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Administração
Mercadologica I
SUMÁRIO
MARKETING 04
MIX DE MARKETING 09
ORIENTAÇÕES DA EMPRESA COM RELAÇÃO AO MERCADO 18
FORÇAS SOCIAIS, MIOPIA EM MARKETING 25
ESTRATÉGIAS E PLANOS DE MARKETING 29
ANÁLISE SWOT 34
OS AMBIENTES DE NEGÓCIOS E SUA ANÁLISE I 38
OS AMBIENTES DE NEGÓCIOS E SUA ANÁLISE II 49
SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MARKETING 52
PESQUISA DE MARKETING 60
MARKETING SOCIAL 68
GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE E A FERRAMENTA
CRM 73
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E FATORES DE INFLUÊNCIA 81
FATORES E TEORIAS DE MOTIVAÇÃO 94
GESTÃO DE MARCAS: SENTIDOS E EMOÇÕES 99
SEGMENTAÇÃO E POSICIONAMENTO DE MERCADO 111
CONCLUSAO 21
REFERÊNCIAS 127
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta disciplina vamos a administração mercadológica a partir dos
princípios básicos do ramo de estudos, contemplando os conceitos que serão importan-
tes para conhecer os recursos disponíveis na nossa atuação como gestores na área de
marketing.
Para que possamos compreender as ações do departamento de marketing de uma
empresa ou as ações possíveis ao profissional da área, devemos conhecer seus princí-
pios norteadores e os elementos ditos “essenciais”, tais como o mix de marketing, seus
desdobramentos e diferenciar necessidades, desejos e valor percebido.
Veremos também que a pessoa míope percebe que sua visão está estranha, detur-
bada, imperfeita, e por isso usa óculos ou lentes de contato corretivas. O que ocorre é
que há empresários que sofrem desse problema e esquecem de colocar seus óculos
para enxergar melhor o todo e focam apenas em uma parte. As consequências que isso
traz são abordadas no contexto da Miopia de Marketing.
Os bons e velhos conceitos de planejamento estratégico, planos e pesquisa de mar-
keting também serão abordados para auxiliar na nossa compreensão de como fazer
diagnosticar, selecionar pontos bons e ruins e então utilizar de caminhos (estratégias)
para agir.
Vamos falar de análise ambiental e entender ambiente como o conjunto de todos os
fatores que, dentro de um limite específico, concebemos que exerce alguma influência
sobre a operação do sistema, o qual corresponde ao foco do estudo.
O comportamento do consumidor é fundamental para os profissionais de marke-
ting. Estudando seus valores e analisando suas emoções e o que se passa na mente
deles os leva a alcançar a satisfação de suas necessidades e desejos. E pensando nos
consumidores, vamos nos preocupar sobre como armazenar todas as informações ne-
cessárias e ainda buscar manter um relacionamento com eles. Para isso, a tecnologia
nos auxilia compilando essas informações e nos dando alertas sobre datas comemorati-
vas e ainda sobre o histórico de compras de nossos clientes.
Você provavelmente trabalha em alguma empresa. Caso não trabalhe, é consumi-
dor, internauta, cidadão e por isso observa e tem opiniões acerca de diversas marcas
existentes no mercado. Sua percepção está ligada ao trabalho que as marcas têm ao
gerir sua imagem. Criam-se identidades, externam-se através de propaganda, de cores
e de slogans aquilo que a marca quer que o mundo veja. Essa gestão é importante para
que possamos crescer e sermos vistos como um diferencial, afinal, não somos “qualquer
marca”, não é mesmo?
A maneira como eu me coloco e me posiciono no mercado, o público com o qual
eu escolho trabalhar (segmentação) precisa se pensado para que tenhamos mais con-
dições de elaborar estratégias diferentes e aplicáveis ao nosso tipo de produto, nosso
consumidor de interesse que difere de outros perfis.
Então perceba como os assuntos estão todos ligados. Criamos uma marca e esco-
lhemos um posicionamento de mercado para que sejamos vistos (queremos ser vistos)
como únicos, e selecionamos também segmentos de mercado para atuar (nosso pro-
duto, nosso serviço), e ainda focamos nossos esforços para agrupar pessoas que tenham
mais probabilidade de comprar nossos bens. Então, damos atenção focada a esses seg-
mentos.
Pelo visto, teremos grandes descobertas pela frente, e te convido a navegar por esse
mundo de informações que te ajudarão a conhecer mais sobre a administração merca-
dológica.
Vamos, lá?
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AULA 01
MARKETING
MARKETING: CONCEITO,
ORIENTAÇÃO E EVOLUÇÃO
Caros(as) alunos(as), todos nós já confundimos Marketing com propaganda, pois isso é
bem comum. Diversos autores já o definiram, mas, como em tantas outras esferas do
conhecimento, o mais difícil parece ser justamente encontrar um consenso, uma defini-
ção unânime. Sendo assim, vamos tentar compreender de uma vez por todas tudo que
está envolvido nessa pequena palavrinha.
Segundo Minadeo (2008), o marketing, além de ser um departamento dentro da
empresa, é a orientação da Administração em determinar as necessidades, desejos e
valores de um mercado, e adaptar-se para que a satisfação dos consumidores seja mais
eficaz que os concorrentes. Trata-se do mercado em ação.
Silva e Biazon (2013) completam que o Marketing interessa a todos, independente-
mente do que se ofereça, e está por toda parte. Reforçando a ideia, temos Kotler e Keller
(2006), que também abordam a identificação e a satisfação das necessidades humanas
e sociais, suprindo-as lucrativamente.
Segundo Boone e Kurtz (2009), o marketing pode ser visto como um processo de
troca, uma vez que para se produzir e colocar no mercado um novo produto é preci-
so pesquisar as necessidades e desejos dos consumidores e assim oferecer o produto.
Nesse sentido, cria-se algo denominado utilidade, que faz parte da vida econômica de
uma sociedade. Faz-se a troca de produtos e serviços, atendendo desejos pelo retorno
financeiro.
Já Churchill (2000) fala da troca como uma transação voluntária entre uma orga-
nização e um cliente a fim de beneficiar ambos. Ou seja, os consumidores encontram
nas organizações aquilo que desejam e as empresas recebem retorno financeiro. Ainda
segundo o autor, há dois tipos de clientes que participam de trocas comerciais: compra-
dores organizacionais, que compram bens e serviços para empresas, e os consumidores
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que compram para uso próprio ou para presentear outras pessoas.
Para Lovelock e Wirtz (2006), o marketing pode ser visto de diversas formas: pode ser
considerado um esforço estratégico e competitivo, um conjunto de atividades funcio-
nais ou uma orientação dirigida ao cliente por toda a organização.
Segundo Boone e Kurtz (2009) O marketing abrange ou permeia todos os serviços
organizacionais. Dentro das novas formas de competição, o marketing opera em três
dimensões: como cultura, como estratégia e como tática, refletindo três níveis de estra-
tégia: corporativa, de negócio e funcional. Embora cada dimensão do marketing esteja
presente em cada nível de estratégia, a ênfase dada a cada dimensão varia de acordo
com o nível de estratégia e o nível dentro da hierarquia da organização.
Como cultura, o marketing é um conjunto de valores básicos e crenças acerca da im-
portância do cliente que orienta a organização. O marketing como estratégia é a ênfase
ao nível de unidade de negócios onde o foco está na segmentação, no posicionamento
e no mercado-alvo e no negócio escolhido, definindo como a empresa compete. Como
tática, o marketing focaliza nos elementos integrados do mix de marketing tais como
preço, produto, promoção, distribuição e serviço ao cliente.
ANOTE ISSO
O principal objetivo do marketing é criar valor para o cliente. Planejar e uti-
lizar estratégias tornam-se fundamentais para que tenhamos um foco, uma
meta, um objetivo a seguir e que tenhamos detalhado como chegaremos lá.
Essas ações de estratégia e planejamentos podem fazer a diferença entre
as empresas, sobretudo pelo conhecimento de seus pontos fortes e fracos,
ameaças e oportunidades nos chamados Ambientes de Marketing, que são
divididos em interno e externo e dizem respeito aos steakholders que estão
ligados a empresa e de forças que ultrapassam as vontades do gestor. As
influências externas são maiores do que nós, mas precisam ser monitoradas
para que não sejamos pegos de surpresa, não é mesmo?
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EVOLUÇÃO DO MARKETING
O marketing, assim como nós, evoluiu com o tempo e gerou diferenciações. Alguns au-
tores tratam essa evolução como uma orientação; outros abordam como uma evolução
numérica. Boone e Kurtz (2009) tratam de “orientação”, mas outros autores como Kotler;
Kartajaya e Setiawan (2010) tratam os conceitos e orientações de marketing como 1.0, 2.0
e 3.0. Vamos aqui fazer um paralelo entre os autores e suas nomenclaturas: assim perce-
beremos que se trata da mesma finalidade, veja:
•• Orientação para a produção: centra-se nos produtos e em como fabricá-los. É
uma filosofia de negócios que enfatiza a produção e a entrega de produtos. Mas
não basta apenas produzir, é preciso deixar que os clientes venham até você.
Isso pode ser chamado de marketing 1.0. É a versão mais antiga e pode-se dizer
que foi a primeira “classificação” para diferenciar as etapas evolutivas de acordo
com a era que se vive individualmente ou em conjunto com a sociedade e o mer-
cado. Na época em que surgiu, durante a era industrial, o marketing 1.0 tinha como
objetivo vender para quem quisesse comprar. Dessa forma, Kotler, Kartajaya e Se-
tiawan (2010, p. 03) afirmam que “os produtos eram relativamente básicos, conce-
bidos para servir ao mercado de massa”.
•• Orientação para vendas: concentra-se em produzir bens e serviços e levar os clien-
tes a comprá-los. Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010, p. 04), “o marketing
2.0 surgiu na atual era da informação – cujo núcleo é a tecnologia da informação”.
Sendo assim, observa-se que os profissionais de marketing têm uma tarefa um
pouco mais árdua, uma vez que, para atender as necessidades e desejos dos con-
sumidores, é preciso que se segmente o mercado detalhadamente, pois o que se
encontra são consumidores exigentes e dotados de informação.
•• Orientação para marketing: preocupa-se em descobrir o que os clientes preci-
sam e desejam e produzir bens e serviços que eles dizem precisar e desejar e ofe-
recer a eles. O marketing 3.0 tem uma responsabilidade maior no que se refere às
missões, visões e valores, que são apresentados ao consumidor. Segundo Kotler,
Kartajaya e Setiawan (2010, p. 05), “seu objetivo é oferecer soluções para problemas
da sociedade”.
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Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0
Conforme conclusão de Sousa (2017, p. 140) podemos entender, portanto, que a essência
do marketing, é conhecer, interagir e atender às necessidades dos clientes e da sociedade
em geral. E como vimos no quadro, essa essência vem evoluindo juntamente com o seu
conceito, tendo em vista que as empresas, os negócios têm sido originados a partir da
busca por atender às necessidades e desejos dos clientes. Pelo menos, é o que deve ser!
Segundo Boone e Kurtz (2009), a administração de marketing é a arte e a ciência de
escolher mercados alvo e obter, manter e multiplicar clientes por meio da criação, da
entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente. É aquilo que as empresas
fazem e devem fazer para criar valor para os clientes e alcançar seus objetivos. Inclui o
desenvolvimento de planos e estratégias de marketing, o entendimento dos clientes e
mercados, o desenvolvimento de compostos de marketing e a implementação e contro-
le de atividades de marketing.
MIX DE
MARKETING
Todos nós já ouvimos falar dos 4Ps ou Mix de marketing, até sabemos o que são, mas é
sempre bom reforçar alguns conceitos, pois nosso foco principal neste livro faz parte de
um dos elementos desse Mix que, mesmo sendo “antigo”, funciona e resume bem as
atividades do marketing. Vamos conhecer?
Uma informação importante é que dificilmente vamos compreender o marketing
sem compreender seus principais fatores: produto, preço, praça e promoção. São esses
elementos que dão origem a tantas outras formulações estratégicas exigidas para gerir
uma empresa. Sendo assim, te convido a conhecer um pouco mais de perto cada um
desses elementos do composto mercadológico:
Produto: é tudo aquilo que um consumidor recebe quando faz uma compra. Em
outras palavras, é qualquer objeto ou serviço colocado no mercado. Um produto
é desenvolvido para desempenhar alguma função e satisfazer uma necessidade
que varia em razão de gosto, temperamento e hábitos de clientes.
Muitas vezes, um produto vai além de um simples objeto palpável – as pessoas tendem
a comprar seus produtos pelo status que ele gera perante amigos e familiares, de modo
que a escolha está ligada a um composto mais amplo do que é oferecido.
Minadeo (2008) aponta que fazem parte do produto e contam pontos para a decisão
de compra do consumidor: a qualidade apresentada, o design, a cor e a embalagem,
além do serviço de atendimento que vem embutido nessa compra. Ou seja, um produto
de qualidade seguido de um bom atendimento vende.
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Os produtos também são classificáveis, como ilustra o quadro 1:
TANGÍVEIS Sabonetes, eletroeletrônicos, livros – aqueles que podem ser vistos, tocados
e manuseados.
Bens de consumo Produtos de conveniência: são adquiridos sem especial decisão pelo
vão direto para o consu- consumidor. É levada em consideração a facilidade para a compra.
midor
Produtos de compra comparada: produtos de maior valor e frequência
reativamente baixa e devem atender a expectativa dos consumidores.
Comparam-se as alternativas.
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AMPLITUDE EXTENSÃO PROFUNDIDADE1 CONSISTÊNCIA
Energético Burn
Também é fato que empresas novas ou produtos novos que buscam penetração de
mercado usarão as estratégias de preço baixo para ganhar adesão, ou o contrário (skim-
ming), quando se entra no mercado com um preço alto justamente para nivelar os con-
sumidores por cima.
Promoção: Conforme Limeira (2003, apud Silva; Biazon, 2013) o “P” de promoção
tem como objetivo a fixação do produto na mente do consumidor, criar uma men-
sagem única e consistente, fortalecer a imagem da marca, oferecer informações
e incentivos para a aquisição do produto ou serviço e gerar atitude favorável aos
diversos públicos. Em outras palavras, o objetivo da promoção nada mais é do que
se comunicar com o cliente.
A comunicação deve ser empregada para atingir metas estratégicas específicas. Chur-
chill e Peter (2000, apud Silva; Biazon, 2013) elencam cinco metas estratégicas: (1) esti-
mular a consciência de que os produtos e serviços são bons e satisfazem as necessida-
des; (2) formar imagens positivas, criando na mente das pessoas avaliações positivas; (3)
identificar clientes potenciais, descobrindo possíveis necessidades; (4) aumentar a coo-
peração entre membros do canal e (5) reter clientes criando valor, satisfazendo desejos
e necessidades e conquistando sua lealdade.
Diversos autores abordam o composto comunicacional do marketing e, dessa forma
abrangente, podemos conhecer de quais maneiras de comunicar o produto ou serviço
ao cliente podemos lançar mão como um canal de comunicação, sendo elas: propa-
ganda, venda pessoal, promoção de vendas e publicidade. Esses elementos podem ser
divididos em venda pessoal e venda impessoal (propaganda, promoção de vendas e
publicidade), considerando, inclusive, a realização de eventos, experiências, relações pú-
blica e a utilização do marketing direto.
Vamos conhecer agora exemplos de ferramentas de comunicação dentro dos seus
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respectivos elementos do composto:
Promoção Relações
Propaganda Força de Vendas Marketing Direto
de vendas públicas
Material Eventos
audiovisual
Símbolos
e logos
Vídeos
Silva e Biazon (2013) apontam que o conceito de promoção inclui ferramentas para a
promoção de consumo (cupons, reembolso, descontos posteriores ou não, brindes ou
prêmios, amostras, recompensas, testes gratuitos, garantias, promoções combinadas,
cruzadas, displays de ponto de venda e demonstrações) e de comércio (descontos, con-
cessões de propaganda, bonificações por exposição ou propaganda cooperada) aponta-
das tanto por Churchill e Peter (2000) quanto por Kotler e Keller (2006), sendo que esses
acrescentam a promoção setorial e a equipe de vendas (feiras comerciais e convenções,
concursos para vendedores e propaganda dirigida).
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ANOTE ISSO
Quando abordamos o mix de marketing, levamos em consideração o pro-
duto ou serviço que vai ser criado/disponibilizado. Esse produto deverá ter
um preço e nele poderá ou não estar incluso o custo da distribuição (fre-
te). Para que os consumidores saibam da existência desse produto/serviço,
deve existir a promoção, a qual se encarrega de divulgar, de comunicar o
produto. Por fim, onde encontrarei esse tão fabuloso produto, cujo preço me
interessa e que foi tão bem divulgado? Eis a distribuição (praça), sendo sua
função (e isso é marketing e logística trabalhando juntos) expor o produto no
ponto de venda, seja na loja física ou virtual e dizer: “querido cliente, se você
quer ter um desses, pode ir até o endereço tal e fazer sua retirada ou clicar
no botão tal para encaminharmos o produto até a sua casa”.
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AULA 03
ORIENTAÇÕES DA
EMPRESA COM RELAÇÃO
AO MERCADO
ORIENTAÇÕES DA EMPRESA
COM RELAÇÃO AO MERCADO -
NECESSIDADES, DESEJOS
E VALOR PERCEBIDO
Do ponto de vista gerencial, marketing é o processo de planejar e executar a consecu-
ção, a determinação do preço e a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços
para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.
Há vários tipos de marketing com ou sem fins lucrativos, tais como marketing de
serviços, produtos, pessoas, lugares, causas e organizações. A análise de marketing pode
ser feita com bons resultados nos níveis global, nacional, organizacional, de produto e
de marca.
As orientações tradicionais do marketing são no sentido da produção, vendas e mar-
keting. A orientação para a produção centra-se em produzir bens e serviços eficiente-
mente, informando os clientes sobre eles e esperando que os clientes os comprem. A
orientação para vendas concentra-se em produzir bens e serviços e levar os clientes a
comprá-los. A orientação para marketing preocupa-se em descobrir o que os clientes
precisam e desejam, produzir bens e serviços que eles dizem precisar e desejar e ofere-
cer a eles.
Analisando o processo evolutivo do marketing, é possível perceber que o foco princi-
pal sempre esteve voltado para a satisfação de alguma necessidade do cliente, seja ela
de compra, de mais informações para fidelização ou de percepção do valor agregado à
atividade econômica. Nesse sentido, Minadeo (2008) faz, de forma brilhante, um resumo
das premissas nas quais se baseia a atividade de marketing:
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•• O atendimento das necessidades dos clientes (razão de ser da empresa).
•• A satisfação, que é uma sensação pessoal oriunda da experimentação e compara-
ção das expectativas geradas antes da compra.
•• A lealdade como resultado da satisfação do consumidor.
•• Pesquisa de mercado.
•• Promoção de relacionamento com o cliente.
•• Oferta de produtos e serviços de qualidade.
Com relação ao valor ou conceito de valor, Boone e Kurtz (2009) dizem que o Marketing
voltado para o valor centra-se em compreender clientes e ambientes, criar um valor su-
perior aos clientes e, quando apropriado, construir relacionamentos duradouros. O mar-
keting voltado para o valor baseia-se em seis princípios que incentivam os profissionais
de marketing a concentra-se na criação de entrega de valor para o cliente; oferecer aos
clientes um valor maior do que os concorrentes oferecem, mudar ambientes quando
necessário para melhorar as chances de sucesso, usar equipes interfuncionais quando
elas melhoram a eficiência e eficácia das atividades do marketing, melhorar continua-
mente o planejamento, implementação e controle de marketing e considerar o impacto
das atividades de marketing sobre outros stakeholders.
Para o cliente, Valor é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos bene-
fícios e quanto aos custos de comprar e usar produtos e serviços. Os benefícios típicos
para o cliente são funcionais, sociais, pessoais e experimentais.
•• Funcionais: Os benefícios tangíveis recebidos em bens o serviços.
•• Sociais: As respostas positivas que os clientes recebem de outras pessoas por com-
prar e usar determinados produtos e serviços.
•• Pessoais: Os bons sentimentos que os clientes experimentam pela compra, pro-
priedade e uso de produtos, ou pelo recebimento de serviços.
•• Experimentais: O prazer sensorial que os clientes obtêm com produtos e serviços.
Os custos típicos para o cliente são monetários, temporais, psicológicos e compor-
tamentais.
•• Monetários: A quantidade de dinheiro que os clientes pagam para receber produ-
tos e serviços.
•• Temporais: O tempo gasto comprando produtos e serviços.
•• Psicológicos: A energia e a tensão mentais envolvidas em fazer compras e aceitar
os riscos dos produtos.
•• Comportamentais: A energia física que os clientes despendem para comprar pro-
dutos e serviços.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Percebe a diferença? Veja essa definição em quadro:
O que precisa ficar claro para nós é que, como profissionais da área de marketing, não
criamos necessidades, mas trabalhamos com as marcas de nossos clientes a fim de tor-
ná-las desejáveis e desejadas.
Vamos conhecer um pouco sobre essa “coisa” que chamamos de valor. Para isso,
acredito que devemos compreender algumas diferenças cruciais no significado das pa-
lavras e também na importância que elas têm em nosso processo de produção, diferen-
ciação e busca por lucratividade.
