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Universidade da Amazônia

Museologia

Texto 01: JULIÃO, L. Apontamentos sobre a história do museu.


Caderno Diretrizes Museológicas parte I
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Origens do Museu: retoma a origem grega “Museion”: Templo
da Musas. Destinados a contemplação e estudos científicos.
Pouco usado durante o medievo e retomado no século XV.

Coleções principescas e Gabinetes de Curiosidades nos séculos


XV ao XVII. Estas coleções se tornaram museus no século XVIII,
mas ainda restritas a seus proprietários e pessoas próximas
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Concepção atual: forjada na Revolução Francesa, segundo
CHOAY, para proteger o patrimônio francês, o que resultou em
dois processos distintos: A transferência dos bens do clero, da
Coroa e dos emigrantes para a nação e o a iminência da
destruição que suscitou reação imediata.

Museus concebidos dentro do “espírito nacional” e que reuniram


testemunhos do domínio colonial. .
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Surgimento dos museus no Brasil: no século XIX por iniciativa
de D. João VI foi criado o Museu Real (1818); Museu do
Exército (1864); Museu da Marinha ( 1868); Museu Paranaense (
1876); Museu do IHGB ( 1894). Destaca-se dois etnográficos: O
Museu Goeldi ( 1866) e o Museu Paulista ( 1894)

Museu Nacional. Museu Paulista e Museu Goeldi X Museus


Etnográficos. Eram enciclopédicos, dedicados às ciências
naturais.
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Museu no século XIX: firmaram-se em dois modelos,
basicamente, aqueles alicerçados na história e na cultura
nacional, celebrativos; e os que surgiram do movimento
científico, de cunho evolucionista e voltados para a pré-história,
a arqueologia e a etnologia .

A questão nacional ganharia evidência no Brasil, sobretudo, a


partir de 1922 com a criação do Museu Histórico Nacional,
consagrado à história da pátria, organizado com o objetivo de
“educar o povo”
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Museu no século XIX: Museu Histórico Nacional, acabou por
catalisar e materializar as narrativas do IHGB sobre a história da
nação, a busca da coesão e da unidade nacional...a ausência de
conflitos, por tanto.

O SPHAN e a política de museus: os anos trinta do século XX,


trouxeram as políticas de patrimônio alinhadas ao Estado Novo.
A visão modernista – de um ´projeto de nação que ainda não
fora concluído – e a visão romântica e passadista representada
pelo MHN, entram em conflito
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O SPHAN e a política de museus: atuação tímida no campo da
museologia, mas com medidas que evitaram a evasão de
acervos ( PRONAPA e PRONAPABA); bem como o incentivo a
criação de outros museus nacionais: o MNBA ( 1937) no Rio de
janeiro; o Museu da Inconfidência (1938), em Ouro Preto; o
museu das Missões (1940), o Museu Imperial 91940) em
Petrópolis. A partir dos anos sessenta do século XX, com a
criação do Museu do Folclore ( 1968) anexo ao Museu da
República (1960) trazendo a noção binária de cultura
1. O que é Museologia
É a ciência que estuda o Fato Museal ( relação entre o
ser humano, o objeto e o cenário que é o Museu – (
Rússio , 1990)
Na prática, a museologia se vale de ações
museológicas que possuem metodologias distintas
para a Preservação de seus Acervos
• A preservação envolve a documentação
museológica e a conservação preventiva
• A Comunicação envolve a expografia e a ação
educativa
• Tais ações constroem a identidade institucional de
uma museu.
• Outras ações da instituição museu:
restauração, curadoria de coleções, pesquisa
de público, publicações dentre outras.
• Daí a necessidade de entender um a
museologia como um campo transdisciplinar
• A preservação do patrimônio constituído nos
museus deve ser orientada por normas e
procedimentos específicos
• Um resultado disso é “Código de Ética dos
profissionais de Museus “
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• Princípios da preservação patrimonial
• Os museus guardam coleções e as expõem, a partir de
tipologias diversas de acervos. São artefatos, bens
industrializados, ecofatos, biofatos, materiais de natureza
diversas...
• A partir dos anos 60 do século XX incluem-se
manifestações artísticas, testemunhos diversos, em
suportes igualmente diversificados: gravações sonoras,
vídeos, etc..
• Portanto, a característica principal do museu é o
colecionismo, enquanto testemunho materiais (e
imateriais) produzidos pelos seres humanos ( ou
selecionados por eles).
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• A responsabilidade do Museu é preservar estes
testemunhos. Relembrando que:
• Como prática universal, o colecionamento pode ser
percebido em diferentes sociedades, como o fez Marcel
Mauss, em sociedades tribais da Melanésia, na famosa
análise do Kula trobriandês, onde eram colecionados
colares e pequenos objetos com o objetivo de trocas
rituais
• Pode ainda haver um tipo de colecionamento no qual os
objetos selecionados não sirvam para ser armazenados,
mas sim distribuídos, consumidos ou mesmo queimados
e destruídos. É o caso da instigante análise de Marcel
Mauss sobre o potlatch , fenômeno disseminado entre
tribos do noroeste americano ( Fato Social Total)
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• Preservamos porque tem valor por:

• Raridade

• Ancestralidade

• Técnica de confecção

• Valor científico e cultural

• Preciosidade do material

• Mas importa para nos pensar a historicidade das coleções e


a possiblidade de gerar conhecimento acerca das relações
humanas
• Metodologias para a preservação:

• Documentação Museológica

• Conservação Preventiva

• Trabalho integrado que, de certa forma, trata da


“conservação intelectual” e da “conservação física”
dos acervos

• Como trabalho integrado requer clareza de


metodologia e princípios reguladores.
• Documentação Museológica

• A documentação de acervos é comum à vários campos de


saber: Biblioteconomia, arquivologia e a História!

• Documentar um acervo é ir além de sua de sua


materialidade, pois somente este aspecto não garante o seu
comhecimento

• Na relação dos humanos com os objetos que o cercam no


ambiente museal tem-se por parâmetro: A fidelidade da
documentalidade e da testemunhalidade.

• Documento : docere : ensinar

• Testemunho : testimonium : testificar : atestar


• Quando se reconhecem no objeto as
características mencionadas ( ensinar,
testemunhar) esses são musealizados,
para garantir sua integridade. Justifica-se
assim, sua retirada do fluxo da vida
cotidiana, funcional – destaca-se seu
aspecto de representação –
representatividade – testemunho!
• Busca-se por meio da documentação
reunir, organizar, produzir,
disponibilizar e preservar as
informações intrínsecas e extrínsecas
das coleções.
• Informações como histórico do objeto,
formas de aquisição, usos permitem
estabelecer correlação com outras
coleções
• Assim, todos os objetos precisam de
informação – registro e identificação-
• A pesquisa no campo da documentação museológica
procura organizar, produzir ou recuperar as informações
acerca das coleções. Dá conta da “biografia” dos objetos
por meio de identificação, classificação, inventários,
catalogação dentre outros procedimentos

• Por fim, depois dos trabalhos dos “bastidores” com as


coleções, elas são comunicadas, publicizadas à sociedade.
Esta comunicação ocorre por meio de exposições,
catálogos, livros, mostras dentre outros

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