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Resumo de Psicologia Social – P2

1 - A exceção americana
1 - O conceito de "A exceção americana" é utilizado para descrever a ideia de
que os Estados Unidos possuem características únicas e excepcionais em
comparação com outros países do mundo, especialmente no que se refere à sua
história, cultura, política e economia. Essa ideia se baseia na crença de que os
Estados Unidos são uma nação "escolhida" e "excepcional", que possui uma missão
especial no mundo.

Um exemplo disso é a crença popular nos Estados Unidos de que o "sonho


americano" é algo único e inatingível em outros lugares do mundo

2 - Trajetória da individuação
2 - O conceito de trajetória da individuação refere-se ao processo de
construção da identidade individual ao longo da vida, a partir da interação do sujeito
com o mundo social e cultural ao seu redor. Essa trajetória é marcada por momentos
de ruptura e de continuidade, em que o sujeito reavalia sua posição no mundo e
redefine sua identidade em relação aos outros e ao ambiente.

Um exemplo de trajetória da individuação pode ser observado em uma


pessoa que cresceu em uma família conservadora e religiosa, mas que ao longo da
vida começa a questionar esses valores e a explorar novas ideias e perspectivas.
Esse processo pode envolver conflitos internos e externos, e eventualmente resultar
em uma redefinição de sua identidade e posição no mundo

3 - Conceito de mente
3 - Na perspectiva da interação simbólica de George Herbert Mead, a mente é
vista como um produto da interação social e da linguagem, resultando da
internalização dos significados compartilhados pela cultura e pela sociedade. Para
Mead, a mente emerge a partir do processo de comunicação simbólica entre os
indivíduos, que envolve a capacidade de assumir diferentes papéis e perspectivas, e
de se autorrefletir.

Um exemplo de como a mente é construída socialmente pode ser observado


na aquisição da linguagem por uma criança. A criança aprende a se comunicar por
meio da interação com outras pessoas, que lhe ensinam as palavras, os gestos e as
regras gramaticais. A partir desse processo de aprendizagem, a criança passa a
construir sua própria linguagem interna, que lhe permite pensar, planejar e se
comunicar consigo mesma e com os outros.

4 - Conceito de self
4 – O conceito de Self, conforme a perspectiva da Teoria do Self de George
Herbert Mead, se refere a uma imagem ou ideia que o indivíduo tem de si mesmo, e
que é construída a partir das interações sociais e dos papéis sociais que desempenha
em sua vida. O Self é um processo dinâmico e em constante mudança, que se
desenvolve por meio da interação com os outros e com o ambiente, e que é
influenciado pelas experiências vividas ao longo do tempo.

Mead afirma que o Self é composto por duas partes: o "Eu" e o "Mim". O "Eu"
é a parte ativa e criativa do Self, que toma decisões e realiza ações de acordo com as
situações que enfrenta. Já o "Mim" é a parte reflexiva do Self, que representa a
imagem que o indivíduo tem de si mesmo a partir das interações sociais e dos papéis
que desempenha na sociedade.
Um exemplo de como o Self se manifesta na vida cotidiana é quando uma
pessoa se veste de forma apropriada para uma entrevista de emprego, escolhendo
roupas que correspondem às expectativas sociais e ao papel que ela pretende
desempenhar naquela situação. Essa escolha é influenciada pela imagem que a
pessoa tem de si mesma e pelo que ela acredita ser apropriado para aquele contexto,
e representa uma manifestação do processo de construção do Self.

5 - Processos sociais
5 - Os processos sociais são formas pelas quais a interação social entre
indivíduos é organizada e regulada. Eles são os mecanismos pelos quais as relações
sociais são estabelecidas, mantidas, modificadas ou dissolvidas. Dentre os principais
processos sociais destacam-se a socialização, a cooperação, o conflito e a
competição.

A socialização é o processo pelo qual os indivíduos adquirem as normas,


valores e papéis sociais de sua cultura. A cooperação refere-se à interação social que
ocorre quando indivíduos trabalham juntos para atingir um objetivo comum. O conflito
é o processo que ocorre quando indivíduos ou grupos de indivíduos têm interesses
incompatíveis e entram em confronto. A competição refere-se à interação social que
ocorre quando indivíduos ou grupos de indivíduos disputam um recurso escasso.

