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Já a palavra cultura para a Antropologia é um conceito chave para interpretar a vida social.
Para Da Matta (1981), cultura não é apenas referência que marca uma hierarquia de
“civilização”, mas a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa.
Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia, um mapa, um receituário, um código através
do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo
e a si mesmas. (DA MATTA, 1981: 2). Pag. 04
Mas a grande descoberta antropológica, segundo Da Matta (1999), é que todo o mundo têm
“cultura”. Lida como um substantivo, à maneira antropológica, a palavra “cultura” não fala
apenas de um processo ou de certos traços de qualidade que podem ser achados,
adquiridos, ensinados ou perdidos, esquecidos e aprendidos, mas de um estado. Pag.04
No Brasil, a Constituição Federal (1988), em seu artigo 216, entende por cultura: todas as
ações por meio das quais os povos expressam suas formas de criar, fazer e viver. Pag.05
A NOÇÃO DE PATRIMÔNIO
(...) em 1972 a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura, culminando na Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial,
Cultural e Natural, que definiu, em seu artigo 1º, o que é considerado Patrimônio Cultural:
De acordo com Fonseca (2009), tal prática deve priorizar sua análise à luz de dois fatos: o
primeiro refere-se ao movimento modernista, cujos intelectuais foram os protagonistas dos
projetos patrimoniais por ocuparem as direções dos órgãos nacionais criados para a gestão
do patrimônio no Brasil. O segundo fato refere-se à ambiência histórica do Estado Novo, à
ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945), período fortemente marcado pela censura, mas, ao
mesmo tempo, espaço aberto para a realização de projetos. Pag.08
Na concepção do Iphan (2010), patrimônio cultural é aquilo que diz respeito à formação de
uma comunidade, uma cidade, um estado e um país. É tudo o que representa a cultura de
um povo. Considera-se patrimônio os saberes criados e passados de geração em geração,
aperfeiçoados e modificados com o passar do tempo. São também frutos da relação do
homem
com a natureza e entre si, são a herança coletiva de um povo apresentando-se, dessa
maneira, a razão de sua preservação, a fim de manter viva a história e a memória. Pag. 09
“[...] a intangibilidade pode ser valorizada inclusive como o aspecto mais relevante de um
bem, na medida em que precisamente sua legitimação como patrimônio será resultado das
lutas pela imposição do sentido “[...] são os significados, os usos e valores que se
assinalam e se atribuem às expressões culturais os fatores que determinam seu caráter e,
portanto, sua inclusão no campo patrimonial”. (ROTMAN e CASTELLS, 2007: 73 e 74).
Pag.10
O primeiro ponto ou aspecto da agenda, de acordo com Arantes
(2006: 426):
...o ponto de partida tácito é que o patrimônio é construção social e, assim sendo, torna-se
necessário considerá-lo no contexto das práticas sociais que o geram e lhe oferecem
sentido. Pag.10
Fonseca (2017) relata que em todos os textos jurídicos é o valor cultural atribuído ao bem
que justifica seu reconhecimento como patrimônio e, consequentemente, sua proteção pelo
Estado. Pag.10
O patrimônio é referência para quem? O patrimônio tem sentido para quem? Abreu (2012)
apresenta o surgimento de duas novas forças: a preservação e destruição do que era
considerado patrimônio de uma nação. Aqui, podemos indagar sobre o que preservar e
sobre o que apagar? Quais memórias iluminar e quais memórias apagar?
A quem cabe tal decisão? Pag.11
...é crucial a nossa tarefa de procurar perceber e compreender os diferentes pontos de vista
em jogo. Sabemos, pelo menos desde Simmel, que o conflito é fenômeno constitutivo da
vida social (ver p. ex. Simmel 1964 e 1971), que percebo como um constante e ininterrupto
processo de negociação da realidade, com idas e vindas, recuos e avanços, alianças sendo
feitas e desfeitas, projetos adaptando-se e alterando-se, com transformações institucionais
e individuais. Pag. 17
Vale lembrar a influência da pedagogia “freiriana”, que apresenta como um dos pontos
fundamentais em suas discussões o conceito antropológico de cultura. Paulo Freire,
educador, pedagogo e filósofo brasileiro, procurou observar que este tema é de extrema
relevância em qualquer contexto, uma vez que, ao discutir sobre a cultura e seus
elementos, os indivíduos vão desnudando a sua realidade e se descobrindo nela. Assim,
para Lima Filho (2007), cultura material torna-se elemento do processo de “alfabetização
cultural”, termo utilizado por Freire, assim como uma concepção de cultura que inclui as
manifestações eruditas e populares.
