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INORGÂNICA
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
SEJA BEM-VINDO(A)!
Este livro foi elaborado com o objetivo de fornecer os conceitos básicos da Química Ge-
ral, em suas diversas áreas, necessários não somente no estudo de outras disciplinas do
curso de Engenharia de Produção, como também na sua atividade profissional.
A disciplina de Química Geral e Inorgânica vislumbra proporcionar um aprendizado glo-
bal da química, por meio de linguagem acessível, e com exemplos práticos do nosso co-
tidiano, a fim de mostrar ao aluno(a) a presença constante dessa ciência nos fenômenos
da natureza, sejam eles espontâneos ou provocados pela ação do homem, bem como
nas atividades de pesquisa de laboratórios e na produção industrial.
Abordamos de forma gradativa as principais áreas da química. Iniciamos pela quími-
ca inorgânica, seguindo com a química orgânica, a físico-química, a termoquímica e,
finalmente, a eletroquímica. Alguns temas, de maior interesse, são apresentados mais
detalhadamente e com vários exemplos, enquanto outros, menos aplicados, são des-
critos de forma resumida, sempre buscando enfatizar a importância de cada conteúdo
à disciplina.
Os conteúdos abordados nas unidades foram selecionados de modo que os conheci-
mentos adquiridos na unidade anterior são direta ou indiretamente necessários aos
conceitos apresentados na unidade seguinte. Ao final de cada unidade, as atividades
de estudo visam memorizar os principais temas abordados. As leituras complementa-
res foram selecionadas com o objetivo de levar os aluno(a) a reflexões sobre aplicações
práticas da química nas diversas áreas de atividade profissional e assim despertar o inte-
resse por seu conhecimento. O material complementar fornece fontes alternativas que
abordam de formas diferentes as discussões envolvidas em cada unidade, com o objeti-
vo de estimular a interpretação e a curiosidade do aluno(a) ao conhecimento científico.
Convido você da disciplina Química Geral e Inorgânica a mergulharem no universo des-
sa ciência que se baseia na observação e simulação da natureza, e consequente quantifi-
cação e interpretação dos resultados observados. Assim, será possível entender a quími-
ca como uma grande aliada dos profissionais de Engenharia de Produção na resolução
de problemas do nosso cotidiano!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
31 Propriedades Periódicas
40 Ligações Químicas
52 Considerações Finais
58 Gabarito
UNIDADE II
61 Introdução
80 Funções Orgânicas
110 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
113 Introdução
156 Gabarito
UNIDADE IV
161 Introdução
198 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
203 Introdução
219 Soluções
236 Gabarito
239 CONCLUSÃO
241 REFERÊNCIAS
Professora Dra. Denise Maria Malachini Miotto Bigatão
I
ELEMENTOS QUÍMICOS,
UNIDADE
PROPRIEDADES E LIGAÇÕES
QUÍMICAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as teorias que originaram e descrevem o modelo atômico
atual.
■■ Aprender as principais propriedades dos elementos químicos.
■■ Entender o agrupamento e a classificação dos elementos químicos na
Tabela Periódica.
■■ Aplicar os conceitos assimilados para compreender as possíveis
ligações químicas entre os elementos químicos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O Átomo e suas Características
■■ Propriedades Periódicas
■■ Ligações Químicas
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
químico John Dalton (1766-1844) propôs que o átomo era parecido com uma
bola de bilhar, isto é, esférico, maciço e indivisível, e não poderia ser criado nem
destruído. E concluiu que uma alteração química consistia em uma combinação,
separação ou rearranjo de átomos. Entretanto, resultados de alguns experimen-
tos com eletrólise e tubos de descarga de gás levaram a vários questionamentos
sobre a teoria de Dalton.
O físico Joseph John Thomson (1856-1940) utilizou a ampola de Crookes,
que consistia em um tubo de descarga de gás à baixa pressão no qual gases eram
submetidos a voltagens elevadíssimas, produzindo raios catódicos. Submetendo
esse sistema à ação de um campo elétrico externo, o cientista observou que os
raios se desviavam em direção à placa positiva, o ânodo do tubo, o que signifi-
cava que as partículas do raio catódico possuíam carga elétrica negativa, e foram
denominadas elétrons.
A Teoria de Thomson finalmente propôs a estrutura atômica, na qual o átomo
era considerado uma esfera de carga elétrica positiva, não maciça, incrustada de
elétrons, de modo que sua carga total fosse nula. Esse modelo foi comparado a
um “pudim de passas”.
No início do século XX, o físico Ernest Rutherford (1871-1937) sugeriu que
o átomo era composto de um núcleo muito pequeno, carregado positivamente,
no centro, e circundado por uma região comparativamente grande, contendo os
elétrons, denominada eletrosfera. O átomo seria semelhante ao “sistema solar”,
em que o núcleo representaria o Sol e os elétrons girando ao redor do núcleo
seriam os planetas.
O núcleo é composto por dois tipos de partículas: o próton, que tem carga
positiva, e o nêutron, assim chamado porque é neutro, ou seja, não tem carga.
Como o átomo não tem carga elétrica, o número de prótons no núcleo é igual ao
número de elétrons na eletrosfera. Além disso, o número de prótons no núcleo
é igual ao número atômico.
Os prótons e nêutrons no núcleo de um átomo são quase totalmente respon-
sáveis pela massa do átomo, porque os elétrons são muito leves. Por esse motivo,
o número de massa, A, consiste na soma de prótons e nêutrons presentes no
núcleo. Se um determinado átomo possui 47 prótons e 60 nêutrons, por exem-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
plo, seu número de massa A será 47+60, igual a 107. Por outro lado, o núcleo é
muito compacto e o volume do átomo consiste praticamente do volume da ele-
trosfera. Simbolicamente, o átomo X, com número atômico Z e número de massa
A, pode ser representado da seguinte forma:
Figura 02 - Representação simbólica do átomo X.
A Número de massa
A
Z X ou
Z
X Número atômico
1 2 3
1H 1 H = Deuterium 1 H = Tritium
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3 4 5 6
2 He 2 He 2 He 2 He
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Ex: (Cl, Z=17, A=37 e N=A–Z=20); (Ca, Z=20, A=40 e N=A–Z=20).
PESO ATÔMICO
Segundo o físico Niels Bohr (1885-1962), a mecânica clássica era inadequada para
prever o comportamento de pequenas partículas, tais como moléculas, átomos,
elétrons e núcleos. A mecânica quântica, por outro lado, teve grande sucesso.
Os efeitos quânticos observados na eletrosfera dos átomos consistem principal-
mente na quantização da energia dos elétrons.
O estudo dos espectros eletromagnéticos dos elementos realizados por Bohr
permitiu adicionar algumas observações ao modelo de Rutherford. Por isso, o
seu modelo passou a ser conhecido como modelo atômico de Rutherford-Bohr.
- Núcleo
Formado
por prótons
e nêutrons
-
- Eletrosfera
Formada por
elétrons
distribuídos em
várias camadas
Fonte: adaptado de Feltre (2004a, p.96).
Quanto mais próxima do núcleo está uma camada, seus elétrons permanecem
mais atraídos pelo núcleo e adquirem menor energia. Por outro lado, os elétrons das
camadas mais afastadas são menos atraídos pelo núcleo, adquirindo maior energia
potencial. Isso se explica porque os elétrons das camadas mais internas estão mais
presos ao núcleo, enquanto os elétrons das camadas mais externas encontram-se
mais livres. Assim, os elétrons da camada K (n = 1) possuem a menor energia per-
mitida, enquanto a camada Q (n = 7) possui os elétrons de maior energia.
A população eletrônica máxima de uma camada pode ser demonstrada na
Figura 05. Assim, a camada K (n = 1) pode conter até 2 elétrons, a camada L (n
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= 2) até 8 elétrons e assim por diante.
Figura 05: Camadas de energia ao redor do núcleo
2 8 18 32 32 18 2
L
M M O P Q
Fonte: adaptado de Feltre (2004a, p.92).
Quando um elétron salta de um nível de menor energia para um nível mais ele-
vado, ele absorve energia e quando ele retorna para um nível menor, o elétron
emite uma radiação em forma de luz.
ORBITAIS ELETRÔNICOS
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trons e, quando os elétrons ocupam um mesmo orbital, são ditos emparelhados
e devem possuir sentidos de rotação (spins) contrários.
O número quântico magnético (ml) indica a orientação de um orbital no espaço.
O termo magnético é atribuído pelo fato dos diferentes orbitais de um subnível
possuírem diferentes energias quantizadas na presença de um campo magnético.
O número quântico magnético (ml) pode ter valores inteiros desde um
mínimo de –l até um máximo de +l. O quadro 01 mostra as possibilidades de
orbitais para os diferentes subníveis s, p, d e f.
Quadro 01 - Números quânticos magnéticos e orbitais correspondentes
NÚMERO QUÂNTICO
SUBNÍVEL DE ENERGIA ORBITAIS POSSÍVEIS
MAGNÉTICO (ML)
s (l = 0) 0 1
p (l = 1) -1, 0, +1 3
d (l = 2) -2, -1, 0, +1, +2 5
f (l = 3) -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3 7
Fonte: elaborado pelo autor
SPIN ELETRÔNICO
Um orbital comporta no máximo dois elétrons. Eles não se repelem porque giram
em sentidos opostos, criando campos magnéticos que se atraem. Desta forma, a
força magnética de atração entre os elétrons é contrabalançada pela força elétrica
A maneira específica pela qual os orbitais de um átomo são ocupados pelos elé-
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n=7 7s 7p
n=6 6s 6p 6d
n=5 5s 5p 5d 5f
n=4 4s 4p 4d 4f
n=3 3s 3p 3d
n=2 2s 2p
n=1 1s
s p d f
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comporta. Por exemplo, o átomo de ferro, Fe (Z = 26), que contém 26 elétrons,
possui a seguinte configuração eletrônica: 1s2 – 2s2 – 2p6 – 3s2 – 3p6 – 4s2 – 3d6.
Notamos que o subnível 3d, o último a ser preenchido, tem capacidade para até
10 elétrons, mas possui apenas 6. Essa distribuição eletrônica segue a chamada
“ordem energética”, pois é desenvolvida em ordem crescente de energia.
Existe outra forma de representar a distribuição eletrônica por subníveis de
energia. É a chamada “ordem geométrica”. Nela, após fazer a distribuição con-
forme a ordem energética, os subníveis são agrupados em cada nível. No caso do
átomo de ferro, temos a seguinte ordem geométrica: 1s2 – 2s2 2p6 – 3s2 3p6 3d6 – 4s2.
A ordem energética permite identificar o subnível mais energético, que é o
último da sequência. No caso do ferro, é o subnível 3d6. Já a ordem geométrica
mostra o subnível mais externo, que no caso do ferro é o 4s2. Em alguns casos,
o subnível mais energético coincide com o subnível mais externo, mas trata-se
apenas de uma coincidência.
A camada de valência constitui o nível de maior número quântico princi-
pal, n. Normalmente, os elétrons pertencentes à camada de valência são os que
participam das ligações químicas, pois são os mais externos. No caso do ferro,
a camada de valência é o nível 4, referente à camada N.
As Tabelas 01 e 02 apresentam as configurações eletrônicas dos elementos
da Tabela Periódica. A distribuição eletrônica segue a ordem crescente de ener-
gia, mostrada no Diagrama de Linus Pauling.
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OS ORBITAIS ATÔMICOS
Segundo Feltre (2004a), orbital representa uma região ao redor do núcleo atômico,
na qual a probabilidade de se encontrar um elétron é máxima. O comportamento
dos elementos químicos deve-se, em grande parte, aos seus elétrons de valência,
e aos tipos e respectivas formas de seus orbitais.
Orbitais tipo s
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Orbitais tipo p
O subnível p possui três orbitais. No átomo isolado, esses três orbitais têm a
mesma energia e a mesma forma de haltere, com dois lobos separados por um
nó. Eles diferem entre si pela sua orientação no espaço. Usando um sistema de
coordenadas tridimensionais cartesianas podemos representar os três como: px
, py e pz. A Figura 09 mostra os três orbitais mencionados.
Figura 09 - Orbitais p
©shutterstock
©shutterstock
©shutterstock
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Cada orbital possui uma região chamada plano nodal, que consiste em um plano
que divide o orbital ao meio, no qual a probabilidade do elétron ser encontrado
é nula. O núcleo do átomo está nesse plano.
Orbitais tipo d
O subnível d possui cinco orbitais, representados por dxy , dxz , dyz , dx2- y2 e dz2
(Figura 10). No átomo isolado, todos eles têm energias equivalentes. A repre-
sentação gráfica desses orbitais sugere uma região espacial mais complexa do
que as regiões dos orbitais s e p.
Figura 10 - Orbitais d
©shutterstock
Orbitais tipo f
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
TABELA PERIÓDICA
Propriedades Periódicas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
http://www.ptable.com/Images/tabela%20peri%C3%B3dica.png
“Os símbolos dos elementos químicos são tão úteis ao estudo da química
como as notas musicais ao estudo da música”.
Fonte: o autor
brilho típico, possuem elevados pontos de fusão e ebulição, são dúcteis (facil-
mente produzidos como fios) e maleáveis (facilmente produzidos como lâminas).
Exceto no caso do mercúrio, todos os metais são sólidos à temperatura ambiente.
Os não metais apresentam propriedades opostas às dos metais. São os ele-
mentos mais abundantes na natureza e, ao contrário dos metais, não são bons
condutores de calor e eletricidade, não são dúcteis nem maleáveis, e em geral
são opacos, ou seja, sem brilho.
Os gases nobres são todos gases à temperatura ambiente, e quimicamente
pouco reativos. O hidrogênio é considerado um grupo à parte, pois suas proprie-
dades são diferentes de todos os outros elementos: é inodoro, incolor e pode se
combinar com metais e não metais. Em temperatura, ambiente consiste em um
gás extremamente inflamável.
Propriedades Periódicas
34 UNIDADE I
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enchida com um a oito elétrons. Os grupos IA e IIA possuem configuração ns1 e
ns2, respectivamente; e os grupos IIIA até os gases nobres possuem distribuição
eletrônica ns2np1 até ns2np6, respectivamente. Esses elementos são denominados
“elementos representativos”. A configuração dos gases nobres é bastante estável,
o que resulta em baixa reatividade desses elementos.
Os elementos do grupo B são também conhecidos como “elementos de
transição”. Cada série horizontal de elementos de transição corresponde ao preen-
chimento do subnível d da camada (n - 1) desses átomos. Uma vez que qualquer
subnível d pode acomodar um total de 10 elétrons, o preenchimento dá origem a
10 elementos de transição nos períodos 4 e 5. Na série dos lantanídeos e actiní-
deos, a subcamada a ser preenchida é a f do nível (n – 2). O subnível f tem uma
população máxima de 14 elétrons e assim existem 14 lantanídeos e 14 actinídeos.
Raio Atômico
Propriedades Periódicas
36 UNIDADE I
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de elétrons na camada de valência, maior sua atração pelo núcleo, diminuindo
assim o raio do átomo.
