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SUSTENTABILIDADE
E RESPONSABILIDADE
SOCIAL
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APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), estudaremos a Sustentabilidade e a Responsabilidade Social, um tema
contemporâneo e de suma importância para várias áreas do conhecimento.
Dessa maneira, estudaremos a problemática ambiental, a origem do desenvolvimento
sustentável, a responsabilidade social, as práticas de gerenciamento ambiental, além
de conhecer algumas ferramentas importantes que refletem na sustentabilidade e na
responsabilidade social. Conheceremos também as ações de marketing voltadas à sus-
tentabilidade, bem como as certificações. Trabalharemos com as dimensões da respon-
sabilidade social e as divulgações de resultados de ações sustentáveis. Dessa forma, di-
vidiremos nossos estudos em cinco unidades.
Em nossa primeira unidade, cuja temática central é o Desenvolvimento Sustentável
como um novo modelo, iniciaremos nossa discussão relacionando a questão ambiental
com o crescimento populacional. Para isso, começaremos abordando o contexto históri-
co, desde os primórdios até a Revolução Industrial – que foi um grande marco no cresci-
mento –, e época que iniciaram alguns problemas ambientais. Discutiremos a origem do
Desenvolvimento Sustentável, apresentando seu conceito, que é difundido até os dias
atuais, além de apresentarmos a você os pilares do desenvolvimento sustentável, bem
como as suas dimensões e os seus objetivos.
Em nossa segunda unidade, trabalharemos com a questão das empresas e do meio am-
biente, em que apresentaremos a relação das organizações com a questão ambiental, os
acidentes ambientais de grande relevância em nível mundial e nacional, a questão das
indústrias e o meio ambiente. Tratando-se da relação das empresas com a sustentabili-
dade econômica, discutiremos a gestão e a distribuição eficiente de recursos naturais,
e conceitos como de economia ecológica e economia verde. Quanto às questões de
responsabilidade socioambiental, falaremos sobre os investimentos na área social e a
criação de políticas de Responsabilidade Social Empresarial.
Na Unidade 3, abordaremos a questão de marketing, sustentabilidade e certificações,
em que apresentaremos a você o conceito e a aplicabilidade do marketing verde, a
questão de normas e certificações voltadas à responsabilidade social, nas quais traba-
lharemos com a ISO 26000 e a NBR 16001, que é a norma brasileira de Gestão da Res-
ponsabilidade Social.
Na Unidade 4, falaremos sobre as dimensões da responsabilidade social, em que analisare-
mos questões relacionadas à ética empresarial e as políticas e práticas inclusivas.
Na Unidade 5, abordaremos as auditorias e os modelos de divulgações de ações sus-
tentáveis, apresentando os demonstrativos de natureza social e ambiental, os principais
modelos de balanço e relatórios de sustentabilidade, finalizando com algumas premia-
ções na área de sustentabilidade.
Esperamos que, após fazer a leitura deste livro, você aprofunde cada vez mais seus co-
nhecimentos nesta área, que é muito rica em detalhes. Desejamos que tenha ótima lei-
tura e bons momentos de aprendizado.
Bons estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
34 Considerações Finais
39 Referências
42 Gabarito
UNIDADE II
45 Introdução
73 Responsabilidade Socioambiental
78 Considerações Finais
83 Referências
86 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
89 Introdução
90 Marketing Verde
122 Referências
124 Gabarito
UNIDADE IV
127 Introdução
154 Referências
156 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
159 Introdução
186 Referências
188 Gabarito
189 Conclusão
Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Professora Me. Natália Christina da Silva Matos
I
DESENVOLVIMENTO
UNIDADE
SUSTENTÁVEL COMO UM
NOVO MODELO
Objetivos de Aprendizagem
■ Analisar os problemas ambientais contemporâneos.
■ Compreender o histórico do desenvolvimento sustentável.
■ Apresentar conceitos sobre a sustentabilidade e a responsabilidade
social, bem como os ODS.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ As dinâmicas fundamentais do crescimento populacional humano e
a sua relação com o uso sustentável de recursos naturais
■ Nosso Futuro Comum - Relatório Brundtland
■ Objetivos do desenvolvimento sustentável
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DINÂMICAS FUNDAMENTAIS DO CRESCIMENTO
POPULACIONAL E O USO SUSTENTÁVEL DE
RECURSOS NATURAIS
Neste contexto, a sociedade mundial ainda não possuía conhecimentos que con-
firmavam o que Carson descrevia em seu livro. Historicamente, a humanidade
passou por transformações devido ao crescimento populacional. Mais pessoas
significam aumento da demanda por energia, maior consumo de recursos não
renováveis, como petróleo e minerais, mais recursos renováveis, como peixes e
florestas, maior necessidade de produção de alimentos pela agricultura, e assim
por diante. O uso irracional desses recursos nos leva a impactos difíceis de resol-
ver (BURSZTYN; BURSZTYN, 2012; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2010).
Diante desse cenário, com a intensificação de consequências ambientais,
sociopolíticas e econômicas, surge a percepção de que o desenvolvimento é
necessário, desde que atenda a um conjunto de princípios. Conforme a Comissão
Mundial do Meio Ambiente e do Desenvolvimento – cuja sigla correspondente,
em inglês, é WCED –, o conceito de desenvolvimento sustentável tem se difun-
dido como uma proposta para equilibrar necessidades atuais satisfatórias, sem
comprometer a manutenção das gerações futuras (WCED, 1987).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerando o tamanho e as taxas de crescimento exponencial da popu-
lação humana, encontram-se duas áreas nas quais a sustentabilidade é um tema
urgente: a extração de recursos biológicos da natureza e a produção, em agroe-
cossistemas não naturais, do alimento e das fibras necessárias aos seres humanos.
O crescimento populacional afeta diretamente a qualidade de vida das popu-
lações, quanto maior o crescimento demográfico, maiores os desafios a serem
enfrentados para permitir o crescimento econômico compatível com a pre-
servação ambiental (LIMA, 2001). A taxa de expansão populacional mundial
é insustentável, embora ela seja menor do que já foi – em um espaço finito e
com recursos finitos, nenhuma população pode continuar crescendo para sem-
pre. Seria interessante saber com que tamanho a população humana poderia
ser sustentada na Terra. Qual é a capacidade de suporte global? (TOWNSEND,
BEGON; HARPER, 2010)
Caro(a) aluno(a), para obter a sustentabilidade ou se aproximar dela, é neces-
sária a compreensão ecológica adquirida e aplicada.
Antes de qualquer coisa, você sabe o que é a Organização das Nações Unidas
(ONU)? Vamos descobrir juntos!
A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é
uma organização internacional composta por países que se juntaram de livre e
espontânea vontade para buscar a paz e o desenvolvimento mundial.
No ano de 1969, a primeira foto do planeta Terra foi vista do espaço. Tocou
o coração de toda a humanidade ver, pela primeira vez, o “Planeta Azul”, cha-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do trata-
mento de temas novos e emergentes (SOBRE..., 2012, on-line).
Desde 2014, a ONU passou a contar com a Assembleia Ambiental das Nações
Unidas (Unea), cuja primeira edição ocorreu em 2014, e a segunda, em 2016.
A Unea é a mais importante plataforma da ONU para a tomada de decisões
sobre o tema e marcou o início de um período em que o meio ambiente é
considerado problema mundial – colocando, pela primeira vez, as preocu-
pações ambientais no mesmo âmbito da paz, da segurança, das finanças, da
saúde e do comércio. Em sua primeira edição, reuniu mais de 160 líderes de
alto nível.
Fonte: adaptado de ONU BR ([2019], on-line)1.
As ONGs têm atuado em várias áreas ligadas às necessidades sociais que exis-
tem, por exemplo: saúde, emprego, educação, assistência social, busca por direitos
políticos, questões ambientais, entre outros.
Como exemplo de ONGs, temos:
■ A fundação GAIA é uma ONG sem fins lucrativos criada em 1987.
■ A fundação O Boticário foi criada em 1990 com a principal missão de
promover e realizar ações para a conservação da natureza.
■ A Fundação SOS Mata Atlântica tem a missão de defender as áreas de
Mata Atlântica, preservar as comunidades que habitam a região e conser-
var seus riquíssimos patrimônios natural, histórico e cultural, por meio
do desenvolvimento sustentável.
■ A Conservação Internacional Brasil trabalha para preservar ecossiste-
mas ameaçados de extinção em mais de 30 países, distribuídos por quatro
continentes.
■ A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas),
fundada em 1999.
Existem muitas outras ONGs e você pode procurar pelas que atuam especifica-
mente em sua cidade, região ou estado. Vamos citar, por exemplo, o estado do
Paraná. Veja algumas, a seguir:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Caro(a) aluno(a), você sabe o que é o Conama (Conselho Nacional do Meio Am-
biente)? O Conama existe para assessorar, estudar e propor ao Governo as linhas
de direção das políticas governamentais para a exploração e preservação do
meio ambiente e dos recursos naturais. É o órgão consultivo e deliberativo do
Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, instituído pela Lei 6.938/1981,
regulamentada pelo Decreto 99.274/1990.
Fonte: adaptado de Ministério do Meio Ambiente ([2019], on-line).
OS PILARES DA SUSTENTABILIDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mento é apresentado como algo que deve ser simultaneamente: includente, do
ponto de vista social; sustentável, do ponto de vista ecológico; e sustentado, do
ponto de vista econômico. Este método incorpora a visão ecológica nas empre-
sas como base nos três princípios (SACHS, 2003, p. 5):
■ Social: engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação, saúde,
violência, lazer, dentre outros aspectos.
■ Ambiental: refere-se aos recursos naturais do planeta e à forma como são
utilizados pela sociedade, comunidades ou empresas.
■ Econômico: relacionado com a produção, a distribuição e o consumo de
bens e serviços. A economia deve considerar a questão social e ambiental.
Hoje, ser uma corporação sustentável é mais do que status – significa con-
quistar o respeito dos seus consumidores e parceiros.
É evidente que o objetivo de qualquer empresa é ser sustentável, embo-
ra essa visão de sustentabilidade seja puramente financeira; o pensamento
dos empresários é sempre do retorno que seu negócio pode dar no futuro. E
esse retorno econômico somente acontecerá em longo prazo se a empresa
obter uma vantagem competitiva que lhe possibilite crescimento. Poucos
empresários entendem que uma empresa somente será sustentável se com-
binar o retorno econômico com suas obrigações sociais e ambientais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: as autoras.
DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
Como você pôde ver nos tópicos anteriores, o Relatório de Brundtland foi um
marco na evolução do desenvolvimento sustentável. E, de acordo com essa colo-
cação, temos o ecodesenvolvimento, que visa a conciliar a proteção ambiental
com o desenvolvimento socioeconômico, com o intuito de melhorar a qualidade
de vida para a humanidade.
A sustentabilidade leva em conta as necessidades humanas. E o grande
desafio hoje, para a humanidade, talvez seja encontrar um conjunto de transi-
ções interligadas para uma situação mais sustentável. Sachs (1993) aponta cinco
dimensões de sustentabilidade que devem ser observadas para planejar o desen-
volvimento. Adotaremos aqui a definição de Sachs (1993), presente no texto da
Agenda 21 brasileira (define sustentabilidade social e política separadamente,
fazendo também referência ao uso racional dos recursos no enfoque da susten-
tabilidade econômica).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de países com problemas de desigualdade e de inclusão social, implica
a adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a
questões como saúde, educação, habitação e seguridade social.
