é um dos elementos
essenciais da música, junto com o ritmo, o timbre e a harmonia. Numa melo-
dia, as notas caminham de uma para a outra, formando intervalos melódicos.
É curioso observar que, para se fazer qualquer música, são usadas somente
as sete notas, as famosas dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Mas é verdade que, além
dessas notas, existem mais 5 que são os sustenidos e bemóis. Mesmo assim,
são apenas 12 os sons para formar todas as músicas já compostas no mundo
ocidental.
Altura de um som
É o parâmetro que define se um som é agudo, médio ou grave. Os sons
agudos são os sons altos, e sons baixos são os graves. O que faz um som ser
agudo ou grave é a sua frequência. Quanto maior a frequência, mais agudo
(alto) é o som, e quanto menor a frequência, mais grave (baixo) é o som. Essa
frequência corresponde aos ciclos (oscilações por segundo) da onda sonora. É
importante não confundir altura do som com volume (ou intensidade) do som.
Intervalo
É a distância entre dois sons, ou melhor, entre duas alturas. Qualquer
distância entre duas notas é um intervalo. Os intervalos são contados de for-
ma inclusiva. Por exemplo, da nota dó para a nota ré, temos um intervalo de
segunda; de dó para mi temos uma terça e assim por diante até a sétima, si.
Depois disso, chegamos ao intervalo de oitava em que o nome da nota é re-
petida, mas soa o dobro ou metade das frequências.
Os intervalos podem ser ascendentes ou descendentes, dependendo
da direção melódica entre as notas. Se a melodia parte de um som para outro
mais agudo que este, diz-se que o intervalo é ascendente. Caso o outro som
seja mais grave que o primeiro, diz-se que o intervalo é descendente.
Outra forma de medir as distâncias dos intervalos é a classificação da
quantidade de tons e semitons entre eles. Essa contagem toma como base a
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Teoria e Percepção
Entre dó e ré, existe uma tecla preta, que é o dó sustenido, situado meio
tom acima do dó. Se tomamos o ré como referência, chamamos esta nota
de ré bemol, pois está situada meio tom abaixo do ré. Então, um mesmo som
pode ter dois ou mais nomes, a que chamamos de enarmonia.
Assim, o sustenido é uma alteração ascendente de meio tom da nota
natural. O bemol é a alteração descendente em meio tom da nota natural.
Entre o fá e o mi e entre o si e o dó, não existe tecla preta no piano, pois o
intervalo entre essas notas é de meio tom. O bequadro anula os sustenidos e
bemóis numa passagem musical.
Tipos de intervalos
Os intervalos podem ser classificados como justos, maiores e menores,
aumentados e diminutos
Os intervalos justos são: uníssonos, oitavas, quintas e quartas. Quando
alterados meio tom acima, são chamados de aumentados e meio tom abaixo
são chamados diminutos.
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Uníssono justo
1-5 quinta justa
1-4 quarta justa
1-8 oitava justa
segunda maior
terça maior
1-6 sexta maior
1-7 sétima maior
TESTES
5. Responda:
a) Terça menor de Dó: ______________
b) Sétima menor de Sol: __________________
c) Segunda menor de Ré: ________________________
d) Quinta aumentada de Dó: ______________________
e) Quarta justa (ou quarto grau) de Lá:______________________
f) Quinta diminuta de Si: _________________________________
8) A 7ª maior de Mi é a nota:
a) Dó
b) Dó#
c) Ré#
d) Ré
e) Mi
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Teoria e Percepção
9) A 5ª aumentada de Ré é a nota:
a) Sol#
b) lá#
c) Réb
d) Fá#
e) Fá
O acorde de tônica
O acorde que determina a tonalidade da música é chamado de “acorde
de tônica”. A nota dó é a tônica da tonalidade de dó, é para onde a música
caminha. Nem sempre é o acorde inicial da música, mas sempre é o último, é
onde a música repousa, resolve. É o grau mais importante da tonalidade. Com
a dominante, forma um dos polos da harmonia. Podemos ter uma música
sem a dominante, mas jamais sem a tônica. Algumas músicas começam pela
tônica; já outras começam pela dominante ou por outro grau. Toda música
termina por sua tônica.
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Teoria e Percepção
Sobre a escrita para coro misto a quatro vozes, observe os aspectos a seguir.
A escrita se faz em duas pautas: soprano e contralto se escrevem na
clave de sol, e baixo e tenor na clave de fá. As hastes do baixo e do contralto
se escrevem para baixo, e as do soprano e tenor são para cima.
Apresentação
Anacruse
Quando uma melodia começa no último tempo de um compasso, dá-se
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O contratempo
O contratempo é um som articulado sobre um tempo fraco ou sobre
uma parte fraca de um tempo, mas sem se prolongar sobre o tempo forte. O
tempo forte é, então, ocupado por um silêncio. O contratempo é muito comum
nas fórmulas de acompanhamento.
A síncope
A síncope é a prolongação de um tempo fraco sobre um tempo forte.
Exemplo:
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Teoria e Percepção
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Capítulo 2
Percepção melódica
Neste capítulo, acrescentamos a leitura na clave de fá. Mesmo que seja a
clave das vozes e dos instrumentos graves, qualquer um pode cantar seus sons,
mas, no caso de uma voz aguda, esta vai soar uma oitava acima do som real.
Com a ajuda de um instrumento solfejo, é útil ler primeiro as notas, de-
pois as notas e o ritmos e, por último, as notas com os sons e ritmos.
