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SUPERVISÃO ESCOLAR
Faculdade de Minas
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................4
2 - SUPERVISÃO ESCOLAR...........................................................................8
BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................49
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FACUMINAS
Faculdade de Minas
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1 – INTRODUÇÃO
Faculdade de Minas
Muitos são os autores que com suas fundamentações teóricas contribuem para
orientar e compreender o papel que o supervisor escolar deve desempenhar, entre
eles é possível verificar que Ferreira (2007, p. 327) destaca que as transformações
sociais e políticas remetem ao supervisor escolar o compromisso com a "formação
humana" no processo educacional.
solidária.
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Isso nos remete entender que o supervisor escolar deverá desenvolver seu fazer
pedagógico objetivando o aperfeiçoamento dos educadores que atuam no espaço
escolar, valorizando os diferentes saberes e as suas contribuições para o
planejamento de ações pedagógicas, respeitando a personalidade de cada um. Isso
exige do supervisor escolar uma constante avaliação do seu desempenho
profissional, conduzindo-o a busca de uma formação continuada.
Outro fator importante com relação ao papel do supervisor está ligado à análise do
planejamento do currículo escolar, sendo que este deve ser acompanhado desde a
sua execução dando ênfase na avaliação contínua, isso reforça a necessidade,
segundo Lück (2008, p. 20) na "somatória de esforços e ações desencadeadas com
o sentido de promover a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem".
Fica evidente que muitas são as atribuições que o supervisor deve desempenhar para
qualificar o trabalho pedagógico que desenvolve dentro da escola onde atua. Este
desempenho se justifica através de ações motivadoras envolvendo o estímulo para
que cada educador possa executar trabalhos com a colaboração das demais
pessoas, os quais devem ser valorizados com objetividade, ética e diálogo.
A educação é um processo contínuo e permanente que exige cada vez mais dos
profissionais da educação um compromisso que atenda as exigências de uma
sociedade que está evoluindo rapidamente em todos os setores. Isso representa a
necessidade da implementação de uma postura renovada envolvendo todos que
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É por isso, que o supervisor deve trabalhar de forma articulada com toda a
comunidade escolar para a construção de uma proposta coletiva de um Projeto
Político-Pedagógico. É este projeto que poderá garantir a sobrevivência e o sucesso
das instituições escolares.
Para implementar mudanças na educação, Guimarães (2010), nos sugere que este
espaço que trata das questões educacionais precisa cultivar o respeito mútuo entre
seus membros, fortalecendo a construção de regras de boa convivência entre as
partes.
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2 - SUPERVISÃO ESCOLAR
de Minas
OrigensFaculdade
do conceito de Supervisão
termo, pode-se dizer que significa olhar por cima, dando uma “ ideia de visão global
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“. (Giancaterino 2010).
Segundo Bittel (1982, p.5), o termo supervisor tem suas raízes no latim, onde significa
“olhar por cima”.
Ainda Bittel (1982, p.4) “supervisor é qualquer pessoa no primeiro nível de
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gerenciamento que tem a responsabilidade de fazer com que seus supervisionados
envolvidos na execução de um trabalho cumpram os planos e as políticas da gerência
de nível mais elevado. ”
Entre os vários autores que conceituam a supervisão escolar, destacamos alguns
deles:
Nérici (p.28, 1976) “A Supervisão Escolar visa a melhoria do processo ensino
aprendizagem, para o que tem de levar em conta toda a estrutura teórica, material e
humana da escola”.
Ainda Nérici (1976) “Supervisão Escolar significa mais visão sobre todo o processo
educativa, para que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os objetivos
específicos da própria escola”.
Para Przybylski (p. 24, 1985) “Supervisão Escolar “ é o processo que por objetivo
prestar ajuda técnica no planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades
educacionais, tendo em vista a unidade das ações pedagógicas, o melhor
desempenho e o aprimoramento do pessoal envolvido na situação ensino
aprendizagem.
Para Libâneo (2010), a Supervisão educacional é responsável pela viabilização,
integração e articulação do trabalho pedagógico-didático em articulação com os
professores. No começo do século XX, a supervisão passa a enfatizar os métodos
para verificação do rendimento escolar e a estruturação de padrões de
acompanhamento com o objetivo de melhorar o ensino.