Surge um conceito de economia verde que pode ser resumida em atividades ou pro-
jetos verdes tratados atualmente, tais como painéis fotovoltaicos, reciclagem de lixo,
hortas orgânicas, entre outros, com três características principais: baixa emissão de
carbono, eficiência no uso de recursos e busca pela inclusão social.
O que acontece, na realidade, é que a maioria dos projetos englobando a
economia verde necessita de recursos governamentais. Por exemplo: para pagar
todos os serviços ambientais existentes, como
Encontramos, ainda, outros riscos, como nos casos dos PSA (Pagamento por
Serviços Ambientais), em que alguns produtores recebem por seus serviços
prestados à natureza. Isso sugere que outros que não receberem pagamentos
não são obrigados a se comprometer corretamente com a causa. Outro risco é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
quem recebe o PSA, se deixa de receber, pode se achar no direito de destruir
(AMAZONAS, 2010).
Desta forma, pensando no planeta e nas gerações futuras, devemos promo-
ver tanto a economia verde como o desenvolvimento sustentável.
A fórmula para uma economia verde inclui: oferta de empregos, consumo cons-
ciente, reciclagem, reutilização de bens, uso de energia limpa e valoração da bio-
diversidade. Espera-se que seus resultados sejam a melhoria na qualidade de vida
para todos, diminuição das desigualdades entre ricos e pobres, conservação da
biodiversidade e preservação dos serviços ambientais.
Pesquise sobre as Cotas de Reserva Ambiental (CRA); é um bom exemplo da apli-
cação da economia verde e baseia-se no conceito de compensação.
Para saber mais, acesse ao link:
<https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28986-o-que-e-a-economia-
-verde/>.
Fonte: as autoras.
PROTOCOLO VERDE
ciência energética.
PRINCÍPIO POLUIDOR-PAGADOR
Esse princípio traz a ideia de que aquele que polui deve pagar pelo seu ato. Isso
não quer dizer que o fato de pagar lhe dá o direito de poluir, o pagamento deve
ser feito para reverter possíveis danos ambientais. Portanto, conclui-se que não
se compra o direito de poluir, como já foi dito anteriormente.
O pagamento de tributo, tarifa ou preço público não isentam o polui-
dor ou predador de ter examinada e aferida sua responsabilidade resi-
dual para reparar o dano (MACHADO, 2009, p. 68).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo Barbieri (2016), o princípio do poluidor-pagador atribui ao Estado o
dever de estabelecer um tributo ao agente poluidor. São dois os objetivos espe-
rados da aplicação desse princípio.
O primeiro é de natureza fiscal, o qual relaciona a necessidade de arrecadar
receita para custear os serviços públicos ambientais, evitando que os prejuízos
causados pelos poluidores privados recaiam sobre a sociedade.
O segundo é de natureza extrafiscal, cujo papel é interferir nas atividades
econômicas para estimular comportamentos socialmente desejados e desesti-
mular os indesejáveis.
Esses dois objetivos podem caminhar juntos, por exemplo, quando há a
cobrança de impostos sobre produtos que acabam gerando resíduos de natu-
reza tóxica, em que a receita gerada é utilizada para cobrir gastos com a gestão
pública desse resíduo, como a coleta, o tratamento e a disposição final adequada,
que pode diminuir o consumo destes produtos. Ou até mesmo diminuir ou isen-
tar a tributação de produtos com melhor desempenho ambiental, por exemplo,
uma geladeira que consome menos energia.
O conceito de poluidor é definido pelo Art. 3°, inciso IV, da Lei 6.938/1981 nos se-
guintes termos: “poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou priva-
do, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação
ambiental.”
Fonte: Souza ([2019], on-line)4.
O poluidor que usa gratuitamente o meio ambiente para nele lançar po-
luentes invade a propriedade pessoal de todos os outros que não poluem,
confiscando o direito de propriedade alheia.
(Paulo Affonso Leme Machado)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conheça Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, a melhoria da nutrição e pro-
mover a agricultura sustentável.
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as
idades.
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promover oportunida-
des de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade da água, a sua gestão sustentável e o saneamento para
todos.
Objetivo 7. Assegurar para todos o acesso confiável, sustentável, moderno e barato à energia.
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego
pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e susten-
tável, fomentar a inovação.
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis.
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos.
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos
para o desenvolvimento sustentável.
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres,
gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação
da terra e deter a perda de biodiversidade.
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclu-
sivas em todos os níveis.
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desen-
volvimento sustentável (AGENDA 2030, 2015).
No ano 2000, o Pacto Global foi lançado pelo então secretário-executivo das
Nações Unidas, Kofi Annan, e surgiu da necessidade de mobilizar a comuni-
dade empresarial do mundo para a adoção de valores fundamentais e inter-
nacionalmente aceitos em suas práticas de negócios.
A iniciativa global é um avanço na implementação de um Regime de Direi-
tos Humanos e Sustentabilidade empresarial. Pacto Global não é um instru-
mento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a Unced convocou um Programa de Ação para o Desenvolvimento Sustentável
que continha a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e
reconheceu o direito de cada nação de progredir social e economicamente, além
de atribuir aos Estados a responsabilidade de adotar um modelo de desenvol-
vimento sustentável e a Declaração de Princípios Florestais. Acordos também
foram alcançados na Convenção sobre Diversidade Biológica e na Convenção-
Quadro sobre Mudança do Clima.
Também abordamos, nesta unidade, os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS), que definem as prioridades, bem como aspirações globais
para o ano de 2030. Os ODS representam uma grande oportunidade que visa a
eliminar a pobreza e outras externalidades para colocar o mundo em uma tra-
jetória mais sustentável. Destacamos a participação do Brasil nas negociações
e nos acordos dos 17 Objetivos e 169 metas que envolvem diferentes temáticas.
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento
e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos, e que esse desenvol-
vimento sugere a qualidade em vez da quantidade. E, por fim, o resultado desses
recursos depende não só da existência humana e da diversidade biológica, mas
também do próprio crescimento econômico.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1Em: <https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>. Acesso em: 06 maio 2019.
2Em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em: 06 maio
2019.
3Em: <https://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Hotsites/Relatorio_
Anual_2011/Capitulos/atuacao_institucional/o_bndes_e_protocolo_verde.html>.
Acesso em: 06 maio 2019.
⁴Em: <http://conteudojuridico.com.br/artigo,principio-do-poluidor-pagador-no-di-
reito-ambiental,51220.html>. Acesso em: 06 maio 2019.
⁵Em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/24070630/artigo-
---em-linha-com-os-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel>. Acesso em: 06
maio 2019.
⁶Em: <https://www.unric.org/pt/17-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel>.
Acesso em: 06 maio 2019.
⁷Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/a-recente-evolucao-
-do-desenvolvimento-sustentavel/107557/>. Acesso em: 06 maio 2019.
GABARITO
EMPRESAS E O MEIO
II
UNIDADE
AMBIENTE
Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar os modelos de sustentabilidade empresarial.
■ Descrever a importância da sustentabilidade econômica para as
organizações.
■ Apresentar as formas de Responsabilidade Social Empresarial.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Modelos de sustentabilidade empresarial
■ Empresas e a Sustentabilidade Econômica
■ Responsabilidade socioambiental
45
INTRODUÇÃO
Introdução
46 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MODELOS DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
No decorrer dos anos, tivemos muitos acidentes ambientais, que trouxeram gra-
ves consequências para o meio ambiente, a saúde humana e até morte de pessoas.
Podemos observar os principais acidentes na Figura 1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dia 26 de abril, em
Chernobyl, antiga
URSS, houve um Uma série de
acidente na usina explosões de
Em San Carlos nuclear, causado grandes
(Espanha), um pelo desligamento proporções
Em Feyzin caminhão-tan- do sistema de ocorreu em uma
(França), um que carregado refrigeração com o fábrica de
vazamento de de propano reator ainda em produtos
GPT causou a explodiu, funcionamento. A químicos em Jilin,
morte de 18 causando 216 radiação na China. Houve
pessoas e mortes e espalhou-se, milhares de
deixou 65 deixando 200 atingindo vários vítimas, e o rio foi
intoxicadas. feridos. países. atingido também.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
consequências ambientais (Figura 2).
Já se passaram mais de três anos
do acidente que ocorreu em Mariana
(MG) e os impactos ambientais
ainda não são totalmente conheci-
dos. Fazendo a menção desse grave
acidente em nossa disciplina de
responsabilidade social e sustentabi-
lidade, podemos fazer uma reflexão
e nos perguntarmos: e a dimensão
social, como foi afetada nessa tragédia?
Quais são os impactos sociais ocasio- Figura 2 - Desastre de Mariana
nados por esse acidente ambiental?
Além das 19 pessoas que morreram, a tragédia em Mariana provocou um
conjunto incalculável de prejuízos às cidades e aos povoados das margens do rio;
famílias que perderam suas casas; milhares de pessoas com futuro incerto; a ativi-
dade pesqueira, fonte de renda para muitas famílias ribeirinhas, foi comprometida;
a enxurrada com a lama metálica causou assoreamento no rio, comprometendo
também o abastecimento de água e provocando a mortalidade de peixes.
Além destes problemas sociais, será que a dimensão econômica também foi
afetada? Podemos pensar em prejuízos imensos que impactam a oferta de ser-
viços essenciais, como geração de energia, serviços de abastecimento de água,
saúde pública, transporte, educação, dentre outros. Além de pensarmos no pre-
juízo para “tentar” recuperar a área que foi completamente degradada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rais,1024587/tragedia-em-brumadinho-provoca-morte-de-peixes-no-para-
opeba.shtml>.
Fonte: adaptado de Jornal Estado de Minas (2019, on-line)1.
1
Promover a efetiva participação pró-ativa do setor industrial, em
conjunto com a sociedade, os parlamentares, o governo e as
organizações não governamentais no sentido de desenvolver e
aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais.
3
Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados
os conceitos de desenvolvimento sustentável e o uso racional dos
recursos naturais e de energia.
4
Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas
de gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas
empresas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5
ambientais nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das
questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à
saúde humana, bem como implementar ações apropriadas para
proteger o meio ambiente.
6
permanente dos trabalhadores, bem como a importância do
comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando
Figura 3 - Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento sustentável
8
Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o
governo e com a sociedade, na busca do desenvolvimento
sustentável, bem como da melhoria contínua dos processos de
comunicação.
10
Fonte: CNI (2002, p. 24).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
iniciativa promoveu a divulgação da relação entre a economia e a questão ambien-
tal com o público empresarial. Podemos observar esses princípios na Figura 3.
Reconhecendo que a proteção ambiental está incluída entre as priori-
dades a serem buscadas por qualquer tipo de negócio, a Câmara de Co-
mércio Internacional, definiu em 27/11/1990, uma série de princípios
para uma gestão ambiental empresarial, que chama-se Business Char-
ter for Sustainable Development, que são constituídas por 16 princípios
para a Gestão Ambiental, que, sob a ótica das organizações, são essen-
ciais para atingir o Desenvolvimento Sustentável.
12. Planos de Emergência: em áreas que são consideradas com risco poten-
cial, desenvolver e manter procedimentos e planos de emergência.
