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Universidade São Judas Tadeu

Unidade Curricular – Perspectivas Fenomenológicas, Existenciais e Humanistas

Caio Henrique de Sousa Magalhães – RA 821156833


Fabio Massanori Sendo – RA 820275093
Gabriele Bueno Silva – RA 821147242
Silvia Souza do Nascimento - RA 821122950
Vinícius Miranda Rodrigues – RA 821140170
Werner Engbruch - RA 821144133

ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS DA EXCESSIVA


UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS

São Paulo
2021
ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS DA EXCESSIVA
UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS

1. Introdução

A tecnologia sempre fez parte da vivência humana, desde a criação das


primeiras ferramentas e utensílios essenciais nos primórdios da evolução à criação
da roda e os instrumentos que possibilitaram o surgimento das primeiras
civilizações, até os dias de hoje, onde a tecnologia se mostra cada vez mais
presentes no dia a dia das pessoas.
Das diversas invenções do século XX talvez a mais importante tenha sido a
invenção dos transistores1, que possibilitaram a criação dos circuitos integrados e a
subsequente revolução digital. Hoje vivemos em um período de constante
revoluções resultantes da criação desses transistores e suas evoluções.
A tecnologia hoje promove mudanças diretas na vida das pessoas, e, talvez, a
mais significativa dessas seja a dos smartphones, que já se tornou item essencial
para grande parte da população brasileira 2 e mundial3. É justamente nessa última
década que o smartphone revolucionou a forma com que vivemos em sociedade,
modificando drasticamente a forma com que nos relacionamos uns com os outros,
consumimos, nos deslocamos na cidade e dentre outras dezenas de facilidades que
o celular trouxe.
Com as alterações na forma com que as pessoas se comunicam, dado o
surgimento das redes sociais e os aplicativos de comunicação instantânea aliados
com os smartphones e sua conectividade constante, novos fenômenos surgiram que
ainda não são bem compreendidos e estudados, mas ainda assim afetam a relação
das pessoas com estes aparelhos. Um dos principais fenômenos, e motivo dessa

1
GAUDIN, Sharon. The transistor: The most important invention of the 20th century?
Computerworld. disponível em: <https://www.computerworld.com/article/2538123/the-transistor--the-
most-important-invention-of-the-20th-century-.html>. acesso em: 27 maio 2021.
2
MEIRELLES, Fernando S. Panorama do uso de TI no Brasil. São Paulo: FGVcia, 2021. Relatório
da 32ª Pesquisa Anual de Uso de TI. Disponível em:
<https://eaesp.fgv.br/producao-intelectual/pesquisa-anual-uso-ti>. Acesso em: 27 maio. 2021.
3
VALENTE, Jonas. Mais de 5 bilhões de pessoas usam aparelho celular, revela pesquisa.
Agência Brasil, Brasília 08 de set. 2019. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-09/mais-de-5-bilhoes-de-pessoas-usam-
aparelho-celular-revela-pesquisa>. Acesso em: 27 maio 2021.
intervenção, é a hiperconectividade das pessoas e o subsequente uso excessivo
dessas ferramentas.
Por se tratar de novas ferramentas e que são essenciais para o trabalho,
estudo e até entretenimento das pessoas, pouco é discutido sobre seu uso
excessivo ou problemático. Apenas em 2017 a Organização Mundial da Saúde
(OMS) publicou um relatório de uma reunião organizada pelo órgão, que visava
avaliar as evidências existentes sobre os impactos na saúde pública e na saúde das
pessoas que fazem o uso excessivo de Internet, computadores, smartphones e
outros aparelhos similares, bem como revisar as descrições clínicas e os guias
diagnósticos associados com o uso excessivo, avaliar políticas públicas de vários
países que tratam dessas questões e, por fim, sugerir à própria OMS novas ações
nessa área4.
Já na última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-5) não apresenta critérios para o diagnóstico do uso excessivo da
internet, computadores e smartphones, mas apenas o cita como diferente do
Transtorno do Jogo5. Um dos fatores apontados por Herrero et al. (2019, p.5) 6 para o
uso excessivo de smartphones indica uma relação inversa entre o uso excessivo e o
suporte social que a pessoa aufere, mostrando que, conforme o nível de suporte
social aumentava, o nível de “vício” diminuía.
Partindo de uma perspectiva fenomenológica-existencial essa limitação não
se apresenta como obstáculo para a discussão do tema, o uso excessivo das redes
sociais independe de um diagnóstico de transtorno mental, é um fenômeno que
afeta a vivência das pessoas e, portanto, deve ser visto sobre o prisma
hermenêutico e não sintomatológico7.