Pag.22
Para o Iphan, a Educação Patrimonial tem função mediadora e deve proporcionar uma nova
leitura da história com o objetivo de apresentar outras ferramentas, outros objetos e saberes
no espaço escolar – na educação formal, desconstruindo, desse modo, a ideia e a prática
da história e da memória impostas e contadas de cima para baixo, em uma perspectiva
elitista, mas sim, um espaço de diálogo, autonomia e participação da população, da
comunidade produtora e usuária do patrimônio cultural. Pag. 24
Então, em um contexto onde se observa uma ressignificação nos sentidos e nos usos
sociopolíticos atribuídos aos patrimônios culturais, inscritos, inúmeras vezes, na
ambivalência acima contextualizada entre dinâmicas de desenvolvimento econômico e
processos de afirmação identitária, faz-se pertinente indagarmos sobre a condição da
educação patrimonial. Como a
educação patrimonial se contextualiza nessas paisagens sociais? Como pensar a educação
patrimonial em cidades brasileiras que sofreram processo de patrimonialização, onde tal
ambivalência tem demonstrado estar presente? Como identificar e analisar as correlações e
as correspondências entre as políticas de educação patrimonial e as narrativas identitárias
agenciadas em escala local? PAG. 18
Tais projetos evidenciam os modos pelos quais a cultura tem sido envolvida no
enfrentamento das desigualdades sociais e de diversas outras problemáticas urbanas. Nos
termos de Sovik, “das cinzas da violência e da negação de direitos surge, então, a fênix da
cultura” (2014, p. 174). Pag. 20
...pois a “era hipermoderna transformou profundamente o relevo, o sentido, a superfície
social e econômica da cultura” (2011, p. 10-11). Na hipermodernidade, também definida
pelos autores como Era da Cultura-Mundo, há uma mercantilização integral das culturas
que é, simultaneamente, uma culturalização das mercadorias. Pag. 20
[...] a identidade só nos é revelada como algo a ser inventado, e não descoberto, como alvo
de um esforço, „um objetivo‟; como uma coisa que ainda se precisa construir a partir do
zero ou escolher entre alternativas e então lutar por ela e protegê-la lutando ainda mais.
Pag. 22
No Brasil, significou, com efeito, que as primeiras políticas para o patrimônio fossem
orientadas por uma seleção eurocêntrica de patrimônio, tendo em vista a influência do
Barroco, e por representações elitistas e
eruditas da nação e de seu patrimônio (ambos no singular). A escolarização formal, por sua
vez, acompanhou esta tendência à seletividade dos registros ou marcações simbólicas que
reforçavam os imaginários nacionais, através da cristalização de relações monoculturais
entre a educação e o patrimônio nacional (SILVA, 2015). Pag. 22
Em segundo lugar, ao longo da história ocidental moderna, o Estado fez-se o principal (ou
único) demandante da seleção de um bem a patrimonializar, mediante gestos de poder.
Porém, na atualidade, os próprios movimentos sociais e organizações civis passam a
incorporar a questão patrimonial em seus repertórios de reivindicação, em decorrência, de
alguma forma, das lutas sociais mais amplas que passam a associar o enfrentamento das
injustiças materiais e das injustiças simbólicas (FRASER, 2001). Pag. 24
Para além de uma pedagogia da “conscientização patrimonial”, esta eivada por uma
representação estável e fixa de patrimônio, as políticas e os projetos de educação
patrimonial passaram a agenciar pautas politicamente mais amplas e de conteúdo
identitário cada vez mais plural e multifacetado. A agenda contemporânea da educação
patrimonial tem incorporado múltiplas temporalidades e ancoragens geográficas, diante da
dissolução das monoidentidades (SILVA, 2015). Pag. 25
A paisagem local foi o objeto da referida ação, caso das relações da nucleação urbana com
as montanhas da Serra Gaúcha, da urbanidade com natureza e do sítio histórico com o
meio natural. Portanto, o processo de Santa Teresa evidenciou a relevância da paisagem
na patrimonialização e não apenas as edificações, de modo isolado. Pag. 26
Parafraseando Appadurai, podemos pensar que a educação patrimonial não opera apenas
no âmbito da conservação dos ditos patrimônios de uma determinada formação social, mas
produz, reproduz e autorreproduz processos sociais e pedagógicos que formam a própria
sociedade e, por esta, seus patrimônios. Nesse sentido, muito mais que salvaguardar, a
educação patrimonial produz o local. Pag. 29
A condição de instabilidade trazida por esse evento crítico, fez com que o IPHAN
acelerasse o tombamento definitivo do centro histórico e se tornasse colaborador ativo na
reconstrução da cidade. Pag. 30
Estudantes das escolas locais iam acompanhar as ações, enquanto outros inscreviam nos
tapumes dizeres de esperança e delineavam uma narrativa identitária de contornos novos.
