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INDUSTRIAL
http://lattes.cnpq.br/7670391331199061
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA INDUSTRIAL
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! É com muita alegria que apresentamos a você o
livro que fará parte da disciplina de Economia Industrial. Este livro tem como objetivo
introduzir você ao estudo dos principais conceitos utilizados na economia industrial.
Este material é dividido em cinco unidades. Na Unidade I, conheceremos o surgimento
da Economia Industrial e aprenderemos alguns conceitos que serão importantes para
o desenvolvimento da disciplina, como os conceitos de empresa, indústria, mercado,
cadeias e complexos industriais. Vamos aprender, ainda, sobre as relações entre as estru-
turas de custo e as economias de escala e escopo.
Na Unidade II, concentraremos o ensino sobre as estruturas de mercado, de modo a co-
nhecer as características e o comportamento dos mercados nas estruturas de mercado,
como a competição perfeita, o monopólio, a competição monopolística e o oligopólio.
Na Unidade III, iremos aprender sobre as medidas de concentração de mercado parciais,
também chamadas de razões de concentração, sobre as definições a respeito da inova-
ção industrial e dos elementos que compõem o processo. Iremos, também, compreen-
der o que envolve o modelo estrutura-conduta-desempenho.
Na Unidade IV, serão apresentados os conceitos de concorrência real e potencial, e co-
nheceremos os mecanismos utilizados nos mercados como forma de impor barreiras à
entrada de empresas e também os que se constituem em barreiras à saída. A teoria dos
jogos e como são tomadas as decisões estratégicas, assim como a escolha do melhor
resultado, também fazem parte dos estudos desta unidade.
Na última unidade, vamos focar nas formas de defesa da concorrência e como é feita a
regulação econômica, além de conhecermos instrumentos de política industrial e am-
biental e como as atividades econômicas são impactadas em cada uma dessas questões
APRESENTAÇÃO
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
37 Considerações Finais
42 Referências
43 Gabarito
UNIDADE II
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
47 Introdução
53 Modelo de Monopólio
62 Modelos de Oligopólio
66 Considerações Finais
72 Referências
73 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
77 Introdução
78 Medidas de Concentração
91 Considerações Finais
96 Referências
97 Gabarito
UNIDADE IV
101 Introdução
126 Referências
127 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
131 Introdução
153 Referências
154 Gabarito
155 Conclusão
Professora Me. Marieli Vieira
EMPRESA, INDÚSTRIA E
I
UNIDADE
MERCADOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Expor informações sobre o surgimento da Economia Industrial.
■■ Analisar a evolução dos conceitos de empresa e as formas assumidas.
■■ Refletir sobre os conceitos de Indústria e Mercado e as cadeias e
complexos industriais.
■■ Entender a relação existente entre as estruturas de custo e as
economias de escala e escopo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Escopo e história da Economia Industrial
■■ Natureza, objetivos e estrutura da empresa
■■ Conceitos de indústria e mercado e cadeias produtivas
■■ Economias de escala e escopo
15
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você irá conhecer um pouco mais acerca do sur-
gimento da Economia Industrial e alguns conceitos importantes que nos levam
ao seu aprofundamento.
É importante conhecermos os desdobramentos da Economia Industrial por
meio da visão tradicional e alternativa. A abordagem tradicional, trazida pelos
autores neoclássicos, defende que a empresa combina os fatores de produção,
resgatando dos autores clássicos a lei dos rendimentos, que relacionam o cresci-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
16 UNIDADE I
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ESCOPO E HISTÓRIA DA ECONOMIA INDUSTRIAL
dinâmica da criação de riqueza das empresas, que se acredita não resultar do pro-
cesso de minimização de custos, mas da capacidade de inovação. Para os autores
dessa linha, é obrigatório o entendimento da dinâmica dos setores industriais.
Oliver Williamson, que aperfeiçoou a tradição de Ronald Coase, é contri-
buinte desta corrente, pois enfatizou a natureza institucional das empresas e
buscou explicar as implicações sobre os mercados.
ABORDAGEM TRADICIONAL
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todos os possíveis feedbacks entre as três categorias e duas alternativas foram busca-
das: estudos de caso e soluções matemáticas. Ambas infrutíferas. Os estudos de caso
eram muito particulares e pouco generalizáveis, voltando a privilegiar a conduta das
empresas - e sua rivalidade - como a principal variável explicativa do funcionamento
dos mercados, desconsiderando as suas características técnico-administrativas.
Outra falha do paradigma era sua incapacidade de lidar com a existência de
diferenciais de lucratividade entre as empresas em uma mesma indústria, devido
às variações nos tamanhos das empresas. Não tem porque todas as empresas de
uma indústria concentrada partilharem os lucros excessivos de maneira igual.
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Como muitas empresas grandes são diversificadas, foi mais pertinente analisar
as grandes empresas e não mais os mercados (indústrias), o que tornou questio-
nável o objeto de análise do modelo ECD.
O principal questionamento do paradigma foi a endogeneidade: considerando
que cada empresa escolhe seu nível de produção de acordo com os custos, as suas
demanda e expectativas, o preço de mercado e os produtos para uma indústria em
equilíbrio são conjuntamente determinados. Isso implica que o grau de concen-
tração e os lucros são variáveis endogenamente e não exista relação de causalidade
predefinida. Persistindo a endogeneidade, a ideia de concorrência deveria resolver
variáveis mais complexas, e entre estas, estaria a conduta das empresas.
A questão da endogeneidade foi o ponto de partida, no início da década de
70, de uma corrente alternativa fundamentada na teoria dos jogos. Nessa corrente,
a ideia inicial do ECD foi deixada de lado. Formulou-se um comportamento de
equilíbrio das empresas, no qual elas ajustam quantidades, preços e outras vari-
áveis, voltando aos modelos de Cournot, Bertrand, Nash ou outros, ligados, aos
primórdios, à origem das teorias de oligopólio.
Fazendo uma comparação com o modelo ECD, as condições básicas e as
condutas são exógenas na teoria dos jogos, enquanto a estrutura e o desempe-
nho são as variáveis endógenas. As condutas são baseadas em expectativas e
existe a possibilidade de incertezas em relação ao futuro. Apesar das críticas, o
modelo ECD fornece ideias e conceitos, resultados empíricos acerca da estrutura
e do desempenho no mercado, sendo um guia para a ação política por meio das
autoridades regulatórias. Os anos 80, porém, trouxeram questões impossíveis de
serem tratadas pelo modelo ECD, devido à sua fragmentação.
A Abordagem Alternativa
Esta estrutura teórica entende que os agentes agem racionalmente e seu compor-
tamento é considerado dado, maximizam suas funções de preferências, focando
no equilíbrio e excluindo as incertezas. Buscam-se visões evolucionistas do pro-
cesso de concorrência, porém as colocações ainda são muito dispersas.
A preocupação central é a lógica do processo de inovação e seus impac-
tos sobre a atividade econômica. As ideias principais, em torno de instituições,
hábitos, regras e sua evolução, buscam facilitar a análise, ao invés de construir
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cia que depende das características estruturais e das condutas praticadas pelas
empresas, o que também é alvo de debate entre as correntes.
NA ESCOLA NEOCLÁSSICA
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Você lembra o que compõe a definição de curto prazo?
Para Coase (1937), a empresa é vista como um arranjo institucional o qual esta-
belece um vínculo duradouro entre fatores de produção, ou seja, fatores para
assumir a tarefa por tempo indeterminado. Portanto, as empresas podem alo-
car os recursos de duas formas: pelo mercado e hierárquica, sendo a primeira
mais flexível. Porém as duas maneiras podem coexistir, pois apresentam vanta-
gens, como a economia dos custos de transação.
A ineficiência é gerada quando chega ao ponto em que se perde a economia dos
custos de transações pela ineficiência gerencial. Dessa forma, a empresa, para Coase
(1937), é uma hierarquia que economiza custos de transação e deve ser entendida
como um desenvolvimento teórico da abordagem clássica, pois mantém o problema
da alocação de recursos e a análise marginal para obtenção do tamanho ótimo.
• Gerencialistas e Penrose
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adquirindo conhecimento e experiência ao longo do tempo, que irão contribuir
para o trabalho em equipe e fazer com que a trajetória dessa empresa seja única
(o que vai contribuir para que ela tenha o caráter de trabalho em equipe). Em
um ambiente hierárquico e com elaboração de estratégias, destaca-se o capital
humano que adquire a experiência e busca, de forma ampla, o crescimento da
empresa como um todo, abrangendo diversos objetivos.
• A visão neoschumpteriana
ESTRUTURA DA EMPRESA
à linha de produtos gerados, e cada divisão se envolve com uma linha de pro-
dutos. A dificuldade dessa estrutura é que os recursos são distribuídos entre as
divisões por meio da barganha de interesses, o que pode fazer com que se deixe
de prestar atenção às oportunidades oferecidas pelos produtos no seu mercado.
As empresas em formato multidivisional possuem um sistema organizado
de acordo com o produto ou a região geográfica e comportam-se de maneira
individualizada. A empresa diversificada é composta por quase empresas, res-
ponsáveis pelo atendimento de um único mercado.
