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INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E TURISMO
CURSO DE TURISMO
Nova Iguaçu
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E TURISMO
CURSO DE TURISMO
ORIENTADORA:
Nova Iguaçu
2022
DENYZE GUIMARÃES ROCHA
Aprovada em ____/____/____
Banca examinadora
___________________________________________________
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
__________________________________________________
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
_________________________________________________
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Nova Iguaçu
2022
Dedico este trabalho a DEUS, aos meus
professores, amigos e familiares, e, em
especial, aos meus netos: Aline, Letícia, Noah,
William Júnior e Maria Rita, e a minha bisneta
Maya, que com certeza ficaram orgulhosos de
minha decisão.
AGRADECIMENTOS
Aqui, fica parte importante de minha vida, e comigo caminharam pessoas tão
importantes como este tempo que vivi.
Quero que todos saibam que em cada passo dado para alcançar este objetivo, os seus
passos caminhavam juntos com os meus.
Agradeço a minha mãe, Ezy Maciel Guimarães, e aos meus irmãos Deureny e Sérgyo
Luiz, que me incentivaram com suas palavras sinceras de apoio e não mediram esforços para
que eu me sentisse confiante.
Meus filhos, William, Moara, Carlos Alexandre, que em cada desafio vencido,
vibraram luz e sucesso para a minha escolha de me graduar em Licenciatura Plena em
Turismo, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Não posso esquecer de todos os meus familiares e amigos que formaram uma torcida a
meu favor.
Agradeço a todos os docentes que se dedicaram com responsabilidade, me orientando
durante os períodos em que foram meus mediadores, e a toda a equipe de apoio do CEDERJ-
SG.
Imensa gratidão a minha orientadora Monika Richter pela disponibilidade, atenção e
cuidado. Obrigada por me fazer acreditar ser possível.
Especialmente a todos os meus companheiros da turma do CEDERJ-2017-2, no polo
de São Gonçalo, RJ, onde nossos destinos se encontraram para que pudéssemos realizar este
propósito juntos.
“O turismo sustentável não pode funcionar
unicamente à base de imposições da
administração pública; é preciso, também, que o
setor turístico privado aceite esse conceito e
coopere em sua execução, assim como as
comunidades locais e os turistas que devem
prestar sua colaboração ao processo”.
OMT (1993:22).
RESUMO
A poluição dos recursos hídricos, é um fato que acontece em todos os municípios urbanizados
do Brasil, a presente pesquisa tem recorte espacial no rio João Mendes, maior mantenedor da
Laguna de Itaipu, na região do Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado na cidade de
Niterói, situados na região administrativa conhecida como Região Oceânica, que possui
elevado potencial turístico por conter atrativos naturais e históricos culturais relevantes para o
turismo brasileiro. Analisar a balneabilidade das praias de Camboinhas e Itaipu e a correlação
com os impactos ambientais do rio João Mendes, na área costeira de Niterói (RJ), interligado
a potencial turístico sob a perspectiva de desenvolvimento sustentável e planejamento urbano.
A metodologia aplicada foi: levantamento bibliográfico e os dados de balneabilidade das
praias de Itaipu e Camboinhas, e de qualidade da água do Rio João Mendes, segundo os
boletins do INEA- Instituto Estadual do Ambiente, esta região administrativa do município de
Niterói / RJ, de julho de 2022, que possui elevado potencial turístico por conter atrativos
naturais e históricos culturais relevantes para o turismo brasileiro. Esta pesquisa demonstrou
que além do problema que foi levantado, existem outros a serem sanados, pois estão todos
interligados direta e indiretamente, e com ação e reflexão alguns temas podem servir de
motivação, e mobilizar os atores envolvidos para que ocorra a mudança de atitudes
prejudiciais e o incentivo para as posturas favoráveis ao equilíbrio dos ecossistemas.
The pollution of water resources is a fact that happens in all urbanized municipalities in
Brazil, the present research has a spatial focus on the João Mendes river, the main maintainer
of the Itaipu Lagoon, in the region of the Serra da Tiririca State Park, located in the city of
Niterói, located in the administrative region known as the Oceanic Region, which has high
tourist potential because it contains natural and cultural historical attractions relevant to
Brazilian tourism. To analyze the balneability of Camboinhas and Itaipu beaches and the
correlation with the environmental impacts of the João Mendes River, in the coastal area of
Niterói (RJ), linked to tourist potential from the perspective of sustainable development and
urban planning. The applied methodology was: bibliographical survey and bathing data of the
beaches of Itaipu and Camboinhas, and water quality of the João Mendes River, according to
the bulletins of INEA- State Institute of the Environment, this administrative region of the
municipality of Niterói / RJ, July 2022, which has high tourist potential as it contains natural
and cultural historical attractions relevant to Brazilian tourism. This research demonstrated
that in addition to the problem that was raised, there are others to be solved, as they are all
directly and indirectly interconnected, and with action and reflection some themes can serve
as motivation, and mobilize the actors involved so that a change in harmful attitudes occurs
and the incentive for postures favorable to the balance of ecosystems.
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................10
2 OBJETIVOS:.............................................................................................................13
2.1 Geral........................................................................................................................13
2.2 Específicos..............................................................................................................13
4 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................25
6 POTENCIALIDADE TURÍSTICA...........................................................................32
8 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................46
9 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................47
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................54
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1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, as alterações feitas na bacia hidrográfica do Rio João Mendes,
ocorreu devido ao crescimento urbano na Região Oceânica de Niterói, no estado do Rio de
Janeiro, baseado no processo de territorialização, que ocorreu a partir da década de 1970,
alterando o sistema de drenagem e apresentando alterações do solo, fato este que acontece em
grande parte das cidades em países tropicais, que desenvolvem um processo desordenado de
urbanização sem planejamento ( GALVÃO, 2008), o que não contribuiu para proteger a
bacia hidrográfica do Rio João Mendes nas margens dos cursos d’água, perenes e
intermitentes, que segundo o Código Florestal, (atualizado pela Lei nº 12.727/12), tem limites
destinado a área de preservação permanente (APP), estipulado entre 30 e 500 metros,
dependendo da largura dos rios, córregos e lagos, estas áreas são consideradas Áreas de
Preservação Permanente, APPs. (BRASIL, 2012).