Pag. 30
O que lembrar? O que esquecer? Reconstruir tal como era? Produzir algumas edificações
novas? Qual o risco de produzir caricaturas de nossa memória? Como se faz um restauro?
Pag. 30
Mais do que patrimônio do país, São Luiz é onde as pessoas vivem, onde construíram suas
referências identitárias, seus pertencimentos e produziram sentido para suas vidas. Pag. 31
A educação patrimonial produzida pela Escola Monsenhor Ignácio Gióia agencia uma
pedagogia da memória dirigida pela intencionalidade de reinterpretar o passado, que se
corporifica no processo de tombamento e nas manifestações do patrimônio imaterial, e de
produzir novas significações que, em suas experiências vividas, permite-lhes ensaiar novos
acontecimentos e projetos de vida. Pag. 33
A memória remexe o dado estático do passado com novas significações, sem parar, que
põem sua recordação para trabalhar, levando começos e finais a reescrever novas
hipóteses e conjecturas para desmontar com elas o fecho explicativo das totalidades
demasiado seguras de si mesmas. (RICHARD, 1999, p. 322). Pag. 33
Situada na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, tem sua origem
profundamente relacionada ao processo migratório europeu, especificamente italiano.
Segundo Silva (2017, p. 29) o acervo arquitetônico pradense representa “um importante
marco nas políticas patrimoniais brasileiras, uma vez que foi o primeiro tombamento
material que não havia originado de imigração portuguesa”. Pag. 87
Como meio de garantir que uma língua permaneça e tenha continuidade, uma das
estratégias utilizadas, principalmente por municípios brasileiros, foi a cooficialização das
línguas. Em 2002, foi aprovada a primeira lei de cooficialização da língua no Brasil,
tornando, a partir da Lei n. 145, cooficiais as línguas indígenas Tukano, Baniwa e
Nheengatu (FARIA, 2007). A partir desta lei, outras línguas passaram pelo mesmo
procedimento, em diversos municípios do Brasil. Pag. 88/89
O Talian, originado dos italianos e de seus descendentes, foi uma das línguas
cooficializadas na cidade de Antônio Prado, RS. Pag. 89
O Talian, originado dos italianos e de seus descendentes, foi uma das línguas
cooficializadas na cidade de Antônio Prado, RS. Pag. 89
No mês de setembro de 2016, a partir da Lei n. 3.017, foi cooficializada a língua Talian no
Município de Antônio Prado. Pag. 89
Chilanti ressalta que o ensino do Talian é um meio de “valorizar as raízes” desde a primeira
infância; porém chama a atenção para a “morte” da língua devida, principalmente, ao
bullying. Segundo a professora, vários fatores incentivam o “silenciamento” da língua, uma
delas é a expressão oral, reveladora de “sotaques” e a comunicação em si, a partir do
dialeto Talian. Pag. 91
Na década de 70 (do século XX), houve alguns motivos para que o Talian não fosse
ensinado nas escolas de Antônio Prado. Segundo Chilanti, algumas das orientações eram
para repreender os alunos que falassem o Talian, devido à importância de ensinar o
português. Pag. 91
No Brasil, o primeiro avanço notável se deu com a Constituição Federal de 1988, que
reconheceu aos indígenas o direito à cidadania, à sua cultura e à sua língua. No entanto, as
inúmeras línguas de imigrantes (talian, italiano, alemão, ucraniano, polonês...), os crioulos
(Karipuna e Galibi-Marworno), as línguas de sinais (LIBRAS e Kaapor) e as afro-brasileiras
permaneceram no silenciamento (SOUZA; LOBO, 2016, p. 49). Pag. 91
Em 2002, outro avanço foi a cooficialização das línguas indígenas Tukano, Baniwa e
Nheengatu, assim como, no mesmo ano, é implementada a Lei n. 10.436, reconhecendo a
Língua Brasileira de Sinais (Libras), como “meio legal de comunicação e expressão” no
Brasil (BRASIL, 2002). Pag. 92
Chilanti se refere a estes objetivos, pois, nas escolas de Antônio Prado, ainda não é incluído
efetivamente o Talian no currículo. O material didático é escasso. Os professores são pouco
instrumentalizados. Pag. 93
Após anos trabalhando com método próprio, em 2010 as escolas municipais João XXIII e
Nossa Senhora Aparecida participaram de um projeto da Prefeitura Municipal de Antônio
Prado, que incluía no currículo escolar das instituições municipais o aprendizado da Língua
Italiana. Pag. 94
Como extensão deste projeto, em 2016 e 2017 houve um projeto particular para a formação
de professoras. Chilanti elaborou uma apostila, e as professoras do município receberam
formação em Talian.
