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AUTARQUIA EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO -AEVSF

FACULDADE DE PETROLINA-FACAPE

CURSO DE DIREITO

JONATHAN ARAUJO DE CARVALHO

SILVANDRO DA SILVA GALVÃO

QUAL O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NO DIREITO À


PRIVACIDADE?

PETROLINA-PE
2023
JONATHAN ARAUJO DE CARVALHO

SILVANDRO DA SILVA GALVÃO

QUAL O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NO DIREITO À


PRIVACIDADE?

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de direito


da Faculdade de Petrolina – FACAPE, como
requisito necessário para aprovação na disciplina
Metodologia da Pesquisa Científica.
Orientador: Prof. Me. Waldenir Sidney Fagundes
Britto

PETROLINA-PE
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................3
2. PROBLEMA DE PESQUISA...........................................................5
3. OBJETIVO.........................................................................................5
4. JUSTIFICATIVA...............................................................................6
5. AS REDES SOCIAIS, O QUE SÃO?...............................................7
6. DIREITO À PRIVACIDADE NO USO DAS REDES SOCIAIS .11
7. A MEDIDA DO IMPACTO – DEVIDO AUMENTOS
DE DECISÇÕES JUDICIAIS ENVOLVENDO O
DIREITO À PRIVACIDADE...........................................................13
8. METODOLOGIA..............................................................................17
9. CRONOGRAMA..............................................................................18
10. REFERÊNCIAS.................................................................................19
PA

1. INTRODUÇÃO

A questão do impacto das redes sociais no direito à privacidade é um tema de grande


relevância na sociedade contemporânea. As redes sociais se tornaram uma parte fundamental
de nossas vidas, revolucionando a forma como nos comunicamos, compartilhamos
informações e interagimos com o mundo ao nosso redor. A crescente penetração dessas
plataformas na vida cotidiana das pessoas levanta preocupações significativas sobre o
equilíbrio entre o compartilhamento de informações pessoais e a proteção da privacidade.
Nesse contexto, a análise abrangente e crítica do impacto das redes sociais no direito à
privacidade dos indivíduos se torna imperativa. As redes sociais, que inicialmente surgiram
como ferramentas de comunicação e interação, evoluíram para algo muito mais complexo,
abrangendo uma ampla gama de funções e recursos. Elas permitem aos usuários criar perfis
pessoais, compartilhar conteúdo, trocar mensagens, participar de grupos temáticos e seguir
outras pessoas, formando uma intrincada rede de conexões virtuais.
No entanto, essa aparente revolução na forma como nos relacionamos e nos
informamos também trouxe consigo desafios e dilemas. A coleta massiva de dados pessoais,
as políticas de privacidade muitas vezes complexas e a forma como as informações são
compartilhadas e utilizadas por terceiros geram preocupações sobre a segurança e a
privacidade dos usuários. Como as redes sociais usam nossos dados? Até que ponto os
usuários compreendem as implicações de seu consentimento? Essas são perguntas essenciais
que precisam ser abordadas.
Além disso, o contexto regulatório e as leis de proteção de dados desempenham um
papel fundamental nessa discussão. As plataformas de redes sociais devem estar em
conformidade com as regulamentações para proteger a privacidade dos usuários. Isso inclui a
necessidade de conscientizar os usuários sobre seus direitos e garantir a transparência no
tratamento de dados.
As redes sociais também têm um impacto profundo na sociedade, influenciando as
opiniões, moldando a agenda pública e desempenhando um papel fundamental na
disseminação de informações. Elas oferecem um espaço para o ativismo, a discussão de
questões sociais e políticas e a promoção de causas importantes.
PA

No entanto, como o uso das redes sociais também pode apresentar desafios, como a
disseminação de notícias falsas e o impacto negativo na saúde mental devido ao tempo gasto
online, é essencial adotar uma abordagem equilibrada e crítica ao utilizá-las.
A crescente quantidade de decisões judiciais envolvendo o direito à privacidade nas
redes sociais reflete a importância dessa questão nos tribunais e na sociedade em geral. O
direito à privacidade é um direito fundamental, amplamente reconhecido em tratados
internacionais e constituições, e sua proteção tornou-se uma preocupação central em um
mundo digital em constante evolução.
PA

