Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2º ano – Gestão
2º semestre 2021/2022
Equipa docente: Inês Lisboa, Ana Rita Oliveira, Marta Costa, Humberto Oliveira 1
Capítulo 1
Função Financeira e Análise
Financeira
Inês Lisboa
Bibliografia Recomendada
1 dos seguintes
• Fernandes, C., C. Peguinho, E. Vieira e J. Neiva (2019): Análise
Financeira: teoria e prática. Aplicação no âmbito do SNC. Edições
Sílabo Capítulos 1 (1.1 e 1.2)
Introdução (I)
• EMPRESA é formada por um conjunto de meios humanos, técnicos
e financeiros que têm como objetivo:
4
Introdução (II)
• Para satisfazerem os seus objetivos as empresas estão
organizadas por funções de acordo com os recursos que gerem.
RH
Comercial
Produção
Aprovisionamento
Financeira
Legal
Objetivo:
maximizar o valor económico atual da empresa = CRIAÇÃO DE VALOR
(≠ MAXIMIZAR O LUCRO)
6
Função Financeira (II)
• Para alcançar os seus objetivos, reparte as suas tarefas pela:
Análise
Financeira
Gestão Financeira
8
Função Financeira (IV)
- Análise Financeira
• A empresa é lucrativa?
• …
9
10
Função Financeira (VI)
- Gestão Financeira: esquematicamente
Política de investimentos
Documento: Plano Financeiro
Política de financiamento
Consiste na definição dos fundos necessários para a empresa
prosseguir com a sua política de investimentos e de
desenvolvimento do negócio.
13
14
Função Financeira (X)
Análise da
Informação Situação Curto
Contabilística Económico- prazo
Financeira
Aplicação de Tomada de
técnicas de Decisões
análise
Informação Médio/Lo
Extra ngo
contabilística Tendências de
evolução futura Prazo
• Global:
• Maximizar o valor da empresa de forma a criar valor para os acionistas.
• Específicos:
• Avaliar em que medida a empresa dispõe da estrutura de capital
adequada às suas necessidades operacionais de forma a funcionar
independentemente de terceiros → ANÁLISE DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO.
• Avaliar a aptidão da empresa para ser rentável, incorrendo no mínimo
risco, aumentar o seu valor e assegurar a sua presença no mercado →
ANÁLISE DO RISCO E DO DESEMPENHO E CRESCIMENTO.
16
Funções do Gestor Financeiro (I)
18
Orientação da Gestão Financeira (I)
19
20
Limitações da Gestão Financeira
21
Capítulo 2
Informação Base da Análise
Financeira
Inês Lisboa
Bibliografia Recomendada
1 dos seguintes
• Fernandes, C., C. Peguinho, E. Vieira e J. Neiva (2019): Análise
Financeira: teoria e prática. Aplicação no âmbito do SNC. Edições
Sílabo Capítulos 1 (1.3), 2
23
Informação Contabilística
25
26
Que informação utilizar? (III)
A) Informação Extra contabilística
• É histórica e previsional;
• Permite explicar o porquê de alguns números;
• Ajuda a delinear as perspetivas futuras.
27
28
Informação Contabilística (II)
- Balanço
29
30
Informação Contabilística (IV)
- Demonstração das Alterações no CP
• Faculta uma visão dinâmica;
31
• É um documento dinâmico;
32
Informação Contabilística (VI)
- Demonstração de Fluxos de Caixa
• Atividades operacionais
• Indica-nos em que medida a empresa tem capacidade para gerar recursos
a partir do desenvolvimento da sua atividade principal.
• Espera-se que o valor seja positivo, isto é, que a empresa consiga pagar
as dívidas operacionais com o que vai recebendo dos seus clientes.
• Atividades de investimento
• Indica quais os investimentos e desinvestimentos realizados no período em
análise.
• O valor apurado é por norma negativo, pois quando a empresa adquire um
ativo não corrente não tem necessariamente de se desfazer de um mais
antigo ou se o fizer é normal que esse tenha um valor mais reduzido.
33
• Atividades de financiamento
• Expressa as alterações dos capitais próprios e alheios da empresa no
período em análise.