Pag. 95
E o segundo projeto denominado “Talian – socorro! Não me deixe morrer”, tinha como
objetivo proporcionar aos participantes o conhecimento dessa língua, com o intuito de
incentivá-lo a valorizar a cultura do Talian... pag. 95
Em 2018, com a inscrição do projeto “Talian! Ôba! Estou sendo lembrado”, o objetivo foi o
de resgatar a fala e as heranças do Talian... pag. 95
Outro exemplo trazido pela professora, como base para o fortalecimento do Talian nas
escolas, foi a construção, juntamente com os alunos da escola João XXIII e o Projeto
Memória, de uma maquete em tecido, representando o centro histórico de Antônio Prado.
Pag. 97
Nesta proposta, assim como na anterior, Chilanti uniu o patrimônio imaterial ao material...
pag. 97
Em relação a esta separação, tanto o patrimônio material quanto o imaterial “são categorias
interdependentes [...]. pag. 98
Em Antônio Prado, pouco antes do projeto “Nosso patrimônio, nossa história” ser criado e
implementado, o conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado, RS, havia sido, em
1990, tombado pelo Iphan. Pag. 98
Nos trinta anos de tombamento, vinte e cinco foram dedicados ao Projeto Memória,
envolvendo trabalhos de pesquisa, documentários, livros e até uma rota cultural. Pag. 98
Uma forma de registro muito utilizada por Roveda é a fotografia. A fotografia, considerada
por Sontag (1973) como o “vestígio material” do vivido, proporciona para quem não está no
projeto possibilidade de conhecer as pessoas envolvidas, os lugares, as coisas; identificar o
tempo de cada ação. Pag. 101
Os registros, realizados em vídeos, textos, imagens, publicações em jornais comprovam
que as ações aconteceram e garantem a existência do projeto, assim como se configuram
como estratégias sistematizadas para a continuidade. Pag. 101
... as práticas que vimos até aqui de Educação Patrimonial mobilizam experiências urbano-
educativas, pois, ao proporcionar reflexão sobre seus patrimônios, os alunos se indagam
sobre suas próprias experiências vividas e sobre as configurações socioespaciais da
cidade. Pag. 102
Como tornar uma miríade de coletividades culturalmente distintas em uma nação? Pag. 85
A identidade nacional oferecia a recriação de um passado comum e um projeto de futuro.
Tratou-se, obviamente, de um projeto de poder contraditório e contextual, mas amplamente
vigente no mundo ocidental. Pag. 85
Por um registro histórico, a definição de patrimônio como recurso social não se faz
dissonante de suas experiências desde o contexto histórico posterior à Revolução Francesa
(POULOT, 2009). Entre seus diversos papeis, coadunou-se a uma tendência à
monoidentificação presente em muitas sociedades contemporâneas (CUCHE, 2002; SILVA,
2015)... pag. 87
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Michael Pollak, sociólogo alemão, produziu pertinentes estudos acerca das relações entre
as memórias coletivas e as ações do Estado. Pag. 88
(entender as funções da memória) Neste sentido, “a memória, essa operação coletiva dos
acontecimentos e das interpretações do passado que se quer salvaguardar”, integra-se às
definições de pertencimento e de fronteiras sociais entre coletividades, produzindo
referências de coesão e de oposições. Pag. 88
Cada grupo, mediado por suas relações de poder e dependendo de sua maior ou menor
aproximação ao Estado Nacional, seleciona, justifica e socializa um determinado tipo de
memória. Pag. 88
O trabalho de enquadramento da memória aciona uma clivagem entre a memória nacional e
as “memórias subterrâneas” - aquelas que foram silenciadas ou tornaram-se pouco
perceptíveis pela memória oficial. Pag. 88
Liszt Vieira observa que na construção da identidade nacional, na Europa e na América, foi
privilegiado o sentimento de unidade, em detrimento da diversidade (2009, p. 65). Pag. 89
Essa ênfase, evidente na América Latina, engendrou ideologias, tais como a unificação
linguística, o patriotismo e o nacionalismo, que forneceram subsídios para a formação das
identidades nacionais e para a mobilização das populações para a defesa da pátria e de
suas virtudes cívicas. Pag. 89
Tem início no final dos anos de 1980, particularmente com o lançamento pela Unesco da
Recomendação de Salvaguarda das Culturas Tradicionais e populares em 1989; pag. 91
Em um programa institucional forte (DUBET, 2011), toda educação pública é uma educação
patrimonial. Pag. 92
Novas forças sociais passam a compor as correlações de força que moldam o social.
