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Aula 1 – Perfil Do Condutor

INDICE
1.1 – O perfil do Condutor – Nível intelectual servira para analisar:
– Personalidade ------------------------------------------------------------
– Estilo de vida
--------------------------------------------------------------
– Influências Sociais
-------------------------------------------------------
– Normas entre pares -----------------------------------------------------

1.2 – Atitudes:
– Valores -----------------------------------------------------------
– Motivações ------------------------------------------------------
– Comportamentos na Condução ----------------------------

1.3 – Fatores de risco inerentes ao condutor:


– Sentidos --------------------------------------------------------------------
– Idade
-------------------------------------------------------------------------
– Género ----------------------------------------------------------------------
– Fadiga -----------------------------------------------------------------------
– Sonolência -----------------------------------------------------------------
– Estados emocionais -----------------------------------------------------
– Condução sob a influencia de bebida -------------------------------
– Medicamentos
-------------------------------------------------------------
– Outras substâncias psicotrópicas ------------------------------------
1.1 - PERFIL DO CONDUTOR
Nível intelectual - Para analisar, sintetizar e poder ajuizar perante
situações;
Nível de atenção - Para distinguir estímulos e adequar
procedimentos;
Nível psicomotor - Para coordenar as funções psicológicas com as
motoras.
Personalidade é o conjunto das características marcantes de uma
pessoa, é a força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da
pessoa baseado em seu padrão de individualidade pessoal e social,
referente ao pensar, sentir e agir.
Personalidade é um termo abstrato utilizado para descrever e dar
uma explicação teórica do conjunto de peculiaridades de um
indivíduo que o caracterizam e diferenciam dos outros.
A personalidade tem várias facetas que são considerados como
parte integrante dela, e que influenciam as atitudes de cada pessoa.
A forma física pode influenciar na autoestima, de maneira positiva
ou negativamente alterando o comportamento e a perceção que a
pessoa tem de si. O temperamento é responsável pelo
comportamento afetivo, à excitação e atenção.
A personalidade também é influenciada pela inteligência e
criatividade onde, através dela, consegue-se encontrar soluções
diferentes para as coisas, havendo a abertura diante de novas
experiências, apresentando uma competência social, onde
demonstra capacidade de defender ou impor os seus interesses e a
capacidade de construir relacionamentos.
A personalidade é ligada à postura de valores, a tendência de julgar
determinados objetivos, como a liberdade, ou disposições de ação
como a honestidade, como desejável ou não. As pessoas que tem
uma postura curiosa valorizam as novidades, já as ansiosas
valorizam a segurança. A personalidade pode ser classificada pelas
atitudes, pela autoestima, como o juízo que a pessoa faz de si
mesma, o bem-estar, que representa também um traço da
personalidade, e que tem a ver com a parte subjetiva da saúde
mental.
Estilo de vida é uma expressão que se refere à estratificação da
sociedade por meio de aspetos comportamentais, expressos
geralmente sob a forma de padrões de consumo, rotinas, hábitos ou
uma forma de vida adaptada ao dia a dia. Sua determinação não
foge às regras da formação e diferenciação das culturas:
- A adaptação ao meio ambiente e aos outros homens. É
aforma pela qual uma pessoa ou um grupo de pessoas vivencia o
mundo e, em consequência, se comporta e faz escolhas.
- O conceito de Estilos de Vida pode ser traduzido pelo
currículo existencial do sujeito em adaptação ao meio e à cultura
onde atua. “tudo o que o indivíduo aprende a fazer para viver numa
comunidade particular”, ou seja, os Estilos de Vida pressupõem a
apropriação duma cultura particular para que o indivíduo possa
viver, agir e dominar o meio.
Nesta ótica os Estilos de Vida apontam para “o produto da cultura”
traduzido em herança social. os Estilos de Vida são as “maneiras de
agir, pensar e sentir”. Nas dimensões da pessoa como o
sociocultural, o psicoafectivo e o biológico comportamental.
Na atualidade, os Estilos de Vida por envolverem todos os aspetos
da ação e do pensamento humano (educação, recreio/lazer,
nutrição, paz, justiça, trabalho, família, habitação, higiene,
segurança, alimentação, recursos económicos, recursos
ambientais, hábitos tabágicos, alcoólicos, comportamentos de risco
em relação às drogas ilícitas e às infeções sexualmente
transmissíveis...) são tidos como elementos estruturadores e
requisitos indispensáveis à obtenção do completo bem – estar,
físico, mental e social.
Influência social é o ato de levar uma pessoa ou um grupo de
pessoas a fazer algo que, a princípio, desconheciam e/ou não
tinham em mente. Tanto a psicologia (especialmente a psicologia
social), a sociologia e a antropologia a influência social são uma das
bases que define nossos comportamentos dialeticamente, ou seja,
modelando nossos comportamentos e sendo modelada por nossas
respostas em retorno.
Definindo, na maioria das vezes subconscientemente, por exemplo,
que roupa vamos utilizar, quais comportamentos são adequados em
determinado ambiente.
Assim por exemplo um amigo pode mediar comportamentos em
outro amigo com quem tenha empatia sorrindo e elogiando quando
ele executar um comportamento que lhe seja considerado como
agradável e desejável e ficando com raiva e criticando
comportamentos que ele considere desagradável e indesejável.