O elemento de maior raio atômico conhecido é o Césio (55Cs), entretanto,
é provável que o Frâncio (87Fr) tenha um raio maior, porém isso ainda não foi
confirmado, em razão da raridade deste elemento na natureza. A Figura 13
apresenta o sentido de crescimento do raio atômico nas famílias e períodos da
Tabela Periódica.
Figura 13 - Sentido de crescimento do Raio atômico na Tabela Periódica
Raio Atômico
Eletronegatividade
Eletronegatividade
Eletropositividade
Propriedades Periódicas
38 UNIDADE I
Eletropositividade
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Fonte: Feltre (2004a, p.126).
Afinidade Eletrônica
Se, por um lado, a afinidade eletrônica mede a energia liberada pelo átomo ao
receber um elétron, por outro lado o potencial de ionização ou energia de ioni-
zação determina a energia absorvida quando um elétron é removido de um
átomo isolado, no estado gasoso, dando origem a um íon positivo, um cátion.
A Equação M(g) + energia1 → M+(g) + e- mostra que, ao absorver energia, o
elétron pode ser transferido de um elemento para outro, e como mais de um elé-
tron pode ser removido do átomo, essa primeira energia é denominada primeira
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Propriedades Periódicas
40 UNIDADE I
LIGAÇÕES QUÍMICAS
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na natureza, por serem instáveis.
Os únicos elementos considerados estáveis são os gases nobres (He, Ne,
Ar, Xe, Kr e Rn), e podem ser encontrados na natureza como átomos isolados.
Isso porque sua camada de valência é completa, não necessitando perder nem
ganhar elétrons para alcançar uma configuração estável, ou seja, um estado de
menor energia.
Os demais elementos da Tabela Periódica, entretanto, necessitam ser estabi-
lizados por meio de ligações químicas, cuja natureza depende das configurações
eletrônicas dos átomos participantes. Os elétrons da camada de valência são res-
ponsáveis pelas ligações químicas que, por sua vez, são decorrentes de dois fatores:
a. A força de atração eletrostática existente entre cargas opostas;
Desta forma, para que ocorra uma ligação química, os átomos podem ganhar
ou perder elétrons, ou compartilhá-los. A ocorrência de uma dessas possibili-
dades depende da natureza dos átomos envolvidos.
LIGAÇÃO IÔNICA
afinidade eletrônica. Finalmente, os dois íons formados, cátion e ânion, são atra-
ídos devido às forças eletrostáticas, resultando em uma ligação iônica.
Para exemplificar, consideremos o metal Sódio (11Na) e o não metal Cloro
(17Cl), com as seguintes configurações eletrônicas: 11Na – 1s2- 2s2 2p6- 3s1; 17Cl
– 1s2- 2s2 2p6- 3s2 3p5.
O sódio possui apenas um elétron no nível 3 (camada M). Basta perder esse
elétron (Na+) para adquirir uma configuração estável com oito elétrons no nível
2 (camada L). Já o cloro necessita receber apenas um elétron (Cl-) para preen-
cher o subnível p da camada M, e tornar-se estável. Sendo assim, é conveniente
ao sódio doar um elétron e ao cloro receber um elétron. Essa transferência de elé-
trons obedece à Regra do Octeto, condição fundamental para uma ligação iônica.
Para Feltre (2004a), os compostos iônicos apresentam algumas caracte-
rísticas em comum: são sólidos na temperatura ambiente e formam retículos
cristalinos; possuem elevados pontos de fusão e ebulição; quando fundidos ou
em solução aquosa são bons condutores de eletricidade; são solúveis em água;
são duros e quebradiços.
No sólido iônico formado NaCl, denominado cloreto de sódio, os íons Na+ e
Cl- estão ordenados em três dimensões, como visto na Figura 16, onde cada Na+
tem seis Cl- vizinhos próximos e, da mesma forma, cada Cl- é envolto por seis Na+.
A estrutura tridimensional organizada formada mostra um retículo cristalino.
Ligações Químicas
42 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptado de Feltre (2004a).
LIGAÇÃO COVALENTE
Ligações Químicas
44 UNIDADE I
x x
x
x Cl
x x
x Cl
Fonte: adaptado de De Boni e Goldani (2007).
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dois átomos de hidrogênio para estabilizar cada átomo de oxigênio. A fórmula
molecular resultante é H2O. As Figuras 18 e 19 apresentam, respectivamente, a
fórmula estrutural plana e fórmula de Lewis para água.
Figura 18 - Fórmula estrutural para H2O
A água, demonstrada nas Figuras 18 e 19, faz duas ligações covalentes, represen-
tadas de diversas maneiras. A fórmula molecular é a forma mais simplificada, na
qual se mostra apenas quais e quantos átomos compõem a molécula. Quando os
pares de elétrons são representados por traços, trata-se da fórmula estrutural plana
(Figura 18), na qual se mostra o número de ligações e quais os átomos estão ligados.
Finalmente, a fórmula de Lewis ou fórmula eletrônica (Figura 19) é representada
por símbolos (• e ×), e mostra os elétrons compartilhados na ligação molecular.
C O
Fonte: adaptado de De Boni e Goldani (2007).
C O
112.8 pm
Fonte: adaptado de De Boni e Goldani (2007).
Ligações Químicas
46 UNIDADE I
Para o dióxido de enxofre (SO2), cada átomo de 16S (1s2- 2s2 2p6- 3s2 3p4) e 8O
(1s2- 2s2 2p4) possuem 6 elétrons em suas camadas de valência, de modo que
eles precisam receber 2 elétrons cada um. Inicialmente, o enxofre realiza duas
ligações covalentes comuns, compartilhando dois pares de elétrons com um dos
átomos de oxigênio, ficando ambos estáveis com 8 elétrons.
Entretanto, o outro átomo de oxigênio não está estável, por isso, o enxofre
compartilha um par de seus elétrons com o segundo oxigênio por meio de uma
ligação covalente coordenada ou dativa. A fórmula de Lewis e fórmula estrutu-
ral plana para o SO2 podem ser verificadas nas Figuras 22 e 23, respectivamente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 22 - Fórmula de Lewis para SO2.
O S O
Fonte: De Boni e Goldani (2007).
LIGAÇÃO METÁLICA
Os metais não exercem forte atração pelos elétrons de sua camada de valência,
apresentando tendência a doar seus elétrons e se tornarem cátions. Esses elé-
trons perdidos permanecem livres, sendo atraídos por outros átomos metálicos
que perdem seus elétrons, e assim por diante. Desta forma, os metais apresen-
tam uma estrutura eletricamente neutra, e um metal sólido é constituído por
átomos metálicos (cátions) em posições ordenadas com seus elétrons de valên-
cia livres para se movimentar por todo o metal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As ligas metálicas são uniões de dois ou mais metais, podendo ainda incluir
não metais, mas sempre com predominância dos elementos metálicos. Na
produção de ligas metálicas, os componentes metálicos e não metálicos são
fundidos, em seguida, resfriados e solidificados. O produto formado apre-
senta propriedades físicas e químicas muito diferentes de seus metais puros,
tornando-se mais resistentes para aplicações práticas em geral. As ligas de
maior aplicação no nosso cotidiano são o aço comum (liga de ferro e carbo-
no), o aço inoxidável (liga de ferro, carbono, cromo e níquel), o bronze (liga
de cobre e estanho), entre outras.
Fonte: Feltre (2004a, p.154).
Ligações Químicas
48 UNIDADE I
GEOMETRIA MOLECULAR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a vários átomos periféricos, as ligações e os pares de elétrons isolados se orien-
tam de maneira que as repulsões elétron-elétron sejam as menores possíveis,
enquanto que as atrações elétron-núcleo são as maiores possíveis. O método
que determina essa orientação é chamado Repulsão entre os Pares Eletrônicos da
Camada de Valência ou Método VSEPR.
A ligação covalente ocorre pelo compartilhamento de pares eletrônicos nas
camadas de valência dos átomos. Esses pares são chamados de “pares eletrôni-
cos ligantes”. Por exemplo, no caso do CH4, temos quatro pares ligantes, pois os
quatro elétrons da camada de valência do carbono (átomo central) estão ligados
aos quatro átomos de hidrogênio (átomos periféricos), mostrado na Figura 24.
Figura 24 - Molécula de CH4.
O
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
H H
Ligações Químicas
50 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
linear trigonal planar tetrahedral
2 ligands 3 ligands 4 ligands
Ligações Químicas
52 UNIDADE I
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tes elementos químicos podem ser agrupados e classificados na Tabela Periódica,
dividindo-os em metais alcalinos, metais alcalinos terrosos, família do boro,
família do carbono, família do nitrogênio, calcogênios, halogênios, gases nobres
e metais de transição. Suas principais propriedades, tais como raio atômico, ele-
tronegatividade, eletropositividade, afinidade eletrônica e potencial de ionização,
foram estudadas, e verificamos sua dependência com relação à periodicidade dos
elementos na Tabela. Na busca por um estado de menor energia, mais estável,
os átomos se ligam formando compostos iônicos ou moleculares. Os compostos
iônicos são formados quando ocorre uma ligação iônica entre os elementos quí-
micos, resultante da transferência de elétrons entre os átomos participantes da
ligação. Por outro lado, quando há compartilhamento de elétrons entre os átomos,
o que ocorre é uma ligação covalente, que resulta em compostos moleculares.
Compostos iônicos e moleculares se diferenciam em diversas propriedades
físico-químicas, podendo destacar seus pontos de fusão e ebulição, condução
de eletricidade e estado físico em temperatura ambiente.
O entendimento dos temas abordados é necessário para a compreensão das
próximas unidades, nas quais trataremos dos compostos e os classificaremos
quanto as suas características e aplicações no dia a dia.
a. I – A, II – B, III – C, IV – E, V – D
b. I – C, II – E, III – D, IV – A, V – B
c. I – C, II – E, III – A, IV – D, V – B
d. I – A, II – D, III – E, IV – C, V – B
e. I – C, II – E, III – B, IV – D, V – A
6. Indique quantos elétrons o átomo ganhou ou perdeu em cada íon apresentado.
a. Ca+2
b. Na+
c. Cl-
d. Al+3
e. O2-
7. Para que os átomos Mg (Z = 12) e O (Z = 8) adquiriam a configuração estável dos
gases nobres e formem um composto iônico, é necessário que:
a. Mg doe 2 elétrons e O receba 2 elétrons.
b. Mg receba 2 elétrons e O doe 2 elétrons.
c. Mg receba 6 elétrons e O doe 2 elétrons.
d. Mg doe 2 elétrons e O receba 6 elétrons.
e. Mg receba 6 elétrons e O receba 2 elétrons.
8. Para os compostos abaixo, escreva se realizam ligação iônica ou covalente e ex-
plique porquê.
a. KCl
b. SiO2
c. CaO
d. CH4
55
A ideia de Feynman é que não precisamos aceitar os materiais com que a natureza nos
provê como os únicos possíveis no universo. Da mesma maneira que a humanidade
aprendeu a manipular o barro para fazer dele tijolos e com esses construir casas, seria
possível, segundo ele, manipular diretamente os átomos e a partir deles, construir novos
materiais que não ocorrem naturalmente. Atualmente, qualquer toca-disco de CDs é
uma prova da verdade do que Feynman dizia. Os materiais empregados na construção
dos lasers desses toca-discos não ocorrem naturalmente, mas são fabricados pelo ho-
mem, camada atômica sobre camada atômica.
Seguindo a proposta de Feynman, o objetivo da nanotecnologia é criar novos materiais
e desenvolver novos produtos e processos baseados na crescente capacidade da tec-
nologia moderna de ver e manipular átomos e moléculas. A nanotecnologia não é uma
tecnologia específica, mas todo um conjunto de técnicas, baseadas na física, na química,
na biologia, na ciência e engenharia de materiais, e na computação, que visam estender
a capacidade humana de manipular a matéria até os limites do átomo. Economia de
energia, proteção ao meio ambiente, uso reduzido de matérias-primas escassas são al-
gumas das possibilidades concretas de desenvolvimento em nanotecnologia que estão
ocorrendo hoje nos laboratórios especializados.
Fonte: Peruzzo e Canto (2010) apud Silva (NANOCIÊNCIA E NANOTECNOLOGIA, 2002, on-line)1.
MATERIAL COMPLEMENTAR
ISBN: 978-85-63411-06-8
Material Complementar
GABARITO
1. Resposta: (a)
2. Resposta: (d)
3. Resposta: A eletronegatividade consiste na tendência que um átomo tem de
atrair elétrons para perto de si em uma ligação química. Ela cresce à medida que
o raio atômico diminui, pois quanto menor o raio, maior a atração do núcleo por
elétrons. Nas famílias, a eletronegatividade cresce de baixo para cima, e nos pe-
ríodos, cresce da esquerda para direita. A eletropositividade, ao contrário da ele-
tronegatividade, consiste na tendência que um átomo tem de perder elétrons
em uma ligação química. Assim, a eletropositividade cresce no sentido oposto
ao da eletronegatividade.
4. Resposta: (c)
5. Resposta: (b)
6. Resposta: (a) perdeu 2 elétrons, (b) perdeu 1 elétron, (c) ganhou 1 elétron, (d)
perdeu 3 elétrons, (e) ganhou 2 elétrons.
7. Resposta: (a)
8. Resposta: (a) Ligação iônica, o K doa 1 elétron e o Cl recebe 1 elétron, (b) Ligação
covalente, o Si compartilha 4 pares de elétrons, 2 pares de elétrons com cada
átomo de O, (c) Ligação iônica, o Ca doa 2 elétrons e o O recebe 2 elétrons, (d)
Ligação covalente, o C compartilha 4 pares de elétrons, cada par com um átomo
de H.
Professora Dra. Denise Maria Malachini Miotto Bigatão
FUNÇÕES INORGÂNICAS E
II
UNIDADE
FUNÇÕES ORGÂNICAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Classificar os compostos químicos quanto a sua função química.
■■ Compreender as características específicas de cada função estudada.
■■ Entender a importância química das diversas funções apresentadas.
■■ Aprender a aplicação de diversos compostos em nosso cotidiano.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Funções Inorgânicas
■■ Funções Orgânicas
61
INTRODUÇÃO
Introdução
62 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para melhor compreender as funções químicas,
devemos entender a teoria desenvolvida pelo químico
Svante August Arrhenius (1859-1927), denominada
Teoria da Dissociação Iônica de Arrhenius.
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De acordo com Feltre (2004a), Arrhenius realizou muitas experiências com dife-
rentes soluções aquosas, e em todos os experimentos verificou se havia passagem
de corrente elétrica através das soluções, observando se a lâmpada acoplada ao
sistema acendia ou não, conforme a Figura 1.
Figura 1 - Experiência de Arrhenius
ÁCIDOS
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■■ Diácidos: na ionização a molécula libera 2 cátions H+. Exemplos:
H2SO4, H2CrO4.
■■ Triácidos: na ionização a molécula libera 3 cátions H+. Exemplos:
H3PO4, H3AsO4.
■■ Tetrácidos: na ionização a molécula libera 4 cátions H+. Exemplos:
H4P2O7, H4SiO4.
