Você está na página 1de 91

e

Cartografia Afetiva Rizomática Bruta


Lá e Cá em Cachoeira

APOIO:
Cartografia Afetiva Rizomática Bruta (CARB):
CARTOGRAFIA:
A cartografia, nesse caso, acompanha e se faz ao mesmo tempo que o
desmanchamento de certos mundos – sua perda de sentido – e a formação
de outros: mundos que se criam para expressar afetos contemporâneos, em
relação aos quais os universos vigentes tornaram-se obsoletos. (ROLNIK, Suely.
Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. 2.ed. Porto Alegre: Sulina; UFRGS,
2014, p. 23).

AFETIVA:
Afeto: as afecções do corpo, pelas quais sua potência de agir é aumentada
ou diminuída, estimulada ou refreada, e, ao mesmo tempo, as ideias dessas
afecções. (ESPINOSA, Baruch. Ética, Trad. Tomaz Tadeu. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008,
p.163).

Museologia Afetiva: uma museologia sensível e compreensiva, constituída


de novas formas de afetividade, respeito mútuo e indignação. (MINOM-
MOVIMENTO INTERNACIONAL PARA UMA NOVA MUSEOLOGIA. Declaração do Rio, 2013. Disponível em:
http://www.museologia-portugal.net/files/texto_de_apoio_04_minom_-_rio_0.pdf. ).

RIZOMÁTICA:
Rizoma: não cessa de conectar cadeias semióticas, organizações de poder,
ocorrências que remetem às artes, às ciências, às lutas sociais (DELEUZE, Gilles;
GUATTARI, Félix. Mil Platôs - capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Aurélio Guerra e Célia Pinto Costa.
Rio de Janeiro: 34, 1995, p. 14-15).

BRUTA:
Que não foi trabalhada nem polida: matéria bruta, diamante bruto
(https://www.dicio.com.br/bruto/).