Paradoxalmente, diante da fragilização dos Estados nacionais, há uma ampliação das
demandas por cidadania. Pag. 93
Do ponto de vista histórico, sua definição regional sobrepõe-se a outras tipificações que
atribuem sua origem à chegada dos primeiros imigrantes italianos no Estado, tendo em vista
o uso de topônimos como “Região Colonial Italiana” ou “Antigas Colônias Italianas”
(POZENATO, 2003). Pag. 96
Segundo Silva (2013), foi constatado que muitas destas ações são orientadas por um
desejo pedagógico de mobilizar experiências educativas, onde a cultura local torna-se
conteúdo e prática escolar, ao mesmo tempo em que verificamos a circulação de
pedagogias voltadas à reconstrução de narrativas de sentido social e ao reconhecimento
político das produções identitárias locais. Pag. 98
...“o saber local não é algo que possa ser catalogado e preservado em uma perspectiva
conservacionista ou salvacionista das práticas culturais, é um saber vivenciado e inserido
no cotidiano de suas ações” (2013, p. 66). Pag. 98
Observamos que o reconhecimento das culturas identificadas com a história dos territórios,
manifestas no patrimônio histórico e na cultura popular tradicional, é uma recorrência
empírica relevante, tendo em vista a posição desprivilegiada que os imigrantes e os
camponeses tiveram em relação ao poder do Estado... pag. 99
Contudo, no campo das forças locais, tais processos reverberaram em novas disputas e
novos enquadramentos, no qual, por diversos interesses, a “identidade italiana” prevaleceu
enquanto narrativa identitária e patrimonial, em detrimento de diversas outras
manifestações. Pag. 99
Residente em Caxias do Sul desde 1976, Diógenes Antônio de Oliveira Brasil teve sua
iniciação na capoeira três anos mais tarde. Poucos anos depois, já iniciava um trabalho
social nas periferias da cidade e, atualmente, atua em dois Pontos de Cultura. Pag. 100
Um dos aspectos de sua atuação em cultura consiste em manter um projeto orientado pela
história e pela cultura africana e afro-brasileira por tanto tempo, mesmo em condições
discursivas que secundarizam ou mesmo desconsideram o papel do negro na memória
regional. Pag. 100
Contextualização:
O patrimônio cultural é visto como aquilo que a sociedade deve
preservar com a finalidade de garantir o legado de sua história e de sua cultura por
gerações. Como exemplo, mencionamos o patrimônio arquitetônico (monumentos, igrejas,
museus, palácios, casarios; a produção intelectual (artes plásticas, literatura, música,
cinema, fotografia); os bens naturais (rios, cachoeiras, montanhas, florestas, praias, lagoas,
dunas); os bens imateriais - costumes, tradições, folclore e ritos dos mais diferentes grupos
que compõem a sociedade). Embora o conceito de Patrimônio Cultural normalmente nos
conduza a um passado histórico, precisamos reconhecer a evolução e continuidade da
produção desses bens culturais no contexto do desenvolvimento humano. Pag. 18
Questão problema:
Face a isso, a questão problema que norteou a presente pesquisa foi:
como as práticas de informação e as atividades de educação patrimonial
podem provocar nos estudantes atitudes protagonistas de uso e apropriação dos bens
culturais que fazem parte da sua própria história? Pag. 19
Objetivo geral:
Neste sentido, como objetivo geral, propomos explorar as práticas de
informação de estudantes do ensino médio, bem como analisar as práticas de educação
patrimonial - Observação, Registro, Exploração e Apropriação - desenvolvidas com o
referido público escolar. Pag. 19
Objetivos específicos:
traçamos os seguintes objetivos específicos:
Referencial teórico:
No Referencial Teórico, discutimos as temáticas cerne da pesquisa –
informação, patrimônio, informação patrimonial e educação patrimonial, a partir de autores
como: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Descrição do local:
Em seguida, descrevemos o local de realização da pesquisa: Aldeia Marakanã
Resultados:
Na sequência, os resultados e discussões acerca dos achados da
Pesquisa
Considerações finais:
Nas Considerações Finais, expomos a síntese da pesquisa.
Pag.20
Referencial teórico:
Esta seção consiste na revisão da literatura de modo a evidenciar as
reflexões de autores acerca de temáticas-chave desta pesquisa: Informação, Práticas
Informacionais, Informação Patrimonial e Educação Patrimonial.
2.1 – Escrevivência
2.2 – Observação Participante
2.3 –
2.1 Informação
2.2 Patrimônio
A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216, define patrimônio como as formas de
expressão, os modos de criar, as criações artísticas e tecnológicas, as obras, objetos, os
documentos, edificações, e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais,
além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
ecológico e científico. Pag. 26
Na fase da observação é feita uma aproximação dos educandos com os bens com o
objetivo de criar uma identificação e desenvolver a percepção visual (HORTA et al. 1999).
