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O MUSEU DIGITAL DO TUMBENCI; SUASMEMÓRIAS SEUSOBJETOS DE

AFAGOS E SUAS COLEÇÕES

Hildete Santos Pita Costa¹


Francisca de Paula²

RESUMO

Este artigo se constitui como mais um dos frutos obtidos a partir dos estudos
desenvolvidos no Terreiro Tumbenci, o qual se constitui como um espaço rico em
valores e princípios da ancestralidade cuja religiosidade angolana foi mantida pelas
Mametos, Maria Genoveva do Bonfim, cognominada Maria Nenémea Mameto
Lembamuxi, Senhora Gereuna Passos Santos. Assim, tem-se uma abordagem
acerca do museu digital o qual retrata as memórias etrajetórias desenvolvidas junto
à comunidade do Terreiro. A metodologia adotada é norteada pela pesquisa de
natureza qualitativa baseada na etnopesquisa ou etnografia; na sócio-história e na
pesquisa participante, fazendo diálogo entre a Memória a Museologia a
Documentação. e a Informação.

Palavras-chave: Museu Digital Tumbenci. Cultura. Religiosidade MemóriasAcervos.

1 INTRODUÇÃO

Esse artigo faz parte da pesquisa sobre o Museu Digital Tumbenci


uma inspiração, um desejo, um projeto de memória coletiva junto à comunidade de
um dos mais antigos Terreiro da Nação Angola, fundado em 1850, no antigo
Quilombo Cabula, espaço de energia, força vital, que está presente em todas as
coisas, que preserva crenças e tradições.
No terreiro todos os seus mitos e ritos são referências de memórias e
histórias que contribuíram para perpetuar a riqueza da religiosidade angolana e de
suas grandes Mametos, Maria Genoveva do Bonfim, cognominada Maria Neném,
reconhecida como a mãe das tradições Banto no Brasil, e da sua líder atual, a
Mameto Lembamuxi, Senhora Gereuna Passos Santos.
O foco da discussão passa, de certa forma, pelas questões étnico-culturais,
inclusivas, valorativas e da preservação da disseminação desses acervos. A
comunidade do Terreiro é constituída por um sistema de símbolos com diversas
linguagens: a palavra, o canto, o gesto, a dança, os sons, os instrumentos musicais,
as indumentárias, as comidas, as técnicas artesanais e os valores culturais
fundamentais, que constituem traços importantes dasua identidade.
Nas palestras proferidas pela professora etnolinguista Yeda Pessoa de
Castro, ela sempre comenta que a religiosidade foi a base de resistência dos povos
africanos, o que ela considera como o maior legado de valores e conhecimentos que
os negros africanos trouxeram para o Brasil, um saber que marca profundamente a
cultura do povo brasileiro. Assim, o Museu do Tumbenci é constituído de vivências,
sentimentos, afetividade, resistência, inclusão, sendo, por isso, um lugar para se
apropriar do patrimônio cultural afro-brasileiro.
Sobre esse víeis, é válido destacar o pensamento defendido por Hugues de
Varine (2013), segundo o qual se entende que um museu pode ser um “tesouro”,
contendo a identidade e a genealogia cultural de uma população; uma atração
turística, bem como um espaço capaz de auxiliar no desenvolvimento econômico;
constituindo-se como um componente da política do lazer e do consumo cultural; um
laboratório científico e um importante instrumento pedagógico.
O nosso museu traz as trajetórias desenvolvidas junto à comunidade do
Terreiro e tem como objetivos: identificar suas histórias e memórias; organizar seus
acervos, documentais, iconográficos e audiovisuais; disseminando seus elementos
simbólicos, culturais; sociais e tradicionais, tendo em vista o reconhecimento e a
valorização do seu patrimônio e possíveis intervenções de políticas públicas e de
preservação dos seus bens materiais e imateriais; desenvolver ações educativas,
buscandoassim uma proximidade com a sociedade.
Optamos também por uma abordagem interdisciplinar, com enfoques
históricos antropológicos e documentais. A metodologia empregada foi uma
pesquisa de natureza qualitativa baseada na etnopesquisa ou etnografia na sócio-
história e na pesquisa participante fazendo diálogo entre a História, Memória, a
Museologia a Documentação e a Informação Na etnopesquisa, pressupõem-se a
convivência, o compartilhamento e o intercâmbio de experiências.
Usamos também a História Oral e a Tradição Oral que tem a função de
buscar ouvir e registrar as vozes das comunidades, garantindo às novas gerações
afro- brasileiras informações de seus antepassados e da sua ancestralidade. A
