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ai 7/2/2007 15:18:06
C
marketing. Os demais capítulos trazem exemplos práticos de
M empresas conhecidas que buscam diferenciação e inovação no
Y
atacado e no varejo, em serviços e na indústria.
CM
CY
CMY
Alexandre Luzzi Las Casas Maria Tereza Garcia (Org.)
K
acesse o site
Diferenciação e inovação
em marketing
Estratégias diferenciadas de marketing
aplicadas aos diversos segmentos de mercado
www.saraivauni.com.br
DISTRITO FEDERAL
SIG Sul Qd. 3 — Bl. B — Loja 97 — Setor Industrial Gráfico
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Evandro K. Veronez
Mestrando em Administração de Empresas pela Faculdade de Eco-
nomia e Administração da PUC-SP.
Victor Degenhardt
Mestre em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia e
Administração da PUC-SP.
Vilma Lorey
Mestranda em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia
e Administração da PUC-SP.
vii
Sobre os autores
Os organizadores
x
Diferenciação e inovação em marketing
Parte I ̶ Conceituação 1
Capítulo 1 Diferenciação e inovação em marketing 3
Alexandre Luzzi Las Casas
(Dicionário Aurélio)
Capítulo 2
Inovação e competitividade:
alternativas para um novo marketing
Objetivos do capítulo
Os estrategistas de marketing têm procurado novas formas de abor-
dar o mercado e de fazer suas ofertas. As mudanças ocorridas nos últi-
mos tempos exigiram que as formas tradicionais de marketing fossem
revisadas e reestruturadas para atender aos desafios de um mercado
moderno. Nesse contexto, a diferenciação e a inovação das ofertas de
marketing passaram a ganhar importância como formas de conferir
competitividade e de agregar valor aos produtos e aos serviços promo-
vidos nas novas condições. O objetivo deste capítulo é analisar a estra-
tégia de diferenciação, enquanto o tema inovação será abordado no
capítulo seguinte.
Palavras-chave: orientação para o mercado; estratégia; diferenciação;
inovação.
1.1 Introdução
O conceito de marketing tem mudado muito. O modelo antigo, mais estático,
apresentava uma análise posicional e não interativa, em que a distribuição tinha um
papel logístico. O mercado era segmentado e os produtos eram diferenciados para
ocupar determinado nicho, de modo que os profissionais procuravam identificar o
mercado e posicionar os seus produtos a fim de ganhar vantagem diferencial.
Na nova proposta mercadológica, as empresas relacionam-se de forma mais
interativa com os clientes, com os concorrentes e com os canais de distribuição.
Estabelecem-se vínculos mais profundos com os clientes e, inclusive, são deli-
neadas estratégias de longo prazo para que continuem comercializando com a
empresa e esta consiga aumentar os lucros com a parceria desenvolvida. Da mesma
forma, há mais preocupação com o relacionamento com os distribuidores. As
empresas procuram desenvolver vínculos mais permanentes com todos por meio
1.2 Diferenciação
Procurar manter um bom relacionamento tem sido a proposta básica das
empresas modernas. Em síntese, a mudança do marketing tradicional, funcional,
para o marketing moderno, de relacionamento, foi quanto ao enfoque, conforme
mostram as Figuras 1.1 e 1.2 (WENSLEY, 2005, p. 47).
Empresa Mercado
4
Composto de
marketing
Clientes
Parte 1 Conceituação
Logística Concorrentes
A orientação é focar poucos atributos que agregam valor aos clientes. Após a
escolha de qual valor ou de quais valores atender, deve-se desenvolver um sistema
operacional que permita atingir os objetivos de satisfação dos clientes e que pro-
teja a empresa de cópia por parte da concorrência. Para isso, recomenda-se que
sejam criados diferenciais internos nos próprios sistemas, o que os torna de difícil
reprodução. O atributo oferecido é conseqüência de uma série de atividades, não
apenas de uma característica adicionada ao produto. Dessa forma, se uma em-
presa decide oferecer ao mercado um produto com foco no atributo conforto, por
exemplo, deve desenvolver uma seqüência de procedimentos que ajudará a oferta
Parte 1 Conceituação
Atentos a essa tendência, o setor pretende investir pesado nos serviços móveis.
(...). Os dispositivos móveis também poderão ser usados como meio de
pagamento, já que os celulares com chip podem transformar-se, por exemplo,
em cartão de crédito (BALDO, 2005, p. C1).
8 As instituições financeiras também estão atentas ao crescimento de fóruns e de
comunidades virtuais, os quais deverão causar algum impacto na oferta dos bancos.
No setor de TV paga, as empresas também estão preocupadas em diferenciar
conforme as mudanças da demanda. Em 2005, o setor aumentou visivelmente
o faturamento publicitário a partir de maiores índices de audiência e do posicio-
namento de fornecedores de conteúdo para outras tecnologias, como é o caso do
ESPN móbile, que uniu empresas, como o canal de esportes ESPN, e operadores
de telefonia móvel, como a Vivo e a Brasil Telecom. Além disso, o conteúdo na-
cional foi o ponto forte da maioria das emissoras de TV paga (NEVES, 2005).
Uma dessas empresas afirmou, por meio de entrevista de um de seus executivos,
que 45% do faturamento do Cartoon Network é proveniente de ações diferenciadas.
Uma delas é o cross media, que integra TV e Internet, a fim de permitir a inserção do
anunciante na linguagem do canal e na mente do público. Essa empresa acredita
tanto na diferenciação que procura, a cada ano, dobrar as ofertas diferenciadas; os
executivos da empresa acreditam que a segmentação facilita muito esse bom di-
Parte 1 Conceituação
É o conjunto de benefícios, o pacote de utilidade proporcionado pela versão Capítulo 1 Diferenciação e inovação em marketing
básica do produto; é, em certo sentido, o mínimo que se pode esperar de uma ofer-
ta, o produto essencial, sem características e benefícios adicionais.
1.2.2 Posicionamento
Uma empresa decide o que deverá fazer em termos de posicionamento de
seus produtos ou de suas marcas. Essa é uma decisão estratégica importante, uma
vez que todo o composto de marketing (produto, preço, distribuição e promoção)
será desenvolvido para formar determinada imagem.
O planejador deverá identificar quais produtos são mais importantes para
desenvolver uma estratégia de posicionamento. Geralmente, a ferramenta mais
Parte 1 Conceituação
tenha o mínimo possível, pois ter foco é muito importante. Quando há um bene-
fício central enfatizado, a marca de um determinado produto fica associada ao
benefício, e a empresa posiciona-se mais facilmente.
Para determinar os aspectos a serem diferenciados e posicionados, um quadro
pode ser usado, como o de seleção de uma vantagem competitiva, proposto por
Kotler (2000).
Capacidade do
Vantagem Posição do Importância de Disponibilidade e
Posição da empresa concorrente de
competitiva concorrente melhorar a posição velocidade
melhorar sua posição
Tecnologia 8 8 B B M
Custo 6 8 A M M
Qualidade 8 6 B B A
Atendimento 4 3 A A B
7/3/2007 09:27:34
Nesse quadro, a empresa que está identificando qual diferença promover con-
sidera quatro aspectos de vantagem competitiva: tecnologia, custo, qualidade e
atendimento. Tanto a empresa em questão quanto as concorrentes são avaliadas
com a atribuição de notas aos aspectos da vantagem competitiva, em uma escala
que varia de 1 a 10. Posteriormente, a relevância dessa melhoria para os clientes é
avaliada. Avalia-se também quem tem maior capacidade de melhoria considerando
custos ou rapidez, o que gera uma recomendação. Nesse caso, a ação recomendada
seria manter a vantagem competitiva tecnologia. Para custos e qualidade, a ação
recomendada seria monitorar, pois se torna necessário investir no atendimento.
Foi isso que a Monsanto fez em um de seus mercados de produtos químicos.
Para isso ela contratou mais funcionários para suporte técnico. Depois que eles
haviam sido treinados e estavam prontos, a Monsanto se anunciou como a líder
em atendimento técnico (KOTLER, 2000, p. 325).
No entanto, deve-se observar que a melhor análise deve ser feita com os espe-
cialistas da área e com os clientes. As pesquisas, formais ou informais, revelam
os aspectos que devem ser enfatizados por uma organização. A experiência e o
conhecimento do mercado também geram esse tipo de informação. Ao elabo-
rar um plano estratégico de marketing são reveladas oportunidades e ameaças,
pontos fortes e fracos, os quais subsidiam essa decisão (análise Swot (Fofa)).
Desempenho Franquias
Durabilidade
Confiabilidade
Estilo
Serviços
Fonte: Adaptado de KOTLER, 2000, p. 310 .
Resumo
O conceito de marketing tem mudado muito. O modelo anti-
go, mais estático, serviu de base para uma análise posicional e não
interativa, em que a distribuição tinha um papel logístico. O mercado
era segmentado e os produtos diferenciados para ocupar determinado
nicho, de modo que os profissionais procuravam identificar o mercado
Parte 1 Conceituação
20 ______. Plano de marketing para micro e pequena empresa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
NEVES, Regina. TV paga brasileira ingressa em uma nova fase. Gazeta Mercantil,
São Paulo, 30 nov. 2005. Caderno Comunicação, p. C6.
PORTER, Michael. In: BAKER, Michael J. Administração de marketing. São Paulo:
Campus, 2005.
TEICH, Camila. Gazeta Mercantil, São Paulo, 30 nov. 2005. Caderno Comunicação, p. C6.
______. Coca-Cola em versão bola, para Coca. Gazeta Mercantil, São Paulo,
24 jan. 2006. Caderno Empresas e Negócios, p. C6.
WENSLEY, Robin. Os conceitos básicos da estratégia de marketing. In: BAKER, Michael J.
Administração de marketing. São Paulo: Campus, 2005.
Parte 1 Conceituação
Objetivos do capítulo
A partir de uma análise da preocupação empresarial primeiro em aten-
der o cliente e posteriormente em garantir um diferencial no tocante
à concorrência, este capítulo propõe-se a identificar e a relacionar as
semelhanças e as discordâncias fundamentais entre fazer o que os clientes
querem ou fazer que os clientes aprendam a querer algo. Para ser mais
competente nessa influência, as organizações entram em uma verdadeira
guerra a fim de superar a si e às concorrentes. Neste capítulo, pretende-se
discutir e permitir a reflexão sobre a utilização do processo de inovação
em busca de novos caminhos para o marketing e a possibilidade de apli-
cação de novos instrumentos.
Palavras-chave: inovação; marketing; competitividade.
2.1 Introdução
Ao longo da evolução do conceito de marketing, manteve-se a noção básica de
que se pode criar vantagem competitiva ao oferecer ao consumidor o que ele quer.
O que mudou é a maneira pela qual os consumidores são satisfeitos. Cada vez mais,
as organizações adquirem compreensão mais profunda sobre os consumidores,
aprendem a respeito dos objetivos que eles esperam atingir em suas vidas e
criam elos poderosos entre esses objetivos e suas marcas. As boas empresas estão
oferecendo o que seus clientes querem, mas as empresas excelentes estão criando
mercados, em alguns casos nunca imaginados pelos clientes, de forma a moldar
a evolução da organização e produzir uma vantagem competitiva que antes seria
inatingível. Enquanto mais organizações passam a orientar-se para o cliente, muitas
estão descobrindo que, cada vez mais, há concorrentes de orientação semelhante, o
que resulta em falta de diferenciação, e não na competitividade prevista e desejada.
No mundo dos negócios da atualidade, poucos termos são usados sem a pro-
fundidade necessária e tão mal compreendidos como a palavra inovação. É verdade
que essa realidade vem sendo modificada: os gestores têm recebido uma carga de
Capítulo 2 Inovação e competitividade
Área Implicações
Mudanças no produto, nos serviços, no
Empreendimento
mercado, nos negócios etc.
Realocação de pessoal, hierarquias,
Estrutura
unidades de negócios
Departamentalização Redes, call center etc.
Mudanças de processos, equipamentos,
Tecnologia relação homem/máquina ou
30
máquina/máquina
Mudanças de atitude e habilidades das
Comportamento
pessoas
Fonte: VICO MAÑAS, A. Gestão de tecnologia e inovação. São Paulo: Érica, 2003.
