Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: TÓPICOS INTEGRADORES I
ORIENTADOR: PROFº. ANTÔNIO MAIA
Introdução .................................................................................................................,............ 5
1. Corpo masculino: consumo e representação:
1.1 A influência da opressão social na vaidade masculina.......................................... 6
1.2 Publicidade masculina no consumo de produtos estéticos.................................... 8
1.3 Bem-estar e saúde masculina................................................................................. 8
1.4 O corpo masculino e suas representações..........................................................,... 9
1.5 Consumo de brinquedos masculinos...................................................................... 10
Conclusão ...........................................................................................................................,,... 12
Referências
5
INTRODUÇÃO
A vaidade dos homens ganhou força nos últimos anos com a maior procura deles por
beleza e bem-estar, o estereótipo do “macho bruto” já não é mais a regra entre eles.
A opressão social sempre esteve presente em nossa sociedade, assim como a vaidade
masculina, essa última, entretanto, sempre muito implícita.
Após o termo “metrossexual” ser utilizado para designar homens vaidosos, essa
opressão ganhou ainda mais força. Andressa Simões de Souza (2007, p. 15) explica o termo
metrossexual como: “na sua origem, a palavra metrossexual configurou-se como a contração
das palavras metropolitano e heterossexual, ou seja, para referir-se aos homens vaidosos que
residem nas grandes metrópoles”, porém, o termo é geralmente mal interpretado como
adjetivo para designar a sexualidade do indivíduo. Recentemente o homem começou a se
sentir confortável e assumir essa opção, que na maioria das vezes é cuidado pessoal e busca
por um estilo de vida.
6
Antigamente um homem vaidoso não era bem visto, a vaidade masculina era
considerada um traço feminino, fazendo assim com que a sexualidade e a “moral” ficassem
abaladas no meio social do indivíduo. Antes da modernidade, essa vaidade dos homens era
focada apenas em demonstrar força e capacidade de proteger o sexo oposto, sobrando para a
mulher a fragilidade e cuidado com a aparência.
Também o machismo é outra prática que não apenas afeta o sexo feminino como
também o masculino. Ser taxado de gay ou “afeminado” é algo constante quando um dos
indivíduos de um grupo é vaidoso. A pressão para ter o estereótipo masculino começa na
infância quando se estipula rosa para menina e azul para menino. Os cuidados com a
aparência masculina também são atingidos pelo machismo quando um homem não pode usar
roupas ou tratamentos estéticos que antes eram procurados apenas por mulheres. É um
sistema criado em sociedade, que atinge camadas profundas de ambos os sexos.
Por isso, a cultura machista deveria ser combatida pelo próprio homem, visto que ela
impede e não traz os benefícios que são cada vez mais procurados. O machismo aprisiona o
homem, transformando-o tanto vilão quanto escravo desse sistema.
Segundo (Trindade 2005, citado por Peruzzo, 2017) a publicidade se apresenta como
um discurso universal das sociedades de consumo, pois vincula a imagem e valores sociais
representativos da contemporaneidade. Por consequência, propiciando ideologias, valores, nas
representações sociais dos consumidores contemporâneos. No que se refere, a vaidade do
gênero masculino, característica antes exclusivamente feminina e negada pelos homens, tem
aparecido como tópico central nos periódicos masculinos, quando o assunto é o bem-estar, os
cuidados com a saúde e a preocupação com a estética. Seguimento que esta ganhando
destaque em anúncios publicitários de produtos cosméticos para o público masculino. De
acordo com (Pires e Ferraz 2008, p. 33, citado por Possati), o anúncio publicitário “não é
apenas um fenômeno natural que emerge da vida real, ele é produzido por pessoas que fazem
7
parte de uma rede de relações sociais, revelando, assim, não só as próprias ideologias, como
também as do grupo social a que pertencem”.
Logo a publicidade nesse paradigma é anexada a anúncios de produtos cosméticos
masculinos, pois, esta promovendo o movimento da cultura de consumir produtos para
valorizar a estética, propulsionando uma massa cada vez mais vaidosa.
Com a vaidade masculina em crescimento, havendo a quebra de preconceitos, as
marcas de cosméticos visando esse crescimento, apostam em produtos refinados voltados para
esses públicos, atentando-se as classes e exigências de cada cliente, segundo o site, mundo do
marketing, o Brasil já é tradicional no ramo da vaidade masculina, ocupando a segunda
posição do ranking pela euromonitor international de cosméticos para homem, ficando atrás
apenas dos estados unidos. Cenário esse proveniente das inúmeras ofertas de produtos
alavancados pelo avanço da tecnologia de comunicação em massa, propiciando o acesso cada
vez maior de conteúdo publicitário ao consumidor, bem como, o consumidor masculino, esta
projetado em um novo período da historia, citado por (Felczak 2015), ”Um dos conceitos
mais usados para definir esta fase histórica é “modernidade”.
