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I - Considerações iniciais
Acredito que a primeira forma de fazer uma análise dos bens culturais é
reconhecer que são produto da cultura, portanto instrumento mediador 2 das relações
humanas e produto do trabalho3 humano. Pensar a existência dos bens culturais a partir
do conceito de trabalho na perspectiva do materialismo histórico pode ser um caminho
para abandonar de vez qualquer neutralidade de sua existência. Nesta abordagem os bens
culturais e suas narrativas possuem interesses econômicos, políticos, sociais e de classe,
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Para Marx as classes seriam a trabalhadora, quem produz a riqueza, e a burguesia, que é detentora dos
meios de produção. Ambos em permanente conflito.
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O conceito de mediação é no sentido de Vygotsky, coloca que os sujeitos se relacionam com o mundo
de forma mediada a e nunca de forma direta. A mediação acontece pela linguagem e pelos instrumentos,
ou seja, pelas produções culturais
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Em Marx e Engel, o conceito de trabalho é definido por toda a produção cultural humana, desde a
produção de objetos e dos códigos culturais. O trabalho acontece na sua forma livre a alienada,
dependendo de como se relaciona com os sujeitos na sociedade.
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assim como com outras produções culturais possuem escolhas a favor e contra no âmbito
das classes sociais.
Evocar o conceito de classes sociais, que é um conceito usado por Marx e Engel,
não significa uma abordagem econômica na análise, mas compreender que o patrimônio4
é criação humana e produto do trabalho. Neste sentido, se configura um meio e não um
fim, assim como, inerente as questões sociais de luta de classe e dominação. Por ser uma
construção social humana e histórica, os bens culturais estão atuando na totalidade da
sociedade e qual tem seu papel, a questão é se atua como uma forma de construção livre5
pelos sujeitos ou se servem como instrumentos apenas de reprodução e manutenção da
sociedade a qual está inserido.
A partir desta reflexão podemos observar que todas as categorias até aqui
mencionadas e a totalidade social são categorias elaboradas pelos homens e não são
produtos da natureza, portanto, com finalidades próprias e funções determinantes na
sociedade. Neste sentido, pensar o capitalismo enquanto organização social específica
que interfere nessa totalidade é uma questão incontornável. É possível refletir, também,
que o patrimônio além de não ser uma categoria da natureza possui concretude, pois sua
transmissão reverbera na ação dos sujeitos sociais. Por esse caminho os chamados bens
culturais, também, não estão alheios as forças políticas e econômicas do sistema vigente,
isso nos leva a refletir que a nossa cultura e a vida se reproduzem nos parâmetros de uma
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Estou falando de patrimônio como produção cultural do homem, portanto, fruto do trabalho.
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Invenção e reinvenção pelas memorias e experiências sociais e coletivas.
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sociedade específica, em que o patrimônio cultural é permeado por todas as condições e
contradições dessa sociedade. Portanto, os bens culturais são uma entre tantas
engrenagens da sociedade, que possui uma funções e determinações especificas.
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prédios, artes, monumentos históricos, relíquias, documentos e manifestações culturais e
artísticas. A ideia de coleção, propriedade e de bens culturais parece ser as vezes
misturadas, mas cada uma possui sua função social que conflui com a necessidade de
transmissão. Até mesmo os bens culturais passados dentro de uma família demandam a
transmissão do saber.
A ideia de coleção pode nos remeter, desde a antiguidade até os dias de hoje, para
uma formação de patrimônios por sujeitos, pois qualquer ser humano exerce atividade
com objetos, cujo função é um processo de subjetivação dos objetos, no qual se
atravessam relações de memória e afeto. Quem nunca teve uma coleção de objetos ou já
guardou algum objeto em que possuía uma relação afetiva de memória? Acredito que essa
forma de relação entre memórias e objetos pode ser a maneira mais livre e construtiva na
construção dos bens culturais, no entanto, essa construção acontece no âmbito “micro”
da esfera social. As vezes se ligam entre sujeitos, mas sua feição é o que Jeudy (1990)
chama de memorias “difusas” e “disformes” 6 , considerando que se trata de relações
pessoais e seria complicado formar uma unidade de sentidos. Surge como um exercício
de narrar dos sujeitos a partir da vida, tendo como mediação os objetos, em outras
palavras, o exercício da transmissão das experiências 7 no sentido Benjaminiano da
palavra. Em contraponto a esta concepção de memória e patrimônio cultural temos a
orientação conceitual dos bens culturais na esfera das instituições culturais, que seguem
o ordenamento jurídico8 próprio. Que se apropria do cotidiano e o transforma em bens
culturais legitimados pelo Estado, mesmo que no cotidiano os sentidos sejam
diferenciados ou nem façam mais sentido. As instituições passam a orientar a edificação
de bens culturais determinados, frente a complexidade dos próprios bens culturais
construídos no cotidiano.