• O valor desta atividade pode ser positivo, quando a empresa procede a
aumentos de capital social ou recebe um financiamento novo, ou negativo,
quando a empresa amortiza os empréstimos contratados.
34
Informação Contabilística (VIII)
- Demonstração de Fluxos de Caixa
35
CF CF
CF operacional
investimentos financiamento
Introdução - - +
Crescimento + - +
Maturidade + - -
Declínio - (ou a decrescer) + (ou perto 0) + ou -
36
Informação Contabilística (X)
- Demonstração de Fluxos de Caixa
A B C D
Fluxo das atividades
-3 7 15 8
operacionais
Fluxo das atividades de
-15 -12 -8 -2
investimento
Fluxo das atividades de
18 5 -7 -6
financiamento
Variação de caixa e
0 0 0 0
equivalentes
Fase Introdução Crescimento Maturidade Declínio
37
38
Informação Contabilística (XII)
- Limitações
39
• Imprensa económico-financeira.
41
Envolvente Externa
• Macroeconómica
• Setorial
Envolvente Interna
(Empresa)
42
Informação Extra Contabilística (III)
- Envolvente Interna
• O analista deve ter uma visão ampla da empresa para
compreender a sua dinâmica de atuação e enquadrar os valores
obtidos na análise financeira.
43
Objetivos:
- identificar as principais forças e fraquezas das diversas áreas;
- compreender a estrutura de gastos e as possíveis bases de
diferenciação (vantagens competitivas).
44
Informação Extra Contabilística (V)
- Envolvente Externa: Macroeconómica
46
Informação Extra Contabilística (VII)
- Envolvente Externa: Setorial
FORÇAS DE PORTER
Concorrentes É um setor muito atrativo? A quota
Potenciais de mercado da empresa é muito
oscilante?
Existem poucos e estabelecem os
preços que quiserem ou a empresa Ameaça de novas
pode escolher entre uma vasta gama? entradas
Poder negocial
Concorrentes
Fornecedores Clientes
no setor
Poder negocial
São muitos e sem força para
Ameaça de influenciar os preços ou são poucos e
desenvolvimento com elevado poder negocial?
Põe em causa o crescimento do Produtos
volume de negócios da empresa? Substitutos
48
Informação Extra Contabilística (IX)
- Síntese
Atratividade Alta
da Indústria A B
(crescimento
do mercado) Baixa C D
Fraca Alta
Posição Concorrencial
(Quota de mercado relativa)
49
Capítulo 3
Preparação da Informação
Financeira
Inês Lisboa
Bibliografia Recomendada
1 dos seguintes
• Fernandes, C., C. Peguinho, E. Vieira e J. Neiva (2019): Análise
Financeira: teoria e prática. Aplicação no âmbito do SNC. Edições
Sílabo Capítulos 3, 4 (4.1.2)
51
Introdução
• Perspetivar o futuro.
f
s i B Hoje as 3 empresas
i n apresentam situação
t a
u n A financeira idêntica, mas
a c
ç e
não no passado e
ã i C provavelmente não o
o r
a terão no futuro.
Hoje tempo
52
Análise da Qualidade da Informação (I)
- Fatores
( )* * +, "
Qualidade do Resultado=
-./012
54
Análise da Qualidade da Informação (III)
- Fatores
55
58
Análise da Qualidade da Informação (VII)
- Sinais de Perigo
59
60
Técnicas de Análise Financeira (II)
- Comparação de Balanços
61
63
64
Técnicas de Análise Financeira (VI)
- Método dos Rácios e/ou Indicadores
• Depende de:
• Objetivos que norteiam a análise (apoiados pelas técnicas introdutórias);
• Especificidade da empresa;
• Preocupação da não redundância e da coerência da informação;
• Gosto e experiência do analista.
65
66
Técnicas de Análise Financeira (VIII)
- Método dos Rácios e/ou Indicadores
Limitações da utilização dos rácios e/ou indicadores
• Tratam-se de números, não dão respostas (não consideram fatores
qualitativos);
67
71
Demonstração de Demonstração de
Resultados Contabilística Resultados Funcional
72
Preparação da informação para A.F. (II)
- Balanço Funcional
M/L prazo
(> 1 ano)
Operações
Tesouraria de
Tesouraria Ativa
Passiva Tesouraria
Curto Prazo
(< 1 ano)
74
Preparação da informação para A.F. (IV)
- Balanço Funcional: reclassificação
• Necessidades Cíclicas
• Inclui todas as rubricas do ativo corrente relacionadas diretamente
com a atividade da empresa (inventários, clientes, adiantamento a
fornecedores, Estado).
