INTERAÇÃO SOCIAL: São conjuntos de relações recíprocas entre,
pelo menos, dois indivíduos e resultam de um jogo de expectativas mútuas em relação ao comportamento dos interlocutores.
A interação social, perante a Sociologia, é um conceito que
determina as relações sociais desenvolvidas pelos indivíduos e grupos sociais. É uma condição indispensável para o progresso e constituição das sociedades.
Através de processos interativos, o ser humano transforma-se num
sujeito social. É a partir desta interação que os seres humanos desenvolvem a comunicação, pois estabelecem o contato social, criando assim redes de relações as quais originam determinados comportamentos sociais.
Situações formais/ não formais
A interação social pode ter caráter formal (espaço público), os
comportamentos dos indivíduos está influenciado pelos mecanismos de controlo social, atuando em conformidade com as normas sociais; ou informal (espaço privado), os indivíduos apresentam comportamentos com menor controlo social.
Pode ainda ser focada, quando há um contacto visual propositado entre
dois indivíduos (mesmo sem comunicação); não focada, quando esse contacto acontece de forma involuntária; ou à distância, quando recorremos a meios de comunicação (telemóveis, redes sociais, chats) para comunicarmos com os outros.
O espaço de interação
Fachadas- visíveis, permeáveis ao controle social, apertadas por regras
de educação e modelos +/- rígidos de apresentação de comportamento Bastidores- os comportamentos relaxam, o controle social é muito menos apertado A RELATIVIDADE DA ACÇÃO SOCIAL
O quotidiano de uma sociedade contém múltiplas formas de
interacções sociais cujo estudo nos poderá revelar muito dessa sociedade e da sua cultura. As interacções sociais, são relativas, devendo ser contextualizadas para que os conhecimentos obtidos façam sentido. Assim sendo para a compreensão da ação social teremos, primeiro, de conhecer a realidade cultural em que esta se desenvolve.
Por um lado, estes padrões de interação constituem a base de
estruturação da sociedade, pois a vida organiza-se geralmente em torno da repetição de interacções. Por outro, contribuem também para a construção social da realidade, na medida em que os indivíduos, agindo e tomando decisões de forma criativa, podem contribuir para transformar a realidade social.
Toda ação social deve ser analisada em função do respectivo ambiente
cultural, isto é, deve ser contextualizada. —---------» A relatividade da ação socia (muda com o tempo e o espaço)
Noção de grupo social
Um grupo social é um conjunto de indivíduos que partilham interesses e
objetivos semelhantes, e que por isso conseguem estabelecer entre si relações duradouras, diretas e contínuas. Estas relações levam a que o grupo construa uma estrutura e identidades próprias e que os seus membros desenvolvam um sentimento de pertença ao grupo. Os grupos sociais são distintos e distintivos (podem ser distinguidos pelos membros e por pessoas fora do grupo), estruturados (cada elemento tem uma posição e função, um papel social dentro do grupo), promovem interesses, objetivos e valores comuns, exercem algum controlo social entre os seus membros, tendendo para a coesão, e também manifestam uma consciência coletiva. Características dos grupos sociais ● Objectivos comuns ● Identificação ● Normas e Valores ● Relações mútuas ● Estrutura ● Diferenciação de Papéis ● Duração
Grupos primários/ secundários
Existem dois tipos de grupo:
● Grupos Primários: aquele que mais próximo está de nós, em termos cronológicos e afectivos. Por isso, o tipo de relacionamento entre os seus elementos é informal, íntimo e total. ● Grupos Secundários: a sua função é utilitarista, consiste num tipo de relacionamento formal, impessoal e segmentário.
Assim sendo, no grupo primário prevalece o afeto como objetivo, e no
grupo secundário impera a eficácia ou o sucesso como finalidade a atingir. Concluindo, cada um destes grupos tem a sua importância na sociedade atual.
Grupos de pertença/ Referência
Nas sociedades atuais encontramos uma grande diversidade de grupos, o que significa que os indivíduos no decurso da sua vida social, participam em grupos sociais de diferentes tipos e dimensões – família, escola, grupos de amigos, empresa, etc. – e alguns deles em simultâneo
● Grupos de pertença – grupos em que os indivíduos efetivamente
pertencem ● Grupo de referência – grupos com os quais os indivíduos se tentam identificar, de uma maneira consciente ou inconsciente Os indivíduos podem ser influenciados pelas características de grupos a que não pertencem, nomeadamente porque consideram que estes defendem valores que gostariam de partilhar ou porque associam os seus membros a uma posição social superior à sua.
Por vezes o grupo de referência pode ser o grupo de pertença do
próprio indivíduo.
Os grupos sociais e o processo de socialização
Os grupos sociais a que os indivíduos pertencem desempenham um
papel fundamental no processo de socialização, na medida em que os indivíduos vão aprendendo os valores, as atitudes e as regras de conduta que lhe estão associados.
No entanto, os indivíduos podem também ser socializados por
intermédio dos grupos de referência, identificando-se com os padrões que associam a estes grupos. Neste caso,estão a realizar uma socialização por antecipação, ou seja, é um processo de auto socialização, em que o ator social interioriza os valores e assume os comportamentos próprios de um grupo social a que ambiciona pertencer.
PAPEL SOCIAL E ESTATUTO SOCIAL
Papel Social é um conjunto de comportamentos que a sociedade espera
por parte de um indivíduo que desempenha uma determinada função dentro de um grupo ou que tenha um certo estatuto. O papel é socialmente definido (processo de socialização), e múltiplo (cada indivíduo tem vários papéis na sociedade). O estatuto social é, assim, a posição que um individuo ocupa em determinado grupo social.
OEstatuto corresponde ao conjunto de comportamentos/direitos/deveres
que o indivíduo espera da sociedade por ter esse estatuto. Nota: ao desempenharem diferentes papéis sociais podem surgir conflitos internos.
Estatuto atribuído/ adquirido
O estatuto social pode ser atribuído (quando não depende da vontade
do indivíduo, é-lhe imposto pela sociedade, nasce com ele: sexo, família de origem, etc, é comum nas sociedades mais tradicionais), ou adquirido (resulta das ações e aquisições do indivíduo, condicionadas pelos recursos de que dispõe: escolaridade, profissão, etc. comum nas sociedades mais modernas).
Instituições Sociais Processos Sociais
Ordem e controlo social
Os valores são ideias coletivos que originam uma determinada maneira
de ver o mundo. São partilhados pela maioria e permitem manter a ordem social. Fomentam a união, a solidariedade, dissuadir conflitos entre grupos e/ou individuos.
Ordem social: Corresponde ao conjunto de estruturas, instituições e
práticas sociais que se interligam e são estáveis no tempo e que mantêm e reforçam as formas “normais” de comportamento. Normas: Regras de comportamento que refletem e incorporam os valores de uma cultura. Presente em praticamente tudo o que é tarefa da vida social. São anteriores e exteriores ao indivíduo. São relativos ( não universais), variam consoante a cultura
Comportamento social: Resulta da interiorização das normas e valores
aceites pela sociedade e individuos/grupos que os partilham.
As normas, valores e comportamentos permitem a estabilidade – ordem
social. Comportamento normal e desviante
Para que esta ordem social se verifique, a sociedade impõe um controlo
social, recorrendo a vários mecanismos: ● processo de socialização (é através da socialização que os indivíduos incutem as normas, comportamentos e valores e aceitam a sua legitimidade), ● sanções positivas (recompensas para quem age em conformidade com as normas- comportamento normal) ● sanções negativas (comportamento desviante- afasta-se das normas e por isso sofre punições quando não se age conforme a lei).