Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gestão de Pessoas
Gestão
Apoio:
Copyright © 2011, SESI / Universidade Federal Fluminense
M827g
MORAES, Joysi
Gestão de pessoas /Joysi Moraes; Sidinei Rocha de Oliveira.
Organização de Sandra R. H. Mariano. Rio de Janeiro: SESI: UFF,
2011.
168p. - (Coleção Gestão Empreendedora – Educação, 13)
ISBN: 978-85-64113-13-8
José Meyohas
Revisão de linguagem
ii
Federação das Indústrias Federação das Indústrias CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA
do Estado de São Paulo do Estado do Rio de Janeiro INDÚSTRIA - CNI
Roberto de Souza Salles Pró-reitoria de Pesquisa, Curso de MBA Fundação Euclides da Cunha
Reitor Pós-Graduação e inovação Gestão Empreendedora de Apoio institucional à
ProPPi Universidade Federal Fluminense
Sidney Luiz de Matos Mello Sandra Regina Holanda Mariano
Vice-reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega Coordenadora Miriam Assunção de Souza Lepsch
Pró-reitor Presidente
Esther Hermes Lück
Faculdade de Administração, Vice-coordenadora
Ciências Contábeis e turismo
Joysi Moraes
Fernando Augusto Lagoeiro Coordenação de Operações
de Oliveira
Diretor
iii
Apresentação da Coleção MBA Gestão Empreendedora –
Educação
A Coleção MBA Gestão Empreendedora-Educação é composta por 15 volumes que abordam
conteúdos das áreas de Empreendedorismo, Gestão e Educação e se constituem no material didático de
apoio às disciplinas do curso MBA Gestão Empreendedora-Educação da Universidade Federal Fluminense
(UFF). A criação deste curso, em 2009, foi uma proposta do Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias
do Rio de Janeiro), que encontrou na Universidade Federal Fluminense (UFF) as condições ideais para
desenvolvimento conjunto do projeto.
Em 2012, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), por meio do Serviço Social da
Indústria – Departamento Regional São Paulo, SESI-SP, decidiu extender esta formação aos diretores de
escola da rede estadual de educação, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo.
O SESI-SP e a UFF compartilham a visão de que a melhoria da gestão das escolas públicas poderia
contribuir de forma significativa para a elevação da qualidade da Educação brasileira, resultando em
uma melhor aprendizagem dos alunos e contribuindo para uma sociedade com mais oportunidades,
inclusiva e justa.
Esperamos que, ao final do curso e da leitura dos volumes desta coleção, as ideias defendidas por
Darcy Ribeiro, que apregoava a ação e a mudança na sociedade pela realização ou, como ele gostava de
dizer, pelo “fazimento”, contribuam para transformar a escola brasileira em local de desenvolvimento
da cidadania e do conhecimento, conduzido pelas mãos de líderes pedagógicos e administrativos que o
MBA Gestão Empreendedora-Educação se propõe a formar.
v
Apresentação da Disciplina
Como parte do MBA em Gestão Empreendedora, a disciplina Gestão de Pessoas tem como objetivo maior
apresentar aspectos conceituais e práticos das relações humanas nas organizações, com destaque para
algumas das particularidades do universo das instituições educacionais.
O conteúdo da disciplina pode ser dividido em três momentos: introdução e histórico da gestão de
pessoas, sistemas clássicos e sua relação com a estratégia organizacional e elementos de comportamento
organizacional. Esses três módulos evidenciam que a gestão de pessoas é formada por aspectos técnicos e
estratégicos, inseridos num contexto social e político que marca as relações de trabalho da organização.
Na primeira parte, composta pelas Aulas 1 e 2, inicia-se a apresentação dos conceitos de gestão de
pessoas e suas diferentes dimensões de relacionamento com a organização e faz-se um breve histórico
do desenvolvimento da área no Brasil, destacando que a situação atual é resultado da evolução e
profissionalização da área. Na aula de modelos de gestão mostramos que não existe um modo único de
gerenciar, mas sim diferentes propostas que devem ser analisadas e escolhidas pelo gestor.