O formato multidivisional é associado à descentralização produtiva, ou seja,
cada quase empresa atua em um espaço próprio. Associado também à concen-
tração decisória, os recursos dessas quase empresas são alocados de maneira
centralizada. As empresas diversificadas podem se classificar nos seguintes mode-
los organizacionais:
■■ Empresa multiproduto: é aquela que produz vários bens que são vendidos
em mercados diferentes, mas relacionados em sua fabricação, marke-
ting e P&D.
■■ Empresa verticalmente integrada: quando a empresa atua em vários está-
gios da cadeia produtiva, geralmente aproveitando economias de escala
para diminuir os custos de produção.
■■ Conglomerado gerencial: empresa que está em vários mercados pro-
duzindo produtos pouco relacionados entre si. Caracterizada pela
capacitação empresarial em comum.
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CONCEITOS DE INDÚSTRIA E MERCADO E CADEIAS
PRODUTIVAS
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vá se espalhar de maneira uniforme. Se isso acontecesse, as cadeias produtivas
seriam agregadas em blocos, de forma que o valor médio das compras e vendas
entre setores de um bloco seja maior que esse valor em outros blocos. Esses blo-
cos são chamados de complexos industriais.
Você lembra quais custos de uma empresa se classificam dentro dos custos
fixos?
A diferenciação entre custos fixos e variáveis só faz sentido no curto prazo, visto
que, no longo prazo, todos os custos são ajustáveis. Os custos totais envolvem a
soma dos custos fixos e variáveis, portanto, quando a produção cresce, a variação
nos custos totais é correspondente ao aumento ocasionado nos custos variáveis.
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produzida.
■■ CFMe é a divisão do custo fixo pela quantidade produzida.
C(q) CMe
CMg
CVMe
CFMe
q1 q2
Quantidade
Figura 1 - Curvas de custo
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
C(q)
CMeLP
q EME Quantidade
Figura 2 - Curva de custo médio de longo prazo
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
Alguns autores defendem, ainda, que a curva CMeLP tem formato de L, pois
argumenta-se que as deseconomias de escala geradas pelas ineficiências podem ser
evitadas com a implantação de métodos modernos de gerência. Mesmo que essas
deseconomias aparecessem, elas não seriam significantes se comparadas às economias.
C(q)
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CMeLP
q EME Quantidade
C(q)
CMeLP
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q1 q2 Quantidade
Figura 4 - Curva de custo médio de longo prazo com segmento horizontal
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
Apesar de não haver consenso, razões empíricas nos fazem acreditar que os cus-
tos médios de longo prazo são decrescentes e que chega um momento em que
as economias de escala se esgotam.
As economias de escala estão associadas a dois tipos de fontes, são elas: eco-
nomias de escala reais e economias de escala pecuniárias. As economias de escala
são reais se o fator explicativo é a redução de fatores produtivos quando a pro-
dução aumenta. São consideradas pecuniárias quando o fator explicativo é uma
redução no preço do insumo.
Analisaremos as fontes de economias de escala reais, que se dividem em
estáticas e dinâmicas.
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■■ Indivisibilidade técnica: ao nível de planta produtiva - nem sempre é pos-
sível obter máquinas e equipamentos do tamanho exato para produzir a
quantidade necessária. Uma futura expansão pode ser realizada com a
utilização dos equipamentos abaixo da sua capacidade total e, assim, os
retornos de escala podem ser obtidos com o esgotamento da capacida-
des desses equipamentos.
■■ Economias geométricas: ao nível de planta produtiva - esta economia de
escala cresce decorrente da expansão do tamanho individual das unida-
des processadoras, pois o produto tende a ser proporcional ao volume da
unidade enquanto os custos são proporcionais à superfície.
■■ Economias relacionadas à lei dos grandes números: ao nível da planta
produtiva - em caso de aumentos da planta produtiva e aumento da quan-
tidade das máquinas, menores serão o pessoal necessário e o estoque de
peças para manter o nível de atividade produtiva. Isto é, a possibilidade
de problemas técnicos cresce menos que proporcionalmente em relação
ao crescimento do maquinário.
■■ Economias de reinício - set up: esta economia de escala é gerada com a uti-
lização de máquinas que atuam na produção de diversas etapas do produto
final. Essas máquinas, após o encerramento de uma das etapas, devem ser
reiniciadas para que possam produzir a próxima etapa. Quanto maior a
produção, em maior tempo a máquina poderá trabalhar na mesma regu-
lagem, o que irá reduzir os custos do tempo perdido com a reinicialização.
■■ Economias de aprendizado: quando um novo produto ou processo começa
a ser produzido começa, também, o processo de aprendizagem, que é mais
lento no início e se desenvolve conforme a prática e deixa os trabalhado-
res mais habilidosos. Portanto, o custo médio do aprendizado diminui
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ECONOMIAS DE ESCOPO
Até este momento, foram consideradas apenas empresas limitadas por uma
única planta. Porém, empresas líderes costumam possuir mais de uma planta, e
transnacionais são exemplos de empresas que operam nos sistemas multiplantas.
Faz sentido supor que essas empresas operem com várias plantas esperando
obter a vantagem da economia de escala que não seria possível obter somente
por meio de uma planta. As razões para atuação podem ser as seguintes:
■■ Economias de duplicação: derivada da possível adição de capacidade pro-
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dutiva com o passar do tempo, pois a empresa deve se ajustar à demanda.
■■ Custo de transporte: a operação multiplanta seria uma maneira da empresa
diminuir os custos de transporte associados à sua operação no mercado.
■■ Alcance de especialização ao nível das multiplantas: alcançando a espe-
cialização nas multiplantas, a empresa é capaz de obter maior segurança
quanto à variação das suas receitas e reduzir os custos de reinício das
máquinas que operam em regulagens diferentes.
■■ Flexibilização da operação: a maior flexibilidade na operação pode redu-
zir os custos quando comparados à operação em uma única planta.
DESECONOMIAS DE ESCALA
Existem razões para acreditar que as economias de escala não se mantêm inde-
finidamente, chegando ao ponto em que a empresa vai enfrentar deseconomias,
que podem ser causadas, basicamente, por dois fatores:
■■ Custos de transporte: para evitar o aumento dos custos de transporte,
a empresa pode se limitar a uma única planta, pois se as vendas cresce-
rem muito, será muito maior a necessidade de alcançar os consumidores.
■■ Deseconomias gerenciais: uma decaída na eficiência da gerência pode-
ria fazer com que a empresa tenha deseconomias gerenciais, podendo ser
causada pelo fato de que depois que a empresa atinge o tamanho ótimo, a
gerência perde o controle sobre as decisões, ou mesmo pela insegurança
quanto ao comportamento da demanda e dos competidores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Considerações Finais
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Material Complementar
REFERÊNCIAS
1. b.
2. Diz-se que as empresas em formato unitário organizam-se para serem funcio-
nais, compostas por divisões com características particulares que são prioriza-
das em relação à linha de produtos gerados e cada divisão se envolve com uma
linha de produtos. Já para as empresas em formato multidivisional, significa que
possuem um sistema organizado de acordo com o produto ou região geográfica
e comportam-se de maneira individual. Responsáveis pelo atendimento de um
único mercado, as empresas nesse formato são associadas à descentralização
produtiva, ou seja, cada uma atua em um espaço próprio.
3. Um exemplo real de empresa multiproduto é a multinacional Unilever. A Unile-
ver atua em setores como alimentação, higiene e beleza.
4. As economias de escala podem ser reais e pecuniárias. As economias de esca-
la são reais se o fator explicativo é a redução de fatores produtivos quando a
produção aumenta, e pecuniárias quando o fator explicativo é uma redução no
preço do insumo. As economias de escala reais se dividem em estáticas e dinâ-
micas. As primeiras relacionam o custo médio de longo prazo com a quantidade
produzida sem considerar o processo ao longo do tempo, enquanto as segundas
relacionam o custo médio de longo prazo incorporando a variação com o passar
do tempo.
5. Cadeias produtivas são as etapas seguidas que compreendem a transformação
do insumo até este se constituir em produto final. Com o aumento da divisão
do trabalho e da dependência entre os agentes econômicos, surgiu o processo
de especialização e foram criadas as cadeias produtivas. Um exemplo é a cadeia
produtiva da roupa, que envolve desde a produção do algodão para confecção
do tecido, passando pelas costureiras, confecção das etiquetas, produção das
embalagens nas quais serão entregues, transportadoras, lojas em que são ven-
didas, marketing utilizado para sua comercialização. Um único produto final en-
volve diversas etapas produtivas.
Professora Me. Marieli Vieira
MODELOS DE
II
UNIDADE
CONCORRÊNCIA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Analisar os pontos principais do modelo de competição perfeita.
■■ Abordar o comportamento de monopólio e o comportamento
monopolista.
■■ Definir os conceitos para descrição e análise da concorrência
industrial.
■■ Introduzir conceitos fundamentais acerca dos modelos de
concorrência em oligopólio.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Modelo de competição perfeita
■■ Modelo de monopólio
■■ Modelo de competição monopolística
■■ Modelos de oligopólio
47
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
48 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MODELO DE COMPETIÇÃO PERFEITA
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
49
quando produzem a quantidade que maximiza o seu lucro. Para saber o ponto da pro-
dução em que o lucro é maximizado, é preciso derivar a curva de oferta e demanda.
