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TÉCNICO EM

TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Redes Sociais e
Noções de Tecnologia

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Redes Sociais e Noções de Tecnologia
Redes Sociais e

Noções de Tecnologia
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
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REDES SOCIAIS E NOÇÕES DE TECNOLOGIA

1 - REDES SOCIAIS

INTRODUÇÃO

A informação e o conhecimento estão em todas as esferas e áreas, são considera-
dos essenciais tanto do ponto de vista acadêmico quanto profissional e, quando trans-
formados pelas ações dos indivíduos, tornam-se competências valorizadas, gerando be-
nefícios sociais e econômicos que estimulam o desenvolvimento e são, ainda, recursos
fundamentais para formação e manutenção das redes sociais. A configuração em rede
é peculiar ao ser humano, ele se agrupa com seus semelhantes e vai estabelecendo re-
lações de trabalho, de amizade, enfim relações de interesses que se desenvolvem e se
modificam conforme a sua trajetória. Assim, o indivíduo vai delineando e expandindo
sua rede conforme sua inserção na realidade social. As redes sociais constituem uma
das estratégias subjacentes utilizadas pela sociedade para o compartilhamento da in-
formação e do conhecimento, mediante as relações entre atores que as integram.


REDES SOCIAIS

As pessoas estão inseridas na sociedade por meio das relações que desenvolvem
durante toda sua vida, primeiro no âmbito familiar, em seguida na escola, na comuni-
dade em que vivem e no trabalho; enfim, as relações que as pessoas desenvolvem e
mantêm é que fortalecem a esfera social. A própria natureza humana nos liga a outras
pessoas e estrutura a sociedade em rede.

Nas redes sociais, cada indivíduo tem sua função e identidade cultural. Sua re-
lação com outros indivíduos vai formando um todo coeso que representa a rede. De
acordo com a temática da organização da rede, é possível a formação de configurações
diferenciadas e mutantes.

As redes sociais, segundo Marteleto (2001, p.72), representam “[...] um conjunto


de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses
compartilhados”. A autora ressalta, ainda, que só nas últimas décadas o trabalho pessoal
em redes de conexões passou a ser percebido como um instrumento organizacional,
apesar de o envolvimento das pessoas em redes existir desde a história da humanidade.

A rede, que é uma estrutura não-linear, descentralizada, flexível, dinâmica, sem


limites definidos e auto organizável, estabelece-se por relações horizontais de coopera-
ção.

Costa et alii (2003, p. 73) atestam que a rede “é uma forma de organização carac-
terizada fundamentalmente pela sua horizontalidade, isto é, pelo modo de inter-relacio-
nar os elementos sem hierarquia”. A noção de rede remete primitivamente à noção de
capturar a caça. “Por transposição, a rede é assim um instrumento de captura de infor-
mações” (FANCHINELLI; MARCON; MOINET, 2004).

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E esse mesmo enfoque é acentuado por Capra (2002, p.267), quando delineia a
importância das redes organizacionais: [...] na era da informação – na qual vivemos – as
funções e processos sociais organizam-se cada vez mais em torno de redes. Quer se
trate das grandes empresas, do mercado financeiro, dos meios de comunicação ou das
novas ONGs globais, constatamos que a organização em rede tornou-se um fenômeno
social importante e uma fonte crítica de poder.

Com base em seu dinamismo, as redes, dentro do ambiente organizacional, fun-


cionam como espaços para o compartilhamento de informação e do conhecimento.
Espaços que podem ser tanto presenciais quanto virtuais, em que pessoas com os mes-
mos objetivos trocam experiências, criando bases e gerando informações relevantes
para o setor em que atuam.

A formação de redes nas organizações ocorre por meios e formas variados, desde
uma conversa informal com um colega de trabalho na hora do café, em encontro com
os amigos após o expediente, em reuniões, congressos, listas de discussões, portais cor-
porativos, até situações formalmente criadas com a finalidade de alcançar resultados
específicos.

Krackhardt e Hanson, apud Macedo (1999), subdividiram essas redes em redes de


confiança, redes de trabalho ou consulta e redes de comunicação. As redes de confian-
ça são aquelas que compartilham “informações politicamente delicadas” e restritas a
certo número de pessoas. Já as redes de trabalho ou consulta utilizam estruturas infor-
mais e possibilitam o contato entre pessoas que possuem informações que facilitem
o trabalho, ao passo que as redes de comunicação são as que possibilitam a troca de
informações de trabalho com regularidade.