A partir de 1970, com a Lei nº 5692/71 a função de supervisor educacional se tornou
mais abrangente com inclusão dos serviços de assistência técnico-pedagógica e
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inspeção escolar.
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3 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONCEPÇÃO DE
Faculdade de Minas
SUPERVISÃO ESCOLAR
Repensar a ação supervisora nas instituições escolares requer uma breve análise na
linha do tempo, percorrendo fatos e conceitos da história da supervisão educacional,
para entendê-la em suas origens e em seus avanços. No contexto brasileiro, a
supervisão é uma profissão relativamente recente. O pressuposto do que vem a ser
supervisão originou-se na indústria, relacionada com a produção. Antes de ser
contemplada na educação, a supervisão era empregada na indústria como uma forma
de melhoria da qualidade e da quantidade.
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Assim, a supervisão escolar teve início aqui nas terras brasileiras, por meio de cursos
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escolar
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preparados para atuar dessa forma, precisam aprender a lidar com as tecnologias e
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utilizá-las a favor de uma prática educativa que leve o aluno a ter maior eficiência na
construção do conhecimento. Cada profissional da educação precisa ter consciência
que não basta utilizar as tecnologias para oferecer um ensino tradicional, é preciso
inovar, mudar sua forma de trabalhar. Gebran (2009, p. 18) cita Caldas 2008, que
afirma “O Faculdade
professor não mais será apenas um propagador do conhecimento, como
de Minas
consideram que
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O Supervisor deve acreditar, dar o exemplo e manter o foco. Desta maneira, irá
contagiar a todos. Sua atenção deve estar baseada nas áreas do planejamento, da
formação continuada e da avaliação.
Além disso, se faz necessário, valorizar a realidade em que alunos e professores
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estão inseridos, visto que, desta forma é possível tornar mais rico o processo de
ensino-aprendizagem. Para isso, podem ser utilizadas metodologias que facilitem as
atividades diárias do professor.
É importante que haja uma parceria entre supervisor e professor para haver sucesso
no seu trabalho, o professor na tarefa de promover condições para que haja
aprendizagem e o supervisor auxiliando, orientando, dialogando, contribuindo no
processo de ensinar e aprender. Entretanto, este trabalho não pode ser confundido
simplesmente como uma assessoria, pois precisa envolvimento e comprometimento.
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4 - A REALIDADE PRÁTICA DA AÇÃO SUPERVISORA EM
Faculdade de Minas
UMA ESCOLA PÚBLICA
Com o objetivo de analisar a atuação dos supervisores foi realizada uma pesquisa de
campo em uma escola pública de Ensino Fundamental e Médio. Nesta escola existem
três profissionais que atuam na supervisão escolar, já que a mesma oferece
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aspectos que você caminhou, fica mais fácil de perceber a necessidade de caminhar
em aspectos ainda duvidosos, seja no pensar seja no fazer a didática.
Nesse sentido, o processo de passagem de uma didática tradicional para
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uma didática transformadora, interdisciplinar supõe uma revisão dos aspectos
cotidianamente trabalhados pelo professor. Melhor dizendo, é na forma como esses
aspectos são revistos que se inicia o processo de ingresso a uma didática
interdisciplinar.
Aquele educador que se propuser a adotar esta forma de trabalho deve, antes de
tudo, buscar informação, estudar, se preparar para tal desafio. Para que o educador
esteja bem preparado para esta prática é preciso investir em pesquisas, leituras e
reflexões. Aí entram os momentos de formação pedagógica e consequentemente a
ação do supervisor, da equipe pedagógica, que deve promover muitos momentos de
estudos e de planejamento. E também pesquisar, buscar conhecer mais esta prática
para poder organizar efetivos momentos de formação.
Além da observação, realizou-se entrevista com alguns docentes. Em relação à
importância da ação supervisora na escola, os profissionais concordam em suas
respostas quando afirmam que a ação supervisora na escola é fundamental. Se o
pedagógico está bem, a escola vai bem. Para eles o pedagógico é considerado o
coração da escola. O supervisor é aquele que estabelece o posicionamento de fazer,
agir, movimentar e envolver-se, interagindo na comunidade escolar, além de ser um
mediador, elo entre as esferas da escola.
