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SUPERVISIONADO:
SERVIÇO SOCIAL E
EMPREENDEDORISMO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
Maria Cristina Araujo de Brito Cunha
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Designer Educacional
Distância; SIKORSKI, Daniela; CUNHA, Maria Cristina Araújo Nayara Garcia Valenciano
de Brito; COSTA, Valéria Cristina da. Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
Estágio Supervisionado: Serviço Social e José Jhonny Coelho
Empreendedorismo. Daniela Sikorski ; Maria Cristina Araújo
de Brito Cunha; Valéria Cristina da Costa. Editoração
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2017. Ellen Jeane da Silva
209 p. Qualidade Textual
“Graduação - EaD”. Daniela Ferreira dos Santos
1. Social. 2. Empreendedorismo. 3.Serviço. 4. EaD. I. Título. Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
http://lattes.cnpq.br/5055081415728722
http://lattes.cnpq.br/0092522015363822
APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a mais uma etapa de novos conhecimentos que
o levará a agregar mais valor à sua formação acadêmica e profissional.
A proposta do Estágio Supervisionado: Serviço Social e Empreendedorismo consiste em
refletir sobre a importância da qualificação profissional para os desafios do mercado de
trabalho na sociedade contemporânea. E nesse momento do seu processo formativo,
temos o compromisso de prepará-los para o seu sucesso profissional.
Sendo assim, na unidade I, você terá acesso a um material que foi organizado como re-
sultado de uma vasta pesquisa bibliográfica que reúne importantes pesquisas que trata
do perfil profissional do assistente social e sua relação com o mercado de trabalho. Os
dados, aqui, apresentados vão possibilitar uma visão geral e ampliada do mercado de
trabalho conhecendo melhor os campos de atuação, qual o maior empregador, assim
como também se deve identificar novas oportunidades de trabalho, de ocupação.
Na unidade II, traremos uma reflexão acerca do Empreendedorismo, Empreendedoris-
mo Social e Intraeempreendedorismo, elementos relevantes para que você enquanto
futuro(a) assistente social chegue ao mercado de trabalho com conhecimentos atuali-
zados e que possibilite uma atuação com maior capacidade reflexiva, analítica e inter-
ventiva.
Em nossa unidade III, refletiremos sobre as metamorfoses do mundo de trabalho e a ca-
tegoria profissional. Esta unidade possibilita a inter-relação com as unidades anteriores,
vislumbrando o potencial da profissão frente aos desafios atuais e perspectivas para o
futuro.
Já na unidade IV, conheceremos as instâncias organizativas do Serviço Social como a
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), o Conselho Fe-
deral de Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), no qual
compreenderemos a relevância da participação social e interlocução com os movimen-
tos articulados à profissão compreendendo as atribuições das instâncias representativas
profissionais, tanto para o processo de formação, quanto para a realização do exercício
profissional do assistente social.
E, por fim, na unidade V, faremos uma apresentação no que diz respeito à docência em
Serviço Social, à prática de ensino e a relação docente-discente. Você perceberá que
este é um assunto merecedor de atenção nesta etapa da sua formação, nesta reta final,
devemos dar atenção aos planos profissionais.
Desde já, desejamos bons estudos e ótimo aproveitamento de aprendizado!
UNIDADE I
15 Introdução
39 Considerações Finais
47 Referências
48 Gabarito
UNIDADE II
51 Introdução
72 Intraempreendedorismo
77 Considerações Finais
86 Referências
87 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
91 Introdução
127 Referências
129 Gabarito
UNIDADE IV
133 Introdução
157 Referências
158 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
163 Introdução
206 Referências
208 Gabarito
209 CONCLUSÃO
Professora Me. Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
I
PERFIL DOS CAMPOS DE
UNIDADE
ATUAÇÃO SÓCIO-OCUPACIONAL
DO ASSISTENTE SOCIAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer o perfil dos campos de atuação sócio-ocupacionais do
assistente social.
■ Analisar o perfil dos campos de atuação no qual os assistentes sociais
estão inseridos.
■ Contextualizar os acadêmicos quanto as possíveis áreas de atuação
dos profissionais de Serviço Social.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ A Pesquisa do CFESS sobre os campos de atuação do assistente social
■ Pesquisa DIEESE/CUT – nacional
15
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), parabéns por mais esta etapa de formação profissional, esse
mérito é seu.
Muitas situações já foram vivenciadas no campo de estágio, muitas relações teó-
ricas e práticas já foram estabelecidas, e muitas outras estão por vir, e digo a você:
teremos tantas outras a fazer, este é um caminho sem volta e absolutamente necessário!
Nesse sentido, nesta unidade, exploraremos o máximo de conhecimento e
aprendizado acerca dos trabalhos de pesquisas elaborados e desenvolvidos pelo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A PESQUISA DO CFESS SOBRE OS CAMPOS DE
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
A seguir, você vai conhecer os dados que foram divulgados pelo próprio CFESS (2005).
Ao longo do curso, nós já pudemos verificar a abragência da profissão de
serviço social e agora que você está um pouco mais perto de fazer parte dessa
categoria profissional, poderá compreender melhor a abrangência da profissão
que escolheu, vamos lá?
Iniciamos analisando que, no nível nacional, 78,16% dos assistentes sociais
atuam em instituições públicas de natureza estatal, das quais 40,97% atuam no
âmbito municipal, 24% nos estaduais e 13,19% nas federais.
O assistente social, no Brasil, é,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptada de Iamamoto ([2016], p. 06, on-line)1.
Foi possível perceber no gráfico anterior, que a idade não é totalmente discre-
pante, e que a escolha pela profissão vem se mantendo. O gráfico a seguir, nos
apresentará as informações coletadas acerca do estado civil dos profissionais de
serviço social.
Você sabia que até um certo tempo atrás os profissionais de serviço social
carregavam o estigma de “solteironas”, pois se preocupavam em demasia
com o próximo e renegavam a si mesmas, o gráfico anterior nos apresenta
o contrário. Ressaltamos contudo que ser ou estar casado não é uma neces-
sidade obrigatória, o que se propõe enquanto reflexão é a estigmatização
que se cria em torno da obrigatoriedade e de que todas as assistentes são
solteiras. Pense nisso!
Fonte: as autoras.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptada de Iamamoto ([2016], p. 07, on-line)1.
Ressaltamos, que a cor da pele dos profissionais, em nada impede o seu desem-
penho, contudo, a informação é relevante no que tange o conhecimento da
categoria profissional.
Logo, será apresentado o gráfico que representa os resultados quanto à orien-
tação sexual dos profissionais que responderam à pesquisa:
No gráfico que segue, você poderá observar que o maior empregador da catego-
ria é o setor público, sob o regime estatutário que é o funcionário cujas funções
estão regulamentadas por um estatuto próprio e não pela Consolidação das Leis
de Trabalho. Seguido do regime celetista, ou seja, assistentes sociais que são
contratados seguindo as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptada de Iamamoto ([2016], p. 06, on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptada de Iamamoto ([2016], p. 06, on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 13 - Distribuição dos assistentes sociais por região do país
Fonte: DIEESE/CUT - Nacional (2015, p. 04, on-line)3.
CARTEIRA DE SEM
SEM
TRABALHO ESTATUTÁRIO CARTEIRA DE EMPREGADOR TOTAL
RENDIMENTOS
ASSINADA TRABALHO
Administração do
Estado e da política
9.108 10.503 15.631 0 0 35.242
econômica e social
Municipal
Administração do
Estado e da política
2.022 5.650 826 0 0 8.498
econômica e social
Estadual
2004
Outros Serviços
coletivos prestados
0 5.884 2.102 0 0 7986
pela administração
pública - Estadual
CARTEIRA DE SEM
SEM
TRABALHO ESTATUTÁRIO CARTEIRA DE EMPREGADOR TOTAL
RENDIMENTOS
ASSINADA TRABALHO
UNIDADE
I
Administração do
Estado e da política
16.264 56.813 33.603 0 0 106.680
econômica e social
Municipal
Administração do
Estado e da política
4.273 8.418 1.521 0 299 14.511
econômica e social
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
29
Vamos ver a seguir, algumas características do perfil dos assistentes sociais ocu-
pados no período de 2004 a 2013. Apesar de ainda predominar o sexo feminino,
houve queda na participação das mulheres no total, caindo de 84,2% para 77,9%.
A idade média dos assistentes sociais passou de 372 anos em 2004, para 38,9
anos em 2013. A distribuição de raça aumentou expressivamente a participação
dos negros, que representavam 33,0% dos assistentes sociais. Em 2013, houve um
aumento para 44,8%. A taxa de sindicalização ou filiação à alguma entidade de
classe caiu expressivamente entre os assistentes sociais. Em 2004 era de 29,7%,
e passou para 18,5% em 2013.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Tabela 2 - Rendimento médio dos assistentes sociais ocupados, por região do país, e o geral do mercado de
trabalho brasileiro, em R$ de janeiro de 2015
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nas atividades econômicas, foi apontado pela pesquisa que tanto no emprego do
serviço público municipal como diretamente na área de serviço social, o setor de
atividade econômica que pagava maior salário aos assistentes sociais era o ligado
diretamente à Seguridade Social Pública, porém com pouco mais de 2 mil assis-
tentes sociais conforme mostra a tabela seguinte.
Tabela 3 - Rendimento médio dos assistentes sociais ocupados, por atividade econômica, e o geral do
mercado de trabalho brasileiro, em R$ de janeiro de 2015 (deflator: INPC-IBGE)
Tabela 4 - Distribuição dos assistentes sociais segundo unidade de federação e natureza jurídica em 2013
SETOR
UF TOTAL DIST. SETOR PRIVADO
PÚBLICO
São Paulo 17.397 26,10% 54,00% 46,00%
Minas Gerais 7.311 11,00% 63,70% 36,30%
Rio de Janeiro 6.746 10,10% 68,70% 31,30%
Paraná 4.403 6,60% 69,50% 30,50%
Rio Grande do Sul 3.427 5,10% 61,60% 38,40%
Bahia 3.342 5,00% 69,70% 30,30%
Santa Catarina 2.847 4,30% 76,90% 23,10%
Ceará 2.415 3,60% 72,70% 27,30%
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Rio Grande do 976 1,50% 78,10% 21,90%
Norte
Maranhão 801 1,20% 63,20% 36,80%
Tocantins 746 1,10% 93,70% 6,30%
Sergipe 746 1,10% 63,90% 36,10%
Mato Grosso 692 1,00% 81,40% 18,60%
Distrito Federal 687 1,00% 63,80% 36,20%
Alagoas 683 1,00% 70,70% 29,30%
Rondônia 376 0,60% 61,70% 38,30%
Acre 216 0,30% 77,80% 22,20%
Roraima 187 0,30% 95,20% 4,80%
Amapá 114 0,20% 86,00% 14,00%
Total 66.601 100,0% 66,7% 33,3%
Tabela 5 - Distribuição dos assistentes sociais segundo Unidade de Federação e Natureza Jurídica em 2013
SETOR
SETORES TOTAL DIST. SETOR PÚBLICO
PRIVADO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Administração Pú-
39.978 60,00% 99,70% 0,30%
blica
Indústria de transfor-
579 0,90% 19,70% 80,30%
mação
Serviços industriais
393 0,60% 72,80% 27,20%
de utilidade pública
Agropecuária, extra-
ção vegetal, caça e 88 0,10% 19,30% 80,70%
pesca
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nota-se também que a participação das assistentes sociais manteve-se acima dos
90%, tanto no setor público quanto no privado, porém, a remuneração média
feminina, que era 13,6% maior do que a masculina no setor público, foi 0,2%
menor no setor privado. Essa diferença pode estar relacionada a maior perma-
nência das pessoas no emprego público, que favorece o aumento da renda, a
exemplo, dos planos de cargos e salários.
Por outro lado, revela também, que no setor privado, no qual existe uma
maior rotatividade do emprego, as assistentes sociais continuam ganhando menos
do que os homens, apesar de representarem 93,2% das pessoas que trabalham,
ou seja, esse é um fenômeno característico do mercado de trabalho brasileiro.
Sendo assim, no que diz respeito à distribuição dos profissionais de serviço
social quanto a natureza jurídica (público, privado), sexo e média de remuração,
observou-se os seguintes dados, apresentados na tabela a seguir:
Tabela 6 - Distribuição dos assistentes sociais segundo natureza jurídica, sexo e remuneração média em R$*
de maio de 2015, Brasil, 2013
Quanto à faixa etária, veremos que a predominância de profissionais está nas fai-
xas de idade acima de 30 anos até 64 anos. Conforme identificado pela pesquisa
e apresentado na próxima tabela, o percentual de profissionais de serviço social
entre 30 e 39 anos foi de 33,9%; de 40 a 49 anos de 24,1%; e de 50 a 64 anos de
23,7%. Enquanto que a maior remuneração média, de R$ 5.601,86, foi obser-
vada entre os assistentes sociais de 50 a 64 anos:
Tabela 7 - Distribuição dos assistentes sociais segundo faixa etária e remuneração média em R$*, Brasil,
2013
Tabela 8 - Distribuição dos assistentes sociais segundo tempo de emprego e remuneração média em R$*,
Brasil, 2013
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
60,0 a 119,9 meses 11.408 17,1% 4.053,95
120,0 meses ou mais 15.453 23,2% 6.408,90
Não identificados 5 0,0% 6.500,22
Total 66.601 100,0% 3.845,02
Fonte: DIEESE/CUT - Nacional (2015, p. 13, on-line) .
3
Tabela 9 - Movimentação dos assistentes sociais, segundo vínculo empregatício e remuneração média em
R$, Brasil, 2013
Tabela 10 - Movimentação dos assistentes sociais, segundo setor econômico e salário médio (em R$, Brasil),
abr-2014/mar-2015
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
figuras com dados levantados a partir do documento “Quem são os assistentes
sociais no Brasil?” elaborado pelo DIEESE/CUT - Nacional (2015, p. 14, on-line)3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
alguns aspectos foram evidenciados tanto em uma pesquisa como na outra que
compreendeu o período entre 2004 e 2013. É possível observar com o cresci-
mento do número de assistentes sociais no setor público municipal que muito
se deve à descentralização das políticas públicas, pois esse número cresceu mais
que a média da ocupação do país.
Foram evidenciados crescimentos importantes quanto ao número de homens,
ainda que as mulheres sejam a maioria dentre os assistentes sociais, assim como
também em relação à raça, no qual a etnia negra teve um aumento considerável
em sua participação, ultrapassando 44% em 2013.