A influência social designa o processo pelo qual as pessoas
modificam, afetam os pensamentos, sentimentos, emoções e
comportamentos de outras pessoas. O processo de influência social
ocorre no contexto dos grupos sociais e é uma consequência da
interação social. A interação grupal consiste na influência que os
membros de um grupo exercem entre si. Por isso, a influência é
mútua. A influência social manifesta-se em três grandes processos:
a normalização, o conformismo e a obediência.
Normas entre pares fazem parte integrante da vida social, sendo
veiculadas através do processo de socialização. São uma
expressão da influência social. As normas refletem o que é
socialmente desejável numa dada cultura, regulam as interações
sociais e orientam o comportamento. Na maior parte das vezes, não
temos consciência de que as estávamos a cumprir. As normas
apesentam modelos de comportamento que são partilhados pelos
elementos dos grupos sociais, permitindo prever o comportamento
dos outros. As normas traduzem o conjunto de valores, atitudes,
constituindo-se como fator de coesão grupal. Dá-se o nome de
normalização ao processo de elaboração de normas por parte dos
elementos de um grupo quando elas não existem de forma explicita.
As normas, ao permitirem prever os comportamentos, asseguram a
estabilidade social. Ainda que os grupos sociais promovam a
conformidade às suas normas e regras, podem ocorrer no seu
interior atitudes e comportamentos inconformistas. O inconformismo
designa a adoção de conceções, atitudes e comportamentos que
não respondem às expectativas do grupo. As pessoas que adotam
comportamentos inconformistas são objetos de crítica, que o de
conduzir à marginalização. É essencial à história da humanidade a
mudança e inovação, que são condições de progresso e evolução.
Os comportamentos estão na base da mudança social.
1.2 – ATITUDE
É uma norma de procedimento que leva a um determinado
comportamento. É a concretização de uma intenção ou propósito.
Atitude é a componente principal e imprescindível para se efetuar
uma condução segura, confortável e económica. O segredo reside
na “mente”. O condutor deve manter uma atitude responsável na
tarefa da condução, estando ciente dos riscos que corre e
consciente de que é dele próprio que provêm os maiores perigos,
da sua concentração, do seu estado físico, do seu carácter e das
suas emoções. Qualquer percurso, seja ele longo ou curto, rápido
ou demorado, efetuado em boas condições ou perante as mais
adversa condição deve ser tida como potencialmente perigoso.
Mesmo um percurso que um condutor com o seu veículo habitual
realize todos os dias do ano, nunca se repete, é sempre diferente,
pois os fatores que constituem as condições do percurso são muito
variáveis, independentes e muitos deles não controláveis. A
velocidade, a aderência, a visibilidade, o estado do condutor, o
estado do veículo, o restante tráfego, a hora, as condições
atmosféricas, etc. Por isso, cada vez que se prepara para entrar no
carro e antes de dar à chave na ignição, deve estabelecer uma
estratégia e pensar naquilo que vai fazer. Mais de 90% dos
acidentes têm como fator causal principal o condutor, pelo que
temos de acreditar que é a ele, condutor, que cabe evitar os
acidentes.
VALORES
O desenvolvimento social dos seres humanos tem o seu início
desde que se estabelecem os primeiros laços humanos como a
vinculação à mãe, ao pai ou ao seu cuidador. O processo de
socialização progride com a educação das crianças pelos pais
sendo que as primeiras lições de comportamento social são
aprendidas no seio familiar. Na medida em que a criança prossegue
no seu crescimento e o seu ambiente social é alargado, as regras,
ordens e proibições também aumentam. A interiorização de valores
morais, do que é certo e do que é errado é fundamentalmente
importante para que se respeitem as regras, não só para evitar a
punição, mas porque se acredita nas mesmas.
A família enquanto palco de relações afetivas entre os seus
diferentes membros é estrutura base para o desenvolvimento físico,
emocional, intelectual e social dos seus descendentes. Resulta do
processo de desenvolvimento social a aquisição de normas,
valores, competências, atitudes e comportamentos adequados ao
papel de cada indivíduo na sociedade em que se integra.
Em suma, a família assume um papel determinante enquanto
contexto social de referência. Mesmo na adolescência, em que há
procura de maior distanciamento e autonomia por parte dos filhos
em relação aos pais, a existência de uma boa relação entre ambos
é de extrema importância.
MOTIVAÇÕES
Os pais representam um importante papel na prática de uma
condução segura, alguns estudos revelam que as monitorizações
parentais com restrições adequadas têm influência no
comportamento seguro na condução, nomeadamente no que se
refere à clara comunicação do que esperam os pais do
comportamento dos filhos enquanto condutores, estabelecendo
regras e limites a fim de reduzir a discordância entre ambos.
COMPORTAMENTO NA CONDUÇÃO
A família enquanto agente e contexto de socialização tem sido
referida por vários autores (Jessor, 1987; Assailly, 1997; Panichi,
2005;) como fator chave na promoção de comportamentos de
proteção fornecendo informação e servindo de modelo reduzindo a
vulnerabilidade a comportamentos de risco, nomeadamente o
consumo de substâncias, delinquência, comportamento na
condução entre outros.