Quanto ao perfil ideal de supervisor, os docentes acreditam que o supervisor ideal é
um profissional aberto a buscar soluções aos problemas que surgem, que seja
comprometido com o processo ensino-aprendizagem, motivador, incentivador,
inovador, e articulador de práticas pedagógicas que auxiliem o aluno a buscar a
construção do conhecimento. Que ao perfil ideal de supervisor, os docentes acreditam
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que o supervisor ideal é um profissional aberto a buscar soluções aos problemas que
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5 - A AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR
Faculdade de Minas
É necessário que a escola trabalhe buscando uma prática coletiva, para que os
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estarem envolvidos com a escola. É necessário ter parceria, isso contribuirá para o
desenvolvimento da escola, possibilitando a comunidade uma escola mais
participativa, onde cada um deve se comprometer em atuar na sua função com
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responsabilidade, pensando sempre no coletivo.
Atualmente, a ação do supervisor não é vista mais como uma ação de autoritarismo
e poder, o supervisor tem a função de auxiliar os professores e se colocar a disposição
da escola no que for preciso, e construir através do seu trabalho um ambiente escolar
mais organizado e cooperativo, onde todos se ajudam, independente do cargo que
ocupa.
O supervisor leva consigo no seu trabalho, princípios, conceitos e valores que fizeram
parte de sua formação, fatores estes, que podem contribuir para uma discussão
coletiva dentro da escola. Entretanto, pode-se avaliar a ação do supervisor na escola,
e perceber como é importante e fundamental para a mesmo poder contar com esse
profissional, pois o seu trabalho de cooperação e integração contribui para uma
escola mais participativa, organizada, e articulada com os professores, alunos e a
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comunidade.
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6 - TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA: UM SABER DOCENTE
Faculdade de Minas
NECESSÁRIO À AÇÃO SUPERVISORA
efetiva nas escolas, pela experiência adquirida e vivida pelo profissional da educação
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ao longo de sua regência de classe, uma vez que se aposta na ideia de que a
docência tem a potencialidade de gerar maior sensibilidade às relações pedagógicas
a serem desenvolvidas pela supervisão.
Ao abordar os saberes docentes necessário à ação supervisora escolar tem-se a
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intenção de situar a função do professor neste cenário de supervisão escolar
repensada, bem como o compromisso desse profissional da educação com a
transposição didática, uma estratégia de ensino capaz de auxiliar o professor nesta
concepção de supervisão (re) elaborada. Considerando esse cenário, acredita-se ser
possível uma reflexão sobre o papel do supervisor como articulador de um espaço de
promoção de conhecimento e de construção de saberes. Para tanto, faz-se
necessário se debruçar sobre os conhecimentos e saberes pertinente a profissão,
para que, munido deles e inserido no contexto educacional, possa desenvolver seu
papel com maior propriedade e segurança, contribuindo efetivamente com o processo
educacional.
Paulo Freire (1996), afirma que não há saber mais ou saber menos, o que existe são
saberes diferentes. Essa ideia intensifica os saberes da escola, ou melhor, das
pessoas que produzem saberes no ambiente educacional. Considerando que existem
diferentes situações promotoras de aprendizagem, ainda é na instituição educativa
que acontecem os grandes movimentos de transformação dos saberes através da
aprendizagem. E como isso acontece? Primeiramente pela verificação de questões
pertinentes ao processo, como a função da instituição educacional, seu compromisso
com o ensino e a ação do professor na transposição didática.
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PRÁTICAS E PROJETOS DE SUPERVISÃO ESCOLAR
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Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Ensino porque busco, porque
indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando,
intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não
conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
Paulo Freire
A prática supervisora vem nos últimos tempos passando por transformações, assim
como a cada dia, no mundo em que vivemos, torna-se mais necessária a
conscientização de que se vivem mudanças significativas nas mais diversas áreas,
sejam econômicas, políticas, sociais ou culturais. De tal modo têm ocorrido tais
transformações que múltiplos desafios precisam ser vencidos a fim de que se
cumpram as funções sociais na contemporaneidade, principalmente no espaço da
escola como campo de atuação em prol da socialização de saberes instituídos, na
construção de saberes em um processo criativo e inovador de compreensão dos
Fenômenos educativos em toda a sua complexidade, seja humana, técnica ou
científica.