Isso demonstra que todas as áreas envolvidas nas possíveis mudanças das
organizações têm uma dependência muito forte das pessoas em qualquer ati-
vidade ou quando participam de qualquer grupo. Desse modo, parece que a crí-
tica nas organizações é de que as pessoas, de maneira geral, não são criativas.
A posição de não acreditar nessas colocações é baseada na convivência em
organizações diversas, o que possibilita perceber que, gradativamente, as pessoas
deixam de utilizar seu lado criativo e adaptam-se à rotina, fundamentadas na falta
de retorno, no desconhecimento dos objetivos, na manutenção do status quo a
qualquer preço, entre outros motivos.
Nas organizações, as pessoas, tanto individualmente como quando agrupadas,
Parte 1 Conceituação
(mais, inclusive, do que nos tipos anteriores), uma vez que a organização realiza
a inovação visando à sua melhoria, ao desempenho e à atuação do seu produto
— o que leva outras organizações a provocarem as mudanças para não ficar em
desvantagem.
Ao partir da análise da tipologia de inovações de Marquis, ou mesmo de outros
autores, nota-se que a organização procura o profissional inovador, ou tenta
tribuidores e outros que sejam relevantes para que o negócio seja possível. Criar e
manter vínculos com esses parceiros significa ter oportunidades de aprendizagem.
Finalmente, alcançar resultados positivos em uma inovação requer um con-
texto organizacional de apoio, em que as idéias criativas possam emergir e ser
desenvolvidas de forma efetiva. Isso significa que é necessária uma cultura de ino-
vação que apóie a estratégia. A construção e a manutenção dessas condições
dentro de uma organização são parte fundamental da gestão da inovação; além
disso, implicam a existência de treinamento e de desenvolvimento das pessoas
envolvidas, de sistemas e de tecnologia de reconhecimento e de recompensa, de
comunicação efetiva, de participação e compromisso, bem como de uma estrutura
organizacional adequada.
Uma quinta fase consiste em refletir sobre as fases anteriores e revisar expe-
riências que trouxeram bons ou maus resultados, objetivando aprender a tocar
melhor o processo e a captar o conhecimento que seja relevante na experiência.
A primeira etapa de um processo de inovação é o processamento de sinais de
mudança. Esses sinais podem transformar-se em novas oportunidades tecnológicas,
em mudanças das preferências dos consumidores ou dos beneficiários, em mudanças
de legislação ou em pressões dos consumidores/beneficiários. De acodo com a
dinâmica das transformações do setor ao qual a organização pertence, é necessário
que se obtenha informação rapidamente e de maneira adequada.
Quando colocada em prática, a inovação torna-se o núcleo de um processo.
Parte 1 Conceituação
As etapas de seu desenvolvimento ocorrem desde uma análise geral até a inovação
final, passando pela resolução de problemas específicos. É essa etapa que envolve
mais comprometimento e à qual a organização dedica mais tempo e recursos. Uma
gestão eficaz dessa etapa exige estreita comunicação entre as atividades comerciais e
operacionais, bem como entre a organização e os diferentes participantes do ambiente
externo. A experiência ensina que há necessidade de algum tipo de sistema de
Referências
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market leaders. Cambridge: Perseus Books, 1999.
FREEMAN, C. The economics of industrial innovation. Londres: Pinter, 1982.
———; SOETE, L. The economics of industrial innovation. Cambridge: MIT, 1997.
HAMEL, G. Leading the revolution. Cambridge: Harvard Business School, 2000.
———; PRAHALAD, C. Competindo para o futuro. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
KANTER, R. M.; KAO, J.; WIERSEMA, F. Inovação. São Paulo: Negócio, 1998.
KOTLER, P. Marketing: edição compacta. São Paulo: Atlas, 1989.
KUCZMARSKI, T.; MIDDLEBROOKS, A.; SWADDLING, J. Innovating the
coorporation: creating value for customers and sharebolders. New York: McGraw-Hill. 39
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MARQUIS, D. G. The anatomy of successful innovation. São Paulo: Ática, 1980.
MUNDIM, A. P. F.; BREMER, C. F. Proposta de um ambiente cooperativo suportado
por computador para pequenas e médias empresas. In: SBRAGIA, Roberto; STAL, Eva
(Org.). Tecnologia e inovação. São Paulo: PGT/USP, Tec Art Editora, 2002.
ORGANIZAÇÃO DE COORDENAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.
Manual de inovação. Oslo, 1997.
SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo y democracia. Madrid: Aguilar, 1971.
SENGE, P. A dança das mudanças. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
Capítulo 2 Inovação e competitividade
(Dicionário Aurélio)
Capítulo 4
Diferenciação em franquias
de cosméticos e de perfumaria
Capítulo 5
Inovações em endomarketing
Objetivos do capítulo
O objetivo deste capítulo é preparar o leitor para conceituar atacado
e as principais atividades dos atacadistas no canal de distribuição,
descrever os tipos de atacadistas, bem como definir as duas principais
estratégias de marketing para o atacado. Além disso, o leitor deverá
estar apto a reconhecer as tendências do atacado para o futuro, sendo
capaz de descrever o composto do mix de promoção e de identificar as
principais inovações em estratégias promocionais no atacado.
Palavras-chave: inovação; atacado; atacadista; estratégia de marketing;
promoção.
3.1 Introdução
Este capítulo abordará, de forma introdutória, os conceitos de atacado, os tipos
de atacadistas, a estratégia de marketing para o setor e suas mudanças ambientais,
ou seja, as tendências do atacado. Além disso, também tratará do composto de
promoção e de seus elementos, com foco no atacado, bem como as inovações em
estratégias promocionais no atacado, assunto principal deste capítulo.
Entretanto, é importante destacar que o aumento contínuo do mercado va-
rejista, com diversas lojas do tipo mercado, supermercado e hipermercado, aliado
ao crescimento dos operadores logísticos, os quais também competem na arena
do mercado atacadista, vêm preocupando os integrantes do mercado, que têm de
adaptar-se a essa nova ameaça ambiental.
A adaptação a essa tendência nem sempre é uma batalha que os grandes ata-
cadistas conseguem vencer, pois competem nos grandes centros urbanos, onde
os gigantes varejistas, dotados de alto poder de compra perante os fabricantes,
que lhe são favoráveis) e vende em pequenas quantidades — razão pela qual o
pequeno varejista, se comprar diretamente do produtor, por adquirir pequenas
quantidades, não obterá preços razoáveis.
Por que um produtor em vez de utilizar o atacadista, não vende diretamente
ao varejista? Por que os atacadistas têm melhor desempenho em uma ou mais
funções do canal (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 308) — conforme descrito
no Quadro 3.1?
Podemos entender, então, que o atacadista exerce um papel preponderante
para os consumidores, na medida em que conseguem melhores preços ao negociar
em grandes quantidades, separar em pequenos lotes e distribuir para os pequenos
varejistas, os quais revendem para os consumidores finais. Em suma, os atacadistas
criam valor tanto para fornecedores como para compradores, ao realizar funções
de distribuição, transporte, armazenamento e venda de seus produtos aos peque-
nos varejistas, pois, para estes, a grande vantagem é a disponibilidade de vários
produtos e, para os fabricantes, é o alcance de mercados que os grandes varejistas
não conseguem.
Fonte: Adaptado de KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 7. ed. Rio
de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos (LTC), 1999. p. 308.
TIPOS DE ATACADISTAS
etc., na medida em que passam a atender consumidores antes atendidos por estes.
Em relação ao crescente mercado das operadoras logísticas, estas atuam em
conjunto com os grandes fabricantes e os grandes varejistas, o que não significa
que não visem ao mercado atacado como um todo, ao oferecer o mesmo que o
atacadista a custos menores. Isso afeta diretamente a atuação dos atacadistas, exi-
gindo que novas estratégias sejam desenvolvidas.
A distinção entre grandes varejistas e grandes atacadistas continua nebulosa
(KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 311). À medida que os produtores tornam-se
maiores, alguns dispensam os atacadistas. Similarmente, as grandes redes de varejo,
freqüentemente, assumem o controle das funções que antes eram dominadas pelos
atacadistas. À luz dessas mudanças, muitas pessoas prevêem um futuro obscuro
para os atacadistas (MCCARTHY; PERREAULT, 1997, p. 226).
Nessa esteira, produtores, com freqüência, encurtam os canais, eliminando
a função do atacadista. Em virtude desses fatos, há previsões de que o número de
players do mercado continuará a reduzir-se.
Diante dessa crise, o atacadista com mais chances de sobreviver é aquele
que oferece um nível de serviço difícil de obter por outros canais — em outras
Ruído
Feedback Resposta
Identificar o público-alvo
Escolher a mensagem 53
Coletar feedback
54
Esse mix de promoção ou composto promocional é utilizado pela empresa e
pelos profissionais de marketing para alcançar os objetivos de propaganda e mar-
keting da empresa.
O composto de promoção
Parte II Diferenciação e inovação no atacado e no varejo
Figura 3.4
Composto de promoção
125,5
130
121,4
120
90 84,6
83,3
79,7
80
76,0
70
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Fonte: NIELSEN, A. C.; FIA ̶ USP. Disponível em: <http://www.abad.com.br>. Acesso em:
jun. 2005.
Bares e outros
R$ 15,9 bilhões
Pequeno varejo
Atacado R$ 48,3 bilhões
R$ 64,1 bilhões
(a preço de varejo) Auto-serviço Consumidor
Indústria R$ 125,5
com 5 a 49 check outs
58 R$ 46,8 bilhões bilhões
Auto-serviço
com + de 50 check outs
R$ 14,5 bilhões
Parte II Diferenciação e inovação no atacado e no varejo
Fonte: UNIVERSIDADE MARTINS DE VAREJO (UMV). Revista Vitrine do Varejo. Disponível em:
<http://www.umv.com.br>. Acesso em: ago. 2005.
0,0
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Con
acordos de curto prazo que melhorarão os lucros desses. Essa é uma prática comum,
tal como as promoções que incentivam a compra de dez caixas de cerveja para que
se ganhe uma, o que confere maior margem de lucro ao varejista. Obviamente, isso
é uma verdade; entretanto, para os atacadistas progressistas, essa é uma estratégia
do passado.
Há mais gastos com promoção para varejistas e atacadistas (63%) do que para
consumo (37%). A promoção ao canal pode persuadir os varejistas ou atacadistas
a venderem uma determinada marca, dar-lhe mais espaço nas suas prateleiras e
promovê-la perante os consumidores. O espaço é tão escasso atualmente que, muitas
vezes, os fabricantes têm de oferecer descontos, concessões, garantias de devolução
ou mercadorias gratuitas para os varejistas e atacadistas colocarem seus produtos
nas prateleiras e os manterem ali (KOTLER; ARMSTRONG, 1999, p. 353).
A inovação na promoção de vendas é utilizada com mais intensidade pelos ata-
cadistas, pois, como membros intermediários do canal, é mais fácil atuar na promoção
de vendas, já que compram os produtos do fabricante em grandes quantidades, de
modo a obter descontos para poder revender ao pequeno varejista.
Visando a intermediários
Descontos, feiras
Presentes
Os descontos, nas suas mais variadas formas, são a ferramenta mais utilizada
pela maioria dos atacadistas para a promoção de vendas. Entretanto, os atacadistas
63
mais progressistas estão inovando suas estratégias de promoção de vendas, por
meio da criação de clubes de vendas a varejistas, cooperativas de compras e serviços
agregados, tais como consultorias de varejo, consultorias financeiras e contábeis. Em
regra, a inovação na promoção de vendas agrega os serviços descritos, acoplados aos
Fonte: RAMIRO, Denise; EDWARD, José. O descobridor do Brasil. Veja, São Paulo, 18 dez.
2002.
Resumo
Atacado é tudo aquilo que se comercializa para aqueles que
compram para revender ou para uso organizacional. Atacadista é o
comerciante envolvido em comprar, adquirir direitos, armazenar e
manipular bens em grandes quantidades, os quais revende a varejistas
e a usuários industriais e empresariais.