Quando desenvolvemos um produto, pensamos na sua finalidade, no que ele vai
resolver e no que tem de tão espetacular para merecer ser comprado por nossos clien-
tes. Porém, muitas vezes, ao pensar na construção e desenvolvimento desse produto,
não damos atenção ao seu custo de produção, aos “ingredientes” que devemos ter para
compô-lo, e isso é uma matemática, porque somamos os insumos, multiplicamos pela
quantidade produzida, incluímos um percentual de lucro que queremos e pronto, eis o
preço do produto.
O que não percebemos é que esse preço por produto precisa ser entendido como
justo para nossos clientes. Dessa história, surge o VALOR. As empresas, sempre que lan-
çam um produto ou que os oferecem, criam expectativas nos consumidores e, dessa
forma, procuram satisfazer e ainda superar essa expectativa.
Blackwell, Miniard e Engel (2008, p.6-73) afirmam que o “comportamento do consu-
midor é definido como atividades com que as pessoas se ocupam quando obtêm, con-
somem e dispõem de produtos e serviços” e que “ninguém compra um produto a não
ser que haja um problema, uma necessidade ou um desejo”.
Estamos diante de um consumidor moderno, muito mais consciente, com mais in-
formação e mais exigente, além de ter mais opções com relação ao que e onde comprar.
Ele toma decisões melhores, mais rápida e mais fácil. Ele quer se beneficiar com as ino-
vações e ser tratado de forma particular, como indivíduo único (SAVASTANO, 2003).
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Para criar valor para os consumidores e lucros para suas organizações, os
profissionais de marketing precisam entender por que os consumidores
compram certos produtos e não outros [...] para obter esse entendimento,
os profissionais de marketing estudam o comportamento do consumidor:
os pensamentos, sentimentos e ações dos consumidores e as influências
sobre eles que determinam mudanças (CHURCHILL e PETER, 2008, p.146).
Desta forma, devemos compreender que o conceito de valor para o consumidor é im-
portante porque é quem liga o comportamento do consumidor e as ações de marketing
com suas consequências econômicas. Além disso, serve como um princípio organizador
para a medição e estratégia de marketing (SAVASTANO, 2003, p. 35).
O grande desafio das empresas passa a ser como medir esta dispo-
sição a pagar ou como medir o valor percebido pelo cliente de uma
oferta de solução, uma vez que estas medidas dependem de uma clara
compreensão das necessidades e desejos dos clientes que por sua vez
estão relacionados a fatores intangíveis e de percepções subjetivas, di-
fíceis de serem mensurados (SAVASTANO, 2003, p. 1)
ANOTE ISSO
Essa percepção de que o cliente tem a respeito do valor de um produto é
muito importante e deve fazer parte das estratégias de comunicação de uma
empresa. Isso porque é justamente o Valor Percebido que faz seu produto se
destacar dos concorrentes e, por mais curioso que pareça, isso não depende
exclusivamente de preço.
Fonte: <http://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-o-conceito-de-va-
lor-percebido-pelo-cliente/>
Vamos entender de forma lúdica. Eu sempre dou um exemplo bem simples para expli-
car essa diferença: imagine que você vai comprar um chocolate porque está com von-
tade. Mas chocolate tem de todos os tipos, sabores, marcas e preços. Nesse caso, para
matar sua vontade você pode escolher um Sonho de Valsa da Lacta e pagar R$ 0,50, mas
tem também a opção de escolher um chocolate chamado Língua de Gato da Kopenha-
gen que custa R$ 1,20.
Nesse dilema, você pode levar em consideração o preço que você pagaria por cada
produto, mas entra nesse pensamento outras variáveis tais como a marca e também a
qualidade. Você pode considerar comprar o Sonho de valsa porque sua vontade é cho-
colate e pouco importa a embalagem, ou você pode pensar que a marca Kopenhagen
é considerada cinco estrelas, macio e saboroso, cuja preparação é diferenciada. Sendo
assim, você pode considerar que o preço pago pela Língua de Gato faz jus ao produto
superior que está sendo consumido. Eis a essência do VALOR.
Mas agora vamos teorizar um pouco. Se nós sabemos que são os clientes que pagam
pela mercadoria, também será ele quem vai julgar se o preço é justo ou não, se o produ-
to tem valor ou não. Quer dizer, se vale a pena pagar aquele preço pelos benefícios do
produto. Até aqui entendemos, certo?
De acordo com Beni et al. (2016, p. 7), “o preço baixo não é fator determinante, mas
sim a contribuição que esse produto trará em seu dia a dia”. Produtos de valor agrega-
do devem oferecer algo superior, suas características funcionais, por exemplo, precisam
ficar claras para que possa valer a pena para o consumidor, ou seja, estamos falando de
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custo-benefício. Isso foi feito, por exemplo, no mercado de iogurte.
De olho no consumidor mais abonado, o foco está nas marcas mais
caras. Além de Activia (que custa entre 20% e 25% a mais do que uma
polpa comum), a Danone também quer convencer as mães de que um
petit suisse (com preço até 20% maior) é melhor para os pequenos do
que uma simples polpa de frutas (MILK POINT, 2008, online)
A empresa busca convencer os consumidores (e para isso usam dados e ações de co-
municação) de que o produto, além de realizar os benefícios funcionais “normais”, ainda
tem algo a mais e oferece um bônus, um “plus”, e por isso pode custar mais.
Consumidores que estão dispostos a pagar mais por um produto pelos benefícios
adicionais, por diferenciais, por qualidades que este produto ou marca ofereça está re-
lacionado ao valor agregado ou à percepção de valor agregado. Podemos escolher uma
alface “comum” ou optar por pagar um valor maior por uma alface orgânica cultivada
sem agrotóxico. Assim, entendemos que escolhemos por uma questão de preferência,
por dar valor superior em comparação a outros, por um produto em detrimento de outro.
Em 2017, tivemos uma crise da carne no Brasil, todos se lembram, certo? Pensando
nisso, veja este trecho de uma reportagem:
Podemos compreender que o valor agregado deste produto, a carne, é algo a ser pensa-
do desde a criação do bezerro, que precisará ter certos cuidados para que sua carne seja
macia e lhe confira valor superior, ou melhor, que ele seja mais bem visto e mais aceito,
o que se pode dizer que também poderá custar mais.
Para clarear ainda mais a ideia, vamos utilizar uma figura com a diferença entre as
percepções do cliente quanto aos benefícios e custos da compra e uso de produtos e
serviços e os custos que eles incorrem para obtê-los:
Podemos dizer então, com o apoio das ideias de Savastano (2003), que os consumido-
res geralmente querem maximizar os benefícios que recebem por meio da procura do
produto que melhor se identifica com suas necessidades (de acordo com a teoria da
racionalidade econômica, os consumidores são egoístas e querem a maximização das
vontades pelo menor custo possível), e do outro lado temos as empresas que maximizar
o valor gerado pelo consumidor ao lhe oferecer proposições de valor que são lucrativas.
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AULA 04
FORÇAS SOCIAIS,
MIOPIA EM MARKETING
As empresas operam constantemente em busca de oportunidades de mercado para
atender necessidades e desejos dos clientes obtendo lucro (aliás, esse é uma das ótimas
formas de entender o marketing). O que precisamos também investigar, monitorar ou
pelo menos saber que existe são forças sociais que impactam o ambiente no qual nos-
sas empresas atuam.
Essas forças sociais podem auxiliar ou prejudicar o nosso planejamento, nosso re-
sultado e nossos interesses enquanto profissionais gestores. Devemos nos atentar ao
ambiente em que estivermos inseridos e monitorar as forças sociais que permeiam o
macroambiente para que não nos pegue de surpresa.
O que acontece nesse espaço é que muitas empresas ficam tão felizes por descobrir
ou produzir um produto e focar somente na produção que se esquecem de se orientar
para o mercado, a exemplo do que vimos no Marketing 1.0.
Sendo assim, gostaria de abordar problemas que podemos enfrentar com a miopia
de marketing. Mas o que é isso? Certamente você conhece alguém que usa óculos, ou
você mesmo pode usar e o faz por que é míope, certo?
De acordo com o Dicionário Informal online6, miopia é a “anomalia da refração ocular
cujo resultado é a má visão a distância, visto que um objeto afastado se forma à frente
da retina, levando a que se veja com nitidez apenas o que está mais próximo”
Maia (2011) diz ainda que “o míope tem uma visão curta, não consegue enxergar a
distância, foca no que está perto. Perde assim a sua visão do todo”. E foi justamente essa
premissa que levou Theodore Levitt em 1960 a fazer a analogia ao que chamou de Mio-
pia de Marketing. Isso implica dizer que as empresas apresentam uma visão curta, uma
visão míope, e não conseguem definir direito ou enxergar suas possibilidades dentro do
mercado.
A ideia de Levitt nos faz refletir quanto à ação de alguns empresários que veem ape-
nas algumas partes do todo, como diz Maia (2009):
26
6
Disponível em < http://www.dicionarioinformal.com.br/miopia/>
[...] focalizam apenas detalhes operacionais do seu negócio, fixam-se
apenas no produto e, consequentemente, perdem grandes oportuni-
dades de expansão. Esses empresários não identificam no tempo certo
as ameaças que estão sempre presentes em todos os segmentos do
negócio. Estão tão focados em seu produto ou serviço que chegam a
negligenciar seus clientes. Não percebem no momento adequado as
modificações ocorridas em função das mudanças ambientais, do com-
portamento do consumidor e das novas exigências tecnológicas.
A marca era centenária, e durante muito tempo foi campeã, aliás pioneira, no ramo que
popularizou a fotografia. Porém, parou no tempo. Não inovou, não se atentou ao mer-
cado e à evolução. Enquanto estávamos migrando para as câmeras digitais, eles conti-
nuavam querendo vender filme fotográficos. Este, talvez, seja o exemplo de Miopia de
Marketing mais famoso.
Alguns dizem que a empresa estava sim antenada à tecnologia digital, mas não es-
tava muito inteirada ou não se importou, além do fato de que falhou na qualidade nos
produtos que lançou na modalidade.
Uma vez que compreendemos que o marketing nasce para atender as necessidades
dos clientes, Levitt (2004 apud SOUSA 2017, p. 140), quando aponta a miopia de marke-
ting, vem argumentar que “a indústria deve desenvolver-se a partir das necessidades
do cliente, trazendo produtos e/ou serviços capazes de satisfazê-los”. Uma vez que essa
premissa foi cumprida, então poderemos deixar surgirem outras preocupações, “como
a pesquisa e desenvolvimento, o processo produtivo e as vendas.”
Esse entendimento foi um divisor de águas naquilo que entendemos como orienta-
27
ção para a produção e orientação e vendas (marketing 1.0 e 2.0) e orientação de marke-
ting (marketing 3.0).
Contribuindo e fechando, Costa (2010) diz que o pensamento da ideia de “Miopia em
Marketing” proposto por Levitt é factível por tratar de situações concretas que se desdo-
braram no decorrer da história das organizações. O autor trabalhava com exemplos das
petrolíferas que mesmo passando por problemas ao longo da história, não aprenderam
com os próprios erros e continuavam focando no produto e não no mercado.
Levitt argumenta que as empresas trabalham melhor, ou se reconhecem como me-
lhores, enquanto produtora de satisfação de clientes por meio do conhecimento das
reais necessidades do mercado na qual atuam e direcionando sua produção em torno
deste conhecimento.
Muitos dirigentes cometem erros por ficarem entusiasmados com a possibilidade
de crescimento da empresa e fazem com que essa expansão aconteça de forma rápida.
Existe, porém, a ameaça da decadência, porque mesmo tendo um bom produto, por
vezes a empresa para de crescer por uma questão de saturação do mercado que não foi
percebida pelos empresários míopes. Mas, de acordo com Levitt, a culpa não seria ape-
nas do mercado, e sim da falha dos gestores.
Entretanto, conforme Costa (2010), não existe um mercado com características uni-
versais, mas sim diversos mercados com características bastante peculiares, tão pecu-
liares que, alguns, podem justificar a prática condenada por Levitt, que é a filosofia de
orientação para o produto.
E aí, será que você é míope?
28
AULA 05
ESTRATÉGIAS E PLANOS
DE MARKETING
De acordo com Melo (2008), o conceito de planejamento estratégico teve origem da ne-
cessidade que temos, e que as organizações também têm, de pensar em um caminho
para sobreviver às mudanças. Vemos que essas mudanças ocorrem cada vez mais rápi-
das, e por isso buscamos alcançar nossas metas, aquilo que esperamos. Por isso, deve-
mos traçar, desenhar, esquematizar quais resultados queremos, definir como faremos
para alcançar e também como iremos monitorar e avaliar esses resultados (indicadores).
Trago aqui autores para nos ajudar a entender a importância das estratégias na vida
empresarial e a atuação dos gestores. De acordo com Hitt, Ireland e Hoskisson (2008),
estratégia é vista como um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações
definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva, caracte-
rizando-a quando uma empresa implementa uma estratégia que os concorrentes não
conseguem copiar ou acham custosa demais para imitar. Johnson, Scholes e Whitting-
ton (2011) dizem que por meio da estratégia, as organizações conquistam vantagens em
um ambiente inconstante por meio da configuração de recursos e competências com o
intuito de atender às expectativas dos stakeholders.
O Marketing interessa a todos, independentemente do que se ofereça, e está por
toda parte. Marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas
e sociais, suprindo-as lucrativamente (KOTLER E KELLER, 2006). Para Lovelock e Wirtz
(2006), “o marketing pode ser visto de diversas formas: pode ser considerado um esfor-
ço estratégico e competitivo, um conjunto de atividades funcionais ou uma orientação
dirigida ao cliente por toda a organização”. Precisamos compreender que o marketing
é construído por estratégias e decisões.
Johnson, Scholes e Whittington (2011) falam sobre a necessidade de mudanças nas
orientações estratégicas das organizações e sobre os termos de estratégia e orientação
estratégica, do porque eles são tão importantes e o que os diferencia de outras mudan-
ças, atribuições e decisões de caráter organizacional.
30
É a lógica de Marketing por meio da qual uma empresa espera alcan-
çar seus objetivos de Marketing, constituída de estratégias especificas
para os mercados-alvos, o posicionamento, mix de Marketing e os ní-
veis de despesas da empresa (KOTLER, 2003, p. 49).
Johnson, Scholes e Whittington (2011) ressaltam o valor dos gerentes que dão importân-
cia à estratégia, esclarecendo que ela não surge por si mesma, e que a gestão estraté-
gica pode ser pensada como posicionamento da organização, quando devem ser feitas
escolhas para o futuro e o gerenciamento das ações. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel
(2000) dizem que um bom estrategista deve prestar atenção às condições existentes e
desenvolver a capacidade de prever e também de reagir a eventos inesperados.
De acordo com Kotler (2003), os desenvolvimentos das estratégias competitivas de
Marketing posicionam solidamente a empresa frente aos seus concorrentes e lhe con-
firmam a maior vantagem competitiva possível. Dentre as estratégias de marketing, é
possível citar aquelas com foco na concorrência onde, conforme Brito, Buzignani e Biazon
(2011), a competitividade do mercado reflete na comunicação entre as empresas, criando
disputas entre os concorrentes. Para Hooley e Saunders (1996), a formulação da estratégia
implica saber exatamente o que o concorrente está fazendo, de modo que o estabeleci-
mento de metas futuras e pressuposições feitas sobre si mesmo e sobre o setor impelem
o concorrente. Dias (2003) exemplifica apontando as estratégias de Marketing de guerra
hipercompetitivas destinada às empresas que atuam em mercados estáveis.
Hierarquicamente, temos o planejamento estratégico da empresa, e dentro dele te-
mos o planejamento de marketing, com uma abrangência maior e planos mais específi-
cos. O planejamento estratégico de marketing mostra às empresas como fazer e utilizar
recursos e capacidade para cada tipo de situação, e mostra como alcançar a satisfação
usando um método especifico para cada consumidor/cliente, satisfazendo a necessida-
de de cada organização.
“Um negócio bem planejado terá mais chances de sucesso que aquele sem planeja-
mento, na mesma igualdade de condições” (DORNELAS, 2005, p. 93). Recomenda-se a
utilização de um plano de marketing, documento estratégico corporativo, considerando
e sintetizando fatores, alternativas e avaliações (DIAS, 2003).
Assim, considerando os apontamentos de Ferreira, Reis e Serra (2010, p. 333),
A organização tem que desenvolver estratégias de marketing para criar uma competiti-
vidade sobre as outras organizações. A vantagem competitiva ajudará a empresa a ga-
nhar prioridade para atender seus consumidores e assim satisfazê-los. “A estratégia de
marketing é um plano que indicará como a organização utilizará suas forças e capacida-
des para adequar-se às necessidades e exigências do mercado.” (FERRELL; HARTLINE,
2005, p. 14). É fundamental, chamar a atenção do público-alvo.
Hooley e Saunders (1996, apud Biazon, 2013) apontam três etapas para o desenvolvi-
mento de uma estratégia de marketing: (1) deve ser estabelecida uma estratégia central,
avaliando as capacidades da empresa, seus pontos fortes e fracos em relação à concor-
rência e as oportunidades e ameaças apresentadas pelo ambiente – nessa etapa, devem
ser identificados os objetivos de marketing e o enfoque mais amplo para atingi-los; (2)
posicionamento competitivo, considerando a vantagem diferencial da organização e
31
(3) implementação, colocando a estratégia em prática, levando tanto o posicionamento
quanto os próprios produtos e serviços aos mercados-alvo.
Outro aspecto que compõe o planejamento estratégico de marketing é a missão,
que segundo Ferrell e Hartline (2005, p. 27), “é uma declaração clara e concisa (um pará-
grafo ou dois, no máximo) que explica a razão de existir da organização”.
O conceito de visão é compreendido na linguagem de Oliveira (2009, p. 65):
Em relação aos desafios, esses são a quantificação, com prazos definidos, do objetivo
estabelecido. Para serem alcançados, os desafios exigem esforço extra, ou seja, pressu-
põem a alteração do status quo.
A estratégia de marketing vem para mostrar à organização como satisfazer as ne-
cessidades dos clientes. Muitas empresas não acreditam que essas medidas possam ser
úteis para seu empreendimento, mas isso é necessário para que uma empresa consiga
acompanhar as exigências da sociedade.
O plano de Marketing é a fonte-chave de informação do plano de negócios de uma
empresa. É no plano que se identificam as oportunidades mais promissoras para a em-
presa e se faz o estudo de como entrar e manter uma posição forte em determinados
mercados. O termo “Plano de Marketing” é usado para descrever os métodos de aplica-
ção de recursos de Marketing para atingir objetivos de Marketing. (CRUZ, 2012, p.22)
A autora diz ainda que o processo de criação de um plano de Marketing é um proces-
so rigoroso que demora o seu tempo a ser construído. O plano de Marketing não pode
ser criado num ambiente fechado, mas sim num ambiente de partilha de informações,
pesquisas e investigação sobre os mercados. Basicamente, um plano de Marketing aca-
ba por ser um guia para as atividades de Marketing planejadas, e acreditamos que essa
ação de planejar seja uma garantia de que essas atividades estão ou estarão de acordo
com a estratégia da empresa.
Nenhum plano funciona sem o estabelecimento de objetivos, ou seja, sem se esta-
belecer onde se quer chegar. Segundo Ferrell e Hartline (2005, p. 34), “todo objetivo fun-
cional deve ser expresso em termos claros e simples, de modo que todos entendam que
tipo e nível de desempenho a organização deseja”. Dessa forma, para que o plano possa
ter um inicio, devemos estabelecer uma meta (objetivo) e um prazo.
O plano de marketing fornece à equipe de marketing objetivos específicos para se-
rem atingidos e ressalta que, apesar de os planos de marketing não serem todos iguais,
todos devem incluir seções que tratem de sete assuntos, dentre os quais os citados por
Dias (2003, p.481):
1. Paginas de apresentação (folha de rosto, índice ou sumário, intro-
dução);
2. Descrição geral da situação atual de mercado (panorama geral da
coleta de dados e sua interpretação);
3. Objetivos (exposição numa única frase de cada estratégia principal
dos resultados esperados);
4. Estratégias (como alcançar os objetivos, mercado-alvo, posiciona-
mento, quatro Ps);
5. Implementação (recursos e responsabilidades, avaliação, demons-
trativos financeiros);
32
6. Análises (apêndices que mostram dados e os seus significados);
7. Resumos (versões sintetizadas do plano como um todo: resumo
executivo e resumo final).
33
AULA 06
ANÁLISE SWOT
Sabemos da importância das estratégias para a consolidação do planejamento e planos
de marketing, e para que possamos elaborá-los de forma mais real e buscar aumento de
nosso potencial, devemos realizar diagnósticos. Então, agora, vamos bancar o médico.
Uma das grandes e conhecidas estratégias de marketing para realizar um diagnós-
tico ambiental é a matriz SWOT, que nos auxilia trazendo uma busca por aquilo que
temos de bom e ruim.
O termo SWOT tem origem no inglês e é uma sigla de forças (S–strengths) e fra-
quezas (W–weaknesses), ameaças (T–threats) e oportunidades (O–opportunities).
Caso queiram, podemos também utilizar outra denominação, em português, conheci-
da como F.O.F.A. (acrônimo das mesmas palavras) só que foram reordenadas diferente-
mente (SOUZA, SILVA e OLIVEIRA, 2013).
