Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NERI
NIRO
CONCEITOS, PLATAFORMAS
E ESTRATÉGIAS
Martha Gabriel
Novatec
Copyright O 2010 da Novatec Editora Ltda.
ISBN: 978-85-7522-257-7
Histórico de impressões:
Março/2011 Primeira reimpressão
Novembro/2010 | Primeira edição Para os meus queridos pais,
com saudade e admiração:
Novartec Epirora LTDA.
Rua Luís Antônio dos Santos HO
02460-000 — São Paulo, SP — Brasil Roldão,
Tel: +55 1 2959-6529 que me ensinou com doçura
Fax: +55 H 2950-8869
Email: novatec(Qnovatec.com.br
a importância da
Site: www.novatec.com.br confiança,
“Twitter: twitter. com/novateceditora disciplina e
Facebook: facebook.com/novatec
LinkedIn: linkedin.com/in/novatec
planejamento,
Alzira,
Padoe Totermanicania dm Catulogução pm ção tcir)
[Cêmaca Praailniza da Livro, BE, Eruaii) que me ensinou que
Gabriel, martha
a gentileza e o amor
são
Markating na Exa digital
Poula » Wovatec editora,
/ Martho
2010.
Gabriel. —
temperam a execução de um
ISEM V78-B5-7522-257-7
projeto bem-sucedido.
1. marketing digital 1. Título.
po-1744A CID-65B.B
Rael co 25
Capítulo 1 a Marketing - conceitos essenciais... 27
Conceitos essenciais de marketing
O ambiente de marketing
Planejamento estratégico de marketing ...
O conaposta deimarkeino Apoca 42
Cs dias ea a 57
Considerações e recomendações adicionais Nm 58
Capítulo 2= Plano demarketins
Estrutura de um plano de marketing...
Passo a passo de um plano de marketing
Fame El
Capítulo 3« Ambiente de marketing: transformações .............c 73
Opoderdo consumidor Cc. Ns
De espeatadores a multiteleinterativos MO is
À inversão do vetor de marketing...........
O mundo on-line: Web 1.0,2.0€ 3.0
Neta daDuscar e E
A era das redes sociais
A era dainoBihidadenc a rn na oc na A
Geolocalização a
Tempo real (real-time)
Mensuracão CM
Cooiimins ti Ce SH
Considerações e recomendações adicional 98
Capítulo 4= Marketing digital
O) cienalie O miaskenmo CU cm a
Plataformas, tecnologias e estratégias digitais de marketing............ 107
Público-alvo: além de alvo, mídia e gerador de mídia... 109
ranomidia (crossmedia)e conversência.
Contaminação intermídias .............
Fiype-cycle das tecnologias................. i
Considerações e recomendações adicionais 118
H
8 Marketing na Era Digital Sumário
9
MI 119 Fatec cc 247
Capitulo Sa Básinasdioitais. id a 121 Caputo ll sPresencadiomal Cn
Remate a 249
121 Bresenca dieta ses
ficrenciador de conteúdos 1 na
249
124 Famdmatices Ci
Considerações e recomendaçõesadicionais 258
126 Consideraçõese recomendações adicionais 260
Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual... 129 Capitulo 7=Emalmarkemms 261
Realidades mista 129 E-mail marketing - Conceitos e cuidados... mma 261
Realidade aumentada a 135 Oleonicdo amado so doc mall Ma 266
Realidade mal 149
Considerações e recomendações adicionais... Eeimalcolas dele mailimarsegimo Ma 270
156 Mein e o a : Do
Capítulo 7 = Tecnologias mobile Dora eco head pa 159
PRBIÃO Corn fo nando pino pelo dad nos ia atm RO 161
Bloor en ac Considerações e recomendações adicionais...
163 274
SMS CMMs
GESSO Capítulo 1|5m Mobilemanketine.. o Dm
Mobileilasoimo js tina (emaro mobiles e Pi
AA aa Mobile marketing e estratégias de marketing...
aplicamos moveis MM 280
enc enciass a
Mobile TV 290
Considerações e recomendações adiciomais 291
Capítulo 14=SMM e SMO: estratégias em redes sociais... 295
Seis o 8 é 0/0 0/9 0/0 00,00 0 00 0 0 0/0 v 00 0000 0000 0 0 COD ALA Oh nero
dv aa ses ano cnacos Eslrategiasem redes comis UM CM 295
Comportamento humano e descentralização... nm 298
MM ee
Redes sociais no Brasil e no mundo
Gases moi. a
o CON na 205 Mensuração, análise e ação em redes sociais
Ferramentas
Considerações e recomendações adicionais Gestão de crises
endenciasia ss
as en al
Capítulo 9 = Platafoimas de buscam. si ua ea 209
dA DUSed O picompento atual CAs sad de
Mecanismo debacanamebl
209 Capítulo 15 « SEM e SEO: marketing de busca...
210 Sites de busca e resultados orgânicos e pagos...
Ono cima 347
Importância e poder dos buscadores 213 SENSO
Por trás dos buscadores
Pitacos Esuaremas de SEM
a
Domínio dos buscadores e questões relac Oiimização orgânica limkspatrociados.
ionadas
Busca vertical e buscadores além do Googl Metodologia: plano de marketing de busca
e dstratésiaside oiimiracdo oreânica SEO
nn am O 220 Esmatécias deimis patrocinados |
Busca semântica e além do texto: oRutro cdaibis
cam o pol Considerações importantes sobre otimização de buscas...
Considerações e tecomendaçoes adicionais... Soy
226 Considerações e recomendações adicionais... 407
Capítulo 10 = Outras plataformas digitais:
displays e entretenimento... 227
Displays diem sonimd
Entretenimento — PrandedEntemaimment 20 Indiceremissgo 419
232
Agradecimentos
Agradeço a Deus.
Agradeço também, com muito carinho...
-. à minha família o apoio e compreensão constantes, sem os quais
seria impossível escrever este livro.
.. às universidades em que leciono, ambientes que fomentam o meu
aprendizado e atualização diários, essenciais para gerar novos conheci-
mentos.
... aos meus alunos e participantes das minhas palestras os feedbacks
que me incentivam e aprimoram-me.
-.. &os meus parceiros no Iwitter. Navego no cérebro de pessoas interes-
santíssimas e importantíssimas na minha área de atuação e relaciono-me
com pessoas que enriquecem a minha vida.
... à Locaweb, especialmente aos amigos Claudio Gora, Gilberto
Mautner e Luis Carlos dos Anjos, a criação do patrocínio inovador — “In-
telecto Digital” — que viabiliza a minha participação ministrando várias
palestras no ano, em congressos científicos no exterior.
Apoio:
n
À autora
iS
lá É Marketing na Era Digital
15
16 Marketing na Era Digital
em que leciono, tenho notado que um dos maiores problemas desse novo Além de discutir as transformações do ambiente, plataformas/tecnolo-
cenário, no qual o digital torna-se cada vez mais dominante, é o fato de gias digitais e estratégias de marketing, foram incluídos mais dois tópicos
que o profissional de marketing normalmente não tem conhecimentos essenciais para se apresentar uma metodologia completa de planejamento
de tecnologia e o profissional de tecnologia não tem conhecimentos de estratégico de marketing: plano de marketing e tendências na tecnologia
marketing. Essa constatação justifica a enorme busca por informações, e marketing.
treinamentos, seminários e cursos de estratégias digitais de marketing.
Assim, este livro está dividido em quatro partes:
Em função disso e com incentivo da Novatec Editora, reunimos neste
livro todos os aspectos essenciais para que um profissional de marketing 1. Planejamento estratégico de marketing.
possa se atualizar para utilizar as estratégias digitais em suas ações, in- 2. Transformações no ambiente de marketing.
corporando as inúmeras novas possibilidades digitais que se apresentam
3. Plataformas e tecnologias digitais emergentes.
para completar e aprimorar estratégias. .
Nesse sentido, procurei colocar em cada capítulo do livro as informa- 4. Estratégias digitais de marketing.
ções conceituais necessárias para o entendimento de cada tópico, além Não temos aqui a pretensão de, e nem poderíamos, esgotar as possi-
de cases de uso e referências para aprofundar o assunto. É importante bilidades que o ambiente, plataformas e tecnologias digitais trazem ao
ressaltar, no entanto, que este livro tem um caráter estratégico e não marketing, já que esse é um setor dinâmico, cada vez mais amplo e em
operacional. Assim, a abordagem envolve a análise das diversas variáveis constante transformação. O foco deste livro é apresentar os conceitos
envolvidas em um planejamento estratégico, visando a encontrar a me- essenciais, metodologias, técnicas, ferramentas e estratégias fundamentais
lhor solução para o objetivo de marketing almejado. Portanto, apesar de para que o leitor possa fazer seu próprio plano de marketing, desenvol-
abordar e discutir tecnologias, este não é um livro técnico que enfoca a vendo ações que envolvam as estratégias digitais de forma consciente e,
execução das ações em si, e, sim, na escolha das mais indicadas a serem principalmente, se sinta preparado para continuar acompanhando as
executadas por especialistas técnicos. Apesar de o público-alvo deste livro tendências e possibilidades que surgirão. Em razão da constante evolução
ser executivos e profissionais de marketing e comunicação, os gestores das tecnologias e plataformas digitais, este trabalho também tenciona
de tecnologia também poderão se beneficiar do enfoque estratégico aqui fornecer referências em que essas informações possam ser constantemente
apresentado. atualizadas e os conhecimentos em assuntos específicos, aprofundados.
Dessa forma, o objetivo é auxiliar o leitor a desenvolver estratégias de Ássim, como nos meus livros anteriores, o intuito final é “ensinar a pescar”,
marketing englobando e usando adequadamente as plataformas e tecno- Neste livro, o nosso mar é a área digital do marketing, no qual esperamos
logias digitais existentes e emergentes no cenário atual. Para tanto, este que o leitor esteja sempre apto a pescar e continuar pescando, mesmo
livro apresenta e discute três importantes aspectos que impactam profun- quando ocorrerem modificações na maré e na posição dos peixes.
damente as estratégias de marketing. O primeiro aspecto abordado são
as transformações no macro e no microambiente de marketing causadas Estrutura do livro
pela difusão das plataformas e tecnologias digitais na sociedade, mudando
Para atender aos objetivos
j propostos, este livro possui 15 capítulos divi-
de forma sensível a cultura: como as pessoas compram, se divertem, se
didos em quatro partes.
comunicam, trabalham etc. O segundo aspecto abordado são as novas
possibilidades de plataformas e tecnologias digitais que se apresentam
como opções para o planejamento estratégico de marketing. O terceiro
Parte 1 - Planejamento estratégico de marketing
aspecto discutido é estratégico, ou seja, como usar as plataformas e tec- * Capítulo 1 — “Marketing - conceitos essenciais. Esse capítulo
nologias digitais de forma adequada, em combinação com as tradicionais, introduz os principais conceitos de marketing com o objetivo de
para comporem planos de marketing bem-sucedidos. apresentar a base mínima necessária para o desenvolvimento de
um plano de marketing, que é abordado no capítulo 2.
ease premio
« Capítulo 2 - “Plano de marketing” Nesse capítulo, o objetivo é * Capítulo 7 — “Tecnologias mobile” Uma das maiores tendências
apresentar a metodologia de elaboração de um plano de marketing, tecnossociais é a mobilidade, que permite que o ser humano esteja
instrumento que permite a análise estratégica e o desenvolvimento sempre conectado em qualquer tempo e lugar, de forma a expandir
de estratégias para qualquer tipo de objetivo de marketing. sua interação com o mundo, tanto em termos de tempo quanto
espaço. Esse capítulo aborda e apresenta as diversas tecnologias
Parte II - Transformações no ambiente de marketing mobile, como Bluetooth, RFID, aplicativos móveis, mobile tags
« Capítulo 3 - “Ambiente de marketing: transformações” A evolução (QRcodes, Datamatrix etc.), trazendo diversos exemplos e mos-
das tecnologias digitais e sua crescente difusão em todos os aspectos trando até como utilizar várias delas.
do cotidiano das pessoas têm causado profundas transformações Capítulo 8 - “Redes sociais”. Apesar de serem tão antigas quanto o
no comportamento do consumidor que, por sua vez, impacta o próprio homem, em razão das novas possibilidades das tecnologias
marketing. Esse capítulo tem por objetivo contextualizar o cenário de comunicação e informação digitais, as redes sociais ganham cada
atual, apresentando as mudanças que vêm ocorrendo no ambiente vez mais difusão, tornando-se uma das principais plataformas de
de marketing. marketing. O capítulo apresenta os principais conceitos e tipos de
Capítulo 4 — “Marketing digital” O ambiente digital proporciona redes sociais e discute o seu impacto no cenário atual.
diversas novas plataformas para o desenvolvimento de estratégias Capítulo 9 — “Plataformas de busca”. A busca on-line se tornou uma
de marketing, como as redes sociais, a busca, a plataforma móvel, das principais atividades do ser humano para tomada de decisão.
displays digitais etc. O objetivo desse capítulo é conceituar o Dessa forma, os buscadores on-line, seja na web, seja nas redes
marketing dentro do cenário digital emergente e apresentar as sociais e plataformas móveis, são algumas das entidades digitais
diversas plataformas que podem ser usadas em conjunto com mais influentes no cotidiano das pessoas atualmente. O objetivo
as plataformas tradicionais para comporem juntas estratégias de desse capítulo é discutir a importância da busca no contexto atual é
sucesso. apresentar os diversos tipos de plataformas de busca para utilização
no marketing.
Parte III - Plataformas e tecnologias digitais emergentes Capítulo 10 — “Outras plataformas digitais: displays e entreteni-
e Capítulo 5 — “Páginas digitais”. As páginas digitais constituem uma mento”. Aborda outras formas de plataformas digitais que, apesar
parte importante de diversas estratégias de marketing, pois são de serem antigas, ganham nova importância no cenário digital
pontos importantes de presença e identidade digital on-line. Esse que as alavanca, como vídeo, display e games, funcionando como
capítulo apresenta e discute os diversos tipos de páginas digitais conteúdos para branded entertainment.
(sites, minissites, hotsites, portais, blogs e perfis) que podem ser
desenvolvidos na web. Parte IV — Estratégias digitais de marketing
Capítulo 6 — “Realidade aumentada e realidade virtual”. Esse capí- * Capítulo 11 —- “Presença on-line” Todas as estratégias de marketing
tulo aborda a realidade aumentada e a realidade virtual, tecnolo- no ambiente digital on-line usam, de alguma forma, ações de pre-
gias que pertencem à categoria das realidades mistas que, se bem sença on-line. É por meio dos pontos de presença das marcas em
utilizadas, tendem a trazer possibilidades interessantes às ações meio ao público-alvo que as ações de marketing acontecem. Esse
de marketing, pois ampliam consideravelmente a experiência do capítulo aborda a presença on-line e seus diversos tipos de estra-
usuário. Além de apresentar conceitos, o capítulo traz inúmeros tégias, incluindo presenças paga, própria e ganha.
exemplos e informações para utilizar esse tipo de tecnologia.
23
Marketing na Era Digital Introdução
os principais conceitos e estratégias que envolvem essa plataforma. e Hardware necessário - Aparelho móvel com câmera (celulares,
smartphones, PDAs etc.) com conexão de banda larga à internet
Capítulo 13 - “Mobile marketing”. Várias das plataformas tecnoló-
(de preferência Wi-Fi, pois os vídeos consomem muita banda, mas
gicas abordadas na parte III deste livro podem ser utilizadas como
pode ser também acesso 36).
ações de mobile marketing, como realidade aumentada, aplicativos
e vídeos móveis etc. Esse capítulo discute os diversos usos do mobile « Software necessário - Instalação de um leitor de QRcodes no
marketing, incluindo a aplicação de geolocalização. aparelho móvel. Existem diversos leitores de QRcodes gratuitos
« Capítulo 14 — “SMM e SMO -— marketing em redes sociais” O ob- disponíveis na internet e sugere-se o i-nigma. Para instalar O
i-nigma em seu celular, abra o navegador e acesse O endereço
jetivo desse capítulo é apresentar Os diversos tipos de estratégias
wwwi-nigma.mobi — o aplicativo detectará o tipo de aparelho que você
de marketing que podem ser desenvolvidas em redes sociais. Por
tem e se instala automaticamente. No caso de iPhones, o i-nigma
possuírem uma estrutura descentralizada, as redes sociais funcio-
nam de forma distribuída e diferente. Aspectos como influência,
está disponível gratuitamente na Apple Store.
engajamento e mensuração específicos também são abordados e Utilização - Acesse o i-nigma em seu celular. A partir daí, a câmera
nesse capítulo. do seu celular funciona como um scanner de QRcode. Assim, basta
« Capítulo 15 - “SEM e SEO - marketing de busca”. O uso de estra- apontar a câmera para a imagem do QRcode que o i-nigma fará a
tégias de busca associado a ações em redes sociais é uma das prin- leitura do URI (endereço do link) automaticamente e o apresentará
cipais estratégias de marketing para alavancar tráfego e presença na tela. Clicando o botão de acesso, o celular abre o URL apresen-
on-line. O capítulo apresenta e discute as diversas estratégias de tado e você é direcionado para o conteúdo on-line digital.
marketing de busca. Ainda usando os QRcodes, a capa deste livro apresenta um QRcode
com uma funcionalidade especial - ele dá acesso a um sistema de busca
que opera no índice remissivo do livro. Acessando esse sistema via celular,
Funcionalidades digitais deste livro o leitor pode fazer uma busca digital no índice remissivo para encontrar
Como este livro trata de plataformas e tecnologias digitais, nada mais em que páginas são abordados os assuntos buscados. O QRcode pode
natural do que apresentar cases e exemplos na web, tanto na forma de ser acessado também na figura LL.
links para sites quanto para vídeos. Para permitir que o leitor acesse de
forma simples e imediata cada link digital apresentado, os cases e exem-
plos ao longo dos capítulos trazem um QRcode que pode ser escaneado e
acessado imediatamente on-line. Assim, a experiência de leitura do livro
físico torna-se totalmente integrada ao conteúdo digital.
Toda vez que aparecer um QRcode no texto, será possível acessar, com
o seu celular ou dispositivo móvel, algum conteúdo on-line relativo ao
Figura 1.1 - QRcode de acesso ao índice remissivo do livro.
tema tratado. Para quem ainda não conhece os QRcodes, o capítulo 7
apresenta informações detalhadas sobre esse assunto na parte de mobile
a Marketing na Era Digital
Essa primeira parte do livro tem por objetivo apresentar os conceitos es-
senciais do marketing, bem como oferecer as ferramentas metodológicas
mínimas para permitir a elaboração de um plano de marketing, que é o
instrumento básico para o desenvolvimento de estratégias de marketing.
Figura 1.2 - Marcador de realidade aumentada que dá acesso a um vídeo que apresenta Dessa forma, essa parte é composta de dois capítulos:
este livro.
* Capítulo 1 - “Marketing - conceitos essenciais”. Esse capítulo
A realidade aumentada é abordada em detalhes no capítulo 6. introduz os principais conceitos de marketing com o objetivo de
Essas funcionalidades - QRcodes e realidade aumentada - incorporam apresentar a base minima necessária para o desenvolvimento de
uma camada digital de informação a este livro físico impresso, integrando um plano de marketing, que é abordado no capítulo 2.
a experiência tangível material com a experiência digital intangível com
* Capítulo 2 — “Plano de marketing”. Nesse capítulo, o objetivo é
o objetivo de ampliar a sua experiência de leitura e interação.
apresentar a metodologia de elaboração de um plano de marketing,
Espero que este livro sirva de base e incentivo para que as pessoas e instrumento que permite a análise estratégica e o desenvolvimento
empresas desenvolvam projetos cada vez mais integrados de marketing, de estratégias para qualquer tipo de objetivo de marketing.
usando as plataformas tradicionais e digitais de forma complementar e
adequada.
Desejo a você uma boa leitura e estou certa de que continuaremos
essa discussão interessante em várias outras oportunidades em que nos-
sos caminhos se cruzarem, como em congressos, publicações futuras e,
principalmente, no ambiente digital.
Martha Gabriel
E-mail: marthaonmd.com.br
Twitter: twitter.com/marthagabriel
São Paulo, setembro de 2010
CAPÍTULO À
Fisiológicas respiração, alimento, água, sexo, descanso, homeostácia, excreção a intenção de compra, uso ou características desses
os como
cionar a demanda. Exemplos disso são os lançamentos de produt
Figura 1.1 - Pirâmide de Maslow da hierarquia das necessidades (Wikipédia, 2009). é um processo
o iPod ou os smartphones. A experimentação/ degustação
no entanto é
Já desejos se referem a necessidades dirigidas a produtos específicos. bastante antigo do marketing para determinar demandas,
risticas
capazes de satisfazê-las (exemplo: a necessidade de se alimentar é satis- bem mais difícil fazer experimentação de produtos com caracte
conhec idos, nos
feita por uma comida que se deseja, como salada, carne ou quindim). completamente novas do que de produtos amplamente
sabor novo
e comunsa quais apenas uma característica está sendo alterada, como o
Enquanto as necessidades são características essenciaisprincipalme nte de um iogurte.
qualquer ser humano, os desejos variam e são moldados
pela sociedade e cultura em que se vive. Como exemplo, no Brasil, para
satisfazer a necessidade de se alimentar, uma pessoa poderia desejar um Produto
churrasco, enquanto, no Japão, para atender a essa mesma necessidade, ing, é O
Outro conceito importante, implícito na definição de market
um japonês poderia desejar um yakissoba. É interessante ressaltar que necess idade ou desejo, por
produto: é “a oferta capaz de satisfazer uma
o marketing não cria necessidades (que são determinadas pela essência a bens
meio de uma troca”. No entanto, o produto não se refere apenas
humana), mas influencia e/ou cria os desejos de produtos para satisfazer ador. Existem dez
tangíveis, como uma caneta, um livro ou um comput
as necessidades. tipos de produtos, conforme listados na tabela 1.1.
Existe ainda mais um conceito fundamental de marketing relacio-
nado a necessidades e desejos, que precisamos comentar brevemente, Tabela 1.1 - Tipos de produtos no marketing
que é a demanda. Apenas a necessidade e o desejo de um determinado |Tipode produto No Descrição É o
público-alvo por um produto não garantem que exista mercado para ele. Bens Produtos tangíveis (sabonete, carro, joias etc.). E
ARS a
É necessário também que esse público tenha condições de adquirir esse Serviços Produtos intangíveis (aula de inglês, consulta médica etc.).
A na i
produto - isso determina a demanda. Como exemplo, podemos ter uma Experiências Produtos que causam uma experiência específica (escalar o Monte Everest,visitar a Disney). |
quantidade enorme de pessoas que desejam passar as férias em Paris, mas E Produtos relacionados a acontecimentos (Olimpiadas).
ao |
fazê-lo. Isso determina a demanda por férias em Paris. | Lugares O produto é um lugar (cidade de São Paulo, praia defpanemaeto).
|
De modo geral, qualquer estratégia é composta de três importa Como vimos anteriormente, o ambiente (macro e
ntes micro) apresenta diver-
fatores: sos fatores que podem afetar o produto de uma
empresa. Esses fatores, que
e objetivo; estão presentes no ambiente, podem tanto se
configurar como ameaças
ou como oportunidades. Apesar de as empresas não poder
e ambiente; em controlar
os fatores do macroambiente e terem controle relati
* recursos disponíveis. vo sobre o microam-
biente, elas podem reagir ou agir proativamente
em função das ameaças
Um exemplo bem simples para ilustrar uma estratégia seria uma e oportunidades que esses ambientes apresentem.
Assim, empresas mais
Viagem de férias. Em função do objetivo (viajar de férias), análise do rápidas e versáteis para enfrentar é reagir a ameaç
as ou para aproveitar
ambiente (lugares frios, quentes, sem catástrofes políticas ou naturais oportunidades do ambiente normalmente são as
, mais bem- sucedidas.
oferta de agências etc.) e recursos disponíveis (disponibilidade No entanto, “agir ou reagir” ao ambiente significa ajustar
de tempo,
recursos financeiros etc.), a estratégia determina a melhor viagem possível. as variáveis
controláveis de marketing, que pertencem ao ambie
nte interno da em-
Na área de marketing, a estratégia define como os recursos presa, e as possíveis de controle no microambiente,
serão de forma a anular
alocados para se atingir um determinado objetivo de marketi ou minimizar ameaças e/ou aproveitar ou maxim
ng. O ins- izar oportunidades.
trumento usado para construir uma estratégia de marketing é o Para tanto, é necessário também analisar o ambie
plano de nte interno da empresa
marketing, assunto do capítulo 2. O plano de marketing é a ferrame (produto, instalações, departamentos, logística etc.),
nta determinando suas
que nos permite montar as estratégias de marketing, e essas estratég forças e fraquezas para atuar no ambiente de marketing.
ias
são sempre desenvolvidas com os 4 Ps do marketing — produto Da análise das forças e fraquezas (provenientes
, preço, do ambiente interno
Praça e promoção (em inglês, product, price, place e promotion) — que da empresa) e das ameaças e oportunidades
veremos (originadas no macro e
mais adiante neste capítulo. É importante ressaltar aqui que desenvo microambientes) resulta a Matriz SWOT (em inglês,
lver SWOT significa
uma estratégia de marketing significa determinar a melhor combinação strengths, weaknesses, opportunities e threats). A Matriz SWOT
entre os 4 Ps para atender aos objetivos de marketing com o público-alvo. é o instrumento
pelo qual a empresa realiza a avaliação das suas
Assim, o plano de marketing é o instrumento que nos auxilia a determinar competências (forças e
fraquezas) e a análise de cenários (ameaças
e oportunidades), de forma
o melhor conjunto de 4 Ps para cada objetivo de marketing. a orientar na escolha da melhor decisão estratégia possível.
No entanto, para podermos elaborar um plano de marketing, precisa- A análise SWOT pode ser usada para se avaliar qualqu
mos ainda conhecer mais alguns conceitos de marketing relacio er tipo de pro-
nados à duto — uma empresa inteira, um projeto, uma parte
análise e ao planejamento estratégico - a Matriz SWOT, o posicionamen do projeto, um pro-
to duto específico ou uma linha de produtos, uma equipe etc.
e o composto de marketing. Aqui, estamos
enfocando a análise SWOT no Planejamento estratégico
de marketing,
mas ela é usada e bastante útil em qualquer outro tipo de plane
jamento
estratégico. Profissionais que atuam na área de planejamen
4 Wikipédia, 2010-2011. to estratégico
5 Wikipédia, 2010-2012. empresarial estão habituados ao uso das análises SWOT. Um
bom exer-
cício de uso da Matriz SWOT é para planejamentos estrat
égicos pessoais.
38 Marketing na Era Digital Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais 59
ou
E 2
,
b O)
| Oportunidades Ameaças |
|
O que eles fazem melhor? Que recursos especiais possuem | (opportunities) (threats)
| e (s/0) (Sm) |
Onde levam vantagem?”; Estratégia de AJUSTES es
| Pontosfortes (sirengths) | eratágia OFENSIVA
c. “Que ameaças são provenientes do microambiente? (fornecedores, po Cio) (W) |
| Pontos fracos (WeakeneSSeS) | erapógia DEFENSIVA | Estratégia para SOBREVIVER
canais etc.).
« Oportunidades (opportunities) - Questionamentos para listar opor- Dessa forma, as estratégias decorrentes da análise da Matriz SWOT e
tunidades: da Matriz de Confrontação indicam as seguintes estratégias:
Marketing na Era Digital Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais 41
e Ofensiva - Quando as oportunidades podem ser aproveitadas pelos 3. levantar informações sobre a percepção do público-alvo para cada
pontos fortes: “Extraia o máximo da oportunidade”. atributo relevante do produto;
* Ajustes - Quando os pontos fortes enfrentam ameaças: “Recupere 4. determinar os principais concorrentes do produto (share-of-mind);
suas forças”.
5. montar um mapa para determinar a localização de cada produto
* Defensiva - Quando existem oportunidades que seus pontos fracos concorrente, conforme a percepção dos atributos pelo público-alvo;
não permitem que sejam aproveitadas: “Preste atenção nos seus
6. determinar a localização no mapa que se refere à combinação de
concorrentes”
atributos do produto, preferida pelo público-alvo;
e Sobreviver - Quando as ameaças atingem seus pontos fracos: “Recue”
7. analisar as possibilidades possíveis de posicionamento do seu
produto, considerando a posição do seu produto no mapa de per-
Posicionamento cepções e a posição preferida pelo público-alvo;
O conceito de posicionamento em marketing foi criado por Al Ries e 8. posicionar o seu produto.
Jack Trout nas décadas de 1960 e 1970 e popularizou-se nos anos de 1980
A intenção do posicionamento é encontrar uma posição ainda não
com o livro Positioning: the Battle for your Mind. O posicionamento é usado
ocupada na mente do consumidor para essa categoria de produto e, então,
como uma ferramenta de comunicação para atingir a mente do público-
ocupá-la, posicionando o seu produto nela. Logicamente, produtos com
alvo — e exatamente por isso é poderoso: o posicionamento acontece na
alta capacidade de diferenciação, como automóveis, por exemplo, são mais
mente das pessoas.
fáceis de serem posicionados do que produtos altamente padronizados,
Podemos, então, definir posicionamento como “o ato de projetar a com pouca possibilidade de diferenciação, como frango.
oferta da empresa, de forma que ela ocupe um lugar distinto e valorizado
Segundo Al Ries e Jack Trout, a melhor forma de se posicionar um
nas mentes dos consumidores/clientes-alvo”s, ou seja, posicionamento de
produto é ser o primeiro — as pessoas sempre se lembram do primeiro,
uma marca/produto é o que se deseja que o público-alvo pense sobre a
mas raramente se lembram do segundo, terceiro etc. No entanto, para
marca/produto, de forma que esse público consiga diferenciá-la(o) dos
produtos que não são os primeiros, existem diversas formas para diferen-
outros.
ciá-los e escolher um posicionamento. Normalmente, bens tangíveis são
Em mercados altamente competitivos, onde os atributos e/ou preço diferenciados por características do produto, qualidade de desempenho,
dos produtos são muito parecidos, o posicionamento é essencial para qualidade de conformidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade de
uma marca/produto/empresa conseguir se diferenciar. Para se conseguir conserto, estilo ou design. Já para serviços, a diferenciação pode ser feita
essa diferenciação na mente dos consumidores, é necessário analisar: a) por facilidade de pedido, entrega, instalação, treinamento do público-alvo,
os atributos características do produto/marca, a situação do mercado consultoria ao público-alvo, manutenção e conserto. De forma mais geral,
em que se vai atuar (concorrentes e a percepção do público-alvo em re- podemos dizer que as diferenciações para posicionamento se encaixam
lação a eles) e as características do público-alvo (o que eles necessitam e em três tipos de conceitos: funcionais (resolvem problemas, fornecem
valorizariam no seu produto/marca). A metodologia de posicionamento benefícios etc.), simbólicos (identificação, ego, afeição, sentimento de
normalmente envolve as seguintes etapas”: inclusão) e experienciais (estímulos sensoriais e cognitivos).
1. definir o mercado no qual o produto/marca competirá e quem é o Exemplos de posicionamentos bem-sucedidos de algumas marcas:
público-alvo; Volvo é sinônimo de segurança (conceito funcional), Apple, de inovação
2. identificar os atributos que definem o produto; (conceito simbólico, identificação), e Brastemp, de alta qualidade (concei-
Rs O to funcional). Assista ao vídeo do comercial de televisão da Apple, Think
6 Kotler, 2003. Different, por meio do QRcode da figura 1.4.
e Kotler, 2003.
42 Marketing na Era Digital Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais 43
que ela estabelece, a praça em que ela disponibiliza e a promoção que ela
faz. Algumas décadas depois, surgiu o modelo dos 4 Cs correspondentes
aos 4 Ps, no qual Robert Lauternborn* pensou em como seriam os 4 Ps
na ótica do consumidor, do público-alvo: cliente, custo, conveniência e
comunicação (Tabela 1.3).
4Ps 4€s
Produto Cliente (solução para)
Preço Custo (para o cliente)
Figura 1.4 - QRcode com link para o vídeo no YouTube do comercial da Apple - Think | Praça Conveniência
Different (http://www.youtube.com/watch?v=eUMFE OlmjA).
Promoção Comunicação É
O posicionamento deve ser feito antes de qualquer plano de marketing,
Assim, para o consumidor, temos: 1º C: cliente (do produto); 2º €:
pois envolve um nível estratégico superior, que precisa ser respeitado em
todas as ações referentes ao produto/marca. custo (preço, do lado do consumidor é o custo total para obter o produ-
to); 3º C: conveniência (praça da escolha do consumidor, onde ele pode
Para aqueles que atuarão no nível de planejamento de posicionamento,
obter o produto); e 4º C: comunicação (comunicação é mais ampla que
sugiro um aprofundamento no assunto por meio de bibliografia específica,
promoção e envolve o consumidor, não apenas “o impactando”). Os 4 Cs
como Al Ries e Jack Trout (2000), Kotler e Keller (2006), entre outros.
auxiliaram a moldar a metodologia de desenvolvimento de cada P dos 4
Ps, chegando ao modelo atual, mais enfocado no cliente.
O composto de marketing - 4 Ps Assim, à base de qualquer estratégia de marketing está em se deter-
minar qualo melhor composto de marketing (produto/preço/praça/
O composto de marketing é a ferramenta estratégica que constitui o co-
promoção) para alcançar determinado objetivo com o público-alvo.
ração de qualquer plano de marketing. Também chamado de marketing
Portanto, os 4 Ps são determinados em função do público-alvo, dos ob-
mix, o composto de marketing é formado pelos 4 Ps estratégicos do
jetivos de marketing e da análise do ambiente (macro e micro) em que
marketing: produto, preço, praça e promoção.
se pretende atuar.
No início do presente capítulo, vimos que a definição de marketing
Por meio do mix de marketing, a empresa introduz o produto no
é “atividade humana dirigida para satisfazer necessidades e desejos por
mercado, dá conhecimento de sua existência aos compradores potenciais
meio de troca”, Assim, ao elaborarmos uma estratégia de marketing para
e induz os consumidores a dar preferência à compra do seu produto em
atender a um objetivo específico de marketing, precisamos definir os 4
detrimento do produto dos concorrentes.
Ps que resolvem essa equação:
Veremos, a seguir, as principais características de cada P, objetivando
e Produto - Aquilo que satisfaz a necessidade ou desejo. utilizá-las como ferramentas estratégicas.
e Preço - Fator que estabelece as condições da troca.
e Praça - Local que possibilita que a troca aconteça. Produto
e Promoção - Forma de comunicar ao público-alvo sobre o produto, Como visto anteriormente, “produto é a oferta capaz de satisfazer uma
preço e praça, estimulando a troca. necessidade ou desejo, por meio de uma troca”, podendo ser qualquer
O modelo dos 4 Ps foi proposto por E. Jerome McCarthy em 1960 e coisa, de bens tangíveis e serviços a experiências e ideias.
tem o ponto de vista da empresa - o produto que ela oferece, o preço 8 Apud Kotler e Armstrong, 1998.
4
Marketing na Era Digital Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais
É 45
Estrategicamente, o produto é composto de três dimensões distintas e b. ser fácil de pronunciar, reconhecer e lembrar (ex.: Omo, Coca-Cola,
complementares: o produto em si, a sua marca e a sua embalagem. Essas Bic);
três dimensões do produto formam o composto do produto. Por exem-
c. ser inconfundível (ex.: Xerox, Kodak);
Jo, se analisarmos o refrigerante Coca-Cola, o produto em si é o liquido
reto constituinte do refrigerante Coca-Cola, a marca é Coca-Cola e a d. ser expansível (ex.: Amazon se estendeu de venda de livros para
várias outras categorias de produtos);
embalagem é a garrafa de Coca-Cola com todas as suas características. A
combinação dos três componentes do produto resulta no produto final. É e. não ter significados ruins em outras línguas (ex.: o Chevy Nova foi
importante observar que os três componentes precisam estar alinha um caso de fracasso nos países de língua espanhola, pois a palavra
dos
ara que um complemente e favoreça o outro em busca dos objeti nova significa não vai em espanhol)'º.
vos de
marketing. Qualquer alteração no produto em si, marca ou embal Quanto mais informações uma marca consegue agregar em torno de si,
agem
altera o produto como um todo. mas forte se torna. Segundo Kotler, quanto mais características humanas
(antiga, nova, tradicional, jovem, dinâmica, inovadora, confiável, solidária
O produto em si etc.) conseguirmos associar a uma marca, mais forte ela é. Assim, quanto
Todos os atributos e características que estejam relacionados diretamente mais forte for uma marca, mais ela ampliará as informações sobre o pro-
com o produto, como tamanhos, texturas, garantias, cores, sabores, duto, independentemente dele mesmo. Pensemos em uma comparação
dura-
bilidade, conformidade, confiabilidade, segurança, materiais
etc., formam
de um notebook Apple, HP, Accer e Toshiba. Antes mesmo de analisar
O produto. Cada uma dessas características e desses atributos podem as características de cada notebook em si, o que já sabemos sobre cada
ser
utilizados e alterados estrategicamente em um plano de marketing. um deles em função das suas marcas?
Estratégia de marcas é um assunto tão importante em marketing, que
Marca existe uma disciplina específica para isso — o Branding. Existem diversas
Marca é “um nome, um termo, sinal, símbolo ou qualquer outra definições para Branding, da AMA (American M arketing Association),
carac-
terística que identifica um produto como distinto de outros. da SEMPO (Search Engine Marketing Professional Organization) etc.
(Uma No entanto, podemos resumir Branding como o processo completo de se
marca pode identificar um item, uma família de itens
ou todos os itens
de uma empresa”. À marca é usada para identificar produtos, diferenc criar uma marca para um produto na mente do consumidor, por meio de
iá- ações de comunicação com um tema consistente, visando a estabelecer
los de seus concorrentes e gerar retorno do público-alvo. Produtos
que sua reputação por meio de uma presença significativa e diferenciada no
não possuem marca só podem diferenciar-se dos concorrentes
pelas suas
próprias características. Sem uma marca, é muito menos mercado que atraia e retenha o público-alvo.
provável que o
público-alvo consiga se lembrar do produto novamente para recompr Pode-se perceber que as estratégias de branding estão intimamente
á-
lo. Pense em feijão vendido a granel, por exemplo, sem marca. Por outro ligadas às estratégias de posicionamento. Ambas ocorrem na mente do
lado, pense na Apple: qualquer produto que venha a ser lançado público-alvo e são fundamentadas em comunicação. Muitas das ações
no futuro
pela Apple já possuirá uma identificação que a marca lhe confere. de marketing têm como objetivo O branding, ou seja, o fortalecimento da
Em um mundo globalizado e repleto de marcas e produt marca.
os, alguns
cuidados são importantes e devem ser observados na criação dos nomes Sugiro dois links interessantes sobre as novas tendências de branding: O
de marcas e produtos, como: vídeo O que é Branding 3.0?, que pode ser acessado na figura 1.5, e o artigo
a. sugerir benefícios ou qualidades do produto (ex.: Bom Bril, Bara- 10 Branding and Marketing Trends".
teiro, Credicard, Natura);
terminam
» cc >»
.
ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra é que seja essencial- com zeros, muitos zeros, passam mensagem de “sem descon
to” o que é
mente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode muito adequado para representar produtos premium.
ou não estar vinculada a um produto físico”. Veja a seguir as principais Componentes que determinam o preço de um produto
são vários's:
características de um serviço: * custo de manufatura do bem ou custo operacional do serviço;
* Intangibilidade — Serviços não podem ser apalpados, cheirados
* custo da estrutura física e administrativa da empresa;
nem segurados.
* custo de promoção e de vendas;
* Inseparabilidade - Serviços são consumidos ao mesmo tempo que
são prestados, não podendo ser estocados. * margem de lucro da empresa;
* Variabilidade - Serviços dependem diretamente de quem. presta. *
margem de possíveis canais de distribuição.
Pessoas diferentes tendem a prestar o mesmo serviço de formas di- Além dos componentes anteriores, o posicionamento do
produto pode
ferentes. A mesma pessoa, em condições diferentes, tende a prestar também ser um componente do preço final de um produto,
determinando
o mesmo serviço de modo diferente. as faixas necessárias de valores para que o produto se posici
one com uma
*
Perecibilidade - Serviços existem apenas no momento em que
percepção especifica desejada.
estão sendo prestados, não podendo, assim, ser estocados. Todas as características relacionadas ao preço, como formas
de paga-
mento (boleto, cartão de crédito, cheque etc.), parcel
Os fatores apresentados anteriormente são os elementos estratég amentos (em n vezes
icos ou à vista) etc. são elementos que podem ser usados como
de serviços. estratégias de
preço. Muitasezes, apenas por aceitar cartão de crédito
ou parcelar em
mais vezes, uma empresa consegue obter um aumento de
Preço market share.
Podemos definir preço como o valor justo atribuído à posse de um Praça
produto. O termo “justo”, na definição de preço, significa que só haverá
“troca” — condição sine qua non do marketing - se o público-alvo acredita Praça é o componente do composto de marketing que
“define as estraté-
r gias e táticas para a colocação do produto no mercado (placem
que ela é justa e adequada. ent), a forma
com que ele chegará ao ponto de venda e de que maneir
O preço define as condições básicas da troca e é, portanto, o P a será exposto -
da re- ou disponibilizado ao consumidor”'s, ou seja, praça é
ceita: é por meio dele que a empresa obtém seus resultados. Além o P que lida com
disso, o as questões que propiciam que a “troca” aconteça.
preço é um fator fundamental para determinar a participação de
mercado As estratégias de praça devem considerar:
(market share) e lucratividade do produto.
O preço é também o P mais flexível do composto de marketi * o público-alvo e suas características (onde estão, como compram
ng. etc.);
Normalmente é mais rápido e fácil se alterar o preço do que modific * características do produto: perecibilidade, frequência
ar de compra,
o produto, praça ou promoção. Assim, em razão de sua flexibilidade, preço;
o
preço é um importante componente estratégico do marketing. * características da empresa: capacidade de distribuição e estocagem;
14 Kotler e Armstrong, 1998 (p. 412).
15 Kotler, 2003.
16 Kotler, 2003.
50 Marketing na Era Digital
Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais 51
- estratégias de comercialização. que ele avance no grau de intimidade de relacionamento com a mar-
As estratégias de praça estão divididas em duas vertentes: ca/produto. Por isso, o marketing direto é a base do marketing de
a. administração dos canais de distribuição; relacionamento. Características: privado, imediato, personalizado
e interativo.
b. administração da distribuição física.
A introdução dos canais digitais de distribuição impacta sensivelmente e Relações públicas (RP) - Usada para fortalecer (ou recuperar)
o P de praça, abrindo possibilidades abrangentes tanto quanto a praça a imagem e reputação da marca/produto. Características: muita
de comercialização e transações (e-commerce, e-marketplaces, iTunes credibilidade, “dramatização” da empresa/marca ou produto para
e quaisquer tipos mercados digitais) quanto a distribuição física para impactar o público-alvo.
produtos que possam ser digitalizados, como conteúdos em mp3, filmes e Venda pessoal (VP) — Usada para construir relacionamento pessoal
digitais, e-books etc., como entrega pela internet, iPods, Kindle, iPad, e próximo entre empresa-público. Características: interação pessoal,
aplicativos etc. normalmente é ferramenta de promoção mais cara.
Dessa forma, conhecer as possibilidades digitais de praça para com- Cada ferramenta do mix de comunicação tem características ease
biná-las com as tradicionais, em função das características do produto, ficas. À escolha da melhor composição do mix de comunicaçãoé feita
pode trazer vantagens competitivas a ele. em função do público-alvo e objetivo de marketing, visando a encontrar
a melhor forma de impactá-lo. Determinar a promoção ideal em uma
Promoção campanha de marketing era uma atividade bem mais simples e fácil de
se fazer na época da mídia de massa. Nas últimas duas décadas, pre-
Promoção é o conjunto de ferramentas que visa à viabilização e ao au-
senciamos a fragmentação da comunicação — surgiram, e continuam
mento das vendas (trocas) e à diferenciação do produto ou da empresa
a surgir, novas plataformas e canais de comunicação que tornam bem
entre seus concorrentes”, ou seja, a função da promoção é fazer com que
mais complexaa tarefa de impactar o público-alvo. As pessoas também
o público-alvo conheça a existência do produto e o seu posicionamento.
são fragmentadas tanto em termos de mídia quanto em relação às suas
As ferramentas de promoção são também conhecidas como composto necessidades, dependendo do contexto em que estão.
de comunicação, composto de promoção ou mix de comunicação. Veja
A difusão das redes sociais digitais on-line fomentou ainda mais o
a seguir essas ferramentas:
cenário fragmentado e complexo da comunicação, pois nesses contextos
e Propaganda (PP) - Usada para propagar uma mensagem ao as pessoas conversam e trocam conteúdos de comunicação entre si, e não
público-alvo. Características: repetição da mensagem muitas vezes, mais com as empresas, gerando um novo tipo de conteúdo — o UGC (User
impessoal, cara. enerated Content), que hoje tem se tornado um dos mais importantes
e Promoção de vendas (PV) - Usada para incentivar a experimentação tipos de mídias no cenário de marketing. Veremos adiante neste livro,
e o relacionamento com o público-alvo. Características: oferta de nos capítulos que tratam exclusivamente de redes sociais, as estratégias
recompensa incentivando a aproximação do público-alvo em direção específicas para esse contexto.
à marca/produto; ações com tempo de duração determinado. Dessa forma, a promoção, hoje, é uma das atividades mais complexas
e Marketing direto (MD) - Usado para construir relacionamento do composto de marketing. No entanto, é importante observar que apesar
de duas vias com o público-alvo. Toda ação de marketing direto de as plataformas e tecnologias de comunicação terem proliferado e se
deve ter uma chamada de call to action, interativa e personalizada, a ficado, as estratégias de comunicação se baseiam nas cinco ferra-
incentivando a resposta imediata do consumidor/cliente de forma mentas do composto de comunicação (PP, PV, MD, RP, VP). A melhor
estrata a determinará as plataformase mídias a serem utilizadas - digitais
17 Kotler, 2003.
e tradicionais.
52
Marketing na Era Digital Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais
53
É importante salientar aqui que tanto a propaganda
quanto os demais e
componentes do mix de comunicação não são Caráter público - A propaganda alcan
mídias, e, sim, tipos de ça o público de forma pa-
ações estratégicas desempenhados nas mídias dronizada, a mesma mensagem para
. Uma mesma propa- todos que a recebem.
ganda pode utilizar várias mídias (como televi * Legitimidade - A propaganda sempre é “assi
são, rádio, redes sociais, nada” por uma marca/
assumindo formas diferentes, claro). Da mesma produto, legitimando-o.
maneira, uma mesma
mídia, como a TV, pode veicular vários tipos de
ações de comunicação, * Frequência - A propaganda se baseia
como propaganda e relações públicas, por exemp na repetição de mensagem
lo. A escolha das mídias para o mesmo público, de forma a fixar
adequadas também faz parte da estratégia, mas à mensagem na mente dele.
a mídia só faz sentido Larga escala de frequência requer gran
quando a estratégia da mensagem foi pensada de forma des empresas.
planejada. Atuar * Expressividade ampliada - Para causa
com ações de comunicação esporádicas e dispersas r impacto no público-alvo,
nas mídias tem sido a mensagem da propaganda se utiliza
um dos maiores erros estratégicos observado, os frequentemente da drama-
quais normalmente tização.
resultam em prejuízos financeiros, sem retornos
de marketing. Com a
difusão dos ambientes digitais de mídia (redes * Impessoalidade - A propaganda é um
sociais, sites, buscadores, monólogo que acontece no
celulares etc.), a situação tem-se tornado sentido da marca/produto para o públi
ainda mais crítica, pois é ne- co-alvo.
cessário analisar o panorama completo de opções A propaganda teve o seu auge com as mídi
(mídias tradicionais as de massa. No entanto, com
+ mídias digitais) para elencar as mais adequadas. De a proliferação de produtos, marcas e mídi
nada adianta uma as durante as últimas décadas,
ação no Twitter isolada e sem um embasament O excesso de propaganda tem dispersa
o e link estratégico com do a atenção do público, gerando
as demais plataformas da marca/produto. Uma perda de eficiência. A riqueza de informação cria
camiseta ou uma testa a pobreza de atenção.
podem ser mídia, tanto quanto o Twitter, uma Esse fenômeno é discutido no livro A
revista ou um canal de Economia da Atenção's.
TV. Quem determina as melhores mídias em cada
caso é a estratégia de No entanto, a propaganda continua
tendo o seu espaço e encontrou
marketing, por meio do mix de comunicação. formas de utilizar as novas mídias digit
ais com bastante sucesso. Exem-
“A seguir, apresentamos brevemente as caracterís plos disso são os links patrocinados
ticas de cada fer- e banners presentes em diversas
ramenta do mix de comunicação, para que plataformas digitais, que serão tratados
possam ser usadas como nos capítulos 10 e 15. Usada de
elementos estratégicos de comunicação combi forma apropriada, alinhada com a relev
nados. ância e diminuindo a dispersão, a
propaganda continua sendo um instrume
nto estratégico de comunicação.
Propaganda (PP)
Propaganda é a “técnica ou atividade de comunicaçã Promoção de vendas (PV)
o de natureza persu-
asiva com o propósito básico de influenciar o compo Promoção de vendas é a “ferramenta do
rtamento das pessoas mix de comunicação que consiste
por meio da criação, mudança ou reforço de em oferecer incentivos de curta duração
imagens e atitudes mentais” destinados a estimular a compra
A função da propaganda é “propagar” conteúdos ou a venda de um produto ou serviço”. Quanto
ao público-alvo com a mais imediatos forem
finalidade de influenciá-lo. Os incentivos, mais eficiente tende a ser
à ação de promoção de vendas.
Dependendo do tipo de conteúdo que a propaganda Tipos de ações de promoção de vendas são
transmite, amostras, cupons, reembol-
temos diversos tipos dela: ideológica, política, sos, pacotes promocionais, brindes, brind
eleitoral, institucional, es promocionais, recompensa
corporativa, governamental, promocional (quan pela fidelidade, displays e demonstrações
do divulga uma promo- em pontos-de-venda, concursos,
ção de vendas), religiosa, social, sindical sorteios, jogos etc. As ações de promoção
etc. sempre oferecem um incentivo.
Veja as características principais da propaganda: Os incentivos usados nas promoções de venda
s podem ser quaisquer
itens de características dos outros Ps de
marketing: produto, preço ou
18 Davenport e Beck, 2002.
Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais 55
Marketing na Era Digital
54
exemplo) ou a mensagem enviada não se torna relevante (como envio
praça. Por exemplo, garantia estendida (produto), desconto no preço
de mensagem sobre baladas de solteiros, quando a pessoa é casada).
(preço), parcelamento do pagamento (preço) e entrega gratuita (praça)
podem ser usados como incentivos para a promoção de vendas. O im- e Relevância - Se a mensagem não for relevante, não impactará a
portante é que a promoção dure por um período curto determinado, pessoa que a recebe e, portanto, não será efetiva e será descartada.
para que funcione realmente apenas como um incentivo, e não se torne e Interatividade - Toda mensagem de marketing direto deve ter
uma estratégia permanente que, nesse caso, já não seria mais estratégia mecanismos de resposta imediata (telefone, e-mail, site etc.), ou
de promoção (comunicação) e se incorporaria à estratégia de produto, seja, deve ser interativa e provocar uma ação (call to action).
preço ou praça (dependendo do item de incentivo que utilizou). Assim, enquanto a propaganda é fundamentada na divulgação, pro-
Ações de promoção de vendas são especialmente indicadas quando pagação, o marketing direto é fundamentado no relacionamento. Toda
se deseja incentivar o público-alvo a iniciar o relacionamento com uma ação de marketing direto tem a finalidade de provocar uma reação ime-
marca/produto (quando eventualmente ele não o faria), para prolongar diata no público-alvo. Por isso, o marketing direto sempre envia ações
a presença da marca nesse público (como no caso de itens promocionais interativas com uma call to action, ou seja, uma “chamada para ação”. À
especialmente produzidos com a marca), fidelizar o público (como acon- call to action pode ser, por exemplo, um link para a pessoa clicar e obter
tece nos programas de milhagem das companhias aéreas), incentivar os mais informações, aproximando-se da marca, ou um link para comprar
esforços da equipe de vendas (campanhas de incentivo para O público um produto, que foi oferecido especialmente para essa pessoa, em função
interno de vendas) etc. do relacionamento.
O tipo de call to action depende das características do público-alvo
Marketing direto (MD)
e do estágio de relacionamento entre a marca/produto e a pessoa que
Segundo a DMA (Direct Marketing Association), marketing direto é um recebe a mensagem. Existem quatro estágios no marketing de relaciona-
sistema interativo de marketing que utiliza uma ou mais mídias a fim de mento: conscientização, consideração, conversão e pós-venda. O grau de
obter respostas e/ou transações mensuráveis em qualquer local. “intimidade” entre marca e consumidor é totalmente diferente em cada
Marketing direto é a ferramenta do mix de comunicação que se ba- um desses estágios. Por isso, não se pode enviar mensagens íntimas de
seia no marketing de permissão. Enquanto a propaganda funciona com call to action para prospects que ainda estejam entrando no estágio de
a lógica do marketing de interrupção, ou seja, interrompe O público- consideração, da mesma forma que não se pode enviar mensagens sem
alvo durante um programa de televisão, a leitura de uma revista etc., O nenhum envolvimento para clientes no pós-venda, que já possuem um
marketing direto só acontece quando o público-alvo dá permissão para relacionamento próximo com a marca. Isso também se aplica a relacio-
receber as mensagens (se não for assim, é spam, e não marketing direto). namentos de amizade - o modo como nos dirigimos e relacionamos com
Veja a seguir as principais características do marketing direto: pessoas que acabamos de conhecer é completamente diferente do modo
como nos relacionamos e conversamos com amigos próximos e antigos.
« Individualização - Comunicação direcionada a um indivíduo do
público-alvo. As plataformas digitais são as grandes alavancas do marketing direto e,
por conseguência, do marketing de relacionamento. Para desenvolver ações
« Personalização - Conteúdo da mensagem é elaborado especifica- de marketing de relacionamento, é necessário conhecer muito bem cada
mente para quem é enviado. pessoa do público-alvo individualmente, de forma a se comunicar com ela
- Atualização - É necessário ter informações atualizadas sobre o de maneira adequada. Os bancos de dados e sistemas de CRM permitem
público-alvo para que o marketing direto seja efetivo. Caso contrá- o registro do histórico de interações entre público e marca de forma única
rio, não se alcança a pessoa desejada (endereço desatualizado, por e individual. No entanto, se os sistemas são o coração do marketing de
56 Marketing na Era Digital Capítulo 1 = Marketing — conceitos essenciais
Sm
relacionamento, a filosofia por detrás das mensagens que incrementam
a Venda pessoal (VP)
relação com o público-alvo é a mente. As habilidades de relacionamento
são cada vez mais essenciais nas estratégias de comunicação, não Venda pessoal é o processo de comunicação face
apenas a face entre a empresa
nas ações de marketing direto, mas também, e principalmente, nas ações eo público-alvo. É a ferramenta mais personalizada dentro
do composto
em redes sociais on-line, tratadas mais adiante neste livro. de comunicação, favorecida pela interação pessoal.
Um dos principais instrumentos de relacionamento
com o público-
Relações públicas (RP) alvo, a venda pessoal é particularmente importante nas
ações de marketing
Relações públicas é a ferramenta do mix de comunicação enfocad B2B (Business to Business, ou de empresa para
empresa) e tem as prin-
a em cipais características:
criar reputação positiva para a marca/ produto, visando ao fortale
cimento
da sua imagem (ou recuperação). As ações de relações pública * Confronto pessoal - Permite o relacionamento
s, para vivo, observação
serem efetivas, devem ter as seguintes características: de características e necessidades do outro, ajuste
imediato.
e Alta credibilidade — As mensagens de relações públicas devem * Manutenção do relacionamento — Possibilita os relac
ionamentos
ser originadas por fontes com alta credibilidade, como notícias, entre empresa/cliente, tanto para os relacionamentos
voltados ex-
autoridades etc. A confiabilidade de notícias e histórias é muito clusivamente à venda como também à manutenção
do interesse.
maior que em anúncios de propaganda.
* Desprevenção — As mensagens de relações públicas devem estar Os
4 As
em
um contexto no qual não exista prevenção contra o emissor
que a
veicula. Vendedores e anúncios de propaganda sofrem de Além dos modelos dos 4 Ps e dos 4 Cs, existe ainda um
rejeição outro modelo
muito maior do que notícias. estratégico interessante relacionado ao marketing
- o modelo dos 4 Asº.
Desenvolvido por Raimar Richers para descrever
* Dramatização - Quanto mais impactante é o conteúdo, as responsabilidades
mais efetivo administrativas de uma equipe de marketing e a
se torna. Assim, a dramatização na medida certa interação da empresa
é normalmente com o meio ambiente, os 4 As avaliam os result
usada para aumentar a atratividade do fato divulgado. ados operacionais da
adoção do conceito de marketing em função dos
Quanto mais impactante e relevante for o fato anunciado nas ações objetivos da empresa.
de Os 4 As são análise, adaptação, ativação e avaliação.
relações públicas, menor o esforço necessário para que a Segundo Richers,
ação aconteça. veja as funções básicas de cada A:
Relações públicas é a ferramenta do mix de comunicação
que lida com * Análise — Identifica e compreende as forças
as questões da reputação e da imagem. Assim, é um elemen vigentes no mercado
to estratégi- em que a empresa opera ou pretende operar no futuro
co especialmente importante em ações de posicionamen .
to, branding e
gestão de crises. Nesse último caso, não existe ferram * Adaptação - Processo de adequar a oferta da empres
enta substituta para a (produtos
relações públicas. Nos contextos de crises envolvendo a image e serviços) às forças externas detectadas por meio da análise
m da marca (pri-
ou produto, apenas ações de relações públicas conseguem resolve meiro À).
r o pro-
blema e, em muitos casos, quando usadas com maestria, conseg * Ativação — Conjunto de medidas destinadas a fazer
uem até com que a oferta
reverter o problema, transformando uma situação negativ da empresa (produto ou serviço) atinja os mercados predef
a em positiva. inidos
No contexto atual, em que as redes sociais digitais têm se tornad e seja adquirida pelos compradores.
o
cada vez mais presentes em meio ao público em geral, * Avaliação - Propõe-se a exercer controle sobre os proces
nunca foi tão sos de
essencial para as empresas e marcas entenderem os novos mecan comercialização e interpretar os seus resultados a fim
ismos de corrigir
de manifestações públicas para poderem atuar propriamente falhas e racionalizar futuros processos de marketing.
com ações
de relações públicas.
19 Richers, 1981.
58 Marketing na Era Digital
Passo a passo de um plano de marketing É importante relembrar que os acontecimentos nas variáveis do ma-
croambiente inicialmente são neutros - não são nem bons nem ruins. O
mesmo fato - crise econômica, por exemplo - pode afetar negativamente
1. Introdução
alguns negócios, mas positivamente outros. Assim, o intuito nessa etapa
À introdução é um resumo do plano de marketing e deve do plano de marketing é levantar todos os fatores que possam representar
apresentar os
motivos e objetivos da elaboração deste. Assim, a introdução oportunidades e ameaças para a empresa/produto, de forma a utilizá-los
deve conter
o resumo de: na análise SWOT.
e empresa/produto; Outro fato interessante a destacar é que, durante a análise do impacto
principais motivos que justifiquem a elaboração do plano; das variáveis do macroambiente sobre um determinado produto/ negócio,
eventualmente podemos encontrar variáveis qué não afetem o negócio.
principais objetivos do plano;
Eventualmente, a demografia pode não fazer diferença, não trazendo
Principais fatos e análises do plano; nenhum tipo de impacto em produtos que atendam a todo o tipo de faixa
estratégias de marketing a serem implantadas. etária. Assim, eventualmente, nem todas as variáveis do macroambiente
“
É importante que a introdução dê uma visão geral sobre afetam um determinado negócio/produto.
o plano, de
forma que quem leia saiba exatamente o que motiv
ou a elaboração dele,
quais os objetivos a serem alcançados (ou problemas a 3. Análise do microambiente: mercado, concorrência € público-alvo
serem resolvidos),
principais análises e resultados e estratégias propos Nesta etapa do plano de marketing, analisamos o microambiente
tas. Fica claro, por- e os
tanto, que várias informações que devem ser apres impactos que ele pode trazer para a nossa empresa/produto.
entadas na introdução
o se Marketing na Era Digital Capítulo 2 = Plano de marketing 63
3. 1 Mercado força do seu concorrente representa uma ameaça para o seu produto/
Mercado refere-se ao mercado de atuação da empresa/produto: mercado empresa, enquanto uma fraqueza do seu concorrente pode significar
alimentício, mercado de higiene pessoal em São Paulo, mercado de cho- uma oportunidade para você.
colates etc. O objetivo aqui é fazer uma análise quantitativa das tendências Veja quais são os dados que devem ser levantados e analisados sobre
do mercado, baseada em dados reais. a concorrência:
Essa análise é fundamental para fornecer informações sobre oportu- - Quais são os principais concorrentes - No mínimo três concorren-
nidades e ameaças provenientes do mercado. Assim, todos os dados de tes devem ser identificados, independentemente de serem diretos
mercado relacionados com o produto/empresa devem ser levantados. ou indiretos.
Sugerimos que sejam levantados:
e Evolução da participação de mercado de cada concorrente por
e Vendas totais do mercado — Esses dados informam sobre a atrati- área/segmento - À evolução de participação de mercado mostra
vidade desse mercado em termos de volume. tendências que podem ser dados indicativos de ameaças ou opor-
* Vendas do mercado por região - Esses dados apresentam as regiões tunidades para nosso produto/empresa.
onde o mercado pode ser explorado. - Estratégia de cada concorrente por área/segmento - À análise da
* Vendas do mercado por segmento — Essas informações mostram os estratégia dos concorrentes traz informações estratégicas valiosas
segmentos de mercado com maiores e menores volumes de vendas. sobre suas possíveis forças e fraquezas.
* Principais concorrentes no mercado e suas participações (share of * Imagem de cada concorrente em meio ao público-alvo — Essa in-
market) - Sabendo quem são as principais players (empresas que formação é especialmente interessante para explorar oportunidades
atuam) nesse mercado, podemos analisar o tipo de concorrência e ameaças em relação ao posicionamento e ao branding do nosso
(acirrada ou pouca concorrência) que pode apresentar ameaças ou produto.
oportunidades. * Forças e fraquezas de cada concorrente — As forças dos concorrentes
e Sazonalidade de vendas - Quando existem, normalmente repre- são ameaças para nosso produto/empresa e as fraquezas deles são
sentam ameaças e podem indicar ações compensatórias no plano oportunidades. Dessa forma, analisar as forças e fraquezas dos concor-
de marketing. rentes é essencial para averiguar ameaças e oportunidades iminentes.
* Cruzamentos - Venda cruzada ou cross-selling é a venda de pro-
3.3 Público-alvo
dutos que se relacionam com o produto em questão (ex.: produtos
“de cruzamento para telefones celulares podem ser capas, cabos, O público-alvo é o foco das estratégias de marketing, que são desenvol-
acessórios etc.). Levantar quais tipos de produtos podem ser usa- vidas em função do público-alvo. Portanto, quanto mais se conhecer o
dos em ações de cruzamento permite determinar oportunidades público-alvo, melhores serão as chances de se desenvolver estratégias
estratégicas para o mix de produto ou parcerias. adequadas a ele.
A análise do público-alvo deve ser feita baseando-se em dados reais de
3.2 Concorrência estudos de mercado e, quando for aplicável, também por segmento de mer-
Concorrentes são ofertas e substitutos (produtos, genéricos ou orçamento) cado. Veja quais são as informações necessárias para análise do público-alvo
reais ou potenciais do nosso produto/marca que o consumidor-alvo pode * Quem é - Determinar quem é o público-alvo é o primeiro passo
considerar. A análise da concorrência visa a levantar informações sobre estratégico do plano de marketing. Em outras palavras, quem são
possíveis ameaças e oportunidades para o nosso produto/empresa. Uma os possíveis alvos para o seu plano?
