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SANT’ANNA, Marcia.

A face imaterial do patrimônio Cultural: Novos Instrumentos


de reconhecimento e valorização. ABREU, Regina & CHAGAS, Mário
(orgs.). Memória e Patrimônio. Ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

- As sociedades tem, em si, a necessidade de preservar as memórias dos fatos, ideias e


pessoas por meio de constructos. É do universo cultural e essa função memorial que está
por de traz da ideia de monumento no sentido original.
- O Monumento, inicialmente, como produção simbólica, um grupo que institui um
objeto como monumento atua na memória coletiva. Emoção, afetividade, vibra um
passado selecionado a fim de preservar uma identidade.
- Esse sentido se perdeu: apogeu das memórias artificiais e da história enquanto
ciência. Outras conotações para o termo. Um deles é aquele relacionado ao monumento
histórico, amplamente utilizado no patrimônio cultural. Monumento histórico é datado e
ocidental.
- Monumento histórico está vinculado a um objeto que sua instituição como tal é
posterior a sua criação. É selecionado em uma massa de objetos, a partir de
características históricas e artísticas. O presente olha para o passado. Monumento ligado
a arte e a arquitetura.
- Com a revolução francesa o sentido de monumento histórico estreitou-se o dos usos
políticos. União social e cultural de grupos. Esses monumentos, os saberes e práticas
que os rodeiam e os primeiros mecanismos de proteção levou a consolidação do
patrimônio nacional. Bens do clero e da nobreza que foram transformados em bens do
estado.
- Noção de autenticidade e permanência fundam as práticas de preservação. Impedir a
mutilação ou destruição.
- Mudanças a partir da Segunda Guerra Mundial. Práticas e processos culturais vistos
como bens em si.
-“Essa nova percepção não surgiu, contudo, de uma reflexão europeia e ocidental, mas
da prática de preservação oriunda de países asiáticos e do chamado Terceiro Mundo,
cujo patrimônio, em grande parte, é constituído de criações populares anônimas, não
tão importantes em si por sua materialidade, mas pelo fato de serem expressões de
conhecimento, práticas e processos cultuais, bem como de um modo específico de
relacionamento com o meio ambiente.” P. 54 ( a materialidade é importante sim, a
ocidentalidade que não consegue perceber como tal)
- A permanência no tempo dessas expressões materiais dessas tradições não é o aspecto
mais relevante e sim o conhecimento necessário para produzi-los. Como se o
conhecimento da tradição fosse mais importante do que a materialidade que o
corporifica.
- Novas práticas de preservação patrimonial que ganham consistência a partir de 1970.
Aspectos imateriais e processuais. ( É o objeto, em si, que determina o valor dos bens
moveis integrados das igrejas coloniais? Me parece que a imaterialidade também é
inerente aos bens moveis integrados e os edificados de religiões católicas. O fato é que
não do campo do valor histórico e estético que se tem atribuído a determinados objetos
em detrimento de outros.)
- Convenção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Unesco em 1972 –
reinvindicação da realização e estudos para a proposição, em nível internacional, de um
instrumento de proteção as manifestações populares de valor cultural.
- Ideia de Mário de Andrade sobre patrimônio que não vingou. 1936. Arte: Habilidade
com que o engenho humano utiliza da ciência, das coisas, dos fatos. Arte equivalente a
cultura. Arte ameríndia- não é oriunda apenas dos artefatos materiais mas também do
folclore e das paisagens. Arquitetura popular. Os dialetos. Etc. foi vencido pelo decreto
de lei 25 de 1937

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