Para contextualizar, no livro “Safari da Estratégia”, Minstzberg et al. (2000) fazem uma
divisão em “escolas” para mostrar como o delineamento das estratégias se deram de
acordo com o tempo, e constatam que a metodologia SWOT foi originada na escola do
Design, que na década de 1960 “apresentou a formulação da estratégia como um mo-
delo que busca atingir uma adequação entre as capacidades internas face às possibili-
dades externas de uma organização” (SOUZA, SILVA e OLIVEIRA, 2013).
Outra referência a essa matriz vem do livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, que no
século IV a.C. já abordava a seguinte orientação: “Concentre-se nos pontos fortes, reco-
nheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças”. É isso que
devemos fazer: investigar para obter informações relevantes sobre nossos pontos.
Essa fase, do diagnóstico estratégico, é realizada por meio de pessoas que analisam
e verificam aspectos inerentes à realidade externa e interna da empresa.
Para Souza, Silva e Oliveira (2013),
De acordo com Oliveira (2009), a Análise externa consiste na etapa que verifica as amea-
ças e as oportunidades que estão no ambiente da empresa e as melhores maneiras de
evitar ou usufruir dessas situações. A empresa deve olhar para fora de si, para o ambien-
te onde estão as oportunidades e ameaças.
36
Figura: Questões potenciais da analise externa
Fonte: FERRELL e HARTLINE (2009, p.134-135)
Na Análise interna, o gestor deve começar a pensar em termos do que a empresa pode fazer
bem e onde estão suas deficiências, verificar os pontos fortes, fracos e neutros da empresa.
Como vimos, essa análise é baseada no interior da empresa (interno) e exterior (externo), por
isso podemos entender que o ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da orga-
nização, já que ele é o resultado de estratégias de atuação definidas pela própria organização.
E o que devemos fazer então?
Quando, após a investigação, conseguimos elencar nossas forças e fraquezas (itens
internos), devemos ressaltar ainda mais esses pontos fortes. E quando percebemos um
ponto fraco, devemos agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito.
No caso do ambiente externo, que está totalmente fora do nosso controle, devemos
conhecê-lo, monitorá-lo e procurar aproveitar as oportunidades de maneira mais ágil e
eficiente para evitar ameaças.
Para fechar este tópico, gostaria de sugerir uma atividade simples. Talvez você esteja
se perguntando por onde começar a análise SWOT da sua empresa. E que tal você co-
meçar a elencar pontos fortes e pontos fracos sobre a sua pessoa? Ou ainda, pensando
na sua carreira ou na sua visão de carreira futura, você pode enumerar as oportunidades
que você tem para atuar como profissional, e ainda as ameaças que te prejudicariam.
37
O que acha? É uma ótima chance de fazer um diagnóstico sobre você mesmo e ainda
aprender na pratica como utilizar a matriz SWOT. Pense nisso!
AULA 07
OS AMBIENTES
DE NEGÓCIOS E
SUA ANÁLISE I
OS AMBIENTES DE NEGÓCIOS
E SUA ANÁLISE - MACRO AMBIENTE
E SEUS COMPONENTES
O ambiente de marketing de uma empresa é composto por atores e forças externas
que afetam a capacidade da administração de desenvolver e manter relacionamentos
bem-sucedidos com seus clientes-alvo. O ambiente de marketing oferece tanto oportu-
nidades como ameaças, e as empresas bem-sucedidas sabem que são vitais a observa-
ção e a adaptação constantes às mudanças do ambiente.
Ou seja, esse ambiente refere-se ao local, ao bairro, cidade ou região, mas também ao
estado e à nação e ao mundo em que sua empresa se constituiu e estabelece relações
comerciais. Esse ambiente é tumultuado de informações, de urgências e emergências
que afetam nosso cotidiano. Mas como já disse, vamos entender por etapas. Esse am-
biente pode ser dividido em microambiente e macroambiente, conforme Kotler (2007):
•• O microambiente consiste em forças próximas à empresa que afetam sua capaci-
dade de servir seus clientes — a própria empresa, os fornecedores, as empresas do
canal de marketing, os clientes, os concorrentes e os públicos.
•• O macroambiente consiste em forças sociais maiores que afetam todo o mi-
croambiente tais como forças demográficas, econômicas, naturais, tecnológicas,
políticas e culturais.
39
Vejamos essa figura que sintetiza todo esse ambiente. Sugiro que você gaste um tempi-
nho analisando cada elemento e busque compreender como eles agem sobre a empresa.
A partir dessa figura, podemos entender que o explosivo crescimento populacional (for-
ça demográfica), por exemplo, leva ao esgotamento mais rápidos dos recursos e a níveis
mais elevados de poluição (ambiente natural), o que faz os consumidores exigirem mais
leis (força político-legal). As restrições estimulam novos produtos e soluções tecnológi-
cas (força tecnológica) que se forem acessíveis (força econômica), podem mudar atitu-
des e comportamentos (força sociocultural).
Segundo Kotler (2007), as empresas e todos os outros participantes operam em um
macroambiente mais amplo de forças que oferecem oportunidades e impõem ameaças
e ela. Sendo assim, faz-se necessário um processo de monitorando constante dos am-
bientes, sobretudo quando se opera a partir de uma gestão estratégica de marketing.
Os profissionais de marketing das empresas são os maiores responsáveis pela identi-
ficação das mudanças significativas do ambiente. Mais do que qualquer grupo na orga-
nização, eles devem monitorar tendências e pesquisar oportunidades. Para isso, é preci-
so conhecer tudo o que envolve ou compõe o micro e o macroambiente de marketing.
Para Basta (2006, p. 26), todas as organizações são também afetadas por fatores ex-
ternos, sobre os quais normalmente não se tem controle, e sua análise não garante que
se possa prever com certeza o que as organizações terão de enfrentar, mas pode ajudar
no que concerne a:
•• Compreensão das mudanças externas ao ambiente da organização, o que pode
ser vital para a sobrevivência do negócio;
•• Suporte e gerenciamento de estratégias atuais e futuras da companhia;
•• Mudança de atitude dos executivos quanto à visão estratégica do negócio.
Utilizando alguns autores clássicos como Kotler (2007), Churchil e Peter (2000); Kotler
e Armstrong (2007); Kotler e Keller (2006) e Boone e Kurtz (2009), vamos compreender
que este ambiente maior, chamado de macroambiente, pode ser entendido como um
40
conjunto de diversas variáveis consideradas incontroláveis (significa que o profissional
de marketing não pode manipular), mas que influenciam o negócio.
Justamente por não poderem ser controladas é que necessitam de monitoração
para que seja possível trabalhar na construção de tendências para cada uma das variá-
veis isoladamente, mas também para o conjunto delas (todas elas juntas). A construção
dessas tendências cria o quadro de ameaças e/ou oportunidades para o nosso negócio.
Você talvez esteja se perguntando: mas o que seriam essas forças macroambien-
tais? Kotler (2000) nos traz alguns exemplos: aceleração do transporte, das comunica-
ções e das transações financeiras internacionais; poder econômico e crises monetárias
nacional e internacional; ascensão dos blocos econômicos; estilos de vida globalizados;
abertura de novos mercados; crescente número de empresas transnacionais; alianças
estratégicas através das fronteiras; conflitos étnicos e religioso e marcas globais.
Perceba que tratamos muito de variações externas (internacionais) que trazem con-
sequências para o Brasil porque interferem no nosso mercado. Para reconhecer e res-
ponder às oportunidades e ameaças que uma organização enfrenta, os profissionais de
marketing examinam o ambiente externo. Conforme Kotler (2000), a análise ambiental
inclui a revisão das dimensões demográfica, econômica, política e legal, social, natural,
tecnológica e competitiva do ambiente.
AMBIENTE/FORÇA DEMOGRÁFICA
Visto que os mercados são compostos de pessoas, a primeira força macroambiental que
deve ser analisada é a demográfica. Fatores como onde e como vivem as composições
étnicas, nível de instrução e padrões domiciliares, entre outros, influenciam na tomada
de decisão. A demografia inclui dados sobre características populacionais como idade,
raça, sexo, distribuição demográfica, instrução, renda e estado civil.
b. Composição da população
As populações variam em sua composição etária e devem ser divididas em seis
grupos: pré-escolares, criança em idade escolar, adolescentes, adultos jovens de
25 a 40 anos, adultos de meia-idade de 41 a 65 anos e adultos idosos acima de
65 anos, sendo que as faixas etárias com mais indivíduos definem o ambiente de
marketing.
Em determinados lugares onde a população é mais jovem, produtos como leite,
fralda e biscoito são mais vendidos no México, por exemplo. Já no Japão, que pos-
sui a população mais velha do mundo, as pessoas consomem mais produtos para
41
adultos.
Nos EUA, os chamados baby boomers, indivíduos nascidos entre 1946 e 1964, é
uma das forças mais poderosas do mercado. Essa população são os chamados
pós-guerra e representam cerca de 78 milhões de pessoas que têm fixação pela
juventude e não pela sua idade. Produtos que os remetem ao seu passado, com
total nostalgia, têm venda garantida.
Para abrir um negócio, temos que ter em mente o público que poderá consumir
os produtos ou serviços e focar nossos esforços para atingi-los.
c. Mercados étnicos
As cidades, e também os países, variam em sua composição étnica e racial. Por
exemplo, de um lado está o Japão, onde quase todos são japoneses, do outro os
EUA, com pessoas de praticamente todos os outros lugares do globo.
Cada grupo tem desejos e hábitos de compra específicos. Várias empresas de ali-
mentos, vestuário e móveis têm dirigido seus produtos e promoções para um ou
mais desses grupos. Ou seja, existe “micromercados” dentro do mercado consu-
midor, em que etnia, hábitos e costumes dizem muito sobre o comportamento
de compra e sobre os produtos que mais chamam a atenção desses diferentes
grupos. Por exemplo, os mexicanos que vivem fora do México fazem suas compras
em locais que ofereçam produtos com condimentos fortes porque faz parte de sua
identidade.
d. Níveis de instrução
As pessoas de qualquer sociedade dividem-se em cinco níveis de instrução: analfa-
betos, pessoas com segundo grau incompleto, com segundo grau completo pes-
soas com diploma universitário e pessoas com especialização.
Analisar o nível de instrução do público consumidor em potencial da região ao
abrir uma nova empresa irá ajudar o novo empresário a criar estratégias de vendas
para atingir seu público alvo.
e. Padrões de moradia
O que chamamos de “lar tradicional” consiste de marido, mulher e filhos (e algu-
mas vezes avós). No entanto, há ao redor do mundo residências que são diferen-
tes ou “não tradicionais” como, por exemplo, estudantes (repúblicas), solteiros que
moram sozinho, casais homo ou heterossexuais que apenas moram juntos, famí-
lias com um único adulto, casais sem filhos, divorciados... Enfim, hoje existem lares
com diferentes necessidades.
O empresário que ao ter uma ideia de negócio reparar a sua volta vai identificar
várias necessidades não preenchidas pelo mercado atual que vem de encontro
com cada um desses novos padrões de moradia. Exemplos: no ramo imobiliário,
pessoas solteiras, ou que moram sozinhas precisam de casas ou apartamentos
menores e mais baratos; no setor de alimentos, pessoas que moram sozinhas pre-
cisam de embalagens com menos quantidade para não estragar.
O mercado voltado ao público homossexual, cada vez mais em crescimento tem
se mostrado bastante lucrativo, e as empresas estão se adaptando para atender
a esse público. No Brasil, cerca de 10% da população se assume homossexual, ou
seja, quase 20 milhões de pessoas com renda média mensal de 4 mil reais e uma
estimativa de negócios que chega a 200 bilhões por ano. Assim, os estudos mos-
tram o poder econômico do público homo, que chega a ser 30% maior em relação
ao heterossexual (MACEDO, 2014).
AMBIENTE/FORÇA ECONÔMICA
Para que o mercado exista, é necessário que haja pessoas e poder de compra. Tal poder
42
em uma economia depende da renda, dos preços, da poupança, do endividamento e da
disponibilidade de crédito. Ou seja, o ambiente econômico inclui padrões de atividades
de negócio, renda dos consumidores e padrões de gastos. As atividades de negócio se-
guem um ciclo de prosperidade, recessão e recuperação.
Esse ambiente é dividido em grupos, como veremos na adaptação da ideia de Kotler
(2000):
a. Distribuição de renda
São fatores que influenciam diretamente seus gastos. Cidades ou regiões onde
as pessoas têm o hábito de poupar os bancos oferecem mais facilmente crédito
(empréstimos).
Trazendo dados, no Japão, onde a população poupa em média 13,1% de sua renda,
as taxas de juros em empréstimos são bem mais baixas, o que contribui para que as
empresas se expandam. Em contrapartida, nos EUA, onde a população poupa 4,7%
da renda, as taxas de juros são mais altas, sobretudo para a população de baixa renda.
Em pesquisa divulgada em 2017, o Brasil aparece numa colocação muito baixa: ape-
nas 27,97% dos entrevistados economizaram alguma quantia nos últimos 12 meses.6
Agora, trazendo dados mais recentes e da nossa realidade, temos diversas maté-
rias nas quais consta que:
Quase metade da renda das famílias brasileiras está comprometida com dívi-
das, segundo dados do Banco Central. O endividamento das famílias chegou
a 46,3% em abril, o maior percentual desde o início da pesquisa, em 2005. (G1,
2015, online).
43
6
Matéria disponível em < http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/01/1847939-maioria-dos-
-brasileiros-nao-tem-reserva-para-emergencia.shtml>
Outra pesquisa ainda mais recente diz que o endividamento das famílias brasileiras au-
mentou 0,2 ponto percentual de agosto para setembro de 2016, atingindo 58,2%. Isso
faz com que a inadimplência cresça, as empresas e os bancos fiquem mais receosos e o
mercado sofra consequências (OLIVEIRA, 2016, online).
As principais variáveis a serem consideradas do ponto de vista econômico-estrutural
são as seguintes (BASTA, 2006, p.27):
•• Qual é o ciclo de vida do setor? É preciso verificar o comportamento da produção
industrial do setor com relação ao produto interno bruto (PIB). Trata-se de um se-
tor dinâmico, estável ou decadente?
•• Existem numerosos competidores? São bem equilibrados?
•• Existem barreiras à entrada de novos concorrentes, tais como; economia de esca-
la; acesso aos canais de distribuição; tecnologia patenteada; necessidade de forte
aporte de capital inicial; disponibilidade de matérias-primas; existência de reservas
de mercado; localização geográfica, etc.?
•• Estará esse setor sujeito a fusões e aquisições?
•• Existem acordos competitivos entre fornecedores ou concorrentes?
AMBIENTE/FATOR NATURAL
Este ambiente também pode nos trazer grandes análises, uma vez que podemos rever
nossos recursos e trabalhar com diferenciais percebidos pelos clientes (agregado valor)
ao mercado.
Este ambiente consiste nos recursos naturais disponíveis para a organização ou afe-
tados por ela. Devido à escassez dos recursos naturais, as práticas de marketing que de-
monstrarem cuidado com o meio ambiente podem melhorar a imagem da organização
aos olhos dos clientes.
Kotler (2010) diz que em tempos de aquecimento global, a deterioração do meio
ambiente natural é uma importante preocupação global e empresarial. A poluição do
ar, da água e o buraco na camada de ozônio produzindo o efeito estufa estão gerando
inúmeras atividades políticas, bem como novas legislações aprovadas a fim de minimi-
zar os efeitos devastadores da má utilização dos recursos naturais e da deterioração do
meio ambiente.
a. Escassez de matéria-prima e custos mais altos de energia
A partir de Kotler (2000) entendemos que as matérias-primas são classificadas
como infinitas (ar, água – ma a água logo será um problema), finitas mas reno-
váveis (florestas e alimentos) e finitas mas não-renováveis (petróleo, carvão, prata,
zinco).
Nesse caso, empresas que estejam ligadas a atividades de P&D (pesquisa e desen-
volvimento) têm uma excelente oportunidade para desenvolver materiais alterna-
tivos. Formas alternativas de energia e de maneiras mais eficientes para utilizá-la
tende a levar a um subsequente declínio nos preços do petróleo. A energia solar,
44
por exemplo, tem se tornado um bom negócio visto que é mais barata e não pre-
judica o meio ambiente.
b. Níveis mais altos de poluição
A atividade industrial inevitavelmente prejudica o meio ambiente. Atualmente,
empresas em todo o mundo estão revendo sua produção e melhorando a emissão
de poluentes na atmosfera, visto que muitos consumidores levam em considera-
ção tais atitudes na hora de escolher seu produto.
A reciclagem é palavra de ordem, e empresas iniciantes estão se beneficiando da
publicidade de atitudes como esta para alcançarem clientes preocupados com o
ambiente em que vivem. Ou a logística reversa também pode ser pensada.
c. Mudança no papel dos governos
Essas novas legislações e políticas de responsabilidade socioambiental têm levado
algumas empresas a modificarem parte de sua produção para não irem contra a
nova política ambiental.
O que para algumas empresas é considerado devastador, para alguns empreen-
dedores surge como novas possibilidades de negócio no sentido de criação de
novas técnicas de produção, novos produtos que vêm substituir a matéria-prima
orgânica e não renovável por sintética.
AMBIENTE/FATOR TECNOLOGICO
Uma das forças que afetam a vida das pessoas é a tecnologia. Kotler (2000) diz que essa
mesma tecnologia que gerou maravilhas também gerou horrores como a bomba atô-
mica, e que coloca em cheque os benefícios “duvidosos” de alguns produtos criados tais
como o automóvel e o videogame. Isso porque o automóvel polui o ambiente e contribui
para o sedentarismo, e o videogame tem causado diversos transtornos psíquicos e de
comportamento nas crianças.
Cada nova tecnologia é uma “destruição criativa” porque cada coisa nova criada destrói
a tecnologia anterior. Exemplo: O Iphone 7 “destrói” o Iphone 6, ou pelo menos o coloca a
caminho da “obsolescência”. Não podemos negar que isso, inclusive com o lançamento
das versões mais novas de produtos ou mesmo da criação de novos, afeta a economia.
Vale a pena frisar, porém, que quando falamos em tecnologia, normalmente pen-
samos em algo maior com luzes, laser, etc., mas devemos entender que uma “simples”
transformação pode ser considerada tecnologia, quer ver?
O pó de café que compramos no mercado é atualmente embalado a vácuo para
melhor conservação, e isso demandou uma tecnologia para ser feito. Assim como quan-
do colocaram a venda o shampoo 2 em 1 ou 3 em 1, que na época não existia, mas que
ao surgirem revolucionaram e ganharam mercado. Os meninos vão entender como a
tecnologia que colocou mais lâminas na gilete que usamos para fazer a barba foi impor-
tante para irritar menos o rosto, não é mesmo?
Isso parece simples, mas é fruto de resultados de pesquisa, é tecnologia. Podemos
incluir nesse ambiente o conhecimento cientifico, as pesquisas, invenções e inovações
que resultam em bens e serviços novos ou aperfeiçoados. De repente, seu TCC, o tra-
balho de conclusão de curso, possa dar origem a uma nova tecnologia.As startups, por
exemplo, lidam com necessidades do mercado e tentam emplacar produtos/serviços
tecnológicos com intuito de melhorar ou otimizar a vida das pessoas.
Muitos produtos que existem hoje não existiam 40, 30, 20, 10 anos atrás. Cada vez mais,
ideias estão sendo testadas para o desenvolvimento de novas tecnologias, o intervalo de
tempo entre as novas ideias e sua implementação está diminuindo rapidamente e o tem-
po entre o lançamento de um produto e o pico de produção está decaindo consideravel-
mente, ou seja, a empresa que tem capital investe mais em P&D e oferece cada vez mais
novidades aos consumidores e também o ciclo de vida de criação fica mais curto.
45
Porém, não adianta ter toda essa pesquisa e investimento se não houver mercado
consumidor para os produtos. Uma grande tendência nos EUA e que já chegou ao Brasil
são os consórcios de empresas na pesquisa de novas tecnologias. As empresas fecham
um tipo de parceria cooperativa e juntas investem para colher resultados, assim elas
barateiam os custos e dividem os resultados.
Uma dica importante para você, aluno, empresário que pretende investir em empre-
sas de alimentos, por exemplo, é que é preciso estar atento às licenças de funcionamen-
to. A tecnologia está avançada, porém, à medida que os produtos e máquinas estão se
tornando mais complexos, é necessário garantir a segurança dos compradores e usuá-
rios. Para isso, existem agências reguladoras tais como o INMETRO.
AMBIENTE/FATOR POLÍTICO-LEGAL
Segundo Kotler (2000), este ambiente é formado por leis, órgãos governamentais e
grupos de pressão que influenciam e limitam várias organizações e indivíduos. São
leis que tornam a reciclagem obrigatória, por exemplo, e deram um grande incentivo
à indústria de reciclagem quando foram criadas inúmeras empresas novas ligadas ao
ramo, produzindo produtos a partir de outros reciclados.
Basta (2006, p. 28) chama atenção para a importância de considerar a atuação dos
partidos e dos grupos que eles representam:
Kotler (2000) diz ainda que assim como outros ambientes, para facilitar o entendimento,
este é dividido entre a regularização dos negócios e a defesa de grupos de interesse, veja:
a. A legislação regularizando o negócio
A legislação de negócios deve ser vista sempre que o empresário tiver a intenção
de iniciar um novo empreendimento e tem três propósitos centrais: proteger as
empresas da concorrência desleal, proteger os consumidores de práticas de negó-
cio desleais e proteger os interesses da sociedade do comportamento desenfrea-
do das empresas.
