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GRAZIELLE LOURENÇO LAMBERT

RELAÇÕES ENTRE REGULAÇÃO EMOCIONAL E O USO DE


REDES SOCIAIS ON-LINE

ITATIBA
2021
GRAZIELLE LOURENÇO LAMBERT

RELAÇÕES ENTRE REGULAÇÃO EMOCIONAL E O USO DE


REDES SOCIAIS ON-LINE

Trabalho apresentado à disciplina Trabalho


de Conclusão de Curso em Psicologia, do
Curso de Psicologia da Universidade São
Francisco, como exigência parcial para a
aprovação na disciplina.

ORIENTADOR: PROFESSOR DR. LUCAS DE FRANCISCO CARVALHO

ITATIBA
2021
ii

AGRADECIMENTOS

Sou tão grata pelo que cultivei nesses anos de graduação e mais grata ainda pelos

frutos que já posso colher. Ainda tem mais por vir, mas sei que um ciclo importante é

encerrado a partir da entrega e aprovação deste trabalho, por isso minha gratidão se estende

a todos que estiveram comigo neste processo.

Agradeço aos meus pais que foram compreensivos em meus dias dif íceis e f oram

meu suspiro quando precisei me reestabelecer.

Agradeço a minha irmã Gabi, que com suas palavras certeiras me poten cializava e

me colocava em um lugar de ousadia e coragem, o meu lugar!

Aos queridos amigos que vieram antes da faculdade e sempre torceram e vibraram

pelo meu sucesso acadêmico, bem como o sucesso vindouro, como psicóloga, na qual

segundo eles mesmo, é a profissão que é a minha cara!

A minha dupla favorita da faculdade, que me acolhendo acabamos por nos tornar

um trio! Ficamos conhecidas assim pelos professores. E, não duvido que viramos referência

de amizade e de união para os colegas de sala. Nossa conexão, meninas, foi uma surpresa, é

um presente e será levada para sempre no meu coração! Da faculdade “pra” vida, SIM!

Agradeço ao meu orientador, professor doutor Lucas de Francisco Carvalho, que em

suas supervisões foi tão assertivo e prático, sendo capaz de trazer leveza e tranquilidade em

toda construção deste trabalho. Agradeço também a todos os professores do curso de

Psicologia do campus Itatiba, sempre deram o seu melhor, e em meio a tempos

pandêmicos, seguiram resilientes.

Por fim e o mais importante, agradeço ao meu Deus, o Senhor da minha vida! Como

é fundamental Te ter em minha mente, alma e coração... Com o Senhor sendo meu guia e

me direcionando, fez sentido, foi possível e cheguei. Obrigada pelo teu Amor!
iii

RESUMO

Lambert, G. L. (2021). Relações entre Regulação Emocional e o Uso de Redes Sociais On-
line. Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de Psicologia, Universidade São Francisco,
Itatiba

O objetivo desta pesquisa foi investigar as relações entre o uso de redes sociais on-line e a
regulação emocional. Participaram da pesquisa 154 adultos, sendo 72,5% mu lheres, com
idades variando entre 18 e 58 anos (M= 28,3; DP = 8,7). Todos os participantes foram
avaliados através de três escalas de autorrelato: Escala do Uso Generalizado Problemático
da Internet 2 (EUGPI2), Escala de Adição às Redes Sociais (EARS) e Escala de
Dificuldades na Regulação Emocional (DERS). A análise de correlação demonstrou que,
no geral, há uma associação significativa entre os domínios. Além disso, nas comparações
entre médias dos grupos observou-se diferenças significativas entre os grupos de uso
saudável e uso patológico de redes sociais on-line. Conclui-se com a presente pesquisa que
há implicações importantes entre o uso das redes sociais on-line e a regulação das emoções,
demonstrando que as interações no ambiente virtual estão associadas aos processos
emocionais dos indivíduos, o que é confirmado pela literatura prévia.

Palavras-chave: Regulação das emoções; Redes Sociais On-line; Internet.


iv

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ..........................................................................................................1

RESUMO...................................................................................................................... iii

INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 2

MÉTODO ...................................................................................................................... 9

PARTICIPANTES ............................................................................................................. 9

INSTRUMENTOS ............................................................................................................. 9

PROCEDIMENTO ........................................................................................................... 11

RESULTADOS....................................................................................................................12

DISCUSSÃO................................................................................................................ 14

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 17

ANEXO 1 - Questionários Sociodemográfico .............................................................. 21

ANEXO 2 - Escala do Uso Generalizado Problemático da Internet 2 (EUGPI2)........22

ANEXO 3 - Escala de Adição às Redes Sociais (EARS) ............................................ 24

ANEXO 4 - Escala de Dificuldades na Regulação Emocional (DERS) ...................... 26


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Correlações entre uso de redes sociais e desregulação de emoções. ..................................... 12

Tabela 2- Comparações entre médias dos grupos uso saudável de redes sociais e uso patológico de

redes sociais ............................................................................................................. 13


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INTRODUÇÃO

Sabe-se que os estudos acerca da temática das Redes Sociais On -line (RSO) não são

novos, nem estáticos. A cada dia surgem novas pesquisas e discussões que acaloram o

assunto e dão novos desdobramentos para o tema. Atualmente, o uso das redes sociais

virtuais e as interações on-line se apresentam não somente como uma forma de

entretenimento, mas como uma necessidade de firmar identidade e pertencimento no

ambiente virtual. É a partir de publicações, trocas de mensagem, hasthags, curtidas,

comentários, postagens e compartilhamentos, que as pessoas tendem a levar aquilo que

vivem, pensam ou sentem para o mundo digital. Concomitantemente, conforme af irmado

por Slater (2002), o uso das RSO também se define por um consumo cultural, no qual há

uma necessidade de suprir o desejo de participar, interagir e se comunicar nesse espaço,

dando a abertura para que se desenvolva a sociabilidade e a autoexpressão.