Nesse sentido, trazer para a prática da supervisão escolar o esclarecimento da
importância da pesquisa como ação mobilizadora de reflexão sobre as perspectivas
educacionais, o conhecimento das normas legais que organizam e estruturam o
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De acordo com Toschi (2003), sistema de ensino tende a ser considerado o conjunto
de escolas das redes, ou seja, o sistema de ensino compreende uma rede de escolas
e sua estrutura de sustentação. Se tomarmos o significado da palavra, sistema supõe
um conjunto de elementos ou unidades relacionadas, que são coordenadas entre si
e constitui um todo.
Afirma-nos a mesma autora que, embora “o sistema escolar se estruture em um
conjunto de organizações de ensino, as escolas não perdem sua especificidade de
estabelecimentos pautados em regulamentos e leis que regulam sua organização e
o funcionamento como unidade escolar.
“Todavia, ao se organizarem em um sistema, esses elementos materiais (conjunto
das instituições de ensino) e ideais (conjunto das leis e normas que regem as
instituições educacionais) passam a formar uma unidade, no caso, um sistema de
ensino” (Toschi, 2003, p. 228).
Sistema de ensino é visto “como o conjunto de instituições de ensino que, sem
constituírem uma unidade ou primarem por seu caráter coletivo, são interligadas por
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normas, por leis educacionais, e não por uma intencionalidade” (Toschi, 2003, p. 235).
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Ainda segundo Toschi (2003, p. 235), entende-se sistema de ensino “como o conjunto
de instituições de ensino que, sem constituírem uma unidade ou primarem por seu
caráter coletivo, são interligadas por normas, por leis educacionais, e não por uma
intencionalidade”, no sentido administrativo, ao qual a legislação educacional se
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refere.
Cabe ressaltar que o sistema de ensino é composto por três partes:
• as instituições de ensino;
• o órgão de administração (ministério ou departamento da educação, ou órgão
equivalente) e;
• o conselho de educação.
No instrumento da legislação educacional, qual seja, a LDBEN 9.394/1996, em seu
art. 8º, estabelece que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem
organizar, em regime de colaboração, seus respectivos sistemas de ensino, cabendo
à União a coordenação da Política Nacional de
Educação, articulando os diferentes níveis e sistemas.
O sistema de ensino compreende:
a) uma rede de escolas;
b) uma estrutura de sustentação.
Rede de escolas: é o subsistema que se dedica à atividade-fim do sistema.
- Dimensões:
- Dimensão vertical: graus de ensino;
- Dimensão horizontal: modalidades de ensino (Dias, 2004, p. 95-6).
Estrutura de sustentação do sistema de ensino: constitui a estrutura administrativa do
sistema de ensino e apresenta:
a) Elementos não materiais:
- Normas (disposições legais, disposições regulamentares e disposições
consuetudinárias);
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- Metodologia de ensino;
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infantil.
Unidades escolares como organizações aprendentes: aspectos culturais e
organizacionais.
A cultura organizacional corresponde, de certo modo, a clima organizacional,
ambiente,Faculdade
clima, de Minas
entretanto a utilização do termo cultura sugere uma abordagem
antropológica, como expõe Libâneo (2003). O conhecimento cultural dos atores
pertencentes à escola contribui sobremaneira para a definição de cultura
organizacional da instituição de que fazem parte, o que pode significar a formação de
uma cultura própria. Daí dizer-se que essa cultura pode ser modificada, discutida,
avaliada, planejada em um rumo que responda aos interesses e anseios do grupo, e,
então, falar-se em organização aprendente, na qual, segundo Thurler (2007, p. 178),
o raciocínio construtivo e argumentativo decorrente leva os atores individuais e
coletivos a defenderem suas posições, a empreenderem avaliações, a emitirem
atribuições, buscando sistematicamente explicar seus propósitos, confrontar seus
raciocínios e testar a validade destes últimos. (...) A organização passa, então, a ser
um sistema em que a aprendizagem em dupla espiral (pela reflexão em ação) pode
intervir de modo duradouro: ela se habitua a interrogar e a explicitar as
representações sociais.