Na segunda parte, composta pelas Aulas 3, 4 e 5, são apresentados os sistemas de gestão de pessoas,
detalhando os processos de movimentação, avaliação e valorização de pessoal. A avaliação de
desempenho ganha destaque, pois trata-se da base para o reconhecimento e aprimoramento dos
colaboradores envolvidos no processo de melhoria da organização. Na quinta aula, a visão estratégica
busca levantar a necessidade de pensar estes processos relacionando-os com o atual momento da
Educação e com as políticas educacionais de cada Estado ou cidade.
Na terceira parte, tratamos de conceitos que envolvem a dimensão política da gestão de pessoas. São
apresentados os conceitos e as teorias da motivação, cultura e mudança organizacional, apresentando
pontos importantes para a reflexão das práticas cotidianas de gestão de pessoas e a importância da busca
pela compreensão do todo da organização para empreender processos de mudança organizacional.
Esperamos que a leitura seja agradável e produtiva, rendendo reflexões e insights que permitam ampliar
o conhecimento do mundo organizacional de que você participa, onde as pessoas são a base para fazer
a diferença. Foi pensando em fazer essa diferença que esse conteúdo foi elaborado, e contamos com
seu empenho para que juntos consigamos dar a nossa contribuição para a Educação deste nosso
imenso país.
Uma boa leitura a todos.
Sidinei Rocha de Oliveira
vii
Sumário
Gestão de Pessoas
ix
Aula 1 – A área de Recursos Humanos no contexto da organização
Aula 1
A área de Recursos Humanos no contexto
da organização
Meta
• Apresentar os principais conceitos e usos da estratégia.
Objetivos
Após o estudo desta aula, você deverá ser capaz de:
1. identificar os principais aspectos do histórico da área de Recursos
Humanos no Brasil;
2. reconhecer as principais abordagens adotadas na gestão de pessoas;
3. descrever os principais papéis da área de gestão de pessoas;
4. reconhecer o papel do gestor escolar como gestor de pessoas.
Alberto Paroni
“São as pessoas que movem as organizações.”
“A empresa é nada se não considerarmos as pessoas.”
A resposta pode ser vista, ainda hoje, pelo excessivo autoritarismo de alguns
gestores e pela falta de participação dos trabalhadores na organização de suas
tarefas e atividades. Em muitos casos, apesar de estarmos bastante distantes daquele
período, ainda carregamos a força de uma tradição de relações de trabalho que não
foi construída com base na democracia, que se torna um limitador da utilização do
potencial e da criatividade dos trabalhadores na melhoria das práticas de gestão.
Multimídia
A lei de licitações define as normas para a contratação de serviços, compras e locações no âmbito
público federal, estadual ou municipal. Para consultá-la, acesse http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L8666cons.htm.
Multimídia
Para aprofundar sobre esse assunto, sugerimos a leitura das seguintes obras:
Voltando ao nosso passeio histórico, os anos 1930-1940 são marcados pela crise
do café e pela aceleração do processo de industrialização no Brasil. A crise do café
levou à migração massiva de trabalhadores do campo para as cidades em busca
de oportunidades nos setores de serviços e na indústria. Essa nova realidade de
desenvolvimento brasileira passa a exigir mão de obra especializada e, para tal, era
preciso investir na Educação.
∑ Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública. Em 1931, o governo
promulga decretos, organizando o ensino secundário e as universidades
brasileiras, que ainda não existiam.
∑ A Constituição de 1934 é a primeira a estabelecer que a Educação é direito de
todos; cria a Justiça do Trabalho, que passa a ser órgão do Poder Judiciário.
∑ Em 1937, a nova Constituição dá destaque à necessidade de preparação de
um maior contingente de mão de obra para as novas atividades abertas pelo
mercado.
