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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA

VANESSA CRISTINE FANTINATO

O IMPACTO DO USO EXCESSIVO DAS REDES SOCIAIS NA SAÚDE MENTAL


DE SEUS USUÁRIOS.

BLUMENAU
NOVEMBRO/2022
VANESSA CRISTINE FANTINATO

O IMPACTO DO USO EXCESSIVO DAS REDES SOCIAIS NA SAÚDE MENTAL


DE SEUS USUÁRIOS.

Trabalho de Conclusão de Curso, do Centro


de Ciências da Saúde, da Universidade
Regional de Blumenau, apresentado como
requisito parcial à obtenção do grau de
Psicólogo.

Profa.Orientadora: Dra. Gabriela Frischknecht


Petters

BLUMENAU
NOVEMBRO/2022
AGRADECIMENTOS

Acima de tudo, um enorme agradecimento a minha família, especialmente aos


meus pais, por todo o apoio que eles têm me dado ao longo da minha vida, pelos
conselhos, pelas palavras de encorajamento e o voto de confiança que depositaram
em mim todos os dias. Sem vocês nada disso seria possível.
Agradeço aos laços de amizade que criei ao longo desses cinco anos, em
especial a Dayane e a Maria Isabel. A graduação não teria sido a mesma sem vocês.
Desde já, fica a saudade das nossas manhãs juntas. Estar ao lado de vocês fez toda
a diferença e com certeza levarei isso pelo resto da vida. Agradecer aos colegas do
curso por todo o apoio prestado, pelas experiências passadas, e por todos os
momentos que estivemos juntos. Desejo sucesso a todos futuros colegas de
profissão.
Agradeço também a todos os meus professores da Faculdade de Psicologia,
pelos conhecimentos transmitidos e por terem enriquecido o meu percurso
acadêmico. Um agradecimento especial à minha orientadora de estágio Professora
Gabriela F. Petters, por ter aceitado conduzir o meu trabalho de pesquisa, por todo o
apoio fornecido, pelo enriquecimento das minhas aprendizagens e pelos nossos cafés
juntas.
Nos desconectar das redes
sociais nos reconecta com a vida.⁠
(Milena Figueiredo)
RESUMO

A cada ano, percebemos que as redes sociais estão sendo cada vez mais
utilizadas. Redes Sociais são plataformas onde usuários criam seus perfis e assim,
compartilham informações e interagem uns com os outros. Embora seja utilizada pela
maioria das pessoas como uma atividade benigna do passado, alguns autores
começaram a expressar preocupações com o uso excessivo das mesmas. O objetivo
deste estudo é identificar se esse uso excessivo das redes sociais, causa algum efeito
na saúde mental de seus usuários. O método utilizado foi a Revisão Integrativa. Foram
realizadas buscas de artigos publicado entre os anos de 2017 até 2022, nas bases de
dados Science Direct, Periódicos Eletrônicos em Psicologia (Pepsic), Periódico
Capes, American Psychological Association (APA) e Eletronic Library Online
(SciELO). A primeira busca totalizou 410 artigos; após critérios de inclusão e exclusão
e seleção final, resultou em 8 artigos para análise. Os principais resultados foram que
há associação entre o uso das redes sociais e o uso excessivo delas, na saúde mental
de quem as utiliza. O estudo demonstrou também a importância de novos estudos
relacionados ao tema, tendo em vista ser um assunto recente e ainda não muito
estudado.

Palavras-chave: Rede social; Ansiedade; Depressão; Internet; Psicologia. Saúde


Mental
ABSTRACT

Every year, we realize that social networks are being used more and more.
Social Networks are platforms where users create their profiles and thus share
information and interact with each other. Although it is used by most people as a benign
activity in the past, some authors have started to express concerns about its excessive
use. The objective of this study is to identify whether this excessive use of social
networks causes any effect on the mental health of its users. The method used was
the Integrative Review. Articles published between 2017 and 2022 were searched in
the databases Science Direct, Periodicals Electronics in Psychology (Pepsic),
Periódico Capes, American Psychological Association (APA) and Electronic Library
Online (SciELO). The first search totaled 410 articles, after inclusion and exclusion
criteria and final selection, resulted in 8 articles for analysis. The main results were that
there is an association between the use of social networks and their excessive use, in
the mental health of those who use them. The study also demonstrated the importance
of new studies related to the subject, considering that it is a recent subject and still not
much studied.

Keywords: Social network; Anxiety; Depression; Internet; Psychology.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9
2 OBJETIVOS 14
3 METODOLOGIA 15
4 RESULTADOS 17
5 DISCUSSÃO 21
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 30
REFERÊNCIAS 31
1 INTRODUÇÃO

Com o surgimento da internet, houve uma facilidade para os relacionamentos


interpessoais, permitindo o acesso a informações através das redes de comunicação
(MOREIRA; ROMÃO, 2012). No século XXI, a tecnologia foi trazida como um auxiliar
das relações sociais, tendo o uso dela como indispensável, principalmente para
favorecer comunicações através de ligações, e-mails e redes sociais. Atualmente a
internet é considerada como um dos principais meios de comunicação, tendo em vista
que a possibilidade da socialização a distância ofertada pelas redes sociais, desperta
um maior interesse em quem os utiliza.
Nos últimos anos, o uso da internet tem se universalizado, modificando o dia a
dia das pessoas, a forma com que estas socializam, trabalham e se ocupam em seus
momentos de lazer. Entretanto, com o uso crescente das tecnologias de informação,
identifica-se também algumas consequências do seu uso frequente que pode vir a se
tornar uma disfunção na vida do indivíduo (TAVARES AFBCC, 2020). Segundo Young
e Abreu (2011), são diversos os benefícios da internet em diversos campos na vida
do ser humano, contudo, quando esta ferramenta passa a ser utilizada de forma
ilimitada e abusiva, pode vir a gerar diversos impactos da vida cotidiana de seus
usuários.
O uso excessivo da internet é um problema relativamente novo, contudo, vem
ganhando bastante atenção pelas consequências que acarreta sobre crianças,
indivíduos e famílias. Foi verificado que existe uma correlação entre baixa autoestima
e sentimento de inadequação social, com o uso abusivo da internet
(PAMOUKAGHLIAN, 2011). De acordo com Young e Abreu (2011), a internet pode
ser caracterizada como uma fuga psicológica, tendo em vista que indivíduos que
estejam passando por situações difíceis em suas vidas como problemas pessoais/
familiares, luto, problemas profissionais e financeiros, podem vir a focar para o uso
excessivo da internet, onde muitas vezes é oferecido um mundo virtual de fantasias,
podendo ocasionar frustrações e, eventualmente, originar o desenvolvimento de
ansiedade no indivíduo.
É possível perceber que existe uma ambição de atingir a perfeição e uma
procura por reconhecimento e validação pelas pessoas na internet, principalmente nas
redes sociais, visto que as mesmas permitem a conexão com indivíduos do mundo
inteiro. Sendo assim, Bhandarkar et al (2021) definem que as redes sociais
correspondem a redes de sites e aplicativos que possibilitam aos usuários trocarem
conversas entre si. Também permite aos usuários gerarem, utilizarem, trocarem e
discutirem o conteúdo. Alguns exemplos de redes sociais que se popularizaram são:
Instagram, Facebook, WhatsApp e Youtube. Dessa forma, sendo um hábito recente,
o uso dessas redes sociais ainda tenta compreender os efeitos que estas novas
formas de interação social têm nas diferentes populações. O aumento do tempo que
é gasto com o uso das redes sociais tem relação com o sentimento de isolamento do
mundo real, podendo contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais. O tipo
do conteúdo publicado e consumido pelos usuários é ainda mais impactante na saúde
mental. É visto que muitas publicações reforçam o narcisismo, os padrões de vida, de
consumo e o status, de forma que tem contribuído com o aumento de alguns
transtornos psiquiátricos, incluindo os sintomas depressivos e ansiedade (ABJAUDE
SAR et. al, 2020).
Ademais, conforme o Art. 5º, IX, da Lei n. 12.965/14, que estabelece princípios,
garantias, direito e deveres para o uso da Internet no Brasil, a rede social é definida
como:
IX - rede social - aplicação de internet cuja principal finalidade seja o
compartilhamento e a disseminação, pelos usuários, de opiniões e
informações, veiculados por textos ou arquivos de imagens, sonoros ou
audiovisuais, em uma única plataforma, por meio de contas conectadas ou
acessíveis de forma articulada, permitida a conexão entre usuários, e que
seja provida por pessoa jurídica que exerça atividade com fins econômicos e
de forma organizada, mediante a oferta de serviços ao público brasileiro com,
no mínimo, dez milhões de usuários registrados no País;