Os atacadistas independentes desenvolvem dois tipos diferentes
de estratégia de marketing, com a finalidade de construir relações
67
Objetivos do capítulo
4.1 Introdução
Em um mercado globalizado, com concorrentes que disputam mercados
locais em diversas partes do mundo, a necessidade de ações que visem a uma maior
competitividade de suas organizações é imperativa. Anteriormente, tínhamos
a oportunidade de encontrar empresas com planejamentos estratégicos e com
planos de ação de marketing praticamente estáticos diante de seus mercados de
70
4.2 Franchising
4.2.1 História do franchising
O sistema de franchising foi criado nos Estados Unidos por volta de 1850
pela empresa Singer Sewing Machine Company, que o utilizou como uma estra-
Parte II Diferenciação e inovação no atacado e no varejo
767.000
218.000
os
ad os pã
o
as
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t
Es nid Ja Br an a
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n
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57.000 56.564
56.000
56.000
55.000
54.000
53.000
52.000
51.000
51.000
50.000
49.000
72
48.000
680 678
660
650
640
620
600 600
580
560
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING. Franquias Guia Oficial 2004. São Paulo:
Empreendedor, 2004.
4.3 Definições
O sistema de franchising constitui-se de uma parceria. De um lado, há a
figura de uma empresa que deseja implantar uma rede para distribuição de seus
produtos ou serviços, sendo conhecido como franqueador.
4.5.2 Desvantagens
a) Maiores controles — há auditorias constantes, a fim de detectar falhas
e o não-cumprimento de acordos estabelecidos. Esse fator pode tirar
a liberdade do franqueado e tornar-se um inconveniente a ele, já que
sufoca o espírito empreendedor, por mais que as auditorias sirvam como
fonte de orientação.
b) Autonomia parcial — por mais criativa que seja a mente de um franqueado,
ele não terá total autonomia para implementar suas idéias em sua fran-
quia. Torna-se importante, por parte do franqueador, procurar ouvir
sugestões dos franqueados.
c) Risco de descumprimento de contrato — o franqueador pode falhar no
cumprimento do contrato, em aspectos como fornecimento dos pro-
dutos, níveis de estoque, mix de produtos, serviços adequados; isso pode
levar o franqueado a querer rescindir o contrato.
• É paga mensalmente.
• É calculada com base na
• Manutenção da parceria
Taxa de royalties aplicação de um percentual
e suporte
sobre o faturamento bruto
mensal.
• Em geral, é paga
mensalmente.
Taxa de publicidade e • Divulgação dos produtos
• Costumeiramente, adota-se
propaganda e serviços
a mesma base de cálculo
dos royalties.
Chlorophylla;
L’acqua di Fiori; 750; 15%
877; 18%
Água de cheiro;
580; 12%
Outros;
553; 11%
O Boticário;
2.240; 44%
o Brasil, cuja média de vaidade entre homens e mulheres foi de 30%, situou-se na
sétima posição — a média mundial foi de 23%, o que mostra a importância desse
tipo de produto para os consumidores brasileiros. Mesmo que sofram restrições
devido à renda, o que os fazem escolher marcas de acordo com seu poder aquisitivo,
produtos cosméticos fazem parte da cesta de compras dos brasileiros.
Alguns indicadores podem ser considerados a fim de caracterizar os investi-
mentos necessários em uma franquia de cosméticos e de perfumaria, conforme
será apresentado na Tabela 4.1.
Taxa de Tempo
Adoção Instalação Capital de Taxa de Faturamento
Rede Unidades franquia Royalties retorno
franchise (R$) giro (R$) publicidade médio (R$)
(R$) (meses)
Água de 50.000 a 14.000 a Não Não Não
1981 580 3.500 a 8.000 18 a 36
Cheiro 78.900 22.000 fornecido fornecido fornecido
5% sob 2% sob
Annethun 1999 18 5.000 12.000 15.000 70.000 18
7/3/2007 09:29:43
84
Parte II Diferenciação e inovação no atacado e no varejo
(Continuação)
Taxa de Tempo
Adoção Instalação Capital de Taxa de Faturamento
Rede Unidades franquia Royalties retorno
franchise (R$) giro (R$) publicidade médio (R$)
(R$) (meses)
Julie Burk 25.000 a 5% sob Não
1987 41 15.000 10.000 15.000 24 a 36
Perfumes 35.000 compras fornecido
38% sob Não
7/3/2007 09:29:43
a) nos produtos, por sua forma, sua característica, seu desempenho e mes-
mo sua durabilidade;
b) nos serviços, como são processados os pedidos, a precisão na entrega, a
instalação correta dos equipamentos e, principalmente, no atendimento ao
cliente, muito comum por meio dos call centers, que vêm desempenhando
um papel fundamental nas estratégias de fidelização das organizações;
c) pelas pessoas, pois o treinamento dos funcionários é uma das bases para
um bom atendimento aos clientes e um melhor aproveitamento nas
tarefas cotidianas;
d) no canal de distribuição, pela sua cobertura, especialidade e desempenho;
e) na imagem da organização, por meio do desenvolvimento de campanhas
publicitárias que associam a imagem da corporação a ações de responsa-
bilidade social ou mesmo algum aspecto que a identifique com o seu
público consumidor. Essa exposição pode ocorrer também em eventos
específicos para determinado público, por exemplo Skol Beats, Real
Talentos da Maturidade, entre outros.
Resumo
Neste capítulo, buscamos proporcionar uma compreensão mais
ampla do funcionamento do franchising, assim como de seus conceitos
e de suas práticas, muitas vezes ocultos e desconhecidos por um
franqueado ou pretendente a franqueado. Isso foi feito para que se
possa precaver e fazer uma opção segura por este sistema, de modo a
antecipar fatores que poderão ser agravantes ou mesmo favoráveis no
dia-a-dia do negócio.
Abordamos, especificamente, o setor de franquias de cosméticos
e de perfumaria, segmento com grande representação no número de
unidades franqueadas à Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Na segunda parte deste capítulo, apresentou-se um levantamento
feito sobre estratégias de diferenciação, com o qual foi possível uma
Referências
AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING. Franquias Guia Oficial 2004. São
Paulo: Empreendedor, 2004.
———. A história do franchising. Disponível em: <http://www.abf.com.br>. Acesso em:
25 nov. 2004.
CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/
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FOSTER, Dennis L. O livro completo do franchising. Rio de Janeiro: Infobook, 1995.
INSTITUTO FRANCHISING. Disponível em: <http://www.franquia.com.br/franquia.
com.br/gfNumeros.asp>. Acesso em: 15 ago. 2004.
91
Objetivos do capítulo
Com o passar do tempo, aumenta a preocupação por parte das empresas
em conquistar e em manter clientes. No entanto, elas, muitas vezes, não
percebem que seu esforço nessa empreitada negligencia uma parcela
importante do seu público. Na busca de clientes externos, que trazem
lucro, as empresas sacrificam a manutenção de sua lucratividade por
ignorarem, muitas vezes, seus clientes internos, os funcionários, dos
quais é cobrado sempre mais empenho, o que resulta, também, em
excessos no que tange a horário de expediente, qualificação dos pro-
fissionais, expediente nos finais de semanas e feriados. Tal fato, de
certa forma, expõe os funcionários a um estado de estresse, que reflete
diretamente na qualidade do atendimento.
Esse processo de mudança não pode ser justificado pela globalização,
responsável pelo encurtamento das distâncias, pela convergência
das mídias e pelo barateamento da mão-de-obra, já que, segundo o
professor Saul Faingaus Bekin, tal fato remonta, especificamente no
Brasil, à década de 1970, quando o conceito de globalização ainda era
embrionário. Diante desses fatos, estudiosos e gestores partem em
busca de soluções. Tal busca denota a idéia de que as necessidades
dos clientes internos devem ser consideradas para que se perpetue a
excelência no atendimento dos clientes externos.
No Brasil, os primeiros passos na busca de soluções para o problema
foram dados por meio do endomarketing, termo patenteado no País pelo
professor Bekin. Este, em entrevista cedida aos autores deste capítulo,
relatou que, na década de 1970, na qual ocorreu o chamado milagre
econômico brasileiro, as empresas expressavam uma preocupação
premente com a perda de clientes. Desde então, tem sido constante a
5.1 Introdução
Uma das preocupações ou uma das finalidades do marketing, independente-
mente das definições propostas por diferentes autores, tais como Philip Kotler,
Theodore Levitt, Peter Drucker, Raimar Richers etc., é atender às necessidades do
consumidor. A partir da idéia de que a demanda e a oferta são heterogêneas, já que
a demanda provém de um conjunto de consumidores com preferências distintas
entre si, e a oferta é composta por um conjunto de fabricantes cujos produtos
apresentam certo grau de dissimilaridade, o marketing procura acoplar, da melhor
maneira possível, esses segmentos (ROCHA; CHRISTENSEN, 1987). Disso se
pode concluir que a peça central da função do marketing é o consumidor.
De acordo com Rocha e Christensen (1987), o consumidor é uma variável de
suma importância, pois afeta diretamente o ajuste ou o acoplamento entre a oferta
e a demanda. Isso acontece em uma situação de alteração de comportamento
94 por motivos econômicos, ambientais, sociais, psicológicos etc., os quais podem
ser conjunturais, de modo a desaparecer quando a situação volta ao normal.
Portanto, o consumidor mostra-se, mais uma vez, uma peça fundamental para a
finalidade do marketing.
Para Cobra (1997), a tomada de decisão está lastreada na sensação de satisfação
das necessidades. Isso demonstra que a compreensão do comportamento do con-
Parte II Diferenciação e inovação no atacado e no varejo
5.2.1 O princípio
Nos idos de 1900, em pleno auge da Revolução Industrial, as necessidades
voltavam-se ao atendimento de um mercado altamente consumidor. Por advir
de um sistema de produção artesanal, a produção massificada viria a atender
uma demanda muito variada, de um móvel para residência até uma máquina de
produção em série para a indústria automobilística (CHIAVENATO, 2000).
Nesse momento, o foco era produzir o máximo com o mínimo de desperdício
de tempo. Essa era a obsessão de Taylor, a qual resultou em seu conhecido estudo
1
Existem poucos autores sobre o tema no Brasil; entre eles, destacam-se: Wilson Cerqueira, com
o livro Endomarketing: educação e cultura para a qualidade, publicado pela editora Qualitymark
em 1994. No mesmo ano, Analisa de Medeiros Brum publicou o livro Endomarketing: estratégias
de comunicação interna para empresas que buscam a qualidade e competitividade, pela editora
Ortiz; em 1998, publicou seu segundo livro, Endomarketing como estratégia de gestão: encante
seu cliente interno, pela editora L&PM. Saul Faingaus Bekin, conhecido como o criador do
endomarketing e detentor da patente da marca endomarketing, publicou dois livros: o primeiro
foi Conversando sobre endomarketing, publicado pela editora Makron Books em 1995; o segundo
e o mais recente foi Endomarketing, como praticá-lo com sucesso, publicado pela editora Pearson
Prentice-Hall em 2004.
Integração da
Base motivacional Ações para aproximar noção de cliente
Função para o empresa nos processos
comprometimento e funcionários internos da estrutura
organizacional
Fonte: LUZ INKOTTE, Alexandre. 2000. Endomarketing: remédio novo para males antigos?
Dissertação (Mestrado em Gestão da Qualidade e Produtividade) ̶ Universidade Federal
de Santa Catarina, Santa Catarina.
tece, mas os recursos oferecidos não são aproveitados pelas empresas como de-
veriam. Esta é uma inovação, pois, embora já exista, não é aplicada de forma
plena, o que propõe um desafio e uma oportunidade de gestores e acadêmicos
alavancarem o processo de interação dos clientes internos e externos em um pro-
grama de endomarketing por meio de inovações na intranet.
Alguns exemplos de utilização da intranet:
a) comunicações cotidianas, tais como: felicitações pelo aniversário de um
colaborador, agendamento ou alteração de algum evento etc.;
b) pesquisas internas de satisfação, decisão, opinião etc.;
c) disponibilização de informações de cursos e de treinamentos;
d) gincanas e campanhas com ou sem fins lucrativos.
5.7.1.9 O reconhecimento
Durante o ano 2003, o Magazine Luiza foi reconhecido por órgãos impor-
tantes, tais como a revista Exame, que classificou a empresa como a “melhor
empresa para se trabalhar no Brasil”, após já ter sido classificada em terceiro lugar
na mesma avaliação. Ainda em 2003, outra revista, a Carta Capital, publicou
matéria em que citou o Magazine Luiza como a “empresa mais admirada do setor
de eletroeletrônicos”.