Por outro lado, há indicadores relevantes que tiveram baixa, como é o caso
dos rendimentos médios reais, de 2004 a 2013 os da categoria profissional tive-
ram crescimento inferior ao verificado no mercado de trabalho como um todo.
Essa informação reflete no dado que a pesquisa traz, relacionado ao fato do
emprego ter avançado para a categoria no serviço público municipal, e é exa-
tamente nessa esfera que na maioria dos casos, tem-se os menores salários em
comparação com a união e os estados.
A relevância das respectivas pesquisas nos possibilitou ainda o mapeamento
de onde há a maior concentração de assistentes sociais trabalhando no mercado
formal, que no último registro de 2013, em grande parte, estão concentrados nas
regiões sul e sudeste (60,0%) e no setor público (66,7%). Segundo o setor eco-
nômico, a administração pública e serviços concentravam 97,2% dos assistentes
sociais, sendo que no serviço 83,8% estavam no setor privado.
Considerações Finais
40 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. De acordo com a pesquisa realizada pelo CFESS em 2004, qual o setor que mais
emprega assistentes sociais:
a. Setor Privado.
b. Setor Público.
c. Terceiro Setor.
d. Setor Autônomo.
e. Setor Internacional.
não conseguiram emprego em sua área de estágio, 20,5% estavam atuando na área da
assistência social, e 41% na saúde, 79% declaram receber em média seis salários men-
sais, por 34 horas de trabalho semanais, 22% tem outra atividade além do Serviço Social
(professor, agente administrativo, pequeno empresário etc.), 90,6% são assalariados e só
6,3% autônomos, 55% são do setor público e 45% privado.
Quanto às tendências, exigências e desafios do mercado de trabalho para os assistentes
sociais, nos levam a constar dois elementos de maior importância. Primeiro que não
basta ter uma visão critica, somente, é preciso saber navegar conviver e melhor admi-
nistrar sua trajetória profissional em meio as profundas e rápidas mudanças do mundo
e do mercado de trabalho, a instabilidade e incerteza são fatores preponderantes nesse
contexto. Mais do que esperar que ocorra uma revolução, temos, antes de mais nada,
que nos revolucionarmos, para estarmos dentro dos espaços que devem ser ocupados e
melhor dimensionados a partir de valores e princípios ético-políticos melhor ajustados
para construção de uma cidadania justa e necessária aos nossos tempos.
É preciso ter estratégias efetivas de intervir nesse processo, para isso é que defende-
mos a necessidade de considerarmos que o assistente social deve pensar sobre sua
empregabilidade e o gerenciamento adequado de sua carreira profissional, pois se não
o fizermos, estaremos perdendo tempo e espaço num momento histórico onde a con-
corrência por espaços de trabalho requer o preparo e planejamento adequado para o
devido enfrentamento desses novos desafios, principalmente quanto à compreensão
e significado do trabalho, como sendo um espaço de intervenção e produção de no-
vos valores e trabalhar, ter e manter o emprego é intervir na vida como um todo como
bem assinalado por Boff (1998, p. 127) “Intervir é trabalhar. Ele não só cria instrumentos
e aparatos tecnológicos para transformar a natureza, mas também suscita linguagens,
conteúdos da consciência, formas de sentir, de valorizar, de relacionar-se com outros”.
Fonte: adaptada de Oliveira (2002, p. 51-57).
MATERIAL COMPLEMENTAR
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servico-social/Texto_introdu-
torio_Marilda_Iamamoto.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2016.
2
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20072010/2010/Lei/L12317.
htm>. Acesso em: 11 nov. 2016.
3
Em: <http://www.cntsscut.org.br/acontece/2493/cntss-cut-e-fena>. Acesso em: 11
nov. 2016.
GABARITO
1. B
2. E
3. D
4. E
5. A
Professora Esp. Daniela Sikorski
II
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
UNIDADE
OCUPACIONAL E AS NOVAS ESTRATÉGIAS
DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL NA ÁREA
DE EMPREENDEDORISMOS SOCIAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender os impactos das mudanças nos espaços sócio-
ocupacionais para o profissional de Serviço Social.
■ Conhecer os conceitos de empreendedor, empreendedorismo,
empreendedorismo social e intraempreendedorismo e suas relações
com o Serviço Social.
■ Refletir acerca do exercício profissional na contemporaneidade,
provocando pedagogicamente o acadêmico para uma prática
profissional de sucesso.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Questões conceituais: o que é empreendedorismo e
empreendedores sociais
■ Empreendedorismo e Empreendedorismo Social
■ Intraempreendedorismo
51
INTRODUÇÃO
Aluno(a), seja bem-vindo(a), estamos avançando cada dia mais, e vendo a relevân-
cia de como estarmos interados do cenário da nossa profissão contribui para nossa
atuação profissional. Olhar as possibilidades de atuação, bem como projetar novas
possibilidades é de extrema relevância para a construção histórica da nossa profissão.
Observar a realidade, seus problemas, suas relações, seus avanços e seus dasa-
fios pede a você, futuro(a) assistente social, uma nova postura. A realidade pede
hoje um assistente social proativo, propositivo, empreendedor, intraeempreende-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dor, ousado e inovador. E é sobre esse assunto que nós trataremos. Veremos que
as transformações na sociedade também provocam mudanças nos espaços sócio-
-ocupacionais, essas metamorfoses nos convidam a olhar novas possibilidades
de trabalho. Entenderemos os conceitos de empreendedorismo, empreendedo-
rismo social, intraempreendedorismo, entre outros conceitos.
As pesquisas realizadas pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE)
/ Central Única dos Trabalhadores (CUT) - Nacional, apresentadas na unidade
anterior, nos mostram que a profissão está em pleno crescimento e que os cam-
pos de atuação se ampliam a cada dia, pensem que daqui a pouco tempo vocês
estarão incorporando essa categoria enquanto profissional devidamente formado.
Esta unidade de estudo foi pensada especialmente para você, uma vez que o
mercado de trabalho exige a cada dia mais, profissionais capazes de olhar além da
realidade, um profissional criativo, interventivo, propositivo e proativo. Estender
os conceitos e exemplos de empreendedorismo lhe auxiliarão na compreensão
que é necessária para conhecer a realidade e ousar. Os conhecimentos sobre o
empreendedorismo social lhe aproximarão ainda mais do Serviço Social, pois
ele busca trazer soluções para situações que envolvam a coletividade, e os pro-
blemas sociais.
E, por fim, o Intraempreendedorismo, esse talvez seja um conceito novo para
você, mas trata-se justamente do diferencial que cada profissional apresenta e
que pode fazer a diferença enquanto profissional contratado, ou seja, um profis-
sional empreendedor dentro da instituição em que atua. Aproveite esta unidade.
Ótima leitura!
Introdução
52 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dades, inovando na realidade na qual está inserido.
Nos dias atuais, empreender está ligado à busca
permanente por oportunidades que sejam ino-
vadoras, que estejam ligadas às necessidades das
pessoas.
A partir dessa breve explanação, você consegue
relacionar o Serviço Social com o empreendedo-
rismo? O que vem à sua cabeça quando ouve falar
em empreeendedorismo?
Muitas vezes você pode pensar que para ser um empreendedor é preciso
tem um dom divino, ser alguém superdotado de talento especial, além de ser
uma pessoa de muita sorte. Esse pensamento não existe mais, pois de acordo
com Dornelas (2002, p. 20), “[...] qualquer pessoa pode aprender o que é ser um
empreendedor de sucesso”.
A discussão acerca do que venha ser o empreendedorismo tem feito cada
dia mais parte do cotidiano de diversas organizações tanto do primeiro, quanto
segundo e terceiro setor. O empreendedorismo é o ato praticado por aquele que
deseja empreender.
Na maioria das vezes, o empreendedorismo está ligado à ideia de criação
de organizações/empresas, sempre relacionado ao que diz respeito à inovação
(SARKAR, 2007).
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
53
E, ainda, temos a contribuição de Dolabela (2006, p. 26) que afirma que “[...] só
pode ser chamado de empreendedor aquele que gera valor positivo para a cole-
tividade, incluída aqui, evidentemente, toda a natureza”.
Um profissional empreeendedor tem sido considerado uma virtude relevante
para a decisão de contratação ou não do candidato. Ser capaz de empreender faz
parte da estratégia de gestão das organizações mais modernas.
De acordo com Dolabela (2006, p. 54): “[...] o empreendedor é um insatisfeito
que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para
si mesmo e para os outros. O empreendedor nunca para de aprender e de criar”.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para auxiliar nos estudos sobre empreendedorismo social, no que tange os
conceitos difundidos no Brasil, buscou-se refletir a partir de diversas fontes biblio-
gráficas, que tratam do tema apoiados em vários autores da referida investigação.
Então, mãos à obra e vamos conhecer alguns conceitos a cerca do, que
se entende nos dias atuais por empreendedorismo. O que significa ser um
empreendedor?
Convido você a procurar entender os conceitos, buscando relacioná-los com
o exercício profissional do assistente social, vamos lá!
EMPREENDEDORISMO E
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
55
Temos, ainda, a contribuição de Cho (2006, p. 36), que diz que empreendedo-
rismo é “[...] um conjunto de práticas institucionais que combinam a busca por
objetivos financeiros e a promoção de valores substantivos”.
Segundo Dornellas (2008), o Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas
e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Já no Séc. XVIII,
[...] quando o termo ganhou seu significado atual, entrepreneur era usa-
do para descrever uma pessoa que comprava matéria-prima, processa-
va-a e a vendia para outra pessoa. O entrepreneur era, então, uma pes-
soa que havia identificado uma oportunidade de negócio e assumido o
risco, decidindo processar e recender matéria-prima. Desta maneira,
o elemento risco apareceu nas descrições da atividade empreendedora
no início do século XVIII (FILLION, 1999, p.18).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De acordo com Alvord, Brown e Letts (2004, p. 262), o empreendedor, “[...] cria
soluções inovadoras para problemas sociais imediatos e mobiliza as ideias, capa-
cidades, recursos e arranjos sociais necessários para as transformações sociais
sustentáveis”.
Além do empreendedor, temos na atualidade um conceito novo, que está
relacionado à pessoa que é capaz de criar, inovar, identificar e detectar opor-
tunidades, considerando a resolução de problemas sociais. Ele é chamado de
empreendedor social, é aquele que pratica o empreendedorismo social, vamos
conhecer esses conceitos, pois no final você perceberá que está muito ligado ao
nosso exercício profissional enquanto assistentes sociais:
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
57
lucrativos.
Empreendedores sociais são uma espécie no
Dees (2001, p. 02). gênero empreendedor. Eles são empreendedores
com uma missão social.
Eles têm o mesmo temperamento dos empre-
endedores de suas indústrias [...]. O que define
um líder empreendedor social? Primeiro, não
existe empreendedor sem uma ponderosa e nova
Drayton (2002, p. 124).
ideia de mudança do sistema. Há outros quatro
ingredientes necessários: criatividade, impacto
generalizado, qualidade empresarial e fibra ética
forte.
Eles são ortodoxos empresários com objetivos
sociais cujos excedentes são principalmente rein-
Harding (2004, p. 41). vestidos para o efeito nos negócios ou na comuni-
dade, ao invés de ser conduzido pela necessidade
de maximizar o lucro para os acionistas.
Empresários cujo trabalho tem como objetivo a
transformação social progressiva [...]. Um negócio
para conduzir a mudança transformacional. En-
quanto os lucros são gerados, o principal objetivo
não é maximizar o retorno financeiro para os
Hartigan (2006, p. 45).
acionistas, mas crescer o empreendimento social
e alcançar mais pessoas necessitadas de forma
eficaz. Acumulação de riqueza não é uma priori-
dade – receitas além dos custos são reinvestidas
na empresa, a fim de financiar a expansão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O empreendedorismo social pode ser vagamen-
te definido como o uso de um comportamento
Hibbert, Hogg e Quinn empreendedor para fins sociais, em vez de para
(2005, p. 159). os objetivos de lucro, ou, alternativamente, que os
lucros gerados sejam utilizados em benefício de
um grupo específico de desfavorecidos.
Negócios com propósitos sociais são empresas
híbridas na fronteira entre as organizações mun-
diais sem fins lucrativos e organizações públicas e
Hockerts (2006, p. 145).
sem fins lucrativos com foco em missões sociais.
Porém, elas não se encaixam completamente em
nenhuma dessas esferas.
Empreendedores sociais são definidos como
indivíduos ou organizações privadas que tomam
a iniciativa de identificar e resolver problemas
Korosec e Berman (2006, p. sociais importantes em suas comunidades. Or-
448-449). ganizações e indivíduos que desenvolvem novos
programas, serviços e soluções para problemas
específicos e aqueles que atendem às necessida-
des de populações especiais.
Empreendedorismo social significa organiza-
Lasprogata e Cotten (2003, ções sem fins lucrativos que aplicam estratégias
p. 69). empresariais para se sustentar financeiramente,
tendo um maior impacto sobre sua missão social.
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
59
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
volvimento de seu grupo de clientes.
Empreendedorismo social é a construção, avalia-
Roberts e Woods (2005, p. ção, e busca de oportunidades para a mudança
49). social transformadora realizada pelo visionário
apaixonadamente dedicado aos indivíduos.
Eu defino o empreendedorismo social como um
processo que inclui: a identificação de um pro-
blema social específico e uma solução específica
para enfrentá-lo; a avaliação do impacto social, o
Robinson (2006, p. 95). modelo de negócios e a sustentabilidade do em-
preendimento; e a criação de uma missão social
orientada para fins lucrativos ou uma entidade
de negócios sem fins lucrativos que persegue o
double (ou triple) bottom line.
Empreendedorismo social combina a desenvol-
Seelos e Mair (2005, p. 241). tura do empreendedorismo tradicional com a
missão de mudar a sociedade.
O empreendedor social está agindo como um
agente de mudança para criar e manter valor
Sharir e Lerner (2006, p.3).
social, sem ser limitado aos recursos atualmente
em mãos.
O empreendedor social é uma pessoa que busca
Tan, Williams e Tan (2005, p. lucros para a sociedade ou um segmento por
358). meio de inovações que envolvem a sociedade ou
algum segmento dela.
Pessoas com qualidades e comportamentos que
associamos com o empresário, mas que atuam na
Thompson (2002, p. 413).
comunidade e estão mais preocupados em cuidar
e ajudar do que em ganhar dinheiro.
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
61
ORGANIZAÇÃO DEFINIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Um empreendedor social vem de qualquer setor, com
as características de empresários tradicionais de visão,
Canadian Center Social
criatividade e determinação, e empregam e focalizam
Entrepreneurship
na inovação social [...]. Indivíduos que combinam seu
(CCSE), Canadá
pragmatismo com habilidades profissionais, perspicá-
cias.