Todos os tipos apresentados estão em consonância com a afirmação de Krogh,


Ichijo e Nonaka (2001, p.159), quando dizem: As conversas nas organizações de negócios
geralmente apresentam dois objetivos básicos: confirmar a existência e conteúdo do co-
nhecimento ou criar novos conhecimentos [...] o intercâmbio de ideias, opiniões e cren-
ças propiciado pelas conversas possibilita o primeiro e o mais importante passo para a
criação do conhecimento: o compartilhamento do conhecimento tácito dentro da co-
munidade da rede. O conhecimento, na visão desses autores, precisa ser transformado,
desenvolvido e trabalhado dentro das organizações; caso contrário, ele será apenas um
aglomerado de informações sem importância.

Esse é o maior desafio da Era da Informação: criar uma organização capaz de


compartilhar o conhecimento. E é nesse enfoque que as redes são mais valorizadas;
ao mesmo tempo que contribuem para o aprimoramento dos ativos organizacionais,
possibilitam que as organizações, distinguindo as características das redes e valendo-se
delas, tornem o compartilhamento mais profícuo.

Redes sempre pressupõem agrupamentos, são fenômenos coletivos, sua dinâmi-


ca implica relacionamento de grupos, pessoas, organizações ou comunidades, denomi-
nados atores. Possibilitam diversos tipos de relações – de trabalho, de estudo, de amiza-
de, entre outras –, apesar de quase sempre passarem despercebidas.

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Redes, durante quase todo o tempo, são estruturas invisíveis, informais, tácitas.
Elas perpassam os momentos da vida social, mas praticamente não se dão a ver – são o
conjunto de ‘conexões ocultas’, como diria Capra; ou a ‘estrutura submersa’, nas palavras
de Alberto Melucci.

A noção de horizonte refere-se a essa incapacidade de se saber a extensão da rede


para além de um certo ponto. Na prática social, cada uma das pessoas possui muitos
círculos de relacionamento, mas não sabe quantos eles são ou como identificá-los. Na
verdade, as pessoas, de modo geral, só veem a rede quando precisam dela (COSTA et alii,
2003, p.69).

Como um espaço de interação, a rede possibilita, a cada conexão, contatos que


proporcionam diferentes informações, imprevisíveis e determinadas por um interesse
que naquele momento move a rede, contribuindo para a construção da sociedade e
direcionando-a.

Castells (1999, p.498), um dos nomes mais eminentes no estudo de redes, faz uma
relação direta das redes com a sociedade na Era da Informação e as define como “um
conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. Con-
cretamente, o que um nó é depende do tipo de redes concretas de que falamos”. Podem
ser organizações de qualquer tipo, tanto formal quanto informal, tanto lícita quanto ilíci-
ta, e os nós podem também ser representados por indivíduos ou grupos de indivíduos.

O contexto em que estamos inseridos desencadeia uma série de mudanças na


rotina dos indivíduos, e uma delas evidencia as redes como ponto de convergência da
informação e do conhecimento.

Para Sodré (2002, p.14), rede é “onde as conexões e as interseções tomam o lugar
do que seria antes pura linearidade”. Essas conexões e interações no âmbito das redes
sociais ocorrem pelo contato direto (face a face) e pelo contato indireto – utilizando-se
um veículo mediador, como a Internet, o telefone, ou outro meio. Enfim, podemos dizer
que redes sociais envolvem um conjunto de atores que mantêm ligações entre si.

A partir do desenvolvimento dos meios de comunicação, principalmente depois


da Internet, as relações sociais prescindem do espaço físico e do geográfico, elas ocor-
rem independentes do tempo e/ou do espaço. E, mesmo assim, as relações em uma
rede refletem a realidade ao seu redor e a influência.

Devido a essa dimensão, Wellman (1996) verifica, na rede, sua identidade singular
em determinada situação, isto é, a representação e a interpretação das relações em rede
estão fortemente ligadas à realidade que a cerca; a rede é influenciada pelo seu contex-
to e esse por ela. A interação constante ocasiona mudanças estruturais e, em relação às
interações em que a troca é a informação, a mudança estrutural que pode ser percebi-
da é a do conhecimento, quanto mais informação trocamos com o ambiente que nos
cerca, com os atores da nossa rede, maior será nossa bagagem de conhecimento, maior
será nosso estoque de informação, e é nesse poliedro de significados que inserimos as
redes sociais.