Nesse modelo de mercado, a curva de demanda é horizontal ao preço de
mercado - se a empresa fixar um preço maior que aquele do mercado, não irá
vender, e se fixar um preço menor que o de mercado, a limitação da quantidade
de produção fará com que não obtenha vantagens nesta conduta. Dessa forma,
a empresa é tomadora de preços.
CURTO PRAZO
O custo total (CT) e o custo médio (CMe) refletem a diferença nas condições
de curto e longo prazo. No curto prazo, a função de produção reflete a condi-
ção de operação pelas proporções variáveis, o que garante que exista um nível
de produção além do qual a função de produção opera sob o impacto de retor-
nos dos fatores variáveis.
A função de produção no curto prazo é a seguinte:
y f x1 , k
Onde:
y = quantidade produzida.
x1= quantidade do fator de produção 1.
k = fator de produção fixo.
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Custo Marginal (CMg) = CT / y w1 x1 K / y
p= preço de mercado
2 RT / y 2 y 2 CT / y 2 2 CT / y 2 0
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
51
LONGO PRAZO
No longo prazo, a empresa pode escolher produzir no ponto onde o custo médio
seja mínimo, que será igual ao preço. No longo prazo, as empresas vão ter lucros
normais, ou iguais a zero, se obtiverem lucros extraordinários, novas empresas
serão incentivadas a entrar no mercado, o que vai fazer com que a expectativa
dos lucros voltem a ser normais. Caso obtenham prejuízos no longo prazo, algu-
mas empresas sairão do mercado, de forma que esta se estabilize no lucro zero.
A função de oferta de longo prazo mede a produção ótima, e a diferença
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ O lucro das empresas é normal.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
53
MODELO DE MONOPÓLIO
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Modelo de Monopólio
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O EQUILÍBRIO DE MONOPÓLIO
Esse modelo supõe que apenas uma empresa domine o mercado, de forma que a
demanda de mercado é igual à demanda da empresa. O monopólio, por ser a única
opção do comprador, tem o poder de determinar o preço de mercado. Esse poder
permite que o monopolista obtenha lucros extraordinários, um markup (percentual
do preço do produto acima dos custos de produção e distribuição) sobre os custos.
A fórmula de fixação de preços de mercado do monopolista depende do
custo marginal (CMg) e da elasticidade-preço da demanda (εd):
p CMg / 1 1 / d
Sabendo que a receita marginal (RMg) é igual a:
RMg p y p / y
RMg p 1 1 / d p 1 1 / l d l
p CMg / 1 1 / l d l
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
55
de custo médio mínimo. Quando o mercado for grande, o monopolista vai con-
siderar aumentar a sua planta, de maneira que seja possível atender a uma parte
maior desse mercado, a depender do tamanho deste. Se operar com a mesma
planta, acima da capacidade, o monopolista irá incorrer em custos mais altos.
De forma resumida, não existe concorrência que obrigue o monopolista a
operar no ponto ótimo, e se ele o fizer, nada garante que ele abra mão do lucro
extraordinário. Por este motivo que o lucro do monopolista vai ser sempre maior
que o das empresas na concorrência perfeita.
A INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO
Modelo de Monopólio
56 UNIDADE II
Discriminação de preços
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que um consumidor está disposto a pagar.
2º grau: o monopolista vende a preços diferentes de acordo com as quantidades
compradas pelos consumidores, ou seja, o preço depende da quantidade.
3º grau: o monopolista vende o produto a preços diferentes de acordo com
o grupo de compradores, e todos os integrantes que se encaixam neste
grupo pagam o mesmo preço.
Esta última é a forma mais comum, que podemos ver sendo aplicadas a idosos
ou estudantes, por exemplo. O monopolista estabelece preços mais altos nos
mercados com menor elasticidade e preços mais baixos nos mercados menos
sensíveis a preços. Dessa forma, o lucro geral é maximizado.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
57
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIFERENCIAÇÃO DE PRODUTOS
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
59
MODELOS LOCACIONAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
consumir os produtos das empresas que estiverem mais perto das suas residências,
sendo aqueles que ficam entre as duas empresas indiferentes entre uma e outra.
O gráfico a seguir representa a situação inicial, em que as empresas se
localizam nos pontos extremos e buscam se encaminhar ao centro da cidade,
aumentando a participação de mercado.
a b c d
Empresa 1 i Empresa 2
Figura 1 - Situação inicial modelo da cidade linear
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
61
Desenvolvido por Salop, em 1979, este modelo analisa a localização das empre-
sas e também os efeitos da entrada de novas empresas na indústria, buscando
verificar se o número de variedades geradas pelas empresas é socialmente ótimo.
Esse modelo analisa a localização das empresas e a entrada de novas no mer-
cado, considerando um espaço circular, de forma que, inicialmente, não existem
vantagens de localização entre as empresas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Empresa
Empresa Empresa
n 1/n 1 1/n 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MODELOS DE OLIGOPÓLIO
A realidade dos mercados é que, com frequência, são compostos por um grande
número de vendedores, com alguma influência sobre o preço, situação que conhe-
cemos por oligopólio.
As variáveis de decisão dos produtores são as quantidades (q) e os preços
(p). As decisões de um produtor individual são tomadas considerando as infor-
mações que ele tem dos outros produtores e considerando as reações que os
outros produtores irão ter.
Existem diversas interações estratégicas que podem ocorrer entre essas ações
individuais dos produtores. As reações dos produtores rivais em relação à ação
de um produtor individual são chamadas variações conjecturais. Quando os pro-
dutores atuam em um mercado de produtos homogêneos, a variação conjectural
pode ser medida da seguinte forma:
dQ
v1 =
dqi
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
63
MODELO DE STACKELBERG
Modelos de Oligopólio
64 UNIDADE II
REGIME DE COURNOT
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
,para cada expectativa sobre a produção das empresas concorrentes (2), existirá
uma escolha ótima por parte da empresa 1:
y1 f1 y2e
Esta equação nos diz que a escolha ótima da empresa 1 é uma função da expectativa
de produção esperada da empresa 2. Devemos procurar, então, um equilíbrio das
previsões, em que cada empresa verifica que as suas crenças sobre a outra são verda-
deiras. A esta combinação de níveis de produção chamamos de equilíbrio de Cournot.
As equações a seguir são utilizadas para encontrarmos o nível de produção
ótimo da empresa 1 e da empresa 2:
y1* f1 y2*
y2* f1 y1*
REGIME DE BERTRAND
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
65
produto a qualquer preço (p) menor que o custo marginal da segunda empresa
mais eficiente do mercado: ct ≤ p < cj. O produtor i maximizará o seu lucro.
Em casos em que as empresas produzem produtos heterogêneos, a varia-
ção no preço do produto j, antecipada pelo produtor i, será igual a zero quando
este altera o seu preço. Portanto, o equilíbrio se dará em qualquer inclinação das
curvas de reação.
O regime de Cournot e o regime de Bertrand têm um aspecto em comum:
os lucros obtidos serão maiores quanto menores forem as elasticidades-preço
das demandas residuais pelos bens.
Esses modelos podem deixar de fazer sentido quando as empresas se unem para
formar conluio ou cartel. Quando as empresas se unem para escolher a produção
que maximiza os lucros totais da indústria e dividem os lucros entre si, formam
um conluio. O cartel corresponde ao ato de se unirem para tentarem fixar pre-
ços e produção de forma a maximizar os lucros do setor.
Obrigada por me acompanhar em mais uma unidade. Bons estudos e até a
próxima!
Modelos de Oligopólio
66 UNIDADE II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de mercado e perfeita mobilidade de fatores entre as empresas.
Outra estrutura de mercado que passamos a conhecer é o monopólio, modelo
que possui quatro condições básicas: a existência de um único produtor; o fato
de o produto não ter substitutos próximos; a existência de barreiras à entrada por
parte da empresa que domina esse mercado; e, da mesma forma que as empre-
sas na competição perfeita, a empresa de monopólio busca a maximização de
lucros. Neste tópico, aprendemos, também, que o monopólio pode causar inefi-
ciências no mercado, levando o consumidor a ter um gasto maior.
A competição monopolística corresponde ao modelo desenvolvido por meio
das críticas aos dois modelos neoclássicos, vistos anteriormente. Esse modelo
prevê a livre circulação de empresas no mercado e uma demanda negativamente
inclinada, formato com influência da diferenciação dos produtos. Considera-se
que as empresas podem obter lucros econômicos positivos no longo prazo por
meio da diferenciação de produtos, que faz com que as empresas tenham algum
poder de mercado e possam elevar seu preço acima do custo marginal.
Finalmente, o modelo de oligopólio traz uma versão mais realista dos mer-
cados, onde existem muitos vendedores e estes possuem algum poder sobre os
preços. Devido aos produtos que compõem o mercado serem heterogêneos, a
forma de competição dos produtores é por meio de preços e quantidades, e tudo
depende de quem toma a decisão primeiro e das reações das concorrentes.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
67
petição perfeita. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmativas sobre
essa estrutura de mercado:
(( ) A principal característica da competição monopolística é a diferenciação
de produtos.
