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Programa Uruguai
Características:
Diretor de tese:
ii
Índice
Obrigado................................................. .................................................. ......... .......... iii
Resumo................................................. .................................................. ......................................................... iv
Abstrato................................................. .................................................. ........................................ v.
Introdução ................................................. .................................................. ......................................................... .. 6
Capítulo 1 Estrutura conceitual ............................................. ..................................................................... .............. .... 13
1.1. Fundo ................................................. .................................................. ....................... 13
1.2. Categorias conceituais .................................................. .. .................................................. ......... 18
Capítulo 2- Enquadramento metodológico................................................. . .................................................. ........ ... 35
2.1 Abordagem metodológica .............................................. . .................................................. ........ ....... 35
2.2 População e unidade de análise ............................................. ......................................................... ..... 37
2.3 Amostra ........................................................ .................................................. .................................... 37
2.4 Métodos e técnicas de coleta de dados ........................................ ....................................... 39
2.5- Validação da pesquisa.............................................. ......................................................... ................ 46
Capítulo 3- Análise dos resultados .......................................... . .................................................. ........ .. 47
3.1-Modalidade de link............................................. .................................................. ......... ............. cinquenta
3.2- Percepções de estilos de apego............................................. ......................................................... 61
3.3- Condições que afetam a participação ........................................ .................................... 75
Conclusões................................................. .. .................................................. .......................................... 95
Bibliografia ................................................. .................................................. .......................................100
Anexos ........................................................................................................................................ 106
Anexo 1- Diretrizes para observação .................................................. .................................................... 106
Anexo 2- Entrevista com os professores................................................. .................................................... 108
Anexo 3- Orientações para o grupo focal com alunos ........................................ ....................................... 110
Anexo 4- Perfil dos professores entrevistados ............................................. ....................................... 111
Anexo 5- Consentimento informado para participantes da pesquisa ........................................ 112
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iii
Obrigado
Aos meus queridos colegas de gestão do Liceo N°3 da Florida e da Florida High School
Aos meus familiares e amigos que sempre confiaram em mim, mesmo sem entender minha busca e
Eles deram a coisa mais valiosa, o tempo. Tão necessário para alcançar este desafio profissional e
pessoal.
Ao Dr. Jeisil Aguilar por aceitar o desafio de tutoria e acompanhamento na reta final deste
trabalhado. Sem sua generosidade, paciência e apoio profissional e humano em um momento como esse
Resumo
sala de aula, embora em suas narrativas, reconheçam a importância dos vínculos e enfatizem que
dentro
Abstrato
desengajamento e os fatores que os afetam. A maioria das abordagens se concentra em fatores sociais
e alunos e as observações feitas nos permitem supor que esses atores institucionais
não refletem sobre o vínculo de vínculos e que as formas de relacionamento de professores e alunos
Introdução
Esta tese tem como objetivo estabelecer a incidência de vínculos interpessoais entre
os atores da comunidade educativa de uma instituição de Ensino Básico
conhecimento e, a pessoa se configura, sem perder de vista que a escola vem perdendo
especificidade e a demanda recebida pelo professor é crescente. Tem como objetivo gerar um
esforço descrevem a situação da maioria dos professores. Este sintoma está relacionado
com o insucesso escolar, e quando se refere ao insucesso, não se deve esquecer que o que
(Núñez, 2002)
capacidades dos professores como educadores, são necessários professores motivados (INEED,
confiança e reconhecimento social pelo seu trabalho. Eles percebem uma sobrecarga de
responsabilidade. Consideram também que aqueles que mais expressam o seu apreço são os
próprios alunos. Uma das evidências apresentadas nos achados do relatório mostra
que um clima de sala de aula que promova interações favoráveis entre professores e alunos tem
considera que o trânsito fluido pelos grandes ciclos educacionais é um aspecto fundamental
emoções e relações de poder são os conceitos que orientam o design. as ideias implícitas
nos centros educativos são questões que requerem a sua abordagem e reflexão porque são
indicadores de uma cultura educacional de qualidade.
Problema de pesquisa
aspecto pedagógico do ensino, mas neste momento tem-se considerado necessário intervir
a qualidade das interações dos atores das instituições de ensino como um
conflitos fazem parte do vínculo social e suas divergências (ANEP, 2012). Referentes
acadêmicos como Esteve (1987), Hargreaves (1996), Tenti (2005), Torres (2009) e Fullan
Esta pesquisa explora uma dimensão pouco explorada nas pesquisas sobre a
aspectos contidos nas práticas de sala de aula do Ensino Médio. De acordo com o relatório de
parte da população não consegue completar a média básica aos 19 anos. Ainda não alcançado
dentro da organização. Os aspectos que são levados em conta na dimensão micro são
prosperar em suas vidas. No entanto, não há consenso sobre quais políticas ou abordagens
programas curriculares são necessários para melhorar a qualidade de vida dos adolescentes em
definição, uma aposta. E é pela incerteza que ela acarreta (enigma, diferença, outro)”
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Nunez (2002, p. 15). São muitos os desafios, a exclusão, os problemas escolares que
como conhecimento intelectual. As mudanças envolvem perda, ansiedade e luta. este pesquisador
e centros educacionais. Mas seu olhar é construtivo e encara a educação de forma positiva.
Ele argumenta que as mudanças na educação são necessárias e inevitáveis e propõe como
A preocupação com o assunto não diz respeito apenas a instituições específicas, mas a todo o
sistema de ensino e é uma demanda nacional e internacional. Viscardi (2017), destaca que o
A educação deixou de ser um privilégio que o Estado oferecia aos setores populares. o
aplicada democraticamente, mas não pode mais ser o suporte do vínculo educacional quando
professora. E esse é o grande dilema, o caminho que a instituição de ensino deve percorrer para
Educação". No mesmo documento, surge uma forte demanda dos alunos por “uma
problemas reais e com o mundo do trabalho” (p. 17). A razão mais citada para
10
Uruguaio e assim está expresso no capítulo VIII da Lei de Educação nº 18.437 do ano
2008. Em seu artigo nono, afirma a participação como um dos princípios básicos da
Educação nacional. O artigo 41 deixa explícito que o centro educacional será “um
sujeitos de direito e prescreve sua participação ativa como parte integrante da essência
de sua educação.
Tendo em conta o que foi expresso nos parágrafos anteriores, o presente trabalho é
11
A abordagem foi feita a partir de um estudo de caso único, ao nível do segundo ano
turmas de segundo ano, de turnos diferentes e cinco professores que são os que têm
conceitos que se aproximam da abordagem do tema levantado e que são retomados no momento da
tirar conclusões.
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12
No capítulo III, com base nos dados decorrentes do trabalho de campo, analisamos
os elementos que são considerados essenciais de acordo com as categorias específicas que são
conhecimento em uma dimensão mais geral. Este documento termina com uma lista de
13
1.1. Fundo
torna o trabalho docente mais complexo e as exigências são cada vez maiores. educação é
a escola pode produzir, são-lhes exigidas funções múltiplas e por vezes contraditórias.
também pode causar uma situação de depressão, especialmente quando você não tem a
estratégias e reformas. Os relatórios do INEEd apontam, entre outras coisas, para esta
Nessa linha, estudos internacionais consideram que "O clima da sala de aula constitui
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este mesmo relatório, refere que o clima escolar está associado ao bem-estar emocional e social
dos alunos.
organização dos centros em que trabalham. A pesquisa fornece dados empíricos sobre
alguns centros educativos de várias províncias espanholas onde foram aplicados questionários
funcionamento e organização dos centros em que trabalhavam. Para esta tese, temos
Essa conceituação é resgatada para a presente investigação porque tem como foco
sintetiza a posição de Fernández e Asensio (1989), que propõem duas posições para
a segunda, como a atmosfera geral do centro ou sala de aula, e a primeira, como uma qualidade
organizacional, ou seja, “instituição dotada de organização”. Em sua análise, ele se refere como um dos
Afirma que os fatores que fazem parte do clima do centro educacional são: os agentes,
importante em uma organização são seus membros por meio das interações que
eles mantêm. Estes tecem uma rede de relações formais e informais com implicações no
sala de aula e no centro. O resultado desta pesquisa é que o bom ambiente do centro
educação, definida em grande parte pelas relações interpessoais, favorecem para muitos
15
os conflitos. Esta análise tem uma relação significativa com a satisfação no trabalho. Dentro
Eles também mostram um alto grau de satisfação nas relações que mantêm com seus
estudantes, mas também aqueles que estão insatisfeitos com o trabalho apresentam uma
estudo também mostra que existem dois tipos de professores, aqueles que buscam que o
conseguem transmiti-los e, aqueles que buscam uma relação mais afetiva, não se satisfazem com
considera valiosa a pesquisa de Naranjo (2009). Este pano de fundo é interessante para o
dinheiro. No que diz respeito ao reforço negativo, para que seja eficaz é necessário
Combine-os com reforço positivo. É interessante apontar algumas regras a serem aplicadas
técnicas, não reforçando a todos igualmente, apontando para a pessoa o que ela está fazendo de errado, não
crescendo. Amor e pertencimento são necessidades fundamentais para as pessoas como seres humanos.
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que recebe e envia informações para os demais sistemas: afetivo, comportamental e fisiológico.
As ideias, crenças e opiniões que a pessoa tem sobre si mesma e suas habilidades
eles determinam o tipo e a duração do esforço que você faz e o resultado de suas ações. Do
Fullan, 2012) fornece o seguinte: alunos desmotivados têm uma autoestima mais elevada
inferiores aos seus pares, possuem características que dificultam seu progresso acadêmico,
dificuldades para acompanhar as aulas, não gostam das tarefas com altos componentes de
percebido por seus pares como um incômodo, eles percebem os professores como injustos
com os alunos em geral e com eles em particular, acreditam que os professores expressam
comportamentos negativos em relação a eles, responsabilizar o professor pelo seu fracasso escolar,
exames e ver uma relação direta com a obtenção de um emprego. (Fullan, 2012, pág.
183-184)
Outra investigação, no ano 2000, realizada por Earl e Lee (relatada em Fullan,
que alcançam mudanças positivas uma vez que um vínculo apropriado é estabelecido. Envolva o
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ser um aluno ativo e cético na sala de aula e estar motivado para saber que você está
descobrindo novos territórios.
O relatório PISA de 2003 confirma que: “Os alunos têm mais probabilidade de
autores é que o diálogo não é contemplado, o trabalho da norma como algo construtivo e
colectivo.
A análise feita por Sarasola (2002), do conceito de cultura, suas diferenças com
ao conceito de cultura como metáfora explicativa e três aspectos são considerados: primeiro
que é mais apropriado falar da cultura dominante como aquela de maior incidência
a cultura não é alheia ao meio ambiente, portanto as culturas são permeáveis a essas interações;
terceiro, há uma ligação entre mudança e cultura, a mudança ajuda a modificar a cultura e
realizado na Espanha em 1990, vinte e cinco centros educacionais foram considerados para um
estudo quantitativo e dois deles foram selecionados para o estudo de caso. Trata de
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para a realização de uma visão compartilhada. Contribui para o conhecimento de uma comunidade
através de uma construção coletiva, tenta revelar os pressupostos básicos que regem o
(2001), como uma entidade dinâmica, não acabada, com regras que são construídas
que desenvolvem as categorias que orientam o trabalho de análise para compreender a dinâmica
institucional.
As instituições não são apenas fatos e práticas coletivas, mas também estruturas
cognitivas e morais dentro das quais os pensamentos individuais se desenvolvem. A
cultura tem um papel integrador que socializa comportamentos, que identifica seus
membros por meio de formas de pensar e agir na organização e confere identidade
coletiva. A cultura influencia o clima do centro. As percepções que os sujeitos têm
sobre o comportamento do grupo de membros podem ser matizadas pela cultura do
centro. (p.381)
19
O clima social é concebido como uma construção social da interação das pessoas.
comportamentos. A influência da cultura no centro deve ser levada em conta, pois, por
(clima escolar) pode ser colorido pela cultura institucional. Gairín (1996), mantém
isso, a cultura acaba por ser subjacente e o clima o resultado da interação das
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defina o que se entende por quadro institucional. Segundo Butelman (1998), "É o tecido que
É construído com entrelaçamento de fios, de linhas que formam "o tecido", "o romance", "o
O clima é o ambiente total de um centro educacional determinado por todos aqueles que
um estilo ou tom peculiar à instituição, determinando, por sua vez, diferentes produtos
considera que uma das características é que "oferecem possibilidades de interações significativas
enriquecidos que buscam favorecer o protagonismo dos alunos e estão localizados nas dimensões
visões predominantes dos professores por não terem certeza de ter um impacto na
está sujeito a limites, limites eticamente assumidos pelo aluno”. este pensador
professores e alunos, que se assumem como seres epistemologicamente curiosos”. (pág. 82)
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autoritário, Freire (2015), e nesse sentido considera-se adequado elevar o uso do poder.