4
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Public health implications of excessive use of the Internet,
computers, smartphones and similar electronic devices. Meeting Report: Main Meeting Hall,
Foundation for Promotion of Cancer Research, National Cancer Research Centre, Tokyo, Japan, 27-
29 August 2014, [s.l.: s.n.], 2015.
5
O uso excessivo da internet que não envolve os jogos on-line (p. ex., uso excessivo das mídias
sociais, como o Facebook; assistir a pornografia on-line) não é considerado análogo ao transtorno do
jogo pela internet, e pesquisas futuras sobre os demais usos excessivos da internet precisariam
seguir diretrizes similares, conforme aqui sugerido. Os jogos de azar excessivos on-line podem se
qualificar para um diagnóstico separado de transtorno do jogo. (2014, p. 798, grifo nosso)
6
HERRERO, Juan et al. Adicción a los teléfonos inteligentes y apoyo social: un estudio
longitudinal durante tres años. Psychosocial Intervention, v. 28, n. 3, p. 111–118, 2019.
7
GORZA, Marcelo de Souza; BECHER, Gabriel. Dependência virtual: um olhar fenômeno-
estrutural sobre a compulsão digital, Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea,
v. 9, n. 1, p. 73–93, 2020.
Nesse sentido é preciso entender como se dá o uso em excesso das redes
sociais, conforme discutido por Gorza e Becher (2020, p.9), o importante dentro de
uma visão fenomenológica “[...] é exercer a visão pregnante do vivido
psicopatológico, buscando identificar semelhanças dentro da multiplicidade.”. Sendo
assim, ao invés de se explicar o ser-no-mundo que faz uso excessivo das redes
sociais a partir de sintomas clínicos, é preciso enxergar essa pessoa em sua
totalidade, ligado não apenas aos sintomas, mas enxergar como essa condição
afeta o seu existir em suas dimensões fundamentais 8. 

2. Objetivo Geral:

Promover uma reflexão existencial, para o reconhecimento do uso excessivo,


como forma de conscientização para o uso saudável das redes sociais.

3. Objetivo Específico: 

 Realizar pesquisas com jovens adultos de 25 a 35 anos para conhecer o nível


da utilização;
 Realizar campanha de mobilização para a conscientização dos impactos na
saúde em relação ao uso excessivo das redes sociais;
 Realizar oito encontros on-line no formato de rodas de conversa por meio da
abordagem existencial para promover a reflexão sobre o reconhecimento do
uso excessivo;
 Realizar quatro encontros de psicoeducação como forma de sensibilização
para a prevenção do uso excessivo das redes sociais a partir dos temas
disparadores a seguir;
 Realizar uma avaliação com os participantes, com a intenção de saber se as
metas foram alcançadas no projeto (ANEXO A);

4. Justificativa:

8
GORZA, Marcelo de Souza; BECHER, Gabriel. Dependência virtual: um olhar fenômeno-
estrutural sobre a compulsão digital. Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea,
v. 9, n. 1, p. 73–93, 2020. p. 12.
Novas tecnologias alteram a forma com que os seres humanos interagem com o
mundo e, principalmente, interagem entre si. Destarte isso significa que as novas
formas de interação entre pessoas criam dinâmicas e problemáticas específicas que
levam tempo até serem totalmente compreendidas e estudadas.
Uma destas problemáticas que ainda é pouco compreendida pela sociedade e
pelos serviços especializados de saúde é o uso excessivo da internet e das redes
sociais. Trata-se, portanto, de tema hodierno, com grande relevância numa
sociedade que se vê cada dia mais conectada e, simultaneamente, distante
socialmente.
Conforme indicam pesquisas recentes, como àquela realizada por Guedes 9 et. al.
(2015), já existem indícios de que as redes sociais afetam os mecanismos de
incentivo cerebral, a partir do sistema de recompensas, criando dessa forma, um
ciclo vicioso entre exposição e recompensa (na forma de likes, curtidas e outras
formas de engajamento social que as redes usam), que pode levar ao uso
problemático dessas ferramentas. Por fim, como indicado pelos autores
supracitados, o uso problemático das redes sociais pode estar ligado com
determinadas características da personalidade do usuário (como narcisismo,
neuroticismo, extroversão e introversão) o que as coloca em um risco maior de se
relacionar de maneira abusiva com essas ferramentas.
As novas mídias digitais estão de tal maneira ligadas ao viver-no-mundo das
pessoas que os ambientes online e offline passam a se confundir cada vez mais, e o
contexto da pandemia de COVID-19 acabou por intensificar esse processo. Se antes
existiam ambientes que o uso das redes sociais era restrito, hoje estes mesmos
espaços necessitam das redes sociais para a manutenção de suas atividades, como
é o caso das escolas, faculdades e determinados contextos laborais.
Desta feita, discutir, pesquisar e analisar o uso problemático das mídias
digitais se torna essencial para lidarmos com o presente tema, é apenas observando
o fenômeno e entendendo as múltiplas vivências que ocorrem no ambiente virtual
que será possível criar estratégias para minimização dos riscos oferecidos pelo uso
de redes sociais.