Pag. 35
Na fase do registro é realizado através de desenhos, por exemplo, a fim de fixar o
conhecimento, o aprofundamento da observação e análise crítica, além do desenvolvimento
da memória
(HORTA et al. 1999). Pag. 35
na etapa da exploração, é feita a análise, discussões e
questionamentos para o desenvolvimento do julgamento crítico (HORTA et al.1999). pag. 35
o da apropriação, é realizada a recriação, uma releitura de tudo que foi visto antes, através
peças teatrais, desenhos, histórias em quadrinhos, mostrando o envolvimento afetivo e a
valorização do bem cultural (HORTA et al. 1999). Pag. 35
Esta seção retrata o local onde a pesquisa foi realizada: a Escola Cidadã Integral
Presidente João Goulart. Pag. 37
- História da escola
- contexto
- logradouro da escola
- infra-estrutura da escola
- equipamentos
- professores
- coordenação/secretaria
- funcionários contratados
4 METODOLOGIA
Nesta pesquisa, os atores correspondem aos estudantes do 3° ano do Ensino Médio, nível
técnico do curso de eventos, da Escola Estadual Cidadã Integral João Goulart. Pag. 42
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
coletamos dados que nos possibilitaram identificar os seguintes aspectos: gênero, idade,
profissão dos pais, pretensão de curso quando do ingresso na universidade. Pag. 45
Estas repostas mostram que os estudantes não estão familiarizados com o termo
Informação Patrimonial, porém percebemos que as respostas não podem ser consideradas
inconsistentes. Pag. 50
Tendo a noção que cidadania é a prática dos direitos e deveres de um indivíduo e que os
direitos e deveres devem andar sempre juntos. Segundo Dallari (1998, p. 14), “a cidadania
expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente
da vida e do governo de seu povo”. Pag. 51
Quanto à percepção de cidadania por parte do grupo pesquisado,
observamos que o mesmo compreende a importância de ser um cidadão ativo na
sociedade, com observância de direitos e deveres:
Esta atividade foi relevante para que os estudantes pudessem entender a importância que
os objetos têm e que podiam oferecer um vasto conjunto de informações que seriam
capazes de contar uma história a respeito da relação afetiva com o objeto. Pag. 53
A segunda etapa referiu-se ao registro dos bens culturais. Nesta etapa, realizamos
atividades que pudessem aprofundar a observação e análise crítica dos estudantes. Pag. 53
Por meio desta é possível analisar os bens culturais com discussões, levantando
questionamentos entre os estudantes a respeito dos diversos tipos de bens a que temos
acesso. Pag. 58
Na sequencia da exposição aos estudantes a respeito das pinturas foi realizada uma
atividade onde os mesmos receberam quebra-cabeças das obras apresentadas para que
pudessem montar. pag. 61
Mas, se ambas são possibilidades, só a primeira nos parece ser o que chamamos de
vocação dos homens. Vocação negada, mas também afirmada na própria negação.
Vocação negada na injustiça, na exploração, na opressão, na violência dos opressores.
Mas afirmada no anseio de liberdade, de justiça, de luta dos oprimidos, pela recuperação de
sua humanidade roubada. Pag. 16
Não por acaso, o olhar se mostra tão importante na cultura museal, pois garante a
distância devida entre público e os objetos exibidos. A maneira como as coleções,
os objetos patrimoniais, são expostos nos museus revelam um modo de
classificação muitas vezes alimentada pelas teorias antropológicas evolucionistas e
difusionistas predominantes até o início do século XX. Por outro lado, cabia ainda ao
museu a função pedagógica de, tomando emprestado a José Murilo de Carvalho
(1990) a bela expressão que dá título a um de seus livros, “formar as almas” da
nação. Educar, do ponto de vista, cientifico e sentimental, criando nas pessoas o
senso de identidade, de comunidade de pertencimento. Pag.05
Paula Montero fala dessa relação, observando: “Pode-se dizer, de um modo bem
geral, que a história das ciências sociais no Brasil e a história da Antropologia em
particular estiveram, desde seus primeiros passos no século XIX, ligadas ao
problema da construção da nação” (2006: 44). Na verdade, um universo mais
amplo de intelectuais, escritores, cientistas sociais, pedagogos etc, agindo individual
ou coletivamente nas instituições nascentes como os Institutos Históricos e
Geográficos, as Escolas de Direito e as de Medicina, e os museus etnográficos e de
folclore, contribuíram nesse processo. Pag. 05
Em sintonia com o espírito científico da época se buscava a singularidade da “raça
brasileira”. Pag. 05
Segundo Myrian Santos, o então diretor do Museu Imperial, Alcindo Sodré, via com
clareza que o museu tinha como tarefa ensinar e seduzir; o museu devia, nas
palavras dele, “ser um instrumento não só de acúmulo e preservação de um
patrimônio espiritual, mas também o instrumento de ciência, deleite e educação do
grande público” (Sodré apud Santos, 2003: 120). Pag.06 (USAR COMO EX. NA
MONO)
Aos poucos o patrimônio cultural e educação encontrariam um
forte aliado na diversidade cultural. A partir de 1972, a Unesco
passou a defender a ampliação do conceito de patrimônio cultural
com a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural
e Natural culminando na Convenção para Salvaguarda do
Patrimônio Cultural Imaterial, de 2003; política essa antecipada
pelo Brasil no Decreto n. 3.551, de 04/08/2000 cuja semente
Mario de Andrade plantou no projeto de criação do IPHAN em
1937.PAG. 06
Haja vista que a política de educação patrimonial está assentada sobre três
eixos de atuação: a) inserção do tema patrimônio cultural na educação formal; b)
gestão compartilhada das ações educativas; c) instituição de marcos
programáticos no campo da educação patrimonial. Pag. 15
“Em razão da ampliação do conceito de patrimônio e da multiplicação de
ações educativas em todo o país, há necessidade de normatizar e garantir o
cumprimento de diretrizes mínimas da Política Nacional de Educação Patrimonial.