Sendo assim, a rede social é um espaço virtual onde as pessoas se relacionam


através de mensagens, compartilhamento de conteúdo, estabelecimento de contatos
pessoais (relações de amizade ou namoro), partilha e busca de conhecimentos
profissionais, procura de emprego divulgação de imagens e vídeos, informações sobre
temas variados, divulgação para compra e venda de produtos e serviços, jogos, entre
outros (SULS, 2017).
Nota-se que ainda existe uma grande confusão entre os conceitos de Mídia
Social e Rede Social. Conforme Clementi, et al. (2017, p. 464) “toda rede social digital
é uma mídia social, mas nem toda mídia social é uma rede social, pois nem todas as
suas categorias propiciam essa interligação de usuários”. Posto isso, importante
salientar que a intenção desse estudo, é com o uso excessivo nas redes sociais, tendo
em vista que nas redes sociais, o conteúdo é o principal elemento, contudo a ênfase
está na conexão entre as pessoas, havendo uma limitação no número de pessoas que
tem acesso a determinados conteúdos.
Hoje, as redes sociais mais conhecidas são: WhatsApp: ferramenta utilizada
para a troca de mensagens de texto instantaneamente (através da conexão com a
internet), além de vídeos, fotos e áudios. O Facebook, onde os usuários criam seus
perfis e adicionam fotos e dados pessoais, podendo trocar mensagens privadas e
públicas entre si, bem como participar de grupos de pessoas com um mesmo
interesse. A visualização dos dados detalhados do usuário pode ser restrita para os
amigos que forem aceitos em seu perfil, bem como livre para qualquer um acessar
(SULS, 2017).
Já o Instagram é uma plataforma para publicação de fotos e vídeos de curta
duração, podendo interagir com a publicação de outras pessoas através de curtidas e
comentários. Os usuários podem seguir um o perfil do outro para acompanhar as
postagens feitas, sendo que o número de seguidores contribui para a visibilidade do
perfil. O Youtube é um site para compartilhar vídeos, através da internet, onde ficam
disponíveis para quem quiser assistir, podendo receber curtidas e comentários. As
pessoas que enviam esses vídeos criam canais dentro da plataforma, podendo ganhar
seguidores e uma maior visibilidade dos vídeos postados. Nessa plataforma são
encontrados desde vídeos curtos, até filmes e documentários (SULS, 2017).
O uso das redes sociais faz parte da vida diária da maioria dos adolescentes e
adultos, conforme relatório recente do Pew Research Center (2019). O uso das redes
sociais tem sido associado a uma variedade de resultados na saúde mental de seus
usuários – positivos e negativos (BARRY et al., 2017). Há diversas vantagens nas
redes sociais e na internet no geral, proporcionando facilidade de acesso a diversos
sites e plataformas, como para comunicação com diversas pessoas,
independentemente de onde elas estejam. A quantidade de usuários é enorme,
havendo a possibilidade de descobrir amigos com os mesmos interesses e hobbies
(SOCAL; CARDOSO, 2015).
Contudo, Terroso e Argimon (2016) trazem que quando usada sem limites, a
internet pode trazer inúmeras possibilidades de gerar comportamentos prejudiciais à
vida do usuário, tais como: isolamento social, tristeza, agressividade, nervosismo,
ansiedade, angústia, e uma possível depressão. Trazem também que mesmo que o
indivíduo tenha noção sobre o uso excessivo das redes sociais, estes continuam
utilizando de forma contínua e prejudicial. Assim, novos comportamentos originários
do impacto provocado pelo uso de redes sociais passam a ser objeto de estudo de
vários pesquisadores, bem como os novos problemas e conflitos psicológicos
advindos desse novo cenário, que podem demandar tratamento profissional (APA,
2014).
Entre os sinais de identificação dos riscos para a saúde mental, se destacam,
principalmente, a incapacidade de concentração, longos períodos noturnos online,
dificuldade em interação social, sintomas depressivos na ausência de postagens,
interação apenas online, diversos problemas emocionais, dependência do uso das
redes sociais para regulação do humor, dificuldades em se desligar dessas redes
sociais, ansiedade e uma busca contínua por curtidas e comentários em seus posts,
além do uso impulsivo da internet no dia a dia, agressividade e dominância em
desafios, realizar postagens com ideias narcisistas, compartilhamento excessivo e por
fim, a comparação e a vulnerabilidade diante da opinião de outras pessoas (SOUZA,
CUNHA, 2019), em resumo, o usuário se torna refém da rede social.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, saúde mental é “um estado
de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades,
recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a comunidade”
(OMS, 2017). Ser produtivo, nessa perspectiva, diz respeito não só a ser funcional no
trabalho ou ocupação, mas também ser capaz de desempenhar os vários papéis que
se tem na vida. Pequenas ações, inseridas no cotidiano, podem provocar grandes
mudanças ao longo do tempo, com um impacto positivo no nosso corpo e mente.
Há alguns anos, os problemas relacionados a saúde mental, tem tido uma
maior visibilidade, principalmente quando relacionados com o uso da internet e rede
social, sendo a ansiedade e a depressão os mais conhecidos e comentados. A
ansiedade e a depressão, possuem relação entre si, fazendo com o que o indivíduo
tenha comportamentos que podem atrapalhar sua rotina e dia a dia, havendo também
a possibilidade de uma única pessoa ter ambos os problemas.
Dito isso, à ansiedade é definida como um estado de mente evasivo e
apreensivo, que está em constante preocupação com dificuldades ou obstáculos
futuros. Na psicologia tradicional, é demonstrado que pessoas ansiosas apresentam
tendências em sofrer múltiplos transtornos que envolvam percepção e avaliação
falhas, como leitura exagerada/incorreta de perigos iminentes, com certa frequência,
concretizando um processamento equivocado de informação (DHIR et al, 2018). Para
o Centro-Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde
(BIREME) a ansiedade se dá pela “Sensação ou emoção de pavor, apreensão e
desastre iminente, porém não incapacitante como nos Transtornos de Ansiedade”
Já a depressão, para o Centro-Latino Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde (BIREME), é “o estado depressivo, geralmente de intensidade
moderada quando comparados ao Transtorno Depressivo Maior, presente nos
transtornos neuróticos e psicóticos”. Se dá também pelo estado emocional em que a
vivência de sensações prazerosas é reduzida ou desaparece. Estudos associam a
depressão com outros sintomas psicológicos como o estresse, angústia, humor
apático e sugerem que o estado depressivo tenha influência em ambos os processos
físicos e mentais. Incluindo interferência em rotinas diárias como a alimentação, sono
e movimentação, perda de concentração e motivação, fadiga e ainda diminuição de
resposta motora geral (DHIR, A, et al, 2018), podendo assim afirmar que a depressão
é uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. (Word Health
Organization, 2016).
Tanto a ansiedade quanto a depressão são decisivas no tamanho e estrutura
dos círculos sociais dos indivíduos, na qualidade de interação com tais círculos, bem
como na capacidade de receber suporte social (SEABROOK et al, 2016). Pessoas
com ansiedade, que usam redes sociais, têm uma tendência em reafirmar e validar a
sua autoestima e valor próprio ou reduzir sentimentos de incômodos de incerteza e
preocupações postando em redes sociais com maior frequência para obter mais
comentários e interações do tipo “curtir”, assim como o acesso aumentando a este
tipo de mídia pode se dar como meio primário de comunicação para reduzir o medo
de críticas sociais e rejeições (VANNUCCI et al, 2017).
Se tratando de depressão, outros sintomas e problemas tendem a aparecer,
principalmente com relação a regulação comportamental e afetiva, sendo assim a
depressão pode tornar indivíduos mais passíveis às dificuldades psicológicas,
fisiológicas e interpessoais (DHIR et al, 2018), aumentando o risco de um uso das
redes sociais problemáticos e potencialmente danoso.
Importante destacar que durante a pandemia (COVID-19), houve uma restrição
de contato físico mundial para que houvesse o controle da propagação do novo
coronavírus (KHANNA et al., 2020; ROSER et al., 2020). Como resultado, grande
parte da população passou mais tempo em casa do que anteriormente à pandemia,
elevando o uso das mídias e redes sociais. Sendo assim, estudos recentes mostram
que durante essa estadia em suas casas, o uso das redes sociais prolongado pode
ter gerado problemas de saúde mental (AHMAD MURAD, 2020; ALLINGTON et al.,
2020), como depressão (ZHONG et al., 2021) e ansiedade (BOURSIER et al., 2020).
Essa situação, por sua vez, foi associada pelo maior uso da internet para que
houvesse a compensação do aumento da sensação de solidão (BOURSIER et al.,
2020).
Consequentemente, é possível observar que o aumento no tempo dedicado às
redes sociais pode estar relacionado com um sentimento de isolamento do mundo
real, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos mentais (SOUZA KD,
CUNHA MXC, 2019). Ademais, o uso da internet possui um impacto direto e negativo
na saúde mental. Isso ocorre pela utilização do conteúdo nas redes sociais como
modelo de comparações negativas (TAVARES AFBCC, 2020).
Dessa forma, a escolha do tema justifica-se por ser um assunto atual, fazendo-
se necessária a discussão com a finalidade de conscientizar a sociedade do mal que
o uso excessivo desses meios pode causar na saúde mental dos usuários. Nesse
sentido, o objetivo do presente trabalho é entender e identificar os impactos que o uso
excessivo das redes sociais na saúde mental de seus usuários, em relação à
ansiedade e à depressão.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar os impactos que o uso excessivo das redes sociais na saúde mental
de seus usuários, em relação à ansiedade e à depressão.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Apresentar conceitos de Internet e Redes Sociais;