Sob o olhar da contemporaneidade e as novas formas como o homem tem interagido, a

necessidade do ser humano de se relacionar continua. Por isso, processos de construção de

imagem, reapresentação idealizada de si para o outro e gerenciamento de impressões,

também podem ocorrer em ambientes virtuais (Ribeiro, Falcão, & Silva, 2010). Afinal, ali

também existem expectativas de se fortalecer ou criar novos laços sociais e até mesmo de

se reforçar os padrões socialmente aceitáveis. As interações on-line têm gerado novas

formas de comunicação e de estímulo à construção de relações virtuais, além de produzir o

sentimento de liberdade, mudança da estrutura do pensamento e trazer à tona diálogos

nunca dito (Lanzarin, 2000).

De acordo Shiavi e Lorentz (2016), o Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e

YouTube são as RSO mais acessadas na atualidade e refletem como as ferramentas para
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interações sociais virtuais tornaram-se parte do cotidiano das pessoas. O TikTok, apesar d e

uma rede social muito recente, também vem ganhando cada vez mais popularidade e o

número de usuários vem aumentando a cada dia (Masciantonio, Bourguignon, Bou chat,

Balty & Rimé, 2021).

Ao observar suas funcionalidades, o Facebook permite a publicação de imagens e

textos, o Twitter privilegia apenas textos, o Instagram baseia-se principalmente em imagens

e o TikTok, exclusivamente em vídeos. Além disso, Instagram, TikTok e Twitter são

considerados unidirecionais, ou seja, o usuário pode seguir o conteúdo de alguém sem sua

aprovação, enquanto o Facebook é diádico, pois exige um aceite de outro usuário antes da

liberação de acesso ao conteúdo alheio (Masciantonio et al, 2021).

O acesso e as interações nas RSO são realizados principalmente a partir de

smartphones, e suas publicações podem estar acompanhadas de hashtags e localização do

usuário, o que pode aumentar o alcance das interações e atrair perfis de mesmo i nteresse

frente ao que é postado. Lee et al. (2015) afirmam que as razões para publicar conteúdo s

nestas RSO derivam de diversas fontes, como a necessidade de informação, de apoio da

comunidade, alcançar status e firmar a identidade. Os motivos pelo qual p essoas criam um

perfil nas RSO são advindos da possibilidade de conhecer o outro, da criatividad e que as

redes apresentam e por serem interessantes (Sheldon & Bryant, 2016).

De acordo com Masciantonio et al. (2021) o uso de cada uma das RSO tem seus

objetivos específicos. O uso do Facebook está principalmente relacionado ao suporte social

e à auto-representação. Já o Instagram e TikTok permitem que os usuários se

autodocumentem, se autopromovam, expressem sua criatividade e vejam o conteúdo de

outros. Por fim o uso do Twitter é impulsionado principalmente por necessidades de

informação e o WhatsApp pela facilidade em comunicar-se instantaneamente.


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Autores como Recuero (2007), Schiavi e Lorentz (2016) e Rachinas (2016) são

unanimes em afirmar que as RSO são parte do dia a dia das pessoas e apesar de serem

recursos de tecnologia complexa, são ferramentas facilitadoras que influenciam a maneira

como o sujeito age na vida cotidiana. Deste modo, as RSO assumem um papel tão

importante na vida de seus usuários que passam a controlar as relações e interações

interpessoais, podendo assim afetar a saúde psicoló gica e mental das pessoas (Rachinas,

2016).

Mayate e Blas (2014) acreditam que apesar de haver benefícios no uso das RSO, já que

elas auxiliam e aceleram a comunicação, por exemplo, também pode haver prejuízos pois,

ao utilizá-las os usuários podem ter a percepção de que as trocas presenciais de afeto e

interações não são necessárias. Estudos indicam que há uma percepção de maior satisf ação

na vida on-line do que na vida real pois “os sites de redes sociais trazem a possibilidade de

um mundo ideal, onde monta-se um perfil com fotos bonitas, com momentos f elizes, e só

há coisas boas e interessantes” (Shciavi & Lorentz, 2016, p.139).

Pode haver uma contrariedade no que diz respeito a veracidade daquilo que é sentido

pelo sujeito na vida real e o que é publicado no ambiente virtual, uma vez que a construção

da identidade on-line e as próprias interações que ocorrem nas RSO são influenciadas pelo

ambiente digital a partir de conteúdos que já estão definidos no ciberespaço (Carrera,

2012). Medeiros (2013) afirma que os ambientes on e off-line estão cada vez mais dif usos

entre si, dificultando o processamento das emoções e a capacidade de lidar com aquilo que

é uma experiência real e não apenas repetição ou reflexo do que é vivido virtualmente.