Na década de 1970, foi implantado o bairro de Camboinhas, na Região Oceânica de
Niterói, o que provocou grandes alterações no ecossistema, pois foi aberto o canal artificial,
que recebeu o nome de Canal de Itaipu, que ligou de forma permanente a lagoa e o mar, e
aterraram as margens da lagoa, retiraram vegetação nativa e houve uma grande modificação
na topografia nesta localidade. (ALCANTARA, 2011).
A degradação ambiental atualmente é uma das questões mais emergentes, a qual é
exposto diariamente com o despejo de resíduos sólidos, esgotos in natura, construções ilegais
em suas margens. Devido à infraestrutura precária de saneamento básico e a escassa
fiscalização assídua dos órgãos públicos, fatos esses que contribuíram para que os impactos
negativos na urbanização da região, prejudicasse a qualidade de vida dos moradores e
visitantes dos locais com potencial turísticos da Região Oceânica de Niterói, no estado do Rio
de Janeiro.
Pode-se afirmar que a real importância da disciplina Educação Ambiental a qual a
população é privada com a falta de orientação junto à comunidade do entorno das margens do
rio, que é o maior mantenedor da Laguna de Itaipu, que popularmente é conhecido por valão,
contribui para o estado atual no qual ele se encontra (GALVÃO, CUNHA, 2007).
Este problema surgiu a partir da retomada da urbanização da Região Oceânica de
Niterói no estado do Rio de Janeiro a partir da década de 1970 com esta forma de urbanização
desordenada e sem planejamento urbano, provocando sérios efeitos prejudiciais no ambiente,
como a poluição das águas e as constantes inundações que além dos prejuízos materiais
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Segundo o ambientalista Alex Figueiredo, no rio João Mendes na década de 80, havia
até pesca de camarão, ele também orientou sobre estratégias que podem melhorar a qualidade
da água na localidade: “Esse rio tem diversos pontos de assoreamento e isso é motivo de
muita tristeza pela natureza. Precisaríamos cuidar dele através do reflorestamento da mata
ciliar. Isso impede o aporte de sedimentos e com isso não influencia na altura do rio, que
consegue seguir seu fluxo normalmente”.
Com intenção de alcançar esses objetivos propostos, foram realizadas pesquisas com
vários autores que se dedicam ao turismo, as políticas públicas, ao planejamento urbano,
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ecologia, à preservação do ambiente e à defesa e promoção dos direitos humanos (entre eles o
de ir e vir, bem como o de estar). Segundo ele, há nesses movimentos um sentido de cuidado,
acolhida das diferenças, tolerância e partilha, sentido este fundamental para um mundo mais
hospitaleiro, e certamente este mundo não haverá lugar para a ausência de conhecimentos a
respeito de educação ambiental, do planejamento urbano visando o desenvolvimento
sustentável.
Assim sendo, o tema Potencial Turístico da Região Oceânica de Niterói e sua Relação
com a Balneabilidade das Águas se justifica pela importância de estudar essa região e sua
potencialidade turística, fazendo com que seja de importância fundamental que este assunto
seja debatido por várias vertentes da sociedade.
2 OBJETIVOS:
2.1 Geral
2.2 Específicos
Niterói foi fundado em 1573, devido a sua condição de capital da província, fez com
que o município seja considerado uma das cidades mais importantes do estado do Rio de
Janeiro, e recebeu investimentos e planos urbanísticos, Niterói se chamava Vila da Praia
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Segundo Soares (1992), Paulo Pereira foi o primeiro prefeito a falar em proteção ao
meio ambiente e exploração do potencial turístico de áreas como a Região Oceânica, exposta
na que desejou ligar ao Centro e outros bairros, (HISTÓRIA 2, NITERÓI, 1999).
Os investimentos urbanos e o estreitamento das relações com a iniciativa privada do
setor da construção civil e obras públicas, visavam atender o crescimento da cidade, as
regiões litorâneas. Em 1940, o prefeito Brandão Júnior elabora o primeiro plano de
urbanização para a região litorânea de Niterói. O Departamento Nacional de Obras e
Saneamento, em 1946, faz a abertura de um canal de ligação entre a Lagoa de Piratininga com
a lagoa de Itaipu, o Canal de Camboatá, justificando este procedimento com a necessidade de
evitar o transbordamento nas áreas marginais às lagoas. (HISTÓRIA 2, NITERÓI, 1999).
Na década de 1970, após a conclusão da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói)
em 1974, a estrutura urbana sofreu um grande impacto, pois a ligação entre os municípios do
Rio de Janeiro e Niterói por via terrestre foi concretizado, e para a expansão urbana e local foi
exigido adequação e ampliação da infraestrutura básica existente, que proporcionaria o
desenvolvimento do mercado imobiliário, foi preciso fazer um redirecionamento dos
investimentos públicos na cidade, este acontecimento intensificou o crescimento do setor
imobiliário nas áreas centrais, nos bairros litorâneos da Zona Sul (Icaraí e Santa Rosa), e
redirecionou a ocupação para a Região Oceânica e Pendotiba (HISTÓRIA 2, NITERÓI,
1999).
Em 1976, com a aprovação do “Plano Estrutural de Itaipu”, da Veplan residência, que
substituiu uma parte do loteamento “Cidade Balneária de Itaipu”, de 1945, de propriedade da
Itaipu Companhia de Desenvolvimento Territorial, que previa o aterro das margens da lagoa
de Itaipu, e foi aberto um canal de ligação entre o mar e a laguna de Itaipu, no qual foi
permitida o trafego de embarcações para os terrenos situados dentro da lagoa, que iniciou a
transformação ambiental nesta área, provocando a modificação do ecossistema, inclusive, este
canal dividiu a praia de Itaipu, e após o naufrágio do navio Camboinhas na beira da praia,
onde se encontra até os dias de hoje submerso na orla da praia, este local é sinalizado com
placas, que indica ser proibido tomar banho de mar neste local, que passou a ser conhecida
como: Praia de Camboinhas, conforme podemos ver na Figura 2:
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ambientais que geram benefícios para toda a sociedade, gerando a necessidade de manutenção
da qualidade do ambiente a longo prazo.