- Discutir o conceito de saúde mental;
- Analisar a associação entre o uso das redes sociais com a ansiedade e
depressão.
3 METODOLOGIA

O presente trabalho tem como método a revisão integrativa de literatura. A


revisão integrativa consiste no entendimento de um determinado fenômeno baseando-
se em estudos anteriores (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO; 2008), com o propósito de
identificar artigos completos para análise na íntegra, avaliando a associação entre a
influência das redes sociais e a saúde mental de seus usuários.
A revisão integrativa é composta por 6 fases importantes (MENDES et al,
2008), sendo elas: 1) Identificação do tema e definição da pergunta norteadora, sendo
esta a fase mais importante da revisão, a qual deve ser elaborada de forma clara e
específica; 2) Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; 3)
Coleta de dados e definição das informações a serem extraídas dos estudos
selecionados; 4) Análise crítica dos estudos incluídos, que demanda uma abordagem
de forma organizada para que sejam avaliadas as características de cada estudo; 5)
Discussão dos resultados, onde é comparado os dados coletados na análise dos
artigos; 6) Apresentação da revisão integrativa, que deve ser clara e completa, de
forma que o leitor consiga avaliar os resultados.
O trabalho aborda o uso das redes sociais e se, de alguma forma, isso pode
interferir em seus usuários. Sendo assim, o estudo pretende responder aos seguintes
questionamentos: De que forma as redes sociais podem afetar a saúde mental de
seus usuários? Qual a relação entre o uso excessivo das redes sociais, com a
ansiedade e a depressão?
A coleta de dados foi executada por meio de pesquisa de artigos publicados.
Para essa pesquisa, foram feitas buscas nos idiomas português e inglês, através das
bases de dados Science Direct, Periódicos Eletrônicos em Psicologia (Pepsic),
American Psychological Association (APA) e Eletronic Library Online (SciELO),
publicados entre 2017 e 2022. Os termos de busca utilizados em combinação foram
“Rede social” and “Ansiedade” and “Depressão”. A busca ocorreu entre setembro e
outubro de 2022.
Durante a busca foram aplicados critérios de inclusão e exclusão. Os critérios
de inclusão se deram por: 1) Artigos no Idioma da Língua Portuguesa e Inglesa; 2)
Artigos com o tema central relacionado com o objetivo do presente trabalho; 3) Artigos
contendo os termos “Rede Social”, “Ansiedade” e “Depressão” no título ou no texto.
Já o critério de exclusão se deu por: 1) Artigos com temas que se divergiam do tema
principal da pesquisa.
A busca inicial totalizou 410 materiais. Destes materiais, com base nos títulos,
42 foram pré-selecionados e baixados. Após a leitura do resumo e das palavras-
chave, dos artigos baixados, foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão,
resultando em 08 artigos que foram lidos na íntegra e responderam ao objetivo do
trabalho. O fluxograma a seguir apresenta as etapas descritas.