Marra e Santos (2015) em seus estudos sobre o processo da negociação de identidade

nas redes sociais, reiteram que as expressões manifestadas, os traços e características

expostas ou não nas RSO, se dão de acordo com os benefícios proporcionados para o
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indivíduo em seu meio de interação. Apesar dessas manifestações virtuais parecerem ser

reveladoras quanto aquilo que o sujeito sente, pensa ou deseja, pode haver uma

dissimulação quanto a verdade por detrás dessas publicações.

As interações antes feitas a partir de trocas de olhares, captação de expressões e

percepções acerca do outro na vida real, foram substituídas por mensagens e postagens

rápidas e editadas, o que demonstra uma superficialidade e instabilidade nas relações

(Ramonet, 2006). De acordo com Mussio (2017) o uso das RSO pode revelar a fragilidade

dos estados emocionais de seus usuários e até mesmo incapacitá -los de identificar seus

próprios sentimentos, bem como gerenciar suas emoções. Pois apesar de existir uma

conexão constante entre os usuários “a percepção de si mesmo e do outro não tem tempo de

ser pensada e construída com ponderação” (Mussio, 2017, p.20).

Sabe-se que as trocas sociais no geral, desempenham uma influência importante na

regulação emocional de cada indivíduo. O processo inicial dá-se no momento em que o

indivíduo partilha suas as emoções com o outro, relatando um acontecimento emocional e

as respectivas reações em relação aos sentimentos e emoções de spertados em si (Rimé,

2009). Os pesquisadores Hidalgo, Tan e Verlegh (2015) afirmam que a partilha das

emoções é uma necessidade humana. O que ocorre hoje nas RSO não deixa de ser uma

partilha das emoções, inclusive, os feedbacks que as interações virtuais propiciam facilita o

resgate dos fatos emocionais.

Na vida real, quando alguém expõe acontecimentos emocionais à outra pessoa, pode-se

alcançar um estado emocional regulado, pois compartilhar um fato emocional reduz a

intensidade da emoção ou, ao menos, possibilita a reconsideração do fato (Rimé, 2009).

Porém, tratando-se da vida on-line, não se sabe se as interações são capazes de chegar a

este fim. De acordo com Rachinas (2016), ainda que expressões emocionais sejam
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verificadas no ambiente virtual, pouco se sabe sobre a relação entre as partilhas de emoções

feita nas RSO e a regulação emocional.

A regulação emocional é algo de extrema importância para a vida de qualquer pessoa,

pois é por meio dela que estratégias de enfrentamento e formas de lidar com as experiências

boas ou ruins são desenvolvidas a fim de manter, reduzir ou aumentar as emoções (Franco,

2014). Santana e Godim (2016) afirmam que é neste processo que o indivíduo poderá ser

capaz de nomear, compreender, equilibrar e assim escolher a resposta adaptativa f rente a

diferentes situações experienciadas. O processo de regulação emocional ainda ocorre de

forma consciente ou inconsciente, de forma automática ou controlada, sendo o objetivo

principal influenciar as emoções para que elas se adequem as situações, gerem respostas

apropriadas e tornem-se mais ou menos intensa ou até mesmo duradora (Gross, 2013).

Gross e Barrett (2011) definem emoção como um conjunto de estados psicológicos que

contemplam a experiência subjetiva, a expressão e as resp ostas fisiológicas. A emoção é

também uma composição de vários sistemas que interagem coordenadame nte (Rachinas,

2016). Chóliz (2005) complementa descrevendo a emoção como sendo uma experiência

multidimensional cujos principais sistemas de resposta são o c ognitivo/subjetivo, o

comportamental/expressivo e o fisiológico/adaptativo.

Não se pode negar que o uso das RSO provoca sentimentos e emoções nos usuários. As

recentes pesquisas têm demonstrado que as emoções nas RSO são contagiantes e

influenciadas pelo teor positivo ou negativo das postagens as quais uma pessoa é exposta,

isto é, publicações quando positivas, podem gerar felicidade ou, quando negativas, levar a

sentimentos tristes (Mussio, 2017). Ainda, Fan et al (2014), em seus estudos sobre as RSO

constataram que emoções como a raiva estão mais presentes do que a alegria e é mais

facilmente difundida no ambiente virtual.


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Correa, Hinsley e Zúñiga (2010) identificaram que o estado emocional dos usuários está

associado com a frequência que utilizam as redes rociais on-line. Da mesma forma, os

estudos de Kim, Know e Lee (2009) indicam que pessoas introvertidas ou que lidam c om

algum tipo de ansiedade social usam a Internet como ferramenta de enfrentamento. Além

disso, outras pesquisas apontam que as interações nas RSO dão indícios de como está o

estado emocional de seus usuários, uma vez que as postagens e até mesmo a isenção delas

podem refletir, ao menos em partes, aquilo que uma pessoa está sentindo ou o momento

que ela está vivendo (Mussio, 2017).