13. Transferência de Tecnologia: visa a contribuição, bem como a dissemi-
nação de tecnologias amigáveis ao meio ambiente.
14. Contribuição ao Esforço Comum: visa o desenvolvimento de políticas
públicas e privadas, de programas governamentais e iniciativas educacio-
nais com enfoque prevencionista quanto às questões ambientais.
15. Transparência de Atitude: visa a transparência e o diálogo com a comu-
nidade interna e externa.
16. Atendimento e Divulgação: medir a performance ambiental. Quando
necessário, realizar as auditorias ambientais regulares e averiguar se os
padrões da empresa cumprem os valores estabelecidos na legislação. Pro-
mover informações apropriadas para a alta administração, os acionistas,
os empregados, as autoridades e o público em geral.
PREVENÇÃO DA
CARACTERÍSTICAS CONTROLE DA POLUIÇÃO ESTRATÉGICA
POLUIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
básica ção e respostas às pres- insumos.
sões da comunidade.
Postura típica Reativa. Reativa e proa- Reativa e proativa.
tiva.
Ações típicas • Corretivas. • Corretivas e pre- • Corretivas, preventi-
• Uso de tecnologias ventivas. vas e antecipatórias.
de remediação e de • Conservação e • Antecipação de
controle no final do substituição de problemas e captura
processo (end-of- pipe). insumos. de oportunidades
• Aplicação de normas • Uso de tecnolo- em médio e longo
de saúde e segurança gias limpas. prazos.
do trabalho.
Percepção dos Custo adicional. • Redução do Vantagens competi-
empresários e custo. tivas.
administradores • Aumento de
produtividade.
Envolvimento da Esporádico. Periódico. Permanente e siste-
alta administração mático.
Áreas envolvidas Ações ambientais Crescente Atividades ambientais
confinadas nas áreas envolvimento disseminadas pela
geradoras de poluição. de outras áreas organização.
como produ- Ampliação das ações
ção, compras, ambientais para a ca-
desenvolvimento deia de suprimento.
de produto e
marketing.
Fonte: Barbieri (2016, p. 86).
Assim, as organizações devem estar cientes que seus produtos não são sua res-
ponsabilidade somente após saírem da empresa, mas o são no processo do
berço-ao-berço, ou seja, desde o planejamento, o uso, o descarte e o retorno ao
processo produtivo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sabemos que o conceito apresentado pelo tripé da sustentabilidade tem três ver-
tentes básicas: econômica, ambiental e social.
A dimensão econômica atinge as organizações de todos os setores, já que
todas elas precisam ser rentáveis para suas atividades serem viáveis e, consequen-
temente, sustentáveis. Assim, é indiscutível que uma organização de qualquer
porte ou setor da economia necessite ser economicamente sustentável para atin-
gir a sua permanência no mercado.
É necessário que as organizações pensem e repensem suas formas de produ-
zir bens e oferecer serviços, prezando pelos recursos da terra ao invés de focar
somente na lucratividade empresarial em um curto espaço de tempo.
Para Mendes (2009), a sustentabilidade econômica vai além de acumular
riquezas, contempla a geração do trabalho de forma digna, que possibilita uma
distribuição de renda, promove o desenvolvimento das potencialidades locais e
a diversificação de setores.
A sustentabilidade econômica só é alcançada por organizações que trazem
uma melhor alocação e gerenciamento dos recursos, com um fluxo regular
de investimentos conjuntos dos setores público, privado e social, sendo que
os três devem ter em mente que a economia eficiente é aquela na qual o de-
senvolvimento de todos segue no mesmo ritmo, diminuindo as diferenças
econômicas e de acesso a bens e serviços (MENDES, 2009, p. 21).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dessa forma, a sustentabilidade econômica está relacionada com a eficiente dis-
tribuição de recursos naturais dentro de uma escala apropriada, na qual podemos
fazer uma observação como se o mundo fosse analisado em termos de estoques
e fluxos de capitais, não apenas monetários, mas também em aspectos sociais e
ambientais. Rutherford (1997) nos lembra que muitos economistas associam a
sustentabilidade com a carteira de investimentos, em que se busca maximizar o
retorno mantendo o capital constante. Essa associação vale para a sustentabilidade
econômica: como aumentar as vendas mantendo constante a retirada de matéria-
-prima da natureza?
Diante disso, surgem duas frentes teóricas que visam a explicar essa distribuição
intertemporal de recursos finitos: a economia convencional (neoclássica) denominada
também de sustentabilidade fraca, e a economia ecológica, ou sustentabilidade forte.
Segundo Veiga (2010), a economia convencional olha para a economia como
um todo, um sistema fechado, considerando o meio ambiente como parte ou
setor da macroeconomia, por exemplo, vê o meio ambiente como um setor turís-
tico, mineral, agropecuário e outros.
Nessa corrente, os recursos naturais não são limites à expansão da econo-
mia. Para Romeiro (2003), o fato de o sistema econômico ser muito grande faz
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com que os recursos naturais sejam apenas restrições relativas, que conseguem
ser superados pelo avanço científico e tecnológico.
Esse avanço seria capaz de fazer outros recursos utilizáveis possuírem
a mesma finalidade que os recursos em extinção tinham, por enxer-
garem que os recursos naturais fossem substituíveis, ficou conhecida
como sustentabilidade fraca. A Economia Ecológica pensa diferente
sobre a não restrição econômica dos recursos naturais (CONSULIN,
2013, p. 47).
Economia verde
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SUSTENTABILIDADE COMO FATOR COMPETITIVO
Também não podemos nos esquecer que há grande pressão para que as empre-
sas pequenas se adaptem a essa visão originária de clientes com maior força de
mercado, isto é, as grandes indústrias. Ao integrar a cadeia de suprimento dessas
organizações, as micro e pequenas empresas não têm outra opção a não ser se ade-
quarem a essas exigências do mercado, com o intuito de se tornarem competitivas.
Quando uma empresa planeja seus investimentos, precisa prever os custos com
treinamentos, ações, programas, equipamentos, dentre outros que permitirão a
integralização da sustentabilidade no dia a dia da organização.
Muitos fatores têm pressionado o mundo empresarial a tomar essa atitude:
a pressão dos consumidores, a necessidade da utilização de recursos de maneira
eficiente e a redução de custos, a busca de aumento das receitas pela criação de
novos produtos, dentre outros (SEBRAE, 2017).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gastos com produtos verdes no próximo ano (60% no mundo, 69% no Brasil).
Para se orientar na hora da compra, cerca de 50% dos entrevistados afirmam
que confiam plenamente em selos de certificações, como o próprio FSC, e
rótulos de embalagens, enquanto apenas 20% acreditam nas propagandas
das empresas e 34% acreditam no que está escrito nos relatórios de susten-
tabilidade das empresas. Já 44% dão crédito a prêmios e ao reconhecimento
de terceiros, 43% confiam na opinião de amigos, familiares e colegas de tra-
balho e 34% acham válido ler resenhas, blogs e comentários.
Fonte: adpatdo de Abep (2015, on-line).
rados. Assim, o Sebrae (2017) elenca alguns investimentos e custos que devem
ser planejados pelas organizações, a saber:
■ Compra de novos equipamentos.
■ Aquisição de novas matérias-primas.
■ Realização de estudos de viabilidade.
■ Contratação de colaboradores e/ou consultoria.
■ Realização de projetos sociais.
■ Elaboração de materiais de comunicação e campanhas.
Ao levantar esses custos, o gestor, antes de qualquer decisão a ser tomada, pre-
cisa ter informações precisas e confiáveis.
A seguir, veremos alguns programas que podem ser adotados pelas organizações.
Ecoeficiência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos negócios e se disseminou rapidamente no mundo, principalmente
junto a executivos (BARBIERI, 2016, p. 97).
A ecoeficiência pode ser medida por meio de indicadores. Dessa forma, os prin-
cípios do WBCSD apresentam alguns indicadores no Quadro 3.
Quadro 3 - Princípios do WBCSD para a definição e a utilização de indicadores de ecoeficiência
P+L
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Minimização Reuso de
de resíduos e resíduos e
emissões emissões
Substituição Mudanças de
Housekeeping
de materiais tecnologia
Licitações Sustentáveis
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços sustentáveis represen-
tam melhor relação custo/benefício em médio ou longo prazo quando compara-
das às que se valem do critério de menor preço.
Fonte: adaptado de Agência Nacional das Águas ([2019], on-line).
CUSTO AMBIENTAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FINANCIAMENTOS E INCENTIVOS
Vimos que são muitas as aquisições que uma organização faz para se tornar sus-
tentável, e você já deve estar se perguntando: de onde tirar recursos financeiros
para tais investimentos?
Como já falamos anteriormente, muitas práticas sustentáveis podem gerar
alguma renda para a empresa, podem se pagar com o tempo, outras exigem inves-
timentos e o retorno vem em médio e longo prazo.
Caso os investimentos sejam grandes, entretanto, é importante saber que existe
uma ampla linha de incentivos do governo e dos bancos privados para que os ges-
tores possam investir na sustentabilidade do seu negócio, as quais são denominadas
de linhas de crédito para ações sustentáveis (SEBRAE, 2017) – entre os incentivos,
estão as condições de créditos mais favoráveis, juros mais baixos e carências maiores.
Esse tipo de financiamento pode ser procurado por aqueles que desejam montar um
novo negócio, para inovações em produtos que respeitem os aspectos sustentáveis.
Como exemplos de linhas de financiamento, temos o Programa Inova
Sustentabilidade, iniciativa conjunta do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que tem como objetivo apoiar Planos
de Negócio com foco em inovações que induzam a sustentabilidade no desenvol-
vimento brasileiro (FINEP, [2019], on-line). O Quadro 4 nos apresenta as linhas
de crédito do Programa Inova Sustentabilidade.
Além deste programa, a Caixa Econômica Federal está disponibilizando uma linha de
Crédito Verde Empresarial, que tem as taxas abaixo do que as que são cobradas pelo
mercado, para organizações que atuam em atividades sustentáveis (BRASIL, 2012).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
minimizem o impacto da atividade produtiva no meio ambiente. Entre os exem-
plos de projetos que podem ser financiados por essa linha, estão aqueles que
reduzem o consumo de energia, promovem a troca de combustíveis fósseis por
renováveis ou, ainda, voltados para investimentos em reflorestamento e preserva-
ção dos recursos naturais.
BB Agro Energia, do Banco do Brasil: criada para atender os produtores rurais
que tenham projeto para a produção de energia renovável em atividades do agro-
negócio. Em 2017, foram disponibilizados R$ 2,5 bilhões para essas atividades. A
iniciativa, segundo a instituição, engloba pessoas físicas, empresas e cooperativas
do agronegócio.
Além destas, há a BRDE Energia, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo
Sul, e a CDC Eficiência Energética de Equipamentos, do Banco Santander.
Para saber mais, acesse: <http://atlaconsultoria.com/artigo/linhas-financiamento-
-projetos-sustentaveis/>.
Fonte: Atla Consultoria (2018, on-line).
Vários municípios também estão adotando o IPTU Verde, que visa a incentivar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
74 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DA RESPONSABILIDADE SOCIAL À SUSTENTABILIDADE
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
76 UNIDADE II
Para que uma organização realmente possa assumir uma posição definitiva refe-
rente à Responsabilidade Social, é necessário conhecer sua essência no contexto
contemporâneo; principalmente para que não seja confundida com filantropia,
que se trata de atividades eventuais de caridade, e é como a Responsabilidade
Social está configurada na maioria das organizações.
