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Curso de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário (EFA)

Área de Competência – Cultura, Língua e Comunicação


Núcleo Gerador 5: XXXX
Domínio de Referência: DR4 Tema:
Formador: Data entrega: 16 de junho de 2020
Data de validação: Assinatura do Formador:
Formando: Percurso:

DR 3: XXXX

Critérios de Evidência:
•xx

A TIVIDADE 1
RESPONDA ÀS QUESTÕES DE FORMA CLARA E BEM ESTRUTURADA.

1. Como formamos as nossas opiniões sobre os temas da vida pública


Explique detalhadamente como forma a sua opinião sobre determinado assunto e a que
meios recorre para esclarecer dúvidas.
Explique ainda que cuidados temde forma a garantir que a informação que obtém é
verdadeira.

LEIA O TEXTO EM ANEXO (ANEXO I).


2. Elabore uma definição de “opinião pública” por palavras suas e depois de consultar várias
fontes.

3. Relembre algum tema de interesse público que tenha sido alvo de grande debate nos
media(Ex. o assalto à academia de Alcochete, os Incêndios de Pedrógão Grande/Resposta
dos Serviços…).Explique como formou a sua opinião sobre esse temaOnde se informou?

4. Explique o que é um “grupo de pertença”.


4.1.Comente o papel dos grupos de pertença na formação da opinião de um indivíduo.

5. Consulte a página do jornal Polígrafo (https://poligrafo.sapo.pt/) e explique em que


consiste essejornal/ página.

5.1 Justifique a necessidade de existir tal página na sociedade contemporânea.


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A TIVIDADE 23LEIA
LEIA CUIDADOSAMENTE A NOTÍCIA APRESENTADA NO ANEXO II.(ESTA NOTÍCIA ESTÁ EM PORTUGUÊS
DO BRASIL)

1.Explicite os conceitos de “comportamento de manada”, “fakenews” e “persona”.

2.Explique como é que a opinião pública é manipulável através das redes sociais.

3.Indique os grupos de cidadãos que são mais facilmente sujeitos à manipulação de opinião,
justificando.

4. Explique o que é a “bolha” é comente o impacto que pode ter nas nossas vidas.

5. Detalhe que cuidados passará a ter no futuro no uso das redes sociais e da internet para
garantir que as notícias que lhe chegam são verdadeiras e apresentam diferentes pontos de vista
e para garantir que, enquanto indivíduo, não se deixa manipular. (Escreva um texto detalhado e
cuidado, justificando os seus argumentos).

A TIVIDADE 33LEIA
LEIA CUIDADOSAMENTE A NOTÍCIA (ANEXO III) E ESCREVA UM TEXTO CRÍTICOÀ NOTÍCIA.
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Anexo I
Os meios de comunicação social têm cada vez mais um papel interventivo na sociedade atual, não só
pela informação que prestam, mas também pela formação que pretendem efetuar.Atendendo à forma
como os media condicionam a opinião pública, é cada vez mais necessária a formação de leitores
ativos e críticos.
Habitualmente designados demedia, os meios de comunicação e difusão ocupam um lugar
incontornável na expressão e formação da opinião pública das sociedades democráticas do nosso
tempo, sendo o reflexo de uma multiplicidade de instituições, agentes e interesses em presença.
A opinião pública surge como um agregado de opiniões individuais semelhantes sobre problemas de
interesse público. Neste sentido, também pode ser definida como o conjunto de opiniões dos cidadãos
que os governantes acham prudente ter em conta. A opinião gera-se em torno de informações sobre
acontecimentos centralizadores das motivações, interesses e preocupações de grupos sociais e do
grande público. A opinião pública representa o julgamento de um considerável número de membros
de uma comunidade relativamente a problemas controversos.
Quando um grupo se pronuncia de modo unânime, estamos perante uma corrente de opinião. Certos
temas geram correntes de opinião e desencadeiam movimentos tendentes a resolver os problemas que
lhe deram origem. Podemos falar de correntes de opinião a diferentes escalas. Numa escola, numa
empresa, o que os respectivos membros pensam acerca da direção pode constituir um exemplo de
opinião pública à escala local. O que os cidadãos de um país pensam acerca da forma como o
governo administra determinado problema permite falar em opinião pública à escala nacional.
Podemos também encontrar uma opinião pública internacional em assuntos de natureza global, tais
como os problemas ligados ao ambiente, aos direitos humanos, segurança e defesa.
A complexidade do fenómeno da opinião pública deve-se à diversidade de factores que nela
intervêm: escolaridade dos indivíduos, comunicação interpessoal, experiências pessoais, educação
familiar e normas dos grupos de pertença.Contudo, a opinião pública não é o simples somatório de
opiniões individuais, o que a distingue do sufrágio (votação) ou dos resultados de um referendo.
Trata-se da manifestação, numa certa direção, de atitudes colectivas supostamente maioritárias num
grupo ou numa comunidade. Quanto menor é a escolaridade do indivíduo, mais tende a ser
influenciado na formação da sua opinião.
Os mecanismos de formação da opinião pública geralmente apontados, nos estudos sobre o
fenómeno, são: os boatos, as normas de grupo, a comunicação interpessoal, os líderes de opinião
e os mecanismos psicossociológicos de seleção da informação.
A investigação tem vindo a demonstrar o papel determinante dos gruposde pertençana
formação da opinião. Com efeito, as discussões no interior do grupo e as relações interpessoais
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intensificam e explicitam as opiniões. Também os guias ou líderes de opinião exercem uma