A partir dos estudos apresentados, é possível notar que o uso das RSO é uma tendência

crescente e cada vez mais necessária e importante na vida das pessoas. Burke e Lento

(2010) consideram-na como ferramenta suplementar, isto é, uma extensão daquilo que se

vive na vida real, capaz de trazer muitos benefícios e podendo até mesmo ser apoio a nível

emocional. Silverstone (2004) descreve as RSO como o “quinto poder”, pois ali se

estabelecem interconexões entre pessoas e o ato de um único indivíduo pode afetar e

influenciar tantos outros.

As interações nas RSO são capazes de diminuir a solidão, promover bem -estar e

despertar emoções positivas (Rachinas, 2016). Segundo Lee, Nih e Koo (2013), quando o

indivíduo leva uma informação para o ambiente virtual na verdade ele está comunicando

seus pensamentos e sentimentos e assim se auto revelando, ou seja, mostrando ma is d e si

mesmo.

Em contrapartida, estudos mostram que as RSO podem fragilizar os estados emocionais

das pessoas, pois o que se busca na maioria das vezes é ap enas mostrar que se está bem

(Mussio, 2017). O interesse de partilhar apenas aquilo que lhe é conveniente ou agradável
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nas RSO tem levado as pessoas a definirem seus valores apenas no que é vivido on -line o

que pode ter como consequência riscos à saúde mental (Lemos, 2019).

Ramonet (2006) reitera que o ambiente virtual é instável, forjado por interesse s

momentâneos e que na mesma rapidez que as relações e interações são construídas, elas são

rompidas. Por isso, ainda que diversas emoções e sentimentos sejam experienciadas no

ambiente virtual, há o cuidado dos usuários sobre que se posta nas RSO (Schiavi &

Lorentz, 2016).

Certo é que expressar e partilhar emoções no ambiente virtual tem se mostrado cada vez

mais comum, além de ser algo que pode até mesmo facilitar a interação social (Fernades,

2016). Bazarova (2015) afirma que compartilhar as emoções nas RSO é tornar os estado s

pessoais em publicações, favorecendo a comunicação e a própria gestão das respostas

emocionais.

A regulação emocional é um processo que envolve uma experiência de natureza

multidimensional e pode incluir qualquer estratégia de enf rentamento (Leahy, Tirch &

Napolitano, 2013). Do mesmo modo, o uso das RSO é algo corriqueiro e importante para a

maior parte da sociedade atual (Lin & Lu, 2011). No entanto, apesar de haver expressão e

partilha das emoções nas RSO, ainda não se sabe se h á algum impacto na regulação das

emoções ou até mesmo se as postagens de conteúdo emocional, sentimental e as próprias

reações emotivas tem esta intenção (Rachinas, 2016). Diante do exposto, considerando que

o uso das redes sociais on-line nos dias de hoje é significativo e habitual para a maioria das

pessoas, ao tempo que, os processos de regulação emocional on -line ainda não são

completamente compreendidos, o objetivo deste trabalho é investigar as relações entre o

uso de redes sociais on-line e a regulação das emoções.


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MÉTODO

O estudo se deu por meio da pesquisa de levantamento do tipo transversal,

quantitativa, com amostragem por conveniência a fim de se descrever, explorar e explicar

os fenômenos apresentados neste trabalho.

PARTICIPANTES

Participaram deste estudo 154 adultos com idade entre 18 e 58 anos (M= 28,3; DP=

8,7), sendo a maioria mulheres (72,5%). Do total, 64,7% eram solteiros, universitários

(35,3%), autodeclarados branco (66%), sendo 89,5% pertencentes a região sudeste.

INSTRUMENTOS

Para a referida pesquisa foram utilizados quatros instrumentos, sendo eles

questionários autoaplicáveis e de autorrelato.

Escala do Uso Generalizado Problemático da Internet 2 (EUGPI2; Pontes, Caplan

& Griffiths, 2016)

A EUGPI2 é uma escala de autorrelato, que avalia o grau das cognições e dos

comportamentos do uso problemático generalizado da Internet e as consequências negativas

experienciadas pelos indivíduos, com base na teoria cognitiva -comportamental de uso

patológico da Internet de Davis (2001). E escala constituída por cinco subescalas na versão

original e por quatro subescalas na versão adaptada, sendo elas: preferência pela interação

social online; regulação do humor; autorregulação deficiente, que abrangeu as d imensões

de uso compulsivo da Internet e de preocupação cognitiva da escala original; e


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consequências negativas. Os participantes avaliaram em que medida concordavam ou

discordavam com cada uma das afirmações de acordo com escala de Likert de 7 pontos, em

que 1 corresponde a “discordo totalmente” e 7 a “concordo totalmente”. Estudo prévio

indica propriedades psicométricas adequadas (Pontes, Caplan & Griffiths, 2016).

Escala de Adição às Redes Sociais (EARS; Al-Menayes, 2015, traduzida e adaptada

por Lira, 2016)

A EARS tem como objetivo avaliar a dependência das Redes Sociais e da Internet.

