O patrimônio material está associado à elementos concretos presentes na cultura
de uma sociedade, que são classificados conforme sua natureza e registrados em um dos quatro Livros do Tombo. Eles podem ser imóveis, como núcleos urbanos, paisagísticos e bens individuais, ou móveis, como acervos museológicos, documentais, videográficos e coleções arqueológicas. O patrimônio imaterial consiste em criações culturais de caráter dinâmico e processual iniciadas nos costumes manifestados por uma sociedade como expressão de sua identidade cultural e social. São práticas que se encontram em constante transformação e seus elementos são continuamente reiterados e atualizados, mantendo para o grupo, um vínculo com o seu passado. Esses costumes abrangem rituais, atos festivos, conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo, expressões artísticas, entre outros.
O patrimônio cultural refere-se a um conjunto de todas as realizações e
fundamentos de um grupo reunidos ao longo da história, trazendo os traços de sua identidade e costumes, além de serem criações que se desenvolvem plenamente em contato com outras. Por isso, essa é a razão pela qual o patrimônio, em todas suas formas, deve ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras como testemunho da experiência e das aspirações humanas, a fim de nutrir a criatividade em toda sua diversidade e estabelecer um verdadeiro diálogo entre as culturas. Além disso, a sua preservação possui um papel importante na construção de uma memória coletiva, já que é por meio dela que nos orientamos para compreender o passado, o comportamento de um determinado grupo social, uma cidade ou mesmo uma nação.
Para a Antropologia, o patrimônio cultural é um fenômeno social, portanto, deve-se
entendê-lo como produzido pela sociedade como um todo, e não pelo poder público. Além disso, a antropologia estuda as formas como a sociedade reage e usufrui dos espaços culturais, como por exemplo, os museus. No caso Brasileiro, a diferença entre patrimônio material e imaterial se dá pois:
“verificamos uma predominância cristã no patrimônio material, o que indica
que o estado (e a nação) brasileiro tem um vínculo forte com os valores do cristianismo”
Nesse trecho, é possível comprovar que, ao observar os santuários e centros
históricos, pode-se perceber nos monumentos, majoritariamente construídos no período barroco, que a identidade brasileira possui uma ligação religiosa determinante e que influencia o comportamento cultural. Já o patrimônio imaterial é representado por referenciais indígenas e afro-brasileiros e possui imensurável função como fator de aproximação, intercâmbio e entendimento entre os seres humanos.