No mesmo ano, sua superintendente, a própria Luiza Helena, também recebeu
diversos prêmios por sua atuação; entre eles, foi eleita pelo Valor Econômico
como um dos profissionais que mais impressionaram por sua gestão e também
pelo desempenho alcançado por sua companhia em 2002. Foi a vencedora do
Prêmio Cláudia 2003, na categoria negócios, e líder empresarial setorial, prêmio
concedido no fórum de líderes da Gazeta Mercantil, ambos os prêmios entregues 113
em dezembro de 2003.
Em 2004, no Dia Internacional da Mulher, foi homenageada pela Câmara
Municipal de Franca com o título de Cidadã Emérita. Também em março de
2004, Luiza Helena foi destaque como Lojista do Ano e recebeu, em Brasília, o
prêmio Mérito Lojista 2004, considerado o Oscar do varejo brasileiro. Em abril
de 2004, na sede da Bovespa, Luiza Helena recebeu, do Conselho Regional de
Administradores, o prêmio de Administrador Emérito de 2003, sendo a primeira
mulher a recebê-lo.
Capítulo 5 Inovações em endomarketing
deve ser mais bem aproveitado. Não há espaço para erros e para indiferenças; o
mercado é amplo e oferece muitas opções.
Diferente do que poderia ser considerado intolerância, o comportamento
exigente do cliente reflete a diversidade de produtos e serviços disponíveis no
mercado. Isso propicia ao consumidor um amplo leque de opões, o que o torna
alvo das atenções dos profissionais de marketing, que desejam encantar o cliente,
antecipar-se a ele em seus desejos e em suas necessidades.
Nos clássicos da administração, a grande preocupação era a produção em massa,
como resultado da Revolução Industrial. O ato de trabalhar deveria ser enfatizado
em detrimento das necessidades humanas. Especificamente no Brasil, durante os
anos 1970, o conhecido milagre econômico, na opinião do professor Bekin, foi o
ponto principal dos acontecimentos do endomarketing, conforme já relatado.
Em nenhum momento ocorreu a preocupação com o cliente interno em
detrimento ao cliente externo. Ao perceber que estavam perdendo clientes, as
empresas procuraram entender o que estava acontecendo e descobriram que,
muitas vezes, o atendimento era o fator principal para essa perda. A questão não
era substituir funcionários, mas conquistar os clientes, recuperar os perdidos e
Resumo
De acordo com os objetivos propostos no início, o capítulo
procurou relatar as inovações no endomarketing. Para tanto, prin-
cipiou considerando seus precedentes históricos, dividido em duas
abordagens como justificativa de suas origens, uma clássica e outra
por meio da visão do professor Bekin, considerações que foram apre- 115
sentadas como uma porta para novos estudos. A primeira realizou
o resgate de certas passagens dos acontecimentos administrativos
propostos por Taylor, Fayol e Elton Mayo, os quais serviram como
lastro para pontuar as características do endomarketing. A segunda
fez uso do trabalho desenvolvido por Bekin, que, por sua vez,
fundamenta o endomarketing e foca seus princípios na realidade
organizacional brasileira.
O capítulo abordou o estado da arte do endomarketing e os
aspectos considerados inovações nesta área. Por fim, o estudo de
caso do Magazine Luiza ofertou um exemplo bem-sucedido de um
Capítulo 5 Inovações em endomarketing
programa de endomarketing.
Referências
BEKIN, Saul Faingaus. Conversando sobre endomarketing. São Paulo: Makron Books, 1995.
———. Endomarketing, como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Pearson Prentice-Hall,
2004.
BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing: estratégias de comunicação interna para
empresas que buscam a qualidade e competitividade. São Paulo: Ortiz, 1994.
———. Endomarketing como estratégia de gestão: encante seu cliente. Porto Alegre:
L&PM, 1998.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CERQUEIRA, Wilson. Endomarketing: educação e cultura para a qualidade. São Paulo:
Qualitymark, 1994.
116 CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2000.
COBRA, Marcos Henrique Nogueira. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1992.
———. Marketing básico: uma perspectiva brasileira. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
Parte II Diferenciação e inovação no atacado e no varejo
FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1981.
FREITAS, Maria Éster. Cultura organizacional: identidade, sedução e carisma. São Paulo:
FGV, 1999.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
LUZ INKOTTE, Alexandre. 2000. Endomarketing: remédio novo para males antigos?
Dissertação (Mestrado em Gestão da Qualidade e Produtividade) — Universidade
Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.
MAXIMIANO, Antonio César Amaro. Introdução à administração. 6. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Atlas, 2004.
MORGAN, Gareth. Imagens das organizações. São Paulo: Atlas, 1996.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva. São Paulo: Campus, 1986.
ROCHA, Ângela; CHRISTENSEN, Carl. Marketing: teoria e prática no Brasil. São Paulo:
Atlas, 1987.
SANTOS, Fernando César Almada. Estratégias de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 1999.
TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1948.
(Dicionário Aurélio)
Capítulo 7
Diferenciação em cursos de graduação
e pós-graduação em administração
Capítulo 8
Inovações no mercado
de entretenimento
Capítulo 9
Diferenciação no marketing turístico
Capítulo 10
Governança corporativa
como estratégia de diferenciação
no mercado acionário
Objetivos do capítulo
Neste capítulo, discutiremos a perspectiva do serviço diferenciado como
uma ferramenta estratégica de marketing para um cenário socioeconômico
globalizado. Posteriormente, estabeleceremos uma definição precisa a
respeito do setor de serviços, que compreenda seus limites, sua atuação
e seu posicionamento estratégico em relação aos demais setores da econo-
mia moderna.
Demonstraremos que o serviço diferenciado é uma conseqüência do
acirramento da concorrência pela manutenção de mercados, pois, quan-
do a prestação de serviço evolui a tal ponto de se tornar um commodity,
é preciso utilizar novos recursos, novas ferramentas, novas estratégias
para conquistar e manter o cliente todos os dias.
Por fim, realizaremos um estudo de caso que permitirá uma análise
quanto à aplicabilidade e às possíveis contribuições obtidas por uma
empresa, cujo core business é a prestação de serviço, ao optar pelo serviço
diferenciado como uma estratégia de marketing para fortalecer-se em
relação à sua concorrência.
Palavras-chave: estratégia; serviço diferenciado; competitividade.
6.1 Introdução
O setor de serviços vem se destacando na sociedade moderna; cada vez mais, as
empresas investem em novos serviços a fim de agregar valor aos seus produtos. A grande
competitividade no setor e a necessidade de aumentar ou manter sua participação no
mercado fazem que as empresas procurem destacar-se de seus concorrentes.
A diferenciação é uma das estratégias que as empresas lançam mão para buscar
a fidelidade de seus clientes e aumentar suas margens de lucro, criando vantagem
Hoffman e Bateson, por sua vez, definem a questão de serviço pelo critério
da escala de tangibilidade, “que mostra uma série de produtos ao longo de uma
linha contínua, com base em sua tangibilidade” (HOFFMAN; BATESON, 1977,
p. 77). Sendo assim, a linha de negócios de uma empresa é disposta em uma escala
que pressupõe dois extremos, a relação entre tangível e intangível. De acordo
com o grau de predominância, o negócio é considerado um produto ou um 123
serviço. Mas tal definição é arbitrária, uma vez que nenhum core business pode ser
enquadrado em uma estrutura ou lógica binária tão rígida. Talvez fosse exatamente
esta a preocupação de Grönroos ao propor que, mesmo na produção de bens, está
implícita, inerente, uma prestação de serviço, considerando a qualidade ou não da
mão-de-obra que cria aquele produto — pois, afinal, o que dizer de bens que se
situam em uma zona cinzenta, que não são exclusivamente tangíveis nem tampouco
intangíveis? Por isso, é importante considerar o critério de Hoffman e Bateson com
a ressalva de que os bens ou produtos de uma empresa podem ser enquadrados em
uma escala entre os extremos tangível e intangível, desde que se considere o caráter
de predominância de um sobre o outro para classificá-los como bens ou serviços.
Para exemplificar melhor a questão da escala de tangibilidade, Hoffman e
Bateson propõem, também, o modelo molecular, “um modelo conceitual do re-
Capítulo 6 Serviço diferenciado
nibilizada etc.
c) Foco — por meio da excelência no atendimento, oferecem-se qualidade,
serviços, custos a um segmento restrito e bem definido.
Genérico
Esperado
Potencial
Aumentado
Fonte: LEVITT , T. A imaginação de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. p. 79.
A estratégia
de serviço
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
O
cliente
Os As
sistemas pessoas
Fonte: Adaptada de ALBRECHT, Karl; ZEMKE, Ron. Service America. Homewood: Dow Jones-
Irwin, 1985, v. 3. p. 37.
milhões de plásticos.
Segundo Kotler (1994), toda empresa ou marca apresenta potencial para atuar
de forma diferenciada e, portanto, deve ter a capacidade de tornar um serviço ou
um produto diferenciado. Esse pensamento baseia-se no reconhecimento de que
os compradores têm necessidades diferentes e, portanto, podem ser atraídos por
ofertas diferentes. Ainda assim, no caso específico da área financeira, é importante
ressaltar que se trata de um produto com poucas possibilidades de inovação,
uma vez que esse produto, de certa forma, já nasce pré-formatado, engessado.
Assim, o grande desafio da indústria de cartão de crédito consiste em definir
Cartão
Platinum
Gold
Crédito
Giro Postal de
American Express
Network
Travelers Cheques
American Express
Dessa forma, o cliente passa a ser reconhecido como um High Value Card Mem-
ber. Essa estratégia, cujo princípio é focar o associado, prevê a identificação de sua
base de clientes por segmentação. Assim, o programa reconhece quatro níveis e
desenvolve estratégias para um desses segmentos.
Tal estratégia foi implementada com o objetivo de oferecer uma linha de
atendimento em concordância com os diferentes segmentos que compõem sua base
de associados. A proposta essencial consiste em superar as expectativas dos clientes
em cada um dos segmentos. Assim, todos os clientes terão suas expectativas superadas
em função de prestar um serviço que seja, de fato, diferenciado e personalizado.
Nível
Ações criadas Domínios
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
Sistemas
Quality Management de gestão
Tático
Resumo
O setor de serviços vem se destacando na sociedade moderna.
Nos mercados competitivos, a diferenciação é uma das estratégias
de que as empresas lançam mão para buscar a fidelidade de seus
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
Referências
ALBRECHT, Karl; ZEMKE, Ron. Service America. Homewood: Dow Jones-Irwin, 1985,
v. 3.
ANÁLISE setorial: cartão de crédito. Gazeta Mercantil, São Paulo, v. III, p. 1-210, 1999.
Suplemento Especial.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESA DE CARTÕES DE CRÉDITO E SERVIÇO.
Disponível em: <http://www.abecs.org.br>. Acesso em: 28 abr. de 2005.
138 GIANESE, I. G. N; CORREA, H. L. Administração estratégica de serviços. São Paulo:
Atlas, 1994.
GRÖNROOS, C. Marketing — Gerenciamento e serviços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração estratégica. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002.
HOFFMAN, K. D.; BATESON, J. E. G. Princípios de marketing de serviços — Conceitos,
estratégias e casos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
Objetivos do capítulo
Este capítulo tem como objetivo inicial traçar um panorama do desen-
volvimento dos cursos de graduação e pós-graduação em administração
no Brasil, suas dinâmicas de crescimento, evolução, condição atual e,
principalmente, os fatores de diferenciação.
Inicialmente, apresentaremos alguns conceitos e ferramentas de mar-
keting que contribuem para um entendimento maior no campo de
ensino superior — cursos de graduação e de pós-graduação. Serão
mostrados conceitos de planejamento de marketing, posicionamento
competitivo e, principalmente, de diferenciação para esse conjunto, que
compreende seus ambientes internos e externos, os recursos tangíveis,
intangíveis e as tendências do setor.
A respeito da formulação da diferenciação e o esforço da instituição
em definir sua estratégia, a fim de atingir seus objetivos, o capítulo pro-
curará identificar se os cursos estão se distinguindo de sua concorrência
ou do segmento em que atua. A escolha de uma posição competitiva e
o desenvolvimento de um composto de marketing eficaz para atingir
e servir os consumidores escolhidos devem ser demonstrados, bem
como os aspectos de produto, preço, distribuição e comunicação que
a instituição utiliza para disponibilizar o seu curso de graduação e pós-
graduação para atingir o mercado-alvo desejado.
Palavras-chave: ensino superior; vantagem competitiva; diferenciação
em serviços.