Arte Bruta: uma operação artística de todo pura, bruta, reinventada


inteiramente em todas as suas fases pelo próprio autor [ou autora], à partir
somente de suas próprias impulsões (DIONISIO, GH. Espontaneidade e negação: o antídoto
do mal. In: O antídoto do mal: crítica de arte e loucura na modernidade brasileira [online]. Rio de
Janeiro: FIOCRUZ, 2012. Loucura & civilização collection, p. 115-177. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/b9ydg/pdf/dionisio-9788575415443-05.pdf.).
Oficinas Lá e Cá
Uma ação museal-museológica pedagógica, política e poética que
utiliza o registro de bens culturais afetivos de forma espontânea, livre e
lúdica (desenho de mapas e exposição dos mesmos); as oficinas Lá e
Cá são uma provocação.
Partem da apresentação comparativa de imagens de bens culturais
reconhecidos como tal em Goiás-GO (onde nasceu a oficina) e na
cidade onde está sendo realizada a ação. Em seguida, depois de uma
reflexão sobre por que, para que e para quem esses bens são eleitos
ao passo que outros são subestimados ou silenciados, as pessoas
participantes são convidadas a fazerem as suas próprias listas de bens
culturais que reconhecem e gostariam de ver figurar nos acervos dos
museus e outras instituições de pesquisa, preservação e comunicação
de memórias.
O tamanho e a faixa etária de cada turma são abertos: a depender do
número de inscritas e inscritos e da vontade deles, o trabalho é feito
individualmente, em duplas ou grupos maiores, podendo estar no
mesmo grupo crianças, adolescentes, adultas e idosas.
Numa dinâmica entremeada por diálogos acerca do embate entre o
patrimônio cultural oficial e a presença das comunidades na seleção e
gestão das suas próprias memórias e bens representativos, propõe a
substituição do Patrimônio – literalmente, herança do pai, do poder
patriarcal; muitas vezes impositivo, excludente, seletivo e elitista – por,
simplesmente, Herança Cultural, termo que consideramos mais
próximo de uma construção coletiva efetiva, afetiva, feita entre gente
que tem lembranças e referências em comum, que se olha olho no
olho, que se abraça quando é igual, que se abraça quando é diferente.
Nos dias 16 e 17 de junho de 2017 estivemos (o mUSgO e o MUCCA)
em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, com o pessoal da Associação de
Moradores Estáveis da Ladeira da Cadeia e na Fundação Hansen-Bahia.
O mUSgO (Museu dos Gostos Afetivos) é uma Performance Museal
Afetiva Rizomática Bruta – uma ideia e uma prática em elaboração,
uma experimentação. Em qualquer tempo ou lugar, no concreto ou
no virtual, de ninguém e de todo mundo. Não tem um conceito
fechado de memória nem de museu, já que há vários e cada qual
tem os seus. No seu conceito, museu é todo e qualquer desejo de
memória. Suas memórias são futuríveis: podem (ou não) acontecer,
podem ou não permanecer. Trabalha com a lógica do patrimônio
(herança paterna), do matrimônio (herança materna), do
fratrimônio (herança fraterna) e do filimônio (herança filial). Foi
parido em 2014 como Museu Sociocultural de Goiás, antes de se
jogar no mundo como Museu Sociofratrimonial dos Gostos e Afetos
e agora está assim... dos Gostos Afetivos, com o A de afeto, de amor
e de alegria afetando tudo o que faz. Para tentar comunicar as
coisas que vê, revê e transvê, usa as CARBs (Cartografias Afetivas
Rizomáticas Brutas): arquivos digitais que podem ser postados em
partes nas redes sociais, disponibilizados como e-book ou impressos
e transformados em Varais de Memórias, lâminas do Memória-
Poste-Parede-Muro e Envelope (projeto de intervenção urbana dos
museus Gandhaia) e compor Instalações Museais – exposições
artesanais transcolores; que juntam Sangue com Poesia, objetos
históricos e contemporâneos, “com valor” e “sem valor”, dos
Centros e das Periferias. Por acreditarmos que o que mais importam
são as ideias, os gostos e os afetos; cantar as memórias...
musgomuseologiaafetiva@gmail.com
Cachoeira, cidade histórica, cujo simbolismo de patrimônio nacional é
revelado em sua arquitetura, nas artes e nas manifestações cívicas e
religiosas. Desta carga historiográfica e patrimonial que a cidade de
Cachoeira carrega desde sua estruturação enquanto polo nas batalhas
pela independência do Brasil, verificamos um silenciamento quanto às