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O professor Stanley Milgram, da Universidade de Havard, nos Estados Unidos, em
1967, defendeu a tese segundo a qual estamos distantes de qualquer outra pessoa do
mundo, a seis graus, isto é, seis pessoas nos separam de qualquer outra pessoa. Essa
tese ficou conhecida como “mundo pequeno” e “teoria dos seis degraus”. Para chegar a
esse número, o professor enviou cartas a 160 moradores de Boston e Omaha (Nebraska-
-EUA), escolhidas aleatoriamente, instruindo-as para que reenviassem a carta recebida
a uma pessoa-alvo – um morador de Sharon, Massachussets, que trabalhava em Boston
–, por meio de contatos que já tinham, amigos, conhecidos que pudessem ajudar na
entrega da carta, cada pessoa pela qual a carta passasse deveria escrever seu nome no
envelope, assim foi possível monitorar seu percurso.

Milgram identificou que o número médio de intermediários, do primeiro contato


até a pessoa alvo, foi de seis pessoas (COSTA et alii, 2003; MOLINA, 2004). Tendo como
base essa experiência, pesquisadores da Columbia University (DODDS; MUHAMAD;
WATTS, 2003) realizaram uma pesquisa com mais de 60 mil usuários de e-mail, procu-
rando atingir 18 pessoas-alvo em 13 países, por meio do encaminhamento de mensa-
gens para conhecidos. A pesquisa obteve grande êxito.

Os pesquisadores acreditam que isso se deve primeiramente aos intermediários,


que, por meio de seus contatos, fizeram com que as mensagens chegassem às pesso-
as-alvo. Pelos resultados, os pesquisadores constataram que as mensagens alcançaram
seus destinatários por meio de um número médio de cinco a sete etapas, apesar de, em
alguns casos, a diferença ter sido substancial. Assim concluíram que o sucesso das redes
sociais globais depende dos esforços individuais.

As duas pesquisas demonstram que a rede social constitui importante recurso


profissional e pessoal. Estar em contato com pessoas que conheçam uma pessoa-alvo
– em razão de um interesse específico –, ou alguém que a conheça, já é um passo além
para a conquista de um objetivo. As redes sociais ultrapassaram o âmbito acadêmico/
científico, conquistando e ganhando espaço em outras esferas. E podemos observar
esse movimento chegando à Internet e conquistando cada vez mais adeptos, agluti-
nando pessoas com objetivos específicos, ou apenas pelo prazer de trazer à tona ou de-
senvolver uma rede de relacionamentos. Isso é possibilitado por um software social que,
com uma interface amigável, integra recursos além dos da tecnologia da informação.

O uso desses recursos gera uma rede em que os membros convidam seus ami-
gos, conhecidos, sócios, clientes, fornecedores e outras pessoas de seus contatos para
participar de sua rede, desenvolvendo uma rede de contatos profissional e pessoal, que
certamente terá pontos de contatos com outras redes. Enfim, são ambientes que possi-
bilitam a formação de grupos de interesses que interagem por meio de relacionamen-
tos comuns.

A ideia de redes nas ciências sociais é aplicada à sociedade como um conjunto de


relações e funções desempenhado pelas pessoas umas em relação às outras. “Como ca-
racterística das sociedades complexas, cada associação de seres humanos funciona de
maneira muito específica, o que cria uma dependência funcional entre os indivíduos”.
Os vínculos entre estes indivíduos se fazem ininterruptamente, são ligações invisíveis,
porém reais (MARTELETO, 2000, p.78).

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INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

O espaço em que as redes sociais se constituem e se proliferam são inerentes


à informação e ao conhecimento, uma vez que são eles que movimentam as redes. A
importância da informação no desempenho das empresas é destacada por diversos au-
tores, entre os quais Lesca e Almeida (1994, p.67) quando afirmam que “a informação é
um vetor estratégico importantíssimo, pois pode multiplicar a sinergia dos esforços ou
anular o resultado do conjunto dos esforços”.

Drucker (1992) acrescenta ainda que ela é fator de produção importante para a
obtenção de vantagem competitiva, uma vez que os fatores tradicionais – terras, mão-
-de-obra e recursos financeiros – por si sós já não garantem a competitividade.

A literatura (McGARRY, 1999; DAVENPORT; PRUSAK, 1998) reconhece a dificuldade


em conceituar informação e conhecimento, destacando que a epistemologia concentra
esforços na tentativa de estabelecer o significado de informar e conhecer.