2. PROBLEMA DE PESQUISA
Qual o impacto das redes sociais no direito à privacidade?

3. OBJETIVO
Analisar de forma abrangente e crítica como as redes sociais afetam o direito à
privacidade dos indivíduos.
PA

4. JUSTIFICATIVA

A crescente penetração das redes sociais na vida cotidiana das pessoas levanta
preocupações significativas sobre o equilíbrio entre o compartilhamento de informações
pessoais e a proteção da privacidade.
Nesse contexto, uma análise aprofundada do impacto das redes sociais no direito à
privacidade é crucial por várias razões:
Ampla Utilização das Redes Sociais, vulnerabilidades e Riscos, exploração de dados
pessoais, legislação e regulamentação, conscientização do usuário, equilíbrio entre
engajamento e privacidade.
Portanto, a justificativa para um projeto que investiga o impacto das redes sociais no
direito à privacidade reside na necessidade de entender melhor as implicações dessas
plataformas na vida das pessoas, para então desenvolver estratégias que garantam a proteção
dos dados pessoais e a preservação dos direitos individuais no ambiente digital.
PA

5. AS REDES SOCIAIS, O QUE SÃO?

As redes sociais tornaram-se uma parte essencial de nossas vidas cotidianas,


transformando a maneira como nos comunicamos, compartilhamos informações e
interagimos com o mundo ao nosso redor. Desde o advento da internet e o
desenvolvimento das tecnologias digitais, as redes sociais têm desempenhado um
papel significativo na formação de conexões entre indivíduos e na construção de
comunidades online.

Segundo Silva (2010):

O ser humano, enquanto ser social, sempre conviveu em um ambiente de


comunicação e colaboração, utilizando as tecnologias disponíveis em cada fase
histórica para esse contato. Com os avanços dos recursos tecnológicos, em especial
das tecnologias da informação e comunicação, o ser humano passa a utilizá-los em
suas atividades profissionais, de lazer, de aprendizado e de contato inter-pessoal.
(Silva, 2010, p. 2)

As redes sociais são plataformas digitais que facilitam a conexão e a interação


entre pessoas e organizações ao redor do mundo. Essas plataformas permitem aos usuários
criar perfis pessoais, compartilhar conteúdo, trocar mensagens, participar de grupos temáticos
e seguir outras pessoas. A base das redes sociais é a formação de uma rede de contatos, na
qual cada indivíduo está interconectado com outros, criando uma teia complexa de
relacionamentos virtuais.

Embora, para Zenha (2018):

A rede social online é um ambiente digital em conexão no qual é possível observar


o desenrolar, a evolução e a constante modificação dos embates psicossociais de
seus integrantes, embates esses não apenas de ordem tecnológica, mas, sobretudo,
humana. A participação ativa das pessoas nas redes sociais por meio da troca
generosa de links e da catalisação de conversas apresenta um comportamento
indicativo para a conexão, a ligação e a linkagem entre assuntos e pessoas. Pelos
links é possível observar as ligações estabelecidas pelo autor do registro e saber
assim as conexões, trocas de ideias, assuntos e percepções próprias da coletividade.
(Zenha, 2018, p. 7).

Entre as características essenciais das redes sociais, destacam-se a interatividade,


a possibilidade de compartilhamento de multimídia (como fotos e vídeos), a capacidade de
seguir e ser seguido, e a existência de algoritmos que
PA

personalizam o conteúdo de acordo com os interesses de cada usuário. Esses elementos


contribuem para a criação de uma experiência social dinâmica e personalizada.