Mameto Lembamuxi nos fala dos conhecimentos das práticas religiosas, o uso de
plantas medicinais, as danças, os cânticos. Tudo isso nos foi passado através da
oralidade; não existem livros que nos expliquem como eram as rezas que nossa
Mameto Maria Neném fazia, bem como a relação do poder das plantas que ela
utilizava para
realizar curas. Todo esse conhecimento foi passado pelos mais velhos e nas falas
dos caboclos.
A minha convivência no terreiro era muito harmoniosa vale ressaltar que nos
momentos informais, parávamos para o almoço, as merendas da tarde e o café com
bolo. As conversas ficavam bem interessantes e eram discutidos os processos de
construção e transmissão dos saberes culturais de geração a geração, por meio da
oralidade, da sabedoria e do conhecimento; a reconstituição da história do grupo e
do local; das atividades religiosas e também as de caráter sociais desenvolvidas, a
estrutura organizacional ritualística e os seus saberes e fazeres.
Os caminhos percorridos para a organização desse trabalho foram variados e
exigiram a identificação e a localização dos documentos legais que formalizaram o
Terreiro, pesquisados em seus arquivos; em arquivos públicos em acervos privados
e depoimentos da comunidade. As documentações consultadas, como também os
depoimentos colhidos nos permitiram a criação do Museu Digital.
Assim, esta pesquisa submete-se aos rigores epistemológicos para a
construção do conhecimento, sem abrir mão do seu caráter prático e inovador,
constituindo-se em uma nova ciência popular, que oferece às comunidades
religiosas negras africanas, total acesso a seus acervos através de uma construção
coletiva.A organização do conhecimento dos acervos de um museu tende lhe dar
visibilidade respeitando os valores simbólicos dos seus objetos.
GRIPP(2015) nos fala que o conhecimento é algo abstrato que não vemos,
não tocamos, mas sentimos. Conhecimento, na verdade, é o ato ou o efeito de
conhecer, saber. Aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de
informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim
ou objetivo.
É na relação do sujeito com o objeto que se estabelece a busca pelo
conhecimento. Cyrino e Penha (1992p 13.) citam que três elementos são
necessários para que haja conhecimento:a) O sujeito, que é o ser que conhece; b) O
objeto, aquilo que o sujeito investiga para conhecer;c) A imagem mental em forma
de opinião, idéia ou conceito que resultam da relação sujeito-objeto e que passa a
habitar a subjetividadedaquele que conhece.
Nesse processo, dado que o humano, e articula sentimentos e pensamentos
e os transmite por meio da linguagem simbólica, a qual o diferencia dos demais
seres existentes. Essa linguagem pode ser oral ou escrita, verbal ou não-verbal.
Segundo Boaventura Santos (2010), o movimento pós-abissal é baseado no
princípio da igualdade (não há conhecimentos melhores do que os outros) e no
princípio do reconhecimento da diferença (nenhum conhecimento é o padrão, já que
todos possuem suas próprias epistemologias).Dentro dessa perspectiva teórica
epistemológica, procuro compreender a religião mais especificamente, o
Candomblé, como um espaço de circulação de saberes culturais, buscando a sua
valorização e o empoderamento dos sujeitos dessa religião
Portanto, a cultura está presente nas sociedades humanas desde o início dos
tempos. Ela une as pessoas de um mesmo local em torno de algo em comum:
o sentimento de pertencimento. Sobre esse vieis, Geertz (2008) ressalta que a
cultura é uma teia de significados tecida pelo homem para orientar a sua existência,
determinar condutas e comportamentos sociais. Trata-se de um sistema de
símbolosque formam a visão de mundo particular de uma comunidade.
Essa concepção é muito aceita e propagada nas religiões de matriz africana
que centram esforços na divulgação, na propagação e na difusão dos valores
civilizatórios africanos que estão voltados, de modo especial, para a ancestralidade,
a musicalidade, a ludicidade, a corporeidadeé a contribuir para a promoção da
socialização de saberes para as futuras gerações e para a articulação de políticas
públicas para a melhoria da sua comunidade e de seu entorno, salvaguardando e
disseminando o seu patrimônio cultural
Esta cosmovisão de mundo tem as suas próprias interpretações e percepções
do ser, da vida e do comportamento humano, da natureza e dos deuses, conforme
enfatiza Muniz Sodré (1988).