(( ) As empresas em competição monopolística maximizam seus lucros no
ponto onde a receita marginal é igual ao custo marginal.
(( ) Nessa estrutura de mercado, as empresas não possuem lucros no longo
prazo, de forma que o mercado permanece em equilíbrio no longo prazo.
Assinale a alternativa que corresponde à ordem correta das sentenças:
a) V, F, F.
b) F, F, V.
c) V, V, F.
d) F, V, F.
e) Nenhum das alternativas anteriores está correta.
4. O oligopólio é a estrutura de mercado composta por empresas que possuem
uma certa influência sobre os preços. Existem duas variáveis de decisão dos
produtores que fazem parte de um oligopólio. Quais são elas e o que é consi-
derado para que essas escolhas sejam feitas?
5. O modelo de competição monopolística foi criado a partir da insatisfação com
os modelos de monopólio e concorrência perfeita. Quais foram as críticas que
levaram à criação desse novo modelo?
69
Vimos que a presença de regulação por parte do governo pode exercer vários papéis.
Um deles é desenvolver mecanismos que incentivem a eficiência das empresas presta-
doras de serviço para que os recursos possam ser canalizados para a expansão da in-
fraestrutura. Vamos ver algumas formas de regulação dos serviços públicos oferecidos
pelas empresas monopolistas.
Formas de regulação
As empresas monopolistas de serviços públicos apresentam dois tipos de regulação: estru-
tural e de condutas. A regulação estrutural aborda as condições de entrada e de saída das
firmas nos setores regulados e as medidas para separação vertical de segmentos da presta-
ção dos serviços (PINHEIRO; SADDI, 2005). Na separação vertical, o processo de produção de
bens e serviços é segmentado em várias etapas, o que permite a atuação de várias empresas
nas diferentes fases da cadeia produtiva (JOURAVLEV, 2001a). Já a de condutas regula o com-
portamento das empresas dentro do mercado e engloba preços, qualidade e investimentos
(JOURAVLEV, 2001b). Como cada setor da infraestrutura apresenta estágios diferentes de
desenvolvimento tecnológico e características específicas quanto ao nível de competição
em alguns segmentos da prestação dos serviços, os papéis da regulação estrutural e de con-
dutas assumem configurações variadas para cada setor. Por exemplo, na energia, a cadeia
produtiva é dividida em geração, transmissão e distribuição. Essa condição de desverticaliza-
ção permite que na geração várias empresas, inclusive com diferentes matrizes energéticas,
concorram para ofertar energia aos distribuidores. Assim, nessa área, assume um papel rele-
vante a regulação estrutural que define as condições de participação das firmas no mercado
de produção de energia. No entanto, o segmento final desse setor, a distribuição, é mono-
pólio natural, onde a regulação de condutas é necessária para simular competição e corrigir
falhas de mercado. Ao mesmo tempo, no saneamento básico, as características do setor não
permitem competição, seja pela inviabilidade econômica da desverticalização da prestação
dos serviços, seja pela falta de mudanças no padrão tecnológico. Há também outros fatores
que dificultam a desagregação do saneamento básico, como a geração de economias de
escopo em função da verticalização do setor e a dificuldade de tarifação das diversas etapas
da produção (JOURAVLEV, 2004).
Já para o setor de telecomunicações, a tecnologia viabiliza a competição das empresas
para operação dos serviços. Nesse caso, a concorrência originou-se da dinâmica da evo-
lução tecnológica e impõe participação efetiva da regulação estrutural nas condições de
acesso das empresas ao mercado. De acordo com Jouravlev (2003), a diferença entre o
saneamento básico e os setores de telecomunicações e energia, é que a regulação deve
se estender a todos os segmentos da prestação dos serviços, em virtude da dificuldade
de competição nesses segmentos. Quanto à regulação de condutas, a fixação de preços
é a mais relevante, pois interfere diretamente nas condições econômico-financeiras dos
serviços regulados. Independentemente do método adotado para regulação de preços,
as atividades necessárias para determinação de custos e valoração de ativos são com-
plexas e exigem elevada expertise dos reguladores. No Brasil, o principal mecanismo
de precificação utilizado é o da taxa de retorno, adotado desde a edição do Decreto nº
70
24.643, de 10 de julho de 1934, que instituiu o Código das Águas (BRASIL, 1934). Com
efeito, a principal crítica a esse método diz respeito à possibilidade de sobreinvestimen-
to, o que geraria desincentivos para a busca de eficiência pelos prestadores de serviços.
Já a regulação da qualidade tem como objetivo fixar condições e parâmetros para a
qualidade dos produtos e serviços prestados e, também, verificar o cumprimento dessas
disposições. Especificamente em relação aos setores da infraestrutura, a regulação da
qualidade dos serviços públicos exige mecanismos diretos e indiretos para acompanha-
mento dos parâmetros e indicadores regulados, que demandam recursos humanos e
custos elevados.
De acordo com Jouravlev (2001b), as regulações de preço e de qualidade são interde-
pendentes, pois uma redução da qualidade equivale a um aumento de preços. Entre-
tanto, essa abordagem não tem sido compreendida pelos reguladores, provavelmente
em decorrência da complexidade da análise da regulação da qualidade com métodos
de regulação de preços.
Fonte: Júnior (2009).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
72
REFERÊNCIAS
1. d.
2. a.
3. c.
4. As variáveis de decisão dos produtores são as quantidades (q) e os preços (p). As
decisões de um produtor individual são tomadas considerando as informações
que ele tem dos outros produtores e considerando as reações que os outros pro-
dutores irão ter.
5. As críticas que deram origem ao modelo de competição monopolística são: o
modelo de competição perfeita não explicava vários fatos da realidade; a hipóte-
se do produto homogêneo não se encaixava, pois as empresas se utilizavam de
diversas outras formas de fidelizar os consumidores, como marketing e técnicas
de vendas; e as empresas expandiam sua produção por meio dos retornos cres-
centes de escala, ao contrário do que indicava o modelo de competição perfeita.
Professora Me. Marieli Vieira
O PARADIGMA ESTRUTURA-
III
UNIDADE
CONDUTA-DESEMPENHO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Introduzir as principais medidas de concentração e os méritos
relativos.
■■ Apresentar as principais definições sobre inovação industrial e os
elementos deste processo.
■■ Entender o modelo estrutura-conduta e desempenho.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Medidas de concentração
■■ Estrutura industrial e inovação
■■ Estrutura, conduta e desempenho
77
INTRODUÇÃO
Introdução
78 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
79
Maior poder de mercado faz com que, devido a maior concentração da pro-
dução, sejam causadas desigualdades na repartição de mercado. Porém maiores
desigualdades na participação do mercado podem também causar a existência
de concentração industrial.
As medidas de concentração podem ser classificadas como parciais ou sumá-
rias, ou como positivas ou normativas. As medidas de concentração parciais não
utilizam dados da totalidade das empresas que atuam na indústria, enquanto as
sumárias requerem dados de todas as empresas em operação. As medidas de
contração positivas dependem da estrutura aparente do mercado e não do com-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Medidas de Concentração
80 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pelo índice reduza ou aumente.
Índice de entropia de Theil - ET proposto por Theil (1967), o pode ser inter-
pretado, para a economia industrial, como uma medida inversa da concentração.
A fórmula original foi desenvolvida para o contexto da teoria da informa-
ção, e posteriormente, foi adaptada por Braga e Mascolo (1982), substituindo o
que era probabilidade de ocorrência pela parcela de mercado da firma:
n
ET si ln si
i 1
0 ET ln n
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
81
Medidas de Concentração
82 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ESTRUTURA INDUSTRIAL E INOVAÇÃO
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
83
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lidada nos anos 80 por Richard Nelson.
Considerando que o mercado está em constante evolução, as empresas ten-
dem a buscar alternativas de atuação no lugar daquelas já existentes, procurando
se desenvolver, pois aquelas que param no tempo entram em processo de falência.
Visando a este desenvolvimento, as empresas que inovam sem ser imitadas
rapidamente e aquelas que imitam rapidamente possuem destaque na indústria.
Considerando isso, o modelo leva em consideração as políticas voltadas para a
inovação e as políticas voltadas para a imitação.
As empresas desenvolvem essas políticas sempre em busca da maximização
de lucros. Um investimento a ser realizado em P&D é incerto, pois não se sabe
se vai ser bem-sucedido ou não, somente o decorrer dos acontecimentos é que
revelarão se a atitude adotada foi bem-sucedida.
Quando não houver inovações, a estrutura de mercado é estabelecida pela
maneira como as empresas se comportam frente à pesquisa de informações tec-
nológicas e às modalidades de difusão dos conhecimentos. Outra suposição do
modelo é que a estrutura mais competitiva possui um desempenho médio infe-
rior, enquanto a menos competitiva possui uma produtividade mais elevada.
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
85
Vários argumentos foram formulados, tanto para afirmar estas hipóteses como
para contrariá-las. Buscando justificar o tamanho da empresa quando se fala em
grau de concentração, utiliza-se os recursos próprios das empresas, a existência
de economias de escala na tecnologia e as imperfeições no mercado de capitais
que levam o financiamento de forma mais fácil até as empresas. Por outro lado,
sugere-se as economias de escala, a perda do incentivo ao empreendedorismo
ou o aumento da burocratização das atividades.