Nesse período, ocorre nas indústrias o início da estruturação das funções de
Recursos Humanos com a delimitação das práticas de recrutamento e seleção. Como
havia excedente de mão de obra, decorrente dos fluxos migratórios, a seleção de
trabalhadores não se estabelece como um avanço para o aprimoramento das práticas,
mas para que se escolham, no grupo de trabalhadores disponíveis, aqueles com as
melhores condições físicas para o trabalho. As condições de trabalho seguem ruins,
não havendo preocupação com o ambiente em que o trabalhador atua. Em função do
grande número de trabalhadores disponíveis, a remuneração é baixa e o treinamento
praticamente inexistente.
Com a reorganização e expansão do Estado, surge uma demanda por habilidades
de gestão que, somada ao crescimento da área de administração no cenário mundial,
contribuiu para o fortalecimento desta no Brasil. A administração pública ingressa
em um período de racionalização, por influência das obras de Taylor e Fayol. O
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), criado em 1938, baseado
na racionalização e no treinamento técnico, serviria como braço administrativo do
governo por meio da profissionalização do serviço público. Esta profissionalização
ocorre através da implantação do ingresso por concurso, o que está pautado na
igualdade e no mérito dos aprovados. Da mesma forma, surgem os primeiros
esforços para a criação de um sistema de promoção na carreira que seja baseado em
aspectos objetivos, segundo o mérito dos funcionários, e não suas relações políticas
ou pessoais.
Multimídia
REORGANIZAÇÃO DO ESTADO
De 1930 a 1942, desenvolve-se o projeto que põe o Estado como um dos principais agentes da política
econômica, sendo responsável por coordenar os caminhos da indústria para o desenvolvimento
do país. Como havia ainda pouca profissionalização na área pública, torna-se necessário melhorar
a qualificação e a forma de trabalho, recorrendo-se às práticas tayloristas, amplamente difundidas
nos Estados Unidos.
Para saber mais, leia o capítulo O Estado-novo: o que trouxe de novo?, de Maria Helena Capelato. In:
“O Brasil republicano”, de Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado. Editora Civilização
Brasileira. Rio de Janeiro, 2003.
Saiba mais
Saiba mais
Saiba mais
A “organização científica do trabalho”, proposta por Taylor, propicia maior racionalização dos
métodos de gestão, de controle e de integração da produção, sendo que:
- A concepção, o planejamento e a gestão do funcionamento do processo de trabalho passam a
ser centralizados nos gestores e nos quadros técnicos, enquanto a execução das tarefas focadas
no processo de produção direta de mercadorias fica a cargo do operariado;
- A seleção dos trabalhadores é pautada por uma escolha “científica”, baseada em critérios de
força, disposição e responsabilidade com o trabalho; o treinamento, individualizado, permitiria
encontrar o trabalhador mais adequado para cada função;
- A seleção e o treinamento adequados visariam a obter um trabalhador mais produtivo, que,
sendo remunerado por sua produção, poderia receber salários mais elevados;
- O controle direto de supervisores sobre a execução das atividades garantiria a manutenção da
realização das atividades de acordo com as regras prescritas.
∑ Nos anos 1940, cresce significativamente a atuação do Estado nas áreas política,
social e econômica, o que marca a fase seguinte. É criado o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio e são instituídas regulações sobre as condições
de trabalho, organização sindical e previdência social.
∑ Em 1942, é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI,
para reforçar a qualificação profissional; em 1946, é regulamentado o Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC.
Multimídia
SENAI
“O SENAI é um dos mais importantes polos nacionais de geração e difusão de conhecimento
aplicado ao desenvolvimento industrial. Parte integrante do Sistema Confederação Nacional da
Indústria - CNI e Federações das Indústrias dos estados. O SENAI apoia 28 áreas industriais por meio
da formação de recursos humanos e da prestação de serviços como assistência ao setor produtivo,
serviços de laboratório, pesquisa aplicada e informação tecnológica. Graças à flexibilidade de sua
estrutura, o SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina. Diretamente
ligados a um Departamento Nacional, 27 Departamentos Regionais levam seus programas,
projetos e atividades a todo o território nacional, oferecendo atendimento adequado às diferentes
necessidades locais e contribuindo para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno
e sustentável do País”. Para saber mais, acesse http://www.senai.br/br/home/index.aspx.
