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ASSU – RN
Setembro/ 2022
JOÃO IGOR DA CRUZ LUIZ
ASSU – RN
Setembro/ 2022
A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LAJES/RN: HISTÓRIA, MEMÓRIA E
PATRIMÔNIO
Elaborada por:
BANCA EXAMINADORA
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ASSÚ - RN
Setembro/ 2022
AGRADECIMENTOS
The railways, the locomotives brought with them the economic and technological
advance. The novelty was in the speed of this new means of rapid transport, which
provided efficiency in the flow of production and in the transport of passengers. In
Brazil, railroads began to be built in 1854 on the initiative of Irineu Evangelista de
Souza, the Baron of Mauá, encouraged by the imperial government. In Rio Grande do
Norte, the first railroad built was the Estrada de Ferro Natal-Nova Cruz, inaugurated in
1883, followed by the Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, inaugurated in
1906, and the Estrada de Ferro, Mossoró-Souza. -PB, opened in 1915. In Lajes the
railway line arrived in 1918. The Lajes railway station is a material and immaterial asset
for its population for having boosted the economy, technology, improvements for the
Municipality, so the residents of Lajes has an appreciation, a patrimonial, affective and
historical relationship with the station. In this sense, this monograph verifies the
importance of the railway station for the residents of Lajes as a memory center,
investigates the history/historical aspects of the Lajes-RN Railway Station, analyzes the
importance of the railway station as a material center and seeks to understand the
importance from the railway station as an affective center for Lajense. Therefore, it is
emphasized that the Monograph is of importance for contributing to the studies related
to the history of the Lajes railway station
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................08
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................35
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................43
7 REFERÊNCIAS..........................................................................................................45
8 APÊNDICES...............................................................................................................48
9 ANEXOS......................................................................................................................50
8
1 INTRODUÇÃO
Esta monografia verifica a importância da estação ferroviária para os moradores
de Lajes/RN enquanto centro de memória. Desde a sua origem no Brasil e no Rio
Grande do Norte, a ferrovia assumiu grande importância para importação e exportação
enriquecendo a economia no auge das atividades açucareira, carvoeira, cafeeira,
algodoeira e curtidor e revolucionou positivamente para o cenário que beneficiou a
população.
Nosso objetivo de pesquisa é verificar a importância da estação ferroviária para
os moradores de Lajes enquanto patrimônio material e imaterial. Como objetivos
específicos se tem: buscamos investigar a história/aspectos históricos da Estação
Ferroviária de Lajes-RN, analisar a importância da estação ferroviária enquanto centro
material, compreender a importância da estação ferroviária enquanto centro imaterial,
apresentar a importância da estação ferroviária enquanto centro afetivo para o lajense.
Apresentamos um breve balanço da história da ferrovia no Brasil e o processo de
ampliação da rede por todo o país, alcançando o Rio Grande do Norte no início do
século XX. Objetivamos por fim analisar quais as percepções que os lajenses têm da
Estação Ferroviária, seja dos seus significados para a história social, econômica e
cultural do município, bem como sua importância da estação ferroviária enquanto
patrimônio material e imaterial, para a população lajense. O limite temporal é o ano de
2018 até 2020. Sendo assim a problemática que dá início ao estudo do texto, ao
levantamento dos dados é qual a importância da estação ferroviária para os moradores
de Lajes enquanto ponto histórico, história e patrimônio.
O recorte temporal da pesquisa se situa entre o ano de 2018 e 2020 e para
realização da pesquisa adotamos a seguinte metodologia: levantamento da bibliografia
geral sobre a ferrovia no Brasil e no Rio Grande do Norte, análise de fontes diversas que
se encontram nos arquivos virtuais e se constituem como centros de memória da
ferrovia no Brasil. Ainda nesse percurso, realizamos busca por fontes históricas sobre a
Estação Ferroviária de Lajes em acervos disponíveis na web e ainda, para atender o
objetivo de compreender a percepção dos lajenses sobre a Estação Ferroviário,
produzimos um questionário no google forms e encaminhamos a diversas pessoas,
sendo respondido por 23 destas, cujo perfil apresentaremos no capítulo final desta
monografia.
A estação ferroviária de Lajes foi inaugurada em 1918 e se situa no km 149 da
linha tronco da EFCRN - Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Chamou-se
9
por algum tempo Itaretama. É nela que se encontra o entroncamento do ramal que segue
para Afonso Bezerra até chegar a Macau.
Os tramites das buscas para a preservação da estação ferroviária de Lajes,
iniciasse no ano de 2013, com a autorização oficializado o uso e intervenção na estação
ferroviária pelo DENIT.
Senhor Prefeito ,
1. Versa o presente sobre o Ofício nº 186/2013 – GP, pelo qual a
Prefeitura Municipal de Lajes – RN solicita a cessão uso da estação
Ferroviaria de Lajes, número patrimonial – NBP 1240113, com o
objetivo de implementação do Museu Alzira Soriano e de biblioteca
pública, obras de grande abrangência social. (DNIT, 2013, p. 1).
No ano de 2016 a prefeitura de Lajes em nome do atual prefeito Luiz Benes
Leocádio de Araújo, mobiliza um compromisso perante o DNIT – Diretoria de
Infraestrutura Ferroviária com o Objetivo de: “Proteção e preservação do patrimônio
cultural ferroviário do estado do rio grande do norte – município de Lajes.”(DNIT,
2016, p. 1). Dando assim uma real relevância a história da estação ferroviária e sua
relevância perante a comunidade Lajense.