Para que este fato ocorra é necessário a percepção das peculiaridades locais, tanto pelo
turista como pela comunidade receptora, adquirindo-se desta forma o pertencimento que
estimulará as pessoas a protegerem e valorizarem os recursos naturais, os patrimônios
culturais materiais e imateriais da Região Oceânica do município de Niterói no estado do Rio
de Janeiro.
Afinal, uma cidade só é boa para o turismo se primeiro ela for boa para os seus
moradores (CARVALHO, 2020).
Os autóctones devem ser participados sobre as mudanças que serão realizadas na
localidade, pois a sua opinião precisa ser levada em consideração, isto é relevante para que se
mantenha a integração do turismo com a comunidade local.
Figura 5 - Construção irregular nas margens do Rio João Mendes, no Engenho do Mato.
As enchentes acontecem até nos dias de hoje, pois o planejamento urbano não é
suficiente para conter a ocupação desenfreada nas margens da bacia hidrográfica urbanizada
do Rio João Mendes. O arquiteto André Luiz Fidalgo (EMUSA - Empresa Municipal de
Moradia, Urbanização e Saneamento), responsável pelo projeto, afirma que a intervenção foi
feita porque casas localizadas nas margens estavam em risco de desabamento. Porém, esta
obra não teve continuidade ao longo do rio uma vez que foi embargada pela SERLA
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(Superintendência Estadual de Rios e Lagoas), que não permite revestir o fundo do rio com
concreto.
Concluindo-se que a drenagem foi aterrada, dando lugar a construções e loteamentos,
alterando os cursos naturais das águas. A mata ciliar, na Faixa Marginal de Proteção, foi
retirada em diversos trechos dando lugar as construções, que em muitos casos são invasões. O
Parque Estadual da Serra da Tiririca e da Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, preserva com as
florestas, as encostas dos divisores topográficos das águas da bacia (GALVÃO, CUNHA,
2007).
Deve ser notificado que as encostas dos divisores topográficos das águas da bacia
ainda permanecem preservadas pelas florestas, em virtude da presença do Parque Estadual da
Serra da Tiririca e da Reserva Ecológica Darcy Ribeiro. Na orla da Laguna de Itaipu, localiza-
se o brejo, que corresponde a áreas alagadas em alguns períodos, devido a entrada de água no
sistema. Com a especulação imobiliária sua extensão está diminuindo por causa do forte
assoreamento provocado pelos sedimentos que são levados pelo rio João Mendes (GALVÃO,
CUNHA, 2007).
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Niterói, RJ, a nascente que pertence à
bacia do Rio João Mendes, foi encontrada pelos técnicos da Prefeitura de Niterói, está bem
preservada, e é abundante, localizada às margens da Avenida Ewerton Costa Xavier (antiga
Avenida Central), em Várzea das Moças, na região do Parque Estadual da Serra da Tiririca,
necessitando apenas de ações de limpeza e monitoramento (SODRÉ, 2016).
A bacia hidrográfica do Rio João Mendes pode ser renaturalizada, dependendo das
políticas públicas e de gestão social que se dedique a preservação do meio ambiente, que pode
ser alcançada através da educação ambiental em larga escala no sistema educacional de
educação, no setor público e privado, aplicando os processos que visem o desenvolvimento de
consciência crítica sobre a questão ambiental (AFONSO, 2011).
A renaturalização e a revitalização de rios urbanos bem com a disponibilização dos
serviços desses ecossistemas para as cidades, configuram-se como tendências mundiais que
fazem parte da revisão do pensamento humano em relação a questão ambiental, salientando
que a questão ambiental é também uma questão política e econômica (LISBOA,2010).
Quando se trata de gestão pública e conscientização da população para manter a
qualidade das águas fluviais dos rios urbanos que desaguam em locais com potencial turístico,
dificilmente vai se encontrar esses afluentes em bom estado de conservação, como observado
pela pesquisadora.
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Por isso a dimensão axiológica de uma atividade em Educação Ambiental deve ser
guiada pela ética, pelo respeito ao diferente, pelo cuidado e pelo reconhecimento do outro
enquanto ser de sua autodeterminação, e aqui a natureza recebe esse status de “outro
autodeterminado” (HERMANN,2014) pois possui seus próprios ciclos, relações e dinâmicas
dentro das diversas conceitualizações e crenças do que vem a ser vida (ACOSTA, 2015).
3.4 AS PRAIAS DA REGIÃO OCEÂNICA
Itaipu em tupi significa: “ Água que sai das pedras”, apresenta águas calmas, ilhas
próximas, conhecidas como, Ilha Menina e Ilha do Pai, possuindo colônia de pescadores, a
Igreja de São Sebastião, que é do início do século XVII, mais precisamente de 1716, o
Recolhimento de Santa Tereza de 1764, e os tesouros milenares, que se encontram nas duas
dunas, que possuem os vestígios dos habitantes de oito mil anos atrás, os sambaquis, que são
materiais orgânicos empilhados constituídos por carapaças de crustáceos e conchas de
moluscos que ao longo dos séculos foram formados por povos que habitavam o litoral
brasileiro, com suas histórias de escravos que chegavam em navios clandestinos, e das
mulheres abandonadas na clausura do recolhimento jesuíta, onde atualmente funciona o
Museu Arqueológico de Itaipu, tombado em 1955 pelo Departamento do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional – DPHAN (PESSANHA, 2003).
Inclusive, o Canto Sul da Praia de Itaipu, foi tombado, visando impedir a destruição de
praias, costões rochosos, ilhas, manguezais e restingas, muitos deles, paisagens que respaldam
implantações históricas da pesca artesanal ameaçadas pela especulação imobiliária e pelo
turismo sem planejamento, pois tem grande importância cultural para a cidade (INEPAC –
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural).
Alguns esportes náuticos são praticados nas águas da Lagoa de Itaipu, e na Praia de
Itaipu: canoagem, surf, stand up, que estão interligadas pelo Canal de Itaipu que foi
construído em 1979, pela Veplan Engenharia e Construções Ltda.