9
GUEDES, Eduardo et al. Social networking, a new online addiction: a review of Facebook and
other addiction disorders. Medical Express, v. 3, n. 1, 2016.
A abordagem fenomenológica-existencial apresenta uma perspectiva
promissora para a melhor compreensão deste fenômeno, uma vez que o uso das
redes sociais está tão difundido e ligado às questões de ensino e trabalho, não cabe
ao profissional definir de maneira binária se o uso é problemático ou não a partir de
critérios casuísticos, pelo contrário, deve ser o usuário a reconhecer se o seu uso é
problemático a partir da observação do fenômeno como ele se apresenta em sua
própria vivência.

5. População alvo

A população alvo deste projeto ficou definida como adultos jovens de 25 a 35


anos, uma vez que a utilização de redes sociais é forte neste grupo. A escolha da
população alvo foi feita a partir de um recorte geracional, uma vez que a geração
millennial é caracterizada por ter crescido junto da difusão da internet e uma maior
utilização dessa ferramenta pela população.

6. Metodologia do projeto de intervenção psicossocial:

O presente projeto de pesquisa teve como metodologia o levantamento


bibliográfico por meio da pesquisa em bases de dados com os descritores “redes
sociais” em conjunto com “uso problemático”, “vício” e “adicção”. A partir do
levantamento realizado foi feita seleção daqueles artigos, teses e dissertações a
partir do título e resumo e, por fim, a leitura dos artigos selecionados em sua integra.

7. Metodologia da Intervenção Psicossocial:

A metodologia desenvolvida durante a intervenção psicossocial será a de rodas


de conversa e de encontros de psicoeducação, os quais serão descritos a seguir.

8. Procedimentos:
a. Rodas de conversa 
Entende-se como grupo, um conjunto de pessoas com disponibilidade de
reconhecerem sua singularidade no processo de interação com outros seres
também únicos, que buscam alcançar segurança para lidarem com problemas
similares vivenciados pelos participantes. Os registros apontam que a civilização
mais antiga a utilizar essa prática foram os gregos, mais precisamente, o ateniense
Sócrates (469-399 a.C.), o qual constantemente se reunia junto a outras pessoas
para dialogarem sobre assuntos de interesse coletivo. Essa prática se estendeu por
toda a história em diversos povos e civilizações, seja com objetivo político ou de
ímpeto particular. Camasmie e Sá (2012)10 publicaram um artigo que nos apresenta
de uma maneira clara e objetiva os aspectos importantes da terapia de grupo a partir
da percepção existencialista de Heidegger, de que a existência do ser humano é
ontologicamente coexistência (ser-com-os-outros), um ente cujo modo de ser só se
dá no relacionar-se com os demais. Assim sendo, o artigo supracitado nos
demonstra que o participante de uma roda de conversa consegue adquirir uma
identidade estável de qualidade mais cristalina. Os autores afirmam também que o
processo terapêutico em grupo é mais proficiente quanto ao “esforço em sustentar
um específico modo de ser”, se comparado ao processo terapêutico individual. 
Na mesma premissa, outros autores como Leszcz e Yalon 11 (2007, p. 23)
relataram onze benefícios da terapia em grupo para os participantes, sendo eles:
“1. Instilação de esperança; 2. Universalidade; 3. Compartilhamento de
informações; 4. Altruísmo; 5. Recapitulação corretiva do grupo familiar
primário; 6. Desenvolvimento de técnicas de socialização; 7.
Comportamento imitativo; 8. Aprendizagem interpessoal; 9. Coesão grupal;
10. Catarse e 11. Fatores existenciais”