Como é fundamental a abordagem qualitativa, optou-se pela metodologia do
estudo de caso haja vista ter como campo de pesquisa a estação ferroviária de Lajes /RN
que passa a ser definida através de grupo focal a ser entrevistado. Como afirma Coelho
(2017 Estudo de caso: como utilizar no TCC, na pesquisa científica e nos
negócios.1) o estudo de caso é um método de pesquisa para observar um tema na
realidade buscando explicar a totalidade dos fenômenos presentes, discorrer diálogos
entre pensadores e teóricos que elucida sobre as interações e vivências do indivíduo
com o seu meio no âmbito do território e espaço social de convivência coletiva para
formação de sujeito subjetivo, sendo utilizadas como fontes de pesquisas as teorias de,
Wagner Rodrigues, (2006); Pedro Vasquez, (2010); Antônio Quintela, (2011); Aline
Rodrigues, (2015), dentre outros para uma elaboração de caráter qualitativo sobre o
tema abordado que é a estação ferroviária de Lajes/RN como história, memória e
patrimônio.
Como ferramenta de pesquisa utilizamos uma variada bibliografia específica
sobre a história da ferrovia no Brasil e no Rio Grande do Norte e nos valemos também
da produção de fontes orais. Para estas últimas realizamos entrevistas estruturadas com
1
COELHO, Beatriz. 2017 Estudo de caso: como utilizar no TCC, na pesquisa científica e nos
negócios. Disponível em <https://blog.mettzer.com/estudo-de-caso/> Acesso em 25/11/2020.
10
agentes políticos que estão diretamente vinculados a Estação das Artes Poeta Antônio
Cruz e dois antigos maquinistas da Rede Ferroviária Federal.
Nesse intuito, a monografia é composta por três capítulos que buscam atender a
objetivos específicos, O primeiro capitulo apresenta-se como uma breve história da
ferrovia: dos primórdios no Brasil a sua chegada no Rio Grande do Norte e no
município de Lajes, situado na região imediata do Açu. O segundo capítulo trata da
estação ferroviária de Lajes e sua relação com a população enquanto bem material e
imaterial, a relação econômica da estação ferroviária com a população de Lajes e a
relação afetiva e sócio histórica que os lajenses tem com esta.
E, por último, mas não menos importante, o terceiro capítulo traz um dialogo
obtido por meio de entrevista sendo tomados como grupos focais nesta pesquisa o
secretaria de cultura, e a agente da casa de cultura Alzira Soriano, assim como 2 ex-
funcionários da ferrovia no período de atividade ferroviária sendo estes moradores e
representantes municipais. Totalizando um grupo de pesquisado de 4 pessoas.
O estudo sobre esta temática será de grande utilidade, tanto para futuras
pesquisas sobre o assunto quanto para a contribuição histórica nas memórias dos
cidadãos lajenses sobre este fato que traz o impulso àqueles que lembram da estação
ferroviária na cidade, a todos que vivenciaram e presenciaram a implantação da linha
férrea e os que desfrutaram dos privilégios da mesma. O estudo sobre esta temática tem
relevância acadêmica pois contribuirá para fortalecer a produção historiográfica acerca
da temática especialmente por trazer a relação história, memória e patrimônio.
A monografia é composta por três capítulos que buscam atender aos objetivos
específicos propostos. Desse modo, o primeiro capítulo apresenta uma breve história da
ferrovia no Brasil, o segundo capítulo trata da chegada da ferrovia no Rio Grande do
Norte e a expansão da malha que chega ao município de Lajes e o terceiro e último
capítulo abordará a relação Patrimônio e Memória na perspectiva de pensar os
significados da Estação para os lajenses.
11
2
VASQUEZ, Pedro Karp. Nos Trilhos do Progresso: a ferrovia no Brasil imperial vista pela fotografia
& Ferrovia e Fotografia no Brasil da Primeira República. Metalivros, São Paulo. 283 p. : doente.
(algumas col) 22x31cm.
Disponívelem:<http://bri.garderobnaya.su/nos_trilhos_do_progresso_a_ferroviano_bras
il_imperial_vista_pela_fotografia_162672-fb2-download.html>Acessado em. 12/ 03/ 2021.
3
QUINTELA, A. C. AS FERROVIAS NO ENSAIO BRASIL, LA GRAN POTENCIA DEL SIGLO
XXI. Revista UFG, Goiânia, v. 13, n. 11, 2017. Disponível em:
https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48409. Acesso em: 14 jun. 2022.
12
6
Idem, pág. 2 e 3
7
CASTRO, Ana Célia. 1979 AS EMPRESAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL: 1860-1913, RIO DE
JANEIRO. Dissertação (mestrado)-Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e
Ciencias Humanas. Campinas, SP. Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/285789>Acessado em. 12/ 03/ 2021.