2 O MUSEU DIGITAL DO TUMBENCI E SEUS OBJETOS DE AFAGOS

Os objetos são portadores de memórias, significados e usos especiais aos


seus possuidores. A Kota Kajamungongo do Terreiro teve uma participação muito
importante na conservação e na preservação do patrimônio cultural e religioso do
Terreiro Tumbenci, pois defendeu com garra;determinação e amor o grande legado
dos objetos que fazem parte das coleções do Terreiro.
Conforme Dohmann ( 2010) Os objetos sempre remetem a lembranças de
pessoas ou lugares, desde uma fotografia até um simples adereço corporal. Os
objetos nos conectam com o mundo. Mostram-se companheiros emocionais e
intelectuais que sustentam memórias, relacionamentos; além de provocar
constantemente novas idéias.
Dessa forma pode-se dizer que existe, sem dúvida, “uma alma nas coisas”,
remetendo a paisagens subjetivas em que encontramos os sujeitos [re]situados
pelos objetos mediante os aspectos memoriais que as coisas encerram enquanto
expressão da materialidade da cultura de determinado grupo social, em razão do
fortalecimento de suas raízes e seus vínculos com o espaço em que se situam.
Os terreiros são lugares de memórias em diferentes linguagens e formatos
seus “objetos de memória” são eminentemente bens simbólicos que contêm a
trajetória e a afetividade da comunidade. Sejam paramentos, documentos, fotos,
filmes, móveis, pertences pessoais etc. Muitos objetos são carregados de
lembranças e podem adquirir valores sentimentais, identitários e fazem conexões
com antepassados, lugares, aromas e momentos vividos
Marcussi (2011) nos fala que os cultos religiosos afrobrasileiros empregam
uma variedade de imagens e signos em seus templos, cerimônias e festividades. As
cerimônias religiosas contam com objetos como instrumentos musicais, roupas,
adereços, emblemas, imagens e ferramentas ligadas a divindades específicas, além
de utensílios diversos, tais como as louças usadas para compor os pejis (altares), os
assentamentos e as oferendas.
Esses objetos ainda são complementados pelos diferentes alimentos e pratos
oferecidos às divindades, com sua visualidade característica, pelas ervas, folhas e
frutos empregados no preparo de líquidos e bebidas e pela própria disposição da
arquitetura e do mobiliário dos cultos, resultando num conjunto visual abrangente,
orgânico e profundamente integrado ao culto em todos os seus aspectos. Símbolos
visuais ainda são complementados por outros estímulos sensoriais, como sabores,
aromas, ritmos, cantos e danças, numa composição de estímulos que envolvem
todos os sentidos
Entre esses objetos, os emblemas, ferramentas e adereços carregam-se de
especial carga simbólica, pois têm a função de representar diferentes divindades
(orixás, voduns, inquices, caboclos ou encantados, de acordo com a religião) e seus
vários aspectos e mitos a partir da composição de formas, sinais e cores.
SANTOS(2000) comenta os objetos transmitem as mais variadas formas de
sentimentos. Diante dessa reflexão entendemos que o objeto museificado¨é o
caminho que o museu vem seguindo na busca de reconstrução, preservação e
difusão da memória.
O desejo de reunir objetos é bastante antigo, e não podemos negar que as
relações do homem com o objeto sempre foram muito intensas resultando no que
podemos chamar de historia das coleções portanto o acervo é um conjunto de
objetos e/ou espécies que constituem a coleção ou as coleções de um museu ou de
uma instituição ou mesmo de particulares.
Caracteriza-se também como acervo o conjunto de obras de um museu, e
também como um conjunto de bens que integram um patrimônio.A gestão dos
acervos dos museus permite que objetos passem a ser portadores de dados e
fontes científicas de pesquisa. Ferrez (1991) conceitua a Documentação
Museológica como o conjunto de informações sobre cada um dos seus itens e, por
conseguinte, a representação destes por meio da palavra e da imagem (fotografia) e
ao mesmo tempo, é um sistema de recuperação capaz de transformar as coleções
dos museus em fontes de pesquisa científica ou em instrumento de transformação
de conhecimento.
A documentação museológica também produz informações, por meio de
pesquisas, que geram novas investigações, cabendo, portanto, ao profissional
documentalista um nível de estudo relacionado ao próprio conteúdo do objeto o que
indicará a melhor forma de organização da informação, atribuição ou não de
categorias e termos indexadores, sem esse arranjo, os museus correm o risco de
organizarem uma documentação sem conteúdo ou produzirem um conteúdo sem
organização.
Segundo Nery, Schneid, Ferreira e Michelon (2015) Ao longo da vida, os
indivíduos apegam-se a objetos que acabam sendo uma conexão entre membros de
uma mesma rede familiar, são passados numa espécie de sucessão entre gerações.
Estes objetos, relacionados à memória, e que acompanham a trajetória de quem os
possui.São igualmente, os objetos que apresentam as características e
particularidades de cada cultura. O hábito de colecionar objetos é uma prática das
comunidades afro-religiosas que enxergam valor efetivo atribuído nas peças. Não
é um apego material, mas simbólico, com fortes cargas memoriais que serviram, e
ainda servem, de lugares de memória dentro das famílias às quais
pertencem,fazendo parte da identidade de seus membros que têm a prática de
salvaguardar esses acervos.