estruturação de um espaço responsável por dinamizar e tornar acessível à
massa os feitos e a carga histórica material e imaterial que esta cidade
carrega em seu nome, assim, surgiu a ideia da criação do MUCCA- Museu
da Cidade de Cachoeira, que tem por finalidade salvaguardar a memória,
o patrimônio cultural e a identidade local da cidade heroica por meio de
curadorias museológicas e no desenvolvimento patrimonial da cidade
focado no sistema educacional.
O MUCCA atuará dentro da cidade como um museu de percurso,
realizando exposições em espaços públicos e privados, palestras,
seminários, encontros, mesas de discussão, oficinas e cursos para toda
comunidade cachoeirana. Em paralelo às atividades citadas, estaremos
dando início ao site de mesmo nome (MUCCA), onde constarão as
pesquisas, acervos fotográficos, audiovisuais e textuais, registros das
exposições e demais atividades desenvolvidas, ou seja, toda produção que
for coletada junto à comunidade tornar-se-á acessível a mesma.
Trabalhamos com uma concepção social de museologia, estruturada pelos
moradores mais antigos da cidade um local no qual a população possa
identificar que a própria cidade é o museu, englobando seus distritos,
zonas rurais, remanescentes quilombolas, todo o conjunto arquitetônico,
ruas, becos, mercados, cemitérios, praças, jardins, manifestações culturais
(cívicas e religiosas), artes, culinária, igrejas, e tudo que a comunidade
cachoeirana identifica como patrimônio.
O MUCCA pretende ser um espaço de troca e produção de conhecimento
entre os mais diversos públicos, para tanto, salienta-se que, posteriormente,
intencionamos a implantação do museu em espaço físico.
Cachoeira tem sua memória histórica como atrativo turístico; as suas
manifestações culturais materiais e imateriais têm desenvolvido relações
econômicas e sociais que beneficiam a economia local. Não obstante, a
cidade ainda está desprovida de um museu que conte sua história, que trate
de salvaguardar esta carga memorial que lhe pertence, de dinamizar para
seus moradores seus bens patrimoniais e fazê-los sentir-se verdadeiramente
parte de uma cidade histórica, como produtores da preservação e
desenvolvimento econômico local levando em consideração a memória
histórica da cidade.
Esse projeto estará pautado também com a Política Nacional de Museus no
que diz respeito a Institucionalização da memória social e dos museus; -
Democratização e acesso aos bens culturais; - Reconhecimento e garantias
das comunidades na participação dos registros dos bens culturais; -
Aprofundar as relações entre o patrimônio cultural preservado e a sociedade
contemporânea; - Criação de uma política municipal de pesquisa, aquisição,
documentação, conservação e extroversão do patrimônio.
O museu terá ações voltadas para a preservação da memória, tendo em sua
equipe técnica profissionais com formação qualificada que estarão a serviço
do museu e da comunidade, atuando dentro dos parâmetros técnicos e
metodológicos da Museologia e da museologia social.
O Museu Cidade de Cachoeira irá contribuir para a divulgação desses
patrimônios, proporcionando mais visibilidade, despertando interesse de
pesquisadores, estudantes e turistas, ampliando o crescimento econômico.
As ações museológicas vêm se aprimorando e proporcionando a divulgação
dos acervos com a finalidade de expor, ensinar, questionar e refletir sobre as
cidades, os museus e seus acervos.
Esta é a proposta da criação do Museu da Cidade de Cachoeira, um espaço
amplo, que dinamize para todos os moradores locais as informações que no
geral ficam restritas ao ambiente acadêmico, assim se constitui o MUCCA - O
Museu da Cidade de Cachoeira.
Girlene Ferreira Santos, museóloga, formada pela Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Idealizadora do MUCCA.
Agente Cultural (RUBIM) Cultura, Educação & Comunicação.
Pesquisadora de Patrimônios e Coordenadora do Projeto
Livro/Baralho da Cidade de Cachoeira-BA. Coordenadora do
Projeto “Eu Moro Aqui” na cidade de Cachoeira –BA. Professora de
Artes. Pesquisadora em Ciência da Educação: Tecnologia na
Educação (IFMG). Curso de Formação Pedagógica para EAD (IFMS)
Extensão Universitária Formação de Mediadores de Educação para
Patrimônio (Fundação Demócrito Rocha) Especialização em
Educação Digital (UNEB)