É composto por 1424 itens respondidos em uma escala tipo Likert de cinco pontos, que

representam a frequência de comportamentos relacionados ao uso dependente de celulares e

redes sociais, variando entre 1 = Discordo Totalmente e 5 = Concordo Totalmente . A

estrutura fatorial é composta por três fatores: (1) consequências sociais; (2) tempo

inadequado e (3) sentimentos compulsivos. A EARS demonstra índices psicométricos

satisfatórios e os itens contemplam aspectos relevantes para a investigação, tais como:

preocupação constante no que acontece nas redes, sentimento de ansiedade quando não é

possível ficar conectado, incapacidade de regular o próprio tempo e continuar conec tado

durante um longo período, sem negligenciar outras tarefas importantes (Al-Menayes,

2015).

Escala de Dificuldades na Regulação Emocional (DERS; Coutinho, Ribeiro,

Ferreirinha e Dias, 2010)

A DERS avalia a desregulação emocional a partir de seis domín ios: não aceitação

das emoções negativas, incapacidade de se envolver em comportamentos dirigidos por

objetivos quando experiencia emoções negativas, dificuldades em controlar comportamento


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impulsivo quando experiencia emoções negativas, acesso limitado a estratégias de

regulação emocional que são percebidas como efetivas, falta de consciência emocional e

falta de clareza emocional. Contém 36 itens numa escala Likert de 5 pontos do 1 (quase

nunca se aplica a mim) ao 5 (aplica-se quase sempre a mim). A versão da escala traduzida

para português revela alta consistência interna, assim como resultados extremamente

satisfatórios ao nível da estabilidade teste-reteste. (Coutinho, Ribeiro, Ferreirinha & Dias,

2009).

Por fim, um questionário sociodemográfico que visa levantar informações pontuais

dos participantes como idade, sexo, quais redes sociais on-line utiliza e qual a frequência do

uso.

PROCEDIMENTOS

Após ser aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade São Francisco ,

foi iniciada a coleta de dados a partir da divulgação e disponibilização de um link nas redes

sociais on-line Whatsapp e Instagram, sendo de livre vontade a participação ou não. O link

direcionou os participantes da pesquisa para os questionários por meio da plataforma

Google Forms. Somente após anuência digital no Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) tiveram acesso aos instrumentos. Todos os participantes responderam

a um questionário sociodemográfico para caracterização da amostra. Os demais

instrumentos foram respondidos de forma randomizada para evitar fadiga e desistência dos

participantes caso fossem apresentados todos os instrumentos. O tempo de aplicação dos

instrumentos foi de aproximadamente 15 minutos.


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RESULTADOS

De acordo com os objetivos desta pesquisa, foram conduzidas correlações entre uso

de redes sociais e desregulação de emoções. Os resultados estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1.
Correlações entre uso de redes sociais e desregulação de emoções.

Não DERS
Objetivos Impulso Consciência Estratégias Clareza
Aceitação Total
Preferência Interação 0,089 0,140 0,123 0,119 -0,070 ,279 ** 0,150
Online

Regulação do Humor ,228 ** ,233 ** ,288 ** ,250 ** -0,036 ,226 ** ,320 **

Autorregularão ,312 ** ,308 ** ,392 ** ,323 ** -0,157 ,305 ** ,345 **


deficiente

Consequências ,390 ** ,394 ** ,453 ** ,485 ** -,177 * ,353 ** ,453 **


Negativas

Escore total EUGIP ,339 ** ,349 ** ,419 ** ,379 ** -0,151 ,362 ** ,407 **

Consequências Sociais ,363 ** ,296 ** ,443 ** ,368 ** -0,016 ,179 * ,420 **

Tempo Inadequado ,425 ** ,375 ** ,463 ** ,437 ** -0,142 ,274 ** ,459 **

Sentimentos -0,002 -0,040 -0,104 0,019 -0,015 0,025 -0,038


Compulsivos

Escore total EARS ,411 ** ,373 ** ,436 ** ,434 ** -0,110 ,269 ** ,443 **

Nota. **p<0,01; *p<0,05.

Pode-se observar na Tabela 1 que as maiores correlações foram entre Consciência e

Consequências Negativas, Impulso e Tempo Inadequado e entre DERS Total e Tempo

Inadequado. A maior parte das correlações foram significativas, com exceção às

correlações entre Estratégias e os fatores de uso de redes sociais e entre Preferência Online

e Sentimentos Compulsivos e os fatores de desregulação emocional. Na sequência, f oram

comparados os grupos uso saudável de redes sociais (n = 24) e uso patológico de redes

sociais (n = 28). O grupo saudável é representado por pessoas que pontuaram 1 ou menos
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desvios-padrão abaixo da média no escore total de uso de redes sociais online (escore

calculado utilizando os escores totais do EUGPI e do EARS). O grupo patológico é

representado por pessoas que pontuaram 1 ou mais desvios-padrão acima da média no

escore total de uso de redes sociais online. Na Tabela 2 as comparações entre grupo s estão

apresentadas.

