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12/05/2022 15:46 Roteiro de Estudos

Monitoramento e Engajamento nas Mídias Sociais

Roteiro de

Estudos
Autora: Dra. Xenya Bucchioni
Revisor: Me. Wagner José Quirici

Compreender o que monitorar nas mídias sociais, por que lançar mão desse recurso e por
onde começar é fundamental para elaborar estratégias de comunicação e marketing digitais
capazes de alavancar o engajamento com o público, especialmente no âmbito das marcas e
empresas. O fluxo intenso de informações que circulam pelas redes sociais e pelos inúmeros
aplicativos acessados por dispositivos móveis como celulares e
tablets
torna desafiadora a
conquista por atenção. E é aí que o monitoramento recobra sua importância, pois ele torna
possível saber o que está sendo falado sobre marcas, serviços e produtos, permitindo
aproveitar o potencial dos dados analisados para construir e consolidar uma estratégia de
engajamento e relacionamento com o público que se converta em benefícios.
Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai:
integrar os conceitos de monitoramento, sendo capaz de entender o que, como e por que
monitorar nas mídias sociais;
conhecer e compreender os termos essenciais envolvidos na prática de monitoramento;
refletir sobre a relação entre monitoramento e práticas e estratégias de engajamento nas
redes sociais;
analisar ações e estratégias que contribuam com a inclusão ativa e o engajamento do
público;
identificar os principais erros de engajamento e refletir sobre os aprendizados que eles
proporcionam.

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Introdução
O desejo de saber o que clientes e consumidores pensam a respeito de marcas e produtos
remete a um vasto campo de pesquisa dentro das áreas de marketing, publicidade e
propaganda e comunicação. Mais do que isso, esse é um desafio de longa data, responsável
por promover avanços tecnológicos, inovações, melhorias na prestação de serviços e no
desenvolvimento de produtos, além de contribuir para avanços significativos no
relacionamento com os clientes e, por fim, auxiliar as marcas a se reinventarem em sintonia
com as tendências e mudanças de comportamento do seu próprio público.
Mas, então, se esse é um caminho trilhado há décadas, o que há de realmente novo para ser
aprendido nessa seara? A resposta a essa pergunta se encontra na imensa quantidade de
informações disponíveis para serem analisadas. Afinal, de modo espontâneo, hoje,
consumidores e clientes registram nas redes sociais gostos, preferências, opiniões,
pensamentos e, até mesmo, sentimentos relativos às marcas. Mapeados e organizados de
forma estruturada, esses rastros da atuação humana em ambiente digital tornam visível uma
série de interações que suportam a dinâmica das redes e apontam para o seu caráter social.
A existência e a disponibilidade de canais de mídia diversificados permitem a emergência de
práticas publicitárias e de
marketing
que promovem melhores integrações com o público,
proporcionando um novo patamar de relacionamento com ele; devido a essa diversificação e
disponibilidade, a conquista pela atenção do público torna-se desafiadora. Por outro lado,
também permite um maior engajamento do público.
Antes de nos aprofundarmos para entender a relação entre monitoramento e engajamento do
público, vejamos com mais detalhes porque fazer o monitoramento é fundamental nos dias de
hoje.

Monitoramento em Mídias
Sociais: por que fazer?
Quando um usuário se registra em plataformas
on-line
, como o Twitter, Facebook ou
Instagram, e passa a utilizá-las, as conexões estabelecidas por ele, para além de indicarem o
número de amigos ou seguidores, tornam-se a sua rede social. É preciso ter em mente,
entretanto, que tais plataformas são regidas por dinâmicas próprias de produção, criação e
compartilhamento de conteúdos. Isto é, por ações que têm como pilar a interação entre os