Portanto, cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de fatores sociais,
culturais e psicológicos que influenciam os modos de agir da organização como um
todo e o comportamento das pessoas em particular. Isso significa que, além daquelas
diretrizes, normas, procedimentos operacionais e rotinas.
Administrativas que identificam as escolas, há aspectos de natureza cultural que as
diferenciam uma das outras, não sendo a maior parte deles nem claramente
perceptíveis nem explícitos. (...) A cultura organizacional aparece de duas formas:
como cultura instituída e como cultura instituinte. A cultura instituída refere-se às
normas legais, à estrutura organizacional definida pelos órgãos oficiais, às rotinas, à
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organizacional seja elo entre os atores. É preciso que a unidade escolar se torne uma
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Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas gaiolas prendem.
Escolas asas ensinam a voar.
Rubem Alves
Observando-se o objeto da ação supervisora, a qualidade do ensino e da
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aprendizagem deve ser vista em sua completude, não só no contexto da sala de aula,
mas na totalidade da escola como organização aprendente para todos (alunos,
professores, funcionários, equipe gestora).
Na atualidade, a democratização da educação traz, para o ambiente escolar, traços
de uma sociedade globalizada, em virtude dos avanços tecnológicos, reestruturação
do sistema de produção e desenvolvimento, o que exige da escola para além de
transmissora do saber, que seja cada vez mais um local de orientação ao escolar e
contributiva da construção do conhecimento do ser humano. A multiplicação de
funções exercidas pela escola contribui para que cada vez mais se conheça em
profundidade essa unidade escolar em que se atua, onde não se pode ver uma turma
isoladamente, mas é preciso que a unidade escolar seja vista como um todo, como
uma organização que trata do ensino e da aprendizagem.
Diante disso, de acordo com Alarcão (2008, p.35), a ação supervisora deve ter seu
objeto redefinido como o desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos
que nela realizam seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa por
meio de aprendizagens individuais e coletivas, incluindo a formação dos novos
agentes. (...) considero ainda que as instituições, à semelhança das pessoas, são
sistemas abertos e complexos em permanente interação com o ambiente que as
rodeia, que as estimula ou condiciona, que lhes cria contextos de aprendizagem. A
compreensão do fenômeno desenvolvimento, em ambos os casos, poderá ganhar
uma dimensão explicativa se a enquadramos na perspectiva ecológica do
desenvolvimento humano.
De sorte que o conhecimento da realidade escolar se impõe como primordial.
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das contribuições da pesquisa de tipo etnográfico foi ter aproximado o professor das
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Faculdade de Minas
7.2- PLANEJAMENTO E SUPERVISÃO ESCOLAR
valia;
b) método: é preciso metodologia para se construir a práxis e atingir os objetivos,
assim, para a qualificação da ação mediadora do supervisor escolar, é preciso:
- Compreender a realidade, construir a rede de relações, conhecer, mapear, aprender
de Minas
o que estáFaculdade
por detrás dos limites das práticas ou das queixas;
- Ter clareza de objetivos, saber a serviço de que e de quem se coloca; ganhar clareza
em relação à intencionalidade do trabalho;
- Estabelecer o plano de ação, a partir da tensão entre a realidade e o desejo;
- Agir de acordo com o planejado;
- Avaliar a prática.
c) - diálogo problematizado: o supervisor deve ter a preocupação de legitimar as falas,
as perguntas, as dúvidas, aprender a escutar, saber problematizar as questões para
que haja sentido nas ações serem realizadas.
Certo é que o supervisor escolar possibilita um desencadear de ações que devem
estar pautadas em certas categorias como: ética, visão do processo, avaliação e
participação.
• dimensão conceitual: é preciso buscar clareza conceitual, conhecer, discernir e
elaborar a síntese das diversas concepções acerca das temáticas da educação.