Tabela 2.
Comparações entre médias dos grupos uso saudável de redes sociais e uso patológico de redes sociais

Grupos M SD t (df=50) p
Uso saudável de redes sociais 1,60 0,63
Não Aceitação -5,59 0,000
Uso patológico de redes sociais 2,90 0,98
Uso saudável de redes sociais 1,85 0,77
Objetivos -4,86 0,000
Uso patológico de redes sociais 2,96 0,87
Uso saudável de redes sociais 2,08 0,89
Impulso -5,68 0,000
Uso patológico de redes sociais 3,43 0,82
Uso saudável de redes sociais 1,33 0,34
Consciência -5,03 0,000
Uso patológico de redes sociais 2,44 1,03
Uso saudável de redes sociais 3,67 0,96
Estratégias 2,02 0,049
Uso patológico de redes sociais 3,17 0,83
Uso saudável de redes sociais 1,91 0,80
Clareza -4,08 0,000
Uso patológico de redes sociais 2,77 0,72
Uso saudável de redes sociais 2,28 0,28
DERS Total -6,02 0,000
Uso patológico de redes sociais 2,91 0,43

O grupo uso patológico de redes sociais apresentou, em todos os casos (com

exceção ao fator Estratégias), as maiores médias. As diferenças de média foram

significativas em todos os fatores. As maiores diferenças entre médias foram observadas

para o fator desregulação emocional total e impulso.


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DISCUSSÃO

O uso das RSO assumiu um papel quase que inerente para a maioria das pessoas,

podendo ser a forma mais comum na atualidade de se construir e manter relacioname ntos,

de se compartilhar o que é vivido, sentido ou pensado, e até mesmo uma forma de

comunicação rápida e quase instantânea. Do mesmo modo, a regulação emocional tem

como um dos principais processos a exposição do acontecimento emocional, bem como a

partilha social da emoção em que se conta aquilo que aconteceu para outras pessoas

(Rachinas, 2016). Em escassos estudos verificou-se que as partilhas que ocorrem nas RSO

e as que ocorrem face a face são similares. (Hidalgo & Verlegh, 2015). Assim, o objetivo

deste estudo foi investigar as relações entre o uso de redes sociais on-line e a regulação das

emoções.

Observou-se associações entre a maioria dos domínios de regulação emocional e os

fatores de dependência das redes sociais. Nossos achados confirmam parcialmente a

literatura prévia. Por exemplo, Engelber e Sjöberg (2004) afirmam que a frequência intensa

do uso das RSO torna as pessoas mais suscetíveis a falta de capacidade emocionais e

sociais, diminuindo inclusive, as interações na vida real, tão importan te no processo de

regulação emocional.

Também verificou-se que as correlações entre Estratégias e os fatores de uso de

redes sociais foram menos expressivas. Tal resultado sugere que os indivíduos que

acreditam que não podem fazer nada ou quase nada para regular suas emoções quando

encontram-se alterados, não necessariamente são os mesmos que usam as redes sociais de

forma problemática ou dependente. Com base na literatura, o resultado se mostra


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controverso, pois as pessoas que possuem capacidade emocionais reduzidas tendem a ser

atraídas para as plataformas on-line (Lemos, 2019).

Para a Preferência Online e Sentimentos Compulsivos e os fatores de desregulação

emocional, também apresentaram baixa correlação. Ou seja, preferir a interação on -line e

sentir intensa necessidade de utilizar a RSO, não está relacionado com a desregulação

emocional. O que também contradiz os estudos de Lemos (2019), que associa a utilização

excessiva das RSO com a incapacidade de autorregular as emoções, pois segundo o autor,

ao se utilizar de forma excessiva dos meios digitais, na verdade, o que se busca é por

escapar dos problemas e ter algum tipo de apoio emocional.

Ao que se refere a comparação entre os grupos de uso saudável de RSO e uso

patológico de RSO, os dados do presente estudo mostram-se similar aos estudos de

Rachinas (2016) que sugere que a utilização das ferramentas digitais pode ser importante

para o processo de regulação das emoções desde que bem utilizadas. Inclusive, se tornando

até mesmo vantajosas, já que é cada vez mais recorrente partilhar sentimentos fatos e

reflexões acerca dos acontecimentos de forma on-line. Conseguinte, o uso problemático de

RSO, conforme os estudos de Lemos (2019) infere, tem impacto negativo na satisfação das

necessidades psicológicas, assim como no bem estar das pessoas e na redução de suas

capacidades emocionais, o que eleva os riscos à saúde mental e consequentemente aos

sintomas psicopatológicos.

Com base nos resultados apresentados, foi possível confirmar que existem

associações significativas entre a utilização das mídias sociais e o processamento das

emoções. Sendo possível verificar que, assim como afirma Rachinas (2016), apesar das

emoções também serem experenciadas de forma on-line, sua partilha se dá de acordo com a

intensidade do que é sentindo. Da mesma forma, verificou-se que a utilização das RSO
16

precisa ser moderada, adaptativa e adequada, pois, ainda que não seja possível afirmar que

as RSO causam a desregulação emocional, é certo que há impactos psicológicos nas

pessoas, de acordo com a forma que utilizam as plataformas digitais (Lemos, 2019).