Segundo Ferreira (2011):

Como síntese, podemos afirmar que rede social é uma estrutura social composta por
indivíduos, organizações, associações, empresas ou outras entidades sociais,
designadas por atores, que estão conectadas por um ou vários tipos de relações que
podem ser de amizade, familiares, comerciais, sexuais etc. Nessas relações, os atores
sociais desencadeiam os movimentos e fluxos sociais, através dos quais partilham
crenças, informação, poder, conhecimento, prestígio etc. (Ferreira, 2011. p. 6)

Ao longo do tempo, as redes sociais passaram por uma significativa evolução,


tanto em termos de funcionalidades quanto de popularidade. Inicialmente, as plataformas de
redes sociais eram simples e centradas na comunicação entre usuários, como o ICQ e o
Friendster. No entanto, com o surgimento do Facebook em 2004, as redes sociais se
tornaram mais robustas e abrangentes, incorporando funcionalidades como a criação de
páginas, compartilhamento de eventos e grupos temáticos.
Segundo Santos e Cypriano (2014), no Facebook, todos são "amigos" e
interagem compartilhando, comentando e "curtindo" conteúdo. Isso cria uma atmosfera de
conversa social, usando símbolos para expressar emoções, fortalecendo relações e oferecendo
a opção fácil de "curtir" quando necessário.

Além do Facebook, outras redes sociais ganharam destaque, como o Twitter,


que se foca em mensagens curtas e rápidas, o Instagram, centrado em compartilhamento de
fotos e vídeos, e o LinkedIn, voltado para contatos profissionais e networking. A
diversificação das redes sociais atende a diferentes necessidades e interesses dos usuários,
oferecendo um amplo espectro de opções para interação online.
Ademais, vejamos que sempre o ser humano busca uma “reputação”, segundo
Recuero (2009), o desejo por reputação desempenha um papel significativo na popularidade,
um atributo claramente perceptível no Twitter. A quantidade de seguidores que alguém possui
é diretamente proporcional à sua visibilidade na
PA

plataforma, o que se traduz em um alcance mais amplo para seus tweets. Essa maior
visibilidade, por sua vez, aumenta substancialmente as chances de estabelecer novas conexões
e, como resultado, alavancar sua popularidade na plataforma. Ter muitos seguidores não
apenas amplia a audiência de alguém, mas também o coloca em uma posição mais destacada
no cenário do Twitter.

logo mais, o advento e a disseminação das redes sociais trouxeram um impacto


profundo na sociedade contemporânea, afetando diversos aspectos da vida cotidiana,
incluindo a maneira como nos informamos, nos relacionamos e nos envolvemos em questões
sociais e políticas.

As redes sociais representam uma revolução na forma como nos conectamos e


interagimos na era digital. Elas oferecem um meio eficaz para a construção de
relacionamentos, compartilhamento de informações e participação na vida em sociedade. Nas
redes sociais, as barreiras geográficas desaparecem, permitindo que pessoas de diferentes
partes do mundo se conectem instantaneamente. Isso promove uma maior diversidade cultural
e a possibilidade de aprender com diferentes perspectivas e experiências.

Ainda mais, segundo Aguiar (2007), neste contexto de mercado, a palavra


"amigos" passou por uma transformação notável em sua conotação, distanciando-se das
relações afetivas tradicionais, que comumente envolvem reciprocidade, confiança,
proximidade e franqueza. Em contrapartida, o termo agora está associado a uma dinâmica
competitiva que contrasta com o espírito solidário típico das interações nas redes sociais do
dia a dia e em contextos sociopolíticos. Essa alteração de significado é um reflexo da
evolução das relações interpessoais em um ambiente cada vez mais influenciado pelo
mercado, onde o foco está na busca por conexões superficiais, em detrimento de vínculos
profundos e genuínos.

Apesar de termos amigos no mundo offline, é inegável que as redes sociais têm
causado transformações significativas.
PA

Para Rosen (2007, apud Aguiar 2007, p. 11) relata que As atuais redes sociais
online são uma acumulação “congeries” de vínculos majoritariamente fracos – ninguém que
liste milhares de “amigos” no MySpace pensa nessas pessoas da mesma forma que pensa em
seus parentes distantes, por exemplo. Certamente não é coincidência, então, que as atividades
que os sites de redes sociais promovem são justamente aquelas que os vínculos fracos
fomentam, como rumores, boatos, mexericos, busca de pessoas e a trilha dos efêmeros
movimentos da cultura popular no sentido da cultura de massa e das modas passageiras.