Cada país tem suas restrições quanto à produção e venda de produtos, e cabe aos
profissionais administradores e ligados ao marketing conhecer como funciona as
restrições legais em sua cidade, estado ou país no processo inicial de planejamen-
to e implantação da empresa.
b. O crescimento de grupos de interesse
O crescimento de grupos de interesses especiais aumentaram nas últimas quatro
décadas. Os comitês de ação popular pressionam os funcionários do governo e os
executivos a prestarem mais atenção aos direitos do consumidor, da mulher, dos
idosos, dos homossexuais e das minorias.
Compreendemos então que o ambiente político e legal inclui leis e regulamenta-
ções federais, estaduais e municipais relevantes para as atividades de marketing,
além de pressões políticas. No nível global, os profissionais de marketing devem
estar familiarizados com acordos internacionais que afetem suas atividades e com
leis relevantes dos países em que eles operam.
AMBIENTE/FATOR SOCIOCULTURAL
46
A sociedade molda nossas crenças, nossos valores e normas. As pessoas absorvem quase
que inconscientemente a visão de mundo que define seu relacionamento consigo, com
outras pessoas, com organizações, com a sociedade, com a natureza e com o universo.
Cada uma dessas visões precisa ser compreendida para que possamos compreender os
valores expressados:
a. Visões de si próprio:
As pessoas variam na ênfase que dão à autogratificação, por isso compram pro-
dutos ou marcas para se expressar buscando autorrealização e prazer. Isso as leva
a gastar sem pensar muito, mas nos tempos de crise, com medo de não ter ga-
rantias de emprego, as pessoas estão vais voltadas para o valor (ênfase dada aos
produtos que custam caro) de suas compras.
b. De outras pessoas:
Transição da “sociedade do eu” para a “sociedade do nós”, onde as pessoas estão
preocupadas com os carentes, sem-teto e outros problemas sociais. Essas pessoas
gostariam de viver em uma sociedade mais humana, por isso passam seu tempo
procurando por “semelhantes” e deixando estranhos de lado. Querem relaciona-
mentos longos e sérios e se interessam por produtos e serviços que promovam a
relação humana (viagens, spas e atividades religiosas, por exemplo).
Essas visões sugerem também os chamados “substitutos sociais” para que as pes-
soas solitárias não se sintam sozinha. Podemos citar como exemplo o consumo de
produtos eletroeletrônicos tais como a televisão, smartphones e outros, e, claro, a
internet e as mídias digitais, sites de relacionamento, etc.
c. Visão das organizações
As pessoas têm diferentes pensamentos e sentimentos com relação às empre-
sas e corporações. Enquanto algumas desejam trabalhar em determinado lugar,
outras criticam o modo de agir do mesmo. Com esse conceito, cresce também o
fenômeno de declínio da fidelização organizacional, e os indivíduos passam a ver
o trabalho como fonte de dinheiro ao final do período e não como fonte de satis-
fação pura e simples.
Exemplo disso são os sentimentos que as pessoas têm com a marca Ipê, cujo lema
é plantar árvores a cada produto vendido, ou seja, transmite a ideia de ambiental-
mente correta. O contraponto seria a empresa Souza Cruz, que contraiu s antipatia
de muitos devido a suas atividades.
ANOTE ISSO
Cabe aos novos empresários observarem o comportamento dos consumi-
dores-alvo para entendê-los e passar a “mensagem correta”, procurando se
tornar uma empresa atraente aos olhos de todos.
d. Visões da sociedade
Os padrões de consumo frequentemente refletem a atitude social. Sua situação
e a maneira como você encara a sociedade em que vive também dita regras ou
padrões de consumo.
e. Visões da Natureza
Quem ama a natureza procura fazer mais atividades ao ar livre como camping, es-
caladas, caminhadas, passeios de barco, etc., porém, quem prefere a urbanização e
a tecnologia opta por produtos industrializados e busca programas mais urbanos.
Sendo assim, de acordo com a visão que os consumidores apresentam desses
elementos, devemos como gestores monitorar o que pensam, como se sentem e
como nossas ações podem afetar suas crenças particulares.
47
Estar atento às preferências do consumidor influencia a tomada de decisão na
abertura de um negócio, uma vez que se o número de amantes da natureza for
muito pequeno em relação a outra parte, pode tornar o negócio inviável. Mas se
essa minoria estiver dentro de um alto padrão de vida e não se preocupa em gas-
tar para se sentir em contato com a natureza, pode gerar lucro à empresa.
f. Visões do universo
As pessoas têm crenças distintas acerca da origem do universo e a religião influen-
cia essas crenças. No setor das compras, na medida em que as pessoas perdem
ou se desvirtuam das crenças religiosas, elas passam a procurar autossatisfação
imediata. Surgem as subculturas, em que as pessoas passam a acreditar em algo
para fugir do vazio que sentem.
Examinando certos aspectos relacionados ao estilo de vida, percebe-se, por exemplo, que
a crescente preferência por bebidas naturais e repositores de energia levou ao desenvol-
vimento de um novo mercado. “O importante é estar atento à estrutura e à mobilidade
da população, às mudanças nos estilos de vida e nos valores sociais, e perceber como
tudo isso pode afetar os negócios, positiva ou negativamente” (BASTA, 2006, p. 28).
Tendo compreendido cada uma dessas visões, devemos ainda saber como elas po-
dem afetar nosso negócio e como essas diferenças do sistema de crenças merecem ser
monitoradas para não haver riscos desnecessários de oferecermos produtos errados ao
grupo de clientes errado.
Kotler (2000) diz que todos nós vivemos em uma sociedade com valores e crenças
centrais tais como o casamento, o trabalho e a caridade. Vale ressaltar que tudo isso já
está ou já estava presente desde antes de nascermos, ou seja, já chegamos ao mundo
com essa cultura vigente. E abaixo, ou dentro dessas crenças centrais, há ainda crenças
secundárias que podem afetar como iremos interagir com o mercado.
Um exemplo simples que podemos pensar é: na nossa civilização, casar-se e acre-
ditar na instituição do casamento é uma crença central, mas acreditar que as pessoas
devem se casar cedo é uma crença secundária.
Kotler (2000) diz que mudar valores secundários é mais provável de serem alterados
que mudar os valores centrais.
Outra consideração importante a ser feita aqui é que todas as sociedades possuem
subculturas, que são grupos com valores compartilhados surgidos de suas experiências
de vida ou de alguma circunstância especial. Essas pessoas vivem inseridas no contexto
da cultura central e com gostos em paralelo: os fãs de Jornada nas Estrelas, de Harry
Potter, os torcedores da nação corinthiana, por exemplo, representam subculturas cujos
membros compartilham crenças, preferências e comportamentos. Esses desejos geram
poder de consumo que as empresas devem observar para procurar atendê-los aumen-
tando sua receita, expandindo sua marca e ganhando clientes fiéis.
ANOTE ISSO
Empresários têm profundo interesse em toda e qualquer mudança de com-
portamento para procurar se adequar. É preciso a todo tempo analisar essas
mudanças nos ambientes para identificar oportunidades e ameaças e agir o
quanto antes.
Todas essas forças incidem e coexistem no que é, me atrevo a dizer, o maior ambiente de
todos: a força competitiva. Como vimos, esses fatores macroambientais não podem ser
controlados, porém, podem e devem ser monitorados, investigados e diagnosticados
para que possamos saber nos precaver e agir ao invés de apenas reagir.
48
AULA 08
OS AMBIENTES
DE NEGÓCIOS E
SUA ANÁLISE II
OS AMBIENTES DE NEGÓCIOS
E SUA ANÁLISE - MICROAMBIENTE
E SEUS COMPONENTES
O microambiente é composto por forças que estão ao redor da empresa. Esses atores
formam forças que a empresa pode controlar e outras que são próximas, porém não são
controláveis.
Veja na figura:
51
AULA 09
SISTEMA DE
INFORMAÇÕES DE
MARKETING
SISTEMA DE INFORMAÇÕES
DE MARKETING (SIM), A PREVISÃO
DA DEMANDA
A partir da análise do ambiente, podemos ter dados suficientes para tomar decisões es-
tratégicas, e para que cada estratégia possa ser realizada com eficácia, faz-se necessário
estabelecer um sistema de informação na organização a fim de auxiliar a tomada de
decisão. Trata-se de uma ferramenta a serviço da gestão mercadológica.
Queiroz e Oliveira (2010, 2198) explicam que a adoção de métodos para a obtenção, trata-
mento e uso de informações relevantes torna-se de suma importância para um bom de-
senvolvimento das atividades relacionadas às análises dos ambientes interno e externo
e do planejamento de ações que permitem atender às diversas demandas do negócio
- isso para as empresas com interesse em se manter competitivas e ao mesmo tempo
atraentes para seus consumidores.
A tecnologia da informação facilita a organização de dados num sistema de apoio a
decisões de marketing, que reúne três tipos de softwares: gerenciamento de banco de
dados, gerenciamento de base de modelos e um sistema de diálogo entre eles.
De acordo com Kotler (2000) e Rangel (2006), Sistema de Informações de Marketing
(conhecido pela sigla SIM) consiste de pessoas, equipamentos e procedimentos para
coletar, selecionar, analisar, avaliar e distribuir informações de marketing que sejam ne-
cessárias, oportunas e precisas para os tomadores de decisões em marketing.
Rangel (2006, p.8) resume dizendo que o Sistema de Informações de Marketing é
“um modo organizado de reunir e analisar continuamente dados a serem repassados
aos administradores de marketing, através de informações para a tomada de decisões”.
O SIM pode ser então entendido como um procedimento organizado e contínuo
que gera, analisa, dissemina, estoca e recupera informação para ser utilizada em toma-
das de decisões sobre o marketing. Observe na figura que poderemos compreender e
visualizar o seu papel como gerente de marketing e sua necessidade constante de in-
formações, além do SIM como gerenciador e fornecedor de relatórios de forma regular
e padronizada.
O autor diz que o SIM é composto por Banco de Dados; Pessoas, Modelos e Conceitos;
Ferramentas Analíticas e Tecnologia. Vamos agora conhecer algumas características pe-
culiares compiladas num quadro e que podemos utilizar em nossas decisões.
53
Características: Capacidades:
Analisa dados usando análises estatísticas e mode- capturar informações oriundas de empresas e
los matemáticos que representem o mundo real; informativos financeiros;
Gera relatórios regulares e estudos recorrentes Produzir vasta inteligência de marketing refe-
quando necessário; rente ao mercado em que está inserido;
Integra dados novos e velhos para atualizar a in- Entender a necessidade de pesquisas e estudos
formação e identificar tendências. específicos de marketing, quando solicitado.
Benefícios gerados
54
Figura 6: Estrutura integrada de sistema de informação
Fonte: Laudon e Laudon (2004, p. 3 citado por QUEIROZ E OLIVEIRA, 2010).
Conforme os autores, esse sistema de informação seria um “conjunto de componentes
inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e
distribuir informação” com finalidade e facilitar “o planejamento, o controle, a coordena-
ção, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações” (p. 2203).
Para a gestão eficaz de marketing é necessário informação, e para se obter informa-
ção é necessário investimento, e através desse caminho conquista-se conhecimento.
Nos negócios, o sucesso se torna realidade com o conhecimento.
Mesmo em pequenas empresas com pouco capital é possível a utilização do SIM.
Isso porque a própria empresa pode gerar grande parte das informações por meio de
sua equipe de vendas e atendimento, sem a necessidade de aplicar grandes recursos
financeiros.
6
Disponível em <http://inovatech.com.br/produtos/service-optimizer-99/demanda/> Acesso em
56
14 nov 2017.
Então, como não temos bola de cristal, é preciso prever a demanda de certos períodos. Para
entender essa previsão de demanda, veremos como diversos autores a compreendem:
Gaither e Frazier Prever, ou estimar a demanda futura de produtos e serviços e os recursos
(2002-2004) necessários para produzi-los é o primeiro passo da etapa do planejamento.
E o ponto de partida para a elaboração das demais previsões da empresa
está na estimativa das vendas futuras.
Os autores ainda dizem que para realizar boas previsões de demanda, é necessário conhe-
cer bem os produtos e o mercado, afinal, é dessa forma que se entendem as informações
de venda, identificam-se a sazonalidade e as tendências, entre outros. Mas esse processo
de entender os produtos e o mercado deve envolver todos os setores da empresa, pois
quanto mais informações disponíveis, melhores serão os resultados da previsão.
De modo geral, pode-se dizer que técnicas de previsão de demanda são os modelos
utilizados pelas empresas para realizarem suas previsões de modo que se obtenham
resultados mais acurados. Tais técnicas devem ser definidas de acordo com os objeti-
vos da empresa. Sobre as técnicas ou métodos de prever essa demanda, vou utilizar os
resultados de trabalhos compilando em outro quadro para facilitar seu entendimento.
Martins e Laugeni (2005) As previsões costumam ser de curto prazo (até 3 meses), médio prazo
(até 2 ou 3 anos) e longo prazo (acima de 2 anos). Sendo assim, no
curto prazo normalmente são utilizados métodos estatísticos, en-
quanto que no médio e longo prazo utilizam-se modelos explicativos
ou econométricos.
Vale ressaltar que segundo Tubino (2000, apud Rossetto et. al, 2011) embora existam inú-
meras técnicas de previsão, com diferenças significativas entre elas, existem certas carac-
terísticas que são comuns entre as técnicas, tais como a suposição de que as causas que in-
fluenciaram a demanda passada continuarão a agir no futuro; a imperfeição das previsões,
visto que não se consegue prever todas as variações aleatórias que podem vir a acontecer;
a diminuição da acuracidade à medida que aumenta o período de tempo investigado; a
57
previsão para grupos de produtos é mais precisa que para produtos individuais.
Ainda no mesmo trabalho, temos outra contribuição sobre a importância de esco-
lher bem as técnicas:
Vamos conhecer algumas técnicas ou métodos qualitativos para prever esta demanda
com base em Rossetto et. al, (2011, p.3) “As técnicas qualitativas apresentadas por Mo-
reira (2009) são: Técnica Delphi, Opiniões de Executivos, Opinião da Forças de Vendas e
Pesquisas de Mercado”.
Opiniões de executivos As previsões são realizadas com base na opinião dos executivos da
empresa, um grupo de executivos da empresa vindos de diferentes
áreas, cujo interesse é desenvolver em conjunto uma previsão.
Opinião da força de vendas A previsão é obtida por meio da opinião da equipe de vendas, que
realizam estimativas regionais futuras, individualmente, para poste-
rior combinação, formando então, uma única previsão para todas
as regiões.
Mesquita (2012) conclui que o uso de uma previsão de demanda “ajuda a empresa, dian-
te dos resultados obtidos através do método escolhido, a buscar melhorias e soluções
para se aperfeiçoar e ir em busca do seu espaço no mercado, este estando cada vez mais
concorrido e difícil de se estabilizar”. Cabe a cada empresa, cada gestor, ou no caso, você,
escolher a melhor forma que mais se adapta a sua realidade para prever demandas.
58
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Fonte: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_226_318_29586.pdf
Então sabemos que é possível reunir informações pesquisas pelos próprios agentes da
empresa, mas agora devemos saber como realizar pesquisas.
59
AULA 10
PESQUISA
DE MARKETING
A pesquisa de marketing é a função que liga consumidores, compradores organizacio-
nais e o público em geral aos profissionais de marketing. Assim, as informações que a
pesquisa de marketing gera são uma ferramenta vital para estes últimos, que precisam
de mais do que apenas dados ou fatos estatísticos; eles precisam de informações úteis
que mostrem tendências e relações.
Conforme Malhotra (2012), a pesquisa de marketing serve para que possamos bus-
car informações usadas para identificar e definir oportunidades e problemas da área
mercadológica, informações necessárias e em tempo para gerar, refinar e avaliar nossas
ações de marketing, assim como para monitorar o desempenho do marketing e para
melhorar a compreensão do marketing como processo. E para abordar essas questões,
devemos formular o método para coletar informações, gerenciar e implementar o pro-
cesso de coleta de dados, analisar os resultados e comunicá-los, assim como suas impli-
cações.
Será por meio de pesquisas que teremos informações internas e externas para nossa
tomada de decisão com vistas a resolver problemas mercadológicos e, claro, agarrar as
oportunidades que surgirem.
Você pode estar se perguntando: por que eu devo fazer pesquisas de marketing? Fi-
car na rua suando coletando dados? Bem, basicamente, Malhotra (2012) diz que as boas
organizações realizam pesquisas a fim de identificar e resolver problemas (oportunida-
des). Exemplos: pesquisa de potencial de mercado, pesquisa de participação de merca-
do, pesquisa de imagem, pesquisa de características de mercado, pesquisa de análise
de vendas, pesquisa de previsão, pesquisa de tendências nos negócios, etc.
Como conseguimos desenvolver pesquisa de segmentação? Ou, melhor, para que
serve a pesquisa? Serve para:
•• Determinar a base da segmentação;
•• Estabelecer potencial e sensibilidade do mercado para vários segmentos;
Vejam que precisaremos de no mínimo dois objetivos específicos, e cada um deles está
relacionado ao objetivo geral.
Etapa 2: Desenvolvimento de uma abordagem e plano de pesquisa
Esta etapa ensina como vamos nos organizar para preparar os instrumentos e formali-
zar a aplicação, ou seja, a metodologia de pesquisa. Precisaremos determinar o tipo e
natureza de pesquisa que iremos utilizar. Quanto ao tipo elas podem ser exploratória,
descritiva e/ou causal:
a. TIPO DE PESQUISA:
•• Pesquisa exploratória: este tipo de pesquisa visa demonstrar a real natureza do
problema e sugerir soluções ou gerar novas ideias. Trata-se de explorar as possi-
bilidades.
•• Pesquisa descritiva: Fala de dimensão, tamanhos de grupos, para ter respostas
63
de quantidade de pessoas, hábitos ou desejos. Neste caso, vamos descrever os
resultados que encontramos.
•• Pesquisa causal: quando procura verificar a relação causa e efeito de determi-
nado problema (Se eu aumentar o preço da mensalidade, qual será a reação do
consumidor).
Quanto à natureza, ela pode ser quantitativa, qualitativa ou ambas. As pesquisas quali-
tativas buscam investigar os “porquês” das informações, saber como as decisões acon-
tecem. As quantitativas buscam saber a quantidade de respostas, visam apresentar a
quantidade de uma determinada escolha.
b. FONTE DE DADOS:
Devemos especificar quais serão nossas Fonte de dados, ou seja, de onde sairão
os dados da pesquisa. Neste quesito, temos:
•• Dados secundários: Quando já existem dados agrupados em algum lugar (in-
ternet, livro, pesquisas anteriores) e o pesquisador faz uso dessas informações
para sua pesquisa.
Exemplo: Quando buscamos analisar as estatísticas do IBGE para saber os
índices populacionais.
•• Dados primários: quando você mesmo colhe os dados pela primeira vez.
Exemplo: quando os dados existentes são ultrapassados, o entrevistador (uma
empresa de pesquisa ou os próprios funcionários do departamento de marketing)
vai atrás de realizar entrevistas pessoais, individuais ou de grupo para ter uma
ideia da opinião das pessoas acerca do tópico em questão.
c. ABORDAGENS DE PESQUISA
Pesquisa por Grupo de foco: um grupo de foco é uma reunião de algumas pes-
soas convidadas a passar algum tempo com um moderador treinado para dis-
cutir um produto ou serviço (passa-se a informação e mostra-se o produto, que
é experimentado e debatido, e então cada membro emite suas opiniões e sen-
timentos).
d. INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Dentre os vários métodos de pesquisa, sempre haverá um que está mais de
acordo com as expectativas do pesquisador, e deveremos escolher, formular ou
usar algo já pronto, ou seja, como vamos capturar os dados. Para isso, temos
alguns meios:
MÉTODO DE CONTATO: Precisamos decidir como faremos o contato com nossos res-
pondentes, ou seja, como será feita a pesquisa. Podemos estabelecer entrevistas pes-
soais, eletrônicas via e-mail, telefone, ou ainda utilizando formulário eletrônico como,
por exemplo, ferramentas gratuitas online do Google.
e. PLANO DE AMOSTRAGEM
Quem será pesquisado? Quantas pessoas, quem será o público alvo da pesquisa e
como os entrevistados vão ser selecionados? Para que as pesquisas tenham resul-
tados satisfatórios, é preciso contar com quantidades de pesquisados suficientes
para ser relevante.
Para Ochoa (2015) “amostragem é o processo de selecionar um grupo de indiví-
duos de uma população a fim de estudar e caracterizar a população total”.
Exemplo:
Imagine que você quer saber uma informação sobre um universo ou população
como, por exemplo, qual a porcentagem de fumantes no México. Uma maneira
de obter essa informação é entrar em contato com todos os habitantes do México
(122 milhões de pessoas) e perguntar se são fumantes. A outra maneira é selecio-
nar um subconjunto de indivíduos (por exemplo, 1.000 pessoas) e perguntar se
eles fumam.
O grupo de 1.000 pessoas forma uma amostra, e a maneira como grupo é selecio-
nado é chamado de amostragem.