Dessa maneira, a política de Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
precisa estar associada, em suas diretrizes, aos custos operacionais, e também
deve envolver todos os colaboradores da organização. Diante disso, a RSE, para
Ashley (2003, p. 56), pode ser definida como:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
[...] compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, ex-
presso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo
amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo pró-ati-
vamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na socie-
dade e a sua prestação de contas para com ela.
Assim, a organização deve assumir uma obrigação que vai além do que está esta-
belecido por leis; deve apropriar-se de obrigações de caráter moral com o intuito
de contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Para Kreitlon (2004, p. 3) a RSE trata-se do:
[...] compromisso empresarial de contribuir para o desenvolvimento
econômico sustentável, trabalhando em conjunto com os empregados,
suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar
sua qualidade de vida, de maneira que sejam boas tanto para as empre-
sas como para o desenvolvimento.
Isso significa que as organizações que têm RSE devem adotar uma cultura interna,
esse discurso de preocupação social deve estar refletido dentro da empresa, pois
não adianta uma empresa remunerar salários injustos aos seus funcionários, pagar
propinas a fiscais do governo, estabelecer condições de escravidão aos funcio-
nários, corromper as licitações e, ao mesmo tempo, realizar programas voltados
a entidades sociais da comunidade. Empresas que têm esse tipo de atitude não
são condizentes com a RSE.
Outra definição é dada pelo Instituto Ethos (2011, p. 17), o qual aborda a
RSE como:
[...] a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente
da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvol-
vimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e
culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promo-
vendo a redução das desigualdades sociais.
Essas definições apresentadas sobre a RSE nos mostram que estão relacionadas
com as preocupações da sociedade atual, isto é, com as questões de emprega-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bilidade e ambientais. A partir disso, podemos afirmar que a RSE vai além de
expectativas econômicas e sociais que beneficiam o ser humano.
Infelizmente, a questão de RSE ainda é confundida com a filantropia. A RSE
está incorporada na estratégia das organizações, enquanto a filantropia é de cará-
ter pontual e com ações de assistencialismo. No Quadro 5, podemos observar
essas diferenças.
Quadro 5 - Diferenças entre Responsabilidade Social e filantropia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
são sustentáveis. Apresentamos que a sustentabilidade econômica está relacio-
nada com uma distribuição eficiente de recursos naturais dentro de uma escala
apropriada, e que é referente às práticas econômicas que visam o desenvolvi-
mento econômico da organização, buscando a preservação ambiental pensando
nas gerações vindouras.
Diferenciamos a economia neoclássica da economia ecológica, apresentando
que as empresas tendem a investir na economia verde, que se trata de investimen-
tos em capital natural, e apresentamos práticas de sustentabilidade econômica,
como vantagens para as organizações como uma maior economia financeira em
médio e longo prazo, aumento de lucros e diminuição de riscos, surgimento de
competitividade de novos mercados, e clientes.
Apresentamos práticas que estão sendo adotadas por empresas, como eco-
eficiência, que visa o uso mais eficiente de matérias-primas e energia, com o
objetivo de diminuir os custos econômicos e impactos ambientais; a produção
mais limpa, que visa a estratégia ambiental, econômica e tecnológica, integrada
aos processos e produtos com o intuito de aumentar a eficiência na utilização
de matérias-primas, água e energia, por meio da não geração, minimização ou
reciclagem de resíduos gerados em um processo produtivo. Além disso, estuda-
mos os investimentos e custos ambientais.
Finalizamos nossos estudos apresentando as questões de Responsabilidade
Socioambiental incorporada pelas empresas, correntes contra e a favor da RSE,
e abordamos as práticas de filantropia e RSE.
ABEP. 61% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por produtos verdes.
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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
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2
Em: <http://www.icmsecologico.org.br/site/>. Acesso em: 07 maio 2019.
GABARITO
1. B.
2. A.
3. E.
4. A principal diferença entre a RS e a filantropia é que: filantropia trata-se de ações
externas da organização, e a principal beneficiária é a comunidade, enquanto a
RS tem o foco na cadeia de negócios da organização e abrange sua preocupação
com um público que vai além da comunidade, tais como acionistas, colabora-
dores, fornecedores, meio ambiente, governo, clientes e prestadores de serviço.
5.
• Maior economia financeira em médio e longo prazo.
• Aumento dos lucros e a diminuição dos riscos por meio do combate à poluição
e melhoria da eficiência ambiental.
• Melhoria da imagem perante a sociedade, principalmente aos consumidores.
• Obtenção de ganhos indiretos, pois terão um ambiente preservado, com
maior desenvolvimento econômico, além da garantia de uma qualidade de
vida melhor para as gerações vindouras.
• Vantagem competitiva no mercado quando comparadas a suas concorrentes.
• Conquista de novos mercados.
Professora Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Professora Me. Natália Christina da Silva Matos
III
MARKETING VERDE,
UNIDADE
SUSTENTABILIDADE E
CERTIFICAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender a definição e a aplicação do marketing verde.
■ Entender as normas e as certificações voltadas à responsabilidade
social.
■ Entender a norma brasileira de responsabilidade social.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Marketing verde
■ Normas e certificações voltadas à responsabilidade social
■ NBR 16001: a norma brasileira de gestão da responsabilidade social
89
INTRODUÇÃO
tado pelas empresas como uma dessas estratégias que estão relacionadas ao
vínculo da marca, do produto ou do serviço oferecido com uma imagem ecolo-
gicamente correta e consciente.
Para que essas novas estratégias sejam usadas de acordo com a ética e a
boa conduta, algumas normas devem ser seguidas. Estas são criadas por orga-
nizações nacionais e internacionais, como ABNT NBR, representante da ISO
no Brasil. Dessa maneira, estudaremos duas normas, em especial a ISO 26000,
norma internacional de responsabilidade social, voluntária, não certificável, e
serve de base para as organizações que desejam implementar um sistema de ges-
tão de responsabilidade social. Também veremos a NBR 16001, norma brasileira
de responsabilidade social, que pode ser certificada e utilizada por qualquer tipo
de empresa, independentemente do ramo ou porte.
Veremos o ciclo PDCA, uma ferramenta eficaz para a implementação de sis-
temas de gestão, que nos permite visualizar sua melhoria contínua.
Vamos juntos! Bons estudos.
Introdução
90 UNIDADE III
MARKETING VERDE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e também às empresas.
Marketing Verde
92 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-alvo; existem outros que são importantes, tais como: fornecedores, distribuidores,
governo, comunidade em geral, dentre outros.
Esse conceito de marketing verde está relacionado diretamente com a pre-
missa de que qualquer organização que desempenhe uma atividade na sociedade
é responsável, diante dela, pelos produtos ou serviços que presta, caso o produto
ou serviço seja prejudicial às pessoas, precisam ser eliminados ou ter reduzi-
dos, ao mínimo tolerável, os danos ocasionados. Dessa maneira, é preciso ter
um equilíbrio entre as necessidades dos seus clientes e aquelas da sociedade em
geral, mas que nem sempre são as mesmas (BARBIERI, 2016).
Assim, o conceito de marketing ecológico está (BARBIERI, 2016):
■ Baseado em um processo integral de gestão.
■ Responsável pela identificação, antecipação e satisfação dos clientes.
■ Responsável perante a sociedade, à medida que garante que o processo
produtivo seja rentável e sustentável.
Dessa forma, existem algumas empresas que são conhecidas por terem adotado
o marketing verde, a saber ( MARQUES, 2017, on-line)1:
■ Unilever: a empresa administra mais de 400 marcas e reduziu pela metade
a emissão de gases do efeito estufa nos últimos quinze anos, fabricando
produtos ecológicos e utilizando embalagens facilmente recicláveis ou
biodegradáveis.
■ Natura: a marca, que é pioneira em marketing verde no Brasil, lançou
uma linha de produtos que têm embalagens recicláveis, com redução na
emissão de carbono em sua fabricação.
■ Johnson e Johnson: é a
segunda marca que faz uso
de energia solar nos Estados
Unidos e vem trabalhando
consistentemente, nos últi-
mos 20 anos, para reduzir os
desperdícios de produção.
Em janeiro de 2011, lançou
um plano de negócio para
se tornar a empresa mais
ambientalmente responsável
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do mundo.
MARCAS ECOLÓGICAS
Podemos dizer que um pequeno detalhe faz toda a diferença, afinal, quem nunca
comprou um determinado produto por conta da marca? Aqui abordaremos um
requisito bem popular: as famosas marcas dos produtos. Mas como o intuito é a
sustentabilidade, elas têm que ser ecologicamente corretas. Pois bem, vamos lá!
Marketing Verde
94 UNIDADE III
Você saberia dizer a definição da palavra marca? Para esclarecer esta questão,
veremos o que diz Kotler (1998, p. 20): “marca é um nome, termo, sinal, símbolo
ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços
de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los de concorrentes”.
As marcas só são consideradas grandes (boas marcas) quando atingem um
alto número de consumidores, e este é o objetivo de muitas organizações: cons-
truírem uma marca sólida e forte. Entretanto, para alcançar esse objetivo, faz-se
necessário compreender os processos que envolvem as atitudes dos consumido-
res em relação à marca e este detalhe é o alvo do marketing. Para Keller (1993),
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
as atitudes dos consumidores em relação às marcas podem estar relacionadas
a crenças sobre os atributos e à funcionalidade e aos benefícios dos produtos.
O sucesso dos programas de marketing é um reflexo da criação de asso-
ciação com a marca, ou seja, os consumidores que acreditarem que a mar-
ca possui atributos e benefícios que satisfarão suas necessidades e desejos
formarão uma atitude positiva em relação à marca (KELLER, 1993, p. 5).
Existem muitas vantagens quando adotamos uma marca, tais como: dife-
renciação dos produtos em relação aos concorrentes, consistência da quali-
dade do produto, eficiência da compra, entre outros.
Fonte: Dias (2009, p. 125).
Produto “verde”
Segundo Kotler (apud DIAS, 2017, p. 171) produto é: [...] algo que se pode ser ofe-
recido a um mercado para sua apreciação, aquisição, uso ou consumo para satisfazer a
um desejo ou necessidade.
Assim, no mercado, temos produtos que são bens físicos, tais como automóveis,
livros, geladeiras, sofás, computadores, entre outros; e serviços, como cortes de
cabelo, fornecimento de água; locais; organizações e ideias.
A essa ampla gama de produtos, pode ser agregada a variável “ecológica”,
e quando uma empresa faz isso, é preciso associar ao ciclo de vida do produto.
Dessa forma, o produto será considerado ecológico quando tiver um prejuízo
menor em todo o seu ciclo de vida, considerarando sua concepção, seu uso, con-
sumo e descarte final.
Dessa maneira, um produto verde é aquele que tem as mesmas funções de
um produto comum, no entanto, os danos ambientais são menores em todo o seu
ciclo de vida, isto é, faz-se necessário analisar sua composição, se é reciclável, se
agride ou não o meio ambiente, se o material de sua embalagem também pode
ser reaproveitado etc.