Por fim, o estudo apresenta algumas limitações metodológicas. Por exemplo, poucos

indivíduos do sexo masculino além de informações demográficas restritas. Além disso, os

resultados foram coletados através de escalas de autorrelato, não sendo possível garantir a

fiabilidade de todos os participantes nas respostas, uma vez que as pessoas têm dificuldades

em reconhecer suas experiências presentes (Lemos, 2019). Assim, sugere -se novas

investigações, incluído estudos qualitativos e longitudinal de forma a se ter uma

compreensão mais profunda acerca do tema e que, também possa responder a questões de

causa e efeito.
17

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21

ANEXO 1

Questionário Sociodemográfico

1. Idade: ___
2. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
3. Escolaridade: ( ) Fundamental Incompleto ( ) Fundamental Completo ( ) Ensino
Médio ( ) Universitário ( ) Ensino Superior Completo ( ) Pós Graduação
4. Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) União Estável ( ) Viúvo ( ) Divorciado
5. Etnia: ( ) Branco ( ) Negro ( ) Pardo ( ) Asiático ( ) Indígena
6. Região do país que reside:
( ) Norte ( ) Nordeste ( ) Centro-Oeste ( ) Sudeste ( ) Sul
7. Você já fez ou faz tratamento psiquiátrico? ( ) Sim ( ) Não
8. Você já fez ou faz tratamento psicológico? ( ) Sim ( ) Não
9. Você possui algum diagnóstico psiquiátrico? ( ) Sim ( ) Não
10. Já fez ou faz uso de medicamento psiquiátrico? ( ) Sim ( ) Não
11. Já pensou em cometer suicídio? ( ) Sim ( ) Não
12. Já tentou suicídio? ( ) Sim ( ) Não
13. Pensa em suicídio atualmente? ( ) Sim ( ) Não
14. Você é usuário das Redes Sociais On-line abaixo?
Instagram ( ) Sim ( ) Não
Facebook ( ) Sim ( ) Não
Whatsapp ( ) Sim ( ) Não
Tik Tok ( ) Sim ( ) Não
Twitter ( ) Sim ( ) Não
15. Qual a frequência que você utiliza as Redes Socias On-line?
( ) Todos os dias
( ) 5-6 dias por semana
( ) 3-4 dias por semana
( ) 1-2 dias por semana
( ) Fico dias sem usar
22

ANEXO 2

Escala do Uso Generalizado Problemático da Internet 2 (EUGPI2)

Esta escala é composta por 15 itens, com 7 pontos cada um, variando de "Discordo
Totalmente" a "Concordo Totalmente". Por favor, indique com que frequência as
seguintes afirmações se aplicam a você, marcando de acordo com a pontuação indicada
abaixo:

1 = Discordo Totalmente
2 = Discordo
3 = Discordo um pouco
4 = Neutro
5 = Concordo um pouco
6 = Concordo
7 = Concordo Totalmente

Responda a todas elas com honestidade. Não há respostas adequadas, boas, inadequadas
ou ruins. Indique no espaço o que corresponde ao que você sente, pensa ou faz. Se você
não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as
alternativas a que lhe parece mais apropriada. Algumas afirmações são parecidas, mas
na realidade têm pequenas diferenças que permitem uma melhor avaliação das respostas.

1. Já usei a Internet para falar com outras pessoas quando me senti sozinho(a).

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

2. Prefiro a interação social on-line em vez da comunicação cara-a-cara

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

3. Quando não estou on-line por algum tempo, começo logo a pensar em voltar
conectar-me

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

4. Tenho dificuldade em controlar a quantidade de tempo que passo on-line.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

5. Tenho dificuldade em gerir a minha vida por causa da Internet.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

6. Sinto-me mais confortável com a interação social on-line do que com a interação
cara-a-cara.
23

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

7. Já usei a Internet para me sentir melhor quando me sentia "pra" baixo.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

8. Me sentiria perdido(a) se não pudesse usar a Internet.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

9. Sinto que é difícil controlar o meu uso da Internet.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

10. Perdi compromissos ou atividades sociais por causa do meu uso da Internet.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

11. Prefiro comunicar com as pessoas on-line em vez de cara-a-cara.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

12. Já usei a Internet para me sentir melhor quando estava chateado(a).

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

13. Penso obsessivamente em estar on-line quando não estou na Internet.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

14. Quando não estou na Internet, é difícil resistir ao impulso de me conectar.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )

15. O uso da Internet já me criou problemas na vida.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )6 ( ) 7( )
24

ANEXO 3

Escala de Adição às Redes Sociais (EARS)

Esta escala é composta por 14 itens, com 5 pontos cada um, variando de "Discordo
Totalmente" a "Concordo Totalmente". Por favor, indique com que frequência as
seguintes afirmações se aplicam a você, marcando de acordo com a pontuação indicada
abaixo:

1 = Discordo Totalmente
2 = Discordo
3 = Nem discordo/Nem concordo
4 = Concordo
5 = Concordo Totalmente

Responda a todas elas com honestidade. Não há respostas adequadas, boas, inadequadas
ou ruins. Indique no espaço o que corresponde ao que você sente, pensa ou faz. Se você
não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as
alternativas a que lhe parece mais apropriada. Algumas afirmações são parecidas, mas
na realidade têm pequenas diferenças que permitem uma melhor avaliação das respostas.