75
• Tesouraria Ativa
• Inclui todas as rubricas de ativo corrente de caráter liquido ou
quase líquido, ou seja, todas as rubricas de curto prazo não
incluídas anteriormente (meios financeiros líquidos, acionistas/sócios,
impostos diferidos, ativos financeiros, entre outros).
• Capital Permanente
• Inclui todas as rubricas que representam capital próprio da
empresa e as que sendo capital de terceiros têm uma permanência
dita estável (passivo não corrente).
76
Preparação da informação para A.F. (VI)
- Balanço Funcional: reclassificação
• Recursos Cíclicos
• Inclui todas as rubricas do passivo com permanência inferior a um
ano (passivo corrente) relacionadas diretamente com a atividade
da empresa (fornecedores, adiantamento de clientes, Estado).
• Tesouraria Passiva
• Inclui todas as rubricas de passivo corrente de caráter imediato ou
quase imediato, não incluídas anteriormente (financiamentos obtidos,
passivo financeiro, entre outros).
77
Necessidades Recursos
Cíclicas Cíclicos
Ativo Passivo
corrente corrente
Tesouraria
Tesouraria Ativa
Passiva
78
Balanço Funcional Ano ___ Ano ___ Ano ___
Capital Próprio
Passivo Não Corrente
Capitais Permanentes (1)
Ativo Não Corrente (2)
Fundo de Maneio (3) (1)-(2)
Inventário
Clientes
Estado
80
Preparação da informação para A.F. (X)
- Balanço Funcional: correções
82
Preparação da informação para A.F. (XII)
- Balanço Funcional: correções
83
• Necessidades Cíclicas
• Os inventários:
• Os inventários (por tipo: Matérias-Primas, Mercadorias, Produtos
Acabados, etc.) anormais (também conhecidos por pontuais) devem ser
transferidos para ativo não corrente por não pertencerem ao normal ciclo
de exploração da empresa.
84
Preparação da informação para A.F. (XIV)
- Balanço Funcional: correções
85
• Tesouraria Ativa
• A parte das outras contas a receber, outros ativos correntes,
diferimentos ativos relacionados com o ciclo de exploração deve
passar para necessidades cíclicas.
(Neste caso analisar o nome das rubricas - água, seguros, etc. são
rubricas operacionais. Em caso de dúvida – rubricas outros, analisar a
similaridade de valores nos dois anos em análise. Se valores similares e
nome da rubrica não for relacionado com operações de tesouraria, então
deve ser transferido de tesouraria ativa para necessidades cíclicas).
86
Preparação da informação para A.F. (XVI)
- Balanço Funcional: correções
• Tesouraria Ativa (continuação)
• Os meios financeiros líquidos definidos como reserva de
segurança de tesouraria ou disponibilidades mínimas (fundo fixo de
caixa), devem ser transferidas para ativo não corrente.
87
88
Preparação da informação para A.F. (XVIII)
- Balanço Funcional: correções
89
• Recursos Cíclicos
• Se existir IRC a receber (sub-rubrica de Estado – ativo corrente) e
IRC a pagar (sub-rubrica de Estado – passivo corrente) deve-se
fazer a reconciliação dos valores. Nesse caso retira-se o menor
valor de cada ano analisado dos dois lados, isto é, de
necessidades cíclicas e de recursos cíclicos.
90
Preparação da informação para A.F. (XX)
- Balanço Funcional: correções
91
• Tesouraria Passiva
• A parte das outras contas a pagar, outros passivos correntes,
diferimentos passivos relacionados com o ciclo de exploração
deve ir para recursos cíclicos.
(Neste caso analisar o nome das rubricas - remunerações a pagar ao
pessoal, valores a faturar, etc. são rubricas operacionais. Em caso de
dúvida – rubrica outros, analisar a similaridade de valores nos dois anos
em análise. Se valores similares e nome da rubrica não for relacionado com
operações de tesouraria, então deve ser transferido de tesouraria passiva
para recursos cíclicos).