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São difusas e disformes por não possuírem uma noção de centralidade e permanência no sentido
atribuído.
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Conceito de experiência de Walter Benjamin, coloca, em linhas gerais, que as experiências surgem na
vida e nas narrativas dos sujeitos.
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O termo Ordenamento Jurídico faz menção a um conjunto de leis, deste caso a Constituição Federal e
as leis que regem a preservação dos bens culturais.
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Diante da análise das leis é possível pensar que existe uma institucionalização do
conceito de patrimônio, em que as mesmas diretrizes definem a ideia de patrimônio para
orientar suas formas de atuação social e de preservação dos bens culturais. No Brasil
temos políticas de preservação do patrimônio cultural, que são organizadas em níveis
federais, estaduais e municipais, em que se define o que é o patrimônio cultura a ser
preservado. A Constituição Federal de 1988, que é a lei maior no país, define o conceito
de patrimônio cultural e garante o seu acesso e difusão. O “artigo 216” define que:
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das manifestações culturais, que são classificadas em quatro livros: Livro de Registro dos
Saberes; Livro de Registro das Celebrações; Livro de Registro das Formas de Expressão
e; Livro de Registro dos Lugares. As instituições de preservação em diferentes esferas
públicas orientam legalmente as diretrizes do patrimônio em que classificam o seu perfil.
Os bens imateriais estariam relacionados aos saberes, habilidades, crenças, práticas e o
modo de ser dos grupos. Entre estes podemos citar as manifestações culturais, cênicas,
rituais e festas que marcar as características dos grupos, além de mercados, feiras e
lugares de memórias.
Acredito que esta separação entre bens “imateriais” e “materiais” foi uma forma
que o IPHAN encontrou para conceituar o patrimônio e possibilitar sua classificação. No
entanto, parece evidente a atuação desse ordenamento jurídico na definição do que venha
a ser bens culturais e a sua função no tange a educação e a preservação dos valores, pois
a questão da formação de valores e as referências aparecem como questões centrais.
Assim, os bens culturais assumem papel estratégico no âmbito do Estado para preservar
e transmitir valores, bem como outras instituições como educação escolar e as
universidades. Se o patrimônio tem uma função de preservar e educar, seu papel é
fundamental na formação das consciências ou na própria alienação de uma nação.
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ambiguidade da noção de patrimônio. Pois todo interrogação atual
acerca do sentido do patrimônio não se escreve na perspectiva
exclusiva da monumentalidade. Ao contrário ela busca uma nova via
para traduzir uma valorização das memórias coletivas” .(Jeudy,
1990,p.6)
Para Jeudy (1990), os monumentos, muitas vezes associada narrativa oficial, não
dariam conta da complexidade das memórias individuais e coletivas. Tal crítica é
justificada por ele devido aos monumentos históricos estarem associados a “uma” entre
tantas interpretações. Por este caminho, o patrimônio não se esgota no conceito de
monumento, mas busca uma nova via para traduzir a valorização das memórias coletivas,
que possuem uma forma de apreensão mais complexa. Diferentemente da ideia de
monumento que busca estocar e armazenar e transferir conceitos, o patrimônio precisa de
apropriação dos sujeitos, pois é um mediador das memórias e não um fim. Nesse sentido,
o patrimônio se torna uma conquista social, de permanente e estreita relação com os
sujeitos e as subjetividades culturais. A crítica do autor nos faz refletir que muitas vezes
patrimônio e monumento surgem como sinônimos, naturalizando a história oficial como
narrativa universal.