■■ Os ácidos com 4 ou mais hidrogênios ionizáveis são denominados
Poliácidos.
b. Quanto à presença ou não de oxigênio na molécula:
■■ Hidrácidos: não contêm oxigênio. Exemplos: HCl, HCN, H2S.
■■ Oxiácidos: contêm oxigênio. Exemplos: H2SO4, HNO3.
c. Quanto ao grau de ionização (a):
■■ Ácidos fortes: 50% < a < 100%. Exemplos: H2SO4, HNO3, HClO4, HBr,
HCl e HI são os únicos ácidos fortes existentes.
■■ Ácidos moderados: 5% < a < 50%. Exemplos: HF, H3PO4.
■■ Ácidos fracos: a < 5%. Exemplo: HCN, H2CO3.
d. Quanto ao número de elementos constituintes:
■■ Binários: apresentam dois elementos. Exemplos: HBr, HCl, H2S, HF.
■■ Ternários: apresentam três elementos. Exemplos: H2SO4, H3PO4.
■■ Quaternários: apresentam quatro elementos. Exemplos: HOCN, H4Fe(CN)6.
+1 -x
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H A ou seja: HX A
X 1
Observamos que a carga total positiva do cátion H+ deve anular a carga total do
ânion A-x para que a molécula resultante seja eletricamente neutra.
Para representar as fórmulas estruturais dos ácidos oxigenados, ou seja, que
contêm oxigênio, devemos considerar que os hidrogênios ionizáveis sempre se
ligam ao átomo central pelo átomo de oxigênio e os outros átomos de oxigênio
se ligam ao átomo central por ligações covalentes. Exemplos: H3PO4, H2SO4.
H O
H O P O
H O
H O O
S
H O O
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Exemplos:
■■ H2SO3 (NOx do enxofre (S) +4) – Ácido sulfuroso.
■■ H2SO4 (NOx do enxofre (S) +6) – Ácido sulfúrico.
■■ HNO2 (NOx do nitrogênio (N) +3) – Ácido nitroso.
■■ HNO3 (NOx do nitrogênio (N) +5) – Ácido nítrico.
b.3. Se o elemento é capaz de formar três ou quatro oxiácidos, a terminação
muda de acordo com o aumento do número de oxidação do elemento.
Esse caso é comum aos elementos do grupo VIIA, os halogênios.
Exemplos:
■■ HClO (NOx do cloro (Cl) +1) – Ácido hipocloroso
■■ HClO2 (NOx do cloro (Cl) +3) – Ácido cloroso
■■ HClO3 (NOx do cloro (Cl) +5) – Ácido clórico
■■ HClO4 (NOx do cloro (Cl) +7) – Ácido perclórico
b.4. Se o elemento possui sempre o mesmo número de oxidação, mas o grau de
hidratação da molécula varia, são usados prefixos diferentes (meta, orto e piro)
Exemplos:
■■ HPO3 (NOx do fósforo (P) +5) – Ácido metafosfórico
■■ H3PO4 (NOx do fósforo (P) +5) – Ácido ortofosfórico
■■ H4P2O7 (NOx do fósforo (P) +5) – Ácido pirofosfórico
BASES OU HIDRÓXIDOS
Para Peruzzo e Canto (2010), bases de Arrhenius são substâncias que em solução
aquosa sofrem dissociação iônica e liberam como
íon negativo o ânion hidroxila (OH-), responsá-
vel pelas propriedades comuns a todas as bases.
Exemplos: KOH → K+ + OH-; Ca(OH)2 → Ca2+
+ 2OH-; Al(OH)3 → Al3+ + 3OH-.
De modo geral, as bases são formadas por um
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desse grupo provocam o fenômeno conhecido como “água dura”.
■■ Praticamente Insolúveis: são os demais hidróxidos, que apresentam
uma solubilidade muito baixa. Exemplos: Fe(OH)3, Al(OH)3, Pb(OH)4,
Sn(OH)4.
As bases são formadas por um cátion, constituído por um metal ou NH4+, ligado
ao radical hidroxila (OH-). A carga positiva do cátion é neutralizada pela carga
negativa total da hidroxila, por exemplo: NaOH (Na+, OH-), Ca(OH)2 (Ca2+,
2OH-), Al(OH)3 (Al3+, 3OH-) etc.
Desse modo, se considerarmos o cátion pela letra B com carga (+y), pode-
mos formular uma base ou hidróxido da seguinte forma:
+y -1
B1 (OH) y ou seja: B(OH)y
Exemplos:
■■ Fe(OH)2 – Hidróxido ferroso ou Hidróxido de Ferro II (Fe2+, NOx
Fe = 2)
■■ Fe(OH)3 – Hidróxido férrico ou Hidróxido de Ferro III (Fe3+, NOx
Fe = 3)
■■ Sn(OH)2 – Hidróxido estanoso ou Hidróxido de Estanho II (Sn2+,
NOx Sn = 2)
■■ Sn(OH)4 – Hidróxido estânico ou Hidróxido de Estanho IV (Sn4+,
NOx Sn = 4)
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Na Figura 2 apresentamos alguns valores de pH de líquidos e soluções conhe-
cidos e muito utilizados no nosso cotidiano.
Quadro 01 - Propriedades funcionais de Ácidos versus Bases
Figura 2 - Variação de pH em função do caráter ácido e caráter básico (ou alcalino) das soluções.
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Quando misturamos um ácido e uma base, ocorre uma reação. Esse processo é
denominado “reação de neutralização”, pois o ácido neutraliza as propriedades
da base, e vice-versa. A reação de neutralização tem como produto sal e água, e
pode ser visualizada no seguinte exemplo: HCl (ácido) + NaOH (base) → NaCl
(sal) + H2O (água).
Em nosso organismo pode ocorrer uma reação de neutralização. Nosso estô-
mago produz diariamente o suco gástrico, uma solução ácida que contém ácido
clorídrico (HCl). Se adquirirmos doenças estomacais, tais como gastrite, produ-
zimos suco gástrico em excesso, causando o sintoma conhecido como azia. Os
medicamentos indicados para o tratamento dessa doença possuem formulações
com bases fracas. Um deles é o leite de magnésia, cujo principal constituinte é o
hidróxido de magnésio (Mg(OH)2). Ao ingerir o medicamento, a base presente
no leite de magnésia neutraliza o ácido em excesso presente no suco gástrico,
reduzindo os efeitos da acidez gástrica.
SAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
uma solução. ©shutterstock
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Fórmulas dos Sais
Para Feltre (2004a), os sais normais ou neutros são formados por um cátion B+y
proveniente da base, e por um ânion A-x, proveniente do ácido, da seguinte forma:
+y -x
Bx Ay
A carga total dos sais é nula, de modo que o índice de cada elemento deve con-
trabalançar sua carga, ou seja, para A: y.(-x) = -y.x e para B: x.(+y) = +x.y. Os
exemplos a seguir mostram o balanço de cargas citado.
2+ 1-
Ca1 (NO3)2 ou Ca(NO3)2
1+ 3-
Na3 (PO4) 1 ou Na3PO4
1+ 2-
Ca 23 (SO4) 21 ou CaSO4
Vemos que não é necessário mostrar o índice 1, e os demais índices são simpli-
ficados sempre que possível.
Para sais normais, De Boni e Goldani (2007) consideram que o nome do sal
deriva do ácido e da base que lhe deram origem, da seguinte forma: Nome do
sal = Nome do ânion + de + Nome do cátion.
O nome do ânion deriva do ácido que originou o sal, de acordo com as relações
apresentadas no quadro 02.
Quadro 02 - Nomenclatura de ácidos e ânions
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O nome do cátion deriva da base que originou o sal. Exemplos: NaCl – cátion
Na+ (sódio); KBr – cátion K+ (potássio); CaCO3 – cátion Ca2+ (cálcio).
De modo geral, ao misturar um ácido e uma base, produzimos um sal e água,
e a nomenclatura do sal depende do ácido e da base, como nos exemplos a seguir:
■■ HCl (ácido clorídrico) + KOH (hidróxido de potássio) → KCl (clo-
reto de potássio) + H2O (água)
■■ HNO2 (ácido nitroso) + NaOH (hidróxido de sódio) → NaNO2 (nitrito
de sódio) + H2O (água)
■■ H2SO4(ácido sulfúrico) + Ca(OH)2(hidróxido de cálcio) →
CaSO4(sulfato de cálcio) + 2H2O (água)
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pagos em sal, de onde vêm as palavras “salário”, “soldo” (pagamento em sal)
e “soldado” (aquele que recebeu o pagamento em sal).
Fonte: Feltre (2004a, p.206)
ÓXIDOS
Segundo Russel (1982), óxidos são compostos binários formados pelo oxigênio e
outro elemento químico, no qual o oxigênio é o elemento mais eletronegativo. Em
outras palavras, para se obter um óxido basta que o oxigênio se ligue a qualquer ele-
mento da Tabela Periódica, com exceção do flúor, que tem maior eletronegatividade.
O termo óxido tem origem na Grécia antiga (“oxys”) e significa “azedo”.
Os óxidos formam um grupo muito numeroso que está presente em nosso
cotidiano, pois até mesmo a água (H2O) é considerada um óxido. Outros exem-
plos: CO2 (dióxido de carbono ou gás
carbônico), CO (monóxido de car-
bono), SO2 (dióxido de enxofre), NO
(monóxido de nitrogênio), NO2 (dió-
xido de nitrogênio), CaO (óxido de
cálcio ou cal), MgO (óxido de mag-
nésio), SiO2 (dióxido de silício ou
sílica), Fe2O3 (óxido de ferro III ou
hematita), Al2O3 (óxido de alumínio
ou alumina).
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a. Óxidos ácidos ou anidridos: são óxidos que reagem com a água, produ-
zindo um ácido, ou reagem com uma base, produzindo sal e água. São
compostos moleculares e, na sua maioria, solúveis em água. Exemplos:
■■ SO3 + H2O → H2SO4 (óxido + água → ácido)
■■ SO3 + 2NaOH → Na2SO4 + H2O (óxido + base → sal + água)
São óxidos formados por não metais (geralmente gasosos) ou por metais com
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São compostos sólidos, iônicos, insolúveis em água e formados por metais de NOx
intermediário (geralmente +3 ou +4), além do ZnO (NOx do Zn +2), e também
por não metais. Exemplos: Al2O3 (NOx +3), SnO2 (NOx +4), As2O3 (não metal).
d. Óxidos neutros: são óxidos que não reagem com água, nem com ácidos e
nem com bases, portanto não apresentam caráter ácido nem básico. Os
únicos óxidos neutros que existem são NO, N2O, SiO2 e CO. São com-
postos moleculares formados por não metais.
e. Óxidos duplos, mistos ou salinos: são óxidos que se comportam como se
fossem a mistura de dois óxidos do mesmo elemento químico. São com-
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postos sólidos, metálicos e iônicos, de fórmula geral M3O4, onde M é
um metal. Exemplos: Fe3O4 (mistura de FeO e Fe2O3), Pb3O4 (mistura de
2PbO e PbO2).
f. Peróxidos: são óxidos que reagem com água ou ácidos diluídos produzindo
água oxigenada (H2O2). Os peróxidos são sólidos iônicos que contém o
ânion O22-, nos quais o número de oxidação do oxigênio é -1 (NOx -1).
Apenas a água oxigenada é um líquido molecular. Exemplos:
■■ Na2O2 + 2H2O → 2NaOH + H2O2
■■ Na2O2 + H2SO4 → Na2SO4 + H2O2
+z -2
E2 Oz ou seja: E2Oz
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Exemplos:
+1 -2
Na2 O1 ou Na2 O
+3 -2
Al2 O3 ou Al2O3
Nesse caso, os prefixos utilizados podem ser: 1 – mono (pode ser omitido em
alguns casos), 2 – di, 3 – tri, 4 – tetr, 5 – pent, 6 – hexa, 7 – hept.
Exemplos: CO2 – dióxido de carbono, CO – monóxido de carbono, SO2 –
dióxido de enxofre, SO3 – trióxido de enxofre, P2O5 – pentóxido de difósforo,
Br2O7 – heptóxido de dibromo.
■■ Nomenclatura para óxidos de metais, que pode ser subdividida em
metais com número de oxidação único (metais alcalinos, metais alcali-
nos terrosos, zinco, prata e alumínio) e metais com número de oxidação
variável.
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a ampla variedade de compostos inorgânicos existentes. O conhecimento das
propriedades funcionais consiste em uma poderosa ferramenta tanto nas suas
aplicações industriais quanto no nosso cotidiano, já que utilizamos compostos
químicos diariamente nas diversas tarefas do dia a dia.
FUNÇÕES ORGÂNICAS
{ {
NH4OCN
Cianato de
Calor
O C
NH2
NH2
amônio Uréia
Funções Orgânicas
82 UNIDADE II
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ção em farmácias e hospitais, o açúcar comum (C12H22O11) amplamente utilizado
na culinária, a gasolina (C8H18) é um dos combustíveis de maior uso no mundo
atual, e assim por diante. Com fórmulas mais complexas, poderíamos citar as
proteínas, as vitaminas, os hormônios, os medicamentos, entre outros.
Novos compostos estão sendo frequentemente criados em laboratórios de pes-
quisa com objetivo de atender nossas necessidades do cotidiano. Tais compostos
estão presentes em plásticos, tecidos, medicamentos, detergentes, corantes etc.,
nos proporcionando maior conforto, mais saúde e inúmeros outros benefícios.
A química orgânica é a química dos compostos de carbono que, por sua vez,
são o centro de vida neste planeta. Os compostos de carbono incluem os
ácidos desoxirribonucleicos (DNAs), as moléculas helicoidais gigantes que
contêm toda nossa informação genética.
Fonte: Solomon e Fryhle (2001).
O ÁTOMO DE CARBONO
O átomo de carbono (6C) possui número atômico igual a 6 (Z = 6), o que sig-
nifica que no estado neutro possui 6 prótons em seu núcleo e 6 elétrons em sua
eletrosfera. Por esse motivo, sua configuração eletrônica é 1s2- 2s2 2p2, ou seja,
dois elétrons na camada K e quatro elétrons na camada L, sua camada de valência.
Tendo quatro elétrons em sua última camada eletrônica, o carbono os comparti-
lha com quatro elétrons de outros átomos, para completar seu octeto, atingindo
uma configuração estável. Formam-se, desse modo, quatro ligações covalentes.
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H H
H C H H C H
H H
No exemplo do metano, vimos que o carbono faz quatro ligações simples com os
quatro átomos de hidrogênio. Em cada ligação simples há o compartilhamento
de um par de elétrons.
Entretanto, um átomo de carbono pode estabelecer duas ou três ligações com
apenas um elemento químico, formando nesses casos, respectivamente, ligação
dupla ou ligação tripla com o segundo átomo. Nas ligações duplas há o compar-
tilhamento de dois pares de elétrons e nas ligações triplas, compartilham-se três
pares de elétrons. O Quadro 03 apresenta as fórmulas mencionadas.
