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ESTUDANTES

MATERIAL DE REPERTÓRIO
TEMA:

Desafios da
democratização do acesso
a museus no Brasil
Democratização dos Museus: ….………… p.4
De olho nos dados……………………………………….…. p.6
Saiba mais. ……………………………………………………….…. p.7
Teorizando ……………………………………………………….…. p.8
Universo artístico ……………………………………..…. p. 9
Selecionar, relacionar e organizar……. p. 10
Referências bibliográficas………………………. p. 11
Democratização dos
Museus: acesso e
reconhecimento cultural
Os museus ao longo dos tempos, foram espaços de preservação
da história, mas isso não foi feito sem um viés específico. Esses
espaços contavam a história a partir do olhar das classes mais
abastadas, dos colonizadores, dos grupos de poder, funcionando como
uma forma de ver o mundo controlado pelo Estado e pelas
classes dominantes.
Por exemplo: Museus
europeus roubaram obras e
monumentos de vários
lugares do continente
africano e a partir daí
passam a “ter o controle” de
uma narrativa sobre aquele
espaço, como pode ser
visto nessas imagens do
Louvre.

Dessa forma, há um controle


documental sobre a forma como vemos o
passado, o presente e o futuro.
Atualmente, uma nova forma de
construir exposições tem trazido uma
pluralidade na forma de contar a história, o
que é feito a partir de um processo de
democratização que tem como princípio a
ressignificação e a apropriação cultural.

Estudante,
Nem sempre é fácil conhecer um museu, mas há outras maneiras de conhecer o acervo dos
museus mais famosos do mundo. As redes sociais dos museus são um meio importante de
divulgação das exposições, além disso, você pode fazer um tour online e conhecer todo o
acervo.

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Democratização dos
Museus: acesso e
reconhecimento cultural

Além de promover o acesso ao


museu, a democratização tem o
intuito de fazer desse espaço um
lugar de tecnologia, conhecimento,
reconhecimento cultural de minorias e
ferramenta de trabalho.
Democratizar o museu é também
fazer com que ele se torne um
espaço em que diversas vozes
podem se expressar, não apenas as
camadas mais abastadas. É fazer do
museu um espaço com exposições,
obras e relatos variados, múltiplos e
polifônicos.

Um exemplo de exposição que


mostra essa nova forma de contar
a história é a exposição Xingu:
contatos. Sob a curadoria de
Guilherme Freitas e Takumã Kuikuro,
a exposição apresenta fotografias
do século XIX, feitas por não
indígenas, junto a fotografias de
artistas do Xingu, filmagens de
cineastas contemporâneos, além de
grafismos e narrativas orais.

EM13LP14

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De olho nos dados

Uma pesquisa realizada em


Toronto, no Canadá, mostrou como
é o público que frequenta museus.
Vemos que há um recorte de
classe social: notamos que a maior
parte daqueles que visitam museus
frequentemente têm acesso a
outras formas de arte, lazer e
educação. A pesquisa também
mostra que a maior parte do
público dos museus dedicados à
arte e história já cursaram
graduação, enquanto públicos
menos escolarizados preferem
outras atividades de lazer como
zoológico e parques.
“Os resultados desses
levantamentos mais amplos têm
sido discutidos, e novas pesquisas
os têm detalhado. Na prática, elas
mostram que as instituições
culturais partilham os mesmos
públicos e que, portanto, deveriam
realizar ações conjuntas tanto
para os atuais públicos quanto
para atrair novos.” (ALMEIDA, 2005,
p.40)

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I BA IS
A
S M A
O Museu da Fotografia de Fortaleza foi criado em 2017 e tem um
acervo muito rico, com cerca de 3500 obras. Grandes nomes da
fotografia como Robert Capa, Miguel Rio Branco, Claudia Andujar,
Pierre Verger Cartier-Bresson, Man Ray, Otto Stupakoff, Marc Ferrez,
Maureen Bisilliatr, Jean Manzon, Nobuyoshi Araki e Margaret
Bourke-White têm obras expostas no Museu.
O museu ainda conta com atividades, palestras, oficinas e
sessões de cinema e arte. Todo esse acervo e conteúdo poderiam
ficar restritos a uma pequena parte da população, mas nesse Museu
não é bem isso que acontece. Uma das ações mais importantes do
Museu é o trabalho educativo que desenvolve com crianças de escolas
públicas como foco. Cerca de 250 delas visitam o Museu diariamente. O
produtor cultural do MFF, Tomaz Maranhão, afirma que para eles, é
importante “envolver pessoas em vulnerabilidade social, promovendo
uma ampliação da perspectiva de vida, e uma vivência direta com a
arte-educação. Também é nosso objetivo fomentar o ensino por meio
da fotografia, tornando-a uma extensão da sala de aula no que se
refere às propostas pedagógicas. Acreditamos que a arte aliada à
educação promove ricas experiências e, consequentemente,
transformações de realidades”.
O MFF desenvolve o Projeto Despertando Olhares com cursos de
fotografia que ajudam na ressocialização de jovens privados de
liberdade, além de projetos voltados para atividades lúdicas
envolvendo fotografia com crianças internadas nas cidades de
Fortaleza, Belém, Recife, Salvador e Feira de Santana. Nesse link você
pode conhecer melhor o Museu da Fotografia de Fortaleza.