Para a maioria dos professores existe uma tensão entre a necessidade de controle para
poder como um sistema de autoridade vertical, hierárquico e baseado nos papéis formais de
em dar maior protagonismo aos professores, ou seja, deve haver uma mudança
Em vez disso, Ball (1989), entende que a suposição de autoridade é inútil e distorce a
realidade. Ele não considera o poder um atributo vinculado à autoridade hierárquica. Você
preocupado com desempenho, conquista e luta, poder como resultado e não posição
A partir de uma posição crítica, o poder é muitas vezes exercido através de formas discretas
de sua parcela de poder. O poder está presente em cada um e é exercido conscientemente ou não.
Coincidindo com Frigerio e Poggi (1992), ele adere à perspectiva de que o poder se refere
1
Gardner (1994) , Em sua teoria das inteligências múltiplas, ele considera que uma boa
argumenta que não existe uma forma única de inteligência, mas que cada pessoa tem uma
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pessoas, todas elas podendo ser aumentadas com prática e treinamento e cada
um opera com dois ou três que são mais dominantes. Nesse sentido, as propostas do
entende que esta abordagem é relevante para abordar a diversidade dos alunos e melhorar a sua
1.2.2- Participação
compartilham as decisões que afetam suas próprias vidas e a vida na comunidade educativa”.
envolvidos em uma situação específica, eles são reconhecidos como tendo o direito de intervir na
pessoa para apresentar propostas, decidir, executar de forma compartilhada com outros e outros,
experiência, ser criativo, compartilhar a responsabilidade que motiva mais e traz soluções
outros, desenvolver novas habilidades e novos interesses, descobrir o que é conhecido e o que não é,
irradiar energia positiva, ser otimista, entusiasmado, acreditar nos outros, ser sinérgico, acreditar
nas capacidades dos outros, conhecendo os pontos fortes e fracos de cada um, fomentando
Novas ideias. Para conseguir a participação não há receitas nem é um exercício automático,
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mas você pode fazer os esforços necessários para produzir uma melhoria significativa em seu
você pode desistir do estudo da complexidade, você tem que fazer uma leitura da realidade e
a instituição de ensino como uma entidade dinâmica com regras que são construídas com a
interação de seus atores.
corpo estudantil É necessário fortalecer o papel de ambos e que o ambiente da sala de aula
ser fonte de saúde e não de tensão e desconforto porque a profissão docente tem como
tentar canalizar a voz dos alunos através das reuniões de delegados, Conselhos
Ensino Médio, algumas das instâncias mencionadas são especificadas sem eles
considera-se a Escada de Participação, figura gerada por Hart (1993), que ajuda a
24
a população está acostumada a realizar ações que não entendem e que respondem
"decorativo" que é aquele que se realiza quando é incorporado à população apenas como
“simbólico” aparece no passo III. É o que podemos apreciar quando são feitos
considerada como "falsa participação", na medida em que a ação da população não tem conhecimento
nem responde aos seus interesses. A participação ainda não pode ser discutida. (Hart, 1993, pp.9-10)
A este nível, a população ainda está disponível para participar numa determinada atividade,
eles consultam a população sobre sua provável participação. Com base nisso, a população
desenvolvimento compartilhado com a população. A ação é pensada por agentes externos, mas
é compartilhado com a população. Supõe que eles estão incorporados no pensamento e na contribuição
sobre a ação a ser tomada. Participação “em ações desenhadas e executadas pela
é executado por eles. Não há relacionamento com agentes externos. E por fim, no degrau
VIII, a participação se apresenta “nas ações desenhadas pela própria população e que
Ao contrário da etapa anterior, ela é compartilhada com agentes externos. (Hart, 1993, pp 10,11)
Participar é ser parte ativa em cada uma das diferentes fases que afetam o
estimular a participação em que as opiniões possam ser expressas sem medo e sem
25
Entende-se que participar é próprio do ser humano, como tal, escolhe, decide e
mudar de acordo com a conveniência. Não é apenas fazer parte, mas participar. Por esta,
alegria de pensar
1.2.2.1- Autonomía
controle” (Ball, 1989, p.129). Este autor relaciona-se com o que chama de pseudo -participação e
pseudo -participação fornece uma ilusão de controle. Muitas vezes a participação permanece
reduzido a uma “aparência de participação”, sem acesso a uma tomada de decisão real. o
sujeito se move em espaços onde muitas opções são delineadas, o desafio é chegar
Rebellato (2000), afirma que ser sujeito é poder escolher, é fazer parte de um ecossistema
dificuldade pedagógica. Ninguém pode aprender ou crescer no lugar de outro, cada sujeito deve
apropriar-se do conhecimento de forma única requer sua participação pessoal, por isso
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não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou
necessidade de uma mudança de paradigma, ele precisa ser concebido como um "sistema complexo
sala de aula, ser uma sala de aula. A partir dessa concepção não há sujeitos isolados em sala de aula, há pessoas,
processos e ligações. (Citado em Quintela, 2007). Morín (2001) destaca que as salas de aula devem
exige coerência entre o que é feito e dito. E essa autonomia está sendo construída com a
autonomia, não como caos, mas como requisito para a formação do cidadão.
1.2.2.2- Motivação
A motivação é entendida como o conjunto de razões pelas quais as pessoas se comportam da mesma forma.
como eles fazem isso (Santrock, 2002). A motivação está relacionada com uma das
aspectos mais básicos da mente humana e isso tem um papel determinante no sucesso ou
2003)
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Freire (2004), fala sobre a incompletude do ser humano e a busca constante e sua
relação à responsabilidade ética dos professores em seu trabalho docente. Tudo o que eu sei
a motivação faz parte da ação, é motivada à medida que se age, não antes, deve ser
alunos são excluídos da pesquisa, as respostas são dadas a eles para que o
América Latina. A busca por uma pedagogia transformadora a partir das dificuldades
em uma sala de aula real tenta responder a como o professor enfrenta a mudança social,
riscos e medos.
dia após dia têm a sensação de que para eles o horizonte está murado e acabam
convencidos de que estão destinados ao fracasso. Para quebrar esse círculo é necessário que o e
o que está lá, para transformá-lo, para incluir modificações” (pp.15-16). Que "aprender
autoria”, proporciona o prazer, aquela conexão com a experiência, a satisfação de ser autor.
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Shor (1985), entende que é preciso descobrir o perfil do aluno e para isso
você tem que observar o que eles dizem, o que eles escrevem e você tem que criar um ambiente para eles fazerem
o que é autêntico para eles. O professor deve aprender quais são seus verdadeiros níveis
você tem que motivá-lo e, assim, legitimar a demanda de esforço. Para este pedagogo é
Para ser parte ativa dos processos de ensino e aprendizagem, é necessário estabelecer
situações positivas e exigentes que estimulam uma relação ativa com o conhecimento.
caracterizada pela falta de compromisso com outras pessoas. A velocidade e o efêmero é o que
que caracteriza a sociedade atual. Essa instabilidade, essa falta de confiança se reflete em
Todos sabemos que as instituições não são apenas tijolos, salas de aula, pátios, espaços
que podem ser vistos em um passeio. As instituições são fundamentalmente outra coisa.
Eles são o que vemos neles, o que os outros encontram na construção, somos nós que ao
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habitá-los dá-lhes significado. São também e sobretudo o que neles se passa. Somos
nós, nesse vínculo particular que define e delimita a relação com o outro e com o
saber. Somos nós, com a intencionalidade docente, e são os outros, os alunos, que
querem que alguém os ensine, como diria Derrida, a viver bem. (Frigério, 1992, p. 39)
confiança, que cresce com a crítica, que não anula o outro, que não significa submissão, mas
diferentes formas de controle que muitas vezes são desqualificações sutis que afetam
As pessoas são diferentes, cada um tem sua própria personalidade. Esta afirmação,
tão óbvio, muitas vezes esquecido, pretende-se que todos reajam da mesma forma e não
subjetividades e personalidades, são apresentadas como tramas de relações onde são construídas
Múltiplas “travessias”. Cada centro educacional em seus eventos cria vários links.
de vincire, ligar Através deles, laços de amizade e companheirismo são formados entre
influências, expectativas. O ser humano como ser social é reconhecido como sujeito
das relações com os outros. Cada pessoa é única, tem suas qualidades pessoais,
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suas convicções, sua habilidade natural que a torna "única", fazendo a diferença e
para o outro, mas às vezes esses "talentos" são escondidos por diversos motivos: excesso de
controle que, ao invés de empoderá-los, os inibe, falta de espaço para a livre expressão e
criatividade, falta de contato mais afetivo, estresse, medo de não ser aceito. A instituição
educação está segurando, conceito cunhado por Winnicott (1990), esse entrelaçamento de
estruturas, esses laços que sustentam, que têm o valor simbólico de não deixar cair. Dentro
pessoal e, ao mesmo tempo, promover a atividade criativa. E neste cenário coexistem tensões,
não como opostos, mas como complementares: o que acontece com os olhares e as vozes
de valor? Estão integrados ou são considerados perigosos? Todo mundo vê a realidade de sua
ponto de vista e por um prisma ideológico que não é necessariamente compartilhado por
outros e que a realidade é sempre incompleta, parcial, situação que leva a decisões
são inerentes à dinâmica institucional, considera-se que não são uma patologia que existe
imperativo ético-político inevitável” (Magendzo, 2015, p.5). Eles devem ser abordados a partir do
tornar visível o invisível, perceber atitudes, expressões, ausências, mensagens sutis que
sua decepção, o gosto pela pergunta, pela crítica, pelo debate. O professor e o
correto, foca no que o outro quer ouvir; a palavra completa, toca, concentra-se no
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do qual fazemos parte. Interessante é aquela palavra cheia que alude a um compromisso com o
falante entre o que diz e pretende fazer, entre suas palavras, seus pensamentos e seus sentimentos.
perdendo assim o respeito daqueles sob o comando. Restrepo (2010), assume o componente
afetiva no ato educativo, considera impossível ignorar o papel da emoção como
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calor ou amargura que podem ser percebidos nos climas afetivos que cercaram a infância.
(Reestrepo, 2010)
Ele adere à posição de que não é possível fazer cortes em sala de aula, pois é uma
conhecimento, com emoções, com desejos, com medos, com dúvidas, com
paixão e também com razão crítica” (Freire, 2015, p. 26). A tarefa exige ousadia e
prazeroso.
Ele fala sobre o professor e o aluno. A primeira, entrega algo e o aprendiz, para
para se apropriar disso, ele precisa inventá-lo novamente. Neste campo de diferenças reside a
prazer da autoria, você precisa de um professor que lhe dê a oportunidade de ser um aprendiz e o
apoiado, com aulas desafiadoras, mas contendo, nas quais eles podem desenvolver
competências socioemocionais.
Marchesi e Díaz (2010), argumentam que o ensino enfrenta uma crise de confiança e
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professor desenvolver ações mais seguras. Por outro lado, se esse sentimento for perdido,
professores e para este estudo são resgatadas algumas das apreciações dos investigados,
envolvidos afirmam que seu objetivo é influenciar positivamente, de forma sustentável e substancialmente a
querem aprender e que podem, não culpam os alunos pelas dificuldades que
Essas contribuições são muito valiosas para entender as atitudes que se manifestam em
participação coincide com Meirieu (2016), que considera que a criatividade não é
desenvolve livremente, é algo que se forma, requer dispositivos atrativos, professores que
fornecer recursos variados, ter uma atitude positiva e exigente de espera em relação a cada
aluno.
exclusão, todos podem aprender e crescer (Meirieu, 2016). A possibilidade deve ser oferecida
tanto pelos professores quanto pelos alunos, mas os professores afirmam que não se sentem
treinados para lidar com questões socioafetivas. O problema aparece quando o foco é
meios para alcançar o sucesso e não como um bem em si, ou seja, são simplesmente,
instrumentos.