92
Preparação da informação para A.F. (XXII)
- Balanço Funcional: correções
93
95
• Gastos fixos
Inclui todos os gastos operacionais de natureza fixa, ou seja, que a
empresa tem de suportar independentemente do seu volume de
negócio.
Nota: As rubricas de gastos aparecem (por vezes) com sinal negativo na demonstração de
resultados por natureza, mas no cálculo dos rácios e indicadores não se coloca o sinal
negativo, pois esse apenas evidencia que se trata de uma rubrica de gastos.
96
Preparação da informação para A.F. (XXVI)
- Demonstração de Resultados Funcional
97
** Nota: se a % FSE for superior a 100% então deve considerar a totalidade dos FSE como
rubrica variável, não necessitando de calcular os passos remanescentes.
Se a margem bruta num dos anos der negativa, então deve optar por usar uma
percentagem de FSE variável mais reduzida.
98
Demonstração de Resultados Funcional N N-1
1) Vendas + Prestações de Serviços + Variação de inventários de
produção = Volume de Negócios
3) Margem de Contribuição (1 – 2)
99
Inf. Extra:
Amortizações/Depreciações + Imparidades
calculado
+ Gastos/reversões de depreciação e de amortização
+ Ajustamento de Inventários (perdas/reversões)
+ Imparidade de Dívidas a Receber (perdas/reversões)
+ Provisões
+ outras imparidades (perdas/reversões)
- Aumentos/reduções de justo valor
EBITDA
= Resultado antes de depreciações, gastos de
financiamento e impostos
Ou = Resultado Operacional + Gastos com depreciações e
amortizações
100
Capítulo 4
Análise do Equilíbrio
Financeiro
Inês Lisboa
Bibliografia Recomendada
1 dos seguintes
102
Introdução (I)
Capitais Próprios
Capitais de Terceiros
(Passivo)
- Correntes (curto prazo)
- Não Correntes
(médio/longo prazo)
103
Introdução (II)
Curto Prazo
Médio/Longo Prazo
104
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (I)
Fundo
Liquidez de
Maneio
Liquidez
FM tradicional
Geral
Liquidez
FM Funcional
Reduzida
Liquidez
Imediata
105
LIQUIDEZ
• Mede a capacidade da empresa para ter meios financeiros
suficientes para solver as obrigações que se vencem a breve termo
(dentro de 1 ano);
106
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (III)
Liquidez Geral
• Mede o grau de cobertura do ativo corrente sobre as dívidas de
curto prazo.
Ativo Corrente
Liquidez Geral NLGO =
Passivo Corrente
Liquidez Reduzida
• Mede a capacidade da empresa cumprir os seus compromissos de
curto prazo utilizando o ativo corrente deduzido dos inventários e
ativos biológicos consumíveis (ativos com menor grau de liquidez).
Liquidez Reduzida NLRO
Ativo Corrente − Inventários − Ativos Biológicos Consumíveis
=
Passivo Corrente
• Teoricamente deve ser > 100%, mas na prática depende dos fatores
anteriormente apresentados.
108
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (V)
• Este rácio deve ser comparado com o anterior para determinar o peso dos
inventários na liquidez da empresa.
• Se a diferença entre os dois rácios (LG-LR) for significativa então significa
que os inventários e ativos biológicos consumíveis têm um grande peso nos
ativos da empresa, isto é, a empresa depende muito de ativos com menor
grau de liquidez. Neste caso é necessário analisar se é normal no setor de
atividade da empresa ou se a empresa está a fazer uma gestão pouco
eficiente dos seus stocks.
109
Liquidez Imediata
• Expressa o grau de cobertura do passivo corrente pelos meios
financeiros líquidos (caixa, depósitos e instrumentos financeiros
derivados).
Meios Financeiros Liquidos
Liquidez Imediata NLIO =
Passivo Corrente
• Teoricamente deve estar entre [5%, 10%], mas na prática depende do tipo
de atividade da empresa.
Nota: um valor baixo não é positivo, pois a empresa não apresenta margem de
tesouraria; um valor muito elevado indicia que a empresa não está a aproveitar os
meios financeiros de modo rentável.