A partir da abordagem existencialista heideggeriana, realizaremos as rodas de


conversa com o objetivo de refletir sobre as causas e as particularidades dos efeitos
advindos de um uso excessivo das redes sociais, de maneira a desvelar os
fenômenos que afetam a autonomia dos participantes e propor uma análise mais
profunda sobre os sentimentos gerados após um uso demasiado nas redes virtuais.
Permitindo que o grupo aconteça nas suas possibilidades, a fim de proporcionar
maturidade para que a pessoa possa ir ao encontro de si, adquirindo independência
para gerenciar o seu problema, se assim o for evitando que essa adversidade a
prive de sua liberdade.
10
CAMASMIE, Ana Tereza; SÁ, Roberto Novaes de. Reflexões fenomenológico-existenciais para
a clínica psicológica em grupo. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 12, n. 3, p. 952–972, 2012.
11
Leszcz, Molyn & Yalom, Irvin. Psicoterapia de Grupo: Teoria e Prática. Trad. Costa,
R. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed. Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed, 2007.
Promover oito encontros de 1h30min com até quinze participantes, em formato
online, na plataforma Zoom, no período de dois meses, sempre às quartas às 19h,
proporcionando a participação de pessoas de todas as regiões do país e de todas as
classes sociais, para que o grupo formado seja heterogêneo, formado por pessoas
com diversas dificuldades e conflitos.  Para que assim, a conscientização do que
está acontecendo com eles, no momento presente, possa ser mais plural e se dar
através de diversas possibilidades.
Possibilitar diálogos abertos em um ambiente digital no qual os participantes já
estarão habituados, poderá nos revelar os problemas investigados quando as rodas
de conversa estarão acontecendo, pois a presente intervenção busca promover o
uso consciente, assim sendo, caso o participante venha a se distrair do objetivo
proposto, poderá identificar imediatamente a inclinação ou impulso que o levou a
distração.

b. Encontro de psicoeducação:

   Além dos Encontros de Roda de Conversa, utilizaremos encontros de


psicoeducação em nosso projeto. A psicoeducação é uma técnica que utiliza
instrumentos psicológicos e pedagógicos, com foco na prevenção através da
apresentação da patologia e seu tratamento, seja para o paciente, ou para seus
cuidadores e familiares. A técnica é muito utilizada na condução de grupos
terapêuticos no âmbito de saúde mental, potencializando o processo terapêutico.
Como exposto por Lemes e Neto12 (2017, p. 18 et seq.):
“a psicoeducação propiciou uma maneira de auxiliar o tratamento das
doenças mentais a partir das mudanças comportamentais, sociais e
emocionais cujo trabalho permite a prevenção na saúde [...] a
psicoeducação pode ser empregada em diferentes locais e problemáticas,
sendo seu uso de significativa importância, pois tem como objetivo realizar
prevenção, promoção e educação em saúde”.

Entendemos que através dos Encontros de Psicoeducação poderemos


apresentar ao participante sua “dependência” em Redes Sociais e no segundo
momento, através de atividades, discussões e palestras poderemos possibilitar ao
participante o uso consciente das Redes Sociais. Desta forma, propomos encontros
de psicoeducação, divididos em 04 momentos. Tais intervenções após 02 encontros