Multimídia
SENAC
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) promove, há mais de 63 anos, o
crescimento profissional e pessoal de milhões de brasileiros por meio de uma ampla programação
de cursos e atividades em 15 áreas de atuação. Para saber mais, acesse http://www.senac.br/.
No final dos anos 1950 e 1960, são instaladas indústrias multinacionais, princi-
palmente nos ramos automobilístico e químico, atraídas por incentivos à instalação,
mão de obra barata e o potencial de consumo do mercado brasileiro, que não era
atendido pelas indústrias nacionais, que tinham uma produção pequena e de baixa
qualidade, se comparada às de outros países. O movimento sindical ganha maior
liberdade por parte do Estado, embora permaneça dependente do Ministério do
Trabalho para funcionar. Com a ampliação do contingente de trabalhadores não
qualificados, o número de sindicalizados reduz-se proporcionalmente aos períodos
anteriores. Em alguns setores, nos quais o segmento industrial já estava consolidado,
os sindicatos assumiram as lutas da categoria por melhores condições de trabalho,
salários e benefícios. No entanto, esse processo ficou em grande parte restrito à região
metropolitana de São Paulo, que concentrava a maior parte das indústrias, e a alguns
segmentos do setor público, como foi o caso dos bancários.
Nos anos 1980, a indústria brasileira passa a sentir os efeitos da crise que
já havia atingido os países capitalistas centrais (Estados Unidos e os da Europa
Ocidental), motivada pela taxa de lucros decrescente e por aspectos ligados à
estrutura macroeconômica brasileira. Na gestão das organizações, para acompanhar
as transformações do ambiente e conseguir maior colaboração das pessoas, são
introduzidas modificações na organização do trabalho, que passam a focar a descrição
e estruturação da empresa por meio dos cargos. Em cada cargo estabelecido, o
trabalhador fica responsável pela execução de um número determinado de tarefas
para as quais deve desenvolver habilidades que incorporem seu planejamento,
coordenação do trabalho dentro do fluxo da produção e resolução dos problemas
encontrados. Um operador de máquina deixa de ser mero executor de suas atividades
e passa a ser alguém que analisa o processo de produção e pode propor mudanças
que melhorem sua forma de trabalho.
A partir dos anos 1990, os fatores econômicos e políticos levam as organizações
brasileiras a buscarem estabelecer um vínculo maior do trabalhador com a empresa,
fazendo com que estes fiquem comprometidos com seu negócio, bem como com o
atingimento de objetivos e metas. Com a busca de um maior comprometimento dos
funcionários, as organizações forçam os indivíduos a se dedicarem integralmente a
elas. Ganha destaque a administração estratégica, e a área de Recursos Humanos
(RH) passa a ser considerada como central nos planos organizacionais. O setor de RH
é incluído na estratégia da empresa, sendo requerido como agente fundamental para
estabelecer a ligação entre o negócio e a estratégia da empresa com os trabalhadores.
Nesse período, há preocupação com o estabelecimento de um comprometimento
real do trabalhador com a organização por meio do alinhamento entre seus objetivos
particulares com as metas empresariais. O antigo discurso da área “preocupada com
as pessoas” cede espaço para o foco no resultado e alcance das metas ligadas ao plano
estratégico da empresa.
Atividade 1
Após a leitura da primeira seção, faça um quadro que sintetize os principais períodos do
desenvolvimento da área de gestão de pessoas no Brasil.
RESPOSTA COMENTADA
Na sua resposta, você deve ter passado pelos diferentes períodos históricos, revendo os fatos que
marcaram o panorama geral do país, pois são esses fatos que servem de moldura para as práticas
de gestão de pessoas que encontramos. Seu quadro poderia ficar semelhante ao apresentado a
seguir:
ARH
Higiene e
Recrutamento Remuneração Segurança no Treinamento
e Seleção Trabalho
Saiba mais
Coaching é um processo de aconselhamento no qual o coach, que é o funcionário responsável por
acompanhar um aprendiz, não fica apenas na delegação das atividades, mas foca a orientação do
processo.