Os dados são coletados pelo método mais adequado. Exige uma equipe que opere em campo,
como no caso de entrevistas pessoais, por telefone, pelo correio ou eletronicamente. A seleção,
o treinamento e a supervisão e avaliação adequadas da equipe de campo ajudam a minimizar os
erros da coleta de dados.
Fonte: Malhotra (2012)
Esta etapa exige tempo, atenção e muito cuidado para preencher o questionário de ma-
neira correta. Há diversas maneiras de aplicar as pesquisas, cada qual de acordo com sua
fonte de dados e a experiência do entrevistador conta e muito nesta fase.
Agora que os dados já foram colhidos, os responsáveis irão juntá-los e tabular ou agru-
par essas informações de modo a facilitar a leitura dessas respostas e a conclusão.
O passo seguinte é agrupar e colocar em tabelas ou gráficos os dados ou ainda apre-
sentar uma descrição destes. (Exemplo: X% dos respondentes preferem o curso de Ad-
ministração; outros Y% preferem Pedagogia, e assim por diante).
MARKETING
SOCIAL
As primeiras discussões sobre marketing social datam do final dos anos de 1960 e aborda-
vam os programas de saúde pública, e conforme Fontes (2008), tem sido empregado ou
conceituado erroneamente por instituições na esfera pública e social. A criação do mar-
keting social passou por etapas, tendo autores diferentes que iniciaram suas publicações
com pontos de vista distintos, sobretudo no que tange ao uso das ferramentas de marke-
ting aplicadas ao social (meios massivos de comunicação e transformação social).
Fernandes (2015, p. 11) cita que Marketing Social é o design, a implementação e o con-
trole de programas elaborados de forma a influenciar a receptividade de ideias sociais
que envolvem o planejamento do produto, preço, comunicação, distribuição e pesquisa
de marketing.
De acordo com Tavares e Espanha (2015), embora a definição de marketing social
tenda a sofrer variações, “constitui uma estrutura que engloba várias áreas de conheci-
mento, como sejam as teorias da psicologia, sociologia, antropologia e comunicação”.
Utilizando essas e outras ciências, o marketing social ajuda a compreender como in-
fluenciar o comportamento das pessoas.
Vamos conhecer agora algumas contribuições de autores quanto às definições de
marketing social para que possamos aplicá-lo posteriormente:
69
Kotler e Zaltman (1971) projeto, implementação e controle de progra-
mas calculados para influenciar a aceitação de
ideias sociais e envolvendo considerações de
planeamento de produto, preço, comunicação,
distribuição e pesquisa de mercado.
A prática do marketing social em meios de massa costuma ser realizada por governos,
agências de financiamento e organizações da sociedade civil em uma frequência maior
do que por empresas. “O uso de meios massivos de comunicação, utilizados com su-
cesso pelo marketing comercial, para a área social tinha um apelo mais ameno para a
transposição dos conceitos” (FONTES, 2008, p. 62). Dessa forma, esses meios massivos
tiveram de ser adaptados para as campanhas com temas sociais e seu objetivo é cons-
cientizar ou sensibilizar as pessoas a respeito de um tema de natureza social, ou buscar
uma mudança de comportamento social.
Muitos trabalhos já publicados apresentam comparações entre a atividade de mar-
keting convencional e a de marketing social, sublinhando as semelhanças e as diferen-
ças num esforço para distingui-las entre si. Apresentam também uma forte discussão
da aplicação de conceitos do marketing comercial em questões sociais. Fernandes (2015,
p. 11) explica que enquanto o Marketing Comercial tem como objetivo criar impacto no
comportamento de consumo dos clientes, o Marketing Social, por meio de técnicas si-
milares, pretende influenciar comportamentos sociais e de saúde.
O ponto discutível é que o marketing convencional/comercial tem fins lucrativos, e o
marketing social se reveste de uma caracterização diferente e mais complexa (TAVARES
e ESPANHA, 2015, online).
O marketing social não pode ser entendido como uma estratégia de mudança de
comportamento. Seus objetivos devem ser alçados por meio de estratégias convenien-
tes e que não agrida o consumidor. Uma das questões consensuais refere-se à necessi-
dade de os programas de marketing social trabalharem sobre os quatro “Os”, que é um
conceito do campo comercial, mas que adquire especificidades na arena social. Assim
como o marketing convencional possui os Ps, como apresenta o quadro abaixo, o mar-
keting social deve igualmente considerá-los:
70
PRODUTO Fala a respeito da ideia, do conhecimento da
atitude que se quer promover/vender. É enca-
rado como o comportamento a atingir (por ex.,
condução mais lenta) e, para adotá-lo, a pessoa
deve ter um problema para o qual o produto
deve oferecer uma solução;
Kotler, Roberto e Lee (2002) e Meira e Santos (2012) falam a respeito dos programas de
marketing social conter objetivos comportamentais (o que se deseja que as pessoas fa-
çam), objetivos cognitivos (o que se deseja que elas saibam) e objetivos de crença (o que
se deseja que elas acreditem), e na medida do possível, os objetivos devem ter metas
mensuráveis para uma avaliação final dos resultados.
Dias (2008) ainda diz que o marketing social envolve vários valores dentre os quais se
destacam o valor da ação voluntária, a visão de que os problemas podem e serão resol-
vidos por pessoas, a visão de que os comportamentos podem ser trocados, sensação de
autoeficácia e fornecer informações sobre produtos e sobre elas mesmas.
Os autores que compilaram uma série de pesquisas de outros autores dizem que a
questão da mudança de comportamento é uma vertente que distingue o marketing
social de outras formas de intervenção. E a influência de comportamento (os autores
acham que a palavra “influência” é melhor do que “mudança”) pode ter como objetivo
uma de seis situações, conforme Tavares e Espanha (2015, online): (1) aceitar um novo
comportamento; (2) rejeitar um comportamento potencialmente indesejável; (3) modi-
ficar um comportamento corrente; (4) abandonar um comportamento indesejável; (5)
continuar um comportamento desejável e (6) substituir um comportamento por outro.
Os autores dizem que “é notória a necessidade de encontrar argumentos que vali-
dem a concretização da atividade do marketing social, por exemplo, sobre a eficácia dos
seus programas”. No contexto brasileiro, conforme Serpa e Fourneau (2007), observa-se
o crescente interesse das empresas quanto a assumir postura de responsabilidade so-
71
cial corporativa.
Nesse sentido, o entendimento do comportamento do consumidor, desde o que
pensa sobre o assunto até a influência que ele exerce sobre suas decisões de compra, é
de grande valia para decisões estratégicas de marketing. Na busca por saber essa per-
cepção, os estudos revelaram que os aspectos mencionados se referem principalmente
à resolução de problemas básicos do país, tais como saúde e educação, e as obrigações
legais da empresa, como falar a verdade para seus consumidores. No que se refere à in-
fluência deste tema nas decisões de compra, os resultados apontam uma maior impor-
tância da informação negativa a respeito da atitude da empresa perante a sociedade.
Fernandes (2015) nos lembra de que o desenvolvimento de uma estratégia no Marke-
ting Social (assim como faríamos com o Marketing Comercial), deve abranger as diver-
sas fases de um plano estratégico de marketing, respaldados por autores que sugerem
seis passos para a elaboração desse planejamento especifico: análise, desenvolvimento
da estratégia, programa e design de comunicação, pré-teste, implementação, avaliação
e feedback.
Tavares e Espanha (2015, online), mesmo com a necessidade de refinar a sua defini-
ção e de investigação adicional, concluem que, diante da necessidade de construir uma
base mais sólida em algumas áreas (principalmente na avaliação da eficácia), o marke-
ting social representa uma ferramenta valiosa num futuro que trará desafios de muitas
e grandes mudanças de comportamento a toda a humanidade.
72
AULA 12
GESTÃO DO
RELACIONAMENTO
COM O CLIENTE E A
FERRAMENTA CRM
Sabemos que devemos saber “medir” e verificar as expectativas dos consumidores
quanto aos produtos e serviços e ainda oferecer mais, agregar serviços, por exemplo, as
mercadorias, começamos a nos perguntar: como estabelecer um relacionamento com
o clientes? Eles são muitos, e cada qual com suas características, como posso unificar
as informações importantes como data de aniversário e me manter sempre presente?
Bem, para isso, devemos ter desenvolvido em nossa empresa uma boa politica de
gestão de relacionamento com os clientes e se possível contar com estratégias tecnoló-
gicas que nos auxilie nesses processos.
Todos sabemos que a melhor estratégia a adotar é satisfazer os consumidores, certo? E
satisfazer com qualidade. Sendo assim, precisamos nos relacionar com o cliente para saber
o que eles buscam. Esse relacionamento também é uma preocupação do departamento
de marketing - aliás, existe uma denominação especifica para isso: “marketing de relacio-
namento”.
Para Kotler (2000) e Limeira (2003) (apud) Garrafoni Júnior et al. (2005) ), essa rami-
ficação do marketing é uma estratégia que visa construir uma relação duradoura entre
quem compra e quem vende, baseada em confiança, colaboração, compromisso, par-
ceria, investimentos e benefícios mútuos, o que só será possível quando o princípio da
troca tem como base o ganha-ganha. Clientes são como filhos pequenos: precisam de
atenção e monitoramento constante.
Ramos (2003) explica que a Internet é um importante pilar no processo de reaproxi-
mação entre empresas e clientes, pois destrói barreiras geográficas. Nesse contexto, sur-
ge o CRM - Customer Relationship Management, que contemplando um conjunto de
estratégias que permeia toda a organização e permite maior interação entre a empresa,
o mercado e, claro, o cliente.
O autor exemplifica as tarefas do CRM contemplando a revisão dos processos de ne-
gócios, a mudança da cultura com o foco no cliente, a automação dos serviços de marke-
ting, vendas e atendimento, a disponibilização de multicanais de contato com o cliente e a
integração das bases de dados com os canais de interação. É uma jornada de estratégias,
74
processos, mudanças organizacionais e técnicas por meio das quais as empresas desejam
administrar melhor seu empreendimento quanto ao comportamento dos clientes.
ANOTE ISSO
CRM e o marketing de relacionamento
como ferramenta de fidelização dos clientes.
Diante da multiplicidade de informações disponíveis e da dificuldade para a
manutenção de uma base de consumidores fiéis, as empresas passaram a in-
vestir em atividades de relacionamento com seus consumidores. Em função
das estratégias de negócio, voltando seu olhar para o mercado e para o con-
sumidor, faz-se necessário o uso de tecnologias e estratégias que façam com
que as empresas mantenham-se no mercado. As organizações estão buscan-
do manter relacionamentos duradouros com os clientes, fazendo com que es-
tes deixem de ser apenas consumidores comuns e passem a ser clientes fiéis.
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/crm-e-o-marketing-
-de-relacionamento-como-ferramenta-de-fidelizacao-dos-clientes/90419/
Mas vamos voltar um pouquinho em nosso raciocínio para seguir com os conceitos. Ra-
mos (2003, p. 12) diz que as empresas estão em crescente disputa por participação no
mercado e também, claro, preservar sua própria sobrevivência, e acreditamos que para
isso acontecer é necessário criar e manter relacionamentos individualizados e fideliza-
ção do cliente, ainda que isso seja um grande desafio a ser vencido pelas empresas.
Pois bem, quando você vai comprar um presente de natal para sua mãe, por exem-
plo, você utiliza suas experiências de natais anteriores, de presentes que você já deu para
sua mãe em outras situações e que ela gostou e também que não gostou. O que estou
dizendo é que você se utiliza de informações que armazenou aí na sua memória por
conhecer bem os gostos da sua mãe, que neste momento receberá um presente (um
produto) vindo de você. Então, isso é fácil, não é mesmo? Agora imagine que você vai
dar presente para seu pai, irmãos, tios, sobrinhos, vizinhos, etc. Você terá um pouco mais
de dificuldade de se lembrar das preferências, gostos e presentes que você já deu para
cada uma dessas pessoas, não é mesmo?
O ideal é que você tivesse anotado em um caderninho muitas informações de cada
um deles, como todos os presentes dados, as cores prediletas, o tipo de pessoa que cada
um é, o que agrada mais em termos de acessório, embalagem, preços... Nossa, assim se-
ria mais fácil! Mas e se você tivesse anotado isso tudo em uma planilha no computador?
Seria mais fácil buscar o perfil de cada um, não é mesmo? Assim você não correria riscos
desnecessários de gerar expectativas em seus amigos e parentes quanto ao presente
que vão ganhar nas datas comemorativas e frustrá-los por mostrar que não os conhece
bem ou que não sabe como agradá-los. Isso poderia colocar você numa enrascada.
Agora pense como empresário: sua empresa atende a centenas, milhares de pes-
soas, e nesse caso a busca por conhecer cada uma das pessoas, entender e atender
seus gostos e expectativas seria difícil, e por isso a ajuda de um programa mais elabo-
rado seria bem vinda, não é mesmo? Você poderia traçar melhores estratégias para se
comunicar com eles de forma personalizada atraindo e trazendo de volta clientes que
sumiram da sua loja.
Então, manter bons relacionamentos está ligado não apenas a dar presentes, mas a
conhecer melhor as pessoas com quem mantemos relações proporcionando comunica-
ção mais direta e com maiores chances de retorno. Assim, devemos saber que há como
fazer esse estreitamento de relações por meio do CRM.
Mas o que é esse tal de CRM? E como ele poderia nos ajudar a melhorar nosso rela-
75
cionamento com os clientes?
De acordo com Ozaki (2017), CRM não é uma ferramenta ou software. É uma estra-
tégia voltada para atração e fidelização de clientes por meio de sua satisfação, gerando
lucratividade em uma relação de longo prazo.
Para nortear seus estudos, criamos um quadro conceitual, veja:
Brown (2001) é uma estratégia de negócios que visa entender, antecipar e
administrar as necessidades dos clientes atuais e potenciais
de uma organização
Peppers & Rogers (2001, p.47) CRM é uma estratégia de negócios voltada ao entendimento e
à antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais
de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, CRM envolve
capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, con-
solidar todos os dados capturados interna e externamente em
um banco de dados central, analisar os dados consolidados,
distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de
contato com o cliente e usar essa informação ao interagir com
o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa.
A partir destas exposições, fica claro que p CRM é um conceito abrangente e que ultra-
passa as fronteiras dos departamentos e/ou processos, dos níveis hierárquicos e as fron-
teiras interorganizacionais, e traz consigo a exigência de elevar as questões do cliente ao
nível estratégico da organização (PRIETO e CARVALHO, 2005). Para ilustrar, o conceito
de CRM envolve pessoas, tecnologia, revisão de processos, e informações alinhados com
uma estratégia voltada para o cliente (Figura 2).
76
Atração: Com técnicas de SEM (Search Engine Marketing) e SEO (Search Engine
Optimization), mesmo o pequeno empreendedor, com boa assessoria ou
conhecimento, consegue fazer uma boa campanha, em pé de igualdade com
grandes empresas. Desta forma, gerar leads ou prospects, ou seja, aqueles
contatos iniciais, não deveria ser complicado, desde que você tenha uma
boa proposta de valor.
Satisfação: Se você quer satisfazer seu cliente, é necessário alinhar a expectativa sobre
o que será entregue. Não venda o que você não conseguirá entregar. Princi-
palmente em projetos e serviços complexos, o alinhamento de expectativas
deve ser constante.
Lucratividade CLV (Customer Lifetime Value) ou Valor do Ciclo de Vida do Cliente, é impor-
no Longo Prazo: tante até para saber quais os clientes que realmente merecem um agrado
ou esforços de retenção. O cliente satisfeito, no longo prazo, lhe permitirá
adotar técnicas de up-selling, aumentando o valor agregado dos produtos/
serviços oferecidos, e cross-selling, permitindo incorporar na venda outros
produtos relacionados que atendem, de forma mais completa, às suas
necessidades.
Traduzindo ainda mais esse quadro e compreendendo que essa estratégia nutre a em-
presa de capacidade, utilizamos os preceitos de Swift (2001, apud Ramos 2003), que
afirma que o CRM engloba a capacidade da empresa em:
•• Descobrir clientes
•• Conhecer os mesmos
•• Manter comunicações com os referidos
•• Assegurar que eles recebam o que desejam da organização não somente quanto
ao aspecto do produto, mas em cada detalhe empregado pela organização
•• Verificar se eles recebem o que lhes foi prometido - certamente, desde que seja
lucrativo
•• Assegurar que o cliente seja mantido - mesmo que o cliente não seja lucrativo
atualmente, o objetivo é lucratividade a longo prazo.
77
ANOTE ISSO
Relacionamento com o cliente é
um conceito básico do Marketing
Marketing de relacionamento vai além de conversações em redes sociais,
ações de brindes em datas sazonais ou felicitações em datas comemorati-
vas para o cliente. Antes de ser um trabalho que visa à memória da marca
e à fidelização do cliente, essas ações devem ser de atenção e respeito às
necessidades e desejos do consumidor, que muitas vezes está psicologica-
mente para além do consumo simples e fugaz.
Disponível em < https://www.tiespecialistas.com.br/2014/08/relacionamento-
-com-o-cliente-e-um-conceito-basico-marketing/>
Você pode estar se perguntando, o que seria esse ciclo de vida do cliente, ou quem é
esse “cliente certo” para os qual vou elaborar estratégias de comunicação especifica.
Bem, existe uma categorização com seis fases, veja:
Diante dessa perspectiva, Ramos (2003, p.13) diz que os consumidores têm preferência
por empresas que oferecem serviços agregados a seus produtos antes, durante e após
a venda (isso, nós já entendemos no tópico anterior). Sendo assim, caro(a) aluno(a), sua
empresa pode conquistar um diferencial competitivo quando oferece essa perspectiva.
A garantia de um relacionamento mais individualizado e personalizado (e bem adminis-
trado) será uma realidade (mais) possível dentro de uma estratégia de CRM, que possi-
bilita a operacionalização e a gestão das relações, tanto no aspecto qualitativo quanto
quantitativo, potencializando o conhecimento a respeito dos mesmos.
80
AULA 13
COMPORTAMENTO
DO CONSUMIDOR
E FATORES DE
INFLUÊNCIA
Para que as empresas tenham saída de produtos ou serviços, elas precisam ter consu-
midores, e para estarmos alinhados com seus interesses precisamos saber como eles
pensam, o que levam em consideração para comprar e como escolhem uma marca e
um produto. Já pensou nisso?
Então, vamos conhecer o campo de estudo que busca compreender nossos clientes,
bem como o que podem influenciar suas escolhas.
O estudo do comportamento do consumidor é um processo longo e abrangente,
como valida Solomon (2011, p.33): “é o estudo dos processos envolvidos quando indiví-
duos ou grupos selecionam, compram, usam ou descartam produtos e serviços, ideias
ou experiências para satisfazer desejos e necessidades”.
De acordo com Pinheiro et al. (2004, p. 16-17), “o consumo, um tipo de comportamen-
to, é um conjunto de reações fisiológicas e comportamentais observáveis, gerado por
estímulos localizados no meio ambiente”. Giglio (2002) afirma que, quando submetido a
comportamentos repetidos, o indivíduo cria hábito e passa a não mais pensar para agir
quando submetido nessas mesmas e determinadas situações.
Ainda conforme o autor (2011), a influência no comportamento de compra se dá com
o estudo sistemático dos estímulos presentes no ambiente de consumo que levam o
consumidor a produzir reações positivas (aproximação) ou negativas (afastamento) em
relação aos produtos disponíveis.
Karsaklian (2009, p. 13) diz que o comportamento do consumidor é apenas uma par-
te do ser humano, com suas motivações e busca de determinadas ambições para a rea-
lização pessoal.
De acordo com Kotler e Keller (2007, p. 172), “o campo do comportamento do con-
sumidor estuda como pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam e
descartam artigos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer suas necessidades e
desejos”. Sem contar o fato de que é preciso que as empresas conheçam bem seus con-
sumidores para que possam perceber e reagir às mudanças nos hábitos de consumo
destes, e assim manter a competitividade no mercado.
Solomon (2011) fala a respeito dos motivos influenciadores no ato da compra e das
influências que podem ocorrer de diversas formas: os pais podem dar reforço positivo
ou negativo para a escolha de um produto ou serviço, e esse reforço terá um grau de
influência possivelmente menor que o reforço positivo ou negativo de um amigo da
mesma faixa etária para um adolescente, independente do sexo.
Os produtos ou serviços, por vezes, estão atrelados a valores, sendo mais que simples
produtos ou serviços. De acordo com Solomon (2011), as pessoas compram produtos
pelo que eles significam; os significados mais profundos que determinado produto ou
serviço tem para as pessoas podem auxiliar na diferenciação para com outros produtos
e passa a ser algo necessário ou desejado pelo consumidor. “Assim, quando você com-
pra um tênis Nike, pode estar fazendo muito mais do que comprar um simples calçado
[...] fazendo uma afirmação sobre o seu estilo de vida” (SOLOMON, 2011, p.44).
Diversos autores classificam os fatores influenciadores do comportamento do con-
sumidor. Giglio (2005) agrupa os consumidores e seus influenciadores como tipologias,
em que os aspectos psicológicos são mensurados e qualifica o consumidor inserido
num grupo social. Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 7) apresentam como fatores in-
fluenciadores ligados ao consumidor: cultura, personalidade, fase de vida, renda, atitu-
des, motivações, sentimentos, conhecimento, etnicidade, família, valores, recursos dis-
poníveis, opiniões, experiências anteriores e grupos de pares. Solomon (2008) classifica
os consumidores indivíduos tomadores de decisão, as subculturas e a cultura. Karsaklian
(2009) divide as teorias em aspectos psicológicos e aspectos sociais, Biazon (2012) divide
em Fatores pessoais; processos psicológicos e influenciadores externos.