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usuários. Daí decorre a denominação “mídias sociais”, que se refere às possibilidades


interativas inscritas nessas plataformas e passíveis de serem analisadas.
Como observa Carvalho (2012), desde os tempos mais remotos, a informação tem seu valor, e
os comerciantes já se valiam dela para precificar produtos e propor escambos. Ao refletir sobre
as estratégias militares e sua aproximação com conceitos estratégicos do marketing, o autor
chama atenção para a relação entre a informação e o principal ativo para uma estratégia bem-
sucedida, que, na visão dele, estaria ligada à “capacidade com que o estrategista consegue,
sistematicamente, coletar, analisar e utilizar informações para auxiliar suas tomadas de
decisões” (CARVALHO, 2012, p. 12).
Atualmente, o desafio de entender o que clientes e consumidores pensam sobre marcas,
produtos ou negócios faz emergir novos tipos de profissionais, como o analista e o cientista de
dados, capacitados para manejar os
softwares
utilizados nessa missão e analisar o material
coletado nas redes sociais, dando sentido e contexto às informações coletadas. E,
principalmente, auxiliando, a um baixo custo e bom desempenho, a definição de estratégias de
comunicação no ambiente digital.
Podemos dizer, portanto, que a importância de monitorar consiste em observar e acompanhar
o que é dito pelo público, por meio das interações estabelecidas nas redes sociais que
remetem a uma marca, um serviço ou um negócio, por exemplo: contas públicas e/ou oficiais
de instituições, ONGs, profissionais do universo da cultura e do entretenimento e, até mesmo,
profissionais autônomos e liberais donos de pequenos negócios ou empreendedores
individuais.
Mais do que detectar comportamentos e sentimentos de satisfação ou insatisfação, essenciais
à prevenção e à gestão de cenários de crise, o monitoramento concede a chance de participar
do que está sendo falado. E, por isso, é uma valiosa ferramenta de relacionamento, com
consequências diretas na elaboração de estratégias digitais de fidelização do público, de ações
de vendas e de lançamento, de engajamento, entre outras.
Agora que você já entendeu que o monitoramento é crucial para determinar tomadas de
decisão e elaborar estratégias em ambiente digital, entenda o que, exatamente, pode e deve
ser monitorado.
Marques e Vidigal (2018) pesquisaram sobre
prosumers
e redes sociais como fontes de
informação mercadológica, realizando uma análise sob a perspectiva da inteligência
competitiva em empresas brasileiras. Vale salientar que a inteligência competitiva engloba as
atividades de coleta, de análise e de utilização das informações, para auxiliar a tomada de
decisão. As autoras afirmam que, na conjuntura atual, essa inteligência está diretamente ligada
ao monitoramento nas mídias sociais.

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LIVRO

Redes sociais, comunicação, organizações


Autoras:
Marlene Marchiori e Ivone de Lourdes Oliveira
Editora:
Difusão
Ano:
2019
Comentário
: para refletir sobre como os usuários veem a
atuação das organizações nas mídias sociais e como se
relacionam com elas, leia o Capítulo 10, “A atuação das
organizações nas mídias sociais e sua relação com a
comunicação organizacional”.
Disponível na Biblioteca Virtual.

LIVRO

Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes,


redes
Autor:
Luís Mauro Sá Martino
Editora:
Vozes
Ano:
2014
Comentário:
ver, especialmente, os Capítulos: 2, Redes Sociais;
e 3, Mídias digitais, espaço público e democracia. O livro aborda
a questão das mídias digitais de modo simples, traçando um
percurso histórico e apresentando conceitos, características e
fundamentos. Excelente leitura para quem está entrando na
área, mas, também, para profissionais atuantes.
Disponível na Biblioteca Virtual.