Funções Orgânicas
84 UNIDADE II
Quadro 03 - Fórmula estrutural e Fórmula eletrônica para ligações duplas e triplas do carbono
FÓRMULA ELETRÔNICA OU DE
TIPO DE LIGAÇÃO FÓRMULA ESTRUTURAL
LEWIS
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Ligação tripla entre
três átomos de car-
bono
C C C C
Ligação tripla entre
um carbono e um C N C N
nitrogênio
Fonte: Feltre, (2004c, p. 13).
Hibridização do carbono
a. Hibridização sp3
Vamos considerar novamente a molécula de metano, CH4. Já vimos que
nesse caso o carbono faz quatro ligações simples com quatro átomos
de hidrogênio. A distribuição eletrônica do carbono está mostrada na
Figura 05.
2p
2s
1s
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Funções Orgânicas
86 UNIDADE II
b. Hibridização sp2
Para Solomons e Fryhle (2001), quando o carbono realiza uma dupla
ligação, como no caso do eteno (ou etileno, CH2 = CH2), é importante
salientar que as ligações C-C não são equivalentes entre si, ou seja, existe
uma ligação mais forte (ligação s) e uma ligação mais fraca (ligação p).
Nesse caso, os pesquisadores observaram o fenômeno da hibridização
dos orbitais (2s + 2px + 2py), formando três orbitais hibridizados e res-
tando um orbital p, conforme a Figura 07.
Figura 07 - Orbitais atômicos do carbono na Hibridização sp2.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2p
2s
1s
Os orbitais híbridos sp2 são equivalentes, estão todos num mesmo plano, distan-
tes por um ângulo de 120°. O quarto elétron permanece no orbital p e fica em
posição perpendicular ao plano dos três orbitais sp2. A hibridização sp2 ocorre
somente no momento da formação da ligação dupla entre os átomos de carbono,
e a ligação entre os orbitais p forma um tipo de nuvem eletrônica, situada acima
e abaixo do plano da ligação dupla (Figura 08).
Figura 08: Formação da ligação dupla entre os orbitais híbridos sp2 e os orbitais p.
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Funções Orgânicas
88 UNIDADE II
c. Hibridização sp
Para visualizar a hibridização sp tomaremos como exemplo a molécula
de etino, popularmente conhecido como acetileno (C2H2), na qual ocorre
uma ligação tripla, H-CLC-H.
Assim como acontece com as ligações duplas, é importante salientar que,
nas ligações triplas, as três ligações não são equivalentes entre si, pois há
uma ligação σ (mais forte) e duas ligações π (mais fracas).
Segundo a “Teoria dos orbitais moleculares”, apenas dois elétrons da
camada de valência do carbono se rearranjam (2s + 2px), formando
dois orbitais híbridos sp, restando dois orbitais p, conforme indicado na
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Figura 10.
Figura 10: Orbitais atômicos do carbono na Hibridização sp
2p
2s Dois elétrons p
Funções Orgânicas
90 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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HIDROCARBONETOS
Alcanos
Alcenos
Alcinos
Funções Orgânicas
92 UNIDADE II
Ciclanos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
carbonetos cíclicos e saturados, ou seja, que possuem apenas ligações simples
na cadeia carbônica fechada. Sua fórmula geral é CnH2n.
De acordo com Feltre (2004c), os ciclanos estão presentes no petróleo de
várias regiões do mundo. O ciclo-hexano (C6H12) é o ciclano de maior aplica-
ção, sendo comumente usado como solvente e removedor de tintas e vernizes,
além de consistir em matéria prima na fabricação de náilon.
Hidrocarbonetos aromáticos
Funções Orgânicas
94 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Propeno ou Propileno H2C=CH-CH3 C3H6
finas
Buteno ou Butileno H2C=CH-CH2-CH3 C4H8
Etino ou Acetileno HC≡CH C2H2
Propino ou Metil-ace-
Alcinos ou Alqui- HC≡C-CH3 C3H4
tileno
nos
But-1-ino ou Etil-aceti-
HC≡C-CH2-CH3 C4H6
leno
H2C CH2
Ciclo-butano C4H8
H2C CH2
CH2
H2C CH2
Ciclo-pentano C5H10
Ciclanos
H2C CH2
CH2
H2C CH2
Ciclo-hexano C6H12
H2C CH2
CH2
(Fonte: do autor).
Funções Orgânicas
96 UNIDADE II
CH3 CH3
CH3
OH
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
N
Fenol Piridina Naftaleno
NH3 CH3
OH
OH
Naftóis (α/β)
Anilina Cresóis (o/m/p)
Antraceno Fenantreno
ÁLCOOIS
Álcoois são compostos orgânicos oxigenados, que possuem, além dos átomos
de carbono e hidrogênio, o grupo funcional hidroxila (OH), ligado diretamente
a um carbono saturado. Sua representação geral é R-OH. A hidroxila confere
propriedades químicas características aos álcoois.
FENÓIS
Fenóis são compostos orgânicos oxigenados, que possuem uma ou mais hidro-
xilas (OH) ligadas diretamente a um átomo de carbono do anel aromático. Os
fenóis são geralmente sólidos, cristalinos, tóxicos, corrosivos e pouco solúveis em
água. Seu representante mais comum é o hidroxibenzeno, popularmente conhe-
cido como fenol, cuja fórmula está indicada na Figura 14.
O cresol, também indicado na Figura 14, possui as orientações orto(o),
meta(m) e para(p) entre os radicais metil (CH3) e hidroxila (OH). Uma solu-
ção alcalina da mistura de cresóis (o/m/p) produz a “creolina”, um desinfetante
muito utilizado em agropecuária, que atua no mecanismo de coagulação das
proteínas dos microrganismos.
Os fenóis são utilizados também para a preservação da madeira, protegendo
contra o ataque dos insetos. Na indústria química, possuem aplicação como
matérias primas na produção de plásticos, perfumes, corantes, explosivos, resi-
nas, vernizes, desodorantes, adesivos, cosméticos e tintas.
Funções Orgânicas
98 UNIDADE II
ÉTERES
Éteres são compostos orgânicos oxigenados, nos quais duas cadeias carbônicas
estão ligadas por um oxigênio. De modo geral, a fórmula dos éteres é: R-O-R′, e
os radicais R e R′ podem ser iguais ou diferentes, de cadeia aberta, cadeia fechada
ou cadeia aromática.
Temos, por exemplo, o éter dietílico (R e R′ são cadeias abertas) e a vani-
lina (R é cadeia aromática e R′ é cadeia aberta).
Figura 15 – Éter etílico e Vanilina
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Vanillin
H O
CH3
O
H3 C O CH3 OH
Segundo Feltre (2004c), o éter comum (éter dietílico) é muito usado como solvente
apolar, tanto em laboratório como nas indústrias químicas, sendo empregado
em processos industriais de extração de óleos, gorduras, essências e perfumes.
ALDEÍDOS E CETONAS
O R C R’
R C
H O
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Funções Orgânicas
100 UNIDADE II
ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
O
C
OH
Alguns dos ácidos carboxílicos mais comuns em nosso cotidiano são o ácido fór-
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mico, ácido acético e ácido benzoico, mostrados na Figura 17.
Segundo Solomons e Fryhle (2001), o ácido fórmico é um líquido irritante
produzido por formigas vermelhas. Quando somos picados por essas formigas,
seu efeito em nosso organismo é inchaço e coceira. Industrialmente, o ácido
fórmico é utilizado no tingimento de tecidos e na produção de desinfetantes.
Figura 17 - Ácidos Carboxílicos
H
Formic acid
Acetic acid O O
H H
H H
H
Benzoic acid
O O HO O
H OH H3C OH
AMINAS
R R
R NH2 NH R’ N
R’ R’’
Amina primária Amina secundária Amina terciária
Fonte: adaptado de Feltre, (2004c).
Os radicais R, R´e R´´ podem ser cadeias carbônicas abertas, fechadas ou cadeias
aromáticas. Um exemplo de radical de cadeia aberta é a trimetilamina, e de radical
de cadeia aromática temos a fenilamina, ou anilina, ambas indicadas na Figura 43.
As aminas, por estarem presentes nos aminoácidos, formadores das proteí-
nas, representam componentes fundamentais dos seres vivos, e estão presentes
na decomposição de animais mortos. A trimetilamina, por exemplo, é o princi-
pal componente do forte cheiro do peixe podre.
Por outro lado, a anilina, assim como outras aminas aromáticas, tem aplica-
ção industrial na fabricação de corantes.
Funções Orgânicas
102 UNIDADE II
Figura 19 - Aminas
H H
N
H H
H H
H
Aniline
NH 2
CH3
H3 C
N
CH3 N
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Trimetilamina Fenilamina ou Anilina
AMIDAS
Amidas são funções orgânicas nitrogenadas, derivadas da amônia, NH3, nas quais
um dos átomos de hidrogênio é substituído por um grupo “carbonila” (-CO-).
Sua fórmula geral pode ser representada da seguinte forma:
O
R C
NH2
O radical R pode ser uma cadeia aberta, fechada ou cadeia aromática, e os outros
dois hidrogênios ligados ao nitrogênio também podem ser substituídos por gru-
pos funcionais diversos.
A amida mais importante no nosso cotidiano é a diamida do ácido carbô-
nico, popularmente conhecida como ureia.
Urea
O
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H 2N NH2
Funções Orgânicas
104 UNIDADE II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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postos inorgânicos: ácidos, bases, sais e óxidos. Segundo Arrhenius, ácidos são
substâncias que em solução aquosa se ionizam e liberam o cátion hidrogênio
(H+), enquanto as bases em solução aquosa sofrem dissociação iônica e liberam
o ânion hidroxila (OH-). Quando misturamos um ácido e uma base produzi-
mos um sal e água, por meio de uma reação de neutralização. Já os óxidos são
compostos binários formados pelo oxigênio e outro elemento químico, no qual
o oxigênio é o elemento mais eletronegativo.
Cada uma das funções inorgânicas descritas apresenta características especí-
ficas, as quais foram detalhadas como base para sua classificação e nomenclatura,
além de serem apresentadas suas principais utilizações em nosso dia a dia.
As funções orgânicas, assim como as funções inorgânicas, foram classifica-
das quanto à sua composição, visando agrupá-las em compostos de carbono e
hidrogênio, com grupos específicos como hidroxila, carbonila, carboxila, além
dos compostos nitrogenados.
As funções orgânicas englobam uma ampla variedade de compostos, que
vão desde a constituição dos seres vivos até produtos químicos elaborados, resul-
tantes de reações complexas realizadas em indústrias químicas e petroquímicas,
com larga aplicação industrial e em nosso cotidiano.
Com base nas funções apresentadas, é possível compreender a estrutura quí-
mica dos compostos, bem como suas funções em reações químicas desenvolvidas
tanto em atividades do cotidiano como em processos industriais, temas aborda-
dos nas próximas unidades.
5. Uma solução obtida pela adição de sulfato de alumínio e nitrato de amônio só-
lidos em água contém os íons NH4+, Al3+, SO42- e NO3-. As substâncias citadas po-
dem ser representadas pelas fórmulas:
a. AlSO4 e (NH4)3NO3
b. Al2SO4 e (NH4)3NO3
c. Al2(SO4)3 e NH4NO3
d. Al3SO4 e NH4NO3
e. Al3(SO4)2 e NH4(NO3)2
6. Algumas substâncias químicas são conhecidas por nomes populares. Por exem-
plo, sublimado corrosivo (HgCl2), cal viva (CaO), potassa cáustica (KOH) e espírito
de sal (HCl). Esses compostos pertencem, respectivamente, às seguintes funções
inorgânicas:
a. ácido, base, oxido, ácido
b. sal, sal, base, óxido
c. ácido, base, base, sal
d. sal, óxido, base, ácido
e. ácido, base, sal, óxido
7. Em cidades poluídas, ocorre a formação de SO2 que reage com o oxigênio do ar,
formando trióxido de enxofre, que é um dos responsáveis pela formação da chu-
va ácida. A fórmula do produto da reação do trióxido de enxofre com a água é:
a. H2SO3
b. H2S2O3
c. H2S
d. H2SO4
e. SO3
8. Os compostos indicados na tabela a seguir representam quais funções orgânicas:
(III) (IV)
(I)
(II) H3C-CLC-CH3
H2C=CH-CH3
107
a. (I) Álcoois, (II) Cetonas, (III) Amidas, (IV) Aminas, (V) Ácidos carboxílicos
b. (I) Fenóis, (II) Ácidos carboxílicos, (III) Aminas, (IV) Amidas, (V) Aldeídos e ceto-
nas
c. (I) Álcoois, (II) Ácidos carboxílicos, (III) Amidas, (IV) Aminas, (V) Aldeídos e ce-
tonas
d. (I) Fenóis, (II) Ácidos carboxílicos, (III) Aminas, (IV) Amidas, (V) Aldeídos e ceto-
nas
e. (I) Fenóis, (II) Cetonas, (III) Amidas, (IV) Aminas, (V) Aldeídos
108
Material Complementar
GABARITO
H H H
H C C C H
C C C C
C C C C
H C C C H
H H H
III
REAÇÕES QUÍMICAS
UNIDADE
E SEU CÁLCULO
ESTEQUIOMÉTRICO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Aprender a expressar as reações químicas por meio de equações
balanceadas.
■■ Classificar as reações químicas com base em seus reagentes
consumidos e produtos formados.
■■ Compreender a importância do estudo dos gases, regidos por leis e
equações de estado.
■■ Entender as possíveis formas de quantificar reagentes e produtos,
bem como relacioná-los no desenvolvimento do cálculo
estequiométrico de reações químicas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Reações Químicas
■■ O Estado Gasoso
■■ Cálculo Estequiométrico das Reações Químicas
113
INTRODUÇÃO
Introdução
114 UNIDADE III
REAÇÕES QUÍMICAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 01 - Representação esquemática da reação de formação da água.
EQUAÇÕES QUÍMICAS
As fórmulas moleculares (H2, O2, H2O) indicam quais são as substâncias par-
ticipantes da reação química. Os coeficientes estequiométricos são os números
que indicam a proporção de moléculas que participam da reação, ou seja, “2”
moléculas de H2, “1” molécula de O2 e “2” moléculas de H2O. De modo geral,
o coeficiente 1 não é escrito pois subentende-se que seja apenas uma molécula.
As fórmulas representam de modo qualitativo, enquanto os coeficientes repre-
sentam de modo quantitativo as equações químicas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EQUAÇÕES IÔNICAS
Reações Químicas
116 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
átomos de H e O se mantêm constante antes e após a reação. De acordo com a
ilustração da Figura 01, nos reagentes temos a mistura de 2 moléculas de H2 e 1
molécula de O2, o que resulta em “4 átomos de H e 2 átomos de O”. No produto
obtemos 2 moléculas de H2O, que correspondem aos mesmos “4 átomos de H e
2 átomos de oxigênio” verificados nos reagentes. Podemos concluir que a equa-
ção química 2H2 + O2 → 2H2O está balanceada.