Um exemplo de processo social é a socialização de uma criança. A criança


aprende as normas e valores de sua cultura por meio da interação com os pais,
irmãos, amigos e professores. Essa socialização inclui a aprendizagem de regras de
comportamento, papéis sociais e crenças culturais que orientam a vida em sociedade.
Pesquisa-ação: opções metodológicas, conclusões metodológicas
A pesquisa-ação é um método de pesquisa participativo que envolve a
colaboração entre pesquisadores e participantes para identificar, desenvolver e
implementar soluções para problemas ou desafios específicos. Essa abordagem
envolve ações concretas para promover mudanças práticas e significativas na vida das
pessoas envolvidas.

As opções metodológicas na pesquisa-ação incluem a identificação de um


problema específico, a formação de uma equipe de pesquisa, a seleção de
participantes, a definição de objetivos claros, a coleta de dados, a análise dos
resultados e a avaliação das soluções implementadas. É importante que as etapas
sejam colaborativas e que os participantes tenham voz ativa no processo.

As conclusões metodológicas da pesquisa-ação envolvem a análise crítica


dos resultados obtidos e a avaliação dos efeitos das soluções implementadas. É
importante que os participantes sejam envolvidos nesse processo de avaliação e que
os resultados sejam discutidos de forma aberta e transparente.

Um exemplo de pesquisa-ação pode ser a implementação de um programa


de alimentação saudável em uma escola. Os pesquisadores e os participantes podem
trabalhar juntos para identificar os hábitos alimentares dos alunos, desenvolver um
programa de alimentação saudável, implementá-lo na escola e avaliar seus resultados.
Os alunos, os professores e os pais podem fazer parte da equipe de pesquisa e
participar ativamente do processo de implementação e avaliação.

Atitudes Coletivas: nível da percepção e nível do comportamento


As atitudes coletivas são as crenças, valores e comportamentos
compartilhados por um grupo de pessoas. Elas podem ser observadas em dois níveis:
o nível da percepção e o nível do comportamento.

No nível da percepção, as atitudes coletivas se referem às percepções e


crenças compartilhadas pelos membros do grupo. Isso inclui crenças sobre si
mesmos, sobre outros grupos e sobre o mundo em geral. Por exemplo, um grupo pode
ter a crença compartilhada de que são melhores do que outros grupos em relação a
determinada habilidade.

No nível do comportamento, as atitudes coletivas se manifestam nas ações e


comportamentos dos membros do grupo. Isso inclui comportamentos compartilhados,
como rituais, hábitos e padrões de interação social. Por exemplo, um grupo pode ter
um ritual de dança que é realizado em ocasiões especiais.

Um exemplo de atitudes coletivas no nível da percepção pode ser a


percepção de um grupo étnico em relação a outro. Se um grupo acredita que outro
grupo étnico é menos inteligente ou menos trabalhador, essa percepção pode afetar
as interações entre esses grupos.

Um exemplo de atitudes coletivas no nível do comportamento pode ser


observado em grupos religiosos que têm rituais específicos para marcar diferentes
momentos do ano. Esses rituais podem envolver comportamentos compartilhados,
como cantar músicas específicas, fazer oferendas ou compartilhar refeições
específicas. Esses comportamentos ajudam a reforçar a identidade do grupo e a
fortalecer os laços entre seus membros.
Campo Social: totalidade dinâmica, eu social e campo social
O conceito de campo social foi desenvolvido por Kurt Lewin e se refere ao
ambiente social em que as pessoas vivem e interagem. Ele enfatiza que as ações e
comportamentos das pessoas são influenciados pelo contexto social em que estão
inseridos.

A totalidade dinâmica se refere à ideia de que o campo social é um sistema


completo e interconectado, em constante mudança e evolução. Cada parte do sistema
influencia e é influenciada por outras partes, criando um ambiente social dinâmico e
em constante transformação.

O eu social se refere à identidade das pessoas como membros de um grupo


ou comunidade. As normas, valores e expectativas do grupo influenciam a maneira
como as pessoas se veem e se comportam em relação a outras pessoas do grupo e
do ambiente em geral.