Empreendedores sociais são executivos do setor sem
fins lucrativos que prestam maior atenção às forças
do mercado sem perder de vista sua missão (social),
The Institute Social
e são orientados por um duplo propósito: empreender
Entrepreneurs (ISE),
programas que funcionem e estejam disponíveis às
EUA
pessoas (o empreendedorismo social é base nas com-
petências de uma organização), tornando-as menos
dependentes do governo e da caridade.
Os empreendedores sociais são indivíduos visio-
nários, que possuem capacidade empreendedora e
Ashoka, EUA criatividade para promover mudanças sociais de longo
alcance em seus campos de atividade. São inovadores
sociais que deixarão sua marca na história.
Empreendimentos sem fins lucrativos são o reconhe-
Erwing Marion, cimento de oportunidade de cumprimento de uma
Kauffman Foundation missão para criar e sustentar um valor social, sem se
ater exclusivamente aos recursos.
Fonte: Oliveira (2004,11).
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
63
ORGANIZAÇÃO DEFINIÇÃO
O empreendedor social é uma das espécies do gênero
Leite (2003) dos Empreendedores. São empreendedores com uma
missão social, que é sempre central e explícita.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Então, você conseguiu identificar alguém com as descrições citadas? Como você
compreende a relevância de empreeendedores sociais para a sociedade brasileira?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptada de Melo Neto e Froes (2002, p.11).
Vejamos um trecho que traz alguns pontos válidos para todas as pessoas, e,
sobretudo, para você, sujeito em formação profissional, futuro assistente social.
A citação a seguir, visa provocar em você a necessidade de entendermos que o
assistente social é, e deve ser, um empreendedor e de provocar o empreendedo-
rismo social nas realidades onde estivermos inseridos:
Quando se ouve falar em empreendedorismo, é comum associar o ter-
mo à iniciativa privada e pensar na ideia de lucro em primeiro lugar.
Mas não é disso que estamos falando quando o assunto é empreende-
dorismo social: na intenção de promover melhorias na sociedade, os
empreendedores sociais atuam como agentes de mudança da comuni-
dade.
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ser consciente. Ser ético.
blemas sociais. agir estrategica-
mente. Ser competente. Ser profissional.
Ser perceptivo Saber usar forças Ser transparente.
e atento aos latentes e regenerar Ser apaixonado
detalhes. forças pouco usadas. pelo que faz
Ser ágil. Saber correr riscos (campo social).
Ser criativo. calculados.
Ser crítico. Saber integrar vários
atores em torno dos
Ser flexível.
mesmos objetivos.
Ser focado.
Saber interagir com
Ser habilidoso. diversos segmentos
Ser inovador. e interesses dos
Ser inteligente. diversos setores da
sociedade.
Ser objetivo.
Saber improvisar.
Ser líder.
Fonte: Oliveira (2004).
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
67
Após o que acabamos de ver na tabela já descrita, podemos perceber que é pos-
sível iniciar e dar seguimento a muitas ações em favor do desenvolvimento social
do nosso país.
Inclusive, existem premiações para os projetos de empreendedorismo
social, um deles é o Prêmio Laureate Brasil, que investiga, avalia e premia jovens
empreendedores sociais. O objetivo do Prêmio é:
Reconhecer jovens empreendedores sociais que promovam mudan-
ças significativas nas comunidades em que atuam. Esse é o propósito
maior do Prêmio Laureate Brasil, o qual, anualmente, selecionará 12
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
jovens candidatos dos programas regionais para participar de um curso
presencial e on-line de Empreendedorismo Social e integrar uma rede
internacional de empreendedores sociais. O Prêmio Laureate Brasil
integra o programa global YouthActionNet®, criado em 2001 pela In-
ternational Youth Foundation, com o objetivo de reconhecer, apoiar
e dar visibilidade às lideranças jovens que se dedicam ao empreendedo-
rismo e ao negócio social (NIM, 2016, on-line)4.
Um exemplo dos finalistas o seus projetos estão no quadro a seguir. Você pode
verificar e se inspirar:
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
69
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mentar a leitura e a cultura
por meio de diversas formas
de linguagens.
Anderson Henri- Projeto: RnDown Criado em outubro de 2011,
que de Araújo Dias Site disponível em: <www. o RnDown é um projeto de
- 24 anos facebook.com/rndown>. inclusão social para pessoas
com a Síndrome de Down.
Região: Natal/RN
Com foco no atendimento
de pessoas assistidas por
instituições de Natal e
região, o projeto já alcan-
çou mais de 200 famílias
e proporcionou a mais de
100 voluntários momentos
de contato direto com as
pessoas com a síndrome,
contribuindo para o reforço
do sentimento de apoio e
solidariedade
Milena Sampaio Projeto: Confort Baby Care Confort Baby Care (CBC),
Barbosa (Antigo: MommyBaby Care) que atua no segmento de
20 anos Site disponível em: <www. assistência especializada
facebook.com/confortbaby- em serviços de enferma-
care>. gem, por meio de ações
preventivas e assistenciais
Região: Salvador/BA
voltadas às gestantes e
recém-nascidos no pré-par-
to, pós-parto e primeiros
cuidados ao neonato.
Fonte: adaptado de Nim (2016, on-line)4.
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
71
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRAEMPREENDEDORISMO
Você já ouviu essa palavra antes? O que será que ela significa? Será que possui
alguma relação com o Serviço Social?
Ao longo do curso, fomos incorporando diversos conceitos novos, e esse é
mais um, que provavelmente acompanhará a sua jornada, caso você tenha em
mente ser um profissional de sucesso, e eu acredito que sim.
Você já deve ter escutado algumas vezes durante o seu processo de forma-
ção, que para sermos bons profissionais, não podemos deixar de aprender nunca,
que devemos estar sempre estudando e se capacitando.
Assim como você deve ter sempre em mente que não importa o local onde
trabalhamos ou trabalharemos, devemos sempre fazer o nosso melhor, entregar
nosso “serviço/trabalho” com a devida qualidade, responsabilidade, ética, trans-
parência etc. Destacando-se dos demais profissionais.
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
73
Uma organização muito tradicional, sem abertura para ideias novas, pode não
se adaptar ao profissional intraempreendedor, pois a hieraquia rígida e as estru-
turas de poder podem ser um dificultador/limitador ao perfil profissional e sua
capacidade de inovar.
Empresas inovadoras e que buscam alto desempenho têm procurado con-
tar com profissionais intraempreendedores em seu quadro de colaboradores,
independente da área de atuação, pois o interempreendedor não se configura
enquanto categoria profissional.
Intraempreendedorismo
74 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
jadas; não há parâmetro para a oportunidade; abordagem de equipes
multidisciplinar; patrocinadores e defensores do modelo; apoio da alta
administração. Para que se desenvolva e estabeleça o intraempreende-
dorismo é necessário que haja o comprometimento da diretoria; dos
gerentes e de todos os colaboradores da empresa, nessa ordem hie-
rárquica e seguir na direção de entender o ambiente, ser visionário e
flexível; criar opções administrativas; estimular o trabalho em equipe;
incentivar a discussão aberta; construir uma coalizão de defensores e
persistir. Em virtude da realidade desses dois termos, que nada mais
é do que o exercício do empreendedorismo dentro e fora da empre-
sa, é salutar que as organizações que fomentam o empreendedorismo,
tenham a obrigação e a ousadia de dar o primeiro exemplo, que faça
jus ao que prega, criando programas de inovação de dentro pra fora,
usando suas habilidades de mandar fazer em benefício próprio. Aí sim,
pode-se chamar uma empresa de vanguarda, que a sociedade paga prá
ver e tanto espera (BARRETO, 1998, p. 03).
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
75
Trazemos assim uma breve explanação para lhe auxiliar nessa reflexão, veja a
seguir algumas características de um profissional intraempreendedor:
,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Intraempreendedorismo
76 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A METAMORFOSE DO ESPAÇO
77
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade, como você foi até aqui? A
unidade trouxe novos conhecimentos?
Encerrando nossa reflexão, deixo a seguinte análise: as organizações estão bus-
cando cada dia mais, profissionais positivos e carismáticos, capazes de ir além do
conhecimento técnico-operacional. Busca-se profissionais capazes de interagir com
os usuários, instruindo, indagando, demonstrando preocupação e comprometimento.
Lembre-se, sempre, que os usuários julgam sua experiência como assistente
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
social pelo modo como foram tratadas enquanto pessoa e não pelo modo como
foram tratados por seus problemas.
O tempo é curto e os problemas são muitos! Em seu campo de estágio você
realmente pode constatar que a demanda do Serviço Social é numerosa e urgente,
contudo, o que apresentamos nesta unidade, no que diz respeito ao empreende-
dorismo social, mostrou que é possível.
Cada dia fica muito mais claro que existem muitos profissionais que buscam
desculpa para sua inércia e fracasso; os profissionais de sucesso procuram traba-
lhar as suas dificuldades e superar a condição opressora e “limitadora”.
O empreendedorismo, em sua essência, busca descobrir maneiras de se con-
seguir o que se quer, ao invés de viver procurarando desculpas e culpados para as
dificuldades diárias, pois a maneira como enfrentamos e lidamos com nossas difi-
culdades e problemas (pessoais e profissionais) é uma escolha nossa. Pense nisso!
Para isso, estamos aqui nos capacitando, estudando e nos dedicando, pois
acreditamos que proatividade, audácia, criatividade e preparo são combinações
que podem sim, fazer de você um profissional de sucesso!
E o que significa ter sucesso? Significa ser aquela pessoa que sobe na árvore
para colher os melhores frutos e não aquela que espera você subir e fica espe-
rando as frutas cairem facilmente. Ter sucesso é atingir os seus objetivos, mas
para isso você precisa saber quais são eles.
Os exemplos, aqui presentados, nos mostram histórias de pessoas que pos-
suem “brilho nos olhos”, concentradas e focadas. Na sua experiência de estágio,
o que fez seus olhos brilharem? Ele está te auxiliando no estabelecimento das
suas metas e objetivos? Espero que sim, pois o mundo precisa de profissionais
cada dia mais empreeendedores, Sucesso sempre!
Considerações Finais
78
Esse projeto pode ser considerado uma inspiração do “MONSIEUR PRIX” (conhecido
como “Senhor Preços”). Projeto similar criado na Suíça em 1986, com a característica de
ser o único órgão público no mundo que combate os preços altos tanto no setor priva-
do como no setor público. Nesse país, aquele órgão deve proteger os consumidores e a
economia de preços abusivos.
Uma das campanhas realizadas pelos alunos integrantes do projeto VIGILANTE$ DO$
PREÇO$ significou um alerta para a sociedade no que diz respeito à excessiva falta de eti-
queta de preço nas gôndolas dos supermercados capixabas, o seu mau posicionamento
e também a incômoda situação de divergência de preço registrado no caixa em compa-
ração com o preço fixado na gôndola dos estabelecimentos da amostra pesquisada.
Vale ressaltar que este projeto não é uma proposta de “guerra contra os empresários”,
muito pelo contrário, a meta é estimulá-los a agir de forma correta, pois essa prática lhes
traz dividendos muito maiores de que não respeitar os direitos do consumidor.
[...]
O projeto participou do Prêmio Nacional Trote da Cidadania 2008 da Fundação Educar
D’Paschoal de Campinas (SP) e obteve o 2º lugar geral. Esse projeto também recebeu o
Prêmio Nacional de Gestão Educacional 2009 (PNGE), da Confederação Nacional dos Es-
tabelecimentos de Ensino (CONFENEN), na categoria melhores práticas na gestão eficaz
de Responsabilidade Social, ficando em 2º lugar.
Para mas informações, pesquise sobre os projetos.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
À procura da felicidade
Ano: 2007
Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta
sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas
em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua
esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa
cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas
5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para
conseguir um emprego melhor, que lhe dê um salário mais
digno. Chris consegue uma vaga de estagiário em uma
importante corretora de ações, mas não recebe salário
pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do
programa de estágio, ele seja contratado e, assim, tenha um
futuro promissor na empresa. Porém, seus problemas financeiros não podem esperar para que isso
aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher passam a dormir em abrigos,
estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de
que dias melhores virão.
Comentário: Chegar ao fundo do poço para muitos seria uma ótima oportunidade de vestir a camisa
do conformismo, e se entregar para sempre a uma vida medíocre e de lamentações. Para Chris
Gardner, empresário americano, as dificuldades serviram como oportunidade para ir atrás dos sonhos
e da felicidade.
85
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://destinonegocio.com/br/empreendedorismo/empreendedorismo-so-
cial-como-promover-mudancas-na-sociedade/>. Acesso em: 14 nov. 2016.
2
Em: <http://www.sobreadministracao.com/intraempreendedorismo-guia-com-
pleto/>. Acesso em: 14 nov. 2016.
3
Em: <http://www.craes.org.br/arquivo/artigoTecnico/Artigos_Praticas_sustenta-
veis_de_empreendedorismo.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2016.
4
Em: <http://blog.projetosantoantonio.org/2016/10/mais-um-jovem-da-orquestra-
-santo-antonio-ganha-premio-nacional/>. Acesso em: 14 nov. 2016.
5
Em: <http://gprimavera.org.br/>. Acesso em: 16 nov. 2016.
6
Em: <http://www.saudecrianca.org.br/>. Acesso em: 14 nov. 2016.
7
Em: <http://recode.org.br/>. Acesso em: 16 nov. 2016.
8
Em: <http://www.institutobancopalmas.org/o-que-e-um-banco-comunitario/>.
Acesso em: 16 nov. 2016.
9
Em: <http://www.redeasta.com.br/>. Acesso em: 16 nov. 2016.
10
Em: <https://sementesdepaz.wordpress.com/>. Acesso em: 16 nov. 2016.
11
Em: <http://www.geekie.com.br/>. Acesso em: 16 nov. 2016.
87
GABARITO
1. A
2. D
3.
(EE) Tem foco no mercado.
(ES) Visa respeitar pessoas da situação de risco social e a promovê-las.
(EE) É individual.
(ES) É coletivo.
(EE) Visa satisfazer necessidades dos clientes e ampliar as potencialidades do ne-
gócio.
(ES) Sua medida de desempenho é o impacto social.
(EE) Sua medida de desempenho é o lucro.
(ES) Foco na busca de soluções para problemas sociais.
4. E
5. Empreendedorismo é “[...] um conjunto de práticas institucionais que combi-
nam a busca por objetivos financeiros e a promoção de valores substantivos”
(CHO, 2006, p. 36).
Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto,
levam à transformação de ideias em oportunidades (DORNELLAS, 2008).
6. O aluno poderá escolher qualquer uma das definições apresentadas ao longo da
unidade. A seguir, alguns exemplos dentre os conceitos apresentados: “Empre-
endedorismo social é uma atividade inovadora de geração de valor social que
ocorre nos setores sem fins lucrativos, de negócios e governamental “ (AUSTIN;
STEVENSON; WEISKILLERN, 2006. p. 02) e “Nós definimos Empreendedorismo So-
cial como um processo dinâmico criado e gerido por um indivíduo ou equipe
(o empresário inovador social), que se esforça para explorar a inovação social
com uma mentalidade empreendedora e uma forte necessidade de realização, a
fim de criar novos valores sociais no mercado e comunidade em geral” (PERRINI;
VURRO, 2006, p. 04).
Professora Esp. Daniela Sikorski
III
TRABALHO E PROJETO
PROFISSIONAL DO SERVIÇO
UNIDADE
SOCIAL: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES
Objetivos de Aprendizagem
■ Contextualizar o acadêmico quanto aos desafios e possibilidades do
Serviço Social na contemporaneidade.
■ Possibilitar ao acadêmico a reflexão acerca das potencialidades da
profissão frente a competitividade do mercado de trabalho.
■ Estabelecer a relação exercício profissional e estágio obrigatório,
considerando o processo de formação profissional pelo qual o aluno
está passando.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ O Serviço Social enquanto categoria profissional em constante
crescimento
■ O Projeto Ético-Político Profissional
91
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) a mais uma unidade deste livro! Neste momento,
a proposta é aprofundarmos nosso entendimento acerca do processo de traba-
lho e o serviço social.
Por meio da contextualização da discussão acerca do processo de trabalho
e o serviço social, trabalharemos a questão do processo de trabalho e o serviço
social, seus conceitos, sua relação com a profissão, bem como a explanação sobre
o assistente social como um profissional assalariado inserido na divisão social
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e técnica do trabalho.
Sinta-se à vontade para “dar asas à sua imaginação” refletindo, questionando
e levantando dúvidas, lembrando que cada disciplina possui uma íntima relação
com o exercício profissional e você, que já se encontra em estágio, pode agora
estabelecer as devidas relações teórico-prática.
O mesmo acontece com os conteúdos deste livro; eles se complementam e se
articulam, pois, conforme vamos encerrando uma unidade, outra vai surgindo
articulando nossas reflexões, ampliando nosso conhecimento.
Consideramos na elaboração desta unidade, a experiência que você já adqui-
riu na prática de estágio, inserido em uma ou mais organizações e intituições. A
convivência com assistentes sociais, equipes multidisciplinares, usuários e diver-
sas expressões da questão social já lhe forneceram subsídios para compreender
a complexidade da nossa profissão. Logo, esta unidade vem contribuir teorica-
mente para sua formação no que diz respeito ao trabalho do assistente social e
a realidade na qual estamos inseridos.
Na primeira unidade, conhecemos um pouco sobre o perfil da nossa cate-
goria, quem somos, em seguida, na segunda unidade, vimos a relevância de
sermos empreendedores e de fomentar o empreendorismo, e agora unimos estes
elementos de forma a nos situar no contexto e universo do mundo do trabalho.
Encerro deixando a dica de que sair da zona de conforto nos possibilita ir e
olhar além daquilo que poderíamos acreditar.
Vamos lá! Aproveite e bons estudos!
Introdução
92 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O SERVIÇO SOCIAL ENQUANTO CATEGORIA
PROFISSIONAL EM CONSTANTE CRESCIMENTO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
social como: a doença, a maternidade, a invalidez, a velhice, o desemprego,
a carência de alimentos e a exclusão (por renda, raça, etnia, gênero, cultura
etc.).
Fonte: adaptado de Iamamoto (1998).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
uma profissão liberal, no decorrer do desenvolvimento da profissão, não é esse
o traço que tem sido assumido. Compreende-se que a força de trabalho do assis-
tente social encontra-se na mercantilização, ou seja, ele é um trabalhador que
vende a sua força de trabalho especializado por salário para seus empregados
(Estado, empresas, entidades não governamentais, entre outros), visando atin-
gir metas previstas pelo seu contratante.
se lembra? Como podemos definir a mais valia? Procure retomar esses concei-
tos articulando os conhecimentos apresentados.
A mais valia, enquanto motor da sociedade capitalista, só é conseguida/pro-
duzida quando os trabalhadores, por meio de sua força de trabalho, produzem
novas mercadorias. A relação entre o capitalista e o trabalhador se dá por meio
do regime de assalariamento, forma moderna de escravidão.
“No sistema capitalista, o trabalho assalariado dá a impressão de que, ao
receber o salário, o trabalhador está recebendo pelo conjunto do trabalho rea-
lizado, quando, na verdade, recebe apenas uma parcela da riqueza produzida”
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(MARX, 2004, p. 12).
O processo de trabalho é o processo de valorização do capital e a força de
trabalho passa a ser mais uma mercadoria.
A força de trabalho do trabalhador, nesse processo de valorização do capi-
tal, torna-se alienada, pois não interfere em nenhum momento nesse processo:
o que fazer, como fazer, por que fazer, para que fazer, quando fazer. São deci-
sões tomadas pelos proprietários dos meios de produção e da força de trabalho.
O aumento da produtividade na produ-
ção se dá mediante a incorporação da ciência
e da tecnologia nesse processo. Com o uso da
tecnologia, é reduzida numericamente a classe
trabalhadora, pois as máquinas passam a ocupar
seus lugares. Isso se dá por conta da apropria-
ção privada dos recursos tecnológicos.
Podemos considerar alguns elementos pre-
sentes no processo de trabalho do serviço social,
como você pode ver a seguir:
■ Os assistentes sociais vendem sua força de trabalho, tendo sua base pro-
fissional assalariada.
■ Os assistentes sociais dispõem de certos meios de produção.
■ Os assistentes sociais geram um produto a partir de sua ação que, por
vezes, tem pouca visibilidade e/ou relevância social.
Outro aspecto fundamental para pensar esse processo de trabalho é que
consideremos alguns dos processos socioculturais que confirmam a pro-
fissão historicamente:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Marx (2004) sinaliza que a melhor abelha ou o melhor João de Barro não pode
ser equiparado ao pior engenheiro, pois este humano tem uma capacidade teo-
lógica (projetar para um determinado fim), o trabalho humano é intencional;
Para o autor, o processo de trabalho e o processo de produção de valor constituem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
direitos sociais (a relação entre estruturas e sujeitos profissionais faz-nos refletir
que os assistentes sociais fazem sua história, mas o fazem a partir de certas con-
dições que escapam a sua decisão).
Ou seja,
É nesta condição de trabalhador assalariado que o assistente social
se integra na organização do conjunto de trabalhadores afins, por
meio de suas entidades representativas e, com a coletividade de classe
trabalhadora. Portanto, essas relações interferem decisivamente no
exercício profissional, que supõe a mediação do mercado de trabalho
por tratar-se de uma atividade assalariada de caráter profissional (IA-
MAMOTO, 2008, p. 215, grifos do autor).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conformação de um trabalhador alienado, produtor da riqueza e não sabe-
dor de suas potencialidades.
Na compreensão sobre processo de trabalho/relação de trabalho, é funda-
mental considerarmos:
■ O papel do Estado (diferenciá-lo de governo) na reprodução das rela-
ções de trabalho.
■ Relação do Estado com os movimentos sociais.
■ Papel que cumpre na economia o setor em que se atua.
■ Como está organizado o Processo de Trabalho.
■ Dimensão tecnológica (recursos humanos, robótica).
■ Os valores vivenciados pelos trabalhadores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Diante de uma postura governamental que cada vez mais subsidia os interes-
ses privados (Estado privatizado), o impacto de trabalhos nesse setor tende a
ser reduzido, consequência direta da diminuição do investimento financeiro e
da própria lógica de organização do setor. Essa lógica caracteriza-se a partir da
segmentação das demandas, descontinuidade das ações e tecnocratização dos
problemas sociais, que originam as demandas por serviços dessa natureza.
A política social trata-se de uma instituição social que vem sofrendo críticas
por não cumprir seus objetivos de cobertura social e reprodução ampliada das
condições de vida dos sujeitos. Os problemas são de ordem gerencial, ou seja,
como as políticas públicas estão sendo geridas. A ineficiência dos serviços revela
sua incapacidade de interferir na qualidade de vida dos sujeitos. O gasto social, ao
ser gerido de forma pouco eficiente, aponta para a perda de recursos financeiros.
Atualmente, vem sendo apontado alguns mecanismos que poderiam reverter
esse tipo de organização e gestão dos serviços: parceria com as ONG’s e con-
trole social a ser efetivado pelos Conselhos (de assistência social, de saúde, da
criança e do adolescente etc.).
Temos que ter clareza da diferença existente entre o público que não é esta-
tal e o público estatal. “Uma outra fatia do mercado profissional de trabalho
encontra-se hoje constituída pelas ONGs – um amplo e diversificado campo que
necessita ser melhor qualificado” (IAMAMOTO, 2007, p. 45).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lho não é aleatória, trata-se de um elemento
constitutivo do ser social que o distingue
como tal e, portanto, que dispõe de uma
centralidade na vida dos homens.
Qualquer processo de trabalho implica
uma matéria-prima ou objeto sobre o qual
incide a ação do sujeito, ou seja, o próprio trabalho requer meios ou instrumen-
tos para que possa ser efetivado. Em outros termos, todo processo de trabalho
implica uma matéria-prima ou objeto sobre o qual incide a ação, meios ou ins-
trumentos de trabalho que potenciam a ação do sujeito sobre o objeto; e a própria
atividade, ou seja, o trabalho direcionado a um fim que resulta num produto.
Ficam assim as seguintes questões a serem respondidas:
Qual é o objeto de trabalho do assistente social? Como pensar a questão dos
meios de trabalho do assistente social? Como pensar a própria atividade e/ou
trabalho do sujeito? E qual é o produto do trabalho do assistente social?
Vejamos: o objeto do trabalho é a questão social e suas múltiplas facetas,
por isso, pesquisar e conhecer a realidade é conhecer o próprio objeto de traba-
lho, junto ao qual se pretende induzir ou impulsionar um processo de mudança.
O conhecimento especializado e as habilidades são parte do acervo de
seus meios de trabalho. Entretanto, apesar de regulamentado como
profissional liberal, o assistente social não se realiza como tal. Isso sig-
nifica que o assistente social não detém todos os meios necessários para
a efetivação de seu trabalho: financeiro, técnicos e humanos necessá-
rios ao exercício profissional autônomo (IAMAMOTO, 2007, p. 43).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
das origens da profissão. O compromisso com valores humanistas, presentes na
profissão, vem sendo, ao longo de sua história, depurado de um humanismo
abstrato por um humanismo histórico concreto, o que passa pela afirmação de
valores da democracia, dos direitos humanos e de cidadania para todos.
Fica, ainda, uma outra questão: o que o assistente social produz? Como o ser-
viço social contribui no processo de produção e reprodução da vida social, como
participa do processo de produção de valor e da mais valia e/ou de sua distribuição
social? O trabalho do assistente social tem um efeito no processo de reprodução da
força de trabalho, que é a única mercadoria que, ao ser colocada em ação, ao rea-
lizar trabalho, é fonte de valor, ou seja, cria mais valor que ela custou.
O assistente social é chamado, hoje, para atuar no âmbito dos conselhos de
políticas sociais (saúde/assistência social) e de direitos da criança e do adoles-
cente, de idosos e de pessoas com deficiência. Os profissionais estão, também,
contribuindo para a criação de formas de outro consenso – distinto daquele domi-
nante – ao reforçarem os interesses de segmentos majoritários da coletividade.
O assistente social é, neste sentido, um intelectual que contribui, junto
com inúmeros outros protagonistas, na criação de consensos na socie-
dade. Falar em consenso diz respeito não apenas à adesão ao instituído:
é consenso em torno de interesses das classes fundamentais, sejam do-
minantes ou subalternas (IAMAMOTO, 2010, p. 69).
Há que considerar que o Serviço Social, ainda que regulamentado como uma pro-
fissão liberal, não tem essa tradição na sociedade brasileira em sua alocação no
mercado de trabalho. Ainda assim, o Serviço Social dispõe de algumas caracte-
rísticas típicas de uma profissão liberal: a existência de uma relativa autonomia,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por parte do assistente social, quanto à forma de condução de seu atendimento
junto a indivíduos e/ou grupos sociais com os quais trabalha, o que requer os
compromissos com valores e princípios éticos norteadores da ação profissional,
explicitados no Código de Ética.
É importante analisar o exercício profissional no que diz respeito aos pro-
cessos e relações de trabalho, pois isso importa para a condição de trabalhador
livre, detentor de sua força de trabalho qualificada/especializada, envolvido
numa relação de compra e venda dessa mercadoria. É, portanto, a condição de
trabalhador assalariado, como forma social assumida pelo trabalho, que revela
a insuficiência da interpretação corrente da prática profissional, tal como ante-
riormente referida para explicar o exercício profissional no conjunto de seus
elementos constitutivos.
O assistente social deve enxergar-se também como mão de obra que atende
uma exigência do mercado, não sendo superior aos demais trabalhadores, pois
ele também se encontra na condição de assalariado.
Devemos estar sempre atentos para a dimensão política da prática profissio-
nal. Segundo Iamamoto (2010), apropriar-se da dimensão criadora do trabalho
e da condição de sujeito que interfere na direção social de seu trabalho é uma
luta a ser travada cotidianamente. O conteúdo da ação profissional é revelador
da perspectiva educativa que abraçamos. Toda intervenção está marcada por um
viés educativo na direção da democratização e reconhecimento da importância
dos sujeitos ou na direção do reforço da subalternidade do outro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Iamamoto (2007) chama nossa atenção quanto à necessidade de capacita-
ção continuada e utilização da criatividade no que se refere à ampliação das
fronteiras profissionais que historicamente foram delimitadas. Faz-se indis-
pensável a criação de novas competências; há uma exigência de olhar para além
das fronteiras imediatas das atividades executadas rotineiramente, para apreender
as tendências dos processos sociais e as mudanças macroscópicas que ocorrem
na contemporaneidade, para identificar, por meio delas, novas possibilidades e
exigências para o trabalho.