De acordo com Usberco e Salvador (2001), existem vários métodos de balan-
ceamento de uma equação química, dentre os quais o mais simples é o “Método
das Tentativas”. Esse método segue as seguintes regras práticas:
■■ Regra (1) – Iniciar pelo elemento ou íon que aparece apenas uma vez no
lado esquerdo ou direito da seta.
■■ Regra (2) – Preferir o elemento ou íon que possui maiores índices, ou
seja, o maior número de átomos.
■■ Regra (3) – Ao escolher o elemento ou íon, transpor seus índices de um lado
da equação para o outro da seta, usando seus índices como coeficientes.
■■ Regra (4) – Utilizar o mesmo raciocínio com os outros elementos ou íons,
até o final do balanceamento.
Reações Químicas
118 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os índices do O foram automaticamente acertados, pois no lado esquerdo
da seta temos 3+5=8 átomos de O, e no lado direito, temos 2x4=8 átomos
de O.
Finalmente, temos a “equação balanceada: 3CaO + P2O5 → Ca3(PO4)2”.
©shutterstock
São reações que ocorrem quando dois ou mais reagentes se combinam para ori-
ginar um único produto. De modo genérico, as reações de síntese ou adição
podem ser representadas por: A + B → C.
Reações Químicas
120 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HCl e NH3. Quando aproximamos dois frascos abertos contendo, separadamente,
essas soluções, ocorre a formação de uma névoa constituída por cloreto de amô-
nio (NH4Cl), que é o produto da reação entre os gases liberados das soluções. Essa
reação pode ser representada pela equação química HCl(g) + NH3(g) → NH4Cl(g).
No primeiro exemplo, 2Mg(s) + O2(g) → 2MgO(s) temos uma reação de “síntese
total”, na qual partimos de apenas substâncias simples, Mg e O2. Já no segundo
exemplo, HCl(g) + NH3(g) → NH4Cl(g), temos uma reação de “síntese parcial”, pois
entre os reagentes, há no mínimo uma substância composta.
São reações que ocorrem quando uma substância simples reage com uma substân-
cia composta, deslocando da substância composta uma nova substância simples.
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São reações que ocorrem quando duas substâncias compostas reagem entre si,
trocando seus componentes e dando origem a duas novas substâncias compos-
tas. Genericamente, podemos representar esse tipo de reação como AB + XY →
AY + BX, em que A se liga a Y enquanto B se liga a X.
Reações Químicas
122 UNIDADE III
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O vidro já era conhecido pelos egípcios desde 2500 a.C. Uma lenda conta
que, em 1500 a.C., marinheiros fenícios já usavam pedras de Na2CO3 natural
para fazer fogueiras nas praias e, com o fogo, pedaços de vidro eram pro-
duzidos (com o calor, o Na2CO3 reage com a areia, produzindo vidro). Atu-
almente, o vidro comum é produzido pela mistura de areia (SiO2), soda ou
barrilha (Na2CO3) e calcário (CaCO3), que é aquecida em fornos especiais, a
cerca de 1.500°C.
Em reações do tipo �Na2CO3 + 𝑦CaCO3 +𝑧SiO2 → (Na2O)�·(CaO)y·(SiO2)𝑧 +
(�+𝑦)CO2, o vidro incolor é produzido. Vidros coloridos são fabricados adi-
cionando-se à mistura inicial, pequenas quantidades de óxidos metálicos
como, por exemplo, Fe2O3 para dar cor verde e CoO para dar cor azul. O vidro
fabricado com 10 a 15% de Pb3O4 tem densidade e brilho elevados, é conhe-
cido como cristal e usado na fabricação de vasos e taças.
Fonte: Feltre (2004a, p.258).
Quando duas ou mais substâncias são misturadas, nem sempre ocorre uma rea-
ção química. Para Feltre (2004a), só ocorre reação química quando:
a. As moléculas estiverem efetivamente em contato. Moléculas no estado
gasoso reagem mais facilmente porque possuem maior contato do que
as moléculas no estado líquido e estado sólido.
Reações de Oxirredução
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Para que uma reação de oxirredução ocorra, um dos reagentes deve apresentar
a tendência de ceder elétrons, característica comum aos metais, e o outro rea-
gente, de receber elétrons, comportamento dos não metais.
Os metais se oxidam e agem como redutores, mas apresentam diferentes
tendências a se oxidarem. A fila da reatividade ou fila de tensões eletrolíticas
apresentam quais metais têm maior tendência e quais têm menor tendência para
ceder elétrons. Na figura 48 apresentamos parte da fila de reatividade dos metais.
Figura 02 – Fila de reatividade dos metais
Nesta fila, qualquer metal mais reativo pode deslocar o menos reativo, ou seja,
qualquer metal pode ceder elétrons para outro metal situado à direita na fila.
A seguir apresentamos alguns exemplos. Verificamos que nos dois primeiros
casos, a reação ocorre porque o Mg está à esquerda do Hg e o Fe está à esquerda
do Cu na fila de reatividade, ou seja, Mg e Fe são mais eletropositivos do que
Hg e Cu, respectivamente. No entanto, a terceira reação é impossível porque a
Ag está à direita do Al, o que significa que o Al tem mais tendência em ceder
elétrons do que a Ag.
Reações Químicas
124 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptado de Feltre (2004a).
Os não metais têm tendência para receber elétrons, ou seja, se reduzem e agem
como oxidantes. Assim como os metais, os não metais apresentam diferentes
tendências a reduzirem, o que permite organizá-los em uma fila de reatividade.
Qualquer não metal dessa fila pode deslocar (receber elétrons) de outro não
metal situado mais à direita na fila.
Figura 04 – Fila dos não-metais
Reações Químicas
126 UNIDADE III
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MASSA ATÔMICA, MASSA MOLECULAR E MASSA MOLAR
Massa Atômica
Tudo o que se deseja pesar ou medir precisa ser comparado a um padrão com
unidade conveniente. A massa do corpo de um homem, por exemplo, pode ser
determinada por comparação utilizando-se o quilograma (kg) como unidade
padrão. Se a balança indicar 80 kg, significa que a massa do homem pesado é 80
vezes maior do que o padrão escolhido, que é de 1kg. No entanto, para medir a
massa de uma formiga, por exemplo, esse padrão se torna inconveniente, pois
seria impossível medir por quilogramas a massa de um animal tão pequeno e leve.
Da mesma forma, para medir a massa dos diferentes átomos, os cientis-
tas procuraram por um padrão conveniente. A escala de massas atômicas está
baseada no isótopo mais comum do carbono, com número de massa igual a 12
(A=12), ao qual foi atribuída exatamente a massa de 12 unidades de massa atô-
mica (uma) ou (u). Adotaremos a sigla (u).
Reações Químicas
128 UNIDADE III
Massa Molecular
As moléculas são formadas por átomos unidos por ligações químicas. Desta
forma, a massa de uma molécula (massa molecular) é numericamente igual à
soma das massas dos átomos que a constituem. Sua unidade, assim como para
os átomos, é unidade de massa atômica (u).
Vamos observar alguns exemplos. A molécula de água (H2O) é constituída
por dois átomos de 1H e um átomo de 16O. Sua massa molecular pode ser calcu-
lada como: 2x1u (H) + 1x16u (O) = 2 + 16 = 18u. Já a molécula de ácido sulfúrico
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(H2SO4) é constituída por dois átomos de 1H, um átomo de 32S e quatro átomos
de 16O. Sua massa molecular pode ser calculada como: 2x1u (H) + 1x32u (S) +
4x16u (O) = 2 + 32 + 64 = 98u.
Massa Molar
Logo, 1mol de CO2 possui 44g de CO2. Para sabermos quantos mols tem em
88g de CO2 precisamos fazer a seguinte associação:
678
Reações Químicas
130 UNIDADE III
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O ESTADO GASOSO
Por que os gases que saem das chaminés das indústrias sobem para a at-
mosfera?
Fonte: o autor
De acordo com Feltre (2004a), podemos afirmar que o volume de um gás coin-
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cide com o próprio volume do recipiente que o contém. No estudo dos gases, os
volumes são medidos em metros cúbicos (m3), em litros (L), em mililitros (mL)
e em centímetros cúbicos (cm3). É importante relembrar algumas relações entre
essas unidades, tais como 1m3 = 1.000cm3; 1L = 1.000mL; 1mL = 1cm3.
A temperatura é uma medida do grau de agitação das partículas (átomos ou
moléculas) que constituem um corpo. No caso dos gases, a temperatura depende
do grau de agitação das moléculas que o constituem. Essa grandeza pode ser
medida por várias escalas termométricas diferentes.
No Brasil, a escala mais comumente usada é a escala Celsius (°C). Em tra-
balhos científicos, usamos a escala absoluta ou Kelvin (K), que é adotada pelo
Sistema Internacional de Unidades (SI). A relação entre essas duas escalas pode
ser visualizada na Figura 07.
Figura 07: Escala Celsius e Escala Kelvin.
O Estado Gasoso
132 UNIDADE III
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dade de área, conforme indicado na Figura 08.
A pressão exercida por um gás contido num recipiente fechado resulta dos
choques de suas partículas contra as paredes do recipiente, sendo proporcional
ao número de choques de suas partículas contra o recipiente.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a pressão é medida em Pascal
(Pa), que é definido como a pressão exercida por uma força de 1N (1 Newton)
distribuída sobre uma superfície de 1m2 perpendicular à força, de modo que
1Pa = 1N/m2. A pressão dos gases também pode ser medida em mmHg ou torr
(Torricelli). A pressão atmosférica (atm) pode ser medida em barômetros de
mercúrio, e em locais situados ao nível do mar ela atinge o valor de 760mmHg
ou 760torr.
Essas unidades podem ser relacionadas da seguinte forma: 1atm = 760mmHg;
1atm = 760 torr; 1atm = 101,325 Pa (N/m2).
Figura 08 - Representação Esquemática da Pressão
Transformação Isotérmica
Foi observado que ao dobrar e triplicar a pressão sobre o gás obtiveram volumes
de gás reduzidos à metade e à terça parte, respectivamente, de modo que o pro-
duto entre as duas variáveis, pressão e volume, permaneceu constante.
Portanto observamos que volume e pressão são grandezas inversamente
proporcionais, que resultaram na Lei de Boyle-Mariotte: “Para uma massa fixa
de gás, mantida à temperatura constante, o volume ocupado pelo gás é inversa-
mente proporcional à pressão exercida sobre ele”.
O Estado Gasoso
134 UNIDADE III
Transformação Isobárica
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também aumenta à mesma proporção.
Figura 10 - Representação Esquemática dos Experimentos de Transformação Isobárica.
gás, mantida a volume constante, a pressão exercida pelo gás é diretamente pro-
porcional à temperatura absoluta”.
A representação matemática para a “Lei de Charles” pode ser feita de duas
formas: P1/T1 = P2/T2 ou P/T = constante. Na primeira representação, os índices
“1” e “2” se referem ao estado inicial e final, indicados na Figura 11.
Figura 11 – Representação Esquemática dos Experimentos de Transformação Isométrica
O Estado Gasoso
136 UNIDADE III
Devemos lembrar que essa lei só é válida para uma massa constante de um mesmo
gás, e as temperaturas são absolutas, ou seja, devem ser expressas em kelvin.
Essa equação permite que, por exemplo, conhecendo o volume de um gás
em determinadas condições de temperatura e pressão, possamos determinar seu
novo volume em outras condições de temperatura e pressão.
As comparações das propriedades dos gases são realizadas com base em
certos referenciais, estabelecidos arbitrariamente e denominados “Condições
Normais de Temperatura e Pressão (CNTP)”. Os valores são: PNORMAL = 1atm =
760mmHg @ 100kPa e TNORMAL = 0°C = 273K.
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VOLUME MOLAR DOS GASES
GASES IDEAIS
Independente das transformações sofridas por uma massa fixa de gás, a relação
descrita na Equação Geral dos Gases apresenta um valor constante que depende do
número de mols do gás. Quando essa quantidade de mols (n) for igual a 1, temos:
PV =R
T
1 atm 22,4L
PV = R=0,082 atm L
T 273K mol K
PV 760 mmHg 22,4L
= R=62,3 mmHg L
T 273K mol K
PV = m RT
M
Qualquer gás que obedeça a essa lei será considerado um gás ideal ou gás per-
feito. Vejamos alguns exemplos de como utilizar a equação dos gases ideais.
O Estado Gasoso
138 UNIDADE III
Exemplo 1: Qual o volume ocupado por 48g de gás metano (CH4) a uma
temperatura de 27°C e pressão de 1,64atm?
Primeiramente é necessário determinar a massa molar do CH4. Dados a mas-
sa molar do C e H, (C = 12g/mol e H = 1g/mol), temos que a massa molar
do CH4 é igual a 12 + 4x1 = 16g/mol. É necessário deixar a temperatura na
escala absoluta, assim: T = 27+273= 300K.
Temos os dados necessários para determinar o volume de CH4: P = 1,64atm,
T=300K, m = 48g, M = 16g/mol, R = 0,082 atm.L/mol.K.
m 48
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PV= RT 1,64 V= 0,082 300 V= 45 litros
M 16
Exemplo 2: Qual o volume ocupado por 19g de flúor (F2) nas mesmas con-
dições do CH4?
Primeiramente é necessário determinar a massa molar do F2. Dado a massa
molar do F (19g/mol), temos que a massa molar do F2 é igual a 38g/mol.
É necessário deixar a temperatura na escala absoluta, assim: T = 27+273=
300K.
Temos os dados necessários para determinar o volume de F2: P = 1,64atm,
T=300K, m = 19g, M = 38g/mol, R = 0,082 atm.L/mol.K.
m 19
PV= RT 1,64 V= 0,082 (273+27) V= 7,5 litros
M 38
De acordo com Feltre (2004a), para compreender a densidade dos gases é neces-
sário considerar duas definições importantes: densidade absoluta e densidade
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Densidade Absoluta
d= m
V
PV = m
M RT
m = PM
V RT
d = PM
RT
Observamos que a densidade absoluta de um gás é diminuída à medida que sua
temperatura é aumentada. Por outro lado, um resfriamento do gás provoca um
aumento da sua densidade.
O Estado Gasoso
140 UNIDADE III
Densidade Relativa
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A densidade relativa entre dois gases é dada pela relação entre suas densidades
absolutas, medidas nas mesmas condições de pressão e temperatura. Identificando
os gases como “1” e “2”, a densidade relativa entre os gases 1 e 2 será dada por:
δ1,2 = d1
d2
Não possui unidade, apenas indica quantas vezes um gás é mais denso ou menos
denso do que o outro. Pode ser reescrita da seguinte forma:
m1
d1 V1 Quando V1 = V2, teremos: δ1,2 = m1
δ1,2 = d2 = m2 m2
V2
M1
d1 = VM M1 ou d1 = M1
δ1,2 = M
δ1,2 =d2 M2 2 d2 M2
VM
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são produzidos quando partimos de 10mols de N2, podemos calcular esse valor
usando o seguinte raciocínio matemático:
123
1 N + 3 H
2 2
123
2 NH3
123
1 mol de N2 2 mol de NH3
1 . x = 2 . 10 x= 20 mol de NH3
10 mol de N2 X
N2 + 3 H2 2 NH3
123
123
123
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Primeiramente, determinamos a massa molar do CuO = 63,5+16 = 79,5g/
mol. Escrevemos então a equação balanceada com as relações em massa.