Semelhante termo soa redundante, por incluir toda a realidade que circunda. Zygmunt
Bauman define a modernidade como “líquida”, fluida, a impermanência e a constante
mudança de forma nela verificadas nunca têm um término.” Como também, tornar público
“produtos”, até então, voltados para o gênero feminino, e agora nessa nova fase da historia,
ganha uma nova ideologia pautada nos interesses do consumidor individualista, Bauman,
compreende o homem como produto, (Felczak2015), ver o homem transformado numa
estrutura flexível de consumo programável par o consumo.
Isto é, a publicidade e a propaganda de produtos cosméticos de caráter vaidoso para o
gênero masculino têm intima relação com a indagação sobre o consumo que atualmente ele
foi redimensionado , saindo da ideia de compra de mercadorias, ( produtos como: shampoo
para barba, Hidratante corporal em spray, Óleo para barba, etc..), e serviços , para a da
configuração de novas relações sociais, na qual o homem está inserido.
[…] ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter
segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as
capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável. A “subjetividade” do
“sujeito”, e a maior parte daquilo que essa subjetividade possibilita ao sujeito atingir,
concentra-se num esforço sem fim para ela própria se tornar, e permanecer, uma mercadoria
vendável. A característica mais proeminente da sociedade de consumidores – ainda que
8
Os homens querem continuar jovens, belos e saudáveis nem que para isso tenha alguns
esforços. Eles estão buscando atividades físicas, fazem dietas, levam uma vida mais saudável
não mais somente o futebol e churrasco com os amigos.
Ora na sociedade de consumo o sujeito estar preocupado com as inúmeras
possibilidades surgidas no mercado do consumo (Bauman, 2001, 2009, 2011). E agora o
9
sujeito escolher o que deve ser feito com seu corpo. Esse comportamento mudou graças a
divulgação da mídia a qual mostra o que acontece com quem leva uma vida sedentária. A
busca por práticas saudáveis, exercícios físicos e motivada mais pela qualidade de vida do que
pela estética. Mas ainda existem aqueles que vão por motivos estéticos.
Pois vivemos em um tempo em que se fala muito sobre saúde e bem-estar, isso é ótimo e traz
grandes benefícios para a sociedade.
Segundo estudos do Ministério da Saúde mostram que os homens fazem mais
exercícios físicos que as mulheres. Enquanto 41,2 % deles praticam alguma exercício físico
no tempo livre, apenas 27,4 % delas fazem o mesmo. Com isso vemos que diferente do que
muitos acham a preocupação de uma vida saudável é bem presente no universo masculino.
Para o professor de educação física da Universidade de Brasília Luciano Santana Lopes, que é
psicólogo especializado em atividade física e educação, hábitos estabelecidos na infância
refletem na idade adulta. “É uma questão cultural mesmo. Os meninos são incentivados desde
muito cedo pelos professores a participar de atividades físicas, principalmente as coletivas, ao
passo que as meninas são constantemente direcionadas para um lado mais social, com bem
menos exercício físico”.
Portanto hoje percebemos que esses incentivos não são mais só por motivos de
diversão, ou saúde, mas a busca de um corpo “ideal“. Logo a preocupação com a saúde e
beleza ganha um novo olhar, isso tudo aconteceu junto com as mudanças ocorridas durante
esses tempos. A cada dia cresce o número de homens extremamente vaidosos e as mulheres
agradecem
deuses eram os padrões intelectuais e físicos, que os gregos e romanos desejavam alcançar.
Com o tempo, os padrões sofreram mudanças, apesar do padrão de beleza “clássico” se
manter. Ter sobrepeso, e ter roupas extravagantes, também já foi considerado beleza na era
medieval europeia por representarem riqueza, o que atraía muito a atenção.
Hoje em dia, a mídia é que detém o maior poder de influência sobre as pessoas.
Sempre ditando como se comportar, como agir, como se vestir e como ser.
Para Bauman (2001), o corpo contemporâneo é o “corpo para consumo”, que é
mostrado para venda e apreciação, um corpo-mercadoria, que torna a busca pelo corpo
perfeito algo difícil de atingir, fazendo com que as pessoas virem escravas do mercado.
Propagandas de televisão e até desenhos e filmes de super-heróis, apesar de serem
fictícios, mexem com o imaginário dos leitores e telespectadores, pois costumam ter histórias
marcantes e que incluem o cotidiano da vida real, fazem representações de ideais, morais,
valores, normas e de conduta da sociedade, fazendo com que criem fortes ligações com eles.
Contudo, os corpos masculinos representados pelos super-heróis fogem do padrão da vida real
e são geralmente mostrados com um corpo viril e musculoso que acaba se tornando o
referencial de corporeidade masculina.
Músculos são indicativos de masculinidade (Glassner, 1989), atestando um ideal de
força e virilidade, potencializado pela mídia sobre o imaginário de jovens homens. E os
corpos “comuns”, que desviam dos corpos das tevês costumam ser satirizados ou então
excluídos da mídia, são vistos como feios e pouco atraentes.