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A praia de Camboinhas foi separada da Praia de Itaipu pelo Canal de Itaipu, pela
Veplan-Engenharia e Construções Ltda, em 1979, localizada às margens da Laguna de Itaipu
e o Oceano Atlântico, fazendo limite com Piratininga e Itaipu. (P.M.N-2). Itaipu e
Camboinhas eram uma praia só, e em Camboinhas também residiam os pescadores, que foram
removidos após a abertura definitiva do canal que dividiu a praia em duas, e Camboinhas foi
projetada para satisfazer a uma classe social com alto poder aquisitivo, e até na atualidade, no
bairro de Camboinhas não circulam transportes coletivos, possuindo Departamento de Polícia-
DPO e cancela na entrada do bairro e o local se mantém praticamente privado para esta classe
social.
Na década de 50, o navio Camboinhas encalhou na areia da praia de Camboinhas, e foi
enviado outro navio para socorrê-lo, e este navio afundou, tentando desencalhar o outro. A
espinha dorsal do Navio Camboinhas se encontra enterrada bem próximo a areia da praia,
ficando visível na maré baixa. Inclusive existem placas de sinalização alertando aos banhistas
sobre o perigo no local.
Camboinhas tinha perfil geomorfológico de beira de mar com dunas arenosas e
vegetação de restinga, que foi conservada somente na orla bem próxima da areia, percorrendo
ao lado do calçadão. A partir de 1978, o projeto que loteou Camboinhas, pela empresa
imobiliária Veplan do Rio de Janeiro, cercou a praia com arame farpado e os sítios
arqueológicos e sambaquis que se localizavam nas dunas e restinga foram aplainados com
trator, visando o parcelamento e a demarcação dos lotes, um verdadeiro descaso a questão
patrimonial e ambiental, mais um desastre cometido pela especulação imobiliária autorizada
pelos gestores públicos na época, onde estava como prefeito Moreira Franco.
A Veplan abriu um canal permanente, protegido por pedras, que separou as praias de
Itaipu e Camboinhas, esta obra foi feita para acessar a marina que seria construída ao lado do
apart-hotel erguido na restinga. Embora, a construção da marina não se concretizou, o Canal
de Itaipu, quebrou o ciclo natural da Lagoa de Itaipu, lagoa de arrebentação de Itaipu - a de
romper a sua barra arenosa, para se ligar ao mar, na época de muita chuva, fato que se repetia
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todo ano, e contribuía para que os cardumes saíssem do mar, subissem a correnteza e
desovassem na lagoa, com águas calmas e eram protegidos, assim, se perpetuavam as
espécies.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
entorno habitual, por um período inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou
outras.
Essas razões podem ser várias, e assim muitos tipos de viagens são considerados
turísticas, porém, os organismos internacionais no decorrer do século XX, verificaram que o
turismo é um fenômeno interdisciplinar e multidisciplinar, que abrange quase todos os setores
da sociedade que incorpora nas suas atividades complexas, uma definição de ser uma das
maiores atividades econômicas do mundo (CUNHA, 2001).
Para que a prática do turismo seja realizada com eficiência, visando o
desenvolvimento sustentável do local receptor de turismo, é primordial que o foco do
planejamento turístico, não sejam às práticas econômicas (relações de mercado), mas sim a
preocupação com a geração de impactos negativos para os moradores da localidade, como:
estímulo à exploração sexual, comprometimento da cultura local, acúmulo de lixo, aumento
da violência, depredação de atrativos naturais e culturais, falta de diálogo com os autóctones
para saber se estão de acordo com a atividade turística que está sendo implantada, é muito
importante que não aconteça a falta de políticas públicas eficazes, que possam proporcionar a
estrutura e a infraestrutura para que este progresso aconteça com a seriedade que lhe convém
(CUNHA, 2001).
A pesquisa sobre o Planejamento Urbano em Ambientes sustentáveis com Potencial
Turístico, remete a visão do entendimento para a importância da hospitalidade nos
relacionamentos entre os indivíduos entre si e com o ambiente onde vivem.
Segundo Spollon (2014):
Os ensinamentos da hospitalidade como fenômeno social nos fazem refletir como as
práticas hospitaleiras podem ser aplicadas no desenvolvimento sustentável da
atividade turística em diferentes espaços utilizados pela sociedade, possibilitando
maior desenvolvimento do vínculo social, colaborando para a formatação de
políticas públicas nas esferas municipal, estadual e federal (SPOLLON, 2014, p. 25).
O simples fato de não haver a gestão adequada, que se refere a qualidade das águas
dos rios, lagoas e praias que as pessoas que visitam os locais com potencial turístico utilizam,
já demonstra a falta de saber receber, o cuidado com o bem-estar do outro, ou seja, a falta de
hospitalidade.
Beni (2003), ressalta a importância política para o setor dizendo que:
Atualmente, a consideração do turismo no que concerne às políticas públicas e ao
processo de ordenamento do território, enquanto crescente atividade produtiva e
importante instrumento coadjuvante do desenvolvimento socioeconômico, vem
merecendo em alguns países planejamento e programas específicos (BENI, 2003,
p.144).
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Rodrigues (2002), apresenta uma visão da atividade turística como consumista dos
espaços naturais e considera que é, na própria essência, incompatível com a ideia de
desenvolvimento sustentável.
O turismo é uma atividade complexa que compreende tanto a produção como o
consumo, tanto as atividades secundárias (produção do espaço) como terciárias
(serviços) que agem articuladamente apropriando-se de lugares “exóticos”, de
“paisagens naturais”, de “paisagens históricas”, transformando-os em lugares que
deverão ser observados para se obter conhecimentos culturais, históricos, possibilitar
o descanso, e vários outros motivos simbólicos ou reais (RODRIGUES, 2002, p.
48).
É forçoso reconhecer que o progresso do setor, nos últimos anos, deve-se muito
mais à decorrência de programas de iniciativas isoladas do que a uma atuação
coordenada que reflita claramente seus benefícios socioeconômicos, culturais e
humanos. Por isso, os governos que pretendam dinamizar uma estratégia de ação
para ele devem congregar todos os esforços disponíveis a fim de inseri-lo nos
objetivos básicos de planejamento global, integrando-o efetivamente às demais
atividades produtivas da economia. Só assim poder-se-ão definir políticas coerentes
e realistas considerando as condicionantes geoeconômicas e geoestratégicas do país
e de suas regiões, bem como investigando e contemplando os múltiplos aspectos que
compõem o fenômeno turístico (BENI, 2003, p.153).