64
Marketing na Era Digital
Capítulo 2 = Plano de marketing
65
* O que quer — Levantamento das necessidades do público-alvo
* Estratégia atual - Análise dos 4 Ps atuais em
relacionadas ao seu produto/empresa. detalhes, ou seja,
nesse item é necessário fazer um levantamento
- Onde compra — Os dados sobre os locais de compra do seu pro- da situação atual do
produto, preço, praça e promoção. É muito
duto e seus concorrentes fornecem informações importantes para importante conhecer
todos os aspectos da estratégia atual para que,
as estratégias de praça. na etapa de desenvol-
vimento das estratégias dos 4 Ps, sejam avaliados
as modificações,
* Como compra — Os hábitos de compra (parcelado, à vista, com implementações ou ajustes necessários para alcan
cartão, em dinheiro, cheque, compra de mês, compra gradativa çar os objetivos
de marketing propostos no plano.
etc.) podem fornecer informações importantes para serem
usadas * Imagem do produto/marca percebida pelo
tanto no desenvolvimento do produto como no preço e na público-alvo - Essa
praça. informação pode mostrar forças ou fraquezas
* do produto em re-
Como usa — Informações sobre os hábitos de uso do produt lação ao seu posicionamento, inclusive à event
o ual necessidade de
podem indicar oportunidades, estratégias ou ameaças ajustes entre o posicionamento alcançado e
em relação o pretendido.
a ele. Por exemplo, muitas vezes se detecta que o consu
midor des- * Levantamento financeiro - Consiste em
cobre novos usos para um determinado produto, que informações como lu-
podem ser cratividade, composição de custos e identifica
incorporados a ele. Em outros casos, o uso mostra proble ção de formas para
mas com aumentar a lucratividade. Esses dados pode
o produto, que podem ser evitados com ajustes estraté m dar indicações es-
gicos. Um tratégicas para modificar produto/ preço/praç
exemplo do primeiro caso foi a criação da versão de refrige a tanto para resolver
rantes problemas de baixa lucratividade como para melho
do tipo “caçulinha” para facilitar o uso por crianças. No rar a lucrativi-
segundo dade ou possível aumento de participação de merc
caso, podemos citar a introdução de dispositivos de ado (no caso de
segurança em repassar 0 aumento da lucratividade para
tampas de máquinas de lavar e microondas, evitan o consumidor final).
do que durante
O uso as pessoas se machugquem ou se queimem.
>. Matriz SWOT - Avaliação de competências e análi
se de cenários
4. Análise do ambiente interno/produto Nessa etapa reunimos todas as informações levan
tadas nas etapas an-
teriores e fazemos a análise SWOT. Assim
A análise do ambiente interno da empresa (marca, , organizamos a matriz da
departamentos, fun- seguinte forma:
cionários, instalações, estacionamento, sortimento,
qualidade de atendi-
mento, e Forças do nosso produto/empresa - Levan
preço, produto, praça, promoção felcã) permite detectar as forças tadas a partir da etapa
e fraquezas do nosso produto, possibilitando uma poster de análise do ambiente interno/ produto.
ior avaliação de
competências na matriz SWOT. * Fraquezas do nosso produto/ empresa — Tamb
ém obtidas da etapa
Os levantamentos de dados desenvolvido nesse estági de análise do ambiente interno/ produto.
o do plano de
marketing devem apresentar uma “foto grafia” da situaç * Oportunidades - Provenientes dos levan
ão atual da empre- tamentos e análises do
sa/produto. Esses dados mostrarão, após a anális macroambiente e microambiente.
e SWOT, o que deverá
“ser modificado e/ou implementado nas estratégias
dos 4 Ps. * Ameaças - Também resultantes das análises
É necessário analisar os seguintes aspectos: do macro e microam-
bientes.
* Produto no mercado - Análise da evolução Após relacionar todos os dados referentes a forças,
da participação de fraquezas, ameaças
mercado do produto. Essa informação dá indicativos e oportunidades, eles devem ser montados
de tendências na Matriz SWOT e analisados
do produto. com a Matriz de Confrontação para determinar
os objetivos possíveis.
Capítulo 2 = Plano de marketing 67
Marketing na Era Digital
66
vendas, expansão para outras cidades e localidades), o que vai ser feito
6. Objetivos e metas de marketing
scene
« lançar novo produto no mercado para alcançar volume de vendas -* Promoção - Determinar todas as modificações e novidades que
X em um prazo Y; devem ser implementadas em relação à comunicação. Deve-se
analisar cada componente do mix de comunicação, determinando
* recuperar a imagem da empresa/produto, em um prazo de X meses,
como deve ser desenvolvido, modificado: propaganda (PP), pro-
após algum desgaste.
moção de vendas (PV), marketing direto (MD), relações públicas
Com os objetivos e metas determinados, finaliza-se a etapa de análise (RP) e venda pessoal (VP).
estratégica do plano de marketing. É importante salientar que para cada
objetivo/meta em relação a um público-alvo, é necessário desenvolver
8. Planos de ação
um plano de marketing específico. À etapa seguinte é o desenvo tvimento
das estratégias de marketing. Os planos de ação são a parte tático-operacional do plano de marketing,
ou seja, determinam como a estratégia será operacionalizada.
7. Estratégias de marketing (4 Ps) Dessa forma, cada ação relacionada nas estratégias dos 4 Ps (definidas
na etapa 7 do plano de marketing) deve ter um plano de ação que deter-
Neste estágio do plano de marketing são traçadas as estratégias com os
mine como será executada. Por exemplo, se um item da estratégia do P
4 Ps (produto, preço, praça e promoção) para atender aos objetivos de
de produto é criar um novo sabor de sorvete para o mix de produto, o
marketing determinados.
plano de ação para essa estratégia deve determinar quais são os passos
Assim, o plano deve apresentar detalhadamente os 4 Ps propostos operacionais necessários para criar esse novo sabor de sorvete - De onde
como estratégia. Aqui se deve relatar apenas as mudanças e ajustes nos 4 virá a receita do sorvete com esse novo sabor? O que é necessário comprar
Ps que foram descritos anteriormente no item 4 do plano. Assim, alguns a mais ou de diferente para fazer esse novo sabor de sorvete? Terá em-
exemplos de ações estratégicas nos 4 Ps são criação de novos produtos,
balagem? Quem vai desenvolver a embalagem? Equipe interna? Agência
alterações no mix de produto e na praça (criação de mais pontos de
68 Marketing na Era Digital Capítulo 2 = Plano de marketing
69
contratada? Quanto custará? Quanto tempo leva para se desenvolver esse 10. Avaliação e controle
novo sabor? Todas as questões tático-operacionais deverão ser planejadas
nesse estágio do plano de marketing - planos de ação. Todas as ações do plano de marketing devem ser passíveis de mensura-
O plano de ação para cada estratégia determinada deve responder às ção por indicadores que permitam controle e avaliação para possibilitar
seguintes perguntas: futuros ajustes.
Os indicadores de desempenho devem ser determinados antes da
* O que deve ser feito para executar a estratégia?
execução do plano de marketing e mensurados durante todo o processo
e Quando deve ser feito? para, depois, ser analisados para avaliação e controle do desempenho
e Quem deve fazer? das estratégias do plano.
e Quanto custará? Todas as avaliações resultantes do controle do plano, o que deu certo,
Em função do desenvolvimento do plano de ação, pode-se eventual- o que deu errado, o que pode ser melhorado, devem ser anotadas nessa
mente verificar que existem etapas que não podem ser executadas por seção, de forma a orientar futuros planos de marketing sobre o mesmo
limitações orçamentárias ou de prazos, ou de recursos etc. Quando isso produto/empresa, fazendo-se os ajustes necessários.
ocorre, deve-se voltar para o item de determinação das estratégias (eta-
pa 7) e modificá-las de forma a conciliar os objetivos de marketing e as
limitações verificadas no plano de ação.
Depois de desenvolver todos os planos de ação, para todos os itens
relatados nas estratégias, e verificar que são todos passíveis de execução e
implementação sem limitações, passa-se, então, para a etapa de orçamento
e cronogramas que guiará a execução das estratégias ao longo do tempo.
9. Orçamento e cronogramas
Neste estágio são feitos os gráficos de alocação dos programas de ação de-
terminados no estágio anterior, de forma cronológica, física e financeira.
Eventualmente, conforme a alocação de recursos e finanças ao longo
do tempo reveladas pelos gráficos, pode ser necessário voltar e reavaliar
os planos de ação ou estratégias. Por exemplo, caso se verifique que a
quantidade de recursos alocada em alguma etapa do cronograma é maior
que a disponibilidade da empresa para esse período, é necessária uma
análise para readequar a alocação de recursos ou conseguir recursos su-
ficientes para manter o plano em andamento, ou seja, após a elaboração
do cronograma físico-financeiro, é necessário reavaliar a viabilidade de
sua execução e implementação.
Se não houver limitações, o cronograma deverá ser executado.
PARTE II
Ambiente de marketing:
transformações
O poder do consumidor
É inegável que as tecnologias digitais têm se tornado
cada vez mais pre-
sentes em todos os aspectos da vida humana — social
, profissional, pessoal
= impactado e afetado a sociedade, a cultura, o modo
como vivemos e
interagimos com o mundo. No entanto, vários fenôm
enos que se apre-
sentam hoje e são categorizados como novidades,
na realidade, são fenó-
menos antigos que foram impulsionados pelo digita
l e não causados por
ele. Exemplo disso é o tão proclamado poder do
usuário, do consumidor,
que adquire papel central no cenário de marketing
atual - esse poder do
usuário foi realmente alavancado pela tecnologia
digital (tecnologias in-
terativas de informação e comunicação, mobilidade
, computação ubíqua'
etc.), mas existia muito antes, pelo menos desde
a década de 1970 quando
foi inventado o controle remoto de TV, que passo
u a permitir que com o
movimento de apenas um dedo o usuário/consumi
dor mudasse de canal,
editando facilmente, assim, a mídia à sua manei
ra.
73
74 Marketing na Era Digital Capítulo 3 a Ambiente de marketing: transformações 75
Dos anos 70 para cá, muitas outras tecnologias vieram pouco a pouco Segundo o relatório The End of Advertising as We Know I? (O Fim da Pro-
embasando o cenário digital que se apresenta hoje - computador pessoal, paganda como a Conhecemos), de 2007, o cenário da propaganda no
impressora, fax, internet, telefone celular, GPS e, principalmente, a banda mundo até 2012 sofrerá mais transformações do que os últimos 50 anos.
larga de internet que permitiu a importante mudança de “estar conectado” A mudança envolverá bilhões de dólares e deslocará 30% do investimento
para “ser conectado”, “Estar” conectado significa que você eventualmente que hoje é destinado à mídia tradicional para a mídia on-line, propul-
entra e sai da internet, como era na época das conexões discadas à rede sionada pela web 2.0. Nesse contexto, o marketing de busca deverá ser o
na década de 1990 (e ainda hoje em muitos lugares no Brasil e no mundo destino de parte significativa desse investimento em mídia on-line, pois
e também nos telefones celulares que acessam momentaneamente a in- é um dos principais atores desse cenário. Em 2010, segundo a Forbes”,
ternet para navegação). “Ser” conectado significa que parte de você está pela primeira vez na história, o investimento em anúncios digitais supera
na rede — você vive em simbiose com ela. Isso só foi possível devido ao o em impressos nos Estados Unidos.
barateamento da banda larga de internet, que foi o principal catalisador
da tão celebrada participação do usuário na rede, participação essa que
se tornou a fonte de seu crescente poder no cenário atual de marketing,
permitindo ao consumidor atuar, escolher, opinar, criar, influenciar e
consumir de acordo com sua vontade.
Esse estado de se viver constantemente em trânsito entre as redes “on”
e “off”-line, possibilitado pelo estado de “ser” conectado, é denominado
de cibridismo. O vídeo A Arte do Cibridismo traz uma entrevista com a pes-
quisadora Giselle Beiguelman, que apresenta reflexões adicionais sobre
o assunto, e pode ser acessado pelo QRcode da figura 3.1.
Figura 3.2 - Imagem e QRcode para acesso ao vídeo The State of Internet em vimeo.
com/9641036.
alicerçavam na USP (Unique Selling Proposition, ou Proposição Única Apesar de esses termos sugerirem novas versões para web, não se referem
de Venda) — o diferencial estava no produto. A tecnologia que possibi- a qualquer atualização das especificações técnicas da web, mas mostram
litou essa era foi a televisão e a plataforma eram os anúncios televisivos. apenas uma divisão didática das fases da web que apresentam as mudan-
Conforme as tecnologias foram mudando, o marketing passou a ças acumulativas no modo com que os desenvolvedores de software e os
perceber que os atributos funcionais de produtos não eram suficientes usuários utilizam a web (Wikipédia, 2010-2014). Assim, os termos web
e começou a enfocar as pessoas, e as estratégias passaram a se embasar 1.0, 2.0 e 3.0 estão mais relacionados à mudança no comportamento dos
nas emoções do público-alvo, ou na ESP (Emotion Selling Proposition). usuários web do que a tecnologias que proporcionaram essas mudanças.
À tecnologia que possibilitou essa era foi o computador pessoal, o PC, e A Web 1.0 é a web estática, onde as pessoas apenas navegam e conso-
a plataforma era a pesquisa de mercado. mem informações. A Web 2.0 é a web da participação, onde as pessoas
Hoje estamos na era da experiência, pois o ambiente é dominado pela usam a web como plataforma para todo tipo de interação: blogs, vídeos,
busca e transparência e o fator determinante são as características da Ge- fotos, redes sociais. A Web 2.0 é o que chamamos de computação em
ração Y, multitarefa e que requer mais com menos. O foco do marketing nuvem — os aplicativos (como GMail, redes sociais etc.) ficam na internet
passa, então, para a experiência do consumidor, ou na XSP (eXperience (nuvem de computadores) acessados por meio de computadores com
Selling Proposition). A tecnologia que possibilita essa era é a internet e conexão on-line. Hoje, a predominância de informações na web é docu-
a sua plataforma são as mídias sociais. mentada. Em breve, devido aos sensores do tipo REID e a tags como os
QRcodes (tratados mais adiante neste livro), qualquer coisa poderá fazer
Dessa forma, hoje, o marketing não consegue mais forçar a presença
parte da internet, não apenas documentos. Assim, pessoas, animais, obje-
das marcas e produtos para o consumidor, pois é o público que está no
tos, lugares ou absolutamente qualquer coisa mesmo poderá ser parte da
poder. No entanto, o marketing pode e deve oferecer experiências que
engajem o consumidor quando este entrar em contato de alguma forma
web. Chamamos isso de “internet das coisas” e é para onde caminhamos.
com a marca (experiência receptiva, como mencionado anteriormente).
No entanto, o volume e diferentes tipos de informações e coisas que estão
sendo acrescentados à web diariamente aumentam a sua complexidade
Esse é o tom das estratégias digitais de marketing.
consideraveimente. Nesse cenário emergente, para conseguirmos atuar na
Veremos a seguir as principais mudanças tecnológicas que impactaram
web e encontrar o que é relevante a cada instante, precisaremos de um novo
e causaram transformações no ambiente de marketing nos trazendo ao
paradigma de busca e organização da informação e esse novo paradigma
estado atual. é a Web 3.0, ou a web semântica. Na web semântica, além da informação
em si, o contexto e as ligações referentes a essa informação permitirão
O mundo on-line: Web 1.0,2.0 e 3.0 encontrar um significado que auxilie o uso da web. A figura 3.4 dá acesso
via QRcode a um breve vídeo produzido pela TV'1 sobre a web semântica.
Do início da internet comercial, em meados dos anos 1990,
aos dias de
hoje, temos testemunhado mudanças significativas na web. Passamos da
web estática para a web dinâmica. Da web da leitura para a web da
par-
ticipação. Da web uma via para a web de duas mãos. Da web de páginas
para a web como plataforma. Da web de reação para a web de participação.
Da web discurso para a web conversação. E estamos caminhando para a
web da interação, a web semântica, a internet das coisas.
Nesse caminho fluido de transformação da web e do consumidor,
alavancado pelas tecnologias digitais, a O'Reilly Media classificou essas
mudanças em três ondas conhecidas como Web 1.0, Web 2.0 e Web Figura 3.4 — Imagem e QRcode para acesso ao vídeo da TVI sobre web semântica em
8.0. www youtube.com/watch?v=i4GG4et WjR8.
80
Marketing na Era Digital Capítulo 3 = Ambiente de marketing: transformações
81
Nesse processo de transformação da web associado às
melhorias das da quantidade incontável de produtos/serviços que coexistem na web,
tecnologias móveis e locativas da última década, podem
os destacar alguns obtém-se uma curva que decresce rapidamente a partir do produto mais
fatores que nos levam para uma era na qual os
principais protagonistas popular e estabiliza-se formando uma cauda longa a partir de produtos
são as redes sociais on-line, a busca, a mobilidade,
a geolocalização e o mais específicos de nicho (Figura 3.5). Esse fenômeno foi analisado e
tempo real. Esses fatores presentes na transformação
do cenário e, em batizado de a cauda longa (the long tail) por Chris Anderson, em 2006. A
consequência, do ambiente de marketing são:
cauda longa mostra que a venda/procura das inúmeras opções menos
1. a explosão do conteúdo devido à plataforma
da Web 2.0; populares geram um volume total de venda/procura maior que o dos
o fenômeno da cauda longa (the long tail) (Ande produtos mais populares.
rson, 2006);
Mom pm
- O paradoxo da escolha;
a expansão da computação ubíqua on-line;
Quantidade vendida/procurada
a explosão da difusão das redes sociais on-line.
Vamos analisar cada um deles.
O paradoxo da escolha A computação ubíqua é quase imperceptível, mas está em tudo ao nosso
O fenômeno da cauda longa mostra de forma clara que na Web 2.0 é redor e tem cada vez mais afetado nosso cotidiano conforme é disseminada.
possível ter todas as opções ao mesmo tempo. Teoricamente, quanto mais A sedução de estar sempre conectado — a web, e-mails, redes sociais, mapas
opções para escolher, mais livres tenderíamos a ser. etc. — sem abandonar a mobilidade, é responsável pelo grande crescimento
de popularidade dos aparelhos smartphones. Já em 2002, Fogg observava,
No entanto, de acordo com o paradoxo da escolhas, quando as opções
no livro Persuasive Technology, que “as pessoas não adotam aparelhos mó-
de escolha aumentam, sentimo-nos mais angustiados em vez de mais
veis, elas se casam com eles”, e previsões indicam que em poucos anos os
livres e felizes para escolher. Para analisar todas as inúmeras opções dis-
aparelhos de internet móvel ultrapassarão os notebooks.
poníveis, gastaríamos um tempo enorme. Quanto maior a quantidade de
opções, maior o tempo necessário para a análise. Além disso, quando a Assim, as melhorias na conectividade e mobilidade on-line (acesso à
quantidade de opções aumenta muito, percebe-se que muitas das opções banda larga, smartphones, PDAs, GPS etc.) tornam possível nosso acesso
se equivalem, não importando a escolha que fizermos, pois sempre sen- à informação em praticamente qualquer lugar e em qualquer instante.
tiremos a angústia da dúvida ao questionarmos se, entre tantas opções Nesse contexto, a computação ubíqua potencializa a conveniência da
disponíveis, alguma não seria melhor do que a que escolhemos. busca (possibilitando que possamos buscar qualquer coisa, em qualquer
lugar e em qualquer momento) e acesso às redes sociais, trazendo-as para
Assim, as ferramentas de busca com filtros podem beneficiar o cenário
da escolha, facilitando-a e diminuindo a angústia.
qualquer contexto.
Além de alavancar a busca e o acesso aos conteúdos on-line, a com-
putação ubíqua também tende a impulsionar a “internet das coisas”,
A computação ubíqua
trazendo para a web informações sobre todo tipo de coisas — de pessoas
O sonho de estar “sempre on-line, sempre conectado (à internet)”, está e objetos a lugares.
se tornando real conforme as conexões de banda larga têm se espalhado,
tanto para computadores — devido a tecnologias como ADSL, ISDN, entre
Web 2.0 e a explosão das redes sociais on-line
outras - como para aparelhos móveis — devido a tecnologias como 36.
Apesar de a banda larga não ser ainda uma realidade em todo lugar no A partir do momento em que a banda larga de acesso à internet se po-
mundo, as melhorias recentes na tecnologia e redes tendem a tornar essa pularizou, a plataforma da Web 2.0 tornou-se viável e aplicações on-line
realidade ubíqua em um futuro próximo. participativas tornaram-se possíveis. A partir daí, observaram-se proli-
A web é a primeira peça de uma rede maior que tem se tornado possí-
feração das redes sociais on-line e sua adoção ao redor do planeta, já que
se tornou comum as pessoas “estarem” on-line o tempo todo, permitindo,
vel graças às conexões de banda larga, GPS (Global Positioning System)
e tags de RFID (Radio Frequency Identification Tag). Essas tecnologias
assim, a sua formação. Abordaremos as redes sociais on-line no capítulo 8.
juntas têm permitido que a computação ubíqua se torne uma realidade
rapidamente. Podemos ver muitos exemplos de computação ubíqua em A era da busca
Greenfield”, como prédios, mobiliários, roupas e objetos inteligentes,
Em função dos fatores descritos anteriormente, estamos cada vez mais
sinais de trânsito em rede, latas de refrigerante autodescritivas, interfaces
experimentando a era da busca, em que os mecanismos de busca (como
gestuais e tags RFID embutidas em qualquer produto, de cartões de crédito
Google e Yahoo! na web; buscas em sistemas de localização GPS; buscas
a animais de estimação.
em redes sociais; buscas por lugares e pessoas no Second Life, por exemplo)
Schwartz, 2005. são diária e frequentemente usados ao redor do mundo por pessoas para
o
Greenfield, 2006. encontrarem o que procuram nos infindáveis nós e rotas informativas.
=
84 Marketing na Era Digital Capítulo 3 = Ambiente de marketing: transformações
85
A participação da busca em nossas vidas diárias tem se tornado tão O vídeo Social Media Revolution 2 - Refresh mostra, de forma muito inte-
intensa que a palavra “soogle”, o nome do mais importante site de busca ressante alguns aspectos dessa transformação e do impacto que as redes
atualmente, se tornou oficialmente um verbo da língua inglesa em 2006, sociais on-line têm causado (Figura 3.6):
no Merriam-Webster's Collegiate Dictionary: * Mais de 50% da população mundial tem menos de 30 anos de idade
Main entry: goo-gle e 96% desse público usa redes sociais.
Pronunciation: N'gú-goIN
* O Facebook supera o Google no tráfego de acesso semanal nos
Function: transitive verb
Estados Unidos.
Inflected form(s): goo-gled; goo-gling N-g(9-)linN
Usage: often capitalized
* Ouso de redes sociais superou a pornografia como atividade mais
Etymology: Google, trademark for a search engine
popular na web.
Date: 2881 * Um em cada oito casais que se casaram nos Estados Unidos em
: to use the Google search engine to obtain information about (as a 2009 se encontraram via redes sociais.
person) on the World Wide Web.
* Anos necessários para se alcançar 50 milhões de usuários: rádio
O uso do Google também tem povoado o cinema. Inúmeros filmes no (38 anos), TV (13 anos), internet (4 anos), iPod (3 anos).
cinema se apropriam do uso do Google em cenas com situações em que
e O Facebook adicionou mais de 200 milhões de usuários em menos
é necessário encontrar respostas certeiras. O filme O Grande Dave (Meet
de 1 ano.
Dave) expressa de modo bastante interessante a influência que o Google
exerce hoje em nossa sociedade: no filme, os seres extraterrestres usam * Os aplicativos de iPhone alcançaram a marca de 1 bilhão em 9
o Google para aprender tudo sobre os seres humanos e o planeta Terra, meses.
o que sugere que se pode conseguir qualquer informação confiável sobre e Seo Facebook fosse um país, seria o terceiro maior do mundo, atrás
nosso mundo e a resposta para qualquer questão simplesmente usando apenas da China e da Índia.
o Google. Outro exemplo é o filme Os Seis Signos da Luz (The Dark is Ri- * Oitenta por cento das empresas usam mídias sociais para contra-
sing), em que o protagonista busca no Google informações relevantes tação e 95% delas, o LinkedIn.
sobre a disputa entre as trevas e a luz que dão continuidade ao filme. Até * O segmento que mais cresce no Facebook é de mulheres de 55 a
Oo presente momento, a presença do Google nos enredos dos filmes nor- 65 anos de idade.
malmente é apresentada como caminho para se obter resposta confiável
* Ashton Kutcher e Ellen Degeneres (juntos) têm mais seguidores
e verdadeira para qualquer necessidade.
no Twitter do que as populações da Irlanda, Noruega e Panamá.
* Cinquenta por cento do tráfego de internet mobile no Reino Unido
A era das redes sociais é para o Facebook - as pessoas atualizam os conteúdos de qualquer
lugar a qualquer instante.
Não é mais novidade a crescente difusão das redes sociais on-line no-Brasil
e no mundo que, associada à sua forma de interação não hierárquica e * Asgerações Y e Z consideram o e-mail antigo - algumas universi-
colapsando tempo e espaço, tem impactado o comportamento humano. dades pararam de fornecer contas de e-mail e começaram a fornecer
O modo como nos relacionamos uns com os outros e com instituições eReaders + iPads + tablets.
e empresas têm mudado sensivelmente e impactado praticamente todos * O segundo maior buscador do mundo é o YouTube.
os aspectos de nossa vida. Dos primórdios das redes sociais on-line até * A Wikipédia tem mais de 15 milhões de artigos — estudos mostram
os dias de hoje, temos presenciado transformações e números impres- que são mais precisos do que a Enciclopédia Britânica e 78% deles
sionantes. não são em inglês.
86 Marketing na Era Digital Capítulo 3 u Ambiente de marketing: transformações 87
* Existem mais de 200 milhões de blogs. Os vídeos foram produzidos pelo autor do livro Socialnomics, Erik
- Em razão da velocidade com a qual as mídias sociais permitem a Qualmann, que, inspirado na frase “Its the economy, stupid” de James
comunicação, WORD of Mouth” agora se tornou “WORLD of Caville, em 1992, disse em 2009:
Mouth”. “It's a people driven economy, stupid”,
* Vinte e cinco por cento dos resultados de busca para as 20 maiores Exatamente. Economia conduzida por pessoas. Não que isso seja
marcas do mundo são links para conteúdos gerados pelos usuários uma novidade em si mesma. De alguma forma, a economia sempre foi
(UGC — User Generated Content). conduzida por pessoas, mas não na escala nem no grau de distribuição
* Trinta e quatro por cento dos blogs postam opiniões sobre produtos que têm acontecido no cenário digital que se delineia.
e marcas. Socialnomics é o termo com o qual Qualman descreve a economia na
* Setenta e oito por cento dos consumidores confiam nas recomen- era das redes sociais digitais, em que os consumidores e as sociedades
dações de amigos sociais, enquanto apenas 14% confiam em pro- que eles criam on-line exercem uma influência profunda na economia e
paganda. nos negócios que nela operam.
* Apenas 18% das campanhas tradicionais de TV geram ROI positi- Outro vídeo interessante que mostra as transformações que as redes
vo — 90% das pessoas que podem pular os anúncios (usando TiVo) Sociais têm introduzido é o documentário US Nowº, o qual conta as histó-
fazem isso. rias de redes on-line que estão desafiando a noção de hierarquia existente.
« Ose-books Kindle venderam mais do que livros impressos no Natal Outros exemplos de transformações sociais e econômicas causadas
de 2009. pelas redes sociais são:
* Vinte e quatro entre cada 25 dos grandes jornais do mundo estão a. Ebbsfleet United, um clube de futebol gerido por seus fas via internet;
experimentando taxas recorde de diminuição da circulação.
b. Zopa, um banco no qual todos os membros são o gerente e ajudam
* A Rússia tem a audiência de mídias sociais mais engajada, com em fingnciamentos e empréstimos com pequenas contribuições;
visitantes gastando 6,6 horas e vendo 1,307 página em média por
€. Couch Surfing, uma vasta rede on-line cujos membros compartilham
mês (por visitante), sendo a Vkontakte.ru a rede social mais popular.
suas casas com desconhecidos!º.
Com as redes sociais digitais, o jogo da economia está mudando e
a primeira e mais importante regra desse novo jogo é a sua dimensão
social. Para entender essa regra, é necessário compreender o significado
of the mobile Internet traffic
da palavra “social”, Social significa interação de pessoas com pessoas e
in the UK is for Facebook | não empresa-pessoa ou pessoa-empresa. Social significa relacionamento,
imagine what this means conquista, engajamento, ética, respeito e transparência, “fazer parte de
for bad customer algo”, distribuir o controle. Compreender isso é o primeiro passo para
experience entender as dinâmicas das redes sociais on-line e os fatores que têm
alavancado a socialnomics.
No Brasil, segundo pesquisas recentes, oito em cada dez brasileiros
Figura 3.6 — Imagem e QRcode de acesso aos vídeos Social Media Revolution 2 (revised)
em www. youtube.com/watch?yv=1IFZ0z5Fm-Ng e Social Media Revolution (versão de
on-line acessam algum tipo de redes sociais. A adoção dessas redes nas
2009) em www. youtube.com/waich?v=sIPYPOjYhv8.
culturas ao redor do planeta tem sido tão grande que, hoje, as mídias
8 Qualman, 2009. Informações em htip://socialnomics.net/201 0/05/05/social-media-revolution-2-refresh/
4 htipilidotsub.com/view/34591ca8-0ef5-48fb-82e6-16349/21298d
10 Telmo, 2009.
E
88 Marketing na Era Digital Capítulo 3 = Ambiente de marketing: transformações 89
sociais (conteúdos gerados nas redes sociais) são uma das formas mais entre enfocar as características gerais de segmentação pelo local onde a
importantes de mídia para o marketing. Isso tem provocado mudanças pessoa mora, trabalha ou está o seu computador (endereço IP) e enfocar
profundas no relacionamento com o consumidor e nas estratégias mer- um público específico que informa exatamente onde está e seus interesses
cadológicas, como veremos no capítulo 14. em relação a esse lugar (normalmente as aplicações de geolocalização
mobile permitem escrever comentários sobre os lugares em que se está
e também se conectar com pessoas nas redondezas).
À era da mobilidade
No mundo físico, todas as atividades do ser humano estão associadas
O futuro é móvel. Segundo a eMarketer!, o gasto com anúncios mobile ao local onde ele está. Com a geolocalização em tempo real, isso passará
no Brasil chegará a U$ 40,9 milhões em 2012, subindo de US$ 11,8 mi- a acontecer também no mundo digital. Portanto, a informação de geo-
lhões em 2010. localização traz ao marketing uma dimensão importante para oferecer
O grande problema para que as tecnologias móveis decolem é o ba- produtos e serviços às pessoas. Além disso, a geolocalização permite que
rateamento e a difusão da banda larga móvel. Poucos países no mundo a pessoas interajam entre si baseadas em sua proximidade ou posição
experimentam um cenário no qual a velocidade da conexão à internet geográfica e façam anotações e reviews em locais.
móvel seja realmente rápida e os seus preços sejam acessíveis e populares. Assim, a geolocalização gera uma nova camada digital de dados sociais
Atualmente, o Japão e a Inglaterra são referências quando se pensa em que permite enriquecer as ações de marketing. As principais barreiras para
mobilidade. que a geolocalização móvel se popularize são as mesmas que limitam a
No Brasil, a grande barreira é o preço das conexões 3G, que ainda disseminação das tecnologias móveis - velocidade, barateamento e dispo-
não permite que a maioria da população as utilize - classes C, De E. nibilidade de banda móvel. Em locais onde essas limitações desapareçam,
Provavelmente quando essas classes tiverem acesso à banda larga móvel, a mobilidade e a geolocalização devem decolar juntas.
experimentaremos uma explosão no marketing mobile. Apesar de não O pesquisador Nova Spivack observou que o foco da internet tem
se saber ao certo quando isso vai acontecer, esse é o futuro próximo, passado de pessoas (2005-2010 foco no mapeamento social) para luga-
conforme a previsão da eMarketer para o Brasil citada há pouco. res (2010-2015) e, provavelmente, migrará para as coisas - internet das
Veremos as tecnologias móveis e o marketing mobile nos capítulos 7 coisas (2015-2020).
e 13 respectivamente. Veja alguns exemplos interessantes de aplicações que aproveitam a
geolocalização:
Geolocalização * Mastercard's ATM Hunter — Aplicação de iPhone que permite que
o usuário encontre a ATM mais próxima usando seu GPS [http://goo.
Alavancada pelas tecnologias locativas (GPS) associadas à difusão da g!/3vQg].
conexão mobile à internet, a geolocalização é um realidade que tende a
se tornar onipresente em todos os dispositivos móveis. * Vodafone na Turquia - A empresa desenvolveu uma aplicação para
iPhone que permite que o consumidor encontre uma variedade de
Considerar a localização do público-alvo para segmentar não é no-
vidade. O marketing já faz isso há muito serviços e atividades nas redondezas [goo.gl/E1BQ].
tempo (segmentação por país,
estado, cidade, rua, endereço IP etc.). No entanto, as segmentações geo- * Best of Britain — Uma aplicação de iPhone da AA (Automobile
gráficas tradicionais são feitas pelo local onde o público mora, trabalha Association) na Inglaterra que auxilia seus usuários a encontrar
etc. À geolocalização mobile traz um novo ingrediente muito importante a hotéis, restaurantes e atrações durante suas viagens pelo país [goo.
esse tipo de segmentação - o tempo real. Há uma diferença muito grande gl/uk20].
RR
1 eMarketer, 2010-2012.
90 Marketing na Era Digital Capítulo 3 = Ambiente de marketing: transformações 9
Futuro da mídia
Dois vídeos especulativos bastante interessantes sobre o futuro da mídia
Figura 3.10 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo Prometeus, legendado em
são EPIC 2014 (e depois, na sequência, EPIC 2015) e Prometeu.
português, em www.youtube.com/watch?v=5SJup6CGiO4.
EPIC 2014 foi criado em 2004 por dois jornalistas, Robin Sloan e Matt
Thompson, como uma especulação sobre o futuro da mídia. Começan-
do a narrativa em 1989 com a invenção da web e avançando até 2004, a Impacto do digital no comportamento humano
“partir daí o vídeo evolui de forma ficcional até 2014, quando o Google As referências a seguir apresentam estudos ou artigos interessantes sobre
dominaria completamentea mídia, entregando apenas informações for- as transformações que o digital tem causado na sociedade como um todo.
matadas especificamente para cada indivíduo. O filme suscitou bastante - Digital Nation - Documentário produzido pela Frontline, dividido
discussão e reflexão, pois enfatiza as questões de privacidade e direitos em nove capítulos muito interessantes: 1) Distracted by Everything;
autorais decorrentes desse cenário. Na sequência foi criado o EPIC 2015, 2) What's It Doing To Their Brains?; 3) South Koreas Gaming Craze;
que acrescenta ao final algo que “burlaria” o domínio da mídia, por meio 4) Teaching With Technology; 5) The Dumbest Generation?; 6)
de algo muito parecido com o que é o Twitter hoje. O interessante é Relationships; 7) Virtual Worlds; 8) Virtual Experiences Changes
ressaltar que o Twitter só foi criado em 2006. Para assistir a EPIC 2015,
Us?; 9) Where Are We Headed? (vídeos disponíveis em http://video.
acesse o link na figura 3.9. pbs.org/video/14029877911).
29 Gladwell, 2002.
100 Marketing na Era Digital Capítulo 3 = Ambiente de marketing: transformações
101
e Artigo Internet vai Deixar Usuário Mais Inteligente, Dizem Especiali
stas Assim como a emergência da vida transformou fundamentalm
(hitp://goo.g/Cx0a). ente à
geosfera, a emergência da cognição humana (noosfera) transf
* Artigo À Revolução Digital Modifica a Cultura? (http://goo.gl/nflc6).
orma a
biosfera. Para Teilhard, a noosfera emerge e é constituída pela interaç
ão
e Artigo Agora Vc é Single! Levar 1 Fora Digital é 1 Fenômeno em Crescime das mentes humanas. Conforme a humanidade se organiza em
nto redes
(http://goo.gl/KItE), sociais mais complexas, mais a noosfera cresce em consciê
ncia.
e Artigo Consumo de Mídia Digital se Equipara à Mídia Tradicional
nos Jogos
de Inverno (http://goo.gl/XRoi).
* Artigo Twitter Helps Police Find Missing Man (http://goo.gl/ipiU).
e Artigo A Internet Pode Contribuir para uma Epidemia Futura
de Senilidade*
(http://goo.gl/Cled).
no capítulo 3, as plataformas digitais também estão fomentando uma Plataformas, tecnologias e estratégias digitais de marketing
explosão de conteúdos e soluções instantâneas em tempo real. As pessoas No ambiente digital de marketing, podemos enumerar diversas tecno-
têm cada vez mais contas — vários endereços de e-mail, perfis em várias
logias e plataformas digitais que podem originar estratégias digitais de
redes sociais, login em múltiplos aplicativos na nuvem (cloud computing), marketing. Ocorre, entretanto, com frequência, uma grande confusão
acessando tudo isso via diversos aparelhos distintos. Alguns referenciam
entre plataformas e tecnologias com estratégias. Por exemplo, o Orkut
esse fenômeno como “obesidade digital”. Em razão desse processo acele- não é uma rede social, mas sim uma plataforma de rede social. A rede
rado de mudança e profusão de soluções, muitas vezes não se tem tempo
social se forma sobre a plataforma e pode até estar sobre outras platafor-
suficiente para refletir e analisar o que usar ou não. John Naisbitt chama
mas também. Assim, uma pessoa ou empresa pode ter uma rede social
esse paradoxo de high tech, high touch*: quanto mais tecnologia temos em em que seus membros estejam tanto no Orkut quanto no Facebook e no
nossa vida, mais intoxicados e vazios de sentido nos tornamos, e mais
Twitter. Outro exemplo é o próprio Twitter. Ele não é estratégia nem rede
precisamos do toque humano. Talvez a explosão das redes sociais digitais social, mas apenas uma plataforma, e o modo como é usado determina
seja um dos indícios dessa necessidade do high touch.
as estratégias e a rede social que se forma nessa plataforma. O celular e
Dessa forma, apesar da complexidade crescente que a proliferação todas as tecnologias móveis são plataformas e não estratégias. O modo
gigantesca e a mudança constante que a tecnologia nos apresenta, é ne- como usamos essas tecnologias determina a estratégia móvel. Assim, é
cessário conhecer bem as novas ferramentas que temos para podermos importante diferenciar plataformas de tecnologias de estratégias, para
usá-las nas estratégias de marketing. Diz-se que só quem conhece bem que estas possam se utilizar adequadamente daquelas.
todas as regras consegue ir além delas, subvertê-las. Tal ação se aplica aqui. Portanto, é fundamental relacionar, pelo menos, as seguintes plata-
É muito importante ressaltar que o digital (com suas tecnologias e formas/tecnologias digitais:
plataformas) não conserta marketing ruim, podendo até piorá-lo. O
«- páginas digitais (sites, minissites, hotsites, portais, blogs e perfis);
digital potencializa o alcance do marketing, tanto para o bem quanto
e-mail;
para o mal, e acrescenta valor ao marketing bem feito, enriquecendo-o.
« realidâdes mistas (realidade aumentada, virtualidade aumentada,
“E toda banda larga será inútil se a mente for estreita”
realidade virtual);
Frase de um comercial da TIM [vídeo em hitp://bit.ly/duFnX4]
« tecnologias mobile (RFID, Mobile Tagging, SMS/MMS, Bluetooth,
Podemos falar de estratégias digitais de marketing, que são as que aplicativos, Mobile TV);
usam plataformas e tecnologias digitais, envolvendo um ou mais dos 4 Ps,
- plataformas digitais de redes sociais;
para alcançar os objetivos de marketing. Como o ser humano ainda vive
no ambiente tradicional de marketing além do digital, necessitando de « plataformas digitais de busca (Google, Yahoo, Bing, Wolfram Alpha
produtos materiais também, em mercados tradicionais físicos, passando eic.);
por outdoors, lendo revistas, ouvindo rádio, um plano de marketing que - games e entretenimento digital;
envolva estratégias digitais de marketing, associadas a estratégias tradicio- e tecnologias inteligentes de voz;
nais, tende a ser mais bem-sucedido, pois engloba as dimensões material - viídeo/tv digital/vídeo imersivo.
e digital em que vive o ser humano. No entanto, neste livro, o foco são
O quadro da figura 4.1 mostra de forma visual essa relação de tecno-
apenas as opções que o ambiente digital nos apresenta, assumindo que
logias e plataformas.
as opções tradicionais são bem conhecidas pelos leitores.
Essas plataformas/tecnologias combinadas servem de base para O
desenvolvimento de estratégias digitais de marketing, como:
3; Naisbitt et al, 1999.
108 Marketing na Era Digital Capítulo 4 = Marketing digital
109
- presença digital;
las da melhor forma em um Planejamento de marketing que
e e-mail marketing; atenda aos
objetivos propostos. Quais usar? Como combiná-las entre
si? Combinar
* mobile marketing; com quais plataformas e tecnologias tradicionais? Isso contin
ua sendo
e SMM (Social Media Marketing) e SMO (Social determinado pelo plano de marketing (veja capítulo 2)
Media Optimization); desenvolvido em
* SEM (Search Engine Marketing) e SEO (Search Engine função do público-alvo e objetivo a ser alcançado, ambiente
Optimization). (macro e micro)
e recursos disponíveis, ou seja, o planejamento/ metodologia não mudar
am,
Plataformas e Tecnologias 9 que mudaram foram as ferramentas disponíveis para uso estraté
Digitais de Marketing gico.
Estamos chegando a uma época na qual a interatividade e à
= Páginas Digitais
* Site & Blog
* SocialMedia experiência
— Orkut, MySpace, Facebook, Linkedin são Os principais aspectos para o sucesso de estratégias
MD Ei
- SlideShare/ YouTube / Delicious de marketing. O
— R$8 Feeds digital é a plataforma que dá vazão plena à interatividade, mas
" Texto ! Video-in-email - FiickR não neces-
j E — Timitter sariamente à boa experiência. Conseguir propiciar uma boa
“ Realidades Mistas
—: Digg experiência
* Realidade Virtual: Second Life ao consumidor/usuário envolve estratégias de marketing que
* Virtualidade Aumentada
Em RIOS vão muito
“ Reslidade Aumentada além da tecnologia em si e dependem de um conhecimento
”. Realidade Pura (2)
* Busca profundo
= Google, Bing, Yahgo, etc. do público-alvo. Além disso, a tecnologia não para, e
a cada momento
* Mobile * Gamese teremos novas possibilidades tecnológicas que afetam o ambien
Mobile Tagging & QRcodes
Entretenimento online
te de
Blustooth marketing e, simultaneamente, ampliam o arsenal de
GPS / estratégias localivas
E à
Tecnologias Emergentes
ferramentas es-
DE
RFID — a!
Interfaces a Voz . tv-commerce)
de tratégicas. Desse modo, compreender esse cenário mutan
SMS/ MUS — Misb TV (ex. dustin. Dj te complexo
icati Vol =. Podcasting e conhecer as tecnologias disponíveis a cada momento constit
Aplicativos
Iobile TV
móveis
: a
Vide E :
&o imersivo ui um
diferencial competitivo valioso para as empresas.
Figura 4.1 — Plataformas e tecnologias digitais de O detalhamento de cada uma dessas plataformas, tecnologias
marketing. Fonte: Martha Gabriel. e estra-
tégias digitais relacionadas é o assunto dos próximos capítul
As estratégias digitais podem combinar os mais os deste livro.
diversos tipos de tec- A
Dessa forma, apesar de a metodologia de marketing continuar a mídias para entregar uma única história ou tema, na qual a narrativa
mesma, a importância do relacionamento e engajamento dos diversos direciona o receptor de um meio para o próximo, conforme a força de
públicos, inclusive o público-alvo, passa a ser crítica no cenário digital cada meio para o diálogo”. As características da transmídia requerem
atual. Ações contínuas de relacionamento, que também são estratégias que mais de uma mídia seja envolvida para suportar a mensagem /histó-
de marketing, mais especificamente marketing de relacionamento, têm ria/objetivo e a distribuição ou suporte da mensagem/história/objetivo
como objetivo a conquista e a conversão do público em relação à marca/ intencionalmente se estenda pelas diferentes mídias:.
empresa em todas as fases do relacionamento — conscientização, conside-
ração, conversão e pós-venda. Ações de engajamento, para serem efetivas,
precisam conhecer profundamente os públicos que se relacionam com a
marca e ter a habilidade de fazer mapeamentos sociais e avançar no grau
do relacionamento cada vez que é feita uma interação. Apesar de o foco
deste livro não ser marketing de relacionamento, conforme a difusão
digital da empresa cresce, torna-se essencial um programa contínuo de
marketing de relacionamento, baseado em banco de dados, integração
entre plataformas de contato, mapeamento e filosofia de interação com
o público-alvo, ações em redes sociais (SMM e SMO - Social Media
Marketing e Social Media Optimization) e criação de plataformas. Nesse
sentido, em vez de trabalhar apenas com campanhas isoladas, uma após
a outra, como normalmente ocorre nas mídias tradicionais, o ambiente
digital permite criar plataformas contínuas de interação, que engajam o
público e não apenas “o atingem”.
No vídeo The Way Forward, Bob Greenberg e Barry Wacksman abordam Figura 4.2 — Imagens e QRcode de acesso ao vídeo The Way Forward (em inglês) sobre
o impacto da crise econômica mundial e a revolução digital na indústria campanhas e plataformas em www.youtube.com/watch?y=KsRpXZMLESYU.
da propaganda e apresentam o conceito de plataforma de forma bastante - O uso do conceito de transmídia não se restringe aos meios digitais. A
interessante, ilustrando com cases, como o Nike Plus (Figura 4.2). conversa entre pessoas, o jornal, a revista, o livro, a fotografia, o cinema,
a televisão, as páginas na internet são exemplos de formas que permitem
Transmídia (crossmedia) e convergência a criação e distribuição de mensagens transmídia. Um ótimo exemplo
de uso de transmídia no marketing foi a campanha da Victoria Secret
Coma proliferação e difusão das plataformas e mídias digitais no cotidia-
em 1999, durante a final do Super Bowl, que detém a maior audiência
no das pessoas, misturando-se a plataformas e mídias tradicionais, dois
televisiva mundial. Durante o jogo foi veiculado um comercial da Victoria
fenômenos importantes passaram a ocorrer intensamente: a crossmedia Secret na TV, em um intervalo do jogo anunciando que após o jogo acon-
(ou transmídia) e a convergência. É importante analisar esses conceitos, teceria na internet o desfile da nova coleção de lingeries. Quando o jogo
pois são bastante relevantes hoje para ampliar o contato e melhorar as terminou, grande parte da audiência da TV migrou para o site da Victoria
experiências com o público-alvo, potencializando e integrando pontos Secret na internet, para ver o desfile. Dessa forma, uma ação que começou
de contato e interação.
numa mídia tradicional, a T'V, continuou por meio de uma mídia digital,
Transmídia é o uso integrado das mídias, de forma que uma história ou a internet, ampliando a experiência do usuário com a marca, ampliando
mensagem ultrapasse os limites de um único meio. Segundo
Filgueiras, e continuando a entrega da mensagem/história.
transmídia pode ser definida como “o suporte colaborativo de
múltiplas 4 Filgueiras et al., 2008.
5; Boumans, 2004.
12 Marketing na Era Digital Capítulo 4 = Marketing digital 113
As tecnologias de mobile tagging (tecnologias móveis discutidas na Outro exemplo interessante são os pacotes de TV a cabo que inicial-
parte HI deste livro), como os QRcodes, alavancam o uso de transmídia mente ofereciam apenas o serviço de canais de televisão pagos e hoje,
entre as tradicionais e as digitais. Um exemplo interessante é o Weather
usando o mesmo cabo, oferecem uma multiplicidade de novos serviços
Channel: durante a exibição do programa na TV, ele apresenta um QRcode
(tecnologias, mídias), como telefone e acesso à internet por banda larga.
na tela que, quando escaneado diretamente da TV. permite a instalação
Em outras palavras, a convergência permite que a mesma mensagem/
do aplicativo do Weather Channel em smartphones (Figura 4.3).
conteúdo seja consumida em diversas plataformas diferentes de mídia,
tendo, portanto, como característica fundamental, a portabilidade.
No livro 4 Cultura da Convergência, Henry Jenkins afirma que “a
convergência está modificando o modo como criamos, consumimos,
aprendemos e interagimos uns com os outros”, Um exemplo disso é o
modo como a convergência das redes sociais digitais no celular tem au-
mentado os seus usos (tanto das redes quanto do celular), gerando até
novas formas de interação, como as baseadas em geolocalização. Outro
exemplo é o aumento das vendas de aparelhos de T'V para se conectarem
à internet. Uma pesquisa da Agência iSuppli, em janeiro de 2010, revelou
que 27,5% dos consumidores americanos que comparam um aparelho
de TV declararam que esses aparelhos eram conectados à internet. Isso
mostra que, além de assistir aos programas tradicionais da mídia televi-
siva, os consumidores estão usando também no mesmo aparelho de TV
Figura 4.3 — Imagem de um programa do Weather Channel na televisão exibindo serviços de redes sociais de vídeo, como o YouTube, ou serviços on-line,
o
QRcode para fazer download do aplicativo do canal de TV no celular como o Hulu.
Enquanto a transmídia envolve a distribuição de um conteúdo por Entender a dinâmica das estruturas de transmídia e convergência é
diversas mídias abrangendo tanto as digitais como as tradicionais, importante para desenvolver estratégias adequadas que as utilizem. Para
por
outro lado, a convergência de mídias envolve o processo contrári que o marketing se beneficie do seu uso, é essencial conhecer o compor-
o — a con-
vergência ocorre quando tecnologias que eram usadas separadas (como tamento do público-alvo em relação a quais mídias e plataformas que
voz, vídeo, dados etc.) passam a compartilhar o mesmo meio é interag utiliza e como, permitindo, assim, alavancá-las. Assim, a determinação
em
umas com as outras de forma sinergética, criando novas funcionalidade
s.
das mídias e tecnologias mais adequadas para cada ação de transmídia
Num sentido mais amplo, a convergência é definida como “a interligação ou de convergência depende intrinsecamente do público-alvo.
da computação e outras tecnologias de informação, conteúdo de mídia
e redes de comunicação que emergiram como o resultado da evoluçã
o e Contaminação intermídias
popularização da internet, bem como das atividades, produtos e
serviços
que emergiram no espaço da mídia digital”. Outro aspecto importante decorrente da proliferação das mídias digitais
Em razão da facilidade inerente de as mídias digitais se mistura é a crescente contaminação de assuntos entre as mídias — tanto as digitais
rem, a
convergência ocorre principalmente nos dispositivos digitais. O exemplo quanto tradicionais —, umas se alimentando das outras. Diferentemente
mais comum de convergência de mídia é o telefone celular. Os smartph da discussão anterior de transmídia e convergência que aborda a relação
ones
convergem vídeo, áudio, voz, imagem, dados e, recent
emente, TV. do conteúdo com a tecnologia e a mídia por onde trafega e é disseminado,
6 htip:/ www. grgirls.com/why php a questão aqui se relaciona à apropriação que uma mídia faz de assuntos
7 Wikipédia, 2010-2018.
8 Jenkins, 2006.
4 Marketing na Era Digital Capítulo 4 = Marketing digital 115
divulgados inicialmente em outra, propagando-o. O fato de que um assun-
times de futebol têm dado notícias diretamente pelos seus perfis
to surge em uma forma, ou uma mídia, e é propagado por outras formas
no Twitter, não passando pela imprensa. O técnico do time de
e mídias sempre aconteceu. O que mudou é a velocidade com que
essa futebol paulista Corinthians, entre 2009 e 2010, Mano Menezes
propagação ocorre - quanto mais nos aproximamos da informação
em (Gmanomenezes), possui mais de 1 milhão de seguidores no Twitter
tempo real, como discutido no capítulo 3, mais rapidamente os assuntos
e suas declarações alimentam não apenas os programas de TV, mas
de uma mídia contaminam a outra.
também o jornal, o rádio e as revistas.
Desde os primórdios da televisão, por exemplo, é muito comum
que uma e Cala Boca, Galvão, e a imprensa mundial
notícia veiculada na TV num dia seja discutida no jornal no outro. Matérias - Uma brincadeira
de revistas foram várias vezes propagadas para a TV, dando continuidade antiga com um popular narrador de esportes da Rede Globo de
Televisão, Galvão Bueno, tomou proporções mundiais em razão
ao tema, mesmo que com abordagens distintas. A diferença entre trans-
da contaminação das mídias e da propagação maliciosa da men-
mídia e contaminação intermídia é que, no primeiro caso, a construção da
sagem. O “cala boca, Galvão”, que era usado no âmbito brasileiro
mensagem/história/objetivo é intencionalmente disseminada e propaga
da durante as transmissões desse locutor, acabou alcançando coro
pelas diferentes mídias para alcançar o resultado desejado. No caso da
nas mensagens no Twitter. Em consequência, o termo “cala boca,
contaminação intermídia, o processo não é planejado, é orgânico
, viral, e Galvão” passou a figurar entre os Trending Topics mundiais do
dissemina-se de uma mídia para outra de forma espontânea.
Twitter, que, por sua vez, despertou a curiosidade do mundo sobre
Esse fenômeno é particularmente importante porque o impacto de o assunto. Em decorrência disso, aproveitando a oportunidade de
uma mídia nas outras tem se tornado cada vez maior, o que pode afetar
visibilidade mundial, alguns brasileiros alimentaram a brincadeira
as ações de marketing, favorecendo-as ou não. Veja alguns exemplo
s criando versões falsas para o termo, incentivando que estrangeiros
que podemos mencionar de uma mídia digital (Twitter) se relacionar
continuassem a tuitá-lo. Uma das versões falsas era que Galvão era
com mídias tradicionais de forma que uma alimenta a outra e afeta
os uma ave em extinção e que cada tweet com o termo “cala boca,
desdobramentos do acontecimento/assunto/evento:
Galvão” resultaria em uma doação para prevenir a extinção da ave.
* BBB2010 (Big Brother Brasil) e Twitter - Por um lado, o programa Outra Versão falsa sobre o termo envolveu-o numa história sobre
BBBº 2010 elencou no seu grupo uma participante que ficou notória uma canção da pop star Lady Gaga'º. A repercussão foi tão grande
de forma bastante controversa no Twitter, Tessalia Serighelli (o ao redor do mundo, que não apenas jornais como The New York
teS2alia). Por outro lado, durante os horários em que o programa Times divulgaram a notícia, mas a própria Rede Globo e o Galvão
passava na televisão, tudo o que acontecia no BBB era tuitado. O Bueno comentaram na televisão os desdobramentos da brincadeira.
interessante é que mesmo quem nunca acompanhou o BBB na O interessante de se observar aqui é que há mais de uma década os
televisão como eu ficava sabendo o que estava se passando nessa brasileiros, de alguma forma, brincam com o narrador televisivo
edição 2010 em razão dos comentários no Twitter. Galvão Bueno. Com as mídias digitais interativas se aproximando do
* Futebol e Twitter - Do mesmo modo que aconteceu no BBB tempo real, as contaminações são tão rápidas entre as mídias, que,
2010, é cada vez mais frequente que durante os jogos de futebol pela primeira vez, essa brincadeira conseguiu um alcance mundial.
as
Pessoas que estejam assistindo aos jogos na TV, rádio, no campo Uma questão importante a ser levantada em relação à contaminação
etc. tuitem e torçam no Twitter e que esses comentários no Twitter intermídia se refere à mutação da mensagem conforme ela se propaga.
alimentem os programas de televisão sobre os jogos de futebol.
A No caso do “cala boca, Galvão” fica clara a facilidade com que a história
contaminação é tanta que muitas vezes os próprios técnico foi modificada enquanto se propagava. Esse fenômeno é potencializado
RR
s de
9 Big Brother Brasil (conhecido como BBB) é um programa
pelas redes sociais on-line e pode afetar consideravelmente as marcas.
de televisão do tipo reality show
apresentado na Rede Globo desde 2002 e, em 2010,
teve sua 10a edição. Mais informações em
Matéria sobre o “cala boca, Galvão”, em The New York p
Times, disponível em http://schott blogs.
o
nytimes.com/2010/06/25/cala-boca-galvao/
116
Marketing na Era Digital Capítulo 4 = Marketing digital
117
Hype-cycle das tecnologias
expectativas irreais em relação à tecnologia. Devem existir alguma
s
Quando adentramos o cenário digital, a quantidade aplicações para a tecnologia, mas normalmente existem mais falhas.
de tecnologias que
surgem em intervalos cada vez menores é impre
ssionante. Como esta- * “Depressão de desilusão” — As tecnologias entram nesse estado
mos cada vez mais cercados de tecnologias,
torna-se essencial entender porque falham em atender às expectativas e rapidamente saem
o impacto dessas tecnologias na sociedade de
e no mercado. moda. Consequentemente, a imprensa normalmente abandona o
Muitas tecnologias, quando introduzidas no merca assunto e a tecnologia.
do, são recebidas
com excesso de euforia, como panaceias,
viram moda, e depois de algum * “Ladeira do esclarecimento” - Apesar de a imprensa ter parado
tempo o entusiasmo passa e percebe-se
que não são solução para tudo,
de
abordar a tecnologia, alguns negócios continuam a usá-la e experi-
causando decepção. No entanto, depois do
período de decepção, cada mentá-la para compreender seus benefícios e aplicações práticas.
tecnologia acaba alcançando o seu real papel
no espectro tecnológico
= Sem ser solução para tudo, mas tendo * “Platô de produtividade” - O platô de produtividade é alcançado
sua finalidade específica — e,
nesse momento de maturidade, alcança sua por uma tecnologia conforme os seus benefícios se tornam am-
real importância no cenário
mercadológico. Esse processo foi analisado Plamente demonstrados e aceitos. A tecnologia se torna gradati-
pela Gartner Inc. em 1995 e
batizado de hype-cyclen, que é uma representa vamente estável e evolui na segunda ou terceira geração. À altura
ção gráfica da maturidade,
adoção e aplicação social de tecnologias especí final do platô varia, dependendo de se a tecnologia é amplamente
ficas. As cinco fases de um
hype-cycle são descritas a seguir (Figura aplicável ou de beneficia apenas um nicho de mercado.
4.4):
O hype-cycle de uma determinada tecnologia ajuda a avaliar em que
AVISIBI LIDADE estágio esta se encontra após sua introdução e quando atingirá
o platô
É“, Pico de expectativas infladas de produtividade. Veja exemplos recentes de tecnologias que estão em
estágios diferentes do ciclo:
Platô da produtividade
* Instant Messengers (ICQ, MSN etc.) — Já alcançaram o platô de
produtividade. Depois do seu lançamento, os instant messengers
foram adotados de forma maciça como solução de comunicação.
$ Ladeira do esclarecimento Depois de um tempo, percebeu-se que não eram ideais quando
se necessitava de assincronicidade ou rastreamento de assuntos.
Depressão de desilusão Atualmente são amplamente usados para comunicação síncrona
que se beneficie do formato instantâneo e curto.
Í Gatilho da Tecnologia
TEMPO
meio * Second Life - O mundo virtual Second Life foi uma febre em
Figura 4.4 — Imagem do hype-cycle, de Gartne
r?, criada por Jeremy Kemp e traduzida 2007 quando atingiu o topo do ciclo (também chamado de hype).
por Martha Gabriel. Na sequência, em 2008 e 2009, quando o marketing percebeu que
*—Gatilho da tecnologia” - Nessa primeira fase, o Second: Life não podia ser explorado da mesma forma que um
algum fator se torna o
gatilho da tecnologia, gerando interesse significativ website, ele entrou na depressão da desilusão. Apesar disso, várias
o do mercado e da
mídia. Esse gatilho pode ser o lançamento de um áreas se beneficiam dos mundos virtuais, como educação e recru-
produto ou evento.
tamento, e continuaram a usar o Second Life, que está subindo a
*
Pico das expectativas infladas” - Nessa segun
da fase, o frenesi ladeira do esclarecimento para, provavelmente, ocupar em breve
da publicidade normalmente gera um entus
iasmo exagerado e o platô da produtividade. Trataremos do Second Life no capítulo
Rn
l Mais informações em http://en.wikipedia.org/wiki/Hype. cycle 6, que aborda as realidades mistas.
12 http:l/en.wikipedia.org/wiki/Pile-Gariner
Hype Cycle.svg
118 Marketing na Era Digital
nto
end
Ge
120 Marketing na Era Digital
õ:
sua interação com o mundo, tanto em termos de tempo quanto O objetivo deste capítulo é apresentar as plataformas digitais de páginas,
de
espaço. Este capítulo aborda e apresenta as diversas tecnologias como sites, blogs, portais etc. Compreender as características de cada tipo
de página digital possibilita o desenvolvimento das melhores estratégias
E
mobile, como bluetooth, REID, aplicativos, mobile tags (QRcode
s,
Datamatrix etc.), trazendo diversos exemplos e mostrando até como digitais que se utilizem de páginas, como presença digital, landing pages
utilizar várias delas. para e-mail marketing ou marketing de busca etc. As estratégias digitais
* Capítulo 8 - “Redes sociais”. Apesar de serem tão antigas quanto o são abordadas na parte IV deste livro.
próprio homem, em razão das novas possibilidades das tec nologias
de comunicação e informação digitais, as redes sociais ganham cada Página digital
vez mais difusão e expansão, tornando-se uma das principais plata-
formas de marketing. O capítulo apresenta os principais conceito Tecnicamente, uma página digital na web normalmente é um documento
s
e tipos de redes sociais e discute o seu impacto no cenário atual. HTML (Hyper Text Language Markup) que pode incluir imagens (GIF,
JPG etc.), scripts de programas (em JavaScript, Perl, CGI, Java, Ajax,
* Capítulo 9 - “Plataformas de busca”. A busca on-line se tornou uma
ASP etc.) e recursos similares. As páginas na web são interconectadas
das principais atividades do ser humano para tomada de decisão.
por meio de hipertextos ou hyperlinks embutidos nelas. Cada página na
Dessa forma, os buscadores on-line, seja na web, seja nas redes so-
web é especificada por sua URL (Uniform Resource Locator), ou seja,
Ciais e plataformas móveis, são hoje algumas das entidades digitais
seu endereço on-line, que pode ser digitado em um navegador (Firefox,
mais influentes no cotidiano das pessoas. O objetivo deste capítulo
Internet Explorer, Safari, Opera etc.) ou acessado via hyperlink. Páginas
é discutir a importância da busca no contexto atual e apresentar os
são hospedadas em servidores Web e acessadas por meio do protocolo
diversos tipos de plataformas de busca para utilização no marketing.
HTTP (Hypertext Transfer Protocol).
* Capítulo 10 - “Outras plataformas digitais: displays e entreten
i- Neste livro, o nosso interesse referente a páginas digitais está mais
mento”. Este capítulo aborda outras formas de plataformas digitais ligado às suas características estratégicas do que técnicas. Assim, quanto
que, apesar de serem antigas, ganham nova importância no cenário ao tipo de conteúdo, as páginas digitais podem ser classificadas em cinco
digital que as alavanca, como vídeo, display, games, funcionando categorias: site, minissite, hotsite, portal, blog, perfil em redes sociais e
como conteúdos para branded entertainment. landing page. Cada categoria pode consistir em apenas uma página ou
Apesar de o capítulo 5 tratar também de um tópico bastante conhecido, conter centenas de arquivos relacionados e interligados. Normalmente,
as tecnologias envolvidas no desenvolvimento de páginas digitais existe um ponto de início ou página de abertura, chamada home page, que
evoluem
constantemente, bem como os tipos de páginas digitais frequentemente funciona como um índice de conteúdos com links para
possíveis. Dessa
forma, é interessante abordar esse tópico com as plataformas emergen outras seções e páginas.
tes.
121
122
Marketing na Era Digital
Capítulo 5 = Páginas digitais 123
Veja a seguir as principais características de cada catego
ria de páginas determinados públicos-alvo. Normalmente, portais possuem fer-
digitais quanto aos seus conteúdos:
ramentas de relacionamento com os seus públicos, que, quando
Site — À característica principal de um site é a organi
zação dos seus logados, se beneficiam de navegação privilegiada pelos conteúdos.
conteúdos de forma a serem encontrados facilmente.
