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Seminário

Cooperação
De acordo com o ICOM a cooperação deve acontecer entre a instituição e a comunidade
de origem do acervo sempre respeitando o significado daquele acervo a sua comunidade
de origem.
Deste modo, o grupo trouxe dois exemplos só para pontuar este tópico, o primeiro caso
de cooperação em museus que trazemos é o referente ao Museu Formosa do Sul em SC,
essa região de formosa do sul cresceu territorialmente com o povoamento de descentes
de imigrantes italianos, alemães e poloneses na região, por volta de 1950. Segundo o
senso de 2017 há 2.519 habitantes, sendo a região voltada a agricultura.
A criação do Museu Formosado Sul era um anseio antigo da comunidade, que desejava
ver representadas sua histórias, memórias e acervos, em um espaço de referência para os
moradores e visitantes. Assim, como sugere Rivièri (1989), o museu como um espelho
no qual a população possa se ver, se reconhecer e conquistar respeito e compreensão de
outras comunidades é um elemento capaz de ser uma ponte de conexão para diferentes
grupos da sociedade que desejam interagir, ou ainda que precisam ressignificar suas
formas de interação e sociabilidade.
A implantação do museu deu início em 2011 quando o munícipio de Formosa do Sul,
diante a demanda populacional pela criação de um centro de cultura ou memorial das
tradições e costumes locais fosse criado. Nessa data a prefeitura concorreu ao projeto
Mais Museus do IBRAM, com o interesse na “organização do acervo, elaboração do
plano museológico, projeto expográfico, capacitação e contratação de serviços
adequados para a implantação do museu”
O Edital proposto pelo IBRAM, através do Departamento de Difusão Fomento e
Economia dos Museus (DDFEM), visava selecionar “projetos técnicos com objetivo de
apoio financeiro para a implantação de museus em cidades com até 50 mil habitantes e
que não possuíssem instituição museológica estruturada” (IBRAM, 2011).
Foram selecionados 17 projetos em todo o Brasil, sendo um deles o do municípios de
Formosa do Sul A realização do projeto ocorreu a partir de 2013, tendo como primeira
etapa a sua criação oficial, o que ocorre com a Lei Municipal n.597/2013, vinculando o
Museu à Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, por meio do
Departamento de Cultura. A partir de então elaboraram com equipe técnica um plano
museológico para o museu, sendo sua missão
Missão: promover a interação da sociedade com o patrimônio cultural de Formosa do
Sul, com ênfase na sua história e memória, através da preservação, pesquisa e
comunicação dos bens culturais sob guarda da instituição, de forma democrática e
participativa.
Com esses princípios, o Museu é estruturado em caráter colaborativo com a
comunidade,
As motivações que levaram a implantação do Museu Formosa do Sul, conforme
apresenta a Cartilha de Apoio Didático da instituição, estão relacionadas a fatores como:
o município ainda não possuir museu próprio, pesquisas históricas na região indicarem
grande diversidades de experiências históricas e culturais e o desejo de ter uma
instituição que preserve essas experiências(BEN, 2016, p. 07).Esses fatores são
reforçados nas falas da comunidade durante o processo de implantação, pautadas pela
afirmação identitária e patrimonialização de memórias.
A exposição de longa duração, disposta na sala de entrada do Museu, apresenta a missão
da instituição, seu acervo e aspectos significativos da história da região, criando um
espaço de diálogo contínuo, em que é possível refletir sobre as relações humanas e
sociais, por meio de fotos, objetos, desenhos, painéis produzidos a partir da coloboração
com a comunidade.
Já a exposição temporária tem a função de estabelecer um com outras temáticas,
assuntos e expografias. A proposta dos percursos de visitação consiste em focalizar a
relação do Museu com a vida social da comunidade e os acervos de colecionadores
particulares, de forma que alguns acervos previamente mapeados entre os moradores
podem receber visita de pessoas interessadas em roteiros específicos no entorno da
instituição, tanto na zona urbana quanto rural.
As Linhas de Pesquisa do Museu Formosa do Sul apresentam potencial nas áreas:
institucional, desenvolvimento do território de Formosa do Sul e seu entorno, gênero,
etnias, trabalho e cotidiano, saberes tradicionais,
Em 2017 o Museu Formosa do Sul preparou a exposição Tempo di Recordare: saberes,
fazeres e expressões da cultura ítalo-brasileira no oeste catarinense.
Cuja pesquisa utilizou história oral dos descentes de imigrantes da região para
composição da exposição.
Para saber mais sobre o Museu Formosa do Sul, nós pesquisamos no artigo da ANPUH
de 2018 que aconteceu em SC, cujo tema do artigo é O Museu como patrimônio da
comunidade: reflexões sobre a implantação do Museu Formosa do Sul/SC
Se alguém quiser saber mais, nós temos o link e posso passar o pdf por aqui ta
bem?