Além disso, as redes sociais têm desempenhado um papel significativo na


disseminação de informações e conscientização sobre questões importantes, como ativismo
social, direitos humanos e causas ambientais. Elas também proporcionam um espaço para o
debate e discussão de tópicos relevantes, permitindo que as vozes de diversos grupos sejam
ouvidas.

Ou seja, alguns possuem uma influência nas redes sociais.


Alguns deles podem se tornar líderes de opinião, capazes de influenciar as atitudes
de indivíduos, de um grupo ou de todos os participantes da rede. (Aguiar, 2007, p. 8)

Ademais, podemos observar que as redes sociais possuem uma imensa influência
nas opiniões das pessoas.

No entanto, é importante reconhecer que o uso das redes sociais também pode
apresentar desafios. A exposição excessiva a informações pode levar à sobrecarga de dados e
à propagação de notícias falsas. Além disso, o tempo gasto nas redes sociais pode afetar
negativamente o bem-estar mental, causando ansiedade, depressão e isolamento social em
alguns casos.

As pesquisas sobre redes sociais, geralmente, estão voltadas para as propriedades


estruturais que afetam o comportamento dos indivíduos, além dos efeitos dos
atributos pessoais e dos padrões de relacionamentos mantidos e desenvolvidos na
rede (Tomaél;Marteleto, 2013, p. 4)

Por outro lado, segundo Tomaél, Alcará e Chiara (2006), o compartilhamento


de informações e conhecimento só se traduzirá em resultados eficazes quando estiver
associado a um processo de aprendizagem. A mera obtenção de acesso, desprovida desse
elemento, não causa impacto real e, consequentemente, carece de significado. Resumindo, a
aprendizagem é fundamental para dar sentido ao compartilhamento de informações e
conhecimento.
PA

Portanto, ao utilizar as redes sociais, é fundamental adotar uma abordagem


equilibrada e crítica. Devemos estar cientes dos riscos e benefícios associados ao seu uso e ser
responsáveis na forma como compartilhamos informações e interagimos online. Ao fazer isso,
podemos garantir que as redes sociais sejam uma ferramenta valiosa para promover a
conexão, o aprendizado e o ativismo em uma sociedade cada vez mais digital.

6. DIREITO À PRIVACIDADE NO USO DAS REDES SOCIAIS

A preservação da privacidade no contexto do uso de redes sociais tem se tornado uma


preocupação central, atraindo uma atenção crescente nos últimos anos. Com o avanço da
tecnologia e a disseminação de plataformas de mídia social, a segurança dos dados pessoais
dos usuários e a garantia de sua privacidade emergiram como questões cruciais tanto para a
sociedade quanto para o campo jurídico.

Por outro lado, vejamos que as redes possuem meios de conseguir se manter os seus
serviços gratuitos, sendo um desses meios, a coleta de dados pessoais, conforme D'urso e
D'urso (2021), explicam que nas redes sociais, uma variedade de informações pessoais dos
usuários é coletada, abrangendo dados demográficos, interesses, atividades e conexões.

Esses dados desempenham um papel crucial na personalização da experiência do


usuário, no direcionamento de anúncios e, por vezes, são compartilhados com terceiros. A
extensão e a tipologia dessas informações adquiridas podem suscitar inquietações sobre a
amplitude da coleta de dados e o uso que é feito dessas informações.

Além disso, por outro lado, há ainda a questão do consentimento do usuário nas
redes sociais em relação à sua privacidade, uma vez que, por vezes, as políticas de privacidade
das redes são extensas e complexas, tornando difícil para o usuário compreender
verdadeiramente o que está concordando. No entanto,
PA

segundo a LGPD, trás um conceito sobre o consentimento, visto que a mesma se referência
em seu “art. 5°, XII, consentimento: manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o
titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada.”
(LGPD, 2018)

Segundo Koerner (2021), o usuário é obrigado a aceitar as condições impostas pelos


apps, para usar sua plataforma.