Atonal
Na prática do solfejo atonal, a intenção é despertar a reflexão para o ou-
vido interior. Procuramos adquirir uma certa independência com relação aos
intervalos. Para iniciar o treino nesse tipo de solfejo, limitamos o foco para as
segundas, maiores e menores, e as quartas justas. Procuramos, assim, seg-
mentar e racionalizar este estudo considerado difícil. Vale lembrar que grande
parte da música desde 1910 até hoje utiliza o atonalismo, algo parecido com
o comunismo na música. Todas as notas têm o mesmo valor, sem uma hierar-
quia, como no sistema tonal.
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O modo mixolídio
O modo maior pode aparecer com o sétimo grau menor. Em vez de
meio tom entre a sensível e a tônica teremos um tom inteiro. É chamado de
modo mixolídio.
Este modo é encontrado em muitas culturas como a húngara, a romena,
a cultura indiana e é bem comum na música tradicional do nosso Nordeste,
nas toadas, nas cantorias, nos baiões e dos xotes. A música de Luiz Gonzaga
e de Humberto Teixeira, por exemplo, é repleta de exemplos de composições
modais em mixolídio. Ouça Algodão, Baião, Juazeiro, Estrada de Canindé,
Xanduzinha, Siridó, por exemplo.
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Teoria e Percepção
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Capítulo 3
Percepção harmônica
Inversões dos acordes
Podemos tocar as notas de um mesmo acorde ordenando-as de di-
ferentes maneiras. São as chamadas inversões. A primeira posição que um
acorde possui é chamada de “posição fundamental”. Tem como nota mais
grave a nota que dá origem ao acorde. Esse é o exemplo que já vimos, em
que o acorde é formado na ordem 1º grau, 3º grau e 5ª grau ou fundamental
mediante e dominante. Um aspecto sonoro importante da posição fundamen-
tal é seu caráter mais definido, conclusivo, perfeito para terminar as músicas.
A 1a inversão ocorre quando começamos o acorde pelo 3o grau, ou
seja, a primeira inversão tem a terça no baixo. Por exemplo: o dó maior in-
vertido fica nesta ordem: mi-sol-dó. É uma sonoridade mais suave, não tão
conclusiva como a posição fundamental.
A segunda inversão tem a quinta no baixo. Por ser a quinta a dominante,
esse acorde é visto como um acorde de dominante, mais do que como um
acorde de tônica.
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pronatec
O acorde de dominante
É o outro pilar da tonalidade. A combinação I-V-I expressa uma tonalida-
de de forma clara. O acorde V expressa a tensão máxima da tonalidade. Na
sua constituição, estão o quarto e o sétimo graus juntos. Pois si só, eles são
uma tensão na tonalidade. O quarto é o grau mais antitônica de todos. A sua
tendência é escorregar para mediante. Em dó, o fá escorrega para o mi, pois
está muito próximo, a meio tom deste. A outra nota é a sensível que está a
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Teoria e Percepção
Apresentação
Nesta última unidade, vamos continuar executando os exercícios de
rítmica envolvendo ligaduras e pausas. Os exercícios são propostos para se-
rem executados com as duas mãos, mas podem ser variados usando pés,
voz, bem como dividindo a turma em dois grupos. No segundo capítulo, per-
cebemos, cantando e solfejando as melodias em modo menor e no modo
dórico. Buscamos trazer temas do cancioneiro popular nordestino repleto de
melodias neste modo dórico. Consagramos um momento para os ditados me-
lódicos a uma e a duas vozes. Na harmonia, estudamos como o acorde IV
se relaciona com a tônica. Seguimos com a prática de ações combinadas e a
prática de improvisação com ênfase em ritmos brasileiros.
Capítulo 1
Leituras rítmicas com
pausas e ligaduras
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Capítulo 2
Leituras melódicas
Melodias no modo menor
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Teoria e Percepção
DITADOS
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Teoria e Percepção
Capítulo 3
A expressão na música
A acentuação: certas notas dentro de uma frase musical devem ser
acentuadas com mais ou menos força, conter uma inflexão particular, como
uma sílaba de uma palavra. Essa acentuação dá relevo a uma frase musical,
deixa o ouvinte mais atento. Empregamos uma série de sinais ou expressões
italianas que vamos mostrar aqui.
A ligadura é escrita sobre uma série de notas diferentes indica que é
necessário ligar as notas entre elas e sustentar o som. Nos instrumentos de
sopro isso se faz mantendo o mesmo sopro por toda a frase e conduzindo
cada nota até a próxima. Nas cordas, o “legato” se faz com o arco, mantendo
a mesma arcada durante a frase.
O ponto colocado sobre a nota indica que a nota será destacada ou
“stacatto” em italiano ou detachê em francês
O sinal >, quando é colocado sobre a nota indica uma acentuação mais
forte seguida de uma diminuição imediata da sonoridade.
Termos de acentuação
Forte piano. . . . . . Fp . . . . . . . . Ataque forte seguido da dinâmica piano
(suave)
Rinforzando. . . . . . . . . . . aumentando o som .
Sforzando. . . . . . . Sfz . . . . . . . . Tocando com mais força subitamente
Staccato . . . . . . . Stacc . . . . . . . Curto, destacado.
Dinâmica. São os diferentes graus de força ou de volume pelos quais
podem passar os sons e as frases. É o que faz o relevo, a expressão, a emo-
ção de uma música. São indicados por termos e sinais que vamos conhecer
agora.
Sinais de dinâmica
< Durante uma parte de frase indica que é necessário aumentar a força
e o volume do som.
> Este sinal indica que é necessário diminuir gradualmente a força e
volume do som.
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Teoria e Percepção
< > Este sinal indica que é necessário aumentar e depois diminuir a
força e volume do som.
Termos de dinâmica
Referências
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Creatif- Bartsoen ASBL, S/D
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Van Dormael, Pierre. Four Principles to undertand musica. Waterloo: Art Public
Publiching, 2008