Sendo assim, é possível observar no fluxograma que, após a aplicação dos


procedimentos de seleção, restaram 08 artigos que se adequam aos critérios de
inclusão e exclusão e que poderiam responder às perguntas da pesquisa, sendo que
todos os artigos selecionados, foram na língua inglesa. A seguir serão apresentados
os resultados encontrados nestes estudos.
4 RESULTADOS

Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi elaborada uma tabela,
que permite a fácil visualização dos resultados. Na tabela constam as seguintes
informações: referência com ano de publicação, objetivo, método de pesquisa e
principais resultados. A pesquisa resultou em oito artigos, apresentados a seguir:
Referência Objetivo Método Principais Resultados e Conclusões
Examinar como o apego Uma amostra de 210 Os resultados mostram que a satisfação com a vida teve associação
ansioso, o medo de participantes, responderam negativamente com o uso problemático das redes sociais. Dessa
perder e a satisfação a um link anônimo forma, é demonstrado que a menor satisfação com a vida, em conjunto
BOUSTEAD; com a vida influenciam anunciado em sites de ao apego ansioso, gera o medo de perder, que consequentemente
FLACK; (2021) simultaneamente o uso troca de dissertação do contribui para o uso problemático de sites de redes sociais.
problemático de redes Facebook.
sociais.

Explorar os sintomas de Uma amostra de 359 Em comparação com os indivíduos do grupo de perda de smartphone,
saúde mental, como: alunos participou de uma os indivíduos com perda de mídia social evidenciaram relações mais
depressão, ansiedade e pesquisa na web. Foi fortes entre a regulação da emoção supressiva com depressão,
ELHAIA;HALLC; estresse - a partir de um aplicado o Questionário de ansiedade e estresse da perda imaginada. Desregulação emocional
ERWINA; (2018) cenário imaginário de Regulação das Emoções e pode estar associada à psicopatologia por perder o acesso às mídias
perda de smartphone e a Escala de Estresse de sociais. A regulação da emoção não parece fazer diferença na
redes sociais. Ansiedade Depressiva-21 psicopatologia da perda imaginada do smartphone.
(DASS-21).
Resumir os achados Revisão sistemática e Os resultados da meta-análise de efeitos aleatórios mostram uma
sobre a relação entre os meta-análise, seguindo as correlação entre FoMO e uso de SNS e entre FoMO e PSNSU. O
níveis de FoMO (Fear diretrizes PRISMA FoMO foi correlacionado com depressão, ansiedade e neuroticismo e
FIORAVANTI; Of Missing Out) e o uso (Preferred Reporting Items negativamente correlacionado com a consciência.
CASALE; de SNS (sites de redes for Systematic Reviews and
BENUCCI; et al. sociais) e PSNSU (Uso Meta Analyses).
(2021) problemático do SNS). A amostra incluiu 33
amostras independentes
com um total de 21.473
participantes.
Entender a associação Uma amostra de 763 Os resultados apoiam evidências emergentes de que o engajamento
HAWES; entre o uso das redes participantes adolescentes e o comportamento das mídias sociais, particularmente atividades que
GEMBECK; sociais e os desajustes e adultos jovens, envolvem comparações e julgamentos de aparência, podem ser um
CAMPBELL; emocionais responderam a uma risco maior para sintomas de depressão e ansiedade social.
(2020) pesquisa
Referência Objetivo Método Principais Resultados e Conclusões
Examinar métodos de Foi identificado pesquisas, Pouco se sabe sobre o PSNSU na idade adulta média e tardia e
pesquisa que tem sido estudos longitudinais e de estudos futuros devem visar recrutar mais participantes dessa faixa
HUSSAIN;
empregados para neuroimagem, bem como etária. Conclui-se desta revisão que os métodos usados na pesquisa
STARCEVIC;
investigar PSNSU (uso vários estudos usando sobre PSNSU tem vantagens e limitações.
(2020)
problemático do SNS). outros métodos de
pesquisa.
Determinar se o uso Uma amostra O uso de múltiplas plataformas de rede social está
independente de várias nacionalmente independentemente associado a sintomas de depressão e ansiedade.
PRIMACK;
plataformas de rede representativa de 1.787 Essas associações são fortes o suficiente para que possa ser valioso
SHENSA;
social tem associação jovens adultos dos EUA para os médicos perguntarem a indivíduos com depressão e
VIERA; et al.
com a depressão e com idades entre 19 e 32 ansiedade sobre o uso de múltiplas plataformas e aconselhamento
(2017)
ansiedade. anos. sobre este potencial fator contribuinte.