Assim, entendemos que a informação está no domínio pessoal do receptor, isto é,


é ele quem define se a mensagem recebida acrescenta algum valor ao estado anterior,
estabelecendo sentido e modificando atitudes. Informação é sempre fluxo e para o su-
jeito ela funciona como troca com o mundo exterior, o que lhe confere seu caráter social.
Assimilada, interiorizada e processada por um sujeito específico, ela é a base para sua
integração no mundo, propiciando ajustes contínuos entre o mundo interior e o mundo
exterior (TÁLAMO, 2004, p.1).

Ao considerar a importância das pessoas nos processos informacionais, Choo


(1998) ressalta que as organizações utilizam a informação por formas distintas. Na pri-
meira delas, a informação é coletada do ambiente e interpretada para a construção de
significados (sense making), procurando sua retenção. Na outra forma, cria novos co-
nhecimentos (knowledge creating) por meio de sua conversão (tácito para explícito) e
do compartilhamento da informação, procurando a inovação. Por último, procura e ana-
lisa informações para a tomada de decisões (decison making).

A relação entre informação e conhecimento é representada por Choo (1998) por


um ciclo, no qual atrela a necessidade, a busca e o uso de informação, levando de uma
situação a outra. Essas etapas compõem a estrutura cognitiva interna dos indivíduos e
sua organização emocional. Para o autor, esse modelo pode ser analisado usando-se
como parâmetro os seguintes aspectos: – necessidade de informação: contém elemen-
tos cognitivos, afetivos e situacionais. É primeiramente sentida como uma incerteza.

Conforme esse sentimento vai diminuindo, a necessidade de informação progres-


sivamente vai chegando à consciência e então a questão é formalizada; – busca pela
informação: o modelo é analisado valendo-se das seguintes categorias: iniciação, enca-
deamento, pesquisa, diferenciação, monitoramento, extração, verificação e conclusão.

As três primeiras categorias são importantes para o desenvolvimento do foco e estraté-


gia da pesquisa, as demais são fortemente influenciadas pelo ambiente cultural e organiza-
cional, ou seja, a escolha das fontes de informação depende da inserção do indivíduo e da

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motivação que gerou a busca; – uso da informação: seleção e processamento de informação
resultando em um novo conhecimento ou ação.

Nesse aspecto a informação é frequentemente usada para responder a questões,


resolver problemas, tomar decisões, negociar posições, ou construir significados para
determinada situação. As pessoas sentem satisfação e confiança quando suas pesqui-
sas têm bons resultados, mas, quando ocorre o contrário, sentem desapontamento e
frustração.

Estabelecendo uma relação similar entre informação e conhecimento, Barreto


(1996) ressalta “se a informação é percebida e aceita como tal, colocando o indivíduo em
um estágio melhor, consciente consigo mesmo e dentro do mundo onde se realiza a
sua odisseia individual”, então essa relação de fato se realizou.

Essa relação é abordada por Nonaka e Takeuchi (1997, p.64) quando afirmam: “a
informação é um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado por esse pró-
prio fluxo de informação, ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor”.

Desse modo, o processo de conhecimento consolida-se a partir de informações


com valor agregado, assimiladas pelos indivíduos ou pelas organizações, incorporadas
às experiências e saberes anteriores, conduzindo à ação.

O fluxo da informação para o conhecimento também é abordado por Davenport e


Prusak (1998, p.7), que criaram os quatro Cs, de forma similar aos quatro Ps de marketing,
em que apresentam um processo da transformação da informação em conhecimento.
As pessoas precisam encarregar-se dessa tarefa, e, conforme sugerem os autores, é pre-
ciso estabelecer: Comparação – de que forma as informações relativas a essa situação se
comparam com outras situações conhecidas? Consequências – que implicações essas
informações trazem para as decisões e tomadas de ação? Conexões – quais as relações
desse novo conhecimento com o conhecimento já acumulado? Conversação – o que as
outras pensam dessa informação? O conhecimento é inerente às pessoas. Consequen-
temente, o agenciamento dos relacionamentos e a confiança entre os indivíduos nas
organizações têm papel determinante na criação do conhecimento, isto porque, res-
salta Krogh, Ichijo e Nonaka (2001, p.61): “Para compartilhar o conhecimento pessoal, os
indivíduos devem confiar em que os outros estejam dispostos a ouvir e a reagir às suas
ideias”.