3O MUSEU DIGITAL DOTERREIRO TUMBENCI E SUAS COLEÇÕES

Os terreiros são locais de permanência da vida cultural de um


povo,originalmente africano, que se tornou brasileiro aqui ao longo da história e da
interação com outras matrizes, (ameríndia e européia) através das marcas das
Africanias. “Podemos entender marcas de africanias como a bagagem cultural
submergida no inconsciente iconográfico do contingente humano negro-africano,
entrado no Brasil pela escravidão”. (CASTRO, 2011, p.2)
Servem também como lugar de apoio espiritual aos praticantes de diversas
religiões, comunidades de vida em que a visão de mundo africano se mantém
presente e viva. As religiões afro-brasileiras vêm se tomando cada vez mais visíveis
em todos os espaços sociais e nas mídias,promovendo a criação de Memoriais.
Novelas; Filmes, Pinturas, Esculturas, Sites na Internet, Exposições e Museus.
A criação do Museu Digital do Terreiro Tumbenci tem com objetivo identificar
e investigar novas formas de narrativas; produzir conhecimentos e disponibilizar
seus acervos a serviço de toda sociedade, com imagens, multimeios, atividades,
registros sonoros, etnográficos e virtuais, além de reconstituir, democratizar e
perpetuar sua história, sua cultura e seu patrimônio, identificando a trajetória dos
seus antepassados, fundamentando suas memórias sagradas, seus saberes e
fazeres através de suas coleções, utilizando o seu acervo etnográfico composto por
vários objetos sagrados e de uso rotineiro,que foram usados para embasar a criação
da exposição do Museu.
As coleções são na realidade, a expressão do desejo de reunir objetos
interessantes que poderão inspirar aqueles que os veem enriquecer sua existência,
convidá-los a conviver com as coisas bonitas e permitir aos outros que se
beneficiem delas. O ato de colecionar implica na capacidade de pesquisar e de
descobrir nossa própria existência (SANTOS 2000)
A organização das coleções do Museu do Terreiro Tumbenci passou pelas
seguintes etapas:
I. Levantamento histórico do Terreiro;
II. Diagnóstico preliminar do acervo e identificação das peças através de fichas
que foi elaborada segundo a necessidade do acervo;
III. Identificações de todas as coleções, catalogação e classificação;
IV. Produções das coleções: a) Paramentos de Maria Neném;b) Espaço Físico;
c) Indumentárias e Acessórios da Comunidade do Terreiro; d) Indumentárias dos
Inquices e Paramentos; e) Instrumentos Musicais e Utensílios; f) Indumentárias
Adereços e Paramentos dos Caboclos.