14
Compreendemos que as ferrovias tiveram seu surgimento há uns 200 anos atrás,
primeiro com leis para construí-las e depois para a realização das mesmas. Segundo
Góes (1993 A EVOLUÇÃO FERROVIÁRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
“ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS” (1880-1920).)8, “Pouco mais de cinco
anos desde o surgimento da estrada de ferro no mundo, o Brasil tratou de introduzir no
país tão importante invenção, através da primeira lei ferroviária "Lei Feijó" sancionada
pelo Regente, aos 31 de outubro de 1835”. As ferrovias tiveram como meio de
necessidade a exportação do café, do açúcar, do algodão, de água, de carvão, de couro e
peles que iriam trazer muito lucro, muitas melhorias, um alto índice econômico por
parte desses produtos, a primeira linha férrea tinha pouco mais de 14 quilômetros no
trajeto.
Ana Célia Castro (1979 AS EMPRESAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL: 1860-1913, RIO
DE JANEIRO)9 separa as ferrovias em três partes importantes, as da cana de açúcar, as
de integração que até 1900 eram pouco expressivas e as do café. Nos dois primeiros
grupos seria bem maior a importância do recurso estrangeiro, concentrado nas regiões
do extremo Sul, ou seja, em alta quantidade no extremo Sul.
O capital internacional foi bastante significativo nas linhas férreas dos Estados
do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Dos 490 km construídos até o ano de 1886 na
área capixaba, somente 218 provinham do capital inglês. Eram de capital nacional todas
as 18 ferrovias da área fluminense dessa mesma época. Eram 1.471,541 km construídos
pelos empresários brasileiros totalizados. A importância do recurso estrangeiro, o
britânico principalmente, era relativa nas linhas férreas do Sudeste é relatado pelo
estudo de Andréa Rabello. (1996, p, 124 Os Caminhos de Ferro da Província do Rio
de Janeiro: ferrovias e café na 2ª metade do século XIX. Nitéroi-RJ. Dissertação
(Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense)10. A autora diz que não
8
GOES, Carlos Alberto Varela de. 1993 A EVOLUÇÃO FERROVIÁRIA DO RIO GRANDE DO
NORTE “ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS” (1880-1920). "Monografia apresentada a Di sei
piina Prática de Pesquisa Históricat exigida para obtenção do grau de Bacharel em História".
Disponível em:<http://www.repositoriolabim.cchla.ufrn.br/bitstream/123456789/196/1/A%20EVOLU
%C3%87%C3%83O%20FERROVI%C3%81RIA%20DO%20RIO%20GRANDE%20DO%20NORTE
%20ASPECTOS%20ECON%C3%94MICOS%20E%20SOCIAL%20%201880-1920.pdf. Acesso em:
20/06/2022
9
CASTRO, Ana Célia. 1979 AS EMPRESAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL: 1860-1913, RIO DE
JANEIRO. Dissertação (mestrado)-Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e
Ciencias Humanas. Campinas, SP. Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/285789>Acessado em. 12/ 03/ 2021.
10
RABELLO, Andréa. 1996, p. 124 Os Caminhos de Ferro da Província do Rio de Janeiro: ferrovias
e café na 2ª metade do século XIX. Nitéroi-RJ. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade
Federal Fluminense. Disponível em: https://www.historia.uff.br/academico/pt-br/dissertacoes-e-
15
houve recursos da Inglaterra nas linhas férreas fluminenses até o final do império. A sua
fixação contou apenas com a cooperação do investimento nacional, público ou privado.
Entretanto, a tecnologia, a matéria-prima, o maquinário e o combustível utilizados,
vinham de países diferentes, como a França e os Estados Unidos, e não especificamente
da Inglaterra como presumia-se. Tinha, ainda, as próprias oficinas nacionais para a
conservação e até a criação de vagões para várias empresas.
Segundo Paula:
Com o desenvolvimento da industrialização mais acelerado, após
1945, firmou-se o caminho de uma economia voltada para a produção
e exportação de produtos primários para outra mais voltada para o
mercado interno, tendo na indústria seu carro-chefe. A partir de 1950,
incrementava-se a entrada de maciços investimentos estrangeiros,
principalmente de capital norte-americano. 11
13
PAULA, Dilma Andrade de. 2008 154 ANOS DE FERROVIAS NO BRASIL: PARA ONDE
CAMINHA ESSE TREM? 2008. História Revista, Goiânia, 13, n. p. 45-69, jan./jun. 2008. V – I.
Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?
codigo=4852235. Acesso em: 20/06/2022.
14
PAULA, Dilma Andrade de. 2008 154 ANOS DE FERROVIAS NO BRASIL: PARA ONDE
CAMINHA ESSE TREM? 2008. História Revista, Goiânia, 13, n. p. 45-69, jan./jun. 2008. V – I.
Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?
codigo=4852235. Acesso em: 20/06/2022.
15
JUNIOR, Agnaldo Oliveira Moura. ABREU, Guilherme Rodrigues de. JUNIOR, Zilmar Alcântara.
JUNIOR, Dario Moreira Pinto. SHITSUKA, Dorlivete Moreira. 2018 Malha Ferroviária de 1890 a
2016: uma estrutura desfragmentada na história brasileira. Research, Society and Development, v.
7, n. 9, p. 01-18, e1379442, 2018 ISSN 2525-3409 (CC BY 4.0). Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/5606/560659016019/560659016019.pdf Acesso em: 20/06/2022.