Com base em dados de Com base em dados O nível de depressão está significativamente relacionado com as
usuários do Facebook, o comportamentais de 393 atividades no Facebook. Os resultados demonstram que o tipo de
objetivo da pesquisa é usuários do Facebook, a atividade em si (por exemplo, curtidas, comentários e tags) é mais
demonstrar a conexão pesquisa demonstra a relevante no que diz respeito à depressão. Além disso, a
WEE; JANG;
entre depressão e interação entre depressão personalidade desempenha um papel crítico nos comportamentos de
LEE; et al. (2017)
ansiedade na rede e personalidade. Foi redes sociais.
social. aplicada a escala CES-D e
IPIP (International
Personality Item Pool)
Examinar as relações Revisão Sistemática. Foi descoberto que a depressão tem uma correlação pequena com a
entre o uso do SNS Foram realizadas 4 meta- quantidade de exposição ao SNS. Além disso, foi estendida a literatura
(sites de redes sociais) análises separadas, mostrando que as comparações sociais feitas no SNS estão mais
YOON; e a depressão. relacionadas com a fortemente relacionadas à depressão do que as simples variáveis de
KLEINMAN; depressão com: (1) tempo uso, apoiando assim a noção teórica de que as comparações sociais
MERTZ; et al. gasto no SNS, (2) feitas no SNS podem ser uma razão para o fenômeno da depressão
(2019) frequência de verificação no Facebook.
do SNS, (3) geral e (4)
comparações sociais no
SNS.
A partir dos dados apresentados na tabela, é possível observar que as datas
de publicação entram nos critérios de busca, sendo dois artigos publicados em 2017
(WEE; JANG; LEE; et al., 2017; PRIMACK; SHENSA; VIERA; et al., 2017), um artigo em
2018 (ELHAIA; HALLC; ERWINA, 2018), um artigo em 2019 (YOON; KLEINMAN;
MERTZ; et al., 2019), dois artigos em 2020 (HUSSAIN; STARCEVIC, 2020; HAWES;
GEMBECK; CAMPBELL, 2020) e dois artigos em 2021 (FIORAVANTI; CASALE;
BENUCCI; et al., 2021; HUSSAIN; STARCEVIC; 2020)
Em relação aos objetivos, são apresentados cinco artigos com o mesmo
propósito, que é analisar se há conexão e relação entre o uso das redes sociais com
possíveis doenças psicológicas de seus usuários, não havendo estudos relacionados
apenas com a ansiedade e a depressão, em conjunto (YOON; KLEINMAN; MERTZ; et
al., 2019; BOUSTEAD; FLACK, 2021; WEE; JANG; LEE; et al., 2017; HAWES;
GEMBECK; CAMPBELL, 2020; PRIMACK; SHENSA; VIERA; et al., 2017). Outro artigo
tem como objetivo explorar as classificações de sintomas de saúde mental -
depressão, ansiedade e estresse - a partir de um cenário imaginário de perda de
smartphone e perda da rede social (ELHAIA; HALLC; ERWINA; 2018). Já o outro
artigo traz a relação entre os níveis de foMO (Fear of Missing Out – medo de perder),
com o uso de sites de redes sociais e o uso problemático de sites de redes sociais
(FIORAVANTI; CASALE; BENUCCI; et al.,2021). Por fim, o último artigo apresenta
métodos de pesquisa que têm sido empregados para investigar o uso problemático
das redes sociais (HUSSAIN; STARCEVIC; 2020).
Referente a metodologia, cinco estudos utilizaram como método a pesquisa
quantitativa (ELHAIA; HALLC; ERWINA,2018; BOUSTEAD; FLACK, 2021; WEE;
JANG; LEE; et al., 2017; HAWES; GEMBECK; CAMPBELL, 2020; PRIMACK;
SHENSA; VIERA; et al, 2017). Dois artigos usaram a revisão sistemática
(FIORAVANTI; CASALE; BENUCCI; et al., 2021; YOON; KLEINMAN; MERTZ; et al.
2019), e um dos artigos elaborou pesquisas, estudos longitudinais e de neuroimagem
(HUSSAIN; STARCEVIC; 2020).
Com relação aos resultados e conclusões, de oito artigos selecionados, sete
deles, de alguma forma, associam o uso de rede social ou o uso problemático de rede
social, com doenças psicológicas. Dentre os artigos utilizados, houve a associação
com ansiedade, depressão, foMO (medo de perder) e estresse, não necessariamente
todos juntos. Um dos artigos até coloca a importância de os médicos virem a
questionar os pacientes com ansiedade e depressão, sobre o uso das plataformas e
informar sobre este potencial fator que pode estar contribuindo para isso. (PRIMACK;
SHENSA; VIERA; et al. 2017). Já o artigo que não associou o uso de redes sociais
com a ansiedade e depressão, teve o resultado como indefinido, declarando que ainda
não se sabe muito sobre o uso problemático das redes sociais, afirmando a
importância sobre haver estudos futuros que visem melhorar essa compreensão
(HUSSAIN; STARCEVIC; 2020).

5 DISCUSSÃO

As redes sociais estão fazendo cada vez mais parte do dia a dia das pessoas.
Muitas vezes os usuários não percebem quanto essas ferramentas podem vir a
interferir positiva ou negativamente em suas vidas. Sendo assim, segundo Nanni e
Cañete (2010), as redes sociais têm como papel atuar de diferentes formas, no intuito
de fortalecer círculos de amizade, conhecer pessoas de diferentes culturas, trocar
experiências e compartilhar ideias. Vale destacar também que as redes, por serem
fenômenos coletivos, têm como objetivo o relacionamento de grupos, pessoas,
comunidades e até mesmo organizações, possibilitando os mais diversos tipos de
relações de amizade, trabalho, estudo, etc.
Contudo, o uso efetivo e constante das redes sociais virtuais é motivo de
preocupação para muitos especialistas, principalmente entre os jovens usuários.
Médicos relacionam muitas doenças de transtornos mentais ligando-as diretamente
ao uso da tecnologia digital (GOMES, GOMES, SILVA, 2016). Sendo assim, o
presente estudo buscou verificar quais os impactos que o uso excessivo das redes
sociais tem na saúde mental de seus usuários, tendo como foco principal, a ansiedade
e a depressão. Conforme analisado nos artigos e apresentado nos resultados, existe
a relação de problemas psicológicos com o uso excessivo das redes sociais.
Inicialmente, o estudo de Elhaia, Hallc e Ewrina (2018) contou com 359
estudantes universitários (com idades entre 18 e 25 anos). Foi feita uma pesquisa pela
web, sendo que o cenário utilizado foi a perda imaginária do uso de smartphones e
redes sociais. Os participantes tiveram uma pesquisa feita pela web, no site
Psychdata.com. Primeiro foi aplicado um pré-teste incluindo o DASS-21 (Escala de
Depressão, Ansiedade e Estresse - versão curta) e o ERQ (Questionário de
Regulação Emocional). Após, foi dividido de forma aleatória os participantes para uma
das duas condições. 179 (cento e setenta e nove) participantes receberam a perda do
smartphone e 180 participantes receberam o cenário de perda da rede social.
Para o grupo de perda de smartphone, foi declarado: “Imagine que seu telefone
precisa ser consertado, e o técnico disse que levaria dois dias consecutivos (48h) para
consertar, sem um celular emprestado disponível.” Já para o grupo da perda de rede
social, foi declarado: “Imagine não ter acesso às suas contas de rede social (por
exemplo, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, etc.) por dois dias consecutivos (48
h).”
Para o DASS-21, foi medida a depressão, estresse e ansiedade, incluindo
opções de respostas que variam de 0 “não se aplica a mim” a 3 “aplica-se muito a mim
ou na maioria das vezes” com relação aos sintomas experimentados na última
semana. Já para o ERQ, foi medida a regulação de emoção, com uma escala de auto-
relato de 10 itens de reavaliação cognitiva e baixa expressiva na regulação da
emoção. A opções de resposta variam de 1 = “discordo totalmente” a 7 = “concordo
totalmente”. Após foi questionado sobre dispositivos eletrônicos e serviços online
específicos usados pelos participantes.
Sendo assim, em comparação com os indivíduos do grupo da perda do
smartphone, os indivíduos que tiveram a perda das redes sociais demonstraram
relações mais fortes entre a regulação de emoção supressiva com depressão,
ansiedade e estresse da perda imaginada. A regulação emocional não foi relacionada
à psicopatologia para sujeitos no cenário de perda do smartphone. Por fim, os
resultados sugerem que a desregulação emocional pode estar associada à
psicopatologia pela perda de redes sociais.
Nesse mesmo sentido, o estudo de Fioravanti, Casale, Benucci et al. (2021),
foi examinar os efeitos potenciais do Fear Of Missing Out (FoMO), no uso do site de
rede social (SNS) e no uso problemático do SNS (PSNSU). FoMO, recebeu uma
atenção científica muito grande recentemente no campo das redes sociais, pelo fato
de que as redes sociais são consideradas ideais para cumprir com o desejo de
permanecer conectados com o que os outros estão fazendo, podendo observar a
correlação com estudo de Elhaia; Hallc; Ewrina (2018), onde os participantes que
perderam suas redes sociais, foram os mais afetados.