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anulado, não há desenho de um patrimônio, pois não acontece o processo de apropriação
de significado e sentido. O patrimônio enquanto mediação e transmissão é fonte de
narrativas individuais e coletivas, no entanto, esse processo pode acontecer de forma
apropriada pelo Estado e as instituições de preservação, que podem atuar como
irradiadores de determinada ordem narrativa e a própria produção de bens a serem dignos
de preservação. Neste sentido, os mesmo podem deixar de ser “meio” e ser “fim” com
uma política de preservação sem atenção ao patrimônio enquanto apropriação dos
sujeitos; ou quando passam a ser determinadores dos valores e serem preservados em
detrimento de outros. Desta forma, se faz necessário perceber que o patrimônio em quanto
“fim”, pode ser um discurso legitimador e reprodutor de uma lógica específica de
sociedade. As narrativas destes bens podem operar na naturalização, no ocultamento e na
pretensa universalização de valores, atuando na distorção da sociedade como ela é.
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Museu Localizado no Município de Duque de Caxias no Rio de Janeiro, que tem como missão preservar
a memória da Fazenda que Nasceu o patrono da cidade. Duque de Caxias é um personagem que é o
Patrono do Exército Brasileiro e da cidade do Rio de Janeiro que leva seu nome.
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narrativas nas instituições de preservação. No mesmo sentido, não estou afirmando que o
processo de significação dos bens culturais não possa ser reinventado nas instituições,
mas que a narrativa e a legitimação dos bens específicos pode ser um fator que
determinante no processo de transmissão de valores particulares.
IV – Patrimônio e mercado
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tensões e conflitos no âmbito social. Essa crítica é explicitada pelo autor na
contemporaneidade, observando as cidades “patrimônializada 10 ”, que se reduziriam a
lógica da reprodução e do entretenimento. Nesta perspectiva, o que surge é o turismo
internacional e o processo de “museificação” das cidades, que são justificadas pela
preservação as identidades culturais, mas que provocaram a transformação dos bens
culturais em mercadorias11 do exibicionismo para atender as visitações. Como uma forma
de mercantilização e a transformação cidades em objeto de consumo, seguindo a lógica
da sociedade de mercado.
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Cidades encenas e movimentadas pelo capitalismo e pelo turismo, com a finalidade de serem
preservadas para o entretenimento. Neste sentido, a preservação é estética e não ao conjunto da
cultura, assim como, a finalidade é a valorização para gerar capital para empresas.
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Para Marx o conceito de mercadoria é como tudo aquilo que pode ser comprado e vendido, no caso
citado os bens culturais deixaria de assumir seu caráter de valorização da memorias e sujeitos sociais e
estaria servil ao mercado do capital, esvaziando a noção de bens culturais.
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A crítica de Jeudy (2005) ao patrimônio é no âmbito da construção deste discurso,
que ele denomina de processo de reflexibilidade. A demanda do “mercado” de bens
culturais a imposição da preservação e transmissão das memórias, em que anularia a
possibilidade de esquecimento e o fim de determinadas culturas, em que, por exemplo,
uma cabana de pescador não deve mais desaparecer. O autor evidencia, mesmo sem
interesse direto, atuação do capitalismo sobre os bens culturais, em que a mercantilização
transformaria a cultura e o patrimônio e em produto de consumo, esvaziando o sentido do
patrimônio destas cidades. A reflexividade tornaria homogêneo os bens e forçaria uma
permanente lembrar, quebrando a lógica da “relação”, que é característica do próprio
patrimônio, assim como, das possibilidades de lembrar e esquecer. Acredito que além da
homogeneização dos bens culturais, a maquinaria do patrimônio pode afastar os sujeitos
das suas realidades, com “fuga” para o mundo dos sonhos e da nostalgia, em uma
retroatividade perpetua.