17
Fonte:chromeextension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://hcurb.ct.ufrn.br/
_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_48.pdf
17
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de; FERREIRA, Ângela Lúcia de Araújo. 2007 AS
ESTAÇÕES DE TREM DO RIO GRANDE DO NORTE: Um estudo sobre a sua implantação no
ambiente urbano e inventário de suas condições atuais 2007. Disponível em:
http://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovincul ado_48.pdf. Acessado em.
12/03/2021
18
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de; FERREIRA, Ângela Lúcia de Araújo. 2007, p. 3 AS
ESTAÇÕES DE TREM DO RIO GRANDE DO NORTE: Um estudo sobre a sua implantação no
ambiente urbano e inventário de suas condições atuais 2007. Disponível em:
http://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovincul ado_48.pdf. Acessado em.
12/03/2021.
19
República. O Estado do Rio Grande do Norte possui três ramais ferroviários, são eles
Natal a Nova Cruz, a Sampaio Correia e a de Mossoró a São Francisco. No dia 8 de
agosto de 1873 dispôs a Lei Provincial de número 682 que permitiu a Cícero de Pontes
e outros que construíssem uma linha férrea que fizesse a ligação de Natal a Nova Cruz.
(GOES, 1993 A EVOLUÇÃO FERROVIÁRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
“ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS” (1880-1920). 19).
19
GOES, Carlos Alberto Varela de. 1993 A EVOLUÇÃO FERROVIÁRIA DO RIO GRANDE DO
NORTE “ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS” (1880-1920). "Monografia apresentada a Di
sei piina Prática de Pesquisa Históricat exigida para obtenção do grau de Bacharel em História".
Disponívelem:<http://www.repositoriolabim.cchla.ufrn.br/bitstream/123456789/196/1/A
%20EVOLU%C3%87%C3%83O%20FERROVI%C3%81RIA%20DO%20RIO%20GRANDE
%20DO%20NORTE%20ASPECTOS%20ECON%C3%94MICOS%20E%20SOCIAL
%20%201880-1920.pdf. Acesso em: 20/06/2022
20
GOES, Carlos Alberto Varela de. 1993, p. 14 A EVOLUÇÃO FERROVIÁRIA DO RIO GRANDE
DO NORTE “ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS” (1880-1920). "Monografia apresentada a
Di sei piina Prática de Pesquisa Históricat exigida para obtenção do grau de Bacharel em História".
Disponívelem:<http://www.repositoriolabim.cchla.ufrn.br/bitstream/123456789/196/1/A
%20EVOLU%C3%87%C3%83O%20FERROVI%C3%81RIA%20DO%20RIO%20GRANDE
%20DO%20NORTE%20ASPECTOS%20ECON%C3%94MICOS%20E%20SOCIAL
%20%201880-1920.pdf. Acesso em: 20/06/2022
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No ano de 2014 Santos (2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte
em taipu-rn: transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016.)23, nos retrata que o
trem no Estado do Rio Grande do Norte foi administrado pela CBTU - Companhia
Brasileira de Trens Urbanos, que ficava na região Central de Natal. Por um sistema que
era duas linhas divididas, Natal - Ceará-Mirim, na Zona Norte, com extensão de 38, 5
km e a de Natal - Parnamirim, na Zona Sul, com extensão de 17, 7 km. Segundo Santos
os dados estatísticos da CBTU, eram realizadas diariamente 24 viagens pela empresa a
22 estações, nas duas linhas Sul e Norte era transportada em media de 8.482
passageiros, segundo afirma a CBTU.
As linhas férreas e os trens são uns grandes símbolos imponentes, e por onde
passa cativando às pessoas, trazendo e levando mercadorias e pessoas em geral
proporcionando ema relação econômica e afetiva, sendo estes símbolos arquitetônicos e
da identidade cultural das cidades onde as linhas férreas passavam. No Estado do Rio
Grande do Norte podem ser citadas como símbolos arquitetônicos históricos e culturais
as estações da Ribeira inaugurada no ano de 1881 que faz parte da linha férrea de Natal
- Nova Cruz, e a estação da Esplanada Silva Jardim que fica nas Rocas e foi construída
no ano de 1917, e que faz parte da Estrada de Ferro Central do Estado do Rio Grande do
Norte, essas estações ficam em Natal, na capital potiguar. (SANTOS, 2016 Estrada de
21
GOES, Carlos Alberto Varela de. 1993 A EVOLUÇÃO FERROVIÁRIA DO RIO GRANDE DO
NORTE “ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS” (1880-1920). "Monografia apresentada a Di
sei piina Prática de Pesquisa Históricat exigida para obtenção do grau de Bacharel em História".
Disponívelem:<http://www.repositoriolabim.cchla.ufrn.br/bitstream/123456789/196/1/A
%20EVOLU%C3%87%C3%83O%20FERROVI%C3%81RIA%20DO%20RIO%20GRANDE
%20DO%20NORTE%20ASPECTOS%20ECON%C3%94MICOS%20E%20SOCIAL
%20%201880-1920.pdf. Acesso em: 20/06/2022
22
SANTOS, João Batista dos. 2016, p. 10 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-
rn: transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
23
SANTOS, João Batista dos. 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn:
transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
21
24
SANTOS, João Batista dos. 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn:
transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
25
SANTOS, João Batista dos. 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn:
transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
22
estação na cidade. (SANTOS, 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte
em taipu-rn: transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016.26).