O campo social inclui o eu social e é composto por todas as pessoas, grupos


e instituições que compõem o ambiente social em que as pessoas vivem. Ele
influencia as ações e comportamentos das pessoas e, por sua vez, é influenciado por
elas.
Um exemplo de campo social pode ser a comunidade de uma escola. As
pessoas que estudam, trabalham, frequentam, fornecem insumos, mantêm contratos
ou possuem outro tipo de relação com a comunidade escolar fazem parte do campo
social da escola. Elas interagem umas com as outras e com as instituições, como
outras escolas, dispositivos públicos e comércios locais. A comunidade escolar é uma
totalidade dinâmica em constante mudança e evolução. As pessoas têm um eu social
como participantes da escola e são influenciadas pelas normas, valores e expectativas
do grupo. Essas influências podem afetar as decisões e comportamentos das pessoas
em relação a outras pessoas da escola e do ambiente em geral.

Resistência emotiva e mudanças sociais,


O conceito de resistência emotiva se refere às emoções negativas, como
medo, ansiedade e raiva, que podem surgir quando as pessoas são confrontadas com
a possibilidade de mudança em seu ambiente social. Essas emoções podem levar as
pessoas a resistirem às mudanças e manterem as coisas como estão, mesmo que a
mudança seja necessária ou benéfica.

As mudanças sociais, por sua vez, são alterações na estrutura social, nas
instituições e nas normas e valores de uma sociedade. Essas mudanças podem ser
causadas por uma variedade de fatores, incluindo avanços tecnológicos, mudanças
econômicas e políticas, ou ações coletivas de grupos sociais.

Um exemplo de resistência emotiva e mudanças sociais pode ser visto no


contexto de um bairro que está passando por uma gentrificação, ou seja, uma
transformação em que a área se torna mais atraente para pessoas com maior poder
aquisitivo, levando ao aumento do custo de vida e à expulsão de moradores de baixa
renda. Nesse caso, os moradores que estão sendo afetados pela gentrificação podem
experimentar emoções negativas, como medo e raiva, devido à incerteza sobre seu
futuro e à perda de conexão com a comunidade. Essas emoções podem levar a
resistência à mudança, como protestos e manifestações contra a gentrificação. Ao
mesmo tempo, a gentrificação é uma mudança social que pode trazer benefícios
econômicos para a área, como a melhoria das condições de habitação e a
revitalização do comércio local. Portanto, as mudanças sociais podem ser complexas
e conflitantes, envolvendo a resistência emotiva das pessoas afetadas e a
necessidade de transformação para o desenvolvimento da sociedade.

Experimentação e ação social


O conceito de experimentação social se refere à realização de ações
planejadas com o objetivo de testar hipóteses sobre mudanças sociais e seus efeitos,
de forma a aprender com a experiência e melhorar as intervenções futuras. Já a ação
social se refere à realização de ações concretas para a transformação social, com
base em valores e objetivos coletivos.

Um exemplo de experimentação social pode ser visto na realização de um


projeto piloto de educação alimentar em uma escola de uma comunidade carente. O
projeto pode ter como objetivo testar a hipótese de que a educação alimentar pode
contribuir para a redução do índice de obesidade infantil na comunidade. Para isso, a
escola pode desenvolver uma série de atividades e intervenções, como palestras,
oficinas culinárias e mudanças no cardápio escolar. Após a realização do projeto, os
resultados podem ser avaliados para verificar se a hipótese se confirmou ou não, e
quais foram os efeitos da intervenção.

Por outro lado, um exemplo de ação social pode ser visto na realização de um
mutirão para limpeza e manutenção de um espaço público, como um parque ou uma
praça. A ação pode ser organizada por um grupo de moradores da região, que se
unem para cuidar do espaço e melhorar as condições para o lazer e a convivência. A
ação social pode ter como objetivo a melhoria da qualidade de vida da comunidade e o
fortalecimento dos laços entre os moradores, além de contribuir para a conservação
do meio ambiente. A ação social pode ser realizada de forma voluntária ou em parceria
com órgãos públicos ou organizações não governamentais.
Preconceitos, Estereótipos e Discriminação

O que são os estereótipos?