Os investimentos realizados em Pesquisa e Desenvolvimento transformam
recursos em conhecimentos, que afetarão diretamente os produtos e processos
das empresas. Existem diferentes tipos de indicadores que possibilitam medir os
esforços das empresas e a eficácia da aplicação desses recursos.
As empresas inovadoras podem analisar seus processos de Pesquisa e
Desenvolvimento de maneira incremental e fundamental. A primeira mede a
agilidade em explorar o conhecimento existente, a segunda mede a capacidade
de criar conhecimento - aquele conhecimento que é novo para a empresa e para
o mundo.
Na Tabela a seguir podemos ver alguns dos indicadores utilizados em casos
de empresas que investem na Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos:
INDICADORES FINANCEIROS
Aumento do Market Share devido aos novos produtos.
Percentual da receita gerada por novos produtos.
Crescimento da receita proveniente de novos produtos.
Custo das devoluções provenientes de novos produtos.
Gastos com o desenvolvimento de novos produtos.
Percentual dos investimentos destinados aos novos produtos.
INDICADORES NÃO-FINANCEIROS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nível de satisfação dos clientes pelos novos produtos.
Vantagem competitiva devido aos novos produtos.
Número de reclamações devido à qualidade do produto.
Tempo de desenvolvimento de novos produtos.
Número de novos produtos lançados no ano.
Número de novos clientes com pedidos de novos produtos.
Pontualidade na entrega de novos produtos.
Novos produtos sustentáveis.
Fonte: adaptado de Nantes (2015).
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
87
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tais para a competitividade e pressionam as políticas públicas junto ao governo.
Referem-se ao comportamento adotado pelas empresas para se adaptarem aos
mercados e melhorarem o desempenho. Porém com a evolução do paradigma,
aceitou-se que as condutas também afetam a estrutura - no modelo tradicional,
o sentido da causalidade era unidirecional, indo da estrutura para a conduta.
Partindo das estratégias das empresas para interação com os consumido-
res no mercado, o desempenho é definido pelo retorno econômico e o nível de
bem-estar gerado.
O modelo ECD inicial tinha algumas falhas, como a falta de importância
das condutas das empresas no processo de concorrência e a incapacidade de
lidar com a existência de diferenciais de lucratividade entre as empresas em uma
mesma indústria, devido às variações nos tamanhos das empresas.
Na Figura 1, é possível identificar o que envolve as condições básicas de
oferta e demanda, assim como as estruturas de mercado, conduta e desempe-
nho nas relações de mercado:
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
89
CONDIÇÕES BÁSICAS
OFERTA DEMANDA
Matérias-primas Elasticidade-preço
Tecnologia Taxa de crescimento
Durabilidade do produto Substitutos
Valor/peso Tipo de comercialização
Atitudes comerciais Método de compra
Organização sindical Características clínicas e sazonais
ESTRUTURA DE MERCADO
Número de vendedores e compradores
Diferenciação do produto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Barreiras à entrada
Estrutura de custos
Integração vertical
Diversificação
CONDUTA
Forma de determinação de preços
Estratégia de produto
Pesquisa e inovação
Propaganda
Táticas legais
DESEMPENHO
Produção e eficiência alocativa
Avanço tecnológico
Nível de emprego
Equidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A resposta para os problemas do modelo foi a aceitação da existência de cau-
salidades menos rígidas, que se expressavam em uma relação interativa entre
as variáveis de estrutura, conduta e desempenho. Passou-se a avaliar empirica-
mente todos os possíveis feedbacks entre as três categorias. Ou seja, a partir de
então, a conduta pode afetar a estrutura e não apenas ser afetada por ela, e afe-
tar também as condições básicas.
Encerrando esta unidade, desejo bons estudos! Nos vemos na próxima uni-
dade, onde iniciaremos os estudos sobre concorrência real e potencial, e também
o modelo de preço limite.
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
91
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
92
Material Complementar
96
REFERÊNCIAS
1. c.
2. As medidas de concentração podem ser classificadas como parciais ou sumárias,
ou como positivas ou normativas. As medidas de concentração parciais não uti-
lizam dados da totalidade das empresas que atuam na indústria, enquanto as
sumárias requerem dados de todas as empresas em operação. As medidas de
contração positivas dependem da estrutura aparente do mercado e não do com-
portamento dos produtores ou consumidores, enquanto as normativas, além da
estrutura aparente, levam em conta esses comportamentos, relacionados às pre-
ferências dos consumidores e produtores.
3. O índice de Hirschman-Herfindahl eleva cada parcela de mercado ao quadrado
e atribui um peso maior às empresas maiores, o que nos traz a interpretação
de que quanto maior o índice HH, mais elevada a concentração de mercado e
menor a concorrência entre os produtores. O índice HH varia entre 1/n e 1. O
limite inferior decresce à medida que aumenta o número de empresas, enquan-
to o limite superior está associado ao caso da existência de monopólio, quando
uma única empresa atua no mercado. Já o índice de Theil é uma medida inversa
da concentração. O índice ET vai indicar o conteúdo informacional esperado da
ocorrência, e a confirmação da ocorrência de um evento vem associada ao grau
de surpresa que esse evento vai ocasionar. O grau de surpresa é maior quanto
menor a probabilidade de ocorrência, válido para o contrário. Quanto maior a
empresa, menor o grau de surpresa associado à mensagem e menor o índice
de entropia, assim, maior o grau de concentração na indústria. O limite inferior
desse índice corresponde a zero, que indica concentração máxima, indicando a
existência de monopólio.
4. Os três estágios são invenção, inovação e imitação. A invenção se refere à criação
de coisas que não existiam anteriormente por meio de novos conhecimentos ou
aplicação de conhecimentos já existentes com novas formulações. A inovação
envolve a introdução de invenções ou melhorias de processos já existentes de
produtos e/ou serviços que busquem atender novas às necessidades do usuá-
rios. Por último, a imitação diz respeito à introdução de variações que causam
a difusão das inovações, porém, sem acrescentar melhorias ou com melhorias
incrementais.
5. A estrutura trata das características de organização das empresas que influen-
ciam a competição e os preços. As condutas se referem ao comportamento ado-
tado pelas empresas para se adaptarem aos mercados e melhorar o desempe-
nho. E o desempenho é definido pelo retorno econômico e o nível de bem-estar
gerado.
Professora Me. Marieli Vieira
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS
IV
UNIDADE
COMPETITIVAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Discutir os conceitos de concorrência real e potencial e apresentar o
modelo de preço-limite.
■■ Apresentar os mecanismos de barreiras à entrada e à saída.
■■ Estudar as tomadas de decisões estratégicas.
■■ Entender a escolha do melhor resultado.
■■ Aprender os conceitos de jogos com comunicação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Concorrência real e potencial e o modelo de preço limite
■■ Barreiras à entrada e barreiras à saída
■■ Jogos e decisões estratégicas
■■ Estratégias dominantes
■■ Ameaças, compromisso e credibilidade
101
INTRODUÇÃO
Introdução
102 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCORRÊNCIA REAL E POTENCIAL E O MODELO DE
PREÇO LIMITE
Representantes Definições
Barreiras à entrada se traduzem condições que permitam
Joe Bain às empresas já participantes do mercado praticarem preços
acima do competitivo sem atrair novos competidores.
Há barreiras quando as empresas entrantes precisam arcar
J. Stigler com custos os quais as empresas estabelecidas não precisa-
ram arcar.
Há barreiras à entrada caso as empresas já estabelecidas
apresentem vantagens comparativas ou diferencial econô-
R. Gilbert
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mico frentes às entrantes, como se fosse um “prêmio pela
existência”.
Consideram que, além dos diferenciais de custos, precisa
C. Von Weizsa-
haver distorções na alocação de recursos do ponto de vista
cker
social entre as empresas estabelecidas e as entrantes.
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002, on-line)1.
de forma que não obteriam lucro em nenhum dos períodos; ou poderiam estabe-
lecer os preços acima do competitivo, de forma que teriam lucros até o segundo
período, quando a entrada de novas empresas levaria o preço ao equilíbrio, tor-
nando os lucros das indústrias normais.
Além dessas duas opções, pode haver ainda uma decisão intermediária, na
qual as empresas poderiam trabalhar com preços acima do competitivo, porém
não obtendo o lucro máximo. Dessa forma, elas teriam lucros no longo prazo de
forma permanente, porém não os lucros extraordinários que tornam a indústria
atrativa a empresas entrantes. O preço que possibilita essa situação é conhecido
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
como preço limite. Mas quando esse preço limite seria escolhido pelas empresas?
O preço limite seria dependente do preço competitivo de longo prazo e das
condições de entrada:
PL PC 1 E
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cado tenham que vender seus produtos a preços bem baixos para deslocar
as preferências.
■■ Existência de significativas economias de escala: quando novas empre-
sas ficam impedidas de atuar devido à existência de economias de escala.
■■ Existência da necessidade de elevados investimentos iniciais: quando há a
necessidade de mobilização elevada de capital para o investimento inicial.