Essas diretrizes foram consolidadas nos seguintes documentos: Carta de Nova
Olinda (2009), I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural (2009) e Documento do II
Encontro nacional de Educação Patrimonial (2011)” (2014: 29). Pag. 15
Mediações antropológicas
etnografia dos saberes e dos fazeres, dos lugares e dos objetos, classificado pelos
“nativos” em situações formais e não formais de educação como fundamentais à
constituição do ser humano, da sua definição como pessoa e da construção da
ordem do mundo, nos possibilite a formulação de teorias etnográficas cuja eficácia
resida na oportunidade de se produzir uma educação patrimonial menos
verticalizada, menos “manualizada”, menos abstrata. Pag. 21
Nestes termos, o sentido político confiado à elaboração de uma teoria
etnográfica da educação é o de fornecer modelos pedagógicos alternativos ou o de
colocar em destaque o ethos de uma cultura educativa, muitas vezes, encapsulada
pelos “vícios” de nossa própria visão de educação ou de cultura. Pag. 22
Não por acaso, o olhar se mostra tão importante na cultura museal, pois garante a
distância devida entre público e os objetos exibidos. A maneira como as coleções,
os objetos patrimoniais, são expostos nos museus revelam um modo de
classificação muitas vezes alimentada pelas teorias antropológicas evolucionistas e
difusionistas predominantes até o início do século XX. Por outro lado, cabia ainda ao
museu a função pedagógica de, tomando emprestado a José Murilo de Carvalho
(1990) a bela expressão que dá título a um de seus livros, “formar as almas” da
nação. Educar, do ponto de vista, cientifico e sentimental, criando nas pessoas o
senso de identidade, de comunidade de pertencimento. Pag.05
Paula Montero fala dessa relação, observando: “Pode-se dizer, de um modo bem
geral, que a história das ciências sociais no Brasil e a história da Antropologia em
particular estiveram, desde seus primeiros passos no século XIX, ligadas ao
problema da construção da nação” (2006: 44). Na verdade, um universo mais
amplo de intelectuais, escritores, cientistas sociais, pedagogos etc, agindo individual
ou coletivamente nas instituições nascentes como os Institutos Históricos e
Geográficos, as Escolas de Direito e as de Medicina, e os museus etnográficos e de
folclore, contribuíram nesse processo. Pag. 05
Haja vista que a política de educação patrimonial está assentada sobre três
eixos de atuação: a) inserção do tema patrimônio cultural na educação formal; b)
gestão compartilhada das ações educativas; c) instituição de marcos
programáticos no campo da educação patrimonial. Pag. 15
Mediações antropológicas
IndagaçÔes sobre quem tem legitimidade para selecionar o que deve ser preservado, a
partir de que valores, em nome de que interesses e de que grupos, passaram a pôr em
destaque a dimensão social e política de uma atividade que costuma ser vista como
eminentemente técnica. pag. 1
Entendia-se que o patrimônio cultural brasileiro não devia se restringir aos grandes
monumentos, aos testemunhos da história “ oficial”, em que sobretudo as elites se
reconhecem, mas devia incluir também manifestações culturais representativas para os
outros grupos que compõem a sociedade brasileira — os índios, os negros, os imigrantes,
as classes populares em geral.pag. 1
A expressão “referência cultural” tem sido utilizada sobretudo em textos que têm como base
uma concepção antropológica de cultura, e que enfatizam a diversidade não só da produção
material, como também dos sentidos e valores atribuídos pelos diferentes sujeitos a bens e
práticas sociais. Essa perspectiva plural de algum modo veio “descentrar” os critérios,
considerados objetivos, porque fundados em saberes considerados legítimos, que
costumavam nortear as interpretações e as atuações no campo da preservação de bens
culturais. pag. 4
Logo, quando não se trata de solo virgem, inexplorado, mas de regiões que tém história,
tradições, ou seja, quando se trata de um solo “cultivado”, que tem cultura inscrita nele,
pensar em uma intervenção, mesmo que seja com o objetivo de “preservar o patrimônio”,
implica em uma reorientação do uso desse solo. Trata-se de levar em conta um ambiente,
que não se constitui apenas de natureza — vegetação, relevo, rios e lagos, fauna e flora,
etc. — e de um conjunto de construções, mas sobretudo de um processo cultural — ou seja,
a maneira como determinados sujeitos ocupam esse solo, utilizam e valorizar os recursos
existentes, como constróem sua história, como produzem edificações e objetos,
conhecimentos, usos e costumes. pag.4
Nessa perspectiva, os sujeitos dos diferentes contextos culturais têm um papel não apenas
de informantes como também de intérpretes de seu patrimônio cultural. pag. 5
Preservar traços de sua cultura é também, hoje sabemos, uma demonstração de poder.’