Estereótipos são crenças compartilhadas coletivamente sobre características
atribuídas a um grupo social (ex: inferioridade, inteligência) com base em um ou mais
critérios diferentes da característica atribuída (exemplo: raça, cor, gênero, profissão).
As características atribuídas a esse grupo, que podem ou não ser verdadeiras, são
consideradas distintivas e relevantes para identificar e descrever seus membros.

Um exemplo de estereótipo é a crença de que todas as pessoas idosas são


frágeis, dependentes e esquecidas. Essa crença é baseada em características que
muitas pessoas associam aos idosos, como a diminuição da capacidade física e
cognitiva, e é utilizada para descrever e julgar todos os indivíduos que pertencem a
esse grupo, sem levar em conta suas diferenças individuais.

É importante ressaltar que os estereótipos não são necessariamente


negativos ou positivos, mas podem ser utilizados de maneira discriminatória e
preconceituosa quando são utilizados para justificar a exclusão, a inferiorização ou a
desumanização de um determinado grupo social.

Qual a relação entre os estereótipos e o preconceito?


os estereótipos podem contribuir para a formação do preconceito. Isso ocorre
porque os estereótipos são construções sociais que, muitas vezes, refletem a visão
dominante de um grupo em relação a outro grupo social. Quando esses estereótipos
são internalizados pelos indivíduos, podem influenciar suas percepções, atitudes e
comportamentos em relação aos membros do grupo estereotipado.

Assim, o preconceito pode ser definido como uma atitude negativa ou hostil
em relação a um determinado grupo social, baseada em estereótipos e crenças
generalizadas e não fundamentadas em fatos concretos. O preconceito pode ser
manifestado de diversas formas, desde a exclusão e marginalização do grupo até a
violência física e psicológica.

Um exemplo de relação entre estereótipo e preconceito é o estereótipo de


que todas as pessoas negras são criminosas. Essa crença, que não tem
fundamentação em fatos concretos, pode levar à formação de preconceitos negativos
em relação a todas as pessoas negras, o que pode resultar em comportamentos
discriminatórios, como a exclusão e a marginalização social, além de comportamentos
violentos, como o racismo e a violência física.

Quais são as consequências da simplificação da realidade


provocada pelos estereótipos?
a simplificação da realidade provocada pelos estereótipos pode ter diversas
consequências negativas. Algumas delas são:

Violação dos direitos humanos: Os estereótipos podem levar à discriminação


e à violação dos direitos humanos, quando os indivíduos são tratados de forma injusta
e desigual por causa da sua identidade de grupo.

Preconceito: Os estereótipos podem levar à formação de preconceitos, que


são atitudes negativas em relação a um determinado grupo social. Essas atitudes
podem levar à exclusão e marginalização do grupo estereotipado, além de
comportamentos violentos, como o racismo e a violência física.

Distorção da percepção: Os estereótipos podem distorcer a percepção dos


indivíduos em relação aos membros do grupo estereotipado. Isso pode levar a
julgamentos precipitados e a interpretações equivocadas, que podem prejudicar as
relações sociais.

Perpetuação da desigualdade: Os estereótipos podem contribuir para a


perpetuação da desigualdade social, quando os membros do grupo estereotipado têm
menos acesso a oportunidades, recursos e serviços, devido à sua identidade de
grupo.

Um exemplo de consequência da simplificação da realidade provocada pelos


estereótipos é o estereótipo de que todas as mulheres são emocionais e irracionais.
Essa crença generalizada pode levar à desvalorização das mulheres no mercado de
trabalho e em outras esferas da vida social, além de perpetuar a desigualdade de
gênero. Além disso, pode levar a julgamentos equivocados sobre as mulheres, como a
crença de que elas não são capazes de exercer determinadas funções ou
responsabilidades.

Quais são as consequências do processo de rotulação?


O processo de rotulação refere-se à atribuição de rótulos a indivíduos ou
grupos, geralmente baseados em características superficiais ou estereotipadas. Esses
rótulos tendem a reforçar as diferenças entre as pessoas e a limitar a visão que temos
delas, criando uma imagem estereotipada e distorcida da realidade.