34
pode significar como uma contribuição para a formação do educando por si mesmo, a despeito do que
Práticas de ensino em sala de aula. Segundo Baron e Byme (2005), a percepção social é a
processo pelo qual buscamos conhecer e compreender outras pessoas. deve ter
Tenha em mente que a visão de professores e alunos surge de suas experiências individuais e
históricos que orientam o modo como os grupos sociais se apropriam do meio ambiente.
A mediação nos encoraja a avaliar o que interessa em determinado momento entre todas as
35
As fronteiras entre o fenômeno e seu contexto não são claras e requerem múltiplas fontes de informação.
informação (Yin, 1994). Para este método, é fundamental, a elaboração das questões
de acordo com o quadro de referência, contextualizado; de acordo com sua finalidade, aplicada; de acordo com teu
O presente trabalho é realizado com o objetivo de contribuir com dados úteis para a instituição e
para a comunidade a que pertence. Ela busca obter dados descritivos para
permite o acesso aos significados, que podem ser capturados de forma situacional, no
contexto dos indivíduos que os produzem e trocam. Foi realizado um estudo de caso
por ser uma metodologia particularista que permite focalizar uma situação. Dentro do
abordagem qualitativa, optamos por trabalhar com base em um desenho descritivo de acordo com o objetivo de
a estratégia de pesquisa e com uma abordagem interpretativa de acordo com o paradigma em que é
36
situação naquele contexto limitado e, mais especificamente, na sala de aula, a principal área
estudar o problema em seu ambiente natural e foi adequado para este tipo de investigação. Isto
que levou a investigar, não foi apenas a curiosidade, mas a atenção daqueles fatos que
eles se preocupam. Não foi suficiente selecionar as estratégias mais adequadas para obter o
informação, mas sim ter um referencial teórico para interpretar a realidade a ser estudada.
dimensões e indicadores.
Nível de confiança
Capacidade de promover a
autonomia
Promovendo a colaboração
compromisso de S
responsabilidade
Propostas inovadoras
Aspectos hierárquicos
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Definição de papel
Autonomía
O campo empírico foi constituído por dois cursos do segundo ano do ciclo básico de
uma instituição de dois turnos de Ensino Secundário do Conselho de Ensino Secundário de
a cidade da Flórida no ano letivo de 2017. A população-alvo da pesquisa
era composta por docentes responsáveis pelos cursos do 2.º ano do ciclo básico
em diferentes disciplinas no departamento selecionado e os alunos desses grupos.
2.3 Amostra
Os aspectos que foram levados em consideração para sua seleção foram os seguintes:
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envolvimento direto para evitar, na medida do possível, preconceitos que possam lhe dar um viés
ideal para pesquisa é aquele em que o observador obtém fácil acesso, estabelece
-A escola secundária selecionada para pesquisa é um centro com muito bons resultados acadêmicos (o
-O nível escolhido foi o segundo ano, considerando que os alunos deste nível já estão
- O grupo de professores que o integrou são professores que estiveram à frente de cursos de
segundo ano do ciclo básico nas dependências do Conselho do Ensino Secundário numa
que pudesse ser administrado de forma realista, de acordo com o tempo e a disposição e ao mesmo tempo que o
instituição de ensino tem dez segundos, cinco em cada turno. O grupo de mudança
o professor da manhã é considerado como tendo um excelente nível acadêmico e muito bom comportamento descrito
pelos professores como o melhor grupo. Ele foi observado nas aulas de matemática,
Por outro lado, a turma do segundo ano do turno da noite é caracterizada pela
39
compara-os.
É oportuno esclarecer que a caracterização que foi feita do grupo foi feita pelo
e/ou diferenças. Os grupos tinham apenas dois professores do sexo masculino e ambos expressaram
Em geral, por parte do grupo docente houve resistência ou medo de ser exposto a
Outro aspecto que é importante esclarecer é que as visitas às aulas foram realizadas na
compartilhado.
entrevistados, sabendo que seria esse grupo que seria visitado, manifestaram algum medo ou
antiguidade e sexo.
informações onde foi esclarecido que os resultados não seriam divulgados sem a autorização do
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as informações obtidas de poucas pessoas envolvem um universo importante. Por isso foi
Para o seu desenho, seguiu-se Monistrol (2007), que descreve as seguintes fases do
a investigação foi realizada a revisão bibliográfica para, com base nisso, construir um quadro
Professores do Ensino Secundário (Janeiro não foi considerado por ser o período de
licença).
Março as informações foram categorizadas. Nos meses seguintes o relatório foi escrito e,
41
identificar o significado que as ações têm para os diferentes atores. Ele recolhe o
pesquisar.
2.4.1 Observação
são desenvolvidos e obtêm dados diretamente no local natural, contando com a versão do
detalhes, ocorrências, eventos e interações registrando o que é observado para posterior análise.
encontros de professores com alunos forneceram informações sobre como eles se relacionam e
aspectos linguísticos e paralinguísticos (gestos, posturas, tons de voz) que contribuíram para a
pós análise.
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42
participante (externa).
utilizou-se registro, registros narrativos, notas de campo, nos quais foi descrito
Ele determinou permanências prolongadas no ensino médio como um meio natural para registrar o
2.4.2 Entrevista
emoções, aspectos da pessoa que não são diretamente observáveis. (Alonso, 1995)
concepção e foram aplicados aos professores que compuseram a amostra da pesquisa com
A equipe de gerenciamento foi solicitada a fornecer uma lista de pessoas com diferentes
modalidades de trabalho. Foi estabelecido contato com cada uma das pessoas selecionadas,
combinando dias e horários das entrevistas com todos aqueles que decidiram
pré-seleção, a folha de pagamento escolhida foi definida buscando idades, treinamentos e modalidades
trabalho diferente. Nos grupos sugeridos pela equipe gestora e corpo docente
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entrevistados eram todos mulheres. As entrevistas foram realizadas nas etapas iniciais, uma vez que
que permitiu fazer as primeiras aproximações ao assunto. Eles foram baseados em um questionário
de perguntas abertas.
usaria, foram acordadas regras que facilitarão o diálogo e o encontro e, assim, criarão um
disposição mais adequada que aplaca certos medos porque se considerou necessário
certa empatia e maior naturalidade. A ideia era que o design permitisse o fluxo sem
Foi escolhido o contexto apropriado (local apropriado para evitar interrupções), a sala
com o nome e sobrenome do entrevistado, nível em que leciona, titulação, cargo que
entrevista. Procurou-se que as respostas fossem espontâneas e que fosse dada liberdade e flexibilidade
como para introduzir novos temas que surgiram. Em todas as entrevistas foi
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estabeleceu uma relação de confiança, houve uma interação natural e fluida. Nas
ocasiões em que os entrevistados não entenderam a pergunta ou suas informações não foram
participantes, o que, sem dúvida, reflete um processo de envolvimento. Por este motivo foi
e vinte e cinco anos de antiguidade no sistema educativo. Este ano tem uma carga
programação semanal de vinte e cinco horas. Sem formação específica de professores. ter estudos
Secundário. Ela trabalha no turno da manhã e é a única escola onde ela trabalha.
vinte e cinco anos de antiguidade no sistema educativo. Este ano tem uma carga
programação semanal de vinte e quatro horas. É efetivo por uma competição no Secundário. Trabalha em
A Professora 3 (D3) é professora de Educação Musical. Ele tem sessenta e cinco anos
de idade. É professora aposentada que retornou ao trabalho, com carga horária semanal de
doze horas. É eficaz por concurso. Ele trabalha nos dois turnos e em outras escolas de ensino médio.
A professora 4 (D4) é professora de Química. Ele tem trinta anos e dez anos
(CerP). Tem uma carga horária semanal de trinta horas. Trabalhe em ambos os turnos e no
A Professora 5 (D5) é professora de Educação Visual e Plástica. ele tem vinte e cinco
anos de idade e sete anos de atividade no sistema educacional. Ele tem quarenta e oito horas
45
46
informações coletadas. As ações dos alunos foram muito diferentes em cada uma das
Encontros.
sobre o problema sob investigação. Uma vez analisados, os dados provenientes de cada
os dados são comparados com as propostas teóricas e as questões colocadas, para depois,
Uma vez que a coleta de dados é feita, uma série de táticas são usadas
para a validação interna da pesquisa. Por exemplo, uma vez que você transcreveu o
entrevistas e grupos focais, as fichas de análise são preenchidas para cada um dos
feito. Então procuramos os elementos que são comuns a todos, ou que, pelo menos,
parecem mais intensos. Ou seja, são identificados temas comuns definindo, assim,
maneira, padrões. Ele retorna repetidas vezes às versões originais, ou seja, as mesmas
formação de padrões.
• O tema tem sido muito pouco abordado pela comunidade educativa do ensino médio para investigar.
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• Há apoio institucional.
perspectiva teórica.
articulando as diversas linhas que emergem nas categorias criadas para a análise.
indivíduos atuantes (Huertas, 1997). Cada cenário tem uma cultura particular, cada
Nas entrevistas realizadas com os professores, o ponto de partida é a pergunta: qual é o plano
ensino médio, os objetivos traçados e o lugar destinado aos jovens permitirão uma
48
Dois deles entenderam que os objetivos eram a contenção: “O que a gente costuma fazer é
conter, para que não saiam” (D1). O professor de Ciências Físicas responde referindo-se ao
estar em 2018”. (D5) Recorda-se que a professora é uma professora jovem e muito ligada à
integração de novas tecnologias em sala de aula. Nas respostas à entrevista, ele refletiu sua
49
Eu acho... eu sei que o diretor sempre diz que a prioridade são os alunos. Ela disse que
os horários não vão ser feitos para nós, mas para os alunos, ela sempre pensa em
“Não é apenas focado no aprendizado, como ela diz. Você viu que os chiquilines vêm de
tudo?... ele quer que eles frequentem, não que saiam do ensino médio”. A professora em suas respostas
denota insegurança quanto ao conhecimento do plano de ação, não tem certeza de qual
O professor de Ciências Físicas também não tem informações completas sobre o plano de
ação. "Acho que deve ser sim" (D4). Antes disso, "devem" perguntar se conhecem o plano
de ação ao qual ele responde: “Não conheço o plano, mas suponho que seja assim”. A diferença
Os professores entrevistados não foram claros sobre qual era o plano de ação, nem
concordaram completamente sobre o que eles acreditavam ser as prioridades. cada um do seu
contenção, outro o clima institucional. Nenhum deles tinha qualquer conhecimento real do que o
posição que assumem perante a instituição e como se posicionam na sala de aula. Também contribui para
50
3.1-Modo de ligação
estabelecido era frio e distante. Durante a visita, um interesse por parte do professor em
conteúdo, não se evidenciou nenhuma proximidade real com o aluno, apesar das tentativas de
abordagem física para fazer esclarecimentos personalizados. Não havia aposta em seu
havia a pergunta: "Você tem dúvidas" ou o convite para ler o slogan em voz alta, o
estabeleceram alianças entre eles, atiraram pedaços de papel, riram, brincaram, fizeram
gestos, usava o celular. Os vínculos com a professora eram respeitosos, embora o tratamento dos
alunos em relação a ela era informal; "Professor, você pode vir. Eles foram espontâneos e abertos. o
A professora pediu que abaixassem a voz: “Você se atreve a baixar um pouco o tom de voz?
ouvindo um vídeo? Os alunos obedeceram. Diante dos conflitos mencionados
previamente entre os colegas, o professor intervém, aproxima-se e diz: "Você tem que ser
focado no trabalho”. Ele se dirigiu ao grupo com grande cortesia, mas foi percebido
Em relação aos vínculos entre os alunos, percebeu-se que alguns eram tratados
muito rude: "É minha borracha" diz um colega para outro: "Mínimo,
me alcance." Ele acompanhou suas palavras com gestos desdenhosos em seu rosto. Eles foram tratados em
agressivamente e às vezes eram ofensivos uns aos outros. Não havia evidência de prazer
eles fizeram, eles simplesmente cumpriram com a exigência. Também não houve colaboração entre
elas.