Levando-se em conta que a nascente do Rio João Mendes, encontra-se em bom estado
de preservação, segundo técnicos da Prefeitura de Niterói seria possível fazer a
renaturalização do rio, se a questão ambiental fosse um nicho mais importante do que a
economia ou as questões sociais (SODRÉ, 2016).
A qualidade da água não se baseia na simples caracterização da água por sua fórmula
molecular H2O, na ótica da Engenharia Ambiental, porque devido às suas propriedades de
solvente e a sua capacidade de transportar partículas, diversas impurezas incorporam-se a
água e são elas, que definem a qualidade da água. Os fenômenos naturais e a atuação do
homem, interferem na qualidade da água, podendo afirmar que o uso e a ocupação do solo na
bacia hidrográfica e as condições naturais determinam a qualidade de uma determinada água
(VON SPERLING, 2005).
A qualidade das águas, dos recursos hídricos, da bacia hidrográfica do rio João Mendes na
Região Oceânica de Niterói, deveriam ser tópicos frequentes nos debates políticos da
Secretaria de Meio Ambiente do município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, se
atentando para conciliar e analisar a qualidade da água, com as características
socioeconômicas das localidades por onde os rios nascem, passam e desembocam, definindo o
que determina que a qualidade da água pode ser associada a pobreza, analfabetismo,
urbanização, mortalidade, expectativa de vida e o tratamento inadequado de esgoto.
Segundo Lemos (2019), a situação dos rios brasileiros é muito preocupante, pois quase
todos estão sendo poluídos, sem iniciativas de políticas públicas de renaturalização e
conservação dos recursos hídricos nacionais.
O estudo da qualidade da água é importante para esta pesquisa porque caracteriza as
consequências das atividades poluidoras, e estabelece os meios para satisfazer o uso da água
da bacia hidrográfica do Rio João Mendes, pois o processo de urbanização acelerado altera
significativamente a qualidade da água da maioria dos rios que atravessam as cidades
brasileiras (CORNELLI, et al., 2016).
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O Inea, Instituto Estadual do Ambiente, órgão gestor dos Recursos Hídricos do Estado do
Rio de Janeiro, é responsável por implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos,
monitorando as praias, rios, lagoas, baías e reservatórios para avaliar violações ou variações dos
parâmetros de qualidade. Os laboratórios do Inea analisam as amostras e os resultados da qualidade
dos corpos d’água são divulgados para a população através dos boletins e relatórios (INEA- RJ).
Segundo o Inea, que conceitua o termo balneabilidade como a qualidade das águas
destinadas à recreação de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e
prolongado com a água (mergulho, natação, surf, esqui-aquático, etc), onde a possibilidade de
ingerir quantidades apreciáveis de água é elevada. Para sua avaliação é necessário o
estabelecimento de critérios objetivos, que estão baseados nos indicadores monitorados e com
seus valores confrontados por padrões pré-estabelecidos, onde se identifica se as condições de
balneabilidade são favoráveis em determinado local; definindo as classes de balneabilidade
para orientar os usuários.
São diversos os fatores que condicionam presença de esgotos nas praias, sendo o
parâmetro indicador básico em termos sanitários a densidade de coliformes fecais.
Alguns fatores:
Existência de sistemas de coleta e disposição dos despejos domésticos gerados nas
proximidades;
Existência de córregos afluindo ao mar;
Afluência turística em períodos de temporada;
Fisiografia da praia;
Ocorrência de chuvas;
Condições de maré.
6 POTENCIALIDADE TURÍSTICA
A potencialidade turística, não é simples de ser definida, pois não basta o local ter
atrativos naturais, arqueológicos e culturais, pois alguns fatores são essenciais para que o
potencial turístico de uma localidade seja desenvolvido, tais como: localização, beleza e
novidades que atraiam os turistas para o local, que podem ser: praias especiais, tradições,
acontecimentos importantes, monumentos, esses critérios ajudam a definir a potencialidade
turística de uma localidade (BANDEIRA, 2005).
Este conjunto de potencialidades, devidamente administradas, certamente contribuem
para o sucesso nos empreendimentos que se estabelecerem com a responsabilidade de
desenvolverem o turismo sustentável.
O setor do turismo movimentou R$ 136,7 bilhões no ano de 2019, no Brasil, batendo
este recorde durante os primeiros seis meses do ano de 2019, este índice foi o maior dos
últimos quatro anos, considerando que o país vem respondendo positivamente às ações do
Ministério do Turismo e do Governo Federal, demonstrando todo o potencial que nossas
belezas e atrativos têm e conquistando a confiança de empreendedores e investidores em
nossa economia (MINELLI, 2020).
Beni (1999) considera que o turismo: “em vista de seus importantes efeitos
econômicos, sociais, ambientais, políticos e culturais, o turismo, organizado e planejado, é
poderoso instrumento de aceleração ou complementação do processo de desenvolvimento”.
Ainda segundo Beni (1999), as localidades que conhecerem esta realidade, terão
destaque; se souberem reconhecer o seu potencial turístico para criarem alternativas que se
desenvolvam de maneira sustentável os potenciais turísticos da região.
Projetando um novo cenário, as cidades e localidades vão adquirir funções que sejam
notadas, levando-se, em conta: a implantação de equipamentos e estruturas, que atraiam as
32
demandas recentes do turismo, recreação, lazer e entretenimento, com outras formas de uso/
consumo dos espaços urbanos metropolitanos (BENI, 2003, p.147).
Analisando a forma de como a sociedade se organiza para desenvolver o turismo, no
contexto de avaliar como todas as formas de poder são importantes para que as
potencialidades dos locais sejam aproveitadas em sua totalidade.
No entanto, para que haja presença do turismo num determinado local, é preciso um
ordenamento territorial que considere a paisagem e a qualidade ambiental, seja de locais já
inseridos em roteiros de visitação seja pela inclusão de locais turisticamente “virgens”
(SILVA, 2004, p. 38), o qual se priorize a sustentabilidade econômica das propostas.
A demanda deste mercado precisa de geração de produtos novos e, a preservação dos
aspectos construídos e naturais.
fortalece o pertencimento da população, e com isto todos cuidam dos patrimônios naturais,
históricos culturais, devido ao fato de que se cuida, do que se conhece e ama.