Para este estudo foi feita uma revisão sistemática e meta-análise que seguiram
as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews And Meta
Analyses), ou seja, os principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-
análises. A amostra incluiu 33 amostras independentes com um total de 21.473
participantes. As pesquisas foram feitas nas bases de dados Medline, Scopus e Web
of Science Direct, para estudos elegíveis publicados até dezembro de 2019.
O estudo indica que o FoMO está positivamente relacionado ao SNS (uso de
Sites de Redes Sociais) e PSNSU (Uso Problemático de Sites de Redes Sociais). A
relação entre FoMO e PSNSU, foi mais forte do que a relação entre FoMO e SNS.
De acordo com Przybylski et al. (2013) e pesquisas subsequentes, o FoMO é
impulsionado por diferenças individuais (sejam elas necessidades não atendidas,
baixa satisfação com a vida ou traços de personalidade). O autor menciona que o
FoMO precisa ser entendido no contexto dos fatores predisponentes, ou seja, que tem
uma propensão maior em determinada situação. Sendo assim, indivíduos neuróticos
têm uma predisposição ansiosa e tendem a se preocupar com maior facilidade.
Consequentemente, são indivíduos vulneráveis, inseguros e emocionalmente
instáveis, podendo ter uma maior preocupação em serem excluídos socialmente,
aumentando os níveis de FoMO.
O FoMO foi positivamente correlacionado com depressão, ansiedade e
neuroticismo. O conceito da sigla foi introduzido para explicar porque algumas
pessoas podem ser especialmente atraídas pelas redes sociais. Desta forma, o artigo
traz a questão da preocupação de que outros possam estar tendo experiências
gratificantes das quais se está ausente, demonstrando ser um gatilho para o uso
compulsivo de plataformas sociais, impulsionado pela necessidade de entrar em
contato com os outros, ou como ferramenta para desenvolver competência social.
Ainda nesse mesmo sentido, a pesquisa feita por Boustead; Flack; 2021, traz
que o uso de sites de redes sociais é um comportamento social que tem a capacidade
de causar problemas na população. O apego ansioso tem uma forte relação com o
uso problemático de redes sociais. Ademais, o medo de perder e a satisfação com a
vida apareceram como consequências pelo uso problemático de redes sociais. Dessa
forma, foi feito um estudo com 188 participantes que responderam um link anônimo
que foi anunciado no site onde a pesquisa estava postada. A idade dos participantes
variou de 18 a 72 anos. O intuito do estudo foi examinar como o apego ansioso, o
medo de perder e a satisfação com a vida poderiam influenciar simultaneamente o
uso problemático de redes sociais.
Para conseguir avaliar o uso problemático de sites de redes sociais, foi utilizada
a Escala de Uso Compulsivo da Internet (CIUS), sendo ela modificada, substituindo o
termo “internet” por “redes sociais”. O CIUS apresentou 14 itens de autorrelato para
refletir cinco domínios de uso compulsivo. Os itens da amostra incluem: “Você está
com falta de sono por causa do uso de seu site de rede social” (perda de controle);
“Você pensa em rede social, mesmo quando não está online (preocupação); “Você se
sente inquieto, frustrado ou irritado quando não pode usar as redes sociais?”
(cancelamento); “Você acessa as redes sociais quando está se sentindo para baixo?”
(enfrentamento e humor); “Você acha que deveria usar as redes sociais com menos
frequência” (conflito). Cada item foi pontuado em uma escala de 5 pontos (1 = nunca,
5 = muito frequentemente).
Os resultados mostram que a satisfação com a vida teve associação
negativamente com o uso problemático das redes sociais. Dessa forma, é
demonstrado que a menor satisfação com a vida, em conjunto ao apego ansioso, gera
o medo de perder (também conhecido com a expressão FoMO), que
consequentemente contribui para o uso problemático de sites de redes sociais. Sendo
assim, percebe-se uma certa recorrência com o fenômeno de estar perdendo algo,
quando o usuário não está interagindo nas redes sociais. Em resumo, há uma
indicação que ter um nível maior de satisfação com a vida, naqueles que se envolvem
no uso problemático de redes sociais, pode ser uma boa estratégia de prevenção e
tratamento (BOUSTEAD; FLACK; 2021).
Ademais, três pesquisas (YOON; KLEINMAN; MERTZ; Et Al., 2019; HUSSAIN;
STARCEVIC, 2020; WEE; JANG; LEE; et al., 2017) tiveram como base de estudo a
associação do uso da rede social Facebook, com a depressão, havendo relação nos
três estudos, do uso da plataforma com o índice de depressão.
Dessa forma, começando por Yoon; Kleinman; Mertz; et al. (2019), estes fazem
um estudo para ver se há relação entre o uso de sites de redes sociais, em específico
o Facebook, com a depressão. A depressão no Facebook é definida como sentir-se
deprimido após muita exposição a sites de redes sociais (SNS). As argumentações
feitas pelos pesquisadores foram que as comparações sociais feitas no SNS são a
chave para o fenômeno da depressão no Facebook. Desta forma, para examinar as
relações entre o uso do SNS e a depressão, foram realizadas 4 meta-análises
separadas, relacionadas com a depressão com: (1) tempo gasto no site de rede social
(SNS), (2) frequência de verificação do SNS, (3) geral e (4) comparações sociais no
SNS.
A pesquisa na literatura se deu por 33 artigos com uma amostra de 15.881,
para o tempo gasto em SNS, 12 artigos com uma amostra de 8041 para frequência
de verificação de SNS e 5 artigos com uma amostra de 1715 e 2298 para as análises
gerais e de comparação social, respectivamente. Foram utilizados artigos até fevereiro
de 2018, usando as seguintes bases de dados: PsychInfo, PubMed e ProQuest, sendo
utilizado como busca complementar também o Google Acadêmico. As seguintes
palavras-chave foram pesquisadas com depressão ou depressão ou depressivo
(dentro de todos os campos de texto): mídia social ou redes sociais online o Facebook
ou Snapchat ou Instagram ou Twitter (dentro de resumo em PsychInfo e dentro em
títulos em ProQuest).
Sendo assim, em ambas as análises de uso do SNS, sendo uma delas o maior
tempo gasto no SNS e a outra, a frequência de verificação do SNS, tiveram
associação a níveis mais altos de depressão. Além do mais, houve níveis mais altos
de depressão associados a comparações sociais gerais no SNS. Essas comparações
sociais no SNS foram fortemente relacionadas à depressão, do que o tempo gasto no
SNS. Ademais, segundo Tromholt (2016), foi feito um estudo experimental que