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O que Monitorar nas Redes


Sociais?
Tão importante quanto monitorar é ter clareza sobre o que vai ser monitorado. Afinal, não
basta coletar uma imensa quantidade de dados aleatórios, mas sim escolher de forma
consciente e consistente o tipo e a qualidade das informações a serem buscadas. Carvalho
(2012) destaca entre as informações úteis aos profissionais de marketing e comunicação digital
aquelas que dizem respeito aos micros e macroambientes de marketing.
No primeiro grupo, Carvalho (2012) lista fatores importantes, porém com pouca ou nenhuma
influência direta das organizações, por exemplo, os político-legais, econômicos, tecnológicos,
socioculturais e os relativos ao meio ambiente. Já o segundo grupo possui impacto direto nas
organizações e, por isso, demanda mais atenção e tempo dedicado de coleta, sendo composto
por fatores como clientes, competidores,
stakeholders
(acionistas, fornecedores e público
interno) e o mercado (com suas tendências e dados específicos). Na visão do autor, esse deve
ser o conjunto de fatores levado em conta pelos responsáveis pela inteligência competitiva –
isto é, “a forma com que a organização sistematicamente coleta, trata e utiliza tais informações
para gerar mais vantagem competitiva frente à competição” (CARVALHO, 2012, p. 14).
É preciso ter em mente, todavia, que os fatores listados por Carvalho (2012) não dizem respeito
unicamente ao monitoramento realizado em ambiente digital. Eles apontam, na verdade, para
o que seria o conjunto de fatores úteis a serem utilizados com o objetivo de compreender o
que falam sobre determinada marca. O essencial, portanto, é se ater ao fato de que o
monitoramento está diretamente ligado à reputação corporativa, como esboçado por
Montardo e Carvalho (2012).
Desse modo, ao levar em conta essas observações, um dos aspectos principais a ser
monitorado, considerando as redes sociais como lócus desse trabalho, é o conteúdo. Afinal,
por meio dele, organizações, marcas e empresas são percebidas, criando em torno de si uma
maior ou menor proximidade com o público. Além disso, é no domínio do conteúdo que se
solidificam as noções de referência, relevância, autoridade e credibilidade, uma vez que ele
sustenta as interações estabelecidas nas redes sociais. É, por isso, um fator crucial à geração e
à manutenção do engajamento do público.
Alcançar e conquistar o público requer, assim, ter no radar os temas, os assuntos e as
discussões do momento. Ou seja, as tendências que apontam para a prevalência ou, ainda,
para a preferência em relação a um determinado tipo de conteúdo, pois isso serve de norte na
bússola para refinar o modo e a estratégia de se comunicar e se reportar nas redes sociais.
Outro fator essencial nesse processo consiste em identificar influenciadores da marca. Para
isso, como destaca Zandavalle (2016), é preciso estar de olho, portanto, na repercussão do

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conteúdo, ou seja, em monitorar os comentários e, também, as reações, já que neles se


inscrevem boa parte dos recursos disponíveis pelas mídias sociais para demarcação dos
sentimentos.
Ao se deter sobre os
emoticons
do Facebook, disponibilizados para demarcar reações relativas
às emoções e às percepções em torno de um conteúdo, Pinheiro (2018) afirma que o recurso
foi elaborado tendo em conta a variedade de dados sobre as emoções e a facilidade com que
elas poderiam ser classificadas e expressadas por meio da escolha de um
emoticon
. Assim,
enquanto o botão “curtir” representava uma opção mais limitada do ponto de vista interativo e
de estímulo à conversação, a oferta de reações amplia as possibilidades participativas e
permite uma filtragem de dados mais precisa e valiosa.

Podemos considerar que a diversificação dada pelos emoticons muda esse


cenário, pois o consumidor deixa mais clara e evidente sua emoção/reação em
relação ao conteúdo, criando uma conversação mais clara e intensa, não mais
restrita a uma simples ideia de apoio, podendo ser até de repúdio (PINHEIRO,
2018, p. 73).