12
LEMES, C. B.; ONDERE NETO, J. Aplicações da psicoeducação no contexto da saúde. Temas
psicol., Ribeirão Preto, v. 25, n. 1, p. 17-28, mar. 2017.
de Roda de Conversa, todas as quartas feiras das 17:30h às 19:00h via ferramenta
online Zoom.
1º Encontro: Para o primeiro encontro propomos uma dinâmica e uma palestra.
A dinâmica consiste em os participantes responderem: “O que as redes sociais
significam para você?”, com o propósito de que cada participante comece a refletir
sobre sua relação com elas. A palestra com profissional especializado terá o tema
“Modernidade Líquida”. Palestra sobre as obras de Zygmunt Bauman que falam
sobre as mudanças nas relações sociais atuais. Para Bauman, liquidez quer dizer
ausência de forma definida, velocidade, mobilidade e inconsistência.
O objetivo dessa intervenção é apresentar o tema do encontro de forma que os
participantes percebam o uso excessivo de redes sociais, associado ao pensamento
proposto na sua própria rotina através da interação participante/palestrante. Sugerir
que a partir dos conhecimentos apresentados, os participantes possam estar mais
presentes e atentos ao momento em que estão utilizando as redes sociais para
identificar quais os impactos que isso gera no seu estado emocional e produtivo. E
assim, poder reconhecer a forma que se relaciona com as redes.
A atividade sobre a reflexão terá 30 minutos de duração, a palestra 45 minutos e
os últimos 15 minutos serão destinados para questionamentos, dúvidas sobre a
palestra e fechamento.
2º Encontro: No segundo encontro, após a terceira e quarta Rodas de Conversa,
os participantes serão convidados a participar de uma gincana/atividade, na
plataforma “Kahoot” (ANEXO B) e posteriormente debaterão os resultados
encontrados. Trata - se de um quiz com perguntas relacionadas ao uso excessivo
das Redes Sociais e de doenças relacionadas a esse uso, tal como a Síndrome do
FOMO (siga em inglês para o “sentimento de não fazer parte”).
O intuito é trazer o fenômeno para consciência sobre o uso excessivo das Redes
Sociais, a fim de que os participantes possam ter a ciência, e a partir disso, tomarem
uma decisão mais cuidadosa de quais momentos irão acessar suas redes, com o
intuito de não perderem importantes momentos do “mundo real”, por estarem no
“mundo virtual”.
Algumas perguntas exemplos que serão mencionadas no quiz são: 1. Alguma
vez, chegou a dormir menos de 4h porque ficou no celular, tablete ou computador?
2.Quando está fazendo alguma refeição (café da manhã, almoço ou jantar), costuma
ficar olhando as redes sociais? 3. Seus familiares ou amigos reclamam sobre o
tempo que você fica conectado na internet? 4. Quando está participando de alguma
reunião ou assistindo alguma aula, costuma ficar olhando as redes sociais? 5.
Quando está dirigindo, costuma olhar as redes sociais? 6. Costuma ficar ansioso(a)
ou nervoso(a) quando não sabe o que seus amigos estão fazendo? 7. Quando está
se divertindo, acredita ser importante compartilhar em suas redes sociais? 8. Com
que frequência prefere estar na internet a com seus amigos?
Para a atividade de respostas serão utilizados 30 minutos do encontro e a última
hora para discussão do tema por convidado especializado na área.
3º Encontro: No terceiro encontro de Psicoeducação, propomos uma palestra
sobre “Redes Sociais e Saúde Mental”, por algum especialista na área de saúde
mental. Tal tema tem base no estudo feito pela instituição Royal Society For Public
Health13 (RSPH), no Reino Unido em 2017. Ele apontou que 91% de jovens usam
redes sociais, sendo que as taxas de ansiedade e depressão deste grupo tiveram
70% de aumento no período. O aplicativo Instagram foi considerado como o “pior”
(mais perigoso) para a saúde mental.
Pensando viver uma vida autêntica ou uma vida inautêntica, a palestra propõe
uma explicação sobre a linha tênue da vida real e a vida compartilhada (vida nas
Redes Sociais), uma reflexão para a identificação do refúgio da angústia, o que é e
como lidar com o cyberbullying, e como os algoritmos dos aplicativos podem
influenciar certas condutas e gerar fake News, como mencionado no documentário
“Dilema das Redes”.
A palestra será realizada em 1:15 horas e os últimos 15 minutos será aberto para
perguntas dos participantes.
4º Encontro: A intervenção não tem como objetivo privar o uso das redes
sociais e, sim, promover o uso consciente delas com o intuito de que cada
participante tenha autonomia de se perceber nos momentos que estão usando
demasiadamente e realizar uma reflexão entendendo o seu fenômeno singular.
Sendo assim, no quarto e último encontro de psicoeducação, propomos uma
dinâmica pela plataforma “Mentimeter” (ANEXO C), onde o participante responde 3
perguntas sobre o tempo de utilização das Redes Sociais. O intuito é entendermos
se houve uma evolução na utilização de Redes Sociais após os 11 encontros de
Rodas de Conversa e Encontros de Psicoeducação.
13
ROYAL SOCIETY FOR PUBLIC HEALTH. Instagram Ranked Worst for Young People’s Mental
Health. disponível em: <https://www.rsph.org.uk/about-us/news/instagram-ranked-worst-for-young-
people-s-mental-health.html>. acesso em: 17 jun. 2021.
Após as respostas e apresentação dos resultados, ocorrerá o debate sobre a
evolução ou não dos participantes da intervenção. As perguntas a serem realizadas
são: 1. Você conseguiu identificar o motivo de seu uso demasiado nas redes
sociais? 2. Você sentiu que seu relacionamento com as redes sociais mudou? 3. E a
partir daí, você pretende fazer algo, pensar em nova forma de lidar com as redes?
Uma vez que teremos 03 perguntas neste encontro e as respostas são imediatas,
dedicaremos 30 minutos para debate de cada pergunta.
9. Cronograma