demonstrou que a satisfação com a vida dos participantes aumentou após não usar
SNS por uma semana, em comparação com aqueles que continuaram usando SNS.
(Yoon; Kleinman; Mertz; et al. 2019).
Igualmente, para Hussain; Starcevic; (2020), o uso de sites de redes sociais
(SNS) é uma atividade do dia a dia para milhões de pessoas no mundo inteiro.
Dependendo da situação, o aumento do uso do SNS pode levar ao uso problemático
do site de rede social (PSNSU). Há um grande número de estudos que demonstram
associações entre a PSNSU e diversas variáveis psicossociais. Isto posto, o estudo
se dá por uma revisão que examina brevemente os métodos de pesquisa que têm
sido empregados para investigar PSNSU (2018-2020). Foram identificadas pesquisas,
estudos longitudinais e de neuroimagem, bem como alguns estudos usando outros
métodos de pesquisa.
Foram utilizados sete estudos longitudinais de PSNSU. Cinco desses estudos
foram conduzidos na Europa. O estudo relatou uma faixa etária de até 71 anos e o
período de acompanhamento variou de 6 semanas a 3 anos. Nestes estudos foram
reveladas diversas associações entre a gravidade da PSNSU e diferentes variáveis.
A gravidade da PSNSU e a depressão podem ter uma relação bidirecional, pois dois
estudos relatam que a gravidade da PSNSU previu a depressão, enquanto outro
estudo sugeriu que a depressão era um fator de risco para o desenvolvimento da
PSNSU. Foi prevista também pela PSNSU, a insônia e desfechos relacionados ao
suicídio.
Já nos estudos de neuroimagem, foram apresentados dois únicos estudos e
ambos os estudos foram conduzidos nos EUA, pelo mesmo grupo de pesquisadores
e em pequenas amostras. A faixa etária dos participantes de ambos os estudos foi
entre 18 e 62 anos, sendo a maioria dos participantes, jovens. Os resultados dos
estudos de neuroimagem da gravidade do PSNSU são parecidos com estudos de
neuroimagem da dependência de substâncias. Os outros métodos de pesquisa,
tiveram nove estudos que usaram diversos outros métodos para investigar a PSNSU.
Quatro desses estudos foram realizados nos EUA e três na Europa, o tamanho da
amostra variou de 38 a 615 e a maioria dos participantes eram jovens. Conclui-se
desta revisão que os métodos usados na pesquisa sobre PSNSU tem vantagens e
limitações.
De igual modo, para Wee; Jang; Lee; et al. (2017), a literatura traz a noção de
que indivíduos depressivos têm uma maior probabilidade de serem socialmente
desajustados e se comportam de maneira diferente daqueles que não estão
deprimidos. Dessa forma, os autores entram com duas perguntas de pesquisa, sendo
elas: “1) Como o estado mental de depressão afeta as atividades de comunicação dos
usuários?; 2) Como o neuroticismo modera o efeito da depressão em cada um dos
usuários 1. nas atividades de transmissão, 2. nas atividades de saída e 3. na
atividades de entrada?”
Para a pesquisa foi utilizada uma base de dados comportamentais de 393
usuários do Facebook, demonstrando a interação entre depressão e personalidade.
Houve a participação dos usuários em diferentes níveis de atividades correspondentes
aos seus níveis de depressão, sendo que o efeito da depressão nas redes sociais foi
regulado pela personalidade. O Facebook armazena automaticamente todas as
atividades de cada usuário, como curtidas e comentários, em um formato rastreável.
Assim, os pesquisadores ganham a oportunidade de observar dados discretos. Dois
procedimentos foram empregados; rastreamento de dados e pesquisa. Primeiro,
dados sobre perfis de usuários e comportamentos de atividades no Facebook são
rastreados por meio de um aplicativo da web. Em segundo lugar, são realizadas duas
pesquisas para medir a depressão e o neuroticismo, respectivamente (Wee; Jang;
Lee; et al. 2017).
Para medir o grau de Depressão e rastrear transtornos depressivos foi aplicada
a escala CES-D (Center for Epidemiologic Studies Depression). O CES-D é um
inventário de autorrelato baseado na contagem do número de sintomas depressivos
de um indivíduo, sendo composta por 20 itens, que questionam com que frequência o
participante experimentou cada um dos sintomas identificados em cada item, durante
a última semana.
Já o neuroticismo foi medido pelos itens disponíveis no IPIP (International
Personality Item Pool). Goldberg (1999) propôs uma medida colaborativa de avaliação
da personalidade, ou seja, que poderia ser compartilhada e revisada por outros
pesquisadores em público.
Em conclusão, há uma relação significativa entre o nível de depressão com as
atividades do Facebook. É demonstrado nos estudos que o tipo de atividade em si
(curtidas e comentários) é mais relevante no que diz respeito a Depressão. Além de
que a personalidade desempenha um papel crítico nos comportamentos de redes
sociais. Ainda, é visto que, até que a vulnerabilidade do usuário à angústia e
instabilidade emocional (nível de neuroticismo) atinja um determinado ponto, há uma
relação da depressão ao nível de atividade, independentemente do tipo. Por fim,
apesar de todas as descobertas, os autores entendem que a pesquisa ainda pode ser
melhorada, analisando com mais detalhes os conteúdos das postagens (WEE; JANG;
LEE; et al. 2017).
Já, Hawes, Gembeck, Campbell, (2020), entendem que existe um clima de
comparação social e preocupação com a aparência, dentro das mídias sociais
(incluindo as redes sociais), podendo também representar riscos para problemas
emocionais, como depressão, em conjunto da ansiedade social. O estudo contou com
763 adolescentes e jovens adultos que responderam a uma pesquisa e relataram
gasto e intensidade no uso das mídias/redes sociais. Os participantes do ensino médio
variaram de 12 a 17 anos e os participantes estudantes universitários variaram de 16
a 25 anos.
Sendo assim, foi descoberto que a frequência e intensidade com o uso de
mídias sociais (incluindo redes socias), em adolescentes e adultos jovens, podem
apresentar um pequeno risco para sintomas de depressão, ansiedade social e
ansiedade com aparência, mas é especialmente a preocupação com atividades
baseadas na aparência nas mídias e redes sociais que podem ter um impacto negativo
muito maior. Dessa forma, os pesquisadores entendem necessário haver mais
pesquisas acerca desse tema para uma maior clareza sobre o assunto (Hawes;
Gembeck; Campbell, 2020).
Por fim, sendo o único artigo que mencionam a depressão e ansiedade em
conjunto, Primarck; Shensa; Vieira; et al. (2017), semelhantemente a outros autores,
mencionam que mesmo que o aumento do tempo gasto em mídias e redes sociais já