As consequências desse processo podem ser diversas. Por exemplo, os


rótulos podem levar à estigmatização e exclusão social dos indivíduos rotulados, além
de gerar preconceitos e discriminação por parte de outros grupos. Além disso, as
pessoas rotuladas podem passar a se identificar com o rótulo, adotando o
comportamento e a visão de si mesmas que são impostas pelo rótulo.

Um exemplo de processo de rotulação pode ser visto na atribuição de rótulos


negativos a grupos étnicos ou culturais. Por exemplo, associar a comunidade negra a
estereótipos de violência ou a comunidade árabe a estereótipos de terrorismo, sem
levar em consideração a diversidade de indivíduos e experiências dentro desses
grupos. Esse tipo de rotulação pode levar à discriminação e exclusão desses grupos
na sociedade.

Qual a relação entre os estereótipos e a atribuição de causalidade?


Os estereótipos estão diretamente relacionados à atribuição de causalidade,
pois as pessoas tendem a utilizar essas categorias mentais para explicar
comportamentos e eventos que observam ao seu redor. Isso significa que, quando
uma pessoa tem um estereótipo sobre um grupo, ela pode ser mais propensa a atribuir
a causa de um evento ou comportamento a características desse grupo, mesmo que
essas características não tenham relação direta com o evento em questão.

Por exemplo, se uma pessoa tem o estereótipo de que as mulheres são


emocionais e impulsivas, ela pode atribuir a causa de uma discussão em um ambiente
de trabalho a essa característica do gênero feminino, ignorando outros fatores que
possam ter contribuído para o conflito. Esse processo de atribuição de causalidade
baseado em estereótipos pode levar a preconceitos e discriminação injustificadas
contra grupos estigmatizados.
Qual a definição de preconceito?
preconceito é uma atitude negativa em relação a um grupo social baseada em
estereótipos e generalizações infundadas. O preconceito pode ser expresso de
diversas formas, desde pensamentos e sentimentos até comportamentos
discriminatórios. Ele pode estar presente em diferentes esferas da vida social, como
no trabalho, na escola, na política, na religião, entre outras.

Um exemplo seria o preconceito racial, na qual pessoas de determinada raça


são consideradas inferiores e tratadas de maneira injusta, apenas por causa da sua
cor de pele. Esse tipo de preconceito pode levar a exclusão social, a violência, a
dificuldades na obtenção de emprego e a oportunidades limitadas na vida.

O que é discriminação?
Discriminação é um comportamento negativo direcionado a um indivíduo ou
grupo com base em características como etnia, gênero, orientação sexual, idade,
religião, deficiência, entre outras. É uma forma de tratamento desigual, injusto e
prejudicial, que pode se manifestar em diversas esferas, como no acesso a
oportunidades, empregos, serviços, educação, moradia, entre outros.

Um exemplo de discriminação pode ser uma empresa que recusa contratar


pessoas com deficiência, mesmo que elas tenham as qualificações necessárias para a
vaga, ou um estabelecimento que nega atendimento a uma pessoa por causa da sua
orientação sexual. Esses são apenas alguns exemplos de comportamentos
discriminatórios que ocorrem na sociedade.

Quais são as causas do preconceito?


Existem diversas causas que podem levar ao preconceito, e elas são
bastante complexas e multifacetadas. Em geral, podemos identificar fatores
psicológicos, sociais e culturais que contribuem para a formação de atitudes
preconceituosas. Segundo Rodrigues, Assmar e Jablonski (2009), alguns dos
principais fatores são:

Experiências de infância e adolescência: pessoas que tiveram experiências


negativas com membros de um determinado grupo social na infância ou adolescência
podem desenvolver preconceito em relação a esse grupo.

Aprendizado social: o preconceito pode ser aprendido por meio do convívio


com outras pessoas que apresentam atitudes preconceituosas. A mídia e outras
formas de comunicação também podem contribuir para a difusão de estereótipos e
preconceitos.