A alma da es- Exemplos de portal: wmww.uol.com.br, www.terra.com.br etc.
trutura de um site é a sua arquitetura da informação,
ciência enfocada
na organização de conteúdos. Os sites normalmente Blog - São sites em formato de diário que normalmente apresentam
são usados para
apresentar conteúdos estruturados com seções bem defini entradas de textos regulares chamadas de “posts”. A palavra “blog”
das e de- é uma contração dos termos weblog (web + log), em que “log” si g-
talhamento estrutural para produtos, serviços etc. Exemp
los de sites: nifica registrar de forma cronológica os processos em um sistema.
wwmapple.com, wywmicrosoft.com, wwn:martha.com
br. Dependendo da predomi-
nância do objetivo de marketing de um site, ele pode ser instit Assim, os blogs têm conteúdos cronológicos, que funcionam como
ucional, registros pessoais ou um diário. Blogs normalmente são mantidos
comercial (e-commerce), promocional, inform
acional etc.
por um indivíduo (ou um grupo pequeno de pessoas), podendo
Minissite — São sites criados para conteúdos vertica
is, abordando de ser pessoal ou pertencer a uma empresa. Exemplo de blogs: http://
forma detalhada um tema restrito, enfocados em
atrair um público meiobit.com/ (blog de tecnologia).
específico. O “tom” dos conteúdos de um minissite é essen
cialmente Perfil em redes sociais — São páginas digitais específicas que estão
informativo. Minissites são normalmente usados
como partes de
sites ou portais, podendo muitas vezes ter design inseridas dentro de um contexto de redes sociais. Essas páginas
diferenciado e
abrir em janela menor. Exemplos de minissites: www: uol.com. normalmente são construídas segundo as possibilidades que a pla-
br/esportes, taforma de rede social específica oferece e apresentam informações
www.terra.com.br/kids.
alinhadas com o tipo de rede social. Por exemplo, páginas de perfis
Hotsite - São sites criados com prazo de validade deter
minado e no Linkedin, Google Profile e Twitter apresentam características e
normalmente curto, não durando mais que alguns meses.
Os hotsi- informações completamente diferentes umas das outras, em função
tes, como os minissites, também possuem foco
em um tema restrito, da rede social em que estão inseridas. Páginas de perfis em redes
no entanto, no caso do hotsite, o seu “tom” é sempre
persuasivo. sociais São opções bastante interessantes para criar presença digital
Normalmente os hotsites são criados para apoio promoc
ional, como nessas redes, como veremos mais adiante neste livro. Um exemplo
lançamento de produtos ou para eventos. O visual
de um hotsite é de página em redes sociais é o meu perfil no Twitter: www.twitter.com/
diferenciado do restante do site ou portal. Um exemp
lo de hotsite marthagabriel.
é o do lançamento do Chevrolet Agile, que inclui, além
de outros Landing page — São páginas digitais específicas que aparecem para
recursos, realidade aumentada — www. chevroletagile.
com.br.
um indivíduo quando ele clica um anúncio (banners, box etc),
Portal - São sites que têm foco completamente voltad
o aos seus link de resultados de busca (paga ou orgânica), link em peça de
públicos e apresentam conteúdos verticais, especí
ficos a eles. Assim, e-mail marketing ou qualquer outro link promocional. A landing
portal não é um “site grande”, mas um site com
conteúdos verti- page deve mostrar um conteúdo que é uma extensão do anúncio
cais enfocados nos públicos. Enquanto em um
site os conteúdos ou link clicado, pois, caso contrário, o indivíduo não reconhece a
são organizados para possibilitarem a Navegação
em informações conexão com que clicou a página e não permanece nela. Por isso,
existentes sobre um determinado tema, nos portai
s os conteúdos a função da landing page é realizar o objetivo de marketing que re-
são criados para atender às necessidades do seu públic
o. Assim, sultou no clique para a página, convertendo visitantes em usuários,
os focos são bastante claros e distintos: site enfoca
a organiza- de acordo com o plano estabelecido. Para ver exemplos de landing
ção de um conteúdo para que possa ser facil
mente encontrado pages, faça uma busca no Google e depois clique o link de qualquer
por um público-alvo; portal enfoca a criação de
conteúdos para resultado — a página onde você chegar é a landing page desse link.
| 124
Marketing na Era Digital Capítulo 5 = Páginas digitais
125
Se comparássemos as categorias de
páginas digitais com a mídia im-
pressa, pode ríamos dizer que: plesmente os gerenciadores de conteúdo, que permi
tem separar forma
* site — equivale a um livro ou catálogo de conteúdo, possibilitando que pessoas não técnicas
possam criar suas
; páginas, baseando-se em templates (modelos) pré-progra
* portal - equivale a uma revista do mados. Há uma
tipo Veja ou Exame; grande variedade de ferramentas de gerenciamento de
* blog - equivale a um jornal ou diár conteúdos on-
io; line, no entanto, em função da categoria da página digital
, determina-se
* minissite - equivale a um folheto a melhor ferramenta a usar.
informativo;
e hotsite - equivale a um folh No caso de sites, minissites e blogs, que mantê
eto promocional; m uma estrutura visual
* perfil em redes sociais — equivale a e informacional padronizada, apesar de diferentes
uma página em catálogo espe- entre si, ferramentas
cífico, com
o listas telefônicas, catálogos como Joomla e WordPress são excelentes para gerenc
de produtos etc.; iar conteúdos. Hoje,
* landing page - equivale a um flyer o WordPress é a ferramenta de gerenciamento de conteúdo
promocional que só é entregue mais popular
para quem foi indicado. no mundo - é open-source, pode tanto ser usada sem
necessidade de
instalação em servidores (no caso de blogs) como també
Portanto, da mesma forma que na m ser instalada
mídia impressa um livro não substi- em servidores particulares, totalmente configurada e person
tui um jornal vice-versa, ou um folh
eto informativo tem função diferent
alizada, per-
e mitindo criar sites completos ou minissites com domín
da de um folheto promocional, nas páginas ios próprios. O
digitais ocorre algo similar. WordPress conta com uma infinidade de opções de plug-i
Cada categoria tem a sua função, que, ns que podem
por sua vez, é diferente das demais. ser instalados na plataforma, oferecendo uma gama
É cada vez mais comum que uma extensa de perso-
empresa possua várias categorias de nalização e flexibilidade. Para quem deseja iniciar um blog,
páginas digitais, cada uma com uma sugerimos
função estratégica diferente. Dessa inicialmente o uso do WordPress na sua plataforma gratuita
forma, uma empresa que tem um site on-line, que é
para apresentar seus produtos e bastante simples. Para sites ou blogs com muitos conteúdos
serviços pode ter minissites dedi e necessidades
cados à conteúdos específicos e infor específicas de personalização, sugerimos que a plataforma
mativos relacionados a seus produtos - do WordPress
, criar hotsites temporários para seja instalada e configurada em um servidor com hospe
dagem separada
lançar produtos, blogs de conversa
ção com vários públicos (por exem da plataforma on-line de blog do WordPress, permitindo
plo, um blog do presidente da empresa - assim aprovei-
para conversar com o público tar todas as características oferecidas pelo sistema como
interno, outro blog para ter contato gerenciador de
com fornecedores e ainda mais um conteúdo completo. Nesse caso, é necessário que a instal
blog enfocado no público externo), ação seja feita
perfis em redes sociais selecionadas pelos profissionais da área técnica e design para criar a
estrutura, o design
e landing pages para receberem cliq
ues de campanhas on-line em geral, e os templates do site, minissite ou blog.
ou seja, a combinação de funciona
lidades das categorias de páginas A criação de perfis em redes sociais também usa ferram
mite obter o melhor resultado nas açõe per- entas de ge-
s estratégicas de marketing que a renciamento de conteúdo,
usem. Veremos as estratégias digitais no entanto essas ferramentas, nesses casos,
de marketing na parte 4 deste livro. são os próprios sistemas das redes sociais. Assim, um indiví
duo que cria
sua página de perfil no Orkut está usando o gerenciador de
conteúdo do
Gerenciadores de conteúdos próprio Orkut, que permite a inserção e gestão de conteú
dos específicos
alinhados com o tipo de rede social que é o Orkut. Já o Twitte
Apesar de todas as categorias de r tem um
páginas digitais poderem ser cons gerenciador de conteúdo na criação e gestão da página do
das com os mesmos tipos de tecnologias (HTML, truí- perfil que
scripts de programa, atua de forma bastante diferente, permitindo apenas o uso
arquivos de imagem, som etc.) de conteúdos
, normalmente a sua publicaç alinhados com a brevidade e a dinâmica desse tipo de rede social.
Por meio de ferramen ão é feita Ainda,
tas que facilitam a criação e gest se pensarmos nas páginas de canais do YouTube, que são
Essas ferramentas são os sist ão dos conteúdos. as páginas de
emas gerenciadores de conteúdo perfis nessa rede social, o seu gerenciador de conteúdo tem outras
, ou sim- espe-
cificidades relacionadas à publicação de vídeos.
126 Marketing na Era Digital Capítulo 5 = Páginas digitais 127
Enfocando finalmente a construção de landing pages e hotsites, nesses Para quem quiser colocar a mão na massa, o W3C oferece um curso
casos, muitas vezes suas páginas são construídas uma a uma, via progra- on-line de HTMLS (em português): htip://w3c.br/cursos/html5/conteudo/
mação, sem o apoio de um gerenciador de conteúdo. Como o objetivo Na quarta parte deste livro serão abordadas as estratégias de presença
principal dessas categorias de páginas não é informacional, mas pro- digital. Nesse tipo de estratégia, as páginas digitais são um dos elementos
mocional, são construídas muito mais com foco em conversão (vendas, fundamentais, como será visto mais adiante, e as funcionalidades do
geração de leads etc.) do que em informação e atualização constante de vídeo no HTMLS tornam-no uma excelente opção para estratégias que
conteúdo. Em razão disso, cada página de um hotsite ou cada landing envolvem vídeo, como vídeo em e-mail, por exemplo.
page normalmente exige um alto grau de especificidade e consequente
detalhamento de design e funcionalidades técnicas, por isso, muitas ve-
zes, não consegue se beneficiar do uso de gerenciadores de conteúdos,
ideais para estruturas menos fluidas de conteúdos, como sites, minissites
e blogs, conforme mencionado no parágrafo anterior.
Realidade aumentada
e realidade virtual
Realidades mistas
Define-se realidade mista (ou mixed reality) como a fusão dos mundos
físico e virtual para produzir novos ambientes e visualizaçõe
s onde objetos
físicos e digitais coexistem e interagem em tempo real.
Em 1994, Paul Milgram e Fumio Kishino conceituaram a
“virtuali-
dade contínua” (virtuality continuum)), que são as condições possíve
is de
virtualidades que se estendem desde a realidade física
até a realidade
totalmente virtual (Figura 6.1). Entre esses extremos ocorre
m vários
1 Milgram e Kishino, 1994.
129
3 Marketing na Era Digital Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual
31
níveis de realidade que misturam tanto elementos virtuais como físicos, experimentarmos um grau de realidade virtual total completament
e se-
consistindo em virtualidades misturadas, portanto, realidades mistas. parado da nossa realidade física? Independentemente da possibi
lidade
Quando, em uma situação de realidade mista, prevalece a virtualidade tecnológica de abstração (ou não) da realidade física em um
ambiente
sobre a realidade física, de forma que a realidade física esteja “ampliando” de realidade virtual (que é apenas um aspecto tecnológico que tende
a
as informações virtuais, temos estados de virtualidade aumentada. Por se resolver e desaparecer ao longo do tempo), não levaríamos também
outro lado, em situações de realidades mistas em que o que prevalece é a ao ambiente virtual as ampliações provenientes da nossa realidad
e física,
realidade física sobre a virtualidade, em que essa última amplia a realidade corpórea? Talvez, se nascêssemos e nos desenvolvêssemos inteiramente
física, temos situações de realidade aumentada. em um ambiente 100% virtual, seria possível essa pureza de virtuali
dade.
Na ficção, um exemplo de realidade virtual pura acontece no filme
The
RA Mixed Reality (MR) Ra Matrix, em que as pessoas dentro da matrix não possuem consciê
ncia do
« > corpo físico, que vegeta alimentado por máquinas, de forma que vivem
Real
Environment
Augmented Augmented Virtual apenas a experiência virtual.
Reality (AR) Mirtuality [AV] Environmerá
Ao enfocarmos a aplicabilidade das realidades mistas, as possibilida-
Figura 6.1 - Diagrama da sequência de virtualidade (virtuality continuum?) que des são ilimitadas. Teoricamente, qualquer área do conhecimento
compõe as realidades mistas. pode
se beneficiar do uso de realidades mistas, estendendo-se da engenharia,
Desse modo, temos dois tipos de realidades mistas: realidade aumentada medicina e educação a artes, entretenimento, comunicação,
literatura,
(augmented reality) e virtualidade aumentada (augmented virtu ality), que publicidade, marketing etc.
misturam a realidade física e a virtualidade em diferentes graus. Apesar de Para ilustrar os conceitos, apresentamos alguns exemplos de realidad
os extremos do espectro de virtualidades serem constituídos de ambientes e
virtual, virtualidade aumentada e realidade aumentada:
teoricamente puros — realidade física pura (ambiente físico, tangível), em
e Realidade virtual - As caves imersivas são o exemplo mais comum
uma ponta, e virtualidade pura (realidade virtual), na outra — existem re-
de realidade virtual, como a VirtuSphere, que pode ser vista no
flexões sobre o assunto que questionam a possibilidade da experimentação
de estados puros tanto em um extremo quanto no outro. Se pensarmos
vídeo linkado no QRcode da figura 6.2.
na realidade física que experimentamos, é possível ter uma condição em
que ela seja puramente o que é, em si, sem nenhum grau de “ampliação”,
ou seja, interpretação por parte de quem a experimenta? Pesquisadores de
várias áreas discutem esses questionamentos e estudos indicam que cada
pessoa vive em uma realidade diferente, criada com base não apenas no
que se apresenta no mundo, mas interpretando-o e ampliando-o por seus
sentidos, cultura, conhecimentos etc., ou seja, por virtualidades presentes
em cada indivíduo. Assim, sugere-se não ser possível a existência de um
estado de realidade física pura. Ela também tende a ser mista, uma realidade
ts, [8]
tis
ai
aumentada, mesmo que essa “ampliação” não se deva a camadas digitais
qua Er A E
de informação sobre ela, mas a outras virtualidades. “ER
Por outro lado, na outra extremidade do espectro de realidades, o Figura 6.2 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo de demonstração da
VirtuSphere em
Mesmo questionamento se aplica à virtualidade pura. Será que é possível wuw youtube.com/watch?v=q TnnJR-hS7k.
« Realidades que não conseguimos experimentar em razão das limi- a isso a precariedade das tecnologias de áudio existentes nesses ambientes.
tações humanas, tecnológicas ou comerciais, como navegar dentro Ainda assim, a história nos mostra que barreiras tecnológicas tendem a
de um vulcão, passear na superfície de Marte, viajar na órbita de ser superadas, e mesmo contando ainda com essas limitações, a realida-
um átomo, voar sem equipamentos etc. de virtual, especialmente os mundos virtuais on-line, se bem utilizados,
e Realidades que não podemos experimentar por limitações pessoais, apresentam hoje inúmeras oportunidades para várias áreas. O próprio
como lutar caratê aos 60 anos de idade quando nunca se praticou Second Life, que foi explorado de várias formas equivocadas por alguns
esse esporte, ou dançar tango, hip-hop, samba ou qualquer outro tipos de ações de marketing, é uma plataforma muito rica para outras
tipo de dança, sem termos aprendido antes ou sem termos adqui- ações, incluindo empresariais e ações do próprio marketing, como pro-
rido habilidade física para tal. moção de produtos, reuniões corporativas remotas etc.
Na sequência, trataremos com mais detalhes da realidade aumentada,
e Realidades inexistentes até o momento, como ambientes com qual-
trazendo mais exemplos de aplicação atuais. Para encerrar o capítulo,
quer valor de gravidade — maior ou menor que a da Terra, teleportar-
abordaremos a realidade virtual, enfocando mais especificamente os
se, ter pele cor-de-rosa ou azul, ter três metros de altura etc.
mundos virtuais on-line, como o Second Life.
xe
fio
Realidade aumentada
No conceito mais amplo do termo realidade aumentada — adição de ele-
mentos virtuais à realidade física para “ampliá-la” —, a história da realidade
aumentada se confunde com a pré-história. Em 15000 a.C., os desenhos
nas cavernas em Lascaux mostravam imagens “virtuais” na escuridão,
que iniciaram a ideia de aprimoramento do mundo real (Figura 6.6).
Figura 6.5 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo com Blaise Aguera Y Arcas
demonstrando mapas com realidade aumentada no Bing, em www. youtube.com/
watch?v=9zD4v6i]V. o.
Empresa/produto : Descrição
Audi Augmented Reality Calendário impresso da Audi em que para se ver os carros em
tada folha mensal é necessário usar um aplicativo de RA no Vídeo conceito de como a RA permite experimentar roupas no
a
Calendar (calendário
Sai
| promocional) iPhone apontando para a imagem do calendário. Cisco (e-commerce) ponto de venda, acrescentando à experiência de compra.
www. youtube.com/watch?v=RhPI9NLO4bk www youtube.com/watch?v=;DiDFNcaock
|
te
[nfs dia)
Brinquedo em RA baseado no filme Avatar (2009), de James
Avatar Movie (toys) Cameron. RA promocional de Doritos construída sobre o topo de um
Doritos (promocional)
mma
| www youtube.com/watch?v=7]Wk JIE30w prédio em São Paulo.
www. youtube. com/watch?y=SsJbK5DQ2Fc
E PRE AS DV SNS A ZONE pen sado SP O [m] feio
EE
AO O
e
Baseball Cards (entreteni- Cartões de baseball que apresentam em RA os jogadores dos
À revista Esquire usou RA na capa que acionava várias experi-
mento e game) times e um jogo interativo. Esquire Magazine (promo-
www poutube.com/waich?v=7jm-AsYOIU cionai) ências com o ator Robert Downey Jr. Tia fe
wumyoutube.com/watch?v=LGwHQwgBzSI
Conan
Wwmmyoutube.com/watch?v=P9KPJLASyds
www youtube.com/watch?v=LSejyVEXx M
Bradesco (localizador de Aplicativo de RA que usa geolocalização para localizar os Protótipo de para-brisa que funciona como dispositivo de
atendimento do banco) pontos de atendimento do banco mais próximos. RA para melhoraro desempenho e experiência de dirigir do
wwm.youiube.com/waich?v=UIGAKVMre o
GM (para-brisa interativo)
motorista.
fe CA www. youtube.com/waich?v=94dgD-jAhM
a e
Camiseta que apresenta game em RA ativado na webcam. Aplicativo de RA com webcam transforma o usuário em
Camiseta (game) Iron Man Movie (promocio-
www youtube. com/waich?v=tof7yEsOn8 frente à câmera no Iron Man. Permite interação com motion
nal/entretenimento) capture.
http://vimeo.com/INAIZIZ
PR A ARE
Navegador de RA para celular que permite navegar no mundo
Layar Browser (navegação CacanNro Orquestra Filarmônica de Aplicativo de RA no qual pessoas e objetos em diversos
físico visualizando informações digitais sobre o local.
Et
digital mobile) Hamburgo (arte/entreteni- pontos de Hamburgo podiam ser usados como instrumentos,
mi
www youtube.com/watch?v=b64. 16K2e08 criando música em RA em tempo real.
mento)
www youtube.com/watch?v=75bNOM77n98
fas fee nto ni DE Rg O
[aj
Aplicativo de RA que, quando a caixa de um brinquedo Lego é
Lego (brinquedos) mostrada para a câmera, mostra o brinquedo montado. Aplicativo on-line que permite experimentar óculos Rayban
www. youtube.com/watch?y=PGuON3eL2D0 Rayban (óculos) por meio de RA com uma webcam.
www youtube.com/watch?y=Ag7HA4YScgZs
LooKATOR (localizador Aplicativo mobile que permite localizar a rede wi-fi mais
próxima. Remixer de Som “5Gum” Aplicativo de mixer de som on-line ativado por RA, com o uso
mobile)
www youtube.com/watch?v=uOvkduEyC7k (produto) de uma webcam.
a http://Sgum fr/?lang=ent/mixer
x |
E |
pe
RR o nO A na o
Nestlé (game)
Game interativo em RA usando caixa de cereal e webcam.
www youtube, com/watch?v=IZYbEcEm WQg Samsumg TV (produto) TV na sua sala pra decidir a compra.
wwm.youtube.com/watch?v=hXICxDm]WXg
E E;
Vídeo conceito da Nokia mostrando a integração total do
Nokia (comunicação) ambiente digita! com a realidade. Second Life as Platform for Aplicativo que usa objetos no Second Life como realidade
SE
www youtube.com/watch?v=uOtEzVChiiE Augmented Reality aumentada no mundo físico.
www youtube.com/watch?v=02i-W9ncV.O
=];
tre
Aplicativo de RA e webcam lançado em comemoração ao
O Estado de S.Paulo (jornal aniversário da Torre Eiffel, que mostra uma animação da Tecnologia em protótipo que permite interagir com o
— promocional) torre quando o marcador, impresso no jornal, é mostrado na ambiente físico por meio de uma interface digital sensível ao
Sixth Sense (MIT)
câmera, contexto.
www.youtube.com/watch?v=Xo9xu Yyr9v0 www. youtube.com/watch?v=ZLEEIQZOYDs
142 Marketing na Era Digital Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual 143
Game/trabalho de arte no qual um personagem digital é Yelp! é uma rede social de reviews sobre restaurantes e bares.
Spoiler (game) movimentado dentro de três cubos por meio da inclinação Yetp! AR App (localizador A aplicação mobile do Yelp! permite localizar os estabeleci-
física destes. mobite) mentos próximos visualizando os reviews.
www youtube.com/watch?v=dsb76pvads4 www youtube.com/watch?v=cugzBVBwStA
SREngine (navegação Aplicativo de RA para o iPhone que permite identificar obje- Loja de e-commerce com RA, motion capture e comércio
mobile) tos e cenas locais de monumentos e arquitetura. Zugara (e-commerce) social.
www. youtube.com/watch?v=fAL tilVwhM ww voutube.com/walch?v=NxQZuo6pFUw
ai
Aplicativo de videoconferência que traz a funcionalidade
Aplicativo mobile de RA que, por meio de reconhecimento fá-
TAT Augmented |D da realidade aumentada para a interação entre as pessoas
cil de uma pessoa, apresenta as informações de contato dela. ZugStar (videoconferência)
participantes.
www youtube.con/watch?v=tb0pMegI UNO
www youtube.com/watch?v=eSFICHKZgkA
4
referentes ao uso do
ARToolKit e suas versões específicas. Como a plata
forma de desenvolvi-
mento em Adobe Flash é muito utilizada na Web,
para aqueles que tiverem
interesse na parte técnica para criar RA, sugire
Figura 6.10 - Holografia tangível: imagem e QRcode de acesso -se a leitura de um tutorial
ao vídeo de bastante didático para a plataforma Adobe Flash,
demonstração em www, youtube.com/watch?v=3seTIvQ
tec.
usando FLARTookit e
Paper
vision 3D, publicado por Arthur Paredes no iMaste
rs”: http://bit ly/bKyK Ty.
Segundo um relatório da Juniper Research”, o merca
do de realidade Para quem não é programador, mas gostaria
aumentada mobile vai alcançar US$ 732 milhões de criar sua própria rea-
em 2014, alimentado lidade aumentada, há a opção de usar a ferra
por downloads de aplicações pagas, publicidade e serviços menta de RA on-line no site
de assinatura. EZPLAR. Nesse website, você pode selecionar facil
Dessa forma, estamos apenas vislumbrando a ponta mente qualquer arqui-
do iceberg dessa vo no seu computador (áudio, vídeo, imagens,
tecnologia revolucionária que deverá transformar animações etc.) ou textos
o modo como vemos para serem usados como RA. O aplicativo do
e interagimos com o mundo. EZELAR tem cinco tipos
de marcadores predefinidos que podem ser utiliz
ados para apresentar
até cinco realidades aumentadas simultâneas.
Como criar realidade aumentada É bastante simples de usar
e muito interessante. Recomenda-se a criação
de realidade aumentadas
Existem diversas formas de criar aplicativos de realid no EZFLAR como fixação do uso de reali
ade aumentada, dades aumentadas, mesmo que
com e sem o uso de marcadores (markless), combi seja apenas como exercício.
nando diversas tecno-
logias, como visto nos exemplos apresentados anter
iormente neste livro
= tecnologias mobile, holografia, reconhecimentos facial Desafios da realidade aumentada
é de objetos etc.
Virtualmente, qualquer linguagem de programaçã
o pode ser usada para Apesar de a realidade aumentada estar se dissiminan
criar realidades aumentadas. do no mercado, ainda
existem alguns desafios que precisam ser vencidos para
No
alcançarmos a
entanto, atualmente, o modo mais simples de criar realidades maturidade dessa tecnologia, conforme listad
os por RWWJ;
aumentadas é usando o ARToolKit, um pacote de softwa
re específico
ú IDGNow!, 2010. o Paredes, 2009.
8 Wikipédia, 2010. 10 RWW, 2010.
sd
148 Marketing na Era Digital Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual
149
Segurança e spam — As aplicações de realidade aumentada po-
sistema de RA fica limitado a si mesmo. Portanto, além de serem
dem, teoricamente, apresentar qualquer tipo de conteúdo digital
essenciais à interoperabilidade, os padrões abertos são importantes
interagindo com o ambiente em que estamos. Conteúdos digitais
para criar um ambiente digital que enriqueça as camadas de reali-
maliciosos e inapropriados podem ser disparados e apresentados
dade aumentada globalmente.
via realidade aumentada, tanto quanto mensagens indesejáveis
e maliciosas lotam nossa caixa de e-mail diariamente. Portanto,
cuidados com segurança e políticas antispam devem fazer parte Realidade virtual
do processo de evolução dos aplicativos de realidade aumentada.
Cavernas digitais são ambientes típicos de realidade virtual digital, mas
Social e real time versus solitário e previamente armazenado) ainda existem barreiras tecnológicas e econômicas que impede
— m o seu
Conforme o uso da realidade aumentada se dissemine, cada vez uso comercial em larga escala pelo público. Por outro lado, games
mais as pessoas poderão tocar nas realidades aumentadas umas imer-
sivos e os mundos virtuais, como o Second Life, inauguram um novo
das outras. Além disso, a experiência de apontar os dispositivos tipo
de plataforma para realidade virtual, uma nova linguagem, que
para objetos será tão rica quanto as informações
já está
em tempo real disponível on-line e tem potencial para ações de marketing específi
sobre esses objetos que possam ser apresentadas. Para que tanto cas,
como promoção de vendas, por exemplo.
a realidade aumentada social como a obtenção de informações
O Second Life tornou-se popular principalmente em 2007 e, em razão
sobre o ambiente em tempo real ocorram de forma natural,
várias de várias ações equivocadas de marketing nessa plataforma, desde
barreiras tecnológicas ainda precisam ser vencidas. 2008
ficou a impressão de que desapareceu e não tem utilidade. Confor
me
Experiência do usuário - Os desafios da realidade aumentada mencionado anteriormente sobre o hype cycle, de Gartner, o Second Life
referentes à experiência do usuário são enormes. Imagine pessoas passou pelo clímax do hype, depois caiu para a fase de decepção,
mas
apontando dispositivos umas para as outras para obterem informa continuou crescendo a partir daí, pois continuou sendo usado por várias
-
ções pessoais — isso pode não ser uma boa experiência de uso áreas e segmentos nos quais ele tem utilidade e aplicações diferenciais.
em O
alguns contextos. Segundo Joe Lamantia", existem duas questõe artigo “Second Life Economy at Record High”? mostra que o Second Life
s vem
principais em relação à experiência do usuário em realidade au- batendo records de movimentação financeira ano a ano desde 2008. Dessa
mentada: quais informações revelaremos do nosso contexto privado forma, é essencial também apresentar brevemente os mundos virtuais
para ser apresentadas na camada de interface para outras pessoas on-line e seu funcionamento, mais especificamente o Second Life, para
?;
é possível encontrarmos interfaces melhores para visualizar que, com base em suas características, possam eventualmente ser usados
esse
tipo de informação do que os modelos existentes até o momento? estrategicamente em ações de marketing que se beneficiem desse tipo de
Interoperabilidade - Da mesma forma que telefonia, estradas plataforma.
e
tecnologias de redes precisam de padrões para crescer, isso tam-
bém é necessário em qualquer setor tecnológico. Atualmente, Mundos virtuais
os
aplicativos de RA não “conversam” uns com os outros. :
Apesar de sua aparência moderna, na realidade, mundos virtuais on-
Abertura — Para que a realidade aumentada, no sentido amplo, se line remontam a décadas. Inspirados pelo jogo de tabuleiro Dungeons and
torne uma experiência rica em vários setores do conhecimento Dragons (da década de 1970), eles começaram simples com os participan-
, é
necessário que aplicativos e conteúdos sejam criados e integrados tes teclando características e ações para seus personagens. Desde então,
de
forma aberta, encorajando a produção deles. Sem padrões abertos melhorias constantes na computação gráfica, somadas a cada vez mais
para integrar aplicativos e conteúdos de todas as naturezas, cada penetrante conexão de banda larga à internet, têm impregnado esses
sul Lamantia, 2009. 12 RWW, 2010-2011.
150 Marketing na Era Digital Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual
151
mundos com um realismo surpreendente e intensa atividade de repre-
No entanto, em função da crise global de 2008, depois de passar o
sentação (role-playing) social. Mundos virtuais como O There, ActiveWorlds
hype, o Second Life sentiu um forte declínio na quantidade de dinheiro
e Second Life tentam ir além do role-playing para dar aos participantes
circulante imvorld e sentiu-se uma sensível diminuição da quantidade de
maior poder de criação de suas próprias experiências”.
pessoas que o frequenta. No entanto, apesar disso, áreas como educação e
O Second Life é, portanto, apenas um dos muitos mundos virtuais recursos humanos continuam utilizando o Second Life como plataforma
que foi inspirado pelo movimento de literatura cyberpunk e, particular- constante de interação.
mente, pela novela Snow Crash, de Neal Stephenson. O Linden Lab,
cria- Todas as interações no Second Life são feitas por meio dos avatares,
dor do Second Life, declarou que sua meta era criar um mundo como o
que são as representações gráficas dos usuários em um ambiente virtual.
Metaverso descrito por Stephenson - ambientes 3D totalmente imersivos,
O termo avatar vem da mitologia hindu, sendo descrito como um
onde os humanos interagem (como avatares) uns com os outros deus
(social descendente que se incorpora em um ser humano e o controla. Nos
e economicamente) e com agentes de software no ciberespaço, que usa a
mundos virtuais, os deuses são as pessoas por detrás dos avatares.
metáfora do mundo físico, mas sem as limitações físicas't,
A interação dos avatares no Second Life é feita de diversas maneiras,
como por meio de:
Second Life
a. conversações em modo texto em chats é Instant Messenger ou por meio
Tecnicamente, o Second Life é um MUVE (Multi-User Virtual de voz;
Environment) em 3D na Web, onde as pessoas interagem por meio de
b. gestos (que incluem uma infinidade de expressões que vão de sim-
seus avatares. O Second Life é inteiramente construído e de propriedade
ples acenos a complexos passos de dança e flip backs);
de seus residentes.
movimentos — andar, correr voanmete:
O Second Life eclodiu na mídia no final de 2006, nos Estados Unidos,
pa
e no início de 2007, no Brasil (Figura 6.11). - construção de todo tipo de conteúdo do mundo virtual:
interação com scripts (de objetos) e outros avatares;
mo
AVI Ag
transações monetárias;
teleport — é possível, como no filme Star Trek, se teleportar instanta-
qq
neamente para outro local no mundo, não importando onde esteja;
h. fotografia ou filme (machinimas) de qualquer coisa a qualquer
instante, sem necessitar de aparelhos/dispositivos especiais;
i. modificação da sua aparência (avatar);
j. alteração de várias configurações do mundo (como o céu, que pode,
por exemplo, permanecer sempre dia ou noite, conforme se queira);
k. modificação das vistas e visualizações, como de primeira pessoa
(que é a vista default do Second Life) para terceira pessoa (e se ver
de frente), entre outras formas de interação.
Figura 6.11 - Screenshot da entrada do campus da Universidade Anhembi A unidade básica da geografia no Second Life é a ilha. O mundo é
Morumbi no
Second Life (foto: Martha Gabriel). formado por ilhas e águas, resultando em um mundo retangular plano.
As ilhas podem ser compradas (atualmente, uma ilha comercial custa US$
13 Business Week, 2006. 2.500, mais US$ 300 mensais). Terras, que são frações de uma ilha, também
l4 Maney, 2007
152 Marketing na Era Digital Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual à 153
podem ser compradas ou alugadas. As ilhas e terras podem ser compradas comercializar todo tipo de espaço para promoção. Tudo no Second Life
diretamente do Linden Lab ou por meio de leilões no próprio mundo pode ser plataforma de comunicação e promoção, até mesmo o corpo
virtual. O dono de uma ilha tem poderes maiores que os de um rei, pois dos avatares.
além de poder definir que tipo de interações e regras se aplica à sua ilha
(o que os outros avatares podem fazer quando estão na ilha, como voar, Novas possibilidades
criar objetos etc.), também pode escolher sua geografia e clima.
O que o SL traz, afinal, de tão diferente e atrativo para as pessoas? Plata-
A economia no Second Life é baseada no linden dólar. Um dólar ame-
formas 3D e avatares são usados há mais de uma década em games e há
ricano (US$) vale hoje, aproximadamente, 270 linden dólares (USS ES muitos anos na web. Mesmo a possibilidade de ganhar (ou perder) di-
270). E para que serve o dinheiro no Second Life? Para as mesmas coisas
nheiro negociando com moeda própria do mundo virtual também existia
em que é usado na First Life - você faz suas roupas ou precisa comprá-las;
antes, como no MMOG (Massive Multiplayer Online Game) Raganarok,
você constroi sua casa ou contrata alguém para fazê-lo, e assim por diante.
que está on-line na Web desde 2005 e tem uma grande quantidade de
Para viver no SL, não é realmente necessário possuir terras, propriedades
usuários fanáticos. Redes sociais também existem há mais de uma década,
ou dinheiro, e a criação do avatar para participar do mundo também é
como o FireFly (1996).
gratuita. No entanto, nessa situação, você fica limitado em termos do que
O Second Life, na realidade, é uma mistura, a coexistência de tudo
pode fazer, sujeito às regras do “dono da terra” em que você está a cada
isso que existia — games, economia, redes sociais etc. -, exatamente como
momento. Pela inexistência de taxas, impostos ou controle monetário no
ocorre na First Life. A vida no Second Life não apenas toca a vida da First
SL, os avatares podem transferir livremente dinheiro uns para os outros,
sem a possibilidade de fiscalização dos países da FL. Life, mas também a influencia e é por ela influenciada (como o caso dos
processos de transferência de dinheiro mencionado anteriormente).
Por meio da ênfase na criatividade e comunicação, o SL é diferente
dos outros mundos sintéticos on-line. Philip Rosedale, fundador do
Assim, apesar de o SL não ser uma novidade completa, inaugura uma
Linden Lab, diz que sua intenção era criar uma “realidade estendida” no rede social na web em 3D que liberta definitivamente seus usuários da
SL a partir da construção de uma versão virtual dela. Ao contrário dos sua aparência e comportamento na First Life: no SL, um indivíduo pode
outros mundos virtuais, que permitem que os participantes combinem ter a aparência e forma que quiser (até parecida com você na FL; veja
os artefatos neles encontrados,
exemplos de avatares na figura 6.12), com as funcionalidades que desejar.
o SL fornece aos seus residentes algo
equivalente a átomos — pequenos elementos de matéria virtual chamada Não se trata apenas de ter uma foto diferente sua no ambiente (o que pode
de “primitivas” — de modo que podem construir coisas a partir do zero. ser feito em qualquer rede social on-line). No SL, você “& o seu avatar,
Como tudo no SL tem a intenção de torná-lo uma máquina de criativi- comportando-se e expressando-se totalmente por meio do seu avatar. A
dade, o Linden Lab decidiu desde o início que os residentes deveriam identificação com o avatar chega a ser tão grande no SL em alguns ca-
ter a propriedade intelectual inerente às suas criações. Assim, o criador sos, que algumas pessoas passam o réveillon, namoram, casam e vivem
determina se o objeto que ele concebeu pode ser copiado, modificado quase todas as horas acordadas do seu dia no SL. Processos parecidos
ou transferido. Graças a esses direitos de propriedade, os residentes ne- costumam ocorrer em games - há casos reportados pela imprensa de
gociam suas criações”. pessoas que morreram de tanto jogar ou por efeitos relacionados à sua
participação em jogos on-line. No entanto, o SL não é um game - você
O Linden Lab não vende propaganda no SL, ao contrário, é uma em-
não está perseguindo nada nem nada está perseguindo você. Não existem
presa de propriedade virtual. Ela ganha dinheiro quando os residentes
regras nem objetivos predeterminados como em um jogo, no entanto
alugam propriedades - uma ilha, por exemplo -, cobrando em média U$
há tantos objetivos individuais quanto residentes (avatares) no mundo,
20,00 mensais por acre virtual's. Já os donos das ilhas e das terras podem
tornando o ambiente muito mais complexo e atrativo.
LS Economist, 2006.
16 Economist, 2006.
154
Marketing na Era Digital Capítulo 6 « Realidade aumentada e realid
ade virtual
155
o SL permite que o usuário (residente)
crie todo o conteúdo existente no
mundo e participe de diversas maneiras
para interagir com os conteúdos
que cria e os conteúdos criados por outros,
como buscas,
marcadores de
preferidos etc. Isso provavelmente cont
ribui para a atração que ele exerce
no público de web.
Se considerarmos ainda as dema
is redes sociais existentes na
como Orkut ou Facebook, por web,
exemplo, o SL acrescenta vários
extras de inte nívei s
ração que o tornam mais atrativo a
alguns públicos de redes
sociais, como a possibilidade de inte
ragir em tempo real com gestures,
possuir bens de qualquer natureza e
ter o seu próprio lugar espacialmente
comp leto (e não apenas uma página de info
rmação, como é o caso do
Orkut, por exemplo), movimentar-se
e deslocar-se realmente no ambiente
para encontrar pessoas conhecidas
e desconhecidas, experimentar sensa-
ções não possíveis na First Life (com
o voar ou modificar completamente
a sua aparência a qualquer instante),
entre outras.
Ao considerarmos o pensamento de Naisb
itt et al.'s sobre a tecn
ologia
e a busca humana de significado,
talvez o SL, apesar de ser totalmen
baseado em tecnologia, paradoxalmen te
te represente uma humanização
dos mundos virtuais por meio de redes
sociais e possibilidades de auto-
expressão, aumentando, assim, O potencia
l de “high touch”.
Outro fator a destacar no SL é que o
balanço entre queb rar e seguir as
leis físicas torha o ambiente muito mais rico
e interessante do que se apenas
fosse possível quebrar
as leis da física ou segui-las. Isso causa
presa — nunca se sabe o que pode acontecer, o efeito sur-
se algo vai seguir ou burlar as
Fig 6.12 - Imagem” que mostra na metade da esquerda leis da física
, tornando a ação de interação mais expe
uma foto da pessoa e na rimental do que na FL.
metade da direita à imagem do seu avatar no SL. Além de trazermos a simulação e o digit
al para nossas vidas cotidianas
A essência do SL é o social, possibilitando hoje a melho (digital life), por meio dos mundos virtu
r vida digital ais como o SL, estamos também
que se pode ter. Os eventos que mais fazem sucesso levando a vida cotidiana para o digit
al e a simulação (life digital).
no SL são os que
envolvem o social — encontros, shows, festas, cursos Ainda, as funcionalidades de simulaçã
etc. Podemos com- o no SL dão uma nova dimensão
parar o ambiente do SL a um ambiente de playground à linguagem (incluindo-se nas
- o playground simulações as facilidades de voar, teleportar
permite interagir com outras pessoas e escolher e diversos tipos e pontos de vista dos avata
O brinquedo e o tipo de res). Sugerimos que essas novas
participação (vários tipos de brinquedos - vários funcionalidades no SL que influenciam
tipos de participação e afetam a linguagem dentro do
que atendem a vários tipos de perfis diferentes). Quant mundo virtual tendam a afetar também a linguage
o mais tipos de m na webea linguagem
brinquedos, mais atrativo o Playground se torna cotidiana na FL. No entanto, o Processo aind
para vários públicos. a é muito recente, e avaliar
Às características de participação do SL estão total em que grau e em que momento isso vai acon
mente em sintonia tecer depende de pesquisas
com as tendências da Web 2.0 — na mesma linha do e estudos específicos sobre o assunto.
YouTube, Flickr etc.,
o Iskold, 2007. e ea
18 Naisbitt et al., 1999.
156 Marketing na Era Digital Capítulo 6 = Realidade aumentada e realidade virtual 157
Tecnologias mobile
159
160 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
161
Estudos revelam que a maioria das pessoas que possuem aparelhos
celulares não fica a mais de um metro de distância deles, ou seja, Os ce- RFID
lulares têm se incorporado cada vez mais à vida cotidiana das pessoas, RFID (Radio Frequency Identification) são senso
res (também chamados
em todas as situações, e está quase se tornando parte do corpo delas. É de tags) aplicados ou incorporados a um objet
o ou ser (produtos, coisas,
importante ressaltar que a plataforma mobile não se restringe apenas lugares, pessoas, animais etc.) com a final
idade de identificar ou rastr
ear
a aparelhos celulares, smartphones e PDAs. Cada vez mais outros dis- esse objeto por meio de ondas de rádio. As tags
RFID podem ser lidas a
positivos integram tais plataformas, como PSPs, carros, aparelhos GPS, vários metros de distância e não precisam de
contato visual com o leitor.
e-book readers etc. Normalmente, os leitores são equipamentos dedic
ados a isso. Exemplos
As tecnologias mobile que nos interessam aqui são as que podem de aplic ações comuns que já usam RFID no nosso
dia a dia são: a) smart
ser utilizadas de forma simples, tendendo a ser ou se tornar acessíveis a cards em crachás, que, quando passa
dos próximos aos leitores de catra-
qualquer membro da população em geral. Abordaremos as tecnologias cas, são lidos para dar acesso à entrada;
b) Serviço “Sem Parar” que usa
mobile mais antigas que continuam sendo instrumentos interessantes para tags RFID fixadas nos para-brisas dos carros
e detectadas pelos sensores
ações de marketing, como Bluetooth e SMS, e também as mais recentes dos pedágios e estacionamentos para automati
camente fazer a cobrança.
que oferecem soluções bastante inovadoras ao marketing. Discutiremos, No artigo “100 Uses of RFID”, algumas das
utilizações importantes
então, as tecnologias, mais ou menos em ordem cronológica de adoção citadas são:
delas no mercado, como se segue: a. cronometrar corridas;
e RFID;
b. controlar inventário de hospitais;
e Bluetooth; c. melhorar a experiência de pacientes em hospitais;
e SMS/MMS; d. não necessitar de baterias no REID como fator
crucial em algumas
sv GES: aplicações;
* Mobile Tagging; e. representar a próxima revolução na mobil
idade e wireless, por
* aplicativos móveis; meio de identificação automática, coleta de
dados e sistema de
locatividade.
e Mobile TV.
A tecnologia de RFID é uma das principais
Além das tecnologias apresentadas, a realidade aumentada, discutida alavancas para Web 3.0 e
internet das coisas”. O problema da utilização das
no capítulo 6, também é uma tecnologia importante no cenário mobile. tags de REID em todos
os objetos é o seu custo, que oscila em torno de
Vários dos exemplos apresentados na tabela de casos de realidade 50 centavos de dólar, o
au- que ainda é alto para alguns tipos de produtos. Com
mentada no capítulo 6 são exemplos de realidade aumentada móvel. o barateamento das
tags RFID ou o desenvolvimento de tecnologias simil
Como as realidades mistas, incluindo a realidade aumentada, podem ares mais acessíveis
ser financeiramente, o tagueamento de tudo tende
usadas não apenas nas plataformas mobile, decidimos separá-las em um rá a ser ubíquo, ou seja,
será tagueado e participará da rede. Nesse cenári
capítulo à parte (Capítulo 6). No entanto, o hábitat mais promissor para o, as geladeiras poderão
reconhecer todos os produtos dentro dela, saber
a realidade aumentada é o da mobilidade. o que está dentro do
prazo de validade ou não para alertar o usuário, conhe
Cada tecnologia móvel aqui apresentada requer um tipo específico de cer as preferências
de compra dele e enviar ordens de compra autom
hardware, não estando, portanto, necessariamente disponível aticamente quando os
em todos produtos acabarem. Nessas circunstâncias, as pesso
Os tipos de dispositivos móveis. Desse modo, a utilização de as provavelmente
cada tecno- 1 RWW, 2010-2012.
logia está condicionada à sua disponibilidade nos diversos dispositivos 2 Internet das coisas refere-se à internet onde qualquer
coisa - objetos e seres vivos - também
e hardwares presentes no mercado. se interconecta à internet e participa dela, não
se restringindo apenas a documentos. Mais
informações em hitp://en.wikipedia.org/wiki/
Internet of Things
162 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
163
receberão gratuitamente essas geladeiras inteligentes oferecidas por redes
chegando a um tipo de realidade aumentad
de supermercados, desde que o abastecimento de produtos seja feito au- a em que nossos computa-
dores terão sentidos que são tão bons quant
tomaticamente por eles. Esse modelo de negócios é bem parecido com o o os nossos ou melhores, e
reconhecerão faces, objetos e terão lembranças
que acontece hoje com o mercado de telefonia celular - clientes de planos ”.
pós-pagos, que consomem automaticamente os créditos da operadora,
recebem celulares de última geração gratuitamente ou quase de graça.
Uma das grandes vantagens das tags de RFID é que o leitor da tag
não precisa ter contato visual com ela, o que lhe permite ser “sentida”
automaticamente pelo leitor. Outra vantagem é o fato de essas tags terem
a capacidade de descrever muitas informações sobre os objetos em que
estão fixadas, podendo até descrever situações de estado, como tempe-
ratura, alertando, por exemplo, quando um pacote de leite não é mais
adequado ao consumo por mudanças na sua temperatura.
Um exemplo muito interessante de uso do REID em campanhas de Figura 7.2 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo
de Tim O'Reilly sobre Web 2.0,
marketing é a ação The Real Life Like, da Publicis E-dologic para a Coca- Web 3.0 e intern et das coisas em http:/!fora.tv/2009/
04/02/ Tim OReilly Talks
Cola em Israel. A ação aconteceu em um acampamento de verão que Web 20%fullprogram.
reuniu milhares de adolescentes por três dias, o Coca-Cola Village, onde Tim O'Reilly declara ainda nesse vídeo que
a interface do futuro será
os participantes usavam pulseiras com RFID que lhes permitiam dar um par de óculos que nos permitirá olhar
para as coisas e estas serão
likes para as atividades e coisas do acampamento. Cada pulseira de RFID reconhecidas para obtermos informações (Figu
ra 7.1).
tinha as informações de login da conta da pessoa no Facebook e, assim, Segundo previsões da Juniper Researchº,
Os likes eram automaticamente atualizadas em as vendas associadas à re-
seus perfis e no perfil do alidade aumentada móvel alcançarão US$ 732
Coca-Cola Village. Dessa forma, a ação permitiu a milhões até 2014. Em
integração automática das seu relatório Mobile Augmented Reality: Foreca
coisas do mundo físico com a maior rede social sts, Applications e» Opportunity
on-line, o Facebook, com Appraisal 2009-2014, a Juniper define “aplicaçõe
interações em tempo real. Para assistir ao vídeo s de realidade aumentada
do case com informações móvel” como dispositivos que usam câmer
detalhadas da ação, use o QRcode ou URL fornecidos na figura 7.1. as, localizadores GPS, conexões
de banda larga, sensores de movimento e
bússolas digitais para fornecer
camadas de metadados sobre os arredores
dos usuários.
Bluetooth
Bluetooth é uma tecnologia sem fio (wireless)
que permite a troca de
da-
dos (por meio de ondas de rádio de curta frequência
) entre dispositivos
móveis, usando banda estreita (pequeno volume
de dados). A utilização
de Bluetooth torna possível criar redes pessoais
PANs (Personal Area
Figura 7.1 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo do case The Real Life Like no Coca- Networks), possibilitando a conexão de diversos
dispositivos com alto
Cola Village em www poutube.com/watch?v=xUvOGUSrfHg. grau de segurança. A grande Vantagem do
uso dessa tecnologia para
conectar redes é o seu baixo custo e também
Tim O'Reilly menciona no vídeo que “o RFID são coisas usando tagse o baixo consumo de ener-
a Web 2.0 está aprendendo a reconhecer tais coisas (Figura 7.2). Estamos gia. O alcance das conexões é de aproximadame
nte 100 metros, o que é
3 Marketing Vox, 2010-2011.
164 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
165
bastante razoável para seu objetivo principal, que é eliminar cabos per- da Nike. Os números alcançados pela ação, incluindo
mitindo a conexão wireless entre equipamentos móveis dentro de uma retorno de mídia
espontânea, são mostrados no vídeo que pode ser acessa
determinada área. O foco do Bluetooth não é conectar equipamentos do pela figura 7.3.
com redes remotas, como é o caso das WLAN, cuja conexão wireless é
feita via tecnologias como o Wi-Fi em banda larga.
Atualmente, o uso mais popular do Bluetooth é a conexão entre telefo-
nes celulares e headsets sem fio, que permitem que o usuário possa receber
ligações com as mãos livres. Outro uso bastante comum do Bluetooth
é a transferência de arquivos entre aparelhos celulares próximos. Mais
utilizações interessantes incluem:
* comunicação sem fio entre dispositivos de entrada e saída com o
computador, como teclados e mouses;
* substituição da tecnologia infravermelho em controles remotos; Figura 7.3 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo da ação “Quick
is Deadly”, da Nike,
em www. youtube.com/watch?v=v8D3bePGcwo.
* envio de anúncios e arquivos promocionais (como ringtones, por
exemplo) a partir de um quiosque Bluetooth para aparelhos celu- E bastante interessante observar a adequação do
conceito da Nike com
lares próximos; a ação “Quick is Deadly” usando a tecnologia Bluetooth
para cronome-
trar tempos de corrida - a ação envolve um incent
* em sistemas RTLS (Real Time Location Systems), que são usados ivo para as pessoas
correrem e exercitarem-se, o que está compl
para rastrear e identificar a localização de objetos em tempo real; etamente alinhado com os
produtos da marca.
* videogames como Wii, PlayStation 3, PSP Go, entre outros, para
Outro exemplo criativo do Bluetooth em ações
permitir conexões entre o console e os controles; de marketing foi a
campanha da C&A, na sua loja do Shopping Morum
* descoberta e configuração entre equipamentos dentro de uma bi, em São Paulo,
em agosto de 2009. As pessoas recebiam cupons
determinada área. de desconto de 10%
por meio dos seus celulares quando ativavam o Bluet
Apesar de ser uma das tecnologias mobile mais antigas, o Bluetooth ooth. Na loja foram
colocados cartazes como o mostrado na figura 7.4
é extremamente eficiente e pode ser a plataforma ideal para algumas es- e os cupons recebidos
no celular via Bluetooth constam na figura 7.5.
tratégias de marketing, como é o caso da ação mobile “Quick is Deadly”,
Uma das principais desvantagens do uso do Bluet
da Nike, para o tênis Zoom, na China. A ação consistia em um outdoor ooth no marketing
é que alguns dispositivos, como o iPhone, não funci
eletrônico que enviava via Bluetooth uma mensagem para o celular das onam bem com essa
tecnologia. Outro problema pode ser a falta de cultur
pessoas que passavam em frente dele. A mensagem disparava um cro- a de alguns tipos de
público quanto ao seu uso de conexões Bluetooth.
nômetro digital que passava a contar o tempo no instante em que era Diferentemente dos
cenários controlados de conexão wireless entre equip
recebida no celular da pessoa e instruía-a a correr para a loja da Nike. O amentos dentro de
uma determinada área (onde todos os hardwares são
outdoor eletrônico foi colocado a um quarteirão de distância da loja da conhecidos previa-
mente), no marketing as ações necessitam que
Nike, e quando a pessoa com a mensagem chegasse à loja, o cronômetro a conexão aconteça com
sucesso com qualquer dispositivo móvel do público-alvo
marcava o tempo final da corrida. Quem fizesse o menor tempo em cada . Uma falha na
conexão ou na operação por parte do público compr
dia, ganhava um tênis Nike Zoom. A ação foi um sucesso — pessoas se omete toda a ação.
Assim, a utilização do Bluetooth no marketing está sempr
aproximavam do outdoor vestidas com trajes de corrida para consegui- e condicionada
a uma análise bastante criteriosa da ação a ser desen
rem fazer o percurso mais rapidamente. Outra pessoas ficavam vendo volvida e das carac-
terísticas do público envolvido e de seus dispositivos móveis
o movimento na largada, no outdoor, ou na chegada, na entrada da loja .
166 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
167
« Mapeamento - Criação de mapas por meio de informações precisas para encontrar a agência bancária ou a estação de metrô mais próxima se
de localização obtidas por dispositivos GPS. baseiam nos dispositivos GPS dos aparelhos celulares para saber onde o
* Navegação - Dispositivos GPS medem digitalmente a velocidade e usuário está e, assim, orientá-lo na navegação. Serviços como Foursquare,
a direção de movimento e auxiliam na navegação (tanto alertando Gowalla e Google Latitude usam o GPS no celular dos usuários para
sobre os limites de velocidade estipulados quanto instruindo so- mapearem as localizações das suas interações.
bre o caminho sendo percorrido, ou, ainda, orientando sobre que Um exemplo de ação de marketing usando o GPS é a campanha de
caminho seguir para alcançar determinado destino). fidelização que o Spoleto (rede de culinária italiana) fez utilizando o
e Geo-tagging — Aplicação de coordenadas de localização a objetos Foursquare (Figura 7.8). Nessa ação, os clientes que frequentam os restau-
digitais, como fotografias e outros documentos com o objetivo de Tantes registram suas visitas por meio do Foursquare e os que adquirem
mapeá-los. status de “majors” de cada filial do restaurante recebem brindes, como
pratos gratuitos.
e Telefonia celular — A utilização de dispositivos GPS nos aparelhos
celulares permite a sua localização exata, o que possibilita diver-
sas aplicações de LBS (Location Based Services) via celular, como
geo-tagging em mensagens, fotos ou documentos, chamadas de
emergência (911, nos Estados Unidos, por exemplo, fornecendo
localização exata de quem está em perigo).
e Rastreamento de objetos — Veículos, pessoas, animais ou qualquer
objeto podem ser rastreados com precisão quando equipados com
um receptor GPS.
- Recreação e arte - o GPS possibilita diversos tipos de atividades
recreativas como “pega-pega” digital (geocaching), gincanas territo-
riais (geodashing), geodrawing' (uso de rastros gravados por GPS para
criar desenhos e esculturas — os rastros podem ser gravados em-
2D, em rotas na superfície, ou em 3D, durante voos) e waymarking'!
(mapeamento da localização de tipos de dados específicos de inte-
Figura 7.8 — Fotografia do cartaz da promoção Spoleto + Foursquare tirada em
resse, como restaurantes, museus etc., usando GPS, com intenção 01/08/10, na loja do Spoleto da Alameda Santos, em São Paulo. Fonte: Martha Gabriel.
“de usos diversos). O site gpsgames.org oferece vários jogos interessantes
baseados em sistemas GPS. Considerando-se que tudo o que fazemos depende do local onde es-
tamos, a geolocalização proporcionada pelos dispositivos GPS tem um
Atualmente, dispositivos GPS para navegação em veículos estão se
grande potencial para ações que confiram valor relacionado não apenas
tornando bastante populares e grande parte dos aparelhos celulares já
ao local onde as pessoas estão em um dado momento, mas também
vem com receptores GPS. Isso cria uma infraestrutura extremamente
por onde passaram. As rotas dizem muito sobre o comportamento e as
interessante para todo tipo de ação de geolocalização no marketing.
necessidades das pessoas. Isso é um alavancador para a segmentação
Algumas ações de geolocalização interessantes se associam às tec- geográfica e o desenvolvimento de serviços específicos. Aplicativos como
nologias de realidade aumentada, como visto no capítulo 6. Aplicativos “Where do you go” (htip://www.wheredoyougo.net) criam mapas de calor usando
9 Um exemplo muito interessante de geocaching é o trabalho de arte Can You See Me Now, do as localizações de um usuário no Foursquare, ou seja, um mapa visual
grupo inglês Blast Theory. Mais informações em http://wuw.canyouseemenow.co.uk/
Exemplo de geodrawing — Yellow Arrow (http://yellowarrow.net/v3/) que mostra os locais que essa pessoa mais frequenta.
ado poa
OS
Mobile Tagging
Mobile tags são códigos de barras bidimensionais (2D) que permitem
encriptar URLs, entre outros tipos de dados. A grande vantagem desse
tipo de código de barra é que pode ser escaneado e decodificado por um DataMatrix
Er
UPECOQDE
BE A PioTuRE Decopino Ri [= Figura 7.11 - Imagem de uma Beetagg linkando para o perfil de Martha Gabriel no
Twitter.
Figura 7.9 - Processo de Mobile Tageing. Fonte: Wikipédia".
A Microsoft também criou o seu padrão de código de barras 2D, a
Existem dezenas de padrões de códigos de barra 2D, mas nem todos Microsoft Tag (Figura 7.12), que é colorida e apresenta algumas particula-
funcionam como Mobile Tags, ou seja, nem todos podem ser acessados ridades, como a possibilidade de sempre se rastrear o escaneamento da tag.
via dispositivos móveis. Alguns padrões de códigos 2D que podem ser
usados como Mobile Tags constam na figura 7.10. Os dois padrões de
Mobile Tags mais usados atualmente são o QRcode (Quick Response
Code) e o DataMatrix, sendo o QRcode mais popular, tanto que virou
sinônimo de Mobile Tag (muitas pessoas não conhecem o termo Mobile
Tag e usam inadequadamente o termo QRcode para representar qualquer
tipo de Mobile Tag).
Um padrão interessante entre as mobile tags, apesar de não ser tão Figura 7.12 - Imagem de uma Microsoft Tag linkando para www.martha.com.br.
popular quanto o QRcode, é a Beetagg. Nesse tipo de código 2D, é pos- Os padrões tradicionais de Mobile Tags baseiam-se em alto contraste
sível incluir uma imagem visual, colorida, com o código na tag. Isso é de elementos na imagem. Novas tecnologias de Mobile Tags têm sido
muito útil para inserir logos nos códigos, personalizando-os. A figura desenvolvidas, como é o caso do Bokode, um padrão óptico de Mobile
7.11 mostra uma Beetagg com link para o perfil Omarthagabrielno Twitter Tag baseado na luz e cujas características são interessantes e promissoras.
(http://twitter.com/marthagabriel) e, dessa forma, está personalizada com o logo O Bokode foi lançado pelo MIT no SIGGRAPH 2009, e o vídeo acessível
do Twitter, indicando ao que está relacionada. pelo QRcode da figura 7.13 mostra o seu funcionamento.
12 http://en.wikipedia.org/wiki/Mobile
tagoing 13 http://mobile-tagging blogspot.com/2007/09/ what-is-mobile-tagging.html
174 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
175
E
mim
ta;
els gi
Ea] Figura 7.15 — Imagem de um QRcode armazenando e linkando para a URL
F http://www.martha.com.br/.
"É A capacidade de armazenamento de um QRcode, para os diversos
r
Pires tipos de dados, é apresentada na tabela 7.1.
Figura 7.13 — Imagem e QRcode de acesso ao vídeo LabCast, do MIT. demonstrando o Tabela 7.1 — Capacidade máxima de um QRcode para armazenamento de
Bokode em www. youtube.com/watch?v=wG7vXIiwg. dados.
Fonte: Denso-Wave, 2009.
É possível encriptar diversos tipos de informações em um código de
! QRcodes — Capacidade máxima de armazenamento por tipo de dados
barras 2D, como textos, contatos (nome, e-mail etc.) ou URLs (endereços
| Apenas numérico 7.089 caracteres
na internet). No entanto, o tipo de informação encriptada mais poderosa
Alfanumérico 4.296 caracteres
são realmente as URLs, ou seja, links para acessar a internet.
Binário (8 bits) à 2.953 bytes
Enquanto um código de barras linear tradicional, como o mostrado Kanji, full-width Kana | 1.817 caracteres
na figura 7.14, consegue encriptar apenas dados numéricos e é capaz
de armazenar somente até 20 dígitos, um código de barras 2D permite
Outra vantagem das Mobile Tags sobre os códigos de barra lineares
é o modo de se ler e decodificar a informação. Enquanto as Mobile
encriptar não apenas dados numéricos, mas também alfanuméricos e em Tags
diversos alfabetos diferentes, além de ter capacidade de armazenamento podem ser desodificadas virtualmente por qualquer aparelho celular com
câmera (bastando instalar software de leitura apropriado),
de informações muito maior. os códigos de
barra lineares exigem scanners, hardwares específicos para tal. Essa
ca-
|
racterística — a de se apropriar de uma plataforma de hardware (aparelhos
celulares) já disponível, com difusão global, e uma das mais populares em
todas as classes sociais - torna o uso de Mobile Tags extremamente simples
e com potencial de impactar praticamente qualquer pessoa
no planeta.
Veja a seguir alguns dos principais benefícios das Mobile Tags:
123456
* Armazenamento - possui alta capacidade de armazenamento.
Figura 7.14 — Imagem de um código de barras linear que armazena o número * Encriptação - encripta vários tipos de informações (URLs, textos,
“123456”. contatos, SMS) e dados (numéricos, alfanuméricos de diversos
Um QRcode (Figura 7.15), por exemplo, é capaz de lidar com milhares alfabetos).
de caracteres de todos os tipos de dados, como numéricos e caracteres * Rastreamento - rastreia a mídia off-line ( impressa e eletrônica).
alfanuméricos, Kanji, Kana, Hiragana, símbolos, binários e códigos de
* Não requer hardware específico para leitura ou criação dos có-
controle!s.
RE a
digos - usa plataforma já existente de com putadores (para criar os
14 Denso-Wave, 2009. códigos) e dispositivos móveis (para leitura).
176 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
177
* Gratuito (tanto a criação como a leitura das Mobile Tags) - Há uma Tagging é atualmente um dos processos mais simples e econôm
grande variedade de sistemas gratuitos on-line para criar Mobile icos de
se criar realidade aumentada.
Tags e também de leitores.
O uso de mobiles tags pode beneficiar virtualmente todas as áreas
* Usabilidade - Não necessita de digitação nos dispositivos móveis, do
conhecimento, inclusive marketing. Alguns exemplos de uso de
usando apenas escaneamento de imagens. mobile
tags nas mais diversas áreas são apresentados a seguir.
* Inclusão digital - Tecnologia acessível de baixo custo com grande
potencial de inclusão digital conforme os custos de banda larga Entretenimento
móvel também vão se tornando mais acessíveis. A área de entretenimento pode se beneficiar do uso de mobile
tags para
*- Sustentabilidade - A possibilidade de usar os códigos no ambiente comunicação, facilitando os processos de relacionamento com público
s
digital isenta vários produtos da necessidade de impressão (como específicos, criação de jogos e experiências interessantes.
tickets aéreos, por exemplo), colaborando com o meio ambiente. O clipe musical Integral, do conjunto Pet Shop Boys, é um
excelente
* Realidade aumentada — Acrescenta camadas digitais a coisas e exemplo de uso de QRcodes integrados na linguagem do vídeo, de
forma
lugares físicos. que as pessoas que queriam ler os QRcodes precisavam acessar o
vídeo
* Flexibilidade - O usuário tem o poder de escolher o nível de de- no YouTube ou em alguma mídia onde pudessem parar nas imagen
s para
talhamento que deseja no acesso on-line. poder escanear os códigos. Como o clipe foi veiculado origin
ariamente
na TV e as pessoas precisavam ir para a internet para decifra
A seguir, discutiremos o cenário atual e os tipos de aplicações existentes r o código
no clipe, usando o celular para aí acessar outro destino, essa
e potenciais para as Mobile Tags. ação é um
excelente exemplo de crossmídia, na qual a história começa
no clipe da
TV, continua no YouTube, na internet, é depois no celular. Foi
Cenário e aplicações uma ação
tão interessante (e inovadora na época) que ganhou Leão em
Cannes em
Atualmente, como mencionado antes, o padrão de Mobile Tag mais po- 2008. À figura 7.16 apresenta o link para assistir a esse vídeo no YouTub
e.
pular do mundo é o QRcode, que já é comum e um sucesso no Japão. Na
Inglaterra, o padrão mais usado, mas ainda de forma mais modesta, é O
Datamatrix. A disseminação das Mobile Tags está intensamente associada
à popularização da banda larga mobile. Conforme aumente a difusão
global da banda larga mobile, tenderá a aumentar também a adoção de
Mobile Tags ao redor do mundo.
