RESUMO: A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NA
PROBLEMÁTICA DA ESCOLHA PROFISSIONAL
INTRODUÇÃO (Dani Zilz e Eliane)
A escolha profissional é um dos pontos críticos do sujeito que está na
construção do seu projeto de vida. Essa escolha sofre influências de ordem social, política, econômica, familiar e influência de ideais veiculados pelos meios de comunicação social que têm o poder de manipulação. O avanço tecnológico e a facilidade de acesso aos veículos de comunicação influenciam o ser social. Ao mesmo tempo refletimos sobre o papel da Psicologia frente à orientação vocacional / profissional, considerando que o ser social se constitui em meio às suas relações sociais. A problemática da escolha profissional se dá pelo desconhecimento da realidade do trabalho e do mercado, e à estereotipagem de papéis profissionais. É nesse contexto que impera o poder de manipulação da mídia, gerando lacunas na formação real dos sujeitos. A influência dos meios de comunicação social na problemática da escolha profissional é um tema de extrema criticidade atualmente. A omnipresença da mídia na vida cotidiana dos indivíduos cria um cenário complexo, onde as mensagens veiculadas podem moldar as aspirações e expectativas dos jovens em relação ao seu futuro profissional. A psicologia, especialmente no campo da orientação 2
vocacional/profissional, enfrenta novos desafios diante dessa realidade. A
abordagem tradicional, centrada em testes psicométricos, mostra-se inadequada para lidar com a diversidade e dinâmica das influências midiáticas contemporâneas. Diante disso, é fundamental ampliar o escopo da reflexão, considerando não apenas aspectos individuais, mas também sociais e culturais. O ensaio proposto sobre "Psicologia e comunicação social: produção de sujeitos, subjetividade e identidades culturais" busca justamente expandir essa reflexão, explorando a complexa interação entre os meios sociais e as escolhas profissionais dos sujeitos. Nesse contexto, torna-se essencial compreender como as narrativas midiáticas contribuem para a construção das identidades e aspirações profissionais, influenciando diretamente as trajetórias pessoais e profissionais dos indivíduos.
I REFLEXÕES SOBRE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E A PRODUÇÃO
DE SUJEITOS (Silene e Dani A.)
O texto mostra que as diversas mudanças que acontecem ao redor do mundo
costumam causar reflexo na comunicação social. O ser humano é relacional e traz consigo a necessidade de comunicação, de maneira a emitir e receber mensagens e isso pode interferir nas maneiras de agir e se comportar. Desta maneira, com o passar dos anos a TV surge como meio de comunicação social em massa capaz de afetar as ações humanas, ou seja, interfere na produção de sujeitos sociais. As mídias tendem a utilizar-se da alienação do indivíduo para exercer a publicidade e ter o público a seu favor. O Brasil é um país caracterizado pela falta de qualidade de vida, o que observamos a partir de índices como: educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança etc. A TV é o veículo de comunicação social mais acessível, quele que está mais presente nas casas, de maneira a assumir um importante papel no dia a dia das pessoas. Este meio de comunicação é acessível a milhares de pessoas, envolvendo, todo o corpo social. Outro dado importante, de acordo com pesquisa de Daniel Hertz (do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação) é que 90% da propriedade dos meios de comunicação no Brasil está nas mães de sete famílias; esse dado 3
aponta para o grande antagonismo social, no qual a minoria dominante tem a
predominância no discurso, controlando o mega mecanismo de poder que é a mídia.
II CONSEQUÊNCIAS DA PROBLEMÁTICA DA ESCOLHA PROFISSIONAL
(Glaucio e Mariana)
A escolha profissional é vista como um desdobramento da identidade pessoal
do indivíduo, que é moldada por sua interação com o mundo. A mídia tem um papel significativo na formação dos hábitos e comportamentos das pessoas, o que, por sua vez, afeta a escolha profissional. Essa escolha geralmente ocorre em um momento de transição na vida de um indivíduo, a adolescência, quando ele deixa a escola para entrar no mundo do trabalho ou universitário. A escolha profissional só passou a existir com a instalação do modo de produção capitalista, que trouxe mudanças significativas na maneira como as pessoas produzem e reproduzem sua existência. Ela é um fenômeno socialmente determinado, influenciado por fatores familiares, culturais, econômicos e educacionais. A presença cotidiana dos meios de comunicação social é cada vez mais proeminente no campo das determinações sociais. A supremacia da TV, que reflete e contribui para o sistema social excludente, tem um potencial alienador e essa alienação se torna evidente no momento crítico da escolha profissional. A mídia, especialmente a televisão, tem um papel significativo na formação da percepção das pessoas sobre o trabalho e a sociedade. Ela tende a associar o sucesso humano ao dinheiro e ao status, e isso é evidente na forma como o marketing educacional é conduzido. O marketing educacional reforça valores como individualismo e competitividade, responsabilizando o indivíduo pelo sucesso. Além disso, a mídia frequentemente retrata estereótipos profissionais, contribuindo para a formação de ideias equivocadas ou preconceituosas sobre profissões. A influência da mídia está intimamente ligada à falta de conhecimento sobre a realidade profissional, o mercado e o significado do trabalho como atividade social. Portanto, a influência da mídia é um ponto importante a ser considerado na orientação vocacional/profissional. 4
III O QUE SUSCITA À PSICOLOGIA NO CAMPO DA ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL (Breno e Chris)
O texto traz a mudança na abordagem da Psicologia na Orientação
Vocacional/Profissional, destacando a necessidade de uma visão mais ampla e crítica. Antes centrada em modelos simplistas, agora busca-se integrar informações, promover o autoconhecimento e considerar a influência da mídia nas escolhas profissionais. Além disso, enfatiza-se a importância de superar conflitos e estereótipos durante o processo de orientação. A inclusão dessas temáticas visa ampliar o alcance social da orientação, promovendo saúde e qualidade de vida. Em resumo, a abordagem proposta busca uma integração mais completa entre indivíduo e sociedade para uma orientação mais eficaz.