O turismo quando implantado de maneira adequada, através de planejamento
integrado às outras atividades econômicas, beneficia a população, fomentando regiões menos
favorecidas, proporcionando o desenvolvimento econômico e social, qualificando mão de
obra na localidade onde está inserido e nos locais do entorno (FILHO; FOGAÇA, 2014).
Planejamento turístico é o processo de avaliação do núcleo receptor (comunidade,
oferta turística e demanda real) da demanda potencial e de destinos turísticos concorrentes,
com intuito de ordenar ações de gestão pública direcionados ao desenvolvimento sustentável
e, consequentemente, fornecer direcionamento à gestão privada para que ela estruture
empreendimentos turísticos lucrativos com base na responsabilidade socioambiental”
(BRAGA, 2007, p.8).
Segundo Drake (1991, p. 132), a participação no planejamento turístico é “a
habilidade das comunidades locais de influenciarem o resultado de projetos de
desenvolvimento que têm algum impacto sobre os seus interesses”, sendo a comunidade o
foco de referência, quando se trata de participação no planejamento turístico.
O turismo, bem planejado e executado devidamente, influencia positivamente o
desenvolvimento econômico de um país, preservando a natureza, a cultura, os costumes,
valorizando a gastronomia, o artesanato, o folclore, os conhecimentos, a opinião do povo,
desta maneira, o turismo se desenvolve de forma sustentável, proporcionando qualidade de
vida para os atores envolvidos no processo, contribuindo de forma decisiva e significativa
para o desenvolvimento econômico de um país. (BRASIL, 2008).
O turismo, ao ‘consumir’ o espaço através da territorialização da função turística, pode
causar impactos adversos sobre o meio ambiente, destruindo a própria base de recursos
naturais e culturais que dá sustentação à atividade. Em geral, as instâncias oficiais de
planejamento do turismo no Brasil não incluem a variável ambiental de forma consistente na
preparação dos planos de desenvolvimento turístico em qualquer escala geográfica. Pode-se,
também, argumentar que os planejadores têm a obrigação moral de ouvir as pessoas que são
afetadas por seus projetos (CRUZ, 2003).
Fazer o levantamento da situação atual com o zoneamento urbano ambiental, se
verificaria o esgotamento para incorporação de novas áreas de crescimento urbano, que
impactam negativamente o sistema costeiro da região, e o ecossistema da Laguna de Itaipu,
ou seja, a biodiversidade do local composta por: manguezal, restinga, floresta das encostas, o
34
brejo com áreas inundáveis e o espelho lagunar, proporcionando mais de vinte serviços
ambientais que geram benefícios para toda a sociedade.
Segundo Oliveira e Soares (2012), a tendência de expansão do urbano para uma escala
regional, ampliando as áreas metropolitanas, traz o desafio de encontrar meios de produzir
uma gestão compartilhada desses espaços.
Nas reflexões a respeito das limitações para organizar planos e políticas territoriais
pelos municípios, que hoje estão como os principais atores da federação que legislam sobre a
ocupação e uso do solo, no Brasil, e devido a isto é necessário avaliar a necessidade de
ordenamento e planejamento do território baseando-se em estudos e planos realizados em
escalas que ultrapassem os limites municipais. O Plano Diretor Regional, é o guia para os
Planos Diretores Municipais, e desta maneira os diferentes níveis governamentais se integram
e revertem o isolamento, no setor de planejamento que estejam com as ações limitadas
(OLIVEIRA, SOARES, 2012).
Esta descentralização é apresentada como uma maneira democrática de estabelecer
maior integração, aproximando os sujeitos sociais, ou seja, o Estado e população, e pode ser a
causa da incapacidade de realizar uma gestão adequada dos recursos presentes no território
brasileiro.
O poder político adquire uma grande capacidade de atuação territorializadora, por
meio do controle dos organismos de gestão, sobretudo aqueles destinados a estabelecer as
políticas territoriais e a administração do território, e dos órgãos de administração direta,
responsáveis pela execução dos planos e projetos. Essa relação é destacada por Joan-Eugeni
Sànches i Peres quando destaca que “um dos objetivos da obtenção do poder político é poder
atuar sobre o espaço-território para introduzir as mudanças na sua articulação que facilitem a
consecução de seus objetivos políticos, econômicos e sociais” (SÀNCHEZ, 1991, p. 41).
O planejamento nunca tem fim, a necessidade de monitoramento é constante para que
se mantenha o curso desejado propício para se manter a qualidade de vida e sobrevivência de
todas as espécies da biosfera.
Cada localidade deve ser avaliada e se o desenvolvimento desordenado estiver
provocando impactos negativos em larga escala para a população de uma maneira geral,
justifica-se uma ação sensibilizadora para as interfaces culturais e ecológicas da região
(FONTENELLE, CORRÊA, 2013).
35
A urbanização que acontece sem a devida atenção aos recursos naturais, em longo
prazo terá consequências desastrosas para o meio ambiente e para a população de entorno,
pois a poluição das bacias fluviais, levará para as lagunas, praias e mares todos os resíduos
36
lançados de forma errônea em seus leitos, provocando o desastre ecológico que já podemos
ver e prever no futuro.
O Município de Niterói possui a legislação vigente em seu território como o Plano
Urbanístico da Região Oceânica, Lei 1.968 de 04 de abril de 2002, alterada pela Lei 2.113 de
5 de dezembro de 2013. Lei que institui o Plano Urbanístico da Região Oceânica, dispondo
sobre diretrizes gerais, políticas setoriais, zoneamento ambiental, ordenação do uso e da
ocupação do solo e aplicação de instrumentos de política urbana na região (NITERÓI, 2002,
2013).
E, também a Legislação, Lei Estadual 1.901 do ano de 1991 que visa a proteção da
Unidade de Conservação Ambiental, ou seja, o Parque Estadual da Serra da Tiririca, criado
em 29 de novembro de 1991 com a finalidade de proteger a Mata Atlântica, as nascentes dos
rios, riachos e a fauna.
Embora com essas legislações protegendo os recursos naturais no Município de
Niterói no estado do Rio de Janeiro, visando proporcionar o Desenvolvimento Sustentável,
preservando-os para as gerações futuras, o que vemos na realidade são atitudes totalmente
contrárias a essas determinações federais, estaduais e municipais.