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novembro, o clima era de trabalho, não muito fluido, mas muito respeitoso em
equipe preparatória para o teste final. Era uma aula lenta, mas os alunos
grupos de acordo com o interesse dos alunos. O tratamento do professor aos jovens
Foi por causa do sobrenome. O ambiente de aula era o trabalho. Como se relacionar um com o outro
era completamente informal, por exemplo, o uso do vocativo "che" para se dirigir
companheiros.
A professora estava muito atenta aos movimentos dos jovens, antes da mudança de
em vez de um aluno, ele imediatamente chamou a atenção. “Por que você mudou de lugar? Por
o que?". O jovem responde "Sem motivo" com algum medo e volta ao seu lugar. Não deu origem
ele autorizou enfaticamente, sem maiores explicações. Diante da ausência de um aluno, ele
a seguinte observação: “É uma pena que ele não venha, ele tem muita capacidade”. Durante a
tarefa, andava muito sério entre os bancos. “Faça bem a letra porque eu não entendo!”, essa
declaração foi feita em um tom forte. Os jovens conversavam entre si, mas eram
Preste atenção ao professor.
O que foi observado em aula coincide com o que foi expresso pela professora na
entrevista, tratamento dos alunos, você, liderando pelo exemplo. foi consistente
em suas ações com o que é expresso. Durante a visita, o professor precisou mostrar
informações que estavam em seu celular. Anteriormente, ele fez o esclarecimento aos alunos,
"Eu pego meu celular porque tenho que mostrar algo a Gabriela." Ela, na entrevista, foi
insistindo que se eles virem que o professor cumpre, eles cumprem. Todo dele
52
Ele se dirigiu aos alunos pelo sobrenome. "O que você acha? Você não se lembra? você vai entender
quando o parceiro diz isso. A ordem foi estabelecida insistindo com a expressão:
Ele também usou o recurso dos aplausos para silenciar os alunos. não deu origem
lembrar?" Três alunos levantaram as mãos. Ele questionou alguém que não atendeu (…)
"O que você acha? Nem idéia!". Silêncios se instalaram na classe. "Se entende
isto?". Ele estava tentando fazê-los raciocinar. Ele usou as seguintes expressões para atrair seus
grupo. Durante a aula houve chamadas de atenção: "Ele está com raiva"; "Sobrenome
chamavam pelo nome. Também chamavam o professor de tuteado e usavam uma linguagem
resultou da harmonia entre autoridade e liberdade. A forma de ensinar não era aberta,
mas autoritário. A competência profissional foi demonstrada, mas as relações não foram estabelecidas
generoso. Havia expressões, gestos, tons de voz que não promoviam ou facilitavam
Eles estavam em seus telefones celulares. A professora, para chamar a atenção, pediu silêncio: “Temos que
Quando o silêncio foi alcançado, ele fez diferentes associações para que eles entendessem o
notas musicais. O tom de sua voz, a energia e sua postura mostravam alegria no que estava fazendo.
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audiovisual, levantou o slogan que era reconhecer objetos sonoros. Durante a aula,
os alunos estavam todos atentos. Ele usou o reconhecimento como incentivo “Todo mundo
você os reconheceu? Que bom!". O clima da aula foi descontraído, o que foi observado coincidiu
com seus depoimentos. Essa preocupação que ele expressou em ter um bom clima de classe é
maior vínculo emocional e muitas vezes é bem sucedido quando há um sentimento de pertencimento
“Me faz escolher ela de novo” (D4). O professor participa das propostas institucionais,
como o gosto que se experimenta ao atingir a meta (Naranjo, 2009). aquele sentimento de
bem-estar não foi evidenciado na maioria das aulas, a construção não apareceu
os diferentes atores. Na maioria das propostas, levando em conta o que foi observado e o que
expressa por professores e alunos, a participação era apenas aparente. Pode-se dizer,
participação simbólica.
práticas de sala de aula são guiadas quase que exclusivamente pelos professores e os alunos são
questões institucionais. Sua participação foi reduzida ao trabalho em sala de aula e ajustada a um
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currículo prescrito. A maioria das práticas eram tradicionais e as mesmas para todos
os grupos.
indiferença. Coincidindo com o que Shor (1985) afirmou, a linguagem utilizada não é a
que os jovens lidam, um estilo acadêmico nada amigável, o tema apresentado foi
do trabalho.
Os grupos focais foram uma valiosa contribuição para poder descrever a forma de
relacionamento e motivação: "Não estou interessado em fazer lição de casa porque o professor dá
sentindo que você não está interessado; não nos valoriza. Não me importa fazer ou não fazer, não é o
assunto, é o professor, se eu tivesse um professor que te valorizasse, se ele é uma boa pessoa com
todos”. (E 2)
"Voce entende? Eu participei, ajuda você a se viciar de acordo com o assunto”. (E 7, turno da noite)
Já foi dito que tudo o que é feito e dito tem um impacto nos alunos. eles devem sentir
quem está interessado neles. Alguns dos alunos não sentem isso e é evidente na
o aborrecimento. “Eles falam e falam, saem dos trilhos, os tópicos me aborrecem, não me aborrece
entende” (I 1, turno da noite). Eles não participam da busca de que fala Freire
(2004).
Se partirmos da premissa de que o professor não apenas trata e quer que o aluno
aprender, mas também acredita que o aluno pode aprender, então ele
realização do produto e não do processo. Embora no discurso dos professores tenha se manifestado
levar em conta o processo, na sala de aula o que ele percebia era que tinha que chegar a um produto.
indiferença, apatia, tédio, esse cansaço que anula a alegria. O não reconhecimento
55
Fernández (2009, pp. 9-11), levanta o "desafio difícil, mas gratificante, poder incluir o
alegria e autoria no próprio ato de ensinar”. Para abrir espaços de autoria para
felicidade. A aula de inglês foi a mais dinâmica, dialógica, onde houve aproveitamento da
participação espontânea.
para que a comunicação se estabelecesse, mas era um silêncio imposto, não era um
espaço de escuta. A comunicação autêntica não apareceu, era uma “linguagem defensiva”
(Shor, 1985). Percebeu-se uma grande distância entre professor-aluno. submissão era evidente
às propostas. Essa situação também foi traduzida nas palavras dos alunos.
rotina. Ficou evidente em suas respostas a dificuldade de como chegar até o aluno e
Coincidindo com Lortie (1975), percebeu-se a tensão entre a necessidade de controle para
afetiva, expressou o desejo de fazer parte. Três das professoras, em seu discurso e em sua
Por outro lado, os alunos não percebem esse compromisso: "Se eu não entendo, não entendo
razão pela qual eu estudo mais”. (E2) “Incomoda-me que eles não estejam interessados na minha atitude ou no que
o que você fez." (E5) “Pergunto ao professor se posso ir até o fundo com o
celular, pois sempre fazemos o mesmo. Ele me deixa, eu vou para o fundo e não me incomodo
ninguém". (S6)
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56
Eles gritam sem sentido. Percebeu-se uma indiferença de ambos os lados, do aluno e do
isolar, irritar Seus colegas confirmam que o professor lhe dá permissão para,
dissociar-se da classe de alguma forma: “Se você errar, eles dizem que é errado, se você perguntar,
Isso não explica para você." (E5) Sentem que os professores não se importam, que incomodam
quando estão errados. Essa falta de comprometimento dos adultos de referência os leva a não ter
compromisso com o seu papel de alunos. Alguns dos meninos esclarecem que isso não acontece em todos
as materias.
para os alunos com quem têm de trabalhar. Por isso é importante que você ouça
eles tratam bem. Em particular, eles apontaram que tinham muita confiança nos membros. Esta apreciação
"Eles confiam em alguns, depende." Uma aluna afirma que sua confiança depende da
acordo. "Eu confio se ele me trata bem." (...) "Eles estão estressados." (E 4, turno da manhã)
3.1.1- Conflitos
conflitos com os jovens. Eles indicaram que tomaram conhecimento dos problemas nas instâncias de
57
conflituoso, a abordagem que dele foi feita e sua posterior avaliação: "O conflito foi
com os alunos que não tinham autonomia, trabalhava-se mais, porque havia problemas de
quando enfrentaram dificuldades, não a assumiram como uma dificuldade a ser superada e
limitado à convivência. Foi falado. Havia uma questão de bullying contra um aluno por trás disso,
Foi assim que a situação foi descrita pela professora, mas quando ela investigou um pouco mais,
foi esclarecido que era um problema de vínculo com o professor. Ela, em sua resposta, deduziu
problema a conflitos entre alunos, mas a situação que originou a intervenção foi a
seu tratamento com seus alunos.
mas quando confrontado com o que foi observado em aula e o que foi expresso por seus alunos, ficou evidente
que, por parte da professora, não houve reflexão crítica de sua prática. o professor não era
contribuiu para o grupo. Não se deve esquecer que todos os alunos fazem julgamentos.
Freire (2004) apontou que os professores não passam despercebidos, e a percepção que eles têm não
é o resultado de como se age, mas do que o aluno entende de como age. Isso é
link: “Se o desenho me diz que eu desmaiei, eu sei que desci, porque cabe a mim
mau professor, é de se esperar. Quero dizer. Se eu não estudei o assunto e você não gosta do
58
coincidente entre eles e as contribuições teóricas. Do ponto de vista dos alunos, o que
Incomoda-os em relação ao professor são: maus-tratos (“quando eles gritam com você sem nenhum sentido”);
desinteresse (“quando não estão interessados”); quando ele tenta se colocar no nível do
alunos (“ele tenta se juntar a nós para foder”); comparações ("Eu não os comparo
mas eu lhes mostraria outro outdoor: eles dizem que não nos comparam, mas comparam”); a
conteúdo; mau humor (“quando um professor chega de mau humor e toda a turma está
mau humor"); quando há desinteresse pelos alunos (“Se você errar, eles dizem que estão
errado, se você perguntar ele fica chateado”). Os alunos em suas avaliações foram firmes e
repetitivo.
mas a provocação os deixa desconfortáveis (“Quando eles provocam você”); quando são invadidos, (“Que te
tirar coisas das mochilas”), quando alguns colegas interrompem (“Eles tentam
relações educativas são identificadas, trabalhar com o outro. Participar significa promover
Os alunos estavam presentes, mas a interação foi distante e fria. Foi observado que a sala de aula
As salas de aula são onde os processos de aprendizagem acontecem e onde as tensões entre
59
Eu estava presente. A relação era vertical. Havia medo de retaliação. Também não se
dominante, o poder era detido pelo professor. “A autoridade é adquirida através da participação
em cenários que trabalham com formas democráticas; Caso contrário, estaremos antes
situações de autoritarismo” (Torres, 2009, p. 90). Estas palavras de Torres foram apreciadas
na sala de aula e nos depoimentos dos alunos, o conflito parece ser o resultado
Os alunos afirmaram que existem professores rigorosos, mas que os tratam bem. Do
regras de estar com o outro e isso implica contemplar a perspectiva de todos os atores. Isto
que ficou evidente nessa aula foi a falta de uma construção e ação proativa
diferentes instâncias, nenhum crescimento foi percebido por nenhuma das partes.
algumas expressões dos entrevistados, "eles me preenchem", de alguma forma naquela possessividade
“eu” mostra a sensação de que a tarefa é feita para o professor e não para o professor
sala de aula, sem perder o controle e o respeito, a empatia e a tolerância de ambas as partes foram evidenciadas.