Necessidade de pertencimento: algumas pessoas podem se sentir mais


confortáveis em grupos homogêneos, e por isso desenvolvem preconceito em relação
a grupos diferentes do seu.

Diferenças culturais: diferenças culturais podem gerar desconforto e


insegurança, o que pode levar ao desenvolvimento de atitudes preconceituosas.

Preocupações econômicas: em situações de escassez de recursos, algumas


pessoas podem desenvolver preconceito em relação a grupos que são percebidos
como ameaça ou competidores.
Fatores psicológicos: algumas teorias psicológicas sugerem que o
preconceito pode estar relacionado a fatores como a necessidade de autoestima, a
necessidade de justificar a própria posição social e a tendência a projetar sentimentos
negativos em grupos externos.

Um exemplo de preconceito pode ser a discriminação racial, em que pessoas


são julgadas e tratadas de forma desigual com base na sua raça ou etnia. Isso pode
se manifestar em diversas situações cotidianas, como a recusa de empregadores em
contratar pessoas negras ou a abordagem policial desproporcional em relação a
pessoas negras.

Como se dá o processo de redução do preconceito?


O processo de redução do preconceito é complexo e envolve várias
estratégias que podem ser utilizadas em diferentes contextos. Uma das estratégias
mais eficazes é o contato interpessoal entre os grupos em questão, que pode ajudar a
reduzir estereótipos e preconceitos. Outra estratégia é a exposição a informações que
contradigam estereótipos e preconceitos existentes, como através de campanhas
educativas e mídia. Além disso, é importante que as pessoas reconheçam e
confrontem seus próprios preconceitos internos, trabalhando para mudar suas atitudes
e comportamentos.

Um exemplo de como o contato interpessoal pode ajudar a reduzir


preconceitos ocorreu em um estudo realizado por Allport em 1954, no qual estudantes
brancos e negros foram colocados em dormitórios mistos durante um semestre letivo.
Os estudantes que participaram dessa experiência demonstraram uma atitude mais
positiva em relação aos membros do grupo minoritário, o que sugere que o contato
intergrupal pode levar a uma redução do preconceito.

Como se dá a mudança de atitude frente ao preconceito


A mudança de atitude frente ao preconceito pode ocorrer através de três
processos distintos: a conversão, a competição e a colaboração. A conversão é
caracterizada pela mudança de atitude através de experiências pessoais que
confrontam as crenças preconceituosas, permitindo a mudança de opinião e a adoção
de atitudes menos discriminatórias. A competição ocorre quando indivíduos se veem
em competição com membros de grupos estigmatizados, o que pode levar à redução
do preconceito em uma tentativa de melhorar a própria imagem pessoal. Já a
colaboração ocorre quando indivíduos de diferentes grupos trabalham juntos em uma
tarefa comum, o que pode levar à melhora das atitudes e do entendimento entre os
grupos.

Um exemplo de mudança de atitude através da colaboração pode ser visto


em uma situação onde indivíduos de diferentes grupos são colocados para trabalhar
juntos em um projeto. Durante o processo de trabalho, os membros do grupo
começam a conhecer melhor uns aos outros, superando os estereótipos e
preconceitos que possuíam anteriormente. A colaboração bem-sucedida leva a uma
maior compreensão e aceitação entre os grupos, reduzindo o preconceito e
melhorando as atitudes em relação ao outro grupo.
Bases da Psicologia Social Europeia: processo de socialização primária
e socialização secundária

Processo de Construção Social da Realidade


Segundo os autores, a realidade não é algo dado ou imutável, mas é criada e
recriada constantemente pelos seres humanos através da interação social.

De acordo com a teoria, a realidade é construída através de três processos


interdependentes: a objetivação, a institucionalização e a interiorização. A objetivação
ocorre quando as pessoas criam algo que é visto como um objeto externo e
independente delas mesmas. A institucionalização é a transformação de algo criado
em uma instituição socialmente reconhecida. A interiorização, por sua vez, é o
processo pelo qual as pessoas internalizam as normas e valores institucionalizados,
tornando-se capazes de agir de acordo com eles sem pensar conscientemente.