Semanas
Fase e Nome
S S S S S S S S S S1 S1 S1 S1 S1 S1 S1 S1 S1
da Tarefa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Iniciação
Selecionar o
líder do projeto X
e instituição
Avaliar
viabilidade da X
intervenção
Planejamento
Recursos
X X
humanos
Recursos
X X
materiais
Determinar
todos os papéis
e X
responsabilidad
es
Execução
Mobilização da
equipe do X X X X X X X X X X X X X X X
projeto
Campanha X X X
Pesquisa com
X X
os participantes
Rodas de
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
conversa
Encontros de
1º 2º 3º 4º
psicoeducação
Monitoramento
X X X X X X X X X X X X
e Controle
Encerramento
Analisar se os
objetivos foram X X
alcançados
Coletar as
lições X X
aprendidas
Concluir os
X X
relatórios
Apresentação
X
dos resultados

10. Avaliação de resultados

Por fim, como forma de avaliar os resultados da intervenção psicossocial, será


realizada por meio das dinâmicas nos grupos de psicoeducação e uma pesquisas
(ANEXO A) com os participantes para, em um primeiro momento, entender como se
dá a utilização problemática das redes sociais e quais as expectativas quanto à
intervenção. Já na segunda avaliação, que será enviada aos participantes ao fim da
última roda de conversa, as perguntas são voltadas para entender se os encontros
foram produtivos na vivência dessas pessoas, se eles proporcionaram uma reflexão
quanto ao uso das redes sociais e se houve mudança na utilização destas.

11. Encerramento

Após a realização de toda a intervenção psicossocial e a coleta dos dados


obtidos por meio das avaliações, será elaborado relatório completo das experiências
do projeto, documentando todas as etapas realizadas, se os objetivos pretendidos
foram alcançados em cada uma das etapas, os desafios, as conclusões e possíveis
ajustes necessários, assim como revisão do desempenho da equipe envolvida na
execução do projeto.

12. Referências bibliográficas


ALVES, Paulo Eduardo Rodrigues. O método fenomenológico na condução de
grupos terapêuticos. Rev. SBPH, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 150-165, jun. 2013.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582013000100009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 17 jun. 2021.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

CAMASMIE, Ana Tereza; SÁ, Roberto Novaes de. Reflexões fenomenológico-


existenciais para a clínica psicológica em grupo. Estudos e Pesquisas em
Psicologia, Rio de Janeiro v. 12, n. 3, p. 952–972, dez. 2012. Disponível em
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/8231>. Acesso em:
17 jun. 21.
GAUDIN, Sharon. The transistor: The most important invention of the 20th
century? Computerworld. Disponível em:
<https://www.computerworld.com/article/2538123/the-transistor--the-most-important-
invention-of-the-20th-century-.html>. Acesso em: 27 maio 2021.

Guedes, Eduardo et al. Social networking, a new online addiction: a review of


Facebook and other addiction disorders. MedicalExpress [online]. 2016, v. 03, n.
01, M160101. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/medical/a/TWMmyCmQ5BbfPSpsVJJvcJr>.