Por detrás do Mobile Tagging está tanto a ideia de uma convergência
absoluta de mídias (pois as tags podem “conduzir” quaisquer tipos de
mídias [vídeo, textos, páginas, músicas, aplicativos etc.) quanto a de Figura 7.16 - Imagem e QRcode de acesso ao clipe Integral em www.
youtube.com/
uma plataforma perfeita para processos transmídia, pois as tags podem watch?v=dotvLcW V3jw.
ser usadas para conduzir as pessoas de uma mídia para outra durante o
storytelling. Área pública, artística e cultural
Justamente por atuar como um link físico para o mundo on-line digi- Nas áreas de arte e cultura, além do p potencial estético e tecnológico dos
tal, as mobile tag funcionam também como instrumentos de ampliação
diversos padrões de mobile tags para uso como fonte criativa, a sua
da realidade, acrescentando um layer de informações digitais às aplica-
coisas ção em catálogos e sinalizações culturais pode trazer benefícios
“físicas (pessoas, objetos, lugares etc.) na realidade. Desse modo, o Mobile enormes.
178 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile
O
Em museus, por exemplo, poderiam ser usados QRcodes ao lado de comentando seus próprios trab
alhos, enquanto visitamos um
obras de arte para dar acesso a informações on-line detalhadas sobre cada (virtual ou não). Se isso existiss mus
e no passado, hoje poderíamo
trabalho. Esse processo informativo usando mobile tags é muito mais Van Gogh , Renoir, Michelangelo, s q :
Leonardo Da Vinci, entre mui
interessante e econômico do que os tradicionais audioguias de museus e apresentando suas ideias sobr tos out :
e cada obra que criaram
monumentos, que, além de frequentemente funcionarem mal e muitas
Pensando nas mobile tags como fer a
vezes obrigarem as pessoas a enfrentar filas para pegá-los e devolvê-los, ramentas artísticas um dos primei-
ros trabalhos de arte a usar ORC
são engessados em termos de uso. Com as mobile tags, além de cada visi- ode s é o Sensitive Ro eb, que cons
uma rosa dos ventos digital inte troi
tante usar o próprio aparelho celular para acessar as informações da obra/ rativa com QRcodes ma eando
os dese jos
pres
com vários níveis de detalhamento. Assim, o processo tende a satisfazer, de o co mo trabalho, para
escolher o desejo, ocorre via
forma muito mais eficiente e prazerosa, todos os tipos de públicos. celular. Esse tr abalho foi lan
Trends São Paulo 2008, exp çado no Nokia
osto em vários p aíses, premia
Do mesmo modo, o uso de mobile tags pode ser aplicado também a Florença 2009 e convidado no do na Bienal de
Technarte (Bil bao) 2010. A ima
monumentos, locais públicos, transportes públicos, permitindo até que balho e o link para assistir ao gem do tra-
vídeo de demo Bstração estão na
as pessoas anotem comentários e sugestões on-line, além de informações figura 7.17.
digitais associadas a cada local.
Um projeto muito interessante, que visa a conectar lugares físicos
e
de forma bastante simples e eficiente. epois interaja com o trabalho via e ler as
celular, escaneando o QRcode
aaf aa 7.18 (ou o QRcode que fica
Além da facilidade de acesso, a possibilidade da permanência da no canto inferior direito da tela do
ano, que é a tag de entrada dele
informação on-line tem o potencial de, ao longo do tempo, permitir ). Após a interação no celular,
sã
você
que todo o acervo artístico e cultural da humanidade esteja catalogado a te a d o p tador ex 1 tu nça o da St a
Área pessoal
Mobile tags, especialmente QRcodes, têm sido usados por pessoas em
Figura 7.18 - Imagem do QRcode com link para a página mobile de interação com o cintos, camisetas, tatuagens e cartões de visita. As tags fazem links para
trabalho de arte Sensitive Rose. sites ou informações pessoais ou encriptam informações de contato.
Um uso particular de mobile tags no Japão é sua aplicação em túmulos.
Área empresarial privada Algumas famílias têm usado QRcodes em lápides. Quando acessados,
esses códigos linkam para vídeos e gravações de voz da pessoa falecida!*.
Na área privada, existem infindáveis aplicações possíveis que se benefi-
Pode ser um modo interessante de preservar a memória das pessoas.
ciam das mobile tags. O uso é a criação de links para o site da empresa.
Essas tags podem ser usadas em cartões de visita, folhetos, catálogos,
Educação
fachadas de prédios, móveis etc.
Um exemplo interessante já em uso por algumas companhias aéreas, A área de educação talvez seja uma das que mais se beneficiem das mobile
como a Swiss Air (Figura 7.19) e a Lufthansa, é a emissão de cartões de tags. A possibilidade mais óbvia é o que está sendo feito neste livro —
embarque mobile com as informações de check-in encriptadas em mobile usamos QRcodes com links para conteúdos digitais para proporcionar
tags que podem ser lidas diretamente da tela do celular, no momento uma experiência mais rica ao leitor, acrescentando as camadas digitais ao
do embarque. A Swiss Air usa o padrão Aztec, enquanto a Lufthansa e conteúdo impresso. Esse mesmo processo pode ser usado em qualquer
outras, QRcodes. livro ou enciclopédia impressa.
Alguns exemplos interessantes e criativos, que vão além da funciona-
lidade usada neste livro, são apresentados a seguir:
e Tabela periódica dos elementos (http://wwyw.nerdnews.it/2009/03/17/gr-
code-periodic-table-of-elements/) - Um estudante italiano criou uma tabela
periódica onde cada elemento é representado por um QRcode que
dá acesso às suas características. Uma ampliação dessa ideia pode-
ria ser de, em vez de apenas dar acesso às informações básicas dos
elementos, cada QRcode mostrasse um vídeo sobre o elemento e
suas características, ampliando a informação multimídia da tabela.
e Prática em laboratórios com QRcodes - Para ensinar os alunos a
como usar os materiais de laboratório de forma adequada, o pro-
fessor Dr. Jo Badge, da Universidade Leicester, colocou um QRcode
Figura 7.19 - iPhone mostrando um cartão de embarque mobile da Swiss Air usando em cada instrumento do laboratório - o código dava acesso a um
o padrão Aztec de mobile tag (os dados pessoais foram desfocados na imagem). Fonte: vídeo que explica como usar o equipamento.
Simon Aughton".
17 Imagem publicada no Flickr em 2009 sob licença de Creative Commons (obtida em http:// 18 Veja vídeo da reportagem sobre o uso de QRcodes em tumbas (Schofield, 2008).
wirw.explainthatstuf. com/how-data-matrix-codes-work.himl).
182
Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tenologias mobile
183
* Jogos educativos - Um professor de
física na Austrália usou e Calvin Klein — A empresa usou um outdoor que dava acesso a um
QRcodes para criar um jogo educativo para
ensinar sobre orien- conteúdo censurado, por meio de um QRcode gigante (Figura 7.20).
tação/navegação. Os alunos deveriam
seguir as instruções obtidas
em cada QRcode e operar a bússola Para assistir ao comercial censurado, você pode escanear o QRcode
para encontrar a pista final.
do outdoor da figura 7.21 ou ir diretamente para o endereço que
Marketing ele acessa — http:/ckj.mobifpr.
As possibilidades de uso de mobile tags
em marketing são infinitas. Um
dos mais óbvios é colocar QRcodes em
todo tipo de embalagem para dar
link para informações on-line adiciona
is sobre os produtos, o que pode
ser particularmente interessante
em embalagens pequenas, que
espaço disponível para muita info não têm
rmação impressa.
Outro uso interessante para as mobile
tags no marketing é fornecer
links para downloads diretos de brin
des digitais, como ringtones, cli-
pes ou games mobi le. Mais uma utilização possível
para enriquecer a
relação entre consumidor-produto é
o uso de mobile tags em menus de Catyin KleinJecns DAT
restaura
ntes, onde o cliente pode ver o prato
(vídeo, por exemplo) e obter
informações detalhadas sobre valo
res nutricionais e calóricos.
As mobile tags podem beneficiar qual
quer dimensão estratégica do Figura 7.21 - Imagem?” do outdoor da Calvin Klein dando acesso a propaganda
marketing - produto, preço, praça
e promoção. Alguns exemplos inte- censurada - para ver o vídeo, escaneie o QRcode do outdoor.
ressantes são apresentados a segui
r.
* NBuilding, Japão - O NBuilding é um * Google Reviews? - Sistema de reviews do Google que usa QRcodes
centro comercial no Japão para as pessoas poderem acessar e fazer reviews sobre estabeleci-
que apre
senta as suas promoções na fachada
do edifício por meio mentos comerciais, como restaurantes.
de QRcodes dinâmicos. Para aces
sar o vídeo explicativo, use o
QRcode da figura 7.20. Weather Channel - O canal de televisão américano apresenta na
tela um QRcode que dá acesso ao download do aplicativo do canal
para dispositivos móveis com sistema operacional Android. Ei
trecho do programa onde aparece o QRcode pode ser visto no ví-
deo que pode ser acessado pelo QRcode da figura 7.22. Essa aRoc
particularmente interessante, pois alavanca a utilização cross-mídia
dos conteúdos do canal.
Para usar as mobile tags, lendo-as por meio de um aparelho celular, é Além dos demais códigos 2D disponíveis ao longo desse livro, a figura
necessário: a) possuir um celular com câmera; b) instalar um leitor apro- 7.23 pode também ser usada para testar a instalação do(s) software(s)
priado para a leitura dos códigos de barra 2D. A maioria dos celulares de leitor(es) de mobile tags. Nesse caso, essa figura encripta informações de
nova geração vem equipada com câmera e software leitor de QRcode já contato, diferentemente dos demais códigos neste livro, que encriptam URLs.
instalado. Para aparelhos que não possuem ainda um software leitor de Observe também que é possível se incluir legendas textuais nas mobile tags,
mobile tags instalado ou que têm software leitores apenas para QRcodes, com indicações sobre o código, como se fez no caso dessa figura.
é necessário instalar os leitores de mobile tags desejados.
Existem diversos tipos de leitores de mobile tags disponíveis para
download na web. Apresentamos aqui algumas sugestões de leitores de
mobile tags (são todos gratuitos). Para instalar o software, basta acessar
a URL indicada para cada um deles, usando o navegador do aparelho
celular (ou via Apple Store, no caso do iPhone):
* inigma — wwwi-nigmamobi (lê QRcode e Datamatrix);
Figura 7.23 — Imagem de um QRcode com informações de contato.
*- Beetage — gei.beciage.com (lê QRcode, Datamatrix e Beetago);
* Microsoft — www.microsoft.com/tag (Iê Microsoft Tag). Criação de mobile tags
Após instalar o software no celular, para ler uma mobile tag, é neces-
A criação de mobile tags é extremamente simples, gratuita e pode ser feita
sário abrir a câmera do aparelho (em alguns modelos, as câmeras abrem
por meio de ferramentas on-line. Existem muitos modos de se criar os
automaticamente quando o software de leitura é iniciado), iniciar o diversos padrões de mobile tags. Apresentamos aqui algumas sugestões.
186 Marketing na Era Digital Capítulo 7 = Tecnologias mobile 187
Para criar O tipo de mobile tag desejado, basta acessar a URL do sistema uma pesquisa da Research2guidance?. A tendência é que as lojas de
referente ao seu tipo, via navegador do computador, como se segue: aplicativos comecem a comercializar itens segmentados por categorias.
* inigma — wywi-nigma.com (cria QRcode e Datamatrix); |
Um aplicativo bastante interessante para a plataforma Nokia é o detém a maior fatia de market share, com 43% do mercado, seguido por
BlogRadio?, que transforma posts de blogs em podcasts. Para que o RIM (18%), Android (17%), iOS (14%) e Windows Mobile (5%).
aplicativo funcione, é necessário conectá-lo aos blogs on-line. Vários A escolha do tipo de aplicativo a desenvolver e para quais plataformas
outros aplicativos interessantes necessitam de conexão, como Shazam dependem de diversos fatores, como objetivo de negócios e de marketing,
ou SoundHound, que “ouvem” uma música e a identificam para nós. o público-alvo, difusão dos sistemas operacionais nos mercados-alvo etc.
aplicativo de realidade aumentada para identificação pessoal, o TAT IDA.
No caso do iPad, um aplicativo que se apropria de forma muito ade-
quada das capacidades e características do dispositivo em consumir infor- Mobile TV
mação é o Elipboard (wwwflipboard.com/), que transforma perfis no Twitter De forma ampla, Mobile TV (ou televisão móvel) é qualquer tecnologia
-eno Facebook em revistas digitais navegáveis, expandido os conteúdos. que permita assistir à televisão em dispositivos móveis. A primeira te-
O vídeo acessível pela figura 7.25 traz Jonatas Abbott apresentando, de levisão de bolso foi vendida publicamente em 1977, por Clive Sinclair, e
forma bastante didática, as funcionalidades do Flipboard para o iPad. era chamada de Microvision?.
Enquanto até recentemente os dispositivos de TV móvel eram apare-
lhos dedicados a captar 'T'V e rádio apenas, na última década, no entanto,
os avanços tecnológicos nos dispositivos móveis em geral - como telefones
celulares, PDAs etc. - e a sua popularização ao redor do planeta fizeram
com que hoje a plataforma móvel tenha se tornado um dos formatos
emergentes e promissores para a Mobile TV, ou Televisão Móvel.
Segundo Leonardo Xavier”, especialista no mercado mobile no Brasil,
existem três tipos de tecnologias, ou plataformas, para a Mobile TV:
1. TV móyel aberta - Acesso aos conteúdos abertos e gratuitos da
TV em padrão digital, por meio de aparelhos compatíveis com
Figura 7.25 — Imagem e QRcode de acesso ao vídeo de demonstração do Flipboard para essa tecnologia. Vantagens: conteúdo gratuito e boa definição.
iPad, apresentado por Jonatas Abbott, em www. youtube.com/watch?v=8 QcQtP26UO. Desvantagens: pouca difusão de aparelhos com essa tecnologia no
mercado, faltando ainda maior popularização.
Desenvolvimento de aplicativos 2. TV móvel paga — Acesso aos conteúdos disponíveis nos diversos
O desenvolvimento de aplicativos requer contratação de empresas ou canais tradicionais de televisão por assinatura, por meio de um
programadores especializados. Da mesma forma que para desenvolver aplicativo disponibilizado pelas operadoras de telefonia móvel.
um software para os sistemas operacionais Mac, Windows ou Linux, é Vantagens: grande quantidade e variedade de canais disponíveis.
necessário contratar programadores especializados, para o desenvolvi- Os preços de acesso estão cada vez mais acessíveis e o volume de
mento de aplicativos para os sistemas operacionais mobile também. assinantes vem crescendo de forma consistente. Desvantagens: o
Os principais sistemas operacionais móveis são Symbian (Nokia), acesso é pago.
RIM (Blackberry), iOS (Apple), Android (Google) e Windows Mobile 3. TV móvel web - Acesso ao conteúdo de áreas de vídeos de sites
(Microsoft). Segundo a Gatner Inc.”, o sistema operacional Symbian móveis de grandes portais na internet. Vantagens: abundância de
conteúdo produzido originariamente para a web, bem editado,
3 htip://wwwyoutube.com/watch?y=DPvSsneKZOk
to
Armyr Klink
Considerações e recomendaçõe
s adicionais
Conforme comentado no
início deste capítulo, a mob
Principais tendências hum ilidade é uma das
anas que não apenas vem
pelas tecnologias emergentes, sendo satisfeita
mas também tem sido alavan
pulsionada. No entanto, o cada e im-
grau de disseminação e pop
tecnologia móvel é bastante ula riz açã o de cada
distinto entre as culturas e loca
fim mal O is diferentes.
28 Xavier, 2010.
caPÍTULO 8
Redes sociais
levantada
tornam-se cada vez mais comuns. Uma especulação interessante Foco principal Sites
huma-
por Nova Spivackº é que a web seria uma nova camada no cérebro Apresentações
SlideShare (www. slideshare.net),
ri
de redes sociais é compilada na
Wikipédia em Um dos primeiros escrit
hiip:l/en.wikipedia.org/wiki/List of social ores a descrever a nature
networki
ng websites. Sites Pessoas foi o cientista e fil za dos laços entre
“defuntos” de redes sociais, que fora ósofo alemão Johann Wol
m populares no passado, mas não fgang von Goethe em
existem mais, também são listados 1809, na sua clássica Elec
na Wikipédia em http:l/en.wikipedia.org/ tive Affinities?.
wiki/List of defunct social networking O estudo dos laços em redes
websites. sociais é bastante important
Além dos sites de redes sociais exist lise do capital social de cad e para a aná-
entes, é possível criar de forma a nó (indivíduo) - o valor
muito simples recebe da rede social. A qua que cada indivíduo
e fácil um site de rede social específico lidade dos laços interpessoai
Presas, eventos, congressos ou qual
,
como para em- informações que esses laç s de um nó e as
quer outra necessidade particular os circul
am determinam o capital
O Ning é uma plataforma on-line . Os laços interpessoais pod social desse nó.
gratuita para criar redes sociais, que em ser de três tipos: fortes
oferece a maior parte das funciona Pessoas com quem mantem (amigos, famílias,
lidades estruturais de que um site
de os relações próximas), fracos
rede social precisa, e permite a cust Pessoas com quem (conhecidos,
omização do ambiente. Muitas redes mantemos relações mais superfici
Sociais são construídas com o Ning ais) ou ausentes
.
É interessante notar que, da mesma
forma que as pessoas participam
de vários grupos sociais off-line,
também tendem a participar de
de um site de redes sociais on-l mais
ine. Assim, é muito comum que
Pessoa que tenha perfil no Facebook também uma
tenha conta no Twitter e
LinkedIn, por exemplo. Essa prolifer
ação de perfis em redes sociais gera
um problema de gestão das diversas
contas on-line e, por isso, ferramentas
como o Zooloo centralizam o aces
so ea gestão de várias redes sociais
mesmo lugar. No caso do Zooloo, no
é possível centralizar as redes Face
Twitter, LinkedIn e MySpace. book,
frequentar os mesmos círculos que nós, cas inform
Organização e estrutura das redes soci se sobrepõerr? consideravel ações que eles recebem
ais mente ao que já sabemos.
fracos), por sua vez, conhec Conhecidos (laços
Como mencionado anteri orme em pessoas que não conhec
nte, redes sociais são um assu recebem mai s informações novas.
emos e, portanto,
nto antigo, ine-
rente ao ser humano. Os primeiro
s estudos sobre o tema começa Esse fenônemo faz com
no final do século XIX e evoluíra ram apenas
m até a atual Teoria das Redes que as maiores oportunid
Sociais'. concentrem nos laços fracos ades e ameaças se
Segundo a Teoria das Redes Sociais, em uma rede social, os qua
uma rede social é composta de ou reduzir o capital soci is podem ampliar
atores (nodes, ou nós) € laços (ties). al de um nó em função
Os nós são as Pessoas ligadas pelos circulam. No ambiente das informações que
laços. O gráfico resultante dos laços entre as pess digital, devido à alta velocidad
oas normalmente é informações, o Papel dos laç e de circulação de
bastante complexo e envolve muit os fracos torna-se ainda mai
os tipos de ligações entre eles. Teor a habilidade de mapeamento s crítico. Assim,
matemáticas antigas, como a Teoria ias dos laços fracos nas redes Soci
dos Grafos”, de 1736, por exemplo, para qualquer estratégia ais é essencial
são usadas para estudar as redes socia de atuação nelas.
is. À Teoria dos Grafos é um ramo Um livro bastante interessa
da matemática que estuda as relações entre os objetos nte, que analisa as influê
de um determinado humanas e o seu poder na ncias das relações
conjunto e pode ser aplicada às configuração das redes Soci
redes sociais como um conjunto the Surprising Power of our ais, é Connected:
Soas, que são os objetos que dela participam. Muit de pes- Social Networks and How
os softwares de análises Nicholas Christakis e James They Shape our Lives's, de
de redes sociais usam hoje a Teoria Fowler. O livro trata das inf
dos Grafos em seus algoritmos. Se O luências invis íveis
Veja detal hes sobre a Teoria das Redes Sociai 13 Mais informações em httpi
s em hitp:/fenwikipedia.org) wiki/Social len.wikipedia.org/wiki/interpe
12 Wikipédia - Teoria dos Grafos Chttp: network theory 14 Granovetter, 1973. rsonal, ties
//en.wikipedia.org/wiki/Graph theory).
15 Christakis e Fowler, 2009.
200 Marketing na Era Digital Capítulo 8 = Redes sociais 201
que um nó exerce além dos nós imediatamente conectados a ele e como ser influenciada pelas ações do indivíduo, mas não depende somente
a rede em si é afetada. Na figura 8.1, o QRcode dá acesso a um vídeo de
delas, mas também das construções dos outros sobre essas ações. À
18 minutos no qual um dos autores, Christakis, fala dessas influências
reputação não está associada à quantidade de conexões de um nó em
sociais durante um TED Talks nos Estados Unidos. uma rede social, mas às impressões que as conexões têm sobre esse
nó. Por isso, a reputação é um capital social relacional cognitivo.
* Popularidade - Valor relacionado à audiência de um nó - medida
quantitativa da localização de um nó na rede. Quanto mais conexões
um nó tem, mais popular é e mais centralizado na rede se torna. Nós
populares tendem a ser mais influentes na rede. A popularidade é
um valor mais relacionado com os laços fracos do que fortes, porque
a percepção do valor da popularidade está associada à quantidade
de conexões e não à qualidade delas. A popularidade é um capital
social relacional.
Figura 8.1 — Imagem e QRcode de acesso ao vídeo do TED Talk com Nicholas * Autoridade — Poder de influência de um nó na rede, do qual de-
Christakis: The Hidden Influence of Social Networks, em www.youtube.com/ pende a sua reputação. A autoridade não é decorrente apenas do
watch?v=2U-tOghbIfE. capital social relacional, mas também do capital social cognitivo.
É importante conhecer os diversos tipos de capitais sociais em uma
Capital social rede, pois constituem elementos importantes para se traçar estratégias
Capital social é o valor que cada nó, indivíduo, adquire, por meio das nessas redes.
redes sociais a que pertence. O capital social é composto de vários va- Sistemas de monitoramento em redes sociais tentam mensurar da
lores decorrentes das relações entre nós (capital social relacional) e das melhor forma possível as influências e os tipos de capitais sociais dentro
percepções que os nós têm sobre os outros (capital social cognitivo). de uma rede para detectar possíveis oportunidades e ameaças e traçar
Segundo Raquel Recuero's, alguns dos valores mais comumente rela- estratégias apropriadamente. Abordaremos a parte de estratégias no
cionados aos sites de redes sociais e sua apropriação pelos nós (indivídu- capítulo 14.
os), em termos de capital social, são visibilidade, reputação, popularidade Nas redes sociais digitais, muitas vezes o termo Whufhe é utilizado
e autoridade: como sinônimo de capital social. O termo originou-se do livro de ficção
* Visibilidade - Valor decorrente da presença do ator na rede social. científica de 2003, Down and Out in the Magic Kingdom, de Cory Doctorow,
Quanto mais laços um nó tem, maior a sua visibilidade. Além de em que Whuffie é a moeda de uma economia baseada em reputação. A
ser um valor em si só, a visibilidade é também matéria-prima para conta de Whutffies de uma pessoa, nessa sociedade, é visível a qualquer um,
a criação de outros valores de capital social. A visibilidade é um pois todos possuem um implante cerebral que lhes dá uma interface com
capital social relacional. a rede”. A analogia entre os Whuffes e o capital social em redes sociais
é tão adequada que, em 2009, durante a conferência TechCrunch50, foi
* Reputação — Percepção construída de um nó pelos demais ato-
lançado o The Whuífie Bank, uma companhia sem fins lucrativos que mede
res da rede, que implica três elementos: “eu” o “outro” e a relação
o capital social de um perfil no Twitter ou Facebook.
entre ambos. A reputação de um nó é consequência de todas as
impressões dadas e emitidas sobre esse nó. Assim, a reputação pode
16 Recuero, 2009, p. 107. 17 Para mais detalhes sobre Whuffies e outros sistemas similares de capital social ficcional, veja
http://en.wikipedia.org/wiki/Whufie
202 Marketing na Era Digital Capítulo 8 = Redes sociais 203
18 masters, 2010.
204 Marketing na Era Digital Capítulo 8 = Redes sociais 205
e Oitenta e dois por cento dos usuários do LinkedIn estão também WebShoppers 22a edição (agosto de 2010) — Dados de e-commerce e
no Facebook e 31%, também no Twitter; redes sociais no Brasil: [http://bit.ly/c8aICL].
e Noventa e um por cento dos usuários do Twitter estão também Ibope (agosto de 2010) — Brasil é o país que navega por mais tempo na
no Facebook e 21%, no LinkedIn. internet e 70% da população brasileira está on-line: [htip://bit.ly/bJyEiHl).
* Facebook — Usuários mais velhos e com melhor padrão de vida. Ibope (agosto de 2010) - Uso pessoal de redes sociais no Brasil ainda
Mais propensos a serem casados (40%), caucasianos (80%) e apo- é muito maior que o uso corporativo: [http://bit.ly/cyYsNj).
sentados (6%), quando comparados aos usuários de outras redes ComScore (agosto de 2010) - Brasile América Latina puxam audiência
sociais. Possuem a segunda maior média de renda (US$ 61 mil ao do Twitter: [http://bit.ly/cBVBCD].
ano) e uma média de 121 conexões. Em geral, não há uma área
Ibope (julho de 2010) — Brasil é um dos dez países que mais acessam
específica de interesse para esse grupo de redes sociais. Usuários
redes sociais: [http://bit.ly/dbdd8P].
extremamente fiéis: 75% dizem que o Facebook éo site favorito e
59%, que aumentaram o seu uso nos últimos 6 meses. Nielsen (junho de 2010) - Oito em cada dez internautas brasileiros
acessam redes sociais: [http://bit.by/9Xjra4].
Twitter - Usuários mais propensos a ter empregos de tempo parcial
(16%, sendo a média das outras redes sociais de 11%). Renda média ComsScore (junho de 2010) — Brasil é o país que mais usa o Twitter na
anual de US$ 58 mil. Especialmente interessados em notícias, res- América Latina: [http://bit.ly/aLO8Xm].
taurantes, esportes, política, finanças pessoais e religião. São mais Artigo (em inglês) “Brazil Sees Facebook Growth in Key Demographics”:
propensos a adquirir livros, filmes, sapatos e cosméticos. Não são [http://bit.Iy/9ZA2af].
tão leais: 43% declararam que poderiam viver sem o Twitter.
O Mapa das Mídias Sociais no Brasil - Vídeo elaborado pela Agência
LinkedIn - Usuários de redes sociais que possuem a maior média Click, em 2009, que apresenta o contexto digital e a difusão das
de renda (US$ 89 mil anuais). Interesses profissionais são espe- redes sociais no Brasil. Apesar de os dados mostrados no vídeo não
cificamente manter contato com empresários e buscar ofertas de serem thais atuais, vale a pena para ver o impacto das redes sociais
emprego, desenvolvimento de negócios e recrutamento. Tendem no Brasil em 2009: [http://bit.ly/bjElpB] ou acessé direto pelo celular via
a gostar de notícias, informações profissionais, esportes e política. - QRcode (Figura 8.2):
Gostam também de academias, spas, yoga, golfe e tênis. São os que
possuem mais gadgets e, em particular, gostam de câmeras digitais,
TV de alta definição, DVRs e Blu-ray. Possuem alguns interesses
curiosos: apostas e novelas. A maior parte desse grupo é composta
de homens (57%).
No Brasil, segundo a pesquisa Comportamento em Mídias Sociais no Brasil',
Eai
da e.Life, em 2009, o Orkut é o maior site de rede social e os sites que mais
crescem aqui são Facebook, Twitter e LinkedIn. O YouTube também é Figura 8.2 - QRcode de acesso ao vídeo Mapa das Mídias Sociais no Brasil.
bastante utilizado, com foco em lazer e entretenimento.
Veja alguns links para pesquisas sobre o uso da internet e redes sociais
no Brasil (as URLs podem ser acessadas pelo código encurtado, para Cases
facilitar a digitação): Para ilustrar o impacto das redes sociais na cultura e sociedade, no Brasil
e no mundo, apresentamos a seguir alguns cases interessantes relacio-
19 e.Life, 2009. nados a isso:
206 Vo Marketing na Era Digital
Capítulo 8 = Redes sociais
207
* Artigo “MIT: A Social Network that Ballooned” — Uso interessante das
redes sociais por uma equipe do MIT em um desafio para encontrar
| Considerações e recomendações adicionais
Dilos nerd os: kttp:/lgoo gUULXOM. E ul E No
ste capítulo teve como intuit o apresentar os conceitos e o cenárnoio
das
* Artigo “Fugitivo Confunde Polícia pelo Facebook” - Um redes e mídias sociais no Brasil e no mundo.
britânico de 28 Às estratégias em redes
anos que escapou da prisão em setembro de 2009 usou o Facebo sociais são discutidas no capítulo 14.
ok
para dar informações desencontradas, enigmáticas, Algumas referências adicionais interessantes
para confundir que podem interessar
os investigadores: htip://goo.gl/fgv. a quem deseja se aprofundar no estudo de redes
e mídias sociais estão
* Artigo “California Earthquake Tests Real-Time Search Beliefs” - Pesqu relacionadas a seguir:
isa
pelos tweets emitidos após o terremoto na Califórnia no * Material acadêmico sobre mídias sociais
início [www midiassociais. blog.br/links/
de 2010 mostra que o tempo real no mundo tem uma demora material-academico-sobre-midias-sociais/
de E
apenas 2 minutos, que foi o período que levou
entre o início do , e Livro Comnected: the Surprising Power of our Social Network
terremoto e o primeiro tweet sobre ele: http://g00.gl/HNBB. s and How They
Shape our Lives - Nicholas A. Christakis e James H. Fowler, 2009.
e Artigo “Twitter Helping Haiti Earthquake Victims” - Este
artigo mostra
4 como as redes sociais ajudam a mobilizar o auxílio humani
tário,
É potencializando as doações e participação de pessoas do mundo
li todo: http://goo.gl/s9Lo.
É * “Twitter Vira Fonte de Informações durante o Apagão no Brasil
em Novembro
f de 2009” — http://goo.gl/dión.
: * Artigo “How Social Media is Changing the Way We Travel
- Artigo que
mostra como as mídias sociais estão mudando o modo como
viaja-
mos (planejamento, informações às pessoas, entretenimento etc.):
hitp:/igoo.gl/alJT.
a :
Ferramentas
Apresentamos a seguir al gumas ferramentas interessante
s para potencia-
lizar o uso de redes sociais:
* Construção de redes sociais customizadas: Ning - ferram
enta para
construir redes sociais: ywwning.com/.
* Visualização de dados de redes sociais (Digg, Facebook, Flickr,
Google Maps, Last.fm, Reddit, Twitter, YouTube): várias ferramen-
tas de visualização: http://pulse2.com/2010/02/03/31 -interesting-soc
ial-media-data-
visualization-tools/.
capítuLo 9
Plataformas de busca
A busca não é algo novo, visto que o ser humano busca desde sempre.
No entanto, a forma de buscar e a sua difusão no cotidiano das pessoas
mudaram muito. Se na pré-história o ser humano buscava a caça por
meio de instintos e usando ferramentas de pedra e metal, hoje buscamos
praticamente qualquer coisa primeiramente no mundo digital, por meio
de ferramentas on-line e em tempo real. O objetivo deste capítulo é dis-
cutir a importância que a busca tem adquirido no cenário atual, o quanto
influencia o mercado, e apresentar as plataformas digitais de busca que
podem ser usadas estrategicamente pelo marketing.
209
210 Marketing na Era Digital Capítulo 9 = Plataformas de busca
2H
expansão da computação ubíqua (alavancada pelas plataformas móveis O sucesso dos mecanismos de busca é indiscutível. Confor
e sensores) colaboram para a explosão da quantidade de conteúdo on- me a pes-
guisa Search Soars, Challenging E-mail as a Favorite Internet
line, resultando no fenômeno da cauda longa (long tail). No entanto, Activity, da Pew
Research!, a busca continua sendo a segunda atividade mais
por outro lado, conforme a quantidade e a complexidade do conteúdo popular
on-line (desde 2005). Segundo outro estudo, o Search Engine
disponível aumentam, maiores se tornam a dificuldade e a angústia do User Behavior
Study”, da iProspect, 90% dos internautas usam search engines
ser humano em encontrar o que precisa, conforme discutido no paradoxo e 87% desses
usuários declararam que encontraram a informação de que precis
da escolha (veja capítulo 3 para mais detalhes sobre o contexto atual e avam.
Ainda, 39% dos internautas disseram que acreditam que os
o impacto do digital). Dessa forma, a solução para conseguirmos lidar resultados
na primeira página das buscas são líderes de mercado.
com o volume gigantesco de informações é por meio da busca, que tem
permeado cada vez mais todas as plataformas digitais, conduzindo-nos
Milhões de pessoas usam buscadores para escolher a escola dos filhos,
cursos de especialização, comprar carros, viagens, hotéis etc. Pense
para a era da busca. no
que você comprou ou que decisões tomou recentemente em função
do
que buscou na web. Você conseguiria ficar um dia sem usar os
buscadores
Mecanismos de busca na web on-line? Se a sua resposta for não, você se tornou dependente deles
para
tomar decisões. Segundo a pesquisa Searching for Ourselves?, da Pew
As buscas no ambiente digital on-line são feitas por meio de search engines, Internet,
em 2009, a maioria dos usuários de internet adultos (57%) usa buscad
termo traduzido para o português como “mecanismo de busca” ou “bus- ores
para encontrar informações sobre si próprios na internet, para monito
cador”. Uma search engine é um sistema de recuperação de informações -
rar suas pegadas digitais. Assim, cada vez mais as sociedades e
que tem a finalidade específica de auxiliar na busca de informações culturas
incorporam o hábito de buscar on-line pelos mais diversos motivos
armazenadas em ambientes computacionais, ou seja, buscadores são sis- .
temas designados para buscar a informação desejada e, portanto, quanto O surgimento dos smariphones, que permitem fácil acesso à web móvel,
mais adequado for o resultado apresentado pelo buscador e quanto mais impactou ainda mais o uso dos buscadores. Segundo Marketi
ng Vox, o
rapidamente ele trouxer esse resultado, mais útil se tornará para quem iPhone gerou 50 vezes mais consultas no Google do que qualquer outro
dispositivo Móvel. Segundo a Mobile Entertainment, o Facebook
faz a busca. tem 150
milhões de usuários mobile ativos. Isso sugere que quanto maior
Desde o aparecimento do primeiro mecanismo de busca na web, o for a
facilidade de uso e busca na web por meio dos dispositivos móveis,
Yahoo!, em 1994, muitos outros surgiram e desapareceram, culminando mais
as pessoas deverão buscar por meio deles, em qualquer lugar e
com o reinado atual do Google, que foi lançado em 1998 e é considerado a qualquer
tempo.
atualmente o maior, mais conhecido e mais usado mecanismo de busca
disponível na web. Em 2009, vimos algumas novidades no cenário dos As opções de busca na web são inúmeras e irresistíveis. Há sempre
buscadores que têm pressionado o Google, como: algo interessante a ser encontrado. Simples buscas de palavras isoladas
a
buscas de trechos completos de textos, buscas por imagens, cor, músicas
a. O surgimento do Bing, da Microsoft, que tem conquistado uma ,
buscas com refinamentos booleanos, conversão de unidade
fatia do mercado de busca, principalmente nos Estados Unidos; s de medidas,
definições idiomáticas, calculadoras, buscas de imagens, visuali
zação de
b. o crescimento do Twitter, impulsionando a necessidade da busca imagens por satélites etc. são apenas alguns exemplos do que podemo
em tempo real; s
obter por meio dos mecanismos de busca. Acrescente-se a isso, ainda,
a
c. O lançamento do Wolfram Alfa, um buscador semântico que, apesar opção de a busca começar no próprio computador do usuário (desktop),
de não ser amplamente usado ainda, dá passos em direção ao futuro como oferece o Google Desktop.
da busca, a semântica, que também agita o cenário. Pew Research, 2008.
tua
Iprospect, 2006.
À)
Cached Links Imagem de cada página como era quando foi indexada.
Oráculos digitais
Calculator Resolve expressões matemáticas. Em razão da crescente importância e influência que os buscadores web
Currency Conversion Faz conversão entremoedas. têm adquirido no cotidiano das pessoas e das empresas, fazemos aqui
Definitions Fornece glossário de definições obtidas de várias fontes on-line. uma analogia entre eles e os oráculos antigos.
File Types Busca arquivos em formatos não HTML, como documentos PDF, entre outros.
Segundo a Wikipédia, um oráculo é “uma pessoa ou ação considerada
Encontra produtos em oferta on-line.—
Froogle
sca do
ina de resultado de busca
fonte de conselho sábio ou opinião profética; uma autoridade infalível, nor-
Fornece postagens relevantes do Google Groups na página
Groups
Google.
malmente de natureza espiritual. Ainda, podemos definir um oráculo como:
daquela busca
Mostra diretamente a página Top 1 (primeira) na lista de resultados “Oráculo - Palavra de múltiplo sentido, indicando, fundamentalmente,
Um Feeling Lucky
ue
Ene a resposta da divindade a uma consulta formulada. Essa resposta era
| Images Busca por imagens.
dada pela boca de um sacerdote, da pitonisa ou da sibila. Além disso,
mun UR
Local Search Busca por negócios e serviços locais. designava, também, os santuários a que acorriam os devotos para suas
| Movies a Encontra comentários e guia de cinemas localizados próximos ao usuário. consultas. A busca do oráculo constituía uma prova de submissão do
EO
Music Search | Busca uma grande variedade de informações sobre música. mortal aos desígnios divinos. Conhecendo a vontade dos deuses, o
mo
News Headlines incrementa as buscas mostrando as últimas notícias relacionadas a elas. homem tomava suas decisões em furrção dela. (...) Constitufam-se de
Phone Book Busca por informações de endereço e telefone nos Estados Unidos MN expressões vagas e indeterminadas, sujeitas a várias interpretações”.
Japão”.
[RA | Fornece respostas rápidas a questões diretas, como "população do Desde a antiguidade, como na Grécia e Roma antigas, os oráculos
e]
Results Prefetching | Faz com que as buscas no Firefox fiquem mais rápidas. têm sido usados pelos homens para ajudar em suas escolhas, caminhos
de bancos de dados
Faz acompanhamento de pacotes pelo número em uma variedade e decisões. Se observarmos atentamente, essa característica fundamen-
E
ateh Eu on-line, como patentes (US patents).
Busca vertical e buscadores além do Google * Hunch — Buscador de recomendações que ajuda os usuários a ob-
No Brasil, o Google é o mecanismo de busca escolhido por quase 90% terem recomendações sobre quase tudo, incluindo livros, carros,
dos usuários. Já no Japão, existe uma distribuição mais uniforme entre os software, roupas etc. As recomendações são fornecidas por meio
diversos mecanismos de busca ou o uso de buscadores personalizados, não de uma série de perguntas que os usuários respondem relacionadas
havendo uma hegemonia tão grande por parte de um único buscador. Nos ao termo buscado.
Estados Unidos, a participação do Bing/Yahoo vem crescendo bastante. * Pipl- Buscador vertical com foco em encontrar pessoas. Pipl reúne
No site NetMarketShare, é possível acompanhar a evolução do market imagens, prolifes sociais, informações de negócios, e-mail e vários
share dos diversos buscadores por período e atualizado continuamente: outros tipos de informações sobre pessoas.
http://marketshare.hitslink.com/search-engine-market-share.aspx?gprid=4. * Searchtastic - Excelente buscador para posts do Twitter. Não tem
Além dos buscadores horizontais, como Google, Bing, Yahoo etc., que limitação de data (como ocorre nos buscadores internos do Twitter),
indexam de forma geral toda a web, existem vários mecanismos de busca permitindo que a busca dos posts seja feita em meses passados, e
vertical, que têm foco especializado e indexam informações referentes também possibilita exportar os resultados de busca para o Excel
apenas a uma área específica, por exemplo, veterinária, odontologia etc. para criar relatórios ou data mining.
Fazendo uma comparação com os canais de televisão, os mecanismos * Simply Hired - Buscador de empregos que traz resultados obtidos
de busca vertical seriam a TV a cabo, enquanto os buscadores amplos “ de uma variedade de fontes diferentes na web.
(Google, Yahoo etc.) seriam a T'V aberta. Alguns especialistas acreditam * Yelp — Rede social que permite que os usuários façam reviews e
que os buscadores verticais impactarão os buscadores amplos da mesma busquem estabelecimentos comerciais, como restaurantes, hotéis
forma que a TV a cabo impactou e tem impactado a TV aberta, roubando e fornecedores de serviços. Os resultados de busca apresentam a
boa parte de sua audiência.
distância geográfica entre o usuário e os itens relacionados.
Alguns buscadores verticais, com focos específicos e muito interes- Além de todas as opções de buscadores já existentes, qualquer empre-
santes, são relacionados a seguir:
sa ou pessoa pode criar seu próprio buscador personalizado, conforme
* ClipBlast - Excelente buscador de vídeos na web. A vantagem do explicado a seguir, usando, por exemplo, o próprio Google, por meio das
ClipBlast em relação ao YouTube é que este só busca vídeos postados CSEs (Custom Search Engines).
dentro dele e aquele, vídeos em diversos sites de compartilhamento
de vídeos, inclusive o YouTube. Criação de Meta Search Engines customizadas (Google CSE)
e Cligset - Além de uma metarrede social que permite compartilhar O Google Custom Search Engines (CSE) permite criar metabuscadores
no seu ambiente, no Twitter, no Facebook e no Yahoo!, o Cligset com base no banco de dados do Google, mas enfocando sites específicos.
é também um ótimo buscador" social que varre todas essas redes Para tanto, é necessário possuir uma conta no Google (ou Gmail) e usar
sociais e concentra os resultados em um único lugar. os recursos do Google Custom Search Engines (CSE).
* Codase - Buscador especializado na busca de códigos-fonte de Essa plataforma permite, entre outras coisas, criar um site de busca
programas (source code search engine). personalizado com o logo e o visual da empresa, fazendo as buscas apenas
e Flickr - Rede social e buscador baseado em imagens. O Flickr é o no site da empresa, usando o mecanismo de busca do Google por trás.
maior site de compartilhamento de fotos e imagens do mundo e Para criar sua CSE (Custom Search Engine, ou Search Engine perso-
pertence ao Yahoo!. nalizada), acesse [http://www google.com/coop/esel] € siga Os seguintes passos:
* Clique Create a Custom Search Engine.
u htip://search.cligset.com/
Marketing na Era Digital Capítulo 9 = Plataformas de busca 221
220
e Preencha os campos com as informações sobre sua Search Engine. Exemplos desses serviços são Blog Search, Book Search, Catalogs, Code
Os campos mínimos necessários para a criação são Search Engine Search, Directory, Finance, Images, Local/Maps, News, Patent Search,
Name, Description, One or More Keywords e At Least one URL to be Searched. Product Search, Scholar, Video e Web Search. Para conhecer as diversas
áreas específicas de busca vertical que o Google considera, visite a página
e Ao preencher o formulário, você pode escolher entre duas versões
http://www google.com/options/, que traz uma lista imensa delas.
de CSE: a Standard Edition e a Business Edition. A primeira (Standard) é gra-
tuita, mas apresenta anúncios do Google nas páginas de resultados.
A versão Business é paga (inicia em US$ 100/ano) e não apresenta Busca semântica e além do texto: o futuro da busca
os anúncios nas páginas de resultados.
Além da busca textual, que envolve a busca por palavras-chave e a busca
e Depois de selecionar o campo de |have read and agree to the Terms of Service, sua semântica, outros tipos de busca tendem a se popularizar: busca por ima-
CSE está criada. gens (visual), busca aural (voz e música) e busca social (busca dentro das
Depois de criar sua CSE, você pode gerenciá-la acessando manage your redes sociais ou em sistemas que permitam a anotação de comentários
existing search engines em http://www. google.com/coop/cse/. O painel de controle permite dos usuários).
tanto a modificação dos dados de setup inicial quanto a manutenção de Cada vez mais os buscadores têm tentado incorporar a semântica a
refinamentos, Look and Feel etc. seus algoritmos. Busca semântica é um processo para melhorar as buscas
Uma vez criada uma CSE, ela se torna disponível por default na base ” on-line usando dados de redes semânticas para eliminar ambiguidades
de dados do Google Co-op e será encontrada pelas crawlers rapidamente. nos termos de busca e textos na web visando a gerar resultados mais
Além disso, outras sugestões para promover sua CSE são: relevantes.
*- envie sua URL a amigos; Assim, em vez de usar algoritmos como o PageRank, do Google,
* coloque-a em seus bookmarks do del.icio.us e qualquer outro espa- para prever relevância, a busca semântica usa o significado dos termos
ço de compartilhamento que você tenha, como blogs, por exemplo; na linguagem para produzir os resultados de busca relevantes. A meta
é entregar aànformação solicitada pelo usuário em vez de uma lista de
* submeta-a a um diretório de CSEs (por exemplo: wwm.customsearchguide.
resultados com palavras-chave soltas relacionadas.
com, www.customsearchengine.com, www. cselinks.com);
A busca semântica mudará completamente o modo como os resultados
* cole o código em qualquer página web. de busca são produzidos e apresentados, o que afetará de forma profunda
as estratégias de SEM, que hoje são baseadas em palavras-chave, e, no
futuro, precisarão se basear em significados, na semântica. Normalmente
Busca universal
a busca semântica envolve o uso de algoritmos de inteligência artificial
Busca universal é o sistema de busca que mistura listagem de notícias, “e, assim, torna-se bastante complexa. Por isso, ainda são poucos os sis-
vídeos, imagens, buscas locais e em livros, entre os itens de resultados de temas de busca semântica, apesar de esta ser uma forte tendência no
busca das páginas web. O Google incorporou o sistema de busca universal futuro. Podemos citar como exemplos de sistemas de busca semântica o
em seu algoritmo em 2008, o que afeta o resultado das buscas. Vídeos do PowerSete o Wolfram Alpha, que respondem às perguntas dos usuários
YouTube, por exemplo, passaram a fazer parte dos resultados de busca. em linguagem natural e sem se basear em palavras-chave. O QRcode da
Nesse contexto, as buscas verticais, ou específicas, que eram ignoradas figura 9.1 dá acesso ao vídeo do TED Talk 2010 em que Stephen Wolfram,
pela maioria dos usuários de buscadores anteriormente, agora ganham criador do Wolfram Alfa, explica a evolução do algoritmo que originou o
importância. Serviços de buscas verticais do Google agora são apresenta- sistema semântico, que ele domina de sistema de computação e não busca.
dos na busca regular, devido ao sistema incorporado de busca universal.
222
Marketing na Era Digital Capítulo 9 = Plataformas de busca
223
A busca e a web profunda (deep web) - Infoplease - Ferramenta de busca enfocada em enciclopédias, alma-
naques, atlas e biografias.
Conforme mencionado anteriormente, existe uma parte da web que não
é indexada pelos buscadores tradicionais. Essa parte da web não visível * Intute - Ferramenta mais enfocada no Reino Unido, mas com
pelos buscadores é conhecida como deep web!t, deep net, invisible web ou, recursos de estudo e pesquisa fornecidos por algumas das mais
simplemente, web profunda. importantes universidades da região. Fornece acesso gratuito a
mais de 60 tutoriais on-line para aprêndizado na internet.
Normalmente as áreas da web onde os robôs dos buscadores não con-
seguem entrar para indexar são bancos de dados que precisam de senha * Scirus — Ferramenta com foco puramente científico que consegue
para acesso, páginas que pertencem a redes privadas de organizações, navegar em jornais científicos, home pages de cientistas, cursos,
páginas geradas dinamicamente em resposta a um comando. patentes, intranets institucionais etc.
No entanto, existem buscadores específicos para atuar na web profun- * TechXtra - Concentra-se em engenharia, matemática e computação.
da, como apresentado a seguir": Fornece as notícias da indústria, anúncio de empregos, relatórios
* Complete Planet - Referindo-se a si mesmo como a “porta de entra- técnicos, dados técnicos, recursos de ensino e aprendizagem com
da para a Deep Web”, o Complete Planet torna simples o acesso à artigos e informações relevantes de websites.
massa de banco de dados dinâmicos que está escondida da busca* * The WWW Virtual Library - Considerado o mais antigo catálogo da
tradicional. Os bancos de dados indexados vão da agricultura ao web, foi iniciado por Tim Berners-Lee, o criador da web, e lista
tempo, passando por comidas, bebidas e militares. uma quantidade relevante de recursos em uma grande quantidade
e DeepPeep — O foco dessa ferramenta são as informações obtidas por de assuntos.
meio dos formulários que acessam os bancos de dados e serviços
web. Os domínios acessados pelo DeepPeep são automobilístico, Personalização de resultados de busca
aeronáutica, biologia, hotelaria, trabalho/empregos e locação. Mais uma tendência dominante na área de buscaé a personalização dos
e DeepWebTech - Fornece cinco buscadores e plug-ins de navegadores resultados em função do comportamento do usuário (behavioral targeting).
para tópicos específicos. Os buscadores cobrem as áreas de ciências, O Google já utiliza a personalização por comportamento para todos os
medicina e negócios na web profunda. usuários que estiverem logados em algum serviço do Google ou que este-
e IncyWincy - Funciona como uma meta search engine para a web jam com os cookies ativados. A personalização dos resultados, portanto,
invisível. Faz buscas na web, diretórios, formulários e imagens e ocorre de duas formas:
fornece gratuitamente o serviço de busca com alerta. * Signed-in personalization — Personaliza os resultados de busca de quem
e Infomine'- Ferramenta criada por uma associação de universidades está logado em qualquer serviço do Google, baseando-se na Web
americanas (como Universidade da Califórnia, Universidade Wake History do usuário.
Forest, Universidade do Estado da Califórnia e Universidade de * Signed-out customization — Personaliza os resultados de busca para
Detroit) para minerar (mine, em inglês) informações de banco de quem não está logado em nenhum serviço do Google, baseando-
dados, jornais eletrônicos, livros eletrônicos, mailing lists, catálogos se na informação das buscas passadas no navegador do usuário,
de cartões de bibliotecas on-line, artigos, diretórios de pesquisa e usando um cookie.
muitos outros recursos. Dessa forma, atualmente, quando dois usuários diferentes fazem a
busca pela mesma palavra-chave no Google, eles podem receber resul-
14 Para mais informações sobre a Deep Web, veja http://en.wikipedia.org/wiki/Deep
Web tados bastante diferentes. O objetivo da personalização dos resultados é
15 Basu, 2010.
16 http://infomine.ucr.edu/
aumentar a relevância dos links para os usuários da busca.
mo
t
|
É|
226 Marketing na Era Digital
227
Marketing na Era Digital Capítulo 10 = Outras plataformas digitais: displays e entretenimento 229
228
Figura 10.1 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo de demonstração do banner em Figura 10.3 - QRcode de acesso à matéria “Camera-Equipped Digital Billboards Scan
realidade aumentada da promoção de 1 dólar do Burguer King em www youtube.com/ Humans in Tokyo, Serve up Tailored Ads”.
watch?v=jDaniAhBLLQ.
Fonte: http://webinsideruol.com.br/2010/01/28/entenda-as-possibilidades-do-banner-com-realidade-aumentada/
m
2 http://goo.gl/7NUh
230 7 Marketing na Era Digital
Capítulo 10 = Outras plataformas digita
is: displays e entretenimento
231
Ainda estamos no início das experimentações e do uso de tecnologias
de reconhecimento de padrões humanos por grupos e, futuramente,
por reconhecimento individual. No entanto, conforme essas tecnologias
evoluam, possibilitarão diversos graus de personalização do conteúdo do
display para ser apresentado ao público-alvo. Isso representa um pejencial
de segmentação jamais possível antes, trazendo benefícios consideráveis
às estratégias de marketing.
Displays sociais
Uma das principais tendências no mercado é a socialização de tudo, ou seja,
re
tudo que puder se tornar social, será. Os displays não são excessão disso.
pi
Uma ação interessante e impactante que incluí a dimensão social nos
area
displays foi a campanha “15 Seconds of Fame” (15 Segundos de Fama), da
agência RG/A, para o lançamento da loja de roupas American Eagle Outfitters
no Times Square, em Nova York, em 2009. Pessoas que compravam Pros Z
dutos na loja eram convidadas a posar em um miniestúdio fotográfico
e, momentos depois, a foto do consumidor era projetada no pundoor de
Figura 10.4 - Imagem! do outdoor
telas LED de 1400 m? (ocupando a altura de 25 lojas no prédio), visível digital da campanha “15 Seconds
Times Square, e QRcode de acesso of Fame”, no
para todo o Times Square, um dos locais mais visitados do mundo. O ao vídeo de um consumidor que grav
funcionando em www, youtube. com/ ou o outdoor
outdoor construído de telas de LED watch?v=PogpdJHpLA4B,
mostrava conteúdo 18 horas por Quando uma pessoa visita um site
dia. A figura 10.4 apresenta o outdoor da campanha no Times Square.
O usando tecn ologia de re-targeting,
ela é marcada por meio de um
QRcode dá acesso a um vídeo de um consumidor que, enguanto filmava cookie' anônimo que rastreia os
produtos
pelos quais elà demonstra interess
o outdoor, viu sua foto ser exibida. e. Quando essa pessoa sai desse
site, a
empresa de re-targeting descobre
quando,ela entra éêm qualquer
de seus parceiros de publicidade outr o site
Re-targeting e apresenta um banner personal
a ela, com conteúdo baseado no izado
seu histórico de navegação. Os
Em razão da facilidade de mensuração e rastreamento inerente podem apresentar conteúdos rela banners
s ao meio cionados a algum item de um carr
digital, uma forte tendência na área de displays é o re-targeting, que consiste de compras abandonado em uma inho
compra on-line.
na prática de apresentar um anúncio de um produto a um consumi Algumas empresas de re-ta
dor rgeting, como a Criteo, podem até com
individual após ele ter manifestado algum tipo de interesse nesse produto O behavioral targéting com um algo binar
em ocasiões anteriores. ritmo de recomendação para,
de apresentar um anúncio em vez
sobre o produto pelo qual o consum
O re-targeting usa, entre outras tecnologias, o behavioral monstrou interesse, apresentar um idor de-
targeting, dis- produto recomendado com relevânc
cutido no início deste livro, ou seja, analisa o comportamento Outra empresa que oferece serviços ia.
de um de Te-targeting é a Strug.
indíviduo em relação a um produto/marca é oferece a ele o conteúdo de |O re-targeting não é novidade
comunicação mais relevante em cada momento. e tem sido usado há anos no
e-commerce. No entanto, o seu uso
era limitado a opções engessadas de
4 htip:/fgoo gi) Cwkg
RE as
3 Mais informações da campanha “15 o
Seconds of Fame” a Jrelease /20059/ o Arquivo de dados que reside nos
em hitp:// www.rga.com/news/rele ase/200 computadores dos usuários e assoc
american -eagle-flagship Navegação na internet (navegad ia-se aos programas de
ores) Para permitir armazenar prefe
i desse úsuário, como histórico de rências e dados específicos
navegação, por exemplo.
232 Marketing na Era Digital Capítulo 10 = Outras plataformas digitais: displays e entretenimento 233
uma quantidade fixa de anúncios apresentados. A personalização que a jogos, podcasts, eventos, espetáculos etc. O seu objetivo principal é pro-
tecnologia proporciona hoje permite que os anunciantes criem banners mover as marcas (identidade de marca, produtos ou serviços) em meio
dinamicamente em tempo real, otimizando a sua localização, conteúdo e ao seu público-alvo de modo relevante e impactante para ele, minimi-
produtos, dependendo de cada jornada, comportamento de cada indiví- zando interrupções. Enquanto no formato tradicional de propaganda e
duo, criando cada vez um anúncio completamente diferente. Isso ajuda a publicidade a interrupção do conteúdo é a estratégia utilizada, no branded
aumentar as taxas de cliques nos banners. Segundo a Criteos, suas taxas entertainment, as ações de propaganda e publicidade se incluem ou se mis-
de clique são de 400% a 600% superiores às dos banners comuns. turam ao conteúdo, fazendo parte dele, sem interrupções significativas.
As tecnologias de re-targeting visam a aumentar a relevância dos con- Podemos citar como um dos primeiros casos de advertainment, com
teúdos de display da mesma forma que o sistema do Google AdWords o uso intencional do conteúdo de entretenimento pela publicidade, a
consegue fazer com a busca — ele se baseia no que as pessoas estão bus- criação do personagem Marinheiro Popeye, no final da década de 1920,
cando num dado momento. nos Estados Unidos. O cartunista Elzie Crisler Segar criou Popeye por
Apesar da alta eficiência das técnicas de re-targeting, estudos mostram encomenda de uma associação de agricultores de espinafre no estado do
que os consumidores não se sentem confortáveis com elas. Em uma Texas e as primeiras tirinhas com o personagem começaram a ser publi-
pesquisa” conduzida nos Estados Unidos, 59% dos entrevistados fizeram cadas em jornal em 1929. O espinafre faz parte da narrativa de todas as
objeções a Microsoft, Google e Yahoo rastrearem suas atividades on-line, histórias de Popeye como elemento essencial, já que funciona como um
para propósitos de marketing. Assim, o ideal é que o uso de re-targeting alimento mágico que traz a “energia” que resolve as situações complicadas
€ behavioral targeting, para serem éticos, contem com a autorização das do marinheiro. As histórias dependem do espinafre em suas narrativas.
pessoas para o rastreamento dos seus dados. Um exemplo mais recente e bastante interessante de advertainment é o
filme O Náufrago, de 2000. Estrelado por Tom Hanks, é considerado por
alguns críticos o maior comercial da história. A narrativa baseada no
Entretenimento - Branded Entertainment
livro Robson Crusoé mostra a dedicação de um executivo da empresa de
O entretenimento é uma plataforma estratégica usada há décadas para entregas expressas americana FedEx em proteger os valores corporativos
a divulgação e criação de identidade de marcas, por meio da inserção da empresa, como confiabilidade das entregas e confidencialidade. Outra
de mensagens em seu conteúdo. Essa prática é chamada de Branded marca participante do filme é a fabricante de materiais esportivos Wilson.
Entertainment, existindo duas formas para sua utilização: O advertainment A participação das marcas FedEx e Wilson foi essencial para construir a
e o product placement: narrativa do filme, misturando-se e incorporando-se a ele.
e Advertainment — Criação de conteúdo próprio de entretenimento que Em 2001, a BMW criou a primeira grande ação de advertainment na
alavanque uma marca ou produto, de forma que a marca/produto internet lançando The Hire', uma série de oito filmes de curtas-metragem
faça parte dele, se misturando, se confundindo com o próprio dirigida por diretores de cinema renomados, como John Woo e Tony
conteúdo. Scott, e estrelada por Cliven Owen como o “motorista” Os filmes tiveram a
e Product placement (também chamado de merchandising) - Inserção participação de estrelas como Madonna, Forest Whitaker, Mickey Rourke,
de produtos adequadamente no enredo ou narrativa do entreteni- James Brown, Gary Oldman, entre outros, e as narrativas se passavam de
mento de forma a alavancá-los. modo a destacar os aspectos de performance de vários automóveis BMW.
Atabela 10.1 apresenta as URLs e os QRcodes para acessar os oito filmes
As estratégias de brand entertainment podem assumir diversas formas e
da série The Hire disponíveis no YouTube.
apropriar-se de qualquer conteúdo de entretenimento — filmes, vídeos,
A figura 10.5 apresenta um QRcode com link para uma relação de Sun ideal a ele e avisa-o, por meio de um alarme, dos horários necessários
vários exemplos interessantes de branded entertainment. para fazer as reaplicações do produto. A figura 10.7 apresenta o QRcode
de acesso a um vídeo que apresenta e explica o case.
Aplicativos 4
fa GS EE
O advertainment com aplicativos ocorre quando a marca desenvolve Outro exemplo interessante de advertainment via aplicativo é o Intel
o programa em vez de apenas incluir banners ou inserções nele. Um Música. O sistema, em Flash, consiste em um mixer de som ou uma gui-
exemplo interessante disso é o aplicativo desenvolvido para iPhone pela tarra em realidade aumentada que são tocados por meio de marcadores
Ponto Mobi para os protetores solares Nivea Sun. O programa reconhece impressos em papel. As impressões da guitarra e mixer trazem as men-
a localização geográfica da pessoa pelos serviços de LBS (Location Based sagens da Intel e o processamento da realidade aumentada é turbinado
Systems) e checa on-line a previsão climática do local. O usuário informa por processadores mais poderosos, promovendo a linha Core i5 Intel.
idade, sexo e tom de pele, o aplicativo indica qual o protetor solar Nivea 12 http://leonardoxavier typepad.com/mobilizado/2010/07/intel-investe-em-mobile-advertising-para-aumentar-
ij http://www.cocojambo.com/branded. entertainment; (great branded content.html conhecimento-de-marca-.html
238
Marketing na Era Digital Capítulo 10 = Outras plataformas digitais: display
s e entretenimento
239
Vídeos
Vídeos interativos
Uma das principais tendências é o vídeo
. A evolução nas tecnologias de Novas possibilidades de interação com
vídeo na web associada à dissemin vídeo nas plataformas sociais do
ação de plataformas de publicação YouTube e Vimeo surgem constantemente.
(como o YouTube) e consumo (como Ações de vídeo que extrapolam
os celulares) tem alavancado a par- 9 seu quadro de exibição e tomam a tela
ticipação dos vídeos no ambiente digit toda são chamadas de “Immersive
al. Além das opções tradicionais Flash Video”. Alguns exemplos muito inter
de product placement é advertainment
em vídeos (como eram utilizados em
essantes são apresentados a
seguir:
filmes e na televisão), algumas novas tecnologias traz
em poss
ibilidades e Wario Land: Shake It! — Ação em vídeo
inusitadas ao uso de display ou adve no YouTube, na qual o vídeo
rtainment em vídeos, como:
sacode e destroi a interface. Acesse 0 vídeo
a. vídeo imersivo; em http://www youtube.com/
wariolandshakeit2008 e veja a figura 10.9 com as
b. game em vídeo; imagens de início e final
da ação.
cuad overlay;
tocíiia DEVE as tom Comte ron You (IT
d. full screen. ão Cond bocas | Siga
Famastam
do controles de mouse e teclado).
O QRcode dá acesso ao site do vídeo
com diversos outros exemplos de vídeos imer , Figura 10.9 - Imagens do início e final do
sivos. As possibilidades de vídeo Wario Land: Shake Ti!, no YouTube,
em
display e product placement nesse tipo q www. poutube.com/wariolandshakeit2008.
de vídeo são imensas, além de ser
possível criar víde os de advertainment completos para
marcas e produtos. * Letit Shine — Ação em vídeo no Vimeo
para a Honda, desenvolvida
pela Wieden + Kennedy) Amsterdam: na qual
Cimtmdlavoãem o vídeo se expande e en-
volve a tela toda, interagindo com a inter
face, Acesse o vídeo em
vimeo.com/4281939.
e And Then There Was Salsa - Ação no
Vimeo, no início de 2010, que
também toma conta da tela toda, com uma
animação bastante rica
“e vivida de Goodby Silverstein, no
ritmo de salsa: vimeo.com/9194146
Outra ação interessante de Immersive
Flash Video, que vai além da inte-
ração entre o vídeo e a interface do YouT
ube ou Vimeo, é o caso do vídeo
interativo A Hunter Shoots a Bear (Figura
10.10), da Tipp-Ex, no YouTube,
lançado em agosto de 2010. Nesse vídeo
Figura 10.8 — Imagem e QRcode de , além da interação entre o vi-
acesso ao vídeo imersivo que permi deo e a interface, ocorre também a inter
cidade de Nova te passear pela ação com o usuário. A Tipp-Ex
York e explorá-la em www. immersivemed
ia.com/demos/. é uma marca de corretivos para texto e,
nessa ação, o caçador no vídeo,
que inicialmente deveria atirar (shoot)
em um urso, recusa-se a fazê-lo
e usa 0 Tipp-Ex para apagar o termo “shoot” e pede
ao interator digitar
240 Marketing na Era Digital Capítulo 10 = Outras plataformas digitais: displays e entretenimento 241
outra coisa para ele fazer com o urso. Quando se digitam termos como O primeiro YouTube game de que se tem notícia é o A Cars life (2008),
“plays with”, loves” etc., outros vídeos de sequência da estória aparecem, que pode ser acessado em www youtube.com/watch?v=dahyHÍNaquQ. Nesse jogo, O
conforme o texto digitado. O vídeo pode ser acessado em http://www. youtube. jogador precisa clicar os links antes que o carro se destrua em cada fase.
com/tippexperience. A cada clique, um novo vídeo é carregado, levando o jogador para a etapa
seguinte. A seguir, apresentamos alguns outros jogos interessantes que
Youfiã CUT mac trema game cnmstccar coro À YOU LOUIS se) toma ta Como ns“ bag
utilizam o mesmo tipo de técnica no YouTube:
A hunter
SiS
que apontem para outros vídeos do YouTube. Dessa forma, usando a com/watch?v=LPQIXHIZmA *
opção dos links, é possível desenvolver jogos com vídeos encadeados em
função dos cliques dos usuários sobre esses links. Para assistir a um vídeo Bens virtuais
explicativo sobre as funcionalidades de anotação no YouTube, acesse o
Bens virtuais existem há bastante tempo em jogos e mundos virtuais,
QRcode da figura 10.11.
como o Second Life, sendo responsáveis por boa parte do movimento da
economia de alguns desses ambientes. No caso do Second Life, além da
comercialização de ilhas no mundo virtual, os bens virtuais se estendem
de carros a qualquer outro tipo de objeto que possa acrescentar valor à
vida digital dos avatares. A comercialização de corpos e acessórios para
avatares, por exemplo, é bastante popular. Normalmente, bens virtuais
são elementos digitais desejados pelos participantes de ambientes digitais
e precisam ser conquistados ou comprados.