7.1 Introdução
Este capítulo identifica o conceito de diferenciação como um atributo de-
terminante na tomada de decisão de um cliente para ingressar em um curso de
141
7.2 O curso de administração no Brasil
Exclusividade
Diferenciação
valorizada
do preço
Diferenciação
da imagem,
da comunicação,
da promoção
Diferenciação e da oferta
da distribuição de serviços
Serviço potencial
“Possui todos os atributos e todos os benefícios adicionais que poderiam
ser oferecidos. A instituição poderá oferecer uso ilimitado de seu centro
de colocação de pessoal, filiação em associação de engressos e talvez
152 acesso às aulas para atualização profissional no futuro.”
Serviço aumentado
“Inclui a acessibilidade, a interação com a instituição e a partici-
pação do cliente no processo. Nesse caso algumas características
podem ser incorporadas a estes serviços, como oferecimento de
cursos gratuitos, modernos equipamentos de informática e
biblioteca on-line.”
Serviço esperado
“Forma tangível do serviço, que pode tomar forma através de
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
Resumo
O conceito de diferenciação pode ser um atributo determinante
na tomada de decisão de um cliente para ingressar em um curso de
graduação ou de pós-graduação em administração.
Objetivos do capítulo
Neste capítulo, pretendemos apresentar ao leitor as inovações previs-
tas e outras em andamento para o mercado de entretenimento. Apre-
sentamos uma introdução sobre o conceito de lazer e entretenimento
para que seja possível situar em quais aspectos são abordadas as ino-
vações deste mercado, visto que abrange diversas formas de diversão,
desde as mais tradicionais, como o teatro e a televisão, até as mais
avançadas, como os games e músicas com distribuição on-line. O
foco será nestas duas últimas categorias, que são as mais afetadas pelo
avanço e pelo desenvolvimento de tecnologias de entretenimento.
Palavras-chave: realidade virtual; jogos eletrônicos; entretenimento;
lazer; entretenimento on-demand.
8.2.2 Rádio
O rádio foi criado com o desenvolvimento de experimentos de James Clerck
Maxwell, professor inglês de física experimental que, em 1863, demonstrou teori-
camente a existência de ondas eletromagnéticas. Outra contribuição para o desen-
volvimento do rádio foi a elaboração do princípio da propagação radiofônica,
desenvolvido pelo alemão Henrich Rudolph Hertz em 1887.
A industrialização dos aparelhos de rádio ocorreu com a criação da primeira
companhia de rádio, fundada pelo italiano Guglielmo Marconi na cidade de
Londres em 1896 (www.microfone.jor.br/historia). Em 1919, o rádio iniciou sua
trajetória de popularização nos Estados Unidos, no período conhecido como era
do rádio, quando o crescimento das rádios norte-americanas atingiu um número
expressivo. Em 1921, eram quatro emissoras e, no final de 1922, o público dos
Estados Unidos já contava com 382 emissoras.
166
A primeira estação de rádio brasileira foi fundada em abril de 1923 por Edgard
Roquete Pinto, considerado o pai do rádio brasileiro, e por Henry Morize.
O rádio transformou-se no meio mais popular de acesso rápido às informações
e às notícias, bem como em uma fonte de lazer e entretenimento, até a chegada da
televisão, que trouxe ao mundo a oportunidade de ver a notícia, além de escutá-la.
8.2.3 Televisão
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
Desde 1817, quando o químico sueco Jakob Berzelius deu o primeiro passo
para a transmissão de imagens ao descobrir o selênio (elemento químico brilhante
e luminoso, que, anos mais tarde, pôde transformar energia luminosa em energia
elétrica, por meio de experimentos desenvolvidos pelo inglês Willoughby Smith),
até a comercialização dos primeiros aparelhos de TV, em 1939, muitos feitos ocor-
reram. Foi em 1939 que as transmissões regulares de imagens foram feitas pela
pioneira NBC, nos Estados Unidos. “Em 1950 havia mais gente nos Estados Uni-
dos vendo TV do que ouvindo rádio” (www.microfone.jor.br/tvmundo), o que
mostrava já ser a televisão mais popular que o rádio como forma de consumo de
informação e de diversão.
A estréia da televisão brasileira ocorreu em 1950, quando foi inaugurada a
TV Tupi, em 18 de setembro. Ela foi iniciativa de um pioneiro na comunicação
brasileira: Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, que já controlava
uma cadeia de jornais e de emissoras de rádio chamada Diário Associados
8.2.4 Videocassete
Em 1963, a empresa holandesa Philips desenvolveu a primeira fita cassete,
indispensável para o armazenamento de conteúdo de imagens. Dois anos depois,
a Sony lançou o portpack, o primeiro aparelho de vídeo portátil, com um preço
acessível para os consumidores que desejassem gravar seus próprios programas.
Outros lançamentos ocorreram ao longo dos anos, mas voltados para o mercado
profissional das emissoras de televisão.
Em 1974, mais uma vez, o mercado de entretenimento sofreu uma mudança
de ciclo: o aparelho de videocassete N 1500, lançado pela Philips na Europa, deu
início ao desenvolvimento do mercado de home video. No ano seguinte, a Sony
lançou seu aparelho no formato Betamax, e a JVC, no formato VHS, o que iniciou
uma guerra de padrões no início da década de 1980, que permanece até hoje, já
que esses modelos ainda não são compatíveis.
8.2.5 Videogames
167
A empresa norte-americana Atari, fundada em 1972, foi responsável por outro
marco na indústria do entretenimento: o lançamento do Atari 2600, um aparelho
que, ao ser conectado a uma televisão, permitia a transmissão de imagens de jogos
eletrônicos. O Atari popularizou o divertimento pelo meio eletrônico e foi o precursor
de outros lançamentos que surgiram no mercado de videogames. Seguramente, o Atari
trouxe ao mundo o conceito de jogos eletrônicos, muito bem explorados atualmente
8.2.6 DVD
A demanda por maior capacidade de armazenamento de dados e de imagens
é uma constante no mundo da informática e do entretenimento, e o DVD surgiu
justamente para atendê-la. A indústria de informática encontrou um poderoso
aliado nessa tarefa, muito interessado em ter uma mídia de alta capacidade para a
distribuição do seu conteúdo produzido: a indústria cinematográfica.
O DVD ou Disco de Vídeo Digital foi uma tecnologia desenvolvida para
dar continuidade ao próspero mercado de home video, que surgiu a partir do
lançamento do VHS, no final dos anos 1970. O DVD foi lançado em fevereiro de
1996 no Japão, e em fevereiro de 1997 nos Estados Unidos. Com o DVD, “inau-
gurou-se uma nova era que revolucionou a maneira de exibir filmes nos lares, e,
desde então, está encantando os compradores dessa nova revolução tecnológica”
(http://www.wabrecords.com).
de consumo de diversão.
Mudanças demográficas, novas tecnologias, desenvolvimento de novas estru-
turas financeiras, problemas legais e a globalização estão promovendo o caos e
forçando novas mudanças na indústria do entretenimento. O desenvolvimento da
Internet tem um efeito muito maior nessa indústria do que em qualquer outra,
justamente por convergir todos os meios de diversão para ela. Estudos apontam
que o acesso em casa à Internet leva as pessoas a assistirem à televisão por menos
tempo (TCHONG, 2004).
Por este motivo, os meios de diversão hoje não se limitam mais ao rádio e
à televisão. O surgimento dos personal computers (PCs), gravadores pessoais de
músicas e imagens, tocadores de MP3, jogos eletrônicos ultramodernos, aparelhos
celulares de última geração, entre outros, mudaram a forma como as pessoas se
relacionam com atividades de entretenimento. O antigo modo oferecido pela
8.4.1.9 Edutainment
Uma das oportunidades para o mercado de entretenimento está no desen-
174 volvimento de produtos relacionados ao edutainment — contração das palavras
inglesas education e entertainment, que, em português, significam educação e di-
vertimento, respectivamente. O edutainment é um novo gênero de programação
de diversão que terá grande demanda neste século.
Assunto relativamente recente no mercado de entretenimento, o edutainment
é uma linha orientadora de concepção de programas educativos, geralmente
relacionados a jogos eletrônicos, desenvolvidos em ambiente multimídia. Por
saber-se que as crianças são ávidas consumidoras de atividades de diversão, princi-
palmente aquelas relacionadas a jogos eletrônicos, a indústria do entretenimento,
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
8.5.3.1 O advergaming
Aliar marcas e produtos a jogos de computador pode ser uma estratégia inte-
ressante, de acordo com algumas empresas que já têm adotado essa prática.
O jogo True crime: streets of L.A., da Activision, é um jogo de aventura cujo
herói, que tenta combater o crime na cidade virtual, veste roupas Puma e dirige
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
carros da mesma marca. Outro exemplo: a Nike lançou o jogo Nike’s scorpion
knock out, em que os jogadores fazem o papel de técnicos de futebol, ao montar
times, treinar jogadores e competir com times de outros visitantes do site. Os
melhores técnicos ganham produtos Nike, como bolas autografadas e últimos
lançamentos.
Algumas empresas, como Levi Strauss & Co., Coca-Cola Co., BMW of North
America, Nokia, entre outras, já compreenderam que os jogos interativos são,
atualmente, uma mídia poderosa.
No passado, muitos produtos já foram anunciados em jogos, mas os avanços
gráficos e tecnológicos e a interatividade on-line fizeram que os anunciantes dedi-
cassem mais atenção do que antes a essa mídia.
Algumas empresas foram pioneiras, como a Nabisco’s Candystand e a Procter
& Gamble, que lançaram seus jogos em 1997 e 1998, respectivamente. Outros
Resumo
Atividades como assistir televisão, ouvir rádio, ir ao cinema ou
a algum parque temático, assistir a uma peça de teatro, ler um livro,
acessar sites para fazer amizades ou encontrar alguém, entre outros, 187
podem ser consideradas situações de lazer e entretenimento.
Como resultado da maior disponibilidade dos consumidores em
dedicar-se a atividades de relaxamento e diversão, o que está relacio-
nado à melhoria dos processos produtivos e à conseqüente redução
do tempo dedicado a eles, o consumo de produtos da indústria do
lazer e entretenimento só tende a aumentar neste século. Além disso,
Referências
AARSETH, Espen. Computer games studies, year one. Disponível em: <http://www.
gamestudies.org>. Acesso em: 16 maio 2004.
———. The dungeon and the ivory tower: vive la difference ou liaison dangereuse?
Disponível em: <http://www.gamestudies.org>. Acesso em: 16 maio 2004.
AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES. Disponível em: <http://www.
anatel.gov.br/>.
AND the law won. Disponível em: <http://www.redherring.com>. Acesso em: 17 abr.
2004.
ANDERS, Kelly. Marketing and policy considerations for violent video games. Disponível
em: <http://gateway.proquest.com/openurl>. Acesso em: 16 mar. 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMISSORAS DE RÁDIO E TELEVISÃO. Disponível
em: <http://www.abert.org.br/>.
Objetivos do capítulo
Este capítulo tem por objetivo analisar o setor turístico e sua importância
na economia mundial da atualidade, bem como o impacto que a In-
ternet causou sobre ele e as alternativas estratégicas para construção de
vantagens competitivas por meio da diferenciação.
Palavras-chave: setor turístico; Internet; estratégia; diferenciação;
tecnologia.
9.1 Introdução
A economia mundial vem passando por profundas mudanças nas últimas dé-
cadas em decorrência do avanço tecnológico e da globalização. Hoje, os meios de
comunicação são muito mais dinâmicos e podem atingir um público muito maior
em virtude das tecnologias oriundas da eletrônica e da informática. Esses meios de
comunicação ultrapassam fronteiras, culturas, idiomas, religiões, regimes políticos,
diversidades e desigualdades socioeconômicas, bem como hierarquias raciais, de sexo
e idade (IANNI, 1995). Como resultado, acentuam-se os inter-relacionamentos entre
mercados, sociedades e fatos. Como exemplo, podemos citar um abalo nas bolsas de
valores do Oriente, que não é mais um fato isolado, pois afeta a todos os países.
No núcleo desse processo de mudança está a Internet, a rede mundial que liga
computadores, como o elemento que permite não só o processamento tradicional
de dados, mas também a troca instantânea de informações entre praticamente
qualquer ponto do planeta e a comunicação direta entre pessoas, substituindo
outros meios de comunicação como o telefone, o telegrama e o telex.