110
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (VII)
111
112
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (IX)
• Graficamente:
Ativo Não
Capitais
Corrente Permanentes
Fundo de Maneio > 0
Ativo Passivo
Corrente corrente
113
Algumas informações:
• FM negativo não indica problemas de exploração/operacionais (é
situação típica, por exemplo, para os supermercados).
• FM em excesso pode ser prejudicial pois origina custos de exploração
para a empresa.
• Uma boa gestão do FM tradicional implica:
• Os meios financeiros líquidos são reduzidos;
• A cobrança das dívidas é rápida;
• Os inventários e ativos biológicos consumíveis devem corresponder
aos stocks mínimos de segurança;
• O prazo de pagamento a fornecedores pode ser alargado desde que
não coloque em causa a imagem da empresa.
115
116
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XIII)
• Tesouraria Líquida
Calculada com base no ciclo das operações de tesouraria.
117
118
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XV)
NFM > 0
Crédito a
NFM
Clientes
Crédito de Fornecedores
Armazém
Produção
Armazém
120
Recebimento
Pagamento a
de Clientes
Fornecedores
NFM < 0
NFM
Crédito de Fornecedores
Armazém
121
Recebimento Pagamento a
de Clientes Fornecedores
Tesouraria Líquida
• Representa a parte do Fundo de Maneio (FM) que está a financiar
as Necessidades de Fundo de Maneio (NFM).
122
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XIX)
123
NFM Exemplo:
TL -- TL nula
Tipo II Tipo I Tipo IV
FM=200 NFM=100 FM=-200 NFM=-100
Tipo III Tipo I TL = 100 > 0 TL = -100 < 0
FM Tipo II Tipo V
FM=100 NFM=200 FM=-100 NFM=-200
Tipo IV Tipo VI TL = -100 < 0 TL = 100 > 0
124
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XXI)
• Situações Financeiras Típicas
• Tipo I: situação financeira normal, estável e com segurança.
• Tipo II: situação de desequilíbrio financeiro (embora com FM > 0).
Existe muita dependência face à banca e o ciclo de exploração é
tendencialmente longo.
• Tipo III: situação financeira delicada dado que os capitais permanentes
são insuficientes para financiar o ativo fixo (TL < 0). Existe uma
dependência excessiva de operações de tesouraria e o risco de não ter
capacidade para solver os compromissos assumidos.
• Tipo IV: situação financeira com elevado risco, pois não existe margem
de segurança e a TL é negativa. Para atividades de ciclo de exploração
curto para indiciar um nível de atividade excessivo face à capacidade
financeira da empresa.
125
126
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XXIII)
EQUILÍBRIO FINANCEIRO
TL < 0 TL > 0 TL = 0
FM NFM
NFM FM FM NFM
Insuficiência Excesso de
de Recursos Recursos
Financeiros Financeiros
128
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XXV)
• Gerir a tesouraria é fulcral para a sustentabilidade da empresa,
pelo que é necessário:
• Definir o saldo médio de caixa e equivalentes;
129
130
Equilíbrio Financeiro de Curto Prazo (XXVII)
131
Estrutura do Endividamento
Peso do Passivo Remunerado
Financiamento Custo dos Financiamentos Obtidos
Pressão Financeira
Net debt ratio
• Solvabilidade Geral
Solvabilidade • Solvabilidade Reduzida
134
Equilíbrio Financeiro de M/L Prazo (II)
135
Autonomia Financeira
• Expressa a percentagem do capital próprio que financia o ativo da
empresa.
• Indica o grau de independência financeira da empresa.
Capital Próprio
Autonomia Financeira NAFO =
Ativo
• Teoricamente deve ser > 30% (e não pode ser superior a 100% pois o
Capital Próprio + Passivo = Ativo), na prática depende do setor.
Curiosidades
‒ para as empresas serem PME excelência o valor de A.F. ≥ 37,5%
136
Equilíbrio Financeiro de M/L Prazo (IV)
137
Estrutura de Endividamento
• Reflete o peso do passivo corrente no total do passivo.
• Permite avaliar a importância do capital de terceiros de curto prazo
no passivo total da empresa (estrutura temporal).
Passivo Corrente
Estrutura do Endividamento NEEO =
Passivo
• Quanto mais elevado o valor deste rácio maior o risco da empresa, pois
significa que para além de ter de solver obrigações, suporta elevados gastos
financeiros.