Regina Hélia - Historiadora formada pela Universidade Federal do


Recôncavo da Bahia (UFRB) Especialista em História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia Baiano (IFBAIANO). Mestra em Estudos Africanos, Povos
Indígenas e Culturas Negras – PPGEAFIN (UNEB)

Vanusa Flor de Moraes - museóloga graduada pela UFRB,


mestranda em Museologia - UFBA. Pós Graduada em
Coordenação Pedagógica pelo Instituto Século XXI. Possui uma
trajetória acadêmica voltada à docência. Atuou como
professora substituta na UFRB onde ministrou as disciplinas
"Técnicas e Processos Artísticos" e "Conservação e Restauro
em meios Digitais". Participou da conservação de obras raras
pertencentes ao Memorial do Ensino Agrícola Superior da
Bahia ( MEASB) e de partituras históricas da Sociedade Lítero
Musical Minerva Cachoeirana. Atuou como representante
estudantil do PPG de Museologia da UFBA. Atualmente atua
como Coordenadora Pedagógica no Colégio Paraíso, pesquisadora CAPES com um
projeto voltado à Comunicação da coleção Curituba do Museu de Arqueologia de Xingó
(MAX), como professora de Sociologia, Filosofia e Atualidades no Colégio Paraíso e
Colégio Fundamental, acadêmica da Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas
(ALALF), onde ocupa a cadeira de número 7 e como consultora à instituições, auxiliando
na elaboração/ atualização de PPP e Regimento de acordo com a legislação vigente.
Lá e Cá em Cachoeira
Minha avó materna era de Cachoeira, do Caquende. De lá saiu ainda
menina para viver em Muritiba, de onde partiu quase menina pra lavar
roupas na beira do Dique do Tororó, em Salvador, bem na frente da Usina,
onde conheceu meu avô e nossa história começou (ou continuou).
Cresci indo de Salvador a Muritiba, onde ela ia rever parentes, sempre
passando (na ida ou na volta) por Santo Amaro, Cachoeira e São Félix.
Ainda hoje, eu (quando estou na Bahia), minha mãe (vez em quando) e
minhas tias fazemos essa viagem para visitar parentes em Muritiba.
Cachoeira faz parte das minhas entranhas, está gravada em meu coração.
É um sonho que ainda quero viver. Quando soube que na cidade havia
uma museóloga (igual a mim), com nome igual ao meu, logo me derreti e
corri atrás dela para fazermos alguma coisa juntas. Quando ela topou e me
disse que estava no processo de criação de um museu para a cidade (o
MUCCA) foi uma grande alegria, que somente aumentou quando
realizamos lá a oficina Lá e Cá.
Para mim foi mágico o encontro com o pessoal da Associação da Ladeira
da Cadeia e com o que estava na oficina na Fundação Hansen-Bahia.
Quanta gente bonita reunida no mesmo propósito de traçar novos rumos
para suas memórias, de buscar outros marcos que as representem, longe
do patrimônio consagrado que, geralmente, pouco ou nada as contempla!
É um pouco desta mágica que vocês verão nesta cartografia. O tanto que
essa gente é mesmo linda!
E antes que eu me esqueça, vida longa ao MUCCA e às nossas parcerias
(incluindo o povo da Ladeira da Cadeia e da Hansen-Bahia).

Girlene Chagas Bulhões, museóloga, idealizadora do Museus Gandhaia: um combo de três


performances museais – mUSgO, mUd (Museu Usina do Dique) e mOsCAs (Museu de Memórias de
Movimentos Sociais e outros Coletivos Afetivos)
Atenção!
Feita muito tempo depois da realização
das oficinas, esta cartografia está cheia
de lacunas, muitas informações foram
perdidas. Se for do seu gosto, por favor,
nos ajude trazendo novos dados que a
enriqueçam e identificando as pessoas
que aqui aparecem.
Você pode deixar um bilhete dentro do
saquinho correspondente ou
escrever um e-mail para
muccamuseumucca@gmail.com.
Se você está retratada ou retratado aqui
e não quer que sua foto, nome ou texto
apareça, é só nos avisar que a retiramos.

Boa viagem!
Goiás, 22 de maio de 2017.

PROPOSTA DE OFICINA

OFICINA CARTOGRAFIA AFETIVA SOCIOFRATRIMONIAL RIZOMÁTICA

PROPONENTES: Girlene Chagas Bulhões, museóloga; Girlene Ferreira, museóloga.

RESUMO DA PROPOSTA: Baseada na Cartografia Social, esta é uma ação educativa e


política, que consiste no mapeamento de bens culturais representativos para os
participantes da oficina, feito de forma lúdica e autônoma, numa dinâmica entremeada
por diálogos e reflexões críticas acerca do embate entre o patrimônio cultural oficial e a
presença das comunidades locais na escolha e gestão das suas próprias heranças culturais.
PROPOSTA DE DATA: 16-17/06/2017.
PROGRAMA DA OFICINA: Apresentação coletiva; exibição de PowerPoint com
imagens de bens culturais de Goiás; discussão sobre os conceitos de patrimônio,
fratrimônio e rizoma, elaboração das listas oficias de bens patrimoniais e gestão dos bens
culturais; desenho dos mapas (individualmente ou em grupos) em cartolinas ou papel A4,
com lápis ou canetas para colorir; exposição dos mapas em paredes, varais ou outros
suportes à disposição, em local a ser indicado pela organização do evento.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: livre, a depender do número de inscritos o trabalho
será feito individualmente, em duplas ou grupos maiores.
FAIXA ETÁRIA: livre, podendo estar na mesma turma crianças a partir de 09 anos,
jovens, adultos e idosos.
FUNCIONAMENTO: 01 turma a cada turno, podendo ser realizado em qualquer turno.
MATERIAL NECESSÁRIO: 01 computador; 01 aparelho Datashow; cartolinas ou papel
A4 (01 para cada participante); lápis ou canetas para colorir (quantidade suficiente para
número de inscritos); material para colar os mapas, a depender do local onde serão
expostos (cola, durex, fita adesiva, barbantes, pregadores de roupas).
Oficinas produzidas pelas equipes do mUSgO, do MUCCA, da
Associação de Moradores Estáveis da Ladeira da Cadeia e da Fundação
Hansen-Bahia. Ministrada pelas museólogas Girlene Chagas Bulhões e
Girlene Ferreira e pela educadora Aparecida Chagas Mendonça.
Oficina na