É preciso salientar que o conceito de produto ecológico envolve todo o pro-
cesso de fabricação, assim, são somados os atributos específicos do produto mais
os atributos de fabricação, os quais podemos observar na Figura 1.
Marketing Verde
96 UNIDADE III
As decisões que devem ser tomadas sobre o produto precisam ser direciona-
das a projetar um bem ou serviço de maneira que haja a redução do consumo
dos recursos empregados e da geração de resíduos ao longo do ciclo de vida,
isto sem o comprometimento das características que satisfazem às necessida-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
des dos atuais clientes.
A gestão destes produtos deve se preocupar com todas essas variáveis que
envolvem o produto verde, podendo ser nas seguintes direções (BARBIERI, 2016):
■ Introdução de novos produtos que poderão ser direcionados a novos
mercados.
■ Melhoria de produtos existentes, que pode modificar os processos de pro-
dutos e/ou produtos que já estão no mercado.
■ Eliminação dos produtos existentes, na qual a empresa analisa o produto
e conclui que ele não será rentável em curto prazo, em função das exigên-
cias ecológicas de mercado e/ou legislação ambiental.
Sob o ponto de vista ambiental, o produto pode ser analisado por ferramentas,
tais como (DIAS, 2017):
■ As normas ISO 14001, que se referem ao Sistema de Gestão Ambiental
(SGA). São ações coordenadas dentro das empresas e auditadas externa-
mente, envolvendo uma análise da atuação em conjunto da organização,
e não somente do produto.
■ Análise do ciclo de vida do produto, que está pautada no impacto ambien-
tal dele ao longo das diferentes etapas do seu ciclo: produção, venda,
utilização e eliminação.
Marketing Verde
98 UNIDADE III
Em relação aos selos ambientais, existem vários deles adaptados para cada setor
produtivo e que são comuns a todos. Para Dias (2017), os selos verdes:
■ Devem ser verificáveis a qualquer momento, com o objetivo de evitar fraudes.
■ Devem ser concedidos por empresas de idoneidade reconhecida.
■ Não devem criar barreiras comerciais.
■ Devem levar em consideração o ciclo de vida completo do produto.
■ Devem estimular a melhoria do produto e serviço.
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Preço ecológico
<https://www.vendasexternas.com.br/tendencias-logistica-reversa-canais-
-de-distribuicao-e-novas-tecnologias/>.
Fonte: adaptado de Both (2017, on-line)2.
Marketing Verde
100 UNIDADE III
Publicidade enganosa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de projetar uma imagem ecológica que, na verdade não há, chamamos de gre-
enwashing ou lavagem verde.
A publicidade ambiental enganosa vem se disseminando como um proce-
dimento não ético adotado por muitas empresas e que procura, por meio da
“maquiagem ambiental” de seus produtos e/ou serviços, enganar os consumido-
res, fazendo-os crer que estão contribuindo com a proteção do meio ambiente.
Temos muitos exemplos de greenwashing, a saber:
■ Oferecer produtos cancerígenos em embalagens de plástico.
■ Cigarros orgânicos ou pesticidas orgânicos.
■ Garrafa de água divulgando que o líquido é biodegradável.
■ Produto 100% natural (porque temos muitos produtos naturais que ofe-
recem perigo, como arsênio, urânio).
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PRIMEIRO PERÍODO
SEGUNDO PERÍODO
ISO 26000
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encontrar tanto os organismos estatais de normalização como organis-
mos com forte influência de setores empresariais e governamentais. A
ISO está sediada em Genebra, na Suíça, e reúne em torno de 157 países
desenvolvidos e em desenvolvimento, de todas as regiões do mundo.
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que uma organização tem pelos impactos de suas decisões e atividades na socie-
dade e no meio ambiente, por meio de comportamento ético e transparente, que
(BARBIERI, 2016):
■ Visa a contribuir para o desenvolvimento sustentável.
■ Leve em consideração as expectativas dos stakeholders.
■ Esteja em conformidade com a legislação aplicável.
■ Esteja integrado com toda a organização.
2. Transparência.
3. Comportamento ético.
4. Respeito pelos interesses das partes interessadas.
5. Respeito pelo estado de direito.
6. Respeito pelas normas internacionais de comportamento.
7. Respeito pelos direitos humanos.
0. Introdução.
1. Escopo.
2. Termos e definições.
3. Compreensão da Responsabilidade Social.
4. Princípios da Responsabilidade Social.
5. Reconhecimento da Responsabilidade Social e engajamento das partes inte-
ressadas.
6. Orientações sobre temas centrais da Responsabilidade Social.
7. Orientações sobre a integração da Responsabilidade Social em toda a organi-
zação.
Anexo A (Informativo). Exemplos de iniciativas e ferramentas voluntárias relacio-
nadas à Responsabilidade Social.
Anexo B (informativo). Abreviaturas.
Bibliografia.
Fonte: adaptada de ABNT (2010).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NBR 16001: A NORMA BRASILEIRA DE GESTÃO DA
RESPONSABILIDADE SOCIAL
com a NBR 16001, a qual teve um plano de transição para as empresas estabe-
lecendo que (INMETRO, [2018], on-line):
1. As organizações certificadas com base na norma ABNT NBR 16001:2004
podem, a qualquer tempo, a contar da data de publicação desta Portaria,
migrar para a versão atual da norma, mediante auditoria;
Ou seja, a partir de 2015, todas as organizações devem ter migrado para a ver-
são de 2012.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Boas práticas de governança.
■ Combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção.
■ Práticas leais de concorrência.
■ Direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho
infantil.
■ Direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de negociação, a
remuneração justa e os benefícios básicos, bem como o combate ao tra-
balho forçado.
■ Promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo: cul-
tural, de gênero, de raça/etnia, de idade, à pessoa com deficiência).
■ Compromisso com o desenvolvimento profissional.
■ Promoção da saúde e segurança.
■ Promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção, distri-
buição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço,
entre outros.
■ Proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras.
■ Ações sociais de interesse público.
0. Introdução.
1. Objetivo.
2. Definições.
3. Requisitos do Sistema da gestão da Responsabilidade Social.
3.1. Requisitos gerais.
3.2. Política da Responsabilidade Social.
3.3. Planejamento.
3.3.1. Aspectos da Responsabilidade Social.
3.3.2. Requisitos legais e outros.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
f) seja documentada, implementada e mantida;
PLAN
ACT DO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CHECK
PROCESSOS DE CERTIFICAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ficação das documentações.
2) Auditoria fase 2: trata-se da auditoria feita, em que são verificadas as ins-
talações da organização por meio de entrevistas com força de trabalho,
cujo objetivo é verificar os atendimentos aos requisitos da NBR 16001.
O Inmetro, portanto, define procedimentos de certificação e realiza a
acreditação de organismos de certificação que, por sua vez, realizam
auditorias nas organizações e emitem o certificado para aquelas que
estejam cumprindo os requisitos estabelecidos na norma. Esse certifi-
cado leva também a marca do Inmetro (INMETRO, [2018], on-line).
Além disso, para o Inmetro ([2018], on-line), as empresas devem tratar de temas
fundamentais da responsabilidade social, a saber: governança organizacional,
direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, práticas leais de operação,
questões relativas ao consumidor, envolvimento e desenvolvimento da comunidade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
118
1. Existem vários tipos de produtos que são ofertados no mercado; com isso, há o
surgimento de produtos verdes. Conceitue um produto verde.
2. Uma das formas demonstração de um produto verde é a rotulagem ambiental.
Descreva um rótulo do tipo I.
3. Quando falamos na distribuição dos produtos ecológicos, temos que levar em
conta todo o ciclo de vida, e há também o incentivo para a prática de logística
reversa. Acerca deste assunto, descreva a logística reversa.
4. Existem práticas publicitárias que enganam os clientes; dessa forma, explique
o que é o greenwashing.
5. A ISO 26000 é a norma internacional de responsabilidade social, e ela traz te-
mas que devem ser tratados pelas organizações. Diante desse contexto, quais
são os principais temas de responsabilidade social, de acordo com a ISO 26000?
119
No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Dire-
trizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil,
no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000,
foi lançada em evento na Fiesp, em São Paulo.
Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósi-
to das organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus proces-
sos decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na
sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e transparente
que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com
as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento.
Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organização,
seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas.
A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independentemente
de seu porte ou localização, sobre:
• conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social;
• histórico, tendências e características da responsabilidade social;
• princípios e práticas relativas à responsabilidade social;
• os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social;
• integração, implementação e promoção de comportamento socialmente res-
ponsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro
de sua esfera de influência;
• identificação e engajamento de partes interessadas;
• comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes à
responsabilidade social.
A ISO 26000:2010 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apro-
priada a fins de certificação. Qualquer oferta de certificação ou alegação de ser certi-
ficado pela ABNT NBR ISO 26000 constitui em declaração falsa e incompatível com o
propósito da norma.
O desenvolvimento desta norma foi inovador, um processo multi-stakeholder. Apesar do
longo período de elaboração – cinco anos – o interesse na participação foi permanente
e crescente. O Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG-SR)
chegou ao seu final com a participação de cerca de 450 especialistas de 99 países do
mundo inteiro, além de mais de 200 observadores e de 42 organizações D-liaisons, que
120
são organizações regionais ou internacionais com relevância para o tema, por exemplo:
Organização Internacional do Trabalho, Organização Mundial da Saúde, Consumers In-
ternational, UN-Global Compact (Pacto Global da ONU). Do Brasil, o Instituto Ethos de
Responsabilidade Social participou como organização D-liaison pela Rede Interamerica-
na de Responsabilidade Social.
Os especialistas e observadores participaram do processo de construção da ISO 26000
de duas formas: por meio de delegações nacionais ou das chamadas organizações
D-liaison. As delegações nacionais foram compostas pelas seguintes categorias ou par-
tes interessadas (stakeholders) da sociedade:
• Trabalhadores;
• Consumidores;
• Indústria;
• Governo;
• Organizações não governamentais;
• Serviço, suporte e outros.
O ISO/TMB WG realizou 8 reuniões que definiram as principais resoluções a respeito da
ISO 26000. No Brasil a delegação brasileira, ao longo desses cinco anos de trabalho, pas-
sou por algumas alterações, mas sua configuração final teve a seguinte representação:
• IDEC (especialista) - Consumidor
• Inmetro (especialista) e Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT (obser-
vador) - Governo
• Petrobras (especialista) e Furnas (observador) - Indústria
• GAO Grupo de Articulação de ONGs (especialista) e Sistema de Apoio Institucio-
nal - SIAI (observador) - ONGs
• Fundação Vanzolini (especialista e UFF - Consultoria e Academia - Serviço, Su-
porte e Outros).
• Dieese (especialista) e Observatório Social (observador) – Trabalhadores.
O Instituto Ethos participou como organização - D’liaison. A ABNT, além da liderança do
Grupo de Trabalho da ISO em parceria com o organismo sueco de normalização, atuou
como organismo normalizador.
Fonte: Inmetro ([2018], on-line)⁵.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Marketing Verde
Ricardo Ribeiro Alves e Laércio Antônio Gonçalves Jacovine
Editora: Paco Editorial
Sinopse: este livro relaciona a discussão do marketing verde com as
teorias já estabelecidas e aceitas no marketing tradicional, auxiliando
administradores, empresários e demais interessados na importante
tarefa de incorporar as questões ambientais nas estratégias gerais das
organizações, em particular, na produção, na comercialização e no
descarte de produtos mais verdes.