IV POSICIONAMENTO CRÍTICO (Tiago)
O tema proposto é relevante e merece atenção. De fato, a escolha
profissional é o “ponto culminante e crítico de um projeto de vida” e, os meios de comunicação social desenvolvem um papel importante. Há de se considerar que o artigo foi escrito em 2004. Atualmente, em 2024, 20 anos depois, há indicativos de que não estamos na 3º revolução industrial, mas em uma 5ª revolução que além da robótica (4ªrevolução), insere a inteligência artificial para mediar diálogos e propor inovações. Nesse horizonte, a escolha profissional tende a ser ainda mais refletida a partir de parâmetros contemporâneos. Um exemplo disso é toda a comunicação social a respeito das “profissões do futuro” em detrimento das carreiras atuais. O jovem da atualidade não é mais aquele sujeito que faz uma escolha sólida por um campo do saber. Agora, ele está diante de um mundo de muitas possibilidades e escolhas. As startups têm ganhado o coração dos jovens! As experiências internacionais têm provocado novos olhares! Contudo, parece que a realidade presente, diferente da “virtual”, não está sendo considerada. E isso tem gerado frustração, especialmente no que conserve à remuneração financeira. 5
É nesse sentido que concordamos com o artigo de que a comunicação pode
provocar alienação – tornar a pessoa naquilo que ela não é. Por outro lado, também podemos reconhecer que a comunicação tem uma força influenciadora de transformar a vida das pessoas, a cultura e a vida social. Atualmente, diferentemente da proposta do artigo, não é a televisão que promove a comunicação massiva: agora, temos as redes sociais, os tiktocs, os youtubers, e por aí vai. Prosseguimos em um mundo hiper informacional em que tudo precisa ser resolvido rápido. “Modelos idealizados” de informação massiva, como propõe o artigo, podem ser construídos facilmente nas redes sociais. Basta alguém neste momento fazer uma publicação fake de que haverá greve de caminhoneiros para que os postos formem longas filas. O problema da discussão proposta é que estamos perdendo a “profundidade” e vivendo no “raso” das informações imediatas sem reflexão. Refletir leva tempo! Por mais que haja a insistência de que vivemos em um mundo capitalista e massivo, como afirma o artigo, precisamos também ser sinceros em aceitar que o problema não é a sociedade capitalista, mas o quanto este capitalismo se apoderou de nós e nos tem tirado o tempo para as relações saudáveis. Para finalizar, é importante lembrar que, a partir de 2018, a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular) estabeleceu que os estudantes tivessem orientação profissional, o que, nesse documento é chamado de “Projeto de Vida”. Hoje, a educação brasileira tem se preocupado com o “protagonismo juvenil”, de maneira que este jovem não seja uma “presa fácil” dos meios de comunicação massivos, mas que possa aprender a perguntar, criticar e refletir antes de tomar sua decisão por uma carreira. Assim, os meios de comunicação social podem influenciar de maneira positiva e negativa. O ponto central da discussão da escolha profissional, é, o quanto o interlocutor/receptor dessa informação tem consciência crítica para tomar sua decisão. E é aí que percebemos o lugar da escola, da orientação vocacional, do professor e dos gestores, uma vez que trabalham em prol de uma ressignificação do jovem na vida social: de um ouvinte para um intérprete! Prossigamos em nossa missão! 6
REFERÊNCIA
SILVA, Janaila dos Santos. A Influência dos Meios de Comunicação Social na
Problemática da Escolha Profissional: o que isso Suscita à Psicologia no Campo da Orientação Vocacional/ Profissional? Psicologia Ciência e Profissão, n. 24, ano 4, 2004, p.60-67.