Tem somente três estações no ramal de Macau que respectivamente são as
estações de Pedro Avelino-RN, Afonso Bezerra-RN e Macau. Destas três estações a de
Pedro Avelino é a mais antiga, que foi inaugurada no ano de 1922, a estação de Afonso
Bezerra foi inaugurada na década de 1950 e possui uma configuração arquitetônica
dessa época, e no ano de 1962 foi inaugurada a estação de Macau, ela foi construída
com marquise e concreto armado, se diferenciando assim das demais estações da linha
férrea. Entretanto todas têm suas próprias características, e por essas características que
as dão a importância histórica para a memória das cidades a que fazem parte e da
EFCRN. Entretanto no ano de 2014 às estações de Pedro Avelino e Afonso Bezerra
estavam em estado de abandono, por falta de cuidados estava ameaçando desabar. Até o
ano de 1982, especificamente em outubro daquele ano, acabava o transporte de
passageiros de Natal a Macau, porque os trens de passageiros tinham sido suprimidos.
Em meados de 1980 o transporte de passageiros foi realizado somente por empresa de
ônibus, mais precisamente pela empresa Expressa Cabral. Ela realiza, desde então, a
mesma rota do ramal ferroviário Natal-Macau pela BR 406. (SANTOS, 2016 Estrada
de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn: transformações espaciais e
memória. Natal/RN. 2016.27).
Em meados de 1990 foram os trens de carga que deixaram de circular na linha
férrea. No ano de 1996 a RFFSA teve as suas linhas divididas e foi privatizada por
empresas como a Ferrovia do Centro Atlântica - FCA, a Estrada de Ferro Vitória -
Minas, e a MRS Logística. Com o fim da RFFSA, desde que a linha férrea Natal-Macau
foi desativada que não circula mais trens nesse ramal. Os trechos das linhas férreas
Natal-Angicos e Natal-Macau da antiga EFCRN estão desativados. No ano de 1996
ocorreu o processo de desativação da Ferrovia com o leilão da malha ferroviária do
Nordeste que aconteceu no mesmo ano. A RFFSA foi extinta no ano de 1998, era ela
quem administrava as linhas férreas no Estado do Rio Grande do Norte. Situação
parecida foi a da antiga EFCRN, onde os trilhos permanecem, mas por causa da ação do
tempo, ou até mesmo, sendo ocupados de maneira incorreta com construções às
26
SANTOS, João Batista dos. 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn:
transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
27
SANTOS, João Batista dos. 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn:
transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
23
margens dos trilhos, eles se deterioram cada vez mais. Já nas demais estações entre
Nova Cruz e Macau permanecem em diversas situações, exceto as estações de
Montanhas, Pedro Velho e São José de Mipibu que já estão demolidas. (SANTOS, 2016
Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn: transformações
espaciais e memória. Natal/RN. 2016.28).
Algumas estações foram tombadas e servem como centros de culturas
(Ceará-Mirim e Angicos), outras passam por situações ameaçadoras
correndo o risco de ruir, tamanha falta de preservação, como é o caso
de Pedro Avelino e Afonso Bezerra, que se encontram em estado de
abandono. Já as estações de Pedra Preta, João Câmara e Taipu
serviram ou servem como residência de ex-funcionários da extinta
RFFSA. Como já dito anteriormente, a estação de São Rafael foi
demolida, sendo a única da EFCRN que não existe mais. (SANTOS,
2016, p.119 Estrada de ferro central do rio grande do norte em
taipu-rn: transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016.29).
28
SANTOS, João Batista dos. 2016 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-rn:
transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
29
SANTOS, João Batista dos. 2016, p. 119 Estrada de ferro central do rio grande do norte em taipu-
rn: transformações espaciais e memória. Natal/RN. 2016. Disponível em:<
https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/951> Acessado em 15/01/2022.
24
30
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de; FERREIRA, Ângela Lúcia de Araújo. 2007 AS
ESTAÇÕES DE TREM DO RIO GRANDE DO NORTE: Um estudo sobre a sua implantação no
ambiente urbano e inventário de suas condições atuais 2007. Disponível em:
http://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovincul ado_48.pdf. Acessado em.
12/03/2021.
31
Lajes.rn.gov prefeitura realiza a entrega da estação ferroviária de Lajes. Lajes/RN.
Disponívelem:<https://lajes.rn.gov.br/prefeitura-realiza-a-entrega-a-estacao-f erroviaria-de-lajes/>
acessado em. 12/ 03/ 2021.
25
32
Lajes.rn.gov prefeitura realiza a entrega da estação ferroviária de Lajes. Lajes/RN.
Disponívelem:<https://lajes.rn.gov.br/prefeitura-realiza-a-entrega-a-estacao-f erroviaria-de-lajes/>
acessado em. 12/ 03/ 2021.
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Lajes.rn.gov prefeitura realiza a entrega da estação ferroviária de Lajes. Lajes/RN.
Disponívelem:<https://lajes.rn.gov.br/prefeitura-realiza-a-entrega-a-estacao-f erroviaria-de-lajes/>
acessado em. 12/ 03/ 2021.
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Lajes.rn.gov prefeitura realiza a entrega da estação ferroviária de Lajes. Lajes/RN.
