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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO DE PSICOLOGIA

DAVI MONTALVÃO DE SOUSA

GLEICIANE NUNES DA PAIXÃO SANTIAGO

Mundo das redes e efeitos na autoestima: uma análise


reflexiva

ARACAJU-SE
2022
DAVI MONTALVÃO DE SOUSA
GLEICIANE NUNES DA PAIXÃO SANTIAGO

Mundo das redes e efeitos na autoestima: uma análise


reflexiva

Projeto parcial de pesquisa apresentado à


disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso I, como requisito da avaliação da
Unidade I da disciplina, do curso de
Psicologia da Universidade Tiradentes
(SE), sob orientação da Profa. Dra. Ariane
de Brito Santos Kluge.

ARACAJU-SE
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. JUSTIFICATIVA 5
3. OBJETIVOS 6
3.1 Objetivo geral 6
3.2 Objetivo geral 6
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
4.1 A formação da imagem de si 7
4.2 Mundo das redes e imagens 7
4.3 Impactos/Efeitos 8
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9
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1. INTRODUÇÃO

Em dias atuais, o uso das redes se amplifica consideravelmente. A tecnologia


ajuda em várias áreas, como segurança, educação e saúde. Apesar dos benefícios, o
uso descomedido das redes pode gerar vício, afetar as relações sociais, impactar na
saúde mental e autoestima do indivíduo, principalmente adolescentes e jovens
adultos. (SOUZA & CUNHA, 2019).
Campos (2019) comenta que a pessoa é influenciada por esse ambiente e
acaba modificando seu comportamento diário e jeito de ser, pois passa a maior parte
do tempo em frente a telas de computadores e celulares, que servem como
verdadeiras vitrines que os conduzem, necessitando estar online quase o tempo todo.
Os meios de comunicação mais utilizados são as redes sociais, em particular
o Facebook e o Instagram, que mostram ao público os diferentes caminhos e estilos
de vida de influenciadores, artistas e modelos. Os citados exibem e sofisticam padrões
como o único modelo para um corpo bonito e um estilo de vida “perfeito”. Os usuários
de redes sociais, constantemente expostos a imagens de pessoas com corpos irreais
e fotos estrategicamente planejadas, acabam tendo a sua autoestima e autoimagem
afetadas. (SOUZA & RIBEIRO, 2022).
A autoestima, considerada um conjunto de avaliações sobre aspectos
relevantes de sua identidade que indicam sua competência ou importância, pode ser
afetada negativamente, por exemplo, quando publicações de usuários de redes
sociais são rejeitadas por outros usuários. Essa avaliação é influenciada por
julgamentos sociais internalizados que acabam por revelar a própria insatisfação dos
sujeitos. (SANTOS & PEREIRA, 2022).
A “falsa felicidade" é disseminada nas redes sociais. As pessoas só mostram
o que querem que os outros vejam. É perceptível que, ao se comparar constantemente
com os outros, seu corpo e seu estilo de vida, o usuário pode estar diante de um
caminho perigoso. Ao tomar o mundo de aparências como modelo, damos força para
uma baixa autoestima, enfraquecendo não apenas nossos relacionamentos
interpessoais, como também a própria autoimagem corporal. (SILVA, 2021).
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2. JUSTIFICATIVA

Na contemporaneidade, o mundo digital se expande de forma significativa e


as pessoas passam mais tempo conectadas. Ferramentas virtuais oferecem novas
formas de comunicação e negócios, aproximam pessoas e diminuem distâncias. Por
outro lado, tais recursos também podem trazer malefícios à nossa vida, como, por
exemplo, isolamento, distanciamento da vida real e problemas com autoestima.
De acordo com Silva (2019), ao defrontar-se com a dessemelhança entre o
mundo virtual e o real, o indivíduo que passou a buscar uma perfeição de si vê-se com
a autoestima afetada, pois este ideal é inalcançável.
Tendo o propósito de fazer uma análise reflexiva de como as redes sociais
impactam na nossa percepção de si, torna-se importante entender a interlocução
desse aspecto com a saúde mental das pessoas.
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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Investigar a relação das redes com a estima de si.

3.2 Objetivo geral

• Propor uma reflexão sobre como o uso das redes pode influenciar na
autoestima das pessoas;
• Compreender a relação entre o uso das redes sociais, a autoestima e a saúde
mental.

.
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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 A formação da imagem de si

Lacan (1998), acerca da formação fundamental do eu, indica a existência de


uma primeira fase, chamada de “estádio do espelho”. A ideia de espelho faz referência
ao fenômeno do entrar em contato com a imagem do outro, do corpo do outro, seja
através do reflexo do próprio corpo, seja no encontro com o outro real. Diante disso,
inicia-se um processo de construção do eu a partir dessas imagens. Imagens essas
que são investidas pela libido, se organizando através de identificações e compondo
essa ficção chamada eu.
Apesar disso, a imagem que o sujeito tem de si não chega em um “ponto
final”, habitando seu psiquismo e o determinando permanentemente. Trata-se de uma
ideia mais fluída, quase que como um processo, estando passível de (re)construção
em sua história pessoal e em sua relação com o mundo. Podemos dizer que a imagem
de si nasce e se constrói nos encontros com os outros significativos (MACEDO &
ANDRADE, 2012).