139
• Quanto maior o peso dos financiamentos, maior (por norma) a taxa média de
juro suportado, pois o risco da empresa é também superior.
• Este também é mais elevado devido a um reduzido valor de autonomia
financeira.
Notas:
Juros financiamentos = ver nota explicativa de juros e gastos 140
Equilíbrio Financeiro de M/L Prazo (VIII)
Pressão Financeira
• Indica o peso dos juros financeiros nos resultados da empresa,
antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Juros de Financiamento
Pressão Financeira =
EBITDA
141
Curiosidades
‒ para as empresas serem PME excelência o valor de deste rácio \ 2,5.
142
Equilíbrio Financeiro de M/L Prazo (X)
Solvabilidade Geral
• Indica a capacidade que a empresa tem para fazer face ao seu
passivo a partir dos capitais próprios.
• Reflete o risco que os credores correm.
Capital Próprio
Solvabilidade Geral =
Passivo
143
Empresa Setor
Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2
Autonomia Financeira 27,35% 30,83% 36,83 36,92
Estrutura do Endividamento 92,90% 86,61%
Peso do Passivo Remunerado 7,27% 13,62% 45,06 45,19
Custo Financiamentos Obtidos 3,13% 0,00% 3,72 2,95
Pressão Financeira 1,69% 0,00% 9,07 7,24
Net debt ratio NS 0,724
Solvabilidade Geral 37,65% 44,57%
Solvabilidade Reduzida 530,19% 332,75%
O que pode concluir?
145
Capítulo 5
Análise do Risco
Inês Lisboa
Bibliografia Recomendada
1 dos seguintes
• Brealey, R., Allen, F. e S. Myers (2008): Princípios de Finanças
Empresariais. Mc Graw Hill Editores. Capítulos 7 e 8
• Fernandes, C., C. Peguinho, E. Vieira e J. Neiva (2019): Análise
Financeira: teoria e prática. Aplicação no âmbito do SNC. Edições
Sílabo. Capítulo 6
• Nabais, C. e F. Nabais (2011): Prática Financeira I – Análise Económica
& financeira. Lidel Editor. Capítulo 6
• Neves, J. (2021): Análise e Relato Financeiro – Uma visão integrada de
gestão. Texto Editores Capítulos 17 e 18
147
Introdução
Lema:
Obter a maior rendibilidade possível, incorrendo no menor
risco.
148
Tipos de Risco (I)
Risco global divide-se em:
149
Específico
Mercado
150
Risco Operacional (I)
• Resulta de:
• volatilidade dos preços de venda/prestação de serviços;
151
152
Risco Operacional (III)
Quando calculado para um horizonte temporal inferior a 10 anos pode evidenciar resultados
enviesados.
153
GAO
• Maior o GAO => Maior risco operacional, pois indica que grande parte
da margem de contribuição é absorvida pelos gastos fixos.
154
Risco Operacional (V)
• Situações possíveis:
• GAO > 0
• Margem de contribuição e EBITDA > 0
• Margem de contribuição > EBITDA (GAO > 1)
Parte da margem de contribuição é absorvida pelos gastos fixos operacionais.
Situação normal. Quanto maior o GAO, maior o risco operacional.
155
• GAO < 0
• Margem de contribuição > 0 e EBITDA < 0
• Existe um risco operacional elevado, pois os gastos fixos operacionais são
muito elevados e consomem a totalidade da margem de contribuição.
156
Risco Operacional (VII)
157
350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Com
159
160
Risco Financeiro (I)
Incertezas financeiras
161
Resultado Operacional
GAF =
Resultado Antes de Impostos
162
Risco Financeiro (III)
• Situações possíveis:
• GAF > 0
• Resultado Operacional e Resultado Antes de Impostos > 0
• Resultado Operacional > Resultado Antes de Impostos (GAF > 1)
A empresa suporta encargos financeiros líquidos, isto é, parte do resultado
operacional é consumido pelos gastos financeiros. A dívida tem impacto na
empresa. Contudo, quanto maior o GAF, maior o risco financeiro.