considerável influência na formação das opiniões dos grupos sociais. Esse efeito deve-se, quer à
credibilidade e prestígio que gozam em diferentes áreas da vida social e política, quer ao
conhecimento que demonstram sobre os problemas de interesse público.
As sondagens de opinião constituem uma das formas mais utilizadas para saber a opinião pública e,
assim, agir de acordo com essa informação. A possibilidade de realizar e publicar as sondagens em
períodos eleitorais continua a ser um tema polémico em muitos países, pois as próprias sondagens
podem ser distorcidas se a informação for manipulada.

(Retirado de Educação para a cidadania, AAVV, Plátano Editora)


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Anexo II

Como o 'comportamento de manada' permite manipulação da opinião pública por fakes


Juliana Gragnani Da BBC Brasil em Londres
9 dezembro 2017

A estratégia vem sendo usada por perfis falsos


no Brasil e no mundo para influenciar a opinião
pública nas redes sociais se aproveita de uma
característica psicológica conhecida como
"comportamento de manada".

O conceito faz referência ao comportamento de


animais que se juntam para se proteger ou fugir
de um predador. Aplicado aos seres humanos, refere-se à tendência das pessoas de seguirem um
grande influenciador ou mesmo um determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente,
por uma reflexão individual.

"Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à escolha de um
restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está vazio e que outro tem três
casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita que, se outros já escolheram,
deve ter algum fundamento nisso", diz Fabrício Benevenuto, professor da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), sobre a atuação de usuários nas redes sociais.

Este professor estuda a desinformação nas redes e testou sua teoria com um experimento:
controlou quais comentários apareciam em um vídeo do YouTube e monitorou a reação de
diferentes pessoas.

Quanto mais elas eram expostas só a comentários negativos, mais tendiam a ter uma reação negativa
em relação àquele vídeo, e vice-versa."Um vai com a opinião do outro", conclui Benevenuto. Em seu
experimento, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a
níveis de escolaridade: quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado.

Exército de fakes
Evidências reunidas por uma investigação da BBC Brasil ao longo de três meses, que deram origem à
série Democracia Ciborgue, da qual esta reportagem faz parte, sugerem que uma espécie de exército
virtual de fakes foi usado por uma empresa com base no Rio de Janeiro para manipular a opinião
pública, principalmente, nas eleições de 2014. E há indícios de que os mais de 100 perfis detectados
no Twitter e no Facebook sejam apenas a ponta do iceberg de uma problema muito mais amplo no
Brasil.

A estratégia de influenciar usuários nas redes incluía ação conjunta para tentar "bombar" uma
hashtag (símbolo que agrupa um assunto que está sendo falado nas redes sociais), retuítes de
políticos, curtidas em suas postagens, comentários elogiosos, ataques coordenados a adversários e
até mesmo falsos "debates" entre os fakes.
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Eis o argumento principal: milhões de brasileiros têm contas no Facebook e, de acordo com
pesquisas, pelo menos dois terços deles usam a rede social como fonte primária de notícias. Essas
notícias podem, volta e meia, vir de veículos mais tradicionais de mídia - incluindo os jornais. Mas o
que cada usuário vai ver dependerá de quem são seus amigos e do que eles compartilham. Daí vem a
noção de uma "bolha": pessoas que estavam inclinadas a votar em um candidato na eleição apenas
viram histórias que refletiam a visão do mundo desse candidato e notícias positivas sobre ele.

Alguns dos usuários identificados como fakes tinham mais de 2 mil amigos no Facebook. Os perfis
publicavam constantemente mensagens a favor de políticos como Aécio Neves (PSDB) e o presidente
do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), além de outros 11 políticos brasileiros.

Eles negam ter contratado qualquer serviço de divulgação nas redes sociais por meio de perfis falsos.
A investigação da BBC Brasil não descobriu provas de que os políticos soubessem do artimanha
supostamente usada. Não há provas, mas há milhares de perfis falsos. E Eduardo Trevisan, dono da
Facemedia, empresa que seria especializada em criar e gerir perfis falsos, nega ter produzido fakes.
"A gente nunca criou perfil falso. Não é esse nosso trabalho. Nós fazemos monitoramento e
rastreamento de redes sociais", disse à BBC Brasil.