Do ponto de vista legal, a área do Vale do Córrego dos Colibris é considerada como
Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Ecológica, pela Constituição Federal em
seu art. 225 § 4º. (BRASIL,1988, Art, 225 § 4°) que menciona:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações (BRASIL,1988).
Pode-se afirmar que a Constituição Federal de 1988, neste art.225§ 4°, elege o direito
da população a usufruir do meio ambiente em estado de equilíbrio ecológico, que proporciona
para a população a qualidade de vida que é essencial para a vida saudável de todos, e por isto
todos tem o dever de defender para preservar em benefício da presente e futuras gerações.
Na atual gestão municipal de Niterói, o Rio João Mendes continua tendo suas margens
aterradas, com o calçamento da rua Zilmar de Oliveira, próximo a ponte de serventia, onde o
rio corre por baixo, conforme observação da pesquisadora, como pode ser visto na Figura 7,
que pode ser visto abaixo.
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esforços de várias vertentes de pesquisas para encontrar um termo comum que possa
intermediar a solução da questão.
Na literatura sobre o turismo, a participação tem sido definida de várias maneiras, mas,
geralmente, mantém-se como foco de referência a comunidade. Esse é o caso de Drake (1991,
p. 132), que define participação no planejamento turístico como sendo “a habilidade das
comunidades locais de influenciarem o resultado de projetos de desenvolvimento que têm
algum impacto sobre os seus interesses”.
Por meio do turismo, ocorre a realização do objetivo principal do desenvolvimento
regional, que depende da gestão das três dimensões e da gestão da articulação entre elas: a
dimensão econômica, a dimensão organizacional e a dimensão cultural. Desse modo, cada
elemento da dimensão econômica e da dimensão cultural se consolidará se houver ações
deliberadas, de acordo com aplicação dos elementos da dimensão organizacional. Assim, para
identificar e diagnosticar a configuração da oferta turística é preciso planejamento e
conhecimento, bem como a configuração da oferta é fundamental para conhecimento e
mapeamento da realidade regional, visando a gestão sistêmica (TOMAZZONI, 2007).
Por meio da gestão eficaz das três dimensões de Tomazzoni (2007), bem como da
gestão da articulação entre elas, configura-se o desenvolvimento regional, aonde a oferta
turística de qualidade depende de planejamento e conhecimento, que, por sua vez,
possibilitará o conhecimento e mapeamento da realidade regional.
A articulação entre Estado e região é a chave do desenvolvimento, tanto no nível
regional, como no nacional. Uma posição integradora do turismo, no processo de construção
da região de destinos, facilitada pelo modo de mercantilização e institucionalização dos
recursos territoriais no destino, é central para alcançar objetivos de desenvolvimento regional,
induzido pelo turismo (STOFFELEN E VANNESTE, 2016).
Estudos de gestão de destinos turísticos sugerem que a capacidade de uma organização
de turismo, para implementar estratégias sustentáveis de forma eficaz, envolve partilha de
poder, colaboração e acordos conjuntos entre a obtenção de recursos dos setores público e
privado (BRAMWELL E LANE, 2011).
Neste sentido, a estrutura de coordenação e gestão descentralizada do turismo visa
cumprir a função de articulação, em todos os elos da cadeia de relacionamento, destacando,
sobretudo, as instâncias de representação regional do turismo, em que a atividade se realiza. A
partir dessa estrutura, a criação dos Conselhos Municipais de Turismo (COMTUR) é essencial
para a organização de instâncias de representação regional, formando assim o sistema
nacional de gestão do turismo (BRASIL, 2007).
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conservação, preservação do meio ambiente, sendo utilizada como ferramenta eficaz para o
desenvolvimento de uma sociedade que priorize a conservação e tenha o desenvolvimento
sustentável como parte de seu cotidiano (DIAS, 1992).
Segundo, Donella Meadows (1996) “desde o primeiro momento em que os seres
humanos começaram a interagir com o mundo ao seu redor, e ensinaram seus filhos a fazerem
o mesmo, estava havendo educação e educação ambiental”.
Segundo, Guimarães (2007), a educação ambiental é uma prática pedagógica. Essa
prática não se realiza sozinha, mas nas relações do ambiente escolar, na interação entre
diferentes atores, conduzida por um sujeito, os educadores, e a formação de educadores
ambientais, reflete sobre os detalhes dos desafios e as necessidades mundiais da educação
ambiental no Brasil, expandindo o debate a respeito da importância da educação ambiental
como promotora de mudanças sociais, explicando que o potencial da educação funciona como
uma motivação para as dinâmicas do sistemas social.
De acordo com Sato (2000, p.13), há urgência em gerenciar os problemas ambientais.
Isso “obrigou” que diversas esferas institucionais de Estados brasileiros se preocuparem com
o problema. A transversalidade da Educação Ambiental nestas instituições começou assegurar
uma melhor qualidade nas atividades, em função do trabalho coletivo, além de evitar a
duplicidade das ações, como eventos e comemorações em ocasiões especiais.
Devido a intervenção do homem na natureza, vemos grandes catástrofes acontecendo
com muita frequência, e precisamos questionar: de que maneira a educação ambiental é
abordada no ambiente escolar?
A educação é um instrumento de luta, que conflita as vertentes sociais que pretendem
reproduzir a sociedade e as forças sociais que lutam para transformar a sociedade, e através do
conhecimento voltado para as relações sociais e as reflexões políticas, econômicas e morais, a
práxis, atitude necessária para o desenvolvimento da Educação Ambiental Crítica, que é o
oposto da educação (ambiental) conservadora, que acredita que baste ensinar o certo para
cada indivíduo, ou seja, uma educação teórica, que transmite informações, e as relações
sociais não são priorizadas no trabalho pedagógico e sim o indivíduo. Modelo que valoriza os
interesses econômicos privados, desfavorecendo os bens coletivos, ou seja, o meio ambiente,
pois o modo de produção é baseado em uma visão antropocêntrica do mundo que vivemos, e
esta visão gera impactos predadores, que causam os graves desequilíbrios socioambientais
que são apresentados na atualidade (GUIMARÃES, 2004).