Na esteira do conjunto de fatores essenciais a serem monitorados, a análise da concorrência


também deve ser considerada por auxiliar a identificação de estratégias digitais de maior ou
menor sucesso – seja no lançamento de produtos, no relacionamento com o público, no
desenvolvimento de ações de marketing ou apenas para colher a percepção avaliativa geral do
público de interesse.
Scheid
et al
. (2019) organizaram uma obra em que abordaram as tendências em comunicação
organizacional, verificando temas emergentes no contexto das organizações. Assim, sugere-se
a leitura do capítulo
Influência digital: oportunidade para a comunicação organizacional
, presente
na primeira seção do livro.
Já Ferreira (2017) publicou a pesquisa denominada
Mídias sociais como ferramenta de
comunicação para fortalecimento de marcas e organizações
. A pesquisa relaciona
monitoramento e geração de valores e apresenta casos práticos dessa relação.
Vejamos, agora, por onde começar o monitoramento.

Dados, Métricas, Indicadores: por


onde Começar?
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Como visto, para monitorar, é necessário ter clareza sobre os objetivos dessa ação, isto é, ter
definido o conjunto de informações necessárias para, então, começar o trabalho. Além disso, é
essencial questionar quais redes sociais serão monitoradas. Afinal, algumas empresas, embora
possuam contas em diferentes plataformas
on-line,
nem sempre conseguem manter uma
postura ativa em todas.
Desse modo, para uma marca de roupas e acessórios, por exemplo, é bem provável que seja
mais interessante concentrar os esforços de monitoramento no Instagram do que no Twitter. A
escolha dependerá de uma avaliação sobre a presença e o uso das redes sociais no contexto
particular de cada empresa.
Para que fique claro o “por onde começar”, pensemos num caso em que o monitoramento irá
se deter sobre a campanha de lançamento de um novo produto. Quais palavras-chaves serão
escolhidas para essa ação? Aqui, o exercício é o de refletir sobre as palavras e os termos que
irão auxiliar a coleta de conteúdos. Entre eles, podemos citar: o nome da marca, do produto
lançado, da empresa e, até mesmo, dos concorrentes, além das
hashtags
criadas para o
lançamento e outras palavras relevantes. Cada uma delas irá compor a análise do andamento
da campanha, respeitando o período específico determinado para o monitoramento.
Por ser um trabalho estratégico, o monitoramento exige mão de obra qualificada, tempo e
investimento, pois:

Esse trabalho de coletar e analisar a grande variedade de informações que são


disponibilizadas por usuários nas redes sociais pode ser feito com serviços
gratuitos ou com ferramentas pagas. Entretanto, esses softwares de coleta
fazem somente uma parte do trabalho, e durante um longo tempo a análise
continuará a ser feita por pessoas (SALUSTIANO, 2012, p. 35).

Boa parte da matéria-prima utilizada pelos profissionais responsáveis pela análise do material
coletado provém das métricas, que contêm os dados que se pretende pesquisar. Quanto às
ferramentas utilizadas, existe uma gama disponível, entre soluções gratuitas e pagas, estando a
diferenciação entre elas marcada pela automatização de processos, por exemplo, o
agendamento de publicações, pelo número de redes sociais possíveis de serem
acompanhadas, pelos tipos de relatórios gerados, pelas funcionalidades, além da possibilidade
de inclusão de um ou mais integrantes responsáveis pelo monitoramento.
O melhor recurso dependerá, assim, dos objetivos do monitoramento, isto é, das informações
que se deseja buscar e, também, de colocá-los à prova, na prática. Nesse ponto, o desafio é
selecionar o conjunto de métricas mais adequadas aos objetivos definidos, já que a
importância delas varia de acordo com a rede social a ser monitorada.
Enquanto as visualizações de vídeo são cruciais em redes como o Instagram e o YouTube, as
reações são fundamentais no Facebook e não devem ser excluídas do monitoramento. Por isso,

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existem os chamados KPI (


Key Performance Indicator
), que nada mais são do que indicadores
que correspondem às métricas mais relevantes adequadas ao objetivo traçado no
planejamento do monitoramento.
Segundo Matsushita (2015), em um esforço de padronizar as principais métricas utilizadas nas
redes sociais, existem cinco dimensões centrais ao monitoramento. Vejamos:

Dimensão Descrição das métricas Exemplo

Relacionadas às
Quantidade de fãs no
quantidades de usuários
Facebook, seguidores no
Base de relacionamento que seguem uma página,
Twitter, inscritos no
canal ou perfil em rede
YouTube.
social.