Um exemplo de processo de construção social da realidade pode ser visto na


institucionalização da religião. Inicialmente, a religião é objetivada por meio da criação
de rituais, crenças e práticas que são vistas como algo separado dos indivíduos que
os criaram. Com o tempo, essas práticas são institucionalizadas e tornam-se parte da
cultura e da sociedade, sendo transmitidas de geração em geração. Finalmente, a
interiorização ocorre quando os indivíduos aprendem e internalizam as crenças e
valores religiosos, seguindo-os em suas vidas diárias sem pensar conscientemente
sobre eles.

Processo de Socialização Primária


O processo de socialização primária é o processo pelo qual a criança é
introduzida na sociedade e aprende as normas, valores e papéis sociais que lhe
permitirão participar da vida social. Esse processo ocorre principalmente no contexto
da família e das primeiras interações com os cuidadores, que ensinam a criança como
se comportar, se comunicar e se relacionar com os outros. A socialização primária é
fundamental para a construção da identidade individual e para a internalização das
normas e valores culturais que regem a vida em sociedade.

Um exemplo de processo de socialização primária pode ser a maneira como


as crianças aprendem as normas de gênero, ou seja, o que é considerado "masculino"
e "feminino" em sua cultura. As crianças podem aprender a se comportar de maneiras
diferentes de acordo com o gênero, como brincar com brinquedos diferentes, se vestir
de maneira diferente e se comunicar de maneira diferente. Essas diferenças são
transmitidas pelas figuras de cuidado e pela observação das expectativas culturais
sobre o comportamento de meninos e meninas.

Outro significativo
O conceito de "Outro significativo" se refere a pessoas ou grupos que
possuem uma importância especial no processo de socialização e construção da
realidade para um indivíduo. Essas pessoas ou grupos são fontes de influência e
referência para a formação de valores, crenças, atitudes e comportamentos.

Por exemplo, na socialização primária de uma criança, os pais, responsáveis


ou cuidadores geralmente são considerados como "Outros significativos", já que
possuem um papel fundamental na transmissão de normas, valores e comportamentos
socialmente aceitos. Além deles, outras pessoas próximas, como avós, irmãos,
amigos da família, professores e líderes religiosos, também podem ser considerados
como "Outros significativos" na formação da visão de mundo de uma criança.
Processo de Socialização Secundária
O processo de socialização secundária é aquele que ocorre após a
socialização primária, e se refere à aprendizagem de novos papéis sociais em
contextos específicos. Diferentemente da socialização primária, que é mais
abrangente e ocorre na família e nas primeiras interações sociais da criança, a
socialização secundária é mais focalizada e ocorre em instituições como escola,
trabalho, igreja, entre outras.

Durante a socialização secundária, as pessoas aprendem a se adaptar a


novas expectativas sociais e a internalizar novos valores e normas que se aplicam a
contextos específicos. Por exemplo, uma pessoa pode aprender a se comportar de
maneira diferente em um ambiente de trabalho do que em casa com sua família,
seguindo as normas e expectativas do ambiente profissional.

A socialização secundária é importante porque permite que as pessoas se


adaptem a novos contextos sociais e desenvolvam habilidades para lidar com as
complexidades do mundo social.

Outro generalizado
Segundo Berger e Luckmann (2004), o "Outro generalizado" é um conceito
utilizado para se referir a uma entidade abstrata e imaginária que representa a
sociedade como um todo e seus valores e normas. É uma espécie de "julgador
imaginário" que internalizamos em nossa consciência e que influencia nossas ações e
comportamentos.

Um exemplo disso pode ser visto em situações em que as pessoas agem de


acordo com o que elas acreditam ser "o certo" ou "o que a sociedade espera de mim",
mesmo quando não há ninguém observando ou fiscalizando suas ações. Por exemplo,
uma pessoa pode se sentir constrangida em falar palavrões em público, mesmo que
ninguém esteja presente para julgar sua conduta, porque ela internalizou a norma
social de que palavrões são considerados inadequados e ofensivos.
Representações Sociais

Conceito de Representação Social


Segundo a teoria das Representações Sociais proposta por Serge Moscovici,
as representações sociais são formas pelas quais os indivíduos compreendem e dão
sentido ao mundo social que os rodeia. Essas representações são construídas através
da comunicação e interação social entre as pessoas e são influenciadas por diversos
fatores como cultura, experiências individuais, valores e crenças.

