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O uso crescente de mídias sociais tem experimentado um aumento exponencial nos últimos
anos, indicando a importância dessas plataformas na vida diária das pessoas. Essa
tendência é impulsionada pela conectividade global, avanços tecnológicos e a busca por
interação social online. O aumento expressivo de 500 milhões de usuários ativos em 2014
destaca a adoção acelerada dessas plataformas, alcançando uma parcela significativa da
população mundial, com 42% conectados online (Chyjek et al, 2015; Frazier et al, 2014).
Nesse contexto, a utilização da tecnologia e das redes sociais representa um novo padrão
de comportamento social, apresentando tanto vantagens quanto desvantagens. No âmbito
da saúde, a integração de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) surge como
uma ferramenta que pode intensificar a promoção, assistência e cuidado à saúde. As
ferramentas tecnológicas facilitam a interação entre usuários e profissionais, agilizam
procedimentos e permitem o monitoramento remoto da saúde (Santos et al, 2017).
Contudo, a busca incessante pelo corpo ideal torna as pessoas vulneráveis a serem
enganadas por soluções milagrosas frequentemente promovidas por influencers. Estes
compartilham seu cotidiano, sugerindo estilos de vida baseados unicamente em
experiências pessoais, sem respaldo em fontes confiáveis de informação e sem considerar
a diversidade de corpos existentes (Kamida et al, 2021).
Redes sociais
A definição de "mídia social" é abrangente e está em constante evolução (Ventola, 2014).
Essas plataformas podem ser descritas como uma variedade de ferramentas online que
auxiliam os usuários a se conectar, colaborar e comunicar em tempo real (Ressler; Glazer,
2010). Os sites de mídias sociais oferecem uma gama diversificada de recursos, agrupados
de acordo com diferentes propósitos, como redes profissionais (LinkedIn), compartilhamento
de mídia (YouTube, Flickr), produção de conteúdo (blogs [Tumblr, Blogs] e microblogs
[Twitter]), informativos (Wikipedia), ambientes virtuais e jogos (Second Life), além das redes
sociais tradicionais (Facebook, MySpace, Google Plus, Twitter) (Dizon, 2012; George, 2013;
Lambert, 2012)
As redes sociais destacam-se como uma das principais expressões de mídias sociais,
proporcionando uma plataforma conveniente para compartilhar informações e manter
contato com outras pessoas. Elas oferecem uma maneira eficaz de localizar e se conectar
com indivíduos, facilitando a troca estruturada de informações e comunicação. Além disso,
as redes sociais possibilitam que profissionais estabeleçam e cultivem conexões com
colegas e pares(Casella, 2014; Fraser, 2011).
Conforme Citelli (2002), o discurso persuasivo utiliza recursos retóricos com o propósito de
convencer ou modificar comportamentos já estabelecidos. O autor esclarece que, nesses
discursos, os signos são apresentados como expressão de uma "verdade", embora
almejem ser considerados sinônimos da "verdade completa" (Citelli, 2002). Essa influência,
longe de se limitar ao ambiente digital, tem raízes profundas, estendendo-se desde os
primórdios das civilizações em figuras de liderança, como religiosos, políticos, esportistas,
entre outros. O surgimento de redes sociais mais complexas, que incorporam textos,
imagens e vídeos, como o Facebook, o YouTube e o Instagram, permitiu uma interação
mais direta e, muitas vezes, íntima entre criadores de conteúdo e público.
Jenkins (2014) destaca que os usuários engajam-se na criação de conteúdos movidos pelo
desejo de compartilhar com um público mais amplo, não apenas para autopromoção, mas
também impulsionados pelo anseio por diálogo, fortalecimento de relações sociais e
construção de comunidades. Quando os membros das redes sociais encontram conteúdos
de interesse, interagem e os disseminam dentro das redes, realizando esse trabalho de
forma voluntária com prazer. O autor explana que essas interações podem ser
compreendidas por meio do conceito de "engajamento", uma nova abordagem que o setor
de comunicações tem buscado para formular, medir e rentabilizar as ações das audiências
com o conteúdo na cultura das redes (Jenkins, 2014).
Um estudo recente caracterizou fake news como artigos de notícias deliberadamente falsos,
com o potencial de enganar os leitores (Allcott, 2017; Gentzkow, 2013). Os dados referentes
à propagação de fake news suscitam preocupação. O volume de cliques em conteúdos
desse tipo aumentou de 800 milhões em 2015 para 9 bilhões em 2019. No âmbito da saúde,
as fake news ocuparam a terceira posição, contribuindo com 6% desse tráfego. Embora
possa parecer uma porcentagem modesta, ela equivale a 540 milhões de cliques (Decode,
2020).
Referências
ALLCOTT, H.; GENTZKOW, M. Social media and fake news in the 2016 election. Journal of
Economic Perspectives, United States, v. 31, n. 2, p. 211-236, 2017.
CARSELLA, E.; MIILS, J.; USHER, K. Social media and nursing practice: changing the
balance between the social and technical aspects of work. Collegian, v.21, n. 2, p.121-6,
2014.
CHILDS, L. M.; MARTIN, C. Y. Social media profiles: striking the right balance. American
Journal of Health-System Pharmacy, v. 69, n. 23, p. 2044-50, 2012.
CHYJEK, K., FARAG, S., CHEN, K. T. (2015). Rating pregnancy wheel applications using
the applications scoring system. Obstetrics & Gynecology, v. 125, n.6, p. 147-883, 2015.
DIZON, D. S., GRAHAM, D., THOMPSON, M. A., JOHNSON, L. J., JOHNSTON, C., FISCH,
M. J., et al. Practical guidance: The use of social media in oncology practice. Journal of
Oncology Practice, v.8, n.5, p.114-24, 2012.
JENKINS, H.; GREEN, J.; FORD, S. Cultura da conexão: criando valor e significado por
meio da mídia propagável. São Paulo: Editora Aleph, 2014
LAMBERT, K. M.; BARRY, P.; STOKES, G. Risk management and legal issues with the use
of social media in the healthcare setting. Journal of Healthcare Risk Management, v. 31,
n.4, p.41-7, 2012.
VENTOLA, C. L. Social media and health care professionals: benefits, risks, and best
practices. P T, v. 39, n.7, p. 491-9, 2014.