Relacionadas à quantidade
de pessoas que foram
Alcance orgânico, alcance
Alcance impactadas por seus
pago, alcance viral,
views
.
conteúdos e ações nas
mídias sociais.

Relacionadas ao
“Curtir”, comentários,
envolvimento do público
Engajamento compartilhamentos, cliques,
com o seu conteúdo, ação
menções à
hashtag
etc.
ou página.

Relacionadas ao serviço de Taxa de resposta, tempo de


atendimento ao resposta, quantidade de
consumidor via redes menções que demandam
Atendimento sociais (SAC 2.0), pois uma atendimento, índice de
marca presente nesse solução, reversão de
ambiente deve estar aberta sentimento dos casos de
ao diálogo. SAC etc.

Relacionadas às atividades
realizadas por meio de Vendas, participação em
Transações
recursos que não são concursos,
downloads
.
nativos das redes sociais.
Quadro 1 - Tipos de métricas utilizadas nas mídias sociais

Fonte: Adaptado de Matsushita (2015).

No quadro, percebemos a existência de dados qualitativos e quantitativos, cabendo ao analista


ter o conhecimento sobre o que é possível ser mensurado em cada rede social a ser analisada

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para realizar esse trabalho em sintonia com os objetivos definidos, explorando, desse modo, a
potencialidade da prática de monitoramento.
Assim, podemos entender que seguidores engajados permitem construir laços fortes com a
marca, o que gera fidelização e emergência de uma comunidade de fãs, tão essenciais não
apenas para a divulgação da marca, mas, principalmente, por trazer oportunidades à gestão de
cenários de crise.
Alves e Soares (2019) publicaram um estudo apontando o perfil profissional do
social media
. A
pesquisa ainda aponta as principais atividades do analista de mídias sociais; dentre outros
aspectos, esse profissional ajuda a traçar o perfil do público de modo consistente. O trabalho
do analista de mídias sociais tem impacto direto nas percepções sobre produtos e sobre
serviços, bem como no auxílio do processamento de
feedback
e na emergência de
insights
.
A seguir, ajustamos o foco ao engajamento.

Práticas e Estratégias de
Engajamento
Aliado número um na elaboração de estratégias de comunicação e marketing digital, o
engajamento “está situado em diferentes campos de conhecimento e ganhou novas
reconfigurações a partir da popularidade de novas tecnologias e da proliferação de redes
sociais” (OLIVEIRA; WANICK, 2018, p. 166). Afinal, como observam os autores, o
desenvolvimento tecnológico atual possibilita que ele seja pensado como norma e planejado
como estratégia, o que o torna um elemento ativo na tomada de decisão e, também, nas
mudanças organizacionais.
Desse modo, tão importante quanto ter um conteúdo ou uma ação com amplo alcance, que
impacte um número considerável de pessoas, é promover e sustentar a interação. E, acima de
tudo, compreender que isso vai além das curtidas, das reações, dos compartilhamentos e dos
comentários. Vale ressaltar que curtidas, reações, compartilhamentos, comentários, menções a
hashtags
e cliques são apenas algumas métricas para mensurar engajamento.
Embora essas formas de interação sejam importantes, o engajamento se insere no campo das
experiências e ocorre a partir do envolvimento do público. No domínio das marcas, isso requer
uma compreensão mais ampla do que a tradicional comunicação de produtos e serviços.
Com isso, temos, então, uma inversão na lógica corrente: em vez de começar a pensar a
estratégia comunicativa a partir dos produtos e serviços, o ponto inicial consiste em ter clareza