163
• GAF < 0
• Resultado Operacional > 0 e Resultado Antes de Impostos < 0
• Existe um risco financeiro elevado, pois os encargos financeiros líquidos
consomem a totalidade do resultado operacional gerado pela empresa.
EBITDA
GAAF =
Resultado Operacional
165
• Situações possíveis:
• GAAF > 0
• EBITDA e Resultado Operacional > 0
• EBITDA > Resultado Operacional (GAAF > 1)
A empresa apresenta gastos com depreciações o que indica que tem
realizado. Contudo, quanto maior o GAAF, maior o risco financeiro causado
pelo investimento.
166
Risco Financeiro (VII)
• GAAF < 0
• EBITDA > 0 e Resultado Operacional < 0
• Existe um risco financeiro de investimento elevado, pois as depreciações
consomem a totalidade dos resultados gerados pela atividade principal da
empresa.
167
168
Risco Combinado (II)
GAC
Grau de Alavanca Combinado
Margem de Contribuição
GAC =
Resultado Antes de Impostos
Mas não mede propriamente o risco total da empresa que depende ainda da
variabilidade dos fatores de mercado.
169
GAC
170
Risco de Falência (I)
171
Z-Score de Altman
Z − score
FMF Resultados Retidos Resultado Operacional
= 0,717 × + 0,847 × + 3,107 ×
Ativo Ativo Ativo
Capital Próprio Vendas e Serviços Prestados
+ 0,42 × + 0,998 ×
Passivo Ativo
172
Risco de Falência (III)
• Limitações
A utilização dos modelos de previsão de falência deve ser feita com
cautela, pois:
• São modelos empíricos;
• Não são adequados a empresas financeiras ou com níveis de
resultados sistematicamente baixos;
• O resultado obtido pode variar de período para período;
• O contexto macroeconómico e setorial pode influenciar os
resultados;
• Etc.
174
Risco
Empresa
Ano 1 Ano 2
GAO 0,98 1,10
GAF 1,03 1,00
GAAF 1,66 2,38
GAC 1,67 2,61
Z-score 1,37 1,42
175
Capítulo 6
Análise do Desempenho e
Crescimento
Inês Lisboa
Bibliografia Recomendada
1 dos seguintes
177
178
Indicadores de Rendibilidade (II)
Rendibilidade do Investimento
Rendibilidade do Ativo
179
Curiosidades
‒ para as empresas serem PME excelência o valor do RCP tem de
ser > 12,5%.
180
Indicadores de Rendibilidade (IV)
Nota: quanto maior o risco maior deve ser a rendibilidade dos investidores como forma de
compensar essa incerteza assumida.
181
Área Fiscal
184
Indicadores de Rendibilidade (VIII)
• Com
185
187
EBITDA
Rendibilidade Operacional das Vendas e PS =
Vendas e Serviços Prestados
189
Curiosidades
‒ para as empresas serem PME excelência o valor do Rend.
Operacional VN tem de ser > 7,5%.
190
Indicadores de Rendibilidade (XIV)
Rendibilidade do Ativo
Nota: quanto mais alto o valor mais eficiente é a empresa, mas pode estar a
trabalhar perto da sua capacidade máxima.
Curiosidades
‒ para as empresas serem PME excelência o valor do Rend. Ativo
tem de ser > 10%. 191
Rendibilidade Social
192
Indicadores de Rendibilidade (XVI)
• Valor Acrescentado:
Produção
= Volume de Negócios + Subsídios à Exploração
+ Variação nos Inventários da Produção + Trabalhos para a própria entidade
Empresa Setor
Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2
RCP 19,95% 12,51% 11,59 12,34
- Efeito ativ. exploração 0,096 0,094
- Efeito ativ. Financeira 3,553 3,244 2,25 2,32
- Efeito restantes ativ. fin. 0,617 0,422
- Efeito fiscal 0,050 0,029 0,84 0,9
RBCI 29,97% 23,46%
Rend. Liq. Vendas 6,27% 4,15%
Vend. Oper. Vendas 11,24% 10,15% 16,1 16,7
Rend. Oper. Ativo 9,78% 9,44% 11,68 11,62
Rotação • Do Ativo
• Recebimentos
Prazos Médios • Pagamentos
• Rotação de Inventários
195
Rotação do Ativo
• PMR= 30 dias
200
Indicadores de Atividade (VII)
PMP
Prazo Médio de Pagamentos
201
203
Dados
Valor fatura 25.000 €
Pagamento a crédito 60 dias
Pagamento a pronto 10 dias
Desconto de pp 2%
204
Indicadores de Atividade (X)
PMRI
Prazo Médio de Rotação de Inventários
205
• MP e Mercadorias
Inventários MP e Mercad.