GORZA, Marcelo de Souza; BECHER, Gabriel. Dependência virtual: um olhar


fenômeno-estrutural sobre a compulsão digital. Revista Psicopatologia
Fenomenológica Contemporânea, v. 9, n. 1, p. 73–93, 2020. Disponível em:
<https://www.revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1067>. Acesso em: 17 jun. 21.

HERRERO, Juan et al. Smartphone addiction and social support: a three-year


longitudinal study. Psychosocial Intervention, Madrid, v. 28, n. 3, p. 111-118, 2019.
Disponível em: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1132-
05592019000300001&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 17 jun. 2021.

JARDIM, Luís Eduardo Franção. Mundo como fundamento da psicoterapia de


grupo fenomenológica. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 12, n. 3, p. 938–
951, 2012. Disponível em:
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/8230> Acesso em:
17 jun. 2021.

LEMES, Carina Belomé; ONDERE NETO, Jorge. Aplicações da psicoeducação no


contexto da saúde. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 25, n.1, p. 17-28, mar. 2017.
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2017000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 jun. 2021.

LESZCZ, Molyn; YALOM, Irvin. Psicoterapia de Grupo: Teoria e Prática. Trad.


Costa, R. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed. Dados eletrônicos. – Porto Alegre: Artmed,
2007.

MEIRELLES, Fernando S. Panorama do uso de TI no Brasil. São Paulo: FGVcia,


2021. Relatório da 32ª Pesquisa Anual de Uso de TI. Disponível em:
<https://eaesp.fgv.br/producao-intelectual/pesquisa-anual-uso-ti>. Acesso em: 27
maio. 2021.

NEIVA, K. Maria Costa. Intervenção Psicossocial: Aspectos teóricos,


metodológicos e experiências práticas: 1. ed. São Paulo: Vetor Editora Psico-
Pedagogia, 2010.

ROYAL SOCIETY FOR PUBLIC HEALTH. Instagram Ranked Worst for Young
People’s Mental Health. Disponível em:
<https://www.rsph.org.uk/about-us/news/instagram-ranked-worst-for-young-people-s-
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. Public health implications of excessive use
of the Internet, computers, smartphones and similar electronic devices. Meeting
Report: Main Meeting Hall, Foundation for Promotion of Cancer Research, National
Cancer Research Centre, Tokyo, Japan, 27-29 August 2014. [s.l.: s.n.], 2015.
Disponível em:
<http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/184264/1/9789241509367_eng.pdf>.
Acesso em: 27 maio 2021.

VALENTE, Jonas. Mais de 5 bilhões de pessoas usam aparelho celular, revela


pesquisa. Agência Brasil, Brasília 08 de set. 2019. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-09/mais-de-5-bilhoes-de-
pessoas-usam-aparelho-celular-revela-pesquisa>. Acesso em: 27 maio 2021.

ANEXO A – Pesquisa avaliativa


Ficha de Avaliação da Intervenção
Nome:_______________________________________
Idade:_______________________________________
Sexo:________________________________________
Nível de Escolaridade:__________________________

1 – Sobre minha relação com as Redes Sociais, minha maior descoberta foi...
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2 – O que mais gostei foi...


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3 – O que menos gostei...


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4 – O que faltou...
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5 – A atividade que mais gostei...


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6 – A atividade que menos gostei...
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7 – Os profissionais...
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8 – Os participantes do grupo...
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9 – Minha participação no grupo...


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10 – Críticas e sugestões:
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ANEXO B – Atividade Kahoot!

Figura 1 – Dinâmica Kahoot! tela de início

Figura 2 – Dinâmica Kahoot! primeira pergunta


Figura 3 – Dinâmica Kahoot! segunda pergunta

Figura 4 – Dinâmica Kahoot! terceira pergunta


Figura 5 – Dinâmica Kahoot! quarta pergunta

Figura 6 – Dinâmica Kahoot! quinta pergunta


Figura 7 – Dinâmica Kahoot! sexta pergunta

Figura 8 – Dinâmica Kahoot! sétima pergunta


Figura 9 – Dinâmica Kahoot! oitava pergunta

Figura 10 – Dinâmica Kahoot! nona pergunta


ANEXO C – Dinâmica Mentimeter
Figura 11 – Dinâmica Mentimeter primeira pergunta
Figura 12 – Dinâmica Mentimeter segunda pergunta
Figura 13 – Dinâmica Mentimeter terceira pergunta

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