Freire (2006) entende que ensinar exige risco, rejeição à discriminação, respeito
os estudantes. Na entrevista com a professora, fica evidente que ela não compartilha a
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sala de aula, o professor dá-lhes liberdade para se expressarem, discordarem e opinarem. Os atores foram
Com a professora de Ciências Físicas (D4), com uma postura muito firme mas atenta
respeito e reconhecimento mútuo que promoveu a boa participação. dois dos três
outro professor com larga experiência apostava no intelectual, com postura mais rígida
não conseguiu uma real aproximação com os alunos e nem eles, nem o professor,
eles motivaram Não é a idade ou ser mais ou menos rigoroso que favorece os maiores
3.1.3- Conformidade
poderia ser melhor. Se você me fizesse essa pergunta no meio do ano, eu diria que não
satisfeitos com os resultados, mas no final do ano percebeu-se que conseguiram evoluir”. (D
5)
Questionada sobre o grau de conformidade com o clima da turma, D5 a leva para o avião
respondeu: “Sim, me senti muito confortável, o que melhoraria talvez, seria a parte que eles
conseguir algo e que eles são capazes de valorizá-lo, mesmo que seja mínimo. acho que tem muito
porque os grupos que não vinham trabalhando de forma mais fluida levaram esse assunto
como algo muito simples porque muitas vezes... notei muita diferença entre primeiro e
61
3.1.4- Reconhecimento
alunos. Todos os professores entendem que seu trabalho é reconhecido por todos os atores
vem o final do ano tem uma palavra bonita para o meu trabalho, para mim e eu noto isso naqueles
detalhes, porque eles pegaram meu telefone ou porque fizemos algum trabalho e eles o veem no
plataforma, aí eu vejo que foi gerado um bom relacionamento, esse tipo de coisa...” (…) “Com o
que se expressa em todos. A professora se avalia, (...) "Sempre escrevo alguma coisa no meu
celular, anoto o que melhoraria”. (D5) A professora, em sua fala é crítica e expressa
conformidade com os vínculos, tanto com os colegas como com os alunos, mas
Manifesta-se nas expressões dos jovens: “Não, não podemos nos opor; não vai fazer você
caso, certamente eles não vão deixar você." (E1, turno da manhã) Essas palavras refletem a
Professores e alunos valorizam como positivo o reconhecimento, por parte de seus pares, de
No que diz respeito ao segundo objetivo, que visa investigar as percepções dos
atores no que diz respeito aos estilos de relacionamento da instituição, cuidados especiais foram
descobrir quais representações os atores institucionais têm dos estilos de relacionamento. Eu sei
interpessoais, portanto, esses aspectos foram analisados. Junto com essa análise,
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exercer sobre os alunos. Há motivo para preocupação com a necessidade de afeto que
jovens, não os deixe indiferentes. Esta avaliação é confirmada pelas vozes dos alunos e
observadas nas aulas visitadas. Em suas respostas, evidencia-se uma atitude passiva, não
curioso, não dialógico. Para alguns alunos, a sala de aula é uma canção de ninar para dizer
professores e alunos.
professor não é o mesmo. A percepção deles é que o clima da sala de aula é descontraído e fluido.
falta de confiança de seus professores em relação a eles. Esta opinião não é expressa pelo
(2016, p.59) "A relação pedagógica é alheia a qualquer forma mecânica, é sempre uma
encontro entre sujeitos com suas histórias singulares”. Cada professor em seu discurso, em sua
63
lugar onde cada professor deixa sua marca, cada um tem um estilo pessoal e único. Está
vínculo com o outro, supõe orientar os conflitos vivenciados em qualquer vínculo com o outro com o
“A população estudantil mudou muito. Tem como objetivo conter. não pode atender
caracteristicas? Diante dessas deficiências, eles agem de forma diferente, tornam o vínculo diferente.
jovens colidem com o mundo adulto e estes não podem responder à demanda
Adolescente. São dois universos diferentes.
respeitar por eles e por mim. Eu nunca tive que parar a aula para lembrar disso” (D4). Eu sei
Construir respeito é reconhecer o outro como pessoa com direito a ser diferente de um ou
a necessidade de intervir neste aspecto, embora não no grupo observado: "Este grupo não
pouco trabalho de classe e bem... tivemos que concordar entre todos que não poderíamos
trabalho assim, que você pode falar, mas não assim, depois melhorou muito”. (D1)
Quando questionada se as regras foram estabelecidas por ela ou pelos alunos, ela expressou (...)
“Foi entre todos. Eles se conhecem. O progresso foi feito. Foi invertido." (D1)
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uns aos outros. A percepção dos professores sobre o vínculo com o aluno é
confiança, respeito. Por outro lado, os adolescentes não a percebem da mesma forma.
estabelecer bons links; estes, pelo contrário, consideram que existe uma boa
relação.
(...) O vínculo com o aluno deve ser de respeito mútuo principalmente porque o respeito
está muito desgastado em alguns casos ou não está lá, diretamente”. (D5)
e a preocupação que o assunto gera. Quando perguntada como ela acha que eles a veem
alunos respondem: "Eles me vêem como louco, eles sempre me dizem, eles me dizem o velho ou o
desenho maluco porque me veem correndo, me veem perdendo coisas... eles sabem que estou lá
e que eles podem me dizer coisas. Por um lado, eles me veem em seguida por uma questão de geração
e quando falo com eles, lembro-lhes da vovó. Você parece mais jovem do que é... e nós
Nos divertimos muito, brincamos com limites, sem agressividade. Também estamos em
as redes sociais. Eu gostaria de ter mais tempo com eles para fazer mais coisas.” (D5)
Ao responder, mostra sua alegria por essa cumplicidade, que considera ter
A professora de inglês tem 63 anos, no entanto, o fosso geracional não está definido
evidente na forma como se relaciona com seus alunos. (...) "Acho que eles me veem como
uma pessoa com quem eles possam conversar, que tenhamos um bom relacionamento. Eu os trato...
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capaz que teria que ser mais firme. Mas quando tenho que ser firme, sou firme. Ok…
eles vão te dizer. “Eu sou a coordenadora, uma relação muito boa, é muito fluida. Acho que é
um bom relacionamento. (…) . Eu me sinto muito confortável. Podemos conseguir mais com carinho,
Ele considera que não há inconvenientes e que sua aula é descontraída. As respostas do
Quando perguntada como eles acham que seus alunos a veem, a professora de ciências
O físico (observado em ambos os turnos) afirma: “Com respeito, muito respeito. Temer? Não
Eu sei, não sei... acho que não, ninguém reclamou... Eles me veem como uma pessoa exigente, por isso
Eles me respeitam e me obedecem”. (...) não sou amiga, mas as relações são fluidas, são
Eles participam, eles se expressam. Eu me dirijo pelo sobrenome e digo a eles, você. Eu não os protejo. Não
vínculo mais distante, de maior formalidade e não duvida de suas ações, de sua gestão de classe,
de suas demandas. Lembra-se que ela é uma jovem professora. E coincidente com o colega,
Todos os alunos e professores concordam com a importância de um bom clima de sala de aula
Como é a ligação entre eles? As percepções dos professores são diferentes das
as relações são fluidas e confiáveis, por outro lado os alunos não compartilham dessa percepção,
suas avaliações, um vínculo baseado no respeito e nos limites. Eles também compartilham o
66
Para investigar a percepção dos alunos, foram utilizados grupos focais e também
fez com que os participantes se sentissem à vontade. A discussão foi guiada do mais geral para o
foram evitadas perguntas concretas e estimulantes e aquelas que são respondidas com um sim ou uma pergunta.
Não, eles foram escritos de uma forma que promovia a reflexão e a participação.
Eles selecionaram as citações relevantes que tornaram visíveis as opiniões dos jovens. No
análise posterior, foram levadas em consideração as reações que provocaram nos colegas.
reconhecimento de seus professores. Em suas respostas ele repete: "Eles não nos valorizam".
Particularmente com o professor de Educação Visual e Plástica. (…) “Ele não nos valoriza. Mas
se importa do mesmo jeito. Ela permanece em silêncio e continua escrevendo no quadro-negro. prefiro ficar
calado, há momentos em que você não concorda, mas sim, é o jeito deles de trabalhar e você tem que
Eles são questionados por que não fazem as declarações e eles respondem: "Ela não vai mudar
nada, ele não atende a gente, é como falar com a parede, não vai mudar. Acontece com alguns de nós”
(E 6, turno da manhã). Todos os participantes tinham uma atitude submissa, uma postura de
67
Apenas um aluno do turno da noite afirmou: “Eu só conto as coisas para eles,
Eu não guardo nada pra mim, por isso ano passado eu tive muitos problemas... (E 6) Tem
professores que, se você contar, vão com calma, mas outros fazem uma observação e
Eles colocaram por desrespeitar o professor. Na matemática você não faz nada e isso já te tira”. (E2,
turno da manhã)
sanção: "Tem professores que gritam com a gente quando são muito rígidos" (E 1, turno da manhã). Não
não sentem confiança e não têm uma atitude dialógica de nenhuma das partes. Quando
deixe-os comparar. (...) “Se você errar, eles te falam que é errado e te comparam com os outros
grupos e isso deixa a gente com raiva” (E5, turno da manhã) “Não gostamos que nos digam as coisas na frente
“Porque, por exemplo, um professor está em uma turma que não é sua e vem de mau
humor daí e todo tipo de mau humor permanece, como se ele nos tratasse diferente de todo mundo
todo dia, por uma aula, por algo que a gente não fez” (E4, turno da manhã). O e o
pessoas, que nos explicam bem, que não gritam, que não nos ameaçam. dependendo de como
tê-lo por dois anos quando nos demos mal no primeiro ano”. (Estudante 7, turno da noite).
Nessas palavras, percebe-se o quanto é importante para eles o tratamento que lhes é dispensado, o quanto
eles expressam convicção, não apenas que são claros em suas explicações sobre o conteúdo
disciplinas, mas no vínculo que se estabelece com elas. Freire (2004), destacou a
presença do professor na sala de aula como formador, a sua presença marca e nada escapa à
julgamento que os alunos fazem do professor, todos deixam sua marca, o autoritário, o
Os alunos fazem seus julgamentos sobre seus professores e, embora não expressem nenhuma
tente qualquer coisa, você pode apreciar a marca que cada um deixou neles. Os jovens vivem a marca
68
professores, por isso, questiona-se também sobre o vínculo entre o corpo docente e a
“Sinto-me valorizado, dizem-me que tenho um bom comando, dizem-me que te amam (…)
Eu percebo quando ele me diz; o que você faz com um aluno assim? Essa pergunta me diz
Eles valorizam meu trabalho. A equipe gestora vê o clima da sala de aula e me diz: não acredito
como eles trabalham com você Como se fosse inato em mim, algo que eu trago por causa de como eles se comportam
os alunos, como trabalham, como cumprem” (D 4). Recorde-se que o professor foi escolhido
professores, o vínculo é muito bom, me sinto muito à vontade, recebo apoio, eles me conhecem
69
permite que vocês se conheçam e se desenvolvam com segurança, é uma relação de compreensão mútua,
Embora nas respostas, um bom clima, confiança e apoio mútuo sejam evidentes
suas respostas apontam para a disputa entre eles e, em alguns casos, para aspectos específicos
do corpo estudantil
A relação entre os alunos foi outro dos vínculos observados, em sala de aula.
e abordados a partir das respostas dos alunos e de seus professores. A pesar de que
a questão era especificamente para a forma de se relacionar sem especificar em quais dimensões,
para eles é a recreação e a parte social: “O vínculo com os colegas é bom. Nós gostamos
A percepção geral dos professores é que eles se relacionam bem: "Eles são bons
A partir do que foi observado em sala de aula, pôde-se perceber uma relação fluida,
agressivo, principalmente na linguagem, nos gestos. Pedaços de papel são jogados; é meu
goma” (E 2), com destaque para o possessivo; “o que tem a ver com isso” (E4), em tom depreciativo,
sinais de dedo com referências ofensivas.
alunos, manifesta-se para estabelecer uma empatia positiva com eles e com eles. Em vez disso, o
Professora de matemática considera que os meninos têm altos e baixos, interessados por um tempo
e então não.
a) Personalização
seus alunos as respostas foram divergentes. Nenhum deles apresentou uma aula
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em vez disso, foi oferecida a todos os jovens a mesma atividade, uma única tarefa.
os professores estão constantemente travando uma batalha e para superá-la eles devem lembrar que
crescer, que os alunos não podem ser selecionados, mas que a todos deve ser oferecido o
discursos procuram atender seus alunos de forma personalizada, consideram que cada
sujeito deve apropriar-se da cultura de maneira singular, de modo que exija sua
b) Confiança
considerado na análise. Através do diálogo que foi gerado com os jovens, emergiu que a
A confiança é um aspecto fundamental para se envolver com o professor, com o grupo, com o
outros não. Afirmam que depende da situação e também do professor: “Quando você não
traz lição de casa ao longo do ano e eles fazem a diferença com aquele que faz. Ela confia mais no outro.
