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Transtornos alimentares em desenvolvimento por meio das mídias

audiovisuais

Deiseaine Alves de Oliveira Barros


Kessya Cristina Pereira Moraes
Lucas Cândido da Silva

RESUMO

O uso de internet aumentou consideravelmente inclusive na pandemia, como meio


facilitador de informações e de entretenimento, as plataformas digitais bem como as redes de
televisão se adaptaram a esse formato digital e seus conteúdos exercem uma importante
influência na vida social e pessoal das pessoas na qual é compartilhada. Esse envolvimento com
as midias principalmente as sociais, que não condiz com a ‘vida real’, pode gerar o sentimento de
insatisfação, de não ser suficiente e o tempo todo se comparando como considerado o padrão
estético impactando a saúde mental ocasionando transtornos alimentares principalmente em
jovens. Esse estudo tem por objetivo fazer uma análise crítica qualitativo e quantitativo sobre o
assunto por meio de artigos científicos.

ABSTRACT

The use of the internet has increased considerably even during the pandemic, as a means
of facilitating information and entertainment, digital platforms as well as television networks
have adapted to this digital format and their content exerts an important influence on the social
and personal lives of the people in which they live. is shared. This involvement with media,
especially social media, which does not match 'real life', can generate a feeling of dissatisfaction,
of not being enough and constantly comparing oneself to what is considered the aesthetic
standard, impacting mental health, causing eating disorders, especially in young people. This
study aims to carry out a qualitative and quantitative critical analysis of the subject through
scientific articles.
PALAVRAS-CHAVE: Transtornos Alimentares, Mídias Sociais, Internet.

INTRODUÇÃO

As mídias sempre estão em desenvolvimento e com o aparato da internet esse processo


se tornou mais rápido buscando compartilhamento de conteúdos desenvolvendo uma
aproximação dos internautas mesmo que distante fisicamente, ou seja não há a barreira territorial
para a comunicação dos usuários.
Nesse contexto, a internet pode delegar informações para colaborar estereótipos
existentes na sociedade provocando discussões sobre o assunto. Essa interação social pode
reforçar o modelo padrão de vida social principalmente esteticamente por meio do mundo virtual
fitness.
As pessoas ludibriadas por essa difusão de informações equivocadas sobre saúde e
alimentação endossando a ideia de um corpo magérrimo para ser saudável alimentando o padrão
de beleza que destoa a realidade o que gera transtornos alimentares acabando com a saúde
mental.
De acordo com Madureira (2018) o congelamento da sua imagem na internet é ‘‘uma
forma de conhecer os seus próprios hábitos de consumo, o que conduz a um maior
monitoramento do seu comportamento’’ assim o controlar das atividades físicas e alimentares.
Nesse estudo por meio de uma revisão bibliográfica pretende-se verificar o impacto das
redes midiáticas em que foge da vida real, um modelo inalcançável, como essa inluência se
ocorre nos usuários dessas mídias e quando afetam a saúde mental.

METODOLOGIA

O desenvolvimento deste estudo compreendeu três fases distintas: revisão sistemática


da literatura; avaliação crítica de artigos empíricos e da bibliografia; síntese dos resultados. Na
revisão dos artigos fez-se uma extenuante pesquisa bibliográfica on-line, utilizou como
averiguação de busca as bases do Google Acadêmico, MedLine, LILACS e Scielo. Os termos
descritores foram: "transtornos alimentares," "mídias audiovisuais", "redes sociais" e “padrão de
beleza”. Por início, foi definido a área a ser pesquisada e por meio das investigações foram
apresentados e discutidos de forma ampla e introdutória .

AS REDES E A PROPAGANDA DO CORPO

A internet detém informações de variados conteúdos e a divulgação dessas informações


erroneamente pode afetar seus usuários de forma drástica. A propaganda do corpo belo padrão
provoca a inquietude e alienação da realidade transformada em transtornos psicológicos. De
acordo com Madureira (2018):

O surgimento da internet na década de 60 e a sua exponencial popularização tem se


constituído como um dos mais significativos fenômenos culturais da atualidade. O
impacto da criação deste aparato tecnológico pode ser facilmente observado em diversas
áreas, sobretudo no comportamento humano. É interessante notar como, no decorrer dos
anos, a internet tornou-se um espaço particularmente importante para construção das
relações humanas. A vida social ganha novos contornos a partir da invenção dessa
ferramenta, que tem a capacidade de maximizar o contato entre as pessoas, aproximar
conhecidos ou desconhecidos e reduzir distâncias, de modo a transformar
completamente a experiência espaço-temporal. Em tempos de acelerados avanços
tecnológicos, interações antes inimagináveis ocorrem hoje de maneira muito simples e
são vivenciadas de maneira instantânea.
Algumas das implicações que a internet trouxe para o ser humano foram as
transformações subjetivas geradas a partir do uso desta nova ferramenta como, por
exemplo, o surgimento de comunidades virtuais (blogs, salas de bate-papo e redes
sociais). Ao adentrar o mundo online, o sujeito modifica completamente a sua forma de
ser e estar no mundo. (pag. 88, 2018)
O espaço virtual se desenvolve por meio da interação de compartilhamento de
conteúdos entre seus usuários disseminando tanto informações verídicas quanto falsas trazendo
uma ilusão da imagem perfeita e quem não se enquadra o olhar da sua imagem fica destorcida
para Madureira(2018) a sua imagem compartilhada expondo sua rotina alimentar e de exercícios
físicos por fotos ou selfies esse olhar do universo off-line “produz um ambiente hostil e repleto
de ameaças inomináveis que ecoam no mundo interno do sujeito como catastróficos” já o
universo online “parece refletir um lugar muito mais caloroso, hospitaleiro e cuidadoso para com
a sua dor.”
Nessa perspectiva as postagens contém poder de inluenciar pessoas ainda mais com
alguma vulnerabilidade de autoestima que se veem com insignificância conforme Madureira:

Se ao postar sou vista, e logo existo; isso significa que o meu corpo e a minha imagem
passam a ser vistas, contempladas e refletidas. É isso que confere um lugar de existência
no mundo para essas mulheres, antes invisíveis ou vistas de forma negativa. A soma de
experiências do mundo off-line as conduziu a um lugar de exclusão e, portanto, de
defesa com relação ao julgamento e golpes desferidos pelo mundo. (pag.88, 2018)

A exposição diária e excessiva nas mídias sociais provoca o controle das ações com a
finalidade influenciar o modelo esterotipado da beleza, um relatório da Globalwebindex em 2019
afirma que uma das consequência das mídias é o investimento da propagação das dicas e técnicas
de saúde além de informar que o Brasil é o segundo país mais conectado em que os brasileiros
passam em média 3 horas e 45 minutos interagindo nas redes sociais. Conforme Fernandes
(2019):

Esse ambiente pode favorecer a exposição massiva às mídias sociais, pela


autocomparação a perfis de influenciadores digitais, pela falsa ideia de felicidade
constante ou pela utilização destes meios como forma de autoafirmação perante o grupo
em que se está inserido. Neste sentido, faz-se necessário entender a associação da
utilização de mídias sociais com a insatisfação corporal e como isso se traduz em
comportamentos de risco para transtornos alimentares e psicológicos na população
universitária, devido à vulnerabilidade deste público na era do compartilhamento 24
horas e do “viver online”. (pag.17, 2019)
Fernandes (2019) afirma por mais que as mídias sociais proporcionam interações
positivas há um crescimento de publicações fitness, “como o compartilhamento e divulgação de
um tipo “padronizado” de corpo (magro e tonificado), inatingível para a maioria dos indivíduos,
além da promoção de supostos benefícios de dietas e exercícios relacionados à aparência, e não
necessariamente à saúde.”
O corpo, segundo Fernandes (2018), não é caracterizado somente pelas funções vitais,
mas também pela representação pessoal e coletiva que começa pela sociedade em diferentes
formas e a busca pela longevitude é contínuo pois haverá sempre algo a ser melhorado no
corpo,ou seja, ninguém está satisfeito por completo.
A utilização do corpo magro está sempre estampado e cristalizado pelas mídias como o
modelo a ser seguido para parecer belo, dessa forma as pessoas são influenciadas por essa
distorção da imagem editada assim fazendo a propaganda do corpo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O espaço virtual se tornou cada vez mais propício não somente para divulgação de
informações mas também de trabalho online com novas profissões haja vista um avanço
tecnológico desenvolvendo novas habilidades.Apesar desse avanço temos informações não
favoráveis principalmente no que diz a questão da saúde alimentar, influencers sem formação
acadêmica na área da saúde compartilham receitas milagrosas para perder peso, fazem lista
proibida de alimentos sem saber de fato se causam danos á saúde.
Esse estudo nos mostra a influência das mídias em relação ao corpo e as mudanças de
comportamentos de seus usuários principalmente na alimentação restritiva para conseguir o tão
sonhado corpo esbelto e magro para se manter no padrão social aceitável, esses comportamentos
podem afetar odesenvolvimento psicossocial além de gerar transtornos alimentares prejudicando
a saúde mental dos usuários que são influenciados pela excessiva exposição da (des)informação
sobre saúde alimentar.
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.

DOMINGUES, Lila Ribeiro Conde. O PADRÃO DE BELEZA IMPOSTO PELA SOCIEDADE


BRASILEIRA INFLUENCIA NO DESENVOLVIMENTO DE DISTÚRBIOS
PSICOLÓGICOS Estadão “Time de digital influencers fitness cresce e conquista boa fatia do
mercado publicitário” (2016). Disponível em:
<https://economia.estadao.com.br/noticias/releases-ae,time-de-digital
influencers-fitness-cresce-e-conquista-boa-fatia-do-mercado publicitario,10000095645> Acesso
em 06 de novembro de 2023.

FERNANDES, Kátia. Influência da mídia nos Transtornos Alimentares em adolescentes:


Revisão de literatura, Research, Society and Development, v. 10, n. 1, e20910111649, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11649
MADUREIRA, B. (2018). Do olhar ao fazer criativo no universo das #instafitness. Polêm!ca,
18(2), 87-104.

JUSTO, Ana Maria; CAMARGO, Brigido Vizeu; ALVES, Catarina Durante Bergue. Os efeitos
de contexto nas representações sociais sobre o corpo. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 30, n. 3, p.
287-297, 2014.

Social Flagship Report 2019. Disponível em <https://www.globalwebindex.com/reports/social>


Acesso em 07 de novembro de 2023.

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