O coach é o indivíduo que trabalha estimulando a pessoa que está sob sua responsabilidade, para
que esta desenvolva capacidades e aprenda técnicas que permitam aprimorar suas habilidades
profissionais e/ou pessoais, segundo os objetivos estabelecidos entre o coach e o aprendiz.
O processo de coaching costuma ter um prazo determinando, pautando-se num plano de ação a
ser estabelecido, a fim de que o orientado direcione seus esforços para alcançar seus objetivos.
Atenção
Na abordagem sistêmico-funcional, a gestão de pessoas baseia-se nas funções clássicas da área
(recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, higiene, segurança no trabalho) para atender
a manutenção do funcionamento da empresa. A execução dessas funções garante que não faltarão
pessoas para a organização e que estas serão preparadas para desempenhar suas atividades. Já sob
o enfoque estratégico, o foco da área está no estudo das competências e do desenvolvimento
do comprometimento dos empregados, para que a empresa alcance seus objetivos. Assim, daria
conta da atração, provimento e retenção de pessoas; do alinhamento, mensuração e remuneração
alinhada à performance da empresa e dos empregados; do controle de investimento em pessoas,
de acordo com a estratégia do negócio.
Atividade 2
Após a leitura das sessões referentes aos papéis de Recursos Humanos e às diferentes abordagens
da área, como você articularia essas duas ideias?
RESPOSTA COMENTADA
Há diferentes possibilidades para construção de resposta, mas devem estar presentes a relação
entre os papéis legal e técnico e a abordagem sistêmico-funcional, pois são relacionados com a
execução e o acompanhamento das mudanças no ambiente externo, com ações reativas. O papel
estratégico se relaciona com as abordagens estratégica e psicossocial. A primeira relação é bastante
clara, e trata-se de ir além da simples reação às mudanças, posicionando-se e buscando criar um
diferencial para a organização a partir de sua estratégia interna. Já a abordagem psicossocial se
relaciona com a estratégica, pois não basta estabelecer objetivos e metas: é preciso reconhecer a
ação dos indivíduos e grupos, para que se possa estimulá-los a alcançar os desafios propostos.
A gestão de pessoas tem por objetivo manter a organização produtiva, eficiente e eficaz a partir da
mobilização adequada das pessoas que dela participam. Assim, cabe à área de gestão de pessoas:
- Atrair pessoas capacitadas ou com potencial para satisfazer os requisitos ocupacionais atuais e/ou
futuros da organização;
- Manter esses indivíduos na empresa durante o tempo que estiverem contribuindo para os resultados
da organização;
- Incentivar os trabalhadores, para que alcancem permanentemente níveis pelo menos satisfatórios
de desempenho.
Para que esses objetivos sejam alcançados, é necessário que a gestão de pessoas
seja, ao mesmo tempo, desenvolvida por um setor específico e incorporada como
responsabilidade de todos os gestores.
Como assim?
Sim, essas são as principais funções da área de gestão de pessoas como um órgão
de suporte aos demais gestores. No entanto, o gerenciamento de pessoas é também
tarefa de todos os gestores da organização.
Gabriella Fabbri
A gestão de pessoas é responsabilidade
de cada gestor, pois são eles que trabalham
diretamente com as equipes. Cada gestor
deve ser reconhecido como um líder de
seu grupo, que estimula para o alcance das
metas, fornece os recursos necessários e
avalia os objetivos alcançados. Além disso,
é responsável por passar para sua equipe as
políticas da organização, orientando sobre
os processos de treinamento, avaliação de
desempenho e carreira.