Figura 10.11 —- QRcode de acesso ao vídeo How to Use YouTube Annotations em
www.youtube.com/watch?v=UxnopxbO dic.
Uma nova vertente de entretenimento, os jogos sociais (vistos adian-
te neste capítulo) como o FarmvVille, por exemplo, associada à difusão
13 Para saber mais sobre anotações em vídeo, acesse: http://www. youtube.com/t/annotations about.
enligçta
242
Marketing na Era Digital
Capítulo 10 = Outras plataformas digitais: display
s e entretenimento
mobile, tem alavancado o interesse por bens virtuais. Enquanto 243
o Second
Life e jogos tradicionais contam com públicos mais restrito (in-game-advertising) em jogos é a ação da
s, os jogos Ogilvy Brasil com Kraft /Lacta
sociais ampliaram enormemente a difusão dos jogos por meio para o chocolate Mini Bis, no jogo Colheita Feliz,
das plata- no Orkut. As pessoas
formas de redes sociais,e têm popularizado os bens virtuais. Assim, plantayvam sementes de cacau azul no jogo social
além estilo “fazendinha” e,
do interesse econômico óbvio decorrente da comercializa como resultado, nascia um pé de Mini
Bis.
ção dos bens
virtuais dentro das redes sociais, a sua popularização també As ações de advergaming € in-game-advertising
m os torna podem se beneficiar de
plataformas interessantes para as marcas como veículos quaisquer tecnologias que se apliquem
de propaganda a jogos, como plataformas de
= product placement e advergaming. redes sociais, realidade aumentada, mobilidade ou qualquer
outra. O
Uma pesquisa da Appssavvy'* mostra que o marketing de bens virtuai mercado de games movimenta 60 bilhões de
s dólares anuais'se tem sido
ajudou no aumento de percepção de marca (brand fortemente impactado pelas plataformas sociai
awareness) em 44,5%, s e móveis e se beneficiado
de percepção de propaganda (ad awareness) em 60,1% e intenç da realidade aumentada.
ão de com-
pra em 31,5%. Dessa forma, os bens virtuais tendem O game em realidade aumentada 3D nas
a se firmar como caixas de ceral Chocapic's é
plataforma de branded entertainment. um excelente exemplo de in-game-advertis
ing que utiliza essa tecnologia
(Figura 10.2).
ar
do com seus jogos preferidos, além de retornar a eles freque relativamente estagnado. Plataformas como
ntemente. Facebook, Orkut e MySpace
Por serem um tipo bastante específico de conteúdo de possibilitam que as pessoas utilizem suas
entretenimento, redes sociais nesses sites para
estamos tratando os jogos nesta seção à parte. jogarem, incentivando a prática. Jogos
como Farmville, Mafia Wars, Pet
Society e Restaurante City são sucessos no Face
Da mesma forma que temos advertainment, para criar conteú book. O jogo Colheita Feliz,
do próprio equivalente ao Farmville, do Facebook, é suces
de entretenimento e product placement para inserir produtos/marca so no Orkut. Esses jogos em
conteúdos de entretenimento, essas ações são chamadas
nos plataformas de redes sociais são chamadas social games
de advergaming OU jOgOS sociais.
Segu ndo uma matéria no Estadão”, 20%-dos amer
€ in-game-advertising, respectivamente, quando o
conteúdo de entreteni- icanos já jogaram
algum
jogo social, e 35% desses jogadores são novo
mento são jogos. s no meio e nunca haviam
jogado um jogo virtual antes. Esse grupo é
Exemplos interessantes de advergaming são os YouTube composto, na maioria, de
games mulheres e idosos, o que mostra a dissemin
Californication: Fill in the Hank [wwwyoutube.com/watch ação desse tipo de jogo por
?v=G96sxmrJMOg] e Where diversas segmentações demográficas. Segu
is Dexter? [www poutube.com/watch?v=0yQI W5GD6D8]. Esses ndo dados do Ibope's, no Brasil,
jogos, criados pelo dos 7,2 milhões de usuários que estiveram
canal de televisão Showtime para promover as séries no Facebook em dezembro de
Californication e 2009, 32% estiveram em algum jogo social
Dexter, respectivamente, só podem ser jogados por .
quem assiste às sé- O jogo social traz uma nova dimensão tanto
res. Assim, os jogos promovem as séries e vice-versa, provo às redes sociais quanto aos
cando uma games — estamos vivenciando uma “gameificação”
interessante experiência cross-mídia. das redes sociais e uma
socialização dos games. Ao pensar do lado
Já como exemplos de in-game-advertising, podemos citar as ações dos jogos, uma das principais
da Intel limitações dos games tradicionais de computad
e do McDonaids dentro do The Sims — os personagens do or é a necessidade de uma
jogo comem nessa máquina mais poderosa para se jogar de forma
rede de fast-food e usam computadores com aquele proces confortável com boa per-
sador. Outro formance. Os games sociais, no entanto, funcionam
exemplo interessante de utilização muito adequada em máquinas bem
de product placement 15 Folha, 2010.
1 httpillwww youtube. com/watch?y=TzCMA ig VrPFc
14 http://www appssavyy. com/virtualgoods/ mf Roncolato, 2010.
18 Ibope, 2010.
244 Marketing na Era Digital Capítulo 10 = Outras plataformas digitais: displays e entretenimento
245
mais simples, possibilitando que virtualmente qualquer pessoa que tenha a disseminação atual dos smartphones associada a difusão
e melhorias
acesso às plataformas de redes sociais on-line também possa jogar um na banda larga móvel tem alavancado o uso de Jogos nos
celulares, via
game social. Isso amplia, portanto, o público que pode jogar. Ao enfocar aplicativos que se conectam com a plataforma on-line, permit
indo assim,
o lado das plataformas de redes sociais on-line, antes dos jogos sociais, também, a socialização desses jogos. De acordo com a empres
a de pesqui-
as pessoas tinham como atividade apenas as trocas de informações, a sa iSuppli”, o volume de vendas de celulares que podem
ser usados para
competição se restringia somente à comparação da quantidade de amigos jogos deve crescer em um terço, para 1,53 bilhão de unidad
es em 2013.
que as pessoas tinham em seus perfis. Com os jogos sociais, as pessoas
competem e colaboram umas com as outras, em uma atividade contínua e Top 25 Face
Games
bo forok
August 2010
viciante. Estudos mostram que muitos usuários desses jogos acordam de Rank Game. "Monthly Actives “Developer E É E
BRO Famvile O O 59,155,656 Zynga
madrugada para manterem as atividades no game. Dessa forma, os jogos 2 & Texas HoldEm Poker à a |40,536,552 Ro Gnsa o
sociais não apenas ampliam o público de games, mas também modificam 3. Ed Caféwoid BS
0 Zynga O
4 Mil Mafia Wars (31,187271 Zynga
a rotina dos usuários nas redes sociais, alavancando engajamento. 5º ( Frontemile | 24,258 212 0 Zynga
6 BB Pevilo 18.095,681 'Zynga
7 EH Treasuelsie ana. o
Podemos questionar se esse tipo de comportamento emergente decor- 17,297, 179 Zynga ! -3,904367 21,201,546.
8 sp |MindialiGames 116,311,761 MindJolt
9 É Pet Society -3,042,472 19,354,223 |
rente dos jogos sociais é bom para a sociedade, mas podemos firmar que 10 EF (Zoo World
1 13,857,212 Playfsh O = -660,593 0 44,517,805]
(12,602.258 'RockYou Í 2986 026 o,
é altamente benéfico para o negócio de games e transforma-se em uma , 1 Restaurant City 12,392,/422 Playfish pe AAA
|
o Bejeweled Blitz
plataforma altamente valiosa tanto para o in-game-advertising (como o Faso 13 EE Happy Aquarium,
112,240,072
“12,090,318
'PopCap Games
CrowdStar int os ed
| Eco 008075]
TZ
mencionado anteriormente da ação de plantação de Mini Bis na Colheita 14 ER Bitihday Cards «Mi42168 | RockYou na
15 BB Eishvile O AQ UG6IS
16 ES SocialCiy -9,262,565 — Bynga Cueca aos
Feliz, do Orkut) quanto para o advergaming, com as empresas criando 17 a “Happy-Island
(8,920,363 Playdom Foda q
. 8,879,556 CrowdStar ; 2287
jogos próprios nas plataformas sociais, como é o caso do Twitorama, 18 EM iYovile (8,802. 174 inge -1,395,570 0
Rs 991
10,197,744,
1960 | HappyPes 1,512,158 - CrowdStar
que a Estrela criou no Twitter. Nesse jogo, as pessoas Ra EE 20 “Hotel City TEN Playiish
Ps
1,431,591]
es
Bio Family Feud 9,043,283]
específicos para moverem o seu carrinho em um autorama digital on-line, 6,843,074 iwin & Backstage 204.575 T,047,649,
2 “Country Life 5,663.862 — Country Life
23 Ninja Saga! 1.109,698) 6,773,560,
onde competiam com outros usuários do Twitter. 24
5,345,599 Ninja Saga 284402, 5.640.001,
Fam Town, |5,290,586 Slashkey
25 -992,256. 6,283,842.
A figura 10.12 apresenta os 25 jogos sociais mais populares no EE NightclubCity 5.257.658 Booyah E NAC O CENA)
a InsideSocialGames.com
Facebook, segundo a Inside Social Games”, em agosto.
Figura 10.12 - Top 25 social games no Facebook, segundo a Inside
Os jogos sociais alavancam a economia de bens virtuais associada a Social Games, em
agosto de 2010.
eles. As pessoas conseguem bens virtuais para avançar nas estapas dos
jogos usando dois tipos de moeda: a) mérito e habilidade do jogador, que Alguns artigos interessantes, que trazem informações adicionais
sobre
geram dinheiro virtual para comprar bens virtuais; b) cartão de crédito a expansão do mercado de games, tanto nas plataformas sociais
quanto
internacional que permite comprar bens virtuais gastando alguns dólares. mobile, estão relacionados a seguir:
O lucro anual dos jogos sociais em 2010 foi de US$ 835 milhões, conforme * “Electronic Arts Alerta para Mudanças no Universo de Video games”
previsões da InsideVirtualGoods, e esse valor pode ultrapassar os US$ 2 - htip://goo.gl/xsKe.
bilhões, conforme a ThinkEquity?”.
* “Com Lucro de US$ 835 Milhões, Jogos Sociais Ampliam Mercado
A evolução e difusão da tecnologia móvel estão revolucionando o de Games” - http://goo.gl/8zgP.
mercado de games, pois ampliam também a plataforma de utilização
* “Jogos Sociais: Padrões de Interação e Consumo” apresentação
dos jogos. Enquanto os dispositivos móveis do passado apresentavam de
Thiago Falcão no Slideshare - http://www-slideshare.net/falc4o/jog
diversas restrições de hardware e era raro que se conectassem à internet, os-sociais-
padres-de-interao-e-consumo.
15 http://www insidesocialgames.com/2010/08/02/top-25-facebook-games-for-august-2010/
20 UOL Jogos, 2010. 21 Folha, 2010.
246 Marketing na Era Digital
247
248 Marketing na Era Digital
estratégica do livro com o capítulo sobre presença digital, que, em ter- capítuLo 11
mos mais amplos, engloba todos os demais capítulos, já que todos são,
de algumas forma, um ponto de contato com o público-alvo, tornando
a marca presente para ele de diversas formas — e-mail, busca, mobile,
Presença digital
games, redes sociais etc.
À seguir, conheça-os:
e Capítulo 11 — Presença on-line. Todas as estratégias de marketing
no ambiente digital on-line usam, de alguma forma, ações de pre-
sença on-line. É por meio dos pontos de presença das marcas em
meio ao público-alvo que as ações de marketing acontecem. Este
O objetivo deste capítulo é apresentar as estratégias de presença digital
capítulo aborda a presença on-line e seus diversos tipos de estra-
em seus vários tipos. É por meio da presença digital que se estabelecem
tégias, incluindo presença paga, própria e ganha. pontos de contato entre o público-alvo e a marca. Desse modo, da mesma
e Capítulo 12 — E-mail marketing. Apesar de ser uma das mais anti- forma que uma empresa planeja sua estratégia de presença no mundo
gas estratégias digitais de marketing, o e-mail marketing continua físico, deve fazê-lo também no mundo digital.
sendo extremamente importante, principalmente em ações de
marketing de relacionamento. O objetivo deste capítulo é apresentar
os principais conceitos e estratégias que envolvem essa plataforma. Presença digital
e Capítulo 13 - Mobile marketing. Várias das plataformas tecnoló- Podemos definir presença como o estado de algo estar presente em algum
gicas abordadas na parte 3 deste livro podem ser utilizadas como lugar, ou seja, existir em um determinado momento, em um determina-
ações de mobile marketing, como realidade aumentada, aplicati- do lugar. Presença digital, portanto, refere-se à existência de algo (seres
vos, vídeos etc. Este capítulo discute os diversos usos do mobile humano, marças, empresas, coisas etc.) no ambiente digital.
marketing, incluindo a aplicação de geolocalização. À presença digital ocorre por meio de conteúdos digitais que represen-
e Capítulo 14 — SMM e SMO - marketing em redes sociais. O ob- tem algo. Assim, o site de uma empresa'é um ponto de presença digital,
jetivo deste capítulo é apresentar os diversos tipos de estratégias assim como um banner de anúncio dessa empresa em um portal ou em
de marketing que podem ser desenvolvidas em redes sociais. Por um aplicativo de celular, ou, ainda, em um display digital no metrô. Por-
possuírem uma estrutura descentralizada, as redes sociais funcio- tanto, para ter presença digital, é preciso ter conteúdo digital.
ap
nam de forma distribuída e diferente. Aspectos como influência, Não ter presença digital significa não existir no mundo digital, na
engajamento e mensuração específicos também são abordados. internet. Para alguns tipos de negócios, isso é o mesmo que não existir
* Capítulo 15 — SEM e SEO - marketing de busca. O uso de estratégias realmente. Se fizéssemos uma analogia com o mundo físico, uma empresa
de busca associado a ações em redes sociais é uma das principais que não tem presença digital equivale a uma empresa sem endereço, sem
estratégias de marketing para alavancar tráfego e presença on-line. telefone, sem marca, ou seja, que não existe.
O capítulo apresenta e discute as diversas estratégias de marketing Existem três tipos de presença digital:
de busca. 1. Presença própria - Ativos (conteúdos) digitais com a marca da em-
presa construídos e mantidos pela própria entidade, como website
da empresa, website mobile, blog, perfis construídos em redes so-
ciais digitais (canalno YouTube, Slideshare, perfil LinkedIn, Google
249
250
Marketing na Era Digital Capítulo 11 = Presença digital
251
Profile, Twitter etc.), jogos, aplicativos ou filmes
de entretenimento As possibilidades de presença digital são
construídos com a marca da empresa. inúmeras: tantas quantas
forem as possibilidades de criação de conte
2. Presença gratuita (ou ganha) - Ativos digita údos digitais. Veja a seguir
is com a marca da em- Os principais tipos de conteúdos de presença
presa gerados e ganhos de forma orgânica na intern digital:
et, como fazer * Páginas digitais para web desktop e mobile (pres
parte dos resultados de busca orgânica nos
buscadores (Google,
ença própria) —
Exemplos: sites, minissites, hotsites, portais,
Yahoo, Bing etc.) e comentários e conteúdos gerad blogs etc.
os nas redes * Páginas em redes sociais (presença própria) —
Sociais, originando mídias digitais sobre a Exemplos: perfis e
empresa/marca. Canais no LinkedIn, Twitter, YouTube, Google
3. Presença paga — Ativos digitais com a marca Profile etc.
da empresa compra- e Constar do resultado de buscas orgânicas
dos, pagos, pela empresa, como: (presença gratuita) —
Exemplos: Google, Yahoo, Bing etc.
a. anúncios em banners de sites, blogs, redes sociais, jogos, º Banners e anúncios em páginas
aplicativos, conteúdos de entretenimento, de terceiros, buscadores, aplica-
mobile TV etc.: tivos móveis, e-mail e redes sociais (presença
b. links patrocinados;
paga) - Exemplos:
anúncios em portais (como UOL, Terra etc.),
blogs, buscadores
c. qualquer outro tipo de conteúdo pago. (link patrocinados no Google, Yahoo etc.), jogos
digitais (in-game
A presença digital determina os pontos de advertising) e demais conteúdos de entre
contato do público com a tenimento (advertainment).
marca/empresa. Dessa forma, a estratégia consi * Comunicados e newsletters digitais enviados
ste em determinar a distri- pela empresa (e-mail
buição de esforços entre os tipos de presença marketing) (presença própria).
digital existentes mencionados
anteriormente - quanto se deve alocar em * Games criados com a marca da empresa ou
presença própria, gratuita e paga? produto (advergaming)
A presença digital, da mesma forma que a prese
nça da empresa/marca (presença própria).
no mundo físico, deve estar totalmente * Conteúdos de entretenimento gerados com a
alinhada com o posicionamento da marca da empresa ou
marca/produto e oferecer a melhor relação possível entre experiência produto (advertainment) ( presença própria).
para
o público-alvo e o retorno para a marca. Assim,
antes de desenvolver uma * Aplicativos móveis criados com a marca da
empresa ou produto
ação de mobile marketing, a sua marca/produto/empres
a precisa ter uma (presença própria). ó
presença mobile, um site/página que tenha 5
sido desenvolvido para disposi- * Qualquer tipo de conteúdo di gital criado
tivos móveis que, quando acessado por um com a marca da empresa
telefone celular ou smartphone, ou produto (presença própria) - podcastings,
proporcione uma experiência rica e engaje o públi videocasting etc.
co que ali chegou. * Buzz em redes sociais, gerados espontaneame
É interessante observar que muitas empre nte (presença ganha).
sas têm se preocupado em
atuar nas redes sociais, usar mobile marke Em termos de controle, as presenças própria
ting, realidades aumentadas e e paga são muito mais
outras tendências de marketing quando não controláveis pela empresa/marca do que a
possuem ainda uma presença presença gratuita, ganha nas
digital bem definida. De que adianta uma redes sociais ou nos resultados de buscas orgân
empresa atuar em redes sociais, icas. No caso das redes
busca, mobile, se quando o seu público Sociais, apesar de as ações serem Planejadas
for acessar o seu site, blog para se obter mídias espon-
etc., a tâneas positivas, não é possível garantir que rumo
experiência será péssima, ou pior, inexistente, das ações resultarão no
se esse público não conse- objetivo desejado. Não se tem controle sobre as
guir encontrar a marca/produto. Apesar de parec mídias sociais. A presença
er óbvio ser necessário em mídias sociais é uma situação que pode
Primeiro ter uma presença on-line adeq gerar tanto oportunidades
uada para depois poder atuar como ameaças. Um buzz positivo em mídias sociai
no ambiente on-line com eficiência e difer s pode alavancar con-
encial competitivo, muitas sideravelmente uma marca em razão de sua abran
empresas estão fazendo o contrário, geran gência. Por outro lado,
do desperdício financeiro é um buzz negativo pode trazer prejuízos sensí
resultados negativos. veis à marca. No caso de
marcas famosas, populares, não existe mais a opção
de “estar” ou “não”
Marketing na Era Digital Capítulo 11 = Presença digital 253
252
nas redes sociais — certamente já estão, pois as pessoas falam delas nesses O modo mais simples para indivíduos criarem sua presença digital é
ambientes, portanto existe a presença gratuita (que pode ser positiva ou por meio de blogs e/ou páginas de perfis em redes sociais, que são pro-
negativa, espontaneamente), quer se queira ou não. Nesses casos, o que cessos bastante simples de ser executados, não exigindo conhecimentos
resta fazer é atuar da melhor forma possível, planejar as ações dentro técnicos ou habilidades de design específicas. Como visto no capítulo 5,
desses ambientes para aumentar a probabilidade de que o buzz seja (ou cada categoria de página tem suas características e funções estratégicas.
se torne) positivo, favorável à marca. Veremos estratégias em redes sociais Assim, indivíduos que gostem de se relacionar socialmente, em geral pre-
no capítulo 14. ferirão ter perfis em redes sociais com que se identifiquem. Já jornalistas
e indivíduos que gostem de se expressar por escrito e interagir em torno
No caso de presença digital gratuita por meio dos resultados de busca
de ideias e reflexões se beneficiarão com um blog.
orgânica nos buscadores (como Google, Yahoo etc.), também se pode
planejar para se otimizar a presença nesses resultados. No entanto, O No caso de empresas, além de seus sites e blogs, pode ser estratégico
controle também é limitado, pois não depende apenas das ações e pla- criar também presença digital em redes sociais nas quais os seus públicos
nejamentos da empresa/marca. Especialmente a busca vem se tornando estão presentes. Nesse caso, podemos comparar a ação de presença digital
um elemento cada vez mais essencial de presença digital porque permeia como a ação de um pescador — estar onde os peixes estão.
todas as plataformas - redes sociais, web, mapas, mobile etc. - e também Dessa forma, recomenda-se que o primeiro passo em direção ao
porque é usada não apenas para buscar, como atividade, mas também mundo digital seja determinar a estratégia de presença digital on-line.
para navegar (pessoas acessam sites de empresas via busca no Google) e É importante ressaltar que uma boa presença digital depende da com-
localizar (geo-location search). Nesse último caso, a busca digitalé a ponte binação multidisciplinar de três áreas: marketing + tecnologia + design.
entre a presença digital e a física das empresas. Veremos adiante mais O marketing é a disciplina responsável em determinar posicionamento
sobre marketing de busca (capítulo 15), analisando as estratégias possíveis e objetivos da presença digital. À tecnologia fornece a estrutura ideal para
tanto para a busca orgânica (presença gratuita) quanto para a busca paga que os objetivos de marketing sejam implementados na presença digital. O
(links patrocinados, presença paga). design é responsável por garantir a experiência ideal para o público-alvo.
A escolha das melhores plataformas para estabelecer a presença digital Nos próxifnos capítulos, veremos quatro estratégias de presença digital
depende intrinsecamente do tipo de negócio/produto/empresa/marca e específicas — e-mail marketing, marketing de busca, mobile marketing e
do seu posicionamento. marketing em redes sociais. Todas essas estratégias, em algum grau, aca-
Por exemplo, grandes corporações com estrutura variada de produtos bam se utilizando de landing pages (veja capítulo 5 para conceituação),
e serviços normalmente necessitam de um ou mais sites onde as informa- por isso acreditamos ser adequado abordar mais a fundo neste capítulo
ções possam ser estruturadas e encontradas facilmente, onde detalhes de as análises e considerações estratégicas desse tipo de página.
produtos possam ser obtidos com confiabilidade. Já empresas pequenas
ou profissionais liberais podem eventualmente se utilizar apenas de um
blog, onde o foco maior é o relacionamento com o público. Para em- Landing Pages
presas B2C (Business to Consumer), pode ser interessante ter presença
“Você pode conduzir um cavalo até a água, mas não pode forçá-lo a beber”
no Facebook. Já empresas B2B (Business to Business) podem preferir o
John Heywood
LinkedIn e o Twitter. Em outros casos, empresas e produtos intrinseca-
mente dependentes de local (restaurantes, cinemas, teatros etc., que têm
Landing page é a página que aparece para uma pessoa quando ela clica um
grandes chances de serem encontradas por meio de busca mobile das
anúncio, link de um resultado de busca (orgânica ou links patrocinados),
pessoas que estão nos arredores) podem necessitar de um site mobile
como principal elemento de presença digital.
254 Marketing na Era Digital
Capítulo 17 = Presença digital
255
link em uma peça de e-mail marketing, ou seja, é a página onde a pessoa
vai “aterrissar” na web depois de clicar um link com algum tipo de anúncio. O tipo de landing page usado em cada caso
depende do objetivo dela no
planejamento de marketing. Landing pages
Essa página deve mostrar um conteúdo que é uma extensão do anúncio para campanhas temporárias
de links patrocinados, por exemplo, muitas
ou link clicado, pois, caso, contrário a pessoa não reconhece a conexão vezes são páginas isola
das
sem conexões com o website principal ou
- com o que está buscando e não permanece na página. Por isso, a função hotsites especializados essa
aquel a campanha específica. Por outro lado, as landi
da landing page não é apenas atrair o público-alvo, mas também, prin- ng pages das estra-
tégias de otimização orgânica de busca tend
cipalmente, realizar o objetivo de marketing da página, convertendo em a ser páginas específicas
profundas no website.
Visitantes em usuários, de acordo com o plano estabelecido.
Em campanhas de SEM (Social Media Marketing), e-mail marketing,
Conversão
press releases e qualquer ação de marketing on-line, as landing pages
são essenciais. Segundo Philip Kotler, em um artigo sobre o comércio Conversão é uma ação (do visitante do websi
te) que tem valor mensu
rável
eletrônico, uma das sete principais causas do fracasso desse tipo de site para o negócio. É a medida fundamental que
determina se as ações de
é a falta de design apropriado na página de entrada. Sem uma interface marketing estão indo bem ou não.
atraente, cativante e eficiente, o visitante não se tornará cliente. O objetivo da conversão pode ser qualquer
ação que se deseje que o
Considerando-se os três objetivos principais do marketing de relacio-, visitante faça na página: conhecimento sobre
a empresa/produto, com-
namento on-line — aquisição, conversão e retenção -, pode-se dizer que pra, download, preenchimento de formulário
, um simples clique para ir
enquanto várias ações de marketing atuam na aquisição do público-alvo a outra página do site, interação com al guma
parte específica do site (p.
(como marketing de busca, por exemplo), as landing pages são respon- ex., demo de produtos), interação com a marca
(via navegação no site),
sáveis por sua conversão, ou seja, persuadir esse público-alvo a tomar entre outras.
determinadas ações planejadas. Já a retenção desse público-alvo depende Quando as conversões estão relacionadas a
vendas, podem ser divi-
do aprofundamento do relacionamento visando ao aumento do lifetime didas em dois tipos:
value desse público e envolve o desenvolvimento de ações específicas de * Conversão de receita - Envolve diretament
marketing de relacionamento (que pode incluir busca, e-mail marketing e a venda, onde uma
venda é a meta. A medição desse tipo de
e diversos outros tipos de ação). O uso de técnicas de behavioral targeting conversão é dada pela
quantidade de vendas. :
pode também ser bastante útil nos estágios de conversão e retenção, pois
permite aumentar a relevância das informações apresentadas na landing *
Conversão pré-receita - Envolve todos os
outros passos no ciclo
page após o clique do usuário que conduziu a ela. de venda, atividades que levam à venda, como
preenchimento de
formulário solicitando informações, assinatura
para receber news-
letter etc. Essas conversões precisam ser mens
Tipos de landing pages uradas e rastreadas
por meio de indicadores.
s pontos no qu al um visitante on-line aterrissa no website, ou De acordo com uma pesquisa da Silverpop, a princ
seja,
) as
landing pages, podem ser de três tipos: ipal meta de conver-
são para empresas B2B é lead generation (criação
de interesse no público-
* uma página isolada sem conexões com o website principal; alvo), enquanto nas empresas B2C a principal
meta é vender. Veja o que
* microssites ou hotsites especializados que enfocam um público incluem metas comuns de conversão em progr
amas de marketing on-line
específico e resultado desejado; suportados por e-mail marketing e landing pages:
* uma página específica profunda no website. s* E-commerce (61%) - Na maioria dos casos, enfoc
a fazer uma venda
com o visitante clicando um link da landing page
que leva a um
formulário que solicita informação de pagamento.
256 Marketing na Era Digital Capítulo 11 = Presença digital 257
e Lead Generation (19%) - Visa atrair o interesse e/ou reunir infor- e original (conceito: afinidade), transparência (conceito: confiança) e
mações dos visitantes prospects por meio de ofertas de relatórios facilidade de navegação (conceito: clareza).
e artigos, de modo que eles precisem se cadastrar para recebê-los. Todas as táticas de estratégias de conversão transmitem, de algum
Muito usado por empresas B2B. modo, os conceitos-chave de ação.
e Branding (8%) - Busca a promoção das marcas, sendo usado tanto
por empresas B2B como B2C. Otimização de landing pages
e Educacional (11%) - Enfoca a educação do público-alvo de em- Como mencionado anteriormente, algumas estratégias de marketing
presas B2B e B2C, oferecendo informação educacional que apoie (marketing de busca, e-mail marketing, social media marketing, ações
o uso de seus produtos. em displays etc.) podem aumentar o tráfego (visitação) nas páginas de
O ponto importante é que a ação de conversão, seja qual for, precisa um site (landing pages), mas não necessariamente as taxas de conversão
ser rastreável e seu valor, calculado ou estimado. Caso contrário, torna- de visitante em clientes. Excelentes campanhas de links patrocinados, por
se impossível mensurar a eficiência da landing page para a conversão exemplo, podem atrair uma grande quantidade de visitantes para o site,
desejada. mas estes só permanecerão se encontrarem o que desejam na landing page.
Um dos erros mais comuns nas estratégias de marketing é não pres-
Estratégias de conversão tar atenção adequada às landing pages. Elas devem ser desenvolvidas
Todas as estratégias e táticas específicas para conversão são baseadas em e otimizadas especificamente para converter o visitante em cliente da
influenciar as emoções humanas básicas e mover os visitantes de sua zona conversão que se espera dele.
de conforto. Segundo Ash, os conceitos-chave que motivam as pessoas a Assim, as estratégias de otimização de uma página como landing page
agir são medo, ganância, culpa, exclusividade, raiva, salvação ou elogio. visam a melhorar seu conteúdo, código, estrutura e design, de modo a
Nenhum desses motivadores é racional: todos estão enraizados em nossa aumentar a taxa de conversão de seus visitantes. Isso envolve um traba-
natureza emocional fundamental e imutável. lho integrado entre as equipes de marketing, tecnologia da informação
Esses conceitos-chave são traduzidos nas escalas hierárquicas de (TT) e design.
àz
a
websites apresentadas a seguir, conforme o site Tuners.com:
Táticas para otimização de landing pages para conversão
* Ansiedade x confiança - Não se pode esperar que alguém aja sem
que primeiro se garanta a sua segurança. Algumas táticas interessantes sobre como desenvolver landing pages
para otimizar as taxas de conversão de visitantes são apresentadas por
* Confusão x clareza — Enfatizando-se muitos itens em uma página,
Larry Chase:
destrói-se a habilidade de o visitante encontrar as informações
essenciais, criando confusão e paralisando-o para tomar decisões. * Saiba quando manter a página simples - Isso depende do público-
A clareza é necessária para que o visitante tome a ação desejada. alvo. B2B é diferente de B2C, por exemplo.
e Alienação x afinidade — O sentimento de pertencer e ser compre- * Informe onde o visitante está - Se a pessoa não se localizar e se
endido é um motivador poderoso para as pessoas permanecerem sentir perdida, provavelmente não ficará na página.
na página e agirem. * Não tire o controle do usuário com pirotecnia e excesso de tec-
Assim, esses conceitos-chave devem embasar as estratégias de con- nologia - Animações, efeitos e sistemas que tiram o controle do
versão nas landing pages, como o que acontece nos três componentes usuário enquanto carregam ou acontecem tornam-se desinteres-
principais de um site de qualidade, segundo o Google: conteúdo relevante santes para eles.
258 Marketing na Era Digital
Capítulo 11= Presença digital
Ofereça múltiplos calls to action (incentivos para agir) ã Isso pos; 259
sibilita que usuários com perfis diferentes em termos detipo de Rai olho nu já é bastante útil.
Apesar de muita coisa que
mídia tradicional funcio funciona na
que preferem tomar (preencher formulário, telefonar, participar de nar também on-line,
funcionam do mesmo há outras que não
promoções etc.) encontrem o caminho para agir. Isso aumenta as jeito, e este é o modo de
descobrir.
chances de conversão. * Dica extra: “Não sabemos tud
o” Além de descobrir o gue funcio-
Faça experiências com seus aos na ou não no marketing na
7 O senso comum é a internet e, especificamente,
pages, devemos perceber nas landing
durante o preenchimento de um formulário, para cada campo de que elas são alvos em mov
temos como saber tudo o ime nto e não
registro preenchido, perdem-se 30% das pessoas que estão res- tempo todo. Precisamos esta
temente em mov r constan-
pondendo. Existem várias linhas de pensamento quanto ao que imento também para acompa
s. nhá-la
fazer nesses casos. Uma das sugestões das Outra boa fonte de inform
e ua ao ações sobre o funcionament
usuário apenas o que ele acredita que seja necessário em função a mento de landing pages é o e desenvolvi-
o livro MarketingSherpas Lan
que apresenta diversos din g Page Handbook,
que está relacionado ao formulário (por exemplo: auge downloa exemplos reais e estatíst
desenvolvedores, como: icas interessantes para
de um arquivo, comprar, cadastrar para receber notícias etc.).
Reanalise sua “Encore Page” - É a página que o usuário recebe ce * aumentar o tamanho do
botão da “call to action
pode elevar con-
. >»
volta quando realiza a ação na landing page. Por exemplo, depois Versões;
de preencher um formulário ou baixar um Frau pdf, é apresen. * clientes que entram no site par
tada a encore page com algum tipo de confirmação ou informação a comprar algo adiam suas compras
em média por 34 horas e 19
sobre a ação executada. Essa página deveria dar ao usuário mais minutos. Isso pode afetar as
de taxa de conversão basead medidas
as em períodos de 24 horas;
oportunidades de agir no site (calls to action) e não apenas oferecer
* uma tática útil de conversão
um link para a home page ou um botão para voltar (como ocorre é convidar a participar da Pág
“Responda a ina, como
na maioria das encore pages). cinco perguntas para saber seu
perfil profissional”;
* O uso de personagens
Não presuma que está tudo entendido - O que é óbvio para você que falam na landing page
as taxas Ye conversão em até pode aumentar
provavelmente não é tão óbvio para outras pessoas, principalmente 30%, dependendo do tipo de
Mais um página.
se são de outras empresas ou países. estudo sobre landing pages
que merece atenção é o rela
8 Seconds to Capture Attention, tório
Teste múltiplas landing pages - O teste de diferentes landing da Silverpop, que apresenta
seguintes pontos important , por exe mpl o, os
pages permite testar diferentes variáveis, como título das páginas, es:
quantidades de campos nos formulários, tamanho das páginas etc. * Perguntar muitas inform
ações pode levar o usuári
frustrar-se de o a se cansar e
Permaneça no ar — Para quem segue um link para nma Ra forma que abandone o proces
das landing pages incluem so. Mesmo assim, 45%
page, é mais interessante que esse link formulários que contêm mai
o válido e a página esteja campos a serem pre s de 10
no ar do que receber um “file not found” no que a oferta ou enchidos.
informação na página refira-se ao passado (é sempre bom que * À presença de barras de nav
egação em uma landing pag
uma distração que manda os e pode ser
isso esteja claro na página), continua sendo referência sobre a sua Visitantes para longe da meta
de conversão. No entanto, principal
página e seu site. aproximadamente 7 em cad
pages usam barras de navega a 10 landing
Siga os olhos dos usuários - Observe alguém que está olhando ção.
para sua página pela primeira vez e acompanhe o movimento us * Uma URL de landing pag
e legível reforça o branding.
a ausência de traços e núm Além disso,
ele faz com os olhos. Existem também tecnologias de eye-tracking eros, quando possível, pod
melhorar o reconhecimento e ajudar a
que podem auxiliar nesse processo, mas a simples observação por parte do visitante sobre
a ou empresa que a pág os produtos
ina representa.
Marketing na Era Digital
260
Considerações e recomendações adicionais * Permissão e ética (opt-in e opt-out) - Para que uma ação seja con-
siderada e-mail marketing e não “spam”, é essencial que respeite
* Artigo “Paid and Earned Media: an Unlikely Marriage” — http://goo.gl/Bbt] as práticas éticas para obter opt-in' e ofereça também, da mesma
Opt-in é o ato em que uma pessoa opta por receber as mensagens de e-mail de um determinado
remetente. Normalmente as práticas de opt-in envolvem a captura de cadastros em eventos,
http://services.google.com/websiteoptimizer/ E sites, situações de compra e relacionamentos em geral, pedindo permissão para o envio de
E mensagens de e-mail. Outra prática bastante comum é o uso de listas de cadastros que já
http://services.google.com/training/websiteoptimizeroverview/2995095/index.html
Qro QN
g
Segundo Igor Senra, , da MolIP, no Seminário Marketing 2.0 em 27 de agosto, em Curitiba. possuem a permissão para receber mensagens de tipos de conteúdos previamente autorizados
http://validator.w3.org/ pelos cadastrados ou conteúdos de empresas parceiras aos detentores dos cadastros.
http://validator.w3.org/checklink/
261
262 Marketing na Era Digital Capítulo 12 = E-mail marketing
263
forma, opt-ouf. Assim, o e-mail marketing só acontece no âmbito Assincronicidade - O e-mail permite
a leitura e a resposta em
da permissão, que é a base do marketing de relacionamento. tempos distintos, além da leitura em mome
nto diferente do envio/
recebimento. Isso favorece a interação com
Segmentação e personalização - Justamente porque o e-mail diversos perfis distintos
de públicos - enquanto há pessoas que gost
marketing acontece por meio de permissão, possibilita estabelecer am de interagir instan-
taneamente, há outras que precisam de vário
um relacionamento contínuo e crescente em grau de detalhamen- s dias para agir. Dessa
to com os públicos-alvo. A cada mensagem enviada de e-mail forma, o e-mail atende aos mais diversos
perfis.
marketing, pode-se e deve-se criar ações de call-to-action* que levem Permanência - Uma vez recebido Por
uma pessoa, o e-mail pode
o relacionamento a uma proximidade maior, que traz mais informa- ser guardado (e os relevantes têm alta prob
abilidade de sê-lo) e
ções sobre a pessoa. Essas informações acumuladas ao longo do tem- permanece com o público-alvo, permitindo
que seja lido mais de
po vão fornecendo possibilidades de segmentação e personalização uma vez em situações distintas.
cada vez mais precisas e eficientes nas ações de e-mail marketing. Difusão digital - No ambiente digital, o
e-mail é uma das plata-
Mensuração — Por acontecer no ambiente digital e normalmente estar formas mais maduras e disponíveis, com
altíssima difusão entre os
associado a bancos de dados, o e-mail marketing permite um forte usuários on-line.
grau de mensuração das atividades dos seus receptores, como quem Preço baixo (per capita) — O custo de envio
recebeu a mensagem, quem abriu essa mensagem, quando, quand de produção e envio de
e-mail marketing é barato quando comparado
vezes etc, Essa mensuração fornece dados valiosos para a análise do ao de outras formas
de comunicação direta, como mala-direta
por correio, por exemplo.
comportamento do público-alvo e o ajuste das ações de marketing.
Mensagens multimídia - O e-mail perm
ite não apenas o uso de
Rastreamento - Como as mensagens de e-mail não possuem limita- textos, mas também de imagens e até mesmo
ções de tamanho nem de contexto (como acontece em redes sociais, vídeos, possibilitando
o emprego da forma mais adequada de comu
por exemplo, que podem ter limite de tamanho das mensagens ou nicação que impacte
Os diversos tipos de públicos.
só permitem que as mensagens fiquem no seu próprio ambiente), o
Envio único - Por sua característica de perso
e-mail marketing permite o encadeamento de assuntos, rastreando nalização e permissão,
não se admite que uma mesma mensagem
as interações entre empresa/consumidor-cliente desde à primeira :de e-mail seja enviada
mais de uma vez a cada pessoa. Diferentemente
mensagem enviada em cada ação, o que favorece o relacionamento da propaganda com
caráter interruptivo em que a maior frequ
e a solução de problemas. ência de comunicação da
mesma mensagem resulta em maior impacto,
Integração entre plataformas — O e-mail marketing penite que as no caso do e-mail
marketing, o envio de uma mesma mensagem
call-to-action direcionem ações às mais diversas mídias —telefone, mais de uma vez é
percebido como invasão e pode ser considerado
sites, televisão, redes sociais etc. Além disso, é uma das principais spam.
Possibilita riqueza de conteúdo - A segm
opções para recebimento de mensagens de Ra em RSS feeds entação com precisão
permite aprofundar o conhecimento de
de sites e blogs. Isso faz com que o e-mail marketing Fo uu cada pessoa para a qual a
mensagem será enviada. Dessa forma, em razão
celente opção para “costurar” assuntos e criar conexões crossmídia, da especificidade
da audiência, é possível detalhar as mensagens
envolvendo as demais diversas mídias. de e-mail marketing
de uma forma mais rica e personalizada que nas
demais plataformas
2 Opt-out é o ato em que uma pessoa opta por não querer receber nais mensagens Sean de comunicação, que atingem audiências mais
de um determinado remetente. O opt-out, para ser ético, deve ser tão simples de fazer na o amplas e gerais. A
inexistência de limitação de tempo para ler
opt-in, e todas as mensagens enviadas a um determinado receptor devem ter sempre a opção (como na televisão) ou
pt-out disponivel. de tamanho de mensagem (como no Twitter)
Cc o termo usado para designar ações que Raça uma determinada e na possibilita também
que o grau de detalhamento da mensagem
Por exemplo, as frases “Ligue para obter mais inform a Cadastre; se none para a I seja tão grande quanto
descontos especiais” “Compre agora”, “Agende uma visita” etc. são ações de call-to-action. o necessário.
264 Marketing na Era Digital Capítulo 12 = E-mail marketing 265
e Capacidade de viralização - A facilidade de repassar uma men- quem os recebe. Uma mensagem sem relevância tem pouca probabilidade
sagem de e-mail é bastante grande. Por isso, o e-mail marketing de ser aberta, acontecer alguma interação ou ser repassada pelo receptor.
tem alta capacidade de viralização, favorecendo promoções de É preciso considerar que em razão da obesidade informacional em que
propagação de descontos, promoções e informações relevantes. vivemos, cada vez mais as pessoas economizam atenção (como vimos no
- Relacionamento - Por todas as características apresentadas capítulo 3). Assim, cada mensagem enviada não está concorrendo apenas
anteriormente, o e-mail marketing é a plataforma mais precisa com as demais mensagens que o receptor tem em sua caixa de entrada,
para ações de relacionamento. Seja por meio de integração com mas também, principalmente, com todas as demais atividades que essa
banco de dados, redes sociais, transações de behavioral targeting no pessoa tem para fazer em todos os outros ambientes sociais. Desse modo,
e-commerce, assinatura de RSS feeds, as ações de e-mail marketing a única forma de obter visibilidade e interação para uma mensagem de
envolvem permissão e interação um a um com o público-alvo, e-mail marketing é conseguir criá-la com relevância para o público-alvo.
que são a base do relacionamento — duas vias de comunicação e
conhecimento entre as partes. Filtros
As características anteriores indicam a importância do e-mail Em razão da grande quantidade de mensagens de spam enviadas dia-
marketing como principal ferramenta do marketing de relacionamento. riamente, cada vez mais os servidores e sistemas clientes de e-mail blo-
No entanto, para que as ações de e-mail marketing sejam eficientes, é queiam e filtram mensagens que consideram spam. Essas regras de filtro
necessário tomar alguns cuidados, como ética, relevância, filtros e landing impedem a entrega de uma quantidade enorme de e-mails enviados de
pages, como veremos a seguir. forma ética, devido a problemas de generalizações desses filtros. Assim,
para garantir o sucesso de uma ação de e-mail marketing, é essencial
Ética e códigos de regulamentação fazer a análise do seu conteúdo para evitar que este seja bloqueado nos
Um dos maiores problemas do e-mail marketing são as ações antiéticas filtros antispam. Para isso, é necessário conhecer as principais regras de
bloqueios nos servidores e sistemas clientes de e-mail, para poder criar
que causam spam e tiram a credibilidade da plataforma. As pessoas hoje
gastam muito tempo gerenciando suas caixas de e-mail e fugindo das as mensagenê adequadamente. As principais ferramentas profissionais
de envio de e-mail marketing possuem funcionalidades que verificam o
mensagens indesejadas. Dessa forma, a primeira ação a considerar antes
de qualquer ação de e-mail marketing é ter ética e procurar atender aos grau de probabilidade de a mensagem ser barrada pelos filtros.
códigos de regulamentação. Além dos conteúdos, as ferramentas de envio de mensagens também
No Brasil, várias entidades envolvidas com e-mail marketing (Cgi.br, influenciam os filtros a reterem. Mensagens enviadas para grandes lotes
ABMD, Abradi, Abranet, Abrarec, Abradi [RS], Apadi, Fecomercio, IAB
de endereços de e-mail usando programas de e-mail pessoais, como o
Brasil, Serpro [RS], entre outras) desenvolveram um código de autorre- MS Outlook, por exemplo, são bloqueadas pela maior parte dos filtros.
Assim, o uso de uma ferramenta profissional, instalada em servidores
gulamentação para a prática do e-mail marketing, o Capem (http://www.
capem.org.br/), que sugerimos que seja lido por qualquer empresa brasileira na web (e não no desktop de quem faz o envio), é a base para ter sucesso
que pretenda praticar, ou que já pratique, ações de e-mail marketing. nas campanhas de e-mail marketing.
Para uma ação profissional de e-mail marketing, é necessário fazer
Relevância mensurações a cada envio. Isso só é possível com ferramentas profissio-
nais, e não sistemas de uso individual.
Por mais que as ações de e-mail marketing sejam éticas e respeitem todas
as premissas de personalização é permissão, é essencial que os conteúdos
das mensagens sejam desenvolvidos de forma a serem relevantes para
266
Marketing na Era Digital Capítulo 12 = E-mail marketing
267
Landing Pages Ao enfocarmos a inte
rnet móvel, os resultados das pesquisa
sobre o tempo gasto nas atividad s da Nielsenº
Como visto no capítulo 5, as landing pages são as páginas a es mobile pelos usuários de inte
que o usuário rnet
chega após clicar um link digital, esteja esse link em nos Estados Unidos, em julho de
2010, mostram que o e-mail domina
um banner, em um
resultado de busca ou em um e-mail marketing. tempo gasto em atividades móveis o
(Figura 12.1). É interessante obse
que apesar de as rvar
As ações de e-mail marketing nem sempre têm como call-to- redes sociais e blogs dominarem o
action as por usuários nas plataformas desktop tempo gasto on-line
interações em páginas web, como é o caso de ações que convid (seguidas pelos jogos), na internet
am o re- móvel, no entanto, as
ceptor a ligar por telefone ou ir pessoalmente a um ponto atividades mais tradicionais com
de venda para o o e-mail reinam.
trocar cupons, por exemplo. No entanto, as ações de e-mail
marketing Time Spent* om Mobile Interna
que almejem continuar ações no ambiente digital por meio Internet Users, June aDil Activities ly 15
de links para nl
páginas na web devem necessariamente criar landing pages mins:secs
que sejam Errail
continuação da mensagem. Dessa forma, para alcançar conver 25:00
sões por Portals
meio do e-mail marketing em plataformas digitais, é essencial 700
otimizar Social networks blops
GE
e testar continuamente as landing pages para conseguir Search
maximizar as Nerars 4iz
conversões (veja capítulo 5). Entertainment 242
Ausies 200
Weather 1:54
142
O contexto atual do uso do e-mail Videos/movies
Qtharr* 1itz
O e-mail continua sendo uma das principais ferramentas de ss
relacionamen- Note: “read chártas soyine ttot If alt
time spent on the intermetby Lis
to e compartilhamento de informações. De acordo com users Was condensed irto 1 hour tie era
a pesquisa How Rida *refers to the 14 remaining online usage iyocial complica 25
sectors wisited from mobile
Media Habits Have Changed Since 2000", 48% das pessoas on-line
entrevistadas Source: The Misjsen Cómpar
"What Americans Do Online: Social
and Games Dominate Activity” as
declararam que enviam e-mail com vídeos de histórias cited on Company bios, Am 2, 2010 Meo
ou vídeos. Outra Tiza
pesquisa que apresenta características interessantes sobre enrola ricobar com
o uso do e-mail Figura 12.1 - Pesquisa apresentada
atualmente é a Social Transmission, Emotion, and the Virality pelo eMarketer” sobre o tempo gasto
of Online Content, nas atividades
que aponta que a maioria dos internautas envia textos longos, mobile, » E
que passam
mensagens positivas em vez de notas curtas, com temas negativ Em termos de ações de marketing, uma
os. pesquisa da Hurw
itz & Associates!o
mostra a mudança das empresas Peq
O artigo Users Still Sharing by E-Mails apresenta pesquisas uenas saindo das mídias tradicionais
que reforçam e migrando para mídias digitais
que as pessoas continuam compartilhando informações mais baratas. As três principais
por e-mail e os formas digitais de marketin plata-
links de e-mail obtêm as mais altas conversões e taxas de engaja g usadas são redes sociais, newslett
mento. e-mail e busca, e o e-mail marketin ers por
O e-mail continua sendo também a mídia de preferência g, particularmente, correspondeu
para os expectativa de aumento de lucro das empresas. à
leitores de blogs” — entre as pessoas entrevistadas sobre Ainda, segundo outra
como preferem pesquisa da StrongMail", a combinaçã
receber as notícias sobre os blogs que assinam, 44% preferem o de ações de marketing em redes
usar leito- sociais e e-mail marketing é uma
tendência em crescimento. Mais
res de RSS feeds, enquanto 47% preferem receber as notícias 40% dos executivos entrevistados decl de
por e-mail
(31% preferem receber um e-mail com o resumo das atividades araram que a integração das duas
dos posts táticas é uma das mais importantes
iniciativas que implantariam em 2010
e 16% preferem receber um e-mail para cada post). no e-mail markerting.
= 0000
Pew Internet & American Life Project, 2010.
ES
8 eMarketer, 2010-2013.
Berger e Milkman, 2010. 9 htip://www.emarketer. com/ Article. aspx?
Now
Analisando a conexão entre e-mail e redes sociais, o estudo da agência contato pessoal. O grau de envolvimento e privacidade normalmente
Merkle? comprova que os usuários de redes sociais tendem a usar mais aumenta conforme a interação passe das mensagens sociais públicas para
o e-mail do que os não usuários, mostrando que o uso de redes sociais e o contato pessoal. À gestão de cada nível de comunicação é essencial para
e-mail se relaciona. O e-mail marketing está se tornando social e algumas se traçar estratégias de marketing e cada um tem o seu papel, a saber:
ferramentas começam a integrar essas ações. Um exemplo disso é a ferra-
* Mensagem social pública — Esse tipo de comunicação ocorre de
menta lançada pela ExactTarget que integra e-mail marketing no Twitter,
forma aberta nas redes sociais, visível publicamente, fornecendo
permitindo que os profissionais de marketing selecionem conteúdos de
um canal transparente para as pessoas interagirem com personali-
mensagens de e-mail e incorporem-nos a um tweet. Outro exemplo é a
dades públicas, marcas, entre si, sem a pressão da resposta que está
aplicação desenvolvida em parceria pela StrongMail Systems e Equifax,
implícita no e-mail. As interações públicas são excelentes pontos de
Equifax Social Influencer, que combina a ferramenta de marketing viral início para engajamento, que, se feitas de forma adequada, podem
da StrongMail com os serviços de dados e expertise analítica da Equifax". levar a uma comunicação direta mais personalizada.
Assim, o impacto das redes sociais no e-mail caminha mais para a
e Mensagem direta e/ou instantânea — Uma vez que o relacionamento
integração de ambos do que o funcionamento isolado ou a eliminação
é estabelecido por meio de comunicação pública, o passo seguinte
do e-mail. Veja a seguir as tendências:
normalmente é o uso de mensagens diretas ou instantâneas por
e Redes sociais adicionando funcionalidades de e-mail a seus servi-; meio de redes sociais on-line. As mensagens diretas (DM no Twitter
ços, como o Facebook, por exemplo, que propôs o Projeto Titan. ou uso do MSN) estabelecem uma conexão privada sem criar um
* Mais ferramentas suportando a integração entre social e e-mail, canal muito amplo, como o e-mail. A limitação de caracteres e/ou a
como ferramentas de e-mail para o Twitter listadas em http://www. sincronicidade favorecem um relacionamento mais próximo do que
theemailguide.com/email-marketing/top-10-twitter-email-tools/ ou como as ferra- as mensagens públicas, mas menos envolvente que o e-mail, que se
mentas de Exact Target e StrongMail mencionadas como exemplos torna o canal de comunicação seguinte conforme o relacionamento
nos parágrafos anteriores. avance.
* Serviços de webmail adicionando funcionalidades sociais (como o * Mensagem de e-mail - O e-mail permite uma comunicação com
Gmail Buzz). mais profundidade, que pode ser facilmente éncaminhada e enviada
Crescimento de plug-ins sociais em sistemas clientes de e-mail, a várias pessoas simultaneamente. No entanto, quando não usado
como o Social Connector no Outlook. efetivamente, o e-mail pode se tornar um dreno de tempo. Assim,
o e-mail deve ser o passo seguinte para aprofundar comunicação
direta e privada, de forma sucinta e significativa, relevante.
Os níveis de comunicação
* Conversa telefônica - Muitas vezes, a comunicação textual assín-
As redes sociais on-line ampliaram o espectro de possibilidades de canais
crona pode demorar muito a dar resultados. Apesar de a comu-
de comunicação on-line. Enquanto no passado tínhamos o chat e o e-mail nicação textual permitir que se tenha mais tempo para pensar no
apenas, depois os sistemas de instant messages (ICQ, MSN etc.), hoje temos
que é falado e enviado, a comunicação telefônica permite perceber
diversas plataformas de redes sociais que permitem novas formas de res-
melhor o interlocutor, traz mais atributos não verbais ao relacio-
postas públicas e envio de mensagens diretas. Nesse sentido, podemos
namento e permite uma interação mais imediata em duas mãos e
dividir a comunicação atual em cinco níveis!*: mensagem social pública, aprofundamento maior no relacionamento.
mensagem instantânea, mensagem de e-mail, conversa por telefone e
* Contato pessoal — O grau mais íntimo de relacionamento é o
12 eMarketer, 2010.
contato pessoal, que envolve uma comunicação de duas mãos.
i3 http://www. marketingvox.com/new-bells-whistles-take-email-social-045326
14 Baseado em hitp://mashable.com/2010/02/08/communication-social-media/ Além do verbal, o contato pessoal permite uma gama imensa de
270 Marketing na Era Digital
Capítulo 12 = E-mail marketing
211
comunicação não verbal que pode ser usada estrategicamente para
e Janela de visualização:
ações de negociação e compreensão da outra parte. Em alguns casos,
é a forma mais adequada de comunicação. * Frequência de envio - Quem deve determinar a frequência é o
Assim, o e-mail é uma forma importante de comunicação que permite público-alvo.
alavancar o engajamento com o público-alvo. * Ferramenta de envio dos e-mails.
* Criação de landing pages apropriadas a cada ação.
Às peças devem ser criadas com o planejamento estratégico em
Estratégias de e-mail marketing e os resultados de cada ação devem ser mensurados é analisados
mente
para
As redes sociais integradas ao e-mail marketing vêm delineando uma balizarem os ajustes das ações futuras.
nova forma de comunicação. Enquanto as mídias sociais são oportuni-
dades para as empresas saberem o que fazer, ouvindo e mensurando as Integração entre e-mail marketing e redes sociais
necessidades e desejos do seu público-alvo, a integração das redes sociais
com o e-mail marketing oferece oportunidades fantásticas para atender Conforme o cenário social se mescla com o e-mail marketing, alguma
s
dicas para fazer essa integração, aproveitando e criando oportu
esse público, do modo que ele deseja. O e-mail marketing começa a ser nidades
de marketing de forma que uma plataforma se aliment
aplicado como ferramenta de segmentação para relacionamento, indo e e, ao mesmo
tempo, estimule a outra, são!s:
muito além da venda em si. Quando realizado com base nas boas práticas
de comunicação, de acordo com princípios éticos de responsabilidade e * promova via e-mail jogos, aplicativos e competições no Facebook
adequação de conteúdo em meio ao público-alvo, o e-mail marketing eno Iwitter;
traz resultados que aumentam o ROI (retorno sobre o investimento). * divulgue, na sua newsletter por e-mail, os vencedores de competi-
Assim, o planejamento das estratégias de e-mail marketing deve con- ções no Facebook;
siderar os aspectos a seguir: * tuite sobre conteúdos exclusivos que estão disponíveis apenas para
* Objetivo de marketing e integração com as demais estratégias da assinantes de e-mail;
empresa. * crie ofertas exclusivas no Facebook e Twitter, mas que sejam dis-
* Características do público-alvo e do produto/marca/ empresa — Isso poníveis apenas aos assinantes dê e-mail;
determina o tipo de mensagem, linguagem, o uso de textos mais * poste links no Facebook e Twitter apontando para as versões na
longos ou curtos, mais detalhados ou superficiais, o uso de imagens web dos seus melhores e-mails;
ou vídeos etc. * inclua os botões “Like” e “Follow” nas newsletters e promoções por
* Características da plataforma-alvo — Cada software cliente de leitura e-mail;
de e-mail tem características específicas, como leitura em aparelh * inclua nas newsletters por e-mail oslinks para as páginas da empresa
os
celulares, programas de webmail, filtros antispam etc. Isso determina no Twitter e Facebook;
características da mensagem, como tamanho de mensagens, tempo
* capture endereços de e-mail nos momentos de conversão para con-
de carga, possibilidade de visualização de imagens e vídeos
etc. sumidores que chegaram ao seu site por meio de links no Facebook
* Determinação das ações para obter cadastros e opt-in e criação ou Twitter;
de
política de uso e privacidade da base de endereços de e-mail.
* crieum segmento de e-mails contendo os seus seguidores no Twitter
- Relevância do conteúdo. e forneça a eles informações adicionais via e-mail:
pe ao
* Data e horário do dia para envio (o “quando” enviar a mensa
gem ls Janela de visualização é o período de tempo entre quando o consumido
r recebe uma mensagem
é tão importante quanto “o que” é enviado). e quando ele reage. Essa janela é de aproximadamente 24 horas após o
recebimento.
6 http://www marketingvox.com/e-mail-and-social-media-cant-we-all-just-get-alon
g-04771 5/
272 Marketing na Era Digital Capítulo 12 = E-mail marketing 218
e inclua, nos seus e-mails, questões postadas no Twitter e Facebook Para quem tiver interesse, o artigo “Using Google Analytics to Track Email
e, então, responda a elas; Campaigns” traz informações técnicas de como fazer essa integração — http://
www webmarketcentral.com/email
campaign. tracking.htm.
- encoraje os assinantes de e-mail a postarem questões no Facebook
ou Twitter;
* hospede vídeos na sua página no Facebook e inclua os links em seu Ferramentas
e-mail e no Iwitter.
Existem diversas ferramentas profissionais pagas e excelentes para enviar
O relatório Maximizing the E-Mail/Social Media Connection, do eMarketer, e-mail marketing. Algumas das principais no exterior são Topica Inc.,
|
Ê traz mais informações interessantes sobre como maximizar a integração StreamSend, Exact Target, My Emma, VerticalResponse, EmailLabs,
:i
É
de e-mail e as redes sociais. O relatório pode ser obtido em http://wwn. Mailworkz.com, Double Click, iContact e Constant Contact. Essas fer-
marketresearch.com/product/display.asp?ProductID=2662310 ramentas são analisadas e comparadas em http://www.topseos.com/rankings-of-
best-email-marketing-sofiware.
E-mail marketing e o e-commerce Outra lista com uma relação de ferramentas pagas, com reviews e
A maioria dos visitantes de um site de e-commerce sai sem comprar avaliações, encontra-se disponível em hitp://email-marketing-software-review.
nada em sua primeira visita. Mas se o site possibilitar o opt-in, ou seja, toptenreviews.com/.
um modo do visitante se cadastrar na primeira visita para receber infor- No Brasil, as principais ferramentas profissionais de e-mail marketing
mativos e/ou ofertas, inicia-se um relacionamento para compras futuras. são EasyMailing Dinamize's, Email Marketing LocaWeb", UolHost Email
Estudos mostram que 82% dos compradores on-line fizeram pelo menos Marketing?” e Carteiro Express. O site iMasters realizou um benchmark
uma compra em resposta a uma promoção de e-mail e 32% fizeram uma com essas ferramentas nacionais, mais as internacionais iContact,
compra on-line de imediato em resposta a um e-mail”. VerticalResponse e ConstantContact. A análise e os resultados compara-
Assim, a criação e a manutenção de uma base de dados com endereços tivos do estudo podem ser verificados em http://imasters.uol.com.br/artigo/15730/
de e-mail e informações de clientes e prospects permitem desenvolver webmarketing/ quêl a melhor. ferramenta. de e-mai | marketing/.
estratégias de e-mail marketing que podem alavancar vendas e resultados Outra lista interessante, que compara diversas“ferramentas nacionais
no e-commerce. e internacionais, avaliando preço e funcionalidades, pode ser encontrada
em http://alexbarbosa.com/e-mail-marketing/.
Além das versões pagas, existem também algumas soluções gratuitas,
Métricas
que, apesar de não terem todas as funcionalidades das versões pagas,
Como mencionado anteriormente, as métricas são uma das principais oferecem uma solução alternativa e podem ser interessantes para adqui-
características de ações de e-mail marketing e a sua análise apropriada rir cultura e familiarizar-se, para quem está iniciando ações nessa área.
proporciona os ajustes que vão refinar e otimizar ações futuras. Algumas opções gratuitas são MailChimp e PhPList.
Normalmente, as ferramentas profissionais de envio de e-mail
marketing possuem métricas sofisticadas para permitir análises e ade-
quações. Outra mensuração interessante pode ser obtida por meio da Tendência - Video-in-email
integração das campanhas de e-mail marketing com ferramentas de web Uma das principais tendências na área de e-mail marketing é a possi-
analytics, como o Google Analytics, por exemplo, que é bastante popular. bilidade de incluir vídeos diretamente na peça de e-mail. No entanto,
18 EasyMailing Dinamize (http://www dinamize.com/produtos/easy-mailing)
17 http://ecommercenews.com.br/artigos/dicas-para-aumentar-suas-vendas-com-email-marketing
19 Email Marketing Loca Web (http://mww.locaweb.com.br/produtos/email-marketing.html)
20 UolHost Email Marketing (http://www.uolhost.com.br/e-mail-marketing/)
274
Marketing na Era Digital Capítulo 12 = E-mail marketing
275
essas ações deparam-se com limitações e varie
dades de tecnologias dos * Vídeo SPAM - Vídeo do episódio Spam
programas clientes de e-mail. Enquanto alguns deles , criado pelo grupo inglês
leem Flash, outros Monty Python, que originou o termo “spa
não. Um dos caminhos possíveis é o HTMLS, m” como algo chato
que incorpora excelentes empurrado às pessoas. O vídeo por ser visto
funcionalidades de vídeo. Assim, para que o uso de vídeo por meio do link ou
no e-mail decole, QRco de da figura DD.
é preciso maior consolidação da tecnologia de vídeo
nas plataformas de
clientes de e-mail, de forma a garantir a entre
ga da peça de forma am-
pla. Hoje, em razão dessas limitações, ações de
vídeo no e-mail têm sido
feitas apenas dentro de ambientes controlado
s, como a AOL (America
On Line), por exemplo.
we
latórios atualizados sobre e-mail marketing - http://
www.silverpop.com/
blogs/email-marketing/
* Site Email Marketing Reports - Outro excelente site
de artigos, pesquisas
e dados sobre e-mail marketing - http://www.e
mail-marketing-reports.com/
* Artigo “5 Signs Your Call-to-Action Needs a Makeo
ver” - http://goo gl 9ibt
.
* Artigo “Dicas para Aumentar suas Vendas com
Email Marketing” - http://goo.
g/WXWN
* Relatório Lyris Email Marketing Statistics and Metrics
- Relatório com vá-
rias estatísticas, métricas, boas práticas e táticas
de e-mail marketing
(em inglês) - htip:l/wwwbyris.com/mediaZ/pdfldatasheets/
statistics-and-metrics pdf
* Pesquisa TNS RIe Mundo do Marketing Marketing Digital
(uso do e-mail
marketing relatado na página 6) -http://vrwm slides
hare.net/mundodomarketing/
pesquisa-tns-ri-e-mundo-do-marketing-marketing-digital
capítuLo 13
Mobile marketing
Cenário mobile
Como visto no capítulo 9, os dispositivos móveis vão muito além dos
telefones celulares e englobam consoles de games (PSP da Sony, por
exemplo), tablets e e-book readers (como iPad e Kindle, por exemplo) e
tendem a incluir cada vez mais dispositivos, coma óculos, relógios,
car-
ros, brinquedos etc. O acesso à internet por meio de dispositivos e coisas
além de computadores deve ser cada vez maior, trazendo a ubiquidade
computacional e de conexão - internet das coisas.