O surgimento da Internet e a globalização são, talvez, os dois maiores ícones
da passagem do segundo para o terceiro milênio, além de serem fenômenos que
dificilmente podem ser dissociados.
Milhões
800
700
600 Mundo
500
195
400
Europa
300
Américas
100
Ásia e Pacífico
África
Mediterrâneo Oriental
0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Tabela 9.1 Chegada de turistas internacionais por regiões no período de 2000 a 2003
Em 2000, a média mundial da receita por chegada foi de US$ 680 e, em 2001,
de US$ 668. Nesse último ano, a receita média mais alta registrou-se nas Américas,
US$ 1.014, seguida pela Ásia Meridional, US$ 825, e pela Ásia Oriental e Pacífico,
US$ 713. A Europa registrou uma receita por chegada da ordem de US$ 574,
considerando que, em destinos da Europa Setentrional, Ocidental e Meridional, a
receita situa-se acima dessa cifra. A Tabela 9.2 reflete os resultados do turismo em
âmbito mundial no período de 2000 a 2003.
Além desses resultados, o turismo tem outras dimensões e impactos, não menos
importantes que os específicos do campo econômico. Segundo Beni (2000) desta-
ca, o turismo é um meio eficiente para:
Mas o turismo também pode exercer um impacto negativo sobre o meio vi-
sitado, gerando alguns prejuízos, como:
a) degradação e destruição dos recursos naturais;
b) perda de autenticidade cultural e identidade local;
c) imagem estereotipada e falsa do turista e do país ou região de que procede
por falta de informações adequadas;
198
d) ausência de perspectivas para aqueles grupos da população local das
áreas de destino turístico que não obtêm benefícios diretos das visitas
dos turistas ou do próprio sistema de turismo da localidade;
e) surgimento de fenômenos de disfunção social na família, de patologia no
processo de socialização, de desintegração da comunidade;
f) dependência do capital estrangeiro quando o país ou a região não dispuser
de recursos próprios para desenvolver o turismo.
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
O que podemos identificar, a partir dos prejuízos listados é que a maioria deles
não é intrínseca ao fenômeno do turismo, mas que surgem por uma exploração
inadequada da atividade, sem preocupação das organizações públicas e privadas
com a sustentabilidade do negócio. Nesse caso, as empresas devem estabelecer es-
tratégias que, além de gerar os resultados econômicos esperados, também contri-
buam para o desenvolvimento do turismo na região de forma sustentável.
O problema torna-se mais grave quando não há correspondência entre as
ações de instituições privadas e do Estado no sentido de fortalecer o sistema de
turismo como um todo em uma determinada região. Quando isso ocorre, os pre-
juízos são distribuídos a todos os componentes desse sistema. As empresas turísticas
registram perdas em decorrência de clientes insatisfeitos e do desinteresse que surge
por alguns de seus produtos relacionados à região afetada. Perde o Estado, que,
Ameaça de novos
entrantes
Poder de Poder de
Grau de rivalidade
negociação dos negociação
entre os concorrentes
fornecedores dos compradores
Ameaça
de substituição
202
Com base no conceito das cinco forças de Porter (1986), merecem especial
atenção do setor turístico a “ameaça de novos entrantes” e a relação desta com
o mercado. Devido ao grau de transformação pelo qual o setor vem passando e
o constante ingresso de novas empresas que buscam oportunidades neste setor,
é importante observar quanto o mercado, como um todo, cria dificuldades para
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
comerciais estão separados geograficamente, as empresas precisam estar cada vez mais
conectadas a seus clientes e a seus fornecedores para um maior grau de agilidade e
eficiência em seus negócios.
Com isso, as redes ampliam-se para atingir companhias de maneiras até então
inimagináveis, de modo a transformar a natureza das interações comerciais e
levantar questões de extrema relevância sobre estratégias de negócios (TAPSCOTT,
1997). Assim, a rede mundial de computadores (Internet) torna-se um dos prin-
cipais catalisadores de transformações no mundo dos negócios, ao impulsionar as
empresas tradicionais a seguirem por tal caminho na superação desse mais recente
paradigma no âmbito empresarial.
Dessa forma, a informação passa do meio material para o meio digital, o
que provoca um grande impacto sobre todos os setores, principalmente sobre
o setor turístico. Toda a estrutura do setor turístico, em que cada componente
Internet
Consumidor Consumidor
Consumidor
210 Fonte: VASSOS, T. Marketing estratégico na internet. São Paulo: Makron, 1998. p. 36.
Era Pós-Internet
(Cenário 3 — sem
intermediários)
Companhia Locadora
Hotel
aérea de carros
Internet
Consumidor
Referências
ALBERTIN, A. L. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação.
São Paulo: Atlas, 2000.
ABREU, N. R.; COSTA, E. B. Um estudo sobre a viabilidade da utilização de marketing
na internet no setor hoteleiro de Maceió. ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO.
Anais, Florianópolis, set. 2000.
BEISEL, J. Contemporary retailing. New York: McMillan, 1993.
BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. São Paulo: Senac, 2000.
BISSOLI, M. A. M. Planejamento turístico municipal com suporte em sistemas de
informação. São Paulo: Futura, 1999.
DRUCKER, P. A administração da próxima sociedade. São Paulo: Nobel, 2002.
EDDINGS, J. Como funciona a Internet. São Paulo: Quark, 1994.
Objetivos do capítulo
O presente capítulo tem por objetivo efetuar um estudo do Novo
Mercado Bovespa (IGC), que é um segmento do mercado acionário
da Bolsa de Valores de São Paulo destinado apenas a empresas compro-
metidas com as práticas de governança corporativa. Procuraremos
identificar os principais motivos que levam as empresas a adentrarem
nesse mercado, como também suscitar a discussão sobre os aspectos
de diferenciação das empresas aderentes a tal segmento e sua res-
pectiva comparação e relação com as empresas que participam do mer-
cado tradicional sem o devido comprometimento com as práticas de
governança, a fim de demonstrar os benefícios dessa diferenciação.
Além disso, contribuiremos para discussão sobre a governança corporativa
em virtude da crescente importância desse tema no mercado acionário,
tanto no âmbito internacional como nacional. Nesse contexto, surge a
necessidade de gerar instrumentos que alinhem os interesses de gestores
e de acionistas, de tal forma que os primeiros possam tomar decisões no
melhor interesse de todos os acionistas da empresa. Para isso, seria preciso
harmonizar o relacionamento entre gestores e acionistas, de modo a di-
minuir os conflitos de interesses existentes entre as partes e maximizar a
criação da riqueza a partir do que fora investido.
Exatamente nesse ponto insere-se a governança corporativa; isto é,
um conjunto de mecanismos pelos quais os fornecedores asseguram o
retorno sobre seus investimentos e que compreende um vasto campo
de pesquisa, pois envolve o direito, a economia, as finanças e as relações
exteriores. Assim, veremos empresas que se utilizam dessas práticas para
colher os frutos de uma administração ética e organizada, como também
para obter lucros com a distribuição de ações nesse novo formato.
Todas as pesquisas e discussões acerca desse tema são justificadas pela hi-
pótese de que o assunto é relevante para a performance das companhias.
Palavras-chave: governança; mercado acionário; diferenciação; mer-
cado de ações.
232
10.7 Exemplo prático
10.7.1 Escolha das empresas para o estudo de caso
Para a elaboração do estudo de caso e do gráfico do Novo Mercado, escolhe-
mos a Sabesp, a Natura e a Companhia de Concessão de Rodovias. Essas empresas
foram escolhidas por tratar-se de empresas fundadoras desse segmento, com mer-
cados de atuação diferenciados e credibilidade reconhecida no mercado, o que
possibilita uma análise abrangente.
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
IGCX Ibov
400%
350%
300%
250%
Variação
200%
150%
100%
233
50%
⫺50%
140%
120%
100%
80%
60%
Variação
40%
20%
234
⫺20%
⫺40%
04 04 04 04 04 04 04 04 04 004 4
00 200
4 5
00 200
5 5
00 200
5
/20 20 20 /20 20 20 20 20 20 /2 /2 /2 /2
/1 /2
/
/3
/
/4 5/ /6
/
/7
/ 8/ /9
/ 0 1 2 / 1 2 / 3 4 /
2 2 2 2 2/ 2 2 2/ 2 2/
1
2/
1
2/
1 2/ 2/ 2/ 2/
Período
de São Paulo e do Sistema BDI. Disponível em: <www.bovespa.com.br>. Acesso em: 8 jun.
2005.
100%
80%
60%
40%
Variação
20%
⫺20%
⫺40%
235
⫺60%
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5
00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00 00
1/2 2/2 3/2 4/2 5/2 6/2 7/2 8/2 9/2 0/2 1/2 2/2 1/2 2/2 3/2 4/2
2/ 2/ 2/ 2/ 2/ 2/ 2/ 2/ 2/ 2 /1 2 /1 2 /1 2/ 2/ 2/ 2/
Período
Resumo
Este capítulo procurou analisar um segmento do mercado acio-
nário, o Novo Mercado, em que as empresas comprometidas utili-
zam a governança corporativa como estratégia de marketing e de
diferenciação, à qual têm de demonstrar seus resultados evolutivos
desde sua entrada para o Novo Mercado. Os resultados observados
nos gráficos, que refletem uma superioridade das empresas com boa
governança em relação às tradicionais, indicam que o mercado está
disposto a pagar um prêmio de governança sobre os preços das ações,
o que parece estar estreitamente ligado ao menor risco de crédito
associado a essas empresas. No entanto, devemos aliar a esses resultados
238 fatores que também influenciam as empresas, tais como área de atuação
e os constrangimentos que podem ocorrer nesta e, fundamentalmente,
o desenvolvimento e o posicionamento econômico do país.
Vale ressaltar que esse acompanhamento evolutivo e o estudo
deste mercado é extremamente atraente, pois direciona o leitor e
potencial investidor a conhecer este ambiente (que é potencialmente
lucrativo) e aprofundar-se.
Parte III Diferenciação e inovação em serviços
(Dicionário Aurélio)
Capítulo 12
Inovações de promoção em marketing
no mercado de bens de capital
Capítulo 13
A atitude do consumidor
no universo da nanomedicina
Capítulo 14
Inovações tecnológicas
e a prática jornalística
Objetivos do capítulo
A definição de uma estratégia para a oferta de produtos e de serviços é
uma questão essencial em qualquer empresa, devido à necessidade de
destacar-se das opções disponíveis no mercado.
No entanto, muitas vezes, a abordagem adotada não é sustentável,
pois com freqüência se baseia em características facilmente copiadas
por concorrentes, ou oferece algo em desacordo com as necessidades
reais dos consumidores. Ao deixar isso ocorrer, as empresas perdem
os investimentos e os esforços efetuados, na medida em que sua abor-
dagem em relação ao consumidor torna-se um lugar-comum.
Nesse contexto, o setor de móveis e de decoração apresenta grandes
desafios para atender a uma demanda composta de consumidores cada
vez mais exigentes e influenciados por conceitos de design e estilo. A
forte presença de micro e pequenas empresas traz ainda novos desafios
para o setor, devido à limitação para investimentos em lançamento de
produtos e de pesquisa de novos materiais.
Desse modo, o presente estudo tem como objetivo identificar as variá-
veis de diferenciação adotadas no setor de móveis e decoração, bem
como verificar quanto elas estão alinhadas às necessidades reais dos
consumidores.
Para alcançar esse objetivo, efetuou-se um levantamento em associações
e publicações do setor, de modo a verificar as preocupações e as ten-
dências apontadas por analistas e empreendedores. Foi realizado, ain-
da, um estudo de caso com base em uma microempresa do ramo de
marcenaria, a qual reflete uma parcela bastante representativa do setor
de móveis no Brasil.
Palavras-chave: diferenciação; microempresas; móveis e decoração;
marcenaria; design.
1
Estudos do Sebrae mostram que problemas com o giro de capital são os principais fatores que
geram a falência de micro e de pequenas empresas.
247
Ainda considerando os interesses do consumidor, a empresa familiar apre-
senta os seguintes pontos fortes e fracos, conforme é apresentado no Quadro 11.3.
• Falta de compromisso.
um novo relacionamento e deixar claras suas preferências faz que ele opte por
permanecer fiel à empresa.