BARREIRAS À ENTRADA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dessa forma, as barreiras à entrada vão depender bastante das característi-
cas do produto, dos impostos e do esforço de vendas das empresas já existentes.
Os economistas, em geral, concordam que essa seja a fonte mais forte das
barreiras de entrada, pois são amplas as possibilidades de criação de vantagens
- buscando as preferências dos consumidores. A diferenciação e a qualidade do
produto fazem parte de um processo muito custoso. Porém a eficácia dessa bar-
reira pode ser diminuída quando uma empresa entra em determinada indústria,
trazendo consigo marcas conceituadas em outros mercados, isso faz com que a
credibilidade seja transferida do mercado original para o novo mercado, efeito
esse que chamamos de spill-over, ou transbordamento.
Sugerida por Bain (1956), com uma fonte fraca de barreiras à entrada, as con-
dições para existência de barreiras de escala são:
■■ Escala mínima eficiente considerada na comparação com o tamanho do
mercado.
■■ Custos médios de produção maiores na escala subótima do que os cus-
tos médios mínimos de longo prazo.
BARREIRAS À SAÍDA
uma empresa entrante não vá obter lucros com as quantidades e preços que estão
vigorando no mercado. Ou seja, quando os custos de entrada são maiores do
que seriam as vendas, menos os custos de produção dessa empresa no mercado.
Uma configuração não-sustentável é aquela que está em equilíbrio, porém
sempre tendendo ao equilíbrio. A exceção ocorre quando as empresas que estão
entrando no mercado esperam que as empresas atuantes reduzam os preços
para o nível sustentável após a sua entrada, ou seja, após a entrada de uma nova
empresa, vai haver um novo equilíbrio, e as empresas já atuantes podem esco-
lher baixar os preços para se moverem ao equilíbrio.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A condição estrutural suficiente para assegurar a existência de uma confi-
guração industrial sustentável é um mercado perfeitamente contestável, que é
atingido quando: não existem barreiras à entrada, pois as empresas entrantes
têm acesso aos mesmos fatores de produção e às mesmas habilidades; e quando
não existem barreiras à saída, não há custos irrecuperáveis, o que indica que os
investimentos realizados inicialmente foram completamente recuperados.
Essas duas condições permitem uma competição que disciplina as decisões das
empresas, pois qualquer sobrepreço cobrado dá oportunidade à entrada lucrativa,
possibilitando a empresa entrante sair do mercado sem custos irrecuperáveis e com
lucros. Um exemplo dessa competição é o mercado de linhas aéras, pois o investi-
mento inicial, o avião, não é um custo irrecuperável, apesar de ser um custo fixo.
EQUILÍBRIO DE NASH
Jogador B
Esquerda
Direita
Alto 2,1 0,0
Jogador A
Baixo 0,0 1,2
Fonte: adaptado de Varian (2003).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
podem ter mais de um equilíbrio de Nash e há jogos que não têm equilíbrio de Nash.
Você se lembra o que significa dizer que uma alocação é um ótimo de Pareto?
DILEMA DO PRISIONEIRO
Jogador B
Confessa Nega
Confessa -3,-3 0,-6
Jogador A
Nega -6,0 -1,-1
Fonte: adaptado de Varian (2003).
lar (“confessar”).
Se o jogo for repetido várias vezes, existirão novas possibilidades estratégi-
cas para cada jogador, que pode buscar manter uma “reputação”. Essa decisão
vai depender se o número de jogadas é finito ou infinito.
Se o número de jogadas for definido, na última jogada, os jogadores ten-
dem ao equilíbrio da estratégia dominante, pois jogar pela última vez é o mesmo
que jogar apenas uma vez. O mesmo ocorre com as jogadas anteriores, pois se
não houver meio de impor a cooperação na última rodada, não haverá meio de
impor nas jogadas anteriores.
Os jogadores cooperam porque esperam que isto leve a mais cooperação no
futuro, portanto, deve sempre haver a possibilidade de um jogo futuro para que
o comportamento do oponente seja influenciado. Ambas as partes se preocu-
pam com os seus ganhos futuros, então a possibilidade de não-cooperação para
convencer os jogadores a decidirem pela estratégia eficiente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ESTRATÉGIAS DOMINANTES
A existência de uma estratégia dominante implica que existe uma estratégia ótima
para cada um dos jogadores, sem importar o que o outro faça. Ou seja, inde-
pendentemente da decisão do jogador B, o jogador A obterá um ganho maior se
jogar baixo, assim como, independentemente da decisão do jogador A, o joga-
dor B obterá um ganho maior se jogar à esquerda. Esta situação pode ser vista
na matriz de ganhos de um jogo apresentada a seguir.
Quadro 3 - Matriz de ganhos de um jogo
Jogador B
Esquerda Direita
Alto 1, 2 0, 1
Jogador A
Baixo 2, 1 1, 0
Fonte: adaptado de Varian (2003).
Jogador B
Esquerda Direita
Alto 2,1 0,0
Jogador A
Baixo 0,0 1,2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Estratégias Dominantes
116 UNIDADE IV
E (1, 1)
II1
E
I B (3, 2)
(2, 4)
e
B
II2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b
(4, 3)
Figura 1- Forma extensiva de um jogo com informação completa e perfeita
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002, on-line)1.
E
II
E
I B
E
B
II
B
Figura 2 - Forma extensiva de um jogo com informação completa e imperfeita
Fonte: Kupfer e Hasenclever (2002, on-line)1.
São vários os tipos de estratégias que podem ser assumidas por uma or-
ganização: planejada, empreendedora, ideológica, guarda-chuva, processo,
desarticulada, consenso e imposta.
Fonte: adaptado de Avila (2006).
Estratégias Dominantes
118 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AMEAÇAS, COMPROMISSO E CREDIBILIDADE
■■ Desde que feita, a ameaça deve ser cumprida pelo ameaçador se as con-
dições exigidas não forem cumpridas.
Jogador B
Esquerda Direita
Alto 0, 80 80, 0
Jogador A
Baixo -1, -150 -40, -250
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Existem alguns passos que possibilitam alcançar a credibilidade por parte
dos jogadores:
• Estabeleça e use sua reputação – com o objetivo de criar credibilidade
para comprometimentos incondicionais, ameaças e promessas.
• Faça uso de contratos – os contratos ajudam a dar credibilidade aos
comprometimentos, e impõem punições no caso de não cumprimento
de um compromisso assumido.
• Corte a comunicação – é uma maneira bem sucedida de dar credibi-
lidade aos comprometimentos, e a uma ação, um caráter verdadeira-
mente irreversível.
• Queimando as pontes atrás de você (Burning the Bridges Behind You) – a
ideia é eliminar as possibilidades de voltar atrás.
• Brinkmanship – trata-se de assediar e intimidar o adversário, expondo-o
e a si mesmo a um risco dividido, porém considerável.
Fonte: Dixit e Nalebuff (1991, apud AZEVEDO; CARVALHO; SILVA, 2002, p. 75).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos mais uma unidade, agora sabendo que a diferença entre a con-
corrência real e a potencial é que a primeira se dá em função do número e do
tamanho relativo das empresas, enquanto a segunda se dá por meio da compe-
tição pelos lucros das empresas que já fazem parte da indústria com aquelas que
estão entrando no mercado.
O modelo de preço limite corresponde a uma das estratégias das indústrias
que estão estabelecidas no mercado de tentar barrar a entrada de novas empre-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sas. Elas podem fazer isso decidindo praticar preços que ficam acima do nível
competitivo, mas que não levem a lucros extraordinários no longo prazo, o que
tornaria o mercado atraente às novas empresas.
Elementos da estrutura das indústrias podem ser usados como barreiras à
entrada, como a vantagem absoluta de custos, quando os custos das empresas
entrantes são superiores aos daquelas que já fazem parte do mercado. Outro
elemento é a diferenciação de produtos, o que dá algum poder às empresas já
estabelecidas. E a existência de economias de escala, apesar de ser considerada
uma fonte fraca, também gera barreiras à entrada. Por último, a necessidade de
capital inicial, em que as empresas entrantes têm dificuldade quando o investi-
mento inicial é muito alto. Além de barreiras à entrada, existem também barreiras
à saída, que envolvem desde custos de quebra de contratos até a perda de inves-
timentos ou custos irrecuperáveis.
A teoria dos jogos lida com a interação estratégia e pode ser utilizada para
análise de comportamentos econômicos. Existem diversas possibilidades de estra-
tégias para os jogadores a depender da ocorrência das situações, da quantidade
de jogadas e do nível de informação. Pode haver, em determinados jogos, a exis-
tência de estratégias dominantes para ambos os jogadores sem importar o que o
outro faça. Finalmente, os jogadores também podem interferir nas decisões dos
adversários por meio de promessas ou ameaças, com as quais pretendem fazer
com o que o jogo se desenvolva lhe proporcionando vantagens.
Considerações Finais
122
A teoria dos jogos estuda diversas interações estratégicas entre os agentes econômicos,
que podem envolver muitas estratégias e muitos jogadores.