As evidências demonstram que o tipo de comunicação entre a
família, relativamente a uma condução segura, cumprimento das
regras para a segurança e prática de condução defensiva vai
influenciar a atitude dos jovens enquanto futuros condutores. É
necessário que a família tenha um papel ativo na educação para a
segurança rodoviária. Desde cedo, deve demonstrar através dos
seus atos, comportamentos de segurança e cidadania, quer como
condutores, quer como peões. Este será um fator de proteção dos
futuros condutores a situações de risco.
Assim, inerentes nos comportamentos de risco muitas vezes
experienciados pelos jovens condutores, estão subjacentes os
valores éticos e morais de cada um, tal como a educação para a
cidadania, fator importante quando se tem em poder uma máquina,
que apesar de útil, é perigosa.
A influência parental no comportamento de risco adotado pelos
mais jovens no exercício da condução pode estar relacionada à
transmissão geracional de atitudes e comportamentos aprendidos
pela criança através da observação do comportamento dos pais.
1.3 – FATORES DE RISCO INERENTES AO CONDUTOR
A condução segura e proactiva depende do estado físico e
emocional do condutor e da sua capacidade de perceção e
identificação dos “índices críticos”, da elaboração de uma estratégia
tendente a reduzir o risco, da determinação de ações planeadas e
de uma capacidade permanente de reação.
SENTIDOS
A receção e identificação dos estímulos exteriores necessários a
uma correta análise e a uma eficiente tomada de decisão por parte
do condutor, exige um elevado nível de experiência, de
concentração e de conhecimentos.
Estes estímulos, também designados por “índices pertinentes”, são
identificados e recolhidos pelos sentidos do condutor, pelo que
estes sentidos têm que estar disponíveis e funcionais durante todo
o tempo da condução, sob pena do condutor não conseguir captar
algum dos “índices críticos” imprescindíveis a uma tomada de
decisão pronta e eficaz.
Conduzir um veículo, significa ter de efetuar várias tarefas em
simultâneo:
• Circular na via em interação com o restante tráfego
É uma tarefa psico-motora, onde contam particularmente os
sentidos do condutor (ver, ouvir, sentir...), os movimentos dos olhos
e da cabeça, a atenção, a vigilância e a visibilidade, a interação
com os outros, tendo uma maior intervenção os fatores como o
conhecimento das regras e a experiência.
O ser humano é capaz de detetar estímulos de natureza diversa
através de órgãos especializados para o efeito.
Estes estímulos são posteriormente interpretados, acarretando esta
interpretação a atribuição de significado à informação sensorial
disponível. Os estímulos presentes no meio envolvente podem ser
detetados por diversas vias: visual, auditiva, olfativa, gustativa e
táctil. A perceção destes sinais provindos dos órgãos dos sentidos
permite ao ser humano fazer uma interpretação da realidade que o
rodeia.
Assim, o sentido da visão permite receber os estímulos que
chegam ao sistema visual, permitindo ao condutor identificar as
formas, as cores, a intensidade luminosa e os movimentos dos
elementos presentes no ambiente rodoviário. O sentido da audição
é responsável pela captação dos estímulos auditivos, ou seja, dos
sons provenientes do ambiente rodoviário e também do seu veículo.
Através dele é também possível identificar timbres, alturas e
frequências dos sons, intensidades sonoras, ritmos, e também a
localização da fonte sonora. Todos estes elementos são
importantes uma vez que quando é detetado um som qualquer,
como por exemplo o de uma buzina, o condutor é capaz de detetar
a fonte que o emitiu, bem como ter a noção do posicionamento
dessa mesma fonte sonora.
O sentido do olfato e o sentido gustativo não são utilizados para a
realização regular da tarefa de condução.
No entanto, é possível afirmar que o primeiro pode ser de extrema
importância para outras situações anómalas relacionadas com a
condução ou com o próprio veículo.
Basta tomar-se como exemplo a identificação, por parte do
condutor, do cheiro a queimado indicando que algo pode não estar
bem com o seu carro.
O sentido do tato permite a deteção de estímulos que chegam à
pele. Possibilita que o ser humano reconheça a forma e o tamanho
dos objetos em contacto com o corpo, bem como a temperatura dos
mesmos. Este sentido tem grande importância para a condução
uma vez que contribui igualmente para a noção do movimento do
veículo.
Tome-se por exemplo a sensação da aceleração. Quando o
condutor acelera sente a parte posterior do seu tronco contra o
banco e isso dá indicação do movimento do veículo. No entanto,
não é somente o sentido do tato que dá a noção do corpo no
espaço. Adicionalmente, existe outro tipo de informação que não é
fornecida por estímulos externos, mas que ajuda o condutor a
perceber a realidade que o rodeia e, principalmente, o
posicionamento e a movimentação do nosso corpo no espaço. Este
tipo de informação é essencialmente fornecido pelo sentido
cinestésico e pelo sentido vestibular. O sentido cinestésico
possibilita a identificação do posicionamento dos segmentos do
corpo. Para que seja possível fazer este tipo de reconhecimento
são usadas as informações dadas por vários recetores espalhados
pelo corpo e que fornecem diferentes tipos de informação. Alguns
destes recetores estão localizados nos músculos, tendões e
articulações, fornecendo informação sobre o estado do aparelho
locomotor, e dão informações acerca da posição relativa dos
segmentos, bem como a força exercida pelos músculos.