O processo de trabalho em que o assistente social se insere não é por ele orga-
nizado e nem é exclusivamente um processo de trabalho do assistente social,
ainda que nele participe de forma peculiar e com autonomia ética e técnica.
Dessa forma,
O assistente social está inserido no trabalho coletivo, organizado den-
tro de condições sociais dadas, cujo produto, em suas dimensões ma-
teriais e sociais, é fruto do trabalho combinado ou cooperativo, que se
forja com o contributo específico das diversas especializações do traba-
lho (IAMAMOTO, 1997, p. 107).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NETTO; FRÓES, 1999, p. 104-105).
Quando falamos em projeto, o que será que isso significa? Significa que se
baseia em ordenamento, uma certa sistematização (clara e objetiva) daquilo
que se almeja alcançar, por isso, vemos vigentes (aqui, em específico, do Serviço
Social) diversos projetos éticos-políticos, porque estes devem ser fruto de uma
consciência e consenso coletivo da categoria profissional no caso.
Quando falamos no termo ético, falamos na relação com a demanda, seus
anseios e perspectivas que, mesmo individuais, estão claramente vinculados aos
anseios e perspectivas do coletivo (societário), por isso, o termo político.
Esse coletivo (societário) se relaciona e se articula com os demais projetos
éticos presentes na sociedade, daí o termo profissional, uma vez que cada pro-
jeto expressa a particularidade da categoria profissional.
O projeto ético-político do serviço social tem como núcleo o reconhecimento
da liberdade como valor central, liberdade essa concebida historicamente. Os
componentes que materializam o projeto ético-político são articulados em três
dimensões, a saber:
a. A produção do conhecimento.
b. A dimensão político-organizativa.
c. A dimensão jurídico-política da profissão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de identificação das condições materiais de vida, identifica-
ção das respostas existentes no âmbito do Estado e da socie-
dade civil, reconhecimento e fortalecimento dos espaços e
formas de luta e organização dos(as) trabalhadores(as) em
defesa de seus direitos; formulação e construção coletiva, em
conjunto com os(as) trabalhadores(as), de estratégias polí-
ticas e técnicas para modificação da realidade e formulação
de formas de pressão sobre o Estado, com vistas a garantir os
recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos necessá-
rios à garantia e ampliação dos direitos (CFESS, 2009, p. 17).
tivas nas formas de realização do trabalho profissional e nos rumos a ele atribuídos.
A partir do momento em que se assume publicamente que a ação profissio-
nal segue na direção consciente da defesa dos direitos humanos, pressupõe-se
que haverá a recusa imediata a todas as maneiras e formas de autoritarismo e
despotismo que se manifestarem na sociedade.
Sendo assim, “[...] o voluntarismo que quer o serviço social atrelado às orga-
nizações populares a qualquer preço como idealismo da bondade vem sendo
questionado” (FALEIROS, 2008, p. 28).
Quando falamos em categoria profissional, prática profissional, direitos
sociais, enfim, as mais diversas dimensões que abrangem o fazer profissional e
o cotidiano do assistente social, falamos necessariamente da atitude e identidade
desse profissional. Logo, o “[...] caráter ético do serviço social é dado de formar
concreta pela atitude profissional que entendemos como predisposição para pen-
sar, sentir, atuar junto ao [usuário]” (KISNEMAN, 1976, p. 71, grifos do autor).
Ao tempo em que as ações profissionais estarão sempre voltadas para a defesa
dos direitos sociais, em sua expressão legal, visando a manutenção e ampliação
das conquistas do coletivo já conseguidas, isso tudo implica em ser um profis-
sional comprometido com a cidadania.
De acordo com o Código de Ética do Assistente Social, o Serviço Social atua
na perspectiva da homogeneização dos espaços para garantir acesso aos direitos,
bem como no fortalecimento do acesso aos direitos como meio e não como fim.
Assim, expande-se a ideia de um perfil crítico do profissional, pois. além desse
perfil, necessitamos ampliar/construir uma consciência política.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sional (questão social) foi estabelecido historicamente. E, a partir da realidade
e necessidades da sociedade, devemos ter conhecimento de que os princípios
fundamentais que regem a profissão de Serviço Social são frutos do consenso,
estudos e aspirações da categoria profissional, sem deixar de citar que revela o
amadurecimento da profissão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a)! É muito importante que você esteja sempre antenado com
as discussões pertinentes ao exercício/prática profissional, uma vez que a profis-
são se preocupa com as transformações que ocorrem na sociedade.
Não se pode correr o risco de se tornar um profissional alienado, facilmente domi-
nado pelo sistema e até mesmo que seja facilmente manipulado pela lógica capitalista.
Não se pode ser ingênuo ao ponto de ignorar a competitividade de mercado
onde, em muitas regiões de nosso país, há uma demanda de profissionais muito
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
grande, ocasionando uma parcela de profissionais em situação de desemprego.
Destaca-se o profissional que é capaz de perceber o contexto, aquele que atua-
liza-se, capacita-se, considerando a prática profissional como um processo que
exige constante aperfeiçoamento. Essa é uma busca permanente não somente
para garantir espaço no mercado, como também representa um compromisso
com a seriedade e responsabilidade com a profissão.
Esteja antenado(a) sobre essas questões que acabamos de estudar e tenha
ciência de que a graduação é apenas a porta de entrada para o que chamamos
de formação profissional.
Nesta unidade, foi possível aprofundarmos a reflexão acerca dos processos de
trabalho e a profissão, considerando questões atuais e elementos significativos que
envolvem a prática do assistente social no sistema capitalista de produção. Ao longo do
curso, estamos trabalhando constantemente a questão do trabalho e a prática profis-
sional, o que nos leva a concluir que tal discussão é permanente no seio da profissão.
O primeiro elemento abordado no texto é que o assistente social é um profis-
sional asssalariado, inserido no universo capitalista de produção e que realiza sua
prática a partir do ingresso em instituições públicas ou privadas, as quais lidam com
o enfretamento das expressões da questão social, objeto de trabalho do serviço social.
Outro ponto é que o assistente social é um profissional que possui uma
capacitação teórico-metodológica e necessita estar em constante capacitação e
aperfeiçoamento, evitando alienações e abusos relacionados a sua intervenção.
E, por fim, você pode refletir que o assistente social deve manter sua ética
e não se deixar manipular, estando atento às leis e resoluções que permeiam a
ação profissional, sendo, ainda, participativo, crítico e criativo.
5. Quanto aos desafios da profissão de Serviço Social nos dias atuais, analise as
afirmativas a seguir, assinalando (V) para verdadeiro e (F) para as falsas:
( ) Iamamoto (2007) chama a atenção quanto à necessidade de capacitação
continuada e utilização da criatividade no que se refere à ampliação das frontei-
ras profissionais que historicamente foram delimitadas.
( ) Faz-se indispensável a criação de novas competências; há uma exigência
de olhar para além das fronteiras imediatas das atividades executadas rotinei-
ramente para apreender as tendências dos processos sociais e as mudanças
macroscópicas que ocorrem na contemporaneidade, para identificar, por meio
delas, novas possibilidades e exigências para o trabalho.
( ) Devemos romper com a ideia de que o Serviço Social é uma profissão fácil,
voltada a praticar caridade com os pobres, destituída de status e prestígio.
a. F-F-F.
b. F-V-V.
c. V-V-F.
d. V-V-V.
e. F-F-V.
6. Quem compõe a categoria profissional do Serviço Social?
123
[...]
4 - O DESAFIO DA QUALIDADE PARA A EMANCIPAÇÃO SOCIAL E DO DESENVOLVI-
MENTO HUMANO SUSTENTÁVEL
Por qualidade, estamos entendendo algo que vai além dos princípios preconizados
pela Qualidade Total. Pautamo-nos na proposta de Demo (1994), que propõe uma outra
perspectiva.
Para esse autor, “qualidade significa a perfeição de algo diante da expectativa das pes-
soas”. Mas esta expectativa, bem como sua execução, é antes de tudo um ato humano,
ou fruto da ação humana, ou seja, “com efeito, somente poderia ser intenso aquilo que
tem a marca do homem, por ser questão de vivência, consciência, participação, cultura
e arte.” É a partir dessa perspectiva que o conceito de desenvolvimento humano, criado
pela Organização das Nações Unidas (ONU), torna-se importante.
[...]
Sendo assim, Desenvolvimento Humano de fato só é possível com qualidade formal e
qualidade política, o que pode ser observado quando as pessoas não precisam mais de
“ajuda”, o que só ocorre quando alcançam a emancipação social.
Essa, segundo Souza Santos (2002, p. 27), “[...] só haverá emancipação social na medida
em que houver resistência a todas as formas de poder.” Poder aqui entendido que não
permite a solução dos problemas; mas, ao contrário, dá propositalmente manutenção, o
que impede o real desenvolvimento humano.
[...]
Este desafio de criar ações de desenvolvimento humano e de emancipação social é uma
tarefa que requer novos manifestos e busca de novos paradigmas, ações e leituras que
sejam mais propositivas e efetivamente transformadoras. Vemos que o contexto para-
doxal da sociedade global faz surgir novas manifestações de diversos espaços e segui-
mentos da sociedade em todo o planeta.
[...]
Por isso, tanto o desenvolvimento humano como a emancipação social deve ter um
entendimento de contextualização cultural e política, pois as prioridades, os meios, as
condições de reivindicações e luta, principalmente pela emancipação são diferentes, daí
o autor faz a seguinte indagação, “[...] todas as lutas contra a opressão, quaisquer que
sejam os seus meios e objetivos são lutas pela emancipação social?” Será que todas as
manifestações, mesmo aquelas que vêm de seguimentos como das empresas, são neo-
liberais? Tudo o que se produz no capitalismo é só para servir ao próprio capital?
O fato é que há varias manifestações, teóricas e práticas que buscam, de uma forma ou
de outra, um objetivo: reverter o curso presente de uma globalização perversa que se
alimenta da pobreza em suas múltiplas dimensões e, consequentemente, gera a de-
gradação da vida no planeta terra. O desafio é permitir que estas múltiplas ações não
124
Este processo tem, de forma não muito alardeadora, provocado o que Mace (1999) cha-
ma de “revolução das redes e da colaboração solidária”.
125
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106112/lara_r_dr_fran.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 16 nov. 2016.
2
Em: <http://principo.org/escola-superior-de-teologia-i-simpsio-do-mestrado-pro-
fissional.html>. Acesso em: 16 nov. 2016.
3
Em: <http://cac-php.unioeste.br/projetos/casulo/docs/prof_edson.pdf>. Acesso
em: 17 nov. 2016.
GABARITO
1. D
2. B
3. D
4. E
5. D
6. Compõem a categoria profissional todos os assistentes sociais de campo; as ins-
tituições formadoras (universidades, faculdades etc.), os pesquisadores, docen-
tes, discentes, seus organismos corporativos e sindicais A categoria precisa estar
fortemente organizada para poder construir sua influência na sociedade.
Professora Esp. Valéria Cristina da Costa
IV
O PROCESSO DE
UNIDADE
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA DA
CATEGORIA PROFISSIONAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer as instâncias organizativas do Serviço Social: ABEPSS/
CFESS/CRESS.
■ Estimular o aluno/estagiário a participação social e interlocução com
os movimentos articulados à profissão.
■ Viabilizar a compreensão do aluno/estagiário quanto às atribuições
das instâncias representativas profissionais, tanto para o processo
de formação quanto para a realização do exercício profissional do
assistente social.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Aspectos históricos das instâncias representativas organizadas da
profissão de Assistente Social
■ Conjunto CFESS/CRESS
■ ABEPSS
133
INTRODUÇÃO
Introdução
134 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ASPECTOS HISTÓRICOS DAS INSTÂNCIAS
REPRESENTATIVAS ORGANIZADAS DA PROFISSÃO
DE ASSISTENTE SOCIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 1 - Logo da ABEPSS
Fonte: ABEPSS ([2016], on-line)1.
a assegurar que a implementação das Diretrizes não seja fraturada em seus ele-
mentos mais relevantes e para que seus fundamentos não sejam diluídos em seus
aspectos mais importantes; para que o estágio se consolide como espaço forma-
tivo que contemple reflexão, sistematização e acompanhamento dos supervisores
de campo e acadêmicos, conforme prevê a PNE (ABEPSS, [2016], on-line)1.
Esse acompanhamento vem ocorrendo sistematicamente pelas várias dire-
torias da ABEPSS, tanto em âmbito nacional quanto por meio das direções
regionais e acontece nos seus fóruns coletivos: oficinas regionais e nacional de
Graduação e Pós-Graduação, Fóruns locais, regionais, estaduais e nacional de
Estágio, Projeto ABEPSS Itinerante, pesquisas realizadas pela entidade ou pelos
membros dos Grupos Temáticos de Pesquisa (GTPs) da ABEPSS e nos deba-
tes realizados nos encontros promovidos pela entidade, em especial o Encontro
Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS), que se realiza a cada
dois anos (ABEPSS, [2016], on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dessa forma, a questão social é assumida como central, superando o tratamento
tecnicista, formalista e pragmático das respostas apresentadas quanto as suas
demandas e, assim, se torna o eixo fundamental do curso de Serviço Social, com
trato teórico, metodológico e histórico.
As Diretrizes Curriculares da ABEPSS de 1996 apresentam a formação
articulada a três Núcleos de Fundamentos, os quais traduzem um conjunto de
conhecimentos constitutivos da formação profissional. “1. Núcleo de fundamen-
tos teórico-metodológico da vida social; 2. Núcleo de fundamentos da formação
sócio-histórica da sociedade brasileira; 3. Núcleo de fundamentos do trabalho
profissional” (ABEPSS, 1996, p. 08).
Tais núcleos se tornam eixos articuladores dos conteúdos necessários para
a formação e o trabalho profissional do assistente social e:
[...] se desdobram em áreas de conhecimento que, por sua vez, se tra-
duzem pedagogicamente por meio do conjunto dos componentes cur-
riculares, rompendo, assim, com a visão formalista do currículo, antes
reduzido a matérias e disciplinas (ABEPSS, 1996, p. 08).
CONJUNTO CFESS/CRESS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 2 - Logo da CFESS
Fonte: CFESS ([2016], on-line)2.
Conjunto CFESS/CRESS
142 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de Reconceituação, por isso, é chamado o “Congresso da Virada”, devido ao “[...]
seu caráter contestador e de expressão do desejo de transformação da práxis polí-
tico-profissional do Serviço Social na sociedade brasileira” (CFESS, 1996).