Samba de Roda Esmola Cantada na frente da sede da Associação / Foto: Lavínia Conceição
Em 1957, moradores e moradoras de um bairro
de Cachoeira, a Ladeira da Cadeia, encontraram
uma cruz de madeira abandonada, dando início
a uma história de devoção ao símbolo religioso.
Logo lhe deram o nome de Santa Cruz,
celebrada todo mês de setembro desde então.
A Esmola Cantada nasce com o objetivo de
pedir donativos para a realização desta festa.
Quem doava ganhava um samba de roda.
Assim surge o Samba de Roda Esmola Cantada
da Ladeira da Cadeia, hoje um dos grupos mais
representativos do Samba de Roda do
Recôncavo Baiano, manifestação cultural
declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade
pela Unesco (Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura).

Imagens da outra página e trechos da matéria de lançamento do CD do Samba


de Roda Esmola Cantada da Ladeira da Cadeia em 2018 disponíveis em:
http://www.cultura.ba.gov.br/2018/05/15648/Samba-de-Roda-Esmola-
Cantada-da-Ladeira-da-Cadeia-lanca-CD-em-Cachoeira.html
Por que era noite de
São João havia
balões no ar...
Na verdade, a noite ainda não era de
São João, era dia 16, mas (como todo
mundo sabe) no nordeste o mês
inteiro é de festa.

Por isso havia balões, bandeirinhas,


barraca com comidinhas típicas,
samba de roda no lugar de xote e
baião (afinal, é Cachoeira-BA,
meuzamô!) e no terreiro, vários
olhares incendiando nossos corações.
No dia seguinte, a oficina
foi na Fundação Hansen-
Bahia. De novo, a mesma
alegria, o mesmo tanto de
gente bonita e o mesmo
propósito de buscarmos,
juntas e juntos, “outras
palavras” museais para
contar nossa história,
outras memórias para
chamarmos de nossa!
Oficina na
Hansen Bahia e Ilse, sua esposa,
também artista, construíram em
Cachoeira e São Félix um mundo
particular para a sua fértil produção
artística e relação com o mundo.
Criaram a Fundação Hansen Bahia,
como um tributo de amor às cidades
geminadas e como um instrumento de
preservação da sua obra.
A criação da FHB se deu em 19 de abril
de 1976 por iniciativa do próprio
artista à época projetando a
preservação de seu legado artístico e
tornando-o base para a formação de
novos talentos da xilogravura.

Imagens da outra página e trechos do site da Fundação disponíveis em:


http://hansenbahia.com/2018/fundacao-hansen-bahia/
Mais de quatro anos
depois, recuperamos
duas listas de
presença, uma
relação de bens
culturais afetivos
citados na rodada de
conversa e 28
desenhos das duas
oficinas.
Listas de Presenças
Assinaram as listas marcadas como
“oficina a tarde”, sem especificação de
data nem local, nesta ordem:
Caine Mascarenhas de Jesus Santana
Miguel
Lorena da Silva Nascimento
Leonardo Lima dos Santos
Maria de Lourdes Lima Santos
Janaina Jamille do Nascimento
Isislayne Moreira dos Santos
Adriene Simão Cardoso
Alicia Gabrielle Alvarenga Matos
Valnélia da Silva Conceição

Adria Simão Cardoso


Yasmin Gerdiane Gomes Simão Moreira
Pedro Henrique Santos Raquel dos Reis
Riane Celi Mascarenhas Pinto
Anotações da partilha
dos bens culturais
afetivos lembrados
Na folha com anotações da rodada de
partilha oral dos bens culturais afetivos
lembrados, do total de 45 listados poucos
foram lembrados mais de uma vez:
Isabela: melhor amiga; Ted (ursinho de brinquedo);
espada de Power Ranges; Bia (cachorra); pôr-do-sol.