O sentido vestibular está diretamente relacionado com a orientação
e o equilíbrio.
Ele fornece informações sobre o movimento e a orientação da
cabeça e do corpo em relação à Terra. As informações referentes a
este sentido são captadas por sensores localizados no ouvido
interno e que são fundamentais para que o ser humano tenha uma
noção do seu posicionamento no espaço, conforme se movimente
sozinho ou em veículos como carros, aviões, barcos e outros.
O ser humano é capaz de detetar estímulos de natureza diversa
através de órgãos especializados para o efeito.
Estes estímulos são posteriormente interpretados, acarretando esta
interpretação a atribuição de significado à informação sensorial
disponível. Os estímulos presentes no envolvimento podem ser
detetados por diversas vias: visual, auditiva, olfativa, gustativa e
táctil. A perceção destes sinais, provindos dos órgãos dos sentidos,
permite ao ser humano fazer uma interpretação da realidade que o
rodeia.
Para a realização da tarefa de condução, alguns sentidos são mais
utilizados do que outros. A visão é muito mais utilizada do que o
sentido do gosto, e a audição é muito mais essencial do que o
sentido olfativo. O sentido da visão permite receber os estímulos
que chegam ao sistema visual, possibilitando ao condutor identificar
as formas, as cores, a intensidade luminosa e os movimentos dos
elementos presentes no ambiente rodoviário. Este sentido é muito
importante, na realização da tarefa de condução, uma vez que
através dele o condutor recebe uma grande quantidade de
informação do ambiente rodoviário e também do seu próprio
veículo. A deteção dos estímulos visuais e a sua identificação são
essenciais para controlar o veículo e para que o condutor se possa
orientar na rede rodoviária, interagindo de forma segura, com os
restantes utentes da via. Este sentido da visão só é possível pelo
facto de o ser humano possuir um órgão capaz de captar esta
informação de natureza visual: o olho. Este órgão funciona de forma
semelhante a uma máquina fotográfica, uma vez que tem uma lente
que orienta a passagem de luz (cristalino), uma abertura que
controla a quantidade de luz que entra (pupila), e uma superfície
sensível à luz capaz de gravar as imagens (retina). Devido à sua
estrutura, o olho humano não é capaz de detetar todos os
estímulos, que estão presentes na envolvente rodoviária e mesmo
as imagens que deteta não têm a mesma qualidade em toda a sua
extensão. Na verdade, quando um condutor direciona o seu olhar
para um determinado local, só uma pequena parte dessa imagem
apresenta um grande detalhe e nitidez. Esta área é aquela que se
encontra na parte central de todo o campo visual. Quando um
condutor olha para um carro posiciona os seus olhos de forma a
assegurar que a imagem desse mesmo carro penetre no olho e seja
refletida na zona da retina, que fará uma interpretação mais nítida
destes estímulos visuais. Posteriormente, essa informação é
transportada até ao cérebro para processamento, contendo todos
os detalhes da imagem possíveis de serem captados.
Nas áreas adjacentes a esta zona central, onde a imagem é
captada, com elevada nitidez e pormenor, as imagens captadas não
possuem o mesmo grau de pormenor. No entanto, é possível ao
condutor recolher algumas informações e fazer um processamento
a partir destas imagens menos precisas. Assim, a visão periférica
permite ao condutor distinguir sombras e grandes formas,
possibilitando igualmente obter vagas sensações de movimento. Se
o condutor pretender ter uma noção mais clara e detalhada do
envolvimento que o rodeia tem de mover os seus olhos
constantemente através de todo o envolvimento, pois somente se
colocar as imagens no centro do seu campo visual é que as
consegue percecionar com maior nitidez.
Limitações da perceção visual
Imagine-se um condutor que segue por uma estrada no centro de
uma cidade. Apesar de dirigir o olhar para a frente do seu carro,
apercebe-se, através da sua visão periférica, que um vulto se
aproxima da estrada. No entanto, esta é a única informação que
consegue recolher nesse preciso momento. Se quiser confirmar se
se trata de um peão, a tentar atravessar a estrada, ou de alguém
que está somente a andar muito próximo da berma do passeio, terá
de dirigir o centro do seu campo visual para a pessoa em questão,
para poder obter mais pormenores da situação.
A perceção visual tem ainda outras limitações, cujo conhecimento
por todos os condutores é importante. O nosso sistema visual não é
igualmente eficaz na deteção de estímulos visuais em todas as
situações. Alguns exemplos são os problemas associados à
perceção de estímulos durante a noite ou até mesmo ilusões óticas
que podem afetar a habilidade dos condutores para detetar
situações específicas.
Deficiências visuais
Algumas deficiências visuais, crónicas ou não, podem dificultar a
perceção da realidade pelo condutor e diminuir a sua capacidade
preceptiva e decisória.
Por exemplo, o astigmatismo altera a visualização dos objetos,
próximos ou longe que podem ficar distorcidos, dificultando a
distinção de letras em placas de indicação ou sinalização. Por
exemplo a dificuldade em distinguir o R do B, a letra D do ou o M do
H, etc.