A qual “O usuário cede gratuitamente as suas informações ao concordar com termos


de uso, utilizar serviços gratuitos ou, simplesmente, circular em espaços onde as máquinas
estão presentes.” (Koerner, 2021, p. 1)

Embora, as redes sociais possuam uma responsabilidade em proteger a privacidade


dos usuários e cumprir as leis de proteção de dados. No entanto, é importante destacar que
ainda ocorre um uso inadequado das informações devido à excessiva coleta de dados,
conforme esclarecem Talles e Ferreira (2023).

Outro aspecto importante é a privacidade dos usuários, que pode ser


comprometida com a coleta excessiva de dados pessoais pelas empresas de
tecnologia e redes sociais. Esses dados podem ser utilizados para fins
comerciais ou mesmo para a disseminação de informações falsas ou
manipuladas. (Talles; Ferreira, 2023, p. 5)

Podemos destacar ainda à medida que a tecnologia progride, novos desafios se


apresentam para a preservação da privacidade nas redes sociais. O crescente uso da
inteligência artificial na análise de dados e na personalização de conteúdo suscita
questionamentos quanto à transparência e à equidade desse processo. Além disso, a vigilância
governamental e a supervisão das atividades nas redes sociais suscitam preocupações sobre a
liberdade de expressão e a privacidade dos cidadãos.

Segundo Silva (2011):

Os recursos tecnológicos estão permeando as atividades humanas, de tal


forma que podemos nos informar, divertir, trabalhar, estudar, realizar
compras, efetuar pagamentos e nos relacionar com pessoas independente da
distância geográfica que existir, utilizando os recursos de informação e
comunicação propiciado pela internet, criando dessa forma uma rede de
relacionamento denominada rede social digital (Silva, 2011, p. 8)
PA

Na mesma linha de evolução das tecnologias, os crimes virtuais também apresentam


um aumento constante. Isso se deve não apenas ao fato de que a venda ou vazamento desses
dados viola os direitos à privacidade, mas também à detecção deles para uso indevido, em
decorrência dessas violações, destacamos o crime de Spam e Phishing, a qual segundo o
relatório Spam e Phishing (2020), os brasileiros são mais frequentemente alvo de phishing,
ultrapassando em 20% a média mundial de 13%, uma vez que esses crimes ocorrem devido a
tentativas de acesso a páginas fraudulentas. Para Assolini (2021) essa diferença pode ser
explicada pela dificuldade dos internautas em reconhecer um e-mail falso.

Em resumo, a questão do direito à privacidade no contexto das redes sociais é


complexa e está em constante evolução, abrangendo a coleta de dados, o consentimento dos
usuários, regulamentações de proteção de dados, a responsabilidade das plataformas e os
desafios tecnológicos em ascensão. Promover a conscientização dos usuários, fomentar a
transparência e assegurar a conformidade com as leis de proteção de dados são etapas
fundamentais para resguardar a privacidade nas redes sociais em um mundo digital em
constante transformação.

7. A MEDIDA DO IMPACTO – DEVIDO AUMENTOS DE DECISÇÕES


JUDICIAIS ENVOLVENDO O DIREITO À PRIVACIDADE.

O aumento das sentenças judiciais relacionadas ao direito à privacidade é um reflexo


as mudanças significativas na sociedade e na tecnologia. Isso ocorre porque o direito à
privacidade é considerado um dos direitos humanos fundamentais, sendo amplamente
valorizado em tratados internacionais e constituições.

Nos últimos anos, temos observado um expressivo aumento na quantidade de


litígios relacionados à privacidade. Isso se deve, em grande medida, ao crescente nível de
conscientização pública sobre a importância da salvaguarda de dados pessoais em um cenário
digital em constante evolução, bem como à crescente complexidade das questões de
privacidade decorrentes das tecnologias emergentes.
PA

Podemos tomar como referência um dos maiores vazamentos de dados de usuários,


ocorrido na plataforma Facebook, em 2021, na qual a empresa foi condenada indenizar mais
de 8 milhões de brasileiros devido ao vazamento de dados.