Os bons relacionamentos possibilitam condições para o compartilhamento de in-


sights e para a livre discussão das preocupações, permitindo a organização espontânea
de pequenas comunidades, “fonte de criação do conhecimento nas empresas”. Miranda
(1999, p.287) diferenciou os tipos de conhecimento, classificando-os em explícito, tácito
e estratégico: conhecimento explícito é o conjunto de informações já elicitadas em al-
gum suporte (livros, documento etc.) e que caracteriza o saber disponível sobre o tema
específico; conhecimento tácito é o acúmulo de saber prático sobre um determinado
assunto, que agrega convicções, crenças, sentimentos, emoções e outros fatores ligados
à experiência e à personalidade de quem o detém; conhecimento estratégico é a combi-
nação de conhecimento explícito e tácito formado a partir das informações estratégicas
e de informações de acompanhamento, agregando-se o conhecimento de especialistas
(grifo nosso).

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Ainda com relação aos tipos de conhecimento, destacamos Nonaka e Takeuchi
(1997, p. 13), que também classificam o conhecimento em tácito e explícito. O conheci-
mento explícito é facilmente transmitido entre os indivíduos, pois “[...] pode ser articula-
do na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas,
especificações, manuais e assim por diante”. O conhecimento tácito, por sua vez, é o co-
nhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis
(crenças pessoais, valores e perspectivas) e é difícil ser articulado na linguagem formal.
É importante lembrar que esses dois tipos de conhecimentos são inerentes às redes
sociais. E é a interação entre o conhecimento tácito e explicito que permitirá a criação
de novos conhecimentos. Nonaka e Takeuchi (1997, p. 67) afirmam que “o modelo dinâ-
mico da criação do conhecimento humano é criado e expandido através da interação
social entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito”. Eles denominam essa
interação de “conversão do conhecimento”, chamando a atenção para a importância de
visualizar essa conversão como um “processo ‘social’ entre indivíduos e não confinada
dentro de um indivíduo”. Assim são as redes sociais, elas se mantêm valendo-se da inte-
ração entre diversos indivíduos para a criação de novos conhecimentos.

2 - NOÇÕES DE TECNOLOGIA

O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Segundo Lima (2013), a tecnologia é um processo que acompanha o homem des-


de sua existência, e foi por esse processo que ele começou a se diferenciar dos demais
animais. As tecnologias podem estar relacionadas a materiais físicos, dos mais simples
(pente de cabelo) aos sofisticados (smartphones), ou, ainda, a processos e gestão e con-
trole.

Atualmente, utilizamos vários instrumentos tecnológicos nas escolas, porém nem


sempre nos damos conta disso. O livro, o quadro e a caneta são exemplos dessas tec-
nologias que já foram incorporadas ao nosso dia a dia, proporcionando, no início da sua
utilização, uma transformação no processo de ensino-aprendizagem.

É possível explorar recursos da webconferência e da teleconferência para a realiza-


ção de aulas e palestras. As ferramentas síncronas (chats, por exemplo) e assíncronas (fó-
runs e grupos de discussões, entre outros) também servem para que os alunos possam
compartilhar ideias, seja para complementar o ensino presencial e/ou apoiar o ensino a
distância. Mais adiante, caracterizaremos essas ferramentas.

Em várias instituições de ensino, são usadas plataformas de aprendizagem que


disponibilizam diversos recursos e ferramentas: chat, fórum, grupos, conteúdos, ima-
gens, sons e vídeos. É através da internet que temos acesso a essas plataformas e a tan-
tas outras ferramentas, como os buscadores Google e Bing.

Dessa forma, percebemos que, ao se falar em tecnologias educacionais, é inevitá-


vel citar o computador e os recursos da informática. O computador, se comparado aos
demais recursos, além de proporcionar as mesmas funcionalidades, ainda permite a in-
teratividade. Assim, podemos executar várias tarefas paralelamente e interagir de outras

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formas: ouvir rádio enquanto faz download de um arquivo e executar e preparar uma
apresentação de slides, por exemplo.

Nesse aspecto, é inegável que os computadores e a própria informática têm im-


pulsionado a educação em ambientes escolares, onde há equipe preparada para seu
uso. Sabendo disso, o estímulo que essas ferramentas podem provocar para troca de
informações e interações deve ser trabalhado, bem como devem ser exploradas as pos-
sibilidades de leitura/navegação de forma não linear, em que é possível interagir com as
diferentes partes do texto, com diferentes mídias, como animações e sons, com vários
textos/mídias ao mesmo tempo.