Estando envolvida com as lutas pela redemocratização da sociedade, parte da
categoria profissional, vinculada ao movimento sindical e às forças mais progressistas,
organiza-se e disputa a direção dos Conselhos Federal e Regionais, com a perspectiva
de adensar e fortalecer esse novo projeto profissional. Desde então, as gestões que
assumiram o CFESS e imprimiram nova direção política às entidades, por meio de
ações comprometidas com a democratização das relações entre o Conselho Federal
e os Regionais, bem como articulação política com os movimentos sociais e com as
demais entidades da categoria, e destas com os profissionais (CFESS, 2016, on-line)2.
A partir o ano de 1983, o CFESS promoveu um processo de debates, com o
intuito de alterar o Código de Ética Profissional, que está em vigência desde o ano
de 1975, aprovando, portanto, somente no ano de 1986, pautado na “[...] pers-
pectiva a-histórica e a-crítica onde os valores são tidos como universais e acima
dos interesses de classe” (CFESS, 1986). Essa formulação nega a base filosófica
tradicional conservadora que norteava a “ética da neutralidade” e reconhece um
novo papel profissional competente teórica, técnica e politicamente.
Porém, embora já tenha sido avançada a perspectiva conservadora com o Código
de 1986, logo após, já em 1991, o Conjunto CFESS/CRESS apontava para a necessidade
de revisão desse instrumento para dotá-lo de “[...] maior eficácia na operacionalização
dos princípios defendidos pela profissão hoje” (CFESS, 1996). Essa revisão conside-
rou e incorporou os pressupostos históricos, teóricos e políticos da formulação de
1986 e avançou na reformulação do Código de Ética Profissional, concluída em 1993.
Mais uma vez, sob coordenação do CFESS, o debate foi aberto com os CRESS
e demais entidades da categoria em vários eventos ocorridos entre 1991/1993:
Seminários Nacionais de Ética, ENESS, VII CBAS e Encontros Nacionais CFESS-
CRESS (CFESS, 1993).
Mas não era somente em nosso Código de Ética que foi verificada a necessi-
dade de incorporar novos conceitos e ideias profissionais. Avaliou-se a necessidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de revisar a Lei de Regulamentação, que estava vigente desde 1957, data em que os
princípios profissionais ainda não estavam reestruturados, mas, de forma incipiente,
desde 1966, já se discutia a respeito, onde, no I Encontro Nacional CFESS-CRESS,
que incluía na pauta de discussão a normatização do exercício profissional, devido
à fragilidade da legislação em vigor em relação às atribuições profissionais.
Porém, somente em 1971 se discute o primeiro anteprojeto de uma nova lei
no IV Encontro Nacional CFESS-CRESS e apenas em 1986 o deputado Airton
Soares encaminha o PL 7669, arquivado sem aprovação, devido à instalação
da Assembleia Nacional Constituinte. O tema volta ao debate nos Encontros
Nacionais, nos quais se elabora a versão final do Projeto de Lei nº 7669 PL,
apresentado, pelas deputadas Benedita da Silva e Maria de Lourdes Abadia. O
processo legislativo foi longo em face da apresentação de um substitutivo, o que
retardou a aprovação final. O Conjunto CFESS-CRESS, no entanto, não se dei-
xou abater, tendo acompanhado e discutido o substitutivo nos seus fóruns até a
aprovação da Lei 8662, em 7 de junho de 1993 (CFESS, 1993).
Essa nova Lei ainda em vigor, a qual nos respalda enquanto atribuição pro-
fissional, assegurou, à fiscalização profissional, possibilidades mais concretas de
intervenção, pois define com maior precisão as competências e atribuições priva-
tivas do assistente social. Inova, também, ao reconhecer formalmente os Encontros
Nacionais CFESS-CRESS como o fórum máximo de deliberação da profissão (CFESS,
1993). Como podemos conferir por meio dos seguintes artigos da Lei 8662/93:
Conjunto CFESS/CRESS
144 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
primento desta lei.
Art. 11. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) terá sede e foro
no Distrito Federal.
Conjunto CFESS/CRESS
146 UNIDADE IV
Art. 15. É vedado o uso da expressão Serviço Social por quaisquer pes-
soas de direito público ou privado que não desenvolvam atividades pre-
vistas nos arts. 4º e 5º desta lei.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contrem na situação mencionada neste artigo terão o prazo de noventa
dias, a contar da data da vigência desta lei, para processarem as modifi-
cações que se fizerem necessárias a seu integral cumprimento, sob pena
das medidas judiciais cabíveis.
Conjunto CFESS/CRESS
148 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esse conjunto de instrumentos legais constitui a base estruturante da fiscaliza-
ção do exercício profissional. Daí a importância de sua atualização para sustentar
a Política Nacional de Fiscalização conectada com o novo projeto profissional,
sintonizado com os anseios democráticos dos profissionais e seus usuários. A
partir dessa ótica, o Conjunto redimensiona a concepção de fiscalização, com-
preendendo a sua centralidade como eixo articulador das dimensões política,
formativa e normativa. A fiscalização passa a ter o caráter de instrumento de luta
capaz de politizar, organizar e mobilizar a categoria na defesa do seu espaço de
atuação profissional e defesa dos direitos sociais (CRESS, 2016).
As primeiras experiências de fiscalização, embora com diferenciações entre os
diversos CRESS, remontam a meados dos anos 1980. Inicialmente, os CRESS se pre-
ocuparam com sua organização administrativo-financeira, entendida como suporte
fundamental às ações da fiscalização; avançaram para a identificação das demandas
da categoria, conhecimento da realidade institucional, discutindo-se condições de
trabalho, autonomia, defesa de espaço profissional, atribuições e capacitação, assim
como a necessária articulação política do Conjunto com outros sujeitos coletivos.
Nesse momento, metade dos CRESS então existentes criaram suas Comissões
de Fiscalização, inicialmente formadas por conselheiros, sendo, posteriormente,
ampliadas com a contratação de agentes fiscais. Mas dificuldades se evidenciavam
nos limites dos instrumentos legais (as primeiras ações de fiscalização tiveram
lugar sob a vigência da Lei nº 3252/57) e financeiros.
A partir da gestão 1996-1999, instituiu-se os Encontros Regionais
Descentralizados do conjunto CFESS/CRESS, que, ampliando sua pauta, incluíram
Conjunto CFESS/CRESS
150 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sobre o interesse e a disposição de ampliar e desenvolver o artigo, segundo
as normas de publicação e prazos estabelecidos pela Revista).
A editoria da revista pode também publicar artigos de autores(as) convida-
dos (as). A decisão final sobre a publicação caberá a Comissão Editorial, após
recebimento dos pareceres ad hoc. Os trabalhos submetidos à publicação,
quando não aceitos, ficarão à disposição dos autores.
Para saber mais sobre a Revista Temporalis, acesse: <http://www.abepss.org.
br>.
Fonte: adaptado de ABEPSS ([2016], on-line)1.
Podemos, dessa forma, concluir que a luta profissional foi marcada por uma
intensa construção renovadora político-profissional, institucionalizando-se
enquanto profissão, promovendo sua organicidade, reconceitualizou-se diante
do seu histórico tradicional e conservador, tendo sempre como cenário enfren-
tamentos, resistências e engajamento em defesa da classe trabalhadora.
Vale destacar, caro(a) aluno(a), que o envolvimento dos acadêmicos e pos-
teriormente enquanto profissionais se faz necessário; nossa história está aberta
para novas propostas, novos desafios, novas lutas e novas conquistas, para tanto,
é necessário dar continuidade e um amadurecimento profissional frente às novas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
perspectivas profissionais da sociedade. Não está tudo pronto, definido, romper com
velhas barreiras e incorporar novos conceitos é necessário e deve envolver todos os
interessados: categoria profissional, Instituições de Ensino Superior, alunos, ins-
tâncias organizativas do Serviço Social, para continuar escrevendo essa história.
Uma dica importante que eu deixo para você, caro(a) aluno(a), é que acesse
com frequência o site do Conselho Federal de Serviço Social e também do
Conselho Estadual de Serviço Social do seu Estado, para saber as notícias e even-
tos pertinentes e também podem acessar os dos demais Estados e conhecer o que
está acontecendo entre a categoria e a formação profissional de assistente social.
Conjunto CFESS/CRESS
152 UNIDADE IV
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e extensão na formação profissional; articular graduação e pós-graduação; forta-
lecer a natureza científica da entidade; dar maior organicidade a pesquisa, o que
culminou com a criação dos Grupos Temáticos de Pesquisa em 2010.
O conjunto CFESS/CRESS conta com estrutura colegiada, eleita pelos
profissionais devidamente registrados, que promovem frentes de lutas
das mais diferentes temáticas e conta com as comissões, como: Comissão
Administrativo-Financeira, Comissão de Ética e Direitos Humanos,
COFI, Comissão de Comunicação, Comissão Formação Profissional e Relações
Internacionais, Comissão de Seguridade Social e, além dessas comissões, conta
também com Grupos de Trabalhos (GTs) para o aprofundamento de temáticas
em pauta do Serviço Social.
Assim, todo material produzido nesta unidade, teve como propósito que
pudessem de fato aproximá-lo(a) do debate e ações estratégicas em torno da
valorização da ética, da socialização da riqueza e da defesa dos direitos condu-
zidos nacionalmente por nossas instâncias representativas, fazendo-se cumprir
as normativas construídas até o momento.
Mas, caro(a) aluno(a), reforço o convite para participação e construção de
novos debates rumo às novas perspectivas que nos são apresentadas, por exemplo,
nossa modalidade de ensino a distância, lutar na perspectiva do reconhecimento
e legitimidade da sua importância, qualidade e compatibilidade para o desen-
volvimento de um exercício profissional possível e competente.
REGISTRO PROFISSIONAL
Uma das atribuições dos Conselhos Regionais de Serviço Social é quanto ao registro
profissional. Você está, concluindo o curso de Serviço Social, passou em todas as dis-
ciplinas, esta de posse da declaração emitida pela Unicesumar, que concluiu o Estágio
Supervisionado Obrigatório e obteve sucesso no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Além disso, está com o histórico de suas disciplinas e notas concluídas. Agora, acha que
já está habilitado para trabalhar? Sinto muito em dizer que não, claro que já está na reta
final, só falta um pouquinho; dessa forma, veja a seguir os documentos e a forma de
habilitação do(a) Assistente Social ao exercício da profissão:
Inscrição
A inscrição no Conselho, habilita o Assistente Social ao exercício da profissão e o sujeita
ao pagamento de anuidades, independentemente de exercer ou não a profissão.
Os documentos necessários para a inscrição no CRESS (você deve procurar a Seccional
mais próxima), são:
- Requerimento de Inscrição preenchido e assinado (formulário disponível no site do
CRESS).
- Declaração para Inscrição preenchida e assinada (formulário disponível no site do
CRESS).
- 3 fotos (3 x 4) recentes, não instantâneas.
- Fotocópia legível de: CPF – RG – Título de Eleitor – Certidão de Casamento ou averba-
ção de divórcio; (Não será aceita a fotocopia da CNH pois neste documento não constam
todos os dados necessários ao cadastro no sistema SISCAF-CRESS).
- Fotocópia legível do Comprovante de quitação com o Serviço Militar obrigatório (para
o sexo masculino).
- Comprovante original ou fotocópia autenticada do Tipo Sanguíneo (opcional).
- Fotocópia legível e autenticada do Diploma de Bacharel em curso de graduação em
Serviço Social, oficialmente reconhecido, expedido por estabelecimento de ensino su-
perior existente no país, devidamente registrado no órgão competente ou: Certidão de
Colação de Grau a ser substituída pelo documento no prazo de 1 ano (prorrogável por
mais 1 ano).
- 2 (duas) fotocópias do comprovante de depósito das taxas previstas no CRESS.
155
Assista ao vídeo sobre “O Projeto ABEPSS Itinerante “que é uma iniciativa de entidade
que tem por objetivo “Fortalecer as estratégias político-pedagógicas de enfrentamento
à precarização do ensino superior”.
Link disponível em: <https://youtu.be/wPns1nQ5Gl0>.
157
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.abepss.org.br/>. Acesso em: 17 nov. 2016.
2
Em: <http://www.cfess.org.br/>. Acesso em: 17 nov. 2016
3
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em: 17 nov. 2016.
GABARITO
DOCÊNCIA – O ENSINO EM
V
UNIDADE
SERVIÇO SOCIAL
Objetivos de Aprendizagem
■ Refletir acerca da docência no serviço social, enquanto possibilidade
de atuação para o assistente social.
■ Compreender a ação docente como corresponsável pela formação de
novos profissionais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Reflexões iniciais sobre a docência
■ Docência em serviço social
■ A prática de ensino
■ A sala de aula – espaço privilegiado da prática docente: a relação
docente-discente
■ Relação Docente-Discente
163
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade propõe uma reflexão acerca da docência no
serviço social, ou seja, o ensino no serviço social. Um assunto que se faz perti-
nente nessa reta final do processo de graduação.
Como assim? Você pode estar se perguntando, por que discutimos a docên-
cia no serviço social se não estudamos na área da educação?
A docência no serviço social não é necessariamente tão discutida quanto deve-
ria. Isto não se constitui em uma crítica ou de dizer que essa discussão não existe
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por esta ou por aquela razão; traremos mais uma possibilidade de ampliarmos
nossos olhares e contribuirmos com a prática do assistente social, enriquecendo e
contribuindo com a qualidade da prática pedagógica e da formação profissional.
O compromisso com a formação de novos profissionais representa também
o compromisso com a sociedade na qual estamos todos inseridos. Trabalhar no
intuito de contribuir com os objetivos da profissão, com a qualidade do aten-
dimento, é tão importante quanto a formação do acadêmico enquanto pessoa.
O objetivo do serviço social para o acadêmico no final do período de gradu-
ação é que este esteja, sobretudo e em linhas gerais, apto a intervir na realidade
social, de acordo com o objeto de intervenção profissional e, quando falamos do
trato com o usuário em seus diversos campos de intervenção profissional, não
podemos pensar que a relação entre o docente e o discente trilhe por princípios
alheios aos que buscamos estabelecer com eles.
Você logo encerrará o seu estágio obrigatório e alguns continuarão o seu
estágio não obrigatório; o que pretendemos, então, é disponibilizar a cada um a
oportunidade de refletir sobre a possibilidade de pensar no seu futuro enquanto
assistente social: você, enquanto futuro supervisor acadêmico ou de campo; você,
enquanto futuro docente do curso de serviço social ou de uma pós-graduação;
você, enquanto futuro mestrando [...], enfim, as possibilidades são muitas.
Introdução
164 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pedagogicamente?
■ Todo assistente social pode ser professor?