Para aprofundar sobre o papel da supervisão educacional/coordenação pedagógica,
leia: VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto
político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2007, cap. 4,
p. 85-118.
Tomando as palavras de Boas (apud Alves, 2006, p. 70), a supervisão é uma atividade
essencialmente cooperativa. Não basta que se preveja a articulação de ações. Isso
de nada valerá se as pessoas a quem essas ações estão confiadas não se articularem
também, porque é dividindo tarefas por todos e somando os esforços de cada um que
se diminui o dispêndio de energias e se multiplica o resultado final. Esta é a fórmula
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Diante disso, é possível afirmar que dentre as funções e papéis exercidos pelo
supervisor escolar está o de contribuir para a melhoria do processo educacional,
considerando-se o processo relacional existente entre professor-supervisor,
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professor-gestor, professor-professor e, sobretudo, entre professor-aluno.
Cabe ao supervisor escolar desenvolver uma visão crítica do trabalho pedagógico a
fim de viabilizar ações educativas mais produtivas. Para isso, o supervisor deve
planejar, avaliar e aperfeiçoar o andamento das questões pedagógicas, com vistas a
garantir a eficiência do processo educacional, a eficácia e efetividade de seus
resultados.
As atribuições da supervisão escolar estão distribuídas em duas áreas: a curricular e
a administrativa. Ao mesmo tempo, suas atribuições devem estar atentas para as
questões genéricas da escola, também deve atentar-se para as questões
pedagógicas em todo o seu planejamento e execução.
Conheçam, em profundidade, as características desses profissionais da escola.
Para tanto, as reuniões pedagógicas de trabalho “ocupam um espaço de destaque no
cenário das relações, não só por sua ocorrência, mas também por sua sistematização
e seu tempo de duração” (Torres, 2006, p. 45).
Essas reuniões também são espaços para a reflexão dos professores, momento de
avisos, informativo de diretrizes, discussão de situações-problema, aprendizagem.
É relevante para o coordenador organizar, previamente, a pauta das reuniões de
trabalho coletivo, tornando-as, assim, mais produtivas.
Dicas para se alcançar o sucesso nas reuniões de trabalho:
•-reveja os fatos que motivaram a reunião e certifique-se de que você está “por dentro”
dos assuntos a serem tratados;
•-não se esqueça de munir-se de todas as informações necessárias para fundamentar
decisões — deve-se decidir objetivamente e não a partir de impressões ou opiniões;
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•-tenha uma noção antecipada do perfil das pessoas que vão participar: se são
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responsabilidade;
•-se se promete que providências serão tomadas e não se cumpre, o grupo perde a
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confiança Faculdade
e passa a acreditar que as reuniões são inúteis (Gestão em rede, apud
UDEMO, 2001, p. 19).
A comunicação entre os atores é sumariamente importante para o desenvolvimento
da cultura organizacional, visto que muitas organizações escolares não têm uma
cultura que leve em consideração as diferentes vozes, pontos de vista distintos, ou
mesmo diversidade de ações e atitudes.
A função da supervisão escolar é, no contexto de sistema estadual ou municipal,
articular o grupo gestor na implementação das políticas educacionais nacionais,
estaduais, regionais e locais, identificando aspectos possíveis de aperfeiçoamento,
revisão ou inovação encontrados nos processos de aplicação de tais políticas. Em
sua ação supervisora está incluído o processo de avaliação nos variados aspectos
educacionais. Para tanto, sua análise não deve ser realizada de modo estagnado,
desvinculada do contexto escolar real. Para, então, sugerir uma proposta de
mudança, pode-se tomar como base os estudos de Glatter (1992, p. 146) sobre o
processo de mudança. O autor divide o processo de mudança em três fases:
•-iniciação: que trata da introdução de novas ideias e práticas e procura o apoio
institucional;
•-implementação: que operacionaliza as ideias na tentativa de colocação das
inovações em prática;
•-institucionalização (ou estabilização): quando as inovações são constituídas em
processos de rotina e normas, ou seja, tornam-se parte integrante da vida cotidiana
da escola.
Nessa perspectiva, para que o processo de acompanhamento e mudança seja
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