Disponívelem:<https://lajes.rn.gov.br/prefeitura-realiza-a-entrega-a-estacao-f erroviaria-de-lajes/>
acessado em. 12/ 03/ 2021.
26
35
RODRIGUES, Wagner do Nascimento. 2006 DOS CAMINHOS DE ÁGUA AOS CAMINHOS DE FERRO: A
construção da hegemonia de Natal através das vias de comunicação (1820-1920). Universidade
Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia. Programa de Pós-graduação em Arquitetura e
Urbanismo. Natal/RN. 2006. Dissertação (Mestrado em Conforto no Ambiente Construído; Forma
Urbana e Habitação). Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12408. Acesso
em 19/06/2022
36
RODRIGUES, Wagner do Nascimento. 2006, p. 208 DOS CAMINHOS DE ÁGUA AOS CAMINHOS DE
FERRO: A construção da hegemonia de Natal através das vias de comunicação (1820-1920).
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia. Programa de Pós-graduação em
Arquitetura e Urbanismo. Natal/RN. 2006. Dissertação (Mestrado em Conforto no Ambiente
Construído; Forma Urbana e Habitação). Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/12408. Acesso em 19/06/2022
37
PAULA, Dilma Andrade de. 2000 AS FERROVIAS NO BRASIL: ANÁLISE DO PROCESSO DE
ERRADICAÇÃO DE RAMAIS. Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Brasil. 2000. Disponível
em: http://www.docutren.com/historiaferroviaria/Aranjuez2001/pdf/22.pdf. Acesso em 20/06/2022
27
Nesta época o trem era muito importante para os moradores das cidades, pelo
fato dos diversos benefícios proporcionados pela mesma, já que, muito antes dos trens
serem implantados o percurso das mercadorias se tornava mais demorado devido ao
tempo de trajeto do ponto de partida ao de chegada, por isso tinha essas festanças, esses
movimentos na chegada do trem na estação.
Aqui neste tópico vamos apresentar sobre a estação ferroviária como um bem
material e imaterial mostrando essa dualidade como um questionamento sobre a
necessidade de preservar e para isto precisamos compreender o seu significado, que
segundo o dicionário Aurélio, a definição do termo preservação é “ação que visa
garantir a integridade e a perenidade de algo, por exemplo, um bem cultural”.
(DICIONÁRIO AURÉLIO, 1999 São Paulo: Nova Fronteira, 1999. CD. ROM 38).
No entanto, a preservação depende do ato de registrar que
significa guardar informações para as gerações futuras
relacionadas à perpetuação de elementos culturais que não
possuem garantia de permanecer. Cabe salientar que o patrimônio
é composto por uma parcela material e outra imaterial.
(MEDEIROS, 2007, p. 27 AS CIDADES E OS TRILHOS:
RESGATE HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS
FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de
Graduação apresentado como requisito para obtenção de grau do
curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Natal. 2007.39).
40
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. 2007, p. 27 AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE
HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para
obtenção de grau do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). 2007. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acessado em:
20/06/2022
41
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. 2007, p. 28 AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE
HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para
obtenção de grau do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). 2007. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acessado em:
20/06/2022
29
43
RODRIGUES, Aline Lima. 2015, p. 116 FRONTEIRA E TERRITÓRIO: CONSIDERAÇÕES
CONCEITUAIS PARA A COMPREENSÃO DA DINÂMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.2015.
Revista Produção Acadêmica com temáticas que envolvam: o Urbano, o Regional, o Agrário e o
Ensino de Geografia. disponívelem:<sistemas.uft.edu.br>index.php>article>Acessado em. 12/ 03/
2021.
44
RODRIGUES, Aline Lima. 2015 FRONTEIRA E TERRITÓRIO: CONSIDERAÇÕES
CONCEITUAIS PARA A COMPREENSÃO DA DINÂMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.2015.
Revista Produção Acadêmica com temáticas que envolvam: o Urbano, o Regional, o Agrário e o
Ensino de Geografia. disponívelem:<sistemas.uft.edu.br>index.php>article>Acessado em. 12/ 03/
2021.
31
Levando em conta o que foi apresentado compreendemos que por causa das
ferrovias, os municípios tiveram um grande aumento econômico e social e também
houve um grande aumento da população conforme as linhas férreas chegavam às
cidades do Estado do Rio Grande do Norte.
45
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. 2007, p. 103 AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE
HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para
obtenção de grau do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). 2007. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acessado em:
20/06/2022
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46
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. 2007, p. 125 AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE
HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para
obtenção de grau do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). 2007. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acessado em:
20/06/2022
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MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. 2007, p. 132 AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE
HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para
obtenção de grau do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). 2007. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acessado em:
20/06/2022
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ponto histórico de referência, e também têm um apreço muito grande pela estação e isso
não é de hoje, vem desde a chegada da ferrovia.
Por meio deste tópico compreendi que a estação da cidade de Lajes é uma linda
construção, especialmente, quando foi reformada e transformada em ponto histórica e,
assim recebendo o nome de Estação das Artes Poeta Antônio Cruz, isso vem novamente
mostrar o apreço, a afetividade que os lajenses têm com a estação ferroviária da cidade.