4 EXEMPLO: COLEÇÃO PARAMENTOS MARIA NENÉM

Os paramentos são acessórios ou adornos fundamentais usados pelas


divindades africanas e por seus filhos Os paramentos apresentados nesta coleção
pertenceram a Mameto Maria Neném, representam as suas caboclas Kisanga,
Mandareá,Etiamungongo e do seu grande Inquice Cavungo. A coleção foi
identificada e organizada pela pesquisadora junto com a comunidade religiosa do
Terreiro através dos relatos e atividades para tratamento e organização dos acervos.
Foram feitas pesquisas nos arquivos do terreiro e Arquivos Públicos e
também foi montado um estúdio fotográfico para realizar as fotografias de todas as
coleções do Terreiro. A seguir, são apresentadas algumas das imagens
apresentadas na tese de doutorado, cujo título é Terreiro Tumbenci: Um Patrimônio
afro-brasileiro em Museu Digital, da autora Hildete Santos Pita Costa.

2. Acervo: 3. Código:
Museu Digital do Terreiro Tumbenci A5
4. Localidade: 5. Época:
Salvador/Bahia/Beiru 1910
6. Coleção: 7. Designação:
Paramentos de Mameto Maria Neném Peça de Kisanga, uma Cabocla da
Mameto Maria Neném
8. Material/Técnica: 9. Procedência/Autoria:
Abebé de metal dourado trabalhado com Comunidade religiosa do Terreiro
recortes em forma de peixe estrela, com Tumbenci Fotógrafos: Mariza Viana e
espelho Sandro Passos Catalogação: Hildete
Costa Designer: Carolina Garrido
10. Dados Complementares:
Abebé dedicado às Inquices das águas doces. Espécie de leque, confeccionado
em metal, em forma circular ou oval com cabo no mesmo material, geralmente
crornado com gravuras em relevo ou recortes. Abebé da Mameto Maria Neném
consagrado à Cabocla Kisanga

Coleção Inquice

2. Acervo: 3. Código:
Museu Digital do Terreiro Tumbenci D1
4. Localidade: 5. Época:
Salvador/Bahia/Beiru 2014
6. Coleção: 7. Designação:
Coleção dos Inquices – Indumentária, Indumentária. De Incoce -Lê

8. Adereços e Paramentos:
No Peitoral, usa três atacãs de tecido de 9. Procedência/Autoria:
richelieu, bordada com motivos de Comunidade religiosa do Terreiro
espada, escudo e couraça de prata, com Tumbenci Fotógrafos: Mariza Viana e
gravuras em relevo de espadas e flores. Sandro Passos Catalogação: Hildete
Saieta branca de richelieu, bordada com Costa Designer: Carolina Garrido
motivos de espada e escudo. Embaixo
da saieta, veste anáguetas engomadas
e um calçolão, bordado com motivos de
espadas e flores. Nos braços, braceletes
de prata com gravuras e nas pernas
perneiras de metal prateado, com
gravuras. Na mão, espada de metal
prateado. Na cabeça, capacete
prateado. No ombro, capanga prateada.
No pescoço, miçanga azul turquesa.
Comunidade religiosa do Terreiro
Tumbenci Fotógrafos: Mariza Viana e
Sandro Passos Catalogação: Hildete
Costa Designer: Carolina Garrido

Os acervos preservados que hoje formam as coleções sagradas do Terreiro


Tumbenci são constituídos de objetos que representam a história, do terreiro. De
acordo com Barletta, o museu em sua trajetória histórica caracterizou-se por ser um
espaço físico no qual objetos são expostos como suportes para estudos, para
demonstrações e para disseminar o conhecimento.

CONCLUSÃO

A relevância social deste trabalho consiste em contribuir com a disseminação


das histórias, memórias, saberes e fazeres do Terreiro Tumbenci, executada através
de rigorosos critérios de processamento das informações contidas em suas
narrativas e acervos. Os conhecimentos adquiridos realizarão ações educativas que
articulem educação patrimonial, educação para as relações étnico-raciais e ensino
de História, subsidiando intervenções e políticas públicas de preservação, criando
mecanismos que estimulem o papel do turismo cultural associado à valorização do
seu patrimônio na estratégia de desenvolvimento local, a patrimonialização, a
salvaguarda e a disseminação de seus valores ancestrais e acervos através do
Museu Digital.
REFERÊNCIAS

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