2 Cu + O2 2 CuO
PRODUZEM
2 mols de Cu
123 2 mols de CuO
123
2 . 63,5 g 2 . 79,5 g
2,54 g x
1L 2 L
15 L V
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HCl + NaOH NaCl + H2O
PRODUZ
1 volume de H2
123 1 mol de NCl
123
1 mol 58,5 g
n 24,4 g
Para esses problemas, devemos responder a cada uma das perguntas separada-
mente, portanto se houver duas perguntas devem ser realizados dois cálculos
estequiométricos, se houver três perguntas realizamos três cálculos estequiomé-
tricos, e assim por diante.
H2SO4 + 2 NaOH
123 Na
1232SO4 + 2 H2O
98 g 142 g
123
x= 19,6 g de H2SO4
x 28,4 g
b. Para obter a massa de NaOH
H2SO4 + 123
2 NaOH Na
1232SO4 + 2 H2O
2 . 40 g 142 g
123
y= 16,0 g de NaOH
y 28,4 g
Portanto, é necessário adicionarmos 19,6g de H2SO4 e 16,0g de NaOH para
produzirem 28,4g de Na2SO4.
S + O2 SO2
SO2 + 1_2 O2 SO2
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SO3 + H2O H2SO4
Ao somarmos algebricamente as reações, verificamos que alguns produtos inter-
mediários, com SO2 e SO3 são produzidos e em seguida consumidos, e no final
não aparecem na reação somada, o que simplifica a resolução de problemas com
reações consecutivas como essa.
S + O2 SO2
SO2 + 1_2 O2 SO2
SO3 + H2O H2SO4
S
123 + 3_2 O2 + H2O H 2SO4
123
32 t 98 t
123
x= 24,5 t de H2SO4
8t x
Portanto, partindo-se de 8 toneladas de enxofre produziremos 24,5 toneladas
de ácido sulfúrico.
Todo o esforço envolvido teve como objetivo principal uma visão ampla dos
fatores a serem levados em conta no estudo das reações químicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O consumo dos reagentes e a formação dos produtos em uma reação quí-
mica são quantificados por meio de unidades de medida com grandezas atômicas,
tais como massa atômica, massa molecular e mol. Essas grandezas são utilizadas
no cálculo estequiométrico que relaciona quantidades de reagentes e produtos
envolvidos, não apenas com o intuito de informação teórica sobre uma reação
em particular, mas também objetivando informações práticas com enfoque na
minimização da relação custo/benefício do processo químico em questão.
Também foram apresentados os aspectos mais relevantes no estudo dos gases,
uma vez que muitas das reações químicas que ocorrem diariamente no ambiente
e a nível industrial são desenvolvidas no estado gasoso. Os gases obedecem a leis
de estado, que relacionam suas principais propriedades tais como temperatura,
pressão, volume e densidade, e são de extrema importância na previsão de seu
comportamento em condições reacionais específicas.
Finalmente, podemos observar que o estudo das reações químicas nos leva
a uma maior compreensão dos processos químicos, que ocorrem não somente
nas indústrias químicas, mas também em nossa vida diária, até mesmo quando
sequer percebemos.
O conhecimento dos conteúdos apresentados é de grande importância no
estudo das reações de equilíbrio e da termodinâmica das reações químicas, con-
ceitos que serão introduzidos na unidade a seguir.
Material Complementar
GABARITO
1. Respostas:
a) KClO4 → KCl + 2O2;
b) C12H22O11 → 12C + 11H2O;
c)2NaHCO3 → Na2CO3 + CO2 + H2O;
d) 2Al + 3Cl2 → 2AlCl3;
e)2N2H4 + N2O4 → 3N2 + 4H2O; f ) C4H10O + 6O2 → 4CO2 + 5H2O
2. Respostas: a) 2KBrO3 → 2KBr + 3O2; b) Reação de análise ou decomposição.
3. Resposta: alternativa (d)
4. Respostas: a) Fe = 56g/mol, então em 84g temos 84/56 = 1,5 mols Fe
b) CaO = 40+16 = 56g/mol, então em 168g temos 168/56 = 3 mols de CaO
c) Mg (NO3)2 = 24+2(14)+6(16) = 148g/mol, em 29,6g temos 29,6/148 = 0,20 mol
de Mg(NO3)2.
5. Resposta: Na transformação isotérmica, a temperatura é mantida constante, e
observamos que volume e pressão são grandezas inversamente proporcionais,
que resultaram na Lei de Boyle-Mariotte: “Para uma massa fixa de gás, mantida à
temperatura constante, o volume ocupado pelo gás é inversamente proporcio-
nal à pressão exercida sobre ele”.
Na transformação isobárica, a pressão é mantida constante, e verificamos que
volume e temperatura absoluta são grandezas diretamente proporcionais, que
resultaram na Lei de Gay-Lussac: “Para uma massa fixa de gás, mantida à pressão
constante, o volume ocupado pelo gás é diretamente proporcional à sua tem-
peratura absoluta”.
Na transformação isométrica, o volume é mantido constante, e observamos que a
temperatura absoluta do gás e sua pressão são grandezas diretamente proporcio-
nais, de modo que o quociente entre pressão e temperatura se mantém constante,
base para a Lei de Charles: “Para uma massa fixa de gás, mantida a volume constan-
te, a pressão exercida pelo gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta”.
6. Resposta: Pressão constante, temos que V1/T1 = V2/T2.
Dados: V1 = 50L e V2 = 60L, T1 = 22 + 273 = 295K (temperatura absoluta).
Logo: 50/295 = 60/T2 ⇒ T2 = 354K ⇒ 02 = 354 – 273 = 81°C.
Portanto o balão terá a temperatura de 81°C.
7. Consideramos que (P1.V1)/T1 = (P2.V2)/T2 . O volume de gás no alto da montanha
será V1 e o volume de gás ao pé da montanha será V2. Para obtermos (V1/V2) de-
vemos isolar essa relação na equação geral dos gases.
157
GABARITO
PV = m RT
M
IV
REAÇÕES DE EQUILÍBRIO
UNIDADE
E TERMODINÂMICA DAS
REAÇÕES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Identificar as características de uma reação reversível e entender
quando a reação atinge o estado de equilíbrio.
■■ Aprender as diferenças e semelhanças entre equilíbrio químico e
equilíbrio iônico.
■■ Compreender a utilização de parâmetros como pH e pOH no
equilíbrio iônico, bem como o funcionamento das soluções-tampão
no controle do pH de soluções.
■■ Classificar as transformações físicas e reações químicas quanto à
necessidade de liberar ou absorver energia, de acordo com a Lei da
conservação da energia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Equilíbrio Químico
■■ Equilíbrio Iônico em Soluções Aquosas
■■ Termodinâmica das Reações
161
INTRODUÇÃO
equilíbrio, uma relação entre as velocidades das reações direta e inversa, cujo
valor numérico depende da temperatura do sistema.
Um sistema em equilíbrio pode ser perturbado pela variação da tempera-
tura do sistema ou pela adição ou retirada de um reagente ou produto ao meio
reacional. Em qualquer situação de desequilíbrio, a reação reversível tende a se
deslocar no sentido de minimizar o efeito do agente externo, atingindo novo
estado de equilíbrio.
Verificamos que o equilíbrio iônico é um caso particular de equilíbrio quí-
mico, no qual estão dissolvidas espécies iônicas. De modo análogo, a constante
de equilíbrio passa a ser chamada de constante de ionização, da qual deriva um
parâmetro muito utilizado na análise de soluções ácidas e básicas, o produto iônico
da água. Mostramos ainda a origem dos potenciais hidrogeniônico e hidroxili-
ônico, conhecidos como pH e pOH, respectivamente, e discutimos o efeito das
soluções-tampão no controle do pH de soluções aquosas.
Finalmente, analisamos o caráter energético de toda e qualquer reação quí-
mica ou transformação física, classificando-a quanto à necessidade de liberar
energia para o ambiente, os chamados processos exotérmicos, ou a necessidade
de absorver energia do ambiente para o sistema, os denominados processos endo-
térmicos. Essas definições têm base na Lei da Conservação da Energia, na qual
a energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada.
Boa leitura!
Introdução
162 UNIDADE IV
EQUILÍBRIO QUÍMICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
abelhas, elas serão atraídas pelo mel. Após
algum tempo, veremos que todo o alimento ©shutterstock
REAÇÕES REVERSÍVEIS
Equilíbrio Químico
164 UNIDADE IV
Por outro lado, se considerarmos a reação inversa à reação inicial, então tería-
mos: CO2(g) + NO(g) → CO(g) + NO2(g).
Para a reação inversa, a mistura de reagentes (CO2(g) + NO(g)) apresenta uma
coloração incolor, e se a reação for completa, a mistura de produtos deve pos-
suir coloração vermelho-castanho intenso. Entretanto, a mistura atinge apenas
a coloração vermelho-castanho fraco, a mesma cor atingida pela reação do pri-
meiro experimento.
Figura 03 - Equilíbrio dinâmico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptado de Feltre (2004b).
Podemos concluir que à medida que a reação direta (CO(g) + NO2(g) → CO2(g) +
NO(g)) ocorre, os seus produtos, ao serem formados, passam a se comportar como
reagentes da reação inversa (CO2(g) + NO(g) → CO(g) + NO2(g)), formando novamente
a mistura inicial. As duas reações se contrabalançam, situação na qual o sistema
permanece inalterado, como se não estivesse ocorrendo nenhuma das reações.
Anteriormente, o experimento das abelhas nas porções de mel atingiu uma
situação na qual o número de abelhas em cada porção se mantinha constante,
como se as abelhas não estivessem se deslocando mais. Da mesma forma, nas
reações apresentadas percebemos que a quantidade de reagentes e produtos se
mantem constantes, como se não estivesse mais ocorrendo nenhuma reação,
pois o sistema atingiu o estado de equilíbrio, e a reação é considerada reversível.
Desta forma, podemos dizer que uma reação é considerada reversível quando
os reagentes são transformados em produtos pela reação direta e estes, simulta-
neamente, são convertidos em reagentes novamente segundo a reação inversa.
Em outras palavras, “uma reação é reversível quando a reação direta e sua rea-
ção inversa ocorrem simultaneamente”.
NO2 e ainda não teríamos CO2 e nem NO. Ao longo do tempo, a reação direta
e, simultaneamente, a reação inversa, estariam ocorrendo, e as concentrações
das espécies químicas mudariam conforme os dados indicados no Quadro 01.
Quadro 01: Concentrações de reagentes e produtos na reação CO(g) + NO2(g) « CO2(g) + NO(g).
Podemos notar que, dos 40 aos 60 minutos, as concentrações das espécies quí-
micas não mudaram, levando-nos a entender que permanecerão inalteradas
indefinidamente.
Se utilizarmos os dados no Quadro 01 para construir um gráfico dessa reação,
obteremos as curvas apresentadas na Figura 04. Observamos claramente que
a partir de 40 minutos de reação as concentrações dos reagentes e produtos se
mantiveram constantes, como se não estivesse mais ocorrendo reação.
Equilíbrio Químico
166 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Feltre (2004b, p. 183).
Apesar de não haver mudanças nas concentrações das espécies químicas, a rea-
ção continua ocorrendo, por isso dizemos que o sistema atingiu um equilíbrio
dinâmico, no qual as velocidades da reação direta e da reação inversa são iguais.
Todas as reações reversíveis atingem um estado de equilíbrio, mesmo que
para isso seja necessário um longo tempo, de modo que uma reação reversível
nunca será completa.
O sistema no qual ocorre uma reação reversível é fator determinante para o tipo
de equilíbrio químico obtido. Assim, em sistemas homogêneos, ou seja, nos
quais reagentes e produtos estão no mesmo estado físico da matéria, obtemos
um equilíbrio homogêneo. Esses sistemas geralmente ocorrem em fase gasosa
ou na forma de íons em solução aquosa. Alguns exemplos:
GRAU DE EQUILÍBRIO
Equilíbrio Químico
168 UNIDADE IV
α= ____________________________
(Quantidade de mols que reagiu)
(Quantidade inicial de mols)
Para a reação considerada, temos que:
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α%= 100α, ou seja, α% = 100.(0,80) α%= 80%
Portanto temos que: 0 < a < 1 e 0 < a% < 100%. Quando o grau de equilíbrio está
próximo de 1 (ou 100%) significa que após atingir o equilíbrio, apenas pequena
quantidade dos reagentes não foi consumida, ou seja, na mistura reacional há
grande quantidade de produtos, levando-se em consideração a reação direta.
Nessa situação temos um rendimento alto.
Por outro lado, quando o grau de equilíbrio está próximo de 0 obtemos, após
o equilíbrio, uma mistura reacional com grande quantidade de reagentes que não
foram consumidos e pequena quantidade de produtos formados, novamente conside-
rando-se a reação direta. Dizemos nesse caso que o rendimento da reação foi baixo.
CONSTANTE DE EQUILÍBRIO
k1
Kc = k___ [CO2] [NO]
Kc = ______________
Produtos
2 [CO] [NO2] Reagentes
Equilíbrio Químico
170 UNIDADE IV
0,80 · 0,80 = 16
Kc = ______________
0,20 · 0,20
De acordo com Novais (1993), Kc é a constante de equilíbrio expressa em termos
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das concentrações molares (mol/L), pois representa molaridade. Seu valor numé-
rico varia com a reação considerada e com a temperatura do sistema, e representa
uma relação entre as velocidades da reação direta e da reação inversa. Quanto maior
o valor de Kc, maior será a concentração dos produtos da reação direta, o que sig-
nifica maior rendimento da reação direta. Por outro lado, quanto menor o valor
de Kc, mais baixo o rendimento da reação direta e mais alto o da reação inversa.
Para uma reação genérica qualquer: aA + bB ↔ xX + yY, podemos calcu-
lar Kc da seguinte forma:
x y
[X] [Y]
_________
Kc = [A]a [B]b
DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO
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Equilíbrio Químico
172 UNIDADE IV
Neste experimento, o gás NO2 de coloração castanha foi inserido em uma ampola
de vidro, que por sua vez, foi submersa em banhos de diferentes temperaturas,
0°C e 100°C. No banho de água quente (a 100°C), o gás manteve sua coloração
castanha, mas quando foi submersa no banho de gelo (a 0°C), a coloração do
gás mudou e tornou-se incolor.
A mudança de coloração do gás a 0°C mostrou que praticamente não havia
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mais dióxido de nitrogênio (NO2) na ampola de vidro. Nesse experimento, o que
está sendo alterado é o equilíbrio de dimerização do NO2, indicado pela reação:
2 NO2 (g) N2O4 (g)
[CH3COOC2H5] [H2O]
Kc = ____________________________ 0,666 ∙ 0,666
_________________
Kc = 4
[CH3COOH] [C2H5OH] 0,333 ∙ 0,333
Vamos supor que seja adicionado 1mol de ácido acético ao sistema em equilí-
brio. Imediatamente, o equilíbrio é perturbado, apesar da constante de equilíbrio
se manter inalterada, já que a temperatura do sistema foi mantida constante.