Nesse sentido, o celular é um dos primeiros dispositivos a integrar a
internet das coisas, participando dos mais diversos tipos de conexões entre
aparelhos, aparelhos e internet, internet e aparelhos, e assim por diante.
Além disso, o avanço tecnológico contínuo nos dispositivos móveis
oferecendo cada vez mais funcionalidades, somado ao crescimento da
banda larga móvel ubíqua, tende a alavancar o consumo de conteúdos
móveis de games, música e vídeo. A figura 13.1 mostra as previsões do
eMarketer para o consumo crescente desses conteúdos até 2014, nos
Estados Unidos. Algo similar deve acontecer no restante do mundo,
conforme a difusão da banda larga móvel e dos dispositivos inteligentes
aumente nos demais mercados.
277
278 Marketing na Era Digital
Capítulo 13 = Mobile marketing
279
US Mobile Content Revenves, by Segment, 2009-2014
irultons Segundo uma pesquisa realizada em junho de
2010 pela PRWeek e
MS&L Group2 com profissionais de marketing
nos Estados Unidos, guan-
do perguntados quais esforços de mídias sociai
s teriam maior impacto
em suas empresas, 17% responderam que
seriam o maior uso de redes
sociais via plataformas móveis e 12% citar
am o crescimento das redes
sociais móveis de geolocalização.
Future em hitp://www.emarketercom/Article.
aspx?R=1007921
3 Fonte: How Mobile is Afecting the Way We E-mail
em htip://mashable.com/2010/08/12/mobile-email/
1 htpi//vnm.emarketer.com/mobile/article m aspx?R=1 007899 4 Fonte: 4 Trends of Consumer Behavior in the Mobile
Channel em http:/wwwmarketingsherpa.com/
article php?ident=31481
Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 381
380 Marketing na Era Digital
páginas dinâmicas (geradas on the fly) que usam banco de dados mente o que o Google usa para ler os arquivos Flash, a ferramenta
protegidos e arquivos em Flash (não projetados para ser search SDK é apenas uma aproximação, e esse modo de verificar é sempre
engine friendly) podem não ser vistas pelos buscadores e podem a melhor avaliação.
ter de usar recursos para tornar seus conteúdos e links explícitos. * Mesmo que o buscador leia o conteúdo Flash da página, é uma boa
« Páginas que seguem as recomendações dos Web Standards do prática não usar páginas splash'' porque geralmente não contêm
W3C, World Wide Web Consortium, geralmente são mais simples informação de qualidade relacionada ao conteúdo da página.
de usar pelo mecanismo de busca. Para verificar as recomendações * Como a organização dos conteúdos dentro de um arquivo Flash é
do W3C, acesse http://w3c.org e, para validar as páginas quanto aos completamente diferente da estruturação de páginas XHTML/HTML,
Web Standards, consulte http://validatorw3c.org. não é possível separar páginas de palavras-chave diferentes dentro
« Ostextos das propriedades ait de todas as tags de imagens do site de um arquivo Flash, onde o conteúdo foi criado com tudo junto.
são considerados conteúdos também e podem ser usados para Arquivos SWF diferentes, no entanto, são indexados separadamente.
ajudar a aumentar o ranking da página. Portanto, mesmo que o buscador consiga ler conteúdos Flash, é im-
portante considerar que esses conteúdos não são naturalmente amigáveis
Conteúdo em Flash aos buscadores, sendo necessário um planejamento muito bem elaborado
para que os conteúdos Flash sejam desenvolvidos otimizados para SEO.
A maioria dos mecanismos de busca não indexa os conteúdos em Flash.
O Google passou a indexar conteúdos em Flash desde 2008. Veja algumas
Conteúdos dinâmicos ou profundos
considerações importantes sobre esse assunto:
Chamamos de conteúdos dinâmicos ou profundos aqueles gerados por
«- O Google “enxerga” todo o texto de um conteúdo em Flash, incluin-
meio de banco de dados. Dinâmicos, portanto, porque os dados nos
do todos os links, tudo do início ao fim do arquivo. O problema
bancos de dados podem mudar dinamicamente. Profundos porque os
é que muitas vezes os arquivos em Flash não são desenvolvidos
dados não estão disponíveis na superfície da página, e, sim, em um nível
priorizando isso, portanto não são otimizados para SEO. A Adobe
abaixo, nos bancos de dados.
tem trabalhado com o Google e o Yahoo para permitir melhorias
nas buscas nos conteúdos Flash na web (arquivos swf). Para orientar Uma forte tendência de desenvolvimento de sites na web é usar pági-
a otimização desses arquivos, a Adobe disponibiliza o manual SWF nas geradas dinamicamente (on the fly) com a informação armazenada
Format Specification, que pode ser obtido gratuitamente em [http:// em bancos de dados. Por um lado, isso torna os websites mais eficientes
www.adobe.com/devnet/swf?]. O Google também disponibiliza informa- e facilita sua manutenção. Por outro, isso pode perturbar a classificação
ções valiosas para otimização de conteúdos Flash para busca em e o ranking (posicionamento) da página nos mecanismos de busca, pois
[http://googlewebmastercentral.blogspot.com/2008/06/ improved-flash-indexing.html). estes normalmente não entram nos bancos de dados.
+ Um modo seguro de saber o que o Google está realmente vendo Existem soluções para tornar conteúdos dinâmicos compatíveis com
e extraindo do arquivo em Flash é fazer uma busca exata (usando SEO, e uma das mais simples é não colocar todo o conteúdo da página
o operador filetype) com algum texto que aparece no topo de um de forma dinâmica, mas apenas as partes que realmente precisam ser
arquivo HTML gerado pelo SDK (ou que se saiba que está no topo dinâmicas e não comprometem o bom relacionamento entre a página e
do arquivo Flash). A seguir, faz-se uma busca similar por um texto os mecanismos de busca. Outra solução interessante para os conteúdos
que aparece no final do arquivo. Pode-se tentar buscas similares no dinâmicos é o uso de landing pages específicas planejadas para dar visi-
texto que aparece no meio também caso realmente deseje se sentir bilidade ao site em função de cada palavra-chave desejada.
seguro. Esse é um bom modo de ver o que o Google está realmente 10 Páginas splash são as páginas em Flash que aparecem antes do conteúdo “real” de uma página
extraindo do arquivo em Flash. Como não se consegue saber exata- do site,
282 Marketing na Era Digital Capítulo 13 = Mobile marketing 283
Podemos dizer que, no momento, a plataforma móvel é o canal me- revistas, web etc.) e levam o usuário a outras plataformas, como
nos compreendido pelos profissionais. É muito comum ver soluções no web, vídeo, textos e até mesmo para dentro do próprio aparelho,
canal mobile que foram importadas dos conceitos das demais mídias de como aplicativo, sem contar o uso da voz para dar continuidade
massa mais tradicionais. Entretanto, em razão de sua natureza específica, ao processo de story telling. Outro exemplo é o uso do celular no
para se aproveitar realmente o canal móvel, é preciso conhecer as suas Twitter ou Facebook, comentando assuntos veiculados na televisão
especificidades. ou ações fisicas de marcas, propagando via web etc. Isso faz com
Veja a seguir algumas das principais características da plataforma que o celular seja a principal mídia de conexão entre as diversas
móvel, em termos de possibilidades técnicas e funcionais: mídias, um “conector”.
s Mobilidade - O celular (e outros dispositivos móveis) está o tempo e Interatividade - Os dispositivos móveis permitem a interação em
todo com o consumidor, aonde quer que ele vá ou esteja, tendendo mão dupla, em virtualmente qualquer lugar e a qualquer instante.
a participar da vida dele durante as 24 horas do dia — isso permite Apesar de terem capacidade de processamento menor, os celulares
presença constante e intimidade com o consumidor que nenhuma conseguem ser mais interativos que o computador, pois agregam a
outra mídia possui. possibilidade de se responder por telefone e usar realidade aumen-
e Geolocalização - Uma grande parte dos dispositivos móveis possui tada para ampliar possibilidades locais, ações que, apesar de serem
possíveis no computador, apresentam limitações.
tecnologias de localização embarcadas no aparelho -— isso possibi-
lita conhecer a localização exata do consumidor para aumentar a Essas possibilidades alavancam a plataforma móvel de tal maneira,
relevância das ações que o impactam baseadas em local e trajeto. que se estima que a plataforma computacional da internet móvel será
dez vezes maior que a era computacional via PC/internet*. No entanto, é
e Convergência — Especialmente os aparelhos celulares de telefonia
importante salientar que a utilização da plataforma da internet móvel pelo
possibilitam a convergência de diversas mídias e hardware, como
usuário é diferente da utilização da internet em um desktop e que cada
telefone, computador, vídeo, aplicativos (games, realidade aumen-
tipo de uso tem seu espaço — um não anula o outro. Isso deve ser consi-
tada, localização etc.), navegador web, câmera (que pode ser usada
derado em qualquer estratégia de marketing mobile - o comportamento
para escanear códigos, fotografar, filmar, fazer videoconferência),
do usuário nos diversos cenários para analisar qual é o mais adequado a
áudio, texto, relógio, GPS etc. A integração de todas essas mídias
cada tipo de ação. Da mesma forma que o cinema não eliminou o livro,
convergentes em um dispositivo mobile permite combinar inúme-
que o rádio não suprimiu os discos, a televisão não anulou o cinema, o
ras possibilidades de engajamento do público-alvo. A convergência
vídeo não aniquilou a televisão e o computador pessoal não acabou com
faz com que o celular seja um dispositivo com “olhos” (câmera),
o mainframe, o smarphone não elimina o computador pessoal.
“ouvidos” (microfone) e “boca” (speaker), além de, em alguns ca-
sos, também possuir sensores de localização (GPS, por exemplo), Tomi Ahonen, autor de seis livros sobre mobilidade, usa a metáfora
movimento etc. Essa convergência no hardware alavanca opções dos 30min/30seg” para demonstrar a importância da coexistência das
diferenciadas, tornando o celular um “canivete suíço” das ações de plataformas mobile e de computadores pessoais, mostrando que cada
marketing. um tem o seu espaço importante em nossas vidas. O contexto “30 mi-
nutos” é quando você precisa fazer uma atividade que dure algum tempo
e Transmídia (crossmedia) - Se, por um lado, a plataforma móvel
e requeira a sua atenção de forma enfocada (por exemplo, escrever um
possibilita a convergência, por outro, também é um grande catalisa-
artigo, preparar um relatório, atualizar o perfil nas redes sociais etc.).
dor da transmídia. Por meio do celular é possível dar continuidade
às ações que começam nele ou em outra mídia, propagando a his- 6 Fonte: “The Mobile Internet Report”, por Morgan Stanley Institucional Services” — http://www.
tória por outras plataformas. Exemplo disso é o uso dos QRcodes morganstanley.com/institutional/techresearch/mobile
internet report122009.html
7 Fonte: “The Internet, the Mobile Internet, and Nothing but the Internet? No. Actually” — hitp://goo.gl/
que podem ser lidos em diversas mídias (outdoor, televisão, mUDd
284
Marketing na Era Digital Capítulo 13 = Mobile marketing
285
Nessas situações, você provavelmente preferirá
uma tela grande, em um App móvel versus Web Móvel
lugar confortável, para desenvolvê-la, como um compu
tador desktop com
teclado e mouse. Já o contexto “30 segundos” são Como visto no capítulo 9, um aplicativo (app) móvel
aquelas situações em é um programa que
que você é interrompido por algo que requer roda em um dispositivo móvel e pode unir
sua atenção e reação com as funcionalidades de acessar
urgência (uma ligação, uma mensagem SMS etc.) a web e usar as características específicas do
ou algo que aconteça em hardware mobile, como o
trânsito e você precise agir rapidamente. Nessa GPS e o acelerômetro (que permite, por exemplo,
s situações, o dispositivo desenvolver interações
móvel é o mais adequado, As situações “30 segun de chacoalhar — shake -, algo impossível em um
dos” são mais do tipo site).
reação do que criação. Já as ações “30 minutos” favor
ecem atividades de Chamamos de web móvel o acesso à webvia naveg
ador dos dispositivos
criação. Logicamente, existem situações em que
não há escolha entre um móveis, ou Seja, O acesso às sites móveis
na web.
dispositivo e outro, independentemente do que
se precise fazer e, nesses Conforme os aplicativos móveis tornam-se popul
casos, usa-se O que for possível. No entanto, quand ares, um novo debate
o há os dois tipos de surge em termos de tendências e usos da plata
dispositivos disponíveis, o usuário tende a optar forma móvel, levantando
por um ou outro, de- discussões sobre o futuro do acesso móvel e sobre
pendendo da conveniência de cada atividade. O que seria mais inte-
ressante em termos estratégicos — desenvolve
Outra situação que demonstra que as duas plataforma r aplicativos móveis ou sites
s de dispositivos móveis na web. A matéria “The Web Is Dead.
Long Live the Internet”, publicada
- mobile e desktop - devem coexistir e o planejamen
to de ações deve ser na revista Wired, em agosto de 2010,
levanta esse questionamento de
pensado de acordo com o contexto do usuário forma ainda mais ampla, declarando que a web em
são os tempos de duração
do vídeo a que as pessoas assistem confortavelment que navegamos tende
e em cada tipo de a morrer é as pessoas preferirão usar apenas
dispositivo. Segundo Edson Mackeenzy, criador do aplicativos que acessam a
serviço Videolog, a internet (independentemente da web),
duração máxima que um vídeo deve ter para incluindo nessa categoria todo
ser visto confortavelmente tipo de aplicativo, e não apenas os móveis. Apesar
em uma tela depende do tamanho da tela do intenso debate em
e da distância máxima que a torno dessa questão, não existe consenso sobre
visua lizamos, segundo a seguinte fórmula práticas: o futuro da web.
Independentemente de como isso evoluirá,
pensando em termos es-
Duração do vídeo (min) = [Tela (em poleg tratégicos, podemos afirmar que nem todo usuár
adas)/4] * distância io da plataforma móvel
máxima de visualização terá o aplicativo móvel da sua empresa no dispo
sitivo dele, mas todo
Por exemplo, em um celular com tela de 4 poleg dispositivo móvel terá um navegador web.
adas, a distância máxi- Isso deve ser considerado.
ma que se consegue enxergar é de 1 Certamente os aplicativos terão o seu espaço
metro. Assim, nesse caso, a duração ampliado, e as atividades
máxima confortável de um vídeo para ser assist mais populares no dia a dia das pessoas (como
ido é de [(4 pol/4) * Im], acesso a redes sociais,
resultando em 1 minuto. Já em um computador checar e-mails etc.) tenderão a ser mais acess
com tela de 17 polegadas, adas por aplicativos. No
a distância máxima de visualização também entanto, a liberdade de poder navegar na
é de 1 metro. Nesse contexto, web como um todo também
a duração máxima do vídeo seria de [(17 pol/4) tende a continuar tendo seu espaço. O acesso a
* im], portanto, 4,25 conteúdos que talvez não
min, ou 4 minutos e 15 segundos. faça sentido ter constantemente no dispositivo,
mas que podem ser im-
Dessa forma, fica claro que o uso de qualquer funci portantes em um determinado momento e acess
onalidade conver- ados via um site móvel,
gente ou de mídia da plataforma móvel deve ser pode ser essencial também. Assim, a melhor soluç
compreendido e avaliado ão para aproveitar os
em função dos objetivos de marketing, público-al dois mundos no que cada um pode oferecer é desen
vo e contexto de atuação volver um site móvel
desse público, antes de se desenvolver qualquer primeiro e aplicações móveis depois, de forma que
estratégia que as utilize, o aplicativo híbrido
de forma a potencializar o melhor uso de cada nativo nos dispositivos se entrelace com o site móvel
plataforma. na web. Dessa forma,
a empresa/marca pode oferecer experiências que
envolvam o usuário
8 Fonte: Vídeo a seu Favor, em http://www slidesha
mobile em todas as dimensões.
re. net/internetmarketingroadshow/imrs-2010-vdeo-a-se
favor-edson-mackeenzy/18 u- PO
9 http://www wired -com/magazine/2010/08/f webrip/ali/1
286 Marketing na Era Digital Capítulo 13 = Mobile marketing 287
Tanto os sites móveis (sites de empresas, buscadores, redes * cobrança na conta do telefone celular;
sociais etc.)
quanto os aplicativos (jogos, utilitários etc.) ou qualq
uer conteúdo móvel * pagamento via site móvel, que pode utiliz
(vídeos, mobile TV etc.) tornam-se plataformas móveis ar débito via companhia
de display. Dessa operadora de telecomunicações,
forma, as possibilidades para display aumentam consi cartão de crédito e carteiras on-
deravelmente. line (como PayPal, por exemplo):
No entanto, é importante analisar durante o desenvolvi
mento da estra- * Contactless NEC (Near Field Communication)
tégia que envolve display nas plataformas móveis quais - O aparelho móvel
são os conteúdos vem habilitado com um smartcard (RFID)
mais relevantes para o público-alvo. Como temos visto que se comunica com
ao longo deste Vending machines e equipamentos físicos de venda
livro, em razão da explosão da quantidade de conteúdo , de forma que
e plataformas, O pagamento é feito diretamente via RFID.
as pessoas tendem a prestar atenção apenas no que Isso é particularmente
é relevante para si útil para pagamento de tarifas de transporte,
mesmas. Assim, buscar a relevância durante uma estrat compra de tickets etc.
égia de display é
essencial tanto na plataforma móvel quanto em qualqu
er outra.
13 Fonte: “Mobile Commerce” em hitp://en
wikipedia. org/wiki/Mobile commerce
290 Marketing na Era Digital p
Capítulo 13 = Mobilile marketing
i 291
e Realidade aumentada — Os dispositivos móveis são o hábitat na- * Blog MMobilizadoBlog — http://leonardoxavier typepad.com/
tural para a realidade aumentada. As câmeras podem funcionar * Blog MobilePedia — http://www.mobilepedia.com.br/
como gatilhos de visualização ou scanners de conteúdos, abrindo
Blog PicturePhoning.com - Blog que apresenta diversos cases de usos
um leque infinito de possibilidades. Um exemplo interessante de interessantes de imagens e vídeos nos telefones: http://www, textually.org/
realidade aumentada móvel sem marcadores, mas usando a câme- picturephoning/arc
marketing
hives/
advertising.
cat htm
ra como scanner para baixar conteúdos que disparam o processo ="00
15 a Top5 Mobile: Ea Trends To
o Advertising Watch” » em http://mashable.com/2010/08/1 9mobile-advertising-
14 Fonte: “Morgan Stanley: Mobile Internet Market Will Be Twice The Size of Desktop Internet” em http:// nds,
goo.g/BHFC
292 Marketing na Era Digital Capítulo 13 = Mobile marketing
293
Estudo Mobile Content Market in Brazil - Estudo do Instituto Politécni- ER Ur ane ne ES SS
SEA
www youtube.com/watch?v=EF7q6HLukfl
serviços disponíveis e empresas — http://www.inovadoresdigitais.com/forum/
topics/mercado-de-conteudo-movel-no pn da [Elprtra
Artigo “Elusive Pot of Gold BEYOND Reach of Location-based Services and
GPS Now on iPhone 36” — http://communities-dominate.blogs.com/brands/2008/06/
elusive-pot-ofhtml
5. Developing WebOS Apps: UI Components, Services
www youtube.com/ waich?v=uofRjwpÃOjO cetim.
Artigo “Mobile is New Media, Lets Discuss Its Business and Media Formats” DRRES
= hitp://goo.gl/HUER
Relatório/estudo The Mobile Internet Report, de Morgan Stanley 6. Developing WebOS Apps: Advanced Development and
Techniques
www youtube.com/watch?v=KNEGAUK2uz]
Institutional Services — http://www. morganstanley.com/institutional/techresearch/
mobile internet report122009.html
ae ge
Site da Mobile Marketing Association — wwwmmaglobal.com
7. Developing Games for the Web
Curso Developing Mobile Applications, da Escola de Engenharia da Uni- www youtube.com/watch ?v=OnwG8XbO
S8
versidade de Stanford, em vídeo — O curso completo encontra-se
disponível no YouTube, separado em aulas, que podem ser aces-
sadas pelos links e QRcodes da tabela 13.1.
8. Cross Platform Mobile App Development with Appceler
Tabela 13.1 - Aulas do curso Developing Mobile Applications, da Escola de Engenharia ator
wuwyoutube.com/watch?v=RplTiVaxx7s
da Universidade de Stanford'S, em vídeo com URLs e QRcodes de acesso
QRcode de acesso
Aula/URL de acesso ao vídeo da aula y
ap
ao vídeo da aula
9. Mobile Apps: Marketing and Strategy
www. youtube.com/watch?v=kBwom/OZBIE
1. Web Vision for Mobile
e e
DR:
www youtube.corm/watch?v=hMRmLmec6So
[a] at [El
2. Web Skills: Introduction to Web Technologies and HTML 5
ww youtube.com/watch?v=r4EStY. 6470
que só são alcançadas com ambientes que propiciem ricas discussões Apesar de não ser exatamente um ambiente social, ossitesden
otícias | |
Imprensa têm um forte poder de influência sobre todos os demais ambientes sociais
e análises. Assim, em função dos objetivos que se deseja alcançar num on-line
| Ra |
€ carregam nos comentários de usuários um caráter social e importante
plano de marketing, escolhem-se ambientes mais virais ou mais analíticos complemento ao conteúdo.
|
|
para as ações estratégicas. Discutiremos a seguir os ambientes sociais.
Esse tipo de análise do posicionamento estratégico
nos ambientes
sociais permite escolher as plataformas sociais adequa
Ambientes sociais das. Uma vez se-
lecionado o ambiente social a atuar, deve-se escolher
Os sites específicos
Segundo Ricardo Almeida!, os ambientes sociais podem ser classifica- para ação, dPacordo com o público-alvo. Por exemplo,
se é necessário
dos em cinco tipos em função das suas capacidades virais ou analíticas: atuar em ambiente de redes sociais em razão do posicionam
ento estra-
microblogs (como o Twitter, por exemplo), blogs, redes sociais (como o tégico ideal indicado, a escolha entre Facebook, Orkut
e LinkedIn, por
Facebook, por exemplo), redes virais (como o YouTube, por exemplo) e exemplo, deve ser feita em função do público-alvo e do
alinhamento com
imprensa on-line (sites de notícias). A tabela 14.1 traz as características os objetivos de marketing.
principais de cada um desses tipos. Após definir o posicionamento estratégico e determinar
os sites de
Dessa forma, quando uma marca atua em mercados fragmentados, atuação, a qualidade das ações desenvolvidas é essenci
al ao sucesso do
com diversos competidores (players), a prioridade estratégica é aumentar Plano. Essas ações devem considerar também o perfil
do público-alvo e
o alcance (viralizar) para tornar a marca conhecida, enquanto o reforço o da empresa, alinhando-os com os objetivos de negócios.
Por exemplo,
de diferenciais (poder analítico) fica em segundo plano. Nesse caso, o apenas escolher o Twitter como plataforma, mas não postar
mensagens
foco das ações deve ser nos microblogs e redes virais, enquanto blogs e adequadas aos objetivos que o Twitter deve atender no
plano de marke-
redes sociais ficam em segundo plano. ting, ou usar linguagem não adequada para engajamento do
público-
Por outro lado, em mercados com poucos competidores (players), a alvo, pode ser desastroso. Assim, todas as etapas estraté
gicas nas redes
probabilidade da sua marca já ser conhecida é grande. Nesse caso, o foco sociais devem ser estruturadas em função dos objetivos
de marketing,
principal é torná-la valorizada por meio de reconhecimento, que só pode do público-alvo e do site de rede social escolhido.
1 Aimeida, 2010.
298 Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes sociais
299
Discutiremos, portanto, alguns aspectos importantes em relação ao sexo e idade. No entanto, se olharmos mais a fundo o comportamento
comportamento humano e à estrutura organizacional das redes sociais humano em qualquer rede social presencial, desde sempre, esses núme-
que afetam o planejamento estratégico. ros são iguais. Pense nas suas redes sociais off-line. Quem conversa mais
ativamente? Homens ou mulheres? Jovens ou idosos? Quantas pessoas
realmente falam em uma rodinha de amigos e quantos ouvem? A maior
Comportamento humano e descentralização parte do que se fala são assuntos sérios e intelectuais ou relativos a situ-
Antes de abordarmos qualquer técnica específica de ações em redes so- ações mundanas?
ciais, é importante lembrar que estratégias de marketing que envolvam Quanto às baixas taxas de retenção nas redes sociais digitais, compare-
redes sociais precisam entender perfeitamente o significado e a dimensão as com as taxas de retenção de academias de ginástica ou cursos de inglês?
da palavra “social? que se refere a relações pessoa-pessoa. Não se refere Em suma, o que fazemos nas redes sociais on-line é o mesmo que
a relações pessoa-empresa ou empresa-pessoa. Assim, a ada o social fazemos nas redes sociais e nos ambientes off-line. O ser humano é o
deve ser abraçada e respeitada para se obter sucesso em estratégias que mesmo. O que muda são as formas de se relacionar com novos recursos
envolvam redes sociais. digitais que amplificam a sua atuação nessas redes, mas ele se comporta
Como mencionado no capítulo 8, redes sociais existem desde a pré- da mesma maneira. Logicamente, o comportamento humano muda ao
história e envolvem o relacionamento entre pessoas em torno de um longo do tempo. Não nos relacionamos da mesma forma que há 100 anos
interesse comum. Assim, ao lembrarmos que o marketing tem foco no ou na pré-história. Pode ser que as redes sociais on-line afetem e modi-
público-alvo, buscando atender a suas necessidades e desejos, é essencial fiquem o cérebro humano como outras tecnologias fizeram no passado,
analisarmos o comportamento humano nos relacionamentos sociais an- principalmente o fogo. A questão é que a mudança do comportamento
tes de tudo, para entender necessidades e desejos, e o cenário com suas humano em geral ao longo de tempo se reflete em todas as dimensões
oportunidades e ameaças. da vida.
Em linhas gerais, as estatísticas de acesso em redes sociais on-line Assim, provavelmente o que fazemos aqui, fazemos lá. Se sabemos nos
demonstram dados como: relacionar aqui, também sabemos nos relacionar lá. O ambiente digital
* há mais mulheres que homens interagindo nas redes sociais; amplia as nossas possibilidades de atuação e, dessa forma, ampliará o
que fazemos de forma adequada e o que fazemos de forma inadequada
* jovens interagem mais que idosos;
também.
- de 10% a 20% dos usuários das redes sociais geram de 80% a 90%
Uma das maiores mudanças que as redes sociais estão causando
de todo o conteúdo produzido nas redes sociais;
refere-se à percepção de contexto de atuação e participação por parte
*Quarenta por cento do que é falado nas redes sociais é bobagem; das pessoas no meio digital. No Manifesto Cypherpunk, Eric Hughes
*aretenção nos perfis de redes sociais é na ordem de 40%, tendo em declara que “privacidade é o poder de uma pessoa seletivamente revelar
média 60% de abandono. suas informações ao mundo”. A revelação seletiva depende da habilida-
Inicialmente, quando se olha para esses números, a primeira reação de de se controlar o ambiente e o contexto em que se atua no mundo.
é estranhar que nas redes sociais digitais on-line ocorram a falta de po Assim, enquanto no ambiente off-line fica muito claro em que contexto
ticipação das pessoas, já que apenas uma pequena parte gera conteúdo; estamos — num bar, no escritório, numa igreja, dentro de casa etc. —, nas
a falta de adesão, já que a taxa de retenção é baixa; a qualidade dos as- redes sociais digitais perde-se a referência de contexto físico. Você pode
suntos abordados, já que muito do que se fala é considerado bobagem; estar interagindo nas redes sociais por meio de um computador no seu
a desigualdade entre a participação das diversas faixas demográficas de quarto, mas no ambiente digital você não está no seu quarto, você está
300 Marketing na Era Digital Capítulo 14= SMM e SMO: estratégias em redes sociais
301
em um ambiente populado por pessoas que vêm de diversos outros
contextos físicos diferentes do seu, e estão todos compartilhando um
Descentralização
espaço digital público (com exceção das redes privadas). Além disso, nos Para entender o funcionamento de uma organizaçã
o descentralizada e
ambientes off-line, em cada contexto que se está, tem-se a exata percepção suas diferenças em relação a uma organização centra
lizada, recomenda-se
de quem está no mesmo ambiente que você e está interagindo com você a leitura do livro The Starfish and the Spider (A Estrel
a do Mar ea Aranha),
a cada instante. Nos ambientes digitais on-line, é muito difícil analisar e que faz uma analogia muito interessante e pertin
ente entre as estruturas
controlar com quem estamos interagindo ou quem esteja participando organizacionais e os organismos desses animais. A
aranha (spider), como
da conversa, mesmo que apenas ouvindo. Some-se ainda a isso o fato de o ser humano, é um animal com cérebro centra
lizado na cabeça, assim,
que nos ambientes off-line, o registro das conversas fica limitado nor- cortando-se a sua cabeça, ela morre. Já a estrela
do mar (starfish) é um
malmente às mentes das pessoas que participam do contexto, enquanto animal que possui seu cérebro distribuído ao longo dos seus
órgãos. Dessa
o ambiente digital por si só naturalmente tem o dom de registrar tudo o forma, nesse tipo de organismo, não existe uma
cabeça para ser cortada, é
que se passa. Essa mudança entre o modo de interação on-line e o off-line quando se corta alguma parte do corpo, provavelme
nte nascerá de novo.
tem causado muitos problemas de relacionamento, mau entendimento e Se você corta uma das pernas da estrela do mar, a perna
nasce novamente.
falsas percepções sobre o que se pode ou não fazer. Se você cortar a estrela do mar ao meio, talvez
surjam duas — você não a
Assim, dois itens principais devem ser considerados em qualquer, mata, você a torna mais forte.
estratégia de atuação nas redes sociais on-line: redes sociais on-line são Seguindo essa analogia, o livro analisa as organizações
descentralizadas
espaços públicos, a menos que você se certifique de que está em uma rede desde a época da colonização espanhola na América
chegando aos dias
privada e tenha a exata noção de quem participa dessa rede. de hoje, apresentando os cases das organizações desce
ntralizadas de su-
As leis valem também no ambiente digital tanto quanto nos ambientes cesso como a Associação dos Alcoólatras Anônimos (AAA)
, o sistema de
off-line. Cada vez mais pessoas têm sido processadas e condenadas pelo funcionamento do Visa e as redes descentralizadas propo
rcionadas pela
uso indevido do ambiente on-line. Muitas pessoas imaginam que estão internet, que não conseguem ser controladas nem vencid
as pela centra-
anônimas quando se relacionam em algumas situações on-line. No en- lizada organização da indústria fonográfica. O livro mostra
de maneira
tanto, a menos que essas pessoas tenham conhecimentos técnicos para bastante simples que a lógica de funcionamento de
uma organização
impedir rastreamento, normalmente são localizáveis. Recomendam-se as centralizada é completamente diferente da lógicã de
uma organização
excelentes palestras de Dr. Renato Opice Blum ( WOpiceBlum) a quem quiser descentralizada. Desse modo, para atuar nesse
tipo de organização, as
saber mais sobre o direito aplicado ao ambiente digital e conhecer os di- estratégias que catalisam o sucesso são outras, bem difere
ntes da lógica
versos casos que ele apresenta. É essencial ter consciência que o ambiente da centralização, como:
digital é continuação do ambiente off-line e está também sujeito às leis. * interesse genuíno pelos outros;
Outro aspecto importante relacionado às redes sociais e que deve ser * inúmeras conexões fracas em vez de poucas conexõ
es fortes;
considerado antes de se traçar qualquer tipo de estratégia é a descentra- * habilidade de mapeamento social:
lização. As redes sociais (on-line ou off-line) são organismos descentra-
lizados que, por sua vez, funcionam de forma * desejo de ajudar todos que encontra;
completamente distinta de
organismos centralizados. Portanto, discutiremos a seguir as principais * habilidade de ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas
(ouvindo
características da descentralização e no que isso afeta futuras estratégi e compreendendo) em vez de dar conselhos;
as
em redes sociais.
* inteligência emocional;
e confiança nos outros e na rede decentralizada:
* inspiração (para os outros); usuários; a quantidade de pessoas que publicam vídeos no YouTube é
* tolerância para a ambiguidade; muito menor que a das que apenas assistem aos vídeos. Sabendo-se disso,
podemos dizer que cada um desses tipos de públicos (audiência, editor ou
* abordagem hands-ofj - não interferir no comportamento dos mem-
criador) tem necessidades e desejos diferentes, comportamentos diferen-
bros da rede ou tentar controlá-lo;
tes e, portanto, é necessária uma estratégia diferente para cada um deles.
e desapego - depois de construir, ter a habilidade de passar para Nesse sentido, em função dos tipos de participação dos públicos nas
frente uma rede descentralizada em vez de tentar tomar o controle.
redes sociais on-line, a segmentação sociográfica do socialgraphics propõe
Outra abordagem interessante para compreender como os públicos uma pirâmide de comportamento que da base para o topo envolve as
interagem e engajam-se nas mídias sociais é a sua segmentação socio- seguintes etapas: assistir, compartilhar, comentar, produzir, fazer curado-
gráfica, que discutiremos a seguir. ria. Cada tipo de comportamento requer ações diferentes para conseguir
engajá-lo. Vejamos:
Socialgraphics e o engajamento * Assistir — Pessoas que apenas consomem conteúdo (como visitar
Socialgraphics? é um termo usado por Charlene Li e Jeremiah Owyang redes sociais, ler blogs, ver vídeos, ouvir podcasts) para encontrar
que propõe uma segmentação do comportamento das pessoas nas redes. conteúdo social de entretenimento ou que as ajude a tomar deci-
sociais on-line e dos relacionamentos entre elas. Assim, basicamente; sões ou aprender com os outros. Para engajar esse tipo de público,
socialgraphics é um tipo de segmentação sociográfica das pessoas que olha é preciso:
além da segmentação demográfica (demographics), geográfica (geographics) a. conhecer que tipo de conteúdo ele consome;
e psicográfica (psychographics) e tenta compreender o comportamento
b. criar conteúdos relevantes, que ele goste de ler, assistir ou ouvir;
sociográfico (socialgraphic) do público-alvo: como ele se comporta nas
mídias sociais, por que se comporta desse modo e quem o influencia? c. criar conteúdos que engajem o ato de “assistir”,
Para desenvolver o socialgraphics, deve-se responder às seguintes per- *- Compartilhar - Pessoas que atualizam perfis em redes sociais fazem
guntas: upload ou compartilham fotos, vídeos, artigos etc. Esse tipo de perfil
e Onde estão os seus consumidores on-line? quer compartilhar informações cem seus páres, tanto para ajudá-
los como para demonstrar conhecimento. Nota-se por estatísticas
e Quais são os comportamentos desses consumidores on-line? que a atividade de “compartilhar” está crescendo na internet. Para
e Em que informações sociais e/ou pessoas esses consumidores con- engajar esse tipo de público, é necessário:
fam? a. simplificar e inovar as ferramentas para compartilhar (veja
e Qualéa influência social dos seus consumidores? Quem confia neles? Share This.com e AddThis.com);
* Como os seus consumidores usam tecnologias sociais no contexto b. usuários avançados devem procurar ferramentas como Gigya,
dos seus produtos? Pluck e Kickapps;
Em qualquer grupo social, algumas pessoas são mais ativas que outras c. oferecer reconhecimento e prêmios;
e a participação social tende a seguir o princípio 90-9-1º*, em que 90%
d. permitir funcionalidades de conexão com Twitter, Facebook e
são audiência, 9%, editores e 1% apenas, criadores. Pesquisas comprovam
LinkedIn.
essa teoria — 90% do volume de tweets é gerado por apenas 10% dos seus
* Comentar - Pessoas que respondem aos conteúdos dos outros,
3 Apresentação sobre Socialgraphics, por Charlene Li e Jeremiah Owyang, em http://goo.gl/WFkp
com comentários em blogs ou notícias, reviews ou avaliações de
4 Mais informações sobre o princípio 90-9-1 aplicado à internet em “1% rule (Internet Culture)”,
na Wikipédia: http://goo.gl/fbEG
304
Marketing na Era Digital Capítulo 14= SMM e SMO: estratégias em redes
sociais
305
produtos. Buscam participar ativamente, ajudar, dar
ideias e opini-
ões, mas normalmente sem se envolverem. Para engaja
r esse tipo EE f - Publish a blog
de público, deve-se: Gus i | - Publish your own Web pages
)
feito = 6. |
* Upload video you created
a. permitir que toda página do seu site tenha funcionalida 24%
: |
e Upload audio/music: you created
!
des para Ê : | Write articles or stories and post them
|
|
que os usuários possam comentar; |
Conversationalists |.
b. desenvolver uma política de comunicação; 33%
À E |
a. torne-se uma plataforma para seus consumidores serem |
ouvidos; pREctaio, a
a
18 “|
| - Listen to podcasts
+ Watch video from other users
|
b. forneça reconhecimento público para os membros 70% | - Read online forums
|
mais úteis |
da comunidade; ) |
/
c. patrocine discussões, como Intel Insiders, Micro Inactives
17%
: /
à
soft MVP, 6
|
Walmart Elevenmons.
Ê
* Fazer curadoria - Pessoas que moderam ou estão 3
fortemente en-
volvidas em comunidades on-line, como Wikipédia, página
s de fãs “page?
de vídeo e áudio), favorecendo que sejam distribuídos pelas redes aplicativo de iPhone etc. No entanto, é importante destacar e lembrar que
sociais. Como esses conteúdos navegam descolados de seu site, a Tecnisa tem um histórico antigo de excelente relacionamento e respeito
devem ser criados com isso em mente, verificando-se se contêm as por seu público-alvo. Isso se transferiu para o ambiente digital, pois faz
informações necessárias de identificação, créditos, links para seu parte da cultura da empresa, e tende a se propagar em qualquer mídia
site etc., de acordo com os objetivos de cada estratégia. que ela atue. Assim, tecnologia não é estratégia. O uso da tecnologia é
estratégia. Não importa quantas novas tecnologias e plataformas digitais
« Tornar-se um recurso valioso sem pedir nada em troca — Ofe-
surjam. O importante é como as estratégias de marketing se apropriam
reça informações relevantes e desinteressadas relacionadas a seu
dela de forma alinhada para seus negócios.
conhecimento nas redes sociais que se encaixam no perfil de seu
público-alvo. O retorno virá exatamente porque sua atuação prova
que seu conteúdo vale a pena e, em consequência, promove você, Link bait (isca de link)
seu site, sua empresa e sua marca. Dar antes de receber é uma das Conforme mencionamos nas estratégias de SMO, criar conteúdo relevante
principais formas de se conquistar capital social nas redes. é um dos melhores caminhos para otimizar as ações nas redes sociais. Para
- Participação - Para alavancar o poder das mídias sociais, é ne- tanto, existe uma técnica bastante interessante chamada link bait (isca
cessário participar. No entanto, o modo da participação é um dos de link), que consiste em criar um conteúdo atrativo em sua página que
tópicos mais delicados das redes sociais, pois pode determinar 0 naturalmente atraia links para ela. A “isca” (bait) precisa conseguir que
sucesso ou o fracasso das ações. Se forem usadas táticas erradas as pessoas falem sobre ela, discutam em fóruns, coloquem em blogs, no
nos fóruns de social media, os esforços serão em vão e será muito del.icio.us, Furl, Digg, Twitter etc. e façam links para ela a partir de seus
difícil reconstruir a confiança que foi destruída. Se um público for sites e/ou posts. Essa técnica atrai consequentemente visitantes e tráfego.
abordado com a mensagem errada, você poderá ser massacrado. Para criar um linkisca (link bait), é necessário um gancho. Os ganchos
Se a abordagem for correta, você poderá virar referência. Assim, podem ser de vários tipos, sendo alguns dos mais populares*: ganchos
antes de começar a participar, é necessário dedicar um tempo para de notícia; ganchos opositores; ganchos de ataque; ganchos de recursos;
aprender sobre a comunidade, seus principais atores e líderes. Ouvir ganchos de humor. A tabela 14.2 apresenta diversas ideias que podem
antes de agir é a habilidade principal para participar corretamente. ser usadas para gerar link baits. - 7
Participantes de redes sociais conseguem detectar falsidade tão ra-
Tabela 14.2 — Ideias para link baits'º
pidamente quanto uma nota de três reais. Dessa forma, é necessário
que as pessoas que atuam em redes sociais tenham um genuíno Ideias para link baits:
alinhamento com as pessoas que participam delas. Eventualmente, Faça uma lista de recursos valiosos (listas, relatórios especiais, história de algo, como fazer etc.).
perfis distintos de pessoas de uma mesma empresa devem participar Entreviste (e-mail/telefone) pessoas importantes e publique.
de redes sociais distintas, de forma a garantir identificação com os Desenvolva uma ferramenta útil.
diferentes públicos envolvidos. Escreva um artigo interessante.
É interessante destacar que a principal base das estratégias de SMM Crie um evento que atraia notícias, como um concurso.
off-page está no marketing de relacionamento. SMM está muito mais Teste algo novo que não tenha sido feito antes.
para relacionamento do que para tecnologia. A regra de ouro do SMM é Seja o primeiro a fazer algo na internet.
relacionamento primeiro e o restante se encaixa em seus devidos lugares. Escreva algo controverso.
Um exemplo brasileiro que merece destaque nesse sentido é a Tecnisa. Seja o primeiro a escrever as últimas notícias em seu nicho.
* Starbucks, promoção Mayors no Foursquare — Em junho de 2010, Redes sociais e games - Social games
a Starbucks, maior rede de cafeterias nos Estados Unidos, criou
Vimos no capítulo 10 que os jogos têm se tornado um dos principais
uma promoção na qual os Mayors de lojas Starbucks no Foursquare
aplicativos em redes sociais, como FarmVille, Mafia Wars etc. A tendên-
recebiam 1 dólar de desconto na compra de um Frappuccino
cia é o uso crescente dos jogos em redes sociais, por públicos bastante
(Figura 14.3), uma das bebidas mais tradicionais da empresa. A
diversificados e amplos, alavancando os jogos sociais como plataforma
ação foi bastante interessante, pois funcionou como recompensa
de ações de marketing.
de fidelização, o que, por sua vez, fomenta a fidelização. Esse é um
exemplo interessante de ação integrada não apenas entre mobile Em termos de estratégias em redes sociais, o uso de games sociais
marketing e redes sociais, mas, principalmente, ao marketing de pode ser feito de várias formas: como plataforma de advergaming; como
relacionamento tradicional. plataforma de product-placement; como plataforma de display; como
plataforma de product-placement ou display por meio dos bens virtuais
associados aos jogos.
A grande vantagem do uso de jogos sociais como plataformas de
marketing é o fato de utilizarem as redes sociais dos jogadores para se
propagarem. Enquanto em um jogo de CD ou on-line tradicionais é ne-
cessário conquistar a audiência e formar uma rede para o jogo se propagar,
Welcome to Starbucks |
no caso de jogos sociais é exatamente a plataforma de redes sociais que
“3198 Main Street : o constroi a audiência por meio dos vínculos existentes entre as pessoas.
“As mayor of this store, enjoy 31 off
a NEW however-you-want-it
Isso faz com que a capacidade de viralização e a velocidade de propagação
' Frappuccino blended beverage. Any de um jogo social sejam muito maiores que as de um jogo tradicional.
size, any flavor. Offer valid until
628. E
(Mon May 17: 7:56 AM)
Redes sociais a televisão
Ê Sa CONGRATS! YOUVE UNLOCKED THIS SPECIAL
* osistema de e-commerce da Zugara, o qual usa realidade aumenta- * Sistema participativo dentro do site de e-co
mmerce que envolva o
da que permite que o usuário tire fotos de si usando as roupas para . consumidor a colaborar — links com as redes
sociais para compar-
enviar para amigos e obter sugestões sobre qual opção comprar. tilhar com seus amigos, open innovation
a
Ro (ex.: Camisetaria).
26 http:/l/creativity-online.com/ work/n-building-gr
-building/18395
25 http://www fatmio.cofpt/
Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes sociais
322 323
Veja algumas ações off-page (fora do site de e-commerce) que impul- * StyleHive - Rede social de compras com foco em produtos fashion,
sionam o comércio social: que também oferece dicas de editores e blogueiros do site.
« SMM (Social Media Marketing) para gerar tráfego via mídias so- * ThisNexi - Rede social de compras onde as pessoas compartilham
ciais — Essas ações envolvem atuação nas redes sociais que o seu que produto querem comprar a seguir (1 want [this] next...).
público-alvo frequenta (ex.: Dell no Twitter). Existem diversas *- WhosRich.me — Rede social similar ao Blippy.
redes sociais com foco em compras e atuar nelas pode alavancar o
* Woot - Rede social que vende apenas um produto por dia e,
comércio social para o seu site/marca/produto. Veja alguns exem-
durante esse dia, a comunidade dá feedback sobre o item.
plos dessas redes específicas:
* Zebo — Rede social de compras com foco em conversas sobre
e Blippy —- Rede social onde as pessoas compartilham
produtos, compartilhando produtos e conseguindo dicas. Oferece
automaticamente suas compras feitas por cartões de crédito.
uma função interessante que possibilita que você poste fotos e
Funciona de forma parecida com o Twitter.
pergunte aos outros se deve usar isso ou aquilo (“this or that”).
e Iliketotallyloveit - Rede social de compras que funciona como o
* No Brasil, existem inúmeros clubes de compras coletivas que
Digg de notícias. Iliketotallyloveit permite que você adicione
viraram moda em 2010. Um site interessante que funciona como
produtos, vote em produtos e confira o que é popular, mais
agregador das diversas redes de clube de compras é o ValeJunto,
votado.
que reúne em um único local uma grande variedade de redes
e Kaboodle - Rede social de compras onde os usuários compartilham sociais de compra, como Peixe Urbano, QPechincha, Oferta
seus achados de produtos interessantes em praticamente Única, entre outros.
qualquer área.
* SEM (Search Engine Marketing) - Ações que visam a gerar tráfego para
e MyltThings — Rede social de compras e revista de moda criada pela o site de e-commerce via buscadores (Google, Yahoo, Bing etc.),
comunidade. O site oferece um closet virtual para você exibir o atraindo consumidores para compra (abordaremos as estratégias
que comprou e um espaço para fazer review dos seus produtos de SEM do capítulo 15).
favorites, inclusive livros, filmes e música.
* Sistema participativo, fora de um:site de e-commerce, que en-
e ProductWiki - Rede social de compras tipo wiki, que não apenas volva o consumidor a colaborar — open innovation (ex.: Fiat Mio,
dá acesso aos reviews de produtos, como permite também MysStarbucksIdea etc.).
comparar preços. Na essência, as estratégias de comércio social requerem três ingredien-
e ShopStyle - Rede social de compras com foco em produtos fashion tes básicos: pessoas — sem pessoas, não existe o “social”; e-commerce (ou
com milhares de marcas famosas mundiais, como Barneys, em lojas físicas) - sem uma plataforma para vendas, não é possível exercer
New York, e Lisa Kline, em Los Angeles. O site permite também a atividade comercial; conteúdo que crie visibilidade, relevância e credi-
que você crie seu próprio stylebook para compartilhar com os bilidade para engajar - sem esse conteúdo, as pessoas não participarão
outros. para que o comércio social aconteça.
o StyleFeeder - Rede social de compras com foco em produtos Considerando-se que as plataformas e a cultura digital que estruturam
na área de moda (roupas, sapatos, acessórios, móveis, moda), o s-commerce no Brasil começam a decolar e popularizar-se, a utiliza-
que funciona como um feeder (alimentador) que apresenta ção estratégica do comércio social passa a ser uma opção cada vez mais
as recomendações de milhares de pessoas sobre milhares de interessante e acessível a todo tipo de empresa comercial, inclusive às
produtos de milhares de lojas virtuais. pequenas e médias empresas.
324 Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes
sociais
325
WOMM * Conversation Creation - Criação de anúncios
interessantes ou engra
-
As estratégias de marketing em redes sociais se baseiam no relacionamen- çados, e-mails, jingles, entretenimento ou
promoções feitas para
to entre as pessoas. Um das formas mais interessantes de utilizar essas incentivar a atividade boca a boca.
redes é por meio do WOMM (Word of Mouth Marketing), ou marketing * Brand Blogging - Criação de blogs e parti
cipação na blogosfera, no
boca a boca, que tem como técnica principal passar informações (por espírito de comunicação aberta e transparen
te, compartilhando
qualquer tipo de meio de comunicação humana -— oral, face a face, tele- conteúdo de valor que a comunidade
de bloggers possa querer
fone, e-mail, SMS etc.) de pessoa para pessoa. comentar.
Por sua natureza pessoal de comunicação entre os indivíduos, acre- * Referral Programs — Criação de ferramentas
que permitam a clientes
dita-se que uma informação sobre marcas e produtos comunicada desse satisfeitos recomendarem-nas aos seus amigo
modo tenda a passar mais credibilidade. A WOMMA (Word of Mouth s.
Há controvérsias
sobre a classificação dessas categorias, pois
Marketing Association) relaciona várias subcategorias” de marketing concordam com algumas dessas definições. alguns não
boca a boca: Apesar de algumas categorias
serem muito amplas e poderem ser considerad
as como outras táticas de
* Buzz Marketing- Utilização de eventos high-profile (que atraiam aten- relacionamento, e não como boca a boca, como
é o caso do Brand Blogging,
ção e publicidade) ou alguma notícia para fazer com que as pessoas não nos interessa aqui analisar ou discutir
tais classificações. Para efeitos de
falem de uma marca. estratégias em redes sociais on-line, a forma
de WOMM que nos interessa
* Marketing viral - Criação de mensagens divertidas ou informativas analisar é o marketing viral, que é extremam
ente potencializado pelas
feitas para serem passadas de forma exponencial, por e-mail ou características intrínsecas das redes sociais
no ambiente on-line.
eletronicamente. Os ambientes sociais digitais possuem algun
s fatores altamente cata-
* lisadores da viralização:
Community Marketing— Formação ou apoio de comunidades de nicho
que possam ter interesse em compartilhar informações sobre a * o tamanho das redes sociais é virtualmen
te ilimitado;
marca (como clubes de fãs, fórum de discussões), providenciando * a velocidade de Propagação da informação
ferramentas, conteúdo e informação para apoiar tais comunidades.
é alta, tendendo à ins-
tantaneidade; 5
a
e Grassroots Marketing — Organização e motivação de voluntários a * proliferação das formas para compartilhar
participarem de projetos pessoais ou de alcance local. informações facilmente.
No entanto, apesar de a plataforma social
digital ser propícia à vira-
* Evangelist Marketing — Cultivar evangelistas, voluntários que são in- lização, não existem receitas para criar uma
mensagem que se torne ga-
centivados a assumirem um papel de liderança ativa, espalhando --Iantidamente viral. No entarito, analisando
casos Virais de sucesso, alguns
mensagens interessantes sobre você. estudos fornecem algumas indicações de.
como executar um processo de
* Product Seeding - Colocação do produto certo, nas mãos certas, na forma a ter maiores probabilidades de se
tornar viral. Apresentaremos a
hora certa, fornecendo informações e amostras a pessoas influentes. seguir alguns desses estudos.
* Influencer Marketing — Identificação de comunidades-chave e influen-
ciadores de opinião que têm a probabilidade de se interessar em Os oito elementos das ideias contagiosas
falar sobre uma marca e a habilidade de influenciar outras pessoas. Segundo Dan Zarrella*, um dos mais respe
itados estudiosos do marke-
* Cause Marketing - Apoio a causas sociais para ganhar respeito e apoio ting viral, existem algumas características comu
ns entre as ideais que se
daqueles que se identificam com a causa. difundem através dos meios e dos séculos.
Entre essas características,
28 Zarrella, 2010.
27 WOMMA, em http://womma.org/wom101/2/
Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes sociais 327
326
probabilidade
fatos já conhecidos. Assim, a novidade aumenta a DanZarrella
com
da viralização.
às vezes é O
Intuição - O problema que a novidade pode trazer
Figura 14.5 - Imagem do gráfico que apresenta os fatores motivadores para que um
e indivíduo compartilhe uma informação.
uma ideia, é pouco
fato de que se uma pessoa não compreende
Assim tornar
,
provável que repasse esse conteúdo a seus amigos. * Utilidade - A Teoria da Troca Social (Social Exchange Theory?!)
potencial
a mensagem/conteúdo fácil de entender aumenta o seu acredita que a maioria das interações humanas é uma troca de
de viralização. valor. Os provérbios são um exemplo dessa teoria em ação. Assim
mais informações quanto raior a utilidade que uma pessoa detecta em uma fo
« Relevância - Nossos sentidos capturam muito
sofisticados ção, maior a probabilidade de ela compartilhá-la com outros para
do que podemos processar, assim nossa mente possui
apenas O que é impor- acrescentar valor ao relacionamento com eles. Assim, conteúdos/
mecanismos de filtragem que deixam passar
ncia. As ideias mensagens úteis têm maior probabilidade de viralizar.
tante. Isso é chamado de atenção seletiva, ou relevâ
maior atenção e,
que parecem personalizadas para nós conseguem Cascatas sociais — Para descobrir o que é correto, as pessoas tendem
ialmente para
quando vemos algo que parece ter sido criado espec a observar como os outros pensam sobre algo. Quanto mais pessoas
A figura 14.5
um de nossos amigos, tendemos a enviar para ele. agirem de uma mesma maneira, mas tendemos a acreditar que esse é
que uma pessoa
apresenta OS principais fatores motivadores para o modo certo de agir. Assim, por exemplo, talvez você não divulgue
eúdo com os amigos. A re-
compartilhe alguma informação/cont uma informação que acabou de receber, mas se você começa a ver
tática que
levância aumenta a probabilidade da viralização e uma muitas pessoas enviando essa informação, passa a pensar que isso
de um conteúdo
pode ser usada pra conseguir aumentar a relevância deve ser bom e deve compartilhá-la também. Os ambientes sociais
ncia para.
é a relevância combinada”, que associa fatores de relevâ on-line permitem que as opiniões e pensamentos das pessoas criem
item que aquilo foi
fazer com que grandes grupos de pessoas acred cascatas sociais, pois podem ser observados por muitas outras pes-
criado exclusivamente para eles. soas. Isso tende a aumentar a probabilidade de viralização.
30 Zarrella, 2010.
E :
ps informaçõ
Mais “Social Exchange Theory” » em hitp://en.wikipedia.org/wiki/Social.
ações sobre “Socis exchange
Zarrella (2010-2011).
29 Mais informações sobre relevância combinada em
328
Marketing na Era Digital
Capítulo 148 SMMi e SMO: estratégias em redes
sociais
329
* Vácuo informacional - Rumores tendem a
se difundir de forma Tabela 14.3 - Relação dos dez vídeos virais
mais contagiosa na ausência de informação mais visualizadosde todos os tempos,
sobre eles, ou seja, segundo a Visible Measures. Os QRcod
quando há um vácuo informacional. Isso pode es dão acesso aos vídeos. Fonte: Learm
ser usado a favor ou onth,
2010.
contra as marcas. Por exemplo, um rumor negativo
sobre sua marca
tende a se difundir enquanto você não faz E:
Views totais
nenhuma declaração Marca | Campanha
que informe sobre o fato real. Por outro lado, um | Lançamento (aprox. em
exemplo de uso | milhões)
do vácuo informacional a favor da marca são
os lançamentos da
Apple — os rumores sobre seus produtos são conta
giosos porque a | |
companhia notoriamente guarda segredo sobre Blendtec Willà ft Mo
E Blend?deos) | usa VW, be.com/
eles. 30/10/06 | 134 | waich?v=LAlDBdérbleo
* Proselitismo — Pedir, explícita ou implicitamente, |
E e
(vídeo da série, com o iPad)
Learmonth, 2010.
ta
to
www visiblemeasures.com
ww
UI
330 Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SAM e SMO: estratégias em redes sociais 331
pi in
a Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes
sociais
333
Um dos maiores casos de sucesso de estratégias em redes sociais
usando vídeos é a campanha da Old Spice, marca americana de sabonet Mensuração, análise e ação em redes sociais
e
líquido corporal para homens, que integrou ações de vídeo no YouTube
ri
Como em qualquer estra tégia, a mensuração é essencial em qualq
com comerciais na televisão e respostas interativas para pessoas que ação de marketing em redes sociais. São as análi uer
co- ses das mensurações que
mentavam a campanha. A campanha The Man your Man Could Smell confirma m a eficiência das diversas estratégias ou
Like (O balizam os ajuste
s que
Homem como o seu Homem Deveria Cheirar”) foi lançada on-line para devem ser feitos para melhorá-las. Como visto
anteriormente, o ambiente
o final de semana do SuperBowl e capturou 75% de todas as conversa- digital é propício para mensurar. No entanto, quan
do se trata de redes
ções na categoria. O sucesso foi tão grande que em julho foi lançada uma sociais on-line, a atividade de mensuraç
ão é complexa em razão das di-
continuação da campanha na forma interativa de respostas, a Respons
es, versidade das plataformas e dos diversos tipos
de mensurações possíveis.
na qual foram gravados vídeos de respostas às pessoas que coment Assim, para atuar em redes Sociais, são
avam necessárias três etapas: men-
on-line sobre a campanha e os produtos. Os vídeos Responses alavan- suração, análise e ação.
caram a marca na web. No primeiro dia da campanha de resposta
s, os À mensuração é a primeira etapa do processo de
vídeos receberam 5,9 milhões de visualizações no YouTube, qualquer atuação em
mais do redes socais. É por meio dela que se obtêm os
que recebeu o discurso da vitória do presidente Obama após 24 horas. dados relevantes para análise
situacional. Enquanto a mensuração mostr
No segundo dia após o lançamento, os vídeos já estavam entre a “o que” está acontecendo, a
os oito análise situacional mostra “como” Por exemplo,
vídeos mais populares da web, chegando a 20 milhões de visualizações pode-se mensurar que
no 100 pessoas estão falando da sua marca no Twitte
terceiro dia de campanha e 40 milhões em uma semana. À campan r, mas somente a aná-
ha foi lise desses dados permitirá saber se estão falando
integrada com Twitter, Facebook, website e, 6 meses após o lançame bem, mal ou de forma
nto neutra sobre sua marca. Depois de feita a anális
inicial, gerou mais de 1,4 bilhão de impressões para a marca. e, a etapa seguinte é agir.
Ao final da Se sabemos que 100 pessoas estão falando “bem”
campanha, as vendas da Old Spice aumentaram em 107%, tornand da nossa marca, o que
o-se fazer para aproveitar isso? Se estão falando “mal,
a marca líder no mercado de sabonetes líquidos corporais para homens. quais atitudes tomar?
O QRcode da figura 14.7 dá acesso ao vídeo explicativo da campanha O grau de dificuldade das atividades das etapas
aumenta a cada passo.
Enquanto a mensuração pode ser feita de forma
Old Spice nas redes sociais. mais mecânica e auto-
matizada, organizada por pessoas que planejam,
mas executada por mão
de obra menos especializada, a atividadé de anális
e requer profissionais
qualificados para interpretar corretamente
os dados. É o processo de
análise que extrai a inteligência dos dados. No
entanto, após analisar e
diagnosticar a situação, atuar para solucionar
problemas ou aproveitar
oportunidades requer a ação de estrategistas
e gestores altamente quali-
ficados, pois essa etapa envolve riscos.
Vejamos a seguir as etapas metodológicas para
a mensuração.
Mensuração - Conceitos
No plano de marketing, após determinar os objetivos,
é essencial estabe-
Figura 14.7 - Imagem e QRcode de acesso ao vídeo do case de estratégi lecer que indicadores serão mensurados para
as de sucesso analisar os resultados para
em redes sociais para os sabonetes líquidos corporais para homens verificar se atenderam ou não aos objetivos propo
Old Spice em www. stos. Esses indicadores
youtube.com/waich?v=e66XKxT8yDY. de resultados são chamados de KPI (Key Perfo
rmance Indicators) e po-
dem ser de três tipos: volume, engajamento e conver
são.
334 Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes sociais 335
Vejamos cada tipo de KPI com respectivos exemplos de indicadores: permitem o acesso dos buscadores para indexar (ex.: redes sociais fecha-
das, como Orkut e fóruns fechados). No entanto, é importante observar
* Volume - Os KPIs de volume estão relacionados à mensuração de
que os conteúdos não indexados de fóruns específicos trazem desafios
quantidades puras. Exemplos: número de fãs, followers, tweets por
e oportunidades específicas que podem ser diferencias estratégicos para
minuto, Trending Topics etc.
as empresas. Assim, monitorar tanto os conteúdos abertos quanto os
e Engajamento - Os KPIs de engajamento estão relacionados às fechados é essencial para traçar e ajustar estratégias sociais.
mensurações de ações que envolvam engajamento, influência e rele- A escolha das ferramentas depende intrinsecamente do tipo de KPI que
vância. Exemplos: quantidade de retweets, quantidade de assinantes, se deseja mensurar. Veja alguns exemplos de ferramentas de mensuração:
sentimento, tempo gasto, comentários, réplicas, menções etc.
e Ferramentas pagas de mídias sociais - Crimson Hexagon,
e Conversão — Os KPIs de conversão são os que medem as ações de eVisibility, Infegy's Social Radar”, Radian6, SCUP (ferramenta
conversão do público-alvo em função dos objetivos estipulados. nacional), TruCast, entre outras.
Exemplos: vendas, CTR (click through), geração de leads (cadastros
e Ferramentas gratuitas de mídias sociais:
de prospects) etc.
Cada tipo de objetivo no plano de marketing determinará os tipos de e Gist - Ótima ferramenta gratuita para concentrar os fluxos de
KPIs que devem ser mensurados. É importante, no entanto, escolher para diversas fontes de relacionamento social, ajudando a mensurar
mensurar pelo menos dois indicadores de cada tipo e ter consistência no e priorizar as informações. Para conhecer as funcionalidades,
rastreamento e mensuração desses KPIs. Sem esses cuidados, os dados acesse: http://blog.gist.com/what-is-gist/.
obtidos têm valor limitado para análise. e Google Alerts - Ferramenta simples, gratuita e bastante eficiente
Podemos medir dois tipos de ROIs (retornos de investimentos) nas que informa muito rapidamente sobre qualquer menção na
mídias sociais: o retorno sobre o investimento e o retorno sobre a influ- internet (conteúdos indexados) aos termos configurados.
ência. O retorno sobre a influência é medido pela soma das mensurações * Ferramentas de web analytics - Além dos tradicionais sistemas
quentes e frias sobre um assunto: Webtrehds, Google Analytics etc., outras soluções interessantes
e Mensurações frias (cold measurements) - Métricas tradicionais auxiliam a monitorar sites em tenpo real, como o Woopra.
que medem alcance (page views), frequência (visitas), tempo gasto * Buscadores - Os buscadores são essenciais às mensurações em
etc. São fáceis de medir, normalmente são mensuradas de forma redes sociais abertas, como Google, Bing, Yahoo, Collecta etc.
automática por sistemas e contam com uma infinidade de progra- Além dos exemplos anteriores, há uma infinidade de ferramentas
mas para isso, como Google Analytics, Web Trends, entre outros. para monitorar mídias sociais, até específicas para monitorar redes como
e Mensurações quentes (warm measurements) - Métricas que envol- o Iwitter, por exemplo. A todo momento, surgem novas ferramentas.
vem sentimentos e tamanho dos ecossistemas dos usuários. Normal- Normalmente, as mensurações são feitas por uma combinação de várias
mente, essas métricas não podem ser medidas de forma totalmente ferramentas, pois cada uma tem um foco específico em alguns tipos de
automática e é necessário usar vários sistemas combinados com mensurações e KPIs. À escolha das ferramentas deve considerar tanto os
análises humanas. São mais difíceis de serem medidas, podendo ser tipos de indicadores que se precisa mensurar quanto a verba disponível
usados sistemas como o Spark' para auxiliar o processo. para isso, já que existem ferramentas pagas, com diversos valores e planos
Um dos grandes problemas de mensuração de redes sociais é que ocor- de comercialização, e ferramentas gratuitas.
re uma grande divisão na internet: conteúdos que os buscadores, como 39 htip://www.infegy.com/socialradar
php
o Google, indexam (ex.: redes sociais como Twitter); conteúdos que não
38 http:l/wwu.spirall6.com/spark/
a
336 Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em
redes sociais
337
A WOMMA (Word of Mouth Marketing Association) comercializa
Baseando-se na premissa de que cada
um manual de mensuração e métricas no marketing boca a boca que expressão digital de uma marca
é (campanhas, site, widgets, presença
uma referência interessante sobre as mensurações nesse tipo de estratégi nas redes sociais) pode e deve ser
a. sempre mensurada, mas cons
Um vídeo sobre o manual The Measurement & Metrics Guidebook pode ser iderando-se que o mundo socia
l demanda
uma nova medida que reconheça a natu
acessado por meio da URL ou QRcode da figura 14.8. O manual pode reza participativa de uma marca,
O estudo Fluent propõe o SIM Score, que mede
ser adquirido em hitp://womma.org/store/measurement/. e combina dois atributos
críticos para mensurar o impacto favoráve
l da marca:
* Alcance - Número total de conversações
on-line de consumidores
B2C que compartilham a marca.