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Teorizando

O antropólogo argentino Nestor Garcia Canclini fala sobre o


capitalismo e a sua relação com os bens culturais. Segundo o teórico, nas
sociedades neoliberais há uma associação entre cidadania e consumo que
se desenvolve gradativamente, visto que a possibilidade de participar
socialmente da vida em uma comunidade e ter direitos garantidos se
confunde com ter acesso.
Lazer, bens de consumo, saúde e educação que deveriam ser
acessíveis a todos, dependem de dinheiro para isso. Logo, a cidadania não
é efetivamente garantida a todos.
“No âmbito da cultura, essa divisão
social entre aqueles que possuem e os que
não possuem seus direitos assegurados se
reflete em uma hierarquização cultural, onde
aqueles que têm condições de consumir e
preservar seu repertório cultural terão
mais possibilidades de construir seu
repertório simbólico, enquanto aqueles que
não possuem tal condição correm o risco de
ter esse repertório marginalizado e,
consequentemente, apagado. O que passa a
estar em disputa é, então, o direito ou não
de viver e expressar-se dentro de um
conjunto de símbolos e referências que dão
sentido à vida em si.” (SAMPAIO, MENDONÇA,
2018, p.17)
imagem do acervo do Inhotim, um
museu privado a céu aberto.

Canclini afirma que, por mais que a cidadania sempre esteja ligada ao
consumo de bens e serviços, havia a ideia de que a política faria com
que essa diferença de acesso diminuísse, porém isso não acontece. A
falta de participação popular e de atenção à cultura e ao lazer fazem
com que exista ainda mais diferença, resultando na falta de acesso a
bens culturais, educação e lazer para a maior parte da população não
tenha.

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Universo artístico

Saber Museu

Esse episódio do podcast do Instituto Brasileiro


de Museus, o Saber Museu, fala sobre a
importância da presença da cultura popular e de
obras que retratam o espaço periférico sem
estereótipos nos museus.

Google Arts and Culture + Ibram

As obras de cinco museus dirigidos pelo Ibram


foram digitalizadas e podemos visitar o acervo
que agora está disponível on-line. No link a seguir
você tem acesso às obras do Museu Nacional de
Belas Artes.

Conhecendo Museus

A série da TV Brasil apresenta 15 museus


brasileiros com diversas temáticas: ciência,
moda, gastronomia, arte e tecnologia. Os
episódios têm cerca de 25 minutos e podem ser
encontrados online, neste link.

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Selecionar, relacionar
e organizar Criamos o fluxograma abaixo para auxiliar o
planejamento do seu texto. Lembre-se que a tese
é o seu ponto de vista sobre o tema e que ela e
seus argumentos devem trazer repertórios
socioculturais. Este é apenas o começo de um
dos caminhos que você pode seguir!

Democratização do acesso ao cinema no Brasil

TESE
Embora a Constituição Federal de 1988
assegure a cultura como direito de todos os
cidadãos, o acesso a museus no Brasil não é
democrático.

ARGUMENTO 1 ARGUMENTO 2
Os vetos do governo em Grande parcela da população é
relação às leis e projetos de excluída do acesso aos
incentivo à cultura mostram o museus, seja pela falta de
descaso com o setor cultural e recursos financeiros, ou pela
permeiam a desigualdade no ausência museus em regiões do
acesso à cultura. Brasil

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

AGENTE: Ministério da
Cidadania e Ministério da
Cultura

AÇÃO: Diminuição do ingresso


para a população de baixa
renda, somado ao
investimento em projetos de
incentivo à arte.

Não se esqueça:
A ideia de concretude que se espera da proposta de intervenção está ancorada em cinco elementos
explicitados textualmente, sendo eles: ação, agente, meio/modo, efeito e detalhamento.

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Referências
bibliográficas

ALMEIDA, Adriana Mortara. O Contexto do visitante na experiência museal:


semelhanças e diferenças entre museus de ciência e de arte. In: História, Ciências,
Saúde – Manguinhos, v.12 (suplemento), 2005. p. 31-53.

AMORIM, Ana. Seu museu tem um tiktok?


https://amorimana.medium.com/seu-museu-tem-um-tiktok-fd67fda21478. Acesso:
10 fev 2023

NOSSO MEIO. MFF: um exemplo de democratização. Disponível em:


https://www.nossomeio.com.br/museu-da-fotografia-de-fortaleza-exemplo-de-d
emocratizacao-da-arte-na-capital-cearense/Acesso: 08 fev 2023.

SAMPAIO, Alice Barbosa; MENDONÇA, Elizabete de Castro. Democracia cultural,


museu e patrimônio: relações para a garantia dos direitos culturais. In: QUEROL,
Lorena Sancho; REIS, Daniel; MENDONÇA, Elizabete de Castro. Museus e democracia
cultural: diálogos e tensões e-cadernos CES, v. 30, 2018, p.14-38.

SOUZA CHAGAS, M. Museus, memórias e movimentos sociais. Cadernos de


Sociomuseologia, v. 41, n. 41, 25 Fev. 2012.

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Referências
bibliográficas

Imagens utilizadas

Página 6:

Domínio público. Louvre 1. Disponível em:


<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Louvre,_sale_dell%27africa,_asia,_ameri
ca_e_oceania_01.JPG>. Acesso em: 16 fev. 2023.

Domínio público. Louvre 2. Disponível em:


<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:African_Art,_Yombe_sculpture,_Louvre.j
pg>. Acesso em: 16 fev. 2023.

Página 7
Acervo Letrus

Página 10
Domínio público. Inhotim. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Museu_Inhotim_-_Da_Lama_L%C3%A2min
a_-_Matthew_Barney_(50759366406).jpg>. Acesso em: 16 fev. 2023.

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