Material Complementar
122
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://marcusmarques.com.br/estrategias-de-negocio/estrategia-marketin-
g-verde/>. Acesso em: 5 abr. 2019.
2
Em: <https://www.vendasexternas.com.br/tendencias-logistica-reversa-canais-
-de-distribuicao-e-novas-tecnologias/>. Acesso em 6 abr. 2019.
3
Em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/2094-de-
finicao-o-que-como-traducao-greenwashing-estrategias-marketing-propaganda-
-consumo-produtos-servicos-atitude-apelo-ambiental-enganosa-empresas-cons-
ciencia-ambiental-casos-exemplos-cuidados.html>. Acesso em 6 abr. 2019.
4
Em: <https://shoffmann.com.br/responsabilidade-social-segundo-a-abnt-
-nbr-16001/>. Acesso em: 9 abr. 2019.
5
Em: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.
asp>. Acesso em: 9 abr. 2019.
GABARITO
IV
DIMENSÕES DA
UNIDADE
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Estudar as dimensões da Responsabilidade Social Empresarial.
■ Analisar as questões da ética empresarial.
■ Analisar as Políticas e Práticas Inclusivas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Dimensões da Responsabilidade Social Empresarial
■ Dimensões da Ética Empresarial
■ Políticas de Inclusão e Responsabilidade Social
127
INTRODUÇÃO
Ética, em que a organização deve “fazer o que é certo”, ser justa, evitar danos; e
no topo, temos a Responsabilidade Filantrópica, que visa a contribuir com recur-
sos para a comunidade, melhorar a qualidade de vida.
Veremos que pesquisadores, analisando a pirâmide proposta por Carroll
(1979) e observando que ela pode gerar confusão entre as organizações, criaram
um novo modelo, utilizando círculos para indicar os campos da Responsabilidade
Social Empresarial econômico, legal e ético, onde são apresentadas interseções
entre os campos, e também quando ele é analisado separadamente.
Também estudaremos que a Responsabilidade Social Empresarial tem as
dimensões internas e externas. A dimensão interna é dentro da organização,
envolvem os colaboradores, fornecedores, os envolvidos em toda a cadeia pro-
dutiva. Enquanto a dimensão externa é além dos muros da empresa, sendo
contempladas as iniciativas que dão suporte à comunidade na qual a empresa
está inserida, podendo ser doações, participações em fóruns, programas educa-
cionais, dentre outros.
Além disso, estudaremos o conceito da ética empresarial, bem como sua rela-
ção com a Responsabilidade Social Empresarial e as cinco dimensões da Ética
Empresarial (Sustentabilidade; Respeito à Multicultura, Aprendizado Contínuo,
Inovação e Governança Corporativa).
Finalizaremos nossos estudos com a apresentação de programas de inclu-
são que mostram o comprometimento das organizações com a Responsabilidade
Social Empresarial.
Introdução
128 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DIMENSÕES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
EMPRESARIAL
O professor Archie Carroll (1979) foi o primeiro autor a construir um modelo que
avaliasse o desempenho das organizações ao nível social. O objetivo do modelo
proposto por Carroll era construir um enquadramento conceitual para outros
autores, com o intuito de os fazerem compreender que as várias definições de
Responsabilidade Social Empresarial incluem-se em um modelo de desempenho
social, e também criar um modelo para servir de guia para os gestores na aplica-
ção da responsabilidade empresarial (MACEDO; GADELHA; CÂNDIDO, 2014).
Esses debates referentes à criação de modelos sobre a responsabilidade social
empresarial ganharam notoriedade e profundidade a partir da explicação de
que a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) inclui as expectativas da
sociedade em relação às organizações, em aspectos econômico, legal, ético
e discricionário, em dado momento no tempo (CARROLL, 1979, p. 290).
sa
pre
Res Em adã.
po cid
fila nsabi e
ntr lida
óp com nidad a.
ica des uir u id
s trib com de v
Con ara a dade
p i
os qual
urs a
Res rec orar o. o,
po e lh étic ert
nsa m Se r éc
étic bilida o que
as des er
faz
de usto. os.
ção j n
b riga ta r da
O Evi
. to
Res leis cer
po
nsa r às do
ece ão de.
leg bilida Ob
e d
ific
a ç
da go.
ais de s cod ocie o jo
o é a ma s ras d
ã u re g
laç n
gis rado das
A le e er entro
g a rd
Res Jo . s
po iva ma
n rat riva
eco sabi luc
nô lida Ser u a l de es.
mic de q d
as s da lida
ide sabi
irâm on
d a p is resp
ase ema
Ab d
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ponsabilidade social, pois têm menos recursos para investimentos em
tempo, esforço e dinheiro. Portanto, essas empresas não são susceptí-
veis de atingir o patamar de comportamento socialmente responsável.
O autor ainda afirma que, a para a organização ter lucro em curto prazo, ela pre-
cisa agir de maneira socialmente responsável.
Garriga e Mele (2004, p. 56) relatam que:
[...] foi por meio do modelo de governança corporativa de desempe-
nho social, criado por Wood no ano 1991, que surgiu um novo desen-
volvimento da RSE. Esse modelo é composto por: princípios de res-
ponsabilidade social, processos de responsabilidade social corporativa
e resultados do comportamento empresarial.
Exclusivamente ético
Econômico Legal
/ético /ético
Econômico/
legal/ético
Exclusivamente Exclusivamente
econômico legal
Econômico/
legal
Nesse modelo dos três domínios da RSE, a filantropia deixa de ser uma dimen-
são específica (como na pirâmide), porque os autores perceberam a dificuldade
das organizações em distinguir as atividades éticas e filantrópicas. E, ainda,
por casos da filantropia serem praticados somente por interesses econômicos
(SCHWARTZ; CARROLL, 2007).
Quando analisamos a Figura 3 e estudamos o campo exclusivamente econômico,
este é referente às atividades que proporcionam benefícios econômicos positivos,
diretos e indiretos. Aqui está a maximização do lucro. Já quando olhamos para o
campo exclusivamente legal, são as ações organizacionais que não oferecem nenhum
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
benefício, ou seja, trata-se do domínio da lei, da conformidade legal, evitar litígios
e ações para antecipar as mudanças das leis. Enquanto o domínio exclusivamente
ético é referente às responsabilidades empresariais com base em princípios morais,
são ações que não têm nenhuma implicação econômica ou legal direta ou indireta.
O que podemos notar de novidade nesse modelo é a sobreposição de domí-
nios da RSE, formando sete segmentos ou categorias. A superposição ideal está
localizada na interseção dos três domínios exclusivos, isto é, onde os três cam-
pos da RSE estão presentes ao mesmo tempo, em equilíbrio.
A ética trata-se de algo que muda de acordo com a sociedade, com os costumes,
a época, e até o meio em que os indivíduos participam. E, quando falamos de
ética corporativa, com certeza, ela pode variar de acordo com a organização ou
o ambiente no qual está inserida, pois é reflexo da sociedade, dos produtos que
vende, da cultura interna, dentre outros fatores que comporão esse ambiente.
O conceito “ética” tem origem grega, da palavra ethos, que significa modo
de ser e representa as características de um grupo, portanto representa a
forma de agir de um coletivo, em relação à sua cultura e ao seu compor-
tamento nessa sociedade. O conceito de ética, porém, evoluiu na história,
podendo ser considerado caráter ou conjunto de princípios e valores mo-
rais que norteiam a conduta humana na sociedade (SANTOS, 2015, p. 4).
Dessa forma, podemos pensar que a ética melhora a vida da sociedade, a vida
em grupos e o respeito das pessoas dentro do contexto social. A ética é reflexo
da época, da sociedade, do avanço tecnológico, das relações e ações individuais,
enfim, de todo o desenvolvimento da sociedade (JACQUES et al., 2008).
Embora a ética influencie na construção de leis e normas, é importante salien-
tar que não pode ser confundida com elas, pois essas também são reflexos das
sociedades nas quais estão inseridas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dessa forma, podemos analisar que a globa-
lização mundial e as diferenças individuais
são aspectos que se desenvolvem de maneira
associada e paralela, de maneira que as pes-
soas, as organizações e o Estado precisam se
unir com o intuito de construir uma socie-
dade mais justa, solidária, ética, sustentável
e com responsabilidade social (COSTA;
TEODOSIO, 2011).
As diferenças individuais mencionadas
anteriormente existem devido às diferenças
culturais, raciais e religiosas, às desigualdades
sociais e econômicas, aos comportamentos
diferentes e aos contextos históricos. Assim, não é possível continuar o desen-
volvimento e a construção de uma sociedade sendo indiferente a essas questões.
Dessa forma, faz-se necessária a criação de políticas públicas e institucionais
que contemplem as organizações, as entidades organizacionais, o terceiro setor,
enfim, toda a sociedade (SILVA, 2012).
Para Santos (2015) as cinco dimensões da ética empresarial são:
Sustentabilidade; Respeito à Multicultura, Aprendizado Contínuo, Inovação e
Governança Corporativa, e podemos observá-las na Figura 3.
NTABILIDADE
SUSTE
s
tai
Governaça Aprendizado
bien
Asp
corporativa contínuo
Aspectos am
ectos s
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ética
ociais
Inovação Respeito à
multicultura
Asp
e c to s e co n ô m ico s
Essa preocupação pode refletir diretamente nas organizações que, muitas vezes,
precisam rever alguns aspectos, tais como:
■ Políticas internas.
■ Códigos de Conduta Empresarial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Processos produtivos, certificações e formas de preservar o meio ambiente.
■ Formas de avaliações dos profissionais.
■ Estratégias de marketing e a forma de se relacionar com a sociedade,
inclusive interna.
■ Meios de comunicação.
■ Relatórios e demonstrativos para divulgação das práticas éticas.
■ Ações sociais.
Quando uma organização revê estes aspectos, não deve ser algo formal; para
Santos (2009, p. 484-485) é preciso três fatores, a saber:
Com o desenvolvimento social, bem como a evolução da comunicação.
As organizações se deparam com novas situações, sendo que as leis e a
sociedade nem sempre estão preparadas para elas;
da organização?
■ As questões de cidadania ou as ações sociais: a empresa incentivará? Qual
o real grau de comprometimento da organização e de seus colaboradores?
■ As questões de assédio moral, assédio sexual, discriminação racial ou
social: como uma organização regulamenta isso internamente, de forma
preventiva? O que fazer após a ocorrência?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de degrau hierárquico idêntico ou inferior ao da vítima, os atos de assédio
podem manifestar-se por meio de gestos, palavras, escritos ou qualquer
conduta abusiva e humilhante que possa trazer danos à personalidade, à
dignidade, ou à integridade física e psíquica de uma pessoa, colocando em
risco seu emprego e degradando o ambiente de trabalho.
A implantação de um programa de responsabilidade comportamental im-
plica rigor na condução dos episódios de assédio, sem descuidar do propó-
sito educativo, que deve ser exercitado por meio do oferecimento de cursos
e cartilhas informativas destinados ao esclarecimento de todos os integran-
tes do corpo empresarial, da mais alta hierarquia ao “chão da fábrica”.