A musculosidade dos homens tem então, a função de destacar quais são os
personagens principais em relação àqueles secundários e menos relevantes. Enquanto os
corpos dos heróis possuem formas mais simétricas, dentro de padrões de beleza e até mesmo
saúde, os corpos dos vilões ao contrário, geralmente e frequentemente têm traços que
distorcem dos padrões dos heróis, como sendo magros demais, tendo cicatrizes, deficiências
físicas ou feições mais grotescas. Estas caracterizações acabam por reproduzir valores
estéticos e normas sociais no mundo atual.
Por anos, bonecos com padrão de beleza definido foram impostos aos garotos, assim
como as bonecas Barbie para as garotas. Podemos ver com os garotos diversas opções de
padrão de beleza surreais como o boneco Ken e Max Steel, de corpo atlético, olhos claros e
11
geralmente de pele branca, esses brinquedos oferecidos pelo comércio atual podem ser
extremamente prejudiciais ao desenvolvimento dos garotos, tendo em vista que são padrões
impossíveis. Brinquedos são objetos de identificação e tem uma influência muito grande na
vida e no processo de construção da identidade infantil e neste processo, os que fogem aos
padrões são vistos como diferentes.
O brinquedo tem uma importante participação na construção da infância, É por meio
deste que a criança se apropria do mundo real, domina conhecimentos, se relaciona e se
integra culturalmente, tendo, portanto um papel extremamente importante no
desenvolvimento da mesma de forma que ela cresça mais saudável.
Apesar de não existirem muitos brinquedos que representem a diversidade, nos
últimos anos algumas empresas passaram a se preocupar e começaram a fabricar produtos
para que os meninos possam se identificar, e o reconhecimento que essas crianças têm com tal
brinquedo ajuda na formação desta criança que esta na fase de criação de conceitos e padrões
comportamentais.
Quando o ser humano vê a foto de um indivíduo que ele acha superior
automaticamente ele tende a se comparar e o mesmo acontece com as crianças, se ela não se
enxerga naquele brinquedo logo poderão achar que existe algo de errado com ela e tendo um
nível de desagrado com a própria imagem pode fazer com que cresça um adulto frustrado,
gerando ansiedade e sentimento de insatisfação.
O padrão de beleza foi por muito tempo direcionado as mulheres, porém nos últimos
tempos o corpo masculino também tem sido alvo da ditadura da beleza e os homem tem se
preocupado cada vez mais com a imagem onde o padrão imposto dito como “perfeito” é um
corpo musculoso e definido sendo para muitos homens quase inalcançável, a busca para entrar
nos padrões pode ser perigosa sendo muitas vezes prejudicial a saúde física e psicológica com
regimes absurdos, cirurgias e uso de medicamentos prejudiciais ao corpo para se ter a
aceitação da sociedade.
12
CONCLUSÃO
Com este trabalho podemos fazer a correlação do Corpo Masculino com o consumo e
suas representações e como isso tem aumentado notadamente nos últimos anos. Este fato se
dá sucedido da atenção que o homem conseguiu com a aparência particular, ou por
justificativas sociáveis ou profissionais ou até mesmo pelo bem-estar. Hoje em dia, o sexo
masculino tem recebido apoio das mídias sociais e dos meios televisivos.
Assim esse novo público poderá aproveitar das novidades de artigos e recursos
desenvolvidos para eles. Logo as novas tecnologias em relação ao Corpo Masculino, podem
informar as inovações que vêm originando-se para favorecê-los.
REFERÊNCIAS
Citado por POSSATI, PIRE S, Vera Lúcia e FERR AZ, Márcia M. Severo. Do
machismo ao masculino. O vínculo de relações de gênero transformou o homem? In:
GHILARDI-LUCENA, Maria Inês e OLIVEIRA, Francisco de. (orgs.) Representações do
masculino: mídia, literatura e sociedade. Campinas, SP: Alínea, 2008, p. 33.
http://jpress.jornalismojunior.com.br/2013/09/tabus-vaidade-masculina/
http://www.maisequilibrio.com.br/bem-estar/a-vaidade-masculina-7-1-6-445.html
http://jpress.jornalismojunior.com.br/2013/09/tabus-vaidade-masculina/
http://www.maisequilibrio.com.br/bem-estar/a-vaidade-masculina-7-1-6-445.html
https://grupopapeando.wordpress.com/2011/01/23/genero-e-super-herois-o-tracado-do-corpo-
masculino-pela-norma/
.http://tcconline.utp.br/média/tcc/2017/05/A-Relação-Entre-O Homem-E-A-Estética-da-
Beleza.pdf Acesso em : 08/06/2018
http//www.efdeportes.com/efd181/políticas-do-corpo-na sociedade-líquido-moderna.htm
Acesso em 08/06/2018
BAUMAN, Z. Vida para consumo. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2008
https://veja.abril.com.br/blog/duvidas-universais/por-que-as-estatuas-gregas-e-romanas-tem-
penis-pequeno/