82
Figura 3: Fatores de influência no processo de decisão de compra
Fonte: Kotler (apud MESACASA, 2012, p. 55)
Cultura e subcultura são os fatores que exercem a maior e mais profunda influência so-
bre os consumidores, de acordo com Kotler e Keller (2007). Cultura pode ser identificada
como a personalidade de uma sociedade. Pinheiro, et al. (2006) e Vasques Júnior (2008)
abordam a cultura como o conjunto de crenças, normas, valores, atitudes hábitos, cos-
tumes, pensares e ideologia grupos primários e secundários e de referência, líderes ino-
vadores e seguidores que regulam e normatizam a conduta dos indivíduos de uma de-
terminada sociedade.
“O complexo de valores e comportamentos aprendidos que são compartilhados por uma
sociedade e destinam-se a aumentar sua probabilidade de sobrevivência” (CHURCHILL e
PETER, 2008, p. 154). Nesse sentido, pode ser observado que a sociedade influencia o com-
portamento dos indivíduos. As pessoas expressam sua cultura ao afirmar que valorizam
83
determinadas coisas e indiretamente em costumes e práticas que reflitam esses valores.
A influência que a cultura exerce sobre o consumidor “determina as prioridades ge-
rais que ele confere a diferentes atividades e produtos e também define o sucesso ou o
fracasso de produtos e serviços específicos” (SOLOMON, 2008, p. 562).
Blackwell et al. (2008) e Solomon (2008) replicam a ideia de que cultura dentro de
uma sociedade aborda um conjunto de valores, ideias, artefatos e materiais produzidos
por seus membros ou não dentre outros símbolos significativos que ajudam os indiví-
duos a se comunicar, a interpretar e a avaliar como membros de uma sociedade.
“O termo classe social refere-se à hierarquia de status nacional pela qual indivíduos e
grupos são classificados em termos de valor e prestígio, com base em sua riqueza, habi-
lidade e poder” (CHURCHILL e PETER 2008, p. 159). E em classe social é possível separar,
classificar indivíduos ou famílias que compartilham determinados valores (financeiros),
modos de vida, interesses e comportamentos de consumo.
Para Giglio (2005), o comportamento do consumidor é influenciado por fatores so-
ciais como grupos de referências, família e o papel da mulher na organização da família.
GRUPOS É a identidade que cada pessoa busca criar de si mesmo, explicando suas
DE REFERÊNCIA: necessidades de consumo. Inclui também os grupos especiais como a
família e os papéis e posições sociais.
ESTILOS De acordo com o padrão de vida do indivíduo e como realiza suas ativi-
DE VIDA: dades, interesses e opiniões. É possível representar a pessoa por inteiro,
através do ambiente em que vive.
Martins (2006, p.74) diz que para “alguns consumidores a preocupação mais importante
é comprar mais tempo em vez de mais produtos” [...] “A tomada de decisão do consu-
midor leva tempo”. Solomon (2008) acrescenta que mesmo com faixa etária igual ou
próxima, as pessoas podem ter gostos e desejos distintos. Esse fato pode estar ligado ao
compartilhamento de valores e experiências culturais comuns que nutrem ao longo do
tempo.
O papel está ligado à atividade que, por sua vez, carrega um status. O padrão de
consumo de uma pessoa também é influenciado pela ocupação, ou seja, pela atividade
econômica que ela exerce no mercado de trabalho. “A escolha de um produto é ex-
tremamente afetada pelas circunstâncias econômicas: renda disponível, economias e
bens, débitos, capacidade de endividamento e atitude em relação a gastar e economi-
85
zar” (KOTLER; KELLER, 2007, p. 180).
Martins (2008) afirma que quase todos os estudos de pesquisa de marketing incluem
o dinheiro. A renda é uma das variáveis-chave para a explicação do comportamento dos
consumidores. Isso quer dizer que se a situação econômica, ou financeira for favorável, o
individuo poderá consumir determinado produto/serviço que deseja.
O estilo de vida, segundo Blackwell et al., (2008, p. 228,), é “um constructo sumário
definido como padrões nos quais as pessoas vivem e gastam tempo e dinheiro, refletin-
do as atividades, os interesses e as opiniões das pessoas, assim como as variáveis demo-
gráficas”.
A escolha, uso e a ostentação de um produto/serviço refletem quem a pessoa é, com
o que ela se identifica e também o que ela deseja evitar. O estilo de vida refere-se a um
padrão de consumo que reflete as escolhas da pessoa quanto à forma de gastar seu
tempo e seu dinheiro (SOLOMON, 2008).
Autoconceito, conforme Solomon (2008, p. 176), está fortemente ligado às “crenças
de uma pessoa sobre seus próprios atributos e ao modo como ela avalia essas qualida-
des”. As pessoas podem se sentir mais a vontade em relação a sua identidade visual do
que quanto à intelectual ou ainda se identificar ou não com o local onde faz seu curso
superior. O autor completa com a afirmativa de que o autoconceito é complexo e cons-
truído de atributos que damos mais ênfase ao ocultar outros ao avaliar-se como um
todo.
E por fim, as escolhas e o comportamento do consumidor podem também ser in-
fluenciados por fatores psicológicos.
MOTIVAÇÃO: Através do processo de motivação, o profissio-
nal pode decidir em que nível de mensagem e
apelo utilizar, estimulando certas sensações e
emoções no consumidor.
“A psicologia surge como uma alternativa para compreensão dos fatores cognitivos, mo-
tivacionais e emocionais envolvidos nos processos da escolha e decisão de compra” (PI-
NHEIRO, et. al, 2006, p. 17).
Abordando os fatores sociais, Pinheiro et al. (2006) associa a busca de informação,
captação e decodificação a partir da sensação, percepção, aprendizado e memória, en-
globando também aspectos motivacionais, emocionais e atitudinais à personalidade.
Conforme Karsaklian (2009), ao ter atitude de compra, declara-se também a prefe-
rência por algo em detrimento de outa. Pinheiro et al. (2006) completa afirmando que
ao comprar bens ou serviços, é preciso obter satisfação, caso contrário a atitude será de
não mais consumir tal produto ou marca.
A compreensão da percepção concentra-se no que se incorporam as sensações em
estado bruto a fim de lhes dar significado que, por sua vez, influencia o comportamento
86
de compra pelo modo como o consumidor age ou reage diante de alguma situação.
O processo de aprendizagem para Solomon (2008, p. 35) é caracterizado como “uma
mudança relativamente permanente no comportamento causado pela experiência”. No
cotidiano, as pessoas recebem novos estímulos constantemente, e o conhecimento ob-
tido também sofre alterações de forma frequente, pois se assimilam, experimentam-se
e decide-se sobre assuntos diversos.
O grau de envolvimento pessoal do consumidor é um ponto chave no processo de
decisão, pois se trata do nível de importância singular percebida, ou ainda o grau de in-
teresse surgido após um estímulo em determinada situação (BLACKWELL et al., 2009).
É certo, ainda validado pelo autor, que o consumidor tende a minimizar riscos e ampliar
os benefícios angariados com a compra e o uso de um produto/serviço.
Mowen e Minor (2003, p. 191) afirmam ser o processo de tomada de decisão do consumi-
dor “um conjunto de processos envolvidos no reconhecimento de problemas, na busca
de soluções, na avaliação de alternativas, na escolha entre opções e na avaliação dos
resultados da escolha”.
Esses autores destacam ainda que a tomada de decisão pode seguir por processos
distintos: de alto e de baixo envolvimento. Tais processos se diferenciam basicamente pelo
tempo gasto para que a tomada de decisão se concretize, e são determinados a partir do
nível de informação pertinente ao produto (e sua utilização) que o consumidor possui.
Vieira, Maia e Silva (2010) trazem as principais ações/atos que o individuo tem na deci-
são de compra.
Iniciador: Indivíduo que transmite uma ideia para adquirir um produto. Exemplo:
no almoço de domingo, o filho mais novo informa aos pais que na visita
a um colega, conheceu um produto diferente, no qual desenvolve um
processo de compra.
Decisor: Aquele que é responsável pela compra, como e onde. Exemplo: o pai
após a sugestão do filho mais novo e ser aconselhado pela esposa,
decide então ir às compras.
87
Para Blackwell et al. (2008), a tomada de decisão de compra do consumidor passa por
sete processos conforme a figura 4:
Reconhecimento da necessidade
Já para Pinheiro et al. (2008, p. 45), “a percepção de que existe uma distancia significativa
entre as situações em que a pessoa se sente confortável e as situações que ela enfrenta
de fato”. Completando o pensamento Boone e Kurtz (2008) declaram que o consumidor
torna-se consciente de uma diferença significativa entre a situação existente e a deseja-
da. Em outras palavras, “se a satisfação com o estado real diminui, ou se o nível de estado
desejado aumenta para além de um nível considerado crítico, reconhece-se a existência
de um problema que impulsiona o consumidor a agir” (MOWEN e MINOR, 2003, p. 196).
“A busca de informações é o processo pelo qual o consumidor pesquisa o ambiente
a procura de dados adequados para tomar uma decisão razoável” (SOLOMON, 2008,
p. 329). Essa busca pode incluir fontes internas e externas de informação. A interna é
uma introspecção mental de informações guardadas ligadas as necessidades traduzi-
das em lembranças ou experiências vividas. Já a busca externa é uma reunião informações
de fontes externas, como parentes, amigos, familiares, jornais, sites, etc.(BOONE e KURTZ, 2008).
Os autores Mowen e Minor (2003) tratam de três fatores que influenciam o processa-
mento da informação: (1) a percepção; (2) nível de envolvimento do consumidor e (3) me-
mória. A percepção está voltada para a maneira com que os consumidores são expostos
à informação nos estágios de exposição, atenção e compreensão.
O nível de envolvimento “é o grau é que determina se ele passará do estágio de ex-
posição para o de atenção” (MOWEN e MINOR, 2003, p. 45), além de influenciar questões
de memória que, por sua vez, faz com que os estímulos sejam antecipados.
Blackwell et al. (2008) descreve a exposição de informações a que os indivíduos es-
tão submetidos, competindo por atenção, porém cada um compreende, aceita e retém
apenas o que é de suma importância.
88
Avaliação das alternativas pré-compra
Após a busca de informações relevantes para que a necessidade latente seja suprida,
vem o momento de avaliar as alternativas encontradas. “Os critérios de avaliação são as
dimensões utilizadas para julgar os méritos de opções concorrentes.” (SOLOMON, 2008,
p. 341). Vale ressaltar que cada consumidor tem uma forma singular de perceber os atri-
butos antes de decidir pela compra.
Segundo Blackwell et al. (2008, p. 79),
A forma pela qual os indivíduos avaliam suas escolhas é influenciada
tanto por diferenças individuais quanto por variáveis ambientais [...] o
critério avaliativo se torna uma manifestação produto – específica dos
valores, necessidades e estilos de vida dos indivíduos.
Compra
Consumo
O uso do produto diz respeito às ações e experiências que ocorrem no período de uso
direto do produto/serviço. Inclusive a verificação do modo como o consumidor tem esse
contato com o produto pode ser um mecanismo de desenvolvimento de novas ofertas
de mercado (MOWEN e MINOR, 2003).
Avaliação Pós-consumo
Descarte
O descarte ocorre quando o consumidor não utiliza mais do bem ou serviço, Blackwell
et al. (2008) defende esta situação como sendo o descarte por completo, reciclagem ou
até mesmo a revenda.
MERCADOS ORGANIZACIONAIS
Como pessoas, nós compramos por necessidade, desejo, impulso, situação, enfim, por
muitos motivos, e como vimos, passamos por processos de decisão cujas teorias tentam
explicar por que escolhemos A e não B.
Segundo Silva (s/d)6, há também o tipo de compra denominado compras organiza-
cionais que pode ser vista como o processo de tomada de decisão por meio do qual as or-
ganizações estabelecem a necessidade da compra de produtos e serviços, além de identi-
ficar, avaliar e escolher qual a melhor opção entre as marcas e os fornecedores disponíveis.
Kotler (2000) nos diz que o comprador organizacional ou industrial (porque compra
para transformar) é composto de todas as organizações que adquirem bens e serviços
utilizados na produção de outros produtos ou serviços que são vendidos, alugados ou
fornecidos a terceiros.
Para Btarti (2016), o cliente organizacional se difere em muitos aspectos do consumi-
dor final se levarmos em consideração que processo de compra envolve algumas pes-
soas, vários setores de uma empresa, até que a compra seja efetivamente concluída.
Uma das características que diferencia esses compradores é a quantidade, o volume de
compra. As empresas compram normalmente mais matéria-prima, ou mesmo produto
(semi)acabado para suprir seu processo produtivo ou de revenda. Portanto, deve existir
muito cuidado e atenção com todo o processo.
6
s/d – Sem data encontrada. Trata-se de arquivo de aula da disciplina de Administração Merca-
90
dológica disponibilizado na internet devidamente referenciado ao final deste trabalho.
Talvez essa não seja uma tarefa para uma única pessoa, logo, podemos compreender
que as empresas (consumidores organizacionais) muitas vezes possuem um departa-
mento para organizar, orçar e decidir por suas compras. Esses departamentos podem
ser chamados de centro de compras.
Para Wind (1975 citado por Campos et al. 2006), esse centro de compras é composto
de todas as “pessoas e grupos que participam do processo decisório de compra e que
compartilham algumas metas e riscos provenientes das decisões tomadas”. E segundo
os autores, cada membro ocupa papéis e posições nesse processo, como identificado
na figura 6:
Figura 6: Descrição dos diferentes papéis desempenhados pelos integrantes de um centro de compras:
Fonte: Kotler (2000) retirado de Campos et al. (2006, p. 80)
ANOTE ISSO
Os compradores do mercado organizacional são profissionais com prepa-
ração técnica para tal, que buscam identificar as melhores ofertas e que es-
tejam em sintonia com políticas, normas e exigências das organizações que
representam.
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/o-
-que-emercado/41850
91
Por falar em marketing, vale a pena citar aqui que quando uma empresa vende para
outra empresa, existe uma denominação que merece destaque, trata-se do business-
-to-business, cuja abreviação vista na literatura é b2b, ou seja, empresa vendendo para
outra empresa.
Temos autores que falam sobre essa estratégia de marketing conforme o quadro 10:
Telles (2003) É direcionado a clientes industriais que utilizam os bens como matéria
prima, usufruindo-os e consumindo-os, sendo eles suprimentos, ma-
teriais auxiliares e serviços, com o propósito de ofertar seus produtos
ao consumidor final ou distribuidor.
Então, vale ressaltar que os compradores organizacionais podem ser indústrias, ataca-
distas, varejistas, prestadores de serviços e empresas do governo.
A compra organizacional é um processo complexo e não um ato de impulso. Kotler
(2000) aborda os processos de compra percorridos por compradores organizacionais,
conforme figura 7, e Campos et al (2006, p. 80) nos ajuda a compreender o que cada
estágio quer dizer.
92
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Há autores que acreditam que as compras organizacionais acontecem isen-
tas de emoções sendo puramente racionais. Você acredita que as empresas
compram com emoção?
De acordo com Bratti (2016), na decisão de compra há muitos fatores que influenciam
a opinião. A participação de pessoas próximas ao consumidor é um fator relevante, pois
se um amigo próximo indicar uma marca diferente daquela que ele tinha interesse ini-
cialmente, ele vai ficar com dúvidas e pode optar pela marca indicada, deixando sua
preferência inicial de lado.
Há ainda que se considerar ambientes que podem influenciar essas compras: fatores
ambientais, nos quais se verificam as questões econômicas e de juros; fatores organiza-
cionais, nos quais delineamos objetivos específicos para nossas compras de acordo com
nossa estrutura; fatores interpessoais, no quais se analisam as pessoas que compõem os
grupos de compra bem como seus interesses e graus hierárquicos; e por fim, os fatores
individuais relacionado aos motivos pessoais e também à idade, renda, personalidade,
etc. (CAMPOS et al., 2006).
Ainda para Bratti (2016), há outros fatores que influenciam a decisão, como marca do
produto, vendedor/estabelecimento, quantidade, quando vai realizar a compra e formas
de pagamento.
Agora imagina uma empresa que escolhe um fornecedor para compra de sua matéria
prima (e já falamos que compram em maior quantidade) e sofre frustração. A recompra
dificilmente vai ocorrer, e a empresa fornecedora certamente perderá boas receitas por
não ter atendido a quaisquer das solicitações desse cliente/empresa.
No caso de o cliente ter ficado satisfeito, Silva diz que este comprador empresarial
enfrenta algumas situações de compra como:
•• Recompra simples: compra sistemática de um determinado produto/serviço;
•• Recompra modificada: o comprador altera características dos termos de compra e
venda como os preços, os prazos de entrega ou outros termos referentes ao produto;
•• Nova tarefa: trata-se da situação de compra em que o comprador adquire um
produto ou serviço pela primeira vez passando pelas fases de Conhecimento, Inte-
resse, Avaliação, Julgamento e Adoção.
O sistema de geração de valor para o cliente na relação entre duas empresas se torna
elemento primordial de sobrevivência no longo prazo e vantagem competitiva perante
o ambiente. Empresas que atendem com perfeição e entregam conforme combina-
ram poderão ser fornecedoras de bens novamente, caso contrário, não servirão mais ao
cliente organizacional. Isso não é muito diferente do modo como pensa o consumidor
final, não é mesmo?
93
AULA 14
FATORES E TEORIAS
DE MOTIVAÇÃO
No campo mercadológico, de consumo, sabemos que a motivação é um grande estímu-
lo para que o consumidor se decida, levante, pegue seu carro vá até a loja e compre. Mas
qual ou quais seriam as motivações do nosso consumidor? Como as teorias nos ajudam
a entender e responder isso?
Segundo Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004, p. 145), a palavra motivação deriva
do latim motivus que quer dizer mover, assumindo o significado de “tudo aquilo que
pode fazer mover”, “tudo aquilo que causa ou determina alguma coisa”, ou ainda “o fim
ou razão de uma ação”. Dessa forma, a teoria da motivação pode ser considerada como
a teoria da ação.
Para que um indivíduo se disponha a realizar uma atividade, ele age dirigido por um
motivo que, segundo Chiavenato (2003, p. 89), é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a
agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento espe-
cífico. Esse impulso poderá ser provocado por um estímulo externo, quando provido do
ambiente, e pode ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo.
Já para Spector (2003, p. 198), a motivação é um estado interior que induz uma pes-
soa a assumir determinados tipos de comportamento. Vista por uma perspectiva, ela
relaciona-se com a direção, intensidade e persistência de um determinado comporta-
mento ao longo do tempo. A direção diz respeito à escolha de um determinado compor-
tamento em meio a outros comportamentos possíveis. A intensidade está relacionada
ao esforço empenhado na realização de uma tarefa, e a persistência refere-se ao contí-
nuo engajamento de um comportamento ao longo do tempo. As teorias motivacionais
vêm para auxiliar os administradores a entenderem os fatores que provocam ou interfe-
rem no comportamento humano.
No campo do consumo, ou do marketing, a motivação pode ser entendida como um
motivo que leva a ação e envolve atividades que conduzem a um determinado objetivo.
Na visão de Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 241), a motivação do consumidor está
ligada “à tentativa de satisfazer as necessidades fisiológicas e psicológicas por meio da
95
compra e consumo de um produto”.
“Os motivos têm direção e força. São orientados para uma meta em que objetivos
específicos são desejados para satisfazer uma necessidade.” (SOLOMON, 2008, p. 141).
Martins (2008) fala sobre o impulso que faz com que um consumidor aja de determina-
da forma e complementa com um exemplo onde um jovem que deseja estudar medi-
cina e deverá primeiro matricular-se em uma instituição de ensino superior ao invés de
se tornar aprendiz de médico.
Kotler (2008, p. 122) refere-se a “uma necessidade suficientemente forte para fazer
com que a pessoa busque satisfazê-la”, ou seja, a vontade de agir. A motivação surge
quando uma necessidade vem à tona e o consumidor quer satisfazê-la.
Freud diz que a motivação vem de um estado inconsciente, que mesmo sem que
percebamos, ela está internamente agindo sobre nós. Para Gade (1980 apud Serrano,
2000, online), a teoria freudiana é utilizada em marketing a fim de não só se estabele-
cer os motivos intrapsíquicos que levariam o homem ao consumo, como no estudo dos
apelos mais favoráveis em termos de propaganda. Freud estabelece três instâncias psí-
quicas responsáveis pelo comportamento: o id, fonte da energia psíquica dos impulsos
primitivos, o ego, regulador dos impulsos selvagens do id ligado ao princípio da realida-
de, e o superego, a quem cabe a representação interna das proibições sociais.
Freud achava que se concentrar somente nos estudos dos aspectos observáveis do
comportamento das pessoas era muito pouco e superficial, devendo-se aprofundar as
observações aos seus lados sombrios interiores, o que mais tarde chamou de incons-
ciente e subconsciente. Para Serrano (2000), “enquanto a teoria de Maslow relaciona-se
com a motivação, a teoria de Freud estabelece que motivações seriam responsáveis pela
aceitação ou rejeição de produtos ou bens de consumo”.
