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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Recife, 21, agosto de 2022

Aluno: Artur Barbosa De Souza

Professor: Francisco Sá Barreto

Disciplina: Teoria dos Objetos e das coleções

Tema: Tensões e chaves conceituais para uma cultura material nos museus do século XXI

Para compreensão dos museus do século XXI, tendo em vistas as evoluções anteriores
dos gabinetes de curiosidade até a concepção, não homogênea, atual de museus; os museus
vêm em relação da nova museologia, tentando repensar seus ambientes, principalmente os
museus tradicionais institucionais, repensar e reabilitar as narrativas que eram apresentadas em
determinado museu é extremamente importante, que por muito tempo diversas narrativas que
não eram enxergadas, como a dos povos originários, negros e populações urbanas como a
LGBTQIA+, começam a ganhar corporeidade e voz no meio da grande massa, e muitas
narrativas podem ferir estes mencionados ou até mesmo ter criado barreiras para os próprios.

Com isso, tendo a dizer que por muito tempos museus e instituições museais e de
patrimônios contaram a história propicia para o poder que comandam a sociedade, que é o
poder da branquitude, hetero, cisgênero, com base nisso trago Cida Bento (2022, p.11):

“Assim vem sendo construída a história de instituições e da sociedade onde a


presença e a contribuição negras se tornam invisibilizadas. As instituições públicas,
privadas e da sociedade civil definem, regulamentam e transmitem um modo de
funcionamento que torna homogêneo e uniforme não só processos, ferramentas,
sistema de valores, mas também o perfil de seus empregados e lideranças,
majoritariamente masculino e branco.”

Coexistir com essa tirania da branquitude na sociedade e no capital acaba se tornando horrenda;
os setores socioculturais os quais deviam se interligar com as narrativas de um povo, ou do
meu povo, onde aqui nos marginalizam e excluem, “favelizando” ¹, acabam se tornando
passivos as narrativas constituídas da branquitude.

1: Apresento a palavra “ favelizando”, restruturada por mim, como uma palavra de força e de
identificação da marginalização socio capitalista.
Portanto, com essa analise bem aberta sobre os museus e instituições do século XXI
podemos analisar as tensões de museus europeus ondem se circundam sua materialidade dentro
dos museus com objetos frutos de etnocentrismo e genocídio de povos originário de colônias, as
cicatrizes de uma colonização fora o racismo presente em determinado país, trazendo um olhar
acerca da cultura é por exemplo que o acervo material da cultura afro-egípcia se encontra em
outras instituições que não são de onde eles vieram, como o museu britânico, por isso a conexões
culturais que dão valor significado e significância acabam se tornando mais esquecível e falha
para a população egípcia; podemos trazer esta narrativa para mais próximo, o Brasil que teve
seus primeiros museus instituídos durante o “Império Brasileiro” teve objetos indígenas de ciclo
de vida únicos surrupiados e por isso alguns povos pedem a repatriação para que eles possam
ter sua cultura respeitada. Mas é muito difícil algumas instituições repatrializar esses objetos
culturais tanto por apegos comerciais e de narrativas capitalista sobre a fetichização do objeto.

Ao retornarmos as tensões desse século XXI, essa contemporaneidade onde as tensões


capitalistas tornam a cultura um valor, um preço, uma etiqueta de loja de departamento, as
culturas se tornam fetiche ao olhar de outros de fora a dentro de museus, e narrativas da
branquitude fazem essa erotização, logo, mais costumeiramente em museus de arte, os preços
dos objetos em museus se torna algo principal para sua disposição no acervo, como no museu
do Louvre, onde se há peças com valores inestimados, e ali não se torna importante o valor
artístico cultural que por exemplo Leonardo Da Vinci teria dado ao fazer a “Mona Lisa”, e sim
o valor fruto da escassez de obras como está, Entretanto, nós falamos de uma relação Europa
– Europa, as narrativas se tornam cada vez mais diferentes quando se encaixam fora desse eixo,
onde o capitalismo dentro dos museus como o citado anteriormente o museu britânico onde
eles ocultam a relação de explorador/explorado, porque isso é uma forma de manutenção do
capital, por um lugar de fala de salvamento de peças de uma cultura afro.

Em conclusão pode-se listar com base no que trouxe, eixos que os museus
contemporâneos devem haver um discursão, são eles:

• Representação em museus, ou a falta delas (representação ≠ ocupação²);

2: a ocupação e a representação são diferentes, porque para representar você não precisa da
ocupação desses corpos, e ocupar é abrir espaços para que o corpo fale por si.
• Discursões sobre imagens que são exaltadas pela branquitude, entender e correlacionar
com as dinâmicas contemporâneas e se são necessariamente figuras a estarem a frente
da nossa cultura brasileira;
• Repatriação quando necessário
• Olhar material não capital a organização de museus

Com isso, lançamos um olhar em onde a museologia tendem a não valorização da


branquitude e o capital, e sim a valorização material da cultura, com respeito e dignidade das
culturas, em favorecimento de uma museologia mais equitativa.

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