Claro que, como ele não mostra interesse, eles nunca vão te dar apoio, é como se a confiança já fosse
se perdeu. Mas se ela não te der confiança, você também não pode ficar motivado." (E 2, vire
vespertino)
Alguns alunos entendem por que os professores não confiaram neles e por que em
alguns sim e outros não; justificou a falta de confiança do professor no aluno por
falta de compromisso, mas outros entendiam que se não fossem confiáveis também não seriam confiáveis.
eles envolveriam
como ele sabe que eles não confiam nele e ele afirma que eles lhe disseram isso explicitamente. "O
professora me disse. Eu não confio em você." (I 1) Em suas palavras ele reflete a percepção de que
71
expressa pelo aluno. Eles entendem que ele tem comportamentos negativos em relação à jovem. o
aluna afirma que não fez nada para não ser confiável. Diga como você
Eles deram os fatos. “Eu não estou fazendo nada, devo te mostrar? Ele me disse: feche o computador,
vivenciaram essa situação como uma prática autoritária. “Não estou fazendo nada” (E1) e
tinha ele. A desvalorização da aluna gerou desconforto para ela e seus colegas. Dentro
considerou que trabalhar como professor implica confiar nas possibilidades de aprendizagem do
confiança dos alunos em relação aos professores, eles afirmam que confiam em alguns. Dentro
de uma forma muito especial eles confiam na designada, a professora de música porque “ela não é a
Para dizer de Torres (2009), nenhum aluno poderá se envolver nas tarefas ou interagir
verbalizar esses desconfortos. Por outro lado, os professores não reconhecem um tratamento hostil
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procurar. Uma das alunas afirmou que o interesse de uma professora despertou seu interesse pela
professor fez para o aluno se encaixa nas palavras de Frigerio (2004), que fala
“Estudei essa carreira porque sinto, é uma vocação. Eu amo fazer face às despesas
ano e que os pequenos me digam: "Ah, professora, como eu aprendi". No final do ano você vê que tudo
o que você transmite, serviu, não só para eles aprenderem Ciências Físicas, mas também para eles serem
pessoas boas, sempre melhores. Eu quero deixar isso, você me entende? (D4)
mas também nos professores. Ela é uma professora que mostra interesse não só em
frustração por seu trabalho: “Eu tento motivá-lo que ele pode, que se ele conseguiu isso ele pode conseguir
outras coisas, mesmo que eu não consiga a suficiência, procuro incentivá-lo a melhorar sempre. Mas não
Eles são tão receptivos, são muito orientados para os resultados.” (D1)
A fala predominante da maioria dos alunos é que eles não prestam atenção na
aulas e afirmam que não o fazem porque ficam entediados: "Quando estou entediado eu não escuto,
Eu durmo, estou no celular, eu falo. Eu também fico entediado com os temas repetitivos. Sim
Os professores devem pensar nas suas aulas tendo em conta o jovem que entra na sala de aula
construção, menos sentido e prazer (Torres, 2009). Esta situação traz sentimentos
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grupos de foco.
autoria, esse sentimento responsável pelo que faço crescer. É importante que todos
necessário, por um lado, promover a auto-estima, mas também a hetero-estima, não é suficiente
para se ver bem, é preciso que o outro o reconheça. Ambos os protagonistas do ato
educação precisam reconhecer um ao outro e ao outro, professores e alunos têm que acreditar
Para atingir esse objetivo, os professores colocam em jogo várias estratégias, usando traços
de sua personalidade e até mesmo de seu próprio corpo, tornando-se atores que buscam atrair o
atenção de seus alunos.
conhecimento com que os jovens chegam, nem é possível discutir os conteúdos, nem
desvelamento de algo, como uma inquietação indagadora e junto com aquela curiosidade que move,
criatividade seria promovida. Algumas atitudes inibitórias foram observadas por parte do
d) Autonomia
professores. Para o primeiro, nenhuma possibilidade é habilitada, para o segundo, elas são dadas
2Autoria é encontrar um autor. Coloque o conhecimento em jogo. Cultive algo. (Fernandez, 2009)
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alunos, dá-lhes a possibilidade de escolha, de decisão porque confia nas suas possibilidades
de autonomia: “Nem todos, mas 60% conseguem atingir os objetivos propostos por eles
eles mesmos. Quem toma as decisões depende da época do ano. Eles são participantes de
seleção em algum momento do ano, eles devem passar pelos dois níveis, fiquei surpreso que
prescrito: “Eles são capazes, embora dependa do sujeito. Digo-lhes: quero que me surpreendam,
incentivar o trabalho em equipe. Eu não deixo eles se mexerem muito, funciona para mim assim." (D5)
O professor de Ciências Físicas diz levar em conta seus interesses para gerar a
espaço dos alunos, mas quando perguntado quem faz as propostas confirma que
surgir dela. A professora de Matemática considera que suas práticas em sala de aula permitem
alguns fazem. Eles têm uma coisa boa, se eles não entendem, eles perguntam novamente. Não tem
problema de dizer não sei, não entendi, criticar o que não se sabe. pode posar
livremente". (D1)
A maioria dos professores entrevistados acredita que eles promovem a autonomia e que
alunos usam.
A opinião dos alunos é diferente, eles não percebem essa possibilidade, esse espaço.
(...) "Não podemos nos opor, não podemos dizer que não gosto disso porque não vai fazer você
caso diretamente. Com certeza não vão deixar” (E 2, turno da manhã). Nestas palavras é
expresse.
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“construído”, em algumas propostas foi possível escolher, mas foi uma escolha determinada,
“Eles têm a iniciativa de trabalhar juntos. Eles são meus colaboradores (“eu levo ele”,
“Eu te trago”) Estão abertos a propostas. Entre eles, eles conseguiram coisas juntos. Eles aceitam,
Às vezes é onde eles querem passar mais tempo, eles querem o PAM porque eles gostam de estar lá e eu
Eu tenho uma maneira de consertar isso. Mas na maioria das vezes eu mesmo resolvo. Usualmente
deixá-los optar pelas plataformas virtuais de seu assunto. Considere que eles têm
iniciativa, mas, ao descrever os fatos em que são autônomos, refere-se a coisas concretas.
A iniciativa que você menciona está relacionada à solidariedade que você tem com o professor em
questões práticas.
têm muito poder de decisão, mas o grupo do turno da noite enfatiza que mais
percepção.
Para atingir o terceiro objetivo, que se refere à identificação das condições que
propostas.
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pedagógica.
Eles expressam o desejo de ter mais contato com seus colegas professores. Com
Em relação a este último ponto, não houve evidência de trabalho colaborativo ou interdisciplinar.
entre colegas. Apenas uma atividade foi mencionada pelo professor de Matemática.
melhoria da escola.
prazer e satisfação com o seu trabalho. Ele atribui valor a “aprender juntos” e “ensinar
juntos”: “…É uma vocação… sinto muito. Adoro chegar ao final do ano e que os pequeninos
diga-me: não posso acreditar em tudo que aprendi. Como isso te enche? Serei tão louco? Mas
final do ano você vê que não. Vou ser professor de Física assim te enche. (…) Estou satisfeito
muito a ser valorizado pelos alunos, pelos colegas e pela equipe gestora” (D4). Dentro
Suas respostas confirmam a importância que ele atribui aos alunos. Ele insistiu muito com
meu trabalho é estabelecer bons vínculos, de afeto e afeto, quando se percebe que isso
vai e vem, é aí que ganha forma e se consegue um bom ambiente de trabalho.... daí
Tudo vem à tona, as propostas que os alunos fazem para você. Mas não são apenas os links
dentro da sala de aula, são também os laços com os meus colegas, os laços com os funcionários
da instituição. Acho que isso faz com que a pessoa se sinta confortável e feliz no lugar de
trabalhado". (D3)
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emocional e é nesses aspectos que ele encontra gratificação. Eles consideram que o bom
Eles são atraídos pelo que ensinam. Consideram que o gozo é uma boa estratégia para
ganhar a atenção dos alunos. Eles entendem que se eles gostam de ensinar, eles alcançam
professores que apostam no prazer e não apenas o verbalizam, mas o colocam em prática,
eles garantem que os jovens também aproveitem suas aulas. Confirma-se que a satisfação
Apostam no afetivo.
O que gratifica um e outro varia de acordo com as nuances, mas a diferença mais perceptível é
conta, ser ouvido, perceber que eles são confiáveis. (...) "Conviver com o professor,
conviver com os colegas” (E1, E2, turno da manhã). Aos alunos do turno
manhã eles se preocupam muito com o relacionamento com seus pares, com seus professores. é o
Por outro lado, os alunos do turno da noite valorizam mais o vínculo com o
digamos, os jogos que existem”. "Reunir no recreio com os amigos" (E 3 e 4). Quando
Eles começam a falar sobre o tema da recreação e do jogo eles expressam alegria. O encontro com
seus pares torna-se relevante para os jovens. Nas palavras de Winnicot, (citado por
senso de humor” (p. 167). O lugar que os jovens dão aos jogos também é valioso.
Os professores geram poucos espaços para brincar. Quando perguntado qual professor
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preferem, entre outras coisas, afirmar “que ele tenha bom humor e não seja estressado”. (E1 e
E2)
outros. Embora quando questionados diretamente sobre o que eles gostam no ensino médio, eles respondem a
recreação, a partir de outras questões, não tão diretas, expressam que também se preocupam com o vínculo com
“Gosto de um bom professor, aquele que está sempre com você, que te ajuda muito, que
Está". (Turno da manhã, E 6). "Gosto de me dar bem com o professor." (Virar
noite, E 7). “Dar-se bem com o professor e os colegas.” (Turno da noite, E2).
"Aprenda coisas que podem ser úteis." (Turno da manhã, E 8). “Aprenda algo para obter
representam oportunidades para o futuro, recompensam o que pode ser útil. Em vez disso, no
No turno da noite, o relacionamento, o afetivo, o vínculo com os colegas e professores são valorizados.
professores estão preocupados, três dos professores entrevistados destacam como importante a
bem-estar de seus alunos e estão interessados em promover ambientes "amigáveis", embora não
Para ambos, um bom vínculo proporciona satisfação. No turno da manhã eles apontam como
gratificante o bom relacionamento com o corpo docente. Em vez disso, o grupo da tarde
prioriza um bom relacionamento com seus pares como sinal de prazer. Eles adicionam ao
avaliações dos professores, a confiança como fator decisivo para o seu bem-estar. este
O jogo é outro fator que proporciona prazer, este aspecto também não foi apontado
pelos professores. O bom humor dos professores também é gratificante para eles. No
grupo focal realizado com os alunos, obteve-se uma maior variedade de respostas do que no
entrevistas com professores. As contribuições dos alunos foram muito valiosas para entender
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gratifica alguns, não é importante para os outros. São divergentes, em alguns casos, os
interesses.
pedagógico usa a audição: "O primeiro recurso é sempre a audição, mas com isso
os meninos já tem uma cultura mais da imagem e do som eu tenho que recorrer ao
tecnologia para poder motivá-los, pois estão cercados de muito boa qualidade de
imagem e som. Portanto, o ensino médio tem que oferecer a eles o mesmo ou melhor. E sempre o
fator surpresa, sempre o fator surpresa. Algo que eles não têm em casa ou ao alcance de
A Educação Musical reconhece como estímulo para ela e seus alunos o fator surpresa
os sujeitos consideram que por mais que as práticas mudem, eles não entendem: "Eu em
Matemática, por exemplo, eu não entendo, não sei se é como ele explica, mas pra mim é
a matéria é muito difícil” (E6, turno da manhã). “Em biologia eu nunca entendi. Não Estudo
porque eu já sei que, mesmo que eu estude, não vou entender”. (E 7, turno da noite)
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a sala de aula e entendem que as estratégias não são usadas para estimular a participação. Este
que para os professores é eficaz, não coincide com a opinião dos jovens. Dentro
Por outro lado, uma professora estabelece, em suas respostas, uma certa resignação de que o
Reforce com seu tom de voz e suas palavras. "Há muitos na classe." (D1) A educação é
diversidade de alunos com suas identidades culturais e linguísticas que não funcionam em
oferecidos aos alunos, antes de satisfazerem as necessidades, hoje, não são suficientes: "Tem
mutável, hoje não é o que era há dez anos. Em sua resposta, a professora de matemática
manifesta preocupação com as características dos jovens de hoje e está ciente de que
realidade mudou, que não é mais possível agir ou ensinar da mesma forma.
intimidado, nem com medo; Pelo contrário, ela era uma das professoras que eles mais respeitavam, mas
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Ciências Físicas como "bom professor", "boa pessoa". Eles não foram perguntados diretamente
como eles a viam, mas eles a usam como exemplo quando perguntados como
deve ser um bom professor: “Uma boa pessoa, que é muito clara ao explicar e
que ele é uma pessoa muito boa, rigoroso, mas não rigoroso, que ele está gritando com você o tempo todo
que o professor seja considerado pela equipe gestora como uma referência do
instituição. O objetivo de observá-la em dois cenários diferentes foi comparar seu manejo
professora como ela achava que seus alunos a viam, respondeu: (...) "Com muito
respeito, eles têm muito respeito por mim”. E à pergunta se você pensa que, com medo, "eu não sei, medo
creio que não. Ninguém reclamou. Eles me veem como um professor exigente, é por isso que eu
observador foram que os meninos eram inibidos, quando o grupo focal é realizado, o
os jovens expressam seu bem-estar nessas aulas. A mesma coisa aconteceu nos dois grupos.