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sobre o estilo de vida dos consumidores e as circunstâncias em que ele estará disposto a
receber as mensagens.
Percebe como essa inversão está intimamente ligada à personificação de conteúdos e ações,
facilitada e adequada pelos diferentes tipos de mídias disponíveis? Na prática, isso significa
que, antes de efetuar a compra, o consumidor é levado a conhecer e “experimentar” a marca
por meio dos diferentes usos e aplicabilidade das novas mídias.
Ao observar o mercado de inteligência de mídias sociais, Zandavalle (2016) destaca essa
transição em meados de 2013, quando os objetivos do monitoramento se ampliam do SAC
para se concentrarem em

[...] estabelecer relações, em dar conhecimento e informação, em criar


interesse, gerar disseminação, promover empatia, promover ação, chamar a
atenção, criar desejo, obter fidelidade, despertar a expectativa, levar à decisão,
despertar consciência, manter a satisfação, conseguir a preferência
(ZANDAVALLE, 2016, p. 20).

Nesse sentido, a compreensão de que o engajamento opera em três níveis de atividades –


cognitivo, emocional e comportamental – torna-se essencial para desenhar estratégias digitais
capazes de contemplar formas de interação e, especialmente, o afeto como um elemento ativo
desse que é, também, um estado psicológico. E, por englobarem o nível emocional, reforçam a
necessidade do monitoramento de reações e a análise de sentimentos. Afinal:

[...] o engajamento está relacionado a mudanças basilares na estrutura dos


modos de audiência, na qual o receptor se torna um agente ativo do processo
de comunicação. Assim, o engajamento está associado a um processamento
afetivo que envolve uma reconfiguração nos processos de atuação dos sujeitos
(OLIVEIRA; WANICK, 2018, p. 152).

Mais do que falar, é necessário ouvir, fomentar o diálogo e oferecer experiências. Assim, na
esteira dos conteúdos envolventes, entre outras apostas, encontram-se as já conhecidas
citações, que fisgam a atenção do público ao se valerem, em geral, do fator inspiracional,
incluindo os memes, devido ao caráter bem-humorado e à geração de momentos de leveza em
meio ao excesso de informação, os concursos, pelo forte apelo motivacional, e o
storytelling
,
uma vez que a história contada, associada a uma ação da marca, desenvolve-se por diferentes
plataformas de mídia, convidando o público a interagir de modos distintos em cada uma delas
e, assim, a experimentar as partes da história de maneira única e, até mesmo, gamificada.
Quanto aos formatos, as possibilidades vão dos vídeos às imagens, passando pelo texto e pelo
vasto campo dos
podcasts
, já que esses últimos têm a vantagem de permitirem a comunicação

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com uma linguagem ainda mais acessível ao público, favorecendo o sentimento de


proximidade.

LIVRO

Planejamento de mídias digitais


Autor
: Amyris Fernandez
Editora
: Blucher
Ano
: 2013
Comentário
: ver, especialmente, o Capítulo 1,
Planejamento
estratégico de comunicação
. O livro apresenta os temas e os
atuais cenários voltados, especialmente, ao
marketing
e à
publicidade para pessoas que não tem experiências nessas
áreas, mas que, de algum modo, recorrem ao resultado desses
trabalhos. A autora tem uma linguagem clara e objetiva e
aborda os principais conceitos e práticas na comunicação social,
descrevendo a atuação dessa área nos contextos atuais.
Disponível na Biblioteca Virtual.

Principais Erros de Engajamento


e como Aprender com Eles
Um dos fatores mais temidos ao lidar com o monitoramento nas mídias sociais é o cenário de
crise, sobretudo no momento em que o patamar tecnológico alcançado permite que a
reputação das organizações esteja em jogo a apenas alguns cliques. Porém, mesmo em
períodos turbulentos, como salientam Dias e Andrade (2017, p. 58), é possível “encontrarmos
também a perspectiva de que crises reputacionais podem ser oportunidades para alavancar o
alcance da marca, gerar notoriedade, e quando bem geridas, gerar envolvimento e mesmo
conquistar mais clientes”.