Na Tabela aseguir, podemos ver as características dos tipos de estratégias:
Tabela 01 - Características dos tipos de estratégias
A Estratégia do Jogo
Steve Bull
Editora: Campus
Sinopse: os desafios enfrentados por indivíduos e equipes em todos
os setores empresariais são parecidos. As pessoas são desafiadas
por longas horas de trabalho, mudanças constantes, adversidades
e obstáculos e, frequentemente, por uma pressão assustadora.
Confiança, clareza de pensamento e resiliência são pré-requisitos
para o sucesso e elementos que farão a diferença na hora de vencer.
Neste livro fácil e reflexivo, Steve Bull desenvolveu um modelo de
resistência mental para ser usado no coaching de executivos e
equipes corporativas. Testado na prática em uma grande variedade
de setores do Reino Unido, Estados Unidos e outros países, este
modelo servirá como o caminho mais curto até o sucesso.
Material Complementar
126
REFERÊNCIAS
POLÍTICAS E REGULAÇÃO
V
UNIDADE
ECONÔMICA
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar as características da política de defesa da concorrência.
■■ Discutir o conceito de monopólio natural e apresentar as várias
formas de regulação.
■■ Abordar tópicos sobre a política industrial.
■■ Expor razões e instrumentos de política ambiental.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Defesa da concorrência
■■ Regulação econômica
■■ Política industrial
■■ Política ambiental
131
INTRODUÇÃO
Esta é a última unidade da disciplina e, nela, vamos saber mais sobre as políti-
cas e a regulação dos mercados.
Iniciamos a unidade com a defesa da concorrência, política que tem o obje-
tivo de garantir a existência de condições de competição nos mercados, fazendo,
dessa forma com que exista uma maior eficiência econômica no funcionamento
dos mercados.
A defesa da concorrência não busca eliminar a existência de poder de mer-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cado, mas sim, limitar o poder abusivo que a existência deste causa, podendo
ser implementada de duas formas: voltadas às condutas das empresas e voltadas
ao caráter estrutural dos mercados.
Dando prosseguimento ao conteúdo, veremos a regulação econômica, que
pode ser definida como as ações do governo que têm intenção de limitar as esco-
lhas dos agentes econômicos. Nos casos de necessidade de regulação econômica,
o governo atua por meio de agente reguladores, que são responsáveis pelos dife-
rentes setores da economia. A regulação vai além do estabelecimento de tarifas,
se estende também à regulação de quantidades, qualidade, segurança do traba-
lho e outros. Nossa preocupação, neste tópico, será com a regulação de preços.
No terceiro tópico, iremos falar sobre a utilização da política industrial. Há
um forte debate entre as diferentes correntes teóricas a respeito da utilização da
intervenção para promover as atividades econômicas. Porém, desconsiderando as
questões ideológicas, o objetivo da política industrial é promover a atividade pro-
dutiva, tentando levar o país em questão a um nível elevado de desenvolvimento.
Finalmente, veremos como se desenvolveu a política ambiental. Política esta
que influencia as demais políticas econômicas e que tem crescido em importân-
cia, principalmente quando se fala em países industrializados. Cada país possui
uma realidade ambiental diferente e diferentes problemas, o que faz com que as
medidas adotadas sejam específicas, mas veremos que também existem aspec-
tos comuns.
Introdução
132 UNIDADE V
DEFESA DA CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
processo concorrencial punem por meio de caráter repressivo. Já as práticas vol-
tadas ao caráter estrutural evitam a concentração do domínio de mercado, por
meio da prevenção dos atos de concentração.
Essas duas formas de defesa da concorrência atingem a natureza horizon-
tal e vertical, ou seja, as práticas envolvem empresas de mesmo segmento, que
envolvem as empresas dos produtos e as dos seus insumos.
A defesa da concorrência busca canalizar as forças de mercado e as estraté-
gias das empresas, para evitar que o processo concorrencial seja restringido por
agentes que têm esse poder. Isso significa que não age nos resultados, mas sim,
nos meios, e é representada pela política antitruste, que busca reprimir práticas
que interfiram no processo de concorrência, e as imposições geradas por ela são
em forma de abstenções.
A política busca defender a concorrência e não os concorrentes ou os consu-
midores de maneira direta. Este é um fato importante para deixar claro que atos de
repressão à Concorrência Desleal e de Defesa da Concorrência
estão em âmbitos de incidência
MERCADO RELEVANTE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Defesa da Concorrência
134 UNIDADE V
Horizontais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
médio variável, visando a praticar preços próximos aos níveis de monopólio.
Os acordos com efeitos anticompetitivos entre concorrentes podem ser:
Cartéis: estabelecimento de preços, quotas de produção e distribuição e divi-
são territorial, nos quais, geralmente, não existem benefícios compensatórios.
Outros acordos: que envolvem apenas parte do mercado ou são temporários.
Acordos de associações profissionais: é feito o tabelamento de preços limi-
tando a concorrência entre profissionais.
Verticais
que o comprador seja forçado a adquirir um produto que não deseja jun-
tamente com aquele que está comprando.
Discriminação de preços: prática de preços diferenciados do mesmo pro-
duto para diferentes compradores.
Para definição do produto ou região em que possa ser exercido o poder de mer-
cado, utiliza-se as elasticidades-preço da demanda e as elasticidades-preço da oferta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Defesa da Concorrência
136 UNIDADE V
REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Porém, existem algumas situações em que o mercado não é capaz de direcionar
a uma alocação eficiente dos recursos, na qual os custos de oportunidade são
minimizados. Uma dessas situações é a presença de externalidades.
As externalidades existem quando os benefícios sociais superam os benefí-
cios que a empresa tem com a produção, ou quando os custos sociais superam
os custos que as empresas têm. Essa situação costuma levar à produção insufi-
ciente no primeiro caso e à produção de quantidade excessiva no segundo caso.
Quando da existência do monopólio natural de um único produto, os custos
são menores em um a empresa do que em duas para uma quantidade x, proprie-
dade conhecida como subaditividade:
Ca x* Cb x1 Cc x2
Regulação Econômica
138 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos preços em níveis concorrenciais.
■■ Regra de Ramsey
Aqui, os preços dos produtos ou serviços são estabelecidos de forma a mini-
mizar as perdas dos consumidores, geradas pela necessidade do monopolista
em cobrir os seus custos totais. Uma das soluções para o monopólio multi-
produto, a Regra de Ramsey é uma maneira de maximizar o bem-estar da
sociedade dada a restrição do lucro econômico do monopolista ser nulo.
■■ Tarifa em duas partes
A two-part tariff é calculada por meio de uma taxa fixa para o rendimento
total, independentemente da venda, e uma taxa por unidade efetivamente
utilizada.
REGULAÇÃO NA PRÁTICA
Nos anos de 1980, foram realizadas algumas reformas que deram início a
uma nova fase de regulação, ocasionadas pelas diversas mudanças organizacio-
nais que vinham ocorrendo nos segmentos das indústrias.
Foram criados novos órgãos de regulamentação setorial, muito mais complexos,
que passaram a regular a indústria conforme algumas missões de regulação, como:
■■ Supervisão do poder de mercado e das práticas anticompetitivas.
■■ Organização dos novos competidores e promoção da competição.
■■ Implantar um novo modo de organização industrial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Regulação Econômica
140 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Civil (ANAC), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (ANTAQ), Agência Nacional do Cinema (Ancine). Agência
Nacional de Transporte Terrestres (Antt), Agência Reguladora de Águas, Energia e
Saneamento do Distrito Federal (Adasa), Agência Nacional de Águas (ANA), Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
POLÍTICA INDUSTRIAL
Segundo a visão neoclássica, a livre mobilidade dos fatores nos mercados compe-
titivos faz com que a política industrial, além de desnecessária, seja considerada
indesejada. A intervenção do governo seria necessária somente se o mecanismo de
preços não fosse capaz de captar os benefícios e custos de oportunidade associados
à produção e ao consumo de bens, ou seja, quando ocorrem as falhas de mercado.
Somente em casos de falhas de mercado é que os custos da intervenção
pública seriam inferiores aos benefícios produzidos. Podemos citar cinco prin-
cipais falhas de mercado:
■■ Estruturas ou condutas não competitivas: estruturas como monopólio e
oligopólio, que são decorrentes das economias de escala. Como as estrutu-
ras atuais de mercado são oligopolizadas, a política industrial toma lugar
por meio da regulação do poder de mercado das grandes empresas, bus-
cando evitar a perda de bem-estar da sociedade.
■■ Externalidades: ocorrem quando as decisões dos agentes influenciam nega-
tivamente ou positivamente outros agentes. Podemos citar o exemplo da
Política Industrial
142 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
qual há possibilidade de usar em pagar.
■■ Bens de propriedade comum: da mesma forma, os bens de propriedade
comum estimulam comportamentos oportunistas, pois, como não são
apropriados de maneira individual, as pessoas podem ser incentivadas à
falta de cuidado.
■■ Diferenças entre preferências intertemporais privadas e públicas: exis-
tem quando os agentes privados divergem na opinião de consumir um
bem agora ou no futuro.
Política Industrial
144 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Utilização de política tarifária e não tarifária, para prevenir a concorrên-
cia desleal.
■■ Propriedade intelectual - marcas, patentes e transferência de tecnologias.
As políticas industriais horizontais podem ser executadas por incentivos de:
■■ Inovação, por meio da promoção da Pesquisa e Desenvolvimento.