Irislene: Monte Sinai, Tanquinho de Feira, ponte de


Riachão de Jacuípe.

Azael Bastos: guerra de espadas de Cruz das Almas,


pipas, rua dos Artistas, feira do Rosarinho.

João: família, igreja de São Francisco do Paraguaçu.

Isaac: Cachoeirinha e rio Japonês, casas de


candomblé, movimento Hip Hop, capoeira, casarão
de Vitória.

Priscila: casa de Dona Dalva, casa da avó, terreiro de


candomblé de Pai Pedrinho, Alto Cucuí de Caboclo,
cemitério de Pedral, paredão, rua da Saudade.
Lucas: movimento Hip Hop, mandu, caruru,
Cachoeirinha de Muritiba.

Robert: cemitério (de Pedral, alemães), fotografia.

Pedro: casa da avó, família, móveis da casa


(cadeiras, prateleira, televisão, mesa), cozinha.

Girlene Ferreira: maniçoba, moqueca de petitinga,


Embalo da Ajuda.

Jomar: arte visual, esculturas de Cachoeira, Embalo


da Ajuda, Festa da Boa Morte.

Nos 28 desenhos que


também recuperamos,
aparecem outros bens:
23 bens culturais afetivos
identificados nos desenhos:
(sem contar os subitens. Aí são 41)

Yasmin Gerdiane: festa junina de São João


(fogueira, barraca junina).

Seu Valdomiro: forró tradicional.

Riane Mascarenhas: igrejas.

Dona Maria de Lourdes: Ladeira da Cadeia,


brincadeiras antigas (chicotinho queimado,
primeiro de abril, boca de forno, roda, três-três
passará, sapinho/sapinho, bater palmas, pombinha
branca, picula, brincar de se esconder).

Girlene Chagas Bulhões: charuto, forró, Ladeira da


Cadeia, navio Paraguaçu, Caquende, Ponte,
maniçoba, Mata Onça.
Sem identificação: Esmola Cantada.

Sem identificação: Embalo da Festa, Capela d’Ajuda


deu sinal, Igreja da Ajuda.

Sem identificação: música (reggae, samba de roda),


ponte Dom Pedro II, rio Paraguaçu, culinária
(acarajé, feijoada, maniçoba, licor), Câmara
Municipal, Ladeira da Cadeia.
Sem identificação
Sem identificação
Riane Mascarenhas, 12 anos

Leonardo, 08 anos
Yasmin Gerdiane Gomes Simão Moreira

Lauane, 06 anos
Sem identificação
Sem identificação
Janaína, 03 anos

Itana, 03 anos
Rafael, 04 anos

Sem identificação

Sem identificação
Gabriel, 05 anos
Miguel, 05 anos
Lorena, 08 anos

Adriele, 08 anos
Adriel, 08 anos
Pedro Henrique, 09 anos
Pedro Henrique, 09 anos
Isislayne
Seu Valdomiro Girlene Chagas Bulhões
D. Maria de Lourdes
Beco Dos Humildes
(Roberto Mendes)

São ruas descalças sem saídas,


Tão iguais a tantas vidas
Tão difíceis de morar
Esta gente humilde sem pertences
Muito embora nunca pense
Na beleza do lugar

Traz nas vestes simples de percal


O encardir de todo mal
Que esta vida nos lavou
Dorme em paz assim meus camaradas
Que esta vida inteira é nada
Nem dá tempo pra pensar
Põe no dia-a-dia o esquecimento
Tocado do sentimento
Que o tempo te emprestou
Dorme em paz assim, meus camaradas..
FONTE TIPOGRÁFICA:
ECOFONT, uma fonte que economiza 20% de tinta na impressão, devido à presença de
pequenos círculos em branco no design das letras e números, que dispensam o pigmento
sem afetar a legibilidade. Desenvolvida pela agência de comunicação holandesa Spranq, a
ECOFONT está disponível para download gratuito no site www.ecofont.com

Goiás-GO e Cachoeira-BA, dez/2021

Você também pode gostar