A miopia é um distúrbio visual que acarreta uma focalização da
imagem antes desta chegar à retina, permitindo ver objetos
próximos com nitidez, mas os distantes desfocados. Esta
deficiência impede a condução sem apoio de óculos ou lentes de
contacto.
Já a hipermetropia é a dificuldade em focar os objetos próximos,
mantendo a capacidade visual à distância. Esta deficiência tende a
aparecer nos adultos por volta dos 40/50 anos de idade, dificultando
a gestão de alguma informação a bordo do veículo, provocando
cansaço e dores de cabeça. Outras deficiências podem também ter
consequências na segurança, como é o caso do daltonismo ou
discromatopsia, que impede a diferenciação de todas ou de
algumas cores como por exemplo distinguir o verde do vermelho, o
que pode trazer consequências graves na identificação da
sinalização luminosa, e que afeta cerca de 8% da população
masculina.
Nalguns países a visão monocular é impeditiva da condução, pois
não permite efetuar uma correta distinção das distâncias ou da
tridimensionalidade dos objetos. Mesmo pessoas com visão
binocular, estão sujeitas a erros de paralaxe, que alteram a
perspetiva, noção das distâncias e das formas.
O sentido da audição é igualmente importante para a tarefa de
condução, porque é responsável pela captação dos estímulos
auditivos, ou seja, dos sons provenientes do ambiente rodoviário e
também do veículo. Através dele é possível identificar timbres,
alturas e frequências dos sons, intensidades sonoras, ritmos, e
também a localização da fonte sonora.
Todos estes elementos são importantes uma vez que, quando é
detetado um som qualquer, como por exemplo o de uma buzina, o
condutor é capaz de detetar a fonte que o emitiu, bem como ter a
noção genérica do posicionamento dessa mesma fonte sonora. As
ondas sonoras que se propagam desde a fonte sonora são
captadas pelo condutor através do ouvido. Este órgão é composto
por três regiões que contribuem para que as ondas sonoras
cheguem ao cérebro:
1) o ouvido externo que capta os sons através do pavilhão da
orelha e os transporta pelo canal auditivo esterno
2) o ouvido médio que conduz as vibrações sonoras para o
interior
3) o ouvido interno que transforma esta informação em impulsos
nervosos para ser enviada para o cérebro
É no cérebro que é tratada a informação para que esta ganhe
significado. A realização segura da tarefa de condução está
relacionada com o sentido da audição. Alguns exemplos atestam
que uma boa audição é sinónimo de boa condução. Os condutores
geralmente ouvem o som da sirene da ambulância, antes de a
verem no espelho retrovisor, ou ouvem a aceleração do motor do
carro, que os vai ultrapassar antes de verem esse veículo. Todas
estas informações que o condutor capta através da audição são
muito importantes para que possa conduzir em segurança, uma vez
que contribuem para que se aperceba com antecedência do que se
passa na estrada para poder agir atempadamente em
conformidade.
Imaginemos agora que um condutor não fazia uso da audição para
conduzir. Ao aproximar-se uma ambulância, iria desviar-se
tardiamente e retardar a marcha da ambulância, podendo mesmo
ser causador de um acidente.
Os estímulos auditivos captados pelo condutor pertencem a duas
categorias: com e sem utilidade para a tarefa de condução.
Os estímulos com utilidade para a condução são os que contribuem
para que o condutor realize uma tarefa de condução em segurança.
Alguns exemplos de sons importantes para a tarefa da condução
são, buzinas de outros veículos, que podem avisar de algum perigo,
sirenes de veículos em marcha de emergência, apitos que alertam
para a proximidade de um comboio ou de uma passagem
ferroviária, ou até sinais sonoros que avisam que o sinal verde está
aberto para os peões. Dentro do próprio veículo, existem
igualmente sinais que ajudam o condutor a perceber o estado do
veículo (como por exemplo, o ruído do motor que permite
reconhecer a sua aceleração), que permitem lembrar a utilização de
determinados dispositivos de segurança, (como o sinal de aviso que
o cinto de segurança não está colocado), ou até auxiliar em
algumas manobras, (como é o caso dos avisos sonoros dos
sensores de marcha-atrás ou dos sensores de estacionamento).
Os estímulos sem utilidade não influenciam a tarefa da condução,
nem contribuem para que esta seja feita em segurança, por
exemplo, a música do rádio, o ruído do ar-condicionado ou as
conversas dos passageiros.
O sentido da audição é extremamente importante para a condução,
uma vez que permite ao condutor tomar conhecimento do que se
passa, tanto no ambiente rodoviário como dentro do seu próprio
veículo, permitindo muitas vezes que se prepare, com
antecedência, para reagir a determinada situação e evitar um
acidente. No entanto, a perceção dos sons e a sua identificação
nem sempre é feita da mesma forma pelos condutores.
Para além de poder ser feita de forma diferente de condutor para
condutor, a precisão e a importância atribuídas a determinados
sons detetados também é distinta de condutor para condutor.