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Aprender com os erros, torna-se, então, um valioso diferencial competitivo, especialmente


quando se possui um nível de engajamento considerável nas redes sociais, pois, em momentos
de crise, ter uma comunidade de fãs (os clientes mais fiéis) em torno da marca pode ajudar a
reverter o cenário indesejado. Se, por um lado, a aproximação com o público e a exposição
constante contribuem para uma presença mais vulnerável das marcas no ambiente digital, por
outro, esse mesmo movimento garante a construção de uma base mais sólida de
relacionamento, auxiliando na contenção das crises, como ressaltam Dias e Andrade (2017).
Assim, um dos erros mais comuns no horizonte do engajamento é manter uma presença digital
sem refletir o perfil do público. Isto é, não alinhar a linguagem, a abordagem e a identidade
utilizada nas redes sociais ao estilo de vida, ao comportamento e ao interesse do público.
Outra falha comum é o não processamento do
feedback
, já que os comentários, as menções ou
marcações feitas pelo público contêm registros sobre dúvidas, reclamações, sugestões, elogios
e outras informações valiosas à geração de
insights
, à avaliação de desempenho de produtos e
campanhas. Afinal:

Já pensou como um internauta reagiria se a sua dúvida fosse esclarecida com


um formato diferente de resposta, como texto, fotos, vídeos ou transmissões ao
vivo? Já pensou como uma marca deveria engajar o público mais jovem,
usando uma linguagem mais informal em suas respostas e com memes que
viralizaram recentemente? Agir com rapidez não significa responder a um
diálogo de forma não planejada. Ser espontâneo na mídia social implica
pensar no feedback da marca para com os internautas, variando as respostas
de forma personalizada de modo a manter o interesse da audiência (MOTTA,
2016, p. 112).

Lembra que mais importante do que falar é oferecer experiências? Eis alguns bons exemplos
de como isso pode ser feito e harmonizado com uma frequência equilibrada de postagens, um
aproveitamento responsável e ético dos assuntos mais quentes do momento (
timing
de ação)
e, ainda, uma oferta de conteúdo atenta às diferentes possibilidades interativas das múltiplas
plataformas de mídia existentes. E, claro, com o monitoramento constante das redes.

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LIVRO

Mídias digitais e sociedade


Autor:
Andrew White
Editora:
Saraiva
Ano:
2017
Comentário:
o autor apresenta de que maneira a mídia digital
desafia os modelos conceituais existentes de público e de
privado, por meio de análises da digitalização do conhecimento
e da identidade on-line. A obra aborda a economia digital global
e enfatiza os benefícios que resultaram da incorporação de
tecnologias de mídia na economia de maneira geral, procurando
construir uma teoria da interação do usuário com a mídia
digital, que vai além da simples relação instrumentalismo-
determinismo tecnológico.
Disponível na Minha Biblioteca.

Conclusão
Como vimos, ter uma estratégia de engajamento planejada e constantemente analisada e
reavaliada, com o suporte do monitoramento nas mídias sociais, demonstra-se essencial para
tirar proveito da base de relacionamento constituída por meio de uma atuação estruturada no
ambiente digital.
Ter um público engajado converte-se, assim, em um território fundamental para a gestão de
crises e, principalmente, para manter aberta uma comunicação de via dupla, capaz de
fomentar a escuta e o diálogo, de oferecer conteúdos úteis e relevantes, de explorar o princípio
da experiência em diferentes formatos e tipos de mídia. E, desse modo, capaz de conquistar
uma presença digital que saiba colher os benefícios advindos da prática de monitoramento e,
acima de tudo, conciliar os interesses do público aos objetivos traçados na aposta digital a ser
realizada.

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Referências Bibliográficas
ALVES, B. M.; SOARES, V. D. O perfil profissional do Social Media.
Revista Práxis
: teoria e
prática publicitária, Rio Branco, n. 1, p. 26-41, jan. 2019.
CARVALHO, N. Dados, informação e inteligência competitiva.
In
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12/05/2022 15:46 Roteiro de Estudos

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