Personas
As pessoas que afirmam ser ex-funcionárias da Facemedia entrevistadas pela BBC Brasil disseram
que, ao começar na empresa, recebiam uma espécie de "pacote" com diferentes perfis falsos, que
chamavam de "personas". Esses perfis simulavam pessoas comuns em detalhes: profissão, história
familiar, hobbies. As mensagens que elas publicavam refletiam as características criadas.

"As pessoas estão mais abertas a confiar numa opinião de um igual do que na opinião de uma marca,
de um político", disse um dos entrevistados."Ou vencíamos pelo volume, já que a nossa quantidade
de posts era muito maior do que o público em geral conseguia contra-argumentar, ou conseguíamos
estimular pessoas reais, militâncias, a terem a opinião que nós queríamos. Criávamos uma noção de
maioria", diz um ex-funcionário.

Para Yasodara Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School, da Universidade Harvard, nos EUA,
e mentora do projeto Serenata de Amor, que procura identificar indícios de práticas de gestão
fraudulentas envolvendo recursos públicos no Brasil, "a internet só replica a importância que se dá à
opinião das pessoas ao redor na vida real"."Se três amigosseusdizem que um carro de uma
determinada marca não é bom, aquilo entra na sua cabeça como um conhecimento", diz ela.

Confiança abalada
Para Lee Foster, da FireEye, empresa americana de segurança cibernética que identificou alguns
perfis fakes criados por russos nas eleições americanas, essa tentativa de manipulação pode não
fazer as pessoas mudarem seus votos. "Mas podem passar a ver o processo eleitoral todo como mais
corrupto, diminuindo sua confiança na democracia", afirma.

"As redes sociais estão permitindo cada vez mais coisas avançadas em termos de manipulação nas
eleições", diz Benevenuto, citando as propagandas direcionadas do Facebook. "Estamos entrando em
um caminho capaz de aniquilar democracias."A solução proposta por pesquisadores para o problema
dos perfis falsos e robôs em redes sociais vai da transparência das plataformas ao esforço político de
"despolarizar" a sociedade.Córdova diz que não se deve pensar em "derrubar todos os robôs" - que
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não são necessariamente maliciosos, são mecanismos que automatizam determinadas tarefas e
podem ser usadas para o bem e para o mal nas redes sociais.
"É impossível proibi-los. A saída democrática é ter transparência para outros eleitores", afirma. Se
"robôs políticos" existem e estão voluntariamente cedendo seus perfis para reproduzir conteúdo de
um político, eles devem estar marcados como tal, como, por exemplo, "pertencente ao 'exército' do
candidato X".

Transparência
Defensora do direito à privacidade e da liberdade de expressão, a pesquisadora Joana Varon,
fundadora do projeto CodingRights ("direitos de programação"), também defende a transparência
como melhor via. "Anonimato e privacidade existem para proteger humanos. Bots (robôs de internet)
feitos para campanha eleitoral precisam ser identificáveis e registrados, para não enganar o eleitor",
afirma.

Mas como aplicar essa lógica para os perfis falsos controlados por pessoas que prestariam serviço
secretamente para políticos, como os identificados pela BBC Brasil?

Para Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São
Paulo (USP), deve haver maior transparência e regulação em plataformas como o Facebook, que deve
começar a agir "como se fosse um Estado, já que virou a nova esfera pública", onde acontecem
discussões e interações. Ou seja, a plataforma deve começar a se autorregular, se não quiser ser
regulada pelos Estados.

Uma de suas tarefas, diz ele, deve ser excluir esses perfis falsos da rede - algo que a própria empresa
diz, sem dar detalhes, que pretende fazer no Brasil antes das eleições de 2018. "Mas o grande
desafio mesmo é desarmar a sociedade, que está muito polarizada e sendo estimulada nos dois
campos. Sem essa polarização, cai a efetividade dos perfis falsos", diz Ortellado.

Córdova defende que os usuários sejam educados sobre o que são robôs e que mais pessoas os
estudem. "O remédio contra esses exércitos de robôs é um exército de pessoas que entendam a
natureza dessas entidades na internet." A educação e a escolaridade são o mais importante.
Além disso, diz, a tendência é que as plataformas deixem as pessoas controlarem seus próprios feeds
e que existam cada vez mais empresas de checagem de notícias, já que outra preocupação em 2018
são as "fakenews" (notícias falsas). "Não tem solução mágica. É um ecossistema que está sendo
criado."

À BBC Brasil, o Twitter informou que "a falsa identidade é uma violação" de suas regras e que contas
que representem "outra pessoa de maneira confusa ou enganosa poderão ser permanentemente
suspensas".
O Facebook diz que suas políticas não permitem perfis falsos e que está aperfeiçoando seus sistemas
para "detectar e remover essas contas e todo o conteúdo relacionado a elas". (…)
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ANEXO III

https://www.apav.pt/apav_v3/index.php/pt/1866-diario-de-noticias-fake-news-sites-portugueses-com-mais-de-dois-
milhoes-de-seguidores

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