Durante o período de aprendizagem e nos primeiros tempos em que
a condução ainda não é uma tarefa automatizada, o condutor recém
encartado pode dar atenção a sons potencialmente inúteis para a
tarefa de condução. No entanto, à medida que se tornam mais
experientes, a distinção entre sons úteis e inúteis para a condução
é feita de forma mais precisa e expedita. Atenção especial deve ser
dada ao facto de os sons úteis para a realização da tarefa de
condução em condições de segurança poderem ser mascarados
com sons irrelevantes. Um exemplo de uma situação como esta é,
quando o condutor coloca música muito alta, podendo desta
maneira não detetar buzinas, sirenes ou outros sons cruciais para a
sua segurança. É ainda importante considerar que não é somente a
visão e a audição que são importantes na condução de um veículo.
O sentido do tato, que permite a deteção de estímulos que chegam
à pele e possibilita ao ser humano reconhecer a forma e o tamanho
dos objetos em contacto com o corpo, bem como a temperatura dos
mesmos, é mais importante do que se possa pensar para a
condução.
IDADE
Deste fator salientam-se dois principais grupos de condutores: os
jovens e os idosos.
Diferem essencialmente na atitude e no comportamento e por
consequências nos riscos rodoviários que saí decorrem. Os
primeiros mais ativos com menor experiência de condução que
sobrestimam assuas reais capacidades, para alem de outras
motivações, tendem a assumir comportamentos de risco,
subestimando os ricos, colocando-se a si e aos outros sem perigo e
vendo-se consequentemente envolvidos em acidentes de varia
ordem de gravidade.
Nos segundos, mas devido a idade, começa a ser evidente a
coordenação oculomotora diminuída que dão origem a ações
inadequadas. Embora por motivos distintos do primeiro grupo, estes
também dão origem a comportamentos pouco adequados e
possíveis de conferir risco no exercício da condução, uma vez que o
tempo de reação vai sendo cada vez maior, fruto da redução dos
reflexos, perda da capacidade de audição e visão bem como da
agilidade.
Com base nestes riscos implícitos, aplica-se ao primeiro grupo o
regime provatório de condução nos primeiros anos, bem como a
obrigatoriedade de revalidação com maior frequência do título de
condução ao segundo grupo como forma de prevenção e controle.
GENERO
Por questões que se consideram características próprias de género,
os condutores do sexo masculino têm uma tendência natural para
expressar o seu estado através da ação, deixando transparecer as
suas emoções através da forma como conduzem. No sexo oposto,
as condutas tendem a considerar o veículo como uma ferramenta
utilitária e não uma extensão do seu “eu”.
Consequentemente o género masculino é menos respeitador do
código da estrada e encontra-se recorrentemente envolvido em
acidentes comparativamente com o sexo feminino.
É vulgar que os acidentes que se envolvem condutores masculinos
tenham como origem erros e violações ao código da estrada, ou
seja do domínio do saber-estar, ao passo que o feminino ele advém
normalmente do domínio do saber-fazer.
FADIGA E SONOLÊNCIA:
Sintomas de fadiga
Quase todas as pessoas já experimentaram, estados de fadiga,
que podem ser mais ou menos prolongados no tempo, mais ou
menos intensos. Apesar da fadiga ser um estado que deve sempre
merecer atenção, quando se trata de fadiga ao volante a situação
ganha contornos com maior importância. A fadiga pode afetar
grandemente a tarefa de condução, uma vez que contribui para a
diminuição das capacidades percetivas, cognitivas e também
motoras.
Assim, está provado que a fadiga pode influenciar negativamente o
estado de alerta do condutor, afetando a forma como este recolhe
as informações relevantes do ambiente rodoviário. A fadiga pode
também ser responsável pelo aumento do tempo, que o condutor
necessita para responder a uma emergência ou para tomar uma
decisão correta. Em instâncias mais extremas, a fadiga pode
igualmente ser um dos fatores contributivos para a ocorrência de
graves acidentes.
Causas da fadiga
A fadiga pode ter diversas causas, intimamente relacionadas com a
vida dos condutores e as atividades que desenvolvem durante e ao
longo do seu dia-a-dia. Está também intimamente relacionada com
a insuficiência de horas de sono. Quem não teve uma boa noite de
descanso, mais facilmente se torna vítima de estados de fadiga. Por
outro lado, a tarefa de condução pode, em alguns momentos, ser
monótona e esta monotonia, associada à fadiga, pode potenciar a
ocorrência de situações muito perigosas. Por exemplo, o
adormecimento do condutor ao volante.
Um condutor que esteja muito fatigado, para além de poder
adormecer, nos momentos de maior monotonia, pode igualmente
ter outras reações, em momentos mais dinâmicos, onde a pressão
aumenta e a interação com outros utilizadores do sistema rodoviário
lhe é imposta com determinadas condicionantes. Os estados de
fadiga podem tornar as pessoas mais irritáveis, diminuindo-lhes a
capacidade para se concentrarem e para tomarem decisões
atempada e acertadamente.
Efeitos da fadiga
Os efeitos mais comuns da fadiga ao volante, são a dificuldade em
manter o veículo, dentro dos limites da faixa de rodagem, mudanças
frequentes e inconstantes da velocidade, e a reação tardia e/ou
inadequada a situações perigosas.