* Sentimento - Grau em que os cons
Making. Monitoring. umidores gostam ou não da
Measuring. marca quando conversam sobre ela
on-line
| B2B Além do SIM Score, esses dados também
são usados para calcular os
índices Net Sentiment da marca e da
Rec indústria a que essa marca pertence
.
Por exemplo, para calcular esses índices
Figura 14.8 — Imagem e QRcode de acesso ao vídeo sobre o The Measurem
ent e» Metrics
para uma marca de carro, pre-
cisamos medir as conversações
Guidebook, da WOMM, em www. youtube.com/watch ?v=PBGRutpwnFI. sociais que se referem à marca
e as conversações que se referem à indú do carro
stria automobilística, para depois
as relacionar.
SIM e Net Sentiment
Enquanto o Net Sentiment mensura o sent
A RazorFish, uma das principais agências mundiais de campanhas
imento favorável sobr
e uma
di- marca ou indústria na rede, o SIM
Score mede a influência social de
gitais, publicou, em 2009, o estudo Fluent', que analisa a utilizaç marca uma
ão das dentro da indústria a que pertence.
redes sociais no marketing, definindo o termo SIM (Social Influence O Net Sentiment é calculado pela seguinte
Marketing) como “a utilização das mídias e influenciadores sociais fórmula:
para Net Sentimery = (CPos + CNeu - CNeg
alcançar as necessidades de marketing e negócios de uma organiza )/Ctotal
ção”.
Onde:
Na análise, o estudo sugere três tipos principais de influen
ciadores a :
para o consumidor: * CPos - quantidade de conversações posit
ivas
a. influenciadores sociais (pessoas comuns que participam das pla- * CNeu - quantidade de conversações
neutras
taformas sociais do comprador); * CNeg - quantidade de conversações
negativas
b. pares influenciadores (pessoas próximas ao comprador, * CTot - quantidade total de conversações
como
família e amigos, que influenciam suas compras); Quando medimos o Net Sentiment de uma marca,
as
conversações que
c. influenciadores-chave (pessoas que influenciam uma grande
quan- devem ser consideradas são as referentes
à marca, e quando medimos o
tidade de pessoas em relação às decisões de compra associadas Nei Sentiment sobre uma indústria, as
à conversações a serem consideradas
área do produto — essas pessoas normalmente possuem blogs são dessa indústria específica.
ou
milhares de seguidores no Twitter e normalmente não conhec Assim, como no exemplo citado no estudo
em Fluent, para o caso da GM
sua audiência pessoalmente). Esses influenciadores geram conver- (General Moto rs), o Net Sentiment da marca e
sações que são a base da mensuração do impacto social nas marcas da indústria são apresen-
tados a seguir.
e produtos.
4Oo Razorfish, 2009.
338 Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes sociais 339
e Conversações sobre a marca o resultado das ações sociais. Isso deve ser considerado no momento de
Positivas 22.355 (CPos) | calcular custos das estratégias em redes sociais.
Neutras 80.764 (CNeu) Em 2006, Avinash Kaushik desenvolveu a regra dos 90/10º para obter
Negativas 19.127 (CNeg) | êxito nos processos de web analytics, ou seja, verificou que para obter o
Total 122.246 (CTotal) valor das análises dos dados de web analytics, eram necessárias equipes,
pessoas, que soubessem extrair inteligência do processo de análise. Assim,
Net Sentiment da marca GM = 22.355 + 80.764 — 19.127/122.246 = 0,68
considerando o custo total de um processo de sucesso em web analytics,
e Conversações sobre a indústria o custo de sistemas é apenas 10% do total e o custo com pessoas de
Positivas 399.431 (CPos) qualidade é de 90%. A mesma regra pode ser aplicada em mensurações
Neutras 1.465.720 (CNeu) e análises de redes sociais. A ferramenta importa menos do que quem a
Negativas 241.372 (CNeg) usa. À maestria no uso determina o resultado do processo. A mensuração
Total 2.106.523 (CTotal) não tem o menor sentido em si mesma, mas só adquire valor quando
interpretada para tomada de decisões, os dados brutos de nada valem.
Net Sentiment da indústria = 399.431 + 1.465.720 — 241.372/2.106.523 É preciso pessoas habilitadas para operar as ferramentas e extrair inteli-
= QUA
gência e decorrente valor delas.
Assim, o índice de Net Sentiment pode variar de 0 a 1 (ou de O a 100%), Outras considerações importantes sobre mensuração em redes sociais:
indicando a participação favorável de uma marca ou de uma indústria na
* Quem está mensurando sua marca/produto? Se você não está, al-
rede. Podemos, então, dizer, baseando-nos no caso da GM, que a marca
guém provavelmente está — seus concorrentes, fãs etc. O primeiro
GM tem 68% de participação favorável na rede e a indústria automobi-
lística tem uma participação favorável de 77%. passo para qualquer estratégia em redes sociais é mensurar, ouvir,
entender o ambiente.
O SIM Score, por sua vez, é calculado com base nas conversações sobre
a marca e a indústria à qual pertence, de forma a medir a influência social * Ás marcas grandes e com reconhecimento nacional ou mundial não
dessa marca nessa indústria. O cálculo se faz da seguinte maneira: têm mais escolha entre estar ou não nas redes sociais. Elas já estão,
SIM Score = (CPos + CNeu - CNeg) da marca/(CPos + CNeu — CNeg) porque o público fala sobre elas nas mídias sociais. Só resta como
opção a forma de atuar nas redes sociais. Marcas pequenas ou muito
da indústria
específicas podem ainda não estar nas redes sociais, mas cada vez
Considerando novamente o exemplo da GM, o seu SIM Score é (22.355
mais, mesmo os produtos e marcas de nicho, passarão a fazer parte
+ 80.764 — 19.127)/(399.431 + 1.465.720 — 241.372), resultando em 0,051
das redes sociais por meio das pessoas que as mencionam. Assim,
ou 5%. a melhor maneira de se proteger das redes sociais é estar presente
Sentimentos são intangíveis e complexos para mensurar, e a utilização nelas mensurando o que acontece, para poder decidir como atuar
dos índices Net Sentiment e SIM Score é bastante interessante para tornar ou, até mesmo, se é necessário atuar e quando.
tangíveis os sentimentos, analisar a participação favorável em relação a
É preciso ter muito cuidado com as análises estatísticas, visto que
uma marca ou indústria e permitir a análise numérica disso.
podem trabalhar tanto para o bem como para o mal. O livro How to
Lie with Statistics? demonstra como é possível manipular estatísticas.
Considerações sobre mensuração, análise e ação Já o livro Freakonomics* mostra de forma muito interessante como
Para atuar em redes sociais, é necessário formar equipes habilitadas tanto análises superficiais podem estar totalmente erradas, e fazendo-se a
para mensurar e analisar o ambiente quanto para agir, traçar estratégias. 41 Kaushik, 2006.
Quanto melhor for a qualidade dos profissionais da equipe, melhor será 42 Darrell e Geis, 1993.
43 Levitt e Dubner, 2005.
340
Marketing na Era Digital
Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias
em redes sociais
leitura e interpretação apropriada dos dados 341
, estes podem explicar
corretamente diversos fenômenos anuncia a grande probabilidade
que aparentemente são contra de que crises aconteçam. Mesmo
sua empresa, seus produtos e sua que a
9 senso comum. Um outro estudo impor marca fizessem tudo completament
tante mostra que, nos e
ambientes sociais on-line, pequenos grupos correto, aind a assim você estaria
sujeito a crises, pois sempre há a pos-
podem causar gran-
des impactos e, muitas vezes, de forma não repre sibilidade de que alguém não gost
sentativa da real e ou interprete mal algum dos
produtos ou açõe seus
situação. Um estudo“ conduzido pelo profe s, e inicie comentários
ssor Vassilis Kostakos, negativo
s sobre sua marca.
da Carnegie Mellon University, mostra que Concorrentes mal-intencionados tam
um grupo pequeno de bém geram crises. Em um artigo,
usuários em sites de redes sociais e de e-commer Dave Fleet relata os sete motivos que fazem com que sua
ce é responsável por empresa deva
uma grande quantidade de reviews. Assim, estar preparada para crises':
grupos pequenos, mas
poderosos, podem facilmente distorcer o que * Em algum momento, a sua empr
uma multidão real- esa fará algo que irritará certas
mente pensa, fazendo avaliações on-line parec pessoas.
erem extremamente
Positivas ou negativas sem real representativid
ade do público. * Não importa se você está usando
redes sociais on-line ou não.
* Você não consegue se Planejar
defensivamente quando a crise
Gestão de crises está acontecendo. já
Redes sociais e reputação não são assuntos e Nunca foi tão fácil para as pessoas
novos, assim como crises e sua se organizarem.
gestão também não. Podemos chamar * O slacktivismo existe e é bastante ativo
de crise qualquer acontecimento
no ambiente de marketing que traga nos ambientes on-line —
um impacto negativo sobre uma Slacktivismo é quando as pessoas ader
Marca ou produto. Como o macroambient em a uma causa falsa (ou
e de marketing se modifica inverídica) e espalham tal informação apenas para se sent
com o passar do tempo, também o que bem. Isso é típico dos casos em que as irem
é considerado se transforma. pessoas repassam informa-
Um exemplo disso são os valores culturais. ções sobre
Antigamente, a preocupação doação de órgãos, fraudes em prod
das pessoas com o impacto que os produtos utos etc., sem terem
que compravam causavam certeza de sua veracidade, como acon
no meio ambiente era muito menor que tece em e-mails que circulam
a de hoje. Atualmente, gestões com boatos desses tipos há anos.
ambientais desastrosas podem ocasionar ;
crises às marcas, mas nem * Controle é um mito - Nas redes sociais
sempre foi assim. é impossível controlar o que
acontece. Pode-se
e deve-se Planejar para atuar da forma
Apesar de crises sempre existirem, ambientes mais favorável a sua marca/produto. estratégica
sociais on-line são alta-
mente favoráveis à propagação de informações, impac No entanto, o ambiente no
tando grandes redes qual seu plano é lançado está fora
do seu controle.
em velocidade altíssima. Esses fatores fazem
com que uma crise hoje se *, Oserros pioram as crises.
difun da de forma muito rápida e prejudicial se
for originada ou avalizada
por grupos influentes nas redes sociais. Até Dessa forma, estar preparado para
pouco tempo, antes das redes uma crise é uma das principais
sociais on-line, costumava-se dizer que uma atitudes preventivas que uma empresa/
pessoa satisfeita com o seu marca/produto deve ter.
produto comentaria isso com mais uma ou Existem dois tipos de crises: informac
duas pessoas, e uma pessoa ional e de eventos. As estratégias
insatisfeita comentaria com mais dez Pesso de ação em crises informacionais são
as. Hoje, uma pessoa pode diferentes das em crises de eventos,
comentar sobre o seu produto/marca com milha ortanto deve-se avaliar adequadament
res de pessoas. e a crise antes de qualquer ação.
Essa facilidade que os ambientes sociais possi Crise informacional é aquela gerada
bilitam para expressar por opiniões e percepções, tanto
opiniões e comentários sobre fatos pode internas quanto externas à empresa. Um
ser usada de modo positivo, exemplo de crise info rmacional
como vimos anteriormente no caso de seria alguma pessoa influente no seu
si SA a ae A marketing viral, mas também ambiente de marketing emitir uma
Opinião negativa sobre sua marca/produt
au Perez, 2009. o. Nesse caso, o problema não é
45 Fleet, 2010.
Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMMe SMO: estratégias em redes sociais 343
342
o produto em si, mas as informações geradas sobre ele, ou seja, crises de mídias sociais que podem afetar negativa ou positivamente as crises, com
informação estão relacionadas à geração e à proliferação de informações algumas sugestões de ações*.
negativas sobre o seu produto/marca. O resultado desejado quando se Características das redes sociais digitais que podem fomentar crises:
atua nesse tipo de crise é limitar a quantidade de informações espalhadas * Frequência — As pessoas estão cada vez mais acostumadas a receber
para contê-las. informações rapidamente. Nesse sentido, intervalos grandes sem
Crise de eventos é aquela em que fatos - eventos internos ou externos informação podem causar vácuo informacional e gerar boatos. Para
à empresa- causam uma crise. Um exemplo disso seria um acidente de minimizar esse tipo de problema, estabeleça expectativas.
avião que afeta negativamente a imagem e a credibilidade na companhia * Velocidade — A informação se difunde de forma muito rápida, tanto
aérea. Nesse tipo de caso, o problema é o fato e não as informações sobre para o bem quanto para o mal. Para se prevenir e estar sempre ciente
o fato. O resultado que se deseja para solucionar a crise é o perdão do do que acontece no ambiente digital, a solução é o monitoramento
público para restaurar a confiança e a imagem da empresa. constante.
Normalmente, quando uma crise é detectada, quem atua na sua solu- * Alcance — Eventos e problemas locais se difundem globalmente.
ção são pessoas habilitadas para tal - profissionais de relações públicas, Crises locais podem alcançar o mundo em minutos. Notícias sobre
gestores estratégicos, alta direção da empresa. Isso não é nenhuma ler terremotos e acidentes aéreos têm sido noticiadas em minutos no
vidade, pois era assim que se agia antes de haver as redes sociais on-line.
Twitter. O caso de propagação do “Cala Boca, Galvão””, na Copa
No entanto, a importância da gestão de crises hoje se torna maior por
do Mundo de 2010, via Twitter, gerando conteúdo para o jornal
dois fatores importantes decorrentes do ambiente digital: americano The New York Times, é um exemplo disso. Nesse caso,
1. A velocidade com que as informações se espalham é muito rápida. a forma de se prevenir é monitorando também.
Isso requer uma habilidade de responder rapidamente também às * Visibilidade - Poucas pessoas tornam os problemas visíveis para
situações de crise, mesmo que seja para informar que a resposta
muitas pessoas. A melhor maneira de lidar com isso é ser transpa-
oficial será fornecida em 24 horas. É importante evitar o vácuo de 4
ÊÉ
rente, agir de forma consistente e ética.
informações que gere e viralize rumores negativos e intensifique a
i
i
É
crise. Só se pode impedir isso se a empresa/marca envolvida prover * Permanência — A internet não tem botão de “delete” Uma vez que
informações em tempo hábil. algo foi publicado, permanece tanto nas redes sociais como nos blogs,
buscadores etc. Não temos controle sobre as publicações das outras
2. A ubiquidade computacional on-line aumenta a probabilidade
pessoas. Não podemos tirar do ar algo de que não gostamos ou que
de mais crises de informação ocorrerem. Antigamente, para um
nos incomode (exceto por meio de ações judiciais que determinam
consumidor emitir opiniões negativas, era necessário preencher
a remoção de conteúdos, mas, ainda assim, se o conteúdo estiver
formulários que eram lidos apenas pelos gestores da empresa, ou,
espalhado por muitos sites e por contas, será difícil fazer cumprir
em casos extremos, ele procurava a imprensa para tentar conseguir
tal ação). Para combater esse tipo de ameaça, utiliza-se o marketing
tornar sua opinião pública, requerendo grande esforço para se
de busca (SEM e SEO) para popular os resultados de busca com
expressar, hoje as pessoas emitem opiniões com muita facilidade
informações favoráveis (verdadeiras e éticas) sobre sua marca, na
por meio das redes sociais on-line, como Twitter, Facebook, Yelp,
tentativa de combater o resultado negativo que se apresenta.
por exemplo, e iniciam a propagação de informações virtualmente
de qualquer lugar em qualquer tempo. Características das redes sociais digitais que podem auxiliar no com-
bate a crises:
No entanto, o ambiente digital pode ser também usado para solucionar
crises. Assim, apresentamos a seguir uma relação de características das 46 McLintic, 2010.
47 Maciel, 2010.
344
Marketing na Era Digital Capítulo 14 = SMM e SMO: estratégias em redes
sociais
345
* Mensuração — O ambiente digital favorece a mensuração, o que se
traduz em uma excelente oportunidade para avaliação e melhoria Considerações e recomendações adicionais
de produtos e serviços, além de possibilitar conhecer em tempo Para os interessados em aprofundar os
conhecimentos em redes sociais
real as necessidades do público-alvo. espec íficas, como Twitter e Facebook,
estudar mais teorias e
casos sobre
* Diálogo - As redes sociais digitais aproximam públicos e marcas. redes sociais ou acompanhar dados on-li
ne, apresentamos a seguir algu-
Nunca antes na história houve uma proximidade tão grande entre mas referências interessantes adicionais
.
empresas e seus públicos e a possibilidade de se conversar com in- * Apresentação Twitter para Empresas,
por Martha Gabriel (disponí-
fluenciadores. Esse processo contínuo de interação com o cliente traz vel para download) — apresentação com
conceitos, estratégias e
inúmeros benefícios à gestão de marca e à blindagem e à contenção ferramentas no Twitter — http://www slides
hare.net/marthagabriel/twitter-para-
de crises. Pode-se, por exemplo, durante uma crise, localizar os in- empresas-by-martha-gabriel.
fluenciadores on-line para dialogar e negociar, quando necessário. * Ebookon-line: Os 10 Mandamentos do Engaj
amento, de Fabiano Coura
* Duração - Se, por um lado, há a permanência de tudo o que é = htipi//www:fabianocoura.com/blog/mandame
ntos intro html.
publicado, por outro, em razão da avalanche de informações que * Relatório Fluent: The Razor Fish Social Influ
circulam, a duração da atenção sobre os assuntos normalmente é ence Marketing Report (dispo-
nível para download) — http:/lfluent.razorfish.
curta e muda logo de foco. com.
e Artigo “The Hybrid Theory Manifesto:
the Future of Marketing, Advertising,
and Communications”, de Brian Solis
— http://goo.gl/2G3m.
Tendências
Apesar de as estratégias nas redes sociais digitais serem baseadas no Artigos
relacionamento humano e em estudos sociais, a tecnologia impacta sen- * White paper “How Top UK Brands Win with
Social Commerce”, disponível
sivelmente essas estratégias, pois modifica os modos de relacionamento para download em hitp://goo.gl/eUpC.
humano. Ao longo da história da humanidade, as tecnologias foram pos- * Ártigo when Digital Displays Fuel Social Commerce
sibilitando novas formas de se relacionar — escrita, transporte, telégrafo, ” — http://goo.gl/ecWQ.
* Artigo com dicas específicas sobre as
telefone, internet, televisão, banda larga, smartphones etc. etapas de mensuração e o
funil de engajamento: “4 Ways to Measure
Assim, analisando as tendências futuras, vemos que a tecnologia Social Media and Its Impact
on Your Brand” — http:/fgoo.gl/hRul.
continua sendo a base das grandes transformações que devem impactar
o marketing em redes sociais. e Artigo “Influence and Passivity in Social Media”,
da HP Labs — http://goo.gl/SloM.
Veja alguns artigos interessantes que abordam essas tendências: * Artigo “5 Dicas Importantes de Social Media
Marketing para o Facebook” —
http://g GC.
gl oo.
* “The Influence of Mobile on Social Marketing's Future: Mobile Platforms and
Location-based Networks Could Take Social Marketing to the Next Level” * Estatísticas nas mídias sociais 2009/201
— 0 - http://marcelayres.com/
htip://wwm.emarketer.com/Article.aspx?R=1007921. blog/2010/07/esta tisticas-midias-sociais-2009-2010/.
* “The Next 5 Years in Social Media” — htip://mashable.com/2010/09/07/next-5-years- * Material acadêmico sobre mídias sociais
— hitp://midiassociais.blog.br/links/
social-media/. material-academico-sobre-midias-socia is/.
* C10 Emerging Social Platforms and How Businesses Can Use Them” — http!
goo.gl/nact.
346 Marketing na Era Digital
Livros capítuLo 15
e Livro Groundswell - Winning In a World Transformed by Social Technologies,
de Charlene Li e Josh Bernoff. Boston: Harvard Press, 2008. SEM e SEO: marketing de busca
e Livro Social Media at Work: How Networking Tools Propel Organizational
Performance, de Arthur L. Jue, Jackie Alcalde Marr e Mary Ellen
Kassotakis. New York: Jossey-Bass, 2009.
e Livro Engage: the Complete Guide for Brands and Businesses to Build,
Cultivate, and Measure Success in the New Web, de Brian Solis. New York:
Wiley, 2010.
No presente capítulo, abordamos o marketing de busca, caminho pelo
e Livro Communities Dominate Brands: Business and Marketing Challenges for
qual usamos as plataformas dos sites de busca de forma estratégica para
the 21st Century, de Tomi Ahonen e Alan Moore. London: Futuretext,
alcançarmos objetivos específicos de marketing.
2005.
e Livro Social Media Metrics: How to Measure and Optimize Your Marketing
Investment, de Jim Sterne e David Scott. New York: Willey, 2010. Sites de busca e resultados orgânicos e pagos
- eBook 4MídiasSociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões — e-book bas- Os sites de busca, como Google, Yahoo, Bing e MSN, por exemplo, são
tante interessante, organizado pela PaperCliq + Danila Dourado os principais protagonistas do marketing de busca. No entanto, antes de
Social Media, que apresenta artigos de vários autores que abordam introduzir conceitos e técnicas relacionados ao marketing de busca, é
diversos aspectos das mídias sociais agrupados por temas. Down- importante abordar os dois tipos de resultados apresentados pelos sites
load gratuito em: http://www issuu.com/paperclig/docs/ebookmidiassociais. de busca: resultados de busca natural (ou orgânica) e resultados de busca
paga (ou links, patrocinados).
Infográficos Os links apresentados nos resultados da busca natural são obtidos por
e Onde os Brasileiros se Encontram nas Redes Sociais On-line — Attp:// meio da análise dos sites em função de sua relevância e da palavra-chave
www. flickr. com/photos/vergotti/4665627081/sizes/o/. da busca, como veremos em detalhes mais adiante. Como esse resulta-
do é decorrente do processo natural de seleção dos sites, denomina-se
orgânico. Os resultados da busca orgânica, quando clicados, não geram
Dados on-line
custos para os donos das páginas ali apresentadas. Esses resultados são
e Social Web Involvement - Mapa interativo que mostra o envolvimento exibidos na coluna esquerda da página (coluna maior) (Figura 15.1).
das populações nas atividades sociais na Web (upload de fotos e
Os resultados de busca paga, por sua vez, aparecem na página de re-
vídeos, manter perfil em redes sociais, escrever o próprio blog e
sultados de busca em função da palavra-chave buscada, sua relevância e,
uso de microblogs) separado por país — http://globalwebindex.netidata/.
principalmente, o valor oferecido pelo anunciante pelo clique. Esse tipo
e NMAS Digital Channels Data — Dados atuais sobre estatísticas de uso e de link, quando clicado por um usuário do site de busca, gera um custo
difusão dos diversos canais digitais on-line (internet use, advertising, ao dono do anúncio. Por isso, esse tipo de resultado é chamado de link
internet TV, mobile, retail, search e social media) — http://www.nma.co.uk/data/. patrocinado ou busca paga. As áreas da página de resultados reservadas
à busca paga são separadas da área onde aparecem os resultados da busca
natural e não interferem nela. Na figura 15.1, pode-se ver as áreas de links
patrocinados: a área destacada acima da busca orgânica (na coluna da
347
| 348 Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca
349
esquerda) e toda a área da coluna da direita, que é mais estreita do que a
Dentro do triângulo de ouro, a visi
da esquerda, onde aparecem os resultados da busca orgânica. bilidade cai rapi damente nos
rankings orgânicos, começando com
100% para O primeiro resultado
da lista, diminuindo para 85% para
SR o final da área visível da página no
Google navegador (sem rolagem da página)
Pesquisar, & aweb E) páginas em poduguês € páginas do Brasi e, então, cai drasticamente para 50%
Web depois do ponto de rolagem na pági
Resultados 1 -10 de aproximadamente 1.490.000 para canetas (0,16 segundos)
na até 20% no final da página, no
Só Canetas Links Patrocinados último resultado dos top 10 da lista
vam socanetas com.br Canetas promocionais a pair R$ 0,38 - Tat: 44 4328-2355
Links Patrazinados
orgânica. Assim, veja na tabela 15.1
' Steel Company como fica a visibilidade dos resultad
Emporium das Canetas
vma ecanetas combr O sau site de canetas. Mais ca 20 marcas num so lugarl
| Matenal Promocional Personalizado, os Orgânicos na página.
Placa HomenagemiMedalha Trojéy'Pins ;
eramos StealCumpany com.br
Canetas
São Paulo Tabela 15.1 - Visibilidade dos links de
vma atooririndes com.br Canetas Promocionais Personalizadas Plásticas, Metálicas 11 4634 busca orgânica na Página de resultados
2466 E
Bic: Canetas Promocionais
A de busca
* Distribuidora Oficial BIC
Emporium das Canetas - Parker, Waterman, Sheaffer Lamy
Emponum das Caneta, encenire em nossa site as marcas mundialmente
Cross... Frete Grátis para tedo Brasil | Posições 1,2e3
conhecidas, vevra becbeinda. com.br
Emporium das Canetas - Parker, Waterman, Sheafer Lamy, Cross, Tombow,
...
em ecanetas com .
br/ . 39k - Em cacho - Dágiaas Semyedhantas | Canetas Posição 4
Compre Aqui Canetas Diversas em
Canetas
maneras ONEonline -- Fortal
Portal de
de canetas
canetas e e insirumento
instrumentoss de
de escrita
escrita ' Promoção. Confira todas as Linhas! Posição 5
Canetas online, presentes » coleções, compre, venda e woque canetas, ... Conheça a Histósia | Kalunga com briCanetas
das canetas e da escrita, saiba tudo sobre caligrafia.
ve canetasonhino.com.br/ - 3k - Em cache - Pá antes Brindes Monarch - SP
Canetas Agendas Personalizadas
Casa das Canetas Canetas Personalizadas, brindas | Posições 8e9
Casa das Canetas, Loja de Presentes, especializada em Canetas de luxo vi monarch.com br
& instrumentos de
escrita basicos, carga, tefil, lintas e grafites. .. | Posição 10
* Canfianra Rrindos Rm
E) Internet | Protected Mode: On Ramos
Os links patrocinados dentro do triângulo
de ouro têm visibilidade de
Figura 15.1 - Tela do Google com busca da palavra “canetas” mostrando os resultado 100%, já que estão logo no topo da págin
s a, na base do triângulo invertido.
de links patrocinados (coluna da direita e quadro superior da coluna da esquerda). Segundo o mesmo relatório, a visibilidade
A dos links patrocin
- área de resultados da busca natural está na coluna da esquerda, abaixo da área
de links coluna da direita, na lateral, apresenta ados na
patrocinados.
os índices mostrados na tabela 15.2.
Tabela 15.2 - Visibilidade dos links Patro
cinados na página de resultados de busca
Search's Golden Triangle (Triângulo de Ouro da Busca) à As
o 1 50%
Segundo a pesquisa Google Search Golden Triangle!, baseada em tecnolog pes au )
ias Pepino 0 ;
de eyetracking?, nas páginas de resultado de busca, 100% das | Posição 3 30%
pessoas
olham as primeiras linhas de resultado da página e, depois, começam a
ler apenas o início das linhas seguintes, formando um triângulo invertid
Posição a pos
| Posições 5,6,7e8
o | 10%
que representa as áreas “quentes” de visualização da página de resultad As estratégias são bastante distintas para
o um link aparecer
de buscas. Esse triângulo invertido é chamado de Searchs Golden Triangle busca orgânica ou nas áreas de busca na área de
(Triângulo de Ouro da Busca), sendo a localização-chave para visibili- paga. Portanto, ao conhecermos
a diferença entre esses tipos de resultad
dade nos resultados de busca. Geralmente, essa área inclui os primeiros os de busca, podemos passar ao
processo de marketing de busc a que fornece as ferramentas para elabo-
resultados de links patrocinados (três anúncios) e os primeiros resultados rarmos as estratégias para alcançarmos
da busca orgânica. esses tipos de resultados da forma
mais otimizada possível.
1 Eyetools, 2008.
2 Tecnologias de eyetracking são as que medem as posições e os movimentos
dos olhos. São
usadas em pesquisas sobre sistemas visuais, psicologia etc. SEM e SEO
SEM Raia
-
(Search Engi
4
nea ON Mark
A
eti ng), ou Mark eting de Busca, é4 0 processo
PRE E
aumentar seu tráfego e/ou fidelidade e, principalmente, o retorno sobre o documentos de modo a fornecer o “alimento” correto aos mecanismos
investimento. SEM envolve todas as ações internas (on-page) e externas é uma das condições essenciais ao refinamento da base indexada e do
(off-page) ao site com esse objetivo. universo disponível às buscas. Essa postura ética está muitas vezes fora
A parte do SEM que se refere às técnicas de otimização internas ao site do alcance do controle dos mecanismos de busca (apesar de eles tentarem
recebe o nome de SEO (Search Engine Optimization). Assim, o SEM (ou detectar abusos) e, por isso, tem sido fomentada por órgãos relacionados
marketing de busca) engloba técnicas que se estendem de ações de relações a marketing nos mecanismos de busca.
públicas e links patrocinados ao processo de SEO de otimização on-page. Existem diversas técnicas negras (black hat) usadas que, quando des-
Uma estratégia bem planejada de marketing de busca pode aumentar cobertas pelos buscadores, causam punição e até mesmo exclusão da base
consideravelmente o tráfego para as páginas. No entanto, é importante de dados. Tais técnicas envolvem desde esconder palavras na página (que
lembrar que o marketing de busca consegue trazer tráfego, mas não ne- são visíveis para os buscadores, mas não para as pessoas que acessam a
cessariamente conversão, que depende intrinsecamente da landing page página) até conteúdo duplicado e ações para aumentar a quantidade de
onde o usuário chega. links de forma artificial, por robôs, por exemplo.
A experiência demonstra que as técnicas éticas são o melhor caminho
para otimizar sites para busca no médio e longo prazos, pois elas trazem
Marketing de busca e ética os melhores resultados possíveis tanto para o site quanto para os usuários
de busca, entregando a eles os resultados mais relevantes.
“Pessoas boas não precisam de leis para dizer a elas como agir com responsabili-
dade, enquanto pessoas ruins encontrarão um modo de contornar as leis”
Platão
Estratégias de SEM
Ao considerar que usando técnicas de SEM e SEO se pode melhorar os Conforme mencionado anteriormente, as estratégias de SEM podem ser
resultados de posicionamento de um página na busca, podemos nos off-page e on-page. Veremos a seguir cada caso.
3
perguntar, afinal de contas, qual é a real confiabilidade das respostas que
obtemos em nossas buscas? Tudo pode ser manipulado? Nem tudo, mas é Otimização off-page É :
importante ter ciência de que o controle do processo não está apenas nas As estratégias off-page de SEM envolvem todas as ações realizadas fora
“mãos” dos buscadores e influências externas intencionais são possíveis até do site. Veja a seguir as principais estratégias de SEM off-page.
certo grau. Os mecanismos de busca procuram constantemente aprimorar
e refinar os cálculos e regras por trás dos seus métodos, algoritmos de Links patrocinados
indexação e posicionamento para evitar manipulação inadequada deles,
visando a garantir que se consiga “buscar” o que realmente atenda melhor Alguns buscadores vendem palavras-chave de modo que, quando algum
os usuários. No entanto, isso não é uma tarefa simples, pois as regras de usuário busca tal palavra, recebe como resultado (na área de links patro-
cinados) os links para os sites que compraram a palavra, como vimos no
posicionamento e ranking envolvem a análise do código e textos nas pági-
nas na web, e o relacionamento e links entre elas para avaliar relevâncias. início deste capítulo. Buscadores como o Google, por exemplo, também
podem apresentar os links patrocinados em sites e blogs da rede de par-
Os mecanismos de busca são “alimentados” pelos códigos das pági-
ceiros associados, de acordo com o conteúdo deles. Trataremos dos links
nas e documentos da web, que, por sua vez, são construídos por pessoas
patrocinados de forma detalhada mais adiante neste capítulo.
e empresas. Atuar com ética durante a elaboração dessas páginas e
352 | Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca
353
WOMM, SMM e SMO
d. ganchos de recursos:
Word of Mouth Marketing (WOMM) e Social Media Marketing (SMM)/
e. ganchos de humor.
Social Media Optimization (SMO) são estratégias de otimização de pre-
sença em redes sociais como YouTube, Del.icio.us, Digg etc., de modo Veja no capítulo 14 a tabela completa com
a relação de sugestões e ideias
à atrair links para o website. O capítulo 14 enfoca especificamente as para link baits.
técnicas de otimização para presença nas redes sociais, que podem ser
Utilizadas para alavancar o marketing de busca também. SEO - Search Engine Optimization
Otimização on-page (SEO) é a parte do
Construção de links SEM que engloba todas as técnicas
envolvidas na manipulação do conteúdo, código
e estrutura das páginas
Estratégia de construção de links recíprocos ou de sentido único para seu do website, de forma a melhorar
O posicionamento delas na busca
site (quando possível). Isso normalmente é feito com empresas parceiras nica. O SEO apresenta as seguintes orgá-
características:
que recomendam seu site ou são associadas/patrocinadoras. * SEO são técnicas e ferramentas dese
nvolvidas com base no fun-
cionamento dos buscadores. Essas
Programas afiliados técnicas são experimentais — os
buscadores não revelam como func
ionam -, portanto são desen-
Ser afiliado de algum programa (como da Amazon) éE outro mod o de volvidas por tentativa eerro, havendo
hoje diversas ferramentas de
Conseguir links para seu site. apoio (sistemas) disponíveis para ajud
ar no processo.
e Os principais buscadores atuai
s baseiam-se em robots e crawl
Press Releases (robôs) que visitam e analisam ers
os códigos, conteúdos e estrutur
das páginas da web para classificação, as
Anuncia sua presença para o mundo, sendo um ótimo mas de o indexação e rank
ing. Assim,
links, jájá que os sites de relações
ões públ
públicas sã noré malmente em avaliados
icas são O alimento dos buscadores consiste em
códigos, conteúdos e es-
Peios buscadores. truturasdas páginas e, portanto, as
técnicas de SEO são enfocadas
neles. Seo código, a estrutura e
o conteúdo de uma página web
dese são
Link baits (iscas de links) nvolvidos com SEO em menteya probabil
idade de se conseguir
um bom ranking da Página aumenta
Técnica que consiste em criar algo em sua página que naturalmente atraia bastante. Um bom código
genético traz boa probabilidade de um
links para ela. A “isca” (bait) precisa conseguir que as pessoas falem bom produto.
sobre ela, discutam em fóruns, coloquem em blogs, no del.icio.us, Furl * SEO requer tempo e paciência: depois de
otimizada, uma página
Digg etc. e façam links para ela a partir de seus sites. Essa Ra atrai pode demorar 15 dias ou mais para ser inde
xada pelos buscadores.
também vários visitantes. Para criar um link isca (link bait), é necessário Cada alteração na página pode demorar
a ser indexada em inter-
“um gancho. Como visto no capítulo 14, os ganchos podem ser de vários valos de 15 dias também. Assim, refinar
uma ação de SEO pode
tipos, sendo alguns dos mais populares: requerer meses.
a. ganchos de notícia; * Astécnicas de SEO dependem intrinsecame
nte das palavras-chave
escolhidas para otimizar o Posicionamen
b. ganchos opositores; to (ranking). Portanto,
palavras-chave (keywords) são o coração
do SEO.
c. ganchos de ataque; * Além das palavras-chave, há também
um outro fator externo à
Página que afeta o posicionamento dela
É Wilson, 2005. nas buscas, que é a sua
relevância (page rank), como será explicad
o a seguir.
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 355
354
site em uma quem e quantos sua página aponta (também chamados de outbound links
Dois fatores principais afetam o posicionamento de um
ve (keywords) re- da página) determinam esse relacionamento. Poderíamos dizer que se
busca na web: sua relevância (page rank) e as palavras-cha
conjunto uma página fosse uma pessoa, o cálculo da relevância estaria baseado no
lacionadas a ele. Toda busca começa com uma palavra-chave (ou
busca devolv em como ditado popular “dize-me com quem andas que te direi quem és”.
delas) digitada por uma pessoa. Os mecanismos de
ordem
resultados para a pessoa uma relação de links posicionados em O modo mais simples de conhecer a relevância de uma determinada
com
decrescente de importância nessa busca, e tal importância é calculada página no Google é instalando o Google Toolbar no navegador e acessá-
página s têm em relação
base em uma combinação da “vocação” que as la. À barrinha do page rank (relevância) mostrará o índice de O a 10 para
àquela palavra-chave com a relevância geral das páginas. essa página. Outra maneira de calcular a relevância, sem ter de instalar
seria
Se comparássemos uma página da web a uma pessoa, à relevância nada no computador ou navegador, é usar a ferramenta on-line Page
da área e que Rank Calculator.
o quanto essa pessoa é importante, independentemente
onada
atue ou de suas habilidades pessoais. A “vocação” da pessoa, relaci Existem estudos que indicam que as atualizações do page rank (rele-
ve, indepe n-
a suas habilidades e personalidade, seriam as palavras-cha vância da página) são logarítmicas. Isso significa que para uma página
smos de
dentemente de sua importância na sociedade. Assim, Os mecani passar de page rank 1 para page rank 2, é muito mais fácil do que passar
busca procuram determinar: de page rank 7 para 8. Assim, as quantidades necessárias de tráfego e
outras links apontando para uma página para se subir de ranking (relevância)
E a. o quanto uma página é relevante em comparação à todas as
são cada vez maiores, conforme o page rank vai subindo.
páginas existentes, calculando seu índice de relevância;
|
fui
Fl
que estão O page rank não é calculado com a mesma frequência com que os
b. o quanto uma página é importante para às palavras-chave
robots dos buscadores visitam as páginas. Na realidade, é atualizado
sendo buscadas.
apenas algumas vezes ao ano e é usado atualmente para determinar a
estratégia de SEM visam
Várias ações, internas e externas, de uma frequência de visita dos robôs, a profundidade que eles devem atingir
para
a aumentar esses fatores: a relevância e/ou a “vocação” da página no site e a seleção da base de dados.
r que o
determinadas palavras-chave. No entanto, é importante observa
o SEM Dessa forma, veja quais são os fatores que determinam a relevância
sucesso de uma campanha de SEO só pode ser alcançado com de uma página: - A
ng, ações
em mente, ou seja, com foco no processo e objetivos de marketi
externas ao site que aumentem sua relevância, e não apenas
na tecnologia e Profundidade de página (outbound links) - Mede a profundidade
usada no próprio site. de links que apontam para fora da página. Páginas que não têm
am a re- links para outras páginas não têm profundidade de página. Os
Discutiremos a seguir como os mecanismos de busca calcul
mecanismos de busca consideram que páginas que se “relacionam”
levância de uma página e o que afeta esse cálculo.
com outras páginas provavelmente têm conteúdos mais relevantes
do que páginas soltas ou isoladas.
Relevância (page rank)
€ mede a * Linkde popularidade (links apontando para a página, ou inbound
A relevância de uma página é um índice que varia de 0 a 10 link) - Os mecanismos de busca consideram que quanto mais
palavras-chave,
importância da página. A relevância não está associada a
web. websites apontam para uma página específica, mais importante é essa
e sim à importância geral que uma página tem na
rela- página. Cada página que aponta para uma página específica funciona
Os fatores que determinam a relevância de uma página são todos como se fosse um voto de importância para a página em questão.
na web
tivos ao relacionamento que a página mantém com outras páginas Links que apontam para uma página funcionam como referências
s apontam
e ao fluxo de tráfego que a página atrai. Assim, quem e quanto sobre ela e, portanto, o modo como a página é apontada por outras
e para
para sua página (também chamado de inbound links para à página) também é um fator importante para determinar sua relevância:
356
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO; marketing de
busca
357
Links provenientes de páginas com relevância alta
aumentam apontam para a URL wwm.martha.com.b
a relevância de sua página. Isso inclui links prove r, pode-se digitar no campo
nientes de de entr
ada de busca no Google o seguinte link:
páginas em domínios .edu e .gov, que têm alto valor de www martha.com
br.
referência, Como resultado da busca, aparecem
de domínios antigos e relevantes e de home-page
ou página com a quantidade de páginas
enco ntradas que apontam para o endereço
maior page rank (relevância) do site. em questão e a relação
dess
as páginas, com seus links, como em
Links provenientes de sites de redes sociais, como uma busca tradicional.
Twitter e
Facebook, por exemplo, tornam-se cada vez mais Link de reputação (link reputati
importantes on)
para se conseguir popularidade.
O link de reputação se refere ao tema
Links provenientes de blogs não são considerados associado ao link para a página
por alguns (observe que tema não é a palavra-chav
mecanismos de busca no cálculo da relevância (o Google e em si, mas um conjunto de pa-
tem lavras que delimita um assunto específi
um cálculo separado para blogs). co, o tema). Desse modo, pode-se
dizer que:
A quantidade existente de links na página de orige * links de páginas com assuntos relacion
m que aponta ados ao tema de sua página
para sua página é também importante. Se a página reforçam
que aponta esse tema;
contém poucos links, e um deles é direcionado para sua página
, * links de palavras relacionadas ao
provavelmente sua página é importante. No entanto, tema transmitem esse tema;
se sua página
é apenas um entre centenas de links na página que aponta * Páginas altamente temáticas são mais
para ela, bem posicionadas para buscas
sua importância não é tão grande para aumentar sua relacionadas àquele tema.
relevância.
Outro fator importante que os mecanismos de
busca analisam Ranking de tráfego (traffic rank)
em relação à quantidade de links que apontam na página
para uma
determinada página é o fator tempo. Se, de Páginas com alto tráfego provavelment
um dia para e são mais importantes, pois atraem
outro, uma página passa de 5 para 100 mil links muitos acessos. Para checar o “ranking de tráfego” de
apontando umadeterminada
para ela, em vez de subir seu posicionamento, página, existe*uma ferramenta no
as chances de a Alexa específica para isso em http:/
página ser banida dos mecanismos de busca é www.alexa.com/. Outra ferramenta inte /
muito grande. ressante para a análise de tráfego em
Os mecanismos de busca acreditam que isso é websites é o Google Trends.
uma tentativa
não ética de se conseguir subir nos posicionam
entos, pois da
mesma forma que uma pessoa provavelmente não
conseguiria Otimização orgânica x links patrocinados
multiplicar sua quantidade de amigos tão rapid
amente, algo
semelhante deve acontecer com as páginas e sites Uma pergunta muito frequente é quan
na web. Assim, do se deve usar otimização orgânica
o melhor modo de se construir a reputação de ou links patrocinados. As Principais
uma página é diferenças entre as estratégias de
crescer no mundo on-line do mesmo modo
que os negócios otimização orgânica e links patrocinados
são apresentadas na tabela 15.3.
crescem no mundo físico off-line: devagar e Quando devemos, então, usar otimizaç
constantemente. ão orgânica ou links patrocinados?
Esse é o melhor modo de vencer a corrida. Basicamente, devemos sempre otimizar
o site para que apareça em bom po-
O modo mais simples de saber a quantidade de págin sicionamento nas buscas orgânicas. No entan
as que to, há situações em que apenas
apontam para uma determinada página é usar a otimização orgânica não consegue aten
o recurso do der às necessidades ou aos objetivos
comando link: URL, que se encontra disponível de marketing e, nesses casos, é necessár
na maioria dos io o uso de links patrocinados.
mecanismos de busca. Por exemplo, para saber quant a
as páginas
4 http://trends.google.com/
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 359
358
orgânica) e links links patrocinados são perfeitos para esse tipo de ação: podem ser
Tabela 15.3 - Principais características das ações de SEO (otimização
patrocinados ativados e desativados a qualquer momento, com a mesma duração
a Cm que a campanha.
Otimização orgánica Links patrocinados
Posição do site controlada pelo administrador da
Posição do site controlada pelo buscador campanha Otimizar para muitas palavras-chave
Apresentação do site na área de resultados orgânicos Apresentação do site nas áreas de links patrocinados
dos buscadores e sites parceiros e afiliados Em campanhas com links patrocinados, podem-se usar quantas
dos buscadores
Não existe custo por clique no link para o site Existe custo por clique (CPC) no link para o site palavras-chave se desejar. Existem casos de empresas que compram
Recebe de 60% a 70% dos cliques, em média Recebe de 30% a 40% dos cliques, em média milhares de palavras-chave por meio de links patrocinados. Isso
A comunicação apresentada nos resultados depende Pode-se criar a comunicação como se desejar, indepen- não é possível com o SEO, no qual a otimização só é possível para
dos conteúdos dos sites/páginas dentemente do conteúdo do site/página | um leque reduzido de palavras que constam nas páginas.
Produz resultados imediatos |
Produz resultados em médio e longo prazos PS Ga
|
0 lados d dera ado odio dos sit Os resultados são proporcionais ao investimento feito
e à sua comunicação nos
compra de palavras-chave ! Rapidez
do conteúdo/codigo
s resultados dependemregras dos sHes € |
dos buscadores e suas 4 fil
textos dos links fai
: Caso seja necessário conseguir resultados rápidos, o uso de links
|
Os links patrocinados, portanto, complementam as otimizações or- patrocinados é recomendado, pois imediatamente após a compra
e
gânicas e vice-versa, ou seja, o que a otimização orgânica não consegu | das palavras-chave escolhidas, o site começa a aparecer nos resul-
atingir, os links patrocinados atingem. Veja alguns exemplos de casos em tados de busca. Essa é uma opção interessante enquanto se espera
)
i
1
'
que os links patrocinados são recomendados.
É
É que as técnicas de SEO alcancem o posicionamento adequado para
| o site obter bons resultados na busca orgânica.
!
i
Testar as melhores palavras-chave |
/
Palavra-chave muito concorrida
Como os efeitos das ações de links patrocinados são imediatos (ao
|
contrário dos efeitos das ações de SEO, que são lentos e trabalhosos), Existem palavras-chave genéricas muito concorridas e, muitas
pode-se testar por meio deles as palavras-chave que dão melhores vezes, torna-se quase impossível a otimização com SEO para obter
resultados e usá-las depois para a otimização orgânica (SEO posicionamento nas duas primeiras páginas de resultados. Nesses
casos, a compra da palavra-chave pode ser uma opção interessante
Erros de digitação para promover o site nas buscas.
Muitas vezes as pessoas digitam palavras erradas na busca. Não se Balanceando as palavras-chave genéricas e específicas
pode otimizar um site com palavras digitadas erradas para con-
seguir posicionamento atrativo nesses casos. No entanto, pode-se Estudos comprovam que em uma estratégia de SEM, é necessário
comprar as palavras-chave com erro de digitação, e quando for feita balancear o uso de palavras-chave genéricas e específicas, pois as
uma busca por elas, os links patrocinados são apresentados (com pessoas que buscam palavras-chave mais genéricas estão “estudan-
o texto do anúncio aparecendo com a palavra correta). do” ou “analisando” algum assunto, enquanto pessoas que buscam
palavras-chave mais específicas estão em um estágio mais avançado
e têm intenções de compra ou relacionamento com o que buscam.
Campanhas temporárias
Assim, pode-se balancear o uso de SEO e links patrocinados para se
Da mesma forma que não podemos otimizar um site com pala- atingir todas as palavras necessárias para uma estratégia de sucesso.
vras digitadas de forma incorreta, também não podemos otimizar
organicamente um site para campanhas temporárias. Ássim, Os
360 Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca
361
Metodologia: plano de marketing de busca 1. Análise preliminar
A implementação prática da gestão do marketing de busca (SEM) envol- Antes de iniciar um processo de otimização, é necessário
ve, devido à sua natureza multi e interdisciplinar, principalmente dois fazer uma aná-
lise preliminar estratégica sobre a situação do website (caso
setores essenciais que precisam atuar de modo sincronizado com a área ele já exista),
de suas páginas, seus concorrentes e qualquer informação
de negócios: marketing e TI. Assim, é necessária uma metodologia para adicional que
possa mapear e/ou afetar o cenário inicial do projeto.
desenvolver projetos de SEM que determine o que deve ser feito, em
A análise preliminar de um plano de marketing de busca, portan
que ordem e quem deve fazer o quê. Nesse contexto, sugerimos que o to,
consiste em determinar:
desenvolvimento de um plano de marketing de busca seja a metodologia
indicada para esse processo. a. osobjetivos da otimização (tráfego, assinaturas, vendas, preenc
hi-
mento de cadastro, downloads etc.) alinhados com os objetiv
A primeira etapa de um projeto de SEM de sucesso começa na ela- os de
boração desse plano de marketing de busca, determinando objetivos e marketing;
indicadores de desempenho, estruturando estratégias e estabelecendo o - à Situação e o posicionamento de suas páginas e de seus concor
ego
-
processo no dia a dia das empresas tanto para sua implementação quanto rentes (do mundo off-line e on-line) em diversos mecanismos
de
para seu controle. Esse plano dá as diretrizes que permitem que o foco do busca;
marketing de busca seja mantido, visando ao melhor desempenho, evitan- - c. a relevância de suas páginas e de seus concorrentes;
do dispersão e desperdícios, otimizando o retorno sobre o investimento.
d. estudos comparativos com outros sites:
O processo deve iniciar em marketing e negócios, que determinarão
e. os KPI (Key Performance Indicators), indicadores que
os objetivos do projeto de SEM e as diretrizes para as otimizações, tanto devem
mensurar e avaliar os resultados da otimização etc.
oft-page quanto internas (on-page). Durante o processo, a equipe de TI
atua não apenas na implementação das otimizações on-page, mas tam- Outros tipos de análises podem ser necessários, como saber se o
bém, de forma fundamental, no levantamento de informações estatísticas processo de otimização está envolvido com à reestruturação
do site ou
que são a base para o controle e ajustes das ações de marketing. Outras mudança de tomínio, se é lançamento de domínio/site novo
etc.
equipes, como escritores e designers, também são necessárias para atuar Todas as informações coletadas antes de iniciar o projeto (também
em partes específicas do processo, já que as ações de marketing de busca chamadas de baseline statistics), com análises estraté
gicas iniciais (como
têm especificidades que precisam ser consideradas no design e conteúdo, objetivos, concorrentes, indicadores etc.), devem ser
registradas em um
em um processo integrado com o marketing e a TI. relatório. Esse documento deve ser guardado para análise
comparativa
Assim, sugerimos um plano de marketing de busca, com cinco passos de resultados no futuro, depois que as ações de marketing de busca
forem
para a implementação prática de gerenciamento do processo de SEM: implementadas.
1. análise preliminar; Esse relatório inicial, aliado à escolha das palavras-chave (próximo
passo do plano de marketing), determina a estratégia de SEM, inclusi
2. determinação e seleção das palavras-chave (keywords); ve
a escolha ou desenvolvimento das páginas aonde as pessoas chegam
de-
3. otimização interna do website (on-page) e otimização externa ao pois de clicarem um link dos resultados de busca (link patrocinado
ou
website (ofi-page); busca orgânica). Essas páginas são chamadas de landing pages (página
s
4. monitoramento e controle; de aterrissagem), e sua estrutura é importante não apenas
em termos de
técnicas de otimização para atrair as buscas, mas também em termos
5. ajustes. de
estratégias de conversão do visitante para alcançar os objetivos
Veremos, na sequência, cada um desses passos detalhadamente. do site
ou da página em questão.
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 363
362
de usar aquelas que ela “pensa” que as pessoas usam. Exemplos: “cão
ou cachorro?” “cursos de TI ou cursos de tecnologia”, “refrigerador ou Grafia das palavras-chave
geladeira”? Ferramentas para selecionar palavras-chave ajudam e, em Palavras são indexadas nos buscadores, e não partes delas. Assim, palavras
alguns casos, são indispensáveis. Ferramentas como KeywordDiscovery, no singular e no plural podem ser diferentes para o processo de ranking
Wordtracker, Google AdWords e Yahoo Search Marketing Data, por (posicionamênto), tanto quanto palavras escritas juntas ou separadas
exemplo, possuem diversas funções que podem fazer a diferença na (p. ex., peixe x peixes — palestrante x palestrantes ;- meta tags x metatags
escolha das melhores palavras-chave. — super interessante x superinteressante). No entanto, cada vez mais os
Alguns pontos importantes a observar sobre as palavras-chave em buscadores têm tentado buscar equivalências entre termos e, algumas
uma estratégia de marketing de busca são abordados a seguir. vezes, sugerem outras formas das palavras para busca.
Para palavras-chave com apenas um termo, os resultados de busca nor-
Pelo que as pessoas realmente procuram malmente são bem diferentes entre palavras escritas de forma diferente.
É realmente necessário conhecer quais palavras e frases as pessoas pro- No entanto, para palavras-chave que envolvem mais de uma palavra, os
vavelmente usarão para encontrar seu site. As páginas do site atrairão resultados diferem menos quando uma delas apenas é escrita de modo
mais buscadores e receberão um ranking maior se for gasto algum tempo diferente.
fazendo esse trabalho trivial, mas extremamente importante. Palavras escritas de forma errada, com erros de digitação, também
Palavras-chave de qualidade equivalem a tráfego de qualidade - as geram resultados diferentes. Alguns buscadores, como o Google, por
páginas atrairão o tipo de tráfego compatível com suas palavras-chave. exemplo, quando detectam alguma palavra no termo de busca que parece
Atrair qualquer tipo de tráfego não é estratégia, é perda. estar escrita de forma incorreta, sugerem os termos corretos via um link
no início da página. Por exemplo, se for buscado o termo escrito errado
“padronisação” no Google.com.br, ele sugerirá o seguinte no início da pá-
gina: “Você quis dizer: padronização”.
364
Marketing na Era Digital
Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca
Ainda assim, é interessante considerar que existem 365
essas diferenças de
posicionamento em função da grafia das palavras, principalmen Relação entre palavras-chave e rank
te quando ing
se trata de ajuste fino para melhorar o ranking de busca. Em relação às palavras-chave, o Posicionamen
to das páginas do site sobe
e desce na busca orgânica com base em fatores como
Palavras em outras línguas :
* quantas vezes as palavras-chave são repet
Se as páginas devem atrair visitantes e usuários que falam outras idas na página;
línguas, * onde elas aparecem (tags, metatags, body, nome
o site (ou páginas do site) deve ser otimizado com conteú do domínio etc.):
dos e palavras-
chave nessa língua também. * em quais tags são usadas (h1, ing/alt etc.)
É importante ressaltar que a análise das palavras-chave de * como estão posicionadas comparativam
busca em ente com as outras palavras
línguas diferentes é um processo com demandas totalm da página.
ente diferentes,
ou seja, não basta “traduzir” para a outra língua as palavras-cha Esses fatores serão analisados em detal
ve es- hes adiante neste capítulo,
colhidas para otimização na língua original. Cada cultura e quando tratarmos de técnicas de otim
língua têm ização on-site (SEO).
especificidades que devem ser consideradas na seleção das
palavras-chave. No caso da busca paga,
no que se refere a palavras-chave, o posic
namento sobe e desce em função do valor io-
Metodologia para seleção das palavras-chave ofertado pelo clique e o índice
de qualidade do anúncio (calculado pelo busc
ador).
O processo para escolher as palavras-chave para a otimiz
ação da busca
envolve as seguintes etapas: Estratégia de seleção de palavras-chave:
a cauda longa
* Encontre as palavras-chave que as pessoas estão usando Analisando o comportamento
relaciona- dos usuários de busca, de forma
geral
das com a área de seu website ou negócio. podemos dizer que:
* Certifique-se de que os resultados dos buscadores para * palavras-chave mais genéricas normalmente
essas são usadas por pessoas
palavras-chave são relevantes para sua área ou negócio. que estão Pesquisando ou procurando refin
ar suas buscas;
* Verifique (usando ferramentas de keywords, como o AdWords * palavras-chave mais específicas normalme
e o nte são usadas por pes-
Google Insights for Search, por exemplo) a competição Soas que já refinaram suas buscas e estão
e o volume querendo ou precisando
de buscas pelas palavras-chave de seu negócio e considere finalizar o processo de busca obtendo o resul
o uso tado desejado para
de palavras sugeridas equivalentes em função disso. agir. Assim, palavras mais específicas tend
Considere em a apresentar maiores
também as possibilidades de erros de digitação que
as pessoas taxas de conversão e click through.
normalmente cometem quando escrevem as palavras escolhi É essencial que a otimização ocorra tanto
das. para palavras-chave mais
As palavras grafadas incorretamente muitas vezes são genéricas como para mais específicas. Conf
excelentes orme vimos anteriormente,
oportunidades para estratégias de links patrocinados (atrae isso é necessário porque as pessoas normalme
m de- nte usam palavras mais ge-
manda específica e normalmente são pouco concorridas, néricas quando começam a Pesquisar um
portanto assunto e depois vão refinando
têm baixo valor de oferta por clique). as buscas com palavras mais específicas conf
orme fazem suas escol has.
* Otimize seu website e desenvolva suas campanhas de links Por exemplo, se a empresa vende carros
esportivos de luxo na cidade
patro-
cinados com essas palavras. de São Paulo, a otimização provavelmente
deverá ser feita tanto para as
* palavras-chave genéricas “carro esportivo”
Avalie (com métricas) e teste essas palavras e frases. Isso e “carros esportivos” quanto
aumenta para as palavras-chave específicas “carro esportivo de
as chances de converter visitas em clientes,
usuários em assinantes, luxo em São Paulo”
e suas variações em função das palavras usada
e assim por diante. s pelo público.
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 367
'
366
Comparando os acessos de visitantes por palavras-chave, percebemos vilegiada nos resultados de busca, tanto orgânica quanto paga. Portanto,
que a curva obtida forma uma cauda longa (long tail) (Figura 15.2). encontrar termos específicos relacionados ao negócio e objetivo da página
é o aspecto mais importante da seleção das palavras-chave.
c. quantas visitas se originaram de cada buscador; Caso detectemos que os objetivos de negócios não estão sendo atingi-
d. quais palavras-chave foram usadas para trazer as pessoas a partir dos, apesar do aumento do tráfego no website proveniente dos buscadores,
dos buscadores e quais são mais efetivas; isso significará que estamos atraindo o público errado ou que o plano de
marketing está com algum problema. Nesse caso, é necessário voltar às
e. quala bounce rate (taxa de rejeição) das páginas; etapas anteriores e reanalisar objetivos e palavras-chave escolhidas, ou
f. quais os valores de CPC (custo por clique), CTR (click through mesmo melhorar as otimizações ou landing pages. Caso os resultados de
rate) e demais indicadores das campanhas de links patrocinados; negócios estejam sendo satisfatórios com o aumento do tráfego, devemos
qual a taxa de conversão obtida; ciclicamente voltar ao passo 4 para monitorarmos de forma constante o
ga
di
pois além de informações de negócios, apresentam mensurações
técnicas e estatísticas que requerem equipe técnica especializada do momento em que uma pessoa clica um link resultante de uma ação
para análise. de SEM (link patrocinado ou busca orgânica), ela deu o primeiro passo a
caminho da conversão, que foi levantar o dedo e clicar o link, informando
Normalmente são usadas ferramentas para mensuração, análise e
que “estou interessado, mostre-me mais”. Contudo, a conversão só acon-
ajustes das campanhas de SEO/SEM, que vão desde simples leituras em
tecerá realmente quando a pessoa chegar à landing page, se esta tiver o
logs de servidor e uso dos próprios sites de busca até ferramentas com-
que ela precisa. Um exemplo que ilustra esse fato no mundo off-line seria
plexas de gerenciamento automático de leilão de palavras-chave (“bid”
uma loja com localização privilegiada: a boa localização ajuda a atrair
na busca paga) e otimização. No entanto, a experiência mostra que é
mais público, mas isso não garante aumento nas vendas, que só acontece
menos importante a ferramenta e mais importante o processo de análise
de fato quando o público encontra o que realmente foi procurar na loja,
das métricas em si e quem o faz.
realizando o objetivo do negócio. A loja seria a lagding page nesse caso.
Portanto, é importante salientar que o gerenciamento eficiente de um
5. Ajustes
processo de SEM pode trazer visibilidade e vantagem competitiva aos
À etapa anterior mensura se os objetivos do projeto estão sendo alcança- websites, mas para que traga também resultados de conversão - vendas,
dos ou não. Se estiverem, deve-se manter a estratégia e continuar o mo- fechamento de negócios ou relacionamento -, é necessário que esteja in-
nitoramento constante para garantir a permanência no estado alcançado. tegrado e em sintonia com as demais estratégias de marketing do negócio.
Se os objetivos não estão sendo atingidos, é necessário voltar às etapas
anteriores, fazendo ajustes. Processo estratégico como um todo
Uma análise essencial para o controle do processo é saber quanto
O plano de marketing para buscas apresentado foi transformado no pôster
o objetivo de marketing foi afetado pelo plano de marketing de busca.
Search Engine Optimization, que foi exibido em outubro de 2008 no congresso
Houve apenas aumento de tráfego ou também de conversão (aumento nos
HighEdWeb 2008: Infinite Solutions, nos Estados Unidos.
indicadores do objetivo de marketing)? Na análise de conversão ao longo
do tempo, devemos procurar por várias coisas, incluindo aumento ou Esse pôster foi premiado com o Best of Track: Posters Award e está dispo-
nível para download no SlideShare, em [http://www slideshare.net/marthagabriel/
diminuição no número ou padrões de conversões. Tendência de mudança
poster-seo-smo-by-martha-gabriel-presentation].
nas taxas de conversão são fatores importantes para direcionar ajustes.
372
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de
busca
373
Estratégias de otimização orgânica - SEO em sua URL obtém vantagem
competitiva sobre as outras (p. ex. o en-
Como visto anteriormente, a otimização de um site ou página
da web que dereço www pesca-submarina.com.br tem mais
relevância para a palavra-chave
usa técnicas para obter posição privilegiada nas buscas naturais també E Desc al do que wwyw.clube-submarino
m .com.br).
é comumente denominada “Otimização orgânica” já que afeta e Contudo, a quantidade de parâmetr
é aplicada os na URL não deve passar de
nos sites e páginas, órgãos vivos da web. dois, e a profundi
dade da URI não deve passar de quatro,
Depois que o buscador encontra uma página, ele usa diversos de indexação dos buscadores. Um bom que é o limite
crité- exemplo de URI seria http://www.
rios (ofl-page e on-page) para indexá-la. As otimizações off-pag pesca-submarina.com.br/equipe/tripulantes, com nível
e (links de profundi
dade igual a dois
patrocinados que constam em catálogos, SMM, SMO, WOMM e sem nenhum parâmetro.
, link
baits etc.), somadas às otimizações on-page (SEO), que veremos Assim, o ideal é que o nome de cada Pági
a seguir, na seja criado considerando-
completam o processo de SEM. se isso. O problema ocorre principa
lmente quando as páginas são criad
É interessante observar que, exceto pelos links patrocinados, todas automaticamente por gerenciadore as
as s de conteúdo” e, dessa forma, não
se
demais estratégias ofi-page têm o intuito de obter links válidos
e interes-
tem controle sobr e o nome que ela receberá, que usua
santes para O site e suas páginas, com o objetivo de aumentar números e códigos do gerenciador, lmente envolve
sua rele- e não palavras comuns. Os gerencia
-
vância. Essas ações off-page somadas às ações de SEO (on-page) dores de conteúdo e sua relação com
formam SEO serão abordados adiante, na
as estratégias para obter posicionamento privilegiado seção sobre conteúdo.
nos resultados de
busca orgânica.
Os pilares da otimizações on-page são: Metatags
a. código da página; Metatags são comandos (tags) especiai
ê
j
s declarados no códi go HTML ou
éA xHTML da página, logo no começo
b. conteúdos da página; ]
' desta. As metatags contêm informa-
ções sobre a página e incluem tags
c. estrutura da página e site. como keywords € description.
