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Governo do Estado do Rio Grande do Norte

Secretaria de Estado da Educação e da Cultura - SEEC


UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação – PROEG
Home Page: http://www.uern.br E-mail: proeg@uern.br UNIDADE: Campus Avançado
Pref. Walter de Sá Leitão
CURSO: História

Disciplina: Museologia
Professor: Dr. Naudiney de Castro Gonçalves
Aluno: João Igor da Cruz Luiz
Ano/Semestre: 2022.2

2ª Avaliação 29/03/2023

Resenha Crítica do livro O NASCIMENTO DOS MUSEUS BRASILEIROS


1870-1910

Atualmente o Brasil tem 3.894 museus cadastrados no Instituto Brasileiro de Museus


(IBRAM), esses museus estão divididos em públicos e privados e podem estar
organizados em dez tipologias diferentes de acervo, sendo elas, Antropologia e
Etnografia, Arqueologia, Artes Visuais, Arquivístico, Ciência e Tecnologia, Ciências
Naturais e História Natural, História, Imagem e Som, Virtual e Visual, os museus
brasileiros também estão divididos atualmente em oito temáticas principais, que são,
História, Defesa e Segurança Pública, Produção de Bens e Serviços, Meios de
Comunicação e Transportes, Educação, Esporte e Lazer, Antropologia e Arqueologia,
Artes, Arquitetura e Linguística, tal pluralidade não reflete somente a diversidade
cultural do País, como também a história dos museus no Brasil e suas consequências. O
surgimento dos museus brasileiros foi marcado pelo que foi nomeado de era dos
museus, o período que compreende o inicio no final do século XIX e início do século
XX, onde os museus estariam sendo internacionalmente o ápice de relevância social e
científica, nesse momento, o aumento de instituições museológicas em todo o país foi o
mais expressivo, e consequentemente os temas relativos a museologia começaram a ser
objetos de estudos nacionais. O museu real foi fundado no ano de 1918, a instituição
que virou o Museu Nacional foi criada por Dom João VI, O Museu Real focava mais
em exposições de Ciências Naturais, essa função de valorização do aspecto natural do
País em detrimento da história e da cultura foi a marca da grande parte dos museus
nascidos no século XIX. Em 1922 foi criado o Museu Histórico Nacional como parte
das comemorações do centenário da Independência, mais uma vez ressaltando a
importância dos museus como componentes da Identidade Nacional.
A museologia do século XIX trazia, portanto, um legado
momento, organizando sc enquanto instituições consagradas à
coque de certa forma permanece até nossos dias: a separação entre
leçio, preservação, exibição, estudo c interpretação de objetos
beleza e instrução, entre exposições estéticas c funcionais.
materiais. Como "museus etnológicos", eles se transformarão nos
A despeito das características particulares dos estabelecimentos,
arquivos do que os antropólogos chamavam de cultura material:
mentos destacados, pode-se afirmar que, apesar de os objetos "dos
outros", a vida humana, cuia similaridade ou diferenças por serem
ou poderem ser antigos, os museus de história natural são
constantemente coletada, classificada, comparada e observam uma
história recente. Surgiram nos últimos anos do século XIX, num
momento em que os museus conquistaram a curiosidade
renascentista, que marcou os anos de maior relevo e um novo
enquanto espaços onde a valorização, a expansão e a exploração, e
outras "excentricidades" do nosso mundo nação se faz ao mesmo
tempo "sujeito" e "objeto" da reflexão e do Oriente encontravam
agora lugar nesses museus, que se firmavam enquanto "lares
institucionais" de uma antropologia nascente. Internacionalmente,
a fundação de museus se estenderá pelo resto do século XIX,
seguindo modelos diversos. alguns se basearão nos padrões do
Peabody, focalizando preferencialmente a pré-história, a
arqueologia e a etnologia; outros, principalmente os da Europa
Continental, se constituirão em museus de cultura nacional.
(SCHWARCZ, São Paulo, 2001)
Os museus, de forma genérica no Brasil acabam sofrendo com a falta de atenção e de
cuidado com que as pessoas, o governo, as comunidades tem com eles, as pessoas
acabam sempre relutando em apoiar projetos na própria área e preferem projetos onde o
retorno seja mais efetivo, mais imediato. Um museu sem acervo, não é um museu, é um
lugar sem história, por exemplo, já aconteceu de colocarem fogo em muitos museus
nesse Brasil, então com esses incêndios, da pra se vê que esses museus assim, mais
antigos, desestruturados fisicamente, não tem uma valorização por meio da população, é
um museus sem vida, então nós temos que ter o bom censo de olhar para os acervos
históricos, olhar para o nosso patrimônio histórico, abraçar esse patrimônio histórico,
por que assim como as ferrovias, os museus também tem a sua importância, a sua
história, o patrimônio que se tem historicamente, a sua relação com as gerações antigas,
com as gerações atuais e com as gerações que ainda virão, pela imensidão de
documentos, de acervos que se tem nos museus, é importante que se cuide deles, ter
estratégias para sempre esses museus abertos, para que os governantes tenham a
educação, os museus como principais pautas nas suas ideias, e para isso façamos mais
visitas frequentes aos museus, levar as crianças, estar presente, mostrar, conhecer, ter
interesse, vivenciar aqueles objetos que ali estão, sedentos para nos comunicar como