CONHECENDO O SISTEMA COMPUTACIONAL

O sistema computacional é um conjunto de dispositivos eletrônicos (hardware),


os quais interagem para o processamento de informações de acordo com regras esta-
belecidas por um programa (software). Abaixo, listamos mais detalhes sobre hardware e
software.

HARDWARE

Conforme Torres (2001), os elementos físicos de um dispositivo eletrônico são de-


nominados hardware, ou seja, tudo aquilo que podemos ver e tocar em um computador:
monitor, gabinete, teclado, impressora, entre outros. Simples, não é mesmo? Tratando-
-se de computadores, comumente dividimos em categorias os equipamentos básicos
que o compõem. Vejamos:

Unidade central de processamento: é responsável por executar as instruções do


computador, também conhecida como CPU (Central Processing Unit).

Dispositivos de entrada de dados: permitem a interação do usuário com o compu-


tador, que recebe os comandos a serem executados. Exemplos: teclado, scanner, mouse,
webcam etc.

Dispositivos de saída de dados: exibem os dados processados de forma compre-


ensível ao usuário. Exemplos: monitor, caixas de som, projetor multimídia, impressora
etc.

Dispositivos de armazenamento: podem ser de armazenamento primário, quando


constituído pela memória principal do dispositivo, a qual armazena os dados e os pro-
gramas em uso durante curtos períodos de tempo. E dispositivos de armazenamento
secundário, quando guardam dados e programas por períodos de tempo prolongados,
como HD (Hard Drive), CD (Compact Disk), DVD (Digital Versatile Disk), pendrive, cartões
de memória etc.

Ainda temos uma categoria mais abrangente de dispositivos chamada periférico,


que compreende os dispositivos de hardware anexados ao computador, os quais en-
viam e recebem dados e informações,incluindo dispositivos de entrada,de saída e de
armazenamento secundário.

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SOFTWARE

Para Norton (1997), software, também conhecido como programa, é o conjunto de


instruções predefinidas que detalha o passo a passo a ser executado pelo processador
de um dispositivo eletrônico, possibilitando que este realize uma tarefa ou uma função
específica. É responsável por informar ao hardware do dispositivo o que deve ser fei-
to. Geralmente, fica guardado em um dispositivo de armazenamento secundário, mas
quando requisitado, usado, é transferido para a memória principal. O software pode ser
classificado em duas categorias, conforme a sua finalidade: aplicativo e de sistema.

SOFTWARE APLICATIVO

O software aplicativo é utilizado para realizar tarefas específicas, opera em conjun-


to com o sistema operacional (software de sistema, o qual estudaremos mais adiante)
para que um usuário execute ações no dispositivo (seja um computador pessoal, um
tablet ou mesmo um smartphone), sem necessitar ser um programador.

Os aplicativos mais comuns no nosso dia a dia são os de escritório: processador de


texto, planilha eletrônica, apresentação eletrônica e utilitários como leitor de arquivos
PDF (Portable Document Format), agenda de contatos, calendário e compactador/des-
compactador de arquivos. Além dos aplicativos de escritório, há os administrativos, os de
apoio educacional, científico e entretenimento, que são mais utilizados.

SOFTWARE DE SISTEMA

Segundo Manzano (2011), o software de sistema é o conjunto de todos os progra-


mas relacionados com a coordenação operacional do computador. É, portanto, o res-
ponsável por controlar todos os recursos da máquina. O exemplo mais representativo
dessa categoria é o sistema operacional (SO).

O sistema operacional é um conjunto de programas que inicializam o hardware


do computador, informam a este como interagir com o usuário e como usar os disposi-
tivos da máquina. O SO se encontra entre os softwares aplicativos e o hardware. Existem
diversos tipos e versões de sistemas operacionais disponíveis, entre eles: Android e iOS
(em smartphones e tablets),Windows, Linux e Mac OS (em computadores pessoais e
notebooks).

SISTEMAS OPERACIONAIS

Já vimos que o sistema operacional é um conjunto de programas que inicializam


o hardware do computador e informam ao computador como interagir com o usuário e
como usar dispositivos da máquina. Sem o SO, o usuário teria de saber como operacio-
nalizar o hardware da máquina, sendo essa uma tarefa complexa (BORGES e ALMEIDA,
2014). Agora, vamos estudar o sistema operacional Windows.

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Sistema operacional Windows

Muito provavelmente, você conhece ou já ouviu falar no Windows, não é mesmo?