Assim, cabe a cada gestor:
a) Assumir a responsabilidade para o alcance da estratégia da organização:
conhecer os processos que orientam a área, a estratégia da organização, as
competências que são valorizadas, o sistema de recompensas, etc. A partir daí,
avaliar sua equipe e orientar os superiores sobre as necessidades de adequações,
bem como tomar iniciativa e propor as mudanças necessárias para o alcance
dos objetivos traçados;
b) Identificar e desenvolver talentos: avaliar constantemente as pessoas que estão
sob sua responsabilidade, identificando dificuldades e capacidades diferenciais,
oferecendo capacitação que permita crescimento pessoal e profissional e
os recursos necessários para que tais pessoas executem o seu trabalho. Os
funcionários precisam sentir-se representados e confiar em seu gestor para se
comprometerem com a organização;
c) Ser um agente de mudança: estimular, em seu setor e na empresa como um
todo, a capacidade de adaptação às diferentes condições de mercado, mostrando
para os seus funcionários qual é seu papel na estratégia da empresa, de modo a
que se comprometam com a busca dos objetivos organizacionais. As mudanças
costumam ser fonte de estranhamento e receio nas pessoas; por isso, elas
tendem a resistir e não aceitarem facilmente as novas práticas. O processo de
mudança longo requer esforços, sendo necessários apoio e comprometimento
de todos.
Atividade 3
Nesta aula, apresentamos um quadro bastante amplo da gestão de pessoas a partir dos seus
aspectos históricos mais importantes. Toda a nossa discussão aqui foi feita para pensarmos no
seu trabalho como gestor escolar. Você, certamente, se identificou em alguns momentos, por
reconhecer o seu trabalho nessas práticas apresentadas.
De acordo com tudo que foi discutido nesta aula, identifique, pelo menos, 3 características
semelhantes entre o seu trabalho como gestor em sua escola e os diferentes papéis de Recursos
Humanos (legal, técnico e estratégico) apresentados aqui. Você mudaria alguma atitude sua
diante do seu trabalho de gestão escolar a partir de agora? Por quê?
COMENTÁRIO
A resposta é livre, pois depende da forma de gestão adotada em cada escola. Sugere-se, como
caminho de resposta, que se releia a Atividade 2 e se considerem os diferentes papéis de RH (legal,
técnico e estratégico), identificando como estão presentes nas atividades do gestor escolar. A partir
daí, liste algumas atividades ligadas a cada um desses papéis, apresentando a forma como elas
são realizadas atualmente. A seguir, analise como seria possível modificá-las para que houvesse
melhoria na sua forma de gestão.
Resumindo
Nesta aula, apresentamos o desenvolvimento da área de Recursos Humanos no Brasil, destacando
como elementos sócio-históricos o autoritarismo nas relações de trabalho e a força das leis que
marcaram determinados momentos de nossa história e que ainda influenciam o modo como
ocorrem as práticas nas organizações atuais. Com isso, mostramos a importância de levar em
consideração a evolução econômica e social para melhor compreender a atualidade.
Os diferentes papéis (legal, técnico e estratégico) e abordagens (funcionalista, estratégica e
psicossocial) mostraram a diversidade de aspectos que perpassam a área para a realização de suas
atividades.
Por fim, ressaltamos a importância do reconhecimento da área em duas instâncias: (1) como um
setor especifico, responsável pela estruturação das políticas que norteiam a organização no que
diz respeito às pessoas e (2) como uma atividade que deve ser exercida por todos os gestores.
Bibliografia consultada
BOHLANDER, George. Administração de recursos humanos. São Paulo: Thomson, 2003
DAVEL, Eduardo, VERGARA, Sylvia Constant (Orgs). Gestão com pessoas e subjetividade:
São Paulo: Atlas, 2001
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estra-
tégico. São Paulo: Futura, 2008.
FLEURY, M. T. L.; FICHER, R. M. Relações de trabalho e políticas de gestão: uma história
das questões atuais. Revista de Administração. São Paulo: v.27, n.4, out/dez, 1992.
p. 5-15.
TONELLI, M. J.; LCOMBE, M. B.; CALDAS, M. Desenvolvimento histórico do RH no
Brasil e no mundo. In: BOOG, Gustavo, BOOG, Madalena. Manual de gestão de pessoas
e equipes. Operações. São Paulo: Editora Gente, 2002.