Além disso, observemos que, ao longo de 12 anos, tivemos 28 casos principais de


vazamento de dados, ou seja, diversos dados pessoais de usuários acabaram sendo expostos
fora das plataformas, causando transtornos a todos.

Tabela 1 – Os principais vazamento de dados na história

Principais vazamento
de Mês/ Ano
dados

Carolina Dieckmann Maio de 2011

LinkedIn Junho de 2012


Evernote Março de 2013
Yahoo Agosto de 2013
Facebook/Cambridge Analytica Ano de 2014
eBay Maio de 2014
Departamento de Imigração da Novembro de 2014
Austrália
British Airways Março de 2015
Uber Ano de 2016
MySpace Maio de 2016
FriendFinder Network Novembro de 2016
Aeroporto de Heathrow Outubro de 2017
Netshoes Janeiro de 2018
MyFitnessPal Fevereiro de 2018
C&A Ano de 2018
Banco Inter Ano de 2018
Twitter Maio de 2018
Mariott Novembro de 2018
Detran-RN Ano de 2019
McDonald’s Outubro de 2019
Ministério da Saúde Ano de 2020
Brasil Janeiro de 2021
Brasil Janeiro de 2021
Amazon Julho de 2021
Lojas Renner Agosto de 2021
Banco do Estado de Sergipe Outubro de 2021
Twitch/Amazon Outubro de 2021
Facebook Outubro de 2021

Fonte: Martins (2022)


PA

Podemos ainda destacar que, conforme uma pesquisa desenvolvida pelo MIT
(2021), o Brasil em apenas no ano de 2019 possuiu mais de 205 milhões de dados vazados de
forma ilegal, ou seja, inúmeros usuários que tiveram sua privacidade violada pela exposição
de seus dados.

Ao analisarmos a Lei "Proteção Geral de Dados" (LGPD), a qual tem como um de


seus principais objetivos a proteção de dados, direitos fundamentais e a privacidade, a lei
fornece a definição do que são dados pessoais e suas explicações, esclarecendo que esses
dados serão regulamentados pela lei, independentemente de serem físicos ou digitais.

No entanto, a LGPD, por ser uma lei recente no território brasileiro, teve seu
primeiro caso julgado em 2020, envolvendo a empresa Cyrela, que foi julgada e condenada
devido à exposição e vazamento de dados para instituições financeiras.

Ademais, nas redes sociais não é tão distinto tais julgamentos devido à
vazamentos de dados de usuários, visto que por serem redes de visualização públicas, as redes
é um espaço aberto a todos.

Embora as redes sociais sejam locais públicos, houve um notável aumento de


processos relacionados a vazamentos. De acordo com o Núcleo (2021), tais violações de
privacidade resultaram em um aumento de 58% em 13 estados brasileiros no ano de 2021. Na
época, alguns tribunais não responderam ou disponibilizaram informações sobre casos
relativos às redes sociais. No entanto, podemos observar uma crescente quantidade de
processos envolvendo as redes sociais.
PA

Tabela 2 – Quantidade de Ações Judiciais em 13 estados brasileiros de 2015 a 2020

An
Redes o
de
2015-2020

Facebook 12.8 Mil

Telegram 0

Twitter 482

WhatsApp 292
Instagram 146

Fonte: Núcleo (2021)

É notável o crescente aumento de processos judicias de 2015 a 2020, ou seja,


decorrente de vazamentos, sendo a maior parte deles envolvendo a empresa Facebook, visto
que é a empresa

que contem em seus bancos de dados informações, aproximadamente 1/7 da


população mundial, sendo que, dentre esses dados contém informações sobre tudo o
que o cliente digita, fotos ou vídeos publicados, curtidas na rede, compartilhamentos,
todo o histórico de consulta, de navegação e até mesmo sua identidade, geolocalização
e uma infinidade de outras informações importantes e pessoais. (Telles; Ferreira,
2023, p. 7)