As representações sociais são diferentes das representações individuais, pois


são compartilhadas por um grupo social e, portanto, refletem os valores e crenças
dessa comunidade. Elas são formadas por meio de processos de comunicação e
interação, em que as pessoas elaboram e compartilham um conjunto de ideias,
conceitos e informações sobre um determinado objeto, fenômeno ou situação social.

Um exemplo de representação social é a ideia de família. Para algumas


pessoas, a família pode ser representada como um núcleo tradicional composto por
pai, mãe e filhos, enquanto para outras pessoas a família pode ser representada de
forma mais ampla, incluindo avós, tios, primos e amigos próximos. Essas diferentes
representações sociais da família são influenciadas por fatores culturais, experiências
pessoais e valores individuais.

Universo consensual
O conceito de Universo Consensual, dentro do estudo das representações
sociais proposto por Serge Moscovici, refere-se ao conjunto de ideias e concepções
compartilhadas por uma determinada sociedade, grupo ou cultura. É um conjunto de
crenças, valores, práticas e tradições que são amplamente aceitos e partilhados pelos
indivíduos que compõem este grupo social. O Universo Consensual é a base sobre a
qual as representações sociais são construídas, pois é a partir dele que os indivíduos
se orientam em suas interações sociais.

Um exemplo de Universo Consensual pode ser observado na cultura


brasileira, onde a figura do Carnaval é amplamente aceita e celebrada por grande
parte da população, sendo considerada uma expressão cultural importante. O
Carnaval se tornou parte do Universo Consensual da sociedade brasileira, moldando
as representações sociais e comportamentos relacionados a essa festa, como a
utilização de fantasias, a dança e a música.

Universo reificado
Segundo Moscovici, o universo reificado é uma característica das
representações sociais que se refere à transformação de ideias abstratas em objetos
concretos. Isso significa que as representações sociais podem transformar ideias e
conceitos em objetos que parecem tangíveis e reais, mesmo que não existam
fisicamente. Isso ocorre porque a nossa compreensão da realidade é influenciada
pelas nossas experiências e contextos sociais.

Por exemplo, a ideia abstrata de "pobreza" pode se transformar em objetos


concretos, como pessoas em situação de rua, casas precárias e roupas rasgadas.
Esses objetos são considerados como símbolos da pobreza, mas na realidade não
representam todas as dimensões e nuances do fenômeno social. Dessa forma, o
universo reificado pode limitar nossa compreensão da realidade, já que tendemos a
acreditar que os objetos que representam determinado fenômeno são sua totalidade.
Ancoragem
O conceito de ancoragem refere-se à forma como as representações sociais
são vinculadas a outros sistemas de ideias ou a outras realidades sociais. Em outras
palavras, a ancoragem é o processo pelo qual as pessoas vinculam novas
informações ou experiências às suas representações sociais pré-existentes. Isso
ocorre porque as representações sociais são estruturadas em torno de elementos
centrais, como crenças, valores e imagens que são compartilhados por membros de
um grupo social específico.

Exemplo: “Psicólogo é como um padre, com quem você pode falar os seus
segredos” é um exemplo de ancoragem em que a figura do psicólogo é vinculada à
representação social pré-existente do padre.

Objetivação
De acordo com Serge Moscovici, a objetivação é um dos processos que
constituem as representações sociais. Ele se refere à transformação de ideias e
conceitos abstratos em objetos concretos e tangíveis, permitindo que sejam facilmente
compreendidos e manipulados pelos indivíduos e pela sociedade em geral.

Um exemplo de objetivação pode ser observado na forma como o conceito de


"saúde" é representado na sociedade. Embora seja um conceito abstrato e
multifacetado, a objetivação permitiu que a ideia de saúde fosse transformada em
objetos concretos e mensuráveis, como o peso, a pressão arterial, os níveis de
colesterol, entre outros. Dessa forma, a objetivação tornou possível que as pessoas
compreendessem e monitorassem sua própria saúde de maneira mais tangível.

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