Windows é uma família de sistemas operacionais produzidos pela empresa Microsoft.
De acordo com Manzano (2011), suas versões, para computador pessoal, estão entre as
mais utilizadas em todo o mundo. A seguir, você conhecerá conceitos básicos para utili-
zação desse sistema operacional.

Acesso ao sistema operacional

Ao ligar o computador, é necessário esperar a apresentação da tela inicial de aces-


so, onde, comumente, são solicitados o usuário e a senha (ação chamada de login). Após
esse passo, é exibida a área de trabalho (também conhecida como desktop), na qual
ficam dispostos alguns ícones (imagens pequenas que representam arquivos, pastas,
programas e outros itens), além de alguns outros elementos.

Gerenciador de Arquivos

O Windows possui programas acessórios para diversas tarefas. Entre eles, o Windows
Explorer merece destaque, pois é um programa gerenciador de arquivos, pastas e dis-
cos, com o qual podemos realizar tarefas como: visualizar o conteúdo de discos e pastas
de arquivos, criar ou excluir arquivos e pastas, copiar, renomear e mover arquivos e pas-
tas, entre outras tarefas possíveis.

Para ter acesso ao Windows Explorer, basta efetuar um clique sobre o botão cor-
respondente ao programa. Na janela que é exibida, podemos identificar alguns elemen-
tos como: botões de redimensionamento da tela (Minimizar, Maximizar e Fechar), barra
de endereço (exibe o caminho de pastas e arquivos que estão em exibição no painel
direito), painel esquerdo (exibe diretórios e unidades de disco), barra de rolagem (permi-
te a exibição de informações que estão fora de visão no momento), painel direito (exibe
subdiretórios e arquivos) e barra de status (exibe o número de arquivos e subpastas da
pasta selecionada, entre outras informações).

Para manipular arquivos, é necessário clicar com o botão esquerdo do mouse so-
bre uma pasta ou arquivo, assim é exibido um menu com várias opções, sendo as mais
utilizadas: abrir (que revela o conteúdo do objeto selecionado), enviar para (faz uma có-
pia do arquivo para outro local, por exemplo, para um pendrive), recortar (remove o ar-
quivo/pasta do local original, transferindo-o para outro local), copiar (mantém o arquivo/
pasta no local de origem e envia uma cópia para outro local), excluir (exclui arquivos e
pastas), renomear (altera o nome de um arquivo ou pasta).

Ferramentas de sistemas

Podemos acessar as ferramentas essenciais ao funcionamento do sistema através


do Painel de Controle do Windows, localizado no menu Iniciar.

No Painel de Controle, é possível visualizar e editar algumas informações referentes ao sis-


tema de segurança, à rede e internet, ao hardware e sons, a programas, a contas de usuário e se-
gurança familiar, à aparência e personalização, ao relógio, idioma e região e à facilidade de acesso.

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Saída do sistema

Para realizar o encerramento do sistema operacional Windows (realizar logoff e


desligar o computador), é necessário clicar no botão Iniciar, presente na área de traba-
lho, e, em seguida, no botão Desligar.

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Existe um conjunto de práticas, recursos e mecanismos que pode ser utilizado


para garantir a segurança da informação.

Especialmente no momento atual, em que presenciamos diversos casos envol-


vendo a divulgação indevida de dados de pessoas, como também de empresas, é ne-
cessário adotar medidas para prevenir-se contra crimes virtuais cometidos por terceiros.
Assim, Manzano (2011, p. 169-170) sugere algumas medidas básicas que servem para nos
proteger:

- Abra ou execute somente o que estiver anexado ao e-mail de pessoas conhecidas.

- Abra apenas e-mail em idioma igual ao que você está acostumado a se comunicar.

- Mantenha sempre o sistema operacional e o antivírus atualizados.

- Navegue sempre em sites confiáveis, isso diminui a possibilidade de infecção por vírus.

- Abra ou execute apenas os programas e arquivos de fontes confiáveis.

Ainda que não haja garantias sobre estar completamente protegido, nós deve-
mos seguir todas essas recomendações.

A INTERNET

A internet é a rede capaz de interligar computadores de todo o mundo, permitin-


do que os seus usuários usufruam de serviços e realizem comunicação em nível mun-
dial. Seu início, no Brasil e em vários outros países, segundo Manzano (2011), foi a partir
do meio acadêmico e científico. Na década de 1980, houve as primeiras iniciativas no
nosso país. Na década seguinte, precisamente em 1995, inicia-se o seu uso comercial,
com a Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações) fornecendo acesso à inter-
net e com o surgimento dos primeiros provedores de acesso comercial. Logo, o Ministé-
rio das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia criam o Comitê Gestor da
Internet para acompanhar o seu desenvolvimento. Desde então, a internet só aumentou
o seu alcance.