No ano de 1914 iniciou o progresso na cidade de Lajes por meio dos trilhos com
a nova Estrada de Ferro Central “Eng. Sampaio Correia”, e com ela vinham às pequenas
indústrias de “café, açúcar, algodão, peles”, as casas de comércio e várias famílias
trabalhadoras vindas de vários cantos que se instalaram pela cidade e colaboraram para
o crescimento e desenvolvimento de vila para cidade. No dia 30 de dezembro de 1943,
por causa do Decreto Nº 268 o município de Lajes teve seu nome alterado para
Itaretama, que é um nome indígena que tem o significado de região de pedras. Porém,
esse nome de Itaretama não foi ao gosto da população Lajense, e assim, dez anos
depois, no dia 11 de dezembro de 1953, voltou a se chamar Lajes pela Lei de Nº 1.032.
No ano de 2000, na cidade de Lajes vinha água pelas linhas férreas da estrada de ferro
“Eng. Sampaio Correia”, pelo trem que vinha de Natal com os tanques abarrotados,
cheios por cima de água mineral para abastecer a população da cidade de Lajes e ia até a
cidade de Macau, que era de onde fazia o retorno para o porto de Natal com sal marinho
para exportação. Em novembro de 2000 foi inaugurado o sistema adutor Sertão Central-
Cabugi que trouxe para as cidades localizadas na região do Sertão Central água potável
para dessedentação humana, nesse momento, a cidade de Lajes entrava em uma fase
48
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. 2007, p. 132 AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE
HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E
INVENTÁRIO DE SUAS ESTAÇÕES. Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito para
obtenção de grau do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Natal. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). 2007. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acessado em:
20/06/2022
34
49
SZILAGYI, Gustavo. 2007 Diagnostico ambiental do processo de desertificação no município de
LAjes/RN. Orientador: Fernando Morreria da Silva. 2007.110 f. (Mestrado) – Centro de ciências
humanas e letras e artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN. 2007. Programa de
pós-graduação em geografia. Dissertação de Mestrado. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/18845. Acesso em: 20/06/2022
35
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Serão tomados como grupos focais nesta pesquisa o agente cultural da estação
ferroviária de Lajes, bem como a secretaria de cultura e/ou a agente da casa de cultura
Alzira Soriano, assim como 2 ex-funcionários da ferrovia no período de atividade
ferroviária. Totalizando um universo pesquisado de 4 a 5 pessoas.
Como ferramenta de pesquisa será utilizada a técnica de questionário que
favoreceram maior profundidade reflexiva já que as informações são obtidas a partir de
uma lista fixa sem alterações das perguntas destes questionários. (GIL, 2008, p. 132 51).
A qual o investigador obtém informações através dos dados contatos, no intuito de se
inteirar com os conceitos do assunto abordado e assim obter resultados para fins do
50
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. 2001, p. 14
51
GIL, Antônio Carlos. 2008, p. 132
36
52
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo. AS CIDADES E OS TRILHOS: RESGATE HISTÓRICO
DA IMPLANTAÇÃO DAS FERROVIAS NO RIO GRANDE DO NORTE E INVENTÁRIO DE
SUAS ESTAÇÕES. Monografia de Graduação. Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Natal. Disponível em:
https://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_64.pdf. Acesso em:
20/06/2022, p.132
53
Idem, pág. 125
38
Se a literatura sobre as estradas de ferro trata dos avanços que esse equipamento
trouxe para o território donde se instalavam, as memórias dos trabalhadores ferroviárias
tratam de fadigas e cansaços. José Nazareno dos Santos, antigo maquinista, nos diz o
seguinte: “Eu lembro, na época que eu entrei o trabalho da ferrovia era todo manual, era
muito cansativo, a gente sofria muito” e acrescenta ainda afirmando que “Eu passei 23
anos lá na ferrovia, trabalhei muito, era trabalho manual sabe, era trabalho manual
mesmo, não tinha maquinário né, aí pra o final foi chegando umas maquinazinhas, mas
encerrou logo, aí acabou”. O final de que nos fala o senhor José Nazareno é a década de
1980, quando começam a ser desativadas as linhas férreas. É neste final que
equipamentos são introduzidos para reduzir o esforço humano neste setor de trabalho.
54
Idem, pág. 31
55
Idem, pág. 103
39
É porque na época tinha o trem passageiro aí era bom pra população de Lajes,
daqui pra Natal, Pedra Preta, João Câmara, Pedro Avelino até Macau, passagem mais
barata do que nos ônibus, era uma boa né. Na época que eu trabalhei tinha o trem
passageiro e o trem cargueiro, a maioria das cargas eram sal, cimento, era só isso as
cargas que o trem cargueiro transportava.