1. Utilizo muito mais vezes as redes sociais do que pretendia.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

2. Considero que a vida sem as redes sociais seria chata.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

3. Tenho negligenciado muitas vezes o trabalho escolar ou profissional por causa das
redes sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

4. Fico irritado(a) se alguém me interrompe quando estou utilizando as redes sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

5. Não sinto necessidade de utilizar as redes sociais durante vários dias.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

6. Não percebo o tempo passando quando estou utilizando redes sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )
25

7. É difícil pra mim dormir logo após a utilização das redes sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

8. Ficaria chateado(a) se tivesse que reduzir a quantidade de tempo que passo nas redes
sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

9. Os meus familiares queixam-se frequentemente da importância que dou às redes


sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

10. O meu desempenho escolar ou profissional piorou por causada utilização das redes
sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

11. Costumo usar as redes sociais durante o horário escolar ou de trabalho.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

12. Costumo cancelar encontros com os meus amigos por causa da necessidade que
tenho de utilizar as redes sociais.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

13. Me pego pensando sobre o que aconteceu nas redes sociais mesmo quando não estou
utilizando-as.

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )

14. Sinto que a minha utilização das redes sociais tem aumentado significativamente
desde que comecei a utilizá-las

1( )2 ( ) 3( )4 ( ) 5( )
26

ANEXO 4

Escala de Dificuldades na Regulação Emocional (DERS)

Esta escala é composta por 36 itens, com 5 pontos cada um, variando de "Quase nunca"
a "Quase sempre". Por favor, indique com que frequência as seguintes afirmações se
aplicam a você, de acordo com as opções indicadas:

1 = Quase nunca
2 = Às vezes
3 = Metade das vezes
4 =A maioria das vezes
5 = Quase sempre

Responda a todas elas com honestidade. Não há respostas adequadas, boas, inadequadas
ou ruins. Indique no espaço o que corresponde ao que você sente, pensa ou faz. Se você
não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as
alternativas a que lhe parece mais apropriada. Algumas afirmações são parecidas, mas
na realidade têm pequenas diferenças que permitem uma melhor avaliação das respostas.

1. Percebo com clareza os meus sentimentos


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

2. Presto atenção a como me sinto


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

3. Vivo as minhas emoções como avassaladoras e fora de controle


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

4. Não tenho nenhuma ideia de como me sinto


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
27

( ) A maioria das vezes


( ) Quase sempre

5. Tenho dificuldade em atribuir um sentido aos meus sentimentos


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

6. Estou atento aos meus sentimentos


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

7. Sei exatamente como estou me sentindo


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

8. Me interesso por aquilo que estou sentindo


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

9. Estou confuso sobre como me sinto


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

10. Quando estou chateado, conheço as minhas emoções


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

11. Quando estou chateado, fico zangado comigo mesmo por me sentir assim
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
28

( ) Metade das vezes


( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

12. Quando estou chateado, fico embaraçado por me sentir assim


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

13. Quando estou chateado, tenho dificuldade em realizar tarefas


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

14. Quando estou chateado, fico fora de controle


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

15. Quando estou chateado, penso que vou me sentir assim por muito tempo
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

16. Quando estou chateado, penso que vou acabar por me sentir muito deprimido
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

17. Quando estou chateado, acredito que os meus sentimentos são validos e importantes
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

18. Quando estou chateado, tenho dificuldade em concentrar-me em outras coisas


( ) Quase nunca
29

( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

19. Quando estou chateado, sinto-me fora de controle


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

20. Quando estou chateado, continuo conseguindo fazer as coisas


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

21. Quando estou chateado, sinto-me envergonhado por me sentir assim


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

22. Quando estou chateado, sei que vou conseguir encontrar uma maneira de me sentir
melhor
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

23. Quando estou chateado, sinto que sou fraco


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

24. Quando estou chateado, sinto que consigo manter o controle dos meus
comportamentos
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre
30

25. Quando estou chateado, sinto-me culpado por me sentir assim


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

26. Quando estou chateado, tenho dificuldades em concentrar-me


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

27. Quando estou chateado, tenho dificuldade em controlar os meus comportamentos


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

28. Quando estou chateado, acho que não há nada que eu possa f azer para me sentir
melhor
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

29. Quando estou chateado, fico irritado comigo mesmo por me sentir assim
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

30. Quando estou chateado, começo a sentir-me muito mal comigo mesmo
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

31. Quando estou chateado, acho que a única coisa que eu posso fazer é afundar-me
nesse estado
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
31

( ) Metade das vezes


( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

32. Quando estou chateado, eu perco o controle dos meus comportamentos


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

33. Quando estou chateado, tenho dificuldade em pensar em outra coisa qualquer
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

34. Quando estou chateado, dedico algum tempo para perceber aquilo que realmente
estou sentindo
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

35. Quando estou chateado, demoro muito tempo até me sentir melhor
( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

36. Quando estou chateado, as minhas emoções parecem avassaladora


( ) Quase nunca
( ) Ás vezes
( ) Metade das vezes
( ) A maioria das vezes
( ) Quase sempre

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