Dessa forma, torna-se evidente o impacto das redes sociais na privacidade, uma vez
que o vazamento ou venda de informações de usuários sem permissão representa uma
significativa violação dos direitos fundamentais à dignidade humana e à privacidade. Isso é
refletido na crescente judicialização de processos decorrentes de violações ocorridas em redes
sociais.
PA

8. METODOLOGIA

As redes sociais são plataformas online que permitem a interação e


compartilhamento de conteúdo entre usuários, formando conexões e comunidades virtuais.
A metodologia, foi desenvolvida apresentando natureza de pesquisa exploratória e
descritiva, buscando uma abordagem bem mais ampla entre a privacidade e a redes sociais,
visto que há uma crescente judicializações de processos obtidos em decorrência de inúmeras
violações causadas aos usuários, a qual o presente artigo visa em analisar as infamações
obtidas, com objetivos de compreender padrões de interação, identificar influências e analisar
o impacto das redes sociais. Os métodos de coletas de informações, baseou-se em pesquisas e
análises de dados existentes.

Os instrumentos técnicos, teve como apoio, aplicativos de pesquisa, sites e


arquivos em ambientes de redes. Os dados foram analisados minuciosamente para servir como
norte no desenvolvimento do trabalho. Análises de conteúdos, de redes sociais, envolvendo a
temática do assunto.
Como em qualquer trabalho científico, é sempre importante destacar algumas
limitações, como, viés de amostragem de pesquisas, confiabilidade dos dados coletados,
limitações tecnológicas, e influências culturais e temporais que podem afetar a análises,
quando o assunto se trata de um tema que está sempre em constantes mudanças, como é o
caso das redes sociais e seus avanços tecnológicos.
PA

9. CRONOGRAMA

Quatro I – Cronograma da Pesquisa

Atividades/Semestre A SE O N
G T UT O
O 20 20 V
20 23 23 20
23 23
Apresentação do problema, x
objetivo e justificativa do
projeto.

Apresentação de Artigos x
ligados ao tema.
Pesquisas bibliográficas. x

Fichamentos de artigos x
ligados ao tema.

Revisão de literatura, voltadas x


ao tema do projeto de pesquisa.

Desenvolvimento do texto, x
apresentando tópicos da revisão
da literatura sobre o projeto de
pesquisa.
Metodologias e revisão sobre x
o projeto de pesquisa.
Revisões de artigos e x
referenciais sobre introdução e
metodologia do projeto de
pesquisa.
Análises finais e conclusivas X
do projeto de pesquisa.
Entrega X
PA

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACIOLI, Sonia. Redes sociais e teoria social: revendo os fundamentos do conceito.


Informação & Informação. v.12, n.1, p. 1-10, 2007. Disponível em:
https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1784. Acesso em: 24 set. 2023.
AGUIAR, Sonia. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, Santos–SP 29, 2007, Anais.
Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/r3-1977-
1.pdf . Acesso em: 24 set.
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Institui a Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais (LGPD). Diário Oficial da União: Seção 1, Brasília, DF, 2018, p.
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FERREIRA, Gonçalo. Redes Sociais de Informação: uma história e um estudo
de caso. Perspectivas em Ciência da Informação, v.16, n. 3. Pag. 209-227, 2011.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/pci/a/hX6dWhCGmVCqGCC6ZnhgSMw/.
Acesso em: 24 set. 2023.
MARTINS, Laís, HIROTA, Renata, MENEZES, Samira. Número de Processos Judiciais
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Disponível em: https://nucleo.jor.br/reportagem/2021-09-30-redes-sociais- processos-justica-
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MOZELLI, Rodrigo. Facebook: rede social vai indenizar mais de oito milhões de brasileiros
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Disponível em: https://olhardigital.com.br/2023/03/23/pro/facebook- rede-social-vai-
indenizar-mais-de-oito-milhoes-de-brasileiros-que-tiveram-dados- vazados/. Acesso em: 19
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NYCOLLE, Soares. 28 principais casos de vazamentos de dados na história. Lara Martins
advogados. São Paulo, 28 jan. 2022. Disponível em:
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RECUERO, Raquel, ZAGO, Gabriela. Em busca das “redes que importam”: redes
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