A teoria das necessidades de Maslow parte da premissa de que as necessidades
humanas têm origem biológica e estão dispostas em uma hierarquia que deixa implí-
cito o pressuposto antropológico de que o homem tem uma propensão para o autode-
senvolvimento e crescimento pessoal. É preciso que as necessidades inferiores sejam
em parte satisfeitas e as necessidades superiores tornem-se motivadoras da conduta
humana (ZANELLI; BORGES-ANDRADE e BASTOS, 2004, p. 150).
Esta talvez seja a teoria da motivação mais utilizada ou mais conhecida nos estudos
da administração, e apresentando a figura 5 ficará mais fácil compreender como essa
hierarquia de necessidades funciona.
Necessidades fisiológicas são fundamentais pois são fatores de motivação e que in-
fluenciam o comportamento do consumidor
A teoria dos dois fatores de Herzberg também conhecida como teoria da motivação-
-higiene, diz que a satisfação e a insatisfação no trabalho decorrem de dois conjuntos
diferentes de fatores (STONER e FREEMAN, 1995, p. 326). A máxima desta teoria é com-
preender que o contrário de satisfação não é a insatisfação, mas sim a não-satisfação e
oposto da insatisfação não é a satisfação, mas a não-satisfação.
Para Lacan (1999 apud Mantello), o desejo humano não está diretamente implicado
numa relação pura e simples com o objeto que o satisfaz, mas à sua posição na presença
desse objeto e fora de sua relação com ele, de maneira que jamais se esgota. O desejo,
portanto, não tem um objeto natural. É manifestação de um vazio que quer consumir
os objetos nomeados pela linguagem, passa por eles, mas não se satisfaz. Mas vamos
entender como os pressupostos foram descritos.
97
6
Disponível em < http://bocc.unisinos.br/pag/mantello-paulo-motivacao-para-consumo-desejo-
-implicacoes.pdf>
Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004, p. 152) mostram que os fatores ligados à mo-
tivação fluem na própria pessoa ou nas próprias tarefas quando relacionados à satisfa-
ção, ao contrário da insatisfação que se localizava externamente as pessoas, tais como
as políticas e administração da empresa. Afirmando-se assim haver dois conjuntos de
fatores que variavam em dois contínuos independentes: o primeiro, seria o dos fatores
higiênicos, referentes a fatores externos, que variava da condição de insatisfação à não-
-insatisfação, o segundo seria o dos motivadores referentes a fatores internos que oscila-
va da condição de satisfação à não-satisfação.
Os fatores de higiene incluem salário, supervisão, companheiros de trabalho e po-
líticas organizacionais. E os chamados de fatores de motivação são relacionados a um
nível mais elevado, necessidade única dos seres humanos para crescimento psicológico
e incluem realização, reconhecimento, responsabilidade e a natureza do trabalho em si
(SPECTOR, 2003, p. 202).
O trabalho de Herzberg, apesar de ter mantido sua influência e de focar o campo
na importante questão de oferecer às pessoas um trabalho significativo, o que levou à
aplicação do enriquecimento do trabalho de muitas empresas, a maior parte dos pes-
quisadores a consideram falha por se basear nas descrições de eventos satisfatórios e
insatisfatórios pelos funcionários que tendem anotar as coisas feitas por elas como sa-
tisfatórias, e as feitas por outros como insatisfatórias. Provocando a impressão de que
satisfação e insatisfação são causadas por fatores diferentes (SPECTOR, 2003, p. 203).
Temos outras teorias nessa linha que podem ser aplicadas ao comportamento do con-
sumidor como, por exemplo, a teoria do reforço que descreve como as recompensas ou
reforços podem afetar no comportamento. De certa forma ela é uma teoria não motiva-
cional, pois não lida com estados internos como a motivação. Ela explica o comportamen-
to como função das experiências recompensadoras anteriores ou histórico de reforço. O
comportamento é visto como uma resposta ao ambiente (SPECTOR, 2003, p. 203).
Já a teoria da expectativa busca explicar como as recompensas levam a determina-
dos comportamentos, focalizando estados cognitivos interiores que provocam a motiva-
ção, enquanto a teoria do reforço afirma que ele leva a um comportamento específico e
a teoria da expectativa explica quanto e por que isso acontece. O seu principio básico diz
que as pessoas serão motivadas quando acreditarem que seu comportamento resultará
em recompensas ou resultados que elas desejem, senão não adotaram esse comporta-
mento por não se sentirem motivadas.
Se pensarmos que os consumidores têm expectativas que os motivam ao consumo;
se encontrarem em uma loja um produto, uma marca de satisfação plena, podemos en-
tender que houve reforço positivo, e a decisão de compra e a probabilidade de recompra
e de “fidelização” se tornarão maiores.
A pergunta é: o que motiva o seu consumidor? O que ele leva em consideração para
decidir, escolher, preferir ou ainda agir? Essas respostas podem fazer grande diferença
no andamento e manutenção da sua empresa.
98
AULA 15
GESTÃO DE MARCAS:
SENTIDOS E EMOÇÕES
Caro(a) aluno(a), agora vamos entender como as marcas são criadas para comunicar
identidade delas próprias e também para gerar identidade aos consumidores que dela
se utilizam para comunicar aquilo que são ou que querem ser. E ainda entender como
as marcas fazem seu processo de personalização para criar um elo entre si e para que as
pessoas se diferenciem umas das outras.
As marcas existem desde os pastos de gado. Isso mesmo: para que um boi seja sina-
lizado como propriedade de alguém, ele é marcado a ferro e fogo com alguma gravura.
Isso precisa ser feito para diferenciar o boi do meu pasto do pasto vizinho. Veja que a
lógica das marcas do mercado é igual: meu produto tem uma marca, a minha marca, e
isso serve para diferenciar dos concorrentes.
Nossa perspectiva aqui é fazer uma boa gestão da marca com a qual trabalhamos.
Na literatura, isso é chamado de branding, ou seja, gestão de marca.
Para que possamos entender o que é preciso fazer para gerir marcas, vamos come-
çar pelo conceito. O que é marca? Segundo a AMA - American Marketing Association,
marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos que identifique o
bem ou o serviço de um vendedor como distinto dos bens e serviços de outros vende-
dores, ou seja, que tem propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou de
grupo de vendedores e de diferenciá-los dos concorrentes (PINHO, 1996; CHURCHILL,
2000, p. 244).
O próprio símbolo, o logotipo, as cores expressas sempre foram estratégias, e muitas re-
sistem ao tempo e transmitem superioridade, sinal de bom gosto e status aos usuários.
Identidades de logotipos fortes tornam programas de publicidade e de RP mais efica-
zes, criando um atalho visual para as mensagens. “Produtos com logotipo associado a
uma organização de alta qualidade se beneficiam pela percepção de que realmente
sejam de qualidade superior” (GODÉ, 2002, p. 173).
Pezes (2010) diz que a marca é uma conexão simbólica e afetiva que se estabelece
entre organização, sua oferta material, intangível e aspiracional e as pessoas as quais
se destina. “As marcas podem reduzir o tempo e energia dos envolvidos no processo
de compra, além de proporcional bons sentimentos derivados de associações positivas
com a marca” (CHURCHILL, 2000, p. 245).
Uma marca é, portanto, um produto ou serviço que agrega dimensões que de algu-
ma forma o diferenciam de outros produtos ou serviços desenvolvidos para satisfazer à
mesma necessidade. Essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou intangíveis,
relacionadas ao que a marca representa (KOTLER e KELLER, 2006).
Vamos fazer uma reflexão: diante do que vimos até aqui, conseguimos nos colocar
nesse contexto como consumidores, e certamente somos mais tendenciosos a com-
prar marcas que conhecemos. Os consumidores mais conservadores, por exemplo, têm
medo de arriscar e não fazem escolhas duvidosas. Sendo assim, uma marca pode ficar
marcada na mente dos consumidores como boa ou ruim, o que facilita sua escolha.
Os autores reiteram que a frase deve ser positiva, breve, compreensível, precisa, incisiva,
rítmica e simpática, e sempre deve chamar a atenção. Para Jesus (2017), algumas frases
de efeito acabaram ganhando o status de slogans em algumas campanhas. Exemplo:
“Não é nenhuma Brastemp!” veio depois do slogan “Não tem comparação”.
Vamos conhecer alguns slogans que você provavelmente conhece, e isso ajudará a
criar a sua frase para identificar e distinguir a sua marca:
•• Dedicação total a você - Casas Bahia
•• De mulher pra mulher – Marisa
•• A verdadeira maionese - Helmann’s
•• Energia que dá gosto - Nescau
•• Todo mundo usa - Havaianas
•• Quem pede um, pede bis - Bis
•• Tem 1001 utilidades – Bombril
•• Tomou Doril, a dor sumiu - Doril
102
ANOTE ISSO
A escolha de uma boa marca irá diferenciar seu produto da concorrência e
pode dar origem a sentimentos positivos por parte dos consumidores. Cri-
térios de seleção:
• a marca deve indicar benefícios oferecidos;
• positiva, distinta e fácil de lembrar;
• nome e imagens coerentes com o produto;
• nome legalmente permitido;
• facilidade de tradução ou decodificação
Uma boa marca é fácil de lembrar, de fácil pronuncia, original, descreve dire-
ta ou indiretamente o produto.
No entanto, de acordo com Navacinsk e Tarsitano (2003, p. 4), apesar da
importância do nome, o sucesso de uma marca vai muito além dos atributos
intrínsecos ou extrínsecos do produto ou linha de produtos que representa.
De nada adianta a sonoridade do nome e a facilidade de ser memorizado se
ele não representar um conceito singular e ser percebido com todos os seus
benefícios junto aos consumidores, benefícios que justifiquem a opção dos
mesmos por essa e não por outra marca.
Conforme Boone; Kurtz (2009) e Churchill (2000), as marcas podem sofrer algumas va-
riações quanto ao tipo, com certos benefícios como margem de lucro diferenciada, su-
perioridade, diversidade, qualidade e tradição:
•• Marca do fabricante: de propriedade e uso do fabricante do produto. Exemplo:
Coca-cola, Vick Vaporub;
•• Marcas Próprias: é de propriedade e uso de um revendedor, atacadista ou vare-
jista. Exemplo: Carrefour, que oferece de panetones a televisão, Marisa, C&A, Casas
Pernambucanas;
•• Marcas genéricas: são identificados apenas por classe genérica. Exemplo: frutas,
verduras, lixa de unha, ou o mais conhecido, a classe de medicamentos que divulga apenas
o tipo de medicamento e as informações necessárias – o composto.
•• Marca nominal: pode ser descrito em palavras. Exemplo: McDonald’s;
•• Marca registrada/marca de serviço: possui status legal por ter sido registrada no
governo federal;
•• Marca comercial: nome legal sob o qual uma empresa opera Exemplo: Nestlé –
Nescafé, Leite Moça;
•• Extensão de marca: usar uma marca existente para um novo produto;
•• Marca de família: quando uma linha inteira de produtos usa a mesma marca no-
minal Exemplo: Gillete, que oferece uma série de produtos com esta mesma mar-
ca. Isso pode ter outro nome, como veremos agora.
Algumas marcas são tão fortes que decidem se expandir. Há outras que são entendidas
como “marcas guarda-chuva”. Mas o que é isso? É uma estratégia adotada por empre-
sas que atuam em diversificados segmentos da economia e utilizam de uma mesma
marca para uma ou mais linhas de produtos, visando à segurança no lançamento dos
mesmos.
103
Figura 1: Marca guarda-chuva
Fonte: o autor
https://media-exp1.licdn.com/mpr/mpr/AAEAAQAAAAAAAARQAAAAJGQzZWZhNDdiLTUxZDEtNGFhOS1iZTc0LTM3YWJhZjg-
wM2I1Yg.jpg
104
Sendo assim, branding, ou “gestão de marcas”, é um programa que gerencia e visa à
convergência entre as diversas áreas relacionadas a uma marca com o objetivo de agre-
gar valor ao produto/serviço, fazendo assim que ele se diferencie no mercado.
Construir uma marca de sucesso requer o uso criativo do marketing e estratégias
para aumentar a força da marca. No mercado competitivo de hoje, para uma marca
atingir o sucesso é quase uma regra que ela esteja conectada com os consumidores.
Caso você esteja trabalhando para construir sua marca, tudo o que vimos até aqui
certamente já te ajudou a clarear ideias, e ainda vou apresentar quatro etapas/dicas:
1. Introduzir um produto de qualidade no mercado
2. Acompanhar tendências e concorrentes
3. Manter a imagem da marca consistente
4. Fique atento às repostas dos clientes
Existem marcas sem emoções e marcas emocionais, como Wal-Mart e Apple. A dife-
rença está na visão, na visualização e na conexão emocional que transmitem ao mundo
(GOBÉ, 2002).
Programas de identidade empresarial dos emocionalmente conectados “é a expres-
são da cultura de uma empresa, sua personalidade e os produtos e serviços que tem a
oferecer” (GOBÉ, 2002, p. 172). Tais programas são mais ativos e eficazes quando pos-
suem elementos integrados tais como “sensibilidade social, relevância cultural e a busca
do ponto de conexão”, sem contar a humanização da marca. As pessoas esperam se
conectar à marca pelo “coração”, ou seja, pelo lado emocional.
O próprio símbolo, o logotipo e as cores expressas sempre foram estratégias, muitas
resistem ao tempo e transmitem superioridade, sinal de bom gosto e status aos usuários
(GODÉ, 2002)
Identidades de logotipos fortes tornam programas de publicidade e de RP mais efi-
cazes criando um atalho visual para as mensagens. “produtos com logotipo associado
a uma organização de alta qualidade se beneficiam pela percepção de que realmente
sejam de qualidade superior” (GOBÉ, 2002, p. 173).
Quando se fala em “economia orientada a pessoas”, torna-se necessário assumir uma
postura de contato emocional com os consumidores, de diálogo, e não mais pensar ape-
nas em impacto ou visibilidade. Faz-se necessário “expandir a expressão de caráter” para
causar percepção de significado. A mensagem emocional ganha palco utilizando pes-
soas para dar mais força e ligação. Conforme Gobé (2002, p.174), “o significado emocional
de uma marca precisa evoluir de ‘imposto’ para ‘pessoal’, de ‘impacto’ para ‘contato’”.
Vamos conferir e refletir o exemplo Banco do Brasil em campanhas anteriores. Todos
souberam em meados de 2011/2012 que o ator Reinaldo Gianechini foi diagnosticado
com um tipo de câncer. Na ocasião, ele estava servindo como garoto propaganda dos
comerciais do BB.
O Brasil todo estava torcendo por sua recuperação, o que envolve sentimento, emo-
ção. A instituição financeira cujo discurso na época era “Bom pra todos” estava traba-
lhando sua marca para se engajar a todos os cidadãos do país se colocando como o
banco em que qualquer pessoa poderia ser correntista.
105
Figura 2a e 2b: peças publicitárias emocionais
Fonte: a <https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/12/gianecchini.png?w=300> / b <http://www.
cidademarketing.com.br/2009/sysfotos/imagensexibicao/noticias/2012/novembro2012/bb_Reynal-
do_Gianecchini.jpg>
O fato de ter utilizado a figura do ator careca (figura XXa) em pleno tratamento trouxe
mais carga emocional para seu discurso, o que por sua vez pode ter ajudado no plano de
impactar os espectadores, ou melhor, de contatar, de se aproximar de todos. Na figura
b, temos o ator em outro momento, vendendo outro produto do banco, no qual a figura
materna é utilizada para referenciar que, afora uma mãe, o seguro oferecido pela insti-
tuição financeira seria o melhor que o correntista poderia ter.
Percebemos claramente que a relação familiar e o momento de dor e sofrimento es-
tão estampados nas peças, o que tende a criar uma atmosfera emocional para a marca e
seus seguidores.
Sabor: Alimento é uma forma de intercambio social e para muitas culturas está
imbuído de um significado especial. Servir “aperitivos” pode fazer dife-
rença com apelo simbólico, fazendo as pessoas se sentirem a vontade.
Formas (tato): É o sentido mais imediato, nos permite “possuir” a medida que uma
marca entra em declínio os clientes avaliam o produto tocando-o.
Sentir, perceber o ambiente, é uma experiência de marca.
Aroma: O cheiro fornece dicas de como pode ser usado para administrar a
identidade da marca. O cheiro é instintivo e involuntário e pode ser
um elo entre emoções e memórias.
Os sentidos podem e devem ser explorados pelas marcas para criar identidade. “Aromas
bem programados incentivam as vendas tal como as cores e a iluminação” (GOBÉ, 2002,
p. 149). As marcas que criam elos pelos sentidos são mais facilmente lembradas. Você já
107
passou alguma vez em frente ao O Boticário sem sentir aquelas fragrâncias? Dificilmen-
te, não é mesmo?
Essa lembrança que temos desses cheiros, gostos e clima agradável nos satisfaz e
nos traz boas memórias, que certamente nos levarão a querer novas experiências, logo,
procuraremos as empresas que nos trouxeram satisfação.
BRAND EQUITY
Para Sousa (2015), a marca é vista como a ligação existente entre o consumidor e deter-
minado produto ou serviço, esta ligação é normalmente de valor emocional, de carácter
pessoal e com base em experiências adquiridas anteriormente. O brand equity de uma
marca torna-se mais valioso ao passo que o consumidor reaja positivamente ao surgi-
mento de novos produtos e respetiva comunicação da marca
A autora diz ainda que o termo é abordado por vários autores de diferentes formas,
uns mais relacionados ao aspeto financeiro, outros mais ligados ao consumidor. Vamos
conhecer essas perspectivas e ampliar nosso entendimento quanto ao conceito.
Perspectiva financeira Perspectiva do consumo
“Os defensores das perspectivas financeiras de- “Quando os profissionais de marketing usam o ter-
finem o brand equity como o valor total de uma mo brand equity, eles tendem a significar a força da
marca que é um ativo separável quando é vendido, marca, baseada no cliente, para diferenciá-lo do
ou incluído em um balanço” (Feldwick, 1996 apud significado de valorização de ativos” (Wood, 2000
Castelo, 2011). apud Castelo, 2011).
Conhecimento da marca, tendo em conta a cons-
cientização da marca e a imagem de marca, de-
nominando-as de abordagens diretas e indiretas
(Keller, 1993)
Kotler & Keller (2009: 270) O valor agregado atribuído a produtos e serviços.
Esse valor pode se refletir no modo como os con-
sumidores pensam, sentem e agem em relação à
marca, bem como nos preços, na participação de
mercado e na lucratividade que a marca propor-
ciona à empresa. O brand equity é um importante
ativo intangível que representa valor psicológico e
financeiro
Chahal & Bala (2010) Uma marca forte com equidade positiva fornece
benefícios como a lealdade do cliente, maior parti-
cipação no mercado, margens mais elevadas, maior
eficácia da comunicação, etc., para as empresas
Vou tratar deste tema focando na perspectiva de Aaker que em seu livro Managing
Brand Equity (1991) trata deste tema (traduzido para o português, seria algo relacionado
à equidade de marca) tendo em vista que o patrimônio ou o valor da marca é um con-
junto de ativos e passivos vinculados a uma marca e símbolo, que somam ou deduzem
do valor fornecido por um produto ou serviço.
O autor estabelece relações entre a marca, seu patrimônio e o valor que ela assume
no mercado. A conexão de “marca” aos conceitos de “equidade” e “ativos” mudou radi-
calmente a função de marketing, permitindo expandir-se para além das táticas estraté-
gicas e se apossar da mesa executiva.
O patrimônio da marca tem quatro dimensões: fidelidade à marca, reconhecimen-
to de marca, associações de marcas e qualidade percebida, cada uma fornecendo
valor a uma empresa de várias maneiras. Uma vez que uma marca identifica o valor do
108
patrimônio do seu patrimônio, é possível seguir um roteiro de patrimônio da marca pro-
posto pelo autor para gerenciar esse valor potencial.
O patrimônio da marca também fornece valor aos clientes. Ele melhora a capacida-
de do cliente para interpretar e processar informações, melhora a confiança na decisão
de compra e afeta a qualidade da experiência do usuário. O fato de oferecer valor aos
clientes facilita a justificação no orçamento de construção de marca. Este modelo for-
nece uma perspectiva do patrimônio da marca como um dos principais componentes
do marketing moderno ao lado do conceito de marketing, segmentação e vários outros.
Veja agora o modelo proposto por Aaker (1991):
Aaker diz que a inclusão da fidelidade à marca ao modelo foi e ainda é controversa, à
medida que o pensamento de outros autores e estudiosos posicionam a lealdade da
marca como resultado do patrimônio da marca, que consiste em conscientização e as-
sociações. Mas quando você compra uma marca ou coloca um valor nela, a lealdade da
base de clientes é, muitas vezes, o recurso mais valorizado, por isso faz sentido entender
a inclusão. E ao gerenciar uma marca, a inclusão da fidelidade à marca como parte do
109
patrimônio da marca permite aos profissionais de marketing justificar a sua prioridade
no orçamento de construção da marca. As marcas mais fortes possuem essa prioridade.
Para fechar este tópico, vou recorrer a Navacinsk e Tarsitano (2003) e citar que, inde-
pendentemente de suas funções, uma marca é um símbolo bastante complexo, e pode
conduzir a seis níveis de significados sendo: atributos, benefícios, valores, cultura, per-
sonalidade e usuário.