Essa característica é citada por Peppers e Rogers (2001, p. 28), segundo os quais
“mesmo que a concorrência esteja fazendo negócios do mesmo modo, nosso clien-
te vai preferir permanecer fiel, porque não vai querer ter o trabalho de explicar de
novo ao nosso concorrente o que já nos ensinou”.
Entretanto, um relacionamento efetuado de maneira tão próxima e adaptado
às necessidades de cada um dos clientes é uma característica típica de empresas
que fornecem produtos personalizados. Conforme Porter (1989, p. 52) afirma, “a
diferenciação requer um sentimento de exclusividade que é incompatível com o
atendimento de uma grande parcela de mercado”. Logo, as empresas que optam
por essa característica estão limitando sua área de atuação, ao optar por atender a
um número menor de clientes. Mas tal opção não significa que essa empresa irá
11.5.1.1 Personalização
O móvel é desenvolvido de acordo com a idéia do cliente, considerando o
espaço disponível e o uso planejado para o móvel. Também são analisadas pos-
síveis expansões ou reformas a longo prazo.
252 Nesse contexto, afirma-se que as marcenarias praticam o chamado marketing
one to one, o qual, segundo Peppers e Rogers (2001, p. 12),
ocorre quando empresa e cliente interagem diretamente, com o cliente dizendo
algo sobre como deseja ser atendido e a empresa mudando seu comportamento
com relação a esse cliente individual. (...) A empresa One to One fabrica um
produto somente após haver um cliente para ele.
Outros autores definem essa conduta como característica do marketing de rela-
cionamento, o qual Zenone (2003, p. 27) conceitua como “o processo de identificação
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
253
11.5.1.6 Inovação, flexibilidade e adaptabilidade
A troca constante de informações entre cliente e fornecedor possibilita o
desenvolvimento de novas idéias e o uso de materiais diferenciados. Tais carac-
terísticas são potencializadas pelo fato de as marcenarias não possuírem nenhum
de consumidores.
Outra questão a ser considerada é o fato de que o relacionamento com o
consumidor não termina com a compra do móvel, uma vez que o cliente tem de
considerar a facilidade com que efetuará manutenções ou reformas. Principalmente
no caso de produtos de alto valor agregado e de maior durabilidade, é muito
comum que o cliente solicite serviços adicionais. A empresa deve estar atenta
para mostrar ao consumidor que está apta a oferecer tais serviços, transmitindo
segurança ao processo de compra.
11.6.1.2 Serviços
a) Entrega — ser cuidadoso com o prazo de entrega é essencial para as
empresas que atuam no setor de móveis e decoração; muitas vezes,
o cliente necessita solicitar autorização no prédio para a entrada do
material, deixar a chave na portaria ou agendar-se para estar em casa
no dia da entrega. Em uma época em que as pessoas têm pouco tempo
11.6.1.3 Imagem
11.6.1.4 Canal
A facilidade de acesso pode ser um diferencial, principalmente para aqueles
consumidores que buscam uma entrega rápida e não pretendem despender muito
tempo na escolha de um móvel. É o caso de estudantes que alugam um local
temporário, ou pessoas que moram em uma região, devido ao trabalho, mas que
passam todo o tempo livre fora da cidade.
Design
258
Qualidade (acabamento, durabilidade)
Pós-venda (manutenção)
11.8.1 Características
259
A Marcenaria Irmãos Fogaça é uma microempresa familiar que foi criada em
1980 com três funcionários; atualmente, possui oito funcionários. Suas instalações
são compostas de duas marcenarias, uma de 250m2 e outra de 150m2, localizadas
na Zona Norte de São Paulo.
11.8.2.1 Confiança
Por tratar-se de um segmento fortemente influenciado por indicações, poucos
clientes interessam-se em visitar a marcenaria, de modo que tomam a decisão de
compra tendo em vista a empatia e a confiabilidade gerada pelos contatos com os
funcionários da empresa.
Como resultado dos relacionamentos de longo prazo com clientes de grande
porte e de sua recomendação a conhecidos, a empresa tem um status associado à
sua marca, o que leva à conquista de novos clientes.
11.8.2.3 Qualidade
A durabilidade, o acabamento e a procedência dos materiais utilizados pro-
porcionam à marcenaria um diferencial de qualidade em relação aos concorrentes,
os quais, muitas vezes, não alcançam o nível alcançado pela empresa.
11.8.2.4 Pagamento
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
262
1. O que é diferenciação? De acordo com o texto, quais são os princi-
pais diferenciais de uma empresa fabricante de móveis?
2. Qual a importância do design em uma sociedade moderna? Identi-
fique os impactos para o setor de móveis e decoração.
3. Micro e pequenas empresas têm potencial para adotar uma estratégia
de diferenciação diante de empresas de grande porte? Justifique sua
opinião por meio de exemplos.
4. Identifique a relevância da aplicação do design para os processos
internos da empresa e para o consumidor final.
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
Referências
HITT, Michael; IRELAND, Duane R.; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica.
Tradução de José Carlos Barbosa dos Santos e Luiz Antonio Pedroso Rafael. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2003.
HOUAISS, Antônio; SALLES, Mauro; VILLAR, Francisco M. Minidicionário Houaiss da
Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://
www.ibge.com.br>. Acesso em: 25 mar. 2005.
Objetivos do capítulo
O objetivo deste capítulo é subsidiar o entendimento do mercado de
bens de capital estudando a promoção de marketing e considerando
as características comportamentais dos clientes, bem como o ciclo de
vida do produto. A situação do produto em seu ciclo de vida atrai dife-
rentemente os consumidores; caso seja possível captar corretamente as
necessidades, os desejos e as preferências do mercado-alvo, será possível
proporcionar-lhe a satisfação desejada. Uma possibilidade de explorar
o tema é concentrar o estudo em um setor industrial específico. Neste
capítulo, o setor escolhido foi o da indústria brasileira fabricante de
máquinas para a produção de papel.
Palavras-chave: marketing industrial; ciclo de vida; inovação descontínua.
12.1 Introdução
O setor de bens de capital vem ganhando importância para o marketing em
decorrência dos valores monetários que movimenta, cada vez maiores, e da expan-
são e conquista de novos mercados. Conforme dados das entidades de classe As-
sociação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos Mecânicos (Abimaq)
e Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a indústria de equi-
pamentos mecânicos e elétricos empregou, em 2004, 320 mil pessoas e obteve
um valor de vendas da ordem de R$ 110 bilhões, isto é, 15% maior que o ano
anterior, o que representa 7% do PIB brasileiro. Novos mercados são ganhos pelas
exportações, o que representa cerca de US$ 11 bilhões, um aumento de 20% em
relação ao ano anterior.
O setor é mais inovador do que a média das empresas industriais brasileiras. En-
quanto a média das 70 mil empresas industriais brasileiras implementou 31,5% de
inovações no período de 1998 a 2000, a taxa de inovação na indústria de fabricação
c) serviços — são itens de consumo não tangíveis, não estocáveis, não padro-
nizados, não duráveis, oferecidos ao público para seu uso, como serviços
de posto de gasolina e de supermercado.
Produto de consumo e os 4 Ps
Distribuição
Preço
Promoção
Produto
Produto industrial e os 4 Ps
Distribuição
Preço
Promoção
Produto
270
100
80
60
40
20
271
0
Propaganda Marketing promocional Venda pessoal Relações Públicas
100
80
60
40
20
0
Venda pessoal Marketing promocional Propaganda Relações Públicas
100
80
% do Mercado
60
40
20
0
r al l ia io
do ci ia rd ár
a i ic t
ov in in ta da
In pto ria oria ta
r
o ai Re
274 de ai
A M M
Fonte: Adaptado de MOORE, G. A. Crossing the chasm. New York: Harper Business Book,
2002. p. 17.
276 A maioria inicial é formada por pragmáticos que não desejam ser pioneiros e
que estão interessados em melhorias incrementais, mensuráveis e previsíveis. São
leais a seus concorrentes, clientes e parceiros, característica que permite introduzir
um produto novo em um cliente com perfil conservador. O fornecedor deve cons-
truir um relacionamento estreito não só com o próprio cliente, mas também com a
comunidade e com o setor que atua, para que seja visto como empresa reputada de
elevada credibilidade. É importante que o fornecimento preveja uma possibilidade
de repor o equipamento antigo (fall back position) caso seja detectado problema.
São clientes dispostos a pagar um pouco mais para comprar de uma empresa re-
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
putada e líder de mercado. Apresentações, visitas e eventos nos quais pode entrar
em contato com os adeptos iniciais facilitam sua adesão, assim como referências de
outros fornecimentos melhoram a credibilidade e a segurança do cliente.
Seus principais executivos são low profile, que trabalham ativamente em
associações de classe. Uma participação nessas associações auxilia o contato e a
formação de uma parceria que poderá ser uma fonte de bons resultados.
12.6.5 Retardatários
Os retardatários são céticos sobre a eficácia da tecnologia para melhorar sua com-
petitividade; representam, todavia, um sexto do mercado. Eles argumentam que os
fornecedores nunca cumprem suas promessas; por isso, uma boa tática é fornecer
uma solução integrada e completa, amplamente garantida contratualmente.
As características desse grupo tornam difícil sua abordagem, porque ele não
percebe vantagens no relacionamento.
12.7.2 Referência
O mercado para bens de capital pode ser definido como um conjunto de
consumidores, existentes ou potenciais, para um dado conjunto de produtos e
serviços, que têm necessidades ou desejos e que se referenciam quando tomam
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
uma decisão de compra. As três primeiras partes da definição são conhecidas e válidas
também para o mercado de bens de consumo. O fato de as pessoas realizarem consultas
ao tomar decisão de compra de produto industrial é a diferença fundamental para
entender a necessidade de segmentação nesse mercado — segmentação pela qual
se agrupam clientes com mesmo comportamento na resposta ao composto mer-
cadológico; assim, efetiva-se a validação das opiniões que favorecem uma compra.
A propaganda boca a boca, realizada entre pessoas de mesmo segmento, propaga
uma inovação. Assim, as visitas de referência a instalações existentes devem ser
realizadas preferencialmente a clientes do mesmo segmento.
12.7.3 Credibilidade
A incrível quantidade de novos, produtos e de novas tecnologias cria uma
insegurança muito grande nos compradores, que procuram um porto seguro para
12.7.6 Serviços
Um componente importante das inovações nos serviços é o desenho da interface
entre o provedor do serviço e seus clientes. No setor de bens de capital, os produtos
280 são fornecidos com orientações específicas para sua operação. Por esse motivo, a
comunicação entre o provedor do serviço e o cliente é cada vez mais importante, o
que gera uma grande área para introdução de inovações (MAÑAS, 2004).
A inovação nas relações entre os atores geralmente implica a adoção de
tecnologia da informação. A introdução de centros de chamadas ou de informação
aos clientes — que podem ser assistidos pelo uso do computador ou pela Internet —
são exemplos de mudanças na forma de aproximação e de fornecimento à clientela.
Softwares interativos de aprendizado facilitam e disseminam o conhecimento.
A atividade de treinamento foi apontada como a segunda em grau de im-
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
282
Resumo
A indústria de bens de capital, como todos os setores, também inova.
As inovações incrementais, que são pequenas melhorias, são contínuas e
respondem a necessidades dos clientes. As inovações descontínuas, que
rompem padrões e podem levar a outro patamar competitivo, mere-
cem uma análise mais criteriosa quando forem implementadas, por-
que requerem mudanças significativas no seu emprego.
A análise do cliente é facilitada pelo entendimento do ciclo de ado-
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
284
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
Objetivos do capítulo
Este capítulo tem como objetivo analisar a atitude do consumidor no
universo da nanomedicina. Devido à nanotecnologia desenvolvida
pelos cientistas para o avanço da medicina, a indústria farmacêutica
passa por uma transformação em diversos aspectos do mercado em
que atua. Entre esses, como trabalhar a atitude do consumidor diante
dessa nova realidade dos produtos medicinais nanotecnológicos tor-
na-se um dos mais importantes. Este capítulo abordará a forma como
configurar o mercado, a empresa e o consumidor, bem como procurará
explorar sua atitude de forma benéfica no mercado nanotecnológico.
Palavras-chave: nanotecnologia; nanomedicina; atitude.
13.1 Introdução
Em 1950, Richard Feymann, um físico norte-americano, proferiu um discurso
no qual sugeriu a possibilidade de reduzir e de miniaturizar sistemas na escala
nanométrica. A comunidade científica, naquela época, considerou as palavras de
Richard uma ficção inalcançável.