O fim dos trens correndo em seus trilhos para chegar aos mais diversos pontos, foi
analisado como prejudicial aos munícipes, uma vez que dificultou a movimentação de
pessoas pobres que não dispunham de recursos para pagar outro tipo de transporte. Na
análise do velho trabalhador ferroviário Paulo Augusto Varela:
40
Mudou, mudou muita coisa, por que as passagens eram mais baratas nos pontos
levando passageiro que quando vinha com os passageiros era uma festa muito grande e
em várias estações de Natal a São Rafael e a Macau, nos trens de passageiros era uma
festa para esperar o trem, o governo achou de fechar as estradas de ferro, acabou com as
estradas de ferros, quer dizer que foi um prejuízo para os pais de família que
trabalhavam na ferrovia e para o pessoal pobre que só tinha o transporte de trem, que
não podia pagar carro, hoje em dia tá tudo mudado, acabou o trem aqui no Nordeste, os
pobres não podiam mais viajar por que tudo era caro, os trens eram barato, era 1, 25, a
onde de carro é de ônibus era 3 e pouco, era uma diferença bem grande. Me lembro de
muita coisa, tinha bastante alegria, era muita gente, hoje em dia parece um cemitério,
acabou- se a alegria de Lajes e de várias estações, a alegria do povo era esperar o trem
para fazer embarque e desembarque, tinham vários trens de carga, eram divididos, hoje
em dia tá tudo parado, por causa das pessoas que davam prejuízo56
57
MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de; FERREIRA, Ângela Lúcia de Araújo. 2007, p. 11 AS
ESTAÇÕES DE TREM DO RIO GRANDE DO NORTE: Um estudo sobre a sua implantação no
ambiente urbano e inventário de suas condições atuais 2007.
disponívelem:<http://hcurb.ct.ufrn.br/_assets/modules/projetosvinculados/projetovinculado_48.pdf
Acessado em:. 12/ 03/ 2021.
41
Estação Ferroviária e das pessoas que vivenciaram os tempos em que o trem corria nos
trilhos no município de Lajes.
Nas falas dos entrevistados se nota uma relevância afetiva “A passagem do trem
de passageiros onde a cada vez que chega um trem de passageiro a estação ficava lotada
de pessoas para observar, ou seja, era visto como uma forma de diversão, muitas das
vezes”. Esta relação se liga diretamente com a memória sócio - afetiva dos moradores e
suas historicidades. Alguns respondem com relatos de viagens a outras cidades para
visitar parentes no período que o trem fazia viagem refletindo sua importância através
da chegada da Estação Ferroviária de Lajes trazendo desenvolvimento e hoje recebe este
nome que é de um artista lajense, sendo este homenageado, por ter sido um grande
homem que contribuiu para a história do município.
Sendo que esse uso cultura ainda é muito tímido e não é voltado ao
conhecimento da cultura da ferrovia e suas histórias, desta forma os colaboradores nos
traz que "Poderia ter mais utilidade, principalmente com as nossas crianças, mostrar o
quanto de benefícios trouxe para o nosso município”. Contando assim “as histórias
contadas pelos ex-funcionários, como o ex-maquinista Paulo Varela e suas viagens nas
locomotivas, sendo este um ponto de referência social”. E desta forma deixa acultura
viva e hoje serve para eventos culturais e artísticos do nosso município, tais como:
Exposição de Alzira Soriano, Flilajes e outros.
Acredito que toda cidade tem que guardar sua história e, acima de tudo, valoriza
- lá. A Estação das Artes, antiga estação ferroviária, além de trazer fatos importantes do
passado, acolha também as apresentações e artistas da atualidade, tornando- se assim,
muito importante para a cultura da cidade, e ponto turístico para os visitantes.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
43
que muito possa dizer sobre os sujeitos envolvidos e a dinâmica política e social que
costurava o processo.
Quanto aos novos usos desse patrimônio da rede ferroviária, vimos que a
comunidade aguarda investimentos do poder público para que a Estação das Artes não
figure como um monumento ao passado, mas que nesta se opere ações educativas que
possam fortalecer a consciência histórica dos munícipes, valorizar a memória dos
trabalhadores ferroviários e sua contribuição para a história norte-rio-grandense.
45
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
QUESTIONÁRIO
Profissão/Ocupação
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
Se você ouviu falar, poderia informar quais assuntos ou temas ficaram na sua memória?
Quais pessoas mais falam sobre a Estação Ferroviária? Você pode marcar até 5 grupos
de pessoas.
( ) Professores em geral
( ) Professores de História/Historiadores
( ) Pessoas Idosas
49
( ) Comerciantes
( ) Estudantes
( ) Políticos
( ) Religiosos
( ) Artistas.
Dos Grupos de Pessoas apresentados acima qual deles você destaca como o que mais
discute a Estação Ferroviária de Lajes?
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim
( ) Não
Na sua compreensão a Estação das Artes Poeta Antônio Cruz tem grande importância
para o município de Lajes?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez
( ) Não sei
ANEXO:
Figura 1
Figura 2
51
Figura 3
Figura 4
52
Disponível em <https://lajes.rn.gov.br/prefeitura-realiza-a-entrega-a-estacao-ferroviaria-de-lajes/>
acessado em 15/04/2022
Figura 5
Fonte: https://www.flickr.com/photos/sonia_furtado/18552192189/in/photostream/
De Sonia Furtado
Figura 6
53
Figura 8
54
ACIMA: A estação de Lajes, sem data (provavelmente entre 2010 e 2020). Rerparar na
construção do novo anexo em substituição ao anerior) Cessão Alexsander Cardoso).
Figura 10:
55
ACIMA: A estação de Lajes, sem data (provavelmente entre 2010 e 2020). Cessão
Alexsander Cardoso).
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/rgn/lajes.htm
Figura 11
Figura 12
56
ACIMA: Uma reportagem de 1924 sobre a cidade de Lajes mostra o seu crescimento
em poucos anos depois da chegada da ferrovia e a viagem até ela.
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/rgn/lajes.htm