Pois são os poderosos que não só conseguem preservar as marcas de sua identidade
como, muitas vezes, chegam até a se apropriar de referências de outros grupos (no caso do
Brasil, de índios e negros), ressemantizando-as na sua interpretação. pag. 5
Isso quando não recorfem simplesrriente à destruição dos vesógios da cultura daqueles que
desejam submeter. pag.5
O fato é que o princípio exclusivo de autoridade — seja ela cienófica, religiosa, fincada na
tradição, ou mesmo política (o Estado agindo em nome da Nação) — já não se sustenta em
uma sociedade que se queira democrática. Por outro lado, a ausculta de outras “vozes”, a
consideração de outros interesses que não os dos grupos de maior poder econômico e/ou
intelectual, só é possível quando a própria sociedade se organiza com essa finalidade.
pag.6
A Experiência do CNRC
Para Aloísio Magalhães, o Brasil ocupava, entre os países, uma posição privilegiada em
termos de perspectiva de desenvolvimento. Aqui coexistiam, naquele momento, o mundo
avançado da tecnologia e da indústria e o mundo das tradições populares, do fazer
artesanal. pag. 6
No projeto do CNRC se pretendia cruzar esses dois mundos − o recurso às mais modernas tecnologias
para recuperar e proteger as raízes autênticas da nacionalidade − com o objetivo de fornecer
indicadores para um desenvolvimento apropriado [Magalhães, 1985]. pag. 6
Nossa hipótese era de que, se a pesquisa tivesse partido de questões mais genéricas e/ ou
abstratas, como indagar se se trata de artesanato ou indústria caseira, se a produção atual
conserva sua autenticidade, ou mesmo tentado captar diretamente o imaginário das
tecedeiras, as representações que constroem sobre o tecer, essa postura poderia ter levado
a pesquisa a reproduzir modelos de análise estranhos à maneira como as tecedeiras
encaram sua atividade, deixando de fora o que seria a maior riqueza e a mais importante
contribuição de uma pesquisa como essa: a apreensão dos sentidos que as tecedeiras,
implícita e explicitamente, atribuem à sua prática com a tecelagem. pag. 7
É importante frisar que não se partia também de pressupostos que costumam estar
presentes nas pesquisas feitas pelos folcloristas ou pelos planejadores econômicos, ou
seja, a defesa incondicional da necessidade de se proteger produtos e modos de vida
autênticos, em uma visão idealizada da cultura popular; pag. 7
Em ambos os casos, o foco estaria em valores externos aos dos produtores e usuários
habituais, e talvez fora das possibilidades daquela situação específica. pag. 7
Essa perspectiva está bem distante de uma visão − que é a que costuma ser adotada pelos folcloristas
− que interpreta as manifestações da cultura popular a partir de uma noção mítica de tempo,
enfatizando o seu caráter repetitivo, opondo tradição a mudança. Ao tentarem resgatar ou preservar a
autenticidade dessas manifestações, esses estudiosos na verdade estão tentando preservar seus
próprios valores, convertendo a cultura popular em símbolo de um tempo perdido e em refúgio para a
vida moderna. pag. 8
Conclusão
Ou seja, é preciso definir um ponto de vista para organizar o que se quer identificar, e para isso é
preciso definir um determinado recorte ou recortes − como, por exemplo, o trabalho, a religiosidade, a
sociabilidade −, o que, evidentemente, vai indicar uma determinada compreensão do campo que se
quer mapear. pag. 9