O sistema em desequilíbrio procura encontrar um novo estado de equilí-
brio. A princípio, a reação direta aumenta sua velocidade em relação à reação
inversa, formando novas quantidades dos produtos (acetato de etila e água), ao
mesmo tempo em que novas quantidades de reagentes (ácido acético e álcool
etílico) são consumidas. Após um período, o sistema alcança um novo equilí-
brio, no qual as quantidades de reagentes e produtos presentes no sistema são
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O fato da constante de equilíbrio ter se mantido inalterada, uma vez que a tem-
peratura do sistema não foi alterada, nos mostra que o sistema atingiu realmente
novo estado de equilíbrio.
O experimento mostrou o comportamento do sistema após a adição de um
dos reagentes, o ácido acético. Se, por outro lado, tivéssemos adicionado qual-
quer outra espécie química dessa reação reversível, álcool etílico, acetato de etila
ou água, o raciocínio deveria ser análogo.
Podemos concluir da seguinte forma:
Equilíbrio Químico
174 UNIDADE IV
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Essas observações representam as conclusões enunciadas pelo Princípio de Lei
Chatelier: “Se um sistema em equilíbrio for submetido a uma perturbação, haverá
um deslocamento nesse equilíbrio, no sentido de minimizar o efeito da mudança”.
Em outras palavras, adicionando qualquer espécie química, o equilíbrio se
deslocará no sentido de consumi-la para minimizar o efeito da sua adição. Por
outro lado, retirando qualquer espécie química, o equilíbrio se deslocará no sen-
tido de recoloca-la para minimizar o efeito de sua retirada.
α= ________________________________
(Quantidade de mols que dissociados)
(Quantidade inicial de mols)
+ -
[NH4 ] [OH ]
_______________
NH4 + OH Kb = [NH4OH]
+ -
NH4OH
Segundo Novais (1993), para os ácidos cuja constante de ionização (Ka) é alta, o
equilíbrio está deslocado para a direita, ou seja, no sentido de formação de íons
H+ e o ácido é dito forte. Por outro lado, quando a constante de ionização (Ka) é
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baixa, na situação de equilíbrio teremos mais moléculas de ácido e poucos íons
H+, evidências de que se trata de um ácido fraco.
De maneira análoga, podemos estender o raciocínio para as bases. Quando a cons-
tante de ionização (Kb) for alta, teremos muitos íons OH- no sistema em equilíbrio,
indicativo de base forte. Por outro lado, quando Kb for baixa, teremos uma base fraca.
Agora, vamos aplicar nosso estudo sobre equilíbrio químico para os equilíbrios
de ionização. Supondo que uma espécie química genérica BA é adicionada em
água e sofre ionização (BA ↔ B+ + A-). Seu grau de ionização “a” e sua constante
de ionização “K” devem ser relacionados ao volume “V” da solução. Se partirmos
de “n” mols do eletrólito BA, sabemos que “na” mols se ionizam, então teremos:
Figura 06 – Quadro demonstrativo da Lei da diluição de Ostwald
Portanto:
nα
__ nα
__
+ -
V V 2
[B ] [A ]
K= ___________ K= n(1-α) nα
K= _____
[BA] _____ V(1-α)
V
DEFINIÇÃO DE PH E POH
) )
+ -
[H ][OH ]
K= ________
[H2O]
+ - -7 -7 -14
Kw= [H ][OH ] = (10 )(10 ) Kw= 1,0.10 (a 25°C)
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TEMPERATURA (°C) KW
0°C 0,114.10-14
10°C 0,295.10-14
20°C 0,676.10-14
25°C 1,00.10-14
40°C 2,71.10-14
50°C 5,30.10-14
100°C 51,3.10-14
Água pura
Soluções ácidas
Soluções básicas
pH e pOH
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mudarmos o sinal, teremos: - log [H+] - log [OH- ]=14
E encontramos: pH + pOH = 14
+ -7 + +
[H ] < 10 log [H ] < - 7 - log [H ] > 7 pH > 7
- -7 - -
[OH ] > 10 log [OH ] > - 7 - log [OH ] < 7 pOH < 7
Todas essas observações podem ser mais bem visualizadas na escala de pH ou
escala de pOH, descritas na Figura 08.
Solução-Tampão
Uma solução é dita “tamponada” quando resiste às variações de pH, pois uma
solução-tampão é aquela que não permite grandes variações de pH, mesmo
quando a ela se adiciona ácido ou base.
Para Feltre (2004b), as soluções-tampão têm grande importância nos pro-
cessos biológicos. Nosso sangue é tamponado para manter o pH em torno de 7,3
a 7,5, o suco gástrico do nosso estômago é tamponado para manter o pH entre
1,6 e 1,8, além das enzimas do nosso organismo, que só realizam suas funções
metabólicas em faixas muito estreitas de pH.
Nos laboratórios, são comumente utilizadas as seguintes soluções-tampão:
a. Mistura de um ácido fraco com um sal solúvel desse ácido, que produz um
tampão ácido. Exemplo: solução contendo ácido acético e acetato de sódio.
b. Mistura de uma base fraca com um sal solúvel dessa base, que produz
um tampão básico. Exemplo: solução contendo hidróxido de amônio e
cloreto de amônio.
Mas o que ocorre com essas soluções, para que não haja variações do pH quando
adicionamos um ácido ou base?
Tomemos o exemplo do tampão ácido formado por ácido acético (CH3COOH),
um ácido fraco, e o sal acetato de sódio (CH3COONa). O ácido, por ser fraco, se
ioniza pouco: CH3COOH ↔ CH3COO- + H+, de modo que há maior concen-
tração das moléculas de CH3COOH não ionizadas. O sal, por outro lado, está
completamente dissociado da seguinte forma: CH3COONa ↔ CH3COO- + Na+.
Há, portanto, íons CH3COO- provenientes dos dois compostos. Quando se
adiciona um ácido à solução, os íons H+ serão consumidos pelo equilíbrio do
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ácido acético (CH3COOH ↔ CH3COO- + H+), e o equilíbrio se deslocará para
a esquerda, no sentido de formar as moléculas de CH3COOH, mantendo o pH
constante. Apesar da ionização do ácido acético ser limitada, há grande quanti-
dade de ânions CH3COO- disponíveis que são provenientes do equilíbrio do sal
dissociado, o que garante o deslocamento do equilíbrio do ácido para a esquerda
em grande extensão.
Se, por outro lado, adicionarmos uma base qualquer à solução-tampão, seus
íons OH- serão neutralizados pelos íons H+ da ionização do ácido acético (H+
+OH- → H2O). Com a neutralização dos íons OH- não haverá mudança do pH. À
medida que os íons H+ provenientes do ácido fraco forem consumidos pelos íons
OH- da base adicionada, o equilíbrio de dissociação do ácido será deslocado no
sentido de produzir mais íons H+, que continuarão sendo consumidos pelas hidro-
xilas, formando novas moléculas de água e mantendo o pH da solução inalterado.
Para soluções-tampão formadas por uma base fraca e um sal dessa base,
como exemplificado na mistura de hidróxido de amônio e cloreto de amônio, o
raciocínio é análogo.
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■■ Combustão do metano: CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O + calor.
De acordo com Feltre (2004b), existem basicamente dois tipos de energia, a ener-
gia cinética e a energia potencial. A energia cinética está associada ao movimento,
enquanto a energia potencial refere-se à energia armazenada por um sistema.
A energia cinética está presente no movimento de uma bola descendo mon-
tanha abaixo, no movimento da água na correnteza de um rio, no movimento
dos elétrons na corrente elétrica, no movimento do vento, enfim, em todo e qual-
quer sistema que se desloque.
Podemos observar que a energia total do sistema antes da reação deve ser igual
à energia total do sistema após a reação. Essa afirmação foi enunciada como a
“Primeira Lei da Termodinâmica”, também conhecida como a “Lei da Conservação
da Energia”.
A primeira lei da termodinâmica também pode ser postulada de duas outras
maneiras: “A energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada”
ou “Em um sistema isolado, a quantidade total de energia é constante”.
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DEFINIÇÃO DE ENTALPIA DA REAÇÃO
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Fonte: Feltre (2004b, p. 228).
H4 (g) + 1
_ O2 (g) H2O (l) ΔH = - 286,6 kJ/mol (25°C; 1 atm)
2
Energia de ligação
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Com base nos temas abordados, podemos compreender que as reações
químicas reversíveis tendem ao estado de equilíbrio que, quando perturbado,
se desloca no sentido de minimizar seu efeito. Nesse contexto, vimos que as
reações químicas, sejam elas reversíveis ou não, só ocorrem quando possuem
condições energéticas adequadas para tanto. Desta forma, o estudo da energia
liberada pelos processos exotérmicos, bem como da energia absorvida nos pro-
cessos endotérmicos, é de extrema importância na compreensão dos fatores que
limitam ou induzem as reações químicas em geral, e mostram porque algumas
equações propostas na teoria não ocorrem na prática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
194
5. Se uma solução aquosa possui [OH-] = 1,0.10-5 mol/L, qual será o pH dessa solu-
ção? Ela possui caráter ácido ou básico?
6. Defina solução-tampão e explique do que é constituída uma solução-tampão
ácida e uma solução-tampão básica?
7. Defina o que é processo exotérmico e o que é processo endotérmico, mostrando
suas diferenças.
8. Nas reações químicas, a quantidade de calor liberada ou absorvida pela transfor-
mação pode ser denominada calor de reação. Nesse contexto, assinale a alterna-
tiva correta:
I) Se uma reação é exotérmica, o sistema perde calor e o ambiente ganha a mes-
ma quantidade perdida pelo sistema.
II) Se uma reação é endotérmica, o sistema ganha calor e o ambiente perde a
mesma quantidade recebida pelo sistema.
III) Se uma reação é exotérmica, sua entalpia final é menor que sua entalpia ini-
cial, logo sua variação de entalpia (ΔH) é menor que zero.
IV) Se uma reação é endotérmica, sua entalpia final é maior que sua entalpia
inicial, logo sua variação de entalpia (ΔH ) é maior que zero.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Nenhuma das afirmativas está correta.
9. Considere a reação abaixo:
Material Complementar
GABARITO
[S03]2
Kc =
[SO2]2 [O2]
REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
V
UNIDADE
E SOLUBILIDADE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender o conceito e as características das reações de
oxirredução.
■■ Aprender a balancear as reações de oxirredução a partir dos números
de oxidação.
■■ Entender o funcionamento das pilhas.
■■ Classificar as soluções quanto à relação soluto/solvente.
■■ Interpretar as curvas de solubilidade, utilizando os dados do gráfico
na preparação e cálculo de soluções.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Reações de Oxirredução
■■ Soluções
203
INTRODUÇÃO
Introdução
204 UNIDADE V
REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e outros aparelhos eletrôni-
cos com um simples toque
no botão. Todas essas ações
se devem à eletricidade.
A eletricidade repre-
senta a passagem de uma
corrente elétrica por um fio
metálico. A corrente elétrica,
©shutterstock
[Na[ [ Cl [
x + -
Na Cl x
Constatamos que o átomo Na doa 1 elétron para o átomo Cl, de modo que Na
sofre oxidação, enquanto Cl sofre redução, resultando nos íons Na+ e Cl-.
Podemos observar que os dois processos, oxidação e redução, ocorrem simul-
taneamente, e representam a chamada reação de oxirredução, ou redox.
De forma resumida, podemos dizer que “oxidação é a perda de elétrons por
um átomo”, enquanto “redução é o ganho de elétrons por um átomo”. Finalmente,
dizemos que “Reação de oxirredução é uma reação na qual ocorre a transferên-
cia de elétrons entre dois átomos”.
No exemplo de NaCl, temos que a oxidação do Na foi provocada pelo Cl,
então denominamos o cloro de “oxidante”. Por outro lado, a redução do Cl foi
induzida pelo Na, e chamamos o sódio de “redutor”.
Os conceitos de oxidante e redutor podem ser generalizados, “oxidante é o
elemento ou substância que induz à uma oxidação”, enquanto “redutor é o ele-
mento ou substância que induz a uma redução”. Nessas definições, podemos
considerar uma substância como oxidante ou redutor.
Reações de Oxirredução
206 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
teria se houvesse um rompimento da ligação covalente, de modo que os elétrons
pertenceriam ao elemento mais eletronegativo, enquanto o elemento mais ele-
tropositivo perderia elétrons.
Tomando como exemplo o composto HCl, sabemos que o Cl é mais ele-
tronegativo do que o H, e podemos considerar que o cloro atrairia os elétrons
compartilhados para o seu lado conforme a representação a seguir.
+
[[ [ [
-
xx
H x Cl x
x H + Cl
xx
Para o HCl, podemos considerar que H+ (perdeu 1 elétron) tem NOX = +1,
enquanto Cl- (ganhou 1 elétron) tem NOX = -1.
Finalmente, em uma molécula apolar, formada por dois átomos iguais, tais
como H2, O2, N2 etc., o número de oxidação dos elementos é zero, pois não há
diferença de eletronegatividade entre os átomos constituintes da molécula.
Levando em consideração qualquer tipo de composto em questão, podemos
ampliar o conceito de oxidação e redução com base na definição de número de
oxidação, da seguinte forma:
■■ Oxidação é a perda de elétrons ou o aumento do número de oxidação de
um elemento.
Reações de Oxirredução
208 UNIDADE V
123H3 P O4
123 123
3 • (+1) + X + 4 • (-2) = 0 x= +5 (Nox. do P)
Consideremos outro exemplo, o sal Na2CO3. Nesse caso, sabemos que NOX do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O = -2 e NOX do Na = +1, pois o sódio (Na) faz parte da Família 1A da Tabela
Periódica, e seu NOX é conhecido. Portanto, precisamos determinar o NOX do C.
Fazemos então:
123Na2 C O3
123 123
2 • (+1) + X + 3 • (-2) = 0 x= +4 (Nox. do C)
xx xx xx
P x Cl
xx
x
x
x
x Cl
xx
x P x Cl x
x xx
x
x Cl x
x x
xx
Nessa molécula, vemos que o átomo de P doará 3 elétrons, enquanto cada átomo
de Cl receberá 1 elétron. Para igualar o número de elétrons doados pelo P (3
elétrons) ao número total de elétrons recebidos pelo Cl (3 átomos onde cada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 P + 12 Cl2
4
123 8 PCl3
2 ∙ 4 = 8 átomos de P 8 átomos de P
Reações de Oxirredução
210 UNIDADE V
P4 + 6 Cl2 4 PCl3
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O balanceamento dessa equação pode ser também realizada utilizando-se o con-
ceito de número de oxidação (NOX) dos elementos. Esse procedimento pode ser
divido em etapas:
1ª Etapa: determinamos os NOX dos elementos e pela diferença desses valo-
res para cada elemento participante da reação calculamos a variação dos NOX.