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A world wide web (WWW)

A World Wide Web, também conhecida como WWW, ou ainda simplesmente


web, é muitas vezes confundida com a própria internet. Como já citado, esta é a rede de
computadores, já a web é um dos mecanismos de acesso a essa rede (MANZANO, 2011).
Para ter esse acesso, é preciso um navegador, assunto do nosso próximo tópico.

Navegadores

Para acessar conteúdos e explorar os sites, é necessário o uso de um software de-


nominado navegador, também conhecido como browser. Diversos navegadores estão
disponíveis, porém os mais utilizados atualmente são: Mozilla Firefox, Internet Explorer,
Google Chrome e Safari (BORGES e ALMEIDA, 2014).

Na tela do navegador, podemos identificar duas seções bem definidas: a parte


superior do navegador, onde ficam localizados Menu, botões e barra de endereço; e o
centro do navegador, onde o conteúdo é exibido.

Para acessar um site específico, basta digitar o nome dele na barra de endereço
do navegador e, em seguida, pressionar a tecla ENTER do teclado. Por exemplo, caso
deseje acessar o portal do IFRN, digite http://portal.ifrn.edu.br e pressione o ENTER do
teclado.

Serviços de Busca

Os sites de buscas como Google, DuckDuckGo, Bing, Nowrelevant, Yahoo, Cuil e


Dogpile possibilitam a realização de pesquisas na web, permitindo localizar diversos ti-
pos de informações em diversos formatos, como textos, imagens, vídeos, músicas etc.

Para realizar uma busca, acesse um dos serviços disponíveis e informe a expressão
desejada no espaço em destaque. Ao pressionar ENTER do seu teclado, os resultados da
pesquisa serão exibidos em formato de lista no centro do navegador. Para ter acesso ao
conteúdo por completo, basta clicar em um dos resultados exibidos.

Correio Eletrônico

Segundo Manzano (2011), o e-mail (electronic mail), também conhecido como cor-
reio eletrônico, é uma forma de comunicação entre usuários, para trocarem mensagens
de texto e diversos tipos de arquivos por meio da internet.

O formato do endereço de e-mail é distinto de um endereço de site. Para distin-


gui-los, basta observar a presença do @ (arroba) no e-mail, por exemplo: rosemary@
provedor.com. Já o endereço de um site, começa com http://, https:// ou ftp://, como em:
http://ifrn.edu.br.

Após acessar o seu e-mail, ao clicar em escrever nova mensagem, você deve infor-
mar alguns dados, enquanto outros são opcionais (mas bastante úteis, de acordo com a
situação). São eles:

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- Para: indica o destinatário principal da mensagem.

- Cc: caso seja importante que outras pessoas tomem conhecimento do conteúdo
desse e-mail, inclua os endereços em cc (com cópia).

- Cco: se deseja enviar um e-mail para mais de uma pessoa, sem que uma saiba
que a outra está recebendo a mesma mensagem, inclua os endereços em Cco (com có-
pia oculta).

- Assunto: indica o tema da mensagem (é um campo opcional, mas muito im-


portante, já que permite ao destinatário ter noção do que trata o e-mail antes de ler a
mensagem).

- Anexos (representado pelo clipe): ao efetuar um clique sobre esse item, é possí-
vel localizar um arquivo para ser enviado como anexo na mensagem.

- Corpo do e-mail: um amplo espaço destinado ao texto da mensagem.

Envio e recebimento de arquivos (upload e download)

É possível enviar (upload) e baixar (download) arquivos como aplicativos, docu-


mentos de texto, imagens, vídeos, sons, entre outros, pela internet.

Quando você deseja, por exemplo, assistir a um vídeo pelo WhatsApp ou pela Ne-
tflix, ler um e-mail, visualizar uma foto postada no Instagram ou abrir qualquer site, em
segundo plano o download de dados estará ocorrendo, ou seja, dados de um servidor
estão sendo transferidos para o seu dispositivo.

Ao enviar um e-mail, realizar uma postagem em rede social ou acessar um site,


você está realizando o upload, ou seja, envia dados do seu dispositivo.

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