Prevenção de estados de fadiga
Várias são as formas de prevenir a fadiga, durante a condução e o
consequente adormecimento ao volante:

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas porque contribuem para o
estado de sonolência
• Evitar fazer uma viagem longa, após uma grande refeição
• Partilhar, sempre que possível, a condução em viagens muito
longas, para que o mesmo condutor não conduza ininterruptamente
durante muitas horas
• Manter-se hidratado e receber ar fresco, durante a viagem,
uma vez que um ambiente muito quente pode aumentar a sensação
de conforto e favorecer o adormecimento
• Procurar receber alguns estímulos durante a condução, como
por exemplo, falar com um passageiro ou ouvir rádio
• Fazer uma pausa, em viagens longas, pelo menos de duas
em duas horas. Nas pausas é importante que o condutor se
movimente, beba líquidos estimulantes, ou coma alguma coisa. Se
possível, o condutor deve também fazer uma pequena sesta para
retemperar forças.
Stress
O stress é vulgarmente definido como a reação de um indivíduo a
pressões ou exigências, que ultrapassem os limites das suas
próprias capacidades. Numa perspetiva fisiológica, o stress envolve
o conjunto das pressões exercidas sobre o indivíduo e as suas
reações a essas mesmas pressões. Os fatores que contribuem para
o surgimento de stress podem ser muito variados, podendo a forma
como cada indivíduo reage ser igualmente distinta. Esta reação ao
stress depende não só do estado fisiológico e psicológico do
indivíduo, em dado momento, mas também das suas capacidades,
motivações e até da sua própria personalidade. Imagine-se que um
determinado indivíduo tem agendada uma reunião importante e
que, ao sair de casa, repara que está atrasado. O facto de a reunião
ser muito importante e de não ser muito correto chegar atrasado,
exerce enorme pressão sobre o condutor, o que fará com que reaja,
apressando-se no trânsito, para fazer face à situação que se
apresenta como desvantajosa para si. Pode acontecer que, para
tentar recuperar o tempo perdido em casa, o condutor faz a viagem
mais rapidamente do que devia e durante o percurso, ao encontrar
outros utentes da via, que o impedem de ir à velocidade que
pretende, efetuar uma condução agressiva com desrespeito das
regras e dos sinais de trânsito e pondo em causa a sua própria
segurança e dos restantes utentes da via. Esta agressividade pode
induzir os condutores a agirem irrefletidamente, tomando decisões
erróneas que os podem envolver em incidentes e acidentes.
Várias são as formas de manifestação desta agressividade durante
a condução. Por exemplo, acelerar e travar, de forma abrupta e
intencional, aproximar excessivamente o automóvel do veículo da
frente, para pressioná-lo a circular mais depressa, impedir
propositadamente que outros veículos entrem ou saiam de uma via,
conduzir a uma velocidade excessiva, expressar o
descontentamento através de gestos ou impropérios, realizar
manobras perigosas, que coloquem outros utentes da via em
perigo, ou até mesmo causar intencionalmente um incidente ou um
acidente.
Algumas sugestões simples que podem ajudar a evitar situações
indesejáveis são:
• Reservar sempre tempo suficiente para fazer a viagem e para
assegurar que se chega com tempo ao local pretendido
• Antecipar a possibilidade de haver trânsito compacto nas
estradas pelas quais se vai circular. Se for o caso, reservar mais
tempo para a viagem ou preparar um percurso alternativo
• Conhecer bem, ou obter informações suficientes acerca do
percurso a fazer. Uma alternativa sempre sensata é conduzir
acompanhado por um sistema de navegação para evitar perder
tempo pelo facto de se estar perdido
• Manter a calma perante manobras perigosas e/ou condutores
agressivos. Os condutores devem sempre lembrar-se que “violência
gera violência” e que as situações podem rápida e inesperadamente
sair do controlo e dos parâmetros do “desejável”
• Antecipar conflitos de trânsito e manter a distância
relativamente ao veículo que segue à sua frente
• Ouvir música calma e relaxante para evitar o stress durante a
condução pode ser muito útil
• Preparar estratégias e atividades para ocupar passageiros
que se aborreçam ou mesmo para as crianças, o que evita que os
comportamentos das pessoas transportadas possam gerar no
condutor estado de ansiedade
ESTADOS EMOCIONAIS
Angústia, ansiedade e nervosismo são alguns exemplos de estados
emocionais que influenciam diretamente o comportamento e atitude
do condutor, estando na origem de muitos acidentes.
Fortes alterações emocionais antes e durante a condução, como
emoções fortes. Discussões, acesas ou excessiva atenção
radiofónica influência na concentração, aumentando o perigo de
acidentes. Nestes casos aconselhamos desistir da condução.
O facto de os condutores não reconhecerem as suas atitudes como
fatores de risco no ambiente rodoviário traz dificuldades na
mudança das mesmas. Assim de acordo com um estudo realizado
em Portugal, cerca de 84 % dos condutores portugueses diz-se
calmo, prudente e seguro. Quando questionados acerca do
comportamento dos outros como condutores, 86%, refere-os como
sendo perigosos, imprudentes, sem civismo, agressivos e
inconscientes, sendo muito comum expressarem que “durante a
condução o cuidado a ter é com os outros”.