No entanto, a evolução da ciência resultou em uma nova utilização da tecnolo-
gia em escala nanométrica — a nanotecnologia, pela qual os cientistas são capazes
de manipular os átomos das matérias, reorganizar a estrutura das moléculas, o
que resulta em novos produtos nanotecnológicos. As palavras do físico norte-ame-
ricano tornaram-se realidade.
A palavra nano, no grego, significa anão; como unidade de medida, representa
a bilionésima parte do metro. Dessa forma, B. C. Crandall defini nanotecnologia
como “o estudo, teoria ou ciência das habilidades necessárias para manipular a
matéria na escala de nanômetro” (CRANDALL, 1996, p. 43). O objetivo da nano-
torno de US$ 316 milhões. Em 2002, esse número saltou para US$ 835 milhões,
segundo informou o Jornal da Unicamp (out. 2003, p. 4). A nanotecnologia tem
mostrado aplicação em diversos setores, conforme o Quadro 13.1:
Indústria automobilística Materiais mais leves, pneus mais duráveis, plásticos não
e aeronáutica inflamáveis e mais baratos etc.
Indústria eletrônica Armazenamento de dados, telas planas, aumento na
e de comunicações velocidade de processamento etc.
Indústria química Catalisadores mais eficientes, ferramentas de corte mais
e de materiais duras, fluidos magnéticos inteligentes etc.
(Continua)
13.2 Nanomedicina
Um dos principais campos em que a nanotecnologia promete promover uma
revolução é o da medicina. A precisão de diagnósticos e a cura de doenças como
a Aids e o câncer são alguns dos objetivos a serem alcançados pela atuação da na-
notecnologia na medicina. Foi nesse contexto que surgiu a nanomedicina, campo
da nanotecnologia que utiliza a tecnologia de escala nanométrica como alternativa
para diagnósticos e para tratamento de doenças.
Na nanomedicina, um dos principais instrumentos é o nanorobô — robô
nanométrico programável que é capaz de penetrar no corpo humano a fim de
diagnosticar doenças e de realizar tratamento para a cura delas, além de auxiliar
os médicos em cirurgias com pequeno grau de invasão e à distância.
288
289
290
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
O mix de mídia segue o seguinte modelo, proposto por Philip Kotler e Fran-
çoise Simon:
Comunicações com
Estágios de decisão Comunicações com médicos
consumidores
• Detalhamento off-line
e on-line
• Mensagens via equipamentos
• Autoteste on-line, roteiro eletrônicos portáveis no ponto
Consulta médica
on-line para consulta médica de atendimento, respostas
prontas e perguntas mais
freqüentes, diretrizes para
tratamento
• Simpósios, birôs de
• Comunidades de pacientes
Formação de redes palestrantes
on-line/off-line
296 • Videoconferência
Molécula global
(primeira em seu gênero)
Posicionamento global
298 Fonte: SIMON, Françoise; SDC GROUP, 2002. Disponível em: <www.merage.uci.edu/
clubpages/healthcare/conference/Balancing_The_Four_Ps.pdf>. Acesso em: 24 out. 2005.
Resumo
Na busca de retardar o envelhecimento e de melhorar a qualidade
de vida do ser humano, a ciência evoluiu e criou a nanotecnologia.
Como decorrência de uma das aplicações dessa nova manipulação
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
Referências
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consumidor. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
BOONE, Louis E.; KURTZ, David L. Marketing contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 1998.
CARBON nanotubes. Disponível em: <www.research.ibm.com/nanoscience>. Acesso
em: 17 jul. 2005. 299
CRANDALL, B. C. Nanotechnology. Cambridge: MIT, 1996.
300
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
Objetivos do capítulo
14.1 Introdução
Kotler (1993, p. 39) define marketing como “um processo social e adminis-
trativo pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e o que desejam
através da criação e troca de produtos e valor com outras pessoas”. Na história do
jornalismo e dos seus produtos informativos, não é diferente.
Ao longo do tempo, para atender as necessidades, os anseios e os desejos de seus
públicos, os produtos jornalísticos vêm acompanhando e utilizando as evoluções e
inovações tecnológicas, modificando-se constante e freqüentemente.
resultado desse trabalho, cujo título é Qualidade percebida de quatro jornais bra-
sileiros, já foi apresentado e pode ser conferido no site na biblioteca on-line de
Ciências da Comunicação.
A proposta era avaliar a qualidade dos jornais on-line O Estado de S. Paulo,
Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil e O Globo. Esses veículos foram escolhidos por
serem considerados referência no mercado jornalístico brasileiro. As hipóteses
que nortearam esse trabalho foram: a possibilidade do não-aproveitamento de
todas as potencialidades da Internet, o que acarreta em uma qualidade percebida
pelos consumidores como reduzida, e o fato de que, quanto menos aproveitarem
as potencialidades da Internet, menos valorizados esses veículos serão.
Os critérios para análise levavam em conta: conteúdo, ergonomia e intera-
tividade. Os resultados finais em relação a conteúdo, que envolvem aspectos co-
mo atualidade, interesse e qualidade geral da informação, expressividade das
fotografias, infográficos e dos elementos visuais, informações de background e
tados; no entanto, as procuras de dados e de atualizações são, sem dúvida, os usos com
maior índice de citações, o que não poderia ser diferente, já que essa característica
de atualização, com intervalo de poucos minutos, permite que seu uso seja eficaz
no acompanhamento de qualquer fato. A consulta de chatgroups e de newsgroups
apresenta índices bem baixos, o que demonstra que a Internet ainda tem servido
mais para buscar referenciais do que para oferecer um espaço de discussões.
%
Localizar informação 100,0
Obter dados atuais 93,7
(Continua)
%
Contatar fontes de informação 75,0 321
Entrevistar fontes de informação 56,2
Contatar com audiências 56,2
Comunicar-se com outros jornalistas 50,0
%
CNN Interactive 50,0
El País Digital 18,7
AltaVista 12,5
(Continua)
Bastos ainda diz que, especificamente sobre os serviços de busca mais usados
para pesquisa, os jornalistas portugueses apontaram preferência nítida pelos sites
internacionais Yahoo e AltaVista, cada um com 56,2% dos votos; entre os sites
portugueses, os mais citados foram Serviço de Apontadores Portugueses (Sapo),
com 43,7%, e o Aeiou, com 12,5%, conforme mostra o Quadro 14.4.
%
Yahoo 56,2
Alta Vista 56,2
Sapo 43,7
322 Aeiou 12,5
O uso da web também pode trazer alguns inconvenientes, entre eles garimpar
o excesso de dados que estão disponíveis. No quinto quadro, os profissionais
portugueses apontam as principais dificuldades que eles encontram no uso da
rede.
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
%
Excesso de informação 87,5
Dificuldade em encontrar informação 37,5
Inexatidão das informações 37,5
Repetição de erros 18,7
Dependência das mesmas fontes 6,2
Falta de condições para verificar a informação 6,2
Sem resposta 6,2
324 O investimento inicial foi de US$ 2 milhões. O grupo Abril aliou-se ao projeto
em maio de 2003, e a TVA (canal 17) passou a retransmitir, para a cidade de São
Paulo, a grade de programa dessa emissora diferente. Essa foi mais uma inovação
da AllTV: transformar-se também na primeira TV da Internet transmitida pela
televisão convencional.
No entanto, a interatividade ainda é o foco central da AllTV, que continua com
sua programação ao vivo pela web, possibilitando a participação dos internautas
em sua programação e, ainda, proporcionando aos interessados a possibilidade
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
325
Dessa forma, espera-se que, em um futuro não muito distante, possa-se, ao
assistir à TV, acionar diversos recursos interativos por meio do controle remoto,
ou da própria tela da TV, o que possibilitará, por exemplo, a compra de objetos
de cena de novelas, ou de outros programas, além da participação em enquetes e
promoções diversas oferecidas por programas realizados ao vivo.
Resumo
Este capítulo aborda o jornalismo como um produto e, por-
tanto, analisa a evolução que ocorreu no processo de produção dessa
mercadoria, bem como em suas formas de distribuição, de composição
de preço e as conseqüentes alterações na forma de comunicação.
Em virtude de suas próprias características — como veículo de
comunicação —, o produto jornalístico não apenas acompanha a
328 evolução tecnológica, mas também é um dos seus ícones. Com isso,
os profissionais que atuam nessa área, mesmo que não trabalhem
diretamente com a editoria de tecnologia, devem estar atentos a toda
e qualquer modificação tecnológica, justamente para entender e para
exercer melhor a sua profissão.
Celulares com potencial de recebimento de som, texto e imagens
não são apenas inovações a serem divulgadas ou discutidas, mas um
novo instrumento a ser explorado no trabalho jornalístico. Da mesma
Parte IV Diferenciação e inovação na indústria
RIZZINI, Carlos. O livro, o jornal e a tipografia no Brasil, 1500-1822: com um breve estudo
geral sobre a informação. Ed. fac-similar. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1988.
ROSSI, Clóvis. O que é jornalismo. São Paulo: Brasiliense, 1980.
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TRAQUINA, Nelson (Org.). Questões, teorias, estórias. Lisboa: Veja, 1993.
A tipos de, 47
Ações de branding, 164, 187 volantes, 47
Adaptação da indústria tradicional, 171, 186 Atacado
Adeptos iniciais, 273-276, 282 tendências para o futuro, 43, 66
Administração profissional Atitude de comportamento do consumidor,
no Brasil, 142 94, 262, 273, 292
Advergaming, 178-179, 187 Atividade industrial, 120
Agentes, 45-47 Ativos distintos de marketing, 127
de compra, 47 Aumento das linhas de produtos, 29
de viagem, 210 Auto-avaliação institucional, 151
econômicos, 140 Avaliação das Condições de Ensino (ACE), 151
internacionais, 227 Avaliação institucional externa, 151
multiplicadores, 98-99
sociais, 307 B
AllTV — o jornalismo digital, 310, 312, 315, B2E, 102
320, 323, 328 Balanço do atacado, 58
Anuário estatístico, 145 Banco Central, 142, 319
Aparelhos de projeção, 165 Bens
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e de capital, 265-268, 273, 278, 280-283
Televisão (Abert), 174 tangíveis, 121, 251
Associação Brasileira de Franchising (ABF), Bolsa de Valores de São Paulo, 221, 232, 239
69-70, 89 Burocracia especializada, 142
Associação Nacional de Graduação em Business-to-employees, 102
Administração (Angrad), 144
Atacadistas, 43-44, 51, 57-58, 61, 63, 65 C
comerciais, 47 Cadeia de valor, 86-87, 182, 186, 248-249
de expedição, 47 Cadeia de valores do cliente,
de prateleira, 47 desconhecimento do custo da diferenciação, 86
de serviços limitados, 47 enfoque no produto, e não na cadeia de
de serviços plenos, 47 valores inteira, 86
independentes, 47 não-reconhecimento dos segmentos de
inovadores, 47 compradores, 86
pegue-pague, 47 Canal de distribuição móvel, 89
por reembolso postal, 47 Canal, 48-49, 57-59, 186, 214
puros, 47 Capacidade de produção em massa, 120
que prestam serviços, 47 Caracterização do público-alvo, 176
jornalísticas, 301
G na intranet, 101
Games players, 175 Instituto Brasileiro de Governança
abordagem demográfica, 177 Corporativa (IBGC), 220, 222
abordagem psicográfica, 176 Instituto de Organização Racional do
Counter Strike, 177-178 Trabalho (Idort), 142
EverQuest, 177 Instituto MPEG, 180
fidelização dos jogadores, 177 Interesse em satisfazer, 252
internautas brasileiros, 177 International Accounting Standards
ultima On-line, 177 Committee (Iasc), 226
Gerência científica, 177 International Organization for Standardization
Gerenciamento de custos, 62 (ISO), 180
Gestão de relacionamento eficiente, 126 Internet
Governança corporativa, 220-222, 225, 227 e turismo, 209
jornalístico, 301-302 N
mecanismos efetivos de implantação, 34 Nanomedicina, 285, 287-289, 291-295, 297-299
mix em produto industrial, 270 Nanorobôs, 287
promocional, 270-272 Nanotecnologia, 285-287, 291, 295, 297-299
vínculos externos efetivos, 34 Necessidades do consumidor, 5, 11
viral, 179 Níveis de rentabilidade, 120