Em razão;o mau uso das metatags
Veremos a seguir cada um desses itens detalhadamente. no passado por editores e desen-
volvedores e da evolução dos busc
adores, as metatags estão perdendo
importância no processo de ranking
Código da página (page code) (posicionamento). O critério para
usar informações nas metatags para
o posicionamento da página varia
de buscador para buscador. No enta
nto, apesar de elas não serem mais
“Não existem atalhos para a evolução.” tão importantes como no passado
para o processo de otimização do
ranking (SEO), ainda têm sua importân
Louis D. Brandeis cia, pois alguns buscadores usam
metatags ou as combinam a outros
Existem diversos fatores no código de uma página que conteúdos na página para calcular o
influenciam seu ranking. Por causa disso, devemos cont
ranking (posicionamento), como URL, título, tags etc. inuar prestando atenção a elas. Se
Veremos a seguir forem usadaspelos buscadores, estarão disponíveis corr
cada um deles. contrário, o restante da página também etamente. Caso
estará otimizado adequadamente.
Inclua as metatags em todas as páginas
URL (endereço da página) de seu site, de modo projetado
para cada página individualmente.
Os buscadores dão importância às palavras-chave
existentes no meio
da URL da página (p. ex, palavra-chave “pesca” no 7 Gerenciadores de conteúdo na web
endereço www pesca- indexação, manutenção e atualização
são, em linhas gerais, sistemas que auxili
am na criação,
submarina.com.br). Desse modo, páginas que contêm a palav de páginas e conteúdos nos websites,
ra-chave desejada muitas vezes que usuários comuns possa
m atualizar os conteúdos de uma página
periitindo
Websites grandes ou sites que muitas na web.
pessoas diferentes precisam atualizar
gerenciadores de conteúdo. normalmente usam
374 Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 375
Tags de subtítulo
Metatag “Description”
Tags de subtítulo são <h1>, <h2>, <h3>, <h4>, <hs>, <h6>. Essas tags são usadas
A metatag Description é usada por vários buscadores (inclusive o Google) para breves descrições de diferentes blocos de conteúdos na página que
como a descrição da página para os usuários nos resultados de busca dos organizam os textos. A separação do conteúdo em blocos com subtítulos
buscadores. Esse texto deve estimular o usuário a clicar e visitar a página. não apenas é útil para otimizar as buscas, mas também para facilitar a
O tamanho máximo do texto na metatag Description não deve passar de 150 leitura do usuário, mantendo-o interessado por esse conteúdo.
caracteres, assim o texto deve ser muito bem pensado e estruturado para
Palavras dentro da tag <h1> obtêm maior importância do que dentro
conseguir passar a essência do conteúdo da página e, simultaneamente,
da <hz>, que obtém maior importância do que <h3>, e assim por diante até
atrair O interesse do usuário em visitá-la.
a tag <he>.
O conteúdo da metatag Description também é usado como critério para
As palavras-chave devem estar incluídas nos textos das tags de subtítulo
classificação da página, portanto deve conter as palavras-chave impor-
e o ideal é que estejam no início da frase.
tantes da página e ser pensado e criado separadamente para cada página
do site. Exemplo:
376 Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de
busca
Su
Propriedade Alt na tag <image>
Assim, se a página tem links inte
rnos para outras páginas de seu
A propriedade ait é usada para descrever o conteúdo de elementos gráficos use as palavras-cha site,
ve relacionadas a cada Página colo
na página como imagens. link para ela. cada próxima do
Os mecanismos de busca registram os textos e links das páginas, mas Por exemplo, neste caso, a palavra
não o conteúdo gráfico, que é registrado por meio da propriedade alt das “cursos” receberá
o link para a pá-
gina hitp://uwm. meusite.com/cursos.
verao.htm: “Veja uma lista comp
tags de imagens. neste verão”, leta de cursos
e “cursos” é a palavra-chave na pági
na de destino.
Os textos das propriedades alt são considerados parte do conteúdo da Veja algumas recomendações impo
rtantes na criação de links:
página e devem sempre ser usados. Assim, quando possível, sem afetar a
* Não use formas distintas de links
qualidade da página e a descrição das imagens e gráficos, use as palavras- Para o mesmo endereço de site,
Como http://meusite. com.br e http:
chave no texto da propriedade alt. //www. meusite.com.br, porque os
res busc ado-
podem pensar que se trata de sites
Exemplo: se “tecnologia de voz” é palavra-chave da página, para uma distintos. O ideal é sempre
Usar a forma http://www meusite.com.br/
imagem relacionada à “tecnologia de voz” a propriedade ait da tag de . Se O site tiver vários domínios
deve-se escolher um domínio principa ,
imagem poderia ser usada da seguinte maneira: l que será usado em todos os
links, e os demais domínios devem
ser redirecionados (via servidor,
<img src="http: //www.seusite.com/imagem-tecnologias-de-
voz. jpg”
conforme indi cação posterior neste capítulo,
na parte de estrutura
alt=“interface usando tecnologias de voz" />. da página/site) ao domínio principa
l escolhido.
* Utilize sempre substantivos e não
Topo da página verbos nos links. Palavras-chave
normalmente são substantivos e
devem ser usadas nos links. Assim,
O topo da página é um local privilegiado e valorizado pelos mecanismos deve-se evitar ao máximo o uso do
“clique aqui”, por exemplo, como
de busca, pois do mesmo modo que o leitor, as aranhas e os robots texto de âncora de link.
dos
buscadores procuram no começo (topo) da página uma síntese ou ideia
* Propriedade title - Esta propried
sobre o conteúdo que segue. Portanto,
ade pode ser usada para pratica-
o texto que vem imediatamente mente qualquer elemento HTM L, como tables, links, forms etc.,
depois do título («title») é considerado muito importante pelos buscadores e
muitos buscadores leem o texto decl
e pode até ser usado por eles como a descrição da página nos resultados arado na propriedade Titie como
conteúdo normal de página. Portanto, deve-se
de busca para o usuário. No caso do Google, quando a metatag Description usar a propriedade
Title nos links, incluindo a pala
não existe na página, é usado o texto do primeiro parágrafo depois da vra-chave associada a esse link.
tag Exemplo:
de título como descrição da página nos resultados de busca. <a href="curso-de-espanhol .html
” title="Curso de Espanhol”>Curso de
Espanhol</a>
Assim, no primeiro parágrafo da página seria interessante escrever uma
breve descrição de seu conteúdo, incluindo uma ou mais palavras-chave. * Atributo nofollou — Eventualmente Prec
isamos linkar para sites que
não queremos que as aranhas dos busc
adores sigam a partir de nosso
Links internos: âncoras e propriedades link. Isso pode ser usado por
vários motivos, como mostrar
ruim ou com baixo page rank quando link um site
Links internos são links entre páginas dentro de um mesmo amos para documentos que
website. não queremos que sejam indexado
Nos links internos é muito importante planejar os anchor texts (texto de s, quando linkamos para páginas
que não estão diretamente relacion
âncora) do link, que é o texto no qual o link aparece para ser clicado. adas com o assunto de nosso site
Se etc. Para tanto, usamos o atributo
o texto de âncora contiver uma palavra-chave importante da página de nofollow no link, como em:
destino do link, isso melhorará o link de reputação dessa página sobre o <a href=“http://www.siteruim. com.b
r” rel=“nofollow”>Site Ruim</a>
tema relacionado à palavra-chave. Os buscadores normalmente não indexam
mais que 100 links por
página. Portanto, deve-se procurar não ultrapas
sar esse número.
Ê il
Marketing na Era Digita Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 379
378
Frequência das palavras-chave na página Como em muitos casos os scripts precisam ser carregados logo no início
em do código da página, para solucionar esse problema, deve-se usar arquivos
Os mecanismos de busca contam quantas vezes uma palavra aparece (K)
externos de JavaScript (.js) ou outras linguagens script, referenciando-os
uma página e também o número total de palavras (T) que a página contém.
no código HIML ou xHTML da página. Desse modo, os mecanismos de
A frequência de uma dada palavra (F) é calculada da seguinte maneira:
busca não consideram esse código informação de conteúdo.
ES
Exemplo: se a palavra-chave “tecnologias de voz” aparece oito vezes Menus de navegação
da palavra-
em uma página em que o total de palavras é 100, a frequência
Os menus são estruturas no código altamente associadas às opções de
chave é de 8%.
muito impor- navegação da página e do site como um todo.
A frequência da palavra-chave na página é um critério
espera que Menus desenvolvidos em Flash, JavaScript (como menus em AJAX) ou
tante para seu ranking (posicionamento de busca), pois se
ha essas palavras em outros códigos que não sejam HITML/xH'TML podem, eventualmente,
uma página relevante sobre “tecnologias de voz” conten
de busca impedir que as aranhas, crawlers e robots consigam “enxergar” os links
várias vezes. Pelo menos esse é o modo como os mecanismos
de navegação para as demais páginas de seu site. Isso impede que essas
analisam as páginas. Por causa disso, deve-se espalhar as palavras-chave
páginas sejam encontradas para que suas informações sejam extraídas
ao longo do conteúdo da página.
e indexadas no mecanismo de busca, prejudicando, assim, a medida de
Teoricamente, quanto mais uma palavra-chave aparecesse no texto, profundidade de página e a de saturação do domínio” naquele buscador.
adamente
melhor seria. No entanto, se uma palavra é utilizada exager
uma
por repetição, o texto da página perde qualidade. Além disso, há
Conteúdo da página (content)
frequência específica considerada ideal pelos mecanismos de busca para
ranking. No entanto, essa frequência não é conhecida, e cada mecanismo “Você consegue encontrar do lado externo apenas aquilo que você possui no interior”
de busca tem seu próprio número ideal. à Adolfo Montiel Ballesteros
As frequências de palavras-chave na faixa de 3% a 8% são pan auça
seguras. Se for usado um valor muito superior a esses, à página correrá O conteúdo é um dos aspectos mais impertantes dé uma página ou site.
meca-
o risco de perder ranking (posição) ou mesmo de ser banida do É a primeira atração absoluta tanto para as pessoas quanto para os me-
nismo de busca (isso é o que os mecanismos de busca consideram spam canismos de busca. Conteúdo é indispensável!
em seus sistemas, como explicado no capítulo 9, no item sobre técnicas
negras, cinza e brancas).
Veja algumas considerações iniciais importantes sobre o conteúdo das
páginas:
Scripts na página e Paraser relevante, seja relevante! Conteúdo é do que os mecanismos
Conforme mencionado, o topo da página é considerado muito importante de busca se alimentam e é a chave para altos rankings.
pelos mecanismos de busca. Assim, porções de códigos de scripts no topo e Conteúdo bom é aquele bem escrito, repleto de palavras-chave
da página, como JavaScript, por exemplo, podem causar efeito negativo estratégicas, atualizado e relevante.
o
no ranking, pois os mecanismos de busca podem indexar pao e Apenas parte do conteúdo é “visível” para os mecanismos de busca
código JavaScript e dar a ele maior relevância do que para o título e os (conforme visto no capítulo 2, apenas 2% de toda a web), portanto
primeiros parágrafos da página, que foram cuidadosamente preparados
para se tornarem amigáveis aos buscadores (search engine friendly”).
RA a
9 Saturação de um domínio em um buscador (ou search engine saturation) é a quantidade de
: : ; o de ;a compatibilidade páginas desse domínio que consta na base de dados indexada do buscador. Quanto mais páginas
8 O termo search engine friendly é comumente usado para indicar
código ou site com os mecanismo s de busca em termos de facilidade de indexação de um domínio são indexadas em um determinado buscador, maior o grau de saturação do
página,
das informações relevantes neles. domínio no buscador e maior se torna também a visibilidade desse domínio nesse buscador.
380
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketin
g de busca
páginas dinâmicas (geradas on the fly) 381
que usam banco de dados mente o que o Google usa par
protegidos e arquivos em Flash (não proje a ler os arquivos Flash, a fer
tados para ser search SDK é apenas uma aproximaç ramenta
engine friendly) podem não ser vistas pelos ão, e esse modo de Verificar
buscadores e pode m a melhor avaliação. é sempre
ter de usar recursos para tornar seus conteúdo
s e links explícitos.
* Páginas que seguem as recomendações
* Mesmo que o buscador leia o con
dos Web Standards do teúdo Flash da página, é uma boa
W3€, World Wide Web Consortium, gera prática não usar páginas spla
lmente são mais simples sh'o Porque geralmente não
informação de qualidade rel contém
de usar pelo mecanismo de busca. Para acionada ao conteúdo da pági
verificar as recomendações na.
do W3C, acesse http://wscorg e, para validar e Como a organização dos
as páginas quanto aos conteúdos dentro de um arqu
Web Standards, consulte http://validator w3c.org. completamente diferente da ivo Flash é
estruturação de páginas XHT
não é possível separar Página ML/ HIML,
* Ostextos das propriedades ait de todas s de palavras-chave diferent
as tags de imagens do site de um arquivo Flash, onde es dentro
são considerados conteúdos também o conteúdo foi cria
do com tudo junto.
e podem ser usados para Arquivos SWE diferentes, no
ajudar a aumentar o ranking da página. entanto, são indexados separa
Portanto, mesmo que o bus damente.
cador consiga ler conteúdos
Conteúdo em Flash Portante considerar que esse Flash, é im-
s conteúdos não são natura
aos buscadores, sendo necess lmente amigáveis
A maioria dos mecanismos de busca não ário um planejamento muito
indexa os conteúdos em Flash. para que os con bem elaborado
teúdos Flash sejam desenvolv
O Google passou a indexar conteúdos em
Flash desde 2008. Veja algumas idos otimizados para SEO.
considerações importantes sobre esse
assunto: Conteúdos dinâmicos ou pro
fundos
* OGoogle “enxerga” todo o texto de um cont
eúdo em Flash, incluin- Chamamos de conteúdos dinâmi
do todos os links, tudo do início ao fim cos ou profundos aqueles ger
do arquivo. O problema meio de banco de dados. Din ados por
é que muitas vezes os arquivos em Flash âmicos, portanto, Porque os
não são desenvolvidos bancos de dados podem mud dad os nos
priorizando isso, portanto não são otim ar dinamicamente. Profun
izados para SEO. A Adobe dados não estão disponíveis dos porque os
tem trabalhado com o Google e o Yaho na superfície da página, e, sim,
o para permitir melhorias abaixo, nos ban em um nível
nas cos de dados.
buscas nos conteúdos Elash na web ;
(arquivos swf). Para orientar Uma forte tendência de desenv
a otimização desses arquivos, a Adobe dispo olvimento de sites na Web é usar
nibiliza o manual SWF nas geradas dinamicamente pági-
Form at Specification, que pode ser obtido (on the fly) com a informação
gratuitamente em [http:// em bancos de dados. Por um armazenada
wwm.adobe.com/devnet/swf']. O Google tamb lado, isso torna os websites
ém disponibiliza informa- e facilita sua manutenção. Por mais eficientes
ções valiosas para otimização de cont outro, isso pode perturbar
eúdos Flash para busca em eo ranking (posicionamento a classificação
[http:
/ googlewebmastercentral. blogspot.com/2008/06 ) da Página nos mecanismo
/ improved-flash-indexing.html). este
s normalmente não entram nos s de busca, poi
bancos de dados.
(99)
* Um modo seguro de saber o que o Goog
le está realmente vendo Existem soluções para tornar con
e extraindo do arquivo em Flash teúdos dinâmicos compatíveis
é fazer uma busca exata (usa ndo SEO, e uma das mais sim com
o operador filetype) com algum texto ples é não colocar todo o con
que aparece no topo de um teúdo da página
arquivo HTML gerado pelo SDK (ou
que se saiba que está no topo
do arquivo Flash). A seguir, faz-se uma
busca similar por um texto os mecanismos de busca. Out
que aparece no final do arquivo. Pode-se ra solução interessante para
tentar buscas similares no dinâmicos é o uso de landing os conteúdos
texto que aparece no meio também caso pages específicas planejadas para
realmente deseje se senti
r bilidade ao site em função de cada palavra-c dar visi-
seguro. Esse é um bom modo de ver o que SE have desejada.
o Google está realmente
extraindo do arquivo em Flash. Como 10
não se consegue saber exata- Páginas splash são as páginas
em Flash que aparecem antes
do conteúdo “real” de uma págin
do site. a
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 383
382
As URLs das páginas geradas dinamicamente são outro fator que - possibilidade de configurar metatags por página individual;
não contribui para o marketing de busca, pois normalmente esse tipo e gerar URLs amigáveis aos buscadores, como já descrito;
de URL não apresenta palavras, e, sim, códigos e números. Uma solução * se possível, gerar páginas estáticas compiladas e não dinâmicas sob
para contornar esse problema é o uso da técnica de reescrever a URL via demanda;
funcionalidades do sistema operacional do servidor onde a página está
* possibilidade de criar links no texto, pois muitos sistemas de CMS
hospedada. Por exemplo, nos servidores Apache", a configuração do
comando “RewriteEngine On” nos arquivos .htaccess? permite trocar URLs fazem a navegação automaticamente, não permitindo a construção
vras. Assim, seria possível configurar que ao se digitar a URL www. nomedosite. * possibilidade de configurar os templates totalmente. Templates com
com.br/cursos/brasil, que é simples, o servidor acesse a URL www. nomedosite.com. estruturas ruins de tags geram resultados ruins de SEO.
bripagina.php?tipo=cursos?pais=brasil, que é mais complexa. Podemos citar como bons sistemas de CMS o SEO friendly, Mambo
Normalmente os conteúdos dinâmicos são gerados por sistemas de e WordPress.
CMS (Content Management Systems), os gerenciadores de conteúdo.
Esses sistemas têm templates (páginas modelo de estilo) que determinam Criação de conteúdo para SEO
o visual e as funcionalidades das páginas do site. Os conteúdos são digi- Os crawlers/robots dos buscadores não se impressionam com streaming
tados nos bancos de dados e passados para apresentação pelas templates. de vídeo, música vibrante no background ou todas as variações de fontes
Isso facilita muito o processo de manutenção de sites grandes, garantindo da página. Os buscadores examinam as páginas de forma extremamente
padronização de processos e identidade visual mesmo que diversos tipos rápida, alimentando-se apenas de palavras.
de profissionais estejam envolvidos na gestão do conteúdo.
Criar conteúdo adequado para SEO requer um pouco mais de experi-
Existem dois tipos de sistemas CMS: ência do que simplesmente criar um artigo de 500 palavras ou menos. É
a. os que geram a página dinamicamente no momento em que O necessário pengar em como as pessoas buscam, que palavras-chave devem
usuário a acessa (on the fly); ser incluídas no texto, quantas vezes devem aparecer, como estruturar
b. os que compilam e criam páginas estáticas em função dos conte- os títulos e subtítulos das páginas, e assim por diante. E isso não é fácil.
údos dos bancos de dados e apresentam essas páginas compiladas Além disso, uma única página não consegue abordar muitos temas de
aos usuários. Esse segundo tipo normalmente é mais amigável aos uma só vez. Normalmente, é possível abordar um tema por página (por
buscadores. mais variada que seja a abordagem) para que o conteúdo seja atraente.
O casamento entre sistemas de CMS e posicionamento privilegiado Assim, é necessário escolher um tema, o qual será o ponto de partida
nos buscadores é uma relação difícil. Para conseguir o melhor de seu para a análise estratégica e a escolha das palavras-chave e frases-chave
sistema de CMS em termos de posicionamento de busca, é necessário para as otimizações de SEO.
que ele permita algumas funcionalidades: Assim, para se certificar de que os conteúdos serão criados de forma
Apache é um software de servidor web, de fonte aberta, amplamente usado na web. Apesar de
adequada para a estratégia de SEO, deve-se fornecer aos escritores:
mM
ter versão para Windows, normalmente é usado em servidores com sistemas operacionais da * as palavras-chave e frases de palavras-chave para eles as usarem no
linha Unix.
12 “htaccess é o nome de um arquivo de configuração de servidores. Contém diretivas para O
conteúdo;
servidor (comandos conhecidos pelo servidor) que o informam como se comportar. Várias
e a frequência com que devem adicionar conteúdo à página;
funcionalidades podem ser configuradas no arquivo .htaccess, como senhas de acesso a
diretórios e comandos para reescrever URLs, por exemplo.
384
Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de
busca
385
* aproximadamente quantas palavras-chave cada nova peça de
con- mecanismos de busca podem ser impe
teúdo deve conter; didos de visitar ou bloqueados de
entrar na página se esta não estiver
* quais tópicos eles devem abordar; bem Projetada, portanto essa é uma
das principais partes do SEO. Os prob
lemas relacionados ao design da
* instruções para usar título e subtítulos, quebrando e organ página incluem nave gação, frames, servidor e arquivo
izando robots. txt, idade das
a peça, contendo as palavras-chave e/ou frases-chave páginas e relacionamento entre as pági
. nas do site, como veremos à seguir.
É essencial reforçar a importância do último item mencionado, a
organização da peça de conteúdo, não apenas para a Navegação
otimização da po-
sição nas buscas, mas também da conversão em
muitos casos. Segundo À falta de navegação clara não deixa
pesquisa do Poynter Institute, as pessoas não perderam a habili que as aranhas nem os robots dos
dade deler buscadores acessem as Páginas do site seguindo os links
em profundidade e, nesse sentido, a organização do conteú . Assim, a quan-
do de forma a tidade de páginas do website inde
torná-lo atraente para esse tipo de leitura é uma estratégia xada nos buscadores pode ser meno
fundamental prejudicando r,
o índice de saturação nele.
para vários objetivos de conversão do usuário. A pesqui
sa mostra que O principal fator que causa problema
Os níveis de atenção de leitura não diminuíram drasti s de navegação é o uso de scripts
camente, mas os (como JavaScript, Por exemplo) para
leitores são mais seletivos sobre o que leem e mais depen construção da navegação, ou de Flash
dentes de na- mal projetad o (apenas o Google, por enquanto, enxe
vegação, cabeçalhos e listas organizadas. O fator mais rga links no Flash).
surpreendente da
pesquisa é que as pessoas leem mais histórias on-line do que
impressas,
e isso ocorre para histórias de todos os tamanhos. Frames
Além dos conteúdos criados pelos escritores, existe Frames são comandos no código HTM
m alguns outros L que permitem que a página seja
meios de se adicionar conteúdo às páginas, como a inclus estruturada em partes independente
ão de seção de s, formando um conjunto de páginas.
comentários de usuários/visitantes em cada peça de conteú O uso de frames mal projetados pode
do ou a criação impedir que os buscadores acessem
de fóruns de discussão. Esses meios podem ser usados
eventualmente como
as páginas do site.
alternativas estratégicas para se obter conteúdos ricos em palavr O que éindexado pelos buscadores
as-chave sem em um site com frames é
custo adicional. No entanto, essas alternativas carreg dentro da tag <noframes></noframes a parte de
am o ônus de necessitar >. O que está dentro do <fram
de monitoramento constante para assegurar que eset> é ignorado.
as mensagens postadas
permanecem adequadas ao tópico da peça de conteúdo ou
da página. Servidor do website
Arquivo Robots. ixt Para analisar o arquivo robots.txt de qualquer domínio na web, inclu-
sive dos concorrentes, basta digitar na linha de endereço do navegador o
A configuração imprópria do arquivo robots.txt é um dos problemas mais
seguinte: http://www. nomedodominio.com/robots.txt, onde www.nomedodominio.com é O
comuns das estratégias de SEO.
domínio a ser verificado. Por exemplo, para conhecer o robots.txt do meu
O arquivo robots .txt deve ser colocado na raiz do site para controlar que domínio, [wwwmartha.com.br], digite: htp://www.martha.com.br/robots.txt.
tipo de sistema na web (inclusive buscadores) pode ou não visitar esse
Informações detalhadas sobre o funcionamento e uso do arquivo robots. txt
site e seus diretórios para colher informações. Se o arquivo robots.txt não
podem ser encontradas no The Web Robots Page". Para criar arquivos robots.
permitir que aranhas, crawlers, robots ou outros sistemas dos buscadores
txt de maneira amigável, sem a necessidade de digitar comandos, o Google
acessem um determinado diretório de seu site, os dados desse diretório
Webmasters Tools!* disponibiliza a ferramenta “Robots.txt Generator”.
e, consequentemente, de suas páginas não serão indexados nas bases de
dados desses buscadores, portanto não figurarão nos resultados de buscas.
Recomendações
Dessa forma, a configuração adequada do arquivo robots.txt dá acesso
às páginas que devem ser visitadas pelos agentes (aranhas e crawlers) dos Duas ações são interessantes para garantir e verificar que todas as páginas
buscadores e bloqueia totalmente determinados diretórios privados que de seu site estão sendo visitadas corretamente pelos robots e crawlers
não devem ser visitados por eles. dos buscadores:
O arquivo robots .txt é um arquivo-texto e sua sintaxe é a seguinte: e Submeter o mapa do site (sitemap) no Google Site Maps (fica den-
tro do Google Webmasters Center), para auxiliar os mecanismos
User-Agent: *
de busca no processo de crawling. Ao disponibilizar o arquivo
Allow: /
formatado do mapa do site no servidor, permite-se que as aranhas
Disallow: /dirl/
do Google descubram quais páginas estão presentes e quais foram
Disallow: /include/
Sitemap: http://www.meusite.com.br/sitemap.xml
recentemente mudadas e, consequentemente, possam se entranhar
no site para extrair informações pertinentes. O arquivo de sitemap
Opção Descrição pode ser informado dentro do arquivo robots .txt, como no exemplo
user-Agent | Especifica que mecanismos de busca podem acessar o server/ apresentado anteriormente. : :
site.
Allow Determina os diretórios do server/site que podem ser acessados e Usar uma ferramenta de Spider Eyes View (que visualiza a página
por eles. como os robôs dos buscadores). Esse tipo de programa extrai as
Disallow Determina os que estão bloqueados para acesso, informações das páginas do mesmo modo que os robots e crawlers
Sitemap Indica a localização do mapa do site. conseguem “ver”. Muitas vezes conseguimos perceber o que não
está funcionando corretamente em uma página usando esse tipo
Por exemplo, o arquivo robots.txt a seguir permite a entrada de qualquer
de ferramenta. Por exemplo, se um link existente na página não
mecanismo de busca em qualquer diretório:
aparece nos links visualizados pela ferramenta de Spider Eyes View,
User-Agent: * provavelmente apresenta algum tipo de problema que não o torna
Disallow: amigável aos buscadores, como no caso do uso de JavaScript.
Mesmo que se deseje que os buscadores entrem no site todo, é uma
boa ideia incluir o arquivo robots.txt como mostrado anteriormente. Isso
evitará erros de log no servidor referentes a requisições frustradas a um
arquivo robots.txt que não existe. 13 www.robotstxt.org
14 http://www google.com/webmasters/tools/
388
Marketing na Era Digital
Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing
de busca
Idade e atualizações na página 389
A idade da página e sua atualização exerc
em um papel importante no Programas de criação de link
seu ranking. Assim como as empresas e as s e de geração de conteúdo.
amizades, quanto mais antiga funciona e é indica Automação
for uma página, mais confiável tenderá ser. da quando você está automatiz
de sua estratégia de SEO. ando os aspectos certos
Por outro lado, se os robots e crawlers visitam
a página e ela está
sempre
igual, sem atualizações, eles passam a visitá-la
com menor frequência, já
que parece não haver razões para continuar visit
ando-a sempre. Nesse Estratégias de links patrocinados
caso, quando a página for atualizada, levará
mais tempo para isso refletir Como visto anteriormente, link
nos posicionamentos dos mecanismos de s patrocinados são estratégias
busca. : da compra de palavras-chave decorrentes
com o objetivo de um anúnci
aparecer em posição privileg o sobre o site
Análise do website versus análise de página individual iada no resultado de busca paga
do clicado por um usuário, . Apenas quan-
o link patrocinado gera um
Os mecanismos de busca classificam cada págin ao anunciante. Por isso, as campan custo pelo clique
a individualmente, mas has de links patrocinados são
também usam os links internos e palavras-c conhecidas como campanhas de também
have para categorizar e clas- Pay-Per-Click (pagamento por
sificar o website. Na área cliq ue).
de resultados de busca orgâni
ca, não existem custos para
Como estratégia, é interessante trabalhar cada tecer nas primeiras posições apa-
Página individualmente, ou em decorrência do clique
mas manter a coerência com o website como um do usuário - os
todo. Por exemplo, cada
Página pode apresentar várias vezes suas palav
ras-chave prioritárias, mas
também deve incluir outras palavras-chave impor
tantes para o contexto
geral do website.
Nesse caso, no grupo de palavras-chave “Filhotes”, poderiam estar as Em geral, quanto mais alto for o índice de qualidade, mais baixos
palavras Lhasa Apso, Poodle e Fox Terrier Inglês, e a estratégia de inserção serão seus custos e melhor será a posição de seu anúncio. Dessa forma,
de palavras, apresentação e link poderia ser a apresentada na tabela 15.4. quanto melhores forem os índices de qualidade dos anúncios, melhor
será o desempenho da campanha.
Tabela 15.4 — Estratégia de inserção de palavra para anúncios de link patrocinado
Termo da busca Lhasa Apso Poodle Fox Terrier inglês AdWords Editor
Compre Lhasa Apso Compre Poodle Compre Filhotes
Anúncio De criador premiado De criador premiado De criador premiado No caso do Google, existe uma ferramenta gratuita que permite geren-
Satisfação garantida! Satisfação garantida! Satisfação garantida! ciar as campanhas off-line e depois fazer o upload das alterações para o
wwysitedocriador.com.br
wwy.sitedocriador.com.br www.sitedocriador.com.br AdWords: o Google AdWords Editor.
URL de destino www.sitedocriador.com. wwwsitedocriador.com. www.sitedocriador.com.
br/?kw=lhasa-apso br/?kw=poodle br/?kw=fox O programa encontra-se disponível para download em [http://nww.google.
com/intl/pt-BR/adwordseditor/], tanto para Windows quanto Mac, e é bastante
A técnica de inserção de palavra é avançada e deve ser usada com
útil para agilizar o processo.
bastante planejamento e conhecimento, para não criar anúncios que não
façam sentido e percam qualidade. Para saber mais sobre as técnicas de
Como melhorar as taxas de Click Through (CTR)
inserção de keywords, visite o tutorial do Google em [http://goo.gl/Tw6T).
Para melhorar as taxas de click through, ou seja, para o link patrocinado
Índice de qualidade (quality score) ser clicado mais vezes, o anúncio relacionado a ele tem um papel impor-
tantissimo e pode ser melhorado de algumas maneiras”:
Os links patrocinados representam uma fonte importante de renda aos
* inclua ofertas especiais ou incentivos no texto;
buscadores e, por isso, recompensam os anunciantes que escrevem os
melhores anúncios, que ocasionem alta taxa de clique (CTR). O índice * considere incluir preço nos anúncios - para produtos e serviços;
que mede essa qualidade de um anúncio em ser melhor do que outro e destaque uma característica-chave de seu produto ou serviço;
para cada palavra-chave é o “índice de qualidade”.
1 «os “ »
eia E Stumesetisda. Pietadto 1-3 Ol aixcut 2ES,000 fo dntasitanta meolariano são ponto, [9.36 2d No entanto, nem todos os sites estão preparados para o acesso móvel
Tip Soxcch for Esqlish reméta ondy You can spocly your semch lançuage sm Prrtesences
Bão Paulo - 8, Brazil Maps
nem otimizados para esse tipo de busca. Não só a navegação, mas tam-
a uu bém a busca mobile na web é completamente diferente da busca tradi-
cional por computador. Fatores como limites de caracteres, resultados
Freturasia Camara Vere “Wed CRS O Rasta 42 H0cl abost 104,000,000 for oscar Eleâniia] 19.2 seconds)
por layout, resultados verticais e horizontais e outras características dos
torpe Endeaancenção comi dn!= [ep
Vi
Nigro meia soe avatar
Ass Siad Sia Md ig
ou ringtones, localização, entretenimento, esportes, conhecimento local,
ideos ea o,
Ed compras e referências. Assim, qualquer website relacionado com uma ou
Enteocrá
nO Tostes
Airis,
* Planejar o website para aparelhos móveis
com menos capacidade, 35%
mais padronizados, e não apenas para
os mais novos e últimos
css assitir
t
lançamentos. Muitos celulares, milhões, não apresentam ainda
Os recursos de navegação, memória e 23%
definição de imagem dos
celulares mais modernos. Não estar preparad
o para os vários di-
ferentes tipos de aparelhos pode significar
negligenciar uma fatia
significativa do público-alvo.
E Social Networks
Estratégias com links patrocinados também
são possíveis na platafor- * Google
ma móvel. O Google já tem o serviço de visua
lização de links patrocinados
em diversos países.
No caso do Google, as AdWords na plat
rs iii
aforma móvel aparecem na
busca ou nos conteúdos de sites mobi
/
le marcados com AD. Imagens a
aparecem nos sites AdSense. No caso Souece: Compete Data from
de celulares, pode-se especificar the monthof November, 2009
quais as operadoras que devem ver os
anúncios e também permitir que
um usuár io que busque por celular se conecte dire Figura 15.4 — Bnagem mos
trando as fontes de tráfego
tamente por telefone para grandes Portais conf
ao anunciante do AdWords. estudo Social is the Next orme o
Search. Fonte: Gigya, 2010,
Assim, cada vez mais a busca
depende do social, e estrutura
O social e a busca de Social Media Marketin g( r estratégias
SMM/SMO/WOMM, como
te) passa a ser vital como ação vist o anteriormen-
Como visto no início deste capítulo, ofi-page nos planos de market
o posicionamento de uma página ing de busca.
nos resultados de busca orgânica depe
nde da relevância da página e de Social search
sua vocação. À parte de vocação relacionada
às palavras-chave aplicadas a
técnicas on-page de SEO é importante, mas quanto maio À importância do social para
r a concorrência a busca é recíproca. Se, por
pelas palavras-chave, Pouco estas vale tratégias de marketing em rede um lado, as es-
m se comparadas à relevância. À s sociais alavancam o market
relevância da página é determinada pela quantida Por outro lado, cada vez mai ing de busca,
de de links válidos que s são feitas buscas nos sites
de
chegam a ela e pelo tráfego que ela atrai, para se encontrar pessoas e redes sociais
como discutido anteriormente. assuntos de interesse. O You
Com a difusão das plataformas de redes Socia soci al de compartilhamento de víde Tub e, um site
is, o social tem se tornado os, já é o segundo maior buscad
a principal fonte de links válidos para cons O Twitter, um site de rede soci or, e
truir relevância de páginas. al presencial, é o buscador que
Conseguir links e tráfego provenientes no mundo. mais cres ce
das redes sociais como Facebook
e Twitter é hoje um dos principais aspe E
ctos das estratégias de marketing
18 Gigya, 2010.
1 “Twitter Topic Searches, a New
Way to Search” em http://www
iwilter-topic-searches-new-way-sear socialmediatoday. com/johncass/ 14665
ch 87
Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 403
402 Marketing na Era Digital
Quando usamos estratégias nas redes sociais para alcançar resultados da plataforma social (e também na busca externa) e ser bem posicionado,
de marketing fora delas (branding, ROI, vendas, leads etc.), mas por meio é necessário que tenha:
delas, chamamos esse processo de SMM (Social Media Marketing), como * vocação — por meio de palavras-chave adequadas colocadas em
visto no capítulo 14. No entanto, as redes sociais em si também são ponto seus atributos;
de presença on-line e de contato e experiência entre o consumidor e a * relevância — por meio de links, menções, propagações, tráfego que
marca/produto. Dentro das redes sociais existem diversos objetos sociais ele gere na rede social.
da marca (digital assets) que podem ser otimizados para alavancá-la.
Assim, por exemplo, no caso do Twitter, o perfil tem as seguintes
Assim, existe outro tipo de estratégia nas redes sociais para aumentar características: ID, nome, bio, tweets. Cada um desses atributos deve
o resultado da marca/produto dentro das próprias redes chamado SSO ser otimizado com palavras-chave adequadas para ser encontrado por
(Social Search Otimization), ou otimização de busca social. SSO é o proces- elas. A quantidade de RTs, menções, favoritos etc. que os tweets ganham
so de criar perfis sociais alavancando todos os seus objetos sociais com aumenta a relevância e a importância desses tweets e também do perfil
o objetivo de aumentar o resultado da marca. Objetos sociais incluem para a busca.
qualquer coisa que não resida apenas no seu website, como perfis em
Já no YouTube, os atributos disponíveis são outros: título e descrição.
redes sociais (YouTube, Slideshare, Twitter, Facebook, LinkedIn etc.),
Colocar as palavras-chave adequadamente nesses campos é essencial para
blogs, vídeos, imagens, press releases, news feed e mapas.
que o vídeo seja encontrado facilmente. A relevância fica por conta dos
Note-se que, enquanto nas técnicas de SMM e SMO é importante favoritos, quantidade de visualização, comentários etc.
trazer tráfego, referência e resultados para a sua marca fora das redes
Assim, é essencial que se conheça e analise cada plataforma de rede social
sociais, como website, e-commerce, loja etc., no caso de SSO o objetivo
para compreender cada atributo do objeto social nela para poder otimizá-lo.
é otimizar a busca dos objetos digitais das marcas/produtos dentro das
próprias redes sociais, para otimizar a presença digital dentro delas. No Dessa forma, as estratégias de busca e redes sociais se interpenetram
entanto, muitas vezes, quando otimizamos um objeto para SSO (como cada vez mais e dominar o marketing de busca e o marketing em redes
sociais, seja SMM, SMO, WOMM ou SSO, torna-se essencial.
um vídeo no YouTube, por exemplo, quando aplicamos SEO no título,
descrição etc.), também o estamos otimizando para busca universal e, a
z
eventualmente também, para SMM, já que se for encontrado com mais Busca - Behavioral targeting e semântica
facilidade dentro da rede, haverá maior probabilidade de gerar buzz que Como visto em capítulos anteriores, o behavioral targeting refere-se a seg-
se espalhe para fora da rede também, gerando tráfego para o website e mentar as pessoas em função do seu comportamento. Nesse sentido,
outros pontos de presença da marca/produto. Assim, as estratégias se apesar de O behavioral targeting utilizar diversas plataformas e sites, a busca
entrelaçam e impulsionam-se mutuamente. é uma das principais, pois diz muito sobre o interesse das pessoas, sobre
As técnicas de SSO são aplicadas aos objetos sociais e, para a otimi- o que elas procuram.
zação, é importante observar o seguinte: As plataformas de busca utilizam não apenas cookies que armazenam
- Objetos sociais são os instrumentos de otimização e são contextu- o comportamento de busca das pessoas, mas também diversas outras
alizados por meio de keywords, titles, descriptions, tags e/ou links. informações quando as pessoas estão logadas em sistemas parceiros.
* Compreender esses atributos dos objetos sociais é um dos aspectos Por exemplo, o Google tem diversos serviços, como Gmail, YouTube
mais importantes de uma SSO bem-sucedida. etc. Se a pessoa está logada em algum desses serviços, o Google arma-
A lógica de SEO aplicada em páginas pode ser aplicada em qualquer zena seu comportamento em todas as plataformas parceiras para gerar
o resultado da busca. Assim, cada vez mais os resultados de busca são
objeto social. Para um objeto social ganhar relevância na busca interna
entregues de forma personalizada a cada usuário.
404 Marketing na Era Digital Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca 405
Existem dois tipos de personalização para behavioral targeting no SEO pós-Google Caffeine
Google:
Em meados de 2010, o Google lançou seu novo algoritmo, o Caffeine,
« Signed-in personalization (personalização logada) - Personaliza que enfoca uma indexação mais rápida da web, almejando o tempo real.
os resultados de busca com base no histórico de cliques do usuário As regras básicas de SEO continuam as mesmas depois do Caffeine, no
na web. entanto alguns fatores devem ser reforçados:
e Signed-out customization (customização deslogada) — Customiza * Revisão das metatags Title e Description (MTMD) - Metatags cla-
os resultados de busca com base na informação das buscas passadas ras, concisas e informativas têm mostrado que ajudam a melhorar
no navegador do usuário, usando um cookie. o page rank e o posicionamento nos resultados de busca.
Esse processo de personalização das buscas por meio do behavioral
« Análise e revisão dos textos mais importantes na home page —
targeting é extremamente importante, pois afeta profundamente o
O conteúdo do website deve ser consistente com as tags Title e
marketing de busca. Em função da personalização, hoje, dois usuários
Description e relevantes ao tema do site, aos produtos e aos serviços
diferentes que fazem a mesma busca no Google, usando exatamente o para serem indexadas precisamente.
mesmo termo/palavra-chave, podem receber resultados diversos para
essa busca. Dessa forma, só é possível controlar o posicionamento de uma * Análisee melhoria dos tempos de download e navegação das pá-
página nos resultados de busca em uma máquina “virgem” — deslogada e ginas - Cada vez mais, o Google tem considerado a performance e
com o histórico de buscas desativado no navegador. No entanto, isso não navegação das páginas como fatores relevantes nas buscas, assim a
garante que as pessoas receberão esse resultado “virgem”. velocidade de carga e a navegação clara e eficiente são fatores que
devem ser otimizados. Além do Cafleine, isso é importante também
Isso significa que cada vez mais se torna impossível controlar a posição
para os usuários, que obtêm uma melhor experiência no acesso à
que uma página vai realmente obter nas buscas para cada usuário, mas
página.
não quer dizer que não se deve mais otimizar para a busca. Às otimiza-
ções devem ser feitas e levadas a sério para que obtenham relevância e,
portanto, aumentem a probabilidade de aparecer nos resultados de busca Marketing de busca como marketing de relacionamento
quando isso for relevante à personalização de cada usuário. As páginas Para ser eficaz, o marketing de relacionamento precisa encontrar as
continuam concorrendo umas com as outras pela visibilidade nas buscas, ferramentas que proporcionem o desenvolvimento da melhor relação
e apesar de não se poder garantir o mesmo resultado a todos os usuários, possível entre empresa (ou marca) com o público-alvo. Essas ferramentas
pode-se garantir o melhor resultado possível. variam caso a caso e envolvem qualquer forma de comunicação baseada
Outro processo que tem sido implementado nos buscadores para tentar em permissão e mão dupla, já que não pode existir bom relacionamento
aumentar a relevância da busca é a semântica. No Google, hoje, durante sem ambas.
uma busca, além dos resultados, também são apresentados no final da Assim, para negócios e empresas cujo público-alvo seja o usuário
página links com sugestões relacionadas à busca feita. Por exemplo, na regular da web, a busca, ou marketing de busca, é uma das ferramentas
busca por “London Eye”, a roda gigante de Londres, no final da página mais importantes para iniciar o relacionamento. Quando uma pessoa
são apresentadas sugestões relativas ao interesse do usuário além do faz uma busca e encontra sua empresa ou produto como resposta ao que
London Eye, como o London Aquarium, a Tower of London, condições procurava, provavelmente ela estará muito mais interessada em iniciar
climáticas em Londres etc. Esses são os primeiros passos para um pro- um relacionamento com sua marca do que se você a estivesse bombar-
cesso semântico mais amplo que deve desenvolver-se cada vez mais e deando com mensagens e ações que interrompessem sua navegação
impactar os resultados das buscas, mudando a lógica que hoje se baseia na web, filme ou leitura. Além disso, utilizando técnicas de behavioral
em palavras-chave. targeting associadas à busca, é possível lapidar a mensagem apresentada
406 Marketing na Era Digital
Capítulo 15 = SEM e SEO: marketing de busca
407
ao visitante do seu site baseando-se em seu comportamento. As pessoas
produtos e marcas pelos quais se interessaram. Análises de termos
não “são” as pessoas “estão”, e quanto mais se estiver em sintonia com o de
busca no Google Trends ou Google Insights for Search permitem ras-
que elas “estão” no momento em que seu site é buscado, melhor tenderá
trear os efeitos das campanhas de mídia tradicional nas buscas.
a ser o relacionamento. Ássim,
a experiência durante o processo de busca deve ser tão boa quanto
a em
Não só para um primeiro contato com a marca/empresa a busca é im- qualquer outro ponto de contato entre o público-alvo e a marca/empresa.
portante, mas para a manutenção do relacionamento também. Apesar de
O público-alvo pode estar exposto à marca de diversas maneiras, por
as ações bem planejadas de e-mail marketing poderem, eventualmente, ser
meio de diversas mídias. No entanto, é tendência marcante que quando
mais eficientes que a busca (já que incorporam muito mais informações
o consumidor realmente se interessa pela marca/produto, o meio usado
sobre o público-alvo, permitindo avançar nos estágios de relacionamen-
para conhecê-los melhor é buscando na web. O aprofundamento da
to), é importante salientar a importância da busca no relacionamento
experiência e relacionamento com as marcas e produtos tem começado
devido à mudança no processo de navegação dos usuários na web. Cada
pela busca na web.
vez mais pessoas usam a busca para navegar nos sites com os quais já se
relacionam e não apenas para buscar sites novos. Um exemplo disso é Nesse sentido, o marketing de busca é cada vez mais relevante na
quando você digita o nome de uma marca ou empresa no Google para experiência do consumidor com a marca.
obter a URL do site da empresa em vez de digitar diretamente a URL do
site no navegador. Se a empresa/marca/produto não tem um marketing
Considerações e recomendações adicionais
de busca desenvolvido, o consumidor não encontrará o site da empresa
para navegar e, portanto, se relacionar com ele. Para aprofundar os conhecimentos em marketing de busca, sugerimos
Em um futuro próximo, a busca será ainda mais importante para o
os seguintes livros:
relacionamento, já que a difusão da web em meio aos diversos públicos * SEM e SEO: Dominando o Marketing de Busca, de Martha Gabriel. São
deverá tornar-se cada vez mais acentuada devido ao barateamento da Paulo: Novatec, 2009.
banda larga e aos computadores de acesso à internet, incluindo os disposi- * A Arte de SEO, de Eric Enge, Stephan Spencer, Rand Fishkin e Jessie,
tivos móveis, permitindo que a busca aconteça por qualquer conveniência C. Stricchiola. São Paulo: Novatec, 2010. 5
contextual do usuário.
e Guerreiro SEO, de John I. Jerkovic. São Paulo: Novatec, 2010.
* SEO: Search Engine Optimization Bible, de Jerri L. Ledford. New York:
Marketing de busca como experiência
Wiley, 2007.
À partir do momento que uma pessoa usa a busca para encontrar o que
precisa ou deseja e, dessa forma, entra em contato com uma marca; a
experiência que ela tem com a marca a partir do clique no site de busca
torna-se parte integrante da experiência total que desenvolve com a
marca (complementando, por exemplo, a experiência com a marca via
outras formas de comunicação, contatos no ponto de venda ou serviço
de atendimento ao consumidor etc.).
A dimensão da experiência com a marca nos processos de busca tem
se tornado cada vez mais relevante. Já é uma prática comum as pessoas
assistirem a um comercial na televisão ou lerem um artigo em revistas
e logo depois, entrarem na web para buscar mais informações sobre os
Considerações finais
Referências
409
410 Marketing na Era Digital Referências
411
Boumans J. Crossmedia - e-Content Report 8. (2004). ACTeN-Anticipating Folha. Electronic Arts Alerta para Mudanças no
Universo de Videogames (2010).
Content Technology Needs. Disponível em: <http://wwwspringerlink.com/ Dispo nível em: <htip://wwwl folha. uol com.br/tec/783659-
electronic-arts-alerta-para-
content/]623205v0t160h85/>. mudancas-no-universo-de-videogames.shtml>.
Bradley S (2010). Designingfor a Hierarchy of Needs. Disponível em: <http://wwm. eMarketer. Social Networkers Still Love E-mail
(2010). Disponível em: <http://
smashingmagazine.com/2010/04/26/designing-for-a-hierarchy-of-needs/>. www.em arketer.com/Article.aspx?R=1007520>.
Brafman O, Beckstrom R. The Starfish and the Spider: the Unstoppable Power of eMarketer. Users Still Sharing by E-mail (2010-2011
). Disponível em: <http://
Leaderless Organizations. London: Little, Brown and Company, 2008. www.em arketer.com/Article.aspx?R=1007434>.
Business Week. My Virtual Life (2006). Disponível em: <http://www businessweek. eMarketer. Mobile Stats in Brazil (2010-2012
). Disponível em: <http://twitter. com/
com/magazine/content/06 18/b3982001.htm>. eMarketer/status/10182211922>.
CES Consumer Electronics Show 2010. Steve Balmer's Keynote Speach. eMarketer. E-mail Dominates Mobile Web
Time (2010-2013). Disponível em:
Disponível em: <http://www.microsoft.com/presspass/events/ces/VideoGallery.aspx>. <http://www.emarketer.com/Article. aspx?R=10078
68>.
Christakis N, Fowler J. Connected: the Surprising Power of our Social Networks Filgueiras L, Correa D, Oliveira Neto ), Facis
R. X-gov Planning: how to
and How They Shape Our Lives. London: Little, Brown and Company, 2009. Apply cross Media to Government Services. In: ICDS.
2008:140-5. IEEE, Los
Corliss R. 10 Qualities That Can Make your Video Go Viral (2009). Disponível Alamitos, 2008.
em: <http://blog.hubspot.com/blog/tabid/6307/bid/4915/10-qualities-that-can-make-your- Fleet D. Seven Reasons your Company Needs
to Prepare for Crises (2010).
video-go-viralaspx>. Disponível em: <http://socialmediatoday.com/S
MC/183637>.
Darrell H, Geis I. How to Lie with Statistics. New York: W. W. Norton & Gabriel MCC. Sensitive Rose (2008). Disponível
em: <wwm.sensitiverose.com/rose. php>.
Company, 1993.
Gigya. Social is the Next Search (whitepaper) (2010)
. Disponível em: <http:/info.
Davenport T, Beck]. The Attention Economy: Understanding the New Currency of Sigyahosting!.com/socialisthenextsearch. php>.
Business. Cambridge: Harvard Business Press, 2002. à
Gladwell M. The Tipping Point: How Little Things
Can Make a Big Difference.
De Luca C. E o SMS faz 25 Anos. Acredite! (2010). Disponível em: <http://idgnow. Boston: Back Bay Books, 2002. Ê
uol.com.br/blog/circuito/2010/08/03/e-0-sms-comemora-hoje-25-anos-acredite/>.
Gourlay C. OMG: Brains Can't Handle all our Faceb
ook Friends (2010). Disponível
Denso-Wave (2009). Bar code to 2D Code. Disponível em: <http://www.denso-wave. em: <http:// technology.timesonline.co.uk/tol/news/
tech and web/the web/article6999879.ece>.
com/grcode/aboutgr-e.himi>.
Granovetter M. The Strength of Weak Ties.
In: American Journal of Sociology.
Digital Royalty. Measuring Social Media (2009). Disponível em: <htip://wwm, 1973 May;6:1360-80. Disponível em: <http:
//www.stanford edu/deptisoc/peopley
youtube.com/watch?v=sx74jrzBRsU>. imgranovetter/documents/granstrengthweakties.pdf>.
e.Life. Comportamento em Midias Sociais no Brasil (disponível para download) Greenfield A. Everyware: the Dawning Age of Ubiqui
tous Computing (Voices That
(2009). Disponível em: <http://www.slideshare.net/idegasperi/pesquisa-comportamento- Matter). Indianapolis: New Riders Publishing,
2006.
midiassociais-br>.
Hayes G. Top 16 Augmented Reality Business Model (2009)
. Disponível em: <http://
Eyetools. Google Searchs Golden Triangle (2008). Disponível em: <http://eyetools. www. personalizemedia.com/16-top-augmen ted-reality-bu
siness-models/>.
com/research google eyetracking heatmap.html>.
Hi-Media. Augmented Reality Banner (2009). Disponível
em: <http://www.hi-midia.
Fisher L. A Decade of Social Media - Timeline (2010). Disponível em: <http:// com/wp-content/uploads/2009/1 2/Augmented-reality-banner
pdf>.
www.simplyzesty.com/social-media/decade-social-media/>.
412
Marketing na Era Digital Referências
48
Hobsbawm EJ. A Era das Revoluções: Europa 1789-1848.
Rio de Janeiro: Paz e Levine R, etal. The Cluetrain Manifest
Terra, 1994. o (1999). Disponível em: <www.cluetra
in.com>.
Levitt S, Dubner S. Freakonomics
Hughes E. A Cypherpunk's Manifesto (1993). Disponível . New York: William Morrow,
em: <http://www activism. 2005.
neticypherpunk/manifesto.html>. Maciel R. Deu no The New York
Times: “Cala Boca, Galvao” é notíc
inteiro (2010). ia no mundo
IBM. The End of Advertising as We Know It (2007). Disponível em: <http:/lidenow uolcom.br/
blog/navedigital/2010/06/15/
des-no-new-york-times-cala-a-boca-ga
lvao-e-noticia-no-mundo-inteiro/.
Ibope. Games Sociais Mudam Rotina em Sites de Relaci
onamento (2010). Maney K. The King of Alter Egos is
Disponível em: <http://bit.y/92]ZhA>. Surprisingly Humble Guy - Creator
Lifes Goal? Just to Reach People. In: of Second
IDGNow! Realidade Aumentada vai girar US$ 700 Milhõe USA Today, 2007. Disponível em:
s em 2014, Prevê Estudo www.usaloday.com/printed <htip://
ition/ money/20070205/secondlife cove
(2010). Disponível em: <http:/fidgnow.uol.com.br/in rarthtm>.
ternet/2010/01/05/realidade- Marketing Vox. California Earthqua
aumentada-vai-girar-us-700-milhoes-em-201 4-preve-estudo
/>. ke Tests Real-Time Search Beliefs
Disponível em: <htip://mwwmarketing (2010).
Imasters. Qual o Perfil do Usuário de Redes Sociais? (2010). vox.com/california-earthquake-tests-real
Disponível em: <http:// search-beliefs-045939/>. .time.
imasters.uol.com.br/artigo/15959>.
Marketing Vox. Married to REID
, What can AR do for Marketers?
Iprospect. iProspect Search Engine User Behavior Study (2006). Disponível em: Shttp:l/iwwm mark (2010-201] ).
Disponível em: etingvos. com/married to-rfid-what-ca
<http://www.iprospect. com/premiumPDFs/Whit
2006 marketers-046365/>. n-ar-do for.
ePap
SearchE
ern igineUserBehavior pdf>.
Iskold A. Digital Life vs Life Digital: our Inevitable Digital Future McCullagh D. FAQ: When Google
(2007). Disponível is not your Friend (2006). Disponív
em: <hitp://www readwriteweb.com/archives/ digital
life vs life digital php>. <http://news.zdnet.com/21 el em:
00-9588 22-6034666.htmi?tag=n], ess0
Jenkins H. Convergence Culture. Nova York: New York McLintic M. Crisis Management in
University Press, 2006. Social Media (2010). Disponível em:
Kaushik A. The 10/90 Rule for Magnificent Web Analyti Www.morganmlintic.co <htip://
m/pr/2010/02/ video-crisis-management-i
cs Success (2006). n-social-media
html.
Disponível em: Shttp:/fwwm.kaushik.net/avinash/200 Milgram P, Kishino F. 4 Taxo
6/05/the-10-90-rule-for- nomy of Mixed Reality Visual
magnificient-web-analytics-success.html>. Transactions on Information Displays. IBICE
Systems. 1994 Dec;E77-D(12)
Kotler P. Kotler on Marketing: How to Create, Mobile Entertainment. Facebook
Win, and Dominate Markets. New Now has 450m Active Mobile Users
York: Free Press, 2001. Disponível em: <http://www mobil (2010).
e-ent. biz/news/38223/Facebook-now-has-
1 5Om-a ctive-
Kotler P. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: mobile-use rs>.
Prentice Hall, 2003.
Kotler P, Armstrong G. Principles of Marketing. Indiana: Naisbitt ), Naisbitt N, Philips D. High
Prentice Hall College Tech High Touch: Technology and our
for Meaning. 1. ed. New Yorke Broa Search
Div, 1998. dway, 1999.
Kotler P, Keller K. Administração de Marketing. 12. ed. Negroponte N. A vida digital. São
São Paulo: Prentice Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Hall, 2006. Nós da comunicação. Pessoas Comp
artilham Notícias Boas e Artigos Long
Lamantia J. Inside Out; Interaction Design for Augme por E-ma il na Web (2010). Disponível os
nted Reality (2009). em: <http:/wwy.nosdacomunicacao.com/
Disponível em: <http://www. uxmaiters.com/mi/archives/20 Panorama interna asp?panorama
09/08/inside-out-interaction- =3]2etipo=R>.
design-for-augmented-reality. php>. Owyang J. How Social Technology
Must Integrate with Traditional Mark
a Horizontal Approach (2010). eting,
Learmonth M. The Top 10 Viral Ads of all Time (2010). Disponível em: <http://www web-s
Disponível em: <http:// trate gist.
adage.com/digital/articleParticle id=145673>. com/blog/2 010/08/30/emo-matriz-how-social-tec
hnology-must-integrate with-traditiona
marketing-a-horizontal-approach/>. l-
Ledtord JL. Search Engine Optimization Bible. Hoboken:
Wiley, 2008.
414 Marketing na Era Digital
Referências
415
Paredes A. Fazendo uma Mágica com Realidade Aumentada (2009). Disponível
Ries A, Trout ]. Positioning: The Battle for Your Mind. New York: McGraw-Hill,
em: <http://imasters.uol.com.br/artigo/13530/fla
uma magica sh/fazendo
com realidade 2000.
aumentada/>. Roncolato M. 20% dos Americanos já Jogaram um Game Social. In:
Estadão,
2010. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/link/20-dos-americanos-ja
Perez S. The Dirty Little Secret About the “Wisdom of the Crowds” — There is no -jogaram-
Crowd (2009). Disponível em: <http://www.readwriteweb.com/archives/t um-game-social/>.,
dirty.
he
lítile secret about the wisdom of the crowds.php>. RWYW. Augmented Reality: 5 Barriers to a Web That's Everywh
ere (2010).
Disponívelem: <http://www readwriteweb.com/archives/augmented reality
Pew Internet & American Life Project. How Media Habits have Changed Since five barriers
to a web thats eve.ph p>.
2000 (2010). Disponível em: <http://www reportr.net/2010/06/25/pew-internet-on-
how-media-habits-have-changed-since-2000/>. RWYW. Second Life Economy at Record High (2010-2011). Disponível em:
<http://
www. readwriteweb.com/archives/seco nd life econom
at recordy
Pew Internet & American Life Project. Searching for Ourselves (2010-2011). high.php>.
Disponível em: <http://pewinternet.org/Reports/2010/Reputation-Management/Part-1/ RWYW. 100 Uses of REID (2010-2012). Disponível em: <http://www.readwr
iteweb.
Searching-for-ourselves-online.aspx?r=1>. comfarchives/100. use
ofs
rfid.php>.
Pew Research. Search Soars, Challenging Email as a Favorite Internet Activity Santo B. Report: More TVs Connected to Internet (2010). Disponível
em: <http://
(2008). Disponível em: <http://pewresearch.org/pubs/921/internet-search>. cedmagazine.com/News-Report-More-TV-connected-Internei-022410.aspx>.
Picturephoning. Ultimatum For MMS & Picture Recognition (2007). Disponível Schofield J. In Japan, you can get a Barcode for your Tomb (2008). Disponív
el
em: <htip://wwwtextually org/picturephoning/archives/2007/08/016953.htm>. em: <http:l/www guardian.co.uk/technology/blog/2008/apr/05/injapanyoucangetabar
code>.
Pontes F. A Internet pode Contribuir para uma Epidemia Futura de Senilidade, Schonfeld E. Facebook Places in New Hamshire Turns into a Real-Life PleaseRo
bMe.
diz Neurocientista. In: Galileu, 2010. Disponível em: <http://revistagalileu. com (2010). Disponível em: <http://techcrunch.com/2010/09/10/facebook-pl
aces-
globo.com/Revista/Common/0,, EMI154997-1 7770,00-A%W20INTERNET%W20PODE%20 please-rob-me/>.
CONTRIBUIRW20PARA%20UMAW20EPIDEMIA W20FUTURA%20DE%20
Schwartz B. The Paradox of Choice: Why More is Less. New York: Harper
SENILIDADE%20DIZ%20NEURO.html>.
Perennial, 2005.
Qualman E. Socialnomics: How Social Media Transforms the Way we Live and do
Silverpop. 8 Seconds to Capture Attention: Silvêrpops Landing Page Report (2007).
Business. New Jersey: John Wiley & Sons, 2009. Disponível em: <http:// www.silverpop.com/marketing-resources/white-papers/ind
ex.html>.
Quick MBA. Product Positioning (2010). Disponível em: <hitp://www quickmba,
Smillie D. Web Ads to get a 10% Boost in 2010. For the First Time Advertisers will
com/marketing/ries-trout/positioning/>.
Spend More on Digital than Print (2010). Disponível em: <http://wwwforbes.
Razorfish. Fluent: The RazorFish Social Influence Marketing Report (2009). com/2010/03/07/advertising-web-ads-digital-business-media-outse
htmi>.
ll
Disponível em: <http://fluent.razorfish.com/>.
Social Media Today. Twitter Topic Searches, a New Way to Search
(2010).
Recuero R. Redes Sociais na Internet. Col. Cibercultura. Rio de Janeiro: Mauad, Disponível em: <http://www.socialmediatoday.com/johncass/146658/twitter-topic-
2009. searches-new-way-search>.
RIBARIC, Marcelo. ADVERTAINMENT - UMA PRESENÇA AUSENTE. O não- Spivack N. A New Layer ofthe Brain is Evolvin g: the Metacortex (2010). Disponível em:
dito no discurso publicitário dos filmes da Série “The Hire” da BMW. Dissertação <http://www.novaspivack.com/web-3-0/ a-new-layer-of-the-brain-is-evolving-the-metacortex>.
de mestrado na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/
Tapscott D. Grown up Digital: How the Net Generation is Changing Your World.
SP), 2009.
New York: McGraw-Hill, 2008.
Richers R. O que é o Marketing? São Paulo: Brasiliense, 1981.
416
Marketing na Era Digital Referências
TechCrunch. Opera: Facebook Largest Mobil 41
e Social Network, Twitter Fastest-
growing (2010). Disponível em: < http://eu.te Wikipédia. Six Degrees of
chcrunch.com/201 0/01/26/opera-facebook- Separation (2010-2017). Dis
largest-mobile-social-network-twitter-fastest- en.wikipedia.org/wiki/Six. degre ponível em: <http:lf
growing/>. es of separation>.
Telmo J. US Now: Documentário sobre Wikipédia. Technological Con
o Poder Social (2009). Disponível em: vergence (2010-2018). Dis
Shtip:l/wum josetelmo.com/redes-sociais/us-now- ermikipedia.org/wiki/ Technologica ponível em: <http:l/
documentario-sobre-o-poder-social/>. l convergence>.
Thompson €C. Clive Thompson in Prais Wikipédia. Realidade Aumentada
e of Online Obscurity (2010). Disponív (2010-2019). Disponível em:
em: <hitp://www.wired.com/magazine/201 el org/wiki/Realidade aumentadas. <http:/ipt. wikipedia.
0/01/st thompson. obscurity/>.
Uol Jogos. Com Lucro de US$ 835 Wilson N. The Art Of Linkbait
milhões, Jogos Sociais Ampliam Merc ing (2005). Disponível em:
(2010). Disponível
ado de Games com/promotion/li <http://performancing.
em: <http:/ljogos.uol.com.br/playstation2/ultnot/ nks/the-art-oflinkbaiting>.
ult5304790L.jhtm>. 2010/06/24/
Worthington P. USP ESPe XSP
(2010). Disponível em: <http://
Walsh M. Report: Mobile to Be Social Netw com/post/333 041458/ usp-esp-xsp>.
www.wolffolinsblog
orking “Hub” (2009). Disponível em:
<htip://ww
w.mediapost. com/publications/ “fa=Articles.sh Xavier L. Johnnie Walker Blac
owArticleerart aid=115622>. k Label Investe em TV Móvel
Westergren J. Link Bai (2006). Disp em: <http://leonardoxavier. iype (2010). Disponível
onível em: <http://wwwjimwestergren.com/ pad.com/mobilizado/2010/01 (joh
investe-em-tv-mACIKB3velhtmi nnie -walker-black-label-
link-bait/>. >.
Wikipédia. Maslow Hierarchy of Needs (2009 Zarrella D. The 8 Elements of
). Disponível em: <hitp://en.wikipedia. Contagious Ideas (2010). Dispon
org/wiki/Maslow927s hierarchy of needs>. danzarrela.com/the--elements ível em: <htip://
-of contagious ideas htmlt's.
Wikipédia. ARToolKit (2010). Disponív Zarrella D. Zombie Marketing
el em: <hétp://en.wikipedia.org/wiki/ : How to use Combined Rele
2011). Disponível em: <http:// vance to Go Viral (2010-
ARToolKit>. danzarrella. com/zombie-marketing
relevance-to-go-vi -how-to-use-combined.
Wikipédia. Paradigm Shift (2010). Disp html ral
é> .
onível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/
Paradigm shifi>.
Wikipédia. Estratégia (2010-2011). Disponível em: <http://pt. wikipedia.org/wiki)
EstratWCIMAGgia>.