Fonte: adaptado de Tribuna (2011, on-line).
a sociedade. Por isso, é importante que a organização deixe claro que a construção
de políticas éticas é um processo contínuo, que requer o desenvolvimento da prática
diária, ter avaliações internas, normativas, e também, manutenção. Quando uma
organização possui um ambiente ético e com compromisso social, isso se reflete na
autoestima dos funcionários e em uma sociedade mais justa (OLIVEIRA, 2003).
Dessa forma, para Santos (2015), é importante frisar que as cinco dimensões
éticas apresentadas não têm relação hierárquica, foram enumeradas apenas para
facilitar sua análise e devem estar integradas, pois foram criadas com o objetivo
de criar políticas éticas, portanto, não devem ser analisadas de maneira separada.
Dessa maneira, temos as cinco dimensões, como: 1 - Sustentabilidade, à 2 -
Respeito à Multicultura; 3 - Aprendizado Contínuo; 4 - Inovação e 5 - Governança
Corporativa. Veremos estas dimensões a seguir.
Sustentabilidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
seus fornecedores. Nesse caso, a empresa não se preocupou com sua relação glo-
bal com o meio ambiente, apenas com uma parcela.
É importante afirmar que, quando falamos em impactos ambientais dentro
de uma empresa, são necessárias várias ações, a saber:
■ Analisar se a matéria-prima e os insumos são altamente impactantes.
■ Verificar a maneira que os materiais são utilizados, se há qualificação dos
profissionais no seu manuseio.
■ Buscar maneiras de reaproveitamento dos resíduos.
■ Procurar melhorias em processos produtivos e/ou certificações.
■ Criar maneiras de mensurar os impactos ambientais e, caso não seja pos-
sível eliminá-los, buscar meios de minimizá-los.
■ Criar políticas para orientar os colaboradores com maneiras preventi-
vas ou corretivas.
Dessa forma, o impacto ambiental das organizações deve ser levado em consi-
deração na elaboração das políticas éticas.
No aspecto econômico da sustentabilidade, alguns pontos devem ser evita-
dos, tais como: ter sua missão voltada para a sustentabilidade econômica e não
ter toda a visão que engloba o negócio; quando a organização se preocupa de
maneira adequada com os aspectos econômicos e desperdiça recursos, pode
perder oportunidades de alavancagem financeira ou até encerrar as atividades
(MUELLER, 2005).
Respeito à Multicultura
Aprendizado Contínuo
Inovação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A inovação possibilita, para a organização, a criação de políticas capazes de pensar
as necessidades e as realidades das organizações, respeitando as suas diferenças.
Governança Corporativa
PRINCÍPIO DEFINIÇÃO
Consiste no desejo de disponibilizar, para as partes interessa-
das, as informações que sejam de seu interesse e não apenas
aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.
Transparência Não deve restringir-se ao desempenho econômico-finan-
ceiro, mas contemplar também os demais fatores (inclusive
intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que condizem
com a preservação e a otimização do valor da organização.
Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos
os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levan-
Equidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
POLÍTICAS DE INCLUSÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Por esse motivo, a legislação brasileira é diferente para os desiguais. Dessa maneira,
podemos exemplificar esse tratamento diferenciado com o intuito de possibilitar
inclusão social e minimizar as diferenças de diversas formas, tais como:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Diversos outros exemplos podem ser citados, porém, foram destacados apenas
alguns, devido à amplitude do tema.
A exclusão social pode ser classificada em cinco tipos, a saber:
■ Econômica.
■ Social.
■ Cultural.
■ Patológica.
■ Comportamentos autodestrutivos.
■ Outras formas de exclusão, tais como discriminação por orientação sexual.
As pessoas com deficiência, muitas vezes, têm dificuldade até de estudar ou fre-
quentar determinados ambientes por causa de fatores limitantes, tais como: falta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de planejamento das instituições ou falta de políticas públicas e privadas.
Na Constituição Federal de 1988, conforme o Art. 207, inciso III, passou
a ser dever do Estado a garantia de atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Assim, as organizações precisam não apenas prever procedimentos em suas
normas de conduta, mas também realizar um planejamento para melhor aten-
dê-los, além de conhecer a legislação específica.
Sendo assim, entre as ações possíveis das empresas para inclusão de pessoas
com deficiência, podemos evidenciar (SANTOS, 2015):
As pessoas com deficiência não necessitam de um espaço específico para elas, pois
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
derá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes.
§ 2º Considera-se pessoa portadora de deficiência habilitada aquela
que concluiu curso de educação profissional de nível básico, técnico ou
tecnológico, ou curso superior, com certificação ou diplomação expe-
dida por instituição pública ou privada, legalmente credenciada pelo
Ministério da Educação ou órgão equivalente, ou aquela com certifica-
do de conclusão de processo de habilitação ou reabilitação profissional
fornecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.
§ 3º Considera-se, também, pessoa portadora de deficiência habilitada
aquela que, não tendo se submetido a processo de habilitação ou reabi-
litação, esteja capacitada para o exercício da função.
§ 4º A pessoa portadora de deficiência habilitada nos termos dos §§ 2o e 3o
deste artigo poderá recorrer à intermediação de órgão integrante do siste-
ma público de emprego, para fins de inclusão laboral na forma deste artigo.
§ 5º Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego estabelecer siste-
mática de fiscalização, avaliação e controle das empresas, bem como
instituir procedimentos e formulários que propiciem estatísticas sobre
o número de empregados portadores de deficiência e de vagas preen-
chidas, para fins de acompanhamento do disposto no caput deste artigo
(BRASIL, 1999, on-line).
Figura 4: A Acessibilidade
Fonte: Reflexão sobre rodas (2017, on-line)2.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
todo o Brasil por meio da campanha Teleton, tem um dos melhores comple-
xos hospitalares da área, além de ser referência em qualidade no tratamento de
pessoas com deficiência física. Por meio do Teleton, que tem como mascotes
Tonzinho e Nina, inspirados nos usuários da ONG, doações são feitas por meio
do site AACD e via telefone, e toda renda é revertida à entidade.
O trabalho do terceiro setor e destas atividades de inclusão social são fun-
damentais para o desenvolvimento do país (SANTOS, 2015). Existem inúmeros
projetos de inclusão social no Brasil, cada um com sua finalidade e seu público
a ser atendido. Além desses projetos, podemos citar vários outros, com diferen-
tes objetivos, por exemplo, projetos para:
■ Ressocialização de apenados.
■ Pesquisa na área da saúde.
■ Minimização de desigualdades sociais.
■ Prestação de serviços de saúde para áreas isoladas.
■ Alfabetização e outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
152
PINEDA, E. S.; CÁRDENAS, J. A. Ética nas empresas. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
SANTOS, F. A. Ética e responsabilidade social: uma prática cotidiana. In: BARROS
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tary Frameworks: The Search for a Common Core in the Business and Society Field.
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em: 09 maio 2019
GABARITO
V
AUDITORIAS E MODELOS DE
UNIDADE
DIVULGAÇÕES DE AÇÕES
SUSTENTÁVEIS
Objetivos de Aprendizagem
■ Apresentar os demonstrativos de natureza social e ambiental.
■ Demonstrar os principais modelos de Balanço Social e relatórios de
sustentabilidade.
■ Apresentar as premiações na área de sustentabilidade.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Demonstrativos de natureza social e ambiental
■ Modelos de Balanço Social
■ Premiações na área de sustentabilidade
159
INTRODUÇÃO
Introdução
160 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEMONSTRATIVOS DE NATUREZA SOCIAL E AMBIENTAL
BALANÇO SOCIAL
Sobre sua utilidade, Tinoco (2010) relata que as organizações precisam satisfa-
zer às necessidades de seus clientes e parceiros, divulgar e buscar transparência
aos agentes sociais e a toda sociedade no que diz respeito às relações econômi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cas, financeiras, sociais e ambientais, por meio de um Balanço Social, que é um
relatório específico para essa finalidade.
Para Tinoco (2001, p. 34):
A função principal do Balanço Social da organização é tornar público
a responsabilidade social da empresa. Isso faz parte do processo de pôr
as cartas na mesa e mostrar com transparência para o público em geral,
para os atentos consumidores e para os acionistas e investidores o que
a empresa está fazendo na área social.
Neste período, no Brasil, não houve muitas iniciativas voltadas ao Balanço Social,
mas, no mundo, aconteceram experiências interessantes, como na França, que,
segundo Tinoco (2010, p. 21), passou a exigir das empresas a Demonstração do
Valor Adicionado (DVA), que continha os seguintes indicadores:
■ Valor adicionado/produção realizada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Valor adicionado/quadro efetivo (pessoal).
■ Custos de pessoal/valor adicionado.
■ Encargos financeiros/valor adicionado.
■ Valor adicionado/efetivo médio.
■ Valor adicionado/ativo fixo operacional médio.
Nos anos 90, muitas empresas passaram a adotar ações de filantropia e assistên-
cia social (SANTOS, 2015).
O primeiro modelo de balanço social apresentado foi desenvolvido pelo
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), em 1997, em parce-
ria com técnicos(as), pesquisadores(as) e representantes de instituições públicas
e privadas, que apresentou indicadores específicos ao setor educacional, porém,
seu foco principal era o pilar social, que não foi abordado na mesma intensidade
que as outras dimensões (TERMIGNONI, 2012).
Assim, o Balanço Social começou a ser realizado por várias empresas e pas-
sou a ser um instrumento institucional. No mesmo período, muitas organizações
passam a publicar relatórios de sustentabilidade e outros instrumentos. Algumas
organizações começam a se conscientizar de que é necessária a prestação de contas
para a sociedade; outras passam a elaborar por ser um instrumento de marketing,
pois a sociedade tende, cada vez mais, a exigir das empresas uma postura ética.
De acordo com o Ibase, citado por Santos (2015), desde meados de 1997, o
sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o Instituto Brasileiro de Análise Sociais
e Econômicas (Ibase) destacavam a importância de realizar um balanço social
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lançado nos anos 90, o Balanço Social Ibase teve como principal função
tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores
vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente. Publicado anual-
mente pelas organizações que escolhem esse modelo, o Balanço Social re-
úne um conjunto de informações sobre projetos, benefícios e ações sociais
dirigidos aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à
comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multipli-
car o exercício da responsabilidade social corporativa.
A base de dados do Balanço Social Ibase é aberta a todas e a todos que quei-
ram pesquisar sobre o tema. Há, ainda, a publicação Balanço Social, o desafio
da transparência, publicado em 2008. O livro analisa mais de mil balanços
entre 1997 e 2005. Desde 2010, o Ibase produz seu próprio Balanço Social,
que é publicado junto com os relatórios anuais.
Fonte: Ibase ([2018], on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Busca apresentar a parcela de contribuição que a entidade tem na for-
mação do Produto Interno Bruto (PIB) do país onde essas operações
são realizadas e eliminados os valores que representam dupla contagem.
Podemos observar que essa norma não é obrigatória para as empresas, não
há necessidade de um auditor e contador. Mesmo assim, você acha que é
importante sua adoção?
(Fernando de Almeida Santos)
RELATO INTEGRADO
Podemos observar que existe uma preocupação das organizações com os aspec-
tos éticos e com a transparência em relação à sustentabilidade. A preocupação é
elaborar um relatório que tenha informações financeiras e não financeiras, com
o intuito de possibilitar uma visão integrada. Assim, haverá a possibilidade de
analisar a organização de forma mais global. Esta visão possibilita agregar os três
pilares da sustentabilidade: aspectos ambientais, sociais e econômicos.