Essa crítica nos fazer indagar: quem opera a máquina? Todo operador é sujeito,
em que possui interesses, visões de mundo e até classe social. A resposta pode ser o
capital? Aprofundado a questão, os bens culturais operariam, também, na crítica de Jeudy
(2005), operariam como instrumentos de mediação de determinada narrativa, mas uma
reprodução para o consumo. Para o mesmo, na reflexivilidade não há segredos, a
transparência anula a possibilidade de imaginar o que poderia ser e até ocultar a memória.
Em que a criança, por exemplo, se torna um “receptáculo” desse fenômeno, e que a
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conservação patrimonial garante a certeza de uma ordem de mundo e uma organização
de sentidos. O autor denuncia que essa ordem simbólica é impregnada de arcaísmo, como
se o objeto de transmissão fosse realmente antigo e deslocado da realidade, ao mesmo
tempo, sem estimular a imaginação e se tornando algo trivial, uma mercadoria. Aqui se
ressalta, mais uma vez, um dos artifícios do patrimônio no âmbito da reflexivilidade, o de
tentar estabilizar as narrativas e definir o que será lembrado. Ao mesmo tempo, inserir
nessa atmosfera o medo do “esquecimento”, em que se ressalta o dever cívico de
“rememoração” para a satisfação das massas. Essa preservação e reconstituição do
passado aparece em favor as “identidades” em oposição a globalização, reforçando a
lógica dos bens a serem preservados.
V- Patrimônio e as classes
A reflexão que podemos fazer é que determinadas narrativas podem gozar de uma
posição privilegiada na educação e na sociedade, em que muitos podem aparecer como
incontestáveis, na mediada os bens culturais surgem como testemunhos e documentos
desta narrativa. O que desejo ressaltar é que os bens culturais são pedagógicos, pois são
capazes de materializar as narrativas por serem testemunhos da mesma, ao mesmo tempo,
que geram valor e valorizam determinada cultura. Portanto, o patrimônio surge como uma
forma de produção de valor. A crítica a está razão “maquinal” do patrimônio pode partir
de algumas perguntas: o que as narrativas do patrimônio transmitem? A quem beneficia?
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Em outras palavras, que ideologias12 orientada o discurso? A contribuição desta reflexão
é de perceber que os bens culturais, quando percebidos nas instituições de preservação,
são engrenagens sociais em funcionamento, que não constituem elementos puramente de
manifestações culturais, mas formadores de consciência.
IV- Considerações
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Ideologias aqui não é assumida como visão de mundo, mas na perspectiva de Marx, ou seja, como
falsa consciências, engano e visão distorcida da realidade.
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Em síntese, a questão sobre patrimônio cultural, além do seu conceito polissêmico,
o termo assume algumas formas concretas distintas na sociedade. A partir das reflexões
anteriores, a primeira forma seria o patrimônio enquanto o conceito que se constitui na
relação do sujeito com as coisas, em que os mesmos se apropriam dos objetos enquanto
instrumento de mediação, neste sentido, os sujeitos se apropria das coisas em que não se
possui uma ordem específica. O patrimônio é mediação, criação e reinvesão de sentidos.
O caráter individual e, de alguma forma, coletivo são suas características principais, assim
como, as a necessidade que os sujeitos de se relacionar com o mundo, “usando” os objetos
como elemento das memórias, narrativas e experiências.
A terceira via dos bens culturais aparece na crítica Jeudy (2005), em que a
patrimonialização das cidades estabelece um mercado dos bens culturais, com a
homogeneização e o esvaziamento do sentido pela transformação dos bens em apenas
produto de consumo. A contradição desta abordagem reside em enunciar a preservação,
mas transforma em mercadoria o próprio patrimônio. O patrimônio como mercadoria é a
desconstrução do próprio patrimônio enquanto elemento de significação e produção
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humana, em que o capital tudo devora, pois neste âmbito patrimônio cultural surge como
movimento do próprio capitalismo.
BIBLIOGRAFIA:
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__________________. Retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil.
Rio de Janeiro: UFRJ-Iphan, 2002.
JEUDY, H.P. Espelho das cidades. Rio de Janeiro: Casa das Palavras, 2005.
MARX, Karl, O capital I: Critica da Economia política, São Paulo, Boitempo, 2017
VYGOSTKI, L.S. Formação Social da Mente, São Paulo, Martins Fontes, 2007
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