Muitas vezes os condutores transpõem para a condução
sentimentos e emoções, que resultam numa condução agressiva,
geradora da sensação de que o ambiente rodoviário é a selva e o
lema é: “salve-se quem puder”.
O exercício da condução pode apresentar caraterísticas que são
geradoras de ansiedade, stress e cansaço como por exemplo: a
maior intensidade de trânsito, falta de sinalização ou sinalização
insuficiente ou ainda o comportamento dos outros condutores.
Estas caraterísticas associadas a outras situações do dia-a-dia
como problemas familiares, no trabalho, na saúde, consumo de
álcool ou outras substâncias, podem potenciar comportamentos
negligentes e de risco.
CONDUÇÃO SOB A INFLUÊNCIA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS:
As estatísticas indicam que cerca de 5% dos condutores envolvidos
em acidentes apresentaram álcool no sangue, igual ou superior ao
permitido por lei e que mais de 7% dos condutores controlados
pelas autoridades apresentam taxas de álcool superiores às
permitidas.
A quantidade de álcool ingerido mede-se através da proporção
entre a quantidade de álcool existente num determinado volume de
sangue. Esta relação denomina-se de Taxa de Alcoolemia no
Sangue (TAS) e mede-se em gramas (de álcool) por litro (de
sangue).
A condução com uma taxa de álcool no sangue superior a 1,2
gramas por litro (TAS > 1,2 g/l) é considerada crime, estando o
condutor controlado sujeito, para além da coima e da sanção
acessória de inibição de condução a uma pena de prisão efetiva.
Após a ingestão de bebidas alcoólicas, o processo de absorção
inicia-se de imediato e o álcool entra diretamente no sistema
circulatório, atingindo rapidamente o cérebro, afetando as
capacidades cognitivas e percetivas do condutor, em especial a
visão e a audição. Reduz o campo visual, a capacidade de
exploração visual, a visão dupla e redução da capacidade de
readaptação após encandeamento. Também afeta a capacidade de
reação, aumenta a descoordenação motora e a capacidade de
avaliação das distâncias, promove a tendência para a
sobrevalorização das capacidades e, consequentemente aumenta o
risco de acidente.
A TAS dos condutores é medida através de aparelhos
(alcoolímetros) qualitativos ou quantitativos que traduzem uma
proporção entre a quantidade de álcool existente no ar alveolar
expirado e a taxa de álcool no sangue. A legislação prevê também
que possam ser realizadas análises ao sangue em caso de
necessidade de contraprova.
A taxa de álcool de sangue (TAS) obtida por cada indivíduo
dependerá de três fatores fundamentais:
• do indivíduo, seu género sexual e peso, existindo uma
diferença entre o sexo masculino e o feminino, que provem
fundamentalmente da dimensão do fígado e da dimensão corporal,
mas também dos seus hábitos de ingestão de álcool
• da bebida ingerida, sua quantidade e seu grau alcoólico
• da forma como a bebida é ingerida, do momento em que se
bebe (em jejum ou às refeições) e também da forma como é
ingerida, toda de uma vez ou durante um maior intervalo de tempo.
Um condutor atinge a TAS máxima cerca de 1 hora, após a
ingestão do último copo. O processo de eliminação do álcool no
organismo é realizado pelo fígado, pelo ar expirado, pela urina e
pela transpiração, sendo lento, reduzindo em média 0,14 g/l por
hora. Assim, um indivíduo que tenha atingido uma TAS de 2,00 g/l à
meia-noite, só por volta das 14 horas do dia seguinte é que terá
eliminado completamente o álcool no seu sangue, apresentando,
ainda, às 9 horas da manhã, uma taxa superior a 0,80 g/l, em
circunstâncias médias e normais. Este processo de eliminação não
pode ser tornado mais rápido por nenhum meio, assim como não é
possível eliminar os efeitos que o álcool produz no indivíduo.
Existem, contudo, substâncias e fatores que perturbam essa
eliminação, nomeadamente atrasando as funções normais do
fígado, ou potenciando o seu efeito nocivo como, por exemplo, o
café, o chá, o tabaco, certos medicamentos e a fadiga.
MEDICAMENTOS
Alguns medicamentos afetam o sistema nervoso central, pelo que o
médico deve ser sempre consultado bem como lidas as respetivas
instruções dos medicamentos. Entre os tipos de medicamentos que
afetam a condução contam-se:
• Tranquilizantes (nervos), porque diminuem a rapidez dos
reflexos e provocam sonolência
• Barbitúricos (para dormir), porque diminuem a atenção e
provocam sonolência
• Analgésicos (dor), porque provocam desconcentração, enjoos,
etc.
• Anti-histamínicos (alergias) porque provocam dor e cansaço
• Psicofármacos (doenças mentais) e anticonvulsivantes
(ataques epiléticos) porque causam sonolência e cansaço
OUTRAS SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS
É proibida a condução e a ingestão de drogas, porque diminuem as
capacidades do condutor, alterando os reflexos e a coordenação de
movimentos, bem como o equilíbrio e a própria personalidade.
A maior parte dos consumos iniciam-se antes dos 20 anos de idade.
A melhor forma de agir é através da prevenção, sendo fundamental
uma informação atempada e de qualidade acerca das
consequências do uso e do abuso de substâncias, lícitas ou ilícitas.

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