Segundo Meirieu (2016), com relação a que tipo de prática mobiliza mais
82
eles entendem que seus professores não fazem nada para motivá-los.
Referem-se também ao interesse por determinados assuntos: “Alguns assuntos que são
desencorajar. (...) "Eles falam sobre assuntos que sempre se repetem, por exemplo, na aula de
Inglês, ele dá um tópico um dia e no dia seguinte ele acha que não deu e dá de novo. volte e volte
rever o que ele deu no dia anterior” (E 5). A repetição sem entender o porquê, os incomoda,
eles não consideram isso um reforço. Eles expressaram seu desacordo com essas práticas.
compreensão, desconforto e tédio nos alunos (...) "Se eles alongam muito as palavras, é
como se não precisasse falar assim, se todos entendemos a mesma coisa”. (E7, turno da noite)
"Os temas nos aborrecem, os professores falam e falam." (E 5, turno da noite) “Eu
Estou entediado em História, em Matemática, em todos eles. Sem ser Educação Física ou qualquer outra”. (E2,
turno vespertino)
"crianças". Um aluno imitou a forma como foi falado, ironizou com a situação
evidenciado em três dos sujeitos. Em dois deles, esse estilo de prática provoca apatia,
resistência e indiferença nos alunos. Por outro lado, em uma das professoras, que
modalidade afeta favoravelmente.
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3.3.3-Conteúdo acadêmico
relacioná-lo com a vida cotidiana para que eles se tornem mais interessados em suas ideias. Eu sei
eles se propõem a mostrar-lhes como será útil para eles na vida. Vygotsky (1995), fala de uma zona de
mostrar que é assim que eles pretendem trabalhar. Os jovens também aspiram a isso, às aulas
desafiador. Não são apenas os alunos que devem se motivar, buscar novos territórios,
é o ano de um evento interessante para eles e ligado à música” afirma o D3. Já sei
disse que não há nada mais convincente do que os fatos da vida real. o professor de
Os alunos não são atraídos pela maior parte do conteúdo que lhes é apresentado.
eles propõem. “Sinto que não me importo com o que aconteceu antes. Para mim
interessado no que acontece agora. O que me interessa que você fale de Napoleão se ele fez o mesmo
do que uma pessoa normal? (E 8, turno da noite). Nas palavras deste jovem
desqualificam o conhecimento que é desenvolvido nas aulas e que lhes é dado para que
memorizá-los.
A esse respeito, Shor (1985) argumenta que "o conhecimento é dado a eles como um
cadáver de informação ÿum corpo morto de conhecimentoÿ e não como uma conexão viva
a metodologia utilizada não os coloca em situações autênticas. As relações não são estabelecidas
com a vida real ou situações atuais.
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A maioria dos alunos entende que os conteúdos não são interessantes para
e consideram que os recursos que lhes são apresentados não são atrativos. o que era
valioso, para eles, está desatualizado. A seleção dos conteúdos a serem trabalhados, bem como
instituições, professores que, quase sem exceção, são os que definem as práticas
cortês
Surge a questão das inter-relações. Nesse sentido, deteve-se em questões que, segundo o
afeto para conseguir a participação. Isso está de acordo com as propostas feitas por
Também Freire (1985), afirma que a distância fria entre aluno e professor
corpo estudantil. No capítulo teórico foi registrado que para a presente investigação seria levado em
“Se ele tem problemas, eu o trato diferente, encorajo mais ele, ajudo mais ele, tento
abordar e explicar mil vezes diferentes. Se eu descobrir alguma coisa...” (D4). Nestas
salas de aula porque nelas é a sociedade que é naturalmente desigual. A professora nela
O trabalho manifesta essa sensibilidade necessária para atender a quem mais precisa. Tenho
como eixo o trabalho com o outro (Viscardi, 2013). As ligações entre os assuntos são
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aprendizados. O professor com este procedimento não anula as diferenças, mas procura não
gerar desigualdades.
alunos com quem trabalha, para que possa alcançar as melhores estratégias
benefício da participação. No referencial teórico, foi citado Gardner (1994), que coloca
em evidência de que a educação intelectual não é a única que deve ser frequentada.
os alunos sentiram. Esse novo foco de atenção traz novas demandas para o
professor para o aluno, assim como do jovem para o adulto, é relevante no intercâmbio. Três
personalize suas propostas de trabalho e a forma como você se relaciona. dois dos professores
apresentam suas aulas atendendo as diferentes inteligências, não excluem e seus discursos são
humanizador.
os alunos, sem medo de punição, participam com mais entusiasmo, mas sempre
3.3.5-Motivação
professores para capturar o interesse e desejo do aluno e seus próprios. “Primeiro eu prego com o
exemplo, sempre, sempre. Se eles perceberem que você faz o que realmente diz, e
no final do ano você cumpre, eles vêm e te cumprem, eles estão atentos, eles
avaliação, as perguntas de cada dia para saber o que sabem, para ela, as perguntas
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Eles são fundamentais. Ele considera que saber que serão avaliados os mobiliza: “Eu não
perguntas, eu dou um tópico, no dia seguinte sim ou sim eu pergunto, o resto escuta, ficam como
acordado eu venho e qualifico. Eu trabalho no laboratório, meu assunto já está emprestado a eles
às possibilidades que traz à aprendizagem, mas considera que nem sempre é possível
percebe que o maior problema dos alunos apáticos é que eles não têm motivação
que o jovem não submerja na indiferença e na apatia, é necessário que ele se envolva em uma
atividade mobilizadora.
os entrevistados como estratégias para motivar. A maioria dos professores avalia como
O trabalho em equipe é muito positivo. (...) “Para eles é muito bom, debater, ouvir uns aos outros, o
tarefa fica mais fácil”. “Quando levanto um novo tópico faço jogos e se vejo que é
eles ficam entediados, eu mudo, trago músicas, jogos, muitas vezes eu dou a eles uma escolha, eu quero que eles
Toque. O jogo havia sido citado pelos alunos como um dos mais
professor por um dos alunos e assim poder motivá-los. Torres (2009) destacou que a
os que vivem Essa possibilidade de optar por uma música de sua preferência dá-lhes outra
quais conteúdos programáticos podem trabalhar com eles, satisfazendo assim suas demandas e dessa forma
forma de obter melhores resultados. Essa possibilidade de motivar para depois foi observada na aula.
legitimar o esforço.
De algumas das respostas dos professores, pode-se deduzir que os fatores que
87
Para descobrir o que lhes interessa, é preciso observar o que dizem, fazem, escrevem
e para isso é necessário criar uma atmosfera em que sejam autênticos (Shor, 1985). o
espaço para descobrir o que lhes interessa não foi gerado, havia pouca chance de
rotinas de aula. O que se reconheceu nos grupos estudados foi uma aparência de
Este autor disse que o rigor é um desejo de saber, uma busca de respostas, é
uma forma de comunicação que provoca a participação do outro ou envolve uma busca ativa.
Nas aulas em que as propostas se relacionavam com a vida real, com seus interesses,
com suas preocupações, com suas buscas, os alunos foram motivados, onde não havia
monotonia, onde não era imposta, onde podiam escolher, propor, gozar. o
os formatos escolares atuais não são adaptados aos jovens e eles reagem com indiferença,
apatia, desmotivação
participar, que em fases anteriores poderiam ser considerados os motores da motivação, não
são eficazes com a juventude de hoje. Não são os castigos, nem as recompensas, nem as
presente, o agora.
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Torres (2009), aponta que o aluno deve primeiro estar motivado e depois está em
condições que exigem esforço. Na mesma linha, Meirieu (2016) aponta que não há
nada mais desmotivador do que o fracasso, principalmente quando se repete, aquela sensação de que o
alunos, não se verifica que sejam oferecidos recursos didáticos de acordo com suas
O currículo formal é resistido pelos alunos, mas eles também não fazem propostas
para mudar. A motivação e a participação está fora da instituição, está fora da sala de aula,
eles não acham atraente nele. Os jovens mostraram que quando querem, eles
eles conseguem. Em certas circunstâncias, eles são criativos, capazes e hábeis. manifestá-lo
3.3.6-Avaliação do esforço
palavra, estabelecendo um bom diálogo, uma boa comunicação, mas acima de tudo
tudo, a disposição é o que eu valorizo. Se for tolerante, se for um bom parceiro, se contribuir, se
sugere. Tudo isso é levado em consideração” (D 4). A avaliação feita pelo professor aponta para
o atitudinal, mais do que o esforço, e o seu reconhecimento refere-se aos seus comportamentos.
Elogio. Viu como pode, que bom! O que aprendemos? Você?" "Muito, muito, todos os
tempo, sempre, sempre”. "Eu avalio o esforço, não posso ser tão rígido, quem achar difícil
Agradeço o esforço, não quero que se sintam mal. O esforço, quando constante, se estende
prazos, levo em consideração o respeito aos colegas, não são apenas palavras,
os gestos, eu aprecio que eles admitam que não entendem, é um passo, eu costumo parabenizá-los (...) eu aprovo
correto, valorizo a relação que eles geraram com os outros colegas, valorizo na nota.”
(D4)
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dimensão socioafetiva, porém, no que foi observado em aula, parece que apenas
Assuntos intelectuais.
Eu trato com todos. “No desenho não somos valorizados, pois dá essa sensação. Se você não fizer o
a lição de casa te manda pra prova, te diz isso, mas não te manda pra prova” “É o professor, não o
“Tudo está de acordo com a matéria. Um professor de Matemática pode lhe dizer: Participe,
Você entendeu? Eu compareci. Ajuda você a conseguir “pegar” (E3, turno da noite). "Sim eu
Eu tinha um professor que me valorizava e era como eu digo, gente boa com todo mundo, aí eu
Nas palavras dos jovens traduz-se o que está expresso no referencial teórico:
academicamente, eles não têm certeza de suas habilidades. "Por que estudar se eu não vou entender?" (E
“Os professores não querem motivar os alunos, isso me deixa com raiva, quando eles não tentam
motivar os alunos a continuar. Se um professor explica algo para você e se você não entendeu
como os professores te respondem errado, ou seja, você pergunta certo e eles respondem errado. S
tem outros professores que te explicam bem, te explicam todo o processo. eles estão estressados
explicar, ou eles vêm de uma manhã densa e a maneira de explicar não é a mesma e você
Gera dizer, tá, eu não falo nada pra ele além de me explicar” (E 6, turno da noite). "Embora não
você entende depois eles te dizem: não saia da aula com dúvidas, mas por que perguntar se você não
eles vão explicar Eles explicam com relutância” (E5). A voz desses alunos, um do sexo
seus professores.
A decepção em seu tom disse que nem valia a pena tentar. Dentro
Esses comentários mostram a percepção que eles têm de alguns professores e essa situação
90
Nas observações feitas durante as visitas às aulas, prestou-se atenção à forma como
a mensagem linguística.
alunos, sem medo de punição, participavam com mais entusiasmo, mas, sempre
papel de adulto e exigia que o respeito fosse mútuo. Ficou evidente que eles estão interessados em como
dirigem-se a eles, que não excedam nas expressões com que se dirigem, não gostam disso
aborrecidos que suas opiniões não são levadas em conta, eles veem o professor com todo o poder, com
protagonismo, incomodam-se com a distância que se estabelece entre eles, a sensação de que não
dificuldades mencionadas, em sua maioria, no turno da manhã, ele não agiu de forma rebelde e que
seria o que justifica o bom desempenho acadêmico do grupo investigado que foi
mencionado na introdução.