■ Quais os referenciais da ação docente que pautam a ação pedagógica do
assistente-social docente?
■ Quais os saberes que fundamentam a docência no ensino em serviço social?
Poderíamos até trazer presente a lógica do mercado competitivo que exige cada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vez mais capacitação, mas vamos seguir pela lógica de que, a partir do momento
que uma instituição opta por ofertar este ou aquele curso de formação profis-
sional, está atenta à qualidade e capacitação dos docentes, para que a educação
cumpra com seu papel e que a demanda dessa profissão tenha sempre o melhor
possível, profissional ético, comprometido e atento.
A qualidade deve existir independente do curso, pois toda profissão surgiu
para suprir determinada necessidade do ser humano em determinado momento
histórico. E o serviço social não é diferente: surge para atuar junto a uma necessi-
dade social; por essa razão, dizemos que estamos inseridos na divisão social e técnica
do trabalho. E mais ainda, como docente, trazemos a responsabilidade pela forma-
ção desses profissionais que darão continuidade a história dessa profissão.
O indivíduo, quando se torna professor ,deve estar consciente de seu papel
na sociedade, sabendo de sua real importância na mediação do processo de
amadurecimento do seu aluno. Deve, ainda, saber que, como educador, deve
transcender o papel de mero instrutor e se preocupar em ampliar caminhos para
a própria emancipação e dos acadêmicos.
O docente-educador, ao longo do processo histórico, sempre se encon-
trou como figura central no processo de ensino-aprendizagem, concebido e
visto como detentor do poder e do saber absoluto em suas ações e decisões;
aquele que domina e administra os conteúdos necessários da maneira como
“bem entende e acredita”; visto ainda como o único responsável pela disciplina
e ordem dentro do espaço da sala de aula (seja este espaço presencial ou à distân-
cia). Contudo, atualmente, acredita-se e se entende a ação do educador como
aquele que media o processo de ensino-aprendizagem.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O educador é aquele que media o processo de ensino-aprendizagem. Atu-
almente, o aluno desempenha um papel ativo e não somente passivo, pois
há interação no processo de ensino aprendizagem, ou seja, o aluno não é
mero espectador.
Fonte: as autoras.
que o aluno seja reativo. Continua sendo diferente dos alunos, porém não é uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
buscando sempre e deixando de lado seus parâmetros pessoais.
■ Um professor que saiba planejar bem suas aulas, usando e abusando dos
recursos pedagógicos existentes; que sua aula seja uma viagem rumo ao
conhecimento e não um mergulho na ignorância e no poder.
■ Um professor rigoroso no que diz respeito à atenção, pesquisa e colabo-
ração, mas flexível no trabalho.
■ Que seja coerente com o que diz e faz, que seja participativo na elabora-
ção do projeto educativo em que trabalha, que de opiniões, tome decisões
e fundamente toda e qualquer nova ideia.
■ Saber resolver e administrar problemas e conflitos.
■ Interagir com a diversidade, pois ela existe e está a todo o momento se
fazendo lembrar dentro da sala de aula ou fora dela.
■ Abandonar a postura de “todo poderoso”, ser compreensivo, mas exigente.
E que não tenha medo de errar, pois é por meio do erro que temos a
chance de refazer e começar de novo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e melhor, mais diferenciadas e condizentes com a nova re lidade.
Por processo, podemos entender que se trata de um ato de proceder; logo,
podemos dizer que é uma ação consciente, de ir por diante, seguimento, curso
– um caminho trilhado; uma sucessão de estados ou de mudanças, sequencias
de estados de um sistema que se transforma; evolução – dessa forma, espera-se
que uma transformação ou então uma série de transformações – caracterizadas
como uma evolução – no que está sendo objeto de ação. Para que esse caminho
seja percorrido, um processo se transforma na maneira pela qual se realiza uma
operação, segundo determinadas normas, métodos, técnicas, de acordo com as
demandas suscitadas (FERREIRA, 2014).
Já o termo pedagógico se aplica por estar
intrinsecamente ligado à teoria da educação e do
ensino, utilizando-se de um conjunto de princí-
pios e métodos de educação que nos encaminha
a um objetivo a ser atingido, a partir de uma
determinada concepção de vida e dos meios/pro-
cessos/técnicas mais eficientes para efetivar o ideal
perseguido. Compreende ainda, o interesse do
professor (a atenção), o incentivo ou a mobili-
zação do aluno para realizar análises e sínteses e
adequação das avaliações, o acolhimento dos sabe-
res que os acadêmicos trazem e, ao mesmo tempo,
dos conhecimentos modificados e adquiridos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A PRÁTICA DE ENSINO
[...] todo ato educativo é essencialmente político [...] todas às vezes que
questionamos a educação, questionamos as formas de consciência, e
todo aquele que vai para uma universidade espera que ela forneça um
saber que lhe permita fazer política, isto é, assumir um compromisso
com a sociedade (ALMEIDA, 1984, p. 109-110).
A Prática de Ensino
176 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e que o processo de ensino aprendizagem se faz a partir de duas partes (docen-
te-discente), trazemos a rica contribuição de Freire (1997, p. 25):
[...] quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado for-
ma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é trans-
ferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujei-
to criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado.
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos,
apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de
objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende
ensina ao aprender.
Destarte, o docente deve ter claro e buscar saber quais os pressupostos da for-
mação profissional e o que contempla a sua prática pedagógica que deve, entre
outras questões, considerar a concepção de formação profissional para então
desenvolver sua ação docente no serviço social.
1. O Serviço Social se particulariza nas relações sociais de produção
e reprodução da vida social como uma profissão interventiva no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Prática de Ensino
178 UNIDADE V
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[...] a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos [...] sabe-se
que, diferentemente dos outros animais, que se adaptam à realidade
natural tendo sua experiência garantida naturalmente, o homem ne-
cessita produzir continuamente sua própria existência. Para tanto em
lugar de se adaptar à natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto
é, transformá-la. E isto é feito pelo trabalho (SAVIANI, 1995, p. 15).
Essa reflexão nos remete a Engels (1985, p. 71), que parte do pressuposto de que
o trabalho “[...] é a primeira condição fundamental de toda a vida humana e com
efeito, num grau tal, que, em certo sentido, temos que dizer: ele criou o próprio
homem”, pois é o trabalho que possibilita ao ser humano transformar a natureza
ao realizar suas atividades pensadas, pré-idealizadas (teleologia) criando os seus
instrumentos de trabalho e meios de sobrevivência.
Assim, o homem se diferencia dos demais animais pelo trabalho e esse tra-
balho já idealizado na consciência para depois concretamente realizar o que
foi pensado. Pode-se dizer que o trabalho do ser social é proposital, já ideado,
enquanto que, dos demais animais, são ações instintivas. Portanto, as ações do
ser social são conscientes, com intencionalidades e, com isso, ele se transforma
e adquire habilidades e conhecimentos para se apropriar e dominar a natureza.
O trabalho (além da consciência) é característica fundante do ser social; é o
que o distingue dos demais animais; o homem é o único animal que cria meios
e instrumentos para a concretização do seu objeto concreto. O trabalho visa
atender às necessidades do homem e, nesse processo, ao sanar tais necessida-
des, vão dando origem a outras. Sendo assim, dizemos que o trabalho constitui
o ser social, pois este dispõe de capacidade teleológica, projetiva e consciente.
Como devemos ser assistentes sociais com alto nível de criticidade, é mais que
óbvio que o docente-assistente social deve proporcionar aos seus alunos, por
A Prática de Ensino
180 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nhecimento científico (LIBÂNEO, 1994, p. 71).
A questão aqui reside em: em que momento o assistente social (com sabe-
res específicos da profissão já sabidos e internalizados) passa a ser docente (que
exige saberes específicos do processo de ensino para a realização dessa prática)?
Sugiro que, na primeira oportunidade, você converse com seus colegas sobre a
possibilidade de tornaram-se docentes, bem como o que priorizam nessa deci-
são para tornarem-se efetivamente bons profissionais.
Não se descarta aqui que o saber profissional e pessoal não fazem parte da
prática docente no serviço social, pois os saberes docentes se constituem com
várias fontes, as quais contribuem para a prática de ensino na área.
Inserido no que Tardif (2002, p. 14) chama de saberes experenciais que “[...]
se transforma muito cedo em certezas profissionais, em truques de artifícios, em
rotinas, e em modelos de gestão da classe e de transmissão”. Permite sim ainda a
autoavaliação acerca da prática, mas se percebe, contudo, a falta de uma devida
reflexão acerca dos fundamentos didático-pedagógicos na qual suas ações estão
pautadas. Somando-se a esse saber experencial, o auto ainda identifica na prá-
tica do docente outros saberes: epistemológicos, pedagógicos e curriculares. Tais
saberes que visam afastam o docente de um fazer alienado. Sabendo que os sabe-
res do serviço social não se esgotam em si mesmo.
A Prática de Ensino
182 UNIDADE V
Como entendemos que não basta ser assistente social para ser um docente, tem
de saber ensinar, (fugir do discurso de que quem tem jeito, ensina) a formação
docente pede uma formação especializada; não se pode descobrir como é ser
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
docente em um curso de graduação sem entrar em contato com os alunos e espe-
rar o primeiro momento para ver como irá proceder.
O assistente social-docente deve buscar estabelecer um diálogo entre os sabe-
res advindos da Educação com o Serviço Social.
Onde temos a pedagogia como tecnologia da interação humana (TARDIF,
2002), ainda cabe ressaltar, nesse momento de clareamento da proposta de pes-
quisa, alguns conceitos, uma vez que estamos lidando com o processo de ensino
em serviço social. Primeiramente, alguns conceitos de pedagogia e didática:
A pedagogia é o conjunto de meios empregados pelo professor para
atingir seus objetivos no âmbito das interações educativas com os alu-
nos. Noutras palavras, do ponto de vista da análise do trabalho, a peda-
gogia é a ‘tecnologia’ utilizada pelos professores em relação ao seu obje-
to de trabalho (os alunos) no processo de trabalho cotidiano, para obter
um resultado (a socialização e a instrução) (TARDIF, 2002, p. 117).
Almeja-se desconstruir a ideia de que, para ensinar e/ou ter sucesso na docên-
cia basta saber o conteúdo, ter boa intuição, levar jeito, ter bom senso ou ser um
ótimo profissional no campo de atuação profissional. Muitas vezes, a prática
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Prática de Ensino
184 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
disposições, caminhos e/ou métodos. O termo “pedagogia”, tomado em
um sentido estrito, designa a norma em relação à educação. “Que é que
devemos fazer, e que instrumentos didáticos devemos usar, para a nos-
sa educação?” – esta é a pergunta que norteia toda e qualquer corrente
pedagógica [...].
A prática docente pede cuidado, zelo e atenção, não somente com os alunos mas
sobretudo, com o professor viabilizador do processo de ensino-aprendizagem,
uma vez que não se pode negar que, na sociedade, o professor é o que torna capaz
a existência de todas as demais profissões, já discutido que a realização do tra-
balho pede conhecimentos que são viabilizados pela escola.
[...] a pedagogia e a didática são tecnologias humanas que implicam
trabalho ético dos indivíduos sobre si próprios. Propõem aos indivídu-
os um conjunto de regras facultativas que configuram certo estilo e cer-
ta forma de existência e um conjunto de exercícios que tomam como
objeto de fabricação a matéria e a alma humana enquanto sujeitos de
conduta moral. A pedagogia e a didática são formas de poder-saber,
discursos disciplinares que exercem formas de governo dos indivíduos
e das populações à medida que os transformam em sujeitos e assujeita-
dos de certo tipo (GARCIA, 2009, p. 228).
ação profissional do assistente social na docência, não é possível ter clareza das
competências que a prática de ensino pede. A docência em serviço social é tam-
bém um campo privativo de atuação profissional, garantido, ao assistente social,
na Lei que Regulamenta a Profissão de Assistente Social (Lei nº 8662/93):
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:
[...]
A partir disso é que trazemos a fala de Libâneo, na qual ele afirma que o que se
espera de um professor é que este detenha um conhecimento sobre os conteúdos
trabalhados de sua matéria, domine as formas de transmiti-los, preocupando-se
ainda, em adotar procedimentos que garantam a participação e o envolvimento
dos alunos. “A prática de ensino precisa recuperar a perspectiva integradora do
saber fazer e do saber ser” (LIBÂNEO, 1994, p. 44-45).
Logo se faz necessário um entendimento claro acerca das teorias sociais que
estão presentes no serviço social, visando superar a visão tecnicista, pois apenas
trazer “casos” para a sala de aula não tem sentido se não estiver fundamentado
A Prática de Ensino
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com vistas a compreender a realidade na qual está inserido e ainda atuar sobre
ela? Dessa maneira, o processo de avaliação não consiste em medir o quanto o
aluno aprendeu ou decorou, mas sim o quanto avançou no processo de estabe-
lecer relação e na capacidade de identificar e avaliar a realidade social, processo
de elaboração mental.
Para isso, trazemos a concepção de talento:
[...] talento é muito mais que conhecimento; para se manifestar depen-
de de outros fatores que precisam estar presentes no contexto organi-
zacional. [...] tem como componentes em seu interior as capacidades
(saber e saber fazer), o compromisso (querer fazer) e a ação (poder e
conseguir fazer). [...] pessoas talentosas são as que põe em prática suas
capacidades para obter resultados [...] (ALMEIDA, 2008, p. 17).
Sendo assim, junto a reflexão mais geral das funções da Universidade, soma-se
a do serviço social, de que muitos docentes ainda precisam romper com a ação
conservadora e isso acontece a partir do conhecimento acerca da prática peda-
gógica e entendimento acerca da educação, superando a ideia de que estamos
apenas para formar “especialistas”.
O avançar do conhecimento acerca da prática pedagógica no Serviço
Social é essencial para garantir a formação de profissionais com os valo-
res ético-políticos, competências metodológicas e habilidades operativas
que apontem à inclusão, à igualdade, à justiça e à cidadania. Essas com-
petências não se constroem somente a partir do ensino de conhecimen-
tos formais, mas especialmente a partir da vivência da construção de
saberes pelos alunos, viabilizada pela ênfase em processos pedagógicos
que os instrumentalizem para irem, ao longo da vida, reconstruindo seus
saberes de forma crítica e criativa e enfrentando os desafios, cada vez
mais complexos, que o mundo deles demanda (FAUSTINI, 2006, p. 623).
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valores e paradigmas culturais, sociais e econômicos, consciente de que a neces-
sidade de atualização é permanente, pois a educação é um processo dinâmico.