chegaram até ali, qual a história deles, isso é muito importante, anda mais por que uma
sociedade sem memória é uma sociedade fadada a dominação.
Em sua nova fase os museus demarcam regras,
distinguem colegões e destacam o profissionalismo. Nesse sentido,
será interessante retomar o projeto personalista que cada museu
desenvolveu na figura de seus diretores gerais. A análise específica
oferece as relações de similaridade no que se refere ao momento
de formação, mas mantém os vínculos e formas de organização
que os distinguem enquanto espaços específicos de ciência. A
partir dos anos 80 do século XIX, os museus nacionais. entram em
um momento distinto de apogeu, quando não só se contratam
novos cientistas, mas se aparelham os estabelecimentos com vistas
a cumprir seus fins científicos. Essa nova era marca talvez o
momento de maior homogeneidade dos três museus, que Se revela
na figura forte de seus diretores, preenchendo todos os espaços
Vazios das estruturas desses estabelecimentos. Eles organizam
coleções, classificam objetos, elaboram as revistas (produzindo a
maior parte de seus artigos) e contratam o pessoal. Tanto nesses,
como em outros estabelecimentos contemporâneos (como o
Instituto Agronómico de Campinas e o Instituto Manguinhos),
"prevalecia a forte dependência de uma liderança pessoal
carismática", que condicionava a situação presente e futura.
(SCHWARCZ, São Paulo, 2001)
Um desafio que os museus tem é de trabalhar, de funcionar em meio a pandemia, de
como eles podem se manter abetos, de como trabalhar a memória nesse período, todo
museu deve pensar em como se inserir e guardar essa memória em um período tão
importante da sociedade brasileira e em todos os cantos do mundo estão pensando em
como manter essa memória para todos os cidadãos, como vamos lembrar desse período,
e de todos aqueles que se foram, pensar essa memória como um projeto de memória
profunda da sociedade, que possamos trabalhar para que esses museus sejam locais de
acolhimento desse processo, dessa dor e de uma memória da sociedade que esta vivendo
isso cotidianamente, e para isso, pode ter centros de memória nos centros das cidades e
que os museus ajudem nesse processo.
A chegada dos anos 20 marca o final dessa «era dos
museus" nacionais. Se não Se pode falar em "colapso
institucional" , pode-se dizer que os estabelecimentos locais
perlaram o seu "modelo enciclopédico", mudando seus projetos
grandiosos e transformando-se, mais claramente, em museus
exclusivamente dedicados às Ciências Naturais, por outro lado, o
declínio dessas instituições poderia estar vinculado também a uma
perspectiva mais nacional. Ou seja, segundo Schwartzman, vivia-
se o momento do sucesso da ciência aplicada — como a que se
fazia, por exemplo, em institutos como o Agronómico de
Campinas e o de Manguinhos.so Ou seja, nesse período buscava-
se de maneira mais direta uma educação técnica e de aplicação
prática, quer na área de saneamento público, quer nas questões de
incentivo à agricultura. "Na experiência da educação técnica, nos
sucessos alcançados na cultura de saúde pública por alguns feitos
expressivos na área da agricultura e pecuária, a ciência aplicada
brasileira parece ter atingido Seu auge nas primeiras décadas do
século". A chegada dos anos 20 marcará o fim da "era dos
museus" enquanto fenómeno mundial, a partir da crítica radical ao
paradigma de evolução que, até o momento, dava sustentação a
esse tipo de instituição. As críticas foram severas, principalmente
se pensarmos nas obras elaboradas pela escola culturalista de
Franz Boas, que basicamente se articula através dos
questionamentos ao conceito de evolução. A decadência dos
museus nos remete, portanto, não só a Outro contexto
institucional, mas também à crítica teórica a um paradigma até
então bastante consensual: o evolucionismo positivista em sua
vertente racial. O novo momento impunha aos museus a dura
condição de desmembramento e perda da autonomia, com a
concomitante vinculação a outros institutos e, no caso paulista, à
recém-criada universidade das ciências no Brasil. (SCHWARCZ,
São Paulo, 2001)
Museu é um lugar para estarmos conectados com a memória através do contato com o
passado e também no presente armazenando o que é único, é um conjunto de objetos
preservados ao longo do tempo com muitas histórias, culturas e diversidades, é um lugar
onde as pessoas vão para conhecer a história de sua cultura, é onde se preserva a
memória de uma cidade, de um País e de uma pessoa, é um lugar de histórias
interessantes que nos fazem viajar no tempo, é um local onde podemos reunir objetos
importantes de fatos históricos que aconteceram na nossa cidade, no nosso País ou nas
localidades, objetos esses que nos envolvem e nos falam sua história, que nos falam de
onde vieram, isso é um museu, por isso é muito importante preservarmos essa história,
preservar os museus, os documentos, os acervos. A era dos museus pode até acabar com
a criação dos museus, mas não acaba com a nossa história, com a nossa memória.

Referência Bibliográfica:
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O nascimento dos museus brasileiros: 1870-1910. História
da Ciências Sociais no Brasil. Tradução. São Paulo: Editora Sumaré, 2001

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