3.3.7-Innovación
Nas diretrizes estabelecidas considerou-se que a inovação pode ser um fator que
professor de Educação Visual são consistentes com a literatura que apóia a necessidade de
1986, pág. 36): “Não sei se sou inovador, mas tento estabelecer uma boa comunicação
com eles e que as propostas sejam interessantes, que eu contribua com elas, que elas me tragam
91
"Tento me atualizar, não sei se inovo, a palavra "inovar" é muito grande, mas
Procuro estar sempre um passo à frente, procuro buscar estratégias, saber quais
são os diferentes interesses deles, procuro me aproximar deles através das redes sociais,
Saber me ajuda a conhecer a linguagem audiovisual que eles manejam. eu trabalho com o
eles consideram a maioria dos assuntos chatos. “Fico entediado em todos eles, em
História, em Matemática, que eu não entendo diretamente, nem sei o que são
falando, eu não entendo e começo a olhar para o outro lado e os professores te chamam de
atenção e eles dizem para você olhar para a frente e você olha para a frente e você não sabe de nada e você procura por ele
suporte lateral. Tem gente que pega o celular, você dorme, fica pensando”. (E 8, vire
vespertino)
compartilha as intenções dos professores. Eles não encontram seu lugar na sala de aula.
Emerge da análise que, em geral, professores e alunos não demonstram interesse pela
mudança, não é assumida como premissa para o crescimento. Existem rotinas, práticas inalteradas
que apesar da convicção de que não levam a bons resultados, continuam a realizá-los.
tentando mudar) assumiu que existem propostas que não mobilizam os alunos
nem para si mesmos. Em outros, há uma clara estagnação, e é assim que os jovens se sentem. o
Considera-se que a forma de avaliar pode afetar as ações dos jovens. Antes de o
pergunte aos professores como eles avaliam as respostas foram variadas: “Escrito, oral.
eles sabiam como era valorizado, eles mesmos fizeram uma prancheta, a pasta do processo para isso
92
uma avaliação importante, eu não faço no dia a dia” (D3). autoavaliação é uma
os alunos não são ouvidos, não se sabe o que lhes interessa. O que se aprecia é que tanto o
(2004), o professor deve respeitar a dignidade do aluno, sua autonomia, sua identidade no
processo e para conseguir isso, você deve refletir criticamente sobre sua prática. este pedagogo
Ele acrescenta que a distância entre o que dizemos e o que fazemos deve ser reduzida. o
Dados numéricos confirmam que as conquistas não são boas e geram grande desconforto entre os
alunos e o professor.
gerenciamento de erros e o impacto sobre os envolvidos. O comportamento dos professores foi analisado
antes do erro e diferentes estratégias foram visualizadas para lidar com ele.
nem a busca. Diante do erro, de não saber ou não responder, sua reação é de desconforto e
impaciência. Suas respostas provocam nos alunos mais silêncio, raiva e indiferença.
Em alguns casos, alguma rigidez. Por outro lado, a professora, na entrevista, afirma que tem
muita tolerância em seu comportamento (...) "Procuro mostrar o contra-exemplo para que
entender” (D 1). Em seu discurso, ele aceita o erro, constrói a partir dele; na visita
o assunto da arte não há erros, pode haver uma diferença na maneira de ver, ou de encarar
apontar, podemos chegar a um acordo, ver de outra forma, não marcando o erro. o
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a arte tem que ser espontânea, criativa. O que pode parecer ruim para mim pode ser muito
bem sucedido do seu olhar, o do adolescente” (D3). A empatia é evidente neste procedimento.
O professor de inglês está preocupado com quais conteúdos ou propostas não poderiam
resolver (...) "O que você achou mais difícil?" (D2). Interessado em saber a opinião do
alunos. Quando perguntado se ele fica com raiva quando cometem um erro, ele diz que não.
“Uso expressões como se estivesse me esgotando. Eu não fico com raiva” (…) Essas podem ser as
desafios, para que raciocinem um pouco" (D 2). Associa o erro à falta de compromisso e
atenção.
“Sempre digo a eles que estou sempre aprendendo, com meus colegas, com eles
mesmos e que qualquer um pode estar errado. Se alguém está errado entre todos
tentamos fazê-lo raciocinar e ver qual é o caminho, sempre tento arranjar outro colega para
pegue, mas ninguém ri, ninguém, eu não coloco em evidência, não, não, todos nós erramos,
todos” (D 4). O professor de Ciências Físicas entende o erro como parte do processo
para o mesmo Os professores respondem convencidos de suas ações. Esses depoimentos não
coincidem com a percepção dos adolescentes. Nas observações feitas em sala de aula
e nas palavras dos jovens não é assim que acontece sempre. Isso implica que não há
professor está ciente do que seus alunos podem fazer sozinhos e o que com ajuda, então
estaca. Coincidindo com essas contribuições, o professor de Matemática expressa: "Acho que
alguns anos atrás, isso não poderia ser feito. Não é que a dificuldade não esteja aí, mas eu tento
quebrar o processo, de alguma forma que eles possam alcançar o que proponho e não descer
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conteúdo. Eu não quero baixar o nível, mas eu tenho que fazer porque se eu não fizer, eles não vão conseguir”. (D
1)
adequadamente aos jovens que frequentam o ensino médio. Ele reconhece que de alguma forma
ouvir, é conseguir manter a atenção por muito tempo em algo, tem que ser algo
ouço. É ouvindo que se aprende a falar com o outro. Ouvir que vai além
permanente por parte do sujeito que escuta pela abertura à fala do outro, ao gesto, ao
diferenças do outro”.
Outra das professoras insiste com o incentivo: “É o caminho para chegar lá porque neste
idade tem coisas que eles sabem porque tem muita informação e tem outras que o professor
Contribuir para enriquecer a classe. Acho que uma das maiores dificuldades é a modéstia que
têm com o corpo, já que não podem se expressar corporalmente, o que os torna mais
difícil, mas sem fazê-los sentir-se ridículos ou envergonhados do que vão fazer.
para apresentar, tem que ser muito natural e não forçado”. (D3)
mais prejudicial do que a violência física. Aqui fica evidente que nenhum aluno pode
Por outro lado, o professor de Educação Visual considera que o nível de dificuldade é
de acordo com o que foi trabalhado. “A dificuldade depende do grupo. Em geral o que faço, apresento
uma atividade difícil e quebrá-la em partes mais simples. Em outros casos eu começo
com propostas muito simples e depois levo para a complexidade porque isso leva a um
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Em geral, no que diz respeito ao nível de exigência, fazem alusão à variedade, à transmissão do
resolução, de acordo com o que foi trabalhado em aula. Dessa forma, eles assumem que os alunos podem
Conclusões
especificamente enquadrado na sala de aula como um espaço para potencializar várias capacidades.
democrático que os professores enunciaram e, que aponta para a formação dos alunos
respeitosos e a realidade de suas práticas de sala de aula onde as relações entre os diferentes
a interação entre professores e jovens foi dialógica e, em alguns casos, participativa. Eu sei
estavam abertos ao diálogo, cientes de que o acordo mútuo era uma boa opção para
relação entre os pares e com os professores era mais distante e intolerante e posta em
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Da mesma forma, emergiu nas falas e no que foi observado, que duas das professoras
Isso também foi levantado pelos alunos, que expressaram que muitos professores
sempre ensinar e explicar da mesma forma, sem inovar em métodos, recursos e sem
articular o conhecimento com as questões da vida cotidiana. Nessas aulas não havia
participação ou motivação.
O que se observou nas salas de aula é que não havia um bom clima pedagógico
professores, nem os alunos demonstraram essa curiosidade, não havia essa preocupação, nem essa
promover a participação.
Alguns jovens expressaram sua rejeição às rotinas de sala de aula de diferentes maneiras:
companheiros. Algumas das aulas observadas foram bastante expositivas, com autoridade
A observação das aulas, com professores de diferentes faixas etárias, não foi
praticamente nula, menos interesse e participação era evidente, não havia confiança. o
A questão que se coloca é se o professor está realmente atualizado. Sua formação de professores
relação professor/aluno.
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Evidenciou-se, em relação à distribuição de poder, que cada ator fez uso de uma fonte
que eles não podiam propor ou sugerir porque o professor tinha o poder. A legitimidade de
Também se manifestou o poder, que não é formal, mas que se efetiva na sala de aula e
seus relacionamentos. O poder não formal dos jovens se expressa no exercício da atenção,
percepção dos alunos, o vínculo que eles estabelecem com seus professores responde
aspectos como: o reconhecimento que dão aos seus esforços, para se posicionarem no
como adulto, respeito mútuo e liderança em sala de aula, entre outros aspectos.
professor, mas também os alunos. Esta vocação está relacionada com a aquisição de
novas gerações.
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Um ponto interessante a ser observado é que o grupo do turno da noite foi o mais
negativas nas avaliações de suas turmas e de seus professores. Suas opiniões foram
desanimador. No entanto, no grupo focal ele foi mais participativo e espontâneo do que o
grupo do turno da manhã. A diferença entre os dois grupos foi que o grupo da manhã,
Em geral, ele entendia que eles tinham a possibilidade de participar, havia espaços para
faça isso. Por outro lado, os alunos da tarde consideraram que não lhes foi oferecido o
Uruguai, mas não é algo que seja refletido pelos atores envolvidos. As
Os professores não dimensionaram o valor da interação com os alunos. Não foram
conscientes daquilo que transmitem através da sua comunicação linguística e não linguística.
Seus gestos, suas expressões, seu tom de voz, suas posturas, às vezes contradiziam
suas mensagens verbais. Em suas mensagens não linguísticas, eles transmitiram um comportamento
dissociado de seu discurso.
O clima da sala de aula é vivenciado de forma diferente por alunos e professores, embora todos
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diferentes aspectos, pode-se dizer que o que é relevante, de acordo com a pesquisa realizada, é a
aluno em sala de aula, é a confiança que é gerada a partir de aspectos como: coerência
alunos era assimétrica. Embora em algumas das experiências tenha sido feita uma tentativa de encurtar o
relação horizontal não era o que prevalecia. No grupo com mais problemas,
de desempenho e nível sociocultural inferior, evidenciou-se, por parte dos alunos, uma
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Documentos
generais. Montevidéu.
106
Anexos
Dimensão: Participação
Delimitação de responsabilidades.
Circulação de informações.
Negocia Se não
Propõe / Queixa-se
107
Gestão do espaço.
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108
Habilidades interpessoais em uma instituição de ensino médio no Uruguai. É por isso que
vem até você como um entrevistado. Os dados que você fornecer serão tratados com discrição.
entrada. Agradecemos desde já a sua participação e critérios de acordo com a sua experiência.
dentro do tema.
Dados pessoais
Indicadores/perguntas
Dimensão: Participação
109
7. Seu trabalho é reconhecido? Por quem? Você está satisfeito em ser reconhecido?
110
11. Deseja adicionar um comentário que considera importante e não foi solicitado?
Participação no tema
111
Este ano ele trabalha uma carga horária semanal de 25 horas. Sem formação de professores. Seus
atividade, com carga horária semanal de 12 horas. Efetivo por concurso. Trabalha em
ambas as voltas.
educacional. Nenhum dos três é graduado. Os outros dois professores são jovens e ambos
graduados
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Esta pesquisa é realizada por Gabriela Rodríguez, diretora do Liceo N°3 de Florida,
O objetivo deste estudo é compreender como os vínculos que se desenvolvem no ensino médio
bem como as opiniões serão confidenciais, sendo utilizadas apenas para os fins deste estudo.
Se você tiver alguma dúvida sobre esta pesquisa, você pode fazer o número de perguntas
O objetivo deste estudo é compreender como as ligações que se desenvolvem no Liceu entre
para responder a algumas perguntas em um workshop, que levará quarenta e cinco minutos
cerca de. (Será feito em uma hora livre do seu horário de aula)
As informações são confidenciais e não serão utilizadas para outros fins que não os deste
pesquisar.
Se eu tiver alguma dúvida sobre a participação nesta pesquisa, posso ligar para