PMRI MP e Mercadorias = × 360
Compras
• Produtos Acabados
206
Indicadores de Atividade (XII)
Ciclo Financeiro
207
208
Indicadores de Atividade (XIV)
VAB em % da
Produção
• Indica o valor criado para a sociedade por cada unidade produzida.
VAB
VAB % Produção =
Produção
209
Financiamento liq.
MCR
EVA
211
Com:
212
Indicadores de Criação de Valor (III)
Capital Próprio Financiamentos e similares
k=k × + k1 × × N1 − tO
Capital Total Capital Total
Com:
k é calculado anualmente
k = rq + β × r − rq
tu = rendibilidade sem risco (taxa anual das obrigações do tesouro a 10 anos)
213
t: Taxa IRC = IRC/RAI (se > 0, caso contrário não se deve considerar).
214
Indicadores de Criação de Valor (V)
• EVA > 0 → a empresa cria valor para os investidores (para além de gerar
resultados a empresa financia totalmente os seus investimentos e gera valor
adicional).
215
216
Indicadores de Criação de Valor (VII)
• Vantagens
• O aumento ou decréscimo do valor pode não resultar do aumento
do volume de negócios ou decréscimo de gastos, mas da melhor
utilização dos recursos disponíveis;
• Incluem os impactos económico e financeiro da decisão (em
simultâneo);
• São mais adequados para avaliação de desempenho.
• Limitações
• Enfatizam o valor financeiro no curto prazo, o que pode não se
refletir na criação de valor a médio/longo prazo.
217
Empresa
Ano 1 Ano 2
Km 9,48% 7,66%
EVA 644 164,3 163 175,4
MCR 706 083,7 183 093,1
218
Indicadores de Crescimento (I)
Taxa de Crescimento do
Crescimento Volume de
Sustentável Negócios
219
• Pressupostos:
Relação constante entre o ativo e as vendas;
Relação constante entre o capital próprio e alheio.
• POR baixo pode significar que a empresa se financia mais com capitais
gerados internamente.
221
• Se g > 0
• Se g < Δ volume negócio
Ou a empresa está a recorrer a capitais alheios para financiar a sua
atividade, ou seja, está a crescer mais rapidamente do que aquilo que
teoricamente podia;
Ou o aumento do volume de negócios deveu-se a fatores
macroeconómicos, não controlados pela empresa (embora seja favorável).
• Se g < 0
A empresa não está a gerar resultados líquidos positivos logo não poderá
sustentar o seu crescimento.
Curiosidades
‒ para as empresas serem PME excelência o valor do crescimento
das vendas tem de ser w 0.
223
Empresa
Ano 1 Ano 2
G - 11,42%
224
Indicadores de Mercado (I)
Rendimento em
PER
Dividendos
PBV
225
226
Indicadores de Mercado (III)
227
Taxa de Capitalização
228
Indicadores de Mercado (V)
Rendimento em
Dividendos
• Representa a percentagem de investimento recuperado no período
através dos dividendos (um dos modos de recebimento dos acionistas).
Com valor contabilístico por ação = Capital Próprio/ número de ações emitidas em circulação.
230
Indicadores de Mercado (VII)
• Situações possíveis:
• PBV > 1: o valor de mercado da empresa é superior aos montantes nela
investidos. Os investidores valorizam ativos intangíveis não
contabilizados e/ou têm expetativas que a empresa cresça.
• PBV = 1: o mercado apenas atribui à empresa o seu valor contabilístico.
• PBV < 1: o mercado não valoriza alguns ativos contabilísticos da
empresa ou espera que esta tenha prejuízos durante os próximos anos.
Neste caso as expetativas sobre a empresa são muito reduzidas. Pode
também dever-se a fatores macroeconómicos.
231
Empresa
Ano 1 Ano 2
PER 16 17,2
232