P4 + Cl2 PCl3
Zero Zero +3 -1
Variação=3
Variação=1
Δ = 3 ∙ 4 = 12 Δ=1∙2=2
P4 + Cl2 PCl3
3ª Etapa: pela multiplicação cruzada temos que o D do oxidante será o coefi-
ciente do redutor e vice-versa.
Δ = 12 Δ=2
2 P4 + 12 Cl2 PCl3
2 P4 + 12 Cl2 8 PCl3 ou
P4 + 6 Cl2 4 PCl3
Obtemos assim a mesma equação obtida anteriormente, mas nesse caso
realizamos o balanceamento a partir dos números de oxidação (NOX) dos
elementos.
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PILHAS
Reações de Oxirredução
212 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Feltre (2004b, p. 294).
2e-
Podemos subdividir a equação iônica em duas semirreações subsequentes, a pri-
meira semirreação de oxidação do zinco e a segunda semirreação de redução do
cobre, equacionadas a seguir.
PILHA DE DANIEL
2e-
Reações de Oxirredução
214 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
À medida que as duas semirreações ocorrem, começa a haver excesso de
cátions Zn2+ na meia-célula do Zn, e excesso de ânions SO42- na meia-célula do
Cu. Consequentemente, para manter o equilíbrio elétrico necessário, através da
porcelana porosa inicia-se a passagem de íons Zn2+ para a meia-célula do Cu
e, simultaneamente, a passagem de ânions SO42- para a meia célula do Zn. Essa
movimentação de íons representa a corrente elétrica dentro da solução.
Dessa forma, o circuito elétrico se fecha por meio de duas movimentações, a
circulação dos elétrons através do fio externo e dos eletrodos e, ao mesmo tempo,
a circulação de íons por meio das soluções.
Após certo tempo de funcionamento da pilha, percebemos que a solução de
CuSO4 se dilui, enquanto a solução de ZnSO4 se concentra. Além disso, a massa
do eletrodo de Cu aumenta, devido à formação de Cu0, enquanto a massa do
eletrodo de Zn diminui, porque sofre corrosão.
A representação esquemática da pilha (Figura 04) sofre modificações.
Do lado esquerdo indicamos o anodo, ou seja, o eletrodo negativo que sofre oxi-
dação. Analogamente, do lado direito, indicamos o catodo, ou eletrodo positivo,
no qual ocorre a redução. As barras duplas no centro mostram que as soluções
são separadas por uma parede porosa.
Reações de Oxirredução
216 UNIDADE V
PILHA DE LECLANCHÉ
De acordo com Feltre (2004b), a pilha de Leclanché tem esse nome em homena-
gem ao seu inventor, George Leclanché, e é conhecida como pilha seca comum.
Essas pilhas dão voltagem de 1,5V, são baratas e muito usadas em lanternas, apa-
relhos de som portáteis, brinquedos etc.
Nessas pilhas, o anodo ou polo negativo é o zinco, que constitui o próprio
corpo interno da pilha. O catodo, ou polo positivo, é formado por MnO2 em
pó, presente na pasta interna da pilha. As semirreações que ocorrem no anodo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e catodo não são simples e estão representadas a seguir, assim como a reação
global obtida.
2+ -
No anodo: pólo - { Zn Zn + 2e
2+
No catodo: pólo + { 2 MnO2 + 2 NH4 + 2e- Zn + Mn2O3 + 2 NH3 + H2O
2+
Reação Global: { Zn + 2 MnO2 + 2 NH4 Zn + Mn2O3 + 2 NH3 + H2O
PILHA ALCALINA
As pilhas alcalinas possuem o mesmo catodo e anodo das pilhas secas comuns.
O que as diferencia é o eletrólito, pois enquanto nas pilhas secas o eletrólito é
ácido (NH4Cl), nas pilhas alcalinas é básico (KOH), motivo da sua nomenclatura.
As semirreações no catodo e anodo, bem como a reação global estão esque-
matizadas abaixo.
São pilhas não recarregáveis, com voltagem de 1,5V. Em relação às pilhas secas
comuns, são consideradas mais duráveis, mantêm a voltagem constante por
mais tempo e produzem cerca de 50% a mais de energia, tudo porque o KOH é
melhor condutor eletrolítico do que o NH4Cl. São utilizadas em rádios portá-
teis, lanternas, máquinas fotográficas, brinquedos etc.
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CORROSÃO
Reações de Oxirredução
218 UNIDADE V
O ferro contém outros metais em menor quantidade que são consideradas impu-
rezas. Assim, o ferro e as impurezas funcionam como dois polos de uma pilha
na qual ocorrem as seguintes reações de oxirredução.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Podemos verificar que a reação no catodo depende da presença de oxigênio, pro-
veniente do ar, e água, de modo que a ferrugem só aparece em ambientes com
esses dois componentes da natureza. Quando há outros gases de caráter ácido,
como CO2 e SO2, por exemplo, a corrosão é acelerada, porque deslocam a rea-
ção do catodo para a direita, segundo o princípio de Le Chatelier. Em regiões
litorâneas, o ambiente salino também aumenta a condutividade elétrica entre
os polos da pilha, acelerando a corrosão de cascos de navios atracados e tubu-
lações em geral.
De modo geral, podemos concluir que as reações de oxirredução abordadas
ocorrem frequentemente em diversas situações do cotidiano. Se falarmos ao tele-
fone celular, ligarmos a televisão com um controle remoto, ou utilizarmos um
computador portátil no trabalho, estaremos fazendo uso de pilhas ou baterias,
que funcionam segundo duas reações simultâneas nas quais ocorre uma trans-
ferência de elétrons, as reações de oxirredução.
©shutterstock
SOLUÇÕES
DEFINIÇÃO DE DISPERSÕES
Soluções
220 UNIDADE V
Dizemos que o sal se dissolveu completamente na água, mas a areia não se dis-
solveu. No primeiro caso temos uma dissolução total, enquanto no segundo caso
obtemos a separação total. Entretanto, pode haver casos intermediários entre as
duas situações apresentadas.
Se misturarmos água com partículas de diversos tamanhos e densidades e
deixarmos o sistema em repouso por um tempo determinado, podemos encon-
trar partículas depositadas no fundo e a presença de partículas que permanecem
em solução, deixando-a turva, conforme mostra a Figura 06.
Na ilustração, observamos a presença de camadas de partículas sedimen-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tadas. As partículas maiores são as primeiras a sedimentarem, seguidas pelas
partículas intermediárias, e assim gradativamente, enquanto algumas partícu-
las menores e de baixa densidade não se depositam e permanecem em solução
deixando a água turva.
Figura 06 - Separação das partículas
a ver com a característica pegajosa para a qual o termo foi inicialmente em-
pregado.
Fonte: Novais (1993).
DEFINIÇÃO DE SOLUÇÃO
Soluções são misturas homogêneas que podem ser obtidas a partir da mistura
de duas ou mais substâncias. O componente presente em menor quantidade
recebe o nome de soluto, enquanto o componente presente em maior quanti-
dade é chamado de solvente.
Na mistura homogênea composta de água e sal, ilustrada na Figura 06, temos
que o soluto é o sal e o solvente, a água.
Soluções
222 UNIDADE V
REGRA DE SOLUBILIDADE
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Os compostos iônicos formados por ligação iônica são polares, mas as molé-
culas obtidas por ligação covalente podem ser polares ou apolares, dependem
dos seus elementos químicos constituintes.
De forma geral, verificamos que um soluto polar se dissolve em um solvente
polar, enquanto um soluto apolar deve se dissolver em um solvente apolar. Em
outras palavras, costuma-se dizer que “semelhante dissolve semelhante”.
Podemos observar que muitas substâncias inorgânicas, como ácidos e sais,
que são polares, se dissolvem em água, que é um solvente polar. Por outro lado,
as moléculas orgânicas, geralmente apolares, dissolvem-se em solventes apola-
res, como solventes orgânicos em geral.
A água, por ser abundante e dissolver grande quantidade de substâncias, é
também conhecida como “solvente universal”. É um solvente de grande impor-
tância, uma vez que a vida humana e também a vida vegetal e animal, dependem
do ciclo da água, ou seja, do caminho que a água percorre na natureza, caindo
como chuva, percorrendo rios, mares e subsolo, sofrendo evaporação e precipi-
tando sob a forma de chuva novamente.
SATURAÇÃO DE SOLUÇÕES
Soluções
224 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Feltre (2004b, p. 8).
CURVAS DE SOLUBILIDADE
Soluções
226 UNIDADE V
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CONCENTRAÇÃO DE SOLUÇÕES
Soluções
228 UNIDADE V
O número de mols do soluto (n1) pode ser expresso como a razão entre a massa
do soluto (m1) e a massa molar do soluto (M1). A concentração molar pode então
ser determinada de outra forma:
m1
m= _____
M1V
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A fração molar do soluto (x1), em uma solução, é o quociente entre a quantidade
de mols do soluto (n1) e a quantidade total de mols na solução, ou seja, soluto
+ solvente (n1 + n2).
Analogamente, a fração molar do solvente (x2), em uma solução, é o quo-
ciente entre a quantidade de mols do solvente (n2) e a quantidade total de mols
na solução, soluto + solvente (n1 + n2).
Por se tratarem de razões entre número de mols, as frações são medidas de
concentração sem unidade, e variam entre 0 e 1.
n1 n2
x1= ______ e x2= ______
n1 + n2 n1 + n2
O número de mols do soluto (n1) pode ser calculado por m1/M1, resultando então:
1.000m1
W= _______
m2M1
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DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES
Soluções
230 UNIDADE V
m1
Solução inicial: C= ___ m1 = VC
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
V
m1
Solução final: C’= ___ m1 = V’C’
V’
Podemos igualar a massa de soluto (m1) na solução inicial e solução final, pois
sua quantidade se manteve constante. Obtemos então:
VC= V’C’
Essa expressão nos mostra que quando o volume da solução aumenta (de V para
V´), consequentemente a concentração da solução diminui (de C para C´), na
mesma proporção, pois volume e concentração são inversamente proporcionais.
Na prática essa expressão nos mostra que concentrar (aumentar a concen-
tração) e diluir (aumentar o volume) são operações inversamente proporcionais.
Podemos observar que as soluções representam misturas nas quais a concen-
tração do soluto deve ser adequadamente calculada para a obtenção de sistemas
soluto/solvente homogêneos. Verificamos que há diversas maneiras de se cal-
cular as concentrações de soluto e solvente, indicadas para aplicações distintas.
Com base nos temas abordados, concluímos que as atividades do cotidiano
podem ser muitas vezes descritas pelo estudo da química. As reações de oxir-
redução desenvolvidas em pilhas e baterias são realizadas inúmeras vezes ao
longo do dia quando utilizamos celulares, computadores, eletrônicos em geral.
Da mesma forma, quando preparamos alimentos, concentramos e diluímos
sucos e cafés, estamos utilizando soluções, e manipulando suas concentrações
de modo a obtermos a relação soluto/solvente mais adequada à função proposta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
232
7. As misturas homogêneas são soluções nas quais todo o soluto está dissolvido
no solvente, e em determinado instante pode se saturar. Sobre a saturação das
soluções, assinale a alternativa correta:
(I) A solução é considerada saturada quando atinge seu grau de equilíbrio.
(II) O ponto de saturação depende apenas do soluto presente na solução.
(III) Uma solução supersaturada possui excesso de soluto, que se deposita no
fundo do recipiente.
a. Apenas as alternativas (I) e (III) estão corretas.
b. Apenas as alternativas (I) e (II) estão corretas.
c. Apenas as alternativas (II) e (III) estão corretas.
d. Todas as alternativas estão corretas.
8. As curvas de solubilidade de um sistema soluto/solvente são gráficos que des-
crevem a variação do grau de solubilidade do soluto no solvente em função da
temperatura do sistema. Nesse contexto, assinale as alternativas corretas.
(I) Quando o grau de solubilidade é muito elevado, tendendo ao infinito, dize-
mos que o soluto é totalmente insolúvel no solvente.
(II) Em uma mistura de dois líquidos, dizemos que os líquidos são imiscíveis se o
grau de solubilidade for próximo de zero.
(III) Um exemplo de mistura de líquidos totalmente miscíveis é água e álcool.
a. Apenas as alternativas (I) e (II) estão corretas.
b. Apenas as alternativas (II) e (III) estão corretas.
c. Apenas as alternativas (I) e (III) estão corretas.
d. Todas as alternativas estão corretas.
234
Práticas de Físico-Química
Renato Nunes Rangel
Editora: Blucher
Sinopse: Cada vez mais e com maior intensidade, fazem-se
necessários conhecimentos na interface da Química com a Física,
ou seja, a Físico-Química. Conhecer Físico-Química é requisito
indispensável para exercer, com segurança, ocupações em
Química Industrial, Engenharia Química, Engenharia de Produção,
Engenhia de Alimentos, Química, Bioquímica, Farmácia, Física
e mesmo Biologia neste mundo do século XXI, interdisciplinar,
científico-tecnólogico e globalizado. Este livro é uma coletânea de
experimentos escolhidos a partir da longa vivência do professor
Rangel junto ao magistério superior em Química. Trata-se de
um texto ideal para as condições brasileiras, tanto pelo método
didático desenvolvido como pela simplicidade dos equipamentos
exigidos e os recursos financeiros demandados.
Material Complementar
GABARITO
Do lado esquerdo indicamos o anodo, ou seja, o eletrodo negativo que sofre oxi-
dação. Analogamente, do lado direito, indicamos o catodo, ou eletrodo positivo,
no qual ocorre a redução. As barras duplas no centro mostram que as soluções
são separadas por uma parede porosa.
237
GABARITO
6. Resposta: A pilha de Leclanché é conhecida como pilha seca comum. Essas pi-
lhas dão voltagem de 1,5V, são baratas, não recarregáveis e muito usadas em
lanternas, aparelhos de som portáteis, brinquedos etc. Nessas pilhas, o anodo ou
polo negativo é o zinco, que constitui o próprio corpo interno da pilha. O catodo,
ou polo positivo, é formado por MnO2 em pó, presente na pasta interna da pilha.
A pilha alcalina possui o mesmo catodo e anodo das pilhas secas comuns. O que
as diferencia é o eletrólito, pois enquanto nas pilhas secas o eletrólito é ácido
(NH4Cl), nas pilhas alcalinas é básico (KOH), motivo da sua nomenclatura. São
pilhas não recarregáveis, com voltagem de 1,5V. Em relação às pilhas secas co-
muns, são consideradas mais duráveis, mantêm a voltagem constante por mais
tempo e produzem cerca de 50% a mais de energia, tudo porque o KOH é me-
lhor condutor eletrolítico do que o NH4Cl. São utilizadas em rádios portáteis, lan-
ternas, máquinas fotográficas, brinquedos etc.
7. Resposta: alternativa (a)
8. Resposta: alternativa (b)
239
CONCLUSÃO
Citação de Links
1 Em: <http://www.comciencia.br/reportagens/nanotecnologia/nano10.htm>.
Acesso em: 13 de jun. de 2016.
2 Em: <http://www.abq.org.br/cbq/2012/trabalhos/5/1383-13338.html>. Acesso
em: 27 de out. de 2015.