4.2 Mundo das redes e imagens

Apesar das redes sociais já serem consideradas “antigas”, existindo desde o


final dos anos 90 e se consolidando progressivamente como ferramenta de
comunicação, é recente o fenômeno de super integração à vida dos sujeitos. Os
usuários, sobretudo os usuários mais jovens, tomaram os espaços virtuais como
lugares reais de vivências e expressões do seu estar-no-mundo, superando uma certa
lógica meramente ferramental das tecnologias.

“...existência de uma cultura juvenil atravessada pela presença das


Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação – TDIC com contornos
próprios, demarcando não só os processos de comunicação entre os pares
juvenis, como também a forma de se relacionar, conviver e produzir.”
(SCHNEIDER, SANTOS & SANTOS, 2020)
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Trata-se da emergência de uma nova e singular cultura. Santaella (1992) a


nomeia de “cultura híbrida”, pois observa que “meninos e meninas mesclados por
agenciamentos técnicos são porta-vozes de experiências com a utilização de
dispositivos digitais.”

Dentro de tais agenciamentos, as necessidades não são naturais. Elas são


produzidas nestes aparelhos de linguagem em que os sujeitos estão inseridos, onde
a publicidade e os algoritmos seguem a lógica discursiva do consumo: as formas de
satisfação desses sujeitos se tornam sobredeterminadas pela lógica do grande
capital.

4.3 Impactos/Efeitos

Pesquisam realizadas mostram os efeitos provocados pelo uso das redes


sociais, evidenciando que a utilização destas destas ferramentas pode estar ligada a
sintomas depressivos, ansiogênicos e estressores. As redes sociais podem gerar uma
pressão para formar um estereótipo que os outros usuários desejam ver e,
conjuntamente, ser tão popular quanto eles. (ESCOBAR, 2022).
A imagem de si, enquanto fato social, serve de ponto de ancoragem e articula a
forma como um sujeito se relacionará, não só com seus pares, mas com outras
experiências, das mais diversas qualidades. Já numa perspectiva mais individual, é a
mesma imagem de si que condensa processos de sofrimento e de elaboração de
questões, agindo como esse núcleo de funcionamento emocional (MACEDO &
ANDRADE, 2012).
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, G. R.; FARIA, H. M. C.; SARTORI, I. D. Cultura da Estética: O Impacto do


Instagram na Subjetividade Feminina. Caderno de Psicologia 01 (2): 310-334, Juiz
de Fora – MG, 2019

ESCOBAR, M. B. Influência do tempo de acesso e quantidade de redes sociais


utilizadas na insatisfação com a imagem corporal e na autoestima de adultos,
2022. 43f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina, Curso de Graduação, Porto Alegre, BR-
RS.

LACAN, J. (1998). Escritos (Vera Ribeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. [Original
publicado em 1966]

MACEDO, Cibele Mariano Vaz de; ANDRADE, Regina Glória Nunes. Imagem de si e
Autoestima: A Construção da Subjetividade no Grupo Operativo. Psicol. pesq., Juiz
de Fora , v. 6, n. 1, p. 74-82, jul. 2012 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-
12472012000100010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 06 out. 2022.

SANTAELLA, Lucia. Cultura das mídias. 4a. ed. São Paulo: Experimento, 1992.

SANTOS, Layrtthon Carlos de Oliveira; PEREIRA, Fernanda de Souza. Uso do


Instagram: Relações com Autoestima e Autoconceito Físico em Adultos. Revista de
Psicologia da IMED, Passo Fundo, v. 14, n. 1, p. 48-66, ago. 2022. ISSN 2175-5027.
Disponível em:
https://seer.atitus.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/4489/3061. Acesso em:
02 out. 2022. doi:https://doi.org/10.18256/2175-5027.2022.v14i1.4489.

SILVA, F. K. da. Fotografia, Corpo e Autoestima Feminina. TCC – Graduação em


Psicologia. CEULP/ULBRA, Palmas – TO. 2019

SILVA, Marina da Conceição. A relação entre redes sociais e autoestima. Revista


Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.7.n.4. Abr.
2021. ISSN - 2675 – 3375. Disponível em: doi.org/10.51891/rease.v7i4.976

SOUZA, Karlla; CUNHA, Mônica Ximenes Carneiro da. Impactos do uso das redes
sociais virtuais na saúde mental dos adolescentes: uma revisão sistemática da
literatura. Educação, Psicologia e Interfaces, v. 3, n.3, p. 204- 217, 2019.

SOUZA, Emilly Rosa de.; RIBEIRO, Joseana Moreira Assis. Mídias sociais: A
influência das redes sociais na percepção da autoimagem de adolescentes do sexo
feminino. Research, Society and Development, v. 11, n. 8, e13311830459, 2022
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30459
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SCHNEIDER, H. N.; SANTOS, V. S.; SANTOS, J. F. (2020). Cultura Juvenil,


Dependência Digital e Contingência. Rios Eletrônica (FASETE), v.23, p. 41 - 54.

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