O docente caracteriza-se pela defesa, difusão e cultivo de valores relativos ao
respeito à diversidade, responsabilidade social, bem como a justiça e ética pro-
fissional e social do assistente social e da pessoa humana.
Quando falamos da ação pedagógica do assistente social-docente, devemos
ressaltar que se deve contemplar a formação humanística que lhe possibilite
uma visão mais global da realidade educacional, política, econômica e cultural,
na qual está inserido e na qual a profissão também se insere. E, ainda, ter sólida
formação teórica, técnica e científica, sendo capaz de estabelecer articulação
entre teoria e prática, contribuindo para a (re)construção de saberes e conhe-
cimentos, permitindo que possa atuar em diversas funções sócio-educacionais,
tais como na docência, gestão, pesquisa, supervisão, entre outras. Dessa forma,
poderá estabelecer um diálogo permanente entre a área de conhecimento com
a qual está comprometido, a área educacional, que diz respeito a ação do assis-
tente social na docência, e a prática profissional do serviço social.
pois todos que se envolvem com a docência no curso de serviço social estão cla-
ramente envolvidos com uma sociedade mais justa e igualitária, minimizando as
desigualdades, exclusão e miséria (pelo menos acredita-se nessa ideia).
Por fim, o docente deve ter a capacidade de desenvolver processos pedagó-
gicos, metodologias e materiais didático-pedagógicos adequados e coerentes,
dominando, inclusive, os processos e os meios tecnológicos de comunicação e
de informação no desenvolvimento de sua prática.
A Prática de Ensino
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A SALA DE AULA – ESPAÇO PRIVILEGIADO DA
PRÁTICA DOCENTE: A RELAÇÃO DOCENTE-DISCENTE
A “sala de aula” assim deve ser entendida por ambos os envolvidos, como
um espaço de criação, de inovação e construção de conhecimentos. Um espaço
de interação pedagógica seja ela EAD ou presencial. De acordo com Morais
(1996, p. 85-86), a sala de aula é:
[...] um local específico destinado a atividades específicas de ensino-
aprendizagem de saberes também específicos, em níveis de complexi-
dade diferenciados, por meio de metodologias apropriadas, e que só
tem sua peculiaridade assegurada na medida em que professores e alu-
nos garantem, nela a execução real destes objetivos aos quais se destina.
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Uma vez que não somos dotados apenas de razão, somo seres afetivos e neces-
sitamos da interação com outros seres humanos,;nesse processo de interação se
dá a beleza da vida humana. Isso implica em abrir espaço para que o aluno possa
se expressar. A partir do momento em que se dá espaço e se estabelece um vín-
culo de confiança, o processo educativo se firma, garantido, também, as reflexões
necessárias, as construções e reconstruções cabíveis e de cada indivíduo, sabendo
que cada um avança dentro do seu tempo de amadurecimento intelectual.
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de aula um espaço democrático, onde a horizontalidade deve persistir.
Junto disso os alunos sentem a necessidade que o professor demonstre
o acolhimento também por meio do olhar ou de um simples gesto ou
palavras. [...] A adequação de linguagem é ponto muito específico para
um diálogo emancipado em que todos tenham a oportunidade de re-
fletir sobre suas hipóteses e se deixar inquietar pelas hipóteses do outro.
Não podemos conceber o espaço da sala de aula como uma caixa fechada, onde
o que aprende e o que se ensina não possui conexão com a prática profissional,
para que não venhamos a ver reproduzido, na fala de nossos alunos, após con-
clusão da graduação o que muitas vezes ouvimos: “a teoria é uma coisa; a prática
é outra; completamente diferente”, isso demonstra, muitas vezes, a falta da esti-
mulação da reflexão, síntese e entendimento acerca das teorias e conhecimentos
trabalhados ao longo da graduação. Reflete, ainda, a concepção de que o aluno
compreendeu que aplicamos a teoria na prática, quando, na verdade, não se
aplica, se experencia; a teoria fundamenta a prática e a prática auxilia na refor-
mulação de novas teorias.
Esse processo de entendimento deve ser bem fomentado pelo docente, pois
a técnica e utilização dos instrumentos na prática profissional são de fácil enten-
dimento e operacionalização. O ponto crucial que trazemos é que, para aplicar
as técnicas e instrumentos na prática profissional, não exigem o processo de
formação de graduação; consiste aí o fazer leigo, pois sabemos que a técnica é
inerente ao trabalho, então se encontra justamente a real necessidade de se atri-
buir o conhecimento teórico-metodológico da profissão.
RELAÇÃO DOCENTE-DISCENTE
Quando nos propomos a refletir acerca do ensino em serviço social, o seu pro-
cesso de formação, temos que contemplar seus diversos elementos e não deixar
de abordar os principais envolvidos: docente e discente. Pensar o contexto social,
econômico e político em que as relações entre as partes acontece, as influências
que exercem e que recebem.
Início essa nossa reflexão nesse pronto, citando Gaiarsa, pois o docente deve
ter claro que a educação constitui-se numa permanente mudança, do outro e de si:
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A mudança do outro me desorienta. Sua mudança compromete nosso
relacionamento atual. Eu não posso mais fazer com ele como sempre
fiz. Sua mudança me obriga a mudar. Um pouco antes, as coisas esta-
vam todas ‘nos seus lugares’, e eu podia caminhar sonambulicamente
de uma parte para a outra, sem prestar atenção. Agora que ele mudou,
tudo fica incerto (GAIARSA, 1976, p. 99).
Tornamos a expor que essa relação não deve se pautar na maioridade e supe-
rioridade docente sobre o acadêmico, caracterizando uma relação vertical, e sim
ao contrário, construir uma relação pautada na horizontalidade.
Quando a prática didática não permite essa relação de horizontalida-
de entre educador e educando [...] quando o discurso é unilateral [...]
quando o conhecimento é simplesmente transmitido sem discussão e
reflexão [...] e quando é dissociada das questões mais amplas presentes
no contexto social, essa relação se torna estéril, os integrantes não são
mais pessoas que aprendem conjuntamente, mas, “professores e alu-
nos”, em que o primeiro é o “dono” do saber e o segundo é o “receptor”
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Fica claro que, a partir do exposto acima, a postura do docente não deve ser ade
detentor do saber, muito menos autoritária e dogmática. A relação que se estabe-
lece entre o docente e discente pode se dar de forma limitadora ou facilitadora,
como apontam diversos autores.
Ao analisarmos a história do serviço social em busca de uma formação vise
formar profissionais críticos e aptos a intervir na realidade. Vemos um grande
avanço e dizemos que, atualmente, há uma estruturação sólida nesse sentido,
claro, em permanente análise e discussão pela categoria.
A profissão de Serviço Social é constituída como um instrumento de escla-
recimento e conscientização sobre os direitos, os serviços, os benefícios da
instituição e forma de acesso a ela. O Serviço Social está situado entre a demanda
institucional (e a sua incapacidade em resolver as problemáticas dos indivíduos)
e diante da revolta e inconformismo da população.
A prática profissional torna-se cada vez mais complexa e não pode mais
ser reduzida ingenuamente a entrevistas, reuniões e visitas ou a um
militantismo partidário e sectário. Ele se torna um saber estratégico.
Ela se torna um saber tático. Um saber que precisa situar-esse em um
contexto político global e num contexto institucional particular visua-
lizando as relações de poder (NICOLAU, 2004, p. 85).
Relação Docente-Discente
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O processo de ensino-aprendizagem dar-se-á a partir da relação pessoal,
pedagógica e inter-pessoal estabelecida, uma vez que as partes envolvidas pos-
suem objetivos comuns, uns estão com sede de aprendizado e outros dispostos
a contribuir com essa aprendizagem. Já citamos, anteriormente, Paulo Freire,
onde este aponta que não existe “docência sem discência”.
Se estiverem numa relação intersubjetiva, serão capazes de expor, discu-
tir e refletir as questões problematizadoras. Definindo objetivos serão capazes
de planejar e executar ações para o alcance dos mesmos. Vivenciando esse pro-
cesso educativo, o futuro assistente social irá se capacitar para instaurar uma
relação profissional intersubjetiva com a população, grupo ou pessoa com as
quais trabalhará. Pois quando o assistente social, na sua atividade profissional,
considera as pessoas tão somente pelas “funções” que exercem, pelo segmento
que participam, pelo serviço que buscam sem personalizá-las, sem singularizá-
-las, automaticamente, as “coisifica”, instaurando uma relação anônima, em que
o “eles” é a expressão máxima de referência (COSTA, [2016], on-line)5.
Tal compreensão demonstra a coerência do processo formativo, de acordo
com objetivos de formação profissional, previsto nas diretrizes curriculares da
profissão de serviço social. Essa prática comprometida por parte do decente
demonstra segurança, confiança e responsabilidade em sua ação. E essa ação
necessita de constante autorreflexão e autoquestionamento, pois os acadêmi-
cos enviam sinais de como as relações estão se desenvolvendo, cabe ao docente
a sensibilidade de entender tais sinais quanto a sua didática (sinais de insatis-
fação, falta de clareza quanto ao conteúdo e atividades propostas e, até mesmo,
quanto ao seu futuro profissional).
Relação Docente-Discente
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Espero, sinceramente, que toda essa explanação tenha contribuído para sua
formação e a compreensão da complexidade que a profissão de serviço social
apresenta. Seja muito bem-vindo(a) nesta maravilhosa profissão!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
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[...]
2. A RELAÇÃO EDUCADOR-EDUCANDO ENQUANTO FACILITADORA OU
LIMITADORA AO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SO-
CIAL
Essas breves reflexões sobre a maneira como a formação profissional se relaciona com
a questão educacional e com a realidade social, e da importância da relação educador-
-educando nesse contexto, nos desafiam a pensar no processo de formação profissional
do assistente social.
As Escolas de Serviço Social têm se preocupado, primordialmente, em formar profis-
sionais que saibam atuar de forma coerente com as necessidades concretas da realida-
de estrutural e conjuntural, sabendo acompanhar as mudanças, renovar-se e atender,
em seu âmbito de ação, as demandas que se fizerem presentes. Em função disto estão
constantemente discutindo suas disciplinas, promovendo encontros e convenções, re-
formulando currículos. É a busca de uma contextualização histórica, social, política e
ideológica do ensino da profissão visando capacitar o educando para uma ação profis-
sional comprometida com as classes populares, reconhecidas enquanto sujeitos do seu
processo histórico.
Nesse sentido, muito tem se discutido e refletido sobre a necessidade fundamental do
assistente social estar capacitado para estabelecer um relacionamento profissional com
as demandas que se apresentarem levando-as a participarem autenticamente do alcan-
ce dos seus objetivos e do projeto transformador da sociedade, no exercício pleno da
cidadania.
Mas, acontece que é frequente o fato do assistente social não saber instaurar e desen-
volver um relacionamento intersubjetivo (entre sujeitos) com a população com a qual
trabalha. Não o sabe por que, em muitos casos, não o aprendeu. A convivência na so-
ciedade, na família, na escola não propiciou esse aprendizado. Como o assistente social
vai facilitar esse processo de conscientização e participação das pessoas na discussão,
reflexão e solução das problemáticas presentes, se ele mesmo não o vivenciou?
Portanto, a proposta de uma educação libertadora torna-se a mais coerente para o al-
cance dos objetivos da formação profissional do assistente social. O relacionamento in-
tersubjetivo necessita ser vivido concretamente durante todo o processo educativo, a
partir da relação educador-educando.
Esta formação profissional ocorrerá se propiciar ao aluno, além dos fundamentos teó-
ricos, metodológicos, ideológicos e filosóficos da profissão, a vivência de um relaciona-
mento autêntico entre colegas e professores, no qual há o reconhecimento mútuo de
que são sujeitos que se relacionam contemporaneamente e que devem ser respeitados
e valorizados em suas expectativas, idéias, valores e concepções.
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Material Complementar
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.cressrs.org.br/docs/Lei_de_Diretrizes_Curriculares.pdf>. Acesso
em: 18 nov. 2016.
2
Em: <http://www.centrorefeducacional.com.br/pdaguira.htm>. Acesso em: 18
nov. 2016.
3
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em: 18 nov. 2016.
4
Em: <http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v2n2_ensino.htm>. Acesso em: 18
nov. 2016.
5
Em: <http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v7n1_frosard.htm>. Acesso em: 18
nov. 2016.
GABARITO
1. E
2. B
3. A
4. D
5. Art. 5: constituem atribuições privativas do Assistente Social:
V- Assumir, no magistério de Serviço Social, tanto a nível de graduação como
pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e ad-
quiridos em curso de formação regular.
VI- Treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social.
VII- Dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de gradu-
ação e pós-graduação.
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CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a), após uma longa caminhada, chegamos ao final de mais uma etapa,
uma sucessão de articulação e relações teórico-prática.
Você, com uma vivência em campo por meio do estágio, já é capaz de perceber que é
muito necessário compreender a profissão como relevante na sociedade contemporânea.
Uma profissão que possui um arcabouço teórico-prático de peso, capaz de provo-
car imensos impactos positivos na sociedade brasileira. Esperamos que você tenha
aproveitado cada capítulo, percebendo que a inovação constrói um novo fazer pro-
fissional, assumindo novos desafios, novas áreas de atuação e manutenção das áre-
as já ocupadas pelo Serviço Social.
Contamos com um aparato legal suficiente para dar embasamento ao nosso exer-
cício profissional; os conselhos atuam de forma a dar suporte e aparato para a per-
manência da presença profissional no espaço sócio ocupacional; precisamos nos
interar, conhecer e recorrer a eles sempe que preciso.
Abrir-se para o novo, encarar novos desafios e estar antenado sempre faz toda a
diferença. Ser um profissional disputado no mercado é o reconhecimento da sua
competência e desempenho profissional.
A organização e planejamento são elementos significativos, além da habilidade
de comunicação. Finalizando como bom assistente social e empreeendedor, não
esqueça de comemorar cada vitória ou sucesso, seja com sua equipe ou com seu
usuário. Enalteça o positivo, cada passo dado em direção a autonomia; o caminho
se faz caminhando e não estático.
E lembre-se sempre, todos os grandes mestres começaram na condição de aprendi-
zes (e nunca deixarão de sê-lo), todos nós tivemos e temos momentos de incertezas
e inseguranças, aprender a administrar isso e buscar suporte é o que nos faz cada
dia melhor! Um grande abraço e sucesso sempre!
Profª Esp.ª Daniela Sikorski
Profª Me. Maria Cristina Araújo de Brito Cunha
Profª Esp.ª Valéria Cristina da Costa