Baseando-se no Tratado de Educação Ambiental, documento elaborado por ativistas e
jovens protetores do meio ambiente, vindos de várias partes do mundo. Este documento é
43
8 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
provocado pela pouca atenção dos órgãos públicos com a questão ambiental, se tratando de
um assunto que se mostra como um dos principais problemas ambientais da atualidade,
fazendo com que cientistas de todas as partes do planeta estudem e façam alertas a respeito
deste tema, sendo importante frisar que todos podem cooperar para a preservação das águas
doces e salgadas, com mudanças de hábitos que conduzam para a melhoria na qualidade de
vida.
9 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 8 - Boletim de qualidade das águas da região hidrográfica V- Baía de Guanabara- bacia
do sistema lagunar de Itaipu e Piratininga.
HISTÓRICO DO IQA-2022
Foi constatado que embora o sistema fluvial onde se encontra a Bacia Hidrográfica do
Rio João Mendes, esteja prejudicada por ter sofrido todas as espécies de impactos negativos, e
com a devida proteção ao meio ambiente, a sua nascente, que foi encontrada pelos técnicos
da Prefeitura de Niterói, RJ, em perfeito estado de conservação, possa conseguir revitalizar o
rio, e através de um projeto educacional que inclua em sua grade a disciplina de Educação
Ambiental desde a Educação Infantil, formando opiniões corretas que podem gerar atitudes
satisfatórias para que se torne realidade o desenvolvimento sustentável na Região Oceânica de
Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e nas águas oceânicas que formam o litoral da mesma
região, banhada pelo Oceano Atlântico, em especial a bacia hidrográfica do Rio João Mendes,
com aproximadamente sete quilômetros de extensão, a Laguna de Itaipu, praias de Itaipu e de
Camboinhas e adjacências (SODRÉ, 2016).
Observando o local em que a pesquisadora residia, no bairro do Engenho do Mato, em
Niterói, no estado do Rio de Janeiro, pode ser percebido a importância do tema aqui
apresentado, porque o Rio João Mendes, passa na rua 55, era conhecido como valão, e devido
aos maus tratos que acontecia no cotidiano, despertou a curiosidade em relação ao problema
que ocorre nas bacias hidrográficas do Brasil e do mundo, e desaguam nas águas do mar,
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poluindo as praias, que são amplamente frequentadas pelos turistas de todos os lugares do
mundo.
Esta pesquisa demonstrou que além do problema que foi levantado, existem outros a
serem sanados, pois estão todos interligados direta e indiretamente, e com ação e reflexão
alguns temas podem servir de motivação, e mobilizar os atores envolvidos para que ocorra a
mudança de atitudes prejudiciais e o incentivo para as posturas favoráveis ao equilíbrio dos
ecossistemas.
Identificando a legislação que prevê a educação ambiental, LEI No 9.795, DE 27 DE
ABRIL DE 1999.
Encontrando soluções com ações voltadas para comunidades escolares no contexto da
gestão pública da biodiversidade, é provável que a questão ambiental no ecossistema e o
sistema mencionado nesta pesquisa encontre uma solução para que o Turismo Sustentável
possa trazer qualidade de vida para a população, os visitantes e os turistas da Região Oceânica
de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e poderá servir de projeto piloto para os gestores e a
sociedade de outras regiões, que não fazem ideia de como o sistema fluvial interfere em todo
o ecossistema e na biodiversidade dos locais abastecidos por eles.
O Turismo Pedagógico ou educativo, conceituado como: “o turismo pedagógico seria
o que serve às escolas em suas atividades educativas que envolvem viagens” segundo,
Andriolo e Faustino (2000, p. 165), é o segmento ideal para que as escolas o utilizem
complementando a formação nas instituições educacionais para crianças e adolescentes, em
largo aspecto no município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, em outros municípios
brasileiros e inclusive a nível mundial, pois este problema com as bacias hidrográficas
ocorrem em todo o mundo.
Assim, as instituições educacionais proporcionam o aprendizado na prática, com
atividades extracurriculares, que foram incorporadas aos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), que são elaborados pelo Ministério da Educação (BRASIL, 2001), que consolida
através da educação ambiental, que a descoberta do valor da natureza é o fator mais
importante a ser trabalhado nas experiências que permitem que o alunos vivenciem os temas
transversais permitidos, como cultura e meio ambiente, abordados nas atividades propostas
pelo Turismo Pedagógico, como novas maneiras de transmitir conhecimentos.
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.
49
criando uma concepção na relação do ser humano com o meio ambiente, a injustiça social, a
miséria humana, está intimamente ligada aos impactos ambientais.
Os estudos das legislações federais, estaduais e municipais, demonstram que as leis
não são eficazes quando se trata da urbanização em locais que possuem praias, sítios
arqueológicos, rios, nascentes, lagunas, reservas ambientais. Tendo como um dos objetivos a
implementação da disciplina Educação Ambiental em largo aspecto nas redes de ensino
pública e privada, e também promover ações que possam conscientizar moradores,
comerciantes e visitantes, concluindo que através do conhecimento da importância da bacia
hidrográfica do Rio João Mendes a população possa participar desta mudança positiva em
relação aos recursos naturais de seu entorno, concluindo-se que as mudanças são necessárias
em relação a políticas públicas que gerem mudanças reais, que envolvam moradores,
educadores, frequentadores, comerciantes, turistas, enfim, todos os atores que de alguma
maneira sejam responsáveis pelos impactos que estão ocorrendo nesta região da presente
pesquisa.
Em relação sobre a Comissão Mundial do Meio Ambiente, World Commission on
Environment and Development (WCED), segundo o relato de Aristides Katoppo, Editor,
Audiência Pública, Jakarta, 26 de março de 1985.
“Eu penso que esta Comissão deveria dar atenção à necessidade de haver mais
participação por parte das pessoas que são afetadas pelos projetos de desenvolvimento. As
suas necessidades básicas incluem o direito de preservarem a sua identidade cultural e de não
serem alienados de sua própria sociedade ou comunidade. A questão que eu quero levantar é
que não podemos discutir sobre meio ambiente ou desenvolvimento sem discutirmos
desenvolvimento político. E não se pode erradicar a pobreza redistribuindo apenas riqueza e
renda, deve haver mais redistribuição de poder.” (WCED, 1987, p. 31)
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