Os autores citam que dentre os itens grifados, os significados mais importantes são
seus valores, cultura e personalidade, pois são eles que definem a essência da marca e é
desta forma que a empresa deve trabalhar suas estratégias de marca.
110
AULA 16
SEGMENTAÇÃO E
POSICIONAMENTO
DE MERCADO
Partindo do ponto de que mercado é qualquer indivíduo, grupo de indivíduos ou orga-
nizações que queiram, estejam habilitados ou sejam capazes de adquirir o produto de
uma empresa, Garcia (2013) diz que cada uma das divisões de mercado, ou segmentos
de mercado, que uma empresa seleciona para atingir com o seus esforços de marketing
é um mercado-alvo.
Muitas empresas optam por trabalhar com a segmentação de mercado. Por meio de
pesquisas de marketing, elas conseguem identificar seu público-alvo e focar a atenção
em grupos menores e relativamente homogêneos dentro do mercado total.
Conforme Cobra (2009), a segmentação de mercado serve para direcionar as estra-
tégias de marketing para um determinado grupo. Trata-se da identificação e seleção de
grupos de pessoas com características ou interesses semelhantes o que facilita aproxi-
mação e entendimento e atendimentos de suas necessidades e desejos.
Vamos construir um quadro conceitual para que possamos ter várias fontes de en-
tendimento.
112
Fonte: adaptado de Silva (2014) e Giraldi e Campomar (2005)
Até aqui fica claro que para a empresa é mais interessante focar seus esforços em um
grupo menor de pessoas do que atirar para todos os lados investindo ou gastando seus
recursos para dialogar com pessoas que não são o foco do empreendimento. “Se todos
os consumidores fossem iguais, se tivessem as mesmas necessidades, educação, dese-
jos e experiências, o marketing de massa seria uma estratégia lógica” (SCHIFFMAN e
KANUK, 2000, p. 31).
Diante desta perspectiva, Day (1990, apud GIRALDI e CAMPOMAR, 2005) diz que o
desafio para as empresas é encontrar o menor conjunto possível de grupos, onde esses
sejam:
1. suficientemente distintos em requisitos de custo e capital, em critérios
de compra e comportamento dos clientes a fim de justificar uma di-
ferença significativa nas estratégias para servir os grupos de clientes;
2. substanciais o suficiente para justificar os custos incrementais de
uma estratégia elaborada especificamente para eles;
3. mensuráveis em termos de volume atual de vendas e taxa de cres-
cimento;
4. duráveis o suficiente de forma que as diferenças entre os segmen-
tos não desapareçam antes do potencial de lucros se concretizar;
5. identificáveis, de modo a atingir cada grupo distinto de clientes por
meio de um esforço dirigido de vendas e comunicação.
Outros autores tratam desses critérios utilizando outra nomenclatura sendo: Mensu-
rabilidade ou identificação; Acessibilidade; Substancialidade ou suficiência; e Con-
gruência ou estabilidade.
O autor diz ainda que as estratégias de segmentação que analisam o consumidor po-
dem ser baseadas em variáveis psicológicas específicas como, por exemplo, suas neces-
sidades, motivações, personalidade, percepções, aprendizagem, nível de envolvimento
e atitudes.
Segmentação comportamental – os grupos são divididos de acordo com as
características de seu relacionamento com o produto: a segmentação por uso, baseada
no aspecto “o quê?” do comportamento de mercado, trata de dividir os consumidores
de acordo com seu nível de uso. Dessa forma, os segmentos são classificados como
pesados, médios e leves, conforme a quantidade que consomem.
De acordo com Garcia (2013), a segmentação por benefícios pode ser utilizada
para posicionar várias marcas em uma mesma categoria de produtos. Refere-se a agrupar
consumidores individuais de acordo com os benefícios que eles buscam em um serviço ou
produto. Os clientes são agrupados em um segmento baseado na semelhança dos benefícios
buscados. Segmentos de consumidores diferentes procuram benefícios deferentes.
Não devemos nos orientar apenas por uma ou outra variável de segmentação,
pois há um risco muito grande de não ser criterioso o suficiente e não ter um bom
mercado, ou mercado interessante. Os formatos de segmentação utilizam combinações
de várias bases de segmentação para criar perfis de segmentos de consumidores, como,
por exemplo, renda, faixa de idade, profissão e estilo de vida (SCHIFFMAN e KANUK,
2000, p. 33).
Churchill (2003 apud DIAS, 2014, online) cita alguns exemplos como produtos de beleza
para mulheres negras, fraldas geriátricas ou a os sanduíches do McDonald’s, como o
McLanche Feliz para crianças e o Big Mac para adultos. Este caso de segmentação já
exige que a empresa possua um conhecimento maior de seus clientes, para que assim
possa elaborar também planos de marketing mais específicos e compostos de produto
que possam atender às necessidades de cada grupo de cliente atendido pela empresa.
Marketing de Nicho: um nicho é um grupo ainda menor do que estamos falando no
âmbito da segmentação. Trabalha-se com um restrito mercado cujas necessidades não
estão plenamente satisfeitas.
Marketing Local: O marketing local é aquele que adota programas para atender as
necessidades e desejos de grupos de consumidores locais, e neste caso a propaganda
nacional é um desperdício (SILVA, 2014, p. 12).
Marketing Individual: É o marketing “um a um”, ou o que podemos chamar de mar-
keting customizado. Cria-se um composto de marketing personalizado para um indiví-
duo ou uma organização. Para Dias (2014, online), neste caso, a organização deve possuir
um contato muito próximo com cada um de seus clientes, o que com certeza gera mais
custos para a empresa, já que esta precisa de uma estrutura individualizada de atendi-
mento e realização do serviço.
115
O que é possibilitado com as novas tecnologias, especificamente com
os computadores, robóticas e as mídias de comunicação instantânea
que permitem as empresas um retorno ao marketing customizado
(SILVA, 2014, p. 12).
Churchill (2003 apud DIAS, 2014, online) cita como exemplo hotéis como o Ritz-Carlton
ou serviços de consultoria específicos para cada organização, indicando então que este
tipo de serviço normalmente terá também alto preço de venda para que justifique os
investimentos necessários.
Garcia (2013, p. 27) explica que o motivo para se segmentar um mercado parte do
princípio de que as empresas concentram seus esforços nos maiores mercados, nos
quais é mais fácil distribuir o produto ou então começar a vender onde sempre vendiam,
fazendo do futuro uma reprodução do passado.
116
ISTO ESTÁ NA REDE
Para realizar a segmentação de mercado, é necessário que se adote um
procedimento que forneça dados relevantes que permitam identificar os
principais segmentos de um mercado. No trabalho de Silva (2014), temos os
procedimentos em três estágios para a segmentação de mercado e ainda
outros requisitos.
Disponível em < http://www.fatecsaosebastiao.edu.br/downloads/TGs/
TG_2014_MariaDimas.pdf>
POSICIONAMENTO DE MERCADO
Sabe quando você tem uma opinião sobre a empresa do tipo: essa loja é só para gente
rica? Provavelmente a empresa trabalhou sua comunicação, seu layout e seus preços
para que você e todos pensassem assim. Isso que a empresa faz é um posicionamento.
Em marketing, posicionamento é a técnica na qual os mercadólogos tentam criar
uma imagem ou identidade para produto, marca ou empresa. É uma ação de diferen-
ciação por meio de atributos reais ou simbólicos e se dá após a ação de segmentação,
depois de identificar um público-alvo.
O posicionamento é o espaço que um produto ocupa na mente do consumidor
em um determinado mercado, é como compradores potenciais o veem, e é expresso
pela relação de posição entre os concorrentes.
O que seu produto oferece que os outros não têm? Chamamos isso de atributos, ou
características que podemos ter e mostrar ao mercado que possuímos de forma dife-
rente. Dizem que a formula da Coca-cola é algo escondido a sete chaves, e outros refri-
gerantes sabor cola não são considerados iguais. Os consumidores de paladar aguçado
conseguem dizer que a Coca-cola é a melhor.
Alguns atributos são considerados importantes para os consumidores, e estes levam
em consideração essa característica na hora de escolher - mas não são os fatores princi-
pais. Outros atributos são determinantes, e estes sim, são essenciais para que o consu-
midor escolha determinado produto ou marca.
Digamos que a marca Nike diga que seus tênis de corrida sejam os melhores para
os atletas desta modalidade. Vemos aqui que a marca está se posicionando utilizando
um atributo de desempenho e funcionalidade, colocando-se como superior aos demais.
Pessoas que queiram melhor desempenho em suas corridas vão tomar esse posiciona-
mento da marca como verdadeiros e serão tendenciosos ao fazerem suas escolhas por
esta marca, pois para elas é determinante que seus tênis ajudem em seu desempenho.
ANOTE ISSO
Posicionamento é o ato de desenvolver uma oferta e uma imagem da em-
presa, de maneira que conheçam e retenham na memória uma posição
competitiva diferenciada e significativa nas mentes dos consumidores alvos,
no que diz respeito a benefícios fundamentais que a oferta possui (KLEIN,
2013, online)
117
Quando nos posicionamos, definimos nossa identidade. Aliás, para nos posicionar, pre-
cisamos adotar uma identidade; identidade esta que pode não ser percebida pelo con-
sumidor, o que pode gerar uma imagem equivocada do que somos ou pretendemos
ser. Feito isso, se essa imagem negativa se proliferar, teremos uma reputação ruim.
Mas espera um pouco, o que significa especificamente cada um desses itens? Va-
mos entender:
•• A IDENTIDADE é o que a empresa é ou o que ela tenta transmitir por meio de sua
missão, valores, visão, historia e comunicação. Para Bueno (2009), “a identidade é a
somatória de esforços, produtos, significados, valores, marcas, etc., construídos ou
produzidos por uma organização”.
•• A IMAGEM é uma percepção que temos da organização diante de alguma ação da
empresa, de alguma reportagem. É aquilo que percebemos ou que concluímos
em um determinado momento. A imagem pode ser adquirida por um contato
direto com a empresa, por meio de um evento ou de uma venda, e é constante-
mente formada na cabeça do público.
•• A REPUTAÇÃO é o que uma empresa constrói ao longo do tempo. É o conjunto
de imagem percebida pelos públicos em um longo período. São as ações da em-
presa, seu posicionamento diante de diversas situações e a forma como lida com
a comunidade a sua volta.
Os valores que são conferidos à marca e os que lhe são atribuídos pela opinião pública,
de forma natural e espontânea, auxiliam na construção de sua imagem, que deve, acima
de tudo, ser coerente, adequada e despertar desejo e confiabilidade no consumidor.
Resumindo, a Identidade da marca reflete a contribuição de todos os elementos da
marca para a conscientização e imagem. Ela fornece uma direção, propósito e significa-
do para a marca e é o centro da visão estratégica de uma marca e o condutor de asso-
ciações de marca Por outro lado, a imagem da marca pode ser definida nas percepções
dos consumidores de uma marca como reflexão pelas associações de marca presentes
na memória do consumidor (SOUSA, 2015).
Quanto à diferenciação, diferenciar-se é “o ato de desenhar uma ou um conjunto de
diferenças expressivas, para distinguir a(s) oferta(as) da empresa das ofertas dos concor-
rentes”, e devemos fazer isso selecionando com cuidado como ou o que usaremos para
nos diferenciar, veja conforme Klein (2013, online):
Diferenciação por produto: Consiste em fornecer aos consumidores produtos que po-
dem ser diferenciados de diversas formas: Design inovador,
características padronizadas ou opcionais, estilo, inovadores,
durabilidade e confiabilidade acima da média, entre outros
diferenciais.
Diferenciação nos serviços: Pode ser feita através de um serviço de atendimento ao con-
sumidor eficiente, uma entrega mais rápida, conveniência,
tempo disponível, instalação, por imagem da empresa ou
da marca.
Diferenciação através dos canais: A vantagem competitiva de uma empresa pode ser os seus
canais de distribuição. Quando eu falo do canal de distribui-
ção, isso abrange toda a cadeira genérica de valor.
O produto transfere para a marca valores que lhe foram sendo atribuí-
dos com o passar do tempo[...] Estes valores tendem a resolver, com
eficiência, problemas ligados à relação que se estabelece entre a quali-
dade, preço e praticidade (NAVACINSK; TARSITANO, 2003, p.6).
120
CONCLUSÃO
Entendemos que o marketing pode ser visto como o gerenciamento da demanda des-
de a percepção de necessidades e desejos do mercado e o desenvolvimento de bens até
sua disponibilização ao mercado, atendendo a consumidores cada vez mais conscientes
de seus direitos em relação ao ambiente em que vivem. Esse mesmo marketing que
utiliza uma “formulazinha” denominada “mix de marketing”, com seus produtos, preço,
praça e promoção, auxilia a empresa, planejada e estrategicamente, a alocar produtos
nos locais corretos, a um preço justificável, por meio de ações promocionais e posicio-
namento.
Aquilo que podemos controlar dentro do nosso ambiente interno, podemos e de-
vemos fazê-lo. Esse monitoramento, esse acompanhamento, por assim dizer, permitirá
a nós, inclusive, promover uma melhor relação entre os diversos setores empresariais.
Todas essas decisões tomadas em conjunto dentro desse ambiente interno podem ser
uma forma de integração sinérgica, trazendo melhores processos e ainda mais rápidos.
Quanto aos externos, essa compreensão e visão ampliada podem ser uma excelente
fonte de vantagem competitiva quando os ventos sopram a nosso favor.
O efeito de algumas mudanças que vem ocorrendo no mercado global é a frag-
mentação do mercado de massa em numerosos micromercados diferenciados por fai-
xa, sexo, ascendência étnica, nível de instrução, localização geográfica, estilo de vida e
outras características. Muitos empresários estão optando por abrir seu negócio visando
atingir um público mais específico, trabalhando com micromercados ao invés da abor-
dagem “tiro de canhão”.
De acordo com Basta (2006, p. 23), o microambiente do marketing é formado por
concorrentes, intermediários, fornecedores, entidades privadas e públicas, que são
considerados forças não controláveis. Os departamentos da própria empresa são for-
ças controláveis que devemos nos atentar e monitorar, já as forças incontroláveis do
macroambiente apresentam atores como a demografia, ambiente natural, ambiente
tecnológico, ambiente econômico, ambiente político e legal e o ambiente social. O am-
biente competitivo é composto por todas as organizações que poderiam potencialmen-
te criar valor para um determinado mercado. A concorrência em vários setores assume
a forma de concorrência pura, concorrência monopolista ou concorrência oligopolista.
A compilação do diagnóstico desses ambientes pode ser trabalhada por um Sistema
de Informação de marketing que visa melhorar a qualidade das decisões dos gestores
por terem sido apuradas com sistematização.
Pesquisa de marketing é uma investigação sistemática que fornece informações para
orientar as decisões empresariais. A pesquisa é a principal ferramenta de marketing para
realizar o objetivo primeiro de satisfação dos clientes com maximização dos lucros.
Por fim, vemos o marketing social como uma forma de buscar adesão ou mudança
de comportamento das pessoas em prol de causas que beneficiem o coletivo. Deixar de
lado grandes mercados (para todos os públicos) e apostar em grupos específicos.
Todos os nossos esforços em administração de marketing são para atrair e manter
clientes, não é mesmo? Então também aprendemos que a gestão de relacionamento
com os clientes pode ser feita com auxilio estratégico do CRM, que pode compilar uma
série de informações e dispor material que facilite nossa tomada de decisão quanto a
ações de pré e pós-venda.
121
O comportamento do consumidor não é determinado apenas por suas
preferências, mas também por restrições orçamentárias que limitam a capacidade
do indivíduo de consumir, tendo em vista os preços que ele deve pagar por diversas
mercadorias e serviços. Abordando aspectos psicológicos em alguns casos, a oferta
parece tão atraente que a pessoa se dispõe a fazer até sacrifícios para consumir o produto
ou serviço. Levam-se em consideração as características pessoais que reforçam o “eu
verdadeiro” ou o “eu” que eu quero ser. Já o comportamento do comprador industrial
constitui o processo decisório através do qual as organizações formais estabelecem
as necessidades de produtos e serviços a serem comprados e identificam, avaliam e
escolhem alternativas de marcas e fornecedores.
Diante da competitividade das empresas que fabricam produtos cada vez mais
semelhantes, para Navacinsk e Tarsitano (2003) a única diferença entre um produto e
os demais que estão disputando o mesmo segmento é a sua marca. O produto em si, a
embalagem, o nome da marca e toda a estratégia de comunicação realizada na divulgação
do produto formam um conjunto que representa a síntese de uma marca. Estão entre
eles os valores estéticos, emocionais, racionais e físicos do produto em si e das relações
mentais estabelecidas entre os consumidores e o objeto representado por ela.
Para Sousa (2015), as marcas têm que trabalhar o seu produto, bem como a sua co-
municação em torno do que o consumidor possa necessitar, assim, poderão encaixar-se
de forma mais eficaz em suas necessidades latentes, isto é, caso este procure por uma
experiência, algo mais emocional (valor intangível da marca) ou então um produto ou
serviço que vá ao encontro de uma necessidade básica do consumidor, algo funcional,
por exemplo, quando o consumidor escolhe determinado produto pelo seu preço (valor
tangível da marca).
Como empresários, precisamos dizer ao mundo quem somo, qual é nossa perspecti-
va, nosso foco e nosso alvo e nos colocarmos em uma posição, nos distinguir. O posicio-
namento pode nos auxiliar a agregar valores diante dos consumidores como opção para
sanar suas necessidades.
Agora é com você, utilize tudo que aprendeu para buscar ainda mais informação e
aplicar ao seu mercado!
122
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
Fundamentos de marketing
Autor: Darci Basta Dos Santos Silva, Fernando Roberto De Andrade Marchesini,
José Antonio Ferreira De Oliveira, Luis Carlos Seixas De Sá
Editora: FGV
Sinopse: o este livro apresenta as definições do marketing e sua evo-
lução ao longo do tempo. Evidencia a visão globalizada dos negócios
e a gestão de parceria, descrevendo o perfil exigido do profissional
de marketing nos tempos atuais, marcados por mudanças e comple-
xidades. Examina as relações do marketing com as demais áreas de
atividade da organização, bem como os conflitos e aforma de neutra-
lizá-los.
LIVRO
LIVRO
123
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
FILME
FILME
A procura da felicidade
Ano: 2007
Sinopse: Chris Gardner enfrenta uma vida difícil. Despejado de seu
apartamento, este pai solteiro e seu filho não têm onde morar. Chris
consegue um estágio não remunerado em uma firma de prestígio.
Sem dinheiro, os dois são obrigados a viver em abrigos, mas Chris está
determinado a criar uma vida melhor para ele e seu filho.
Comentário: no início da década de 1980, os Estados Unidos viviam
um período de estagnação econômica e inflação, e foi graças às me-
didas adotadas pelo então presidente Ronald Reagan, que o estilo
de vida americano pôde ser preservado. Com uma política de recu-
peração econômica logo no primeiro ano de mandato, que consistia
em fornecer estímulos à oferta (suply-side economics) que incluía
medidas de desregulamentação e cortes de impostos. De acordo com
Kloter, as principais forças do microambiente são: ambiente demográ-
fico, ambiente econômico, ambiente natural, ambiente tecnológico, 124
De Pernas pro Ar
Ano: 2010
Sinopse: Alice (Ingrid Guimarães) é uma mulher moderna e atribulada
que a princípio só pensa em trabalho, dando pouca atenção à sua vida
social. Depois de ser demitida e ainda abandonada pelo marido, Alice
muda radicalmente quando conhece sua vizinha Marcela (Maria Pau-
la), dona de uma pequena sex shop chamada Sex Delícia.
Alice resolve ajudar Marcela em seus negócios e com sucesso as duas
conseguem fazer com que a Sex Delícia se torne uma grande rede de
lojas. Mas, além disso, esse novo ‘ramo’ fará com que Alice aprenda a
dar mais valor ao sexo e às pessoas e inclusive enxergar seu marido
João (Bruno Garcia) com outros olhos.
Comentário: Este filme pode ser uma boa forma de compreender
como os clientes dão valor a alguns atributos como o sigilo, e o canal e
venda escolhido para o negócio tem valor agregado o que gera bons
resultados.
FILME
SUITS
Ano: 2011
Sinopse: este não é um filme, e sim uma série. Mike Ross (Patrick J.
Adams) é um garoto que abandonou a faculdade de direito, mas,
brilhante como é, consegue uma entrevista com o respeitado Harvey
Specter (Gabriel Macht), um dos melhores advogados de Manhattan.
Quando percebe o talento nato e a memória fotográfica do garoto,
Harvey o contrata e, juntos, eles formam uma dupla imbatível. Mesmo
sendo um gênio, Mike ainda tem muito a aprender sobre o Direito.
E mesmo sendo um advogado tão competente, Harvey irá aprender
com sua nova dupla a ver seus clientes de outra maneira.
Comentário: Esta série mostra como a firma de advocacia da trama se
posiciona no mercado e é vista no mercado por seus diferenciais, por
suas contas milionárias, por seus advogados brilhantes que ganham
casos às vezes de forma um tanto não conservadora. Vale a pena mara-
tonar.
WEB
125
WEB
WEB
WEB
WEB
126
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