Dessa forma, para Santos (2015), o mercado busca construir o relato inte-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
grado. Assim, no ano 2012, foi criada a Comissão Brasileira de Acompanhamento
do Relato Integrado, que tem por objetivo manter o mercado brasileiro atuali-
zado sobre essa iniciativa, além de contribuir com o processo de implantação e
estimular o engajamento das empresas brasileiras nesse processo.
No período de abril a julho de 2013, o modelo de Relatório Integrado ficou em
audiência pública. Há, também, o IIRC (International Integrated Reporting Council),
cujo objetivo é criar um modelo global, o IR (Integrated Reporting). No IIRC par-
ticipam: empresas, organismos reguladores e instituições para padronização, além
de investidores, organizações não governamentais e consultorias de quase 30 países.
Para Santos (2015), o relato integrado trata-se de uma comunicação concisa
sobre como a estratégia, a governança, o desempenho e as possibilidades de uma
organização, no contexto do seu ambiente externo, levam à criação de valor em
curto, médio e longo prazos.
De acordo com o IIRC ([2019], on-line)2, o Relato Integrado possibilitará:
■ Melhorar a articulação da estratégia para o negócio e como o seu modelo de
negócios está respondendo às novas necessidades e expectativas do mercado.
■ Permitir um melhor diálogo entre a empresa e os fornecedores do capi-
tal financeiro.
■ Desenvolver departamentos mais conectados e quebrar áreas fechadas.
■ Aprimorar processos internos.
■ Reduzir custo de capital.
Apesar de não serem obrigatórios no Brasil, estes instrumentos têm sido adota-
dos por inúmeras organizações, principalmente as de grande porte.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este fato de ser mais adotado pelas grandes empresas se deve a dois fato-
res, a saber:
1. As empresas menores, muitas vezes, por terem menor infraestrutura,
podem ter dificuldade de acesso às informações.
2. Os indicadores não consideram o porte das empresas.
Como exemplo, Santos (2015) menciona: uma empresa pequena e criada para a
subsistência de uma família, como muitas no país, não tem interesse em elaborar e
divulgar demonstrativos de baixo gasto em educação ou em saúde, sem considerar
a sua realidade. Ao analisar a situação desta empresa, que tem quatro colaboradores
e gastos mensais com bolsas de estudos para três destes quatro colaboradores. Ao
apresentar os gastos reais, estes podem ter pouca representatividade, pois, ao com-
parar o número de estudo por colaborador, observa-se o índice de 75%.
Para relativizar à as empresas de pequeno porte, o autor sugere indicado-
res como:
■ Bolsas de estudo por ano/funcionário.
■ Gastos de treinamento/funcionário.
■ Gastos com alimentação e transportes/funcionário.
■ Gastos com saúde/funcionário.
■ Participação nos lucros e resultados/lucro líquido.
■ Demissões no ano/funcionários.
■ Estagiários/funcionários.
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
CORPORATIVA
Esse conceito, demonstra os compromissos que vão além daqueles que são obriga-
tórios para as organizações, tais como o cumprimento das legislações trabalhistas,
tributárias e sociais, de leis ambientais, de usos do solo, dentre outros. Apresenta,
dessa maneira, a adoção e a disseminação de valores, condutas e procedimentos que
induzam e estimulem o aperfeiçoamento contínuo de processos empresariais, para
que também resultem em preservação e melhoria da qualidade de vida das socie-
dades, sob o ponto de vista ético, social e ambiental.
O tema da responsabilidade social integra-se, portanto, ao da gover-
nança corporativa, ou seja, com a administração das relações contra-
tuais e institucionais estabelecidas pelas companhias e as medidas ado-
tadas para o atendimento das demandas e dos interesses dos diversos
participantes envolvidos. Dessa forma, a responsabilidade social cor-
porativa está relacionada com a gestão de empresas em situações cada
vez mais complexas, nas quais questões como as ambientais e sociais
são crescentemente mais importantes para assegurar o sucesso e a sus-
tentabilidade dos negócios (SANTOS, 2015, p. 92).
AUDITORIAS E MODELOS DE DIVULGAÇÕES DE AÇÕES SUSTENTÁVEIS
171
MODELO IBASE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Alimentação
Encargos sociais compulsórios
Previdência privada
Saúde
Segurança e medicina no trabalho
Educação
Cultura
Capacitação e desenvolvimento profissional
Creches ou auxílio-creche
Participação nos lucros ou resultados
Outros
Total - Indicadores Sociais Internos
VALOR % SOBRE % SOBRE
3. INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS
(MIL R$) RO RL
Educação
Cultura
Saúde e saneamento
Habitação
Esporte
Lazer e diversão
Creches
Alimentação
Combate à fome e segurança alimentar
Outros
Total das Contribuições para a Sociedade
Tributos (excluídos encargos sociais)
Além disso, até o ano de 2008, cada organização que divulgava seu balanço social
de acordo com a metodologia proposta pelo Ibase era reconhecida por meio de
um selo, representado na Figura 1. No entanto, este selo encontra-se desconti-
nuado desde aquele ano e, atualmente, encontra-se em fase de reformulação.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de não conceder, suspender e/ou retirar o “Selo Balanço Social Ibase/Betinho”
de qualquer empresa envolvida, denunciada e/ou processada por corrupção,
violação de direitos humanos, sociais e ambientais relacionados com a “De-
claração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho”, de
1998; a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”; a “Convenção das Na-
ções Unidas para Eliminar todas as Formas de Discriminação contra as Mulhe-
res”; a “Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Infância e da Ado-
lescência”; as Diretrizes da OCDE, de 2000; a “Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento”, de 1992; bem como toda a legislação brasileira
relativa a esses direitos e deveres já estabelecidos.
Para saber mais, acesse: <www.balancosocial.org.br>.
Fonte: Ibase ([2018], on-line)1.
MODELO GRI
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
módulos inter-relacionados e representam as melhores práticas de relato dos
impactos econômicos, ambientais e sociais dos negócios.
Fonte: CEBDS (2017, on-line)5.
INDICADORES ETHOS
Os indicadores Ethos são uma ferramenta de gestão que tem por objetivo apoiar
as organizações para incorporar sustentabilidade e responsabilidade social em
estratégias de negócio.
Os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis têm
como foco avaliar o quanto a sustentabilidade e a responsabilidade so-
cial têm sido incorporadas nos negócios, auxiliando na definição de es-
tratégias, políticas e processos. Embora traga medidas de desempenho
em sustentabilidade e responsabilidade social, esta ferramenta não se
propõe a medir o desempenho das empresas nem reconhecer organi-
zações como sustentáveis ou responsáveis.
A nova geração dos Indicadores Ethos foi criada para estar a serviço
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sabia que você pode obter o questionário de Indicadores Ethos para Negócios
Sustentáveis e Responsáveis juntamente com uma amostra de como fazer seu
preenchimento online? Para saber mais, acesse:
<https://www3.ethos.org.br/cedoc/indicadores-ethos-para-negocios-susten-
taveis-e-responsaveis/#.W6eo0_ZReUl>.
Fonte: as autoras.
Além desses modelos, existem outros que você pode pesquisar e analisar se sua
empresa está enquadrada nesse modelo.
Outra forma que a organização pode usar para verificar os resultados de inves-
timentos na área ambiental e social é por meio da auditoria e certificação social.
Para Tinoco (2010), a auditoria é de suma importância para a segurança dos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
agentes sociais, referente às atividades que são desenvolvidas pelas organizações,
incluindo os gestores e controladores dessas entidades.
A auditoria preocupa-se, basicamente, com a análise de elementos contábeis e
sociais, bem como a determinação e exatidão das demonstrações e dos relatórios
contábeis, sociais e ambientais. Ademais, a auditoria procura determinar se as
demonstrações e os registros contábeis que lhe deram origem são de confiança.
Assim como as Normas ISO 9000 e ISO 14000 certificam empresas por sua capaci-
dade gerencial (qualidade do processo de produção) e pelo respeito ao meio ambiente,
temos as Normas BS 8800 e a SA 8000, que certificam, respectivamente, as empresas
que dão garantias adequadas para a segurança e a saúde do trabalhador e as que res-
peitam os direitos humanos e trabalhistas. A Social Accountability Standard (SA) 8000
possui estrutura similar à da ISO 9000 e enfatiza os direitos dos empregados, como
licença-maternidade, remuneração de horas extras e salários que garantam a cobertura
das necessidades mínimas dos trabalhadores, dentre outros. A norma é baseada nos
preceitos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e foi criada pelo Council on
Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA), uma organização internacional afi-
liada ao Council on Economic Priorities (CEP) de Nova Iorque, que possui, como diretriz
central, a difusão das questões relativas a condições trabalhistas dentre os consumidores
de todo o mundo, conhecida por seu guia ao consumidor Shopping for a Better World.
PRÊMIO INOVAÇÃO EM
SUSTENTABILIDADE
■ Associações comunitárias.
■ Empreendedores sociais.
■ Institutos de pesquisa.
■ Micro e pequenas empresas.
■ ONGs.
■ Universidades.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Caso você tenha interesse em saber mais sobre o prêmio Inovação e Susten-
tabilidade, acesse o regulamento:
<https://ethos.org.br/PremioInovacaoemSustentabilidade/PDFs/Portu-
gues_PREMIOINOVACAOOEMSUSTENTABILIDADE_RegulamentointegralFI-
NAL.pdf>.
Fonte: as autoras.
esgotam por aqui; para participar, basta ler os editais e ver se sua organização
se encaixa dentro das categorias analisadas. É uma boa maneira de as empresas
demonstrarem suas práticas sustentáveis, concorda?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
área ambiental e social, pois as empresas que fazem esses investimentos podem
mostrar para os stakeholders e para sociedade suas práticas, que existem muitas
empresas em processo de apredizagem e que já têm essas práticas implementadas.
Vimos também que as empresas têm verificado que a sociedade está cada
vez mais exigente com as aplicações de natureza ambiental, assim, estão asso-
ciados os dados contábeis e financeiros a balanços sociais.
Estudamos os instrumentos: Balanço social; Demonstração do Valor
Adicionado (DVA); Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 15 (NBC T 15)
e Relato Integrado. Vimos que esses demonstrativos de natureza ambiental e social
possibilitam a organização: comprar períodos diferentes, divulgar as ações das
empresas, fazer comparações a vários segmentos, prestar contas aos stakeholders.
Sobre a importância do balanço social, falamos de seu intuito de comuni-
car as informações para atender à necessidade de quem está interessado e que,
embora tenha fundamentos e princípios na contabilidade, pode ser aplicado para
informações de cunho social.
Dentre os principais modelos, falamos sobre o Ibase, que é modelo proposto
pelo sociólogo Betinho, de cunho social, e é uma planilha que pode ser preenchida
de forma simplificada (modelo já existente) sem a necessidade de um conheci-
mento aprofundado na área contábil; podemos, com ela, visualizar facilmente
o que foi aplicado. O modelo GRI também está disponível em um formulário
online como um modelo que as organizações possam seguir.
Finalizamos nossos estudos dizendo que outra maneira de as organizações
demonstrarem os resultados de suas ações sustentáveis é por meio da participação de
premiações na área sustentável, o que gera maior notoriedade perante a sociedade.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
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GABARITO