■■ Ao capital, por meio de estímulos ao financiamento e às exportações e
financiamento de importações.
■■ Fiscais, para a promoção das atividades industriais.
■■ Compras de governo, privilegiando produtores locais.
POLÍTICA AMBIENTAL
Política Ambiental
146 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A legislação ambiental passou a evoluir a partir do século XX, de forma que as
políticas ambientais são bastante recentes. Devido ao rápido processo de indus-
trialização, à falta de estrutura, à acumulação de poluentes e resíduos se deu a
necessidade da intervenção buscando regular a conduta dos agentes.
SOLUÇÕES ECONÔMICAS
emitindo poluentes e é necessária uma fiscalização contínua por parte dos órgãos
reguladores. Envolvem a exigência da utilização de filtros nas chaminés indus-
triais, por exemplo, ou, ainda, a fixação de cotas para extração de recursos naturais.
Quais questões você acha que estão envolvidas quando se fala na falsa cren-
ça de que a miséria das pessoas favorece e estimula a degradação ambiental?
Política Ambiental
148 UNIDADE V
São exemplos desses instrumentos os empréstimos com taxas menores para agen-
tes que queiram melhorar o seu desempenho ambiental, por exemplo.
Ovs instrumentos de comunicação são utilizados por meio da conscientização
dos agentes sobre os diversos impactos ambientais das suas ações, incentivando a
busca de soluções. São exemplos a educação ambiental e a divulgação dos bene-
fícios para as empresas que respeitam o meio ambiente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sousa (2005), em seu trabalho, apresenta a evolução da política ambiental
brasileira no século XX e como ela se desenvolveu, considerando marcos im-
portantes em todo o mundo. Acesse o artigo no link disponível em: <http://
www.geoplan.net.br/material_didatico/A%20evolução%20da%20políti-
ca%20ambiental%20no%20Brasil%20do%20século%20XX.pdf>.
Fonte: a autora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
150
As Agências Reguladoras fiscalizam os serviços públicos que são oferecidos pela iniciati-
va privada em determinados setores da economia.
A Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - é uma das agências reguladoras que
atua como forma de autarquia do governo e é vinculada ao Ministério da Saúde.
Essa agência reguladora atua na regulamentação, no registro e nas autorizações, na
fiscalização e no monitoramento de agrotóxicos, alimentos, cosméticos, medicamentos,
entre outros itens os quais é necessário o controle sanitário.
No assunto agrotóxicos, a agência desenvolve o Programa de Análise de Resíduos de
Agrotóxicos em Alimentos (PARA), iniciado em 2001, buscando avaliar, de forma contí-
nua, os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos vegetais consumidos, indicando
a ocorrência de resíduos de agrotóxicos em alimentos (ANVISA, [2018], on-line)2.
Quanto aos cosméticos, um exemplo são as orientações sobre alisantes de cabelos. A es-
Tes se recomenda, devido à existência de substâncias que são irritantes para a pele, que
sejam obrigatoriamente registrados na Anvisa, e é feita, ainda, a recomendação de que
substâncias como formol e glutaraldeído não são permitidos como alisantes (ANVISA,
[2018], on-line)2.
A agência atua também na realização de pesquisa, como em relação aos medicamentoS
genéricos, como a explicação contida no trecho a seguir:
O medicamento genérico é aquele que contém o(s) mesmo(s) princípio(s)
ativo(s), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mes-
ma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamen-
to de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do me-
dicamento de referência e podendo, com este, ser intercambiável.
A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de
referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de equivalência tera-
pêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equiva-
lência farmacêutica e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresen-
tados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, [2018], on-line)4.
No site da Anvisa, também são disponibilizados, além de serviços às empresas e aos pro-
fissionais de saúde, serviços aos consumidores de grande utilidade, como: consulta de
drogarias e farmácias, consulta de produtos que são irregulares, consulta de empresas
autorizadas e registro de produtos, entre outras informações de medicamentos.
Fonte: a autora.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Política Industrial
Maria Tereza Leme Fleury e Afonso Fleury (Organizadores)
Editora: Publifolha
Sinopse: a obra traz artigos que discutem em profundidade
aspectos importantes da política industrial brasileira, analisando
as ações do passado e lançando propostas para o futuro. Os
autores deste volume debatem, entre outros temas, critérios e
eixos para a formulação de uma política industrial no Brasil e o
alinhamento dessa política com os diferentes arranjos produtivos.
O livro é organizado pelos professores Afonso Fleury e Maria
Tereza Fleury, ambos da Universidade de São Paulo (USP).
A lei antitruste busca punir práticas anticompetitivas que fazem uso do poder de
mercado para restringir a produção e aumentar os preços. No endereço eletrônico
indicado é possível consultarmos a Lei Antitruste Brasileira.
Web: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/103268/
lei-antitruste-lei-8884-94>.
153
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://jus.com.br/artigos/26712/agencias-reguladoras>. Acesso em: 19 set.
2018.
2
Em: <http://portal.anvisa.gov.br/programa-de-analise-de-registro-de-agrotoxi-
cos-para>. Acesso em: 19 set. 2018.
3
Em: <http://portal.anvisa.gov.br/alisantes>. Acesso em: 19 set. 2018.
4
Em: <http://portal.anvisa.gov.br/genericos>. Acesso em: 19 set. 2018.
GABARITO
1. b.
2. Quando os danos ambientais ultrapassam os limites geográficos do país é que
surge a preocupação com o meio ambiente. Para diminuir esses problemas, al-
guns países podem se utilizar da imposição de barreiras verdes, nas quais eles
restringem as exportações e, consequentemente, a produção, a renda e o em-
prego.
3. A visão neoclássica considera que a livre mobilidade dos fatores nos mercados
competitivos faz com que a política industrial, além de desnecessária, seja con-
siderada indesejada. A intervenção do governo seria necessária somente se o
mecanismo de preços não fossem capazes de captar os benefícios e custos de
oportunidade associados à produção e ao consumo de bens, ou seja, quando
ocorrem as falhas de mercado.
4. A abordagem chamada de princípio da razoabilidade (rule of reason) diz que a
existência de eficiências que compensam os efeitos líquidos devem ser anali-
sadas caso a caso, pois, o que importa, em cada caso, são os efeitos líquidos.
Como a lei busca reprimir as ineficiências, ela não será utilizada em casos em que
as condutas gerem ganhos de eficiência e, se o fizer, pode causar ineficiências
maiores do que as que busca combater.
5. Regulação por taxa de retorno: quando o regulador estabelece tarifas para cada
tipo de produto ou serviço da empresa, de forma a garantir uma taxa de retorno
que assegure o prosseguimento das atividades; Preço-teto (price cap): essa for-
ma de regulação consiste em estabelecer um limite superior de preços, de forma
que a empresa regulada não possa passar deste limite; Regra de Preço eficiente:
é utilizada em casos em que uma empresa precise utilizar a infraestrutura de
uma rival ou que haja problemas de interconexão; Regra de Ramsey: os preços
dos produtos ou serviços são estabelecidos de forma a minimizar as perdas dos
consumidores geradas pela necessidade do monopolista de cobrir os seus cus-
tos totais; e Tarifa em duas partes: é calculada por meio de uma taxa fixa para o
rendimento total, independentemente da venda, e uma taxa por unidade efeti-
vamente utilizada.
155
CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a), esperamos ter contribuído com conhecimentos, com a sua forma-
ção acadêmica, a sua atuação no mercado de trabalho ou com o gerenciamento da
sua própria organização.
Enfatizou-se que as organizações são um conjunto de recursos tangíveis, intangíveis
e humanos, interdependentes e integrados, que precisam ser orientados por um ou
mais objetivos. A Controladoria é uma ciência multidisciplinar em construção que
colabora para organização atingir os seus objetivos em curto, médio e longo prazos.
Verificou-se que o planejamento estratégico e o planejamento operacional de-
vem ser consonantes à missão, à visão e aos valores. Além disso, a missão, a visão
e os valores colaboram para a disseminação dos objetivos da organização aos seus
funcionários e demais stakeholders.
Foi visto que o orçamento é uma previsão anual das entradas e saídas de recursos
da organização, produzido em bases sistemáticas e mediante capacidades reais da
empresa. A descentralização pode corroborar para a qualidade das tomadas de de-
cisão, contudo, ela demanda indicadores adicionais para mensurar o desempenho
dos responsáveis pela gestão.
A Governança Corporativa, os controles internos e o gerenciamento de riscos são
funções e modelos de gestão que corroboram para a organização atingir os seus
objetivos, utilizando os recursos tangíveis, intangíveis e humanos com responsa-
bilidade. Nada obstante, você constatou a importância de congregar informações
financeiras e não financeiras para subsidiar as tomadas de decisão dos gestores.
A Controladoria é capaz de proporcionar mudanças estratégicas e identificar novas
formas de criar valor nas organizações. Por meio do assessoramento de informa-
ções, ela pode corroborar para o alinhamento dos objetivos estratégicos e das ativi-
dades da organização.
Desejamos boa sorte, muita saúde e sucesso para a conclusão de sua jornada aca-
dêmica!
ANOTAÇÕES
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