Anais do XVII encontro estadual de Hsitória da ANPUH-SC em 2018.

Um segundo exemplo, também seguindo a linha de anseio social e programas de


incentivo a cultura, no estado de MG, mais específico em BH o Museu Comunitário do
Taquaril contou com a participação da comunidade em reuniões até para compor o
Plano Museológico.
Taquaril – O Conjunto Taquaril está localizado em uma das áreas de maior
vulnerabilidade de BH. A história do Taquaril relaciona-se à luta por moradia, tendo a
ocupação inciada a partir de 1981, e já tem população 7,7 mil pessoas. Atualmente,
projetos, movimentos e grupos culturais vêm promovendo a região e conquistando a
comunidade, como o grupo Juventude Hip Hop, que promove o Nós do Morro: A
cultura da massa brasileira, um evento que tem como objetivo reunir manifestações
artísticas da comunidade, numa mostra de música e dança voltada a toda a cidade.
Mas até chegar a sua fundação a comunidade do Taquaril em reuniões submeteu a
prefeitura um projeto com a intenção da criação de um museu na região, ao mesmo
tempo submeteram projeto ao programa Pontos de Memória criado em 2008.
O Programa é resultado da parceria entre os Programas Mais Cultura, do Ministério da
Cultura, e do Pronasci, do Ministério da Justiça, com apoio da Organização dos Estados
Ibero-americanos – OEI.
Esse programa tem como objetivo apoiar a criação de museus comunitários em regiões
metropolitanas do país, orientando e mobilizando as comunidades no sentido de apóiá-
las na proteção e potencialização da memória social e coletiva a partir de seus
moradores, suas origens, histórias e valores.
Após a inscrição no edital do programa, a aprovação e a elaboração do plano
museológico bem como a definição do lote onde o museu se encontra hoje, em 2010 a
primeira exposição contou com Fotografias, objetos de moradores, recortes e relatos
que deram o tom ao primeiro museu do bairro. O nome da exposição era “Fios da
Memória: tecendo os primeiros passos”. De acordo com a coordenadora do projeto na
época da fundação, em 2010, a muséologa Hélvia Vorcara, uma das ideias para o museu
é a criação de uma vídeo-cabine, para ficar registradas histórias de moradores da
comunidade para com isso criar um acervo digital.
O segundo exemplo, só para reforçar afinal foi dito pela Prof Marilia e Ju na aula sobre
origem de acervos, o Museu de Arqueologia e Etinologia da USP
MAE-USP
Em 2019, O MAE-USP convidou representantes dos grupos indígenas Kaingang,
Guarani Nhandewa e Terena para realizar a curadoria de uma exposição com as peças
dessas etnias. Todos os objetos foram selecionados pelos indígenas e a história é
contada em suas próprias palavras.

Então voltando ao inicio, onde aparece no ICOM os princípios sobre Origem de Acervo:
Os acervos dos museus refletem o patrimônio cultural e natural das comunidades de
origem. O caráter desses bens é além dos bens comuns sendo referências de
identidade nacional, regional como o caso do Museu de Formsa do Sul, étinica,
religiosa ou política; dessa forma no que diz respeito a cooperação na origem de
acervos os museus devem interagir com as comunidades as quais seu acervo provem,
compartilhando conhecimentos, documentação e o próprio acervo, ou seja, a ideia é
que haja dialogo inclusive para evitar interpretações equivocadas e problemas futuros
que podem incluir devolução e restituição de objetos.

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