tenha sido associado à depressão e ansiedade, o papel independente do uso de várias
plataformas ainda não é claro. Os jovens adultos estão cada vez mais envolvidos com
as mídias sociais. Cerca de 90% dos jovens adultos nos EUA usam mídias/redes
sociais e a maioria dos usuários visita esses sites pelo menos uma vez por dia (PEW
RESEARCH CENTER, 2015 apud PRIMARCK; SHENSA; VIEIRA; et al. 2017). O
envolvimento por meio de plataformas como Facebook, Twitter, Reddit, Instagram,
Snapchat e Tumblr pode fornecer oportunidades para manter contato com familiares
e amigos, podendo haver também outras interações sociais.
A pesquisa foi elaborada com uma amostra nacionalmente representativa de
jovens adultos nos EUA com idade entre 19 e 32 anos, em relação ao uso de
mídia/rede social, depressão e ansiedade. Foi extraída uma amostra de um painel de
pesquisa on-line, não voluntário, baseado em probabilidade, mantido pela Grouwth
from Knowledge (GfK), o qual recrutou participantes por meio de discagem aleatória
de dígitos e amostragem baseada em endereço. Esse método de amostragem,
basicamente seleciona aleatoriamente endereços do Arquivo de Sequência de
Entrega do Serviço Postal dos EUA. Os possíveis participantes do painel são
convidados para participar, por meio de correspondência, e por meio de telefone, para
aqueles que não responderam.
Esta estratégia de amostragem da GfK é um método estatisticamente válido
para levantar e analisar indicadores de saúde de uma amostra nacionalmente
representativa (GfK KnowledgePanel, 2013). O tempo médio para a conclusão da
pesquisa foi de 15 minutos, e os participantes receberam $15 por sua participação.
Os autores encontraram associações lineares robustas entre o aumento do uso
de diversas plataformas de mídias/redes sociais com a depressão e ansiedade. As
análises trouxeram uma importante contribuição para a literatura ao sugerir que a
associação entre o uso de mídias/redes sociais e sintomas de depressão e ansiedade,
podem estar menos relacionadas ao tempo total de gasto nisso, e mais relacionadas
ao número de diferentes plataformas utilizadas por seus usuários. (Primarck; Shensa;
Vieira; et al. 2017).
Contudo, pode acontecer de esses indivíduos procurarem diversos caminhos
para um ambiente que os deixe mais confortáveis e que seja um ambiente onde se
sintam mais aceitos. Pode ocorrer também que o uso de várias plataformas de
mídias/redes sociais, leve aos seus usuários sintomas depressivos e/ou ansiosos.
Isso porque, o usuário que está deprimido e ansioso, acaba recorrendo às plataformas
para obter um suporte, porém o aumento da interação não preenche esse vazio,
podendo até levar a sentimentos de exclusão e/ou desilusão, gerando resultados
negativos para a saúde mental do indivíduo (PRIMARCK; SHENSA; VIEIRA; et al.
2017).
Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar e entender melhor
essas situações, é interessante que os usuários que usam um grande número de
diferentes plataformas, e tem sintomas depressivos e/ou ansiosos, fiquem atentos aos
sintomas. Apesar das limitações, é visível que o aumento do uso de múltiplas
plataformas de mídias/redes sociais está forte e associado a sintomas depressivos e
de ansiedade. Sendo assim, essas descobertas são importantes, especialmente
considerando o fato de que o aumento do uso de diversas plataformas está cada vez
mais comum e futuras mediações irão ajudar a desenvolver e direcionar
adequadamente as intervenções necessárias (PRIMARCK; SHENSA; VIEIRA; et al.
2017).
Dessa forma, é possível perceber que há realmente impactos causados pelo
uso excessivo da rede social nos seus usuários. Pelos estudos foi possível perceber
que em todos os artigos houve de alguma forma, alguma relação negativa com o uso
das redes sociais, bem como, um índice maior da depressão pelo pela forma que as
mesmas são utilizadas. Porém, houve uma falta de estudos onde houvesse apenas a
relação ansiedade – depressão em conjunto. Ademais, foi de extrema importância
perceber, que além da ansiedade e depressão, o medo de perder (FoMO), se mostrou
muito relevante nos dois primeiros estudos.
Apesar do resultado, espera-se um aumento de publicações científicas,
possibilitando mais discussões a respeito da temática e uma maior reflexão dos
profissionais da psicologia acerca do tema. Ademais, importante destacar que as
Redes Sociais não são negativas por si só. O seu impacto no bem-estar das pessoas
depende da forma como estas são utilizadas. Desta forma, os estudos futuros deverão
avaliar comportamentos mais específicos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As redes sociais estão cada vez mais presentes no dia a dia dos indivíduos,
atraindo desde as gerações mais novas até as mais velhas. Apesar dos diversos
benefícios que ela traz para a vida das pessoas, o mundo virtual pode ser utilizado de
forma que seja negativa para o usuário, sem ele nem mesmo perceber. Sendo assim,
é importante ressaltar que as redes sociais, podem provocar transformações
profundas, no contexto da subjetividade dos indivíduos, no seu comportamento e até
nas suas relações pessoais e interpessoais.
Sendo assim, com base nos artigos utilizados para esse estudo, é possível
visualizar que tanto o uso das redes sociais, como o uso excessivo da mesma, pode
impactar na saúde mental de seus usuários. Sugere-se que quanto mais tempo as
pessoas passam nas redes sociais, as chances de haver sintomas psicopatológicos e
consequências negativas, aumentam. Dessa forma, este aspecto requer uma atenção
redobrada, de modo a prevenir o desenvolvimento de problemas que sejam
prejudiciais para a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos.
Podemos observar também que as Redes Sociais não são negativas por si só,
mas que o seu impacto no bem-estar das pessoas dependa da forma como estas são
utilizadas. A discussão acerca deste tema é fundamental para que se possa analisar
como os jovens estão utilizando essas tecnologias sem consciência dos riscos,
carregados de fatores prejudiciais em níveis psicológicos.
Os resultados encontrados nas pesquisas demonstram relação entre as redes
sociais com sintomas de depressão, ansiedade, FoMO, menor satisfação com a vida
e julgamento com a aparência. Contudo, a partir dos resultados encontrados verifica-
se a necessidade de mais estudos na